influÊncia de parÂmetros tecnolÓgicos e geomÉtricos sobre
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FEI
RAFAEL ASSALTI
INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS TECNOLÓGICOS E GEOMÉTRICOS SOBRE O
DESEMPENHO DE TRANSISTORES SOI DE CANAL GRADUAL
São Bernardo do Campo
2015
RAFAEL ASSALTI
INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS TECNOLÓGICOS E GEOMÉTRICOS SOBRE O
DESEMPENHO DE TRANSISTORES SOI DE CANAL GRADUAL
São Bernardo do Campo
2015
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Centro Universitário da FEI como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do
título de Mestre em Engenharia Elétrica.
Orientadora: Profa. Dra. Michelly de Souza.
ASSALTI, Rafael
Influência de Parâmetros Tecnológicos e Geométricos sobre o
Desempenho de Transistores SOI de Canal Gradual / Rafael Assalti. São
Bernardo do Campo, 2015.
141 f. : il.
Dissertação - Centro Universitário da FEI.
Orientador: Profa. Dra. Michelly de Souza.
1. Transistor SOI nMOSFET - Canal Gradual. 2. Transistor SOI
nMOSFET - Comportamento analógico. 3. Transistor SOI nMOSFET -
Associação Série Assimétrica. I. Souza, Michelly, orient. II. Título.
CDU 621.382.3
Aluno: Rafael Assalti Matrícula: 113122-6
Título do Trabalho: Influência de parâmetros tecnológicos e geométricos sobre o desempenho de transistores SOI de canal gradual.
Área de Concentração: Dispositivos Eletrônicos Integrados
Orientador: Prof.ª Dr.ª Michelly de Souza
Data da realização da defesa: 25/02/2015 ORIGINAL ASSINADA
A Banca Examinadora abaixo-assinada atribuiu ao aluno o seguinte: APROVADO REPROVADO
São Bernardo do Campo, 25 de Fevereiro de 2015.
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
Prof.ª Dr.ª Michelly de Souza
Ass.: ____________________________________________
Prof. Dr. Victor Sonnenberg
Ass.: ____________________________________________
Prof.ª Dr.ª Talitha Nicoletti Régis
Ass.: ____________________________________________
VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO
ENDOSSO DO ORIENTADOR APÓS A INCLUSÃO DAS
RECOMENDAÇÕES DA BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Aprovação do Coordenador do Programa de Pós-graduação
______________________________________________
Prof. Dr. Carlos Eduardo Thomaz
A Deus, aos meus familiares, amigos,
professores e a todos aqueles que me
ajudaram a concluir o mestrado.
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, gostaria de agradecer a Deus, pela sua constante ajuda em superar todos
os obstáculos que se fizeram presentes ao longo deste trabalho.
Aos meus pais, pelo incentivo e total apoio, instruindo-me ao caminho certo, sempre
com uma mão amiga.
À querida Débora Moraes, pelo seu amor, carinho, companheirismo, sempre me
incentivando.
À minha orientadora Profa. Dra. Michelly de Souza, por sua contínua atenção,
paciência e dedicação para o cumprimento dos objetivos deste trabalho, pela amizade
conquistada. Agradeço todos os seus conselhos e correções que me fizeram crescer e evoluir.
Ao Prof. Dr. Denis Flandre, do Laboratório de Microeletrônica da Université
catholique de Louvain, Bélgica, por disponibilizar os dispositivos utilizados neste estudo e
colaborar com sugestões referentes ao desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores, Dr. Marcelo Antonio Pavanello, Dr. Salvador Pinillos Gimenez e Dr.
Rodrigo Trevisoli Doria, pelos ensinamentos e apoio.
Aos colegas de pesquisa, Genaro, Renan, Bruna, Lígia, Juliana, Arianne, Márcio,
André, Carla, pelos momentos de alegria, aprendizado, apoio e amizade que contribuíram
para o sucesso deste estudo.
Ao Centro Universitário da FEI, que prontamente concedeu acesso ao laboratório e a
toda infraestrutura necessária para a realização das atividades de pesquisa.
À FAPESP, pelo suporte financeiro durante estes dois anos, permitindo a realização
deste trabalho.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo estudar a influência de parâmetros tecnológicos, geométricos
e de polarização sobre o comportamento analógico dos transistores Silício-Sobre-Isolante
nMOSFET de Canal Gradual (GC SOI), comparando-os com os dispositivos SOI
convencionais, a partir de resultados obtidos através de medidas experimentais e simulações
numéricas bidimensionais de dispositivos e de processo.
Resultados recentes de transistores GC SOI mostraram, para uma tecnologia SOI comercial
totalmente depletada de 150 nm, que um comprimento da região fracamente dopada de 100
nm proporciona o maior aumento do ganho de tensão de malha aberta, independentemente do
comprimento total de canal, em comparação com um transistor de canal uniformemente
dopado de mesma dimensão total. De modo a confirmar a existência do comprimento da
região fracamente dopada que otimiza o ganho de tensão de malha aberta para a tecnologia de
2 μm da Universidade Católica de Louvain, foi estudado o desempenho analógico dos
transistores GC com variações nos comprimentos total de canal e da região fracamente
dopada.
A influência de parâmetros tecnológicos, tais como concentração de dopantes da região
fortemente dopada, espessuras da camada de silício e do óxido de porta, também foi avaliada,
mantendo em todos os casos, o transistor operando em depleção completa. Por meio de
simulações, foi constatado que o aumento no valor destes parâmetros eleva o comprimento da
região fracamente dopada que otimiza o ganho de tensão intrínseco. A espessura do filme de
silício mostrou ser o parâmetro tecnológico que menos influencia este comprimento
otimizado. O aumento da concentração de dopantes da região fortemente dopada e do
comprimento total de canal permitiu o maior incremento no máximo ganho de tensão de
malha aberta, sendo observada uma elevação de aproximadamente 18 e 100 dB,
respectivamente. A frequência de ganho unitário melhorou significativamente com o aumento da
concentração de dopantes da região fortemente dopada para longos comprimentos da região
fracamente dopada, uma vez que a mais alta concentração de dopantes reduz o comprimento
efetivo de canal. A influência da polarização de porta também foi analisada, sendo notado que o
aumento desta provoca uma diminuição tanto do comprimento da região fracamente dopada que
maximiza o ganho de tensão de malha aberta quanto do próprio ganho de tensão intrínseco.
Outro parâmetro analógico analisado neste presente estudo foi a tensão de ruptura de dreno. Ao
contrário do ganho de tensão intrínseco, não foi verificado deslocamento do comprimento da
região fracamente dopada que otimiza a tensão de ruptura de dreno com variações da sobretensão
de condução. Experimentalmente, o comprimento da região fracamente dopada para máxima
tensão de ruptura de dreno se manteve em 0,5 μm, o qual é menor do que o comprimento da
região fracamente dopada para máximo ganho de tensão intrínseco.
Adicionalmente, foi realizada uma análise comparativa em aplicações com espelhos de
corrente do tipo fonte comum entre transistores SOI uniformemente dopados e de canal
gradual, e associação série de transistores SOI. Quando a associação série de transistores SOI
é constituída por dois transistores de concentração de dopantes diferentes (Associação Série
Assimétrica – A-SC), seu comportamento se assemelha ao transistor de canal gradual. Pela
primeira vez, comprovou-se o melhor desempenho de transistores A-SC em circuitos
analógicos. A associação série assimétrica e os transistores de canal gradual promoveram
maiores resistência de saída e excursão do sinal de saída, bem como melhor precisão de
espelhamento em espelhos de corrente fonte comum quando comparada com o mesmo
circuito implementado com transistores convencionais de canal longo, com desempenho ainda
superior para os espelhos de corrente formados por transistores de canal gradual.
Palavras-chave: Transistor SOI nMOSFET de Canal Gradual. Comportamento analógico.
Associação Série Assimétrica SOI nMOSFET.
ABSTRACT
This work aims to study the influence of technological and geometrical parameters, and bias
on the analog performance of Graded-Channel Silicon-On-Insulator nMOSFET transistors
(GC SOI), in comparison to the conventional SOI devices, through results obtained by
experimental measurements and two-dimensional numerical simulations of devices and
process.
Recent results of GC SOI transistors showed, for a commercial fully depleted SOI technology
of 150 nm, that a length of lightly doped region of 100 nm provides the highest increase in the
intrinsic voltage gain, regardless of total channel length, in comparison with a uniformly
doped transistor of same total dimension. In order to confirm the existence of the length of
lightly doped region that optimizes the intrinsic voltage gain for 2 μm technology from
Catholic University of Louvain, it was studied the analog performance of GC transistors with
variations in the total channel and lightly doped region lengths.
The influence of technological parameters, such as doping concentration of highly doped
region, silicon film and front gate oxide thicknesses, was also evaluated, maintaining in all
cases, the transistor operating in full depletion. By simulation results, it was verified that the
increase of these parameters raises the length of lightly doped region which optimizes the
intrinsic voltage gain. The silicon film thickness showed to be the technological parameter
which less influences this optimized length. The increase of doping concentration of highly
doped region and total channel length allowed the largest increment in the maximum intrinsic
voltage gain, being observed an increase of approximately 18 and 100 dB, respectively. The
unit gain frequency was significantly improved by increasing the doping concentration of
highly doped region for long lengths of lightly doped region, since the highest doping
concentration reduces the effective channel length. The influence of gate bias was also
analyzed, its increase causes a reduction in the length of lightly doped region which optimizes
the intrinsic voltage gain as well as the value of the intrinsic voltage gain.
Other analog parameter analyzed in this present study was the breakdown voltage. Unlike the
intrinsic voltage gain, it was not verified a displacement of the length of lightly doped region
which optimizes the breakdown voltage with variations of gate voltage overdrive.
Experimentally, the length of lightly doped region for maximum breakdown voltage was kept
at 0.5 μm, which is smaller than the length of lightly doped region for maximum intrinsic
voltage gain.
Additionally, a comparative analysis was performed in applications with common-source
current mirrors between uniformly doped SOI and graded-channel transistors, and self-
cascode SOI transistors. When the self-cascode SOI transistor is composed by two transistors
of different doping concentration (Asymmetric Self-Cascode – A-SC), its behavior is similar
to the graded-channel transistor. For the first time, it was shown the improved performance of
A-SC transistors in analog circuits. The asymmetric self-cascode and graded-channel
transistors promoted larger output resistance and output signal excursion, as well as better
mirroring precision in common-source current mirrors in comparison with the same circuit
implemented with long channel conventional transistors, with performance even higher for
the current mirrors composed by graded-channel transistors.
Keywords: Graded-Channel SOI nMOSFET transistor. Analog performance. Asymmetric
Self-Cascode SOI nMOSFET.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Perfil transversal do transistor SOI nMOSFET. ..................................................... 29
Figura 2 – Diagrama de bandas de energia para os transistores MOS convencional (A) e SOI
de camada espessa (B). ........................................................................................... 31
Figura 3 – Diagrama de bandas de energia para o transistor SOI de camada fina. .................. 32
Figura 4 – Mobilidade dos elétrons independente do campo elétrico em função da
concentração de dopantes para temperatura de 300 K. .......................................... 40
Figura 5 – Distribuição das cargas de depleção em dispositivos SOI MOSFETs totalmente
depletados de canal longo (A) e curto (B). ............................................................. 43
Figura 6 – Curva IDS x VDS de um transistor SOI totalmente depletado, indicando a ocorrência
da elevação da corrente de dreno causada pelo fenômeno de ionização por impacto
(A). Curva d(1/gD)/dVDS x gD em função de VDS para obtenção das tensões de
saturação e de ruptura de dreno (B). ....................................................................... 45
Figura 7 – Amplificador de tensão com um único transistor MOS. ......................................... 46
Figura 8 - Curva IDS x VDS de um transistor SOI totalmente depletado de L = 0,75 μm com
VGT = 200 mV, indicando a tensão Early do dispositivo. ....................................... 47
Figura 9 – Representação esquemática da relação gm/IDS para transistores MOS convencional
e SOI de camada fina operando em saturação. ....................................................... 48
Figura 10 – Transistor SOI nMOSFET totalmente depletado com perfil de dopantes
assimétrico na região de canal (GC SOI nMOSFET). ............................................ 50
Figura 11 – Curvas IDS x VGF (A) e gm x VGF (B), ambas com VDS = 0,1 V, de transistores GC
SOI e SOI nMOSFET convencional, todos com L = 4 μm. .................................. 51
Figura 12 – Concentração de elétrons ao longo do comprimento de canal para diversas tensões
de porta com L = 4 μm e LLD/L = 0,5. .................................................................... 52
Figura 13 – Curvas IDS/W x VDS (A) e gD/W x VDS (B) com VGT = 150 mV de transistores GC
SOI (L = 2 μm) e SOI nMOSFET convencional com L = 1 e 2 μm. ..................... 53
Figura 14 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento da região
fracamente dopada simulado para transistores GC SOI com diversos comprimentos
totais de canal e concentrações de dopantes, extraído com VDS = 1 V e VGT = 200
mV. ......................................................................................................................... 54
Figura 15 – Perfil da associação série SOI nMOSFET totalmente depletada composta por
transistores de concentrações de dopantes diferentes no canal (A-SC SOI
nMOSFET). ............................................................................................................ 55
Figura 16 - Espelho de corrente em configuração do tipo fonte-comum para a associação série
de transistores. ........................................................................................................ 56
Figura 17 – Curvas IDS x VGT com VDS = 1,5 V (A) e IDS x VDS com VGT = 200 mV (B) para
transistores SOI convencional e de canal gradual com diversas relações LLD/L e L
= 2 μm. .................................................................................................................... 60
Figura 18 – Curvas gm x VGT com VDS = 1,5 V (A) e gD x VDS com VGT = 200 mV (B) para
transistores SOI convencional e de canal gradual com diversas relações LLD/L e L
= 2 μm. .................................................................................................................... 61
Figura 19 – Tensão de limiar em função do comprimento efetivo de canal para dispositivos
SOI com diversos comprimentos totais de canal, extraídos com VDS = 50 mV. .... 61
Figura 20 – Transcondutância e condutância de saída em função do comprimento efetivo de
canal para transistores SOI com diversos comprimentos totais de canal, extraídas
com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV. ........................................................................ 62
Figura 21 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento efetivo de canal
para dispostivos SOI com diversos comprimentos totais de canal, extraídos com
VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV. ................................................................................ 63
Figura 22 – Corrente de dreno e sua derivada normalizadas em função de VGS, polarizado com
VDS = 1,5 V (A e B), e em função de VDS, polarizado com VGT = 200 mV (C e D)
para vários L e relações LLD/L. ............................................................................... 64
Figura 23 – Transcondutância em função da sobretensão de condução para transistores SOI
convencional e de canal gradual com diversas relações LLD/L e L = 2 μm,
polarizados com VDS = 50 mV (A) e 1,5 V (B). ..................................................... 65
Figura 24 – Características IDS(VDS) e gD(VDS) para transistores SOI convencional e de canal
gradual com diversas relações LLD/L e L = 2 μm, polarizados com VGT = 200 mV.
................................................................................................................................ 66
Figura 25 – Secção transversal do transistor SOI de canal gradual de L = 2 μm e LLD/L = 0,5
obtido a partir da simulação do processo de fabricação. ........................................ 67
Figura 26 – Transcondutância em função do comprimento LLD para transistores com diversos
comprimentos totais de canal, extraída com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV. .......... 68
Figura 27 – Condutância de saída em função do comprimento LLD para transistores com
diversos comprimentos totais de canal, extraída com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
................................................................................................................................ 68
Figura 28 – Ganho de tensão intrínseco em função do comprimento LLD para transistores com
diversos comprimentos totais de canal, extraído com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
................................................................................................................................ 69
Figura 29 – Comprimento otimizado da região fracamente dopada em função do comprimento
total de canal, extraído com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV. ................................... 70
Figura 30 – Ganho de tensão de malha aberta experimental (A) e simulado (B) em função do
comprimento LLD, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversos
comprimentos totais de canal. ................................................................................ 71
Figura 31 - Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para vários comprimentos totais de canal e da região
fracamente dopada. ................................................................................................. 72
Figura 32 – Tensão de ruptura de dreno em função do comprimento da região fracamente
dopada para diversos comprimentos totais de canal, extraída com VGT = 200 mV.
................................................................................................................................ 73
Figura 33 – Tensão de limiar em função do comprimento LLD, variando um ou dois
parâmetros tecnológicos quando comparado com os dados iniciais (curva com
quadrados fechados). .............................................................................................. 74
Figura 34 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V para diversas concentrações de dopantes da região fortemente dopada.
................................................................................................................................ 75
Figura 35 – Transcondutância em função da sobretensão de condução para diversas
concentrações de dopantes da região fortemente dopada, obtida para LLD = 0,2 (A)
e 1,4 μm (B). ........................................................................................................... 76
Figura 36 – Concentração de elétrons ao longo do comprimento de canal para duas
concentrações de dopantes da região fortemente dopada e duas sobretensões de
condução, extraída a 3 nm abaixo da primeira interface com VDS = 0 V para LLD =
0,4 (A) e 1,4 μm (B). .............................................................................................. 76
Figura 37 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200
mV e VDS = 1,5 V para diversas concentrações de dopantes da região fortemente
dopada. .................................................................................................................... 77
Figura 38 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas concentrações de dopantes da região
fortemente dopada. ................................................................................................. 78
Figura 39 – Transcondutância e condutância de saída (A) e ganho de tensão de malha aberta
(B) em função da concentração de dopantes da região fortemente dopada, extraído
com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV nos comprimentos LLD otimizados. ................ 79
Figura 40 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas concentrações de dopantes da região
fortemente dopada. ................................................................................................. 80
Figura 41 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V para diversas espessuras da camada de silício. .................................. 81
Figura 42 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200
mV e VDS = 1,5 V para diversas espessuras da camada de silício. ......................... 81
Figura 43 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas espessuras da camada de silício. ....... 82
Figura 44 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas espessuras da camada de silício. ....... 83
Figura 45 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V para diversas espessuras do óxido de porta. ....................................... 83
Figura 46 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200
mV e VDS = 1,5 V para diversas espessuras do óxido de porta. ............................. 84
Figura 47 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas espessuras do óxido de porta. ........... 85
Figura 48 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas espessuras do óxido de porta. ........... 86
Figura 49 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V, variando Toxf e TSi simultaneamente. ................................................ 87
Figura 50 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200
mV e VDS = 1,5 V, variando Toxf e TSi simultaneamente. ...................................... 87
Figura 51 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V, variando Toxf e TSi simultaneamente. ..................... 88
Figura 52 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V, variando Toxf e TSi simultaneamente. ..................... 89
Figura 53 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraído com VDS = 1,5 V
para diferentes sobretensões de condução. ............................................................. 90
Figura 54 – Condutância de dreno em função do comprimento LLD, extraído com VDS = 1,5 V
para diferentes sobretensões de condução. ............................................................. 90
Figura 55 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD (A) e da
transcondutância (B), extraído com VDS = 1,5 V para diferentes sobretensões de
condução. ................................................................................................................ 91
Figura 56 – Tensão de ruptura de dreno em função do comprimento LLD para diferentes
sobretensões de condução. ...................................................................................... 92
Figura 57 – Relação gm/IDS em função da sobretensão de condução para dispositivos com L =
2 μm. ....................................................................................................................... 92
Figura 58 – Transcondutância em função de LLD e VGT, extraído com VDS = 1,5 V para L = 2
μm. .......................................................................................................................... 93
Figura 59 – Condutância de dreno em função de LLD e VGT, extraído com VDS = 1,5 V para L
= 2 μm. .................................................................................................................... 93
Figura 60 – Ganho de tensão de malha aberta em função de LLD e VGT, extraído com VDS =
1,5 V para L = 2 μm. .............................................................................................. 94
Figura 61 – Comprimento LLD otimizado em função do comprimento total de canal, extraído
com VDS = 1,5 V e diversos VGT. ........................................................................... 95
Figura 62 – Transcondutância extraída nos comprimentos LLD que otimizam AV em função do
comprimento total de canal para VDS = 1,5 V e diversos VGT. ............................... 96
Figura 63 – Máximo ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento total de
canal, extraído com VDS = 1,5 V e diversos VGT. ................................................... 96
Figura 64 – Tensão de ruptura de dreno em função do comprimento LLD para diversas
sobretensões de condução e L = 2 μm. ................................................................... 97
Figura 65 – Curvas experimentais da corrente de dreno (A) e da transcondutância (B) em
função da sobretensão de condução para transistores convencionais, associações
séries simétrica e assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4
μm, extraídas com VDS = 50 mV. ........................................................................... 99
Figura 66 – Curvas experimentais da corrente de dreno (A) e da condutância de saída (B) em
função da tensão de dreno para transistores convencionais, associações séries
simétrica e assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4 μm,
extraídas com VGT = 200 mV. .............................................................................. 100
Figura 67 – Curvas experimentais IOUT/IIN (A) e sua razão Desvio Padrão/Média (B) em
função da corrente de entrada para espelhos de corrente compostos por transistores
convencionais, associações séries simétrica e assimétrica de transistores com
comprimento total de canal de 4 μm, extraídas com VIN = VOUT. ........................ 101
Figura 68 - Curvas experimentais da corrente de entrada em função da tensão de entrada em
escalas linear (A) e logarítmica (B) para espelhos de corrente compostos por
transistores convencionais, associações séries simétrica e assimétrica de
transistores com comprimento total de canal de 4 μm. ........................................ 102
Figura 69 – Curvas experimentais (IOUT/IIN) em função da corrente de entrada para espelhos
de corrente compostos por transistores convencionais, associações séries simétrica
e assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4 μm, extraídas
com VOUT = 1,5 V. ................................................................................................ 103
Figura 70 – Curvas experimentais da corrente de saída em função da tensão de saída para
espelhos de corrente compostos por transistores convencionais, associações séries
simétrica e assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4 μm,
polarizadas com IIN = 1 μA (A) e 100 μA (B). ..................................................... 104
Figura 71 – Curvas experimentais da resistência de saída em função da corrente de entrada
para espelhos de corrente compostos por transistores convencionais, associações
séries simétrica e assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4
μm, extraídas com VOUT = 1,1 V. ......................................................................... 106
Figura 72 – Curvas simuladas (IOUT/IIN) em função da corrente de entrada normalizada para
espelhos de corrente compostos por transistores convencionais, canal gradual e
associações séries simétrica e assimétrica de transistores com comprimento total
de canal de 2 e 4 μm, extraídas com VOUT = 1,5 V. ............................................. 108
Figura 73 – Curvas simuladas da corrente de saída em função da tensão de saída para espelhos
de corrente compostos por transistores convencionais, canal gradual, associações
séries simétrica e assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4
μm, extraídas com IIN = 1 μA. .............................................................................. 109
Figura 74 - Curvas simuladas (IOUT/IIN) em função da corrente de entrada normalizada para
espelhos de corrente compostos por transistores A-SC (canal gradual) de diferentes
LD (LLD) e LS (LHD) fixo em 2 μm (A), e diferentes LS (LHD) com LD (LLD) fixo em
2 μm (B), extraídas com VOUT = 1,5 V. ................................................................ 110
Figura 75 - Curvas simuladas da corrente de saída em função da tensão de saída para espelhos
de corrente compostos por transistores A-SC (canal gradual) de diferentes LD
(LLD) e LS (LHD) fixo em 2 μm (A), e diferentes LS (LHD) com LD (LLD) fixo em 2
μm (B), extraídas com IIN = 1 μA. ........................................................................ 111
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tensões de ruptura de dreno extraídas para diversas relações (LLD/L)eff. .............. 62
Tabela 2 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco simulados para
diferentes comprimentos totais de canal. ................................................................ 71
Tabela 3 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco para diferentes
concentrações NHD .................................................................................................. 78
Tabela 4 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco para diferentes
espessuras da camada de silício. ............................................................................. 82
Tabela 5 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco para diferentes
espessuras do óxido de porta. ................................................................................. 85
Tabela 6 – Ganho de tensão de malha aberta do transistor SOI convencional, comprimento
LLD otimizado e o máximo ganho de tensão intrínseco para duas sobretensões de
condução. ................................................................................................................ 94
Tabela 7 – Tensão de saturação, tensão de ruptura de dreno e excursão do sinal de saída para
diferentes espelhos de corrente polarizados em regimes de inversão moderada e
forte. ...................................................................................................................... 105
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A-SC Asymmetric Self-Cascode (Associação Série Assimétrica)
CMOS Complementary Metal-Oxide-Semiconductor (Metal-Óxido-
Semicondutor Complementar)
DIBL Drain-Induced Barrier Lowering (Redução da Barreira Induzida pelo
Dreno)
FD Fully Depleted (Totalmente Depletado)
GC Graded-Channel (Canal Gradual)
HD Highly Doped (Fortemente Dopado)
LD Lightly Doped (Fracamente Dopado)
LDD Lightly Doped Drain (Dreno Fracamente Dopado)
LPLV Low-power Low-voltage (Baixa potência Baixa tensão)
MD Transistor near the Drain of SC Structure (Transistor próximo ao
Dreno da Estrutura SC)
MOSFET Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor (Transistor de
Efeito de Campo Metal-Óxido-Semicondutor)
MS Transistor near the Source of SC Structure (Transistor próximo à Fonte
da Estrutura SC)
NFD Near-Fully Depleted (Quase Totalmente Depletado)
PD Partially Depleted (Parcialmente Depletado)
QIN Input Transistor of the Current Mirror (Transistor de Entrada do
Espelho de Corrente)
QOUT Output Transistor of the Current Mirror (Transistor de Saída do
Espelho de Corrente)
SC Self-Cascode (Associação Série)
SOI Silicon-On-Insulator (Silício-Sobre-Isolante)
S-SC Symmetric Self-Cascode (Associação Série Simétrica)
STI Shallow Trench Isolation (Isolação por Trincheira)
UCL Catholic University of Louvain (Universidade Católica de Louvain)
ULSI Ultra Large Scale Integration (Integração em Ultra Larga Escala)
LISTA DE SÍMBOLOS
AV Ganho de tensão de malha aberta em baixa frequência
BVDS Tensão de ruptura de dreno [V]
CD Capacitância da região de depleção por unidade de área [F/cm2]
CL Capacitância de carga [F]
Coxb Capacitância do óxido enterrado por unidade de área [F/cm2]
Coxf Capacitância do óxido de porta do transistor SOI por unidade de área
[F/cm2]
CSi Capacitância da camada de silício por unidade de área [F/cm2]
EC Nível de energia inferior da faixa de condução [eV]
Eeff Campo elétrico normal médio no canal nas direções vertical e lateral
[V/cm]
EF Nível de Fermi do semicondutor [eV]
EFB Nível de Fermi do substrato [eV]
EFM Nível de Fermi do metal [eV]
Ei Nível de Fermi intrínseco [eV]
EV Nível de energia superior da faixa de valência [eV]
fT Frequência de ganho unitário [Hz]
gD Condutância de dreno [S]
gD,OUT Condutância de dreno do transistor de saída [S]
gD,SAT Condutância de dreno na região de saturação [S]
gm Transcondutância do transistor [S]
h Constante de Planck [6,63 x 10-34
J.s]
Ibias Corrente constante de polarização fornecida pela fonte de corrente [A]
IC Corrente de coletor do transistor bipolar parasitário [A]
Ich Corrente exclusivamente à estrutura MOS, sem ionização por impacto
[A]
IDS Corrente entre dreno e fonte [A]
IDS,GC Corrente entre dreno e fonte do transistor de canal gradual [A]
IDS,SAT Corrente de saturação entre dreno e fonte [A]
IDS,total Corrente de dreno total, considerando o efeito de ionização por impacto
[A]
Ii Corrente gerada por ionização por impacto [A]
IIN Corrente no ramo de entrada do espelho de corrente [A]
IOUT Corrente no ramo de saída do espelho de corrente [A]
IOUT/IIN Precisão de espelhamento
k Constante de Boltzmann [1,38066 x 10-23
J/K]
L Comprimento de máscara do canal do transistor [μm]
LD Comprimento de canal do transistor próximo ao dreno [μm]
Leff Comprimento efetivo do canal do transistor GC SOI [μm]
LLD Comprimento da região fracamente dopada no transistor GC SOI [μm]
LHD Comprimento da região fortemente dopada no transistor GC SOI [μm]
(LLD/L)eff Relação efetiva entre o comprimento da região fracamente dopada e o
comprimento de canal, no transistor GC SOI
LS Comprimento de canal do transistor próximo à fonte [μm]
M Fator de multiplicação de corrente devido ao elevado campo elétrico
m0 Massa do elétron [9,11 x 10-31
kg]
mce* Massa efetiva de condução para elétrons [kg]
mch* Massa efetiva de condução para lacunas [kg]
n Fator de corpo
NA Concentração de impurezas aceitadoras da camada de silício [cm-3
]
NA- Concentração de impurezas aceitadoras ionizadas da camada de silício
[cm-3
]
ND Concentração de impurezas doadoras em um semicondutor [cm-3
]
NHD Concentração de dopantes da camada de silício na região fortemente
dopada do canal [cm-3
]
ni Concentração intrínseca de portadores [cm-3
]
NLD Concentração de dopantes da camada de silício na região fracamente
dopada do canal [cm-3
]
q Carga elementar do elétron [1,6 x 10-19
C]
Qdepl Densidade de carga de depleção na camada de silício [C/cm2]
Qdepl,ef Densidade de carga de depleção efetiva da camada de silício [C/cm2]
Qinv Densidade de carga de inversão na primeira interface [C/cm2]
Qoxb Densidade de cargas fixas no óxido enterrado na segunda interface
[C/cm2]
Qoxf Densidade de cargas fixas no óxido de porta na primeira interface
[C/cm2]
QSB Densidade de carga de acumulação (QSB > 0) ou inversão (QSB < 0) na
segunda interface por unidade de área [C/cm2]
ROUT Resistência de saída do espelho de corrente [Ω]
rj Profundidade das junções de fonte e dreno [μm]
S Inclinação de sublimiar [mV/dec]
T Temperatura absoluta [K]
Toxb Espessura do óxido enterrado [nm]
Toxf Espessura do óxido de porta [nm]
TSi Espessura da camada de silício [nm]
VB Tensão aplicada ao substrato do transistor SOI [V]
VBS Tensão aplicada entre substrato e fonte do transistor MOS [V]
VBS,accB Tensão aplicada ao substrato para que a segunda interface acumule [V]
VD Tensão aplicada ao dreno do transistor SOI [V]
vds Componente alternada da tensão de saída do amplificador [V]
VDS Tensão entre dreno e fonte do transistor MOS [V]
VEA Tensão Early [V]
VFB Tensão de faixa plana da estrutura MOS [V]
VG Tensão aplicada à primeira porta do transistor SOI [V]
vgs Componente alternada da tensão de entrada do amplificador [V]
VGS Tensão entre porta e fonte do transistor MOS [V]
VGT Sobretensão de condução [V]
VI Tensão de entrada do amplificador [V]
VIN Tensão de entrada do espelho de corrente [V]
VO Tensão de saída do amplificador [V]
VOS Excursão do sinal de saída do espelho de corrente [V]
VOUT Tensão de saída do espelho de corrente [V]
VS Tensão aplicada à fonte do transistor SOI [V]
VSAT Tensão de saturação [V]
VTH Tensão de limiar da primeira interface [V]
VTH,accB Tensão de limiar da primeira interface com a segunda interface
acumulada [V]
VTH,deplB Tensão de limiar da primeira interface com a segunda interface
depletada [V]
VTH,HD Tensão de limiar da primeira interface da região fortemente dopada do
transistor GC SOI [V]
VTH,invB Tensão de limiar da primeira interface com a segunda interface
invertida [V]
W Largura do canal do transistor [μm]
xdmax Profundidade máxima da região de depleção [μm]
α Fator de acoplamento capacitivo do transistor MOS
αS Coeficiente de espalhamento [cm/V]
β Fator de ganho do transistor bipolar parasitário
ε0 Permissividade elétrica do vácuo [8,85 x 10-14
F/cm]
εox Permissividade elétrica do óxido de silício [3,45 x 10-13
F/cm]
εSi Permissividade elétrica do silício [1,06 x 10-12
F/cm]
ϕF Potencial de Fermi [V]
ϕMSB Diferença de função trabalho entre o substrato e a camada de silício [V]
ϕMSF Diferença de função trabalho entre o metal de porta e a camada de
silício [V]
ϕSB Potencial de superfície da segunda interface do transistor SOI [V]
ϕSF Potencial de superfície da primeira interface do transistor SOI [V]
λ Parâmetro que considera o efeito de modulação do comprimento de
canal devido à tensão aplicada ao dreno [V-1
]
μ0 Mobilidade dos portadores independente do campo elétrico [cm2/V.s]
μcc Mobilidade dos portadores devido ao espalhamento portador-portador
[cm2/V.s]
μn Mobilidade efetiva dos elétrons na região do canal [cm2/V.s]
μni Mobilidade dos portadores devido ao espalhamento por impurezas
neutras [cm2/V.s]
μps Mobilidade dos portadores devido ao espalhamento de rede [cm2/V.s]
μpse Mobilidade dos elétrons devido ao espalhamento de rede [cm2/V.s]
μpsh Mobilidade das lacunas devido ao espalhamento de rede [cm2/V.s]
μpsii Mobilidade dos portadores devido aos espalhamentos de rede e por
impurezas ionizadas [cm2/V.s]
μpsiie Mobilidade dos elétrons devido aos espalhamentos de rede e por
impurezas ionizadas [cm2/V.s]
σ Desvio padrão
σIout/Iin Desvio padrão da precisão de espelhamento
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 25
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 28
2.1 Tecnologia silício-sobre-isolante ........................................................................... 28
2.1.1 Tipos de transistores SOI........................................................................................ 29
2.1.2 Vantagens do transistor SOI totalmente depletado ................................................... 32
2.2 Características elétricas básicas dos transistores SOI .......................................... 34
2.2.1 Tensão de limiar .................................................................................................... 34
2.2.2 Inclinação de sublimiar .......................................................................................... 36
2.2.3 Mobilidade ............................................................................................................ 37
2.2.4 Transcondutância ................................................................................................... 41
2.2.5 Efeitos de canal curto ............................................................................................. 42
2.2.6 Ionização por impacto ............................................................................................ 44
2.3 Características analógicas dos dispositivos .......................................................... 45
2.4 Transistor SOI MOSFET de Canal Gradual ....................................................... 49
2.5 Associação Série SOI MOSFET ........................................................................... 55
2.6 Espelhos de corrente fonte-comum ...................................................................... 56
2.7 Dispositivos medidos e simulações numéricas bidimensionais e do processo de
fabricação ............................................................................................................ 57
3 ANÁLISE DO DESEMPENHO ANALÓGICO DE TRANSISTORES GC
SOI ............................................................................................................... 59
3.1 Influência dos comprimentos total de canal e da região fracamente dopada no
desempenho analógico do transistor GC SOI nMOSFET ................................ 59
3.1.1 Resultados experimentais ....................................................................................... 59
3.1.2 Resultados simulados ............................................................................................. 63
3.2 Influência da redução dos parâmetros tecnológicos no desempenho analógico
do transistor GC SOI nMOSFET ...................................................................... 73
3.2.1 Influência da concentração de dopantes da região fortemente dopada sobre o LLD
otimizado .............................................................................................................. 74
3.2.2 Influência da espessura da camada de silício sobre o LLD otimizado.......................... 80
3.2.3 Influência da espessura do óxido de porta sobre o LLD otimizado .............................. 83
3.2.4 Influência da redução simultânea das espessuras do óxido de porta e da camada de
silício sobre o LLD otimizado ................................................................................ 86
3.3 Influência da polarização de porta sobre o desempenho analógico do
transistor GC SOI nMOSFET ........................................................................... 89
3.3.1 Resultados experimentais ....................................................................................... 89
3.3.2 Simulações numéricas bidimensionais .................................................................... 92
4 DESEMPENHO DO TRANSISTOR SOI NMOSFET DE CANAL GRADUAL
E A ASSOCIAÇÃO SÉRIE ASSIMÉTRICA DE TRANSISTORES SOI
NMOSFETS EM ESPELHOS DE CORRENTE COM ARQUITETURA
FONTE COMUM ............................................................................................... 98
4.1 Resultados experimentais da associação série assimétrica de transistores ...... 98
4.1.1 Vantagens da associação série assimétrica em nível de transistor .............................. 99
4.1.2 Precisão de espelhamento ..................................................................................... 100
4.1.3 Excursão do sinal de saída .................................................................................... 104
4.1.4 Resistência de saída ............................................................................................. 106
4.2 Simulações numéricas bidimensionais ............................................................... 107
5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS ................................................. 112
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 116
APÊNDICE A ................................................................................................... 128
APÊNDICE B .................................................................................................... 132
APÊNDICE C ................................................................................................... 134
APÊNDICE D ................................................................................................... 137
APÊNDICE E .................................................................................................... 139
APÊNDICE F .................................................................................................... 140
25
1 INTRODUÇÃO
A tecnologia silício sobre isolante (Silicon-On-Insulator – SOI) se tornou uma real
alternativa para a tecnologia Metal-Óxido-Semicondutor Complementar (CMOS)
convencional para a implementação de circuitos integrados em altíssima escala de integração
(Ultra Large Scale Integration – ULSI), sejam eles analógicos ou digitais [1]. Os transistores
fabricados nesta tecnologia apresentam um material isolante que separa uma fina camada de
silício do restante do substrato. A presença desta camada isolante proporciona uma isolação
dielétrica intrínseca entre os dispositivos e o substrato, permitindo a diminuição das
dimensões da tecnologia Metal-Óxido-Semicondutor (MOS) convencional, em razão da
minimização dos efeitos parasitários. Inicialmente, a tecnologia SOI se restringiu a poucas
aplicações, devido à baixa qualidade das lâminas SOI fabricadas [1, 2], tal como operação em
ambientes sujeitos a altas temperaturas [3] e à radiação [4]. A partir da década de 80, a
tecnologia SOI passou a se tornar uma alternativa viável para a tecnologia MOS
convencional, em razão da enorme quantidade de estudos realizados em dispositivos SOI e
nas áreas de materiais, propiciando a fabricação de lâminas SOI de boa qualidade e menor
custo, aumentando consideravelmente o número de aplicações com esta tecnologia [1].
Devido às inúmeras vantagens da tecnologia SOI, as principais indústrias de
semicondutores do mundo começaram a apresentar, a partir da década de 90, os primeiros
circuitos comerciais construídos em tecnologia SOI [5, 6, 7], elevando-a de apenas um objeto
de estudo para uma real alternativa, confirmando a expectativa da comunidade científica de
que esta tecnologia seria a sucessora da tecnologia MOS convencional. Atualmente, circuitos
integrados de grande densidade e complexidade, tais como microprocessadores [8, 9, 10, 11] e
memórias de alta densidade [12], entre outros, vem sendo fabricados em tecnologia SOI pelas
principais empresas de semicondutores, tais como International Business Machines (IBM),
Advanced Micro Devices (AMD), Freescale, Toshiba, Sony, entre outras, ratificando o
excelente potencial em aplicações de alto desempenho [13].
Os dispositivos SOI de camada fina são transistores que apresentam uma redução da
espessura da camada de silício sobre o isolante e apresentam outros benefícios, tais como
atenuação dos efeitos de canal curto [14], do campo elétrico transversal [1], incremento da
mobilidade dos portadores na camada de inversão [15] e da transcondutância, entre outras
vantagens [16, 17, 18]. Embora possuam grande número de vantagens, os transistores SOI
26
apresentam baixa condutividade térmica, visto que o óxido enterrado funciona como um
isolante térmico, dificultando a dissipação de calor gerado pela passagem de corrente elétrica.
Este efeito é denominado de auto aquecimento e degrada a mobilidade dos portadores,
fazendo com que a condutância de dreno apresente valores negativos [1]. Além disso, os
transistores SOI possuem reduzida tensão de ruptura de dreno, uma vez que os pares elétron-
lacuna gerados devido ao elevado campo elétrico próximo ao dreno não tem por onde
escoarem em razão da presença do óxido enterrado, o que leva à ativação do transistor bipolar
parasitário inerente ao transistor MOS [19].
Como forma de reduzir a ocorrência dos efeitos bipolares parasitários, e assim
aumentar a tensão de ruptura dos dispositivos SOI, foi projetada uma estrutura denominada
transistor SOI de Canal Gradual (Graded-Channel (GC) SOI MOSFET) [20]. Este transistor
possui um perfil de dopagem assimétrico na região do canal do transistor, onde uma região
fortemente dopada (HD) próxima à fonte define a tensão de limiar do dispositivo, e uma
região fracamente dopada (LD) próxima ao dreno reduz a barreira de potencial na junção
canal-dreno e, por conseguinte, o pico do campo elétrico, permitindo uma minimização dos
efeitos decorrentes do alto campo elétrico. Além de atenuar a incidência de efeitos bipolares
parasitários, o transistor GC SOI MOSFET permite uma melhora nas características de saída
comparativamente ao dispostivo uniformemente dopado, promovendo um aumento da
transcondutância e, ao mesmo tempo, uma redução da condutância de saída, o que provoca
um incremento da tensão Early. Estas características são especialmente importantes para
transistores MOS em aplicações analógicas, com destaque para circuitos de baixa tensão de
alimentação e baixo consumo de potência (Low-Power Low-Voltage - LPLV) [21].
Desde o advento da estrutura de canal gradual, diversos artigos foram gerados,
comprovando a superioridade desta tecnologia quando comparados com transistores
uniformemente dopados principalmente em aplicações analógicas [22], tais como
amplificadores operacionais [21, 23], espelhos de corrente [24], buffers [25], aplicações em
rádio-frequência [26], etc. Como forma de prosseguir a avaliação desta tecnologia, este
trabalho tem como objetivo analisar como os parâmetros tecnológicos e geométricos
influenciam no seu desempenho analógico, tendo como objeto inicial de estudo, os
transistores GC SOI de tecnologia 2 μm da Université catholique de Louvain (UCL) com
diversos comprimentos de canal e relações LLD/L (relação entre o comprimento da região
fracamente dopada e o comprimento de máscara do canal). Esta análise foi realizada a partir
de simulações numéricas bidimensionais, utilizando o simulador de dispositivos Sentaurus
27
Device [27], bem como o simulador de processos Sentaurus Process [28], sendo variados os
seguintes parâmetros: comprimentos total de canal e da região fracamente dopada,
concentração de dopantes da região fortemente dopada, espessuras da camada de silício e do
óxido de porta. Foi analisada também a influência da polarização de porta sobre o
comportamento analógico do transistor SOI de canal gradual.
Adicionalmente, foi estudado o comportamento de transistores SOI de canal gradual e
a associação série de transistores SOI (Self-Cascode - SC) operando em espelhos de corrente
do tipo fonte comum. Esta associação é formada por dois transistores em série com suas
portas curto-circuitadas. Quando constituída por dois transistores de concentração de dopantes
diferentes (associação série assimétrica), sua configuração física e características elétricas se
assemelham ao transistor de canal gradual. No entanto, tem-se a presença de uma região
intermediária N+, responsável por reduzir o efeito de ionização por impacto, uma vez que
parte dos pares elétron-lacuna gerados se recombinam nesta região [29].
Este trabalho está dividido em 6 capítulos, conforme listado a seguir:
O Capítulo 2 apresenta um resumo da revisão bibliográfica básica que fundamenta este
trabalho, composto por uma introdução à tecnologia SOI MOSFET, suas principais
características físicas, elétricas, detalhamento dos parâmetros analógicos, bem como uma
introdução aos transistores GC SOI MOSFET e SC SOI MOSFET, enfatizando as suas
vantagens sobre os transistores uniformemente dopados. São apresentados também os
dispositivos medidos e os simuladores numéricos bidimensionais utilizados, assim como os
modelos analíticos para ajuste das curvas experimentais.
O Capítulo 3 aborda a análise do desempenho analógico dos dispositivos GC SOI
variando a polarização de porta e os seguintes parâmetros tecnológicos e geométricos:
comprimento total de canal e da região fracamente dopada, concentração de dopantes da
região fortemente dopada, espessuras da camada de silício e do óxido de porta, tendo como
objetivo a maximização do ganho de tensão de malha aberta, da tensão de ruptura de dreno e
da frequência de ganho de tensão unitário.
No Capítulo 4, é apresentada uma análise do comportamento de transistores GC SOI e
SC SOI em espelhos de corrente com arquitetura do tipo fonte comum, explicitando seus
diferenciais, no que diz respeito à excursão do sinal de saída, resistência de saída e precisão
de espelhamento.
Por fim, o Capítulo 5 apresenta as principais conclusões obtidas e as sugestões para
trabalhos futuros.
28
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo apresenta uma revisão bibliográfica sobre a tecnologia Silício-Sobre-
Isolante, tipos de transistores SOI, suas características elétricas e analógicas, bem como uma
introdução aos transistores SOI de Canal Gradual e Self-Cascode, analisando suas estruturas
físicas, seus diferenciais e aplicações.
2.1 TECNOLOGIA SILÍCIO-SOBRE-ISOLANTE
A tecnologia Silício-Sobre-Isolante tem-se constituído numa importante alternativa à
tecnologia MOS convencional (bulk MOS) de modo a sustentar a contínua redução das
dimensões enfrentada pelos circuitos CMOS e a necessidade por circuitos mais rápidos com
alta confiabilidade e alto desempenho [1].
Os transistores implementados na tecnologia MOS convencional são fabricados em
lâminas de silício com centenas de micrometros de espessura. No entanto, somente uma
pequena espessura próxima à superfície é utilizada para a fabricação dos circuitos e
dispositivos. Esta característica torna a tecnologia bulk susceptível às interações entre a região
ativa e o restante do substrato, provocando um conjunto de efeitos indesejáveis, por exemplo,
degradação do acoplamento capacitivo devido às elevadas capacitâncias parasitárias, e a
presença do tiristor parasitário, inerente à estrutura CMOS. O constante escalamento das
dimensões dos dispositivos resulta em uma intensificação destes efeitos indesejados [1]. A
adequação da tecnologia bulk, de modo a atenuar estes efeitos, torna as etapas de fabricação
mais complexas. Além disso, alternativas como implantação de halo [30], regiões de dreno
fracamente dopadas (Lightly Doped Drain – LDD) [31] e isolação por trincheira (Shallow
Trench Isolation – STI) [32] encarecem o processo de fabricação.
A tecnologia SOI se baseia no isolamento da região ativa da lâmina de silício do
restante do substrato, a partir de um óxido enterrado. A presença deste isolamento dielétrico
entre os dipositivos e o substrato promove uma série de vantagens em comparação com a
tecnologia MOS convencional, tais como eliminação do efeito tiristor parasitário, diminuição
das capacitâncias de junção, melhora da inclinação de sublimiar, menor efeito de canal curto,
maior densidade de integração, entre outros benefícios [1].
29
A Figura 1 apresenta o perfil transversal do transistor SOI nMOSFET, onde VG, VB,
VS e VD representam as tensões aplicadas nos eletrodos de porta, substrato, fonte e dreno,
respectivamente, Toxf é a espessura do óxido de porta, TSi é a espessura da camada de silício,
Toxb é a espessura do óxido enterrado e L é comprimento de máscara do canal. São também
indicadas as três interfaces Si-SiO2 presentes na estrutura SOI.
Figura 1 – Perfil transversal do transistor SOI nMOSFET.
Fonte: elaborada pelo autor
2.1.1 TIPOS DE TRANSISTORES SOI
Existem dois modos de funcionamento dos dispositivos SOI MOSFET, os quais
podem ser divididos em modo acumulação e modo inversão (ou enriquecimento). Neste
trabalho será estudado apenas o transistor modo inversão, por se tratar do dispositivo mais
comum [1].
No caso de transistores MOS convencionais, a região de depleção se inicia a partir da
interface Si-SiO2 até atingir a profundidade máxima da região de depleção (xdmax), a qual é
dada pela equação (1) [33]:
A
FSimaxd
N.q
2.2x
(1)
onde ƐSi é a permissividade elétrica do silício, NA é a concentração de impurezas aceitadoras
do substrato, q é a carga elementar do elétron e ϕF é o potencial de Fermi, dado por
30
i
AF
n
Nln.
q
T.k, onde k é a constante de Boltzmann, T é temperatura absoluta e ni é a
concentração intrínseca de portadores.
As características elétricas dos dispositivos SOI são extremamente dependentes da
espessura e concentração de dopantes da camada de silício e da temperatura de operação, uma
vez que NA e T alteram a espessura da camada de depleção. Desta maneira, três tipos de
transistores podem ser obtidos: de camada fina, de camada média e de camada espessa.
O dispositivo SOI parcialmente depletado (partially depleted – PD) ou de camada
espessa apresenta uma camada de silício com espessura superior a 2.xdmax, não permitindo a
interação entre as regiões de depleção geradas pela primeira e segunda interfaces, ou seja,
tem-se a formação de uma região neutra entre as duas interfaces. Caso o corpo seja aterrado, o
dispositivo SOI PD terá comportamento similar ao do transistor MOS convencional. No
entanto, se o corpo for mantido eletricamente flutuando, o transistor apresentará efeitos de
corpo flutuante [34], tais como, os efeitos bipolar parasitário e de elevação abrupta da
corrente (Efeito Kink). Por sua similaridade de operação com os dispostivos MOS
convencionais aliado com a diminuição das capacitâncias de junção [35], os primeiros
dispositivos SOI fabricados foram de camada espessa [36, 37, 38].
A Figura 2 apresenta os diagramas de faixas de energia para o transistor MOS
convencional (A) e SOI de camada espessa (B), onde EC corresponde ao nível de energia
inferior da banda de condução, EV o nível de energia superior da banda de valência, Ei o nível
intrínseco, EF o nível de Fermi do semicondutor (silício), EFM o nível de Fermi do eletrodo de
porta, EFB o nível de Fermi do substrato, VGS a tensão entre porta e fonte e VBS a tensão entre
substrato e fonte.
31
Figura 2 – Diagrama de bandas de energia para os transistores MOS convencional (A) e SOI de camada espessa
(B).
Fonte: elaborada pelo autor
O dispositivo SOI totalmente depletado (fully depleted – FD) ou de camada fina possui
uma camada de silício com espessura inferior a xdmax. Desta forma, as regiões de depleção da
primeira e segunda interfaces estarão em contato para tensões de porta superiores à tensão de
limiar, independentemente da tensão aplicada ao substrato, excetuando-se quando houver uma
fina camada de acumulação (inversão) na segunda interface, caso uma alta tensão negativa
(positiva) for aplicada ao substrato, respectivamente. Como as regiões de depleção interagem
entre si, há uma dependência entre os potenciais de superfície da primeira e segunda
interfaces (ϕSF e ϕSB, respectivamente), originando um melhor acoplamento eletrostático em
toda a espessura da camada de silício. Os dispositivos SOI totalmente depletados apresentam
as melhores características elétricas entre os transistores SOI, tais como redução do campo
elétrico horizontal [39], maior mobilidade dos portadores na região de canal [40], menor
inclinação de sublimiar [1], menor ocorrência dos efeitos de canal curto [14], entre outras
vantagens. No entanto, uma das desvantagens do dispositivo SOI FD é a dependência entre a
tensão de limiar com a espessura da camada de silício [41]. A Figura 3 apresenta o diagrama
de faixas de energia para o transistor SOI de camada fina.
(A) (B)
32
Figura 3 – Diagrama de bandas de energia para o transistor SOI de camada fina.
Fonte: elaborada pelo autor
Os dispositivos de camada média (near-fully depleted SOI – NFD) são aqueles que
apresentam xdmax < TSi < 2.xdmax, ou seja, a camada de silício poderá ou não ficar
completamente depletada, dependendo da tensão aplicada ao substrato, sendo assim, este
transistor poderá se comportar como parcialmente ou totalmente depletado.
2.1.2 VANTAGENS DO TRANSISTOR SOI TOTALMENTE DEPLETADO
As vantagens do transistor SOI MOSFET totalmente depletado em relação ao MOS
convencional e SOI MOSFET parcialmente depletado se devem ao seu menor fator de corpo
(n) devido ao melhor acoplamento capacitivo do SOI FD. O fator de corpo age notavelmente
sobre a inclinação de sublimiar, bem como sobre o nível de corrente fornecido pelo
dispositivo [42], atuando como uma força contrária ao controle do potencial de superfície da
primeira interface pelo eletrodo de porta, sendo dado pela equação (2):
1n (2)
onde α corresponde ao fator de acoplamento capacitivo do transistor MOS que apresenta
diferentes valores dependendo do tipo de transistor e de como o dispositivo está polarizado,
dado por:
33
oxf
D
C
C (3)
para transistores MOS convencionais e PD SOI;
oxf
Si
C
C (4)
para transistores FD SOI com a segunda interface em acumulação;
)CC.(C
C.C
oxbSioxf
oxbSi
(5)
para transistores FD SOI com a segunda interface em depleção.
Onde CD é a capacitância da região de depleção por unidade de área, dada por
maxd
Si
Dx
C
; Coxf é a capacitância do óxido de porta por unidade de área, dada por
oxf
ox
oxfT
C
; Coxb é a capacitância do óxido enterrado por unidade de área, expressa por
oxb
ox
oxbT
C
; CSi é a capacitância da camada de silício por unidade de área, expressa por
Si
Si
SiT
C
e Ɛox é a permissividade elétrica do óxido.
O fator de corpo apresenta o menor valor para transistores SOI de camada fina com a
segunda interface depletada [43], sendo muito próximo da unidade, enquanto que os
transistores SOI de camada fina com a segunta interface acumulada apresentam o maior valor,
seguindo a seguinte tendência:
n SOI totalmente depletado < n MOS convencional < n SOI com a segunda interface acumulada
As correntes de dreno (IDS) de primeira ordem em triodo e em saturação [44] são
exibidas, respectivamente, nas equações (6) e (7):
34
Triodo:
2
V.nV).VV(
L
C..WI
2
DS
DSTHGS
oxfn
DS (6)
Saturação:
2
THGS
oxfn
SAT,DS )VV(n.L.2
C..WI
(7)
onde W é a largura de canal do transistor, μn é a mobilidade efetiva dos elétrons no canal, VTH
é a tensão de limiar do transistor e VDS é a tensão entre dreno e fonte.
O menor fator de corpo apresentado pelos transistores SOI totalmente depletados
permite a eles um aumento do nível de corrente de dreno comparativamente aos dispositivos
MOS convencionais, SOI PD e SOI FD com a segunda interface em acumulação, se
polarizados com mesmas tensões de dreno e de porta, e com tensões de limiar idênticas [1].
2.2 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS BÁSICAS DOS TRANSISTORES SOI
Nesta seção, serão discutidos os parâmetros elétricos básicos dos transistores SOI para
o entendimento do presente trabalho, dando ênfase também aos efeitos parasitários e de corpo
flutuante.
2.2.1 TENSÃO DE LIMIAR
A tensão de limiar de um transistor MOSFET corresponde à tensão de porta necessária
para provocar a inversão da superfície de silício, permitindo a formação de um canal de
condução de corrente entre fonte e dreno, sendo atingida quando o potencial na superfície da
camada de silício é de aproximadamente 2ϕF. A tensão de limiar do transistor nMOS
convencional é obtida pela equação (8) [33].
oxf
maxdA
FFBTHC
x.N.q2VV (8)
35
Onde VFB é a tensão de faixa plana, dada por oxf
oxf
MSFC
Q ; ϕMSF é a diferença de
função trabalho entre o metal de porta e o silício; Qoxf é a densidade de carga fixa no óxido de
porta por unidade de área.
Para o transistor SOI parcialmente depletado, a tensão de limiar na primeira interface é
idêntica à do transistor MOS convencional, dada pela equação (8), uma vez que não há
interação entre as regiões de depleção da primeira e segunda interfaces.
Concernente ao transistor SOI totalmente depletado, no qual se verifica uma interação
entre as regiões de depleção da primeira e segunda interfaces, as tensões aplicadas à porta e ao
substrato podem ser calculadas a partir das equações de Lim & Fossum [42], desprezando-se
as armadilhas de interface:
oxf
invdepl
SB
oxf
Si
SF
oxf
Si
oxf
oxf
MSFGSC
)QQ.(5,0.
C
C.
C
C1
C
QV
(9)
oxb
SBdepl
SB
oxb
Si
SF
oxb
Si
oxb
oxb
MSBBSC
)QQ.(5,0.
C
C1.
C
C
C
QV
(10)
onde ϕMSB é a diferença de função trabalho entre o substrato e a camada de silício; Qoxb é a
densidade de carga fixa por unidade de área no óxido enterrado; Qdepl é a densidade de cargas
de depleção por unidade de área na camada de silício, dada por SiAdepl T.N.qQ ; Qinv é a
densidade de carga de inversão por unidade de área (Qinv < 0) na primeira interface e QSB é a
densidade de carga de inversão (QSB < 0) ou de acumulação (QSB > 0) na segunda interface,
ambas por unidade de área.
O acoplamento existente entre os potenciais aplicados à porta e ao substrato,
evidenciado pelas equações (9) e (10), torna a tensão de limiar da primeira interface do SOI
nMOSFET de camada fina dependente da tensão aplicada ao substrato, conforme equações
11, 12 e 13:
36
Segunda interface acumulada (VTH,accB), onde ϕSF = 2ϕF, ϕSB = 0 e Qinv = 0:
oxf
depl
F
oxf
Si
oxf
oxf
MSFaccB,THC
Q.5,02.
C
C1
C
QV
(11)
Segunda interface invertida (VTH,invB), onde ϕSF = 2ϕF, ϕSB = 2ϕF e Qinv = 0:
oxf
depl
F
oxf
oxf
MSFinvB,THC
Q.5,02
C
QV (12)
Segunda interface depletada (VTH,deplB), onde ϕSF = 2ϕF, 0 < ϕSB < 2ϕF e Qinv = 0:
)VV.()CC.(C
C.CVV accB,BSBS
oxbSioxf
oxbSi
accB,THdeplB,TH
(13)
onde VBS,accB é a tensão aplicada ao substrato necessária para acumular a segunda interface,
obtida a partir da equação (10) com ϕSF = 2ϕF, ϕSB = 0 e QSB = 0.
Deve-se ressaltar que as equações (11), (12) e (13) só são válidas se as espessuras da
camada de inversão e de acumulação forem insignificantes em comparação com a espessura
da camada de silício [42].
2.2.2 INCLINAÇÃO DE SUBLIMIAR
A inclinação de sublimiar (S) é a variação da tensão aplicada à porta necessária para
variar a corrente de dreno em uma década na região de sublimiar [45], dada por:
)I(logd
dVS
DS
GS (14)
Na região de sublimiar, a equação da corrente de dreno é predominantemente de
difusão [33]. Realizadas algumas simplicações, obtém-se a equação (15) [46]:
37
)10ln(.q
T.k.n)1)(10ln(.
q
T.kS (15)
A inclinação de sublimiar é um parâmetro muito interessante, pois é capaz de definir a
velocidade de resposta do transistor MOS, uma vez que, quanto menor for o seu valor, mais
rápido ocorrerá o chaveamento entre corte e condução, além de permitir a utilização de
menores tensões de limiar, sem aumentar a corrente de fuga do dispositivo, fato este
especialmente adequado para aplicações de baixa tensão de alimentação [47].
De acordo com a equação (15), verifica-se que o fator de corpo influencia na
inclinação de sublimiar. Os dispositivos SOI totalmente depletados possuem menor fator de
corpo comparativamente aos transistores MOS convencionais, conforme mostrado na seção
2.1.2. Desta forma, tem-se que:
S SOI totalmente depletado < S MOS convencional < S SOI com a segunda interface acumulada
Em temperatura ambiente, a inclinação de sublimiar dos transistores SOI totalmente
depletados é muito próxima do limite teórico de 60 mV/dec, ao passo que este valor é de
aproximadamente 90 mV/dec para os transistores MOS convencionais [48].
2.2.3 MOBILIDADE
A mobilidade dos portadores consiste em um parâmetro essencial que mensura a
eficácia do transistor MOSFET quanto ao fornecimento de corrente. Ao se deslocarem ao
longo da rede cristalina do semicondutor, os portadores sofrem a atuação de diversos
mecanismos de espalhamento que degradam sua mobilidade. Estes mecanismos de
degradação da mobilidade são divididos em quatro categorias, conforme mostrado a seguir:
Espalhamento de rede ou por fônons (lattice scattering): O espalhamento de rede se
deve à interação entre os portadores e as vibrações na rede cristalina (fônons). Quanto menor
for a temperatura, menor o número de vibrações do cristal semicondutor, incrementando a
mobilidade. Este mecanismo de espalhamento pode ser descrito pelo modelo de Sah et al
[49]:
38
h,e
hb0,eb0
h,e
ha0,ea0
psh,pse
300
T.
1
300
T.
1
1 (16)
onde o índice e é referente ao elétrons e h, às lacunas; μ0ea = 4195 cm2/Vs; μ0eb = 2153
cm2/Vs; μ0ha = 2502 cm
2/Vs; μ0hb = 591 cm
2/Vs; αe = αh = 1,5; βe = 3,13 e βh = 3,25. Neste
modelo, a combinação dos fônos ópticos e acústicos é feita pela regra de Mathiessen [50].
Espalhamento por impurezas ionizadas (ionized impurity scattering): Este mecanismo
está associado ao maior espalhamento sofrido pelos portadores quando a temperatura
aumenta, uma vez que mais portadores estão disponíveis na banda de condução, degradando
sua mobilidade. A equação (17) apresenta o modelo empírico de Caughey e Thomas [51] para
os elétrons, onde são considerados simultaneamente os mecanismos de espalhamento de rede
e por impurezas ionizadas.
ae
e,ref
A
emin,pse
emin,psiie
N
N1
(17)
Onde )Tlog(.505,4517,197emin, ;
2,3
17
e,ref300
T.10.12,1N
;
065,0
ae300
T.72,0
e NA
- é a concentração de impurezas aceitadoras ionizadas.
Para lacunas, o índice e deve ser alterado pelo índice h; )Tlog(.597,259,110hmin,
;
2,3
17
h,ref300
T.10.23,2N
e aeah .
39
Espalhamento portador-portador (carrier-to-carrier scattering): O mecanismo de
espalhamento portador-portador é muito importante para alta dopagem devido à maior
densidade de portadores na faixa de condução, o que reduz a mobilidade dos elétrons e
lacunas. A equação (18) apresenta o modelo que contabiliza os efeitos do espalhamento
portador-portador sobre a mobilidade [52].
3
1
A
28
A
17
cc
N.T.10.28,81ln.N
10.2 (18)
Para o semicondutor tipo n, substitui-se apenas NA pela concentração de impurezas
doadoras no corpo (ND) na equação (18).
Espalhamento por impurezas neutras (neutral-impurity scattering): O mecanismo de
espalhamento por impurezas neutras está relacionado com as impurezas não ionizadas em
baixas temperaturas. Para concentrações de impurezas neutras superiores a 1018
cm-3
e baixas
temperaturas, a influência deste espalhamento sobre a mobilidade se torna notória,
degradando-a, podendo ser modelada, para os elétrons, por meio da equação (19) [53]:
T.k
E.
3
1
E
T.k.
3
2.C
e,ni
e,ni
0ni (19)
onde 2
AA
3
Si
*
ce
33
0 10.)NN.(h..5
m.q..2C
;
2
Si
0
0
*
ce19
e,ni .m
m.10.136,1E
; h é a constante de
Planck; mce* é a massa efetiva de condução para os elétrons [50]; m0 é a massa do elétron e Ɛ0
é a permissividade dielétrica do vácuo. Para o caso de lacunas, é necessário determinar os
valores de C0 e Eni na equação (19), utilizando a massa efetiva de condução para as lacunas
(mch*).
Estes mecanismos de espalhamento, tratados de forma independente, podem ser
agrupados fazendo uso da regra de Mathiessen. Por não serem dependentes das tensões
aplicadas, a mobilidade (μ0) obtida não contabiliza os efeitos do campo elétrico.
40
niccpsii
0 111
1
(20)
Constata-se a presença de apenas três mecanismos de espalhamento, visto que μps não
está incluso na equação de μ0, isto se deve ao termo μpsii já considerar simultaneamente os
espalhamentos de rede e por impurezas ionizadas.
A Figura 4 apresenta a mobilidade dos elétrons independente do campo elétrico em
função da concentração de dopantes para temperatura de 300 K. Pode-se notar que o aumento
da concentração de dopantes provoca uma diminuição da mobilidade devido ao maior número
de portadores disponíveis na banda de condução que está relacionado com o mais intenso
espalhamento por impurezas ionizadas.
1E15 1E16 1E17 1E18 1E19
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 [cm
2/V
s]
NA [cm
-3]
T=300K
Figura 4 – Mobilidade dos elétrons independente do campo elétrico em função da concentração de dopantes para
temperatura de 300 K.
Fonte: elaborada pelo autor
Ao aplicar uma tensão à porta, um campo elétrico vertical é criado, promovendo a
atração dos portadores para a interface óxido-silício. Por apresentar maior rugosidade, a
superfície de silício degrada a mobilidade dos portadores [45]. Além disso, ao aplicar uma
tensão junto ao dreno, um campo elétrico lateral é gerado, causando uma redução da
mobilidade, em virtude da saturação da velocidade dos portadores.
41
Diversos são os modelos para a determinação da mobilidade contabilizando os efeitos
dos campos elétricos horizontal e vertical. A equação (21) exibe um modelo para o cálculo da
mobilidade levando em consideração os efeitos do campo elétrico [54].
effS
0
nE.1
(21)
Onde αS é o coeficiente de espalhamento e Eeff é o campo elétrico efetivo nas direções
vertical e horizontal.
Para o transistor SOI totalmente depletado, o campo elétrico atuante é menor quando
comparado com o transistor MOS convencional, o que reduz a degradação da mobilidade
[40].
2.2.4 TRANSCONDUTÂNCIA
A transcondutância (gm) do transistor MOS é o parâmetro elétrico que mensura a
eficiência do controle da tensão de porta sobre a corrente de dreno do dispositivo, dada pela
equação (22):
GS
DS
mdV
dIg (22)
As transcondutâncias em triodo e saturação para transistores MOS são dadas pelas
equações (23) e (24), respectivamente, obtidas a partir da derivada das expressões de corrente
apresentadas nas equações (6) e (7) [44].
DSoxfn
GS
DS
m V.L
W.C.
dV
dIg (23)
)VV.(L
W.
n
C.
dV
dIg THGS
oxfn
GS
SAT,DS
m
(24)
42
As equações de transcondutância são diretamente proporcionais à mobilidade dos
portadores. Desta maneira, a transcondutância pode ser utilizada como parâmetro de análise
da mobilidade. Conforme observado na equação (24), a transcondutância em saturação é
dependente do fator de corpo. Assim, os transistores SOI totalmente depletados apresentam
maior transcondutância, na região de saturação, do que os transistores MOS convencionais e
SOI de camada fina com a segunda interface em acumulação devido ao menor fator de corpo,
assegurando um melhor controle da corrente de dreno pela porta.
2.2.5 EFEITOS DE CANAL CURTO
À medida que o comprimento de canal dos transistores MOS é reduzido, vários efeitos
que deterioram o comportamento elétrico dos transistores são gerados [55]. O escalamento do
comprimento de canal torna as regiões de depleção da fonte e dreno significativas quando
comparada com a região de depleção controlada pela porta. Logo, o perfil da carga de
depleção deixa de ser praticamente retangular para ser quase triangular no MOS
convencional, ou seja, a densidade de cargas controlada pela porta é diminuída e não pode ser
mais expressa por maxdAdepl x.N.qQ , como no caso do transistor MOS convencional para
canais longos, mas como uma porção dela (Qdepl,ef), dada pela equação (25).
1
r
x.21.
L
r1.QQ
j
maxdj
deplef,depl (25)
Onde rj é a profundidade das junções de fonte e dreno. Como Qdepl,ef < Qdepl, observa-
se um aumento da inclinação de sublimiar devido ao maior fator de corpo que está
relacionado à piora do acoplamento capacitivo, bem como uma diminuição da tensão de
limiar em razão da diminuição da densidade de cargas de depleção controlada pela porta [33,
54, 56].
Nos transistores SOI totalmente depletados, a influência da redução do comprimento
de canal é menor do que nos dispositivos MOS convencionais, em virtude da existência do
óxido enterrado, permitindo um maior controle da porta sobre as cargas de depleção em
relação ao MOS convencional.
43
Para os transistores SOI totalmente depletados de canal longo (Figura 5(A)) e canal
curto (Figura 5(B)), as cargas controladas pela porta são dadas pelas equações (26) e (27),
respectivamente:
SiAdepl T.N.qQ (26)
L
d1.QQ deplef,depl (27)
onde d é a distância indicada na Figura 5(B).
Figura 5 – Distribuição das cargas de depleção em dispositivos SOI MOSFETs totalmente depletados de canal
longo (A) e curto (B).
Fonte: elaborada pelo autor
A redução da barreira de potencial junto à fonte induzida pelo dreno (Drain-Induced
Barrier Lowering – DIBL) é um parâmetro de grande importância em transistores de canal
curto, uma vez que também está relacionado com o compartilhamento de cargas entre as
portas e as junções [55]. A elevação da tensão aplicada ao dreno promove um aumento da
polarização reversa sobre a junção corpo-dreno, causando um incremento da largura da região
de depleção associada a essa junção. No caso de dispositivos de canal curto, as regiões de
depleção da fonte e dreno podem começar a interagir com o aumento da polarização de dreno,
diminuindo a barreira de potencial na fonte e, consequentemente, a tensão de limiar do
dispositivo.
(A) (B)
44
2.2.6 IONIZAÇÃO POR IMPACTO
A ionização por impacto é um fenômeno que ocorre em transistores MOS quando é
aplicada uma tensão elevada ao dreno, fazendo com que os elétrons próximos à junção canal-
dreno adquiram energia suficiente para gerar pares elétron-lacuna por meio do impacto com a
rede cristalina [1].
Os dispositivos MOS apresentam intrinsicamente um transistor bipolar parasitário,
onde a fonte é o emissor, o canal é a base, e o dreno é o coletor. Nos transistores SOI, a base
deste transistor bipolar parasita se encontra eletricamente flutuando, podendo amplificar a
corrente de ionização por impacto. Caso uma alta tensão seja aplicada ao dreno, com a
consequente elevação do campo elétrico, a ionização por impacto pode ocorrer na região de
sublimiar, ativando o transistor bipolar parasita do transistor SOI, causando a perda do
controle da porta sobre a corrente de dreno. Com a elevação na corrente de dreno, a geração
de portadores por impacto aumenta, o que resulta em um ciclo com realimentação positiva,
incrementando rapidamente a corrente de dreno, tendo como consequência uma menor tensão
de ruptura de dreno comparada aos dispositivos MOS convencionais [1]. O efeito de redução
da tensão de ruptura de dreno presente nos transistores SOI uniformemente dopados pode ser
observado na Figura 6(A), onde é apresentada a característica IDS x VDS simulada para o
transistor SOI de L = 2 μm, extraída com sobretensão de condução (VGT = VGS – VTH) de 200
mV. Nesta figura, observa-se uma elevação da corrente de dreno para altas tensões de dreno
em decorrência do fenômeno de ionização por impacto, reduzindo a tensão de ruptura de
dreno do dispostivo.
A extração da tensão de ruptura de dreno foi obtida a partir do método descrito na ref.
[57]. Este método está baseado na teoria geral dos dispositivos semicondutores, uma vez que
a teoria é independente de quaisquer modelos de dispositivos específicos, este modelo é
válido para transistores MOS de diferentes tecnologias. Esta metodologia utiliza as curvas
DDS
D gdV
g1dem função de VDS. Nestas curvas, verifica-se a presença de dois picos,
sendo o primeiro, positivo, indicando a tensão de saturação do dispositivo (VSAT) e o segundo,
negativo, definindo a tensão de ruptura de dreno (BVDS). A Figura 6(B) apresenta a curva
DDS
D gdV
g1dem função de VDS obtida a partir da curva da Figura 6(A), indicando as
extrações das tensões de saturação e de ruptura de dreno.
45
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
I DS [A
]
VDS
[V]
L=2m
VGT
=200mV
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
-10
-5
0
5
10
15
20
d(1
/gD)/
dV
DS x
gD [V
-1]
VDS
[V]
L=2m
VGT
=200mV
Figura 6 – Curva IDS x VDS de um transistor SOI totalmente depletado, indicando a ocorrência da elevação da
corrente de dreno causada pelo fenômeno de ionização por impacto (A). Curva d(1/gD)/dVDS x gD em função de
VDS para obtenção das tensões de saturação e de ruptura de dreno (B).
Fonte: elaborada pelo autor
A corrente de dreno total contabilizando a parcela originada pela ionização por
impacto (IDS,total) é dada pela equação (28) [1]:
)1M(1
I.M)II(MI ch
Cchtotal,DS
(28)
onde Ich é a corrente exclusivamente devido à estrutura MOS (sem ionização por impacto); IC
é a corrente de ionização por impacto amplificada pelo bipolar parasita, dada por iC I.I ; Ii
é a corrente de ionização por impacto, dada por chCi I).1M(I).1M(I ; β é o ganho do
transistor bipolar parasita e (M-1) é o fator de multiplicação devido à ionização por impacto.
O disparo do transistor bipolar parasita ocorre quando o produto β(M-1) tende a
unidade. Uma das maneiras de amenizar o efeito bipolar parasita é reduzir o tempo de vida
dos portadores minoritários [1].
2.3 CARACTERÍSTICAS ANALÓGICAS DOS DISPOSITIVOS
O circuito utilizado para análise das características analógicas dos transistores é
composto por um amplificador de tensão baseado em um único transistor em configuração do
tipo fonte comum com uma carga capacitiva (CL), conforme mostrado na Figura 7.
Efeito da elevação da corrente de dreno
devido à ionização por impacto.
(A) (B)
VSAT BVDS
46
Figura 7 – Amplificador de tensão com um único transistor MOS.
Fonte: elaborada pelo autor
Este circuito é polarizado por uma fonte de corrente constante (Ibias) que fixa o ponto
de operação do transistor, fazendo com que a parcela alternada (vgs) da tensão de entrada (VI)
aplicada junto à porta seja amplificada, constituindo a parcela alternada (vds) da tensão de
saída (VO).
O ganho de tensão de malha aberta em baixas frequências (AV) na região de saturação
é expresso pela equação (29) [58]:
EA
DS
m
D
m
gs
ds
V V.I
g
g
g
v
vA (29)
onde gD é a condutância de dreno e VEA é a tensão Early.
A tensão Early é um parâmetro elétrico que está intimamente relacionado com o
deslocamento do ponto de estrangulamento do canal no sentido da fonte. Ao aplicar uma
tensão de dreno superior à tensão de saturação, a região de depleção próxima ao dreno
aumenta, reduzindo o comprimento efetivo de canal e, consequentemente, incrementando a
corrente de dreno na saturação (IDS,SAT). Desta forma, observa-se uma maior inclinação da
curva da corrente de dreno em função da tensão de dreno na região de saturação [45]. A
corrente de dreno simplificada, na região de saturação, considerando este efeito, é dada pela
equação (30) [59]:
VDD
VO = VDS + vds
VI = VGS + vgs
Ibias
CL
47
)V.1.()VV(n.L.2
C..WI DS
2
THGS
oxfn
SAT,DS
(30)
onde λ é o coeficiente de modulação do comprimento de canal que é dependente do
comprimento de canal [60].
Sabendo que a tensão Early varia com a tensão aplicada ao dreno, pode-se obter o seu
valor para cada VDS na região de saturação através da equação (31) [45]:
1
g
IV
SAT,D
SAT,DS
EA (31)
onde gD,SAT é a condutância de dreno em saturação, dada por:
.)VV(n.L.2
C..W
dV
dIg 2
THGS
oxfn
DS
SAT,DS
SAT,D (32)
A Figura 8 apresenta a curva IDS x VDS simulada para o transistor SOI de L = 0,75 μm,
extraída com VGT = 200 mV, bem como a regressão linear para a obtenção da tensão Early do
dispositivo.
-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
I DS [A
]
VDS
[V]
L=0,75m
VGT
=200mV
VEA
=2V
Figura 8 - Curva IDS x VDS de um transistor SOI totalmente depletado de L = 0,75 μm com VGT = 200 mV,
indicando a tensão Early do dispositivo.
Fonte: elaborada pelo autor
48
A relação gm/IDS indica quão eficiente é o dispositivo em converter uma determinada
corrente de polarização em transcondutância. Em inversão fraca, a relação gm/IDS atinge o seu
máximo valor, sendo dada pela equação (33) para os transistores MOS convencional e SOI
[61].
T.k.n
q
I
g
DS
m (33)
Quando em inversão forte, a relação gm/IDS apresenta uma redução no seu valor, sendo
dada pela equação (34) [62]:
DS
oxfn
DS
m
I.n
L
W.C..2
I
g
(34)
Na Figura 9 são representadas, esquematicamente, as curvas da relação gm/IDS em
função da corrente de dreno normalizada para transistores MOS convencional e SOI de
camada fina operando em saturação.
Figura 9 – Representação esquemática da relação gm/IDS para transistores MOS convencional e SOI de camada
fina operando em saturação.
Fonte: [43]
49
Os transistores SOI totalmente depletados apresentam maior relação gm/IDS do que os
dispositivos MOS convencionais devido ao seu menor fator de corpo. Caracteristicamente
para transistores de canal longo, o máximo valor de gm/IDS para o transistor SOI totalmente
depletado é de 35 V-1
, ao passo que, para os transistores MOS convencionais, este valor é de
25 V-1
[43].
Deve-se frisar que a tensão Early é praticamente constante quando comparados os
dispositivos SOI e MOS convencional de mesmas dimensões [1]. Portanto, o aumento do
ganho de tensão constatado em dispositivos SOI totalmente depletados em relação aos
transistores MOS convencionais se deve à sua maior relação gm/IDS.
A frequência de ganho de tensão unitário (fT) é outro parâmetro analógico que
depende da relação gm/IDS, sendo obtido pela equação (35):
L
DS
DS
m
TC..2
I.
I
gf
(35)
Este parâmetro analógico corresponde à frequência onde o ganho de tensão intrínseco
é igual a 1 V/V ou 0 dB.
2.4 TRANSISTOR SOI MOSFET DE CANAL GRADUAL
Os transistores SOI totalmente depletados apresentam reduzida tensão de ruptura de
dreno, visto que os pares elétron-lacuna gerados devido ao elevado campo elétrico próximo ao
dreno provocam a ativação do transistor bipolar parasitário associado ao transistor MOS em
razão da presença do óxido enterrado que não permite escoá-los através do contato de
substrato.
A partir do fenômeno de ionização por impacto, lacunas são geradas próximas ao
dreno, sendo injetadas na região de fonte fortemente dopada, que é o emissor do transistor
bipolar parasitário. Uma vez que a concentração de dopantes da região de fonte é muito maior
do que a do canal, uma grande injeção de elétrons é verificada no canal, o que resulta em um
aumento significativo da corrente de coletor do transistor bipolar parasita (corrente de dreno)
[1].
Ao reduzir a concentração de dopantes em um dos lados das junções, verifica-se uma
diminuição da barreira de potencial e, consequentemente, do campo elétrico. Logo, uma
50
menor quantidade de portadores é gerada por ionização por impacto, atenuando o fator de
multiplicação de corrente do transistor bipolar, responsável pela amplificação da corrente de
lacunas a ser injetada na fonte.
De maneira a reduzir a ocorrência dos efeitos bipolares parasitários e melhorar as
propriedades analógicas de transistores SOI, foi projetada uma estrutura denominada de
transistor SOI de Canal Gradual [20].
Este transistor apresenta um perfil assimétrico de concentração de dopantes na região
do canal do transistor, resultante de uma pequena modificação no processo de fabricação dos
transistores SOI convencionais. Para a fabricação do transistor SOI de canal gradual, uma
região próxima ao dreno do transistor nMOSFET, com comprimento LLD, é protegida durante
a etapa de implantação iônica para o ajuste da tensão de limiar, preservando-a com a dopagem
natural da lâmina (NLD). A parte remanescente do canal próxima à fonte sofre a implantação
iônica (NHD) de ajuste de tensão de limiar, fazendo com que a estrutura resultante possua
tensão de limiar semelhante à de um transistor SOI convencional uniformemente dopado em
toda a extensão do canal.
Na Figura 10 é apresentado o perfil transversal de um transistor GC SOI nMOSFET,
onde LLD e LHD são os comprimentos das regiões fracamente e fortemente dopadas,
respectivamente.
Figura 10 – Transistor SOI nMOSFET totalmente depletado com perfil de dopantes assimétrico na região de
canal (GC SOI nMOSFET).
Fonte: elaborada pelo autor
51
A região fracamente dopada apresenta tensão de limiar negativa e, em uma primeira
aproximação, pode ser entendida como uma extensão da região de dreno para valores
positivos de tensão aplicada à porta, reduzindo o comprimento efetivo de canal do dispositivo
(Leff = L – LLD).
Nas Figuras 11(A) e 11(B) são apresentadas curvas experimentais da corrente de dreno
e da transcondutância em função da tensão de porta para transistores SOI convencional e GC
SOI com diversas relações LLD/L, todos com L = 4μm, extraído com VDS = 0,1V. Devido à
redução no comprimento efetivo de canal, um incremento na corrente de dreno e na
transcondutância é obtido sem, no entanto, reduzir o comprimento de máscara da estrutura
[22].
Figura 11 – Curvas IDS x VGS (A) e gm x VGS (B), ambas com VDS = 0,1 V, de transistores GC SOI e SOI
nMOSFET convencional, todos com L = 4 μm.
Fonte: [63]
A partir da Figura 11(B), observa-se uma maior degradação da transcondutância para
o transistor de canal gradual para maiores VGS. Esta característica pode ser explicada através
da Figura 12, onde é apresentada a concentração de elétrons ao longo do comprimento de
canal para diversas tensões de porta.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
10
20
30
40
50
60
70
L=4 m
VDS=0,1 V
SOI MOSFET
LLD/L=0,125
LLD/L=0,25
LLD/L=0,325
LLD/L=0,5
LLD/L=0,625
I DS [
A]
VGF [V]
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,00,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
L=4 m
SOI MOSFET
LLD/L=0,125
LLD/L=0,25
LLD/L=0,325
LLD/L=0,5
LLD/L=0,625
VDS=0,1 V
VGF [V]
gm
[S
] (A) (B)
VGS [V] VGS [V]
52
Figura 12 – Concentração de elétrons ao longo do comprimento de canal para diversas tensões de porta com L =
4 μm e LLD/L = 0,5.
Fonte: [64]
Com base na Figura 12, é possível verificar que o aumento da tensão de porta provoca
um incremento da concentração de elétrons em ambas as regiões fortemente e fracamente
dopadas. Para baixas tensões de porta, a região fracamente dopada apresenta maior
concentração de elétrons do que a região fortemente dopada, em razão da menor tensão de
limiar da região LD. Desta forma, a região LD pode ser entendida como uma extensão do
dreno para o interior do canal, diminuindo o comprimento efetivo de canal. No entanto, para
VGS = 1,4 V, nota-se uma similaridade entre as concentrações de elétrons em ambas as regiões
HD e LD, permitindo afirmar que o transistor de canal gradual está se comportando
similarmente como um transistor uniformemente dopado, ou seja, o comprimento efetivo de
canal é similar ao comprimento total de canal [64].
Nas Figuras 13(A) e 13(B) são apresentadas as curvas IDS/W e gD/W, respectivamente,
em função da tensão de dreno para transistores SOI convencional de L = 1 e 2 μm e GC SOI
(L = 2 μm) com diversas relações LLD/L, extraído com VGT = 150 mV.
Log d
a c
on
cen
traçã
o d
e e
létr
on
s
Posição Lateral
VTH=0,45V
VGS=0,2V
0,4V
0,6V
1,4V
NHD=6,8x1016
cm-3
NLD=1x1015
cm-3
53
Figura 13 – Curvas IDS/W x VDS (A) e gD/W x VDS (B) com VGT = 150 mV de transistores GC SOI (L = 2 μm) e
SOI nMOSFET convencional com L = 1 e 2 μm.
Fonte: [63]
A presença da região fracamente dopada reduz o pico do campo elétrico próximo ao
dreno devido à menor barreira de potencial na junção canal/dreno. Com o menor campo
elétrico, tem-se um aumento da tensão de ruptura de dreno [23], conforme pode ser
visualizado na Figura 13(A).
Outra vantagem dos transistores GC sobre os transistores uniformemente dopados
corresponde à redução da condutância de saída e, consequentemente, elevação da tensão
Early, uma vez que parte do potencial aplicado ao dreno é absorvida pela região fracamente
dopada, diminuindo o potencial que chega ao dreno virtual, que corresponde à interface entre
as regiões forte e fracamente dopadas. Isto possibilita uma redução do efeito de modulação do
comprimento de canal e, consequentemente, da condutância de saída [65], como pode ser
visto na Figura 13(B).
Foram realizados estudos em blocos analógicos básicos, tais como espelhos de
corrente e amplificadores operacionais [21, 23], que demonstraram o gigantesco potencial dos
dispositivos GC SOI para estas aplicações. Amplificadores operacionais compostos por
transistores de canal gradual apresentaram aumento de mais de 10 dB no ganho de tensão de
malha aberta sem degradação da margem de fase [23]. No caso dos espelhos de corrente,
verificou-se uma melhora na precisão de espelhamento, com aumento de mais de 50% na
excursão de saída [21] e resistência de saída três vezes maior do que espelhos de corrente
implementados com transistores SOI convencionais com as mesmas dimensões [24]. Além
disso, trabalhos realizados em temperatura ambiente indicaram que a estrutura GC SOI pode
também oferecer menor distorção harmônica em comparação à estrutura SOI convencional
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,00,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
SOI MOSFET - L=2 m
SOI MOSFET - L=1 m
GC SOI
(LLD
/L)eff
=0,05
(LLD
/L)eff
=0,13
(LLD
/L)eff
=0,28
(LLD
/L)eff
=0,51
(LLD
/L)eff
=0,62
I DS/W
[
A/
m]
VDS
[V]0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
10-10
10-9
10-8
10-7
SOI MOSFET - L=2 m
SOI MOSFET - L=1 m
GC SOI - (LLD
/L)eff
=0,13
GC SOI - (LLD
/L)eff
=0,51
VDS
[V]
gD/W
[S
/ m
]
(A) (B)
54
[64], outra importante variável a ser considerada no projeto de células analógicas. Além
destes resultados, grupos de pesquisa demonstraram o enorme potencial da estrutura GC SOI
para aplicações em micro-ondas [66], em altas frequências [67] e também utilizaram o
conceito da estrutura de canal gradual para fabricar transistores bipolares em tecnologia SOI
[68].
Recentemente foram apresentados resultados que mostraram, para uma tecnologia SOI
FD comercial de 150 nm (espessura de camada de silício de 40 nm), a existência de um
comprimento de região fracamente dopada que, independentemente do comprimento total do
canal do transistor, proporciona a maior redução da condutância de saída, e
consequentemente, o maior aumento do ganho de malha aberta em baixas frequências em
comparação com um transistor de canal uniformemente dopado de mesmas dimensões totais
(largura e comprimento) [69]. A Figura 14 apresenta o ganho de tensão de malha aberta
obtidos a partir de curvas simuladas de transistores GC SOI com diversas concentrações de
dopantes da região fortemente dopada, comprimentos total de canal e da região fracamente
dopada. Nesta tecnologia, foi verificado que o valor máximo de AV para diferentes
concentrações de dopantes da região fortemente dopada e comprimentos totais de canal ocorre
para o comprimento LLD em torno de 100 nm.
Figura 14 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento da região fracamente dopada simulado
para transistores GC SOI com diversos comprimentos totais de canal e concentrações de dopantes da região
fortemente dopada, extraído com VDS = 1 V e VGT = 200 mV.
Fonte: [69]
0,0 0,1 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,2
NHD=2x1017
cm-3
NHD=2x1018
cm-3
55
2.5 ASSOCIAÇÃO SÉRIE SOI MOSFET
O dipositivo SOI de canal gradual já foi fabricado para comprimento total de canal de
240 nm. No entanto, para aplicações com dispostivos de canal muito curto, ou seja, inferior a
240 nm, a utilização de transistores GC apresenta algumas dificuldades, dados aos desafios
em definir corretamente o comprimento da região fracamente dopada, devido à difusão de
impurezas da região fortemente dopada para a região fracamente dopada [70]. Desta forma, a
associação série assimétrica de transistores foi proposta como alternativa para a obtenção de
dispositivos SOI com alto desempenho analógico em escala nanométrica [29]. A associação
série SOI MOSFET é formada por dois transistores associados em série com suas portas
curto-circuitadas. Geralmente, ambos os transistores apresentam a mesma concentração de
dopantes, a chamada associação série simétrica (S-SC) [71].
Recentemente, a associação série assimétrica (A-SC) mostrou-se capaz de melhorar
ainda mais o desempenho analógico dos transistores SOI MOSFETs em nível de transistor
[29, 72]. Nesta estrutura alternativa, o transistor próximo ao dreno (MD) apresenta reduzida
concentração de dopantes em comparação ao transistor próximo à fonte (MS), como mostrado
na Figura 15, onde LS e LD são os comprimentos de canal dos transistores individuais
próximos à fonte e ao dreno, respectivamente, sendo o comprimento total de canal igual à LS
+ LD.
Figura 15 – Perfil da associação série SOI nMOSFET totalmente depletada composta por transistores de
concentrações de dopantes diferentes no canal (A-SC SOI nMOSFET).
Fonte: elaborada pelo autor
MS MD
56
O estudo da associação série assimétrica se deve aos benefícios proporcionados pelo
transistor SOI de canal gradual, tal como o aumento da tensão de ruptura de dreno. Sua
configuração física é relativamente similar ao transistor GC SOI, tendo como diferencial, a
presença de uma região de alta dopagem de impurezas doadoras entre as regiões forte e
fracamente dopadas, permitindo com que os pares elétron-lacuna gerados próximo ao dreno
devido ao elevado campo elétrico sejam recombinados nesta região, o que provoca uma
redução do efeito de ionização por impacto.
Assim como o transistor GC, se o comprimento total de canal (LS + LD) for mantido
constante, à medida que o comprimento de canal do transistor fracamente dopado é
incrementado, a transcondutância aumenta devido à redução do comprimento efetivo de canal.
Além disso, a condutância de saída diminui, em razão do maior potencial absorvido pelo
transistor MD, o que reduz o potencial no dreno do transistor MS e, consequentemente, a
condutância de saída do dispositivo.
2.6 ESPELHOS DE CORRENTE FONTE-COMUM
Os espelhos de corrente constituem um dos mais importantes blocos para aplicações
analógicas [73]. A Figura 16 apresenta o espelho de corrente em configuração do tipo fonte-
comum para a associação série de transistores.
Figura 16 - Espelho de corrente em configuração do tipo fonte-comum para a associação série de transistores.
Fonte: elaborada pelo autor
Em um espelho de corrente, a corrente de entrada (IIN) é espelhada para o ramo de
saída, idealmente mantendo a corrente de saída (IOUT) constante independentemente da tensão
57
de saída (VOUT), ou seja, com alta resistência de saída (ROUT). Onde VIN corresponde à tensão
de entrada do espelho de corrente. O parâmetro que indica quão bem a corrente de entrada é
reproduzida para a corrente de saída é chamado de precisão de espelhamento dada pela
relação (IOUT/IIN). Esta razão de corrente, em um caso ideal, deveria ser determinada pela
razão IN
OUT
L/W
L/W, uma vez que os transistores QIN e QOUT são polarizados com a mesma
tensão de porta. No entanto, duas fontes de erro podem degradar a razão IOUT/IIN: o
descasamento intrínseco entre os transistores [74] e a finita resistência de saída apresentada
pelos transistores QIN e QOUT, uma vez que eles são polarizados em diferentes tensões de
dreno.
A resistência de saída de espelhos de corrente fonte comum pode ser determinada
usando a análise de pequenos sinais, resultando em OUT,D
OUTg
1R , onde gD,OUT corresponde
à condutância de saída do transistor QOUT [24].
2.7 DISPOSITIVOS MEDIDOS E SIMULAÇÕES NUMÉRICAS BIDIMENSIONAIS E DO
PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Neste trabalho, os transistores SOI FD uniformemente dopados e GC SOI MOSFET
analisados nas medidas experimentais foram fabricados no Laboratório de Microeletrônica da
Université catholique de Louvain, Bélgica [75]. Estes dispositivos apresentam comprimento
total de canal de 0,75, 1, 2, 3 e 4 μm, largura de canal de 20 μm, espessura do óxido de porta
de 31 nm, espessura da camada de silício de 80 nm, espessura do óxido enterrado de 390 nm,
e concentrações da região fortemente dopada de 6,0×1016
cm-3
e da região fracamente dopada de
1,0×1015
cm-3
, com diversos comprimentos da região fracamente dopada de modo a obter
vários dispositivos GC SOI.
No decorrer deste trabalho, simulações numéricas bidimensionais de dispositivos
foram realizadas, utilizando o simulador de dispositivos Sentaurus Device [27], o qual
possibilita a discretização de dispositivos eletrônicos e pequenos circuitos a partir de uma
grade de pontos, fazendo uso das leis fundamentais da física dos semicondutores e métodos
numéricos para executar as simulações do comportamento elétrico do dispositivo sob
determinadas condições de polarização. Além disso, simulações numéricas bidimensionais do
processo de fabricação do transistor SOI de canal gradual também foram desenvolvidas, a
58
partir do simulador de processos Sentaurus Process [28], onde cada passo efetuado advém do
processo de fabricação do dispositivo real. Tanto as simulações quanto as medidas
experimentais foram realizadas com polarização entre substrato e fonte igual 0 V.
Nos Apêndices A, B, C e D, são apresentados exemplos de arquivos de simulação de
um transistor GC SOI e espelho de corrente fonte comum realizados no simulador Sentaurus.
A seguir, são apresentados os modelos que foram incluídos nas simulações numéricas de
dispositivos:
a) PhuMob (Philips Unified Mobility Model): modelo proposto por Klaassen [76] que
considera as mobilidades dos portadores majoritários e minoritários de forma
conjunta, contabilizando os mecanismos de espalhamento sobre a mobilidade, tais
como espalhamento por impurezas ionizadas e portador-portador, além da
dependência da mobilidade com a temperatura;
b) Enormal: modelo proposto por Lombardi [77] que considera a influência do campo
elétrico transversal sobre a mobilidade dos portadores, provocando uma maior
interação dos portadores com a interface óxido-silício, aumentando a degradação
da mobilidade em razão da rugosidade da superficie e dos mecanismos de
espalhamento por fônons superficiais acústicos;
c) HighFieldSaturation: modelo proposto por Canali [78] que contabiliza a influência
do campo elétrico lateral sobre a mobilidade, uma vez que, devido à velocidade de
saturação dos portadores, a mobilidade não é mais proporcional ao campo elétrico;
d) SRH (Shockley-Read-Hall): modelo que considera a geração-recombinação de
portadores. Quando utilizado com o sub-modelo DopingDep, é levada em conta a
dependência do tempo de vida dos portadores com a concentração de dopantes, de
acordo com o modelo Scharfetter;
e) Avalanche: modelo proposto por Van Overstraeten e De Man [79] que insere os
efeitos da ionização por impacto no comportamento elétrico do transistor;
f) Auger: recombinação Auger é um fenômeno físico onde um átomo neutro libera
um elétron de sua camada eletrônica, dando origem a uma lacuna que é ocupada
por outro elétron proveniente das camadas eletrônicas externas. Esta transição é
acompanhada pela ejeção de um elétron com energia cinética [33];
g) BandGapNarrowing (OldSlotboom): considera o estreitamento da largura da faixa
proibida.
59
3 ANÁLISE DO DESEMPENHO ANALÓGICO DE TRANSISTORES GC SOI
Nesta seção, medidas experimentais efetuadas nos dispositivos GC SOI fabricados na
UCLouvain, bem como simulações numéricas bidimensionais serão apresentadas, analisando
a influência dos comprimentos total de canal e da região fracamente dopada, da concentração
de dopantes da região fortemente dopada, das espessuras do óxido de porta e da camada de
silício sobre as características analógicas destes dispositivos.
3.1 INFLUÊNCIA DOS COMPRIMENTOS TOTAL DE CANAL E DA REGIÃO FRACAMENTE
DOPADA NO DESEMPENHO ANALÓGICO DO TRANSISTOR GC SOI NMOSFET
Conforme apresentado anteriormente, os transistores GC SOI apresentam enorme
vantagem para aplicação em circuitos analógicos. Esta seção mostra como certos parâmetros
analógicos, tais como ganho de tensão de malha aberta e tensão de ruptura de dreno variam
em função dos comprimentos total de canal e da região fracamente dopada, visando obter o
comprimento LLD que maximiza AV e BVDS.
3.1.1 RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Inicialmente, são apresentadas, na Figura 17(A), as curvas experimentais da corrente
de dreno em função da sobretensão de condução para os transistores GC SOI nMOSFET com
diversas relações LLD/L, além do transistor SOI nMOSFET convencional (uniformemente
dopado, LLD/L = 0), todos com L = 2 m, polarizados com VDS = 1,5 V. Em razão da difusão
de dopantes da região fortemente dopada para a região fracamente dopada, é preciso
determinar a relação efetiva (LLD/L)eff do transistor, que pode ser calculada pela equação (36),
o qual é obtida através da divisão entre as corrente de dreno medidas para os transistores
convencional e de canal gradual (IDS,GC), somente válida no começo da saturação para evitar
efeito de campo elétrico elevado [21].
GC,DS
DS
effLDI
I1)L/L( (36)
60
Na Figura 17(B) são apresentadas as curvas experimentais da corrente de dreno em
função da tensão de dreno para os mesmos transistores analisados anteriormente com VGT =
0,2 V que polariza o dispositivo em inversão moderada, onde é obtido o melhor compromisso
entre frequência de ganho unitário e ganho de tensão de malha aberta.
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
L=2µm
VDS
=1,5V
LLD
/L=0,000
LLD
/L=0,038
LLD
/L=0,163
LLD
/L=0,337
LLD
/L=0,508
I DS [m
A]
VGT
[V]
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0
10
20
30
40
50
60
70
LLD
/L=0,000
LLD
/L=0,038
LLD
/L=0,163
LLD
/L=0,337
LLD
/L=0,508
L=2µm
VGT
=200mVI D
S [
µA
]
VDS
[V]
Figura 17 – Curvas IDS x VGT com VDS = 1,5 V (A) e IDS x VDS com VGT = 200 mV (B) para transistores SOI
convencional e de canal gradual com diversas relações LLD/L e L = 2 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
Analisando a Figura 17, é possível verificar que o aumento da relação LLD/L causa
uma elevação do nível de corrente de dreno, o qual está relacionado com a redução do
comprimento efetivo de canal. Além disso, constata-se um aumento da tensão de saturação do
dispositivo, mesmo com sobretensão de condução em relação à região HD fixa em 200 mV, o
que se deve à presença da região fracamente dopada que apresenta tensão de limiar negativa.
As Figuras 18(A) e 18(B) apresentam o comportamento da transcondutância e da
condutância de saída em função da sobretensão de condução e da tensão de dreno,
respectivamente, para os mesmos dispositivos analisados na Figura 17. É possível verificar
que o aumento da relação LLD/L permite um aumento da transcondutância em razão da
redução do comprimento efetivo de canal, bem como uma diminuição da condutância de
dreno devido ao menor efeito de modulação do comprimento de canal.
(A) (B)
> LLD/L
> LLD/L
61
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
L=2µm
VDS
=1,5V
LLD
/L=0,000
LLD
/L=0,038
LLD
/L=0,163
LLD
/L=0,337
LLD
/L=0,508
gm [
mS
]
VGT
[V]
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
1E-7
1E-6
1E-5
1E-4
L=2µm
VGT
=200mV
LLD
/L=0,000
LLD
/L=0,038
LLD
/L=0,163
LLD
/L=0,337
LLD
/L=0,508
gD [
S]
VDS
[V]
Figura 18 – Curvas gm x VGT com VDS = 1,5 V (A) e gD x VDS com VGT = 200 mV (B) para transistores SOI
convencional e de canal gradual com diversas relações LLD/L e L = 2 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 19 apresenta as curvas experimentais da tensão de limiar em função do
comprimento efetivo de canal (Leff ≈ LHD) para três diferentes comprimentos totais de canal,
extraídas através do método da segunda derivada da curva IDS x VGS [80], com VDS = 50 mV.
É possível observar que, para dispositivos com mesmo comprimento total de canal, a redução
do comprimento efetivo de canal (aumento da relação LLD/L) diminui a tensão de limiar,
indicando a ocorrência de efeitos de canal curto para altas relações LLD/L.
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
-0,05
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
L=2,00µm
L=1,00µm
L=0,75µm
VDS
=50mV
VT
H [
V]
Leff
[µm]
Figura 19 – Tensão de limiar em função do comprimento efetivo de canal para dispositivos SOI com diversos
comprimentos totais de canal, extraídos com VDS = 50 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
> LLD/L
> LLD/L (A) (B)
62
Confome reportado na literatura [21], outra vantagem desta estrutura corresponde ao
incremento da tensão de ruptura de dreno com o aumento do comprimento da região
fracamente dopada, devido à redução do pico do campo elétrico na junção canal/dreno, a qual
atenua o efeito de ionização por impacto, como pode ser visualizado na Tabela 1.
Tabela 1 – Tensões de ruptura de dreno extraídas para diversas relações (LLD/L)eff.
(LLD/L)eff BVDS [V]
VGT = 200 mV
0,00 1,84
0,16 2,26
0,34 2,29
0,51 2,31
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 20 apresenta as curvas experimentais da transcondutância e da condutância
de saída em função do comprimento efetivo de canal para três diferentes comprimentos totais
de canal, extraídas com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V.
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
gm [
mS
]
Leff
= LHD
[µm]
0,01
0,1
1
10
, L=2,00µm
, L=1,00µm
, L=0,75µm
gD [µ
S]
VGT
=200mV e VDS
=1,5V
Figura 20 – Transcondutância e condutância de saída em função do comprimento efetivo de canal para
transistores SOI com diversos comprimentos totais de canal, extraídas com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
Os resultados mostram que a redução do comprimento efetivo de canal beneficia a
transcondutância, como visto anteriormente. Além disso, a redução do comprimento efetivo
de canal diminui a condutância de saída, uma vez que grande parte do potencial aplicado ao
dreno é absorvida pela região fracamente dopada com o aumento do comprimento LLD,
63
reduzindo o potencial que alcança o dreno virtual e, consequentemente, o efeito de modulação
do comprimento de canal. Com vistas à aplicações analógicas, pode-se esperar uma melhora
em AV para o transistor de canal gradual, graças tanto ao aumento de gm quanto à redução de
gD.
A Figura 21 apresenta o comportamento do ganho de tensão de malha aberta em
função do comprimento efetivo de canal para os mesmos dispositivos analisados na Figura 20,
em idênticas condições de polarização.
Com base na Figura 20, se o comprimento total de canal é reduzido, verifica-se um
aumento da transcondutância e da condutância de saída para todos os comprimentos efetivos
de canal. Uma vez que a degradação da condutância de saída é maior do que a elevação da
transcondutância, nota-se uma redução do ganho de tensão intrínseco para menores
comprimentos totais de canal. Mesmo assim, os dispositivos SOI de canal gradual apresentam
ganho de tensão de malha aberta superior aos dispositivos SOI convencionais.
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
L=2,00µm
L=1,00µm
L=0,75µm
VGT
=200mV e VDS
=1,5V
AV [
dB
]
Leff
= LHD
[µm]
Figura 21 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento efetivo de canal para dispostivos SOI
com diversos comprimentos totais de canal, extraídos com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
3.1.2 RESULTADOS SIMULADOS
Simulações numéricas bidimensionais também foram realizadas, utilizando o
simulador de dispositivos e de processos Sentaurus, de modo a constatar a melhora de
desempenho de transistores SOI de canal gradual em aplicações analógicas. Foram realizados
ajustes nos parâmetros dos modelos analíticos de modo a adequar as curvas de simulação de
64
dispositivos com os resultados experimentais, sendo considerada difusão lateral de 0,1 μm
para as simulações numéricas bidimensionais de dispositivos. Estes ajustes estão apresentados
no Apêndice E. A Figura 22 apresenta a corrente de dreno e sua derivada normalizadas pela
largura de canal em função da tensão de porta e da tensão de dreno. Pode-se observar uma boa
concordância entre as simulações de dispositivos e os resultados experimentais em todos os
casos.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0
20
40
60
80
100
120Símbolos = Resultados Experimentais
Linhas = Simulações de Dispositivos
L=2m; LLD
/L=0,0
L=2m; LLD
/L=0,5
L=1m; LLD
/L=0,5
VGS
[V]
I DS/W
[A
/m]
VDS
=1,5V
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
VDS
=1,5V
Símbolos = Resultados Experimentais
Linhas = Simulações de Dispositivos
L=2m; LLD
/L=0,0
L=2m; LLD
/L=0,5
L=1m; LLD
/L=0,5
gm/W
[S
/m]
VGS
[V]
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
VGT
=200mV
L=2m; LLD
/L=0,0
L=2m; LLD
/L=0,5
L=1m; LLD
/L=0,5
Símbolos = Resultados Experimentais
Linhas = Simulações de Dispositivos
I DS/W
[A
/m]
VDS
[V]
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
1E-4
1E-3
0,01
0,1
1
10V
GT=200mV
L=2m; LLD
/L=0,0
L=2m; LLD
/L=0,5
L=1m; LLD
/L=0,5
Símbolos = Resultados Experimentais
Linhas = Simulações de Dispositivos
gD/W
[S
/m]
VDS
[V]
Figura 22 – Corrente de dreno e sua derivada normalizadas em função de VGS, polarizado com VDS = 1,5 V (A e
B), e em função de VDS, polarizado com VGT = 200 mV (C e D) para vários L e relações LLD/L.
Fonte: elaborada pelo autor
Na Figura 23, são exibidas as curvas de transcondutância em função da sobretensão de
condução para transistores SOI convencional e de canal gradual com diferentes relações
LLD/L, todos com L = 2 μm, em duas condições de polarização (VDS = 50 mV (A) e VDS = 1,5
V (B)), obtidas a partir de simulações de dispositivos. Para baixas sobretensões de condução,
o aumento da relação LLD/L (menor Leff) provoca uma elevação da transcondutância, uma vez
que a região fracamente dopada apresenta maior concentração de elétrons do que a região
fortemente dopada, mantendo o comprimento efetivo de canal aproximadamente igual à
( (
(A) (B)
(C) (D)
65
diferença entre os comprimentos total de canal e da região fracamente dopada. Entretanto, a
partir de VGT = 0,6 V, verifica-se que a transcondutância é similar entre os transistores, uma
vez que, conforme explicado anteriormente, quando a tensão de porta aumenta, a
concentração de elétrons se eleva em ambas as regiões fracamente e fortemente dopadas. Para
altos VGT, ambas as regiões HD e LD possuem concentrações de elétrons similares, indicando
que o transistor de canal gradual está se comportando como um dispositivo uniformemente
dopado, ou seja, o comprimento efetivo de canal se torna o comprimento total de canal,
degradando gm [64].
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
L=2m
VDS
=50mV
LLD
/L=0,00
LLD
/L=0,20
LLD
/L=0,50
LLD
/L=0,70
gm [S
]
VGT
[V]
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
L=2m
VDS
=1,5V
LLD
/L=0,00
LLD
/L=0,20
LLD
/L=0,50
LLD
/L=0,70
gm [S
]
VGT
[V]
Figura 23 – Transcondutância em função da sobretensão de condução para transistores SOI convencional e de
canal gradual com diversas relações LLD/L e L = 2 μm, polarizados com VDS = 50 mV (A) e 1,5 V (B).
Fonte: elaborada pelo autor
As Figuras 24(A) e 24(B) apresentam as características IDS(VDS) e gD(VDS) obtidas a
partir de simulações de dispositivos, respectivamente, para transistores de diversas relações
LLD/L e L = 2 μm, polarizados com VGT = 200 mV. Como mencionado anteriormente, a
corrente de dreno sofre um aumento com o incremento da relação LLD/L, em razão da redução
do comprimento efetivo de canal. Além disso, a estrutura GC reduz a variação da corrente de
dreno com a polarização de dreno. Esta característica permite afirmar que a corrente de dreno
permanece praticamente constante em saturação, diminuindo a condutância de saída e,
consequentemente, aumentando a tensão Early, até o limite onde o menor efeito de modulação
do comprimento de canal é mais significativo do que a redução do comprimento efetivo de
canal. Para LLD/L = 0,70, é observada uma degradação da condutância de dreno. Além disso,
observa-se um aumento da tensão de saturação do transistor à medida que a relação LLD/L é
incrementada, podendo ser visualizado tanto pela Figura 24(A), através do deslocamento da
(A) (B)
66
tensão de dreno em que o dispositivo satura, quanto pela Figura 24(B), onde se verificam duas
inclinações diferentes na região de triodo, devido à existência de duas tensões de limiar
relacionadas às regiões HD e LD e, portanto, duas diferentes tensões de saturação. Por
apresentar tensão de limiar negativa, a região fracamente dopada provoca uma elevação da
tensão de saturação, mesmo com sobretensão de condução em relação à região fortemente
dopada fixa em 200 mV. É possível notar através da Figura 24(B) que a condutância de dreno,
por exemplo, para LLD/L = 0,5, é maior do que gD do transistor SOI convencional até VDS =
0,75 V devido à maior tensão de saturação do dispositivo GC em comparação com o transistor
SOI uniformemente dopado. No entanto, depois de VDS = 0,75 V, há uma inversão no
comportamento de gD relacionado com o menor efeito de modulação do comprimento de
canal proporcionado pela estrutura de canal gradual.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
L=2m
VGT
=200mV
LLD
/L=0,00
LLD
/L=0,20
LLD
/L=0,50
LLD
/L=0,70
I DS [A
]
VDS
[V]
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
1E-9
1E-8
1E-7
1E-6
1E-5
L=2m
VGT
=200mV
LLD
/L=0,00
LLD
/L=0,20
LLD
/L=0,50
LLD
/L=0,70
gD [S
]
VDS
[V]
Figura 24 – Características IDS(VDS) e gD(VDS) para transistores SOI convencional e de canal gradual com
diversas relações LLD/L e L = 2 μm, polarizados com VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 25 apresenta a secção transversal do transistor SOI de canal gradual de L = 2
μm e LLD/L = 0,5 a partir da simulação do processo de fabricação da UCLouvain [75]. Pode-
se observar uma notável difusão lateral de fonte e dreno para o interior do canal que faz com
que o comprimento total de canal seja diferente do comprimento de máscara, além de uma
difusão de impurezas aceitadoras no canal na interface entre as regiões fortemente e
fracamente dopadas, alterando levemente o comprimento efetivo de canal predefinido.
A análise de simulações de processo foi realizada de modo a validar as simulações de
dispositivo, considerando a difusão lateral e de impurezas aceitadoras na interface entre as
regiões HD e LD.
(A) (B)
67
Figura 25 – Secção transversal do transistor SOI de canal gradual de L = 2 μm e LLD/L = 0,5 obtido a partir da
simulação do processo de fabricação.
Fonte: elaborada pelo autor
As Figuras 26 e 27 apresentam a transcondutância e a condutância de saída,
respectivamente, em função do comprimento LLD para diferentes comprimentos totais de
canal, extraídas com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV, a partir de simulações numéricas
bidimensionais de dispositivos gerados por processo e por junções abruptas.
A partir da Figura 26, nota-se que a transcondutância se eleva com a diminuição do
comprimento total de canal, assim como com o incremento do comprimento LLD. Este
aumento de gm se deve à redução do comprimento efetivo de canal.
Com base na Figura 27, verifica-se um aumento da condutância de saída com a
redução do comprimento total de canal devido à condutância de dreno ser inversamente
proporcional ao L. Quando o comprimento LLD é incrementado, a condutância de saída
decresce devido ao menor efeito de modulação do comprimento de canal. Esta redução é
observada até o limite onde o menor efeito de modulação do comprimento de canal é mais
importante do que a redução do Leff, e a condutância de saída começa a ser incrementada.
-0,5
0,0
0,5
1,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Concentração de dopantes (cm-3
):
68
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0
1
10
100
Símbolos Fechados=Processo
Símbolos Abertos=Junções Abruptas
L=0,75m
L=1,00m
L=2,00m
L=4,00m
L=10,00m
L=20,00m
gm [S
]
LLD
[m]
VGT
=200mV
VDS
=1,5V
Figura 26 – Transcondutância em função do comprimento LLD para transistores com diversos comprimentos
totais de canal, extraída com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0
1E-13
1E-12
1E-11
1E-10
1E-9
1E-8
1E-7
1E-6
Símbolos Fechados=Processo
Símbolos Abertos=Junções Abruptas
L=0,75m
L=1,00m
L=2,00m
L=4,00m
L=10,00m
L=20,00m
VGT
=200mV
VDS
=1,5V
gD [S
]
LLD
[m]
Figura 27 – Condutância de saída em função do comprimento LLD para transistores com diversos comprimentos
totais de canal, extraída com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 28 apresenta o ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento
LLD, obtido a partir dos resultados apresentados nas Figuras 26 e 27. É possível constatar uma
degradação do ganho de tensão de malha aberta com a redução do comprimento total de
canal, uma vez que a elevação da condutância de saída é mais significativa do que o aumento
da transcondutância. Além disso, observa-se a existência de um comprimento LLD otimizado
que permite um maior ganho de tensão intrínseco. Inicialmente, o ganho de tensão de malha
aberta é incrementado com o aumento do comprimento da região fracamente dopada, como
resultado do aumento da transcondutância e diminuição da condutância de saída. Entretanto,
69
após um específico comprimento LLD, em torno de 1,6 µm para L ≥ 4 µm, AV sofre uma
considerável redução que está relacionada com a degradação da condutância de saída.
Ademais, verifica-se que o comprimento LLD otimizado tende a saturar com o incremento do
comprimento total de canal. Em todos os casos, é possivel verificar uma boa similaridade
entre os parâmetros elétricos (transcondutância, condutância de dreno e ganho de tensão de
malha aberta) obtidos a partir de simulações numéricas bidimensionais de dispositivos
gerados por processo e por junções abruptas, o que viabiliza o estudo das características
analógicas com base em simulações numéricas bidimensionais de dispositivos gerados por
junções abruptas apenas, as quais foram realizadas como sequência do trabalho. Todas as
simulações obtidas, após a Figura 28, foram realizadas a partir de simulações de dispositivos
gerados por junções abruptas.
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0
0
20
40
60
80
100
120
140
Símbolos Fechados=Processo
Símbolos Abertos=Junções Abruptas
L=0,75m
L=1,00m
L=2,00m
L=4,00m
L=10,00m
L=20,00m
VGT
=200mV
VDS
=1,5V
AV [d
B]
LLD
[m]
Figura 28 – Ganho de tensão intrínseco em função do comprimento LLD para transistores com diversos
comprimentos totais de canal, extraído com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
Na Figura 29 é apresentado o comportamento do comprimento LLD otimizado, obtido
a partir da Figura 28, em função do comprimento total de canal, extraído com VDS = 1,5 V e
VGT = 200 mV. Como se pode observar, o comprimento otimizado da região fracamente
dopada aumenta com o incremento do comprimento total de canal e seu comportamento não é
linear. É possível afirmar que LLD entre 1,4 e 1,6 μm exibe o máximo ganho de tensão
intrínseco para L ≥ 4 μm. Para comprimentos totais de canal menores ou iguais a 2 μm, o
comprimento LLD otimizado varia entre 0,5 e 1,0 μm.
70
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
LL
D o
tim
iza
do
[m
]
L [m]
VGT
=200mV
VDS
=1,5V
Figura 29 – Comprimento otimizado da região fracamente dopada em função do comprimento total de canal,
extraído com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
De modo a confirmar os resultados previamente obtidos, é apresentado, nas Figuras
30(A) e 30(B), o ganho de tensão de malha aberta de curvas experimentais e simuladas,
respectivamente, em função do comprimento LLD, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V.
A partir desta figura, observa-se que as tendências dos resultados simulados são muito
similares às medidas experimentais, o que valida as simulações realizadas. Conforme já
discutido, verifica-se a existência de um comprimento da região fracamente dopada que
otimiza o ganho de tensão de malha aberta. Com base na Figura 30(A), é possível constatar
que o máximo AV experimental para dispositivos com L = 2 μm ocorre para 1,0 < LLD < 1,2
μm, proporcionando uma melhora de 25 dB quando comparado com o transistor SOI
convencional com mesmo comprimento total de canal. Por simulações (Figura 30(B)), o
comprimento LLD otimizado é igual a 1 μm, possibilitando um aumento de 28 dB em relação
ao SOI convencional. De acordo com os resultados expostos, para L ≥ 4 μm, o comprimento
LLD que promove o máximo ganho de tensão de malha aberta não muda com o comprimento
total de canal. Embora, para transistores GC SOI com comprimento total de canal menor do
que 4 μm, o valor do ótimo LLD reduz com a diminuição do comprimento total de canal, como
mostrado na Tabela 2, onde são apresentados o comprimento LLD otimizado e o máximo
ganho de tensão de malha aberta obtidos para diferentes comprimentos totais de canal. Para o
transistor de L = 2 μm, observa-se um aumento de 39 dB quando comparado com o
dispositivo de L = 0,75 μm, nos pontos de comprimento otimizado da região fracamente
dopada.
71
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
AV [d
B]
LLD
[m]
VDS
=1,5V e VGT
=200mV
L=2,00m
L=1,00m
L=0,75m
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
L=200m
L=1,00m
L=0,75m
AV [d
B]
LLD
[m]
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
Figura 30 – Ganho de tensão de malha aberta experimental (A) e simulado (B) em função do comprimento LLD,
extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversos comprimentos totais de canal.
Fonte: elaborada pelo autor
Tabela 2 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco simulados para diferentes
comprimentos totais de canal.
L [μm] LLD otimizado [μm] AV máximo [dB]
2,00 1,00 70
1,00 0,60 43
0,75 0,50 31
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 31 apresenta o ganho de tensão de malha aberta em função da
transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para vários comprimentos totais de
canal e da região fracamente dopada. A melhor combinação para aplicações analógicas é
apresentar um alto ganho de tensão intrínseco com uma elevada frequência de ganho unitário (alto
gm). Constata-se que o aumento do comprimento total de canal beneficia o ganho de tensão de
malha aberta em razão da menor condutância de dreno. Ao passo que a redução de L total
permite uma maior transcondutância e, por conseguinte, um aumento da frequência de ganho
unitário devido ao maior nível de corrente de dreno.
(A) (B)
72
5 10 15 20 25 30 35 40
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
LLD
=0,5mL
LD=0,4m
LLD
=0,3m
LLD
=0,2m
LLD
=0,0m
LLD
=0,7mLLD
=0,6mL
LD=0,5m
LLD
=0,4m
LLD
=0,3m
LLD
=0,2m
LLD
=0,0m
LLD
=1,6m
LLD
=1,4m
LLD
=1,2m
LLD
=1,1m
LLD
=1,0mL
LD=0,9m
LLD
=0,8m
LLD
=0,6m
LLD
=0,4m
LLD
=0,2m
LLD
=0,0m
VGT
=200mV e VDS
=1,5V
L=200m
L=1,00m
L=0,75m
AV [d
B]
gm [S]
Figura 31 - Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS
= 1,5 V para vários comprimentos totais de canal e da região fracamente dopada.
Fonte: elaborada pelo autor
Depois de analisado o ganho de tensão de malha aberta, outro ponto importante para
aplicações analógicas é a tensão de ruptura de dreno, o qual influencia a excursão do sinal de
saída. A Figura 32 apresenta a tensão de ruptura de dreno em função do comprimento da
região fracamente dopada para diversos comprimentos totais de canal, extraído com VGT =
200 mV. Pode-se verificar que a tensão de ruptura de dreno também exibe um valor máximo
para um dado LLD, indicando a existência também de um comprimento otimizado da região
fracamente dopada relacionado à tensão de ruptura de dreno. A presença de uma região
fracamente dopada diminui o campo elétrico na junção canal/dreno. No entanto, se a relação
LLD/L atinge um alto valor, a corrente de dreno aumenta, elevando a ionização por impacto e,
consequentemente, reduzindo a tensão de ruptura de dreno. Para maiores tensões de ruptura
de dreno, o comprimento LLD otimizado está em torno de 0,4 μm. Além disso, verifica-se que
o comprimento LLD que promove maior tensão de ruptura de dreno é menor do que o LLD que
otimiza o ganho de tensão de malha aberta, e que a tensão de ruptura de dreno varia pouco
com o comprimento total de canal para os dispositivos SOI de canal gradual, enquanto que
nos dispositivos SOI uniformemente dopados, a tensão de ruptura de dreno é bastante
dependente do comprimento total de canal.
73
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
2,0
2,1
2,2
2,3
2,4
2,5
2,6
2,7
2,8
2,9
3,0
3,1
VGT
=200mV
L=0,75m
L=1,00m
L=2,00m
BV
DS [V
]
LLD
[m]
Figura 32 – Tensão de ruptura de dreno em função do comprimento da região fracamente dopada para diversos
comprimentos totais de canal, extraída com VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
3.2 INFLUÊNCIA DA REDUÇÃO DOS PARÂMETROS TECNOLÓGICOS NO DESEMPENHO
ANALÓGICO DO TRANSISTOR GC SOI NMOSFET
Esta seção analisa, através de simulações numéricas bidimensionais, a influência da
redução dos parâmetros tecnológicos nas características analógicas do transistor SOI
nMOSFET de canal gradual, objetivando maximizar o ganho de tensão de malha aberta. As
simulações numéricas bidimensionais foram realizadas com o simulador de dispositivos
Sentaurus. Como sequência do trabalho, foi investigada a influência das espessuras do óxido
de porta e da camada de silício, bem como a concentração de dopantes da região fortemente
dopada, variando a relação LLD/L para cada parâmetro tecnológico.
A Figura 33 apresenta a tensão de limiar em função do comprimento LLD para diversos
parâmetros tecnológicos, como pode ser visualizado, todos estes parâmetros influenciam a
tensão de limiar dos dispositivos. Desta forma, o ganho de tensão de malha aberta foi avaliado
com uma constante sobretensão de condução.
Tendo como referência a tecnologia com NHD = 5,6×1016
cm-3
, Toxf = 31 nm e TSi = 80
nm, observa-se que o aumento de NHD para 1,0×1017
cm-3
provoca uma elevação da tensão de
limiar devido à maior densidade de cargas de depleção na camada de silício, enquanto que a
redução da espessura da camada de silício provoca uma queda na tensão de limiar em razão da
menor densidade de cargas de depleção na camada de silício. A diminuição da espessura do óxido
de porta eleva a capacitância do óxido de porta, logo, há um decréscimo da tensão de limiar. Desta
74
forma, a tecnologia com NHD = 5,6×1016
cm-3
, Toxf = 10 nm e TSi = 40 nm apresenta uma redução
da tensão de limiar em razão da diminuição das espessuras do filme de silício e do óxido de porta.
É possível também notar a ocorrência de efeitos de canal curto para LLD = 1,6 µm, conforme pode
ser visto pela queda da tensão de limiar do dispositivo.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
NHD=5,6×1016cm-3, Toxf=31nm e TSi=80nm
NHD=5,6×1016cm-3, Toxf=31nm e TSi=60nm
NHD=5,6×1016cm-3, Toxf=31nm e TSi=40nm
NHD=5,6×1016cm-3, Toxf=20nm e TSi=80nm
NHD=5,6×1016cm-3, Toxf=10nm e TSi=80nm
NHD=5,6×1016cm-3, Toxf=10nm e TSi=40nm
NHD=1,0×1016cm-3, Toxf=31nm e TSi=80nm
NHD=3,0×1016cm-3, Toxf=31nm e TSi=80nm
NHD=1,0×1017cm-3, Toxf=31nm e TSi=80nm
VT
H [V
]
LLD
[m]
L=2m
Figura 33 – Tensão de limiar em função do comprimento LLD, variando um ou dois parâmetros tecnológicos
quando comparado com os dados iniciais (curva com quadrados fechados).
Fonte: elaborada pelo autor
3.2.1 INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DE DOPANTES DA REGIÃO FORTEMENTE DOPADA
SOBRE O LLD OTIMIZADO
Nesta seção, é analisada, por meio de simulações, como a mudança na concentração de
dopantes da região fortemente dopada altera o comprimento LLD otimizado. Para esta análise,
foi variada apenas a concentração NHD, mantendo todos os outros parâmetros inalterados,
assegurando que os dispositivos se mantivessem operando em depleção completa. As
concentrações de dopantes investigadas foram 1×1016
cm-3
, 3×1016
cm-3
, 5,6×1016
cm-3
e 1×1017
cm-3
com comprimento total de canal de 2 μm.
A Figura 34 apresenta a transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas concentrações NHD. Nota-se que a transcondutância é
maior para menores concentrações de dopantes da região fortemente dopada quando o
comprimento da região fracamente dopada é curto, o que está relacionado com o aumento da
mobilidade dos portadores na região HD, devido ao menos pronunciado espalhamento por
75
impurezas ionizadas. Quando o comprimento LLD aumenta, há um notável incremento de gm
para maiores concentrações de dopantes.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
NHD
=1×1016
cm-3
NHD
=3×1016
cm-3
NHD
=5,6×1016
cm-3
NHD
=1×1017
cm-3
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gm [S
]
LLD
[m]
Figura 34 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para
diversas concentrações de dopantes da região fortemente dopada.
Fonte: elaborada pelo autor
Esta característica pode ser observada através da Figura 35, onde são apresentadas as
curvas da transcondutância em função da sobretensão de condução para diversas
concentrações de dopantes da região fortemente dopada, obtidas para LLD = 0,4 (A) e 1,4 μm
(B). Na Figura 35(A), verifica-se uma maior transcondutância para menores NHD quando LLD
é curto, fato relacionado à maior mobilidade dos portadores. Através da Figura 35(B), pode-se
observar uma elevação significativa de gm com o aumento da concentração de dopantes da
região fortemente dopada, sendo constatada uma elevação da transcondutância máxima.
Como a concentração de dopantes é maior, o comprimento da região HD que corresponde ao
comprimento efetivo de canal se mantém para maiores comprimentos da região fracamente
dopada, postergando o efeito de um canal totalmente fracamente dopado que, neste caso,
provoca uma redução da transcondutância. Em outras palavras, a presença de uma região
fortemente dopada com alta concentração de dopantes reduz o comprimento efetivo de canal.
76
-0,50 -0,25 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00
0
5
10
15
20
25
30
35
VDS
=1,5V
L=2m e LLD
=0,4m
NHD
=1×1016
cm-3
NHD
=3×1016
cm-3
NHD
=5,6×1016
cm-3
NHD
=1×1017
cm-3
gm [S
]
VGT
[V]
-0,50 -0,25 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
NHD
=1×1016
cm-3
NHD
=3×1016
cm-3
NHD
=5,6×1016
cm-3
NHD
=1×1017
cm-3
VDS
=1,5V
L=2m e LLD
=1,4m
gm [S
]
VGT
[V]
Figura 35 – Transcondutância em função da sobretensão de condução para diversas concentrações de dopantes
da região fortemente dopada, obtida para LLD = 0,4 (A) e 1,4 μm (B).
Fonte: elaborada pelo autor
Uma maneira mais clara de avaliar a razão da maior transcondutância para maiores
NHD quando LLD é longo é através da concentração de elétrons ao longo do canal que é
apresentada na Figura 36, extraída a 3 nm abaixo da primeira interface para dois diferentes
NHD e VGT e VDS = 0 V com LLD = 0,4 (A) e 1,4 μm (B).
Para o dispositivo com NHD menor, a diferença entre as concentrações de elétrons nas
regiões HD e LD é reduzida e se torna menor quando VGT é incrementado, ou seja, o
dispositivo GC com menor NHD passa a se comportar como um transistor uniformemente
dopado para menores VGT quando comparado com o transistor de maior NHD, visto que este
apresenta maior diferença entre as concentrações de elétrons nas regiões HD e LD.
-1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
1E16
1E17
1E18
1E19
1E20
1E21 Região
LD
Região HD
VGT
=200mV
VGT
=1,00V
L=2m; LLD
=0,4m; VDS
=0V
Símbolos Fechados: NHD
=1×1016
cm-3
Símbolos Abertos: NHD
=1×1017
cm-3
Conce
ntr
ação
de
elét
rons
[cm
-3]
Posição Lateral [m] -1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
1E16
1E17
1E18
1E19
1E20
1E21Região HD
VGT
=200mV
VGT
=1,00V
Posição Lateral [m]
Conce
ntr
ação
de
elét
rons
[cm
-3]
Símbolos Fechados: NHD
=1×1016
cm-3
Símbolos Abertos: NHD
=1×1017
cm-3
Região LD
L=2m; LLD
=1,4m; VDS
=0V
Figura 36 – Concentração de elétrons ao longo do comprimento de canal para duas concentrações de dopantes da
região fortemente dopada e duas sobretensões de condução, extraída a 3 nm abaixo da primeira interface com
VDS = 0 V para LLD = 0,4 (A) e 1,4 μm (B).
Fonte: elaborada pelo autor
(A) (B)
(A) (B)
77
O dispositivo com maior concentração de dopantes da região fortemente dopada
consegue manter um comprimento efetivo de canal igual a L - LLD para ambos VGT e LLD
analisados, o que explica sua maior transcondutância para maiores LLD. Para pequenos LLD, a
degradação da mobilidade proporcionada pela maior concentração de elétrons na camada de
inversão para o transistor com maior NHD é mais importante do que a redução do
comprimento efetivo de canal, diminuindo gm em comparação com o transistor de menor NHD.
A Figura 37 apresenta a condutância de saída em função do comprimento LLD extraída com
VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas concentrações NHD. Verifica-se uma redução da
condutância de saída com o aumento da concentração NHD, devido à menor mobilidade dos
portadores, além da maior queda de potencial absorvida pela região fracamente dopada em
razão da maior diferença entre as resistências apresentadas pelas regiões LD e HD.
Adicionalmente, a degradação de gD começa a ocorrer para maiores comprimentos LLD
quando a concentração NHD aumenta de 1×1016
cm-3
para 5,6×1016
cm-3
. No entanto, para NHD =
1×1017
cm-3
, o comprimento LLD que otimiza gD segue o caminho inverso, uma vez que a redução
do comprimento efetivo de canal é mais relevante do que a diminuição da mobilidade dos
portadores, degradando a condutância de dreno e, consequentemente, reduzindo o comprimento
LLD que otimiza a condutância de dreno.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
1E-8
1E-7
NHD
=1×1016
cm-3
NHD
=3×1016
cm-3
NHD
=5,6×1016
cm-3
NHD
=1×1017
cm-3
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gD [S
]
LLD
[m]
Figura 37 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V
para diversas concentrações de dopantes da região fortemente dopada.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 38 apresenta o ganho de tensão intrínseco em função do comprimento LLD,
extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas concentrações NHD. Como se pode
78
observar, o máximo ganho de tensão de malha aberta é obtido para maiores concentrações NHD e
há um deslocamento no comprimento LLD otimizado para maiores valores, seguindo a tendência
descrita pela condutância de saída.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
40
45
50
55
60
65
70
75
NHD
=1×1016
cm-3
NHD
=3×1016
cm-3
NHD
=5,6×1016
cm-3
NHD
=1×1017
cm-3
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
AV [d
B]
LLD
[m]
Figura 38 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V para diversas concentrações de dopantes da região fortemente dopada.
Fonte: elaborada pelo autor
A Tabela 3 exibe o comprimento LLD otimizado e o máximo ganho de tensão de malha
aberta obtidos para diferentes concentrações de dopantes da região fortemente dopada. O
transistor com NHD = 5,6×1016
cm-3
aumenta o máximo ganho de tensão intrínseco em 16 dB
quando comparado com o dispositivo de NHD = 1×1016
cm-3
, para um comprimento LLD otimizado
que se eleva de 0,8 para 1 μm.
Tabela 3 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco para diferentes concentrações NHD
NHD [cm-3
] LLD otimizado [μm] AV máximo [dB]
1,0×1016
0,80 54
3,0×1016
0,90 65
5,6×1016
1,00 70
1,0×1017
0,90 72
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 39 apresenta a transcondutância e a condutância de saída (A) e o ganho de
tensão de malha aberta (B) em função da concentração de dopantes da região fortemente
dopada, extraído com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV nos comprimentos LLD otimizados. Com
base na Figura 39(A), constata-se que o aumento da concentração de dopantes provoca um
79
incremento da transcondutância. No entanto, para NHD = 1×1017
cm-3
é verificada uma queda da
transcondutância, uma vez que o comprimento LLD otimizado é menor e, portanto, a
transcondutância sofre um decaimento devido ao maior comprimento efetivo de canal. A
condutância de dreno sofre uma diminuição com o aumento de NHD em razão do menor efeito
de modulação do comprimento de canal. Desta forma, observa-se, através da Figura 39(B),
um incremento do ganho de tensão de malha aberta com o aumento da concentração de
dopantes da região fortemente dopada. No entanto, esta variação não é linear, sendo
verificada uma atenuação do aumento de AV para altos NHD.
1E16 1E17
9,5
10,0
10,5
11,0
11,5
12,0
12,5
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gm [S
]
NHD
[cm-3]
1E-9
1E-8
gD [S
]
1E16 1E17
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
72
74
LLD
=0,9m
LLD
=1,0m
LLD
=0,9m
LLD
=0,8m
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
AV [d
B]
NHD
[cm-3]
Figura 39 – Transcondutância e condutância de saída (A) e ganho de tensão de malha aberta (B) em função da
concentração de dopantes da região fortemente dopada, extraído com VDS = 1,5 V e VGT = 200 mV nos
comprimentos LLD otimizados.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 40 apresenta o ganho de tensão de malha aberta em função da
transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas concentrações NHD e
comprimentos da região fracamente dopada. Nota-se que o aumento da concentração de
dopantes da região fortemente dopada possibilita maior ganho de tensão intrínseco e
frequência de ganho unitário.
Em um projeto de circuito analógico definido para operar com ganho de tensão intrínseco
de 54 dB, pode-se observar que o dispositivo com NHD = 5,6×1016
cm-3
(LLD ≈ 1,5 μm) permite um
aumento de 143% de gm e, por conseguinte, uma elevação de fT quando comparado com o
transistor com NHD = 1×1016
cm-3
(LLD ≈ 0,8 μm). Projetando-se um circuito para operar com uma
transcondutância de 10 μS, o transistor com NHD = 5,6×1016
cm-3
(LLD ≈ 0,8 μm) consegue elevar
AV em 13,9 dB em comparação com o dispositivo com NHD = 1×1016
cm-3
(LLD ≈ 0,8 μm).
(A) (B)
80
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
40
45
50
55
60
65
70
75
LLD
=1,6m
LLD
=1,2m
LLD
=1,4m
LLD
=1,1m
LLD
=1,0mLLD
=0,9m
LLD
=0,8m
LLD
=0,6m
LLD
=0,4m
LLD
=0,2mV
GT=200mV
VDS
=1,5V
L=2m
NHD
=1×1016
cm-3
NHD
=3×1016
cm-3
NHD
=5,6×1016
cm-3
NHD
=1×1017
cm-3
AV [d
B]
gm [S]
LLD
=0
Figura 40 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS
= 1,5 V para diversas concentrações de dopantes da região fortemente dopada.
Fonte: elaborada pelo autor
3.2.2 INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DA CAMADA DE SILÍCIO SOBRE O LLD OTIMIZADO
Este tópico analisa, através de simulações, a influência da espessura da camada de
silício sobre o comprimento LLD que otimiza o ganho de tensão de malha aberta. Os
dispositivos estudados apresentam NHD = 5,6×1016
cm-3
e L = 2 μm, as espessuras da camada de
silício escolhidas foram 40, 60 e 80 nm, mantendo todos os outros parâmetros inalterados,
assegurando que os dispositivos se mantivessem operando em depleção completa.
As Figuras 41 e 42 apresentam o comportamento da transcondutância e da condutância
de saída em função do comprimento LLD, respectivamente, para diversas espessuras da
camada de silício, extraídas com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V. A partir da Figura 41, é
possível observar que praticamente não há dependência da transcondutância com a espessura
da camada de silício para LLD < 1 μm. Embora, constata-se uma redução da transcondutância
com o decréscimo da espessura do filme de silício para maiores comprimentos da região
fracamente dopada, o qual está relacionado com o aumento do campo elétrico transversal que
degrada a mobilidade dos portadores, sendo a degradação de gm mais intensa para maiores
comprimentos LLD devido à maior corrente de dreno. Com base na Figura 42, nota-se que a
degradação da condutância de dreno para o transistor com TSi = 40 nm se inicia antes das
outras espessuras da camada de silício devido ao mais intenso campo elétrico. Como
resultado, o comprimento LLD que promove o melhor valor de gD é reduzido.
81
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
TSi=80nm
TSi=60nm
TSi=40nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gm [S
]
LLD
[m]
Figura 41 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para
diversas espessuras da camada de silício.
Fonte: elaborada pelo autor
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
1E-8
1E-7
TSi=80nm
TSi=60nm
TSi=40nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gD
[S]
LLD
[m]
Figura 42 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V
para diversas espessuras da camada de silício.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 43 apresenta o ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento
LLD para várias espessuras da camada de silício, extraído com VGT = 200mV e VDS = 1,5V.
Como pode ser visto, o máximo AV sofre uma redução para TSi = 40 nm, em razão das
degradações da transcondutância e da condutância de saída. A Tabela 4 exibe o comprimento
LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco para diversas espessuras da camada de
silício.
82
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
40
45
50
55
60
65
70
75
TSi=80nm
TSi=60nm
TSi=40nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
AV
[dB
]
LLD
[m]
Figura 43 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V para diversas espessuras da camada de silício.
Fonte: elaborada pelo autor
Tabela 4 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco para diferentes espessuras da
camada de silício.
TSi [nm] LLD otimizado [μm] AV máximo [dB]
40 0,90 68
60 0,90 70
80 1,00 70
Fonte: elaborada pelo autor
Comparando os transistores com espessura da camada de silício de 40 e 80 nm,
constata-se um incremento de somente 2 dB para o maior TSi. Além disso, o comprimento LLD
que maximiza o ganho de tensão de malha aberta se desloca para menores valores quando a
espessura da camada de silício é diminuída.
A Figura 44 apresenta o ganho de tensão de malha aberta em função da
transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para várias espessuras da camada de
silício e comprimentos da região fracamente dopada. Verifica-se que o aumento da espessura da
camada de silício eleva tanto o ganho de tensão intrínseco quanto a frequência de ganho
unitário (aumento de gm). Para AV = 60 dB, o transistor com TSi = 80 nm (LLD ≈ 1,4 μm) eleva a
frequência de ganho unitário em 28% quando comparado com o dispositivo com TSi = 40 nm (LLD
≈ 1,4 μm).
83
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
40
45
50
55
60
65
70
75
LLD
=0,0
LLD
=0,2m
LLD
=0,4m
LLD
=0,6m
LLD
=0,8m
LLD
=0,9m LLD
=1,0m
LLD
=1,1m
LLD
=1,2m
LLD
=1,4m
LLD
=1,6m
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
TSi=80nm
TSi=60nm
TSi=40nm
AV
[dB
]
gm [S]
Figura 44 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS
= 1,5 V para diversas espessuras da camada de silício.
Fonte: elaborada pelo autor
3.2.3 INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DO ÓXIDO DE PORTA SOBRE O LLD OTIMIZADO
Neste item, a influência da espessura do óxido de porta sobre as características
analógicas dos transistores é apresentada, através de simulações, mantendo todos os outros
parâmetros tecnológicos constantes e L = 2 μm. As Figuras 45 e 46 apresentam a
transcondutância e a condutância de saída em função do comprimento LLD, respectivamente,
extraídas com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V, para espessuras do óxido de porta de 10, 20 e 31
nm.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
5
10
15
20
25
30
35
40 T
oxf=31nm
Toxf
=20nm
Toxf
=10nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gm [S
]
LLD
[m]
Figura 45 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para
diversas espessuras do óxido de porta.
Fonte: elaborada pelo autor
84
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
1E-8
1E-7
Toxf
=31nm
Toxf
=20nm
Toxf
=10nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gD [S
]
LLD
[m]
Figura 46 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V
para diversas espessuras do óxido de porta.
Fonte: elaborada pelo autor
De acordo com a Figura 45, nota-se que o decréscimo da espessura do óxido de porta
permite uma melhora na transcondutância devido ao melhor controle das cargas de depleção
no canal. Entretanto, ao analisar a Figura 46, verifica-se que a condutância de saída começa a
aumentar (degradar) de maneira precoce para menores espessuras do óxido de porta, uma vez
que a condutância de dreno é diretamente proporcional à capacitância do óxido de porta.
Desta forma, o benefício do menor efeito de modulação do comprimento de canal
proporcionado pela presença da região LD ocorre até um comprimento LLD menor do que o
observado para óxidos mais espessos.
A Figura 47 exibe o ganho de tensão intrínseco em função do comprimento LLD,
extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V, para diferentes espessuras do óxido de porta. Em
relação ao decréscimo da espessura do óxido de porta, observa-se um deslocamento do
máximo ganho de tensão de malha aberta para menores comprimentos da região fracamente
dopada, devido à maior degradação da condutância de dreno. Embora o valor máximo de AV
tenha variado em, no máximo, 3 dB.
A Tabela 5 apresenta o comprimento LLD otimizado e o máximo ganho de tensão
intrínseco obtidos para diversas espessuras do óxido de porta. Pode-se observar que o ganho
de tensão intrínseco aumenta apenas 2 dB para o transistor com espessura do óxido de porta
de 10 nm em comparação com o dispositivo de Toxf de 31 nm. Adicionalmente, o
comprimento LLD otimizado apresenta uma importante variação, seguindo uma redução linear
com a diminuição da espessura do óxido de porta.
85
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
Toxf
=31nm
Toxf
=20nm
Toxf
=10nm
AV [d
B]
LLD
[m]
Figura 47 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V para diversas espessuras do óxido de porta.
Fonte: elaborada pelo autor
Tabela 5 – Comprimento LLD otimizado e máximo ganho de tensão intrínseco para diferentes espessuras do
óxido de porta.
Toxf [nm] LLD otimizado [μm] AV máximo [dB]
10 0,80 72
20 0,90 73
31 1,00 70
Fonte: elaborada pelo autor
Na Figura 48 é apresentado o ganho de tensão de malha aberta em função da
transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V para diversas espessuras do óxido
de porta e comprimentos da região fracamente dopada. Pode-se observar que a redução da
espessura do óxido de porta eleva significativamente a transcondutância e, por conseguinte, a
frequência de ganho unitário. Para AV = 60 dB, o dispositivo com Toxf = 10 nm (LLD ≈ 1,3 μm)
apresenta um aumento de 82% de gm e, consequentemente, uma elevação de fT quando comparado
com o transistor com Toxf = 31 nm (LLD ≈ 1,4 μm).
86
5 10 15 20 25 30 35 40
35
40
45
50
55
60
65
70
75
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
Toxf
=31nm
Toxf
=20nm
Toxf
=10nm
AV [d
B]
gm [S]
Figura 48 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS
= 1,5 V para diversas espessuras do óxido de porta.
Fonte: elaborada pelo autor
3.2.4 INFLUÊNCIA DA REDUÇÃO SIMULTÂNEA DAS ESPESSURAS DO ÓXIDO DE PORTA E DA
CAMADA DE SILÍCIO SOBRE O LLD OTIMIZADO
Os resultados das seções anteriores mostraram que a redução das espessuras do óxido
de porta e da camada de silício contribuem para a diminuição do comprimento LLD que
maximiza o ganho de tensão de malha aberta. De maneira a avaliar os efeitos da redução
simultânea destes parâmetros sobre o comprimento LLD otimizado, são apresentadas nas
Figuras 49 e 50, a transcondutância e a condutância de saída, respectivamente, extraídas de
dois conjuntos de dispositivos GC: sendo um com TSi = 40 nm e Toxf = 10 nm e o outro com
TSi = 80 nm e Toxf = 31 nm (tecnologia da UCL).
Analisando as Figuras 41 e 45, é possível constatar que a redução da espessura do
óxido de porta tem maior influência sobre a transcondutância do que a diminuição da
espessura da camada de silício, incrementando-a, devido ao melhor controle das cargas de
depleção no canal. No entanto, o decréscimo da espessura do filme de silício degrada
levemente a transcondutância, principalmente para maiores comprimentos LLD, em razão do
maior campo elétrico vertical. Quando avaliado os dois parâmetros juntos (Figura 49),
percebe-se que, para a tecnologia com reduzidos Toxf e TSi, a transcondutância é maior e
menos dependente do comprimento LLD. Na Figura 50, é possível notar um apreciável
deslocamento na condutância de saída, visto que a diminuição de ambos os parâmetros tende
87
a degradar a condutância de dreno, tanto pelo alto campo elétrico vertical quanto pela maior
capacitância do óxido de porta.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
Toxf
=31nm e TSi=80nm
Toxf
=10nm e TSi=40nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gm [S
]
LLD
[m]
Figura 49 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V,
variando Toxf e TSi simultaneamente.
Fonte: elaborada pelo autor
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
1E-8
1E-7
Toxf
=31nm e TSi=80nm
Toxf
=10nm e TSi=40nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
gD [S
]
LLD
[m]
Figura 50 – Condutância de saída em função do comprimento LLD, extraída com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V,
variando Toxf e TSi simultaneamente.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 51 mostra o comportamento do ganho de tensão de malha aberta em função
do comprimento LLD, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V, obtido a partir dos
resultados expostos nas Figuras 49 e 50. Como esperado, são verificados, um deslocamento
de 300 nm em direção a menores valores para o LLD otimizado e uma redução de 7 dB no
88
ganho de tensão intrínseco devido à degradação da condutância de saída causada pelo
decréscimo das espessuras do óxido de porta e da camada de silício.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
40
45
50
55
60
65
70
75
Toxf
=31nm e TSi=80nm
Toxf
=10nm e TSi=40nm
VDS
=1,5V
VGT
=200mV
L=2m
AV
[dB
]
LLD
[m]
Figura 51 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD, extraído com VGT = 200 mV e
VDS = 1,5 V, variando Toxf e TSi simultaneamente.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 52 apresenta o ganho de tensão de malha aberta em função da
transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V, variando Toxf e TSi simultaneamente
e os comprimentos da região fracamente dopada. Verifica-se que a tecnologia da UCLouvain
apresenta maior ganho de tensão de malha aberta em um maior faixa, mas reduzida
transcondutância e, por conseguinte, diminuta frequência de ganho de tensão unitário. Enquanto
que a tecnologia com reduzidos Toxf e TSi possui melhores frequências de ganho unitário devido ao
melhor controle das cargas de depleção no canal que está relacionado com a diminuição de Toxf.
No entanto, esta tecnologia apresenta reduzido AV.
89
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
40
45
50
55
60
65
70
75
VGT
=200mV
VDS
=1,5V
L=2m
Toxf
=31nm e TSi=80nm
Toxf
=10nm e TSi=40nm
AV
[dB
]
gm [S]
Figura 52 – Ganho de tensão de malha aberta em função da transcondutância, extraído com VGT = 200 mV e VDS
= 1,5 V, variando Toxf e TSi simultaneamente.
Fonte: elaborada pelo autor
3.3 INFLUÊNCIA DA POLARIZAÇÃO DE PORTA SOBRE O DESEMPENHO ANALÓGICO DO
TRANSISTOR GC SOI NMOSFET
Esta seção avalia o desempenho analógico do transistor SOI nMOSFET de canal
gradual concernente à influência da sobretensão de condução sobre os comprimentos da
região fracamente dopada que maximizam o ganho de tensão intrínseco, a frequência de
ganho unitário e a tensão de ruptura de dreno. Foi verificado que o ótimo comprimento da
região fracamente dopada depende da área de aplicação dos dispositivos GC.
3.3.1 RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Primeiramente, medidas experimentais de transistores GC SOI foram estudadas de
maneira a avaliar a influência da sobretensão de condução sobre o comprimento otimizado da
região fracamente dopada. As Figuras 53 e 54 apresentam a transcondutância e a condutância
de saída, respectivamente, em função do comprimento LLD para diferentes sobretensões de
condução, extraídas com VDS = 1,5 V. Verifica-se que o incremento da sobretensão de
condução eleva a transcondutância e a condutância de dreno devido ao mais forte regime de
inversão, uma vez que tanto gm quanto gD são diretamente proporcionais à VGT.
90
Para todas sobretensões de condução, a mínima condutância de dreno foi observada
para comprimento LLD em torno de 0,8 μm (LLD/L = 0,4). É interessante mencionar que
semelhante valor foi demonstrado experimentalmente na ref. [21].
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
L=2m
VDS
=1,5V
VGT
=0V
VGT
=200mV
VGT
=400mV
VGT
=600mV
gm [m
S]
LLD
[m]
Figura 53 – Transcondutância em função do comprimento LLD, extraído com VDS = 1,5 V para diferentes
sobretensões de condução.
Fonte: elaborada pelo autor
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
1E-7
1E-6
1E-5 L=2m
VDS
=1,5V
VGT
=0V
VGT
=200mV
VGT
=400mV
VGT
=600mV
gD [S
]
LLD
[m]
Figura 54 – Condutância de dreno em função do comprimento LLD, extraído com VDS = 1,5 V para diferentes
sobretensões de condução.
Fonte: elaborada pelo autor
O ganho de tensão intrínseco é apresentado na Figura 55(A) em função do
comprimento LLD, extraído com VDS = 1,5 V e diferentes VGT. Nota-se que o aumento da
sobretensão de condução reduz o ganho de tensão de malha aberta em consequência da
degradação da condutância de dreno, a qual é mais pronunciada do que a melhoria da
transcondutância. No entanto, para VGT = 200 mV e LLD > 0,5 µm, constata-se uma inversão
91
no comportamento de AV em comparação com o dispositivo polarizado com VGT = 0 V,
devido à melhora de AV proporcionada pelo aumento de gm e redução de gD ser superior para
o dispositivo com VGT = 200 mV. Além disso, é possível verificar que o incremento de AV em
relação ao transistor uniformemente dopado é mais significativo com o aumento de VGT.
Comparando o transistor uniformemente dopado com o dispositivo de canal gradual no ponto
de otimizado LLD, para VGT = 0 V, há um aumento de 17 dB enquanto que, para VGT = 600
mV, um incremento de 21 dB é observado.
A Figura 55(B) apresenta o ganho de tensão intrínseco em função da transcondutância,
extraído para VDS = 1,5 V e diversas sobretensões de condução. Como se pode observar, a
maior frequência de ganho unitário (maior gm) é obtida para maior VGT, enquanto que o
máximo AV ocorre para VGT = 200 mV, o qual é próximo do regime de inversão moderada.
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
30
35
40
45
50
55
60
65
L=2m
VDS
=1,5V
VGT
=0V
VGT
=200mV
VGT
=400mV
VGT
=600mV
AV [d
B]
LLD
[m]
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
30
35
40
45
50
55
60
65
L=2m
VDS
=1,5V
VGT
=0V
VGT
=200mV
VGT
=400mV
VGT
=600mV
AV [d
B]
gm [mS]
Figura 55 – Ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD (A) e da transcondutância (B),
extraído com VDS = 1,5 V para diferentes sobretensões de condução.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 56 apresenta a tensão de ruptura de dreno extraída para diversas sobretensões
de condução. Diferentemente do ganho de tensão de malha aberta, nenhuma variação do
ótimo LLD com a sobretensão de condução foi verificada, sendo o comprimento LLD que
otimiza BVDS igual a 0,5 μm, o qual é menor do que o comprimento LLD para máximo ganho
de tensão de malha aberta. No entanto, um aumento de BVDS ocorre com o incremento de
VGT, o qual está relacionado com a maior tensão de saturação. Uma elevação de
aproximadamente 200 mV foi observada na tensão de ruptura de dreno para LLD = 0,5 μm
com o aumento de VGT de 0 para 600 mV.
(A) (B)
92
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
1,9
2,0
2,1
2,2
2,3
2,4
2,5
2,6
2,7
2,8
2,9
L=2m
VGT
=0V
VGT
=200mV
VGT
=400mV
VGT
=600mV
BV
DS [V
]
LLD
[m]
Figura 56 – Tensão de ruptura de dreno em função do comprimento LLD para diferentes sobretensões de
condução.
Fonte: elaborada pelo autor
3.3.2 SIMULAÇÕES NUMÉRICAS BIDIMENSIONAIS
De maneira a analisar a influência da sobretensão de condução sobre o comprimento
LLD otimizado em todos os regimes de inversão com diversos comprimentos totais de canal,
foram realizadas simulações numéricas bidimensionais com parâmetros tecnológicos
idênticos aos transistores experimentais. A Figura 57 apresenta a relação gm/IDS em função da
sobretensão de condução para transistores GC e uniformemente dopado com L = 2 μm,
extraído com VDS = 1,5 V. A partir destas curvas, os valores de VGT foram escolhidos,
assegurando a polarização do transistor desde o regime de inversão fraca até forte.
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
SOI Convencional
GC SOI com LLD
/L=0,3
gm/I
DS [V
-1]
VGT
[V]
L=2m
VDS
=1,5V
--- VGT
= -0,25V
--- VGT
= -0,10V
--- VGT
= 0,00V
--- VGT
= 0,20V
--- VGT
= 0,50V
--- VGT
= 1,00V
Figura 57 – Relação gm/IDS em função da sobretensão de condução para dispositivos com L = 2 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
93
As Figuras 58 e 59 apresentam a transcondutância e a condutância de saída,
respectivamente, em função do comprimento LLD e VGT, extraído com VDS = 1,5 V para
transistores com L = 2 μm. Como apresentado anteriormente, o aumento do comprimento LLD
eleva a transcondutância devido à redução do comprimento efetivo de canal. Além disso, o
aumento da sobretensão de condução também eleva gm para todos os transistores. Desta
forma, para um circuito visando alta frequência, quão maior é a região LD, melhor é fT. Com
base na Figura 59, nota-se uma redução da condutância de dreno com o aumento do
comprimento LLD até um determinado limite, conforme explicado na seção 3.1.2.
Adicionalmente, uma elevação de gD é constatada com o incremento de VGT, bem como uma
diminuição do comprimento LLD que otimiza a condutância de dreno.
-0 ,4
-0 ,2
0 ,00 ,2
0 ,40 , 6
0 , 81 , 0
1 , 2
0,00,20,40,60,81,01,21,41 ,61 ,8
0
5
10
15
20
25
30
35
VDS
=1,5V
L L D [m]
g m [
S]
V G T [V
]
0,000
2,500E-06
5,000E-06
7,500E-06
1,250E-05
1,500E-05
1,750E-05
2,000E-05
2,250E-05
2,500E-05
2,750E-05
3,000E-05
3,250E-05
3,500E-05
Figura 58 – Transcondutância em função de LLD e VGT, extraído com VDS = 1,5 V para L = 2 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
-0,20,0
0,20,4
0,60 ,8
1 ,0
0 ,00 ,20 ,40 ,60 ,81 ,01 , 21 , 41 , 61 , 81E-13
1E-12
1E-11
1E-10
1E-9
1E-8
1E-7
1E-6
L L D [m]
g D [
S]
V GT [V
]
1,000E-12
1,000E-11
1,000E-10
1,000E-09
1,000E-08
1,000E-07
1,200E-06
1,350E-06
1,500E-06
2,000E-06
VDS
=1,5V
Figura 59 – Condutância de dreno em função de LLD e VGT, extraído com VDS = 1,5 V para L = 2 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
94
A Figura 60 exibe o ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento LLD
e VGT, extraído com VDS = 1,5 V para L = 2 μm. Como visto nos resultados experimentais, o
aumento de VGT causa um decréscimo de AV, o qual está relacionado com a maior degradação
de gD em relação à melhoria de gm. Além disso, o comprimento LLD de máximo ganho de
tensão intrínseco decresce com o aumento de VGT devido à maior condutância de dreno. Para
VGT próximo à inversão fraca (VGT < 0 V) e LLD < 1,1 μm, o ganho de tensão intrínseco varia
somente 2 dB.
- 0 , 2
0 , 0
0 ,2
0 ,4
0 ,6
0 ,8
1 ,0
0102030
40
50
60
70
80
90
100
110
0,00,2
0,40,6
0,81,0
1,21,4
1 ,61 ,8
VDS
=1,5V
AV [dB
]
L LD [
m]V G T [V]
23,20
33,63
44,05
54,48
64,90
75,33
85,75
96,18
106,6
Figura 60 – Ganho de tensão de malha aberta em função de LLD e VGT, extraído com VDS = 1,5 V para L = 2 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
A Tabela 6 apresenta o ganho de tensão de malha aberta do transistor SOI
convencional, o comprimento LLD otimizado e o máximo ganho de tensão intrínseco para
duas sobretensões de condução. É possível observar um aumento de 50 dB no máximo ganho
de tensão de malha aberta para VGT = 0 V, e o otimizado LLD é deslocado de 1,2 para 0,5 μm
quanto VGT é elevado para 1 V. Considerando estes casos, é verificado um aumento de 37 e 9
dB em AV, respectivamente, em comparação com o transistor SOI uniformemente dopado.
Tabela 6 – Ganho de tensão de malha aberta do transistor SOI convencional, comprimento LLD otimizado e o
máximo ganho de tensão intrínseco para duas sobretensões de condução.
VGT [V] AV SOI convencional [dB] LLD otimizado [μm] AV máximo [dB]
0 51 1,20 88
1 29 0,50 38
Fonte: elaborada pelo autor
95
A Figura 61 avalia a influência do comprimento total de canal sobre o comprimento
LLD que otimiza AV para diversos VGT, extraído com VDS = 1,5 V. É possível constatar que o
ótimo LLD se eleva com o incremento do comprimento total de canal e que o otimizado
comprimento LLD não é constante para mesmos comprimentos totais de canal. No entanto,
observa-se uma mesma tendência do comprimento LLD otimizado com o aumento de L para
todas as sobretensões de condução analisadas. Para L ≥ 4 μm e VGT ≥ 0 V, é verificada uma
tendência do ótimo LLD em permanecer em um comprimento específico. No caso de VGT =
500 mV, o LLD otimizado está entre 1 e 1,2 μm. Adicionalmente, o incremento de VGT causa
um decréscimo do LLD otimizado para todos L estudados. Para L ≥ 4 μm, a redução do ótimo
LLD para maior AV é aproximadamente constante e igual a 0,4 μm quando variando VGT de
200 mV para 500 mV.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5V
DS=1,5V
VGT
=-250mV VGT
=0V
VGT
=200mV VGT
=500mV
VGT
=1V
LL
D o
tim
iza
do
[m
]
L [m]
Figura 61 – Comprimento LLD otimizado em função do comprimento total de canal, extraído com VDS = 1,5 V e
diversos VGT.
Fonte: elaborada pelo autor
As Figuras 62 e 63 exibem, respectivamente, a transcondutância e o ganho de tensão
de malha aberta extraídos nos comprimentos LLD otimizados em função do comprimento total
de canal para VDS = 1,5 V e diversos VGT.
96
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
0
10
20
30
40
50
60
VDS
=1,5V
VGT
=-250mV VGT
=0V
VGT
=200mV VGT
=500mV
VGT
=1V
gm [S
]
L [m]
Figura 62 – Transcondutância extraída nos comprimentos LLD que otimizam AV em função do comprimento total
de canal para VDS = 1,5 V e diversos VGT.
Fonte: elaborada pelo autor
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
20
40
60
80
100
120
140
160
VDS
=1,5V
VGT
=-250mV VGT
=0V
VGT
=200mV VGT
=500mV
VGT
=1V
Máxim
o A
V [d
B]
L [m]
Figura 63 – Máximo ganho de tensão de malha aberta em função do comprimento total de canal, extraído com
VDS = 1,5 V e diversos VGT.
Fonte: elaborada pelo autor
Analisando a Figura 62, pode-se observar que o aumento do comprimento total de
canal reduz a transcondutância devido à maior resistência do canal, e a elevação da
sobretensão de condução possibilita maior gm para todos L. A partir da Figura 63, é possível
verificar um incremento do máximo ganho de tensão de malha aberta com o decréscimo da
sobretensão de condução para todos os comprimentos totais de canal em razão da menor
condutância de dreno. Além disso, um aumento do máximo ganho de tensão intrínseco é
constatado com o incremento de L devido ao reduzido gD.
97
A Figura 64 apresenta a tensão de ruptura de dreno obtida para diferentes sobretensões
de condução e L = 2 μm. Pode-se observar que LLD entre 0,4 e 0,6 μm possibilita a maior
tensão de ruptura de dreno para todos VGT estudados. Além disso, o aumento da sobretensão
de condução eleva a tensão de ruptura de dreno devido à maior tensão de saturação.
A tensão de ruptura de dreno também foi extraída para outros comprimentos totais de
canal. Como notado nos resultados experimentais, o comprimento LLD que otimiza a tensão de
ruptura de dreno não varia com a sobretensão de condução em todos os regimes de inversão.
Para L = 0,75 μm, o ótimo LLD é igual a 0,3 μm, enquanto que o comprimento LLD otimizado
é igual a 0,4 μm para 1 μm ≤ L ≤ 10 μm.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
VGT
=-250mV
VGT
=0V
VGT
=200mV
VGT
=500mV
BV
DS [V
]
LLD
[m]
L=2m
Figura 64 – Tensão de ruptura de dreno em função do comprimento LLD para diversas sobretensões de condução
e L = 2 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
98
4 DESEMPENHO DO TRANSISTOR SOI NMOSFET DE CANAL GRADUAL E A
ASSOCIAÇÃO SÉRIE ASSIMÉTRICA DE TRANSISTORES SOI NMOSFETS
EM ESPELHOS DE CORRENTE COM ARQUITETURA FONTE COMUM
Em tecnologias altamente submicrométricas, pode haver dificuldade na definição da
região fracamente dopada do transistor SOI de canal gradual devido à difusão de impurezas
aceitadoras na interface entre as regiões forte e fracamente dopadas. Como alternativa, tem-se
a associação série assimétrica de transistores SOI nMOSFETs [29].
Espelhos de corrente com configuração fonte comum formados por transistores SOI
nMOSFET de canal gradual e associações séries assimétrica e simétrica SOI nMOSFET com
variações no comprimento de canal dos transistores individuais também fabricados na
tecnologia SOI FD da UCLouvain, Bélgica, com os mesmos parâmetros tecnológicos e
geométricos citados na Seção 2.7, foram objetos de estudo, sendo avaliados tanto por meio de
resultados experimentais, quanto através de simulações numéricas bidimensionais de
dispositivos.
A precisão de espelhamento, a resistência de saída e a excursão do sinal de saída (VOS)
são usadas como figuras de mérito para esta análise, confrontando o desempenho do transistor
SOI de canal gradual e das associações séries nas configurações simétrica e assimétrica com
os dispostivos SOI convencionais compostos por apenas um único transistor. Deve-se
destacar que se trata do primeiro estudo já realizado sobre a associação série assimétrica
implementada em circuitos analógicos.
4.1 RESULTADOS EXPERIMENTAIS DA ASSOCIAÇÃO SÉRIE ASSIMÉTRICA DE
TRANSISTORES
Inicialmente, são apresentadas as medidas experimentais realizadas em espelhos de
corrente compostos por associação série simétrica (ambos os transistores dopados com
NHD = 6×1016
cm-3
na região do canal) e assimétrica (transistores MS e MD dopados com
NHD = 6×1016
cm-3
e NLD = 1×1015
cm-3
, respectivamente, na região do canal), além do transistor
convencional. Foram variados os comprimentos de canal de cada transistor individual,
mantendo o comprimento total de canal (L = LS + LD) igual a 4 μm. As curvas experimentais
99
foram obtidas a partir de sete diferentes circuitos de cada configuração de maneira a obter o
valor médio e o desvio padrão (σ).
4.1.1 VANTAGENS DA ASSOCIAÇÃO SÉRIE ASSIMÉTRICA EM NÍVEL DE TRANSISTOR
As Figuras 65(A) e 65(B) apresentam as curvas experimentais médias da corrente de
dreno e da transcondutância, respectivamente, em função da sobretensão de condução para o
transistor de saída que compõe os espelhos de corrente implementados com transistores S-SC,
A-SC e convencional, extraído com VDS = 50 mV.
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
VDS
=50mV SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
I DS
,médio [A
]
VGT
[V]
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
0
5
10
15
20
25
30
35
VDS
=50mV
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
gm
,médio [S
]
VGT
[V]
Figura 65 – Curvas experimentais da corrente de dreno (A) e da transcondutância (B) em função da sobretensão
de condução para transistores convencionais, associações séries simétrica e assimétrica de transistores com
comprimento total de canal de 4 μm, extraídas com VDS = 50 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
A partir das curvas da Figura 65, pode-se notar que o dispositivo S-SC apresenta nível
de corrente de dreno e transcondutância similares ao transistor SOI convencional. No caso da
estrutura A-SC, para um comprimento total de canal fixo, o aumento do comprimento de
canal do transistor próximo ao dreno causa uma maior corrente de dreno e transcondutância,
graças ao incremento do potencial que alcança o dreno do transistor próximo à fonte (MS),
devido à reduzida resistência do transistor MD (ligada a sua menor tensão de limiar). Desta
forma, o dispositivo A-SC se comporta como um único transistor com L LS. Na Figura
65(B), para o transistor A-SC, verifica-se uma maior transcondutância com o aumento de LD
para VGT em inversão moderada, enquanto que em regime de inversão forte, a
transcondutância é similar entre as estruturas.
(A) (B)
100
A Figura 66(A) apresenta as curvas experimentais médias da corrente de dreno em
função da tensão de dreno para o transistor de saída dos mesmos espelhos de corrente
analisados na Figura 65, extraídas com VGT = 200 mV. É possível observar que o dispositivo
S-SC exibe nível de corrente de dreno similar quando comparado com os transistores
convencionais, mas com menos pronunciado incremento de corrente na região de ruptura,
uma vez que os pares elétron-lacuna gerados devido ao alto campo elétrico próximo ao dreno
se recombinam na região N+ intermediária. É importante mencionar que além de apresentar
maior corrente de dreno com a redução de LS, o transistor A-SC promove o aumento da
tensão de ruptura de dreno, visto que o transistor fracamente dopado reduz o pico do campo
elétrico, diminuindo o efeito bipolar parasitário desencadeado pela ionização por impacto de
portadores. Como o transistor MD trabalha em saturação, a variação da polarização de dreno
do transistor próximo à fonte (MS) é diminuída, resultando em uma reduzida condutância de
saída, como pode ser visualizada nas curvas da Figura 66(B), que apresenta a condutância de
dreno média em função da tensão de dreno obtida pela derivada das curvas da corrente de
dreno.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
VGT
=200mV
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
I DS
,mé
dio [A
]
VDS
[V]0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
1E-9
1E-8
1E-7
1E-6
1E-5
1E-4
1E-3
0,01
VGT
=200mV
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
gD
,médio [S
]
VDS
[V]
Figura 66 – Curvas experimentais da corrente de dreno (A) e da condutância de saída (B) em função da tensão de
dreno para transistores convencionais, associações séries simétrica e assimétrica de transistores com
comprimento total de canal de 4 μm, extraídas com VGT = 200 mV.
Fonte: elaborada pelo autor
4.1.2 PRECISÃO DE ESPELHAMENTO
Como os transistores de entrada e saída dos espelhos de corrente apresentam o mesmo
comprimento e largura de canal, a precisão de espelhamento deveria ser teoricamente igual a
um. No entanto, descasamento intrínseco e diferenças entre as condições de polarização dos
(A) (B)
101
transistores que compõem o espelho de corrente podem desviar a precisão de espelhamento da
unidade [81].
A Figura 67(A) apresenta as curvas médias da precisão de espelhamento em função da
corrente de entrada com tensão de entrada idêntica à tensão de saída. Esta análise determina
se existe descasamento intrínseco entre os transistores que compõem o espelho de corrente,
que é um efeito randômico nos dados medidos [74]. A partir destas curvas, é possível notar
que o espelho de corrente que apresenta o menor descasamento intrínseco corresponde ao SOI
convencional com L = 4 μm, seguido pelo espelho de corrente S-SC. Entre os espelhos de
corrente A-SC, o que apresentou maior descasamento intrínseco foi o A-SC LS = 1 μm e LD =
3 μm devido à redução do comprimento de canal do transistor fortemente dopado [74]. Por
outro lado, a redução de LD não causa a mesma piora do casamento. Esta maior dispersão
entre as curvas é também visualisada na Figura 67(B), a qual apresenta a razão entre o desvio
padrão da precisão de espelhamento (σIout/Iin) e o valor médio da precisão de espelhamento
para cada configuração de espelho de corrente. Independentemente da configuração, quando
os circuitos se aproximam da inversão fraca, a precisão de espelhamento desvia da unidade
devido ao descasamento da tensão de limiar, o qual é predominante neste regime de inversão
[73], embora quando os espelhos de corrente são polarizados na inversão forte, todas as
configurações apresentam precisão de espelhamento próxima da unidade e o desvio tende a
zero entre as diferentes amostras do mesmo circuito.
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
1,15
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
(IO
UT/I
IN) m
édio
IIN
[A]
VIN
=VOUT
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
VIN
=VOUT
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
I O
UT/I
IN
/ (I
OU
T/I
IN) m
édio [
%]
IIN
[A]
Figura 67 – Curvas experimentais IOUT/IIN (A) e sua razão Desvio Padrão/Média (B) em função da corrente de
entrada para espelhos de corrente compostos por transistores convencionais, associações séries simétrica e
assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4 μm, extraídas com VIN = VOUT.
Fonte: elaborada pelo autor
(A) (B)
102
Nas Figuras 67(A) e 67(B), a corrente de entrada foi obtida a partir da excursão da
tensão de entrada de 0 a 3 V, conforme mostrado na Figura 68, onde são apresentadas as
correntes de entrada em escalas linear (A) e logarítmica (B) em função da tensão de entrada
para as diversas configurações de espelhos de corrente.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
I IN,m
édio [
mA
]
VIN
[V]
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
1E-9
1E-8
1E-7
1E-6
1E-5
1E-4
1E-3
0,01
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
I IN,m
édio [
A]
VIN
[V]
Figura 68 - Curvas experimentais da corrente de entrada em função da tensão de entrada em escalas linear (A) e
logarítmica (B) para espelhos de corrente compostos por transistores convencionais, associações séries simétrica
e assimétrica de transistores com comprimento total de canal de 4 μm.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 69 mostra as curvas médias da precisão de espelhamento em função da
corrente de entrada, medidas com VOUT = 1,5 V. A partir destes resultados, pode-se notar que,
embora os espelhos de corrente com transistor único e S-SC apresentem melhor descasamento
intrínseco, estes circuitos apresentam pior precisão de espelhamento do que qualquer A-SC
quando polarizado com constante VOUT em qualquer nível de inversão. As estruturas A-SC
com LS = LD = 2 μm e LS = 3 μm e LD = 1 μm apresentaram a melhor precisão de
espelhamento, a qual está relacionada com a melhora da condutância de dreno e ionização por
impacto, as quais reduzem a dependência da corrente de saída com variações na polarização.
É possível notar que em inversões forte e moderada, a precisão de espelhamento é muito
próxima à unidade para as estruturas A-SC com maiores LS. Quando os dispositivos se
aproximam da inversão fraca, a precisão de espelhamento desvia da unidade para os
dispositivos S-SC, convencional e A-SC LS = 1 μm e LD = 3 μm, devido ao mais pronunciado
descasamento intrínseco no último caso e devido à maior degradação da condutância de saída
nos outros casos. Para elevadas correntes de entrada, é possível notar que a precisão de
(A) (B)
103
espelhamento desvia da unidade para todos os espelhos de corrente, uma vez que o transistor
de saída está operando em triodo.
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
VOUT
=1,5V
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
(IO
UT/I
IN) m
éd
io
IIN
[A]
Figura 69 – Curvas experimentais (IOUT/IIN) em função da corrente de entrada para espelhos de corrente
compostos por transistores convencionais, associações séries simétrica e assimétrica de transistores com
comprimento total de canal de 4 μm, extraídas com VOUT = 1,5 V.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 70 apresenta as curvas médias da corrente de saída em função da tensão de
saída, medidas com IIN = 1 μA (A) e 100 μA (B), as quais polarizam os dispositivos nos
regimes de inversão moderada e forte, respectivamente. Pode-se notar que os espelhos de
corrente A-SC tem grande confiabilidade em espelhar IIN para IOUT em uma maior faixa de
VOUT em comparação com os espelhos de corrente formados por transistores simples e S-SC
para estes regimes de inversão. Embora o espelho de corrente A-SC LS = 1 μm e LD = 3 μm
exiba o pior comportamento entre as estruturas A-SC devido ao maior descasamento
intrínseco, verifica-se uma melhora quando o dispositivo move do regime de inversão
moderada para forte. Para o espelho de corrente A-SC LS = LD = 2 μm e VOUT = 2,5 V, as
precisões de espelhamento obtidas para IIN = 1 e 100 μA foram 0,996 e 1,015,
respectivamente, mostrando que quando o espelho de corrente A-SC se aproxima da inversão
forte, há uma degradação no desempenho analógico devido à maior concentração de elétrons
em ambos os transistores que compõem a associação série de transistores (resistências
similares entre os transistores MS e MD).
104
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
IIN
=1A
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
I OU
T,m
éd
io [A
]
VOUT
[V]
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0
20
40
60
80
100
120
140
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
IIN
=100A
I OU
T,m
éd
io [A
]
VOUT
[V]
Figura 70 – Curvas experimentais da corrente de saída em função da tensão de saída para espelhos de corrente
compostos por transistores convencionais, associações séries simétrica e assimétrica de transistores com
comprimento total de canal de 4 μm, polarizadas com IIN = 1 μA (A) e 100 μA (B).
Fonte: elaborada pelo autor
Para IIN = 1 μA e VOUT = 1,1 V, as precisões de espelhamento obtidas para os espelhos
de corrente A-SC LS = LD = 2 μm, S-SC e convencional foram 0,990, 1,035 e 1,017,
respectivamente, indicando que a estrutura A-SC apresenta uma melhor precisão de
espelhamento devido ao reduzido efeito de modulação do comprimento de canal.
4.1.3 EXCURSÃO DO SINAL DE SAÍDA
Outra maneira de avaliar quão bom o espelho de corrente é, se encontra na análise da
excursão do sinal de saída, dada pela diferença entre a tensão de ruptura de dreno e a tensão
(A)
(B)
105
de saturação. Quanto maior a excursão do sinal de saída, maior é a faixa de tensão na qual o
espelho de corrente fornece uma corrente constante. Estes parâmetros foram obtidos usando o
método descrito na ref. [57] e extraídos a partir das curvas IOUT(VOUT) mostradas na Figura
70, medidas para diferentes IIN, as quais polarizam os dispositivos em inversões moderada e
forte. A Tabela 7 exibe a tensão de saturação, a tensão de ruptura de dreno e a excursão do
sinal de saída extraídas para diferentes espelhos de corrente implementados com estruturas
padrão e associação série de transistores.
Tabela 7 – Tensão de saturação, tensão de ruptura de dreno e excursão do sinal de saída para diferentes espelhos
de corrente polarizados em regimes de inversão moderada e forte.
VSAT [V] BVDS [V] VOS [V]
IIN [A] 1u 100u 1u 100u 1u 100u
SOI Convencional
L = 4μm 0,14 0,73 1,40 1,83 1,26 1,10
A-SC LS = 3μm
e LD = 1μm 0,12 0,76 > 3,00 > 3,00 > 2,88 > 2,24
A-SC LS = 2μm
e LD = 2μm 0,10 0,77 > 3,00 > 3,00 > 2,90 > 2,23
A-SC LS = 1μm
e LD = 3μm 0,47 0,80 2,30 2,41 1,83 1,61
S-SC LS = 2μm
e LD = 2μm 0,13 0,71 1,29 1,79 1,16 1,08
Fonte: elaborada pelo autor
Os espelhos de corrente A-SC apresentam maior excursão do sinal de saída em relação
aos espelhos de corrente formados por transistores convencionais devido principalmente ao
aumento da tensão de ruptura de dreno relacionada à menor concentração de dopantes do
transistor fracamente dopado, o que reduz o pico do campo elétrico na junção canal/dreno da
associação série assimétrica. Além disso, uma pequena redução da tensão de saturação, a qual
diminui com o aumento de LD (redução de LS) contribui para a elevação da excursão do sinal
de saída, exceção para o espelho de corrente A-SC LS = 1 μm e LD = 3 μm e quando o
dispositivo opera em regime de inversão forte. Nestes casos, é verificado um aumento de
VSAT com o incremento de LD.
O espelho de corrente S-SC LS = LD = 2 μm apresenta excursão do sinal de saída
inferior à obtida para os espelhos de corrente compostos por transistores convencionais, uma
vez que sua tensão de ruptura de dreno decai levemente.
106
4.1.4 RESISTÊNCIA DE SAÍDA
A resistência de saída é um parâmetro essencial em um espelho de corrente, como
discutido anteriormente. Este parâmetro foi extraído das curvas IOUT(VOUT) para
VOUT = 1,1 V, a partir do inverso da condutância de dreno do transistor de saída, sendo
apresentado na Figura 71 em função da corrente de entrada. A já mencionada melhora da
condutância de saída é a razão dos espelhos de corrente A-SC apresentarem maior resistência
de saída entre todos os espelhos de corrente analisados. Para IIN = 1 μA, a resistência de saída
para o espelho de corrente A-SC LS = LD = 2 μm é 14 vezes a resistência de saída exibida pelo
espelho de corrente formado por transistores convencionais, enquanto que o espelho de
corrente S-SC com mesmas dimensões apresenta ROUT 0,8 vezes a resistência de saída obtida
pela mesma referência.
1E-6 1E-5 1E-4
105
106
107
108
109
VOUT
=1,1V
SOI Convencional L=4m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
A-SC - LS=1m; L
D=3m
RO
UT
,mé
dio [
]
IIN
[A]
Figura 71 – Curvas experimentais da resistência de saída em função da corrente de entrada para espelhos de
corrente compostos por transistores convencionais, associações séries simétrica e assimétrica de transistores com
comprimento total de canal de 4 μm, extraídas com VOUT = 1,1 V.
Fonte: elaborada pelo autor
Quando os espelhos de corrente A-SC estão operando em inversão forte, pode-se notar
uma considerável redução de ROUT, a qual está relacionada, como mencionado anteriormente,
à similaridade das resistências dos transistores MS e MD, devido à alta concentração de
elétrons em ambos os transistores, indicando que a estrutura A-SC começa a se comportar
como um dispositivo S-SC de mesmo comprimento total de canal. Para IIN = 100 μA, a
resistência de saída para o espelho de corrente A-SC LS = LD = 2 μm reduz a apenas 2 vezes a
resistência de saída apresentada pelo espelho de corrente composto por transistores
107
convencionais. É possível notar que para a faixa inteira de corrente aplicada, o espelho de
corrente A-SC LS = 1 μm e LD = 3 μm apresenta o pior ROUT entre todos os espelhos de
corrente A-SC, o qual está relacionado com a redução de LS que degrada gD,OUT.
4.2 SIMULAÇÕES NUMÉRICAS BIDIMENSIONAIS
Os resultados experimentais mostraram que melhorias podem ser alcançadas na
precisão de espelhamento, excursão do sinal de saída e resistência de saída quando reduzindo
LD (aumentando LS) da associação série assimétrica de transistores. No entanto, pelos
dispositivos fabricados disponíveis, não é possível estudar separadamente os efeitos de LS e
LD sobre o desempenho do espelho de corrente.
De maneira a investigar mais detalhadamente o desempenho de espelhos de corrente
fonte comum implementados com dispositivos SOI convencionais e de canal gradual, e
associações séries de transistores, simulações numéricas bidimensionais com parâmetros
tecnológicos similares aos dispostivos experimentais foram realizadas com o software
Sentaurus. Os parâmetros dos modelos foram ajustados de modo a se adequarem com os
resultados experimentais de transistores individuais com concentração de dopantes de 1x1015
cm-3
e 6x1016
cm-3
. As simulações apresentam a vantagem de eliminar o descasamento
intrínseco, permitindo a análise somente do efeito do transistor SOI convencional e de canal
gradual, e das associações séries simétricas e assimétricas. Deve-se destacar que estas
simulações têm por finalidade realizar também uma comparação entre o transistor SOI de
canal gradual e a associação série assimétrica de transistores SOI em espelhos de corrente
fonte comum.
A Figura 72 apresenta as curvas (IOUT/IIN) em função da corrente de entrada
normalizada (IIN/(W/L)) para espelhos de corrente implementados com transistores SOI
convencionais de L = 2 e 4 μm, dispositivos de canal gradual com diversas relações LLD/L e
associações séries com diferentes comprimentos LS e LD (LS + LD = 4 μm, como nos dados
experimentais), polarizado com VOUT = 1,5 V. Como esperado, para transistores
convencionais, a redução do comprimento total de canal piora a precisão de espelhamento
devido à maior condutância de dreno. Embora o uso de transistores S-SC LS = LD = 2 μm
possa melhorar a precisão de espelhamento em relação ao espelho de corrente formado por
transistores convencionais de L = 2 μm, a utilização de transistores A-SC torna a precisão de
espelhamento mais próxima à unidade. Além disso, o aumento de LS (redução de LD) melhora
108
a precisão de espelhamento, tornando-a melhor do que para espelhos de corrente compostos
por transistores SOI convencionais de canal longo, especialmente em regime de inversão
forte.
Confrontando o desempenho de espelhos de corrente formados por transistores SOI de
canal gradual e associação série assimétrica de transistores de mesma relação LLD/L (LD/L),
verifica-se uma pior precisão de espelhamento para os espelhos de corrente A-SC, o que se
deve à presença de uma região N+ intermediária que se traduz em uma resistência série
associada ao transistor MOS, degradando o desempenho dos espelhos de corrente A-SC.
Assim como para os espelhos de corrente A-SC, a melhor precisão de espelhamento para os
espelhos de corrente de canal gradual foi obtida com transistor de LHD = 3 μm e LLD = 1 μm,
uma vez que, conforme visto na seção 3.1.2, a condutância de saída para o dispositivo de L =
4 μm sofre uma degradação para LLD > 1,4 μm.
Para altas correntes, verifica-se que a precisão de espelhamento desvia da unidade para
todos os espelhos de corrente, o que indica que o transistor de saída está operando em triodo.
Deve-se destacar que as tendências obtidas estão de acordo com os dados experimentais.
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
1,15
SOI Convencional L=4m
SOI Convencional L=2m
A-SC - LS=3m; L
D=1m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
GC - LHD
=3m; LLD
=1m
GC - LHD
=2m; LLD
=2m
GC - LHD
=1m; LLD
=3m
Inversão ForteInversão Moderada
VOUT
=1,5V
I OU
T/I
IN
IIN
/(W/L) [A]
Figura 72 – Curvas simuladas (IOUT/IIN) em função da corrente de entrada normalizada para espelhos de corrente
compostos por transistores convencionais, canal gradual e associações séries simétrica e assimétrica de
transistores com comprimento total de canal de 2 e 4 μm, extraídas com VOUT = 1,5 V.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 73 apresenta as curvas da corrente de saída em função da tensão de saída,
obtidas com IIN = 1 μA para os espelhos de corrente A-SC, S-SC, SOI convencional e de
canal gradual. É possível constatar um aumento da tensão de ruptura de dreno para os
espelhos de corrente A-SC e de canal gradual em comparação com as estruturas convencional
109
e S-SC. Para VOUT = 1,5 V, as resistências de saída para os espelhos de corrente A-SC LS =
LD = 2 μm e GC LHD = LLD = 2 μm são, respectivamente, 6 e 36 vezes a resistência de saída
obtida para o espelho de corrente composto por transistores SOI convencionais, enquanto que
o espelho de corrente S-SC não demonstrou nenhuma vantagem evidente.
Analisando os espelhos de corrente GC, verifica-se que, mantendo o comprimento
total de canal fixo em 4 μm, o aumento do comprimento da região fortemente dopada
(redução do comprimento da região fracamente dopada) proporciona uma corrente de saída
mais próxima da corrente de entrada, em razão da melhor precisão de espelhamento verificada
na Figura 72.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
SOI Convencional L=4m
A-SC - LS=2m; L
D=2m
S-SC - LS=2m; L
D=2m
GC - LHD
=3m; LLD
=1m
GC - LHD
=2m; LLD
=2m
GC - LHD
=1m; LLD
=3m
IIN
=1A
I OU
T [A
]
VOUT [V]
Figura 73 – Curvas simuladas da corrente de saída em função da tensão de saída para espelhos de corrente
compostos por transistores convencionais, canal gradual, associações séries simétrica e assimétrica de
transistores com comprimento total de canal de 4 μm, extraídas com IIN = 1 μA.
Fonte: elaborada pelo autor
Nos resultados anteriores, foi mantido o comprimento total de canal constante,
variando LS (LHD) e LD (LLD) ao mesmo tempo. Como próxima etapa, é analizada a influência
dos comprimentos LS (LHD) e LD (LLD) da associação série assimétrica (canal gradual) no
desempenho analógico dos espelhos de corrente.
A Figura 74 apresenta a precisão de espelhamento em função de IIN/(W/L) variando
LD (LLD) com LS (LHD) fixo em 2 μm (A), e variando LS (LHD) com LD (LLD) constante em 2
μm (B), extraída com VOUT = 1,5 V. Como se pode observar, o aumento de LD (LLD) exibe
pequena influência na precisão de espelhamento, melhorando-a na inversão moderada. Por
exemplo, para IIN/(W/L) = 20 nA, uma melhora máxima de 1% (0,3%) na precisão de
espelhamento foi observada entre os espelhos de corrente A-SC (GC). Analisando a Figura
110
74(A) e comparando os dispositivos que oferecem o melhor desempenho para os espelhos de
corrente GC e A-SC, constata-se, para IIN/(W/L) = 20 nA, uma melhora de 2% na precisão de
espelhamento para o espelho de corrente GC em consequência da menor resistência série dos
transistores de canal gradual quando comparada com a associação série assimétrica de
transistores SOI.
Por outro lado, a partir da Figura 74(B), nota-se uma significativa melhora da precisão
de espelhamento com o aumento de LS (LHD), principalmente em inversão moderada,
indicando que o comportamento dos transistores de entrada e saída da associação série
assimétrica de transistores (canal gradual) é governado pelo transistor MS (região fortemente
dopada). Para IIN/(W/L) = 20 nA, uma melhora de 24% (10%) foi observada na precisão de
espelhamento para o espelho de corrente A-SC LS = 5 μm e LD = 2 μm (GC LHD = 5 μm e LLD
= 2 μm) em comparação com o espelho de corrente A-SC LS = 1 μm e LD = 2 μm (GC LHD =
1 μm e LLD = 2 μm). Para todas as configurações com idênticas relações LLD/L (LD/L), foi
verificada uma melhor precisão de espelhamento para o espelho de corrente GC.
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
A-SC LD=1m A-SC L
D=2m
A-SC LD=3m A-SC L
D=4m
A-SC LD=5m GC L
LD=1m
GC LLD
=2m GC LLD
=3m
GC LLD
=4m GC LLD
=5m
VOUT
=1,5V
LS=L
HD=2m
I OU
T/I
IN
IIN
/(W/L) [A]1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
A-SC LS=1m A-SC L
S=3m
A-SC LS=5m GC L
HD=1m
GC LHD
=3m GC LHD
=5m
VOUT
=1,5V
LD=L
LD=2m
I OU
T/I
IN
IIN
/(W/L) [A]
Figura 74 - Curvas simuladas (IOUT/IIN) em função da corrente de entrada normalizada para espelhos de corrente
compostos por transistores A-SC (canal gradual) de diferentes LD (LLD) e LS (LHD) fixo em 2 μm (A), e
diferentes LS (LHD) com LD (LLD) fixo em 2 μm (B), extraídas com VOUT = 1,5 V.
Fonte: elaborada pelo autor
A Figura 75 exibe a corrente de saída em função da tensão de saída, variando LD (LLD)
com LS (LHD) fixo em 2 μm (A), e variando LS (LHD) com LD (LLD) fixo em 2 μm (B),
extraída com IIN = 1 μA. É possível notar uma melhora em espelhar a corrente de entrada para
o ramo de saída com o aumento de LS (LHD) em comparação com o incremento de LD (LLD), a
qual está relacionada com a melhor precisão de espelhamento observada na Figura 74.
Comparando os espelhos de corrente A-SC LS = LD = 2 μm com A-SC LS = 2 μm e LD = 5
(A) (B)
111
μm, para VOUT = 1,5 V, o erro é reduzido em 0,3% com o aumento de LD, enquanto que
comparando o A-SC LS = LD = 2 μm com A-SC LS = 5 μm e LD = 2 μm, o erro é reduzido em
1,1% com o aumento de LS. Finalmente, há uma melhora em espelhar a corrente de entrada
para o ramo de saída de 0,8% para o A-SC LS = 5 μm e LD = 2 μm quando comparado com A-
SC LS = 2 μm e LD = 5 μm.
A resistência de saída para o espelho de corrente GC LHD = 5 μm e LLD = 2 μm é 3,5
vezes o ROUT do espelho de corrente GC LHD = 1 μm e LLD = 2 μm para VOUT = 1,5 V.
Quando confrontados os espelhos de corrente GC e A-SC, verifica-se uma grande
similaridade entre as curvas IOUT(VOUT) para todas as relações LLD/L (LD/L), uma vez que
próxima à inversão forte, as precisões de espelhamento tendem a ser muito semelhantes, como
pode ser visualizado na Figura 74. No entanto, comparando os espelhos de corrente A-SC LS
= 1 μm e LD = 2 μm, e GC LHD = 1 μm e LLD = 2 μm em VOUT = 1,5V, há uma melhora de 1%
na precisão de espelhamento para o espelho de corrente composto por transistores SOI de
canal gradual.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
A-SC LD=2m
A-SC LD=3m
A-SC LD=5m
GC LLD
=2m
GC LLD
=3m
GC LLD
=4m
IIN
=1A
LS=L
HD=2m
I OU
T [A
]
VOUT
[V]0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
A-SC LS=1m
A-SC LS=2m
A-SC LS=5m
GC LHD
=1m
GC LHD
=2m
GC LHD
=5m
IIN
=1A
LD=L
LD=2m
I OU
T [A
]
VOUT
[V]
Figura 75 - Curvas simuladas da corrente de saída em função da tensão de saída para espelhos de corrente
compostos por transistores A-SC (canal gradual) de diferentes LD (LLD) e LS (LHD) fixo em 2 μm (A), e
diferentes LS (LHD) com LD (LLD) fixo em 2 μm (B), extraídas com IIN = 1 μA.
Fonte: elaborada pelo autor
(A) (B)
112
5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS
Neste trabalho, foi realizado um estudo das características analógicas de dispositivos
SOI convencionais, de canal gradual e associações séries simétrica e assimétrica de
transistores.
A motivação para o estudo dos transistores de canal gradual e associação série
assimétrica de transitores está relacionada com a redução dos efeitos indesejados nos
dispositivos convencionais decorrentes do corpo flutuante e bipolar parasita. Estas estruturas,
por apresentarem uma região fracamente dopada próxima ao dreno dos transistores, reduzem
o pico do campo elétrico na junção canal-dreno, minimizando a geração de pares elétron-
lacuna e, consequentemente, o efeito de ionização por impacto.
Com base em resultados experimentais e simulações numéricas bidimensionais de
dispositivos e de processos, foram estudadas as características analógicas destes dispositivos.
Inicialmente, foi analisado o desempenho analógico de transistores de canal gradual, o que se
mostrou superior aos dispositivos convencionais, sendo verificado, um aumento da corrente
de dreno, da transcondutância e da tensão de ruptura de dreno, bem como uma redução da
condutância de saída, permitindo um maior ganho de tensão de malha aberta e frequência de
ganho unitário.
Foi estudada a influência do comprimento da região fracamente dopada sobre o ponto
de máximo ganho de tensão intrínseco e máxima tensão de ruptura de dreno para diversos
comprimentos totais de canal de transistores fabricados na tecnologia SOI FD da UCLouvain.
Foi observado que o aumento do comprimento da região fracamente dopada causa um
incremento do ganho de tensão intrínseco, até o momento onde o menor efeito de modulação
do comprimento de canal é mais significativo do que a redução do comprimento efetivo de
canal, e a condutância de saída começa a ser incrementada, resultando na ocorrência de um
comprimento otimizado da região fracamente dopada que possibilita maior ganho de tensão
de malha aberta. Da mesma forma, foi constatado um comprimento otimizado da região
fracamente dopada para a tensão de ruptura de dreno. Obteve-se resultados expressivos que
indicam uma saturação do comprimento da região fracamente dopada que otimiza o ganho de
tensão de malha aberta e a tensão de ruptura de dreno com o aumento do comprimento total
de canal, sendo possível afirmar que comprimentos LLD entre 1,4 e 1,6 μm exibem o máximo
ganho de tensão intrínseco para L ≥ 4 μm com VGT = 200 mV e VDS = 1,5 V, e comprimentos
113
LLD em torno de 0,4 μm apresentam a máxima tensão de ruptura de dreno para VGT = 200 mV.
Verificou-se um incremento de 28 dB no ganho de tensão para o transistor de canal gradual
com L = 2 μm e LLD = 1 μm em comparação com o transistor uniformemente dopado de
mesmo comprimento total de canal.
Uma análise do comportamento analógico, por meio de simulações dos dispositivos
GC SOI MOSFET, foi efetuada variando os seguintes parâmetros tecnológicos e geométricos:
espessuras do óxido de porta e da camada de silício, concentração de dopantes da região
fortemente dopada e comprimento total de canal, mostrando como estes parâmetros afetam o
ganho de tensão intrínseco e o comprimento da região fracamente dopada requerido para obtê-
lo.
Foi constatado que o aumento do comprimento total de canal e da concentração de
dopantes da região fortemente dopada permitiu o maior ganho de tensão intrínseco devido ao
menor efeito de modulação do comprimento de canal. Um aumento de 39 dB foi observado
no ganho de tensão de malha aberta no comprimento otimizado da região fracamente dopada
para L = 2 μm quando comparado com L = 0,75 μm. As mudanças no comprimento total de
canal, na espessura do óxido de porta e na concentração de dopantes da região fortemente
dopada causaram o maior deslocamento no comprimento otimizado da região fracamente
dopada. Em todos os casos, o ótimo comprimento da região fracamente dopada foi diminuído
com a redução dos parâmetros tecnológicos. A redução simultânea das espessuras do óxido de
porta e da camada de silício (de TSi = 80 nm e Toxf = 31 nm para TSi = 40 nm e Toxf = 10 nm)
mostrou que o comprimento otimizado da região fracamente dopada diminui 300 nm,
indicando que o decréscimo das espessuras do óxido de porta e da camada de silício geram
um efeito aditivo em reduzir o comprimento otimizado da região fracamente dopada. A
tecnologia da UCLouvain apresentou maior ganho de tensão de malha aberta, mas menor
transcondutância e, consequentemente, reduzida frequência de ganho de tensão unitário. Para a
tecnologia com reduzidos Toxf e TSi, foram verificadas maiores frequências de ganho unitário
devido ao melhor controle das cargas de depleção no canal que estão relacionadas com a
diminuição da espessura do óxido de porta. Apesar disso, esta tecnologia apresentou reduzido
ganho de tensão intrínseco.
Um estudo da influência da polarização de porta sobre as características analógicas do
transistor SOI de canal gradual também foi realizado, tanto através de resultados experimentais
quanto simulações numéricas bidimensionais. Foi observado que o ótimo comprimento da região
fracamente dopada pode variar, dependendo da área de aplicação do dispositivo. Verificou-se que
114
o aumento da sobretensão de condução permite uma maior transcondutância e, consequentemente,
maior fT devido ao mais forte regime de inversão, mas há uma degradação da condutância de dreno
com o aumento de VGT. Como o incremento de gD é mais significativo do que o aumento de gm, o
ganho de tensão de malha aberta reduz com o aumento de VGT. Medidas experimentais mostraram,
para VGT = 0 V, um incremento de até 17 dB em AV enquanto que, para VGT = 600 mV, uma
elevação de até 21 dB foi verificada para dispositivos GC SOI em comparação com transistores
SOI uniformemente dopados. Foi observado também que o máximo AV ocorre para VGT = 200
mV, o qual é próximo do regime de inversão moderada. Adicionalmente, o aumento de VGT
desloca o comprimento LLD que otimiza AV para menores comprimentos, embora o LLD otimizado
tenda a um valor constante para longos comprimentos totais de canal para todos VGT estudados.
Resultados simulados mostraram um aumento de 50 dB em AV para VGT = 0 V em comparação
com VGT = 1 V para um ótimo LLD que varia de 1,2 para 0,5 μm. A máxima tensão de ruptura de
dreno experimental para L = 2 μm e diversos VGT foi obtida para LLD = 0,5 μm.
Aplicações de transistores SOI de canal gradual e das associações séries simétrica e
assimétrica de transistores SOI em espelhos de corrente com configuração fonte comum
também foram objetos de estudo. Os resultados obtidos mostraram que os espelhos de
corrente A-SC e GC promovem o aumento da excursão do sinal de saída e da resistência de
saída, bem como uma melhora da precisão de espelhamento em comparação com os espelhos
de corrente formados por transistor SOI convencional e associação série simétrica de
transistores.
As boas características apresentadas pelos espelhos de corrente A-SC e GC estão
relacionadas com a melhora da ionização por impacto e da condutância de saída oferecidas
por estes dispositivos. Para IIN = 1 μA, um aumento experimental maior do que 1,62 V foi
observado na excursão do sinal de saída para o espelho de corrente A-SC LS = 3 μm e LD = 1
μm em comparação com o espelho de corrente composto por transistores SOI convencionais.
Por meio de resultados experimentais, para VOUT = 1,1 V e IIN = 1 μA, a resistência de saída
para os espelhos de corrente A-SC e S-SC ambos com LS = LD = 2 μm são 14 e 0,8 vezes a
resistência de saída obtida para o espelho de corrente formado por transistores SOI
convencionais, respectivamente. Para IIN = 100 μA e VOUT = 1,1 V, a resistência de saída do
espelho de corrente A-SC LS = LD = 2 μm reduz para apenas 2 vezes a resistência de saída
apresentada pelo espelho de corrente composto por transistores SOI convencionais em razão
da similaridade de resistências entre os transistores MS e MD, enquanto que o espelho de
corrente S-SC LS = LD = 2 μm apresenta ROUT similar à mesma referência.
115
O aumento de LS (LHD) proporcionou uma melhora significativa na precisão de
espelhamento, principalmente em regime de inversão moderada, enquanto que o aumento de
LD (LLD) exibiu pequena influência. Este fato permite afirmar que o aumento de LS (LHD)
diminui o efeito de modulação do comprimento de canal em maiores níveis do que o
incremento de LD (LLD).
Através de simulações, verificou-se, para IIN/(W/L) = 20 nA e VOUT = 1,5 V, uma
melhora de 2% na precisão de espelhamento para o espelho de corrente GC LLD = 5 μm e LHD
= 2 μm comparativamente ao espelho de corrente A-SC LD = 5 μm e LS = 2 μm. Além disso,
uma melhora de 24% (10%) foi observada na precisão de espelhamento para o espelho de
corrente A-SC LS = 5 μm e LD = 2 μm (GC LHD = 5 μm e LLD = 2 μm) em comparação com o
espelho de corrente A-SC LS = 1 μm e LD = 2 μm (GC LHD = 1 μm e LLD = 2 μm). Para VOUT
= 1,5 V e IIN = 1 μA, a resistência de saída para o espelho de corrente GC LHD = LLD = 2 μm é
6 vezes a resistência de saída obtida para o espelho de corrente A-SC LS = LD = 2 μm.
Desta forma, foi verificado um desempenho superior para os espelhos de corrente
compostos por transistores SOI de canal gradual, sobretudo na precisão de espelhamento e
resistência de saída, sendo observados excursões de sinal de saída similares. Estas melhorias
estão relacionadas com a inexistência da região N+ intermediária presente na associação série
assimétrica de transistores que age como uma resistência série, degradando o desempenho dos
espelhos de corrente A-SC em comparação com os espelhos de corrente GC.
Como sugestões de trabalhos futuros, poder-se-ia avaliar o comportamento analógico
dos transistores SOI de canal gradual na tecnologia da UCLouvain quanto à influência da
temperatura e da espessura do óxido enterrado. O uso de métricas, tais como gm/IDS x
IDS/(W/L) e gm,max x AV seriam alternativas de modo a otimizar a tecnologia CMOS, visando
um melhor compromisso entre ganho de tensão de malha aberta e frequência de ganho
unitário. Concernente à associação série de transistores, seria interessante analisar o
desempenho destas estruturas quanto a aplicações em circuitos de corrente contínua, como por
exemplo, em amplificadores operacionais. Um estudo do descasamento, especialmente em
inversão fraca, seria outra opção de sequência deste trabalho. Quanto à operação em corrente
alternada, tal como par diferencial, o nó de porta do dispostivo SC pode ter uma maior
capacitância do que o transistor SOI convencional e, por isso, uma menor largura de banda,
este item pode ser explorado. Por fim, a criação de um modelo baseado nas curvas da corrente
de dreno em função da tensão aplicada de maneira a encontrar o melhor ponto de projeto
analógico seria extremamente útil tanto para transistores GC quanto SC.
116
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[78] CANALI, C. et al. Electron and hole drift velocity measurements in silicon and their
relation to electric field and temperature. IEEE Transaction on Electron Devices, v. 22, n.
11, p. 1045-1047, nov. 1975. Disponível em:
<http://ieeexplore.ieee.org/xpl/login.jsp?tp=&arnumber=1478102&url=http%3A%2F%2Fieee
xplore.ieee.org%2Fiel5%2F16%2F31743%2F01478102.pdf%3Farnumber%3D1478102>.
Acesso em: 07 abr. 2014.
[79] OVERSTRAETEN, R.V.; MAN, H. De. Measurement of the ionizations rates in
diffused silicon p-n junctions. Solid-State Electronics, v. 13, n. 5, p. 583-608, mai. 1970.
Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0038110170901395>.
Acesso em: 07 abr. 2014.
[80] ORTIZ-CONDE, A. et al. A review of recent MOSFET threshold voltage extraction
methods. Microelectronics Reliability, v. 42, n. 4-5, p. 583-596, abr. 2002. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0026271402000276>. Acesso em: 13 abr.
2014.
[81] LAKSHMIKUMAR, K.R.; HADAWAY, R.A.; COPELAND, M.A. Characterization
and modeling of mismatch in MOS transistors for precision analog design. IEEE Journal of
Solid-State Circuits, v. 21, n. 6, p. 1057-1066, dez. 1986. Disponível em:
<http://ieeexplore.ieee.org/xpl/login.jsp?tp=&arnumber=1052648&url=http%3A%2F%2Fieee
xplore.ieee.org%2Fxpls%2Fabs_all.jsp%3Farnumber%3D1052648>. Acesso em: 13 mai.
2014.
128
APÊNDICE A
Exemplo de arquivo para gerar um dispositivo de canal gradual no Sentaurus Structure
Editor:
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
;; sde -e -l xx.scm ;;
;; tecplot_sv xx_msh.tdr ;;
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
; Limpa
(sde:clear)
; Dimensoes
(define L (/ @L@ 1000))
(define Lld (/ @Lld@ 1000))
(define Lhd (- L Lld))
(define Lfonte 0.25)
(define W 1)
(define tox 0.031)
(define tsi 0.08)
(define toxb 0.39)
(define Nah 3e16)
(define Nal 1e+15)
(define Nd 1e+21)
(define RefinoDrenoDist 0.020)
(define RefinoDrenoCanalDist 0.020)
; Nome
(define nome "GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16")
;;;;;;;;;;;;;
;; REGIOES ;;
;;;;;;;;;;;;;
; Define o óxido enterrado
(define r1 (sdegeo:create-rectangle
(position (- (+ (/ L 2) Lfonte)) (- (/ toxb 2)) 0.0)
(position (+ (/ L 2) Lfonte) (/ toxb 2) 0.0)
"Oxide" "region_corpo"
)
)
; Define a fonte
(define r2 (sdegeo:create-rectangle
(position (- (+ (/ L 2) Lfonte)) (/ toxb 2) 0.0)
(position (- (- (/ L 2) 0.1)) (+ (/ toxb 2) tsi) 0.0)
"Silicon" "region_fonte"
)
)
; Define LHD
129
(define r3 (sdegeo:create-rectangle
(position (- (- (/ L 2) 0.1)) (/ toxb 2) 0.0)
(position (+ (- (/ L 2)) Lhd) (+ (/ toxb 2) tsi) 0.0)
"Silicon" "LHD"
)
)
; Define LLD
(define r4 (sdegeo:create-rectangle
(position (+ (- (/ L 2)) Lhd) (/ toxb 2) 0.0)
(position (- (/ L 2) 0.1) (+ (/ toxb 2) tsi) 0.0)
"Silicon" "LLD"
)
)
; Define o dreno
(define r5 (sdegeo:create-rectangle
(position (- (/ L 2) 0.1) (/ toxb 2) 0.0)
(position (+ (/ L 2) Lfonte) (+ (/ toxb 2) tsi) 0.0)
"Silicon" "region_dreno"
)
)
; Define o óxido de porta
(define r6 (sdegeo:create-rectangle
(position (- (/ L 2)) (+ (/ toxb 2) tsi) 0.0)
(position (+ (/ L 2)) (+ (+ (/ toxb 2) tsi) tox) 0.0)
"Oxide" "region_oxporta"
)
)
(sde:save-model "/home/eletrica/Rafael/GC/Projeto_teste")
;;;;;;;;;;;;;;
;; CONTATOS ;;
;;;;;;;;;;;;;;
;Insere ponto
(sdegeo:insert-vertex (position (+ (- (+ (/ L 2) Lfonte)) 0.1) (+ (/
toxb 2) tsi) 0))
(sdegeo:insert-vertex (position (- (+ (/ L 2) Lfonte) 0.1) (+ (/ toxb
2) tsi) 0))
(sdegeo:define-contact-set "fonte" 4 (color:rgb 1 0 0 ) "##" )
(sdegeo:define-contact-set "dreno" 4 (color:rgb 1 0 0 ) "##" )
(sdegeo:define-contact-set "porta" 4 (color:rgb 1 0 0 ) "##" )
(sdegeo:define-contact-set "corpo" 4 (color:rgb 1 0 0 ) "##" )
; Contato de fonte
(sdegeo:set-current-contact-set "fonte")
(sdegeo:define-2d-contact (list (car (find-edge-id (position (+ (- (+
(/ L 2) Lfonte)) 0.05) (+ (/ toxb 2) tsi) 0)))) "fonte")
; Contato de dreno
(sdegeo:set-current-contact-set "dreno")
(sdegeo:define-2d-contact (list (car (find-edge-id (position (- (+ (/ L
2) Lfonte) 0.05) (+ (/ toxb 2) tsi) 0)))) "dreno")
130
; Contato de porta
(sdegeo:set-current-contact-set "porta")
(sdegeo:define-2d-contact (list (car (find-edge-id (position 0 (+ (+ (/
toxb 2) tsi) tox) 0)))) "porta")
; Contato de corpo
(sdegeo:set-current-contact-set "corpo")
(sdegeo:define-2d-contact (list (car (find-edge-id (position 0 (- (/
toxb 2)) 0)))) "corpo")
;;;;;;;;;;;;;
;; DOPAGEM ;;
;;;;;;;;;;;;;
; Fonte
(sdedr:define-constant-profile "ConstantProfileDefinition_fontedreno"
"ArsenicActiveConcentration" Nd)
(sdedr:define-constant-profile-region "ConstantProfilePlacement_fonte"
"ConstantProfileDefinition_fontedreno" "region_fonte")
; Dreno
(sdedr:define-constant-profile "ConstantProfileDefinition_fontedreno"
"ArsenicActiveConcentration" Nd)
(sdedr:define-constant-profile-region "ConstantProfilePlacement_dreno"
"ConstantProfileDefinition_fontedreno" "region_dreno")
; LHD
(sdedr:define-constant-profile "ConstantProfileDefinition_LHD"
"BoronActiveConcentration" Nah)
(sdedr:define-constant-profile-region "ConstantProfilePlacement_LHD"
"ConstantProfileDefinition_LHD" "LHD")
; LLD
(sdedr:define-constant-profile "ConstantProfileDefinition_LLD"
"BoronActiveConcentration" Nal)
(sdedr:define-constant-profile-region "ConstantProfilePlacement_LLD"
"ConstantProfileDefinition_LLD" "LLD")
; Definição refino
(sdedr:define-refinement-size "RefinementDefinition_interface" (/ L 50)
(/ tsi 20) (/ L 100) (/ tsi 40) )
(sdedr:define-refeval-window "Refino0" "Rectangle" (position (+ (- (/
L 2)) 0.09) (/ toxb 2) 0) (position (+ (- (/ L 2)) 0.11) (+ (/ toxb 2)
tsi) 0))
(sdedr:define-refinement-placement "Ref0"
"RefinementDefinition_interface" "Refino0")
(sdedr:define-refeval-window "Refino1" "Rectangle" (position (- (+ (-
(/ L 2)) Lhd) 0.01) (/ toxb 2) 0) (position (+ (+ (- (/ L 2)) Lhd)
0.01) (+ (/ toxb 2) tsi) 0))
(sdedr:define-refinement-placement "Ref1"
"RefinementDefinition_interface" "Refino1")
131
(sdedr:define-refeval-window "Refino2" "Rectangle" (position (- (/ L
2) 0.11) (/ toxb 2) 0) (position (- (/ L 2) 0.09) (+ (/ toxb 2) tsi)
0))
(sdedr:define-refinement-placement "Ref2"
"RefinementDefinition_interface" "Refino2")
(sdedr:define-refeval-window "Refino3" "Rectangle" (position (- (/ L
2)) (- (+ (/ toxb 2) tsi) 0.01) 0) (position (/ L 2) (+ (+ (/ toxb 2)
tsi) 0.01) 0))
(sdedr:define-refinement-placement "Ref3"
"RefinementDefinition_interface" "Refino3")
(sdedr:define-refeval-window "Refino4" "Rectangle" (position (- (/ L
2)) (- (/ toxb 2) 0.01) 0) (position (/ L 2) (+ (/ toxb 2) 0.01) 0))
(sdedr:define-refinement-placement "Ref4"
"RefinementDefinition_interface" "Refino4")
(sdedr:define-refinement-size "RefinementDefinition_fontedreno" (/
Lfonte 20) (/ tsi 10) (/ Lfonte 40) (/ tsi 20) )
(sdedr:define-refinement-region "RefinementPlacement_fonte"
"RefinementDefinition_fontedreno" "region_fonte" )
(sdedr:define-refinement-size "RefinementDefinition_fontedreno" (/
Lfonte 20) (/ tsi 10) (/ Lfonte 40) (/ tsi 20) )
(sdedr:define-refinement-region "RefinementPlacement_dreno"
"RefinementDefinition_fontedreno" "region_dreno" )
(sdedr:define-refinement-size "RefinementDefinition_LHD" (/ L 20) (/
tsi 10) (/ L 40) (/ tsi 20) )
(sdedr:define-refinement-region "RefinementPlacement_LHD"
"RefinementDefinition_LHD" "LHD" )
(sdedr:define-refinement-size "RefinementDefinition_LLD" (/ L 20) (/
tsi 10) (/ L 40) (/ tsi 20) )
(sdedr:define-refinement-region "RefinementPlacement_LLD"
"RefinementDefinition_LLD" "LLD" )
(sdedr:define-refinement-size "RefinementDefinition_oxporta" (/ L 10)
(/ tox 1) (/ L 20) (/ tox 2) )
(sdedr:define-refinement-region "RefinementPlacement_oxporta"
"RefinementDefinition_oxporta" "region_oxporta" )
(sdedr:define-refinement-size "RefinementDefinition_corpo" (/ (+ L (*
Lfonte 2)) 20) (/ toxb 10) (/ (+ L (* Lfonte 2)) 40) (/ toxb 20))
(sdedr:define-refinement-region "RefinementPlacement_corpo"
"RefinementDefinition_corpo" "region_corpo" )
(sde:set-meshing-command "snmesh -a -c boxmethod")
(sdedr:append-cmd-file "")
(sde:save-model "GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16")
(sde:build-mesh "snmesh" "-a -c boxmethod"
"GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16")
"Meshing successful"
132
APÊNDICE B
Exemplo de arquivo de simulação de dispositivo no Sentaurus Device:
Device Q1{
Electrode{
{Name="fonte" Voltage=0.000 DistResist=2e-6}
{Name="dreno" Voltage=0.000 DistResist=2e-6}
{Name="porta" Voltage=0.000 workfunction=4.15}
{Name="corpo" Voltage=0.000 workfunction=4.95}
}
File {
* input files:
Grid = "GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16_msh.tdr"
Doping = "GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16_msh.tdr"
Parameter = "models.par"
}
Physics(
MaterialInterface="Silicon/Oxide") {
charge(Conc=7.3e+10)
}
Physics{
Mobility(PhuMob
Enormal
HighFieldSaturation
DopingDependence)
Recombination(SRH(DopingDep) Auger Avalanche)
EffectiveIntrinsecDensity(BandGapNarrowing (OldSlotboom))
Temperature=300
}
}
System {
Vsource_pset Vg (b a) {dc=0.0}
Vsource_pset Vd (c a) {dc=0.0}
Q1 nmos("fonte"=a "dreno"=c "porta"=b "corpo"=a)
Plot "IdxVd_Vgt_200mV_GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16.txt" (v(b a) v(c
a) i(nmos c))
Set (a=0)
}
File{
* output files:
Plot = "IdxVd_Vgt_200mV_GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16_des.tdr"
Current = "IdxVd_Vgt_200mV_GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16_des.plt"
Output = "IdxVd_Vgt_200mV_GC_L_@L@_Lld_@Lld@_Nhd_3e16_des.log"
}
Plot {
eDensity hDensity eCurrent hCurrent
Potential SpaceCharge ElectricField
eMobility hMobility eVelocity hVelocity
Doping DonorConcentration AcceptorConcentration
}
133
Math {
Extrapolate
RelErrControl
Digits=4
Notdamped=50
iterations=100
NoCheckTransientError
}
Solve {
#-initial solution:
Poisson
Coupled{Poisson Electron hole}
#-ramp gate:
Quasistationary(Maxstep= 0.01 Minstep=1e-6
Goal{Parameter=Vg.dc Value=0.26})
{Coupled{Poisson Electron hole}CurrentPlot (Time = (-1))}
Quasistationary(Maxstep= 0.01 Minstep=1e-6
Goal{Parameter=Vd.dc Value=@Vd@})
{Coupled{Poisson Electron hole}CurrentPlot (Time=(range=(0
1) intervals=300))}
}
134
APÊNDICE C
Exemplo de arquivo de simulação de processo no Sentaurus Process:
#################################################################
#Processo de Fabricação CMOS
#################################################################
!(
set L [expr @L@/1000.0]
set Lld [expr @Lld@/1000.0]
set Lhd [expr $L-$Lld]
set a [expr $L/2]
)!
math coord.ucs
pdbSet Grid MGoals UseLines 1
##############
#Grade em x
##############
line x loc=-0.093 spac=0.0005 tag=top
line x loc=-0.05 spac=0.001
line x loc=-0.02 spac=0.002
line x loc=0.0 spac=0.005 tag=topox
line x loc=0.2 spac=0.05
line x loc=0.39 spac=0.05 tag=botox
line x loc=0.5 spac=2 tag=bottom
####################
#Grade em y
####################
line y loc=0.0 spac=0.1 tag=left
line y loc=0.25 spac=0.1
line y loc=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $L+0.25]])! spac=0.1
line y loc=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $L+0.5]])! spac=0.1
tag=right
###################################
#definindo numero de processadores
###################################
math numThreads= 2
#####################
# Definindo a lamina
#####################
region silicon ylo=left yhi=right xlo=top xhi=topox
region oxide ylo=left yhi=right xlo=topox xhi=botox
region silicon ylo=left yhi=right xlo=botox xhi=bottom
135
############################################
#Definindo a concentração inicial da lamina
############################################
init concentration=1.0e15<cm-3> field=boron wafer.orient=100
############################################
#Oxidacao de porta (parte 1)
############################################
mgoals min.normal.size=0.01 accuracy=1e-4 max.box.angle=165 \
normal.growth.ratio=4
refinebox interface.materials = {Silicon Oxide}
diffuse temperature=950<C> time= 53<min> O2
diffuse temperature=950<C> time= 20<min>
diffuse temperature=800<C> time= 30<min>
grid remesh
#struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_0
############################################
#Implantacao Ionica para ajuste de Vth
############################################
mask name=Lhd left=0.25 right=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr
$Lhd+0.25]])!<um>
photo mask=Lhd thickness=1
implant boron dose=1.00e12<cm-2> energy=20<keV> tilt=7
strip Resist
diffuse temperature=400<C> time= 30<min>
#struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_1
############################################
#Oxidacao de porta (parte 2)
############################################
mgoals min.normal.size=0.01 accuracy=1e-4 max.box.angle=165 \
normal.growth.ratio=4
refinebox interface.materials = {Silicon Oxide}
diffuse temperature=950<C> time= 10<min> O2
diffuse temperature=950<C> time= 30<min>
diffuse temperature=800<C> time= 60<min>
grid remesh
#struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_2
#####################
#Definicao Si=poli
#####################
deposit poly type=isotropic thickness=0.34<um>
diffuse temperature=900<C> time= 60<min>
diffuse temperature=800<C> time= 15<min>
mask name=gate_poly left=0.25 right=!(puts -nonewline [format "%.3f"
[expr $L+0.25]])!<um>
etch poly type=anisotropic thickness=0.35<um> mask=gate_poly
136
diffuse temperature=400<C> time= 30<min>
#struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_3
################################
#Implantacao de fonte e dreno
################################
implant Arsenic dose=4.0e15<cm-2> energy=40<keV> tilt=7
diffuse temperature=850<C> time= 20<min> O2
diffuse temperature=850<C> time= 170<min>
#########
#Contact
#########
deposit oxide type=isotropic thickness=250<nm>
diffuse temperature=900<C> time= 30<min> O2
#struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_4
mask name=al_ox left=0.115 right=0.135<um> negative
mask name=al_ox left=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $a+0.24]])!
right=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $a+0.26]])!<um> negative
mask name=al_ox left=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr
$L+0.365]])! right=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr
$L+0.385]])!<um> negative
etch oxide type=anisotropic thickness=0.8<um> mask=al_ox
#struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_5
deposit aluminum type=isotropic thickness=50<nm>
mask name=tung left=0.05 right=0.2<um>
mask name=tung left=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $a+0.2]])!
right=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $a+0.3]])!<um>
mask name=tung left=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $L+0.3]])!
right=!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $L+0.45]])!<um>
etch aluminum type=anisotropic thickness=0.5<um> mask=tung
#struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_6
###########
#Electrode
###########
contact name= "source" box Aluminum adjacent.material= Silicon ylo=
0.115 yhi= 0.135 xlo= -2.4 xhi= 0.45
contact name= "gate" box Aluminum adjacent.material= poly ylo= !(puts -
nonewline [format "%.3f" [expr $a+0.24]])! yhi= !(puts -nonewline
[format "%.3f" [expr $a+0.26]])! xlo= -2.21 xhi= 0.45
contact name= "drain" box Aluminum adjacent.material=Silicon ylo=
!(puts -nonewline [format "%.3f" [expr $L+0.365]])! yhi= !(puts -
nonewline [format "%.3f" [expr $L+0.385]])! xlo= -2.4 xhi= 0.45
contact name= "substrate" bottom Silicon
struct tdr=GC_SOI_L_@L@_Lld_@Lld@_7
137
APÊNDICE D
Exemplo de arquivo de simulação de espelho de corrente fonte comum no Sentaurus Device:
Device Q {
Electrode{
{Name="fonte" Voltage=0.000 DistResist=2e-6}
{Name="dreno" Voltage=0.00 DistResist=2e-6}
{Name="porta" Voltage=0.00 Material="PolySi"(N)}
{Name="corpo" Voltage=0.00 workfunction=4.95}
}
File {
* input files:
Grid = "GC_L_@L@_Lld_@Lld@_tbox_390n_msh.tdr"
Doping ="GC_L_@L@_Lld_@Lld@_tbox_390n_msh.tdr"
Parameter="models.par"
}
Physics(MaterialInterface="Silicon/Oxide") {charge(Conc=7.3e+10)}
Physics {
Mobility(
PhuMob
Enormal
HighFieldSaturation
DopingDependence
)
Recombination(SRH(DopingDep) Auger Avalanche)
EffectiveIntrinsicDensity(BandGapNarrowing
(OldSlotboom))
Temperature=300
}
}
System {
Isource_pset Iin (0 a) {dc=0}
Vsource_pset Vout (b 0) {dc=0}
Q in( "fonte"=c "dreno"=a "porta"=a "corpo"=c )
Q out( "fonte"=c "dreno"=b "porta"=a "corpo"=c )
Plot "IoutxVout_Iin_1u_L_@L@_Lld_@[email protected]" (v(b 0) i(out
b))
Set (c=0)
}
File {
Current = "CM_Iin_1u_L_@L@_Lld_@Lld@_des.plt"
Output = "CM_Iin_1u_L_@L@_Lld_@Lld@_des.log"
}
Plot {
eDensity hDensity eCurrent hCurrent
138
Potential SpaceCharge ElectricField
eMobility hMobility eVelocity hVelocity
Doping DonorConcentration AcceptorConcentration
}
Math {
Extrapolate
RelErrControl
Digits=4
Notdamped=50
Iterations=100
NoCheckTransientError
Method=ils
#number_of_threads=2
ExtendedPrecision
}
Solve {
#Âinitial solution:
Poisson
Coupled{Poisson Electron hole}
Quasistationary(Maxstep= 0.5
Minstep= 1e-12
Goal{Parameter=Iin.dc Value=1e-6}
){Coupled{Poisson Electron hole}CurrentPlot (Time = (-1))}
}
Solve {
#Âinitial solution:
Poisson
Coupled{Poisson Electron hole}
Quasistationary(Maxstep= 0.1 Minstep=1e-6
Goal{Parameter=Vout.dc Value=3}
){Coupled{Poisson Electron hole}CurrentPlot (Time = (range =
(0 1) intervals = 300))}
}
139
APÊNDICE E
Arquivo models.par para ajuste das simulações com os resultados experimentais:
Material = "Silicon" {
PhuMob:
{ * Philips Unified Mobility Model:
mumax_As = 1.100e+03 # [cm^2/Vs]
}
EnormalDependence
{ * mu_Enorm^(-1) = mu_ac^(-1) + mu_sr^(-1) with:
* mu_ac = B / Enorm + C (T/T0)^(-k) ((N+N2)/N0)^lambda / Enorm^(1/3)
* mu_sr^-1 = Enorm^(A+alpha*n/(N+N1)^nu) / delta + Enorm^3 / eta
* EnormalDependence is added with factor exp(-l/l_crit), where l is
* the distance to the nearest point of semiconductor/insulator
interface.
* Factor is equal to 1 if l_crit > 100.
B = 1.0000e+07 , 9.9250e+06 # [cm/s]
C = 3.7000e+02 , 2.9470e+03 # [cm^(5/3)/(V^(2/3)s)]
}
HighFieldDependence:
{ * Caughey-Thomas model:
* mu_highfield = ( (alpha+1)*mu_lowfield ) /
* ( alpha + ( 1 + ( (alpha+1)*mu_lowfield*E/vsat)^beta
)^(1/beta) )
* beta = beta0 (T/T0)^betaexp.
beta0 = 1.5 , 1.213 # [1]
betaexp = 0.66 , 0.17 # [1]
alpha = 0.0000e+00 , 0.0000e+00 # [1]
}
vanOverstraetendeMan * Impact Ionization:
{ * G_impact = alpha_n n v_drift_n + alpha_p p v_drift_p
* with alpha = gamma a exp(-b gamma/E) for E<E0 (low) and E>E0
(high)
* with gamma = tanh(hbarOmega/(2kT0)) / tanh(hbarOmega/(2kT))
a(low) = 2.0000e+06 , 1.5820e+06 # [1/cm]
a(high) = 2.0000e+06 , 6.7100e+05 # [1/cm]
b(low) = 2.5000e+06 , 2.0360e+06 # [V/cm]
b(high) = 2.5000e+06 , 1.6930e+06 # [V/cm]
E0 = 4.0000e+05 , 4.0000e+05 # [V/cm]
hbarOmega = 0.063 , 0.063 # [eV]
}
}
140
APÊNDICE F
As atividades desenvolvidas permitiram gerar as seguintes publicações:
ASSALTI, R.; SOUZA, M. de. Influência do comprimento da região fracamente
dopada nas características elétricas de transistores SOI nMOSFET de canal gradual. In:
SIMPÓSIO DE PESQUISA DO GRANDE ABC (SPGABC), 3., 2013, São Bernardo do
Campo. Resumos... p. 1-2.
ASSALTI, R.; SOUZA, M. de. Influence of lightly doped region length on the
electrical characteristics of graded-channel SOI nMOSFET. In: MICROELECTRONICS
STUDENTS FORUM (SFORUM), 13., 2013, Curitiba. Proceedings... Porto Alegre:
Sociedade Brasileira de Computação, 2013. p. 1-4. Disponível em:
<http://www.lbd.dcc.ufmg.br/colecoes/sforum/2013/0023.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2015.
ASSALTI, R.; PAVANELLO, M.A.; FLANDRE, D.; SOUZA, M. de. Dependência
do comprimento ótimo da região fracamente dopada do transistor GC SOI nMOSFET com a
tensão de porta. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DO GRANDE ABC (SPGABC), 4., 2014,
São Bernardo do Campo. Resumos... p. 1-2.
ASSALTI, R.; SOUZA, M. de. Analog performance of graded-channel SOI
nMOSFET with technological parameters scaling. In: WORKSHOP ON
SEMICONDUCTORS AND MICRO & NANO TECHNOLOGY (SEMINATEC), 9., 2014,
São Paulo. Proceedings... p. 1-2.
ASSALTI, R.; PAVANELLO, M.A.; FLANDRE, D.; SOUZA, M. de. Technological
parameters scaling influence on the analog performance of graded-channel SOI nMOSFET
transistors. In: INTERNATIONAL CARIBBEAN CONFERENCE ON DEVICES,
CIRCUITS AND SYSTEMS (ICCDCS), 9., 2014, Playa del Carmen. Proceedings... IEEE,
2014. p. 1–6. Disponível em:
<http://ieeexplore.ieee.org/xpl/articleDetails.jsp?arnumber=7016159&sortType%3Dasc_p_Se
quence%26filter%3DAND(p_IS_Number%3A7016143)>. Acesso em: 28 jan. 2015.
141
ASSALTI, R.; d’OLIVEIRA, L.M.; PAVANELLO, M.A.; FLANDRE, D.; SOUZA,
M. de. Performance of common-source current mirrors with asymmetric self-cascode SOI
nMOSFETs. In: WORKSHOP OF THE THEMATIC NETWORK ON SILICON ON
INSULATOR TECHNOLOGY, DEVICE AND CIRCUITS (EUROSOI), 10., 2014,
Tarragona. Proceedings... p. 1-2.
ASSALTI, R.; PAVANELLO, M.A.; FLANDRE, D.; SOUZA, M. de. Dependence of
the optimum length of lightly doped region of GC SOI nMOSFET with front gate bias. In:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON MICROELECTRONICS TECHNOLOGY AND
DEVICES (SBMICRO), 29., 2014, Aracaju. Proceedings... IEEE, 2014. p. 1-4. Disponível
em:
<http://ieeexplore.ieee.org/xpl/articleDetails.jsp?arnumber=6940099&pageNumber%3D3284
1%26rowsPerPage%3D100>. Acesso em: 28 jan. 2015.
ASSALTI, R.; d’OLIVEIRA, L.M.; PAVANELLO, M.A.; FLANDRE, D.; SOUZA,
M. de. Experimental and simulation analysis of electrical characteristics of common-source
current mirrors implemented with asymmetric self-cascode SOI nMOSFETs. Solid-State
Electronics (em avaliação).