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Informativo 777-STF (24/03/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 1 Márcio André Lopes Cavalcante Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista ou adiamento: PSV 96/DF; PSV 26/DF; PSV 65/SP; PSV 57/DF; ACO 758/SE; ADI 4284/RR. Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com base em peculiaridades do caso concreto: CC 7706 AgR-segundo-ED-terceiros/SP; RE 816084 AgR/DF. ÍNDICE DIREITO CONSTITUCIONAL COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS A competência para legislar sobre serviços de telecomunicações é privativa da União. Súmula vinculante 38-STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. Súmula vinculante 39-STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA Súmula vinculante 40-STF: A contribuição confederativa de que trata o artigo 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. DIREITO ADMINISTRATIVO CONCURSO PÚBLICO Critério de desempate em concursos de remoção de serventias notariais e registrais. SERVIDORES PÚBLICOS Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Lei estadual não pode incluir os titulares de serventias extrajudiciais no regime próprio de Previdência Social. DIREITO PROCESSUAL PENAL PROGRESSÃO DE REGIME Estrangeiro com pedido de extradição já deferido. DIREITO TRIBUTÁRIO TAXAS Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. ICMS É inconstitucional lei estadual que concede benefícios fiscais relacionados com o ICMS sem a prévia celebração de convênio intergovernamental. DIREITO PREVIDENCIÁRIO PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Competência da Justiça estadual para julgar complementação de aposentadoria por entidades de previdência privada.

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Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |1 Mrcio Andr Lopes Cavalcante Processos excludos deste informativo esquematizado por no terem sido concludos em virtude de pedidos de vista ou adiamento: PSV 96/DF; PSV 26/DF; PSV 65/SP; PSV 57/DF; ACO 758/SE; ADI 4284/RR. Julgadosexcludosporteremmenorrelevnciaparaconcursospblicosouporteremsidodecididoscombaseem peculiaridades do caso concreto: CC 7706 AgR-segundo-ED-terceiros/SP; RE 816084 AgR/DF. NDICE DIREITO CONSTITUCIONAL COMPETNCIAS LEGISLATIVAS A competncia para legislar sobre servios de telecomunicaes privativa da Unio. Smulavinculante38-STF:competenteomunicpioparafixarohorriodefuncionamentodeestabelecimento comercial. Smula vinculante 39-STF: Compete privativamente Unio legislar sobre vencimentos dos membros das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. CONTRIBUIO CONFEDERATIVA Smula vinculante 40-STF: A contribuio confederativa de que trata o artigo 8, IV, da Constituio Federal, s exigvel dos filiados ao sindicato respectivo. DIREITO ADMINISTRATIVO CONCURSO PBLICO Critrio de desempate em concursos de remoo de serventias notariais e registrais. SERVIDORES PBLICOS Smula vinculante 42-STF: inconstitucional a vinculao do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a ndices federais de correo monetria. REGIME PRPRIO DE PREVIDNCIA SOCIAL Lei estadual no pode incluir os titulares de serventias extrajudiciais no regime prprio de Previdncia Social. DIREITO PROCESSUAL PENAL PROGRESSO DE REGIME Estrangeiro com pedido de extradio j deferido. DIREITO TRIBUTRIO TAXAS Smula vinculante 41-STF: O servio de iluminao pblica no pode ser remunerado mediante taxa. ICMS inconstitucional lei estadual que concede benefcios fiscais relacionados com o ICMS sem a prvia celebrao de convnio intergovernamental. DIREITO PREVIDENCIRIO PREVIDNCIA COMPLEMENTAR Competncia da Justia estadual para julgar complementao de aposentadoria por entidades de previdncia privada. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |2 DIREITO CONSTITUCIONAL COMPETNCIAS LEGISLATIVAS A competncia para legislar sobre servios de telecomunicaes privativa da Unio A competncia para legislar sobre servios de telecomunicaes privativa da Unio. Logo,inconstitucionalleiestadualqueversesobreestetema,comoocasodeleiestadual quedispesobreaorganizaodosserviosdetelecomunicaes,acriaoefuncionamento de um rgo regulador e outros aspectos institucionais. STF. Plenrio. ADI 2615/SC, red. p/ o acrdo Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/3/2015 (Info 777). A competncia para legislar sobre telecomunicaes privativa da Unio, estando prevista nos art. 21, XI e 22, IV, da CF/88 : Art. 21. Compete Unio: XIexplorar,diretamenteoumedianteautorizao,concessooupermisso,osserviosde telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais; Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre: IV guas, energia, informtica, telecomunicaes e radiodifuso; ALeidequetrataesteincisoaLein.9.472/97,quedispesobreaorganizaodosserviosde telecomunicaes, a criao e funcionamento de um rgo regulador e outros aspectos institucionais. Combasenoquefoiacimaexposto,oSTFjulgouinconstitucionalleidoEstadodeSCquefixavaas condies de cobrana dos valores da assinatura bsica residencial nos servios de telefonia fixa. COMPETNCIAS LEGISLATIVAS SMULA VINCULANTE 38-STF: competenteomunicpioparafixarohorriodefuncionamentodeestabelecimento comercial. Aprovada pelo Plenrio do STF em 11/03/2015. Converso da smula 645 do STF A concluso exposta nesta SV 38 j era prevista expressamente em uma smula comum do STF, a smula 645 do STF (de 24/09/2003) e que tem exatamente a mesma redao. Dessemodo,o objetivodoSTFfoiodereafirmarqueoentendimentodoenunciado645continuavlido atualmente e, alm disso, conferir efeito vinculante a ele, fazendo com que se torne obrigatrio para todos os demais rgos do Poder Judicirio e para a administrao pblica. Histrico sobre o tema Na dcada de 90, diversos Municpios brasileiros editaram leis fixando o horrio de funcionamento de lojas, bares, farmcias e outros estabelecimentos comerciais existentes em seu territrio. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |3 Veja um exemplo concreto: Lei Municipal n. 7.482/90 (Curitiba): Art.1Ofuncionamentoexternodos estabelecimentoscomerciais eprestadoresdeserviodo Municpio de Curitiba atender as disposies desta lei. Art. 2 livre o horrio de atendimento ao pblico, observados os seguintes limites: I - Das 9:00 s 19:00 horas, de segunda sexta-feira; II - Das 9:00 s 13:00 horas, aos sbados. 1 - Os supermercados, nos setores de alimentao e similares, podero funcionar de segunda sbado, das 9:00 s 21:00 horas. (...) 4 - O disposto no caput do presente artigo no se aplica aos seguintes estabelecimentos: I - restaurantes, confeitarias, sorveterias, bares, cafs e similares; II - mercearias, aougues, feiras e lojas de artesanato, bancas de jornais e revistas, floricultura, farmcias e drogarias, cabeleireiros, barbeiros e funerrias; II - hotis e similares; IV - postos de gasolina e estacionamento de veculos; V - cinemas, teatros e casas de diverses pblicas; (...) Os donos dos estabelecimentos comerciais atingidos comearam a questionar essas leis editadas ao redor dopas,soboargumentodequeesseassunto(horriodefuncionamentodosestabelecimentos comerciais)estariarelacionadocomDireitoComercialeDireitodoTrabalho,deformaquetais Municpios teriam invadido a competncia privativa da Unio prevista no art. 22, I, da CF/88: Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre: I-direitocivil,comercial,penal,processual,eleitoral,agrrio,martimo,aeronutico,espacialedo trabalho; O argumento dos donos de estabelecimento foi aceito pelo STF? Tais leis municipais so inconstitucionais? NO. O STF firmou o entendimento de que tais leis so CONSTITUCIONAIS.CompeteaosMunicpioslegislarsobreohorriodefuncionamentodosestabelecimentoscomerciais situadosnombitodeseusterritrios.Issoporqueessamatriaentendidacomosendoassuntode interesse local, cuja competncia municipal, nos termos do art. 30, I, da CF/88: Art. 30. Compete aos Municpios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; Cadacidadetemsuaspeculiaridades,temseumododevida,umassomaiscosmopolitas,comestilode vida agitado, muitos servios, turistas. Por outro lado, existem aquelas menos urbanizadas, com costumes mais tradicionais etc. Assim, o horrio de funcionamento dos estabelecimentos comerciais deve atender a essas caractersticas prprias, anlise a ser feita pelo Poder Legislativo local. Esse entendimento do STF foi reiterado inmeras vezes ao ponto de a Corte editar um enunciado, em 2003, explicitando a concluso: Smula645-STF(de24/09/2003):competenteoMunicpioparafixarohorriodefuncionamentode estabelecimento comercial. Valeressaltarque,sobreessetema,jhaviaumasmulamaisantigadoSTFquetambm espelhava,em ltima anlise, a mesma concluso, apesar de ter sido editada sob a gide da CF/1946: Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |4 Smula 419-STF (de 01/06/1964): Os municpios tem competncia para regular o horrio do comrcio local, desde que no infrinjam leis estaduais obu federais vlidas. PoriniciativadoMin.RicardoLewandowski,atualPresidentedaCorte,oPlenriodoSTFtemconvertido em smulasvinculantesalgumassmulas comuns com o objetivodeagilizar osprocessosepacificar os temas.Essasmula645foiumadasescolhidaseporissosuaredaofoitransformadaemsmula vinculante. Ressalva SV 38-STF: Existe uma exceo Smula Vinculante 38: o horrio de funcionamento dos bancos. Segundo o STF e o STJ, as leis municipais no podem estipular o horrio de funcionamento dos bancos. A competncia para definir o horrio de funcionamento das instituies financeiras da Unio. Isso porque esseassunto(horriobancrio)trazconsequnciasdiretasparatransaescomerciaisintermunicipaise interestaduais,transfernciasdevaloresentrepessoasemdiferentespartesdopas,contratosetc., situaesquetranscendem(ultrapassam)ointeresselocaldoMunicpio.Enfim,ohorriode funcionamento bancria um assunto de interesse nacional (STF RE 118363/PR). O STJ possui, inclusive, um enunciado que espelha esse entendimento: Smula 19-STJ: A fixao do horrio bancrio, para atendimento ao pblico, da competncia da Unio. Dessemodo,aSmula19doSTJcompatvelcomaSmulaVinculante38doSTF,ambasconvivendo harmonicamente. Legislao sobre outros aspectos relacionados com os servios bancrios disponibilizados aos clientes Vale ressaltar, por fim, que os Municpios podem legislar sobre medidas que propiciem segurana, conforto e rapidez aos usurios de servios bancrios (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em 18/12/2012). Exs: tempo mximo de espera na fila (Lei das Filas), instalao de banheiros e bebedouros nas agncias, colocao de cadeiras de espera para idosos, disponibilizao de cadeiras de rodas, medidas para segurana dos clientes etc. Tais assuntos, apesar de envolverem bancos, so considerados de interesse local e podem ser tratados por lei municipal. Resumindo. Lei municipal pode dispor sobre: Horrio de funcionamento de estabelecimento comercial: SIM (SV 38). Horrio de funcionamento dos bancos (horrio bancrio): NO (Smula 19 do STJ). Medidas que propiciem segurana, conforto e rapidez aos usurios de servios bancrios: SIM. Concursos Smula importantssima para todos os concursos pblicos, em especial os municipais. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |5 COMPETNCIAS LEGISLATIVAS SMULA VINCULANTE 39-STF: Compete privativamente Unio legislar sobre vencimentos dos membros das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. Aprovada pelo Plenrio do STF em 11/03/2015. Converso da smula 647 do STF A concluso exposta nesta SV 39 j era prevista em uma smula comum do STF, a smula 647 do STF (de 24/09/2003)equetempraticamenteamesmaredao,tendosidoacrescentada,contudo,amenoao corpo de bombeiros, que no existia no enunciado original. Compare: Smula647-STF:CompeteprivativamenteUniolegislarsobrevencimentosdosmembrosdaspolcias civil e militar do Distrito Federal. Polcia civil, polcia militar e corpo de bombeiros militar do DF Aspolciascivilemilitareocorpodebombeirosmilitarsorgosdeseguranapblicasestaduais.Em outraspalavras,sorgosestruturadosemantidospelosEstados-membros.Osvencimentosdos membrosdaspolciascivilemilitaredocorpodebombeirossofixadospormeiodeleisestaduaiseos recursos utilizados para pagamento so oriundos dos cofres pblicos estaduais. No caso do Distrito Federal, contudo, isso diferente. A CF/88 decidiu, por uma escolha poltica, que a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar doDistritoFederaldeveriamserorganizadosemantidosnopeloDistritoFederal,massimpelaUnio (Governo Federal). Veja: Art. 21. Compete Unio: (...) XIV - organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio; Valeressaltar,noentanto,que,mesmoorganizadosemantidospeloGovernoFederal,oGovernodo DistritoFederalpoderutilizarosserviosdaspolciascivilemilitaredo corpo debombeiros militar,nos termos da lei federal:Art. 32. (...) 4 - Lei federal dispor sobre a utilizao, pelo Governo do Distrito Federal, das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar. Importante destacar, ainda, que as polcias civil e militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, mesmo sendo mantidas pela Unio, subordinam-se ao Governador do Distrito Federal (art. 144, 6). Recapitulando. Polcia civil, polcia militar e o corpo de bombeiros militar do DF: Quem organiza e mantm: a Unio (art. 21, XIV); A quem esto subordinados: ao Governador do DF (art. 144, 6). Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |6 Diantedisso,surgiuadvida:quemtemcompetnciaparalegislarsobreosvencimentosdosmembros das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal? AUnio.Issoporquesegundooart.21,XIV,daCF/88,competeUnioORGANIZAReMANTERapolcia civilaspolciascivilemilitareocorpodebombeirosmilitardoDistritoFederal.Ora,aorganizaodos rgos pblicos, em regra, precisa ser feita por meio de lei. Alm disso, manter tais rgos significa dar os recursos financeiros necessrios sua sobrevivncia. Logo, compete Uniolegislar sobre os vencimentos dos membros de tais instituies considerando que isso est abrangido no conceito de organizar e manter. O ento Min. Carlos Ayres Britto, durante debate de uma ADI no STF, afirmou, com muita sabedoria, que, sefosse permitido que o Distrito Federal legislasse sobre os vencimentos dos membros daspolcias civil e militaredocorpodebombeirosmilitardoDistritoFederalestariasendoadmitidoqueoGovernodoDF fizesse cortesia com o chapu alheio porque quem vai arcar com as despesas a Unio (STF.ADI 1.045, Rel. Min. Marco Aurlio, julgado em 15/4/2009). Emsuma,nohaverialgicaemseadmitirqueoDistritoFederaltivessecompetnciaparaaumentaros vencimentos dos policiais e bombeiros se no ser ele quem ira pagar tal remunerao. Concursos Smula menos importante para concursos pblicos, salvo os do Distrito Federal. CONTRIBUIO CONFEDERATIVA SMULA VINCULANTE 40-STF: Acontribuioconfederativadequetrataoartigo8,IV,daConstituioFederal,s exigvel dos filiados ao sindicato respectivo. Aprovada pelo Plenrio do STF em 11/03/2015. Converso da smula 666 do STF A concluso exposta nesta SV 40 j era prevista em uma smula comum do STF, a smula 666 do STF (de 24/09/2003) e que tem a mesma redao. PoriniciativadoMin.RicardoLewandowski,atualPresidentedaCorte,oPlenriodoSTFtemconvertidoem smulasvinculantesalgumassmulascomunscomoobjetivodeagilizarosprocessosepacificarostemas. Essa smula 666 foi uma das escolhidas e por isso sua redao foi transformada em smula vinculante. Contribuio sindical Comoobjetivodegarantiroseucusteio,aCF/88assegurousentidadessindicaisduascontribuies diferentes. Veja: Art. 8 (...) IV - a assembleia geral fixar a contribuio que, em se tratando de categoria profissional, ser descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representao sindical respectiva, independentemente da contribuio prevista em lei; Dessemodo,apesardearedaodoincisoserumpoucotruncada,possvelperceberqueelefalaem duas espcies de contribuio: 1) Contribuio fixada pela assembleia geral (destacada na primeira parte); 2) Contribuio prevista em lei (destacada na segunda parte). Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |7 Confira as diferenas entre elas: Contribuio CONFEDERATIVAContribuio SINDICAL Prevista na 1 parte do art. 8, IV, da CF/88.Prevista na 2 parte do art. 8, IV, da CF/88. Tambmchamadadecontribuiode assembleia. Tambmchamadadeimpostosindical, expresso incorreta porque no imposto. NO tributo. um TRIBUTO.Trata-se de contribuio parafiscal (ou especial). institudapelaUnio,masasuaarrecadao destinada aos sindicatos. Fixadapelaassembleiageraldosindicato (obrigao ex voluntate). Instituda por meio de lei (obrigao ex lege). VOLUNTRIA.Acontribuioconfederativaconsideradacomo voluntriaporquesomentepagapelaspessoas que resolveram (optaram) se filiar ao sindicato. Acontribuioconfederativadequetrataoart. 8, IV, da Constituio, s exigvel dos filiados ao sindicato respectivo (SV 40). COMPULSRIA. Deveserpagaportodosaquelesquefizerem partedeumadeterminadacategoriaeconmica ouprofissional,oudeumaprofissoliberal,em favordosindicatorepresentativodamesma categoriaouprofissoou,inexistindoeste, Federaocorrespondentemesmacategoria econmica ou profissional. Aquinotemjeito:sevocmetalrgico,p.ex., ter que pagar a contribuio sindical, mesmo que no seja filiado ao sindicato. um tributo. NO precisa obedecer aos princpios tributrios.DEVERrespeitarosprincpiostributrios (legalidade, anterioridade etc.). LogoqueaCF/88foieditada,ossindicatosquiseramemplacaratesedequeasduasespciesde contribuio seriam obrigatrias, ou seja, a pessoa, mesmo sem ser filiada ao sindicato, deveria pag-las. O STF, contudo, rechaou essa tese e, para pacificar o assunto, editou, em 2003, um enunciado: Smula 666-STF: A contribuio confederativa dequetratao art. 8,IV, da Constituio, s exigvel dos filiados ao sindicato respectivo. PorqueacontribuioCONFEDERATIVAnoobrigatriaparatodosdacategoria?Porqueelas exigvel dos filiados ao sindicato? Porquenoexisteumaleiqueobrigueseupagamento.Acontribuioconfederativanoinstitudapor lei,massimpordecisodaassembleiageral.Ora,seapessoanofiliadaaosindicato,nohrazo jurdicaqueautorizequeelasejaobrigadaapagarumacontribuiocriadapelaassembleiageraldesse sindicato do qual no faz parte. Oindivduosomentepodeserobrigadoapagaralgoseissofordeterminadopormeiodeleiouseele prpriosesujeitouaisso.Comoacontribuioconfederativanoprevistaemlei,somenteser obrigatria se o trabalhador se sujeitou filiao junto quele sindicato. Para aqueles que fazem concursos trabalhistas, importante mencionar a posio do TST no mesmo sentido: Precedente normativo 119-TST: N119 CONTRIBUIES SINDICAIS- INOBSERVNCIA DEPRECEITOS CONSTITUCIONAIS (mantido)- DEJT divulgado em25.08.2014 "AConstituiodaRepblica,emseusarts.5,XXe8,V,asseguraodireitodelivreassociaoe sindicalizao. ofensiva a essa modalidade de liberdade clusula constante de acordo, conveno coletiva Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |8 ousentenanormativaestabelecendocontribuioemfavordeentidadesindicalattulodetaxapara custeiodosistemaconfederativo,assistencial,revigoramentooufortalecimentosindicaleoutrasda mesmaespcie,obrigandotrabalhadoresnosindicalizados.Sendonulasasestipulaesqueinobservem tal restrio, tornam-se passveis de devoluo os valores irregularmente descontados." Concursos Smula muito importante para todos os concursos pblicos. DIREITO ADMINISTRATIVO CONCURSO PBLICO Critrio de desempate em concursos de remoo de serventias notariais e registrais Importante!!! A lei estadual do Estado X prev que, em caso de empate entre os candidatos em concurso de remooparaserventiasnotariaiseregistrais,oprimeirocritriodedesempateomaior tempo de servio pblico. OcorrequeaLeiFederal10.741/2003(EstatutodoIdoso)determinaqueoprimeirocritrio dedesempateemconcursopblicoseraidade,dando-seprefernciaaodeidademais elevada (art. 27, pargrafo nico). Qual das duas legislaes dever prevalecer no caso? Alegislaoestadual.OEstatutodoIdoso,porserleigeral,noseaplicacomocritriode desempate, no concurso pblico de remoo para outorga de delegao notarial e de registro, quandoexistirleiestadualespecficaquereguleocertameetragaregrasaplicveisemcaso de empate. Desse modo, em nosso exemplo, a vaga deve ficar com o candidato que tiver maior tempo de servio pblico (e no necessariamente com o mais idoso). STF. 1 Turma. MS 33046/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/3/2015 (Info 777). Imagine a seguinte situao hipottica: Joo,Carloseoutroscandidatosestavamparticipandodoconcursoderemooparao1Ofciode Registro de Imveis da capital. Joo e Carlos terminaram o concurso empatados em 1 lugar com a mesma pontuao. A lei estadual que rege o concurso para os servios notariais e registrais do Estado prev a seguinte regra: Art. 11. Havendo empate entre os candidatos, a precedncia na classificao ser decidida de acordo com os seguintes critrios, sucessivamente: I aquele que contar com maior tempo de servio pblico; II o mais idoso. Joo era tinha 10 anos de servio pblico e Carlos, por seu turno, s possua 7 anos. Diantedisso,oTribunaldeJustiadeclarouque,pelocritriodedesempateprevistonaleiestadual,ele figurou em 1 lugar no concurso de remoo, razo pela qual ficou com a titularidade do RI. Estatuto do Idoso Carlos, contudo, no concordou e impetrou mandado de segurana alegando que o art. 11 da Lei estadual contraria o art. 27, pargrafo nico da Lei Federal n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). Veja o que diz a Lei: Art. 27. (...) Pargrafo nico. O primeiro critrio de desempate em concurso pblico ser a idade, dando-se preferncia ao de idade mais elevada. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |9 Assim,comoCarlos(55anos)maisvelhoqueJoo(40anos),pelocritriodeidade,eledeveriaser considerado o 1 colocado. AtesedeCarlosfoiaceitapeloSTF?Emcasodeconcursospblicosenvolvendocartrios(serventias notariais e registrais), o primeiro critrio de desempate deve ser obrigatoriamente a idade, por fora do Estatuto do Idoso? NO. O Estatuto do Idoso, por ser lei geral, no se aplica como critrio de desempate, no concurso pblico deremooparaoutorgadedelegaonotarialederegistro,quandoexistirleiestadualespecficaque regule o certame e traga regras aplicveis em caso de empate.Dessemodo,emnossoexemplo,avagadeveficarmesmocomJooporquealegislaoestadualno prev a idade como o primeiro critrio de desempate, no se aplicando o Estatuto do Idoso. No caso concreto, somente se poderia adotar o critrio de desempate que privilegiasse o mais idoso, como requeria o impetrante, se os candidatos tivessem tambm empatado quanto ao tempo de servio pblico. Mas neste caso no se estar negando vigncia ao Estatuto do Idoso? NO.NoseestnegandovignciaaoEstatutodoIdoso,responsvelporconcretizarosdireitos fundamentaisdaproteodoidosona ordemjurdicabrasileira,amparadonosprincpiosdacidadania e dadignidadedapessoahumana.Ocorreque,nessecertameemparticular,aleiestadual,porsernorma especial a regular o concurso pblico deremoo para outorga dedelegao notarial ederegistro, deve prevalecer sobre o Estatuto do Idoso no ponto em que trate de critrios de desempate. SERVIDORES PBLICOS SMULA VINCULANTE 42-STF: inconstitucional a vinculao do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a ndices federais de correo monetria. Aprovada pelo Plenrio do STF em 12/03/2015. Converso da smula 681 do STF A concluso exposta nesta SV 40 j era prevista em uma smula comum do STF, a smula 681 do STF (de 24/09/2003) e que tem a mesma redao. PoriniciativadoMin.RicardoLewandowski,atualPresidentedaCorte,oPlenriodoSTFtemconvertidoem smulasvinculantesalgumassmulascomunscomoobjetivodeagilizarosprocessosepacificarostemas. Essa smula 681 foi uma das escolhidas e por isso sua redao foi transformada em smula vinculante. Remunerao de servidores vinculada a ndices de correo monetria Na poca em que a inflao era ainda mais alta do que est atualmente, alguns Estados e Municpios, com boainteno,editaramleisprevendoquearemuneraodeseusservidoresseriaautomaticamente reajustadadeacordocomndicesoficiaisdecorreomonetriafornecidosporrgoseentidades federais. Veja o seguinte exemplo concreto: Lei Estadual n. 9.061/90 (Rio Grande do Sul): Art.6-OsvencimentosdosquadrosdePessoaldoEstadodequetrataoart.1destaLeisero reajustados nos meses de maio e julho de 1990. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |10 1 Quando o ndice oficial da inflao correspondente aos meses de maro e de maio for superior a 20%, seroconcedidasantecipaesdosreajustesreferidosnocaput,nosmesesdeabriledejunho, respectivamente, que representaro a diferena entre aquele ndice e o aludido percentual. Vale ressaltar que o ndice oficial de inflao o IPCA (ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo), queproduzidopeloIBGE(fundaofederal).Dessemodo,oIPCA,porsercalculadopeloIBGE, considerado um ndice federal de correo monetria. A previso dessas Leis (como a acima mencionada) constitucional? NO.OSTFentendeuqueINCONSTITUCIONALavinculaodoreajustedevencimentosdeservidores estaduais ou municipais a ndices federais de correo monetria. Violao autonomia dos entes Os Estados-membros e os Municpios so autnomos (art. 18 da CF/88). Comoentesautnomos,elesdevemteraliberdadedeorganizarseusrgospblicoserespectivos servidores, fixando, inclusive, a remunerao de tais agentes. Sealeiestadualoumunicipalprevquearemuneraodosservidoresestaduaisoumunicipaisficar vinculada(atrelada)andicesfederaisdecorreomonetria,issosignificaque,emltimaanlise,quem teropoderdereajustarounoosvencimentosdosservidoresestaduaisoumunicipaisseraUnio. Dessafeita,isso retira do Poder Legislativo estadual ou municipal a autonomia dedefinir os reajustes dos servidores. Sealeiestadual/municipaldizqueosvencimentosdosservidoresseroreajustadossemprequefor reajustadooIPCA,naverdade,quemestaraumentandoounoaremuneraodosservidores estaduais/municipais ser o IBGE (e no o respectivo ente). Art. 37, XIII, da CF/88 Alm disso, o STF tambm afirma que essa vinculao viola o art. 37, XIII, da CF/88: Art. 37 (...) XIII-vedadaavinculaoouequiparaodequaisquerespciesremuneratriasparaoefeitode remunerao de pessoal do servio pblico; Concursos Smula menos importante para concursos pblicos. REGIME PRPRIO DE PREVIDNCIA SOCIAL Lei estadual no pode incluir os titulares de serventias extrajudiciaisno regime prprio de Previdncia Social DuasLeisestaduaisincluramnoregimeprpriodePrevidnciaSocialostitularesde serventias extrajudiciais (notrios e registradores). Tais leis foram declaradas inconstitucionais.Ostitularesdeserventiasnotariaiseregistraisexercematividadeestatal,entretantonoso titularesdecargopblicoefetivo,tampoucoocupamcargopblico.Nososervidores pblicos.Logo,aelesnoseaplicaoregimeprpriodePrevidnciaSocialprevistoparaos servidores pblicos (art. 40 da CF/88). Desse modo, a lei estadual no poderia t-los includo no regime prprio de previdncia social. As leis estaduais acima desviaram-se do modelo previsto na CF/88 e usurparam a competncia da Unio para legislar sobre o tema. STF. Plenrio. ADI 4639/GO e ADI 4641/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 11/3/2015 (Info 777). Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |11 Leis estaduais incluam titulares de serventia no regime de Previdncia Social DuasLeisestaduais(umadeGOeoutradeSC)incluramnoregimeprpriodePrevidnciaSocialos titulares de serventias extrajudiciais (notrios e registradores). ALeideSCincluatodosostitularesdeserventiasnotariaisederegistronacategoriadesegurados obrigatrios do regime prprio de previdncia dos servidores do Estado. A Lei de GO criou um regime diferenciado para os titulares de servios notariais e registrais. Tais leis so constitucionais? NO.Ostitularesdeserventiasnotariaiseregistraisexercematividadeestatal,entretantonoso titularesdecargopblico efetivo, tampoucoocupamcargopblico.Nososervidorespblicos.Logo, a elesnoseaplica oregimeprpriodePrevidnciaSocialprevistopara osservidorespblicos(art. 40da CF/88). Um exemplo disso que no se aposentam compulsoriamente aos 70 anos de idade (STF. Plenrio. ADI 2602/MG. Rel. p/ Acrdo Min. Eros Grau, julgado em 24/11/2005). Desse modo, a lei estadual no poderia t-los includo no regime prprio de previdncia social. Os notrios e registradores so segurados obrigatrios do regime geral de previdncia social (administrado pelo INSS), ostentando a condio de contribuintes individuais. Almdisso,aleigoianapossuaoutrosvciosporquecriouumsistemaprevidencirioinditoparaesses titularesdeserventia,comcondiesdecontribuio,elegibilidadeecoberturadiferentes.Emoutras palavras,olegisladorpreviucondiesdiferenciadasquenoexistiamnemnoRGPSnemnoRPPS.Era assim um modelo alternativo. Dessemodo,oSTFentendeuqueasleisestaduaisacimadesviaram-sedomodeloprevistonaCF/88e usurparam a competncia da Unio para legislar sobre o tema j que tratavam sobre integrantes do RGPS. Modulao dos efeitos Emnomedaseguranajurdica,oSTFresolveumodularosefeitosdadecisoeafirmouquedeveriaser preservadaasituaodossegurados(aposentadosepensionistas)queestejampercebendobenefcio previdencirio ou tenham reunido condies para receber os benefcios previstos nas leis invalidadas at a data da publicao da ata do julgamento. Emoutraspalavras,aspessoasque,naatadepublicaodojulgamento,jtinhamseaposentadoouj haviamreunidoosrequisitosparaseaposentarpoderocontinuargozandodobenefcioprevidencirio previsto nas leis impugnadas, mesmo elas j tendo sido declaradas inconstitucionais. Modulao dos efeitos em processos objetivos de constitucionalidade No julgamento de ADI, ADC ou ADPF, a Lei prev expressamente que o STF poder modular os efeitos da deciso que julga determinado ato contrrio CF. Emoutraspalavras,aLeipermitequeoSTFdeterminequeosefeitosdadeclaraode inconstitucionalidadesomentevalhamapartirdadecisoproferida(exnunc)ouaindaapartirde determinada data futura (efeitos prospectivos). Lei 9.868/99: Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razes de segurana jurdica ou de excepcional interesse social, poder o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois teros de seus membros, restringir os efeitos daquela declarao ou decidir que ela s tenha eficcia a partir de seu trnsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Mesma regra pode ser encontrada no art. 11 da Lei n. 9.882/99. Regra: efeitos EX TUNC (retroativos) Excepcionalmente o STF pode, pelo voto de, no mnimo, 8 Ministros (2/3): * restringir os efeitos da declarao; ou * decidir que ela s tenha eficcia a partir de seu trnsito em julgado; ou * de outro momento que venha a ser fixado. Desde que haja razes de: * segurana jurdica; ou * excepcional interesse social. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |12 DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL CONCURSO PBLICO Critrio de desempate em concursos de remoo de serventias notariais e registrais Importante!!! A lei estadual do Estado X prev que, em caso de empate entre os candidatos em concurso de remooparaserventiasnotariaiseregistrais,oprimeirocritriodedesempateomaior tempo de servio pblico. OcorrequeaLeiFederal10.741/2003(EstatutodoIdoso)determinaqueoprimeirocritrio dedesempateemconcursopblicoseraidade,dando-seprefernciaaodeidademais elevada (art. 27, pargrafo nico). Qual das duas legislaes dever prevalecer no caso? Alegislaoestadual.OEstatutodoIdoso,porserleigeral,noseaplicacomocritriode desempate, no concurso pblico de remoo para outorga de delegao notariale de registro, quandoexistirleiestadualespecficaquereguleocertameetragaregrasaplicveisemcaso de empate. Desse modo, em nosso exemplo, a vaga deve ficar com o candidato que tiver maior tempo de servio pblico (e no necessariamente com o mais idoso). STF. 1 Turma. MS 33046/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/3/2015 (Info 777). APOSENTADORIA Lei estadual no pode incluir os titulares de serventias extrajudiciaisno regime prprio de Previdncia Social DuasLeisestaduaisincluramnoregimeprpriodePrevidnciaSocialostitularesde serventias extrajudiciais (notrios e registradores). Tais leis foram declaradas inconstitucionais.Ostitularesdeserventiasnotariaiseregistraisexercematividadeestatal,entretantonoso titularesdecargopblicoefetivo,tampoucoocupamcargopblico.Nososervidores pblicos.Logo,aelesnoseaplicaoregimeprpriodePrevidnciaSocialprevistoparaos servidores pblicos (art. 40 da CF/88). Desse modo, a lei estadual no poderia t-los includo no regime prprio de previdncia social. As leis estaduais acima desviaram-se do modelo previsto na CF/88 e usurparam a competncia da Unio para legislar sobre o tema. STF. Plenrio. ADI 4639/GO e ADI 4641/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 11/3/2015 (Info 777). Veja comentrios em Direito Administrativo. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |13 DIREITO PROCESSUAL PENAL PROGRESSO DE REGIME Estrangeiro com pedido de extradio j deferido Importante!!! O estrangeiro que cumpre pena no Brasil pode ser beneficiado com a progresso de regime? SIM. No existe motivo para negar aos estrangeiros que cumprem pena no Brasil os benefcios daexecuopenal,dentreelesaprogressoderegime.Issoporqueacondiohumanada pessoaestrangeirasubmetidaapenanoBrasilprotegidaconstitucionalmenteenombito dosdireitoshumanos.Assim,emregra,plenamentepossvelaprogressoderegimepara estrangeiros que cumpram pena no Brasil. Valeressaltar,noentanto,queessaprovidncia(progresso)serineficazatqueoSTF delibereacercadascondiesdaprisoparaextradio.Emoutraspalavras,possvelque sejadeferidaaprogressoderegimeaoapenadoqueaguardaocumprimentodaordemde extradio, mas isso s poder ser concretizado pelo juzo das execues (juiz de 1 instncia) depoisqueoSTFconcordar.CabeaoSTFdeliberaracercadeeventualadaptaodas condies da priso para extradio ao regime prisional da execuo penal. Assim, depois que ojuzodaexecuoafirmarqueosrequisitosparaaprogressoestopreenchidos,dever aindaoSTFverificarseaconcessodoregimesemiabertoouabertoaoextraditandonoir causarriscogarantiadaordemgarantiadaordempblica,daordemeconmica, convenincia da instruo criminal, nem aplicao da lei penal pblica (art. 312 do CPP). STF.2Turma.Ext893QO/RepblicaFederaldaAlemanha,Rel.Min.GilmarMendes,julgadoem 10/3/2015 (Info 777). OestrangeiroquecumprepenanoBrasiltemdireitoaosbenefciosdaexecuopenal(ex.:sada temporria etc.)? SIM.Ofatodeoreeducandoserestrangeiro,porsis,nomotivosuficienteparainviabilizaros benefcios da execuo penal. O estrangeiro que cumpre pena no Brasil pode ser beneficiado com a progresso de regime? SIM.Conformeditoacima,noexistemotivoparanegaraosestrangeirosquecumprempenanoBrasilos benefcios da execuo penal, dentre eles a progresso de regime. Isso porque a condio humana da pessoa estrangeira submetida a pena no Brasil protegida constitucionalmente e no mbito dos direitos humanos. Assim, em regra, plenamente possvel a progresso de regime para estrangeiros que cumpram pena no Brasil. Caso concreto julgado Nocasoconcretojulgado peloSTF,a2TurmadaCortedecidiuadaptaraprisopreventivaparafinsde extradio de cidado alemo extraditando s condies do regime semiaberto. ML,alemo,estpresoemumaunidadeprisionaldeSantaCatarinacumprindopenaporcrimeque praticou no Brasil. Na Alemanha, ML est sendo acusado de outros crimes que teria cometido l e j teve a sua extradio deferida pelo STF, no tendo sido, ainda, extraditado porque sua pena aqui no chegou ao fim. Deacordocomoart.89daLei6.815/1980(EstatutodoEstrangeiro),aextradioestcondicionadaao cumprimento de pena condenatria imposta no Brasil. Veja o que diz a Lei: Art.89.Quandooextraditandoestiversendoprocessado,outiversidocondenado,noBrasil,porcrime punvelcompenaprivativadeliberdade,aextradioserexecutadasomentedepoisdaconclusodo processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |14 Ocorre que ML preencheu os requisitos objetivos e subjetivos necessrios progresso de regime e surgiu a dvida:elepoderirparaoregimesemiabertomesmoaguardandoaextradio?Oapenadopoder progredir para o regime semiaberto, mesmo havendo uma ordem de extradio ainda no cumprida? SIM.SegundoafirmouoMin.RelatorGilmarMendesaprisoparaextradionoimpedeojuzoda execuo penal de deferir progresso de regime, no entanto, essa providncia ser ineficaz at que o STF delibere acerca das condies da priso para extradio. Emoutraspalavras,possvelquesejadeferidaaprogressoderegimeaoapenadoqueaguardao cumprimento da ordem de extradio, mas isso s poder ser concretizado pelo juzo das execues (juiz de 1 instncia) depois que o STF concordar. Para o Ministro, cabe ao STF deliberar acerca de eventual adaptao das condies da priso para extradio ao regimeprisionaldaexecuopenal.Assim,depoisqueojuzodaexecuoafirmarqueosrequisitosparaa progresso esto preenchidos, dever ainda o STF verificar se a concesso do regime semiaberto ou aberto ao extraditandonoircausarriscogarantiadaordemgarantiadaordempblica,daordemeconmica, conveninciadainstruocriminal,nemaplicaodaleipenalpblica(art.312doCPP).Dessafeita,em outros termos, mesmo tendo sido preenchidos os requisitos para a progresso, o STF ainda analisaria se, para os fins de extradio, necessrio ou no que ele permanea em regime fechado. Nocasodosautos,oRelatordestacouqueamanutenodaprisoparaextradioemregimefechado eradesnecessria,sendopossvel,portanto,queelefosseparaoregimesemiabertomesmoestando aguardando a extradio. Assim,a2TurmadoSTFassegurouqueMLpossacumprirorestantedapenacomosbenefciosdo regime semiaberto, podendo ter direito, inclusive, s sadas temporrias ao trabalho externo. DIREITO TRIBUTRIO TAXAS SMULA VINCULANTE 41-STF: O servio de iluminao pblica no pode ser remunerado mediante taxa. Aprovada pelo Plenrio do STF em 11/03/2015. Converso da smula 670 do STF AconclusoexpostanestaSV40jeraprevistaemumenunciadocomumdoSTF,asmula670(de 24/09/2003) e que tem a mesma redao. PoriniciativadoMin.RicardoLewandowski,atualPresidentedaCorte,oPlenriodoSTFtemconvertidoem smulasvinculantesalgumassmulascomunscomoobjetivodeagilizarosprocessosepacificarostemas. Essa smula 670 foi uma das escolhidas e por isso sua redao foi transformada em smula vinculante. Quantas e quais so as espcies de tributos? A redao literal do CTN prev apenas trs espcies, mas o STF e a doutrina majoritria apontam cinco. Veja: CTN (art. 5)STF e doutrina majoritria Teoria tripartida, tricotmica ou tripartite. Existem 3 espcies de tributos: a)Impostos Teoria pentapartida ou quinquipartida Existem 5 espcies de tributos: a)Impostos Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |15 b)Taxas c)Contribuies de melhoria b)Taxas c)Contribuies de melhoria d)Emprstimos compulsrios e)Contribuies especiais O que so as taxas? A taxa uma espcie de tributo paga pelo contribuinte:-em virtude de um servio prestado pelo Poder Pblico; ou -em razo do exerccio da atividade estatal de poder de polcia. Caractersticas Diz-se que a taxa um tributo bilateral, contraprestacional, sinalagmtico ou vinculado. Isso porque a taxa um tributo vinculado a uma atividade estatal especfica, ou seja, a Administrao Pblica s pode cobrar se, em troca, estiver prestando um servio pblico ou exercendo poder de polcia.H,portanto,obrigaesdeambasaspartes.Opoderpblicotemaobrigaodeprestaroservioou exercer poder de polcia e o contribuinte a de pagar a taxa correspondente. Previso A disciplina sobre as taxas est prevista no art. 145, II da CF/88 e no art. 77 do CTN. Quem pode instituir taxa? A Unio, os Estados, o DF e os Municpios. Trata-se de tributo de competncia comum. Ataxaserinstitudadeacordocomacompetnciadecadaente.Ex.:Municpionopodeinstituiruma taxa pela emisso de passaporte, uma vez que essa atividade de competncia federal. Logo,acompetnciaparaainstituiodastaxasestdiretamenterelacionadacomascompetncias constitucionais de cada ente. Espcies de taxas As taxas podem ter dois fatos geradores:o exerccio regular do poder de polcia; oua utilizao, efetiva ou potencial, deservio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio (art. 77 do CTN). Com base nisso, pode-se dizer que existem duas espcies de taxa: taxa de polcia; taxa de servio. Taxa de servio (ou de utilizao) O Estado poder cobrar um valor para cobrir os custos dos servios pblicos que preste s pessoas. A isso se d o nome de taxa de servio. Para que seja cobrada a taxa, necessrio que o contribuinte use, de forma efetiva, o servio pblico? NO necessariamente. O Estado poder cobrar a taxa no apenas quando prestar o servio ao contribuinte, mas tambm pelo simples fato de colocar o servio disposio das pessoas. Em outras palavras, estando o servio disposio da populao, possvel a instituio da taxa, ainda que no haja sua efetiva utilizao. o caso, por exemplo, de uma pessoa que tenha um apartamento fechado. Mesmo no produzindo lixo, ir pagar a taxa pelo servio de coleta domiciliar de lixo. possvel instituir taxa para custear qualquer servio pblico? NO. O poder pblico somente poder cobrar taxa para custear servios pblicos especficos e divisveis. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |16 O que so servios pblicos ESPECFICOS? Oart.79,IIdoCTNafirmaqueserviopblicoespecficoousingular(utisinguli)aquelequepodeser destacado em unidades autnomas de interveno, de unidade, ou de necessidades pblicas. EmpalavrasmaissimplesqueadoCdigo,servioespecficoaquelenoqualpossvelidentificarmos quemousurioefetivo.Dessemodo,oservioespecficoaquelequebeneficiaumnmero determinado de pessoas. O que so servios pblicos DIVISVEIS? Oart. 79, III do CTN afirma queservio pblico divisvel aquelesuscetvel de utilizao, separadamente, por parte de cada um dos seus usurios. Ditodeoutraforma,serviopblicodivisvelaquelequetrazumbenefcioindividualizadoparacada contribuinte. Em suma, a taxa de servio ser cobrada em razo de um servio pblico:especfico e divisvel, utilizado pelo usurio de maneira efetiva ou potencial. Obs:vocpodeestarsentindoalgumadificuldadedeconceituareimaginar,naprtica,oquesoos serviosespecficosedivisveis.Nosepreocupe,noentanto,porqueessadificuldadeexistetambmna doutrina.Parafinsdeconcurso,normalmentecobradaapenasdedefiniodadapelaprprialeiea relaodosserviosque,segundoajurisprudncia,soconsideradoscomoespecficosedivisveis.No perca muito tempo querendo aprofundar o tema. Exemplos de taxas de servio:Custas judiciais e emolumentos.Servio de coleta domiciliar de lixo. Taxa de iluminao pblica Osserviosdeiluminaopblica(luzesqueiluminamascidadesnoite)soderesponsabilidadedos Municpios em virtude de ser considerado um servio de interesse local (art. 30 da CF/88). Como os custos para manter esse servio so muito altos, diversos Municpios instituram, por meio de leis municipais, a cobrana de um valor a serpago pelas pessoas que tivessem contadeenergia eltrica. Essa cobrana j vinha diretamente na fatura da energia eltrica. As leis municipais diziam que estavam criando uma taxa de servio (taxa de iluminao pblica). Diversoscontribuintesquestionaramessacobranaalegandoqueoserviodeiluminaopblicano especfico e divisvel. Logo, no poderia ser remunerado mediante taxa. AquestochegouatoSTF.possvelinstituirtaxaparacustearosserviosprestadospeloMunicpio comailuminaopblica?Emoutraspalavras,ailuminaodospostesnasviaspblicaspossuium custo, que suportado pelos Municpios. permitido que tais entes cobrem uma taxa dos usurios para remunerar esse servio? NO. O servio de iluminao pblica no pode ser remunerado mediante taxa. Conformevimosacima,opoderpblicosomentepodercobrartaxaparacustearserviospblicos especficos e divisveis. Oserviopblicodeiluminaopblicanoespecficoedivisvel.Issoporquenopossvelmensurar (medir,quantificar)oquantocadapessoasebeneficioupelofatodehaveraquelailuminaonoposte. Uma pessoa que anda muito p, noite, se beneficia, em tese, muito mais do que o indivduo que quase nosaidecasa,salvoduranteodia.Apesardeserpossvelpresumirquetaispessoassebeneficiamde Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |17 formadiferente,nohcomosetercertezaenoexisteummeiodesecontrolarisso.Todomundo(ou quase todo mundo) acaba pagando igual, independentemente do quanto cada um usufruiu. Perceba,assim,queoserviodeiluminaopblica,emvezdeserespecficoedivisvel,,naverdade, geral (beneficia todos) e indivisvel (no possvel mensurar cada um dos seus usurios). Como observa Ricardo Alexandre; Nosserviospblicosgerais,tambmchamadosuniversais(prestadosutiuniversi),obenefcioabrange indistintamente toda a populao, sem destinatrios identificveis. Tome-se, a ttulo de exemplo, o servio deiluminaopblica.Nohcomoidentificarseusbeneficirios(anosernagenricaexpresso coletividade).Qualquereleiodesujeitopassivopareceriaarbitrria.TodososqueviajamparaRecife, sejam oriundos de So Paulo, do Paquisto ou de qualquer outro lugar, utilizam-se do servio de iluminao pblicarecifense,sendoimpossvelaadoodequalquercritriorazoveldemensuraodograude utilizao individual do servio. (Direito Tributrio esquematizado. So Paulo: Mtodo, 2013, p. 29). COSIP Diantedasreiteradasdecisesjudiciaisdeclarandoastaxasdeiluminaopblicainconstitucionais,os MunicpiosqueperderamessafontedereceitacomearamapressionaroCongressoNacionalparaque dessemumasoluoaocaso.Foientoque,nosltimosdiasde2002,foiaprovadaaEC39/2002que arrumou uma forma de os Municpios continuarem a receber essa quantia. Omodoescolhidofoicriarumacontribuiotributriadestinadaaocusteiodoserviodeiluminao pblica.Sendoumacontribuio,nohaviamaisaexignciadequeoserviopblicoaserremunerado fosse especfico e divisvel. Logo, o problema anterior foi contornado. Essa contribuio, chamada pela doutrina de COSIP, foi introduzida no art. 149-A da CF/88: Art. 149-A Os Municpios e o Distrito Federal podero instituir contribuio, na forma das respectivas leis, para o custeio do servio de iluminao pblica, observado o disposto no art. 150, I e III. Pargrafo nico. facultada a cobrana da contribuio a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia eltrica. (artigo includo pela Emenda Constitucional n 39/2002) Dessa forma, o servio de iluminao pblica no pode ser remunerado mediante taxa (SV 41). No entanto, os Municpios podero instituir contribuio para custeio desse servio (art. 149-A da CF/88). Pouca importncia prtica Pensoqueatransformaodoenunciado670emsmulavinculantetempoucarelevnciapratica.Isso porque desde 2002, ou seja, h mais de uma dcada, j existe a previso da COSIP no art. 149-A da CF/88. Logo,hmuitosanososMunicpiosrevogaramsuasleisquepreviamtaxasdeiluminaopblicae passarama cobrar a COSIP. Com isso, quero dizer quea discusso sobre o tema (inconstitucionalidadeda cobranadetaxadeiluminaopblica),seaindahouver,dizrespeito apenasaumapequenaparcelade processos antigos, anteriores 2002. Concursos Para fins de concurso, contudo, smula importante e voc deve conhecer. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |18 ICMS inconstitucional lei estadual que concede benefcios fiscais relacionados com o ICMS sem a prvia celebrao de convnio intergovernamental inconstitucionalleiestadualqueconcedebenefciosfiscaisrelacionadoscomoICMSsema prviacelebraodeconvniointergovernamental(art.155,2,XII,g,daCF/88eLC 24/1975). Nocasoconcreto,oSTFjulgouinconstitucionaisdispositivosdaleiestadualquepreviam parcelamentodopagamentodeICMSemquatroanossemjurosecorreomonetriae tambm os artigos que conferiam crditos fictcios de ICMS de forma a reduzir artificialmente o valor do tributo. Alm disso, a Corte entendeu inconstitucional dispositivo que autorizava o GovernadordoEstadoaconcederbenefciofiscalporatoinfralegal,tendohavidoviolao regra da reserva legal (art. 150, 6, da CF/88). Poroutrolado,oSTFconsiderouconstitucionaldispositivodeleiestadualqueestabeleceua suspensodopagamentodoICMSincidentesobreaimportaodematria-primaoude materialintermedirio,etransferiuorecolhimentodotributodomomentododesembarao aduaneiroparaomomentodesadadosprodutosindustrializadosdoestabelecimento.O Supremo entendeu que tais dispositivos so constitucionais porque a jurisprudncia permite o legisladorestadual,mesmosemconvnio,prevejaodiferimento(retardamento)do recolhimentodovalordevidoattulodeICMSseissonoimplicarreduooudispensado valordevido.Diferirorecolhimentodovalornosignificabenefciofiscale,portanto,no precisa da prvia celebrao de convnio. Modulao dos efeitos. O STF decidiu modular os efeitos da deciso para que ela tenha eficcia somenteapartirdadatadasessodejulgamento.Ponderouquesetratadebenefcios tributriosinconstitucionais,masquesedeveriaconvalidarosatosjurdicosjpraticados, tendoemvistaaseguranajurdicaeapoucaprevisibilidade,noplanoftico,quantos consequnciasdeeventualdecretaodenulidadedessesatos,existentesnomundojurdico hanos.Deve-sechamaratenoparaessefatoporque,emregra,ajurisprudnciado Supremo no tem admitido a modulao dos efeitos nessas hipteses. STF. Plenrio. ADI 4481/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/3/2015 (Info 777). Determinada Lei do Estado do Paran concedeu benefcios fiscais relacionados com o ICMS. Tal lei foi impugnada e o STF decidiu que alguns dispositivos nela previstos eram inconstitucionais. Segundo jurisprudncia consolidada no STF,a concesso unilateral debenefcios fiscais relativos ao ICMS sem a prvia celebrao de convnio intergovernamental, nos termos da LC 24/1975, afronta o art. 155, 2, XII, g, da CF/88, que estabelece o seguinte: CF/88 Art. 155 (...) 2 (...) XII - cabe lei complementar: (...) g)regularaformacomo,mediantedeliberaodosEstadosedoDistritoFederal,isenes,incentivose benefcios fiscais sero concedidos e revogados. LC 24/75 Art. 1 As isenes do imposto sobre operaes relativas circulao de mercadorias sero concedidas ou revogadas nos termos de convnios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, segundo esta Lei. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |19 Oobjetivodessavedaoodeevitarachamadaguerrafiscal,ouseja,queosEstados-membros fiquemconcedendobenefciosparatornarem-semaisatrativosparaainstalaodeempresasemseus territrios. Veja uma ementa recente que espelha esse entendimento: (...) Revela-se inconstitucional a concesso unilateral, por parte de Estado-membro ou do Distrito Federal, semanteriorconvniointerestadualqueaautorize,dequaisquerbenefciostributriosreferentesao ICMS, tais como, exemplificativamente, (a) a outorga de isenes, (b) a reduo de base de clculo e/ou de alquota, (c) a concesso de crditos presumidos, (d) a dispensa de obrigaes acessrias, (e) o diferimento do prazo para pagamento e (f) o cancelamento de notificaes fiscais. (...) (STF. Plenrio. ADI 4635 MC-AgR-Ref, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 11/12/2014) Veja os dispositivos da Lei paranaense que foram julgados pelo STF: Art.1,caput,Iepargrafonicoeart.5daLeiimpugnada:estabelecemasuspensodo pagamentodoICMSincidentesobreaimportaodematria-primaoudematerialintermedirio,e transferemorecolhimentodotributodomomentododesembaraoaduaneiroparaomomentode sadadosprodutosindustrializadosdoestabelecimento.OSTFentendeuquetaisdispositivosso CONSTITUCIONAIS. Isso porque a jurisprudncia permite o legislador estadual, mesmo sem convnio, prevejaodiferimento(retardamento)dorecolhimentodovalordevidoattulodeICMSseissono implicarreduooudispensadovalordevido.Diferirorecolhimentodovalornosignificabenefcio fiscal e, portanto, no precisa da prvia celebrao de convnio. Dispositivos que previam parcelamento do pagamento de ICMS em quatro anos sem juros e correo monetriaetambmosartigosqueconferiamcrditosfictciosdeICMSdeformaareduzir artificialmenteovalordotributo:oSTFjulgouINCONSTITUCIONAIS.Entendeu-sequehaveriaa concesso indevida de benefcio fiscal. DispositivoqueautorizavaoGovernadordoEstadoaconcederbenefciofiscalporatoinfralegal: INCONSTITUCONAL. H aqui afronta regra da reserva legal (art. 150, 6, da CF/88). Modulao dos efeitos O STF decidiu modular os efeitos da deciso para que ela tenha eficcia somente a partir da data da sesso dejulgamento.Ponderouquesetratadebenefciostributriosinconstitucionais,masquesedeveria convalidar os atos jurdicos j praticados, tendo em vista a segurana jurdica e a pouca previsibilidade, no planoftico,quantosconsequnciasdeeventualdecretaodenulidadedessesatos,existentesno mundojurdicohanos.Entretanto,oSTFdeixouclaroquenopoderiapermitirquenovosatos inconstitucionais fossem praticados. Deve-sechamaratenoparaadecisodoSTFdemodularadeclaraodeinconstitucionalidade.Isso porque, em regra, a jurisprudncia do Supremo no tem admitido a modulao dos efeitos da declarao deinconstitucionalidadeemcasosdeleisestaduaisqueinstituembenefciossemoprvioconvnio exigidopeloart.155,2,incisoXII,daCF/88.Nessesentido:STF.Plenrio.ADI3794ED,Rel.Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2014. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |20 DIREITO PREVIDENCIRIO PREVIDNCIA COMPLEMENTAR Competncia da Justia estadual para julgar complementao deaposentadoria por entidades de previdncia privada SegundoajurisprudnciadoSTFedoSTJ,competeJustiaCOMUMESTADUAL(eno Justia do Trabalho) julgar demandas que envolvam a complementao de aposentadoria por entidades de previdncia privada. STF.Plenrio.CC7706AgR-segundo-ED-terceiros/SP,Rel.Min.DiasToffoli,julgadoem12/3/2015 (Info 777). Imagine a seguinte situao hipottica: Joofoiadmitidocomoempregadoemdeterminadaempresaprivadanodia02/02/1980,tendoestase comprometido,nocontratodetrabalho,aconceder aposentadoriasuplementaraovalorpagopeloINSS no momento em que o trabalhador viesse a se aposentar. Segundo o contrato, esta complementao seria feitapormeiodeplanodeprevidnciaprivadafechado,administradoporumaFundao(entidadede previdncia privada) ligada empresa. No dia 02/02/2013, o trabalhador aposentou-se.AFundao,aocalcularovalordasuplementaodaaposentadoria,aplicouumfatordiversodoque previsto no regulamento do plano de previdncia assinado, o que fez com que o benefcio do empregado ficasse menor do que teria realmente direito. Diantedisso,Jooquerajuizarumaaodecomplementaodaaposentadoriacontraaempresaea Fundao a ela ligada (entidade de previdncia privada). De quem a competncia para julgar tal demanda? Justia do Trabalho ou Justia comum? R: Da Justia COMUM ESTADUAL. Este o entendimento do STJ e do STF. No caso em tela, a causa de pedir o contrato de previdncia privada celebrado entre o autor da ao e a entidade de previdncia privada (fundao ligada empresa). Asentidadesdeprevidnciaprivadasopessoasjurdicasdedireitoprivadoquecusteiamprevidncia complementarepossuemautonomiafinanceira,realizandoatividadesdenaturezacivil(Min.LuisFelipe Salomo, CC 116.228). No h relao de natureza trabalhista entre o beneficirio da previdncia complementar e a entidade de previdnciaprivada.Ocontrato celebradoentreaentidadeeobeneficirioestsubmetidosregrasde direito civil, envolvendo apenas indiretamente questes de direito do trabalho. Nesse sentido, confira-se o 2 do art. 202 da CF/88: 2Ascontribuiesdoempregador,osbenefcioseascondiescontratuaisprevistasnosestatutos, regulamentos e planos de benefcios das entidades de previdncia privada no integram o contrato de trabalho dosparticipantes,assimcomo,exceodosbenefciosconcedidos,nointegramaremuneraodos participantes, nos termos da lei. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 1998) Desse modo, cabe Justia estadual apreciar questes referentes ao seu fiel cumprimento. Valeressaltarquenoimportaanaturezadaverbaquesepretendeincluirnoclculodeprevidncia complementar.SersemprecompetnciadaJustiacomumporqueadiscussocontratual(nesse sentido: STJ. EAg 1.301.267-RS, Rel. Min. Raul Arajo, julgados em 23/5/2012). Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |21 JULGADOS NO COMENTADOS Conflito de competncia e art. 115 do CPC OPlenrioacolheuembargosdedeclarao,comefeitosmodificativos,paraconhecerdeconflitode competncia e assentar a competncia da justia comum para o processamento e julgamento de processos quetratamdecomplementaodeaposentadoria.OTribunalafirmouque,emregra,aadmissodo conflito de competncia, com base no art. 115, III do CPC, exigiria divergncia entre juzos diversos quanto reunio ou separao dos feitos. Todavia, seria cabvel, por meio deinterpretao extensivado art. 115 doCPC,oacolhimentodoincidente,mesmoquandonohouvesseaapontadadivergncia.Esse entendimentoficariaevidenciado,sobretudo,emaesconexas,compossibilidadedeprolaode decisesconflitantesemtrmiteperantejustiasdistintas,nobojodasquaisoapontamentodeconexo nosedemonstrassesuficientedefiniodacompetnciaparaseuprocessamentoejulgamento. Ademais, o caso concreto trataria de demandas em trmite perante a justia comum e a justia trabalhista, em que se discutiria complementao de aposentadoria com decises conflitantes j proferidas, a justificar oconhecimentodoconflito.Almdisso,seriainaplicvelaregradesoluodeconexoentreosfeitos previstanoart.105doCPC,umavezqueasaestramitariamperantejuzoscomcompetnciamaterial distinta.CC 7706 AgR-segundo-ED-terceiros/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 12.3.2015. (CC-7706) Prescrio no tributria e Enunciado 8 da Smula Vinculante - 3 Emconclusodejulgamento,a1Turma,pormaioria,deuprovimentoaagravoregimentalemrecurso extraordinrioparaafirmarqueoEnunciado8daSmulaVinculantedoSTF(Soinconstitucionaiso pargrafonicodoartigo 5do Decreto-lein1.569/1977eosartigos 45e46daLein8.212/1991,que tratam de prescrio e decadncia de crdito tributrio) no se aplica aos casos de prescrio de crditos no tributrios. Na espcie, o acrdo recorrido entendera quea pretenso da Unio deexecutar crdito inscritoemdvidaativa,decorrentedemultaadministrativaimpostaemrazodedescumprimentoda legislaotrabalhista,porpossuirnaturezaadministrativa,sujeitar-se-iaprescrioquinquenaldeque trata o art. 1 do Decreto 20.910/1932, aplicvel ao caso analogicamente. A Unio invocara em seu favor o pargrafo nico do art. 5 do Decreto-lei 1.569/1977 (Sem prejuzo da incidncia da atualizao monetria e dos juros de mora, bem como da exigncia da prova de quitao para com a Fazenda Nacional, o Ministro daFazendapoderdeterminaranoinscriocomoDvidaAtivadaUnioouasustaodacobrana judicialdosdbitosdecomprovadainexequibilidadeedereduzidovalor).Oargumento,porm,fora afastado pelo tribunal a quo, tendo em conta o referido enunciado sumular v. informativos 767 e 770. ATurma,inicialmente,assentouqueamatriaemanlisepossuiriaenvergaduraconstitucional, notadamenteporenvolverainterpretaodoaludidoenunciadoeasuaeventualincidnciasobreos crditos no tributrios. Aduziu, ento, que o texto do pargrafo nico do art. 5 do Decreto-lei 1.569/1977 abrangeria duas diferentes normas: a) a aplicao do caput do art. 5 daquele diploma normativo, com a consequentesuspensodaprescriodecrditostributrios;eb)aaplicaodocaputdomesmo dispositivo,comasuspensodaprescriodecrditosnotributrios.Noentanto,segundose depreenderiadaanlisedosprecedentesquederamorigemaoEnunciado8daSmulaVinculante, somenteaprimeiranormateriasidosubmetidaapreciaodaCorteeconsideradainconstitucionalpor ofensaaoart.18,1,daCF/1969,queexigialeicomplementarparatratardenormasgeraisdedireito tributrio.Extrair-se-iadessesprecedentes,portanto,osentidodequeopargrafonicodoart.5do Decreto-lei1.569/1977teriasidodeclaradoinconstitucionalapenasnaparteemquesereferisse suspensodaprescriodoscrditostributrios,porseexigir,quantoaotema,leicomplementar.Teria permanecido,assim,compresunodeconstitucionalidadeasegundanormadodispositivo,isto,a suspenso da prescrio decrditos no tributrios. Vencidos os Ministros Marco Aurlio(relator) eRosa Weber, que negavam provimento ao agravo. RE 816084 AgR/DF , rel. orig. Min. Marco Aurlio, red. p/ o acrdo Min. Dias Toffoli, 10.3.2015. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |22 OUTRAS INFORMAES R E P E R C U S S OG E R A L DJ e de 9 a maro de de 2015 REPERCUSSO GERAL EM ARE N. 790.813-SP RED P/ O ACRDO: MIN. DIAS TOFFOLI Direitoconstitucional.Convivnciaentreprincpios.Limites.Recursoextraordinrioemquesediscuteaexistnciadeviolaodoprincpiodo sentimentoreligiosoemfacedoprincpiodaliberdadedeexpressoartsticaedeimprensa.Publicao,emrevistaparapblicoadulto,deensaio fotogrfico em que modelo posou portando smbolo cristo. Litgio que no extrapola oslimites da situao concreta e especfica. Plenrio Virtual. Embora o Tribunal, por unanimidade, tenha reputado constitucional a questo, reconheceu, por maioria, a inexistncia de sua repercusso geral. REPERCUSSO GERAL EM RE N. 845.779-SC RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO Ementa:TRANSEXUAL.PROIBIODEUSODEBANHEIROFEMININOEMSHOPPINGCENTER.ALEGADAVIOLAO DIGNIDADEDAPESSOAHUMANAEADIREITOSDAPERSONALIDADE.PRESENADEREPERCUSSOGERAL.1.Orecursobusca discutir o enquadramento jurdico de fatos incontroversos: afastamento da Smula 279/STF. Precedentes. 2. Constitui questo constitucional saber se umapessoapodeounosertratadasocialmentecomosepertencesseasexodiversodoqualseidentificaeseapresentapublicamente,poisa identidade sexual est diretamente ligada dignidade da pessoa humana e a direitos da personalidade 3. Repercusso geral configurada, por envolver discusso sobre o alcance de direitos fundamentais de minorias uma das misses precpuas das Cortes Constitucionais contemporneas , bem como por no se tratar de caso isolado. REPERCUSSO GERAL EM RE N. 778.889-PE RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO Ementa:PERODODELICENA-MATERNIDADE.SERVIDORASPBLICAS.EQUIPARAOENTREGESTANTESEADOTANTES. PRESENADEREPERCUSSOGERAL.1.Constituiquestoconstitucionalsabersealeipodeounoinstituirprazosdiferenciadosparaa licena-maternidadeconcedidasservidorasgestantesesadotantes,especialmenteluzdoart.227,6,daCF/88.2.Repercussogeral reconhecida. Decises Publicadas: 3 C L IP P IN GD OD J E 9 a 13 de maro de 2015 AR N. 1.699-DF RELATOR : MIN. MARCO AURLIO MANDADO DE SEGURANA PARTE PASSIVA. No mandado de segurana, parte passiva a pessoa jurdica de direito pblico que deve suportar os efeitos de deciso favorvel impetrao.MANDADODESEGURANADECADNCIARELAESJURDICASMLTIPLAS.Emsetratandoderelaesjurdicasdiversas,sem haver o litisconsrcio necessrio, descabe cogitar de obrigatoriedade de impetrao conjunta.AORESCISRIAACRDORESCINDENDOLIMITES.Aaorescisrianorteadapeloslimitesdoacrdorescindendo,quersobo ngulosubjetivo,quersobonguloobjetivo,nosepodendopresumirpronunciamentojudicialnoquedeveviraomundojurdicodevidamente fundamentado.*noticiado no Informativo 772 ADI N 4.925-SP RELATOR: MIN. TEORI ZAVASCKI EMENTA:CONSTITUCIONAL.LEIESTADUAL12.635/07,DESOPAULO.POSTESDESUSTENTAODAREDEELTRICA. OBRIGAODEREMOOGRATUITAPELASCONCESSIONRIAS EMPROVEITODECONVENINCIASPESSOAISDOS PROPRIETRIOSDETERRENOS.ENCARGOSEXTRAORDINRIOSNOPREVISTOSNOSCONTRATOSDECONCESSODE ENERGIA ELTRICA. RELEVNCIA JURDICA DA TESE DE USURPAO DAS COMPETNCIAS FEDERAIS PARA DISPOR SOBRE O TEMA.1. Tendo em vista (a) a simplicidade da questo de direito sob exame; (b) a exaustividade das manifestaes aportadas aos autos; e (c) a baixa utilidade da converso do rito inicial adotado para o presente caso, a ao comporta julgamento imediato do mrito. Medida sufragada pelo Plenrio em questo de ordem.2. As competncias para legislar sobre energia eltrica e para definir os termos da explorao do servio de seu fornecimento, inclusive sob regime de concesso, cabem privativamente Unio, nos termos dos art. 21, XII, b; 22, IV e 175 da Constituio. Precedentes.3. Ao criar, para as empresas que exploram o servio de fornecimento de energia eltrica no Estado de So Paulo, obrigao significativamente onerosa, a serprestadaemhiptesesdecontedo vago(queestejamcausandotranstornosouimpedimentos)paraoproveitodeinteressesindividuaisdos proprietrios de terrenos, o art. 2 da Lei estadual 12.635/07 imiscuiu-se indevidamente nos termos da relao contratual estabelecida entre o poder federal e as concessionrias.4. Ao direta de inconstitucionalidade julgada procedente. *noticiado no Informativo 774 EMB.DECL. NO ARE N.853.228-RS RELATOR: MINISTRO PRESIDENTE EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAO OPOSTOS DE DECISO MONOCRTICA. CONVERSO EM AGRAVO REGIMENTAL. APLICAO DASISTEMTICADAREPERCUSSOGERALPELOTRIBUNALDEORIGEM(ART.543-BDOCPC).INTERPOSIODOAGRAVO Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |23 PREVISTONOART.544DOCPC.NOCABIMENTO.PRINCPIODAFUNGIBILIDADERECURSAL.DEVOLUODOSAUTOSAO TRIBUNALDEORIGEMPARAJULGAMENTODORECURSOCOMOAGRAVOINTERNO.CABIMENTOSOMENTEPARAOS RECURSOS INTERPOSTOS ANTES DE 19/11/2009. CONFIGURAO DE ERRO GROSSEIRO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.I - A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido do no cabimento do agravo previsto no art. 544 do Cdigo de Processo Civil para atacar deciso a quo que aplica a sistemtica da repercusso geral (AI 760.358-QO/SE, Rel. Min. Gilmar Mendes).II-Inaplicveloprincpiodafungibilidaderecursalparasedeterminaraconversodopresenterecursoemagravoregimentalaserapreciadopelaorigem, porquanto esta Corte fixou o entendimento de que aps 19/11/2009, data em que julgado o AI 760.358-QO/SE, a interposio do agravo previsto no art. 544 do CPC configura erro grosseiro.III - Agravo regimental a que se nega provimento. AG.REG. NO ARE N. 846.845- ES RELATORA: MIN. ROSA WEBER EMENTA:DIREITOCIVIL.RESPONSABILIDADECIVIL.INDENIZAOPORDANOSMORAISEMATERIAIS.REELABORAODA MOLDURAFTICA.PROCEDIMENTOVEDADONAINSTNCIAEXTRAORDINRIA.BICEDASMULA279/STF.ALEGAODE OFENSAAOART.5,LIVELV,DACONSTITUIODAREPBLICA.CONTRADITRIOEAMPLADEFESA.DEVIDOPROCESSO LEGAL.NATUREZAINFRACONSTITUCIONALDACONTROVRSIA.EVENTUALVIOLAOREFLEXADACONSTITUIODA REPBLICA NO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINRIO. ACRDO RECORRIDO PUBLICADO EM 04.6.2014. ObstadaaanlisedasupostaafrontaaosincisosII,LIVeLVdoartigo5daCartaMagna,porquantodependeriadeprviaanlisedalegislao infraconstitucional aplicada espcie, procedimento que refoge competncia jurisdicional extraordinria desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. Divergir do entendimento adotado no acrdo recorrido demanda a reelaborao da moldura ftica delineada na origem, o que torna oblqua e reflexa eventual ofensa, insuscetvel, portanto, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinrio. Asrazesdoagravoregimentalnosemostramaptasainfirmarosfundamentosquelastrearamadecisoagravada,mormentenoqueserefere ausncia de ofensa direta e literal a preceito da Constituio da Repblica. Agravo regimental conhecido e no provido. REFERENDO EM MED.CAUT. EM ADC N 27-DF RELATOR: MIN. MARCO AURLIO PROCESSOOBJETIVOLIMINARAPRECIAOCOLEGIADO.CumpreaoColegiadooexamedepedidodeliminar,apenascabendoa atuao individual do relator ante a impossibilidade de atuao, a tempo, do rgo Maior. AODECLARATRIADECONSTITUCIONALIDADEREFERENDO.Umaveznoatendidososrequisitosderelevnciaeurgncia, incumbe indeferir o pleito de implemento de medida acauteladora. TRANSCRI ES ComafinalidadedeproporcionaraosleitoresdoINFORMATIVOSTFumacompreensomais aprofundadadopensamentodoTribunal,divulgamosnesteespaotrechosdedecisesquetenham despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurdica. Processo Legislativo - Controle Jurisdicional - Cessao Superveniente do Mandato Parlamentar do Impetrante - Extino do Processo (Transcries) MS 33.444-MC/DF* RELATOR: Ministro Celso de Mello EMENTA:CONTROLEJURISDICIONALDOPROCESSOLEGISLATIVO.UTILIZAO,PARATANTO,DOMANDADODE SEGURANA.POSSIBILIDADE,DESDEQUEIMPETRADOOWRITCONSTITUCIONALPORMEMBRODOCONGRESSO NACIONAL.LEGITIMAOATIVAADCAUSAMQUEDEVEESTARPRESENTE,NOENTANTO,JUNTAMENTECOMAS DEMAIS CONDIES DA AO, NO S NO INSTANTE DA PROPOSITURA DA DEMANDA, COMO, TAMBM, NO MOMENTO DARESOLUODOLITGIO(CPC,ART.462).CESSAOSUPERVENIENTEDOMANDATOPARLAMENTARDO IMPETRANTE.RELAODECONTEMPORANEIDADE,NOMAISEXISTENTE,ENTREACONDIOJURDICADE CONGRESSISTAEAFASEDECISRIADOMANDADODESEGURANA.EXTINOANMALADOPROCESSO MANDAMENTAL.DOUTRINA.PRECEDENTESESPECFICOSDOSUPREMOTRIBUNALFEDERAL.MANDADODE SEGURANA NO CONHECIDO. DECISO:Trata-sedemandadodesegurana,compedidodemedidaliminar,impetradocontraomissodoPresidentedaMesaDiretorada CmaradosDeputados,comoobjetivode asseguraraoora impetrante,embora presentementeextintooseumandato parlamentar,odireito de apresentarsuasEmendasParlamentaresedev-lasrecebidaseapreciadaspelorelator,ordenando-se,ainda,aimediatasuspensodas Emendas Parlamentares apresentadas pelo deputado **. A presente impetrao mandamental apoia-se, em sntese, nos seguintes fundamentos: 1. O impetrante Deputado Federal, tendo assumido o cargo recentemente atravs de deciso nos autos do Mandado de Segurana 32.957, em trmite nessa Corte Suprema, proferida em 18.06.2014. Ocorre que a nomeao s aconteceu em 18.12.2014, tendo a autoridade coatora desobedecido ordem judicial por seis meses. ................................................................................................... 3. Portanto, conforme consta no trecho citado, quando vagou a cadeira do deputado eleito, foi determinada a posse de suplente que j nomaispoderiaassumirocargo,dadaaincidnciadoinstitutodainfidelidadepartidria(primeiro,segundoeterceirosuplentesjno mais pertenciam aos quadros do Partido **). Por tal motivo, o impetrante requereu ao eg. STF o reconhecimento da sua aptido e a imediata ocupao do cargo. A deciso do STF foi rpida, mas somente ocorreu a sua efetivao ao final de um priplo de exatos 6 (seis) meses, pois a Mesa Diretora da Cmara protelou sua nomeao. ................................................................................................... Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |24 6. Excelncia, a segurana que ao final requerer-se-, diz respeito apresentao de emendas parlamentares ao Oramento Geral da Unio,prerrogativaconferidaaoparlamentarpelaResoluon.01/2006doCongressoNacional,umavezqueoprazofinalparaa apresentao destas foi dia 17.12.2014, coincidentemente um dia antes do cumprimento da deciso do STF pela autoridade coatora. 7. Em razo do impetrante no estar no cargo seu de direito, as emendas apresentadas pelo deputado empossado ilegalmente foram acolhidas e, o mais grave, o agora deputado no poder apresentar nenhuma proposta ao oramento. 8. Com efeito,oprojetodeLeideDiretrizesOramentriasnoCongressoNacionaleasEmendasParlamentaresaindanoforam votados e encontram-se em anlise do relator. 9.Dessaforma,comodireitolegtimodeapresentarasreferidasEmendasParlamentares,oimpetrantesesocorredoColendo Tribunal para que sua pretenso seja resguardada, ou seja, para que seu direito apresentao de emendas possa ser garantido. ................................................................................................... 10.Conformenarradoacima,oimpetrantedeveriatomarpossenocargodeDeputadoFederalem18.06.2014,porforade determinao judicial liminar proferida pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos do Mandado de Segurana 32.957. (...): .................................................................................................... 11. Destarte,em consequncia da omissodaautoridadecoatora,a participaodo parlamentarnoOramentoGeral daUnio foi inibida, pois s foi empossado no cargo em 18.12.2014, seis meses aps a determinao judicial, e um dia depois do prazo para apresentao desuasemendasaooramentoseesgotar,permitindo,assim,quefossemanalisadoseaprovadososprojetosdodeputadoqueerrneae ilegalmente ocupava a cadeira do parlamentar. 12. Logo,aautoridadecoatoraafrontouoprincpiodalegalidadepordescumprimentoaliteraldispositivodelei,permitindoque outra pessoa se apropriasse da cadeira de direito do impetrante, at 17.12.2014. 13. Ademais, a Mesa Diretora tambm afrontou o princpio da moralidade, pois acolheu as emendas apresentadas pelo deputado que ocupava a cadeira do Impetrante, apesar de ter sido previamente notificada sobre tal situao e que deveria ser dada a posse IMEDIATA (em 18/06/2014) ao impetrante. ................................................................................................... 19. Destarte,anteas circunstncias envoltasaocasoem apreo, opresentecasomerece umamelhorreflexo,poistrata-sedeuma situao sui generis, uma vez que o impetrante no estava investido no cargo, justamente por culpa exclusivada Mesa Diretora da Cmara dos Deputados, e no por sua prpria vontade, como por exemplo, para concorrer a outro cargo pblico, ou licena por determinado motivo. 20. Ademais, o comando de uma resoluo do Congresso Nacional, ainda que possua o poder de Lei Ordinria, no pode beneficiar um parlamentar que no estava legalmente investido no cargo de Deputado Federal. 21. Desse modo,ainterpretaodadaaoreferidodiplomadeveserflexibilizada,sobopliodosprincpiosdarazoabilidadeeda proporcionalidade, devendo ser garantido ao legitimado, ora impetrante, o direito sobre deliberao das vinte e cinco propostas de Emendas Parlamentares, conforme previsto no art. 49 da Resoluo 01/2006 do Congresso Nacional. 22.Cumpreressaltarque,emboraasEmendasParlamentaresjtenhamsidoapresentadas,estasaindanoforamobjetode apreciao e parecer preliminar do relator no Congresso, possibilitando o deferimento do presente pedido liminar, inclusive para evitar ao final do writ, se mantida a segurana, o que se espera, a deciso final seja ineficaz. (grifei) Observo, desde logo, tal como reconhecido pelo prprio impetrante, que este j no mais exerce o mandato de Deputado Federal. Com efeito, o ora impetrante, que era suplente, somente veio a exercer o mandato parlamentar nos ltimos dias da sesso legislativa de 2014, emdecorrnciadoafastamento,porordemjudicial,doDeputadoFederal**,comoregistraoDiriodaCmaradosDeputados(ediode 18/12/2014): CMARA DOS DEPUTADOS ATO DA PRESI DNCI A N., de 2014 Afasta do exerccio do mandato parlamentar o Senhor Deputado ** (**) e convoca para assumir a vaga decorrente o Senhor ** (**), ad referendum da Mesa Diretora. O PRESI DENTE DA CMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas atribuies regimentais, notadamente aquela a que se refere o artigo 15, pargrafo nico, do Regimento Interno da Cmara dos Deputados, dando cumprimento deciso do Supremo Tribunal Federal na Medida Cautelar no Mandado de Segurana n. 32.957/DF, RESOLVE, ad referendum da Mesa Diretora: AfastardoexercciodomandatodeDeputadoFederaloSenhor**,nomeparlamentar**(**).Atocontnuo,convocar,para assumir o mandato na vaga decorrente, o Senhor ** (**), o seguinte na ordem de suplncia ainda filiado ao Partido **. Sala de Reunies, em 17 de dezembro de 2014. Deputado ** Presidente (grifei). Impende registrar, por relevante, que o ora impetrante no se elegeu para a legislatura de 2015/2019. Passoaexaminar,assim,opleitoemcausa.E,aofaz-lo,entendoqueacessaosupervenientedacondiodemembrodoCongresso Nacional, como sucedeu na espcie, qualifica-se como causa geradora da extino anmala deste processo mandamental. Cumpre ressaltar, no ponto, que tal situao tem efeito desqualificador da legitimidade ativa do congressista que, apoiado nessa especfica condiopoltico-jurdica, ajuizou, no penltimodia dalegislatura de 2011/2015(30/01/2015), aodemandado deseguranacomo objetivo de questionar a validade jurdica das emendas parlamentares apresentadas pelo Deputado **. Aatualidadedoexercciodomandatoparlamentarconfigura,nessecontexto,situaolegitimanteenecessriatantoparaainstaurao quanto para o prosseguimento da causa perante o Supremo Tribunal Federal. Inexistente, originariamente, essa situao, ou, como se registra no caso, configurada a ausncia de tal condio,em virtude da cessao superveniente do mandato parlamentar no Congresso Nacional,impe-se a declarao de extino do processo de mandado de segurana,porque ausentealegitimidadeativaadcausamdooraimpetrante,quenomaisostentaacondiodemembrodequalquerdasCasasdoCongresso Nacional. Impendereferir,poroportuno,aliodeNELSONNERYJNIOR(RevistadeProcesso,vol.42/201),paraquemAscondiesda ao, vale dizer, as condies para que seja proferida sentena sobre a questo de fundo (mrito), devem vir preenchidasquando da propositura da aoe devem subsistiratomomentodaprolaodasentena.Presentes quandodapropositura,mas eventualmente ausentes nomomentoda prolao da sentena, vedado ao juiz pronunciar-se sobre o mrito, j que o autor no tem maisdireito de ver a lide decidida (grifei). V-se, desse modo, que os requisitos de admissibilidade do jus actionis, dentre os quais vale enfatizar situa-se a legitimao ativa ad causam, devem estar presentes no s no momento em que proposta a demanda, mas, por igual, tambm no instante em que v ser proferido o julgamento da lide, pois o ordenamento processual impe que o Poder Judicirio, no momento de proferir a deciso, tome em considerao, mesmo ex officio, fatos supervenientes instaurao do processo, tais como aqueles que se refiram, p. ex., ausncia, ainda que ulterior, de qualquer das condies da ao. Informativo 777-STF (24/03/2015) Esquematizado por Mrcio Andr Lopes Cavalcante |25 Secerto,portanto,queoSupremoTribunalFederaltemreiteradamenteproclamado,emfavordoscongressistaseapenasdestes,o reconhecimentodeseudireitopblicosubjetivoregularparticipaonoprocessolegislativoecorretaelaboraodasleisedasemendas Constituio, no menos exato que prestigioso magistrio doutrinrio, por conferir relevo jurdico a esse fato, tem exigido que as condies da aoestejamigualmentepresentesnomomentoemqueacausadevaserjulgada(HUMBERTOTHEODOROJNIOR,CursodeDireito Processual Civil, Vol. I, p. 326, 52 ed., 2011, Forense; LUIZ GUILHERME MARINONI e DANIEL MITIDIERO, Cdigo de Processo Civil, p. 260,2ed., 2010,RT;ANTNIOCLUDIODACOSTAMACHADO,CdigodeProcessoCivilInterpretado, p. 547, 2ed.,2008, Manole; JOOROBERTOPARIZATTO,CdigodeProcessoCivilComentado,vol.1,p.4,2008,Edipa,v.g.),comoresultaclarodeexpressivo precedente emanado do Plenrio desta Suprema Corte: Voto de liderana. Legitimidadead causam. Se, embora, ao ser iniciado o julgamento do mandamus, possua o impetrante legitimidade ad causam para a impetrao, mas veio a seguir a perd-la,antesdequefosseaqueleconcludo, de ver considerado prejudicadoowrit,por deixar de existiropressuposto essencial de legtimo interesse. (RTJ 123/31, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO grifei) Vale referir, no ponto, por extremamente oportuno, o douto magistrio de CNDIDO RANGEL DINAMARCO (Instituies de Direito Processual Civil, vol. II, p. 325-326, item n. 554, 6 ed., 2009, Malheiros), que, a propsito do tema concernente relao de contemporaneidade entre a prolao da sentena, de um lado, e a existncia de interesse e legitimidade, de outro, assim se pronuncia: As partes s podero ter o direito ao julgamento do mrito quando,no momento em que este est para ser pronunciado,estiverem presentesas trs condies da ao. Se alguma delas no existia no incio mas ainda assim o processo no veio a ser extinto, o juiz a ter por satisfeita e julgar a demanda pelo mrito sempre que a condio antes faltante houver sobrevindo no curso do processo. I nversamente, sea condio existia de incio e j no existeagora, o autor carecede ao e o mrito no ser julgado. Na experincia processual do dia-a-dia so muito mais freqentes os casos de condies que ficam excludas(pedido prejudicado). ....................................................................................................... Essaposio,generalizadanadoutrinae acatadapelostribunais,tem assento jurdico-positivonoart.462doCdigodeProcesso Civil,segundo o qualsedepoisdaproposituradaaoalgumfatoconstitutivo,modificadoouextintododireitoinfluirnojulgamentoda lide, caber ao juiz tom-lo em considerao, de-ofcio ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentena. Cumpre-lhe, pois, segundoessedispositivo,levar em conta os fatos novos queimplementemumacondioantesausenteou que excluam uma que existia. (grifei) Dessemodo,esealegitimaoadcausamcompreendeumarelaodepertinnciaentreossujeitosprocessuaisearelaodedireito material deduzida em juzo, torna-se claro que, no mais subsistindo a situao legitimadora da qualidade para agir (cessao superveniente, na espcie, da condio de parlamentar),deixa de existir, por completo, o prprio interesse processual na soluo do litgio, eis que, se se reputasse lcitooprosseguimentodestaaomandamental,estar-se-iareconhecendo,agora,legitimatioadcausamaquem,napresentecondiode cidado comum, sequer dispe da prerrogativa de provocar o controle jurisdicional do processo de formao das espcies normativas em geral. O fundamento que ora venho de expor revela-se bastante, por si s, para justificar a extino deste processo mandamental. Sendo assim, e tendo em considerao as razes expostas, no conheo da presente ao de mandado de segurana, declarando extinto, sem resoluo de mrito, este processo mandamental, prejudicado, em consequncia, o exame do pedido de medida cautelar. Arquivem-se os presentes autos. Publique-se. Braslia, 09 de maro de 2015. Ministro CELSO DE MELLO Relator *deciso publicada no DJe de 12.3.2015 ** nomes suprimidos pelo Informativo I NOVAES LEGI SLATI VAS 9 a 13 de maro de 2015 HOMICDIO QUALIFICADO - Cdigo Penal - Crime hediondoLei n 13.104, de 9.3.2015 Altera o art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, de 7.12.1940 - Cdigo Penal, para prever ofeminicdiocomocircunstnciaqualificadoradocrimedehomicdio,eoart.1odaLeino8.072,de25.7.1990,para incluir o feminicdio no rol dos crimes hediondos. Publicada no DOU, n. 46, Seo 1, p. 1, em 10.3.2015. OUTRAS I NFORMAES 9 a 13 de maro de 2015 Medida Provisria n 670, de 10.3.2015 - Altera a Lei n 11.482, de 31.5.2007, para dispor sobre os valores da tabelamensaldoImpostosobreaRendadaPessoaFsica;aLein7.713,de22.12.1988;eaLein9.250,de 26.12.1995. Publicada no DOU em 11.3.2015, Seo 1, p. 1. Secretaria de Documentao SDO Coordenadoria de Jurisprudncia Comparada e Divulgao de Julgados CJCD