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Página 1 / 7Informação para Doentes - Cancro da Próstata
Diagnóstico e Classificação do Cancro da Próstata32
PortuguêsInformação para Doentes
Na maioria dos casos, o cancro da próstata é assinto-
mático, o que significa que não existem sintomas que
o indiquem de forma clara. A maioria dos cancros é
detetada após um teste para verificar o nível de an-
tigénio específico da próstata (PSA) no sangue. Se
o nível de PSA no sangue for elevado, o seu médico
irá recomendar mais exames para averiguar qual a
causa deste aumento. Um teste PSA por si só nunca
pode ser utilizado para diagnosticar cancro da prós-
tata.
Os instrumentos mais frequentes para avaliar a sua
próstata são o teste PSA e um toque rectal (TR). O
seu médico pode recomendar estes testes se apre-
sentar sintomas urinários, que poderão incluir a ne-
cessidade de urinar mais frequentemente do que o
habitual, uma súbita vontade de urinar que é difícil de
adiar, ou uma perda involuntária de urina ou gotejar
de urina para as cuecas. Muitas vezes, estes sinto-
mas apontam para outros problemas, mais frequen-
temente a hiperplasia benigna da próstata (HBP).
Também poderão ser um sinal de cancro da próstata
avançado, razão pela qual poderá ser necessário fa-
zer diversas análises antes do médico poder fazer
um diagnóstico definitivo.
Os termos sublinhados estão listados no glossário.
Baseado nos resultados destes exames, o seu médico
pode recomendar uma biópsia prostática. Tenha em
mente que a biópsia prostática é o único exame que
pode confirmar o diagnóstico de cancro da próstata.
Visto o cancro da próstata ser geralmente assinto-
mático, o seu médico poderá recomendar testes PSA
regulares. O pedido desta análise depende de vários
fatores, incluindo a política do seu médico ou hospi-
tal, ou a política nacional de saúde do seu país. Os
fatores mais importantes são sempre a sua idade e a
sua história familiar.
Se lhe for diagnosticado cancro da próstata, o uro-
logista necessita de definir o estádio do tumor. Ana-
lisando o tecido tumoral recolhido durante a cirurgia
ou biópsia, o patologista determinará as caracterís-
ticas do tumor e se é ou não uma forma agressiva.
Em conjunto, o estádio e a agressividade do tumor
formam a classificação.
A classificação do tumor na próstata é usada para
estimar o seu prognóstico individual. Baseado neste
prognóstico individual, o seu médico irá discutir a me-
lhor opção terapêutica para o seu caso.
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Esta secção oferece informação geral que não é es-
pecífica para as suas necessidades individuais. Te-
nha em mente que as situações podem variar em
países diferentes.
Sintomas no diagnósticoO cancro da próstata é geralmente assintomático,
o que significa que não existem sintomas claros
que o indiquem. Na maioria dos casos, os sintomas
são causados pela hiperplasia benigna da próstata
(HBP), ou por uma infeção. Se o cancro da prósta-
ta causar sintomas, é habitualmente um sinal que a
doença progrediu. Por este facto, é importante que
seja observado por um médico para compreender o
que está a causar os sintomas.
Os sintomas podem incluir:
• Sintomas urinários como aumento da frequência
urinária ou um jato urinário fraco
• Sangue na urina
• Problemas de ereção
• Incontinência urinária
• Perda do controlo intestinal
• Dor nas ancas, costas, peito, ou pernas.
• Fraqueza muscular das pernas
A dor óssea pode ser um sinal que o cancro se
disseminou pelo organismo. Isto é conhecido como
doença metastática.
Instrumentos de diagnósticoUm dos instrumentos mais frequentemente utilizados
para diagnosticar doenças da próstata é uma análise
que avalia o nível de antigénio específico da próstata
(PSA) no sangue. Se o nível de PSA for demasiado
elevado, isto sugere que as células prostáticas se es-
tão a comportar de forma anormal. Pode acontecer
devido a um tumor na próstata, mas também devido
a uma infeção ou a uma hiperplasia benigna da prós-
tata.
O seu médico fará um exame retal com um dedo para
sentir o tamanho, a forma e consistência da próstata
(Fig. 1). Este exame é conhecido como toque retal
(TR).
Fig. 1: Toque retal para sentir o tamanho, forma e consistência da próstata.
próstata
reto
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Termos que o seu médico pode utilizar:
Tumor benigno → crescimento não cancerígeno que não se disseminará para outros órgãos
Tumor maligno → crescimento cancerígeno que evolui continuamente ou por surtos. Os tumores malignos
podem metastizar, o que significa que disseminam pelo organismo
Doença metastática → quando um tumor se disseminou para outros órgãos ou gânglios linfáticos distantes
Em alguns casos, o seu médico poderá recomen-
dar um exame imagiológico do trato urinário inferior.
Estão disponíveis diferentes tipos de exames, tais
como a ecografia, a TAC, a RMN e o cintigrama ós-
seo/cintigrafia óssea.
Nenhum destes instrumentos fornece uma resposta
definitiva sobre se tem ou não um cancro da prós-
tata. O seu médico utilizará o resultado destes exa-
mes, juntamente com a sua idade e história familiar,
para estimar o risco de ter este cancro.
Se o risco for elevado, poderá necessitar de realizar
uma biópsia prostática. Este exame é usado para
confirmar se tem ou não um tumor. Durante o pro-
cedimento, são retiradas entre 8 e 12 amostras de
tecido prostático. Se estiver a tomar medicação para
prevenir a formação de coágulos, discuta com o seu
médico a necessidade de a suspender antes do exa-
me. O seu médico prescrever-lhe-á um antibiótico
antes da biópsia, e certificar-se á que o reto e o cólon
estão limpos para prevenir uma infeção.
O procedimento realiza-se sob anestesia local; o mé-
dico insere uma agulha na próstata, através do reto,
e as amostras são retiradas de diferentes áreas da
glândula prostática. Se realizou um exame imagioló-
gico, a biópsia poderá ser mais direcionada para a
área da próstata que mostrou um possível tumor. As
amostras dos tecidos são analisadas por um patolo-
gista para ajudar a determinar o tratamento futuro.
Após a realização da biópsia prostática, poderá ter
algum sangue na urina ou sémen. Se desenvolver
febre, deverá contactar o médico imediatamente.
Apesar de a biópsia ser considerado um instrumen-
to de diagnóstico fiável, é possível que um tumor na
próstata não seja diagnosticado.
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Teste PSA
O cancro da próstata é geralmente assintomático, mas existem vários fatores de risco conhecidos, que são o au-
mento da idade, uma história familiar de cancro da próstata e a sua etnia. Se tiver um risco aumentado de poder ter
cancro da próstata, o seu médico poderá recomendar uma análise que mede os níveis de antigénio específico da
próstata (PSA) no seu sangue, conhecida como o teste PSA.
A principal vantagem do teste PSA é avaliar regularmente os homens que tenham um risco aumentado de desenvol-
ver um cancro da próstata. Isto significa que os tumores podem ser encontrados mais cedo, com maior probabilidade
de serem curados.
A maior desvantagem do teste PSA é diagnosticar igualmente tumores que não causariam problemas graves de
saúde. O tratamento destes tumores pode conduzir a efeitos secundários físicos desagradáveis; um diagnóstico de
cancro pode levar a ansiedade e stress. Para prevenir o chamado sobre-tratamento, alguns urologistas opõem-se
ao rastreio do cancro da próstata com testes PSA regulares.
Discuta com o seu médico as vantagens e as desvantagens do teste PSA e se este será correto para o seu caso.
Classificação e estratificação de risco Os tumores prostáticos são classificados de acordo
com o estádio do tumor e o grau de agressividade das
células tumorais. Estes dois elementos são a base
para a opção de tratamento possível indicada para si.
O médico realiza uma série de exames para com-
preender melhor a sua situação específica. O exame
físico e os exames imagiológicos são utilizados para
determinar o estádio da doença. O cancro da próstata
é classificado de acordo com o grau de avanço do tu-
mor e considerando se o cancro se disseminou ou não
para os gânglios linfáticos ou outros órgãos.
O estadiamento dos tumores da próstata é baseado
na classificação TNM. O urologista verifica o tama-
nho e a invasão do tumor (T) e determina o quanto
avançado se encontra, com base em 4 estádios. O
seu médico também assinalará um a, b, ou c ao está-
dio, dependendo das dimensões do tumor.
Também será verificado se algum gânglio linfático à
volta da próstata está afetado (N) ou se o cancro se
disseminou para outra parte do organismo (M). Se
os tumores da próstata metastizarem, fazem-no ha-
bitualmente para os ossos, frequentemente para a
A pontuação de Gleason
A pontuação de Gleason varia de 6 a 10.
Os tumores com pontuação maior são mais
agressivos e mais difíceis de curar.
A pontuação é baseada no padrão das células
cancerígenas. Cada padrão recebe um valor
entre 1 e 5. O patologista soma as pontuações
dos dois padrões que aparecem na maioria das
amostras de tecido.
Por exemplo: o padrão mais frequente tem uma
pontuação de 3, e o segundo mais comum tem
uma pontuação de 4. Neste caso, a pontuação
de Gleason será 3 + 4 = 7.
coluna, ou para os pulmões, fígado ou cérebro. As
Figuras 2 a 6 ilustram os diferentes estádios.
O outro elemento de classificação é a pontuação de
Gleason. Esta pontuação é determinada por um pa-
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tologista, com base no tecido recolhido durante a biópsia. Fornece informações sobre a agressividade do tumor e,
com base no padrão demonstrado pelas células cancerígenas, o patologista poderá verificar a velocidade de cres-
cimento do tumor.
Para formar a estratificação de risco da sua doença, a classificação do tumor é combinada com a sua idade, história
clínica e familiar, e estado geral de saúde.
Tenha em consideração que a classificação definitiva do tumor só é possível após ter sido submetido a cirurgia para
remoção de toda a próstata.
Ilustrações dos diferentes estádios do cancro da próstata
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Fig. 3: Um tumor da próstata T2 está limitado à próstata.
tumor em ambos os lobos da próstata
Fig. 2: Um tumor da próstata T1 é demasiado pequeno para ser sentido no toque retal ou visualizado num exame.
osso púbico
tumor
próstata
bexiga
vesículas seminais
reto
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A equipa médica multidisciplinar
Urologista: urologista é o especialista nas
doenças do trato urinário e é geralmente um
cirurgião
Oncologista médico: oncologista médico é o
especialista em todos os tipos de cancro e usa
fármacos para os tratar
Uro-oncologista: uro-oncologista é o
especialista em tumores urológicos como, por
exemplo, bexiga, rim, próstata ou testículos.
Radioncologista: o radioncologista usa
radioterapia para tratar o cancro
Patologista: o patologista estuda os tecidos, o
sangue, ou urina para perceber as características
das doenças. No tratamento do cancro, o
patologista ajuda a classificar os tumores
Radiologista: radiologista é o especialista nas
técnicas imagiológicas e analisa ecografias, TAC,
RM e outros exames utilizados para diagnosticar
ou monitorizar os tumores
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Fig. 4: Um tumor da próstata T3 que alastrou para as vesículas seminais.
Fig. 5: Um tumor da próstata T4 que alastrou para o colo vesical, esfíncter urinário e reto.
osso púbico
tumor
bexigacolo vesical
vesículas seminais
reto reto
próstata
tumor
esfíncter urinário
metástases cerebrais
metástases ósseas
metástases espinhais
metástases pulmonares
metástases hepáticas
tumor da próstatagânglios linfáticos pélvicos
Fig. 6: O cancro da próstata metastático pode alastrar para os ossos, coluna vertebral, pulmões ou cérebro.
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Esta informação foi atualizada em janeiro de 2015.
Este folheto é parte integrante da Informação da EAU para Doentes, sobre Cancro da Próstata. Contém informação geral sobre esta doença. Se tiver questões específicas sobre a situação médica individual deverá consultar o seu médico ou outro profissional de saúde. Nenhum folheto pode substituir uma conversa pessoal com o seu médico.
Esta informação foi produzida pela Association of Urology (EAU) [Associação Europeia de Urologia] em colaboração com a EAU Section of Uro-Oncology (ESOU) [Secção de Uro-oncologia da EAU], os Young Academic Urologists (YAU) [Jovens Urologistas Académicos], a European Association of Urology Nurses (EAUN) [Associação Europeia de Enfermeiros de Urologia], e a Europa Uomo.
O conteúdo deste folheto está em linha com as Guidelines da EAU.
Pode obter estas e outras informações sobre doenças urológicas no nosso website: http://patients.uroweb.org
Colaboradores:Dr. Roderick van den Bergh Utrecht, HolandaProf. Dr. Zoran Culig Innsbruck, ÁustriaProf. Dr. Louis Denis Antuérpia, BélgicaProf. Bob Djavan Viena, ÁustriaMr. Enzo Federico Trieste, ItáliaMr. Günter Feick Pohlheim, AlemanhaDr. Pirus Ghadjar Berlim, AlemanhaDr. Alexander Kretschmer Munique, AlemanhaProf. Dr. Feliksas Jankevičius Vilnius, LituâniaProf. Dr. Nicolas Mottet Saint-Étienne, FrançaDr. Bernardo Rocco Milão, ItáliaMs. Maria Russo Orbassano, Itália
Tradutores:Dr. Frederico Furriel Leiria, PortugalDr. Pedro Eufrásio Leiria, Portugal