informações gerais sobre indios de altamira
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INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE
OS INDÍGENAS DE ALTAMIRA-PA
1 – GRUPO INDÍGENA ARARA
Este grupo teve seu território cortado ao meio pela abertura da rodovia
Transamazônica e foi contactado no ano de 1981 e 1983, após perambular por toda a
região dos rios Curuá-Uma, Pacajá, Xingu e Iriri, mantém hoje uma aldeia ( Laranjal )
localizada na margem esquerda do rio Iriri, acima da localidade conhecida por Desvio,
há cerca de 07 horas de voadeira da cidade de Altamira. Este tempo de deslocamento
pode variar, em razão da estação; no inverno, gasta-se menos tempo para atingir a
aldeia, cerca de 05 horas. Atualmente somam uma população de 263 índios e falam
uma língua classificada como pertencente ao tronco lingüístico karib. Residem na
Terra Indígena Arara, com 274.010 hectares, área esta demarcada, homologada e
registrada.
2 – GRUPO INDÍGENA ASSURINI
Grupo contactado no ano de 1.976, nas margens do igarapé Ipiaçava, afluente da
margem direita do rio Xingu, foi deslocado após o contato para a margem do rio, onde
está localizada a Aldeia Koatinemo. Durante longo tempo, este grupo decidiu não
mais se reproduzir, em razão, permanecendo com uma população bastante reduzida,
situação que obrigou a FUNAI, a realizar um sério trabalho de recuperação
demográfica. Sua população hoje soma 161 indígenas (mai/11) e falam a língua do
tronco lingüístico Tupi. Residem na Terra Indígena Koatinemo, com 387.834 hectares,
demarcada, homologada e registrada.
3 – GRUPO INDÍGENA ARAWETÉ
Este grupo foi contactado no ano de 1.977 e durante o contato, teve a população
reduzida consideravelmente, em razão de surtos epidêmicos causados pela carência
imunológica. Considerado como um grupo de características nômades, possuíam
aldeias em vários locais, destacando as fixações ao longo do igarapé Ipixuna,
afluente da margem direita do rio Xingu. Hoje estão divididos em 06 aldeias,
distribuídas ao longo do rio Xingu e igarapé Ipixuna, perfazendo uma população total
de 330 indios, falantes de língua Tupi. Residem na Terra Indígena Araweté do Igarapé
Ipixuna, com superfície de 980.939 hectares, demarcada, homologada e registrada.
4 – GRUPO INDÍGENA PARAKANÃ
Grupo indígena dissidente do grupo da região do Itacaiúnas, este grupo foi
contactado pela FUNAI nos anos de 1.983/84, nas proximidades do igarapé Bom
Jardim, afluente da margem direita do rio Xingu. Conhecidos como destemidos
guerreiros, atacou vários outros grupos na região, como os Xikrin e os Araweté, antes
do contato. A população atual é de 392 indígenas, divididos em 03 aldeias e falantes
de língua Tupi. Residem na Terra Indígena Apyterewa, com 733.000 hectares,
demarcada e homologada.
5 – GRUPO INDÍGENA KARARAÔ
Grupo kayapó, contactado na década de 70, é um dos grupos com menor
população da região de Altamira, residindo em uma aldeia, na margem esquerda do
rio Iriri, totalizando57 índios. Seu território indígena está demarcado, homologado e
registrado, num total de 330.000 hectares. São falantes do tronco lingüístico Gê.
6 – GRUPO INDÍGENA ARARA (Cachoeira Seca )
Embora o nome, não existe quaisquer relações com os Arara Maia, da Volta
Grande do Xingu. Este grupo foi contactado em 2007 pelo sertanista Afonso Alves da
Cruz e seu histórico, confirma a proximidade e relação familiar com os Arara do
Laranjal. Também falantes de língua karib, soma hoje uma população de 87 índios,
residindo na Terra Indígena Cachoeira Seca, que está sendo demarcada (2011), com
uma superfície de 734.000 hectares.
7 – GRUPO INDÍGENA XIPAYA
Este grupo teve seu contato ocorrido ainda na década de 40, havendo poucos
registros sobre o fato. Muitos membros destes grupos hoje encontram-se vivendo nos
perímetros urbanos ou localidades ribeirinhas, em relações matrimoniais com não-
índios. Não falam mais o idioma tradicional do grupo, que é classificado como Tupi.
Um grupo de 95 remanescentes indígenas residem na Terra Indígena Xipaya, com
177.671 hectares, nas proximidades do Entre-rios ( Curuá e Iriri ), terra demarcada e
homologada, divididos em 02 aldeias.
8 - GRUPO INDÍGENA KURUAYA
Como os Xipaya, tiveram seu contato com a sociedade nacional ainda na década
de 40, havendo casamentos entre os dois grupos e com não-índios. Muitos vivem em
perímetros urbanos e nos beiradões dos rios Iriri, Xingu e Curuá. Residem em uma
aldeia no rio Curuá na Terra Indígena Kuruaya, demarcada e homologada com uma
superfície de 166.000 hectares. Classificados como falantes de língua Tupi, não
praticam mais o idioma tradicional do grupo.
9 – GRUPO INDÍGENA JURUNA
Grupo indígena contactado também na década de 40, residem na chamada Volta
Grande do Xingu. A exemplo dos Xipaya e Kuruaya, não falam a língua materna do
grupo, havendo inúmeras relações interraciais. Muitos juruna residem na cidade de
Altamira e nos beiradões. Residem na Terra Indígena Pakisamba, com 4.434 hectares,
demarcada, homologada e registrada, entretanto existem estudos para revisão de
limites de seu território. Segundo estudos, é um dos grupos que serão mais
diretamente atingido pelos impactos da hidrelétrica de Belo Monte. A população
aldeada soma hoje 123 indios, divididos em 02 aldeias.
10 – GRUPO INDÍGENA ARARA DA VOLTA GRANDE
Apesar de residirem na região da Volta Grande desde o século XIX, este grupo
indígena somente foi oficialmente reconhecido pela FUNAI no ano de 2007, quando
tiveram os limites de suas terras definidos em 25.000 hectares. Esta área foi
recentemente demarcada (mai/11). Nesta área vivem cerca de 108 remanescentes
indígenas, não mais falantes da língua materna. Como os Juruna, serão os mais
diretamente atingidos pela hidrelétrica de Belo Monte.
Além destes grupos, a FUNAI ainda assiste e espera a definição de estudos
antropológicos e fundiários para definir a situação de algumas famílias que residem ao
longo da estrada de acesso a Vitória do Xingu, no Km 17. Estas famílias somam 54
pessoas, pertencentes do grupo Juruna.
Vistorias e registros oficiais também já foram realizados, visando a identificação
de um grupo indígena isolado, que perambula na região entre os rios Bom Jardim,
Bacajá e Ituna. A FUNAI já interditou uma área para efeito de proteção deste grupo
isolado.
Altamira(PA) 23 de junho de 2011.
Responsável pelas informações: Nerci Caetano Ventura – Técnico Indigenista/FUNAI.