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(In)disciplina e Violência na Escola Sociologia da Educação Docente: Dr.ª Márcia Cardoso Discente: Sónia Costa Escola Superior de Educação do Porto

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Page 1: Indisciplina na-escola-comp-1213960488443201-8

(In)disciplina e Violência na Escola

Sociologia da Educação

Docente: Dr.ª Márcia Cardoso

Discente: Sónia Costa

Escola Superior de Educação do Porto

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(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

A palavra disciplina pode ter dois significados:

- Nome que se pode dar a qualquer área de conhecimento estudada e ministrada num ambiente escolar ou académico;

- Ou é utilizada para indicar, em educação, a disposição dos alunos em seguir os ensinamentos e as regras de comportamento.

Wikipédia: Autor desconhecido

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Indisciplina:

Uma das mais comuns definições de indisciplina é quando o aluno impede que a escola cumpra os seus objectivos. Mas para que essa indisciplina aconteça ela tem origem em três aspectos: na escola, no professor e no aluno.

- Na escola: quando não oferece a perspectiva de construir regras de convívio e de interacção. Pois a escola precisa de regras e normas que orientem o seu funcionamento e a sua convivência entre a comunidade escolar. Nesse sentido, as normas passam a ser compreendidas como condição necessária ao convívio social e escolar;

Wikipédia: Autor desconhecido

(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

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- No professor: quando não constrói uma aula significativa, quando tolera que um aluno “quebre” regras estabelecidas. Um dos factores que mais estimula a indisciplina, ou a falta de consideração dos alunos pelo professor é a falta de coerência entre o que o professor diz e o que ele faz, entre os valores que ele tenta transmitir aos alunos e os que ele mesmo vive.

Wikipédia:Autor desconhecido

(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

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- No aluno: quando procura capturar atenção do professor ou certas posturas que a escola tem, desde que estes valores sejam cultivados.

Muitas crianças têm uma educação familiar totalmente autoritária, estão acostumadas a serem indisciplinadas e a receberem severos castigos. Por esta razão não conseguem viver num ambiente democrático. Mas também há, muitos pais que acabam por dar liberdade excessiva aos seus filhos, criando-os indisciplinados, que não conseguem conviver com obrigações rotineiras e sentem-se frustrados quando não são o centro das atenções.

Wikipédia: Autor desconhecido

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• Ou seja, as crianças precisam de ter regras (que impliquem valores e normas de conduta) e estas têm de surgir dos seus educadores, pais ou professores.

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Nos dias de hoje, a indisciplina na Escola merece uma grande atenção por parte da sociedade.

Com muita frequência realiza-se Conselhos disciplinares, polícia na escola, reforço de estruturas físicas em torno das escolas, por outro lado, organização de encontros, seminários, conferências, acções de formação, etc.

Ao contrário do que se pensa, essa sensibilidade por parte da sociedade em relação ás questões da violência e indisciplina facilmente levam os alunos a gerar e amplificar ainda mais estas situações do que a suaviza-las. *

Correia, José Alberto et al (2003)

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A principal preocupação da Escola é a transmissão de conhecimentos, isto é, privilegia a dimensão cognitiva, esquecendo por vezes outras dimensões humanas indispensáveis para assegurar as competências sociais, técnicas, económicas e culturais, fundamentais para uma boa integração do indivíduo na sociedade actual.

A importância da dimensão cognitiva é realmente importante, visto

que é à Escola que compete assegurar.

Correia, José Alberto et al (2003)

(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

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O saber escolar tem vindo a sofrer diversas alterações, visto que cada vez mais as funções da Escola são complexas nos domínios da regulação moral, legitimação política e da integração social onde a família, a religião ou as comunidades locais também podem contribuir para o desenvolvimento do indivíduo.

Se a Escola tem de assegurar ao mesmo tempo o saber escolar e todas aquelas funções, o seu papel vai ser cada vez mais indistinguível entre sucesso escolar e sucesso educativo. **

Correia, José Alberto et al (2003)

(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

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A disciplina/saber e a disciplina/comportamento sempre foi uma das constantes da escola, historicamente, era algo natural e não problemática encontra-se, hoje, profundamente alterado.A indisciplina, quando existia não constituía problema escolar, mas apenas uma questão comportamental de natureza individual.Hoje, a indisciplina já não é uma questão comportamental, tornou-se para grupos consideráveis da população escolar uma forma social de expressão, um modo de existência, uma cultura.

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

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A universalização da escola, é também, a universalização da disciplina enquanto isso significa um programa social de moralização orientado em termos do bem e do mal que, contudo, já não tem a suportá-lo, pelo menos formalmente, um quadro estável de valores externos, social e institucionalmente protegido (nas famílias, nas igrejas ou no trabalho) que houvesse de ser interiorizado e reproduzido, como acontecia na existência clássica da escola.

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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O aumento dos comportamentos de indisciplina e violência nas escolas tem vindo a ocorrer a largos passos, sobretudo nos últimos anos.

Muitos professores, confrontados com tais comportamentos, sentem-se ansiosos antes de entrar na aula, durante a aula e depois das aulas.

Os pais receiam pelo que possa acontecer aos seus filhos.

Os alunos sentem um clima de insegurança e medo nas escolas. ***

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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Para alguns indivíduos, a escola é um problema, porque chegam lá e são sujeitos às suas práticas como, desde sempre, tivessem vivido no seio delas.

Convém reflectirmos na violência que estas práticas acarretam na vida do indivíduo, porque não somos todos iguais, isto é, as competências cognitivas diferem de indivíduo para indivíduo e podem causar desigualdades entre os alunos se não forem tidas em conta pela ESCOLA. ****

(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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O stress relacionado com a indisciplina é o factor mais influente no fracasso dos professores, sobretudo nos professores mais jovens e durante os primeiros dez anos de actividade profissional.

(Dortu, 1993; Galloway, 1987; Jesus, 1999; Veiga, 1995)

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Poderemos perguntar:

Qual o maior factor da indisciplina escolar ou da violência juvenil?

Para uns é a falta de perspectivas quanto ao futuro, para outros um sintoma de rupturas.

Num mundo cada vez mais global, a prevenção da indisciplina e da violência requer a família, em primeiro lugar e depois a escola, num apelo a cada um de nós, professores. A escola deve assumir a sua responsabilidade na formação da consciência moral dos jovens, quer através do tipo de conteúdos que ensina, quer através da maneira como tais conteúdos são transmitidos.

É aqui que surge a importância da comunicação, vivenciada, de escuta e de apoio, como poderoso instrumento de intervenção na disciplina escolar.

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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Em certas famílias e em algumas escolas continuam a existir as punições corporais. Alguns pais mantêm-se presos aos conteúdos autoritários do passado. Ignoram ainda, ou nem se lembram que a relação autoritária inibe a troca de argumentos e a educação.

(Oliveira, 1994; Teixeira, 1995; Veiga, 1997)

O tempo de comunicação entre pais e filhos ou entre professores e alunos, aparece como escasso e não significativo. A falta de diálogo e reconhecimento afigura-se-nos como uma das maiores causas que leva os jovens a tomarem atitudes extremas e violentas.

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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Numa época em que a escolaridade obrigatória força os alunos a irem à escola, muitos deles são maltratados, porque não se portam adequadamente. As escolas devem também ser responsabilizadas e os professores devem desenvolver estratégias para lidar com os comportamentos inadequados.

Muitos alunos não aprendem, não porque não tenham capacidades para aprender, mas porque alguém os convenceu de que não tinham capacidades para aprender. Muitos alunos abandonam a escola convencidos de que “não têm cabeça” para a escola, não porque não tenham capacidades, mas porque alguém os foi levando a verem-se como sujeitos sem valor. Muitos destes alunos, assim excluídos, vão engrossar a marginalidade social.

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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Outros alunos permanecem na escola, mas, com os seus actos de extrema indisciplina e violência, impedem o funcionamento das aulas, danificam materiais e martirizam a vida dos professores.

Face a um aluno indisciplinado, a primeira atitude a tomar é examinar a forma como se comunica com o aluno. A maneira como o professor comunica pode ter uma influência decisiva, poderá afectar a vida do aluno, para bem ou para mal, com o objectivo de chegar à mente de um aluno, o professor deve primeiro conquistar o seu coração.

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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Tomás, 16 anos, acabava de receber uma nota negativa num exame de línguas. O professor escrevera estas palavras na sua prova:

“Tudo muda; só a ignorância permanece. Tu és um exemplo perfeito desta imutabilidade”.

O que pensam a cerca da mensagem deste professor?

Veiga, Feliciano Henriques (2001)

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(In)Disciplina na Escola__________________________________________________________

Meninos cujos pais tão cedo saem

De noite para longe ir trabalhar,

Sem puder ver como tão bem vos caem

As roupas que p’ra escola ides levar,

Nem um beijinho em vosso rosto quente

Nem um adeus de mão ao longe dar

-Lembrai-vos que p’ra vos dar de presente

O que ninguém lhes pode ofertar.

Ó pais que só pensais em trabalhar

Sem tempo para estar com vossos filhos,

Lembrai-vos que não basta só amar!

Será que à terra basta um bom lavrar?

Será que bastam às flores do sol os brilhos?

Sem água... O campo nada pode dar!

Feliciano H. Veiga (2000)

Ó PAIS QUE SÓ PENSAIS EM TRABALHAR!

COMENTÁRIOS AO POEMA

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Bibliografia

CORREIA, José Alberto et al (2003), Violência e Violências da e na Escola, Porto, Afrontamento

VEIGA, Feliciano Henriques, Indisciplina e violência na escola,

Práticas comunicacionais para professores e pais, 2ºedição, Almedina(2001)