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Após um curto período de férias, o Informativo FACED retorna. Comenta a I Semana Internacional da Comunicação em Uberlândia e conta um pouco sobre a CONAE. Apresenta o Seminário Nacional dos 90 anos do Rádio e, ainda, os editais e notas informativas. Aproveite e leia também o texto de Francis Bacon sobre o mito da Esfinge, "evidentemente inventada em alusão à ciência, em especial em sua aplicação à vida prática", nas palavras de Bacon

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Page 1: Informativo 047 web

Boletim informativo da Faculdade de Educação • FACED • UFU • nº 47 • novembro • 2013

informaattiivvoo

Expediente Boletim informativo da Faculdade de Educação • FACED • UFU • 2013

Desenvolvido pelo cursode Comunicação Social -Jornalismo

Diretor da FACED:

Secretária geral:

Coordenadora: Editor:

Bolsista:

Evento Internacional reuniu profissionais e alunos de Comunicação

editorial

Page 2: Informativo 047 web

• UFU • nº 47 • novembro • 2013informaattiivvoo

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NNoottaass IInnffoorrmmaattiivvaassJornalismo no ENADE/2012

Novos docentes do Núcleo de Libras

Professor da UFU lança livros

CONAE terá representante discente daFACED / UFU

Page 3: Informativo 047 web

• UFU • nº 47 • novembro • 2013informaattiivvoo

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Seminário Nacional 90 anos deRádio no Brasil acontece na UFU

EEvveennttooEEddiittaaiissEdital para Mestrado

Incrições para prêmio Vale-Capes

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• UFU • nº 47 • novembro • 2013informaattiivvoo

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Aniversariantes de novembro01 Rosane14 Mirna16 Geraldo18 Roberto Cruz19 Joelma27 Marília Villela29 Carlos Bisinoto

EEssppaaççoo AAbbeerrttoo

A Esfinge, diz a história, era ummonstro que continha várias formas emuma só. Tinha rosto e voz de virgem,asas de pássaro e garras de grifo. Depoisde subjugar os viajantes, propunha-lhescertos enigmas obscuros e desconcertan-tes, que segundo se dizia lhe eram confe-ridos pelas musas. E, se os infelizesprisioneiros não conseguissem resolver einterpretar imediatamente essas adivi-nhações, ela os fazia em pedaços ao versua confusão e hesitação. Como a cala-midade não diminuísse com o passar dotempo, os tebanos ofereceram o trono deTebas ao homem que resolvesse os enig-mas da Esfinge (pois essa era a única ma-neira de vencê-la). A magnitude doprêmio induziu Édipo, homem de sabe-doria e astúcia, mas coxo de nascença, aaceitar a condição e fazer uma tentativa.Apresentando-se cheio de confiança e en-tusiasmo diante de Esfinge, quando lhefoi perguntado que tipo de animal nasciacom quatro pernas, em seguida passava ater duas, mais tarde três, e finalmentequatro, respondeu com rapidez que era ohomem; pois no nascimento e na infân-cia engatinha sobre os quatro membros,pouco mais tarde se ergue sobre os doispés, nos anos de velhice se apoia em umabengala e caminha como se tivesse trêspernas, e finalmente, na idade e decrepi-tude extremas, quando lhe falham todosos nervos, volta a ser um quadrúpede e fi-ca deitado na cama. Essa era a respostacorreta, que lhe valeu a vitória; em segui-da Édipo matou a Esfinge, cujo corpo foicolocado nas costas de um asno e levadoem triunfo, enquanto Édipo, segundo oque fora acordado, foi feito rei de Tebas.

Essa fábula é elegante e sábia, eviden-temente inventada em alusão à ciência,em especial em sua aplicação à vida prá-tica. A ciência, que maravilha os ignoran-tes e inábeis, pode bem ser chamada ummonstro. Em figura e aspecto é represen-

tada de muitas formas, devido à varieda-de de temas com que lida. Diz-se que temrosto e voz de mulher, no que respeita asua beleza e facilidade de afirmação.Acrescentam-se as asas, porque as ciênci-as e suas descobertas se espalham e voamrapidamente para longe, sendo a comuni-cação do conhecimento como uma velaque toque outra, a qual se acende imedia-tamente. As garras, afiadas e aduncas,possuem grande elegância, porque os axi-omas e argumentos da ciência penetramna mente e a prendem, de maneira queela não tem meios de evasão ou de fuga.

Todo conhecimento também deve serconsiderado como tendo sua sede no to-po das montanhas; pois uma coisa tão su-blime e elevada é merecidamenteestimada, olhando como das alturas paraa ignorância e tendo além disso perspecti-vas amplas de todos os lados, como ocor-re nos cumes. A Esfinge também propõeaos homens diversas perguntas e enigmasque recebeu das musas. Nessas perguntasprovavelmente não existe crueldade, en-quanto permanecem com as musas; pois,enquanto o objetivo da meditação ou dapesquisa for apenas conhecer, o entendi-mento não se vê oprimido ou circunscritopor isso, mas está livre para divagar e es-praiar-se, e encontra na própria incertezada conclusão e da variedade certo prazere deleite; contudo, quando passam dasmusas para a Esfinge, isto é, da contem-plação à prática, na qual fazem-se neces-sárias a ação imediata e a decisão,tornam-se dolorosas e cruéis; a menosque sejam resolvidas e decididas, ator-mentam e preocupam estranhamente opensamento, puxando-o para um lado epara o outro, na verdade rasgando-o empedaços. Além disso, os enigmas da Es-finge sempre possuem uma dupla condi-ção a eles ligada: distração e laceração damente, quando se deixa de resolvê-los;quando se consegue, um reino. Pois aque-

le que compreende seu tema domina seuobjetivo; e todo trabalhador é rei em seutrabalho.

Quanto aos enigmas da Esfinge, exis-tem ao todo dois tipos: um relativo à na-tureza das coisas, outro relativo ànatureza do homem; do mesmo modo,há dois tipos de reino oferecidos como re-compensa por resolvê-los: um para reinarsobre a natureza, outro sobre o homem.Pois o comando das coisas naturais —corpos, medicamentos, poderes mecâni-cos e infinitas coisas do mesmo tipo — éo único objetivo adequado e final da ver-dadeira filosofia natural; entretanto, a fi-losofia da Escola, contente com o queencontra, e cheia de palavras, pode negli-genciar ou desprezar a pesquisa de reali-dades e obras. Mas o enigma proposto aÉdipo, cuja solução o fez rei de Tebas, erarelativo à natureza do homem; pois quempossuir uma visão ampla e penetrante danatureza do homem poderá conformarsua sorte quase como desejar, e mereceimperar.

A fábula acrescenta com grande graçaque, quando a Esfinge foi derrotada, seucorpo foi colocado nas costas de um as-no; pois não há coisa mais misteriosa eabstrusa, mas, uma vez entendida e tor-nada pública, até mesmo um tolo podecompreendê-la. Tampouco se deve esque-cer este outro tema, o de que a Esfinge foiderrotada por um homem coxo, aleijadodos pés; pois os homens em geral avan-çam com demasiado açodamento e pres-sa em direção à solução dos enigmas daEsfinge; e disso decorre que a Esfinge osvence, e, em vez de obter o reino median-te suas obras e efeitos, os homens conse-guem apenas distrair e preocupar suasmentes com disputas.

BACON, Francis. "A Esfinge"In: SHATTUCK, Roger. Conhecimento

Proibido. São Paulo. Cia das Letras, 1998

"A Esfinge" de Francis Bacon

Aniversariantes de dezembro10 Marcos Daniel26 Maria Claudia27 Christiane Pitanga30 Sandra Horani