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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Educação Física Ana Carolina da Silva Talita Marinho Martins INFLUÊNCIA DO ALONGAMENTO NA FLEXIBILIDADE E ESTATURA DE CRIANÇAS ENTRE 6 E 11 ANOS LINS SP 2010

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física

Ana Carolina da Silva

Talita Marinho Martins

INFLUÊNCIA DO ALONGAMENTO NA FLEXIBILIDADE

E ESTATURA DE CRIANÇAS ENTRE 6 E 11 ANOS

LINS – SP

2010

ANA CAROLINA DA SILVA

TALITA MARINHO MARTINS

INFLUÊNCIA DO ALONGAMENTO NA FLEXIBILIDADE E ESTATURA DE

CRIANÇAS ENTRE 6 E 11 ANOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,curso de Educação Física, sob a Orientação da Profª Esp. Giseli Barros da Silva e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima.

LINS – SP

2010

Silva, Ana Carolina; Martins, Talita Marinho

Influência do alongamento na flexibilidade e estatura de crianças entre 6 e 11 anos / Ana Carolina da Silva ;Talita Marinho Martins. – – Lins, 2010.

60p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física, 2010.

Orientadores: Giseli de Barros Silva; Ana Beatriz Lima

1. Flexibilidade. 2. Estatura. 3. Crianças. I Título.

CDU 796

S578e

ANA CAROLINA DA SILVA

TALITA MARINHO MARTINS

INFLUÊNCIA DO ALONGAMENTO NA FLEXIBILIDADE E ESTATURA DE

CRIANÇAS ENTRE 6 E 11 ANOS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para

obtenção do titulo de Bacharel em Educação Física.

Aprovada em: ___/___/2010

Banca examinadora:

Prof(a) Orientador(a): Giseli de Barros Silva

Titulação: Especialista em Fisiologia do Exercício

Assinatura:__________________________

1o Prof(a) _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: __________________________

2o Prof(a) _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: __________________________

DEDICATÓRIA

Ao Papai (meu Deus)

Meu grande amigo e protetor, que concedeu muitas e muitas bênçãos em

minha vida. Me ilumina e me protege nos momentos mais difíceis, e me dá forças

para seguir em frente. Obrigada.

Carol

Minha Mãe Rita

Que me deu uma base essencial para seguir meus estudos. Nos momentos

de dificuldade, fez o possível e impossível para que eu não parasse com meus

estudos. Mãe não há palavras que descreva o meu amor por você, e meu

agradecimento por ser meu porto seguro sempre. Te Amo Muito Mamãe.

Carol A minha irmã Dani

Muito além de irmã, minha amiga e conselheira. Me ouviu, me deu conselhos,

broncas e me apoia sempre em todas as decisões. Meu amor por você é além e

apenas digo: EI IRMÃ, EU TE AMO!

Carol

A minha família e amigos

Que sempre acreditaram em mim, na minha força e dedicação. Obrigada.

Carol A minha companheira de monografia Talita

Que durante esses quatro anos (sem contar o 1º, 2º e 3º colegial), foi minha

parceira em todos os trabalhos e principalmente na amizade, sempre me

acompanhando, rindo juntas em nossas palhaçadas e encontrando forças para

seguir em frente até a conclusão deste sonho. Que nossa amizade dure para

sempre e seu futuro seja de muito sucesso. Obrigada.

Carol

A minha grande amiga Camila

Que nessa etapa final se tornou essencial para mim, me apoiou e me

aconselhou diversas vezes, obrigada por tudo amiga. Te Amo!

Carol Aos meus Pais

Por terem me dado a base da educação, para que assim eu pudesse seguir

sempre em frente de cabeça erguida atrás dos meus ideais. Pois assim foi, vocês

me apoiaram desde o início, aos meus 10 anos, quando eu já falava em ser

Professora de Educação Física. Sem vocês eu não teria chegado até aqui. Obrigada

por acreditarem em mim, e irem comigo até o fim. Dedico a vocês o mérito dessa tão

esperada conquista. Amo vocês!

Talita

Gabriel

Obrigada por mesmo longe, sempre me dar conselhos de continuar, e nunca

desistir. Obrigada por ter colocado meu nome em suas orações para que tudo desse

certo, você foi essencial para essa conquista. Muito obrigada por ser meu amigo,

meu IRMÃO. Te amo!

Talita Amauri

A você meu amor, que com muito carinho, amor e compreensão, me guiou

até o fim deste trabalho. Obrigada pela compreensão e paciência nos momentos de

minha ausência. Sem você essa conquista não seria a mesma. Você me faz feliz. Te

Amo Muito!!

Talita Vó Maria Helena

A você minha querida avó, por desde pequena me incentivar a ir atrás do que

eu queria. Você vó, é minha inspiração, uma mulher guerreira. Obrigada por mesmo

longe, dar-me o apoio necessário para que eu sempre crescesse. Eu te amo muito!

Talita

Parceira de monografia, Carol

Obrigada por estar sempre ao meu lado nesta jornada. Você esteve presente

nos momentos de mais pura palhaçada, conversas, risadas e muitas alegrias, e isso

foi essencial para mim. Que este seja o primeiro de muitas conquistas para você, te

desejo muito sucesso. Te adoro.

Talita Naty

Obrigada por me apoiar, me ouvir e me aguentar. Nos momentos em que eu

mais precisei você estava presente. Desejo-te muito sucesso. Obrigada por tudo,

Primaaaa.

Talita Aos amigos

Que direta ou indiretamente colaboraram para a conclusão dessa pesquisa.

Serei eternamente grata. Obrigada.

Talita

AGRADECIMENTOS

À Deus

Nosso criador e responsável por toda benção e felicidade que envolve nossas

vidas. Obrigada Senhor por nos orientar, proteger e dar forças nessa fase tão

importante que concluímos.

Carol e Talita

Ás nossas Famílias

Que nos deram total apoio e incentivo para não desistirmos diante das

dificuldades, acreditando no nosso esforço e competência.

Carol e Talita

A Professora e amiga Giseli

Que nos orientou com sua competência, e teve muita paciência com nossas

procuras e desesperos. Obrigada Gi por acima de tudo nos oferecer sua amizade e

ser inteiramente profissional, sabemos que podemos sempre contar contigo.

Obrigada.

Carol e Talita

Ao Professor e amigo Hilinho

Por ser compreensivo e nos auxiliar em alguns momentos de dúvida,

somando para nossa formação profissional e conclusão deste trabalho. A você

nosso muito obrigado pela paciência e amizade que nos ofereceu por todo esse

tempo. Valeu.

Carol e Talita

À equipe CMEI Alto das Brisas e responsável Francisca

Por contribuir para a realização deste tão esperado sonho. O espaço,

professores, responsáveis e as crianças fizeram tudo dar certo. Obrigada.

Carol e Talita

RESUMO

Sabendo que a flexibilidade é uma variável importante para a aptidão física e o desenvolvimento motor, e que com o passar dos anos ela pode ir piorando, se não trabalhada devidamente, o presente estudo teve por objetivo analisar a influência do alongamento na flexibilidade e estatura de crianças fisicamente ativas, com média de idade 8,02 ± 1,26. Para isso foram selecionadas 44 crianças, as quais foram divididas em dois grupos, sendo um grupo ativo, praticando sessões de alongamento, e um grupo controle (não praticante). Foi aplicado o teste de sentar e alcançar proposto por Achour Junior (1996) para avaliar o nível de flexibilidade, e utilizado o estadiômetro para avaliar a estatura das crianças. A pesquisa foi realizada durante 8 semanas, no período da tarde, duas vezes por semana. Para análise dos resultados, foi utilizada a análise estatística Anova TWO WAY, seguida do teste de Post Hock de Tuckey, com nível de significância de p≤0,05, e os resultados foram dados em média e desvio padrão. Com os resultados podemos observar que as sessões de alongamento mostraram que houve sim uma diferença significativa nos testes de flexibilidade, feitos entre as crianças do grupo ativo para o das crianças do grupo controle. Portanto a criança que pratica sessões regulares de alongamento apresenta desenvolvimento e manutenção importante da flexibilidade. A partir dos dados que obtivemos, pudemos concluir que a diferença que encontramos de um grupo para o outro parece estar ligada diretamente ao exercício proposto, lembrando que a genética e o sexo, por exemplo, também influenciam bastante nessa variável. Por isso constata-se que as crianças que praticam as sessões de alongamento devem sim continuar praticando tal atividade, para que cada vez mais obtenham melhoras, e as que não praticam devem começar a praticar, pois além da melhora na aptidão física, há melhora da saúde, pois, no futuro necessitarão muito dessa flexibilidade. Palavras Chave: Flexibilidade. Estatura. Crianças.

ABSTRACT

Knowing that flexibility is an important variable for physical fitness and motor development, and that over the years it can go worse if not worked properly, this study aimed to examine the influence of stretching on flexibility and stunting physically active, with mean age 8.02 ± 1.26. For that 44 children were selected, which were divided into two groups, one active group, doing stretching sessions, and a control group (non-practicing). We applied the sit and reach test proposed by Achour Junior (1996) to assess the level of flexibility, and used to evaluate the stadiometer height of the children. The survey was conducted for 8 weeks, in the afternoon twice a week. For data analysis, was used for statistical analysis two-way ANOVA followed by the test of Tukey Post Hock, with a significance level of p ≤ 0.05, and the results were given as mean and standard deviation. With the results we can observe that the stretching sessions showed that there was a rather significant difference in the flexibility tests, carried out among children in the active group for the children in the control group. So the child who does regular stretching sessions presents important development and maintenance of flexibility. From the data we obtained, we concluded that the difference we found a group to the other appears to be linked directly to the proposed exercise, noting that genetics and gender, for example, also greatly influence this variable. So it appears that children who practice stretching sessions but should continue practicing this activity, that increasingly get better, and those who do not should start practicing, because besides the improvement in physical fitness, there is improved health, because in the future will require a lot of flexibility. Keywords: Flexibility. Stature. Children.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características dos sujeitos na situação pré e pós, o grupo

controle feminino (GTF) e grupo controle masculino

(GTM).................................................................................................................

34

Tabela 2 - Características dos sujeitos na situação pré e pós, o grupo

treinado feminino (GTF) e grupo treinado masculino (GTM).............................

35

Tabela 3 – Comparação das variáveis de flexibilidade e estatura na situação

pré e pós do grupo controle (GC), e do grupo treinado (GT), de ambos os

gêneros..............................................................................................................

35

Tabela 4 – Comparação das variáveis de flexibilidade e estatura do grupo

controle feminino (GCF), grupo controle masculino (GCM), grupo treinado

feminino (GTF) e grupo treinado masculino (GTM)...........................................

36

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Avaliação da flexibilidade................................................................. 52

Figura 2 – Avaliação da estatura....................................................................... 53

Figura 3 – Sessão de alongamento................................................................... 54

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CMEI: Centro Municipal de Educação Integrada

GC: Grupo controle

GCF: Grupo controle feminino

GCM: Grupo controle masculino

GT: Grupo treinado

GTF: Grupo treinado feminino

GTM: Grupo treinado masculino

FLEX.: Flexibilidade

FNP: Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15

1. CONCEITOS PRELIMINARES .............................................................. 16

1.1 Flexibilidade ........................................................................................... 17

1.1.1 Fatores que influenciam na flexibilidade ................................................ 17

1.1.2 Fatores endógenos ................................................................................ 18

1.1.3 Fatores exógenos ................................................................................... 19

1.1.4 Importância da flexibilidade .................................................................... 19

1.1.5 Tipos de flexibilidade .............................................................................. 20

1.1.6 Métodos para o desenvolvimento da flexibilidade .................................. 20

1.1.6.1 Alongamento Estático ............................................................................ 21

1.1.6.2 Alongamento passivo ............................................................................. 21

1.1.6.3 Alongamento Dinâmico .......................................................................... 21

1.1.6.4 Alongamento Balístico ............................................................................ 22

1.2 Alongamento .......................................................................................... 22

1.2.1 Formas de execução do alongamento ................................................... 23

1.2.1.1 Passivo ................................................................................................... 23

1.2.1.2 Ativo ....................................................................................................... 23

1.2.1.3 Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) ................................... 24

1.3 Estatura .................................................................................................. 24

1.4 Crescimento ósseo ................................................................................. 25

1.4.1 Crescimento em comprimento ................................................................ 25

1.4.2 Crescimento em espessura .................................................................... 26

1.4.3 Influências no crescimento ..................................................................... 27

1.4.3.1 Carga Genética ...................................................................................... 27

1.4.3.2 Aspectos nutricionais ............................................................................. 27

1.4.3.3 Hormônios do crescimento ..................................................................... 27

1.4.3.4 Fatores Comportamentais ...................................................................... 28

1.4.3.5 Hábitos Ruins ......................................................................................... 28

1.4.4 Fases do Crescimento ........................................................................... 28

1.4.4.1 Primeira Infância: ................................................................................... 28

1.4.4.2 Segunda Infância: .................................................................................. 29

1.4.4.3 Terceira Infância: .................................................................................... 29

1.4.4.4 Puberdade .............................................................................................. 29

1.5 Antropometria ......................................................................................... 30

1.5.1 Balança .................................................................................................. 30

1.5.2 Estadiômetro .......................................................................................... 31

2. CASUÍSTICA E MÉTODOS ................................................................... 31

2.1 Condições ambientais ............................................................................ 31

2.2 Sujeitos .................................................................................................. 32

2.3 Materiais ................................................................................................. 32

2.4 Teste ...................................................................................................... 32

2.4.1 Protocolo 1 – Teste de Flexibilidade ...................................................... 32

2.4.2 Protocolo 2 – Antropometria ................................................................... 33

2.4.2.1 Estatura .................................................................................................. 33

2.4.2.2 Peso ....................................................................................................... 34

2.4.3 Protocolo 3 – Treinamento ..................................................................... 34

2.5 Procedimentos ....................................................................................... 34

2.6 Análise estatística .................................................................................. 35

2.7 Resultados ............................................................................................. 35

2.8 Discussão ............................................................................................... 37

2.9 Conclusão .............................................................................................. 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

APÊNDICES ............................................................................................................. 48

ANEXOS ............................................................................................................... 52

GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 56

15

INTRODUÇÃO

A flexibilidade é um elemento essencial para a funcionalidade do

aparelho locomotor humano, à medida que se considera como uma das variáveis da

aptidão física relacionada à saúde e qualidade de vida, sendo essa a responsável

pela realização de movimentos voluntários em uma ou mais articulações, na sua

amplitude máxima, sem exposição a lesões do sistema músculo-esquelético (ALTER

, 1999).

Segundo Dantas (2005), entre a idade e o desenvolvimento da flexibilidade,

durante o transcurso da vida, ocorrem trocas significativas na magnitude da

superfície articular, a elasticidade dos músculos e os segmentos dos discos

vertebrais, que condicionam as trocas no que se refere ao desenvolvimento da

flexibilidade. Em bases gerais, o gênero feminino é mais flexível do que o gênero

masculino em todas as idades, talvez pelas atividades que exigem maior uso de

flexibilidade das meninas e pelas atividades de força predominante nos meninos. É

provável que os hábitos das sociedades contemporâneas exijam das meninas

flexibilidade e dos meninos força. (ACHOUR, 1996)

Voigt (2002) comenta que, com a modernidade, as pessoas estão tendo uma

gama muito grande de informações, principalmente sobre atividade física, existindo

vários objetivos diferentes como: desejo de ter um corpo perfeito, ganhar uma

competição, saúde, qualidade de vida etc. qualquer que seja o objetivo, a

flexibilidade é de grande valia, sendo assim extremamente importante sua prática,

que cada vez mais vem crescendo.

A flexibilidade é a “Qualidade física responsável pela execução

voluntaria de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou

conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar

lesões”. (DANTAS, 2005)

Segundo Weineck (1999), durante a fase crucial da puberdade, o aumento da

estatura anual eleva-se de 8 a 10 cm. Ao mesmo tempo, as modificações hormonais

(sobretudo sob a influência dos hormônios de crescimento e sexual) acarretam uma

16

diminuição da capacidade de resistência mecânica do aparelho motor passivo. O

enorme crescimento em altura, por um lado, e por outro lado, a suscetibilidade

mecânica diminuída nas cargas do aparelho motor passivo têm diversas

conseqüências: primeiramente, pode-se constatar nessa fase uma deterioração da

flexibilidade cuja causa encontra-se de modo verossímil no fato de que o

estiramento dos músculos e ligamentos responde tardiamente ao crescimento

acelerado em estatura. Um trabalho sistemático de flexionamento é, portanto,

obrigatório. Além disso, a menor capacidade mecânica de carga exige uma escolha

cuidadosa dos meios, da intensidade da amplitude do exercício no treinamento da

flexibilidade.

Diante disso o trabalho tem como objetivo geral avaliar a influência das

sessões de alongamento, na estatura e flexibilidade de crianças entre 6 e 11 anos,

através do teste de flexibilidade (sentar e alcançar) e estatura.

E tem como objetivo específico comparar o nível de estatura e flexibilidade

antes e depois de 8 semanas, com 2 sessões de alongamento por semana,

aplicados em crianças.

A pesquisa, realizada no CMEI Alto das Brisas, localizado na rua Belmiro

Lopes, 245, bairro Alto das Brisas na cidade de Penápolis, foi aplicada em indivíduos

com idade entre 6 e 11 anos. Foi feita de início uma avaliação no período da manhã

para o grupo controle e no período da tarde para o grupo ativo, realizando-se

sessões de alongamento no período da tarde, duas vezes semanais. Este estudo foi

norteado pelo seguinte problema: O alongamento pode surtir efeitos positivos na

variável de flexibilidade e estatura em crianças de 6 a 11 anos? Em resposta a esse

questionamento pode-se levantar a seguinte suposição: Seguindo uma visão ampla

de que a flexibilidade é importante para a saúde do corpo humano e para

contribuição em suas tarefas diárias, têm-se desenvolvido muitos estudos com

relação a esta variável. Barbanti, 1996 afirma que o treinamento de flexibilidade

deve ser constante, pois um período de inatividade fará com que a capacidade de

alongamento volte aos valores iniciais. Acredita – se que as sessões de

alongamento têm influência direta na flexibilidade, o que poderá proporcionar

melhora diante do programa. Ainda não se pode definir qual o papel das sessões de

alongamentos na variável estatura.

1. CONCEITOS PRELIMINARES

17

1.1 Flexibilidade

A flexibilidade é de crucial importância para diversos desportos, bem como

para o condicionamento de sedentários. (DANTAS, 2005)

Segundo Dantas (2005) a flexibilidade é a qualidade física responsável pela

execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma

articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco

de provocar lesão.

Cada articulação apresenta amplitudes articulares e movimentos específicos

que são influenciados pela forma de conexão dos ossos nas articulações, e nos

tecidos que a circulam, bem como pela forma com que o movimento será realizado.

(BROOKS, 2001)

A flexibilidade é desenvolvida através do alongamento, que se apresenta

através de exercícios físicos com o objetivo de manter ou melhorar essa

flexibilidade, dependendo de aspectos como intensidade e duração. (Fonte)

Entre a idade e o desenvolvimento da flexibilidade, durante o transcurso da

vida, ocorrem trocas significativas na magnitude da superfície articular, a

elasticidade dos músculos e os segmentos dos discos vertebrais, que condicionam

as trocas a nível de desenvolvimento da flexibilidade. (DANTAS, 2005)

Para o mesmo autor a criança possui muito maior capacidade de adquirir e

manter altos graus de flexibilidade do que o adulto. Além disso, a aquisição da

flexibilidade, pela exploração dos arcos extremos de mobilidade, possibilita maior

noção dos limites do corpo, facilitando alcançar a consciência corporal. E que mais

benéfica se torna quando mais precocemente ela for obtida.

1.1.1 Fatores que influenciam na flexibilidade

Para Dantas (2005), a flexibilidade relaciona-se, principalmente, à

maleabilidade da pele e à elasticidade muscular, que são poderosamente

influenciadas por alguns fatores, tais como:

18

1.1.2 Fatores endógenos (DANTAS, 2005)

a) Idade: Quanto mais velha a pessoa, menor sua flexibilidade, pois com o

passar do tempo, essa possibilidade de adquirir flexibilidade diminui.

Sendo assim, quanto mais cedo iniciar-se o treinamento da flexibilidade,

maiores serão as possibilidades de se atingir grandes arcos de mobilidade

articular.

b) Sexo: A mulher é, em geral, mais flexível do que o homem. A partir do

início do surto pubertário, ao mesmo tempo em que aumenta a força dos

meninos, vai diminuindo sua flexibilidade, conferindo progressivamente

uma diferença mais acentuada nesta qualidade física em favor do sexo

feminino. Assim as meninas são levemente privilegiadas nesse campo, em

todas as fases do desenvolvimento. Isso se dá pelas diferenças

hormonais, e a capacidade de estiramento da mulher é maior pela menor

densidade dos tecidos.

c) Individualidade biológica: Pessoas do mesmo sexo e idade podem possuir

graus de flexibilidade totalmente diversos entre si, mesmo mantidas

estáveis todas as demais variáveis. O grau da flexibilidade depende de

vários fatores, como estrutura óssea, tecido, elasticidade dos músculos, e

qualquer variação que ocorrer nessas variáveis podem provocar

modificações na amplitude máxima possível do movimento.

d) Estado de condicionamento físico: a elasticidade do tecido muscular e do

tecido conjuntivo é reduzida pela inatividade, que pode reduzir

indiretamente a flexibilidade, por possibilitar o acúmulo de gordura que

reduz os arcos de amplitude do movimento. Portanto uma pessoa bem

condicionada fisicamente tem mantida sua flexibilidade.

e) Tonicidade muscular: O tono muscular é o grau de firmeza dos tecidos

musculares, podendo sofrer alterações. Seu aumento poderá prejudicar a

flexibilidade, se o grau de contração muscular basal não for trabalhado em

conjunto.

19

1.1.3 Fatores exógenos (DANTAS, 2005)

a) Hora do dia: Ao acordar, todos os componentes plásticos do corpo estão

em sua forma original devido às horas em que o organismo esteve

deitado, não sendo submetido à ação da gravidade no sentido longitudinal,

mas sim no sentido transversal.

b) Temperatura Ambiente: O frio reduz a elasticidade muscular com óbvios

reflexos sobre a flexibilidade. Inversamente, a temperatura ambiente alta

acarreta elevação da temperatura corporal, consequente relaxamento da

musculatura e aumento da flexibilidade.

c) Exercício: A flexibilidade é poderosamente influenciada pelos exercícios,

que tanto provocam seu aumento quanto sua redução. Exercícios leves

visando aquecimento provocam aumento da flexibilidade; e exercícios

intensos causando fadiga provocam diminuição da flexibilidade.

1.1.4 Importância da flexibilidade

Por seu papel preponderante na capacidade motora do homem, a flexibilidade

influencia decisivamente diversos aspectos da motricidade humana, podendo-se

ressaltar o aperfeiçoamento motor que é adquirido com a flexibilidade a boa

execução dos movimentos. A flexibilidade é indispensável até para sedentários

realizarem atividades cotidianas. Há também a eficiência mecânica: através da

flexibilidade pode-se ultrapassar o arco articular normal e chegar ao limite da

distensibilidade dos músculos, ligamentos e tecidos conjuntivos envolvidos. A

pessoa se vê forçada a realizar um esforço extra, além do normalmente exigido para

a execução do movimento, a fim de fazer a crescente resistência das citadas

estruturas, para evitar um aumento do consumo de energia. Já a profilaxia de lesões

refere-se à diminuição do risco de lesões. Pessoas envolvidas com atividades físicas

afirmar que o aumento da flexibilidade reduz o risco de lesões músculo-articulares,

mas isso ainda não foi confirmado experimentalmente. (DANTAS, 2005)

20

Para Sharkey apud Dantas (2005, p. 79), as lesões ocorrem quando um

membro é forçado além de sua angulação de utilização normal. Assim, um aumento

da flexibilidade reduzirá esse risco.

1.1.5 Tipos de flexibilidade

Segundo Weineck (2003), a flexibilidade pode ser diferenciada em

Flexibilidade geral e específica, ativa e passiva, e ainda em flexibilidade estática.

Flexibilidade geral trata-se de flexibilidade em grande extensão dos principais

sistemas articulares, como ombro, quadris e coluna vertebral. A extensão de

execução dessa “flexibilidade” é um parâmetro relativo, pois depende do nível de

desempenho do esportista, sendo ele esportista de horas vagas ou esportista

profissional. Já a específica refere-se a determinadas articulações, geralmente para

atletas que desenvolvem a flexibilidade especifica nas articulações que mais usam.

Flexibilidade ativa é a maior amplitude de movimento conseguida em uma

articulação pela contração dos agonistas e o relaxamento dos antagonistas. Já a

flexibilidade passiva é a maior amplitude de movimento conseguida em uma

articulação com auxílio de forças externas, de um parceiro ou de aparelhos, por

exemplo; isso devido à capacidade de extensão e de relaxamento dos antagonistas.

E por fim, flexibilidade estática é a manutenção de um estado de alongamento por

um determinado período de tempo. Esse tipo de flexibilidade tem um importante

papel em alongamentos.

1.1.6 Métodos para o desenvolvimento da flexibilidade

Segundo Achour (2006), para desenvolver a flexibilidade e conquistar ótimas

amplitudes de movimento existem vários métodos. Para isso é preciso analisar

vários aspectos que atendam aos objetivos do praticante, e não escolher somente o

método mais rápido para desenvolver essa variável. Tendo como análise as

condições de adaptação a um dos métodos, facilidade em realizar o alongamento e

21

a sua idade, só depois disso é que se faz a escolha do método e do programa de

flexibilidade. O alongamento é assim classificado:

1.1.6.1 Alongamento Estático

Determinado pelo alcance de uma amplitude de movimento do grupo

musculoarticular. Atinge-se essa amplitude lentamente, mantendo a postura com

tensão muscular. (ACHOUR, 2006)

1.1.6.2 Alongamento passivo

É feito com a ajuda de forças externas (aparelhos, companheiros), estando o

praticante numa posição passiva, isto é, com descontração muscular e uma boa

posição do sistema musculoarticular. Caso a pessoa contraia a musculatura durante

os exercícios de alongamento pelo método passivo, o alcance do movimento será

menor, exceto se o treinador imprimir mais força para vencer a resistência muscular.

Mas, se isso ocorrer, estará exercendo uma contração excêntrica, com aumento

considerável do risco de lesões. Os exercícios de alongamento devem ser

conduzidos com leveza e suavidade. Aconselha-se, na fase final do exercício de

alongamento, que se mantenha a posição por determinado tempo, depois retorne

lentamente à posição inicial, ou ainda faça balanceios durante o retorno. Para ter um

bom desenvolvimento da flexibilidade, o alongamento deve se manter por um tempo

de aproximadamente trinta segundos ou mais, para que se forneça um bom

relaxamento muscular até aumentar um pouco a amplitude do movimento.

(ACHOUR, 2006)

1.1.6.3 Alongamento Dinâmico

22

O alongamento dinâmico relacionado à saúde pode ser mais apreciado e

proporcionar menor risco de lesões, por ser determinado pelo maior alcance do

movimento voluntário, utilizando-se a força dos músculos agonistas e o relaxamento

dos músculos antagonistas, mas isso se feito com suavidade na amplitude final do

movimento. (ACHOUR, 2006)

1.1.6.4 Alongamento Balístico

O alongamento balístico é um movimento composto. A primeira fase constitui

um movimento de força contínua em que se usa um movimento acelerado pela

contração concêntrica dos agonistas, sem o impedimento de contração de

antagonistas. A segunda fase é um movimento em que não há contração muscular.

Na amplitude final do movimento deve haver uma desaceleração, deixando a

resistência por conta dos ligamentos e músculos alongados, fornecendo resposta

elástica. Sempre lembrando em não ultrapassar o limite do tecido, pois pode haver

micro lesões que não são ideais para essa finalidade, portanto é recomendado

aquecer antes de realizar o alongamento balístico. (ACHOUR, 2006)

1.2 Alongamento

O alongamento é um exercício voltado para o aumento da flexibilidade

muscular, que promove o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas

aumentem o seu comprimento. O principal efeito do alongamento é o aumento da

flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada

articulação. Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da

articulação comandada por ele e, portanto, maior a sua flexibilidade. É possível esse

resultado por um aumento da temperatura da musculatura e por produzir pequenas

distensões na camada de tecido conjuntivo que revestem os músculos. Os

músculos, que são responsáveis pelos movimentos do corpo, possuem, entre outras

23

características importantes, a elasticidade, que lhes permite voltar ao tamanho

normal depois de alongados. Entretanto, devido à vida sedentária, posturas

inadequadas, estresse diário e a não realização de alongamentos, o ser humano

pode ter estruturas do corpo comprometidas pelo desalinhamento ou sobrecarga

que sofrem. Com os músculos tensos ou encurtados, não haverá amplitude normal

de movimentos, nem uma boa circulação sanguínea, o que pode causar

desconfortos e até dores. Entre os benefícios que o alongamento proporciona é

possível citar a redução das tensões musculares, melhora da postura, ativação da

circulação e redução das tensões articulares provocadas por músculos muito

encurtados, que na maioria das vezes são responsáveis por problemas articulares.

(Alongamentos.com, 2010)

1.2.1 Formas de execução do alongamento

1.2.1.1 Passivo

Sem presença de contração voluntária dos agonistas, é

realizado pelo profissional ou por outro segmento corporal do próprio cliente. O

alongamento passivo é aquele no qual a força não é produzida pela tensão dos

músculos antagonistas, mas sim por outras forças, como a gravitacional ou a

aplicada por outro segmento corporal ou outra pessoa. Esta técnica é utilizada com

maior frequência em reabilitação e é indicada porque muitas vezes o agonista não

tem força suficiente para mover a articulação até seu limite. O uso do alongamento

passivo tem contra-indicações: se for muito vigoroso, pode iniciar o reflexo miotático

inverso, podendo causar lesão por estiramento; se realizado muito rápido, pode

iniciar o reflexo de estiramento ou miotático. (FERNANDES et. al., 2002)

1.2.1.2 Ativo

24

É o tipo de alongamento realizado por contração voluntária dos músculos, e

pode ser dividido em:

Ativo-Passivo – realiza-se o movimento até a amplitude possível, logo após o

profissional assume a responsabilidade completando o alongamento.

Ativo-assistido – é realizado o movimento além da amplitude possível e então

o profissional completa o alongamento. (FERNANDES et. al., 2002)

1.2.1.3 Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP)

Inclui sequências combinadas de alongamento passivo e contração

isométrica, usando relaxamento e contração do músculo que está sendo alongado, e

é um método baseado nos reflexos neuromusculares.

Quando há realização da contração isométrica, há uma alteração da resposta

do fuso muscular ao alongamento passivo e uma ativação dos Órgãos Tendinosos

de Golgi para desencadear o reflexo miotático inverso. Nesse momento ocorre o

relaxamento do músculo agonista, oferecendo menor resistência ao estiramento e

proporcionando a acentuação da amplitude de movimento. (FERNANDES et. al.,

2002)

1.3 Estatura

A estatura é a medida da altura de um ser humano. Porém diversos fatores

como a alimentação, doenças, problemas como obesidade, exercícios físicos,

poluição, padrões de sono, clima e até mesmo o estado emocional do indivíduo

podem afetar o crescimento. Logo a altura é determinada por uma combinação de

genética e fatores externos. A passagem da infância para a adolescência é um

período crítico em que fatores externos, principalmente a alimentação e exercícios

físicos, têm grande efeito sobre o crescimento. (WIKIPÉDIA, 2010)

25

1.4 Crescimento ósseo

É por demais conhecido que o ser humano não é algo biologicamente estático

na medida em que, desde o momento da concepção até a morte, ocorre uma série

de transformações quantitativas e qualitativas, quer no sentido evolutivo quer no

involutivo. É sabido também que essas transformações se verificam em ritmos e

intensidades diferenciados, conforme a etapa da vida em que o ser humano se

encontra. Por definição, crescimento corresponde às alterações físicas nas

dimensões do corpo como um todo, ou de partes específicas, em relação ao fator

tempo. A melhor estratégia para o estudo do desenvolvimento humano é a

abordagem longitudinal, na qual medidas individuais dos sujeitos são realizadas

repetidamente em épocas específicas sob intervalos predeterminados. (GUEDES e

GUEDES,2002)

De acordo com Guedes e Guedes (2002), o acompanhamento do processo

de crescimento dos ossos longos, tanto no sentido longitudinal como em sua

espessura, é frequentemente utilizado na avaliação da maturação esquelética. Ao se

admitir que o crescimento linear total resulta quase totalmente do crescimento

longitudinal do tecido ósseo, na ausência de uma medida direta de maturação, a

variável estatura, dentro de algumas limitações operacionais, poderá refletir índice

maturacional de crianças e adolescentes.

1.4.1 Crescimento em comprimento

O crescimento ósseo longitudinal ocorre na placa epifisária ou cartilagem

epifisial. A placa epifisária é a camada de cartilagem hialina situada na metáfise de

um osso em crescimento. Entre os 18 e 25 anos,as placas epifisária se fecham, isto

é, as células da cartilagem epifisial param de se dividir e são substituídas por osso.

(DANTAS, 2005)

“A cartilagem epifisial é sensível aos efeitos de certos hormônios,

especialmente ao hormônio do crescimento e aos hormônios sexuais. O hormônio

do crescimento estimula o crescimento na cartilagem epifisial, deixando a criança

26

mais alta. Entretanto, os hormônios sexuais – estrogênio e testosterona – causam o

selamento ou a fusão dessa cartilagem, inibindo assim o crescimento longitudinal

dos ossos. Como a cartilagem epifisial é particularmente sensível aos efeitos do

hormônio sexual feminino, o estrogênio, as meninas tendem a ser menores que os

meninos. Após a puberdade, que está associada aos níveis plasmáticos dos

hormônios sexuais, o crescimento longitudinal cessa definitivamente.” (Herlihy e

Maebius apud DANTAS, 2005 p. 25).

1.4.2 Crescimento em espessura

De acordo com Dantas (2005), os ossos também crescem em espessura e

largura durante quase toda a vida. Eles estão sendo remodelados, ou seja, alterando

o seu tamanho, forma e estatura. Essas alterações são mediadas pelas atividades

celulares dos osteoblastos e osteoclastos. Assim sendo, a mineralização e a

resistência dos ossos em crianças e adultos constituem uma função dos estresses

suportados pelo esqueleto. Já que o peso corporal proporciona o estresse mecânico

mais constante para os ossos, a densidade dos minerais ósseos em geral mantêm

paralelismo com o peso corporal, com os indivíduos mais pesados possuindo ossos

mais maciços. No entanto, o perfil de atividade física de um determinado indivíduo, a

dieta, o estilo de vida e a genética também influenciam drasticamente a densidade

óssea.

O estudo das proporções entre os diversos segmentos corporais tem sido

considerado importante atualmente por vários pesquisadores. Uma relação ideal, por

exemplo, entre o comprimento dos membros inferiores e a altura do tronco pode

determinar o sucesso em eventos atléticos, como as corridas com bandeiras. Esse

fator é importantíssimo no estudo da flexibilidade. Devem-se notar, também, as

diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito a essas proporções, como

por exemplo, a relação entre as cinturas escapular e pélvica nos dois sexos, que irão

acarretar diferentes influências cinesiológicas nos graus de flexibilidade atingidos

nessas articulações, por representantes dos dois sexos. (DANTAS, 2005)

27

1.4.3 Influências no crescimento

Segundo Czepielewski (2003), diversos fatores contribuem para nossa

estatura adulta. A partir de uma célula, resultado da fusão de um espermatozóide

com um óvulo, desenvolvemos um organismo extremamente complexo e

infinitamente maior. Para esse desenvolvimento são importantes nossa carga

genética, aspectos nutricionais, hormonais, emocionais e comportamentais.

1.4.3.1 Carga Genética

Os filhos terão sua altura muito próxima da altura do genitor correspondente

do mesmo sexo, ou seja, um filho terá uma altura próxima à de seu pai, e uma filha,

próxima à da sua mãe. (CZEPELEWSKI, 2003)

1.4.3.2 Aspectos nutricionais

Os aspectos nutricionais também são importantes para o crescimento depois

do nascimento. Se uma criança nasce com peso e altura normais, o fato de ela

receber leite materno é outro item importante para o seu crescimento saudável.

Crianças amamentadas recebem, além do leite materno, todo um conjunto de

envolvimento emocional que as torna, quando adultas, mais altas que aquelas que

receberam alimentação artificial. (CZEPELEWSKI, 2003)

1.4.3.3 Hormônios do crescimento

A partir dos 2 anos de idade, tornam-se importantes os hormônios

relacionados ao crescimento, que são o próprio hormônio de crescimento e o

28

hormônio da tireóide. Os hormônios sexuais (testosterona e estrógenos) serão

importantes na época da puberdade. Todos eles, quando deficientes, resultam em

baixa estatura e comprometem a altura final das pessoas. (CZEPELEWSKI, 2003)

1.4.3.4 Fatores Comportamentais

Para um desenvolvimento adequado é importante também uma série de

fatores emocionais e comportamentais. Crianças com boa estrutura familiar, sem

carências afetivas graves, crescem melhor. Perdas emocionais como a

desagregação familiar ou a perda definitiva de um familiar querido podem repercutir

sobre o crescimento. Oferecer um ambiente afetivo adequado é condicionante para

um bom crescimento. (CZEPELEWSKI, 2003)

1.4.3.5 Hábitos Ruins

Nos dias atuais contamos ainda com interferências de hábitos de vida muitas

vezes inadequados, que podem repercutir sobre o crescimento. Entre eles, a falta de

exercícios físicos (sedentarismo) e o sono irregular. Para um bom crescimento, além

de alimentação e "cabeça boa", é importante uma atividade física regular e um

horário mínimo de sono regular. Praticar um esporte, seguido de uma boa refeição e

de um período de descanso, é uma fórmula muito adequada de aproveitarmos bem

nosso crescimento. (CZEPELEWSKI, 2003)

1.4.4 Fases do Crescimento

1.4.4.1 Primeira Infância:

29

Essa fase se dá do nascimento até os três anos de idade, quando o trabalho

de flexibilidade deve ser o mais natural e menos forçado possível.Não se devem

impor à criança posturas ou movimentos visando a aumentar seus arcos articulares,

mas sim estimulá-la a assumir naturalmente posições que possibilitem alcançar esse

objetivo. Através de movimentos naturais, durante suas atividades cotidianas, a

criança deverá ser levada a treinar sua flexibilidade. (DANTAS, 2005)

1.4.4.2 Segunda Infância:

Nesta faixa etária, que se prolonga dos três até os seis, sete anos, já se pode

falar em treinamento específico de flexibilidade. A forma mais conveniente de

realizar o trabalho é inserir exercícios de flexionamento em pequenos jogos ou

sessões de ginástica utilitária com alto componente lúdico. (DANTAS, 2005)

1.4.4.3 Terceira Infância:

Essa fase vai dos seis, sete anos até o início da puberdade. Nessa fase é

que, por excelência, são adquiridos os níveis de flexibilidade que persistirão ao

longo da vida, e pode-se iniciar um treinamento da flexibilidade com finalidade

desportiva. (DANTAS, 2005)

1.4.4.4 Puberdade

Weineck (1999) diz que nessa fase há um ganho anual de altura de 8 a 10

cm. Devido ao grande crescimento, pode-se observar uma piora da flexibilidade,

portanto recomenda-se um treinamento imediato da flexibilidade cujas cargas,

intensidade e tipos de exercícios devem ser cuidadosamente escolhidos devido à

falta de resistência mecânica.

30

1.5 Antropometria

A antropometria é uma técnica sistematizada utilizada para medir as

dimensões corporais do homem. Tecnicamente, as medidas antropométricas devem

ser realizadas com instrumentos específicos, procedimentos rigorosamente

padronizados e, preferencialmente, determinadas dentro de erros de medidas

conhecidos. (Guedes e Guedes, 2002)

Guedes e Guedes (2002), destacam algumas vantagens na utilização das

medidas antropométricas quando da análise de suas implicações:

a) sem ser o fenômeno, podem representá-lo;

b) podem ser expressas numericamente;

c) suas principais limitações são conhecidas;

d) os dados podem ser determinados por pessoas não especializadas em

medicina.

De acordo com esse mesmo autor, inúmeras medidas antropométricas podem

ser incluídas nessa categoria, e deve-se considerar que, em relação ao tamanho

corporal, aquelas dimensões obtidas com base no eixo longitudinal do corpo são as

mais indicadas, tendo a estatura como a principal medida.

Para Guedes e Guedes (2002), outro grupo de medidas com características

biológicas são as relacionadas com perímetros. Geralmente essas medidas são

realizadas com propósitos específicos em relação ao crescimento somático.

Algumas medidas antropométricas podem se relacionar umas com as outras,

mediante a determinação de índices corporais ou pelo uso de técnicas de regressão

estatística, fornecendo informações adicionais de considerável importância quanto

ao crescimento somático. Neste particular, talvez os índices corporais mais

comumente envolvidos no estudo do crescimento somático são as que procuram

relacionar o peso corporal e estatura.

1.5.1 Balança

31

É um instrumento utilizado para mensurar a massa corporal. Apesar de a

mensuração da massa corporal total ser extremamente simples, é necessário estar

atento a alguns detalhes que podem alterar substancialmente o resultado coletado.

Dentre eles incluem-se:

a) Verificação do nivelamento do local onde está instalada a balança.

b) Aferição da calibração da balança, que poderá ser feita através de anilhas

com padrão definido, ou mesmo utilizando um recurso da própria balança

chamado tara.

c) O avaliado deverá estar vestido com o mínimo de roupa possível, de forma

a não alterar o resultado.

d) O avaliado deverá estar totalmente imóvel no cento da plataforma da

balança.

e) Um cuidado especial inclui o horário da pesagem, que deverá ser sempre

o mesmo. (MARINS; GIANNICHI, 2003)

1.5.2 Estadiômetro

Esse instrumento serve para registrar a estatura. É encontrado na maioria das

balanças, entretanto pode ser perfeitamente confeccionado através da fixação de

uma fita métrica em uma parede sem desnível. Para uma técnica correta de

mensuração da estatura, o avaliado deverá estar descalço, com os calcanhares

unidos e os braços relaxados, e ser instruído para manter-se o mais ereto possível.

A cabeça deverá posicionar-se de forma que a face esteja na vertical. (MARINS;

GIANNICHI, 2003)

2. CASUÍSTICA E MÉTODOS

2.1 Condições ambientais

32

As avaliações foram realizadas no CMEI Alto das Brisas no mês de maio de

2010, no período da manhã e tarde, seguindo os protocolos da pesquisa. Após as

avaliações, as sessões de alongamento foram realizadas também no período da

tarde, durante oito semanas. As sessões tiveram frequência de duas vezes

semanais, com duração de vinte minutos por sessão.

2.2 Sujeitos

Fizeram parte da pesquisa 48 sujeitos do grupo de treinamento, com idade

entre 6 e 11 anos, da cidade de Penápolis, alunos do CMEI Alto das Brisas,

localizada na Rua Belmiro Lopes, 245, bairro Alto das Brisas. Todos realizaram

avaliação na situação pré e pós oito semanas de sessões de alongamento, tendo

sido adotado o critério de exclusão com relação à faixa etária, composição corporal,

e frequência nas sessões abaixo de 80%, visando manter um grupo homogêneo. Foi

aplicado o mesmo método de avaliação e exclusão para o grupo controle, o qual foi

composto de 41 sujeitos, fisicamente ativos com idade de 6 a 11 anos.

2.3 Materiais

Para as avaliações, foram utilizados os seguintes materiais:

Estadiomêtro – Sanny

Banco de Wells

Balança – Cescorf

2.4 Teste

2.4.1 Protocolo 1 – Teste de Flexibilidade

33

Teste de sentar e alcançar (sit and reach)

O executante senta-se com os joelhos estendidos (o avaliador pode segurar

os joelhos do executante), apoia os pés descalços na caixa e posiciona uma das

mãos sobre a outra. Mantém os dois dedos indicadores unidos e sobrepostos

apoiados sobre a superfície plana da caixa. O avaliado flexiona a coluna vertebral

com a cabeça entre os braços até o alcance máximo do movimento não forçado

(insistido), permanece estático por aproximadamente dois segundos, quando o

avaliador realiza a leitura na escala. São realizadas três tentativas. Será aceito como

indicadora do alcance máximo do movimento a maior das três medidas. (ACHOUR,

1996)

2.4.2 Protocolo 2 – Antropometria

2.4.2.1 Estatura

No momento de definição da medida, o avaliado deve estar em apneia

inspiratória e com as surpefícies posteriores dos calcanhares, da cintura pélvica, da

cintura escapular e da região occipital em contato com a escala de medida. O

avaliador posiciona-se em pé, do lado direito do avaliado e, se necessário, sobre um

banco para observar melhor o vértex. A mão direita no queixo do avaliado auxilia na

manutenção do plano de Frankfurt. A mão esquerda fixa o cursor móvel do

estadiômetro sobre o vértex e realiza pressão suficiente para comprimir cabelo.

Sugere-se a tomada de três medidas em escala milimétrica, realizada

sucessivamente, mas deve ser levado em conta o valor mediano da série como

medida observada para análise. A cada medida da série deve-se solicitar ao

avaliado que deixe a posição de medida e só retorne para a medida subsequente.

(GUEDES; GUEDES, 2006)

34

2.4.2.2 Peso

Para determinação da medida, o avaliado, com o míninmo de roupa possível

e descalço, deve posicionar-se em pé, de frente para a escala de medida da

balança, com afastamento lateral das pernas, entre as quais estará a plataforma. Na

sequência, o avaliado coloca-se cuidadosamente sobre a plataforma, pondo um pé

de cada vez no centro desta, em posição ereta, os pés afastados à largura dos

quadris, o peso distribuído igualmente em ambos os pés, os braços lateralmente ao

longo do corpo e o olhar em um ponto fixo a sua frente, de modo a evitar oscilações

na escala de medida. O avaliador deve colocar-se à frente do avaliado. (GUEDES;

GUEDES, 2006)

2.4.3 Protocolo 3 – Treinamento

Para a realização da pesquisa, foram realizados alongamentos ativo de

membros inferiores e superiores, compermanência de 12 a 15 segundos para cada

posição. Para os membros inferiores foram priorizados o alongamento dos músculos

posteriores de coxa, isquiotibiais, quadríceps, glúteos e panturrilha. Já para os

membros superiores foram enfatizados os alongamentos de ombros, bíceps, tríceps,

flexores e extensores de antebraço, e para o tronco os alongamentos para peitoral,

costas, lombar e trapézio.

2.5 Procedimentos

Foi entregue aos responsáveis pelos sujeitos um termo de consentimento

para seleção dos grupos. Logo após entregarem o termo assinado, os sujeitos foram

submetidos a avaliação pré. Após realizarem a avaliação pré, o grupo treinado foi

submetido a duas sessões semanais de alongamento durante oito semanas. Após

esse período foi realizada a avaliação pós, seguindo o mesmo protocolo da

avaliação pré.

35

2.6 Análise estatística

Para obtenção dos resultados foi utilizado o teste de dois caminhos, análise

de variância (ANOVA) two way, seguida do teste de Post Hock de Tuckey, com nível

de significância de p≤0,05.

2.7 Resultados

Para melhor visualização dos dados, estes foram expressos em forma de

tabelas.

Na tabela 1 são apresentados as médias e o desvio padrão das

características biométricas dos sujeitos para o peso, estatura, e idade.

Tabela 1 – Características dos sujeitos, na situação pré e pós, grupo controle

feminino (n=11), e grupo controle masculino (n=11), em média e desvio padrão.

Feminino

Pré

Feminino

Pós

Masculino

Pré

Masculino

Pós

Idade 8,18 ± 1,16 - 8,09 ± 1,37 -

Peso 32,50 ± 7,81 33,07 ± 8,00 30,98 ± 7,34 31,67 ± 7,26

Estatura 130,00 ± 8,73 130,81 ± 9,33 129,18 ± 9,10 129,90 ± 9,10

Fonte: elaborada por autores, 2010. * P≤0,05 em relação á avaliação pré com pós do grupo, #

P≤0,05 em relação à avaliação pré com pré entre os grupos, & P≤ 0,05 em relação à avaliação pós

com pós entre os grupos.

Na tabela 1, os sujeitos foram avaliados nas mesmas condições do grupo

treinado. Diante dos resultados apresentados na tabela acima, não se encontra

diferença estatisticamente significante, mas em uma análise visual podem-se

observar diferenças na variável de peso e estatura inversa em relação ao grupo

controle, em que as variáveis de peso e estatura são maiores no gênero masculino,

e no grupo controle são maiores no grupo feminino.

36

Tabela 2 – Características dos sujeitos, na situação pré e pós, grupo treinado

feminino (n=11) e grupo treinado masculino (n=11), em média e desvio padrão.

Feminino

Pré

Feminino

Pós

Masculino

Pré

Masculino

Pós

Idade 7,72 ± 1,19 - 8,09 ± 1,44 -

Peso 28,11 ± 4,16 28,38 ± 4,48 30,76 ± 5,11# 31,39 ± 5,14&

Estatura 128,59 ± 7,48 129,31 ± 7,23 132,85 ± 8,62# 133,6 ± 8,49&

Fonte: elaborada por autores, 2010 # P≤0,05 em relação à avaliação pré com pré entre os grupos,

&

P≤ 0,05 em relação à avaliação pós com pós entre os grupos.

Na tabela acima, estão expressos os resultados em média e desvio padrão

das características dos sujeitos do grupo de treinamento de ambos os gêneros.

Observa-se que não houve diferença estatística em relação aos resultados pré e pós

do grupo, mas houve diferença significante nas variáveis de peso e estatura quando

se comparam os valores de pré com pré e pós com pós entre os grupos. Sendo

assim observa-se que os resultados de peso e estatura são diferentes

estatisticamente entre meninos e meninas, tanto na situação pré quanto na pós. O

que se pode dizer diante desse resultado é que os meninos na faixa etária na qual

foram avaliados apresentam as características físicas maiores quando comparadas

com as meninas da mesma faixa etária.

Tabela 3 – Comparação das variáveis de flexibilidade e estatura na situação pré e

pós do grupo controle (GC) (n=22) e grupo treinado (GT) (n=22), de ambos os

sexos.

GC (pré) GC (pós) GT (pré) GT (pós)

Flexibilidade 27,58 ± 4,78 28,75 ± 4,80 27,80± 4,98 29,28 ± 4,89*

Estatura 129,87± 9,36 130,63 ± 9,49 130,69 ± 8,16 130,97± 7,49

Fonte: elaborada por autores, 2010. *P≤0,05 em relação à avaliação pré com pós no mesmo grupo.

Na tabela 3, estão expressos os valores das variáveis referenciais a esta

pesquisa. Pode-se observar que o grupo treinado obteve diferença estatisticamente

significante, na variável de flexibilidade, quando comparadas as situações pré e pós.

37

Tabela 4 – Comparação das variáveis de flexibilidade e estatura na situação pré e

pós do grupo controle feminino (GCF), grupo controle masculino (GCM), grupo

treinado feminino (GTF), grupo treinado masculino (GTM).

Grupos Flexibilidade Estatura

GCF (pré) 28,45 ± 5,53 130,00 ± 8,73

GCF (pós) 28,54 ± 4,69 130,81 ± 9,33

GCM (pré) 27,05 ± 4,34 129,18 ± 9,10

GCM (pós) 28,88 ± 5,00 129,18 ± 9,10

GTF (pré) 28,36 ± 3,95 128,59 ± 7,48

GTF (pós) 31,18 ± 4,14* 129,31 ± 7,23

GTM (pré) 27,02 ± 6,08 132,85 ± 8,62

GTM (pós) 28,3 ± 4,85 133,60 ± 8,49

Fonte: elaborada por autores, 2010. *P≤0,05 em relação à avaliação pré com pós no mesmo grupo.

Na tabela 4 pode-se apenas observar melhora estatisticamente significante no

grupo treinado feminino, a qual pode estar relacionada às características desse

gênero, mostrando que a diferença do grupo treinado foi devido à melhora

apresentada pelo grupo treinado feminino.

2.8 Discussão

A flexibilidade é um componente importante da aptidão física, podendo ser

definida como a maior amplitude fisiológica de movimento para a execução de um

gesto qualquer. Normalmente, os exercícios de alongamento são aplicados dentro

das aulas de Educação Física Escolar de forma muito específica, com o intuito de

prevenir possíveis lesões. Dessa forma, sua aplicação acontece em um curtíssimo

espaço de tempo, e de forma direcionada à principal musculatura envolvida nos

movimentos da respectiva modalidade. Seguindo essa observação, o presente

38

estudo tem como objetivo analisar o efeito de 16 sessões de alongamento sobre a

flexibilidade e estatura em crianças de 6 a 11 anos. Com base nos resultados

obtidos, pode-se observar que o alongamento pode contribuir para a manutenção ou

mesmo o aumento da flexibilidade em crianças. Outros estudos relacionados a este

assunto também obtiveram resultados satisfatórios.

Narezzi et al. (2007) realizou um estudo utilizando crianças de 9 e 11 anos

(9,9 ± 0,72 anos), foram submetidas a um teste e um reteste do Banco de Wells.

Entre o teste e o reteste as crianças participaram num período de 45 dias de aulas

de alongamento 3 vezes por semana. Em relação à flexibilidade, no teste que

antecedeu o protocolo de alongamento, obteve-se o seguinte resultado: 31,7%

classificados como Fraco; 54,9% Regular; 13,4% Médio e nenhum classificado como

Bom. Já no reteste, os resultados apresentaram-se com 21,6% para Fraco; 45,1%

para Regular; 23,2% para Médio e 6,1% para Bom.

Concluiu-se que, com aulas de alongamento, obteve-se melhora significativa

no grau de flexibilidade das crianças avaliadas. Uma grande preocupação que os

professores e preparadores físicos devem ter relaciona-se à idade do praticante.

Não se pode fornecer a crianças e jovens a mesma carga e intensidade do

treinamento que é fornecida aos adultos. Com o início da primeira fase puberal,

ocorre um crescimento acentuado das crianças, devido a alterações hormonais

(causado pela influência do hormônio de crescimento e do hormônio sexual); ocorre

uma diminuição da capacidade de resistência mecânica do aparelho locomotor

passivo. Esse crescimento acentuado da estatura, aliado à diminuição da resistência

do aparelho locomotor, acarreta piora da flexibilidade, baseada no fato de que a

capacidade de estiramento dos músculos e ligamentos não acompanha o

crescimento acelerado. (WEINECK, 1991)

Segundo o mesmo autor, o treinamento da flexibilidade nesse período é

necessário, mas a escolha dos exercícios deve ser criteriosa em sua intensidade e

abrangência, devido à baixa resistência mecânica do aparelho locomotor.

Weineck (2003) preconiza que na infância e início da puberdade, devem-se

evitar os exercícios de alongamento de forma passiva realizados com parceiros, pois

a sobrecarga empregada pode lesionar as crianças e os jovens. A coluna vertebral e

a articulação do quadril são sensíveis nessa faixa etária.

Outro estudo foi realizado por Rassilan e Guerra (2006), com o objetivo de

verificar a evolução da flexibilidade em 208 crianças de 7 a 14 anos, segundo a

39

idade e o gênero. O grau de flexibilidade foi determinado através do teste de sentar

e alcançar, que avalia a flexibilidade do tronco e dos músculos posteriores da coxa.

A flexibilidade aponta tendência de declínio dos resultados obtidos e permitiram

concluir que as meninas foram mais flexíveis que os meninos, com exceção da

idade de 10 anos, apresentando a curva da evolução da flexibilidade dos 7 aos 14

anos relativamente normal em relação a outros estudos. Encontrou-se uma

correlação negativa entre a flexibilidade e a idade para o gênero masculino.

Quanto às curvas envolvendo os resultados observados do teste “sentar-

alcançar”, verifica-se no gráfico abaixo que as meninas demonstraram tendência a

apresentar valores relativamente menores de 9 a 10 anos de idade e, na sequência,

aumentam variavelmente até aos 14 anos de idade. Os meninos, contudo,

mostraram declínio dos 9 aos 13 anos, seguido por uma ascensão aos 14 anos de

idade.

Tal resultado coincide com o resultado da pesquisa que este trabalho relata,

pois o grupo treinado do gênero feminino também obteve melhoras significativas na

variável de flexibilidade.

Afim de investigar um outro fator que pode influenciar no nível de flexibilidade,

Guimarães e Guerra (2006) avaliaram 222 crianças de diferentes classes

econômicas, com idade entre 9 e 10 anos de ambos os gêneros, relacionando

condição socioeconômica com os níveis de flexibilidade. O nível de flexibilidade foi

avaliado através do Teste Sentar e Alcançar de Wells. O tratamento estatístico

utilizado incluiu medidas de Média e Desvio padrão dos grupos e análise de

variância (ANOVA One-Way) para determinar as diferenças entre as classes sociais.

A análise dos resultados mostrou que as médias obtidas entre as classes foram bem

próximas: Classe A (25cm), Classe B (24cm), Classe C (27cm) e Classe D (26cm)

40

não apresentaram diferença significativa quanto ao nível de flexibilidade. Conclui-se

que de forma geral não foi evidenciada diferença significativa nos níveis de

flexibilidades dos escolares divididos por classes socioeconômicas. O estudo mostra

que não houve influência do nível socioeconômico sobre a variável analisada.

Okano e colaboradores (2001) realizaram uma pesquisa com o objetivo de

estabelecer comparações entre o desempenho motor de 103 crianças pré-púberes

(8-11 anos) de diferentes etnias, sexos e faixas etárias. Para isso foram aplicados os

testes motores de flexão abdominal modificado (FA) e “sentar-e-alcançar” (SA). Os

resultados do teste demonstraram que houve diferença significativa no nível de

flexibilidade das crianças quanto à condição financeira. O grupo de crianças

carentes (G1) apresentou maior média (27,87cm). Quanto ao sexo, de um modo

geral, os meninos da amostra foram mais flexíveis (57,5% dos meninos e 45% das

meninas), isso porque a quantidade de meninas nos grupos foram inferiores. Nesse

estudo não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os

grupos etários. Também não foram constatadas diferenças significantes entre os

grupos etários, os sexos e as etnias no teste SA. Acredita-se que os resultados

encontrados podem ter sido em parte, influenciados por outros fatores como nível de

habilidade motora e motivação das crianças para executar as tarefas motoras

propostas.

A pesquisa relatada por este trabalho – Influência do alongamento na

flexibilidade e estatura de crianças entre 6 e 11 anos – chegou a resultado diferente:

trabalhando-se com grupos masculinos e femininos, foi encontrada diferença

significativa apenas no grupo treinado feminino. Confirma-se a tese de Achour

(1996), que observa que o sexo feminino é mais flexível do que o sexo masculino,

em todas as idade, talvez pelas atividades que exigem maior uso de flexibilidade das

meninas e pelas atividades de força predominantes dos meninos.

Venturini et al (2009) realizou um estudo com praticantes de ballet clássico e

praticantes da dança educativa de 6 a 10 anos, com o objetivo de verificar os efeitos

destas sobre os níveis de flexibilidade. A amostra foi composta por 22 meninas,

sendo 11 praticantes de ballet clássico e 11 de dança educativa com 12 meses de

atividades. O período de intervenção foi de 8 semanas com 2 aulas semanais e

duração de 60 minutos, sendo os níveis de flexibilidade mensurados através do teste

de sentar e alcançar no pré e pós-teste. Foram verificadas melhoras significativas

em ambos os grupos no final do experimento. Nos momentos finais dos grupos,

41

verificou-se que o grupo de ballet clássico obteve diferenças significativas quando

comparado ao grupo de dança educativa, entretanto essas diferenças também se

apresentavam no pré-teste, não sendo possível comparar essas diferenças por se

tratarem de grupos heterogêneos. Constata-se que houve diferenças significativas

entre o pré e o pós-teste para ambos os grupos. Conclui-se que ambos os grupos

obtiveram aumento significativo nos níveis de flexibilidade após o período de 8

semanas de treinamento.

O estudo acima descrito, comprova que 8 semanas de alongamento são

suficientes para melhora da flexibilidade, mesmo que o programa seja aplicado em

bailarinas, as quais já possuem um nível de flexibilidade avançado em comparação

a outros sujeitos fisicamente ativos.

Rosa et al (2006) realizaram um estudo que visou comparar a efetividade de

três técnicas de alongamento dos músculos isquiotibiais, através do teste de sentar

e alcançar de WeIIs. Os alongamentos foram realizados três vezes na semana em

dias alternados, por 30 sessões. Foram divididos em três grupos, todos do gênero

masculino: Grupo A: 10 indivíduos que realizaram alongamento passivo de

isquiotibiais; Grupo B: 10 indivíduos que realizaram alongamento ativo de

isquiotibiais e Grupo C: 10 indivíduos que realizaram o alongamento facilitado de

isquiotibiais. Após 30 sessões de alongamentos, os grupos continuaram a

apresentar diferenças significantes entre si. Entre todos os alongamentos o maior

ganho de flexibilidade foi conseguido no alongamento através da facilitação

neuromuscular proprioceptiva, em seguida o alongamento ativo e por último o

alongamento passivo com um pequeno ganho na flexibilidade.

Partindo do pressuposto do estudo citado acima, o alongamento facilitado

mostrou melhora estatística quando relacionado ao alongamento ativo e passivo em

grupos compostos apenas por sujeitos do gênero masculino. A dificuldade é poder

saber se o alongamento facilitado poderá oferecer também a mesma interferência no

gênero feminino, já que o estudo relatado neste trabalho – Influência do

alongamento na flexibilidade e estatura de crianças entre 6 e 11 anos – utilizou a

técnica do alongamento ativo, e ofereceu resposta apenas nos sujeitos do gênero

feminino. Em contrapartida, também podemos dizer que o alongamento pode ter

oferecido melhora no grupo feminino por desenvolver um bom empenho durante as

sessões de alongamento, já que este foi realizado de modo ativo.

42

Na pesquisa realizada por Oliveira e Pol. (2008), cujo objetivo foi identificar,

avaliar e comparar os níveis de flexibilidade em estudantes, praticantes e não-

praticantes de Taekwondo, utilizou-se o Teste de Sentar-e-Alcançar com o Banco de

Wells. A amostra foi composta por um grupo de alunos da rede Municipal de Ensino,

não-praticantes de Taekwondo, e outro grupo de praticantes do Taekwondo, da

Academia Carvalho, ambos da cidade de Sapucaia do Sul – RS. Cada grupo foi

composto por 44 meninos com idade entre 10 e 12 anos. Evidenciou-se, através dos

resultados da pesquisa, que 77, 27% dos alunos praticantes de Taekwondo têm um

nível de flexibilidade acima da faixa recomendável de boa saúde, que, segundo

Gaya (PROESP – BR2001), fica entre 20 e 25 cm para a faixa etária pesquisada. No

grupo dos não-praticantes de Taekwondo, 56, 82% ficaram dentro, e 18, 18%

ficaram acima daquela faixa. Concluiu-se, portanto, que praticantes de Taekwondo

têm um nível de flexibilidade bem acima dos não-praticantes de Taekwondo.

Araújo e Batista (2008) propõem em um estudo uma análise comparativa

entre a flexibilidade do quadril de 60 crianças pré-púberes (8-11 anos) de diferentes

sexos e condições financeiras, residentes na cidade de Teresina-Pi, que praticam

atividades recreativas. As crianças foram divididas em dois grupos de quantidades

iguais: crianças de baixa renda (G1) e crianças de poder aquisitivo maior que 4

salários mínimos (G2). Foi aplicado o teste de “sentar-e-alcançar” de Wells, proposto

por Achour Junior (1999), para avaliar o nível de flexibilidade dos isquiotibiais das

crianças. Os resultados do teste demonstraram que houve diferença significativa no

nível de flexibilidade das crianças quanto à condição financeira. O grupo de crianças

carentes (G1) apresentou maior média (27,87cm). Quanto ao sexo, de um modo

geral, os meninos da amostra foram mais flexíveis (57,5% dos meninos e 45% das

meninas), isso porque a quantidade de meninas nos grupos foi inferior e, além disso,

no grupo de crianças com renda (G2) apenas 33,33% das meninas conseguiram

atingir o critério mínimo de 25 cm estabelecido pela proposta da Physical Best

(1988) para essa pesquisa.

Ferreira e Ledesma (2008) desenvolveram uma pesquisa com o objetivo de

avaliar o nível de flexibilidade de escolares de 11 anos de idade, de uma escola da

rede privada de ensino da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. A

pesquisa caracterizou-se como descritiva, a partir do desenvolvimento de estudo

transversal, sendo avaliados 30 indivíduos de ambos os gêneros. Após a coleta e

análise dos dados, concluiu-se que os níveis de flexibilidade encontrados foram

43

baixos para a respectiva população (valores médios de 19 cm e 25 cm, para

meninos e meninas, respectivamente), o que pode estar ocorrendo por estímulos

insuficientes ou uma prática ineficiente. São necessárias, portanto, revisões nos

planejamentos e aplicações das aulas de Educação Física para garantir o

desenvolvimento do equilíbrio muscular através de exercícios de alongamento e

flexibilidade.

Na pesquisa que foi objeto desse trabalho, houve uma dificuldade de concluir

e/ou até comparar, se o alongamento promove ou não influência na estatura, pois

não foram encontradas outras pesquisas que realizassem essa comparação, e o

tempo determinado, o qual foi de oito semanas, talvez não tenha sido suficiente para

apresentar resultados de aumento na estatura. Em contrapartida, talvez um tempo

maior, trouxesse resposta significante, mas podia ter interferência no fator da idade

cronológica das crianças, já que apresentam idade de 6 a 11 anos.

Em um estudo realizado por Maestri e Fiamoncini (2006) a fim de verificar o

perfil antropométrico dos alunos com idades de 8 a 10 anos, utilizou-se uma amostra

composta de 164 alunos, sendo 84 meninas e 80 meninos, colhendo dados da

estatura e peso das crianças. Para o tratamento dos dados utilizou-se a estatística

descritiva e o teste "t" de Student, para verificar diferenças significativas (p < 0, 05)

nas variáveis estatura e peso entre as crianças do mesmo sexo. O teste não

apontou diferenças significativas quanto à estatura; quanto ao peso somente na

idade de 10 anos, em que meninos apresentaram peso superior. As meninas

apresentaram um crescimento adequado de acordo com as medidas

antropométricas utilizadas. Os meninos de 8 anos apresentaram-se com estatura

(44,4%), peso (37%) e percentual de gordura (63%) abaixo do adequado, e os de 10

anos com estatura (45,8%), peso (37,5%) e percentual de gordura (50%) acima da

faixa adequada. O estudo concluiu que há necessidade de uma conscientização de

programas nutricionais e de atividades físicas compensatórias para se reverter o

quadro.

Sabe-se também que para o crescimento ósseo, que está ligado à estatura, é

muito importante a nutrição. Um estudo realizado por Gama (2000) avaliou a

estatura e o peso de 379 crianças de ambos os sexos compreendidas entre os 6 e

11 anos residentes na ilha de Santa Maria. Quando se compararam as médias da

estatura, do peso e do índice de massa corporal entre ambos os sexos, não se

verificaram diferenças significativas. A maioria dos indivíduos estudados tem

44

estatura ou peso médio e baixo, sendo mais frequentes crianças de estatura muito

baixa do que com peso muito baixo. Verificaram-se diferenças significativas na

estatura e no peso das crianças de Santa Maria quando se consideraram os

indicadores socioeconômicos, escolaridade, profissão do pai e tamanho da família.

Concluiu-se que entre as, são mais magros e baixos os filhos de pai com um baixo

nível de escolaridade, de trabalhadores manuais e aqueles que pertencem a famílias

com agregados familiares mais numerosos.

2.9 Conclusão

Constatado o fato de que a flexibilidade é uma capacidade física, envolvida

nas atividades físicas e diárias, em uma situação geral, subentende-se que esses

exercícios de alongamento aplicados, apesar de apresentarem melhora na variável

de flexibilidade, não são suficientes para o aumento significante na estatura.

Diante das variáveis analisadas neste estudo, após os resultados obtidos,

conclui-se que as sessões de alongamento aplicadas, são influentes

estatisticamente apenas na variável de flexibilidade, e nesse estudo comprovado

apenas no gênero feminino. Para a variável de estatura houve dificuldade em se

levantarem resultados e dados comprovando que o alongamento na infância possa

acelerar ou aumentar essa variável. Seria interessante em estudos futuros avaliar-se

a estatura em um tempo maior de treinamento, ainda relacionado a sessões de

alongamento.

45

REFERÊNCIAS

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e no desempenho atlético. Londrina: Midiograf, 1996.

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46

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http://www.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/qvaf/livros/foruns_interdisciplinares_saude/afqv/livro_afqv_cap16.pdf, acesso em 25/04/10. RASSILAN, E.A.; GUERRA, T.C. Evolução da flexibilidade em crianças de 7 a 14 anos de uma escola particular do município de Timóteo-MG. Movimentum - Revista Digital de Educação Física - Ipatinga: Unileste - MG - V.1 - Ago./dez. 2006. ROSA, A.S. et. al. Estudo comparativo entre três formas de alongamento: Ativo, Passivo e Facilitação Neuroproprioceptiva. Revista Terapia Manual. V. 04 - N.16. 2006. VOIGT, L. A Prática da Flexibilidade. Rio de Janeiro: Sprint, 2002. VENTURINI, G.R.O.et. al. Os efeitos do ballet clássico e da dança educativa sobre a flexibilidade de meninas com 6 a 10 anos. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 4, n. 1, p. 82-90, 2010 (ISSN 1981-6324). WEINECK, J. Biologia do Esporte. São Paulo: Manole, 1991. Cap. 5, p. 245-318. _______. Treinamento Ideal. 9. ed. São Paulo: Manole, 1999. _______. Treinamento Ideal. 9. ed. São Paulo: Manole, 2003.

48

APÊNDICES

49

Apêndice A – Autorização

Eu,________________________________________ diretora do CMEI Alto das

Brisas, autorizo Ana Carolina da Silva e Talita Marinho Martins, alunas do curso de

Educação Física Bacharelado do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

da cidade de Lins, a desenvolverem a pesquisa científica cujo tema é “INFLUÊNCIA

DO ALONGAMENTO NA FLEXIBILIDADE E ESTATURA DE CRIANÇAS ENTRE 6

E 11 ANOS”, com os alunos deste mesmo local, onde serão submetidos a

avaliações de peso, estatura e flexibilidade, e posteriormente a sessões de

alongamento duas vezes semanais durante oito semanas.

______________________________________ Diretora RG.: Data:

50

Apêndice B - Termo de Consentimento

Eu,_______________________________________________, portador do

RG.:______________________________ autorizo meu filho

(a)__________________________________________ a participar da pesquisa

científica de Ana Carolina da Silva e Talita Marinho Martins, alunas do curso de

Educação Física Bacharelado do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

da cidade de Lins, cujo tema é “INFLUÊNCIA DO ALONGAMENTO NA

FLEXIBILIDADE E ESTATURA DE CRIANÇAS ENTRE 6 E 11 ANOS”, com os

alunos do CMEI Alto das Brisas, onde estes serão submetidos a avaliações de peso,

estatura e flexibilidade, e posteriormente a sessões de alongamento duas vezes

semanais, durante oito semanas.

____________________________________ Pai ou responsável

Data:

51

Apêndice C – Ficha de avaliação

DADOS PESSOAIS

NOME:

SEXO:

DATA DE NASCIMENTO: IDADE:

NOME DA MÃE:

NOME DO PAI:

TELEFONE: CELULAR:

ENDEREÇO:

BAIRRO:

DADOS TÉCNICOS

DATA DA AVALIAÇÃO: HORÁRIO:

PESO:

ALTURA:

IMC:

FLEXIBILIDADE:

DATA DA PRÓXIMA AVALIAÇÃO:

OBS.:

Fonte: Elaborado pelas autoras (2010)

52

ANEXOS

53

Anexo A

Figura 1 : Avaliação da flexibilidade Fonte: Elaborada por autoras, 2010.

54

Anexo B

Figura 2: Avaliação da estatura Fonte: Elaborada por autoras, 2010.

55

Anexo C

Figura 3: Sessão de alongamento Fonte: Elaborada por autoras, 2010.

56

GLOSSÁRIO

Alongamento – é uma extensão do músculo além de seu comprimento em repouso.

(BARBANTI, 2003)

Alongamento dinâmico – técnica para aumentar a flexibilidade em que se usa

balanceamentos e oscilações das partes envolvidas. (BARBANTI, 2003)

Alongamento estático – técnica para aumentar a flexibilidade ao manter uma posição

com o músculo desejado na sua maior extensão possível. (BARBANTI, 2003)

Estatura – medida antropométrica da posição em pé, medida do solo ao vértex do

crâneo, com o indivíduo na postura ereta descalço. (BARBANTI, 2003)

Flexibilidade – é a capacidade de realizar movimentos em certas articulações com

apropriada amplitude de movimento. (BARBANTI, 2003)

Flexionamento - é a forma de trabalho que visa obter uma melhora na flexibilidade

através da viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superiores as

originais, ou seja, o alongamento visa a realização dos movimentos com mais

eficácia e com menor gasto energético, ao passo que o flexionamento visa conseguir

maiores arcos articulares de movimentos. (DANTAS, 2005)