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INFLUÊNCIA DA IDADE DE ABATE E DA CASTRAÇÃO NA COMPOSIÇÃO E RENDIMENTO DA CARCAÇA DE CAPRINOS Adelmo Ferreira de Santana – Prof de Caprinocultura e Ovinocultura E-mail: [email protected] Departamento de Produção Animal Escola de Medicina Veterinária Universidade Federal da Bahia CEP- 40.170.110 Salvador - Bahia Carlos Rangel Gomes Pereira –Acadêmico de Medicina Veterinária Monografia apresentada como parte de conclusão do curso de Medicina Veterinária-Março/2002 RESUMO O conhecimento da influência da idade de abate e da castração na composição e rendimentos das carcaças de caprinos, torna-se no momento como uma necessidade na produção desses animais, visto que, nos últimos anos a demanda do consumo da carne de caprino tem crescido muito e, junto com ela cresce também a exigência do mercado por um produto de qualidade. Hoje no Brasil, encontra-se um rebanho caprino de aproximadamente 10 milhões de cabeças e, esse número tende a crescer para acompanhar e suprir a demanda do mercado. Esse aumento da demanda justifica-se pelo conhecimento e acesso às informações sobre as propriedades dietéticas da carne caprina, das quais já tenham dito ser superiores às das outras espécies. Para maior conhecimento, estudou-se a carcaça de caprino nos aspectos de composição e rendimento, e observou-se que essas características são afetadas pela idade ao abate e pela castração no que diz respeito à relação músculo x ossos x gordura e à percentagem da carcaça em relação ao peso vivo. UNITERMOS: Carcaça, composição, rendimento, idade de abate, castração. 1. INTRODUÇÃO Os caprinos têm a mesma origem que os bovinos, pertencem cientificamente à família Bovidae dentro da subfamília Caprinae, pertencente ao gênero Capra e à espécie hircus. A cabra (Capra hircus) foi o segundo animal domesticado pela humanidade. Os seus troncos selvagens são a espécie Capra aegagrus ou Benzoar, que existiu nos planaltos ocidentais da Ásia, a Capra falconeri, espécie selvagem da Índia, e a Capra prisca, da bacia do

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INFLUÊNCIA DA IDADE DE ABATE E DA CASTRAÇÃO NA COMPOSIÇÃO E

RENDIMENTO DA CARCAÇA DE CAPRINOS

Adelmo Ferreira de Santana – Prof de Caprinocultura e Ovinocultura E-mail: [email protected]

Departamento de Produção Animal Escola de Medicina Veterinária Universidade Federal da Bahia

CEP- 40.170.110 Salvador - Bahia

Carlos Rangel Gomes Pereira –Acadêmico de Medicina Veterinária

Monografia apresentada como parte de conclusão do curso de Medicina Veterinária-Março/2002

RESUMO

O conhecimento da influência da idade de abate e da castração na composição e rendimentos das carcaças de caprinos, torna-se no momento como uma necessidade na produção desses animais, visto que, nos últimos anos a demanda do consumo da carne de caprino tem crescido muito e, junto com ela cresce também a exigência do mercado por um produto de qualidade. Hoje no Brasil, encontra-se um rebanho caprino de aproximadamente 10 milhões de cabeças e, esse número tende a crescer para acompanhar e suprir a demanda do mercado. Esse aumento da demanda justifica-se pelo conhecimento e acesso às informações sobre as propriedades dietéticas da carne caprina, das quais já tenham dito ser superiores às das outras espécies. Para maior conhecimento, estudou-se a carcaça de caprino nos aspectos de composição e rendimento, e observou-se que essas características são afetadas pela idade ao abate e pela castração no que diz respeito à relação músculo x ossos x gordura e à percentagem da carcaça em relação ao peso vivo. UNITERMOS: Carcaça, composição, rendimento, idade de abate, castração. 1. INTRODUÇÃO

Os caprinos têm a mesma origem que os bovinos, pertencem cientificamente à família

Bovidae dentro da subfamília Caprinae, pertencente ao gênero Capra e à espécie hircus. A

cabra (Capra hircus) foi o segundo animal domesticado pela humanidade. Os seus troncos

selvagens são a espécie Capra aegagrus ou Benzoar, que existiu nos planaltos ocidentais da

Ásia, a Capra falconeri, espécie selvagem da Índia, e a Capra prisca, da bacia do

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Mediterrâneo. No Brasil, foram introduzidos os primeiros exemplares pelos colonizadores

portugueses, franceses e holandeses por volta de 1535 (PORTER 1996); (RIBEIRO 1997).

Publicações da FAO (2000) relatam que a população mundial de caprinos era de

aproximadamente 714 milhões de cabeças. Deste total, 12,6 milhões ficavam no Brasil. Já

para o IBGE (2000), a população brasileira de caprinos era de aproximadamente 9,3 milhões

de cabeças, dos quais 8,7 e 3,8 milhões, se encontravam na Região Nordeste e no Estado da

Bahia respectivamente.

A caprinocultura é considerada uma atividade milenar, porém, a criação de caprinos

nunca despertou tanto o interesse da mídia, dos pesquisadores e do público em geral

(RIBEIRO & RIBEIRO 2000).

Por sua rusticidade, prolificidade, baixa exigência nutricional, e poder de adaptação a

condições climáticas variáveis, o caprino tem se difundido nas diferentes regiões do mundo,

produzindo carne de aceitação universal, apresentando-se desta forma, como uma fonte

alimentar protéica com um grande potencial a ser explorado. Neste contexto, vale ressaltar

que nos últimos anos têm-se observado que o interesse pela carne de caprino tem crescido

muito, em função de suas propriedades dietéticas pois independente da idade, raça ou

localização física, a carne caprina constitui uma fonte protéica de alto valor biológico

(MADRUGA 1999a).

Em termos de produção de carne caprina de qualidade, a demanda ainda está longe de

ser atendida (SOUZA NETO 1987). No Brasil, não foi resolvida ainda a questão elementar do

abate clandestino, estimado em mais de 90% do abate total. Sendo assim, essa produção

terá que satisfazer os pré-requisitos de aumento de produtividade biológica e econômica dos

principais fatores de produção e de melhoria da qualidade de seus produtos (GUIMARÃES

FILHO 2001a).

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Por se tratar de animais de pequeno porte, a carcaça caprina apresenta-se pequena,

magra e pouco compacta, porém tem-se observado que esta aumenta e torna-se mais

compacta à medida que ocorre ganho de peso (MADRUGA 1999b).

Vários autores têm estudado e demonstrado que a carcaça pode ser influenciada em suas

características por diversos fatores, tanto individualmente como em conjunto. Dentre eles

citam-se a idade, a castração, a alimentação, o sistema de criação ou manejo, a época do

abate, o peso ao abate, o sexo, a raça ou genética e outras (SILVA 1984).

Com o objetivo de verificar a influência dos fatores idade de abate e castração, sobre a

composição e o rendimento das carcaças, é que se realizou o presente trabalho. Colaborando

assim com o aumento das bases referenciais para consultas e esclarecimentos nesta área.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Aspectos da comercialização e consumo da carne caprina

Apesar de ser uma carne mundialmente pouco consumida, 0,63 kg per capta ao ano

(FAO 1999), é tida por muitos como a carne vermelha mais consumida do mundo.

Informações tão opostas podem ser até certo ponto compreendidas se considerado seu

grande consumo em países em desenvolvimento, onde os serviços de informação são

bastante deficitários, além de seu consumo diretamente nas propriedades e sua

comercialização ocorrer em mercados informais (RIBEIRO & RIBEIRO 2000).

DEVENDRA & OWEN (1983); PINKERTON (2000a) relatam que diferentes mercados

étnicos preferem e consomem carne de caprinos com diferentes características: O mercado

muçulmano prefere carne magra de animais jovens entre 12 e 14 meses de idade, com peso

vivo entre 20 e 30 kg; Os italianos por sua vez, consomem durante a páscoa e o natal,

carne de caprinos pesando entre oito e 12 kg de peso vivo e com quatro a 12 semanas de

vida, sendo menos exigentes em outras épocas, mas sempre animais jovens; Já os gregos ,

na páscoa e no natal, preferem animais de 13 a 18 kg , com oito a 16 semanas de vida,

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variando também em outras épocas, mas sempre exigindo animais jovens; os chineses

costumam comercializar caprinos, para consumo, durante os seis meses mais frios do ano,

preferindo animais com 27 a 36 kg e em boas condições; Na América Latina, comercializa-se

carne caprina durante o ano todo, consumindo em ocasiões especiais e sempre que oferecida

por preço accessível, dando maior importância ao preço que a condição e origem do animal.

A comercialização de caprinos existente nos trópicos, é classificada em oito formas por

DEVENDRA & OWEN (1983): 1-Venda na fazenda para intermediários; 2-Venda em

exposições; 3-Transporte para a cidade para a venda aos negociantes; 4-Abate em

abatedouros do governo; 5-Venda de carne na fazenda; 6-Venda da carcaça inteira para

negociantes vendedores de carne; 7-Preparação e venda de carcaça e/ou partes da carcaça

através de casas de carne e 8-Venda de carne e órgãos como alimento cozido em locais

próximos às fazendas ou em áreas urbanas. Segundo os autores, essas diferentes formas de

comercialização, são encontradas na maioria dos países da África.

A carne de caprino produzida no Brasil é destinada predominantemente ao mercado local

dos municípios interioranos (MOREIRA et al. 1998). Na Região Nordeste, o nível de consumo

da carne caprina pode ser classificado como baixo em decorrência da baixa qualidade do

produto oferecido, que é resultado de deficientes critérios de seleção para o abate,

estocagem e comercialização das carnes e do baixo nível de higiene nas operações de abate

e comercialização (SILVA 1999).

Em estudos sobre a comercialização de carne de caprinos, verificou-se a inexistência de

inspeção na maioria dos locais de venda deste produto (MOREIRA et al. 1998). Este fato

contraria a legislação nacional, que regulamenta e obriga a inspeção de todo e qualquer local

de abate e estabelecimento comercial de produtos de origem animal (BRASIL 1997).

O mercado brasileiro não dispõe ainda de um único estudo da cadeia produtiva do

caprino em que seus pontos críticos tenham sido definidos, que o volume de produção e seus

mercados de destinos tenham sido dimensionados, ou que cenários e tendências tenham

sido elaborados. Por enquanto ele ainda está aceitando carneiro por bode, sem se interessar

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em saber, ao menos, a origem do animal. Contudo, deve-se reconhecer alguns avanços já

alcançados na cadeia produtiva, embora a passos lentos, como a instalação de alguns

abatedouros, curtumes, produção de cabritos para abate aos quatro-oito meses de idade,

processamento e comercialização de cortes especiais e congelados, além do controle

higiênico-sanitário (GUIMARÃES FILHO 2001a) ; (GUIMARÃES FILHO 2001b).

O valor individual dos caprinos para abate é, usualmente, determinado pelo seu

rendimento de carcaça. Mesmo quando vendidos vivos, o preço a pagar é resultante da

avaliação do peso de sua carcaça. Este procedimento indica que, além do conteúdo de carne,

sua distribuição na carcaça e as proporções de gorduras e ossos, a relação do peso vivo com

o peso de carcaça é fator importante para a comercialização do caprino (GALL 1982).

As medidas de carcaça (comprimento, profundidade do tórax, comprimento da perna)

podem ser utilizadas para conhecer melhor o produto a ser oferecido para o consumidor e

indicar características das carcaças (COLOMER-ROCHER 1987).

Para BOCCARD & DUMMONT (1977), os fatores mais importantes para comercialização da

carne caprina e que interferem no valor comercial são o peso vivo, o sexo, a conformação da

carcaça e o estado de engorda, bem como a cor e o aspecto final além do odor.

2.2 A carcaça

O animal abatido, formado das massas musculares e ossos, desprovido da cabeça,

mocotós, cauda, couro, órgãos e vísceras torácicas e abdominais tecnicamente preparado,

constitui a “carcaça”. Esta quando dividida ao longo da coluna vertebral dá origem às “meias

carcaças” que, subdivididas por um corte entre duas costelas, variável segundo hábitos

regionais, dão origem aos “quartos” anteriores ou dianteiros e posteriores ou traseiros

(BRASIL 1997).

Os produtos obtidos após o abate caprino compreendem: a) carcaça que se comercializa

inteira ou em bandas, que corresponde aproximadamente a 45 - 55% do peso vivo,

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apresentando um peso médio de 12,5 a 14 kg, e da qual são realizados cortes que variam a

cada região, embora predomine o do qual são obtidos o pernil, lombo, paleta, serrote,

costela e pescoço; b) as vísceras, coração, fígado, rins, etc, que alcançam 12%. O sangue

geralmente é desperdiçado ou consumido com as vísceras (MADRUGA 1999a).(Apêndice 1).

Segundo BUENO et al. (1997) ; RIBEIRO & RIBEIRO (2000), carcaças de boa qualidade

devem apresentar elevada proporção de músculos, baixa de ossos e quantidade adequada de

gordura intramuscular para garantir suculência e sabor. A cobertura externa de gordura

(gordura subcutânea) é necessária para evitar a desidratação excessiva e escurecimento da

carne armazenada a frio. Não esquecendo a qualidade da carne, na qual devem ser

observadas e consideradas as características visuais, sensoriais e nutricionais.

A distribuição de gordura na carcaça e órgãos de caprinos difere bastante de outras

espécies, como por exemplo de ovinos e bovinos, em caprinos a camada subcutânea é

caracteristicamente muito fina, sendo que, proporcionalmente, caprinos depositam maiores

teores em sua cavidade abdominal e vísceras, que correspondem de 50 a 60% do teor total

de gordura, com uma distribuição balanceada da gordura inter e intramuscular (MADRUGA et

al. 1999a).

Para NAUDE & HOFMEYR (1981), a gordura subcutânea de cobertura é escassa em todas

as raças de caprinos, especialmente na área do olho de lombo e a gordura corporal está

concentrada em partes fora da carcaça. Esta última afirmação é confirmada nos registros de

DEVENDRA & OWEM (1983), onde mostram escasso conteúdo de gordura na carcaça,

estando mais concentrada sobre as vísceras da cavidade abdominal.

MADRUGA et al. (1999b) relatam ter encontrado em pesquisa com caprinos do Brejo

Paraibano, um teor médio de gordura de 2,84%.

Em estudo de características de carcaças de caprinos com cerca de um ano de idade,

realizado no Estado do Ceará, envolvendo duas raças locais reconhecidas, Moxotó e Marota,

dois tipos locais, Canindé e Repartida, dois grupos de mestiços com diferentes percentagens

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de sangue das raças, Anglonubiana e Bhuj e um grupo de caprinos locais SRD (sem raça

definida) , BELLAVER et al. (1983) verificaram que os pesos de pré abate e da carcaça

quente foram diferentes entre os diversos grupos estudados. Os caprinos SRD apresentaram

pesos de pré abate e de carcaça quente inferiores, enquanto que os pesos dos grupos com

variados grupos de genes exóticos foram superiores. Os rendimentos das carcaças dos

animais SRD foram de 38%, os das raças locais de 39% e, os dos grupos exóticos de 42%.

Resultados de avaliação de animais do tipo SRD indicam um ganho médio diário em peso

vivo de 50 g/dia até os 18 meses de idade, 540 dias de idade, com peso de carcaça de 12 a

15 kg, e taxa de rendimento que variam de 43 a 45%. Suas carcaças se constituem de algo

em torno de 64,6% de carne, 24,2% de osso 11,2% de peso de gordura e anexos (rins,

cartilagens, pés, aparas, gânglios e outros refugos) (SILVA & XAVIER 1997).

As proporções dos componentes não-carcaça (cabeça, patas, couro e víceras) afetam

diretamente seu rendimento. O rendimento de carcaça, seus cortes (dianteiro, traseiro e

costilhar) e seus componentes (músculos, gordura e ossos) são parâmetros fundamentais

para se definir o melhor peso de abate para caprinos. Dessa maneira, o conhecimento do

comportamento dessas variáveis em caprinos jovens, possibilita a definição do melhor peso

de abate para esses animais (BUENO et al. 1997).

A avaliação econômica e produtiva da carcaça, segundo ARGAÑÖSA et al. (1977), tem

sido feita tradicionalmente, através da conformação da carcaça, considerando-se

características como comprimento dos membros, tamanho e largura da carcaça. Para

avaliação imediata e de caráter prático, tem-se adotado o estudo do rendimento de carcaça,

comparando-o ao peso do animal ao abate.

2.2.1 Fatores que influenciam nas características da carcaça

Vários fatores podem influenciar nas características da carcaça. Entre eles citam-se a

idade de abate, a castração, o sistema de criação, o sexo, a época de abate e a raça, que

podem interferir de maneira isolada ou em conjunto, tanto no rendimento como na

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composição da carcaça, principalmente na sua qualidade, pois para se medir a habilidade de

produção, torna-se necessário o conhecimento das proporções de carne, osso e gordura

presentes nas carcaças dos animais (SILVA 1984).

À medida que aumenta o grau de gordura, diminuem proporcionalmente os teores de

músculos, ossos e tendões. De mesmo modo, independentemente dos fatores de ordem

genética e ambiental, a alimentação contínua no desenvolvimento dos animais exerce

acentuada influência na relação carne x osso x gordura, favorecendo a proporção de carne

em detrimento dos demais componentes. Assim sendo, de um modo geral, no que diz

respeito à relação carne x osso x gordura, as características da carcaça dependem também

da composição genética, da alimentação, do manejo, das condições ambientais, etc. (PARDI

1993).

Segundo DEVENDRA & OWEN (1983), o teor de gordura em carcaças caprinas é afetado

por fatores como castração, idade e sexo, tendo o tipo de alimentação como o fator limitante

mais importante.

Muitas pesquisas têm sido direcionadas para as características da carcaça caprina

levando-se em consideração os fatores idade de abate e castração (MADRUGA 1999b).

2.2.1.1 Influência da idade de abate e da castração na composição e rendimento da

carcaça caprina

MACKENZIE (1980) relata que para o gosto moderno por carne magra, o cabrito pode ser

uma opção de sabor bem superior ao cordeiro. O autor relata ainda que, na França, a carne

de cabrito era considerada como subproduto da indústria leiteira, com os animais sendo

abatidos com duas semanas de idade, com peso vivo variando de 5,9 a 6,8 kg. Neste

contexto, SILVA (1984) relata que a produção de cabritos tornou-se uma nova opção para

produção de carne. Pois, os animais desmamados na segunda semana de vida, passaram a

ser aleitados artificialmente até a quinta semana e abatidos com pesos variando de 8,1 a

11,8 kg. Essa ocorrência evidencia o crescente interesse pelo consumo de carne caprina.

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A castração dos animais domésticos do sexo masculino, em diversas criações

zootécnicas, é uma prática largamente utilizada pelos produtores, com o objetivo de facilitar

o manejo, estimular a engorda e até mesmo eliminar o odor e o gosto indesejáveis que a

carne dos animais não-castrados podem apresentar (FIGUEIREDO et al. 1984).

Influência da idade de abate na composição da carcaça caprina

Investigando o efeito da idade de abate (seis a 14 meses) em caprinos nativos da África

(Osmanabadi), KAMBLE et al. (1989), declararam que não existe praticamente nenhuma

vantagem em se abater caprinos com idade inferior a 10 meses de idade, o que resultaria

em um pequeno aumento no peso da carcaça e numa redução na percentagem de músculos.

DHANDA et al. (2001) reportaram que o abate de caprinos com pouca idade resulta em

carcaças com maior proporção de ossos e menor de gordura.

BUENO et al. (1997) relata que ocorre diminuição da proporção de ossos e pouca

mudança na proporção de músculos.

Para GALL (1982), à medida que o caprino chega à maturidade, quando a taxa de

crescimento diminui, ocorrem mudanças na composição da carcaça, consistindo basicamente

em aumento de depósito de gordura.

Estas mudanças são descritas por SAINZ (1996), onde mostra que as curvas de

crescimentos dos componentes da carcaça (músculos, gordura e ossos), em função do

aumento de peso (maturidade) dos animais, apresentam padrões distintos, Os músculos

tendo um crescimento acentuado em animais mais jovens e a gordura apresentando

crescimento mais acentuado em animais mais maduros. Os ossos apresentam menor

velocidade de crescimento que os demais componentes.

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NAUDE & HOFMEYER (1981) reportaram que a camada de gordura do lombo de caprinos

da raça Boer era de 2,3 mm, enquanto que a de ovelhas de mesma idade e sexo era de 5,4

a 5,9 mm. Neste mesmo aspecto, ALMEIDA (1990) demonstrou que comparando-se carcaças

vazias, ovinos depositam aproximadamente 3,5 vezes mais gorduras subcutânea e

intramuscular que caprinos, e SCHÖNFELDT et al. (1993) concluíram que, devido a esse

baixo conteúdo de gordura subcutânea, a carne caprina apresenta maior perda de líquido

que a carne ovina. Perdas essas que aumentaram significativamente com a idade, e em

razão deste fator, carne de animais jovens apresentam-se mais suculenta que de animais

velhos.

Em experimento com 52 caprinos machos (dentes de leite-boca cheia) e 18 fêmeas

adultas (seis a oito dentes) comercializados no Sudoeste de Zimbabwe, para verificação dos

pesos, das dimensões, da composição e do rendimento das meias carcaças em função da

idade correlacionada com o sexo, SIMELA et al. (1999) concluíram que o peso da carcaça, o

comprimento lateral, a profundidade do tórax, a circunferência da coxa, a área do olho do

músculo e o peso dos ossos, tiveram aumento considerável com o aumento da idade nos

machos, enquanto a profundidade da gordura sobre o músculo e o teor da gordura na

carcaça não variou com a idade.

Influência da idade de abate no rendimento da carcaça caprina

O efeito da idade em dias sobre determinados pesos é o reflexo da idade verdadeira do

animal em crescimento, sobre o seu peso corporal. Como na fase de crescimento, os ganhos

de peso diário são grandes, qualquer diferença, em termo de dias de idade, reflete-se

imediatamente no peso do animal (OLIVEIRA et al. 1982); (FIGUEIREDO et al. 1984).

Neste contexto, pesquisas têm evidenciado que o abate de animais com idade mais

avançada, e conseqüentemente maiores pesos, tem favorecido o rendimento das carcaças

(OWEN et al. 1983); (MADRUGA et al. 1999b).

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Em caprinos Botswana, agrupados conforme o desenvolvimento dentário, sem muda,

com dois, quatro, seis ou oito dentes definitivos, os respectivos rendimentos de carcaça

foram 43, 43, 44, 45 e 48% do peso vivo evidenciando um aumento do rendimento de

carcaça com o aumento da idade (OWEN & NORMAN 1977).

Com o objetivo de obter informações definitivas sobre rendimento de carcaça de caprinos

Malawi com diferentes idades, OWEN (1975), estudou 21 carcaças de machos inteiros

oriundos de diferentes locais. Os animais foram classificados em grupos de quatro a oito

meses, nove a 14 e 15 a 24 meses, registrando respectivamente, rendimentos de 46, 50 e

50%.

Os rendimentos de carcaça da raça caprina Boer variam segundo CASEY & NIEKERK

(1988), de 44 a 55% em fêmeas, atingindo-se com freqüência os 56% em machos adultos

inteiros. Ainda de acordo com esses autores, o rendimento de carcaça é menor em animais

mais jovens (40,3% em cabritos de ambos os sexos com 10 kg de peso vivo), do que em

animais de mais idade (52,4% em cabritos de ambos os sexos com 41 kg de peso vivo).

CAMPBELL (1986) estudando animais desta mesma raça, com idade de 100 dias e peso vivo

variando entre 23 e 32 kg, e com 186 dias e peso vivo de 45 kg, obteve rendimento de

carcaça médio de 51%. Podendo esse rendimento variar com a idade, de 48% aos oito

meses até 60% em torno dos 36 meses de idade (ALTA GENETICS BRASIL 1996).

No Nordeste do Brasil, a proporção de carcaças dos caprinos SRD, medida por

FIGUEIREDO et al. (1980) em machos jovens e fêmeas idosas, submetidos à pastagem

nativa foram da ordem de 35% para os machos, aos 16 meses de idade e 34% para fêmeas

idosas, não havendo diferenças significativas entre os grupos estudados.

Influência da castração na composição da carcaça caprina

Os efeitos da castração podem ser refletidos tanto no crescimento do animal quanto na

composição físico-química da carcaça (MADRUGA 1999b). Geralmente, a castração reduz a

idade em que a gordura se deposita na carcaça (NORMAN 1985).

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CAVALCANTE & SILVA (1988) defendem que para o consumo, deve-se abater animais

bastante jovens, enquanto os machos devem ser castrados, não só para melhor engorda,

como também para diminuir o forte odor exalado, que influencia negativamente no seu

consumo. No entanto, para OWEN et al. (1983); MADRUGA et al. (1999b) o abate de

animais com idade mais avançada não comprometeram a qualidade da carne caprina,

considerando o forte odor liberado pelos machos.

Em experimento sobre o efeito da castração na taxa de crescimento e características de

carcaça de caprinos da raça Moxotó, FIGUEIREDO et al. (1984) concluíram que não houve

efeito da castração sobre as características estudadas, não existindo diferenças significativas

no desenvolvimento e características de carcaça entre os animais inteiros e castrados

(Apêndices 5 e 6) e que, a castração quando necessária, deve ser feita entre 60 e 120 dias

de idade, visando somente benefícios no manejo reprodutivo.

TAHIR et al. (1994) também não encontraram efeitos significantes da castração sobre os

pesos ou percentagens de carne magra, gordura e ossos das carcaças.

Por outro lado, os dados de OWEN & MTENGA (1980) revelam que dietas de

concentrados ou pastos nativos não influenciaram significativamente a composição da

carcaça, quando os animais foram abatidos com o mesmo peso vivo (36,5 kg). Contudo,

neste mesmo experimento, houve diferença significativa do conteúdo de carne magra e de

gordura entre machos inteiros e castrados, que apresentaram respectivamente, 61 e 54% de

carne magra, e 12 e 18% de gordura.

Também comparando o macho castrado com o não castrado, RUVUNA et al. (1992)

observaram que, a média total de gordura, a gordura externa, a gordura interna e a gordura

renal foram maiores no macho castrado, o que justifica a média maior de carne magra

encontrada no macho inteiro.

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Em estudo com 36 animais, comparando fêmeas e machos castrados, sendo 18 fêmeas e

18 machos castrados, HOGG et al. (1992) observaram que os machos castrados

apresentaram 66,7% de carne magra comparado com 64,4% das fêmeas, enquanto as

fêmeas apresentaram-se mais gordas com 14,4% de gorduras dissecadas da carcaça,

comparadas com 11,2% do macho castrado.

Comparando os três grupos, fêmeas, machos castrados e machos não castrados,

JOHNSON et al. (1995) concluíram que a carcaça do macho inteiro apresenta-se com menos

gorduras abdominais, perirenais e nas laterais da carcaça, quando comparado com o macho

castrado e a fêmea.

Mantendo-se o peso das carcaças constante, MOURAD et al. (2001) observaram que a

gordura interna teve significante queda em cabritos castrados, quando comparada com

fêmeas e machos inteiros, e a gordura externa esteve maior apenas, quando comparada

com os machos inteiros. Da mesma forma, mantendo agora o comprimento das carcaças

constantes, o peso destas foi maior nas fêmeas que nos cabritos castrados.

ANDRADE (2000) relata que a carne caprina é até hoje lembra como a carne que tem

cheiro de bode, devido ao abate de animais machos com idade avançada, 15 a 20 meses,

idade em que a carne caprina já está impregnada com o odor característico da espécie.

Segundo o autor, a solução desse problema seria o abate de animais ainda jovens,

descartando a alternativa da castração com esta finalidade, visto que nesta fase a carne

caprina proveniente do animal jovem ainda não tem o odor característico. Menciona porém,

que a castração proporciona manejo reprodutivo mais facilitado desses machos de corte, não

necessitando criar esses animais separadamente.

Influência da castração no rendimento da carcaça caprina

Já tem sido comprovado que animais machos de espécie ovina, caprina e bovina, não

castrados, apresentam desenvolvimento muscular, taxa de crescimento e conversão

alimentar, superiores aos dos castrados. Por outro lado, o cheiro forte característico sempre

esteve presente nos caprinos inteiros, mas não nos castrados (LOUCA et al. 1977).

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Em termos de ganho de peso diário, os machos não castrados apresentam um aumento

de peso maior que os machos castrados. No entanto, os castrados apresentam melhor

qualidade de carcaça com um aumento da gordura subcutânea (Apêndice 7) (PINKERTON

2000b).

Contrariamente, OWEN et al. (1983) encontraram que caprinos machos castrados

desenvolveram carcaças maiores, mais pesadas e com maior teor de gordura do que machos

não castrados.

NAUDÉ & HOFMEYER (1981) defendem a tese de que caprinos machos devem ser

preferencialmente castrados, para que possam produzir carcaças maiores e mais pesadas,

considerando que animais não castrados, quando atingem idade sexual adulta (cinco, seis ou

nove meses), param de crescer e podem até mesmo perder peso. Neste contexto, NORMAN

(1985) cita que caprinos castrados podem produzir carcaças com pontuação de um a dois

por cento maior que os não castrados, principalmente quando a castração ocorre antes dos

seis meses de idade.

Em concordância com as afirmações anteriores, KANSAL et al. (1982) citaram que a

castração geralmente reduz a idade em que a gordura se deposita na carcaça e que caprinos

castrados podem produzir carcaças um a dois por cento maiores (em relação ao peso),

principalmente quando a castração ocorre antes dos seis meses.

KUMAR et al. (1980) registraram diferenças significativas entre caprinos inteiros e

castrados, suplementados e abatidos aos 18 meses, cujos rendimentos fora,

respectivamente, 44 e 51%.

CHAWLA & NATH (1980) analisando caprinos das raças Beetal e cruzadas de Alpina X

Saanen, relataram que o peso vivo de caprinos aos 9 meses de idade foi significativamente

afetado pelo fator castração mas não pela idade de castração ( cinco dias, três ou seis

meses).

15

15

Os rendimentos de carcaças de 48% em machos inteiros com 34 kg de peso vivo e, de

51% em caprinos castrados com 35 kg de peso vivo foram verificados por WILSON (1976),

tendo como média geral o rendimento de 49%.

Segundo dados de LOUCA et al. (1977), considerando a idade de castração, quando

realizada na primeira semana de vida ou aos sete meses e meio de idade, e a não castração,

não alteraram significantemente o rendimento de carcaça em machos Damascus, mantidos

em confinamento e abatidos aos nove meses de idade. Os valores obtidos nesse

experimento foram de 53, 54 e 55 kg de peso vivo e 56, 55 e 56% de rendimento de

carcaça, na ordem de citação dos grupos acima. No entanto, ainda de acordo com o autor,

os animais castrados aos sete dias de idade tiveram melhor desempenho, apresentando

precocidade superior, do que aqueles castrados aos sete meses e meio de idade.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A caprinocultura é considerada uma atividade milenar. Porém, os níveis de produção e a

qualidade de seus produtos ainda devem melhorar muito. Uma vez que, esta atividade é

classificada em sua grande maioria como de subsistência. Sendo assim, é necessário mais

apoio, incentivo e fiscalização em todos os setores da produção.

O potencial de adaptação e a produtividade da espécie caprina, devem ser mais

trabalhados e explorados tecnicamente, para aumentar a competitividade dos pequenos

produtores.

Os estudos técnicos nacionais sobre a produção de carne caprina de boa qualidade,

devem ser aumentados com o intuito de fornecer mais suporte aos produtores. Pesquisas

neste sentido, parece despertar mais interesse de pesquisadores estrangeiros.

Apesar de ficar evidenciado que o rendimento de carcaça de caprino é proporcional ao

aumento da idade, o abate de animais jovens, desconsiderando o fator castração, torna-se

16

16

mais interessante, já que estes apresentam carne mais tenra e, ausência do odor

característico.

A prática da castração oferece alguns benefícios como a ausência do odor característico,

a facilidade no manejo reprodutivo e a melhora no sabor da carne, visto que esta

proporciona maior presença de gordura na carcaça. Porém, esta acarreta em menor

proporção de músculo com relação aos outros componentes.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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24

24

APÊNDICES

Apêndice 1. Distribuição da gordura corporal em caprinos e ovinos.

CAPRINOS

OVINOS

Gordura Subcutânea % Gordura Intramuscular % Gordura Abdominal %

16 37 47

43 33 24

Fonte: WILKINSON & STARK (1989). Apêndice 2. Composição da carcaça de caprino variando com a idade.

IDADE (Semanas)

0 7 22 25 Peso da Carcaça (kg) Rendimento da Carcaça, % Carne sem osso, % Conteúdo da Carne s/ osso Matéria Seca, % Proteína, % Gordura, % Minerais, %

1,30 5,10 8,40 18,00 41,00 46,00 44,00 45,00 53,00 70,00 77,00 82,00 24,00 30,00 35,00 40,00 78,00 68,00 59,00 46,00 8,00 29,00 36,00 53,00 1,20 1,10

Fonte: ROBSTAD (1976); SKJEVDAL (1974) Apud SILVA (1999).

25

25

Apêndice 3. Características de carcaças de caprinos inteiros e Castrados com diferentes

idades.

Características de carcaças

Tratamento

Circunferência de coxão

(cm)

Peso da

carcaça quente (kg)

Comprimen

to de carcaça

(cm)

Comprime

nto de perna

(cm)

Profundidade do tórax (cm)

Não castrados Castrados aos sete dias Castrados aos 60 dias Castrados aos 120 dias Castrados aos 180 dias

24,14 27,71 23,85 24,48 25,74

6,38 6,36 5,94 5,99 6,42

52,21 50,65 49,80 49,36 51,47

32,85 34,65 32,98 33,14 34,00

14,45 14,72 15,67 15,00 14,87

Fonte: FIGUEIREDO et all (1984).

26

26

Apêndice 4. Pesos do nascimento ao abate de caprinos inteiros e Castrados com diferentes idades.

Pesos (kg)

Tratamento Ao

Nascer

Ao desma

me

Aos 180 dias

Aos 360 dias

Ao Abate

Rendimento (%)

Não castrados Castrados aos sete dias Castrados aos 60 dias Castrados aos 120 dias Castrados aos 180 dias

1,95 2,00 2,08 1,88 1,84

8,30 8,75 7,61 8,70 9,60

8,40 8,54 7,56 8,64 9,60

13,61 12,43 12,08 12,58 13,10

15,2

2 13,9

2 14,3

7 14,5

6 15,0

0

41,97 42,13 39,76 40,43 43,80

Fonte: FIGUEIREDO et all. (1984). Apêndice 5.Efeito da castração no ganho de peso diário em caprinos.

Tratamento

Peso inicial (kg)

Peso após 30 dias

em pasto (kg)

Pontuação do

estado de gordura de 1-6

Machos não castrados Machos castrados com cirurgia Machos castrados com burdizzo

19,6 19,2 19,3

7,3 6,8 6,7

3,5 3,9 3,9

Fonte: SHELTON et all. (1984) Apud PINKERTON (2000b).