infecções - material didático 2012

30
Projeto Imunologia nas Escolas Instituto de Investigação em Imunologia / Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia O Sistema Imune e Infecções Atividade nº 2 São Paulo, 2012

Upload: imunologia-nas-escolas

Post on 11-Mar-2016

224 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Material didático 2012 / Projeto Imunologia nas Escolas. Atividade 3 - Sistema Imune e Intecções

TRANSCRIPT

Page 1: Infecções - Material didático 2012

1

Projeto Imunologia nas Escolas Instituto de Investigação em Imunologia / Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia

O Sistema Imune e

Infecções

Atividade nº 2

São Paulo, 2012

Page 2: Infecções - Material didático 2012

2

Sumário

Roteiro do Professor, 3

Introdução, 5

Para começar a discussão, 6

Fichas de discussão:

Candidíase, 13

Aula prática, 16

Atividade para Casa, 24

Page 3: Infecções - Material didático 2012

3

Roteiro do professor

Atividade 2 – Sistema Imune e Infecções Conceitos estruturantes da atividade Sistema Imune e infecções

(i) O microscópio e o mundo microscópico (retomada do encontro anterior)

(ii) Microrganismos não patogênicos (microbiota) e patogênicos. Tipos de microrganismos

Patogênicos

(iii) Infecção: o que é

(iv) Possíveis desfechos da infecção - cura - morte - infecção crônica - infecção latente

(v) Como o sistema imune responde – inflamação - base da resposta imune

1) Para começar a discussão (10 min.)

Todos juntos. Procurar despertar a discussão fazendo perguntas aos alunos, usando a

apresentação em data show: “Para começar a discussão”.

Slides foram estruturados com perguntas objetivando proporcionar aos alunos o

estabelecimento de relações dos seus conceitos prévios com os novos conceitos,

favorecendo assim a (re)construção dos seus conhecimentos associados ao tema.

Começar relembrando que a invenção do microscópio permitiu a descoberta do mundo

microscópico e de microrganismos. Porém, apenas aproximadamente 200 anos mais tarde

descobriu-se que microrganismos podem causar doenças.

2) Discussão das fichas – candidíase - em 4 grupos (40 min.)

Os monitores devem fazer a discussão das fichas sobre candidíase nos grupos pequenos em

que já estarão participando desde o início da atividade. O objetivo é os alunos refletirem

sobre uma doença que é causada por um microrganismo da microbiota, numa situação em

que o sistema imune encontra-se em desequilíbrio. Os alunos podem ler a ficha ou o monitor

pode se guiar por ela e elaborar a discussão a partir de perguntas baseadas no texto.

3) Aula Prática - (40 min.)

(i) Primeira parte – apresentação em Data Show

Pontos:

- Algumas perguntas para estimular discussão.

- Perguntar quem já teve uma infecção e qual.

- Mostrar que tipos de microrganismos causam quais doenças. Apresentar algumas doenças

para cada tipo de microrganismo.

(ii) Segunda parte – Apresentação da biópsia com candidíase.

- apresentar as lâminas selecionadas

1ª Lâmina – mostrar o tecido inflamado – perguntar: o que será que está causando a inflamação?

2ª Lâmina – mostrar os fungos e também células do sistema imune participando da inflamação.

3ª Lâmina – mostrar os fungos em coloração por prata.

Uma possibilidade é apresentar as lâminas 1 e 2 na projeção e deixar a lâmina 3 em um

microscópio para que os alunos visualizem diretamente.

Page 4: Infecções - Material didático 2012

4

(iii) Terceira parte - Vamos cultivar microrganismos da nossa microbiota

Dividir a turma em 4 grupos.

(a) Cultivo de microrganismos da microbiota da pele e mucosa.

Contaminar as placas de cultivo de microrganismos, passando um cotonete na mucosa da

boca de um dos alunos e, depois, passando no ágar da placa. Fazer o mesmo para a pele e

outro para a bancada do laboratório, sendo esses com o cotonete molhado.

Mostrar as placas preparadas antes já com os microrganismos cultivados.

OBS: Destaque que não enxergamos o microrganismo isolado, mas sim em colônias. Só

podemos ver fungos e bactérias. Vírus – outro processo e meio de cultura.

Estimular perguntas. Sugestões: Esses microrganismos estão causando doenças agora?

Podem causar? Como?

(iv) Quarta parte - Efeito da infecção nas células do Sistema Imune

Olhar na apostila a ilustração sobre “Como o sistema imune responde”.

Analisar hemograma durante infecção bacteriana.

Leucocitose - neutrofilia (aumento do número de neutrófilos no sangue).

O sangue pode nos dar uma ideia sobre como está a atividade do sistema imune.

Neste momento, pode-se perguntar e conversar um pouco sobre o que fazem as células.

4) Vídeo – Como o sistema imune responde à infecção (até 15 min.)

O nosso objetivo é estimular os alunos a pensar sobre a dinâmica da resposta imune

durante uma infecção. O professor deve ir apontando e fazendo alguns comentários ao

longo da exposição do vídeo. É importante neste momento trabalhar com o conceito de

especialização celular, pois muitos alunos não compreendem bem que cada célula tem uma

função bastante específica e única. É possível fazer referências a “situações do cotidiano”

e requisitar aos alunos que façam estas comparações para entender como eles estão

compreendendo e reformulando este conceito. O vídeo tem o intuito de demonstrar a

dinâmica da resposta imune à infecção. Ressaltando que é um trabalho de cooperação entre

os diversos componentes do sistema imune.

5) Explicar a tarefa para casa nos grupos (5 min.)

6) Avaliação da atividade (5 min.)

Alunos devem responder questionário e dar sugestões.

Page 5: Infecções - Material didático 2012

5

Introdução

A maioria dos microrganismos não causa doença e são nossos parceiros evolutivos. Em nosso

corpo temos 10 vezes mais bactérias do que células humanas. São aproximadamente 25 mil

genes humanos e 1 milhão de genes de bactérias. Os microrganismos que habitam nosso

corpo, normalmente, formam a nossa microbiota que tem função importante para a nossa

saúde.

Algumas moléculas especiais presentes nas células do sistema imune reconhecem estes

patógenos nas primeiras horas de infecção. Aqui, inicia-se uma resposta imune contra o

patógeno. As primeiras células e moléculas que “combatem” os patógenos invasores fazem

parte da resposta imune inata. São elas: macrófagos, células NK (matadoras naturais),

neutrófilos, citocinas e moléculas do complemento. Elas atacam e/ou fagocitam e digerem

os patógenos, levando à produção de várias moléculas, citocinas e quimiocinas. Citocinas e

quimiocinas são moléculas capazes de sinalizar para as células do sistema imune, ativando-

as ou inibindo-as. A ativação da resposta imune inata leva ao recrutamento, para o local, de

células que promovem uma resposta imune mais específica contra o patógeno, chamada de

resposta imune adaptativa (linfócitos T e B). As células apresentadoras deantígeno (APC -

macrófagos e células dendríticas) têm um papel fundamental na resposta imune adaptativa.

coloquialmente

As APCs encontram os patógenos nas primeiras

horas de infecção nos tecidos; conseguem

fagocitar e digerir estes patógenos. As APCs

migram para locais denominados de linfonodos.

Nos linfonodos elas encontram os linfócitos, que

reconhecem pequenos pedaços destes patógenos

(antígenos) presentes na membrana dasAPCs. Os

linfócitos ativados pelas APCs são muito

especializados em combater especificamente

cada tipo de patógeno invasor. Também são

capazes de entrar na circulação sanguínea e

migrar para as regiões de infecção. Assim que o

patógeno invasor é eliminado, o organismo

hospedeiro permanece com as células e

anticorpos produzidos após esta primeira

infecção. Este processo é conhecido como

memória imunológica, conferindo proteção

duradoura contra novas infecções por este

mesmo patógeno.

Infecção: entrada e

multiplicação de microrganismos

patogênicos no organismo,

gerando, em geral, uma

resposta imune inflamatória.

Resposta imune: mecanismo pelo qual o organismo

reconhece e responde à substância que considera estranha.

Linfonodo: é um pequeno órgão secundário do sistema

imune, com formato arredondado, ligado por vasos

linfáticos e amplamente distribuído pelo corpo,

incluindo a axila, o estômago/intestino e pescoço.

Os linfonodos são reservatórios de linfócitos B e T e

outras células do sistema imunológico.

Patógeno: ou agente infeccioso – chamado

popularmente de germe - é um microrganismo, tal

como vírus, bactérias, fungos ou parasitas, causa

doença em um hospedeiro (animal ou vegetal).

Mas há muitos microrganismos que causam doenças. Esses são

chamados de patógenos. Após o rompimento da barreira física

e química que protege nosso corpo(a pele, por exemplo), os

agentes infecciosos penetram no organismo e se multiplicam,

estimulando a resposta imune. No início de uma infecção a

quantidade de patógenos, geralmente, é baixa.

Palavras e expressões que você deve lembrar

quando pensa em imunologia:

Componentes da Resposta Imune Inata: macrófagos,

células NK (matadoras naturais), neutrófilos, citocinas

e moléculas do complemento

Componentes da Resposta Imune Adaptativa: linfócitos T e B

Célula apresentadora de antígeno (APC)

Memória imunológica

Page 6: Infecções - Material didático 2012

6

Para começar a discussão....

O que é mesmo um microrganismo?

Page 7: Infecções - Material didático 2012

7

Microrganismos: do bem ou do mal?

1 célula 10 microganismos

Microbiota

Microrganismos: do bem ou do mal?

Os microrganismos são nossos parceiros evolutivos

Page 8: Infecções - Material didático 2012

8

Microrganismos: do bem ou do mal?Apenas 10% dos microrganismos são causadores de doença

Patogênicos

Leishmaniose

Neisseria gonorrhoeae Leishmania

Catapora

Varicella zoster

BactériaProtozoário

Vírus

Microbiota Humana

Lactobacilos que produzem ácido lático que auxilia na digestão

Gastrointestinal

Page 9: Infecções - Material didático 2012

9

Sapinho e corrimento: você sabe o que eles têm em comum?

O microrganismo Candida Albicans, um fungo, faz parte da microbiota

da maioria das pessoas. Cerca de 8 em cada 10 pessoas apresentam

esse fungo em uma convivência equilibrada.

Porém, em certos casos esse microrganismo provoca doenças. Em

crianças gera infecções na boca que são popularmente chamadas de

“sapinhos”. Ele pode causar também infecções vaginais provocando

“corrimentos”.

Em condições como o câncer, após tratamentos de quimioterapia esse

microrganismo pode se proliferar e gerar infecções muito graves

contribuindo para a morte do paciente.

Page 10: Infecções - Material didático 2012

10

O que é infecção?

Quando o organismo é colonizado por um microrganismo que causa doença

O microrganismo utiliza o hospedeiro para se multiplicar prejuízos no funcionamento normal do hospedeiro

Inflamação

Como o sistema imune responde?

Primeira reação

Page 11: Infecções - Material didático 2012

11

Como o sistema imune responde?

fagócitos

complementoNK

barreiras

Horas Dias

Reconhecimento de ANTÍGENOS

Page 12: Infecções - Material didático 2012

12

Por que um microrganismo

convive com a maioria das

pessoas, em certos casos, pode

gerar tais problemas?

Page 13: Infecções - Material didático 2012

13

Se é um microrganismo da microbiota, por que às vezes a Candida causa doença?

Em um organismo saudável, a vaginacontém anticorpos, células dedefesa substâncias químicas quefazem parte do sistema imune eatuam na defesa e equilíbrio do meiovaginal, prevenindo o crescimento debactérias e fungos causadores deinfecções.

O desequilíbrio do sistema imunepode resultar na proliferação(multiplicação) de alguns microrganismos damicrobiota, como a Candida. É esteprocesso que resulta na“transformação” da Candida em ummicrorganismo patogênico e dáorigem à candidíase.

Outras condições do ambiente comoaumento de temperatura e alteraçãodo pH vaginal também favorecem aproliferação deste fungo e, portanto,a manifestação da doença.

Um fato interessante é que pessoascom predisposição a ter alergias sãomais vulneráveis a infecção vaginalpor fungos, como a candidíase. Issoacontece porque o tipo de respostaimune que mais comumente acontecenas alergias torna a pessoa maisvulnerável à esta infecção,ressaltando a importância dosistema imune no controle dacandidíase.

Pensando nas condições quefavorecem o desenvolvimento dacandidíase:

• Você pode citar algunscomportamentos que poderiamcontribuir para causar estadoença?

• Afinal, a Candida é ummicrorganismo do bem ou do mal?

C.Albicansna forma de levedura. Como se apresenta naturalmente na microbiota

C.Albicansna forma filamentosa. Como se apresenta durante o processo infeccioso da candidíase.

Page 14: Infecções - Material didático 2012

14

Como o conhecimento sobre a candidíasefoi construído?

As infecções vulvovaginais causadas por fungos foram descritas pela primeiravez em 1949, por J. S. Wilkinson. Este pesquisador, observando pelomicroscópio a secreção vaginal, estabeleceu a primeira relação entre aexistência de fungos na vagina e o surgimento de inflamações na vagina. Apartir desse relato, os conhecimentos foram evoluindo progressivamente.

Em 1963, eram conhecidas apenas cinco espécies de Candida (gênero com quase200 espécies conhecidas) como causadoras de doenças em humanos, incluindo C.albicans, a mais comum até hoje. Até 2003, já eram conhecidas 17 espécies, enos últimos anos, este número vem aumentando. Entretanto, a Candidaalbicans ainda é a espécie mais frequente, causando mais de dois terços dasinfecções.

Diferentes espécies de Candida

Page 15: Infecções - Material didático 2012

15

Sistema genital feminino

Ovário

Útero

Pequenos

lábios

Grandes

lábios

Uretra

Page 16: Infecções - Material didático 2012

16

Page 17: Infecções - Material didático 2012

17

Page 18: Infecções - Material didático 2012

18

Page 19: Infecções - Material didático 2012

19

Page 20: Infecções - Material didático 2012

20

Descrição das lâminas:

Processo inflamatório na infecção pelo fungo Candida albicans

São três lâminas iguais com colorações diferentes. O ideal é iniciar com a lâmina de

HE (marcada como F). É um coração infectado por candidíase com inflamação

associada. Há uma área marcada com pontos vermelhos. Nessa área dá para ver o

tecido miocárdico normal – bem rosa – e no meio um grupamento de células

inflamatórias – vários polimorfonucleares (neutrófilos). A ideia nesta lâmina é

mostrar a inflamação mas, o que está causando a inflamação? Não é tão fácil de ver

a cândida nessa coloração. Por isso há as demais lâminas.

Na lâmina identificada com PAS, a mesma área vermelha está identificada. Ao

observá-la no microscópio é possível ver que os fungos ficam bem rosa escuro –

este corante se gruda na parede do fungo, tornando mais fácil sua visualização. As

células inflamatórias também são visíveis, não em rosa vibrante, mas numa

tonalidade mais fosca. É possível identificar duas formas, uma mais arredondada –

esporos, e umas mais alongadas, as hifas, diferentes formas de vida deste fungo.

A lâmina identificada como Groccot é uma coloração pela prata que também cora a

parede dos fungos. Nesta área marcada pode-se ver também as formas de esporo

e hifa. Os esporos são corados com tons escuros avermelhados. As hifas ficam

coradas em preto e são alongadas enquanto o núcleo das células inflamatórias

também se cora em preto, porém são mais arredondados ou lobulados – no caso dos

neutrófilos.

1) Cultura de bactérias e fungos:

1. Cada grupo deve ficar com uma placa estéril feita com meio sólido (ágar) para

cultura de bactérias e fungos;

2. Um integrante do grupo deve fazer a contaminação;

3. Esfregar um pouco de algodão úmido na pele (mãos, pés, rosto, embaixo das unhas), abrir

a placa e passar o algodão em toda superfície do ágar cuidadosamente para não rasgá-lo;

4. Esperar secar e fechar a placa. As placas vão para estufas a 37°C por 24h (laboratório).

5. Algumas placas foram contaminadas da mesma maneira e colocadas na estufa a

37°C por 24h. Observar o crescimento de colônias de fungos e bactérias nestas

placas. Observe que apesar de não ser possível enxergar uma bactéria ou um

fungo, a olho nu, podemos enxergar suas colônias.

2) Impacto da infecção bacteriana no organismo/ células do sistema imune:

1. Hemograma – Analise o resultado destes hemogramas (exame de com contagem

das células do sangue) de um indivíduo com infecção viral e de outro com infecção

bacteriana. Observe quais são as células que estão em quantidades aumentadas no

sangue nos dois diferentes tipos de infecção. Por que há aumento de células?

Page 21: Infecções - Material didático 2012

21

Efeito da infecção nas células do sistema imune

Modelo de Hemograma – Infecção Viral

Sexo: Feminino

Idade: 35

SÉRIE VERMELHA Valores de

Referência

Eritrócitos 5.000.000 4.200.000-

5.400.000/mm3

Hemoglobina 14 12-16gg/dL

Hematócrito 40 35-47%

V.C.M. 85 80-100fl

Hb.C.M. 29 26-34pg

C.Hb.C.M. 34 32-36%

RDW 12.7 11.6-14.6%

Material: Sangue total

Método: Automatizado

Coletado às 8h30min – 14/06/2011

SÉRIE BRANCA

% Valor Absoluto (mm³) Valores de Referência

Leucócitos 18.000 4.000-11.000/mm³

Neutrófilos Totais 41 7380

45-

75% 4500-7500 mm³

- Mielócito 0 0

0-

0% 0 mm³

- Metamielócito 0 0

0-

0% 0-500 mm³

- Bastonetes 1 180

0-

5% 0-500/ mm³

- Segmentados 40 7200

40-

80% 2.000-8.000/ mm³

Page 22: Infecções - Material didático 2012

22

Eosinófilos 1 180 1-6%

2-500/

mm³

Basófilos 0 0 0-2%

0-100/

mm³

Linfócitos 56 10080 20-40%

2000-

4000/mm³

Monócitos 2 380 2-10%

200-1000

mm³

CONTAGEM DE

PLAQUETAS

350.000

Valores de Referência

140.000-450.000/ mm³

Material: Sangue total

Método: Automatizado

Coletado às 8h30min – 14/06/2011

Modelo de Hemograma – Infecção

Bacteriana

Sexo: Feminino

Idade: 32 anos

SÉRIE VERMELHA Valores de Referência

Eritrócitos 4.800.000 4.200.000-5.400.000/ mm³

Hemoglobina 13 12-16g/dL

Hematócrito 43 35-47%

V.C.M. 90 80-100fl

Hb.C.M. 33 26-34pg

C.Hb.C.M. 32 32-36%

RDW 13.7 11.6-14.6%

Material: Sangue total

Método: Automatizado

Coletado às 8h30min – 14/06/2011

Page 23: Infecções - Material didático 2012

23

SÉRIE BRANCA

%

Valor Absoluto

(mm³) Valores de Referência

Leucócitos 20.000 4.000-11.000/ mm³

Neutrófilos Totais 86 16340 45-75% 4500-7500 mm³

- Mielócito 0 0-0% 0 mm³

- Metamielócito 0 0-0% 0-500 mm³

- Bastonetes 1 190 0-5% 0-500/ mm³

- Segmentados 85 16150 40-80% 2.000-7.000/ mm³

Eosinófilos 1 190 1-6% 2-500/ mm³

Basófilos 0 0 0-2% 0-100/ mm³

Linfócitos 20 3800 20-40% 2000-4000/ mm³

Monócitos 2 380 2-10% 200-1000 mm³

Valores de Referência

CONTAGEM DE PLAQUETAS

250.000

140.000-450.000/ mm³

Material: Sangue total

Método: Automatizado

Coletado às 8h30min – 14/06/2011

Page 24: Infecções - Material didático 2012

24

Projeto Imunologia nas escolas - Escola Estadual Romeu de Moraes

Atividade para Casa

Nome:________________________ Série:_____ Data:___

Atividades nº1 (Mundo Microscópico) e nº2 (Infecções)

Escolha uma das duas atividades para desenvolver em casa. A tarefa deverá ser

entregue ao coordenador pedagógico da Escola, Prof. Chico Cardoso, dentro de 15

dias. Ela será corrigida pela equipe do Projeto Imunologia nas Escolas e, depois

você terá um retorno.

Caso queira, você poderá fazer as duas atividades e em duplas.

1) Leia os textos abaixo que tratam da infecção pela bactéria KPC. Escreva um

texto comentando estas matérias jornalísticas, ou prepare uma apresentação em

PowerPoint com texto e ilustrações.

Procure explicitar em seu texto ou apresentação:

- as razões que tornam as infecções por essa bactéria um grave problema de saúde

pública

- em que locais a bactéria pode ser encontrada e de que maneira as pessoas podem

ser infectadas

- os fatores que levaram ao surgimento dessas bactérias

- fatores que podem tornar pessoas mais suscetíveis à bactéria,

- quais cuidados devem ser tomados para evitar a propagação dessas bactérias

- qual o estado atual de infecção pela KPC no país

Texto 01

Bactéria KPC, a superbactéria.

Por Drauzio Varella

http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/infeccao-hospitalar

Texto 02

Casos de infecção por bactéria KPC estão controlados, afirma Secretaria de Saúde em SC

Uol notícias – 12 de fevereiro de 2012

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/02/29/casos-de-

infeccao-por-bacteria-kpc-estao-controlados-afirma-secretaria-de-saude-em-sc.htm

Page 25: Infecções - Material didático 2012

25

Texto 03

Casos de infecção por superbactéria KPC crescem no país.

Uol notícias – 29 de março de 2012

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1068840-casos-de-infeccao-por-

superbacteria-kpc-crescem-no-pais.shtml

2) Pesquise entre familiares e amigos que infecções eles tiveram na infância e na

vida adulta. Entreviste pelo menos três pessoas. Nesta conversa, anote os

seguintes dados: (i) seu parentesco com a pessoa, (ii) idade, (iii) sexo, (iii) nome da

infecção, (iv) se ocorreu na infância ou na vida adulta, (v) o que a pessoa sentiu

(sintomas), (vi) que mudanças ocorreram no corpo (sinais), (vii) quanto tempo durou

a infecção. Anote as informações obtidas.

Monte uma tabela, colocando esses dados e coloque mais uma coluna para a

informação sobre: microrganismo que causa a infecção, especificando se é uma

bactéria, um vírus, protozoário ou fungo. Esta informação, você pode encontrar na

internet e em livros na biblioteca (veja sugestões de sites confiáveis).

Sugestão de modelo de tabela:

Caso Parentesco Idade Sexo Nome da

infecção

Quando Sintomas ou sinais

Duração Tipo de

microrganismo

1

2

3

Escolha uma das infecções para desenvolver seu trabalho. Pesquise. Leia sobre o

assunto e escreva um texto (mínimo uma página) ou monte uma apresentação em

powerpoint com o texto e ilustrações, abordando principalmente o que acontece

com o sistema imune nesta infecção. Sugerimos os seguintes pontos para inspirar a

elaboração do seu trabalho (responda uma ou mais questões):

- o que é uma infecção?

- como discutimos na atividade nº 1 do Projeto (em abril), apesar dos humanos

viverem infecções desde a sua existência, foi apenas no fim dos 1800 que

descobrimos que os microrganismos podem causar doenças. Por que você acha que

demorou tanto tempo para esta descoberta científica?

- o microrganismo envolvido nesta infecção pode não causar doença se presente em

outra parte do corpo? Fale um pouco sobre isso.

- o que você acha que pode ter acontecido no sistema imune desta pessoa quando

ela estava doente?

- o que você acha que pode ter acontecido quando ela ficou boa? Você acha que o

microrganismo pode ter continuado no corpo dela?

Page 26: Infecções - Material didático 2012

26

Texto 1

Bacteria KPC, a superbactéria Do Portal Drauzio Varella

A bactéria KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) , a“superbactéria”, foi

identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000, depois de ter sofrido uma

mutação genética, que lhe conferiu resistência a múltiplos antibióticos (aos

carbapenêmicos, especialmente) e a capacidade de tornar resistentes outras bactérias.

Essa característica pode estar diretamente relacionada com o uso indiscriminado ou

incorreto de antibióticos.

A bactéria KPC pode ser encontrada em fezes, na água, no solo, em vegetais,

cereais e frutas. A transmissão ocorre em ambiente hospitalar, através do contato com

secreções do paciente infectado, desde que não sejam respeitadas normas básicas de

desinfecção e higiene.

A KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas

cirúrgicas, enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada,

muitas vezes, mortal.

Crianças, idosos, pessoas debilitadas, com doenças crônicas e imunidade baixa ou

submetidas a longos períodos de internação hospitalar (dentro ou fora da UTI) correm

risco maior de contrair esse tipo de infecção.

A resistência aos antibióticos não é um fenômeno novo nem específico da

espécieKlebsiella. Felizmente, esses germes multirresistentes não conseguem propagar-se

fora do ambiente hospitalar.

Sintomas

Os sintomas são os mesmos de qualquer outra infecção: febre, prostração, dores no corpo,

especialmente na bexiga, quando a infecção atinge o trato urinário, e tosse nos episódios de

pneumonia.

Diagnóstico

A confirmação do diagnóstico se dá por meio de um exame de laboratório que identifica a

presença da bactéria em material retirado do sistema digestivo. Infelizmente, nem todos

os hospitais estão suficientemente aparelhados para realizar esse exame.

Prevenção

A prevenção é fundamental no controle da infecção hospitalar. Por isso, todos os pacientes

portadores da bactéria KPC, mesmo que assintomáticos, devem ser mantidos em isolamento.

Lavar as mãos com bastante água e sabão e desinfetá-las com álcool em gel são

medidas de extrema eficácia para evitar a propagação das bactérias. Esses recursos devem

ser utilizados, tanto pelos profissionais de saúde que lidam com os doentes, como pelas visitas.

Outras formas de prevenir a propagação das bactérias incluem o uso sistemático de

aventais de mangas compridas, luvas e máscaras descartáveis, sempre que houver contato

direto com os pacientes, a desinfecção rotineira dos equipamentos hospitalares e a

esterilização dos instrumentos médico-cirúrgicos.

Tratamento

Existem poucas classes de antibióticos que se mostram efetivas para o tratamento das

infecções hospitalares pela bactéria KPC. Daí, a importância dos cuidados com a prevenção.

Recomendações

* Lave as mãos com frequência, especialmente antes e depois de entrar em contato com

pessoas doentes;

Page 27: Infecções - Material didático 2012

27

* Só tome antibióticos se forem prescritos sob orientação médica;

* Saiba que a maioria das infecções respiratórias não é causada por bactérias, mas, sim,

por vírus sobre os quais os antibióticos não exercem nenhum efeito;

* Mantenha as visitas afastadas dos pacientes infectados;

* Higienize as mãos com álcool gel, sempre que possível;

* Esteja atento à nova regulamentação da Anvisa sobre o uso dos antibióticos; *Procure reduzir ao mínimo necessário as visitas e consultas nos hospitais.

Texto 2

Casos de infecção por bactéria KPC estão controlados,

afirma Secretaria de Saúde em SC

Do Portal UOL, em São Paulo

Os casos de infecção pela bactéria KPC no Hospital Governador Celso Ramos, em

Florianópolis (SC), já estão controlados. A informação é da Secretaria Estadual de Saúde.

“Não identificamos novos casos e os pacientes já estão tendo alta", afirma Ida Zoz,

coordenadora de controle de infecção da Secretaria Estadual de Saúde.

Os pacientes infectados pela bactéria foram isolados dos demais nesta terça-feira

(29) e, segundo reportagem publicada no Diário Catarinense, o isolamento não tinha sido

realizado antes por falta de profissionais capacitados para lidar com a situação.

Zoz afirma que o hospital não contava anteriormente com um setor específico para

casos de isolamento, mas que este foi criado e os profissionais passaram por treinamentos

para poder atuar no local. Todos os casos de infecção ou colonização foram isolados na

unidade semi-intensiva do hospital.

O comunicado oficial da Secretaria de Saúde registra sete casos de infecção pela

bactéria e 12 de colonização, sendo todos pacientes de doenças pré-existentes graves.

Três pacientes morreram.

Conhecida como "superbactéria", a infecção pela KPC não tem se mantido no

ambiente hospitalar. "A KPC é resistente a um grupo de antibióticos, mas ainda há vários

outros disponíveis e usados para tratar essa infecção", explica Zoz.

Além disso, a bactéria costuma atingir pacientes com quebra de barreira

imunológica, isto é, insuficiência renal, câncer, doenças reumáticas crônicas, doenças

hepáticas, neurológicas, auto-imunes e casos de internações longas repetidas.

Page 28: Infecções - Material didático 2012

28

Texto 3

Casos de infecção por superbactéria KPC crescem no país

Do Portal Folha de S.Paulo

LUIZA BANDEIRA, DE SÃO PAULO

A superbactéria KPC, resistente à maior parte dos antibióticos, avançou nos

hospitais desde o surto de 2010.

No Distrito Federal, principal foco das infecções naquele ano, as notificações de

casos aumentaram 68% de 2010 (426) para 2011 (715). Segundo a Secretaria de Saúde do

DF, 56 pessoas morreram.

No Espírito Santo, eram sete os casos confirmados em 2010. Em 2011, o número

subiu para 37, nos três primeiros meses deste ano, 15. Nove pessoas morreram.

Santa Catarina tinha registrado três casos até outubro de 2010, quando, por causa

do surto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediu aos Estados que

enviassem dados sobre KPC. Depois disso, houve 43 casos e três mortes.

Como a KPC normalmente atinge pessoas com doenças graves, não é possível dizer

que todas as mortes foram causadas pela superbactéria.

Outros Estados que em 2010 não tinham relatado casos à Anvisa também já têm

registros. No Ceará, foram 103 casos suspeitos no ano passado. Neste ano, já há 45. Duas

pessoas morreram.

Segundo a Anvisa, o primeiro caso de infecção hospitalar causada por KPC no Brasil

foi registrado em 2005.

A superbactéria existe em hospitais porque nesses ambientes há uso frequente de

antibióticos, o que favorece o aumento da resistência. Entre as recomendações para evitá-

la estão o isolamento de pacientes infectados e o controle da higiene hospitalar.

Minas Gerais, São Paulo e Goiás também registraram casos em 2010. Em Minas,

houve uma ligeira queda no números da infecção (12 em 2010, 11 em 2011).

São Paulo, que registrou 70 pessoas infectadas em 2010, não forneceu dados do ano

passado. Goiás também não informou dados de 2011.

PREVENÇÃO

A Secretaria de Saúde do DF afirmou que dá cursos para profissionais de hospitais.

Segundo a pasta, apesar do aumento no número de casos, houve queda em alguns locais, o

que mostraria que não há uma endemia.

A coordenadora de controle de infecção de Santa Catarina, Ida Zoz, disse que o

treinamento de funcionários para evitar a contaminação foi reforçado e que o aumento de

registros pode ter ocorrido porque a notificação dos casos foi reforçada em 2010.

Espírito Santo e Ceará também dizem que pode ter havido subnotificação antes de

2010. Segundo a Anvisa, nenhum Estado registrou surtos neste ano ou em 2011.

Page 29: Infecções - Material didático 2012

29

Page 30: Infecções - Material didático 2012

30

Projeto Imunologia nas Escolas

Plataforma de Ensino e Interação com a Sociedade - iii-INCT

Coordenação

Verônica Coelho

Paulo Roberto Cunha

Sandra Moraes

Silvia de O. Sampaio

Carolina Lavini Ramos

Equipe

Abraão Lucas P. Hercheui

Alessandra Schanoski

Carla Crude

Carlo Martins

Jéssica C. Pavanelli

Luciana P. Medina

Luciana Mirotti

Luiz Fernando F. da Silva*

Narciso Junior Vieira

Thayna Meirelles

Tiago Clemente

Vinícius Santana

Wesley Brandão

Patrícia Santos – Ass. Comunicação * INCT - Análise Integrada do Risco Ambiental/Educadores

Visitas guiadas ao Laboratório

Andrea Kuramoto

Carlo Martins

Maria Lucia Aparecida C. Marin

Karen Kohlsel

Simone Regina Santos

Parceiros

E.E.Romeu de Moraes

Dorian P. de Godoy – Diretor

Francisco Cardoso – Orientador

pedagógico

Orlando Gearletti – Prof. Biologia

Maria Claudia – Prof. Química

Felipe Silva - Prof. Filosofia

Faculdade de Educação USP

Nélio Bizzo

Paulo Sérgio Garcia

Paulo Monteiro

iii-INCT

www.iii.org.br

Sede - Incor - Instituto do Coração /HC/FMUSP

Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 44

9º andar, bloco 2 - Cerqueira César

São Paulo – SP Cep: 05403-000

Tel: 55 (11) 2661-5907

[email protected]

http://projetoimunologianasescolas.blogspot.com