informativo Água viva edição 89

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www.agua.org.br 2015 3 o trimestre #89 Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT Acesse o Água Viva online! Acesse www.agua.org.br ou posicione o seu leitor no QR-Code na figura ao lado: ENTREVISTA Prefeito de Atibaia, Saulo Pedroso, fala sobre os desafios da disponibilidade hídrica nas bacias PCJ PG 08 ALTERNATIVA Com 60% das nascentes secas, Bacias de Retenção podem ser a salvação para as bacias PCJ PG 04 Renovação da Outorga do Sistema Cantareira é adiada para 2017: haverá água até lá? incertezas Um campo de

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Informativo do Consórcio PCJ relata os desafios para o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo e das Bacias PCJ, no interior do Estado, voltar a operar em seu volume normal.

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w w w . a g u a . o r g . b r

20153o trimestre

#89

Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT

Acesse o Água Viva online!Acesse www.agua.org.br ou posicione

o seu leitor no QR-Code na figura ao lado:

ENTREVISTAPrefeito de Atibaia, Saulo Pedroso, fala sobre os desafios da disponibilidade hídrica nas bacias PCJ PG 08

ALTERNATIVACom 60% das nascentes secas, Bacias de Retenção podem ser a salvação para as bacias PCJ PG 04

Renovação da Outorga do Sistema Cantareira é adiada para 2017: haverá água até lá?

incertezas Um campo de

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PALAVRA DOPRESIDENTEO futuro repleto de desafios para a gestão hídrica

O termo crise hídrica nunca foi tão utilizado como nos dias atuais, seja pela mídia, pela classe política ou por técnicos da área. Ainda que a palavra crise conote um tom negativo, prefiro ver

nelas grandes oportunidades para novas soluções e criatividade.Por exemplo, se não tivesse ocorrido o fenômeno climático extremo

que estamos verificando não estaríamos hoje discutindo saídas como a dessalinização, até então vista como excessivamente cara e com pou-cas chances de aplicação num curto prazo no Brasil. Foi o Consórcio PCJ quem levantou primeiramente essa bandeira, iniciando um grande debate que extrapolou as fronteiras das Bacias dos Rios Piracicaba, Ca-pivari e Jundiaí, alcançando o território nacional como um todo. Atra-vessou o oceano e chegou a Israel, um dos países líderes em tecnolo-gia nessa área que tem promovido troca de experiências com o Consór-cio PCJ e logo teremos novidades bastante promissoras para anunciar.

A crise hídrica tirou a venda de nossos olhos de que as chuvas sem-pre voltariam para nos salvar ao final de cada ciclo hidrológico. A ver-dade é que cada vez mais os gestores e a comunidade entendem que não há uma anormalidade climática, esse comportamento do clima é o que teremos pelos próximos anos. E, afinal, o sistema de gestão de recursos hídricos nacional estará preparado para esses novos tempos que não estão por vir, já estão acontecendo hoje, no nosso dia a dia?

O grande ensinamento dessa crise é que não podemos mais acredi-tar em abundância plena de água. A natureza não aceita desaforos. E o que temos feito com ela nesses últimos anos tem sido uma extração desmesurada de um de seus maiores bens: a água, fonte de vida. Fi-zemos dos recursos hídricos uma nova serra pelada, onde os maiores prejudicados somos nós mesmos. Sem água podemos travar o desen-volvimento econômico, comprometer a saúde pública, causar disputas e guerras por esse precioso líquido.

O futuro da gestão dos recursos hídricos no Brasil exigirá fortes in-vestimentos públicos e privados, além de empenho da classe política em solucionar os problemas e em pensar na sustentabilidade hídrica pelos próximos 50 anos ou mais. Mais do que planejar, é necessário executar o que está nas pranchetas dos engenheiros, nos arquivos de técnicos extremamente gabaritados, onde as soluções estão sendo construídas.

O Combate às perdas hídricas nos serviços de abastecimento, reser-vação de água bruta e tratada, reuso e dessalinização, são temas que precisam ser reavaliados buscando garantir água para todos os setores da sociedade: urbano, industrial e rural. A crise escancarou aos olhos de todos a fragilidade de nosso sistema, mas também apontou as saídas.

Em seus 26 anos de atuação o Consórcio PCJ nunca se furtou de sua responsabilidade com a Bacia PCJ e também com a gestão nacio-nal. Quando não se havia nenhuma legislação sobre recursos hídricos, a entidade formou uma comitiva que foi buscar experiência na Euro-pa, em 1991, referência na área à época. Foi a entidade que fomentou a implantação das figuras do sistema de gestão: os comitês de bacias, agências de bacias e de regulação e a cobrança pelo uso da água. Fo-ram enormes os desafios para chegarmos até aqui. Por isso, não teme-mos os desafios futuros, pois, juntos, ao lado de parceiros nacionais e internacionais, as soluções serão construídas buscando garantir a sus-tentabilidade hídrica das nossas futuras gerações.

REINALDO NOGUEIRAPresidente Consório PCJPrefeito de Indaiatuba

PREFEITURAS CONSORCIADAS

EMPRESAS CONSORCIADAS

EXPEDIENTECONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍCNPJ nº 56.983.505/0001-78Entidade de Utilidade Pública (Lei Estadual nº 11.943/05 e Municipal nº 4.202/05)

CONSELHO DIRETOR: PRESIDENTE DO CONSÓRCIO PCJ: Prefeito de In-daiatuba - Reinaldo Nogueira; VICE-PRESIDENTE DE POLÍTICA DE RECURSOS

HÍDRICOS: Prefeito de Amparo - Luiz Oscar Vitali Jacob; VICE-PRESIDEN-

TE DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Prefeito de Pedreira - Carlos Evandro Pollo; VICE-PRESIDENTE PARA ASSUNTOS INSTITUCIONAIS: Prefeito de Jaguariúna - Tarcísio Chiavegato; VICE-PRESIDENTE DE INTEGRAÇÃO REGIO-

NAL: Prefeito de Rio Claro - Palmínio Altimari Filho; VICE-PRESIDENTE DE

PROGRAMAS REGIONAIS: Prefeito de Nova Odessa - Benjamin Bill Viera de Souza; VICE-PRESIDENTE DE PROGRAMAS DE RESÍDUOS SÓLIDOS: Prefeito de Hortolândia - Antonio Meira; VICE-PRESIDENTE DE AMPLIAÇÃO DAS DISPO-

NIBILIDADES HÍDRICAS: Prefeito de Atibaia - Saulo Pedroso; VICE-PRESIDEN-

TE TECNOLOGIA E SISTEMAS DE GESTÃO: Odebrecht Ambiental - Rogerio Ta-deu Sarro; VICE-PRESIDENTE PARA PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS: Sabesp - Hélio Rubens Gonçalves Figueiredo; VICE PRESIDENTE DE SISTEMA DE MONITORA-

MENTO DAS ÁGUAS: SANASA Campinas - Arly de Lara Romeu.

CONSELHEIROS DAS PREFEITURAS MUNICIPAIS E EMPRESAS: Pi-racaia, Holambra, Louveira, Saltinho, Cordeirópolis, Americana, Pira-cicaba, Limeira, Campinas, Rhodia, Arcelor Mittal, AmBev, Águas do Mirante e DAE Jundiaí.

AGENTES DE INTERLOCUÇÃO CONSULTIVA: Valinhos e Cosmópolis.

CONSELHO EDITORIAL: Francisco Carlos Castro Lahóz SECRETÁRIO EXE-

CUTIVO DO CONSORCIO PCJ; Jussara Cordeiro Santos SUBSECRETÁRIA EXECUTI-

VA DO CONSÓRCIO PCJ; Andréa Borges GERENTE TÉCNICA; Vieira Junior TEXTOS e Murilo Ferreira de Sant’Anna JORNALISTA RESPONSÁVEL (MTB 56896)

Usina Costa Pinto Usina Santa Helena

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Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

17 DE AGOSTORio Camanducaia entra em restri-ção – o manancial apresentou va-zões médias de 1,32 m³/s ficando abaixo do nível mínimo de 1,5 m³/s. CIDADES AFETADAS: Amparo, Ho-lambra, Jaguariúna, Monte Alegre do Sul, Pedra Bela, Pedreira, Pinhal-zinho, Santo Antonio de Posse, Ser-ra Negra e Socorro.

24 DE AGOSTORegião do Baixo Atibaia entra em restrição – manancial apresentou vazões médias de 3,24m³/s, estan-do abaixo de 3,5 m³/s. CIDADES AFETADAS: Americana, Campinas, Jaguariúna, Nova Odes-sa, Paulínia, Valinhos e Vinhedo.

Com clima semiárido, Ceará inspira soluções

França também é modelo

Com um risco de seca de 60%, o estado do Ceará é referência em gerenciamento da água. A região apostou, há mais de 100 anos, na utilização de açudes para o abaste-cimento. Hoje, já são mais de 7 mil.

“A gestão é participativa, o que ga-rante a melhor utilização”, explica a consultora, Rosana Garjulli.

Segundo o assistente da Pre-sidência da COGERH (Compa-nhia de Gestão dos Recursos Hí-dricos do Ceará), Gianni Lima, o estado tem enfrentado a seca de forma eficaz. “Ainda não verifica-mos o colapso de nenhuma cida-de”, destaca.

Na França, a maior parte dos es-forços são feitos antes da crise. “Os Planos de Bacias já preveem as si-tuações extremas, com as vazões de alerta já estabelecidas” explica o responsável pelo setor de plane-jamento da Agência de Água Loire-

-Bretagne, Hervé Gilliard. “Estive recentemente nas bacias

PCJ e percebi que, como na França, a prioridade é o abastecimento huma-no. Porém, em casos de escassez, as restrições devem se aplicar também aos usos particulares”, salienta.

Para Gilliard também é preciso uma reflexão no modelo de gestão.

“Acredito que o futuro da gestão por bacia no Brasil pode passar pe-la constituição de comitês e agên-cias de bacia com escalas geográfi-cas maiores. Assim, os conflitos se-riam discutidos dentro do mesmo comitê de integração e os usuários poderiam buscar mais facilmente o interesse comum”, diz.

RESTRINGIU...

Regras de Restrição são usadas nas bacias PCJ

Uso restrito. Se houvesse uma placa de aviso às margens dos rios das bacias PCJ, esse seria o texto usa-do como aviso. A falta de chuva fez

com que a região ultrapassasse os já conhe-cidos Estados de Atenção e Alerta, restringin-do o uso da água para alguns setores.

Após meses de discussão, as Regras de Restrição foram publicadas no dia 21 de janei-ro deste ano. A resolução do conjunto ANA/IDAEE estabelece regras de uso para capta-ções de água nas bacias dos rios Jaguari, Ca-manducaia e Atibaia em casos de baixíssimo nível dos rios. O site da Sala de Situação PCJ (www.sspcj.org.br) passou a publicar todas as segundas e quintas-feiras as áreas que estavam em Estado de Alerta ou Restrição.

AS REGRAS DE RESTRIÇÃO SÃO LIMITADORAS AO PROCESSO INDUSTRIAL DA BACIA E EXTREMAMENTE PREJUDICIAIS À AGRICULTURA E DEVEM SER EVITADAS AO MÁXIMO ATRAVÉS DA GESTÃO DAS ÁGUAS”

ARLY DE LARA ROMEO,presidente da Sanasa Campinas.

Vazões consideradas para restrição

AS REGRAS NA PRÁTICA

USO RESTRITO

ALTO ATIBAIA

JAGUARI

MONTANTE CANTAREIRA

BAIXO ATIBAIA

CAMANDUCAIA

4M³/S

2 M³/S

2 M³/S

3,5M³/S

1,5M³/S

20% 30% 30%redução de redução de redução de

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DEL RODRIGUES_DIVULGAÇÃO

Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

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Chuva cai nas estradas

Bacias de retenção coletam a água

Água infiltra no solo e abastece lençol freático

Água volta em forma de nascentes e poços

COMO FUNCIONAM ASBACIAS DE RETENÇÃO?

Principais características

Vantagens

• Cerca de 4 ou 5 metros de largura• Baixa profundidade• Baixo custo

• Protege a estrada e evita erosão• Abastece o lençol freático• Reabastece as nascentes• Ajuda a prevenir enchentes

BACIAS DE RETENÇÃO

Para o poço voltar a dar águaC

om cerca de 60% das nascen-tes secas, as cidades das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí têm investido na cria-

ção das chamadas Bacias de Retenção para ajudar a reabastecer o lençol freá-tico e fazer surgir novamente as fontes de água, abastecendo e mantendo nova-mente cheios os rios da região. A ausên-cia de chuvas, que acompanha a região desde 2013 e configurando a maior seca da história, tem causado esse grande de-sequilíbrio no sistema de reposição, mo-tivo pelo qual os rios caem tanto de nível poucos dias após as chuvas.

Pensando na solução para o proble-ma, o Consórcio PCJ tem intensificado jun-to aos municípios a ideia de construção de bacias de retenção nas áreas rurais. Se-gundo o secretário executivo do Consór-cio PCJ, Francisco Lahóz, esta é uma fer-ramenta perfeitamente viável, com alto índice de aceitação, baixo custo e grande potencial para auxiliar na solução do pro-blema de se ter cada vez menos nascen-

tes ativas na região. “Trata-se de uma fer-ramenta que só deve trazer benefícios. A solução definitiva, que seria a construção das barragens de Amparo e Pedreira, não deve sair no prazo previsto. Então, precisa-mos criar alternativas que nos permitam ampliar a oferta de água e, fazer ressurgir as nascentes, é uma delas”, afirma.

As bacias de retenção também são co-nhecidas como bacias de captação ou ca-cimbas. Geralmente construídas em áreas rurais por conta do espaço, elas também podem ser usadas em áreas urbanas. De acordo com o professor da Unicamp e

diretor da sessão rural da Secretaria de Meio Ambiente de Limeira, Dirceu Vieira, o único limitante é o nível de declive do ter-reno e a precipitação de chuvas da área.

“Por encontrarem um solo mais rígido e menos permeável, a água acaba não pe-netrando na terra e não reabastece o len-çol. O resultado é um rio cheio momenta-neamente e semanas sem água. As bacias surgem como uma opção no meio do ca-minho para que essa água seja retida e te-nha tempo de se infiltrar no solo”, explica.

Mais de mil bacias de contenção já fo-ram implantadas na cidade mineira de Ex-trema, onde estão as nascentes do Siste-ma Cantareira, e também em Bragança Paulista.  Cidades como Jaguariúna e Li-meira também têm adotado o modelo e se surpreendido com os resultados. “Te-mos o caso de um sitiante que tinha um poço que estava seco em sua proprieda-de. Alguns meses após termos construído uma bacia próxima ao local, o poço voltou a dar água”, conta Tikara Okawada, dire-tor de manutenção da prefeitura de Limei-ra, que, na última contagem feita em 2012, já tinha mais de 400 pontos de barreiras.

De olho nessa movimentação, Jagua-riúna deu início no começo de 2015 ao projeto de construção de 195 pontos. A estimativa é de que até o início do verão deste ano esses pontos já estejam pron-tos para já receber as chuvas.

CONSTRUÇÃO DE BACIAS DE RETENÇÃO É UM DOS 10 MANDAMENTOS PARA A PROTEÇÃO DAS NASCENTES, EDITADOS PELO CONSÓRCIO PCJ.

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Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

Na represa Jacareí, considerada o coração do Sistema Canta-reira, o cenário verde com animais tranquilos na pastagem contrasta com a situação catastrófica e a apreensão que a população da região tem vivido. A calma dos animais re-

presenta o desespero de mais de 6 milhões de pessoas das bacias PCJ recebem os cinco metros cúbicos por segundo do Sistema. Respon-sável pelo terceiro maior PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil e um dos maiores polos industriais e tecnológicos, a região tem convivido com a incerteza de quem dorme e não sabe se no dia seguinte as tor-neiras estarão com água. Sem chuvas abundantes desde o verão de 2010, quando o Sistema chegou a verter as suas águas, um dos maio-res reservatórios de água doce do mundo tem agonizado em veloci-dade proporcional à preocupação dos gestores para garantir que a população do interior e da Grande São Paulo não deixe de ser abas-tecida e que não seja prejudicado o seu desenvolvimento. As repre-sas, que um dia já foram consideradas “um mar de desafios” agora se tornam um vasto campo de incertezas para todos os envolvidos.

O verde que ninguém

queria ver

MATÉRIA DE CAPA

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Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

Desde os anos de 2010 e 2011, quando a Sabesp precisou abrir as comportas de ou-tras represas do Cantareira para evitar o transbordamento dos reservatórios, as barragens Jaguari/Jacareí têm sofrido com vazões muito abaixo da média. Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas) nos últi-mos dez anos as duas represas receberam 17,3% menos água do que na média histó-rica, observada entre 1930 e 2003. Duran-te uma visita técnica organizada pelo Con-sórcio PCJ aos reservatórios em agosto de 2015, as represas apresentavam 4,45% de água armazenada, levando em conta o vo-lume morto. Descontada essa reserva, o re-servatório estaria negativo em 18,27%.

MATÉRIA DE CAPA

O SISTEMA CANTAREIRA

• O Cantareira foi construído na década de 1970

• 1.165 trilhões de litros: é a capacidade total do Cantareira.

• Atualmente, o índice é de cerca de 15% negativo, com reservatórios operando no volume morto.

• POPULAÇÃO ATENDIDA: 16 milhões de pessoas, bacias PCJ e Grande São Paulo

• 48 KM DE TÚNEIS• 2.279,5 Km é a área ocupada pelas represas

• R$80 milhões: foi o investimento para retirada do Volume Morto

É IMPORTANTE DESTACAR QUE DOS 36 M³/S QUE SÃO PRODUZIDOS PELO SISTEMA CANTAREIRA, 22 M³/S VEM DA BARRAGEM JAGUARI/JACAREÍ, O QUE DEMONSTRA A SITUAÇÃO PREOCUPANTE QUE SE ENCONTRA O SISTEMA”

FRANCISCO LAHÓZ,secretário executivo do Consórcio PCJ

Bacias PCJ reiteram 10m³O Consórcio PCJ defende que, embora a decisão só saia daqui a dois anos, as dis-cussões devem continuar para amadure-cer as propostas e se chegar no período da renovação com todos os pontos ajus-tados. Contudo, a decisão para adianta-mento não altera em nada a posição dos líderes das bacias PCJ: a região precisa de 10mão precisa de 10m³/s.

O presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, afirmou durante o encontro na Secretaria de Recur-sos Hídricos no dia 23 de setembro que a

Sistema em crise

A INSEGURANÇA GERADA PELA FALTA DE ÁGUA INIBE INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E AGRAVA A CRISE ECONÔMICA”

JOSÉ NUNES FILHO,Diretor do CIESP Campinas

região não abrirá mão da sua proposta. O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, tam-bém defendeu que a região precisa desse mínimo, levando em consideração o consu-mo e a projeção de crescimento da popula-ção até 2025. “É possível liberar 20m³/s do Cantareira para a Sabesp e conseguiremos harmonizar as demandas”, disse.

Para o diretor José Nunes Filho do CIESP Campinas, a decisão deve ser tomada o quanto antes, tendo em vista que esse atra-so já está dificultando a atração de novas in-dústrias para a região e os planos de expan-são das já instaladas. “Somos a bacia doa-dora e temos direito à água dos nossos rios. Não abrimos mão dos 10m³/s”, diz.

DEL RODRIGUES_DIVULGAÇÃO

Rio Piracicaba é um dos afluentes que também passou a sofrer com a falta de água no Cantareira

Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

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A FALTA DE CHUVA É UM DOS FATORES PARA A CRISE, MAS NÃO JUSTIFICA AS POUCAS OU INEXISTENTES PRÁTICAS DE GESTÃO HÍDRICA

O Sistema Cantareira sofreu “transição ca-tastrófica” entre o fim de 2013 e o início de 2014, faltou diálogo entre as governan-ças e as represas correm o risco de secar completamente. Essas são as conclusões de três estudos diferentes realizados nos últimos meses sobre o Sistema Cantarei-ra. As metodologias e enfoques dos traba-lhos podem se diferenciar, mas os resulta-dos apontam para o mesmo rumo: há mui-to a ser feito para salvar as represas.

O primeiro estudo, publicado em se-tembro pela o  site científico norte-ameri-cano PLoS ONE, afirma que o problema do Cantareira foi potencializado pelo fato de os gestores, apesar dos indícios de es-tiagem, terem demorado para reduzir a ex-ploração do manancial. O estudo, elabora-do pelos pesquisadores Paulo Inácio Prado, da Universidade de São Paulo (USP), e Re-nato Mendes Coutinho e Roberto Kraenkel, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), é a primeira publicação internacional sobre o assunto. Segundo o documento, desde ja-neiro de 2014, quando a crise foi anuncia-da, o Cantareira já havia passado do “esta-do normal” para um “estado de ineficiência”. Assim, a água da chuva já não se revertia em aumento do nível das represas porque era absorvida pelo solo seco, algo conheci-do como “efeito esponja”.

Outro estudo, realizado a pedido do Consórcio PCJ pelo especialista em hidrolo-gia e professor da Unicamp, Antônio Carlos Zuffo, mostra que essa situação só aconte-ceu porque os gestores se enganaram ao dimensionar a capacidade do Sistema. O Cantareira começou a ser construído com

base em um período de poucas precipita-ções – que durou de 1935 a 1969. Nas duas décadas seguintes, no entanto, o volume de precipitações aumentou e a vazão su-biu até 30%. Com base nesse período, en-tão, foi feita a renovação da outorga de 2004, elevando a capacidade de produção do Cantareira pelo fato de ele estar produ-zindo, naquele momento, até 7 mil litros de água por segundo a mais. Contudo, essas previsões não levaram em conta os perío-dos de pouca chuva. Segundo a ANA, os cál-culos do sistema foram feitos considerando uma margem de risco de 5%.

Em outro estudo, a mestre e doutora em Ecologia Aplicada, Micheli Kowalczuk Machado, constatou que a atual situação do Sistema é um problema de governança.

“Não existem estratégias específicas para ampliar a participação e a mobilização so-cial. A falta de chuva é, claro, um dos fato-res para a crise, mas de forma alguma pode justificar a pouca ou a inexistência de práti-cas de gestão hídrica que poderiam minimi-zar esta problemática”, diz Micheli.

Para Zuffo, a gestão do Sistema Canta-reira, de fato, não é feita de forma compar-tilhada. “Os Comitês de Bacias, que deve-riam ter alto poder de decisão, hoje são fi-gurativos. A ANA é quem decide”, diz.

Uma situação dramática PropostasDurante a reunião convocada no dia 23 de setembro na sede da Secreta-ria de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, representantes das bacias PCJ, Alto Tietê, Sabesp e IGAM (Institu-to Mineiro de Gestão das Água) apre-sentaram as suas perspectivas a res-peito da nova outorga. As bacias PCJ propuseram que, quando o volume útil operacional do sistema estiver en-tre 20% e 85%, a vazão para os rios da região seja fixada na média anual de 10m3/s e, quando estiver abaixo dos 20% ou acima de 85%, a gestão po-derá ser feita diretamente pela ANA e DAEE. A região pediu, também, que, caso não sejam concluídas as obras das barragens de Pedreira e Ampa-ro até 2020, seja acrescido 1m³/s por ano o atendimento da demanda, po-dendo chegar a 15m³/s em 2025. 

SÓ EM 2017Após publicar informações sobre uma possível proposta guia, em seu site, a ANA adiou, mais uma vez, a data de renovação da outorga do sis-tema Cantareira. A renovação e uma discussão que já se arrasta há mais de dois anos. Prevista para agos-to de 2014, ela já havia sido adiada para outubro de 2015. Agora, o pra-zo ficou estabelecido para 2017, dei-xando a todos os interessados com grandes pontos de interrogação com relação ao sistema. O principal deles: haverá água até lá?

Pontos de captação do Sistema Cantareira secaram e o estado investiu para retirada do Volume Morto

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Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

As bacias PCJ vivem um dos mo-mentos cruciais para o seu de-senvolvimento. A renovação da Outorga do Sistema Cantareira

tem feito com que líderes de toda a re-gião se posicionem a respeito. Por isso, nesta edição, o Água Viva entrevista o Vi-ce-Presidente de Ampliação das Disponi-bilidades Hídricas do Consórcio PCJ e pre-feito de Atibaia, Saulo Pedroso. Na con-versa, ele fala sobre a construção do Sis-tema Adutor, que levará água para outras cidades das bacias PCJ, a importância da autonomia aos municípios na emissão de licenças de baixo impacto ambiental e, claro, a renovação da outorga. Confira.

ÁGUA VIVA Quais aspectos não podem ser deixados de lado nas negociações da ou-torga do Cantareira?SAULO PEDROSO São vários os aspectos, por exemplo, a extinção da ferramenta do Banco de Água, que não se mostrou efi-ciente em períodos extremos. Também defendemos uma outorga de 10 anos, com revisões periódicas. Os limites de re-tirada de água também devem estar con-dicionados aos riscos, considerando ocor-rências climáticas como as de 2011/2012, com enchentes, e 2013/2014, com a escas-sez hídrica. Contudo, considero um ponto inegociável a garantia de vazões médias de 10 m³/s para toda a bacia, não somente em pontos específicos. Está claro que es-te ponto de monitoramento na Captação de Valinhos vem se mostrando insuficien-te para caracterizar as necessidades da ba-cia do Alto Atibaia, especialmente quanto à vazão, até mesmo em virtude do tama-nho da bacia e seus afluentes.

AV Quais alternativas devem ser busca-das para a ampliação da oferta de água? SP Neste momento devemos focar nos-sas atenções na renovação da outorga do Sistema Cantareira. Devemos levar em conta tudo o que aprendemos com

SAULO PEDROSO

“Os 10m³/s do Cantareira é um aspecto inegociável”

os eventos extremos e exigirmos uma re-novação de outorga que garanta a sus-tentabilidade hídrica das bacias PCJ. Além disso, cada município deve continuar a fa-zer sua lição casa, investindo no comba-te às perdas hídricas nos sistemas públi-cos de distribuição de água, fomentando ações de conscientização; desenvolven-do projetos e buscando viabilizar recur-sos para a construção de reservatórios de água bruta e implantando programas de proteção dos mananciais e nascentes.

AV Qual sua opinião sobre a construção do Sistema Adutor Regional?SP Temos que unir esforços e lutar para que a construção aconteça paralelamente à construção aos reservatórios de Pedrei-ra e Amparo, pois, de outra forma, não se-remos beneficiados. O sistema atenderá cerca de 3 milhões de habitantes nos mu-nicípios cujas captações não serão benefi-ciadas pelas descargas para jusante.

AV A campanha para que a CETESB pas-se aos municípios a responsabilidade de emitir licenças de baixo impacto ambien-tal pode ampliar a disponibilidade hídri-ca? SP Sem dúvida. A experiência nos mos-tra que o tempo de aprovação das licen-ças ambientais é infinitamente maior quando comparado ao de captação dos recursos e a realização das obras. Bar-ramos em questões burocráticas. To-dos os municípios reclamam das dificul-dades que enfrentamos na aprovação de medidas emergenciais. Tenho cer-teza que esta campanha renderá bons frutos, contribuindo para a formula-ção de procedimentos que proporcio-narão mais agilidade e flexibilidade pa-ra os municípios desenvolverem ações de emergência voltadas à recuperação dos recursos hídricos e gestão da crise hídrica, respeitando as peculiaridades municipais e regionais.

CADA MUNICÍPIO DEVE CONTINUAR A FAZER SUA LIÇÃO CASA, INVESTINDO NO COMBATE ÀS PERDAS HÍDRICAS NOS SISTEMAS PÚBLICOS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

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Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

O Consórcio PCJ e a Petrobrás/Replan, com o apoio da Iandé

– Educação e Sustentabilidade, promoveram neste ano dois

encontros para debater as alterações do Código Florestal e a Restauração Ecológi-ca nas Bacias PCJ. Os encontros aconte-ceram nos dias 15 de julho, em Limeira (SP), e 24 de setembro, em Amparo (SP). As oficinas reuniram mais de 300 pessoas nas duas edições, com um público forma-do por representantes de órgão gestores dos serviços de saneamento, empresas, prefeituras, entidades ambientais, espe-cialistas do setor, associações e membros da sociedade civil.

O novo código florestal (lei 12.727 de 17 de outubro de 2012) alterou as regras de preservação e recuperação das matas ciliares em rios, ribeirões, córregos e nas-centes, consideradas Áreas de Preserva-ção Permanente (APP). Pelo código anti-go, datado de 1965, a área a ser preser-vada às margens dos rios levava em con-sideração o espaço que ele ocupa em pe-ríodo de cheias. A lei 12.727 considerou apenas o leito normal do rio, além de exi-gir a preservação de apenas cinco metros de matas ciliares em propriedades rurais de até 1 módulo fiscal, quando no código de 1965 o mínimo era de 30 metros. Só nas bacias PCJ isso representou uma per-da de, no mínimo, 40% das áreas reflo-restadas, podendo chegar a 80%, o que, consequentemente, afetará a qualidade e a quantidade de água nos mananciais. Outra alteração polêmica é a que consta no artigo 67 do novo código, em que há a possibilidade de dispensa de proprieda-des rurais de até 4 módulos fiscais man-terem reservas legais. Estima-se que 25% das áreas agrícolas no país não precisa-rão manter mais as Reservas Legais.

“As alterações no Código Florestal po-derão intensificar os problemas de dis-ponibilidade hídrica no futuro”, disse o Prof. Dr. Ricardo Ribeiro Rodrigues da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ-USP), durante a sua apresentação em um dos encontros.

“Os problemas serão muito piores no fu-turo porque teremos menos áreas pre-servadas”, reforça.

SAIBA MAIS

Rio na cheia

30 metros30 metros

Leito regular

 Com o novo Código, a extensão das matas ciliares vai diminuir, já que a contagem da área a ser preservada será feita a partir do leito regular do rio.

COMO ERAÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

(APP) – Locais frágeis, como beiras de rios, topos de morros e encostas não podem ser desmatados para evitar erosão, deslizamentos, destruição de nascentes, entre outros. A faixa de mata que deve ser conservada na beira dos rios é de 30 metros.

COMO ESTÁProdutores rurais com propriedades de até 4 módulos fiscais podem ficar isentos de recompor a reserva legal.

CULTIVOS EM APPS: o novo texto do código autoriza o uso de APPs para alguns tipos de cultivo. A pecuária também fica permitida em encostas de até 45 graus. Além disso, são necessários apenas 15 metros de faixa de mata para os cursos d’água mais estreitos.

REFLORESTAMENTO: propriedades de qualquer tamanho podem compensar multas por desmatamento ilegal anteriores a 2008 com reflorestamento.

PODE AGRAVAR CRISE HÍDRICA

Código florestal é tema de debate

Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

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O Consórcio PCJ recebeu entre os dias 16 e 18 de setembro uma comitiva de gestores de recursos hídricos de Lima, no Peru, e do Estado de Santa Catarina. O objetivo das visi-tas foi conhecer o trabalho da entidade e in-tensificar o intercâmbio de experiências.

As comitivas conheceram a sede do Consórcio PCJ e tiveram contato com expe-riências apresentadas pelas empresas as-sociadas Ypê e Goodyear. “São ações que nos servirão de exemplo”, comentou Lo-rena Gaviño, analista de desenvolvimento sustentável da empresa Backus, no Peru.

“Os números das bacias PCJ nos deixaram maravilhados”, disse o chefe de redes e ra-mais de esgoto do Rio Canoas, Altamir Boff.

COORDENADOR: Luiz Carlos Rossini – Campinas SUB-COORDENADOR: Edi-son Carlos Bortolucci Júnior – Santa Bárbara d’Oeste SUB-BACIA DO RIO ATI-BAIA: Douglas Augusto Oliveira – Itatiba/Clóvis Pinheiro – Piracaia SUB-BACIA DO RIO JAGUARI: Márcio José Vieira – Extrema/Marcelo Cesar Dantas Celloto – Pedreira/Jorge Luís Martin-Bragança Paulista SUB-BACIA DO RIO CORUMBA-TAÍ: Levy Xavier – Santa Gertrudes/ José Aparecido Longatto – Piracicaba/ José Júlio Lopes de Abreu – Rio Claro SUB-BACIA DO RIO PIRACICABA: Edison Do-nizete Marconato – Rio das Pedras/ Edison Carlos Bortolucci Júnior – Sta. Bar-bara D’Oeste/ José Aparecido Longatto – Piracicaba/José Mauri Moreira – Ira-cemápolis SUB-BACIA DO RIO CAPIVARI: Eduardo Bispo da Silva – Monte Mor/Clarice Aparecida de Oliveira – Louveira SUB-BACIA DO RIO CAMANDUCAIA: José Donisete Urbano – Amparo/Jacinta Elizabeth V. Den Broek – Holambra/Edvaldo Batista Marques – Camanducaia SUB-BACIA DO RIO JUNDIAÍ: Ciro Negretti Dias – Itupeva SUB-BACIA DO RIBEIRÃO PIRAPITINGUI: João Batista Neres de Andrade – Cosmópolis SUB-BACIA DO RIBEIRÃO PINHEIROS: Rodri-go Vieira Fagnani – Valinhos/ Israel Scupenaro – Valinhos SUB-BACIA DO RI-BEIRÃO QUILOMBO: Cícero Eleotério Bispo – Sumaré SUB-BACIA DO RIBEI-RÃO SAMAMBAIA: Albino Antunes – São Pedro/ Carlos Eduardo Oliveira – São Pedro SUB-BACIA DO PASSA CINCO: Joel Feliciano da Silva – Ipeúna/ Jaime de Oliveira Loyola – Ipeúna/ Glalson Chamon da Silva – Santa Gertrudes SUB-

-BACIA DO RIBEIRÃO JACUBA: Ulisses Nunes Gomes – Sumaré SUB-BACIA DO RIBEIRÃO TATU: David Bertanha – Cordeirópolis /Alceu da Silva Guima-rães – Cordeirópolis SUB-BACIA DO RIO CACHOEIRA: Hélio José Viana Gon-çalves – Bom Jesus dos Perdões / Clóvis Pinheiro – Piracaia SUB-BACIA DO RIO ATIBAINHA: Rogério Carlos do Nascimento – Piracaia/Clóvis Pinheiro – Pi-racaia SUB-BACIA DO RIO CACHOEIRINHA: José Mauri Moreira – Iracemápo-lis SUB-BACIA DO RIBEIRÃO CLARO: Glalson Chamon da Silva – Santa Gertru-des/ João Luiz Zaine – Rio Claro/José Júlio Lopes de Abreu – Rio Claro SUB-BA-CIA DO PIRACICAMIRIM José Antonio Fernandes Paiva – Piracicaba/ José Apa-recido Longatto – Piracicaba SUB-BACIA DO RIBEIRÃO MIRIM Murilo Antonio de Sousa Rinaldo – Monte Mor SUB-BACIA DO RIBEIRÃO SALTINHO Edison Donizete Marconato – Rio das Pedras SUB-BACIA DO RIBEIRÃO TOLEDO Edi-son Carlos Bortolucci Junior – Santa Bárbara d’Oeste

DIRETORIA DO CONSELHO FISCAL – GESTÃO 2015/2016

AGENTES DE INTERLOCUÇÃO:

PRESIDENTE: José Julio Lopes de Abreu – Rio Claro 1º VICE-PRESIDENTE: Rogério Carlos do Nascimento – Piracaia 2º VICE-PRESIDENTE: José Apa-recido Longatto – Piracicaba 1º SECRETÁRIO: William Ricardo Mantz – Ira-cemápolis 2º SECRETÁRIO: Ronaldo Luiz Herculano – Itatiba

ELEIÇÃO

Conselho Fiscal escolhe diretoria para o Biênio 2015-2016O Conselho Fiscal do Consórcio PCJ, formado por membros indicados pelas Câmaras de Vereadores dos 43 municípios associados, elegeu no dia 06 de agosto a sua nova diretoria para o biênio 2015/2016. Veja como ficou a composição no box ao lado.

COMITIVAS

Consórcio PCJ apresenta gestão hídrica a peruanos e catarinenses

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Informativo Água Viva | Julho, Agosto e Setembro de 2015 | #89

DIA DA ÁRVORE

Consórcio PCJ indica os 10 Mandamentos da Água

O Consórcio PCJ promoveu en-tre os meses de agosto e se-tembro uma campanha junto aos municípios para motivar o

plantio simbólico de um Ipê Branco, árvore símbolo da entidade, para marcar as come-morações do Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro. A entidade distribuiu mais de 120 mudas para os municípios e em-presas associadas, convidando-os para as ações de sensibilização com relação à data.

Junto da ação de celebração, o Consór-cio PCJ também lançou documento, inti-

tulado “Os 10 mandamentos para a pre-servação das nascentes”. Com cerca de 60% das fontes secas, a entidade descre-veu as principais ações que devem ser to-madas para que esse quadro seja reverti-do. “Os mandamentos são relevantes pa-ra aumentar a sensibilização da popula-ção e do poder público em relação à im-portância das árvores para o aumento da disponibilidade da água”, comenta o coor-denador de projetos do Consórcio PCJ e responsável pelo Programa de Proteção aos Mananciais, Guilherme Valarini.

O Consórcio PCJ promoveu mais um encontro do Grupo das Empre-sas na sede da Empresa Ypê, em Amparo (SP), ao final do mês de julho. Na reunião, representantes das 32 empresas associadas discu-tiram a respeito do comportamen-to climático e as expectativas para o próximo período chuvoso.

O encontro contou com pa-lestra da meteorologista do Cen-

tro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricul-tura (Cepagri), Ana Maria de Ávila, que explanou sobre a intensifica-ção dos eventos extremos. “Preci-samos conviver com essa incerte-za”, alertou. No encontro, as em-presas associadas Ypê e Goodyear também apresentaram as suas ex-periências bem-sucedidas na ges-tão dos recursos hídricos.

10 Mandamentos para preservar e recuperar as nascentes

1 Controlar a erosão do solo por meio de estruturas físicas e

barreiras vegetais de contenção;

2 Minimizar a contaminação química e biológica;

3 Evitar o corte intensivo das florestas nativas;

4 Evitar queimadas a montante das nascentes;

5 Evitar o pastoreio intensivo de animais próximo aos rios e nascentes;

6 Realizar planejamento na construção de estradas rurais;

7 Construir bacias de retenção para infiltração de água no solo;

8 Evitar a construção de poços artesianos próximos às nascentes;

9 Evitar a impermeabilização do solo através de loteamentos

em locais impróprios;

10 Manter um raio de 50 metros de mata ciliar nativa ao redor das nascentes e

preservar matas ciliares e topos de morros.

ENCONTRO

Grupo das Empresas debate situações extremas nas bacias PCJ

Bragança Paulista

Paulínia

Capivari

Rio Claro Jundiaí

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CONSÓCIO PCJNA MÍDIA

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 JORNAL DA EPTV 2ª EDIÇÃOA gerente técnica do Consórcio PCJ, Andréa Borges falou sobre a restrição do Baixo Atibaia na reportagem feita pela EPTV Campinas. (25/08)

 ESTADÃOO Consórcio PCJ foi destaque na matéria do Estadão sobre a Renovação da Outorga. (31/07)

 G1 CAMPINASA restrição do Rio Camanducaia e suas consequências foi tema da reportagem feita pelo G1 Campinas onde o Consórcio PCJ foi fonte de informação. (18/08)

 CBN CAMPINASA importância do controle das perdas nas redes públicas de distribuição de água foi evidenciada pela Rádio CBN Campinas. O secretário executivo da entidade, Francisco Lahóz foi o entrevistado. (18/09)

Estudo do meio realizado com meus alunos! Visita a exposição na Casa Hermann Müller, visita aos pontos históricos da nossa cidade e uma visita monitorada a #CasaModelo do Consórcio PCJ... #TudoFoiPerfeitoRODRIGO SANTOS

#Orgulho: ouvir o depoimento de Andrea Borges, gerente técnica de projetos do Consórcio PCJ, sobre os trabalhos do IEMA - Instituto de Educação e Meio Ambiente, como uma #EducaçãoAmbiental inovadora cujos temas

“que há 21 anos nunca haviam sido abordados” dentro do PCJ, de fato é emocionante para mim. Obrigada pela oportunidade.ANA LÚCIA MAESTRELLO

@JORNALOLIBERALRio Piracicaba registra menor nível deste anobit.ly/1L2Wejc @consorcio_pcj

@AHAM53@consorcio_pcj Como fica a captação do PCJ no cantareira qdo os rios da bacia estão cheios como agora? Tb é reduzida p/ encher os reservat?

@MADEINFORESTNotícias Sustentáveis de hoje !paper.li/MadeinForest/1… grato à @consorcio_pcj