[ines heleno] influência da qai na síndrome do edifício doente
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Influência da QAI na Síndrome do Edifício Doente
O nível de poluição do ar interior pode ser superior ao detectado no ar
exterior. Facto este relevante quando os trabalhadores exercem a sua
jornada de trabalho no interior de edifícios.
A Qualidade do Ar Interior (QAI) considera-se aceitável quando não são detectados
quaisquer contaminantes conhecidos em concentrações acima dos valores
admissíveis e onde pelo menos 80% dos ocupantes não expressam qualquer
descontentamento ou sintoma.
São considerados poluentes do ar interior:
• Gases (monóxido de carbono; dióxido de carbono; ozono; formaldeído; compostos
orgânicos voláteis (COV); radão);
• Partículas;
• Microorganismos (bactérias; fungos; toxinas).
A QAI é afectada por diferentes fontes de poluição que se encontram relacionados
com os ocupantes, as actividades desenvolvidas, mas também com os materiais de
construção utilizados, os equipamentos, mobiliários, sistemas de aquecimento,
ventilação e ar condicionado.
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Influência da QAI na Síndrome do Edifício Doente
Alguns edifícios são considerados “doentes”, devido à baixa qualidade do ar nos
diversos compartimentos, e os seus ocupantes referem um conjunto de sintomas
de desconforto nomeadamente: letargia, cefaleias, cansaço, irritação do nariz e
garganta e falta de concentração. Estamos, então, perante um dos problemas de
QAI mais mediático, a Síndrome dos Edifícios Doentes (SED).[1]
Segundo Luis Conceição Silva, em “Manual de Segurança e Saúde do Trabalho”, o
Síndrome do Edifício Doente (S.E.D.) é “… a designação dada a um conjunto de
sintomas evidenciados por pessoas que trabalham em locais com ar
condicionado…”.
A ventilação destes locais é inadequada quando estamos perante uma deficiente
renovação de ar fresco, quer seja devido à insuficiência do mesmo quer seja pela
má qualidade, ou quando a distribuição do ar fresco não é uniforme. Estudos
demonstram que uma taxa de ventilação mais elevada diminui os índices de
prevalência dos sintomas do S.E.D.[2]
SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho
Inês HelenoInês Heleno Vicente, 25 anos, natural de Loures. Licenciada em Saúde Ambiental pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde em Lisboa, uma escolha que se deveu à sua ligação como ambiente, uma temática que a cativa. Após 3 anos de estudo, 2 estágios curriculares e um projecto de investigação de onde resultou um artigo científico, iniciou a busca no mercado de trabalho. Actualmente desempenha funções numa empresa prestadora de serviços externos, no âmbito da Segurança e Saúde no Trabalho, Segurança Alimentar e Segurança em Obra.
A sintomatologia verificada está também dependente da susceptibilidade individual década ocupante
mas, ainda assim, apresenta-se em 5 grupos:
• Manifestações nasais (obstrução);
• Manifestações oculares (secura e irritação);
• Manifestações da orofaringe (secura e irritação da garganta);
• Manifestações cutâneas (secura, irritação e erupção);
• Manifestações gerais (dor de cabeça e fadiga).
A avaliação da situação depende de diferentes análises, focadas no públi-alvo e nos equipamentos.
Devem ser avaliadas disfunções técnicas e efectuadas manutenções periódicas e, paralelamente,
avaliar a QAI regularmente, identificando os diferentes poluentes, propondo medidas de acordo com
os seus valores limite. Junto dos ocupantes, devem ser aplicados questionados relativamente aos
postos de trabalho e sintomatologia, sendo que os trabalhadores devem frequentar as consultas de
medicina no trabalho, pra identificação de sintomas associados.
A limpeza dos filtros deve ser complementada com a verificação dos pontos de entrada de ar fresco, de
modo a garantir que estes se mantenham afastados de fontes poluidoras.É essencial a sensibilização
dos ocupantes para a problemática da QAI, visando a alteração do comportamento dos mesmos
perante este factor.
Referências:
[1] Kosa KH, Indoor air quality: sampling methodologies; 2002, Lewis Publishers, CRC Press LLC
[2] Fisk WJ, Mirer AG, Mendell MJ, Quantitative relationship of sick building syndrome symptoms with
ventilation rates. Indoor Air Journal. 2009, V19.
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