influência tecnológica sobre a prática jornalística

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O presente artigo faz um apanhado histórico das mudanças nas formas de produzir e veicularinformação jornalística. Provocada pela emergência das inovações tecnológicas iniciadas no século XVIIaté a chegada da informatização nas redações o jornalismo sempre sofreu alterações de ordem prática einstitucional, a busca incessante pela rapidez na divulgação dos fatos e pelo furo jornalístico sãocondicionados em grande parte pelas mudanças de ordem tecnológica decorrente na sociedade. Por meiodo levantamento é possível visualizar que a ação jornalística sempre esteve atrelada à emergência denovas tecnologias que modificaram e a cada dia mais altera as formas de produção e veiculação danotícia. Sendo, portanto, imprescindível aos profissionais da mídia, principalmente alunos de jornalismo eprofissionais da área, conhecerem essa trajetória do campo, principalmente por nos depararmos hoje comum ambiente cada vez mais tecnológico e imediatista.

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  • A influncia tecnolgica sobre a prtica jornalstica

    1

    SILVA, Rafael Pereira da (mestrando)2

    Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.

    Resumo: O presente artigo faz um apanhado histrico das mudanas nas formas de produzir e veicular informao jornalstica. Provocada pela emergncia das inovaes tecnolgicas iniciadas no sculo XVII at a chegada da informatizao nas redaes o jornalismo sempre sofreu alteraes de ordem prtica e institucional, a busca incessante pela rapidez na divulgao dos fatos e pelo furo jornalstico so condicionados em grande parte pelas mudanas de ordem tecnolgica decorrente na sociedade. Por meio do levantamento possvel visualizar que a ao jornalstica sempre esteve atrelada emergncia de novas tecnologias que modificaram e a cada dia mais altera as formas de produo e veiculao da notcia. Sendo, portanto, imprescindvel aos profissionais da mdia, principalmente alunos de jornalismo e profissionais da rea, conhecerem essa trajetria do campo, principalmente por nos depararmos hoje com um ambiente cada vez mais tecnolgico e imediatista.

    Palavras-chave: Transformaes, prtica profissional; tecnologia; jornalismo; construo de notcia.

    Introduo

    O jornalismo nunca foi uma profisso estanque, imutvel, e, como uma

    instituio social secular, sempre sofreu transformaes condicionadas pelo surgimento

    de novas tecnologias e novas formas de organizao social. Na contemporaneidade, a

    cada dia mais, presenciamos, de uma forma acelerada, as mudanas nas prticas de

    apurao e construo da notcia dentro e fora das redaes. Entre os motivos dessa

    constante metamorfose est a matria-prima do jornalismo; a realidade social, infinita

    em fatos e em constante mutao. No entanto, um dos principais fatores desencadeador

    1 Trabalho apresentado no GT de Histria do Jornalismo, integrante do 9 Encontro Nacional de Histria da Mdia, 2013.

    2 O Autor aluno da ps-graduao em Comunicao Empresarial da Faculdade de Comunicao da UFJF, e mestrando na linha de Comunicao e Identidade pela mesma instituio, ano 2013/14.

    E-mails: [email protected] / [email protected].

  • de transformaes, que temos observado, no fazer jornalstico, tem sido a presena das

    tecnologias da comunicao e informao. Desde o incio do sculo XX, vrias

    inovaes e equipamentos como: o telefone, o telgrafo e a mquina de escrever, deram

    velocidade e dinamicidade ao trnsito da informao. Esses dispositivos tornaram-se

    ferramentas que contriburam de forma significativa e indispensvel para a evoluo da

    tcnica e prtica da profisso.

    Nelson Werneck Sodr (1966) em Histria da Imprensa no Brasil ressalta que:

    interessante verificar o paralelismo entre o esforo tcnico de produo, na imprensa, e o progresso dos meios de comunicao e de transporte. Afetando o problema fundamental da grande imprensa, que o do volume e espao geogrfico em que a notcia, ou a informao, ou a doutrinao tem oportunidade (SODR, 1966, p.2).

    Para Martins e Luca (2008) o amplo rol de transformaes, aliado aos artefatos

    modernos e aos novos meios de comunicao que invadiram o cotidiano urbano -

    carros, bondes eltricos, cinema, mquinas fotogrficas portteis e, nos anos 1920, o

    rdio, - delinearam tanto uma paisagem marcada pela presena de objetos tcnicos

    como configuraram outras sensibilidades, subjetividades e formas de convvio social.

    Com isso a eficincia, a pressa, a velocidade e a mobilidade transformaram-se em

    marcas distintivas dessa nova sociedade e tambm do jornalismo, que desde seu

    nascimento est relacionado s tecnologias da comunicao.

    A consolidao do jornal como fenmeno de massa, a partir das grandes

    concentraes urbanas no sculo XIX e da Revoluo Industrial, so indcios da

    afinidade entre o jornalismo e a evoluo tcnica dos meios. Segundo Michel Stephens,

    citado por Queiroga (2003), um conhecimento histrico do jornalismo ensina que, do

    tambor, aos satlites, a atividade foi profundamente transformada pelas inovaes

    tecnolgicas. Nilson Lage (2000) coloca que:

    Algum que estude bem o assunto, no entanto, conclura que essa modificao mais profunda do que parece primeira vista e que o processo de mudanas est longe de terminar: na verdade, promete tornar-se permanente (LAGE, 2000, p. 213 apud QUEIROGA, 2003, p. 225).

    A influncia das inovaes tecnolgicas no se limitou utilizao de novas

    ferramentas e sua aplicao prtica na construo das notcias, ela se estende estrutura

    de produo, organizao e direo, e atingem, sobretudo, o contedo dos jornais e sua

    ordenao interna, que comeou a exigir uma gama variada de competncias, fruto da

  • diviso do trabalho e da especializao do jornalista.

    As prticas e os processos jornalsticos em torno da proliferao de funes profissionais nas redaes se ampliariam drasticamente a partir dos anos 1890, ainda que limitados aos mais importantes peridicos em termos de difuso. Os jornais passaro a se constituir como verdadeiras fbricas de notcias, tal o nvel de estruturao administrativa, poltica e econmica que conseguiram atingir. (BARBOSA, 2007, p. 66).

    J no sculo XVII, a revoluo nos sistemas de transmisso da informao,

    gerado pelas inovaes tecnolgicas e o desenvolvimento de veculos de transporte,

    como as diligncias, melhoria das estradas e a introduo de novos meios de

    locomoo, como o ferrovirio, provocaram, segundo Franscicato (2005), profundas

    mudanas na prtica, principalmente em relao temporalidade jornalstica, levando

    percepo de trs diferentes efeitos das tecnologias: o primeiro foi sobre a transmisso

    de contedos (em matria-prima ou j transformado em relatos jornalsticos); o segundo

    sobre os modos de produo das notcias enquanto uma organizao complexa e

    multifuncional; e o terceiro efeito age direto sobre as capacidades, habilidades e

    possibilidades dos jornalistas em manejar as novas tecnologias em seu cotidiano.

    Um importante passo para a quebra de barreiras para a expanso da imprensa foi

    o crescimento econmico dos pases europeus e sua capacidade de desenvolver rotas e

    sistemas de transportes que geraram a velocidade na circulao das notcias. Para

    Franciscato (2005), importante perceber que, quando se fala em notcia, est se

    referindo aos contedos baseados em eventos ocorridos em diferentes localidades

    geogrficas: notcias locais, nacionais e estrangeiras. Estas trs modalidades tm modos

    bastante diferentes de produo conforme sua especificidade: a primeira depende

    necessariamente de reprteres e contatos interpessoais; a segunda e a terceira dependem

    de sistemas de transporte e comunicao de informaes, o que era muito difcil

    principalmente nos sculos XVII e XVIII por causa da precariedade dos transportes. O

    surgimento dos barcos a vapor no incio do sculo XIX imprimiu uma nova velocidade

    na troca de informaes. Outra contribuio para a quebra de barreiras foi o surgimento

    das estradas de ferro, isso possibilitou novas mensuraes de tempo na circulao dos

    jornais.

    O surgimento do telgrafo, na primeira metade do sculo XIX, e as transmisses

    experimentais do telefone, no final do mesmo sculo, introduziu mudanas profundas

    nos modos de transmitir e recepo de informaes. Esta chamada revoluo nas

  • comunicaes criou novos hbitos nas prticas profissionais, nas relaes comercias e

    no cotidiano das relaes sociais WHITROW, (1993, p.183) citado por FRANCISCATO

    (2005, p. 45). J Barbosa (2007) faz a seguinte colocao:

    O telgrafo, que aqui chegou em 1874, tornou o mundo mais prximo. Graas sua implantao nos peridicos mais importantes era possvel noticiar fatos do mundo ocorridos ontem e transportar at provncias longnquas notcias do fim do sculo das luzes. O cinematgrafo, o fongrafo, o gramofone, os daguerretipos, a linotipo, as impressoras Marinonis so outras tecnologias que invadem a cena urbana e o imaginrio social na virada do sculo XIX para o XX, introduzindo amplas transformaes no cenrio urbano e nos peridicos (BARBOSA 2007, p. 66).

    Franciscato (2005) argumenta que para a produo jornalstica, a utilizao do

    telgrafo como recurso de transmisso de informaes distncia facilitava a cobertura

    de eventos que ocorriam longe da sede do jornal e, ao mesmo tempo, seu modo de

    transmisso condicionava o contedo jornalstico, estimulando uma fragmentao das

    notcias. O telgrafo, ao acelerar a velocidade das notcias e tornar possvel sua

    transmisso contnua, fragmentou o relato de eventos noticiosos em desenvolvimento

    em segmentos menores e mais freqentes (BLONDHEIM, 1994, p. 35 apud

    FRANCISCATO, 2005, p. 45). O aparelho contribuiu muito com o trabalho dos editores

    que conseguiram satisfazer o pblico leitor, aumentando a receptividade das notcias. A

    fragmentao da notcia, por meio do envio de telegramas, estabeleceu novos padres

    para o texto jornalstico, gerando o chamado lead, pargrafo inicial que resume o relato

    do fato acontecido. O jornalista Ricardo Noblat (2003) citado por Martins e Leal (2007)

    argumenta que essa tcnica to usada, atualmente, no cotidiano das redaes surgiu

    durante a Guerra da Secesso nos Estados Unidos, onde havia muitos jornalistas e

    poucas linhas de telgrafo disponveis para a transmisso de matrias. Os operadores

    ento estabeleceram que cada jornalista poderia ditar apenas um pargrafo, o mais

    importante de sua matria. Para Sthefen Kern (1983) a nova tecnologia trouxe uma

    nova cultura do presente para o jornalismo com base em novas experincias. O autor

    exemplifica o efeito tecnolgico do telgrafo sobre a escrita jornalstica:

    O telgrafo obteve maior uso quando a necessidade por reportagens rpidas cresceu. J que economia de expresso produzia ganhos monetrios, os reprteres eram inclinados a escrever suas estrias com menos palavras possveis. O telgrafo tambm encorajou o uso de palavras sem ambiguidade, para evitar qualquer confuso, e a linhagem do jornalismo se tornou mais uniforme, com certas palavras alcanando uso freqente. (...) A informao tendeu a ser escrita com o mnimo de pontuao (...) a necessidade de velocidade, clareza e simplicidade moldou um novo estilo

  • telegrfico (Kern, 1983, p. 115 apud FRANCISCATO, 2005, p. 98).

    Pouco tempo depois do surgimento do telgrafo, foi o telefone que proporcionou

    uma nova onda de acelerao da comunicao. O aparelho comeou a ser

    gradativamente incorporado rotina de produo e apurao de notcias,

    transformando-se em uma ferramenta imprescindvel.

    Os aspectos tecnolgicos condicionaram o ritmo e a velocidade da produo em diferentes pocas do desenvolvimento do jornalismo. Este condicionamento no se resume a uma ideia contempornea de produtividade e eficincia, mas se refere principalmente s possibilidades que os incipientes recursos tcnicos estabeleciam para que a produo pudesse mesmo cumprir suas etapas, sua regularidade de circulao e sua busca de garantir o carter recente das notcias (FRANCISCATO, 2005, p. 48).

    A utilizao do telefone no cotidiano das redaes e da atividade jornalstica

    ocorreu poucos anos aps sua descoberta, levando a mudanas gradativas de hbitos e

    acelerao da produo e da veiculao de notcias. Entretanto, assim como aconteceu

    com os computadores a partir de 1980, tambm houve uma resistncia utilizao da

    nova tecnologia.

    [...] os reprteres acreditavam obter melhores entrevistas em contato face a face com as fontes. Por outro lado, usar telefones era entendido como uma forma de frouxido e preguia dos reprteres ao no quererem se deslocar aos locais de entrevista e apurao. Esta cultura da desconfiana e da preguia foi se modificando: reprteres em horrios de fechamento de edies comearam a usar o novo recurso para enviar relatos, para as redaes, dos locais em que se encontravam (FADLER, 2000, p. 143 apud FRANCISCATO, 2005, p. 52).

    Como possvel observar o trabalho jornalstico sempre foi auxiliado pelas

    invenes tecnolgicas na busca de uma melhor produtividade e construo das

    notcias. O avano da tecnologia de transmisso de informaes e sua aplicabilidade ao

    jornalismo criaram, para os reprteres e editores, novas possibilidades e desafios para a

    atualizao dos jornais. Alm disso, a utilizao dessas ferramentas provocou efeitos

    diretos sobre a prtica jornalstica. Salcetti (1995) assinala que o uso do telefone, como

    recurso de para acelerao do processo de produo das notcias, estimulou a diviso do

    trabalho nas redaes: a possibilidade de enviar informaes fragmentadas por telefone

    tornou reprteres e correspondentes especialistas na apurao de dados (news

    gatherers), enquanto a funo de escrever as notcias tornou-se tarefa de outro

    profissional o (news writers).

  • As ltimas dcadas do sculo XIX e incio do XX foram cruciais para a

    constituio de padres e a institucionalizao de algumas prticas na atividade

    jornalstica, seja por meio do desenvolvimento de tcnicas, como a entrevista

    jornalstica e da emergncia do reprter (Shudson, 1995; Salcetti, 1995), seja na

    assimilao e aplicao de inovaes tcnicas para a profisso, tais como o telgrafo, o

    telefone, e tambm o linotipo e da mquina de escrever, que, por muito tempo, foi

    smbolo de uma gerao e de uma forma de fazer jornalismo.

    Nesse perodo houve, tambm, um intenso desenvolvimento de gneros

    jornalsticos, provocados pelos movimentos internos atividade. A entrevista um

    exemplo disso, ela surgiu em meados do sculo XIX, e ficou institucionalizada como

    prtica social e forma literria. Ela tambm se tornou uma maneira do reprter exercer

    sua autonomia profissional, e sua autoridade perante o pblico. Para alguns autores, sua

    constituio foi parte de um processo mais geral de profissionalizao no jornalismo,

    Shudson (1995) faz a seguinte afirmao:

    O aparecimento da entrevista jornalstica coincide com o surgimento do reprter como um trabalhador relativamente autnomo que, de forma autoconsciente, alcana uma identidade ocupacional (...) Outras mudanas profissionais na produo noticiosa ocorreram na mesma poca (...) Cronologicamente, as notcias deram lugar ao lead sumrio e a estrutura da pirmide invertida, que exigiram do reprter fazer um julgamento sobre qual aspecto do evento coberto importava mais. (...) Nestes casos, jornalistas demonstravam a si mesmo serem no retransmissores de documentos e mensagens, mas intrpretes legtimos das notcias, hbeis para escrever no somente sobre o que eles, como qualquer outro observador, podem ver e ouvir, mas tambm sobre o que no ouvido, visto ou intencionalmente omitido. O lead sumrio e a entrevista ampliaram o campo de ao e a esfera de descrio dos reprteres. Eles ajudaram a fazer do reprter um tipo pblico visvel, mesmo ocasionalmente uma celebridade, por todo o sculo (Shudson, 1995, p. 91-2 apud FRANCISCATO, 2005, p. 96)

    Essas transformaes, ocorridas do sculo XVIII ao XX, criaram uma

    organizao da atividade e modificaram gradativamente as relaes e o processo de

    produo interno das redaes. O que resultou na profissionalizao do jornalismo e na

    diviso e especializao do trabalho nos jornais. As mudanas fizeram com que a

    atividade que se iniciou de forma panfletria com discusses poltico-literrias

    comeasse a se constituir e organizar-se como grande empresa, onde a informao passa

    a ser uma mercadoria, com alto valor de troca. Essa mudana interfere diretamente

    sobre a produo e a organizao dentro das redaes. Como a informao passa a ser

    uma mercadoria, preciso que ela chegue cada vez mais rpida e com preciso.

  • Mudanas no ambiente redacional

    O surgimento das inovaes tecnolgicas e os novos processos de produo do

    jornal, no incio do sculo dezenove, fizeram com que o jornalismo deixasse,

    definitivamente, de ser uma prtica livre de pensar e de fazer poltica em uma operao

    que precisava vender muito para se autofinanciar, todo o romantismo da primeira fase

    ser substitudo por uma mquina de produo de notcias e de lucros com os jornais

    populares e sensacionalistas Marcondes Filho (2002). Ainda segundo o autor, a

    atividade jornalstica que se iniciara com as discusses poltico-literrias, aquecidas,

    emocionais, relativamente anrquicas, comeava a se constituir como grande empresa

    capitalista. As notcias passam a ser tratadas como mercadorias, recebendo cada vez

    mais investimentos para melhorar em aparncia e vendabilidade: foram criadas, ento,

    as manchetes, os destaques, as reportagens; e passou-se a investir muito mais na capa,

    no logotipo, nas chamadas de primeira pgina. Isso provocou a perda da autonomia do

    redator, e o tratamento, e a elaborao de notcias se sobreps linha editorial dos

    jornais. Jrgen Habermas citado por MARCONDES FILHO (2002, p. 24-25) coloca

    que a partir de 1870, devido ao aumento do volume publicitrio e a transformao da

    imprensa em negcio lucrativo, a escolha dos ttulos e a distribuio do jornal saram

    das mos do redator e vo tornar-se funo do editor (Habermas, 1965).

    Entretanto, a partir da chamada revoluo da informtica, ocorrida a partir da

    dcada de 1960, que presenciamos com maior intensidade as transformaes, no

    apenas no jornalismo, mas em vrias reas do saber, como educao, comunicaes,

    conhecimento, entretenimento. Os principais fatores dessas mudanas, notadamente, so

    a rapidez de pesquisa e o volume do fluxo crescente de informao. Essas mudanas

    afetaram diretamente a prtica jornalstica, j que ela est diretamente ligada evoluo

    tecnolgica. De acordo com Nilson Lage (2001, p. 155), a informtica penetrou na

    gesto de empresas e governos de tal forma que altera relaes sociais importantes para

    a mdia. Dessa forma, a informatizao altera no s a maneira de fazer jornalismo,

    mas tambm a gama de informaes a ser veiculada. Para Marcondes Filho:

    Por um lado, assiste-se ao acelerado desenvolvimento das tecnologias de comunicao e informao, por outro, como corolrio desse processo, o

  • conceito de comunicao invade com furor extraordinrio todos os domnios da vida social, da economia aos esportes, da biologia celular astrofsica. O primeiro processo tcnico, relativo ao hardware, o segundo sua traduo no campo do conhecimento e da cultura. So os contedos de dois tipos promovidos por essa revoluo. Um contedo oficial, que so os programas, os noticirios, o entretenimento veiculado nas redes de computadores, e um contedo implcito, que o componente ideolgico das novas tecnologias, aquilo que no se fala, mas que se passa atravs do uso das tcnicas (MARCONDES FILHO, 2002, p. 33).

    Com o incio da informatizao, alteraes significativas comearam a ocorrer

    no ambiente redacional, entre elas a introduo dos sistemas de salas de redao onde os

    jornalistas passaram a escrever seus artigos, edit-los, inserir os ttulos e calcular sua

    extenso e pass-lo seo tipogrfica diretamente do seu terminal. Isso causou uma

    das maiores transformaes na prtica jornalstica. Segundo Vianna (1992), que estudou

    as mudanas ocorridas com a informatizao da imprensa brasileira nas dcadas de

    1980 nos jornais Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo:

    A criao de sistemas de sala de redao eliminou a separao entre o trabalho de edio e o de produo, isto , a redao, a coleta e armazenagem de dados. Toda a sala de redao, com a inovao tcnica dos terminais dirige o processo de produo atravs dos vrios computados interligados a outros internos ou externos empresa. (VIANNA, 1992, p. 17).

    E, as transformaes no param por a, principalmente pela acelerao com que

    as novas tcnicas se multiplicam e se renovam. Com a utilizao dos computadores em

    rede, por exemplo, passou a ser possvel realizar entrevistas atravs de e-mails, fazer

    pesquisas em sites oficiais, estar em contato direto com fontes por meio de rede sociais

    e uma gama quase inesgotvel de material para pesquisa sobre os mais diversos

    assuntos. Essa rpida evoluo da tecnologia implicou em mudanas na formao dos

    profissionais de jornalismo, pois as novas tcnicas tm ensejado uma constante

    adaptao dos jornalistas que esto na ativa e dos jovens que entram no mercado de

    trabalho. A adaptao tornou-se a palavra chave e a regra obrigatria nas redaes.

    necessrio um constante aprendizado, em virtude da obsolescncia cada vez mais

    frequente de algumas tcnicas que so superadas por outras, mais modernas e mais

    atuais.

    O computador dentro das redaes

  • A chegada do computador s redaes, nos anos 1980, provocou uma mudana

    radical no processo de fazer o jornalismo. Utilizado inicialmente como mquina de

    escrever, o computador diminuiu a papelada e o excesso de rudo. No captulo

    Revoluo Tecnolgica e Reviravolta Poltica, do livro Histria da Imprensa no

    Brasil, Luiza Villama, relata um pouco de como era o ambiente dentre das redaes:

    O barulho marcou as redaes brasileiras durante dcadas. No fechamento de cada edio, o matraquear das mquinas de escrever misturava-se s discusses acaloradas, ao som estridente de campainhas e gritaria geral. Com muita frequncia, algum se enfurecia com o prprio texto, arrancava a lauda da mquina, embolava o papel e o atirava para longe. O cortar e colar de trechos em uma nova lauda s ajudava acumular restos de papel pelas mesas e at mesmo pelo cho. Havia ainda o indefectvel carbono, que manchava o rosto, mo, punhos e colarinhos. [...] se um incauto observasse a distncia no acreditaria que a publicao estaria em breve nas bancas. (VILLAMA, 2008, p. 249).

    No artigo intitulado Apontamentos sobre o uso do computador e o cotidiano

    dos jornalistas, Maria Jos Baldessar desenvolve o mesmo tema, mostrando como a

    introduo dos computadores transformou, gradualmente, o trabalho dos jornalistas. Ao

    caracterizar o primeiro momento do processo de informatizao, a autora minimiza os

    impactos dessas tecnologias sobre a prtica da profisso.

    A adoo de novos instrumentos de trabalho e as formas de utiliz-los tem metamorfoseado o cotidiano dos jornalistas sem, no entanto, mud-lo radicalmente. Recebido primeiro com medo, depois cede lugar ao encantamento. O computador facilita a execuo das tarefas e inegavelmente, melhora o ambiente de trabalho. (BALDESSAR, 2008, p. 1).

    A introduo dos computadores no revolucionou as redaes brasileiras da

    noite para o dia, mas, ainda, segundo Baldessar (2008), os jornalistas tiveram que se

    adaptar a uma nova realidade profissional, com a exigncia de maior qualificao, a

    especializao crescente dos ofcios e as modificaes nas condies de trabalho. Em

    seu texto, a autora cita um artigo publicado na Revista Imprensa, em 1987, que trata do

    processo de informatizao do jornal O Globo. O texto descreve, de forma bem

    exemplificada, as principais mudanas no ambiente daquela redao, traando um

    paralelo entre a redao do passado e a atual:

    Uma louca sinfonia de gritos, gargalhadas, telefones, campainhas reverberavam impunemente (...) as Olivetti e Remington que no sofriam de arritmia eram disputadas no tapa (...) e o impiedoso papel carbono tingia mesas, palets, mangas de camisa, dedos, mos e rostos menos atentos (...) montanhas de laudas se formavam para qualquer lado que se olhasse (...)

  • hoje as persianas amarrotadas foram substitudas por um moderno sistema de iluminao que inclui um requinte inimaginvel: calhas especialmente desenhadas, cujos focos de luz s iluminam as mesas dos terminais, sem reflexos nos olhos ou nas telas (...) um sistema de ar condicionado central acabou com o clima tropical que sufocava (...) e a sinfonia das pretinhas deu lugar a um silncio ciberntico, propiciado pelos 140 terminais e suas 138 teclas (...) e a limpeza, nada de montanhas de papel. (BALDESSAR, 2008, p. 2)

    Segundo Lima Junior (2008) citado por RESENDE (2008, p. 16), em

    Jornalismo e Tecnologia O uso da internet no processo de produo de notcia, a

    informatizao das redaes de jornais ocorreu de forma gradual. Primeiro, reprteres,

    individualmente, adquiriram os seus prprios computadores. Mais tarde, as

    organizaes compraram para uso dos prprios profissionais. Inicialmente, os

    microcomputadores foram usados apenas para processar textos, substituindo as

    mquinas de escrever.

    No entanto, passando esse momento inicial em que os computadores apenas

    substituram as mquinas de escrever, a informatizao nas redaes evoluiu juntamente

    com o desenvolvimento da informtica, aos poucos o novo foi se incorporando de tal

    maneira ao cotidiano da profisso que o equipamento passou a exercer novas funes,

    contribuindo no trabalho de editor e sendo utilizado como arquivo pessoal, isso causou

    mudanas profundas no cotidiano dos jornalistas. A introduo dos computadores

    passou a ser caracterizada como um divisor de guas na prtica jornalstica. Lima Junior

    (2008) ressalta que as diversas tecnologias introduzidas nas redaes sempre

    modificaram o trabalho dos jornalistas, mas, em sua opinio, nenhuma delas se compara

    chegada dos computadores.

    Seja incorporando tecnologias que no foram produzidas para o jornalismo como aquelas que so desenvolvidas especialmente para ele, todas as tecnologias introduzidas no processo do fazer jornalstico produziram seu devido impacto. Porm, a chegada dos bites e bytes atravs do computador revolucionou todo o processo, como nunca havia acontecido, (LIMA JUNIOR, 2008 apud RESENDE, 2008, p. 14).

    Machado (2003) afirma que todas as etapas do processo de produo jornalstica

    sofreram alteraes com a chegada dos computadores, especialmente quando estes

    foram ligados a redes internas e ao ciberespao. Atualmente, desde a elaborao da

    pauta at a publicao das matrias, o computador est presente na rotina dos jornalistas

    em todos os meios de comunicao. Se antes se chegou a pensar em um modelo de

  • diviso do trabalho jornalstico, semelhante ao taylorismo3, no qual os reprteres seriam

    responsveis pela apurao, os redatores pela redao, os diagramadores pela montagem

    das pginas e assim por diante, hoje, com os computadores, a responsabilidade dos

    reprteres aumenta e se diversifica: alm de apurar bem, eles devem redigir seu texto e

    participar de todas as tarefas de edio. Para Marcondes Filho:

    Todo ambiente redacional se transforma. Os terminais de vdeo substituem as mquinas de escrever, a grfica separa-se fisicamente da redao, a diagramao deixa de ser manual para ser eletrnica, o texto passa a ser virtual: uma imagem na tela que ao mesmo tempo distribuda, mexida, adaptada segundo a dinmica da prpria pgina. (MARCONDES FILHO, 2002, p.35).

    As mudanas na redao causadas pela implementao dos computadores so

    percebidas pelos jornalistas de diversas formas, no s na mudana de ambiente

    redacional e suas transformaes na estrutura fsica. Mas, tambm, uma nova relao

    com o texto, em termos de mobilidade e rapidez, estabelecida atravs do computador e

    de suas possibilidades no processamento e arquivamento de texto. Badessar (2088) faz a

    seguinte argumentao:

    (...) mas no terminal que se escondem as mais saborosas novidades para qualquer jornalista (...) para comear, o usurio fica dispensado da preocupao com o fim de cada linha, o computador hifeniza (...) a tela pode ser dividida em duas, de um lado a matria do reprter e do outro a do redator (...) o computador tambm permite a insero de qualquer informao, em qualquer ponto. A partir das estaes de trabalho informatizado possvel, atravs de determinados softwares, saber quem trabalha em determinada mesa, quem est utilizando determinada mquina, o teor de cada verso escrita e quanto tempo o jornalista demora para executar as tarefas. Uma simples tecla coloca o trecho precioso da reportagem onde o usurio determine (...) sabe-se por ele o nmero da mesa usada, o teor de cada verso, a identidade de quem mexeu e a ntegra das alteraes com a preciso de horas, minutos, e um incrvel instrumento de aferio do desempenho de cada jornalista (BALDESSAR, 2008, p. 2-3).

    A verdade que a informatizao transformou quase que por completo o

    processo de produo de notcias dentro das redaes. A digitalizao das reaes

    alterou a forma existente e consolidada de construo e veiculao da notcia escrita, na

    qual, h poucos anos, era baseada em uma forma de produo industrial na qual cada

    3O Taylorismo foi um modo de produo idealizado pelo engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor, em 1911. Taylor propunha uma intensificao da diviso do trabalho, ou seja, o fracionamento das etapas do processo produtivo de modo que o trabalhador desenvolvesse tarefas ultraespecializadas e repetitivas, diferenciando o trabalho intelectual do trabalho manual e exercendo um controle sobre o tempo gasto em cada tarefa para que, num esforo de racionalizao, a tarefa fosse executada num prazo mnimo. Portanto, o trabalhador que produzisse mais em menos tempo receberia prmios como incentivos. Fonte Wikipdia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorismo.

  • funo era bem definida. O reprter era reprter, o editor era editor, o fotgrafo era

    fotgrafo, funes claras, definidas e delimitadas por tarefas, que se juntavam nas

    pginas dos jornais dirios. Para Maria Jos Baldessar, essa nova realidade transforma o

    jornalista em um trabalhador diferente. Esse jornalista polivalente, capaz de apurar,

    redigir, revisar e diagramar [...]. (BALDESSAR, 2008, p. 6). J Marcondes Filho

    (2002) argumenta que a adoo de computadores, a utilizao de sistemas em rede, o

    acesso on-line internet, a fuso e mixagem de produtos na tela conduziram as

    empresas jornalsticas a uma reformulao completa de seu sistema de trabalho,

    adaptando em seu interior a alta velocidade de circulao de informaes, exigindo que

    o homem passasse a trabalhar na velocidade do sistema causando uma precarizao da

    profisso.

    Jornalismo tornou-se um disciplinamento tcnico, antes que uma habilidade investigativa ou lingstica. Bom jornalista passou a ser mais aquele que consegue, em tempo hbil, dar conta das exigncias de produo de notcias do que aquele que mais sabe ou que melhor escreve. Ele deve ser uma pea que funciona bem, universal, seja, acoplvel a qualquer altura do sistema de produo de informaes (MARCONDES FILHO, 2002, p. 36).

    Em oposio a todos os benefcios trazidos para as redaes por meio dos

    computadores, Baldessar tambm cita alguns prejuzos causados por essas mquinas.

    O computador acaba com o matraquear das mquinas de escrever, trazendo silncio e

    limpeza. Em contraposio ao silncio e ao conforto do ar-condicionado, o novo

    instrumento acentua a ocorrncia de doenas do trabalho, especialmente as conhecidas

    leses por esforo repetitivo. (BALDESSAR, 2008, p. 12).

    Ainda segundo a autora, as mudanas nas redaes foram percebidas pelos

    jornalistas de diversas formas. Alm das mudanas no ambiente e na estrutura fsica, foi

    estabelecida uma nova relao com o texto, em termos de mobilidade e rapidez, devido

    s possibilidades de processamento e arquivamento proporcionadas pelo computador.

    Com isso, tambm cresceu a produtividade dos jornalistas e o controle sobre o tempo de

    produo, que pode ser percebido por meio do horrio de fechamento dos jornais, o

    deadline. A tecnologia possibilita que o jornal chegue mais cedo banca

    (BALDESSAR, 2008, p. 3).

    Os computadores fizeram com que os jornalistas tivessem que aprender noes bsicas de qualquer nova forma, de codificar seus pensamentos. Todos os equipamentos e o repertrio de valores e smbolos que permeavam as relaes sociais como estrutura significativa de seu grupo e de onde os indivduos retiravam padres de pensamento e ao de repente pareceram

  • desabar. (LINS DA SILVA, 2005, p. 84). Consideraes finais

    As novas formas de produo jornalstica provenientes das estruturas

    tecnolgicas constituem-se como parte do contexto social e cultural de cada poca e

    contribuem para a manuteno do jornalismo como instituio social secular. Diante de

    tal cenrio evolutivo de transformaes e da emergncia de novos hbitos e padres de

    produo no jornalismo se faz necessrio compreender que a instituio jornalstica est

    intimamente ligada ao ambiente histrico e social a que pertence e s suas invenes

    tcnicas. Os modelos explicativos para a formao do jornalista, enquanto profissional,

    devem, portanto, compreender tantos os conflitos e a dinamicidade prprios destes

    processos externos a profisso, quanto os movimentos internos que ocorrem dentro da

    instituio jornalstica tais como: princpios organizativos, regras, metas, conflitos,

    presses, imposies e disputas.

    A nova gama de ferramentas proporcionou ao profissional de jornalismo acesso

    a um grande volume de informaes sem que, muitas vezes, fosse necessrio qualquer

    deslocamento fsico. Fator este que contribuiu para que a informao jornalstica, bem

    apurada, passasse a circular com mais rapidamente e qualidade. Por outro lado,

    possvel verificar que, neste contexto, a busca exagerada pela rapidez de publicao e a

    comodidade proporcionada pelas novas tecnologias, podem levar os jornalistas ao erro e

    m apurao, fazendo-se imprescindvel que mesmo com as mudanas ocorridas ao

    longo dos sculos na prtica jornalstica, os conceitos e critrios fundamentais para a

    construo do discurso jornalstico no mudassem. Ainda sempre ser preciso checar

    as informaes obtidas, sejam elas de qualquer meio; ouvir os dois lados da questo e

    tentar sempre ser imparcial, e fiel aos conceitos ticos e deotolgicos da profisso. A

    necessidade de se divulgar contedos com rapidez no podem servir para justificar a

    falta de qualidade na apurao das informaes veiculadas. As tcnicas mudam, mas os

    procedimentos para a realizao de um bom jornalismo devem permanecer sempre.

    Bibliografia

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