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2 COMMISS ˇ AO EUROPEIA TEMA 2 Economia e finanças Índices Harmonizados de Preços no Consumidor (IHPC) Março de 2004 EDIÇÃO 2004 MÉTODOS E NOMENCLATURAS Guia Conciso do Utilizador

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2C O M M I S S AOE U R O P E I A

TEMA 2Economia e finanças

Índices Harmonizadosde Preços noConsumidor(IHPC)

Março de 2004

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Guia Conciso do Utilizador

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu.int).

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2004

ISBN 92-894-7081-XISSN 1725-0048

© Comunidades Europeias, 2004

Europe Direct é um serviço que o/a ajuda a encontrar respostas às suas perguntas sobre a União Europeia

Um novo número verde único:

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ÍNDICES HARMONIZADOS DE PREÇOS NO CONSUMIDOR

GUIA CONCISO DO UTILIZADOR

ÍNDICE 1. Introdução aos IHPC ........................................................................................3

2. Base conceptual e cobertura dos IHPC............................................................4

3. Acesso aos dados e metadados dos IHPC ......................................................5

4. Elementos fundamentais do cálculo dos IHPC.................................................6

5. Os IHPC – estabilidade dos preços e comparações internacionais .................8

6. O processo de harmonização...........................................................................8

7. Outros aspectos técnicos da harmonização .....................................................9

8. Regulamentos relativos aos IHPC..................................................................10

9. Medidas futuras em matéria de harmonização...............................................12

Outras informações relativas aos IHPC ..................................................................14

Pontos de contacto .................................................................................................14

Outras ligações úteis...............................................................................................14

ANEXO – Lista completa dos regulamentos relativos aos IHPC.............................15

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IHPC Guia conciso do utilizador

ÍNDICES HARMONIZADOS DE PREÇOS NO CONSUMIDOR (IHPC)

GUIA CONCISO DO UTILIZADOR

Este guia fornece uma breve descrição dos Índices Harmonizados de Preços no Consumidor (IHPC). O seu público-alvo são os utilizadores não especialistas dos IHPC, incluindo os analistas e comentadores que desejem obter uma visão global destes índices de preços.

O guia fornece igualmente referências e ligações a informação mais detalhada sobre estes índices e uma lista de pontos de contacto para mais informações. No anexo do guia encontra-se uma lista de todos os regulamentos juridicamente vinculativos em matéria de IHPC.

1. Introdução aos IHPC

Os Índices de Preços no Consumidor (IPC) são indicadores económicos criados para medir as variações no tempo dos preços dos bens e serviços de consumo adquiridos, utilizados ou pagos pelas famílias. Os IPC são utilizados para fins diversos: como guias para a política monetária; para a indexação de contratos comerciais, salários, prestações de protecção social ou instrumentos financeiros; como instrumentos de deflação das contas nacionais ou para calcular as alterações no consumo nacional ou no nível de vida. Os IHPC são um conjunto de Índices de Preços no Consumidor a nível da UE, calculados de acordo com uma abordagem harmonizada e com um conjunto único de definições. Os principais IHPC são:

• o Índice de Preços no Consumidor da União Monetária (IPCUM) – índices

agregados que abrangem os países da zona euro; • o Índice Europeu de Preços no Consumidor (IEPC) – abrange a zona euro e os

outros países da UE; • os IHPC nacionais – para cada um dos Estados-Membros da UE.

Além destes, existe também o Índice de Preços no Consumidor do Espaço Económico Europeu (IPCEEE), os IHPC dos países do EEE e os IHPC provisórios dos países em vias de adesão e dos países candidatos (1).

(1) Países da zona euro: Bélgica, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países

Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia. Países da UE: Países da zona euro mais a Dinamarca, a Suécia e o Reino Unido. Países do Espaço Económico Europeu: Países da UE mais a Islândia e a Noruega. Países em vias de adesão: República Checa, Estónia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta, Polónia,

Eslovénia, República Eslovaca. Países candidatos: países em vias de adesão mais a Bulgária, a Roménia e a Turquia. (Em Março de 2004).

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O IPCUM e o IEPC são calculados pelo Eurostat com base em estatísticas fornecidas pelos Estados-Membros sobre as variações de preços e os padrões de consumo dos consumidores nos respectivos territórios económicos. Tal como adiante se explica, a agregação entre países utiliza ponderações nacionais para a “despesa monetária de consumo final das famílias”. Os IHPC estão, em princípio, sujeitos a revisão, em especial quando surge informação nova ou melhorada. Estimativas rápidas O Eurostat publica também mensalmente uma “estimativa rápida” para o IPCUM. Esta estimativa rápida baseia-se nos resultados dos primeiros países que publicaram as respectivas estimativas nacionais e nos dados relativos aos preços da energia e dá indicações precoces sobre aquilo que o IPCUM provavelmente revelará quando o conjunto completo de dados estiver disponível.

2. Base conceptual e cobertura dos IHPC

Os IHPC visam abranger toda a gama da despesa monetária de consumo final para todos os tipos de famílias, de forma a dar uma visão oportuna e relevante da inflação. Conceptualmente, os IHPC são “índices de preços do tipo Laspeyres” e não “índices do custo de vida”, o que reflecte o seu papel crucial na medição da estabilidade dos preços. Assim, pode considerar-se que os IHPC medem, em geral, os preços de um padrão de despesa fixo, em vez de se basearem em conceitos económicos de utilidade para o consumidor. As diferenças conceptuais entre os dois tipos de índices de preços não levam, geralmente, a diferenças substanciais na prática, mas no final deste guia encontram-se algumas referências mais detalhadas a este respeito. A cobertura dos IHPC é definida em termos da “despesa monetária de consumo final das famílias”, por referência aos conceitos de contas nacionais do Sistema Europeu de Contas (SEC 95). Algumas das consequências práticas da utilização da “despesa monetária de consumo final das famílias” são: • a cobertura geográfica e demográfica abrange todas as aquisições efectuadas pelas

famílias no território de um país, quer sejam efectuadas por famílias residentes ou por famílias não residentes (também denominado “conceito interno”);

os IHPC abrangem os preços pagos pelos bens e serviços em transacções monetárias. Assim, por exemplo, excluem-se certas taxas e impostos pagos ao governo por licenças (nos casos em que não é recebido um bem ou serviço equivalente em troca);

os preços medidos são os preços efectivamente pagos pelo consumidor; incluem, por exemplo, taxas sobre a venda de produtos, como o imposto sobre o valor acrescentado, e reflectem os preços das vendas de final de estação;

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os IHPC excluem juros e encargos com créditos, considerando-se que estes financiam custos e não a despesa de consumo.

Diferenças entre os IHPC e os Índices de Preços no Consumidor (IPC) nacionais Por vezes, as diferenças entre os IHCP e os IPC nacionais podem ser significativas na prática. Em geral, essas diferenças têm vindo a diminuir, embora os IPC nacionais usem as suas próprias metodologias. Em muitos países, os IPC nacionais foram criados para servir fins diferentes, por exemplo como “índices de custo de vida” ou “índices de compensação”, e alguns dos conceitos e métodos que lhes estão subjacentes não são apropriados para os IHPC como cálculos da inflação “pura” (do impacto da inflação no poder de compra). Vejamos alguns exemplos de diferenças entre os IHPC e os IPC nacionais: • O tratamento dos cuidados de saúde e da educação subsidiados. Os IHPC incluem o

preço líquido pago pelos consumidores (após reembolso), ao passo que os IPC nacionais excluem estas aquisições ou registam o preço bruto.

• O tratamento das habitações ocupadas pelos proprietários. Nos IHPC, os preços

imputados aos serviços relativos à ocupação das habitações pelos proprietários estão actualmente excluídos. Todavia, está a ser testado um índice baseado nos custos de aquisição da habitação para possível inclusão no futuro. Este índice será compilado separadamente dos IHPC numa base experimental antes de ser tomada qualquer decisão no sentido de o incorporar nos IHPC. Os IPC nacionais utilizam uma variedade de métodos – por exemplo, alguns usam uma abordagem que envolve rendas imputadas, outros incluem juros de hipotecas, e outros ainda excluem inteiramente os custos suportados pelos proprietários-ocupantes.

• As fórmulas de agregação usadas no nível de estratificação mais pormenorizado dos

cálculos do índice para produzir os denominados “agregados elementares”. Os IHPC utilizam rácios da média aritmética ou da média geométrica dos preços, ao passo que alguns dos IPC nacionais usam outras fórmulas.

• A cobertura geográfica e demográfica. Os IHPC abrangem todas as despesas no

território, quer sejam efectuadas por residentes ou por visitantes, ao passo que alguns dos IPC nacionais cobrem as despesas efectuadas pelos residentes nacionais quer dentro quer fora do país.

3. Acesso aos dados e metadados dos IHPC

Os IHPC são publicados todos os meses obedecendo a um calendário rigoroso, rápido e pré-anunciado, em geral entre 17 e 19 dias após o final do mês em questão. As estimativas rápidas dos IHPC são geralmente publicadas no último dia útil do mês em questão. Dados

Os dados dos IHPC publicados em cada mês incluem os próprios índices de preços, os índices de preços médios anuais e as taxas de variação, bem como as taxas de variação mensais e anuais. Nenhum destes dados é ajustado sazonalmente.

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Além dos IHPC integrais (que incluem todas as rubricas), é também divulgado um conjunto de cerca de 100 índices para diferentes bens e serviços. As principais rubricas são as seguintes:

Produtos alimentares Álcool e tabaco Vestuário Alojamento Equipamento doméstico Saúde Transportes Comunicações Lazer, recreação e cultura Educação Alojamento e restauração Diversos

Além disso, é publicada uma série de agregados especiais, que inclui:

O IHPC, excluindo energia, O IHPC, excluindo energia, produtos alimentares, álcool e tabaco, O IHPC, excluindo produtos alimentares não transformados, O IHPC, excluindo energia e produtos sazonais, O IHPC, excluindo tabaco.

São também indicadas as ponderações dos vários bens e serviços considerados e os países. Todos os IHPC, a lista completa de índices componentes e os agregados especiais podem ser consultados através do site do Eurostat (tema: economia e finanças) e do site dos euro-indicadores (tema estatístico: preços no consumidor). O site dos euro-indicadores permite ter acesso rápido aos últimos valores e aos subíndices mais importantes. O site do Eurostat dá igualmente acesso aos comunicados de imprensa mensais e à publicação “Statistics in Focus – Economy and Finance – Theme 2” (mais pormenorizada). Metadados Além disso, o site do Eurostat permite também aceder ao “Compendium of HICP reference documents”, que contém os relatórios pormenorizados dos IHPC transmitidos em 1998 e em 2000 pela Comissão ao Conselho, os regulamentos relativos aos IHPC e ainda orientações e algumas notas técnicas.

4. Elementos fundamentais do cálculo dos IHPC

Os resultados do processo de harmonização, em termos dos progressos efectuados relativamente a várias questões técnicas, encontram-se mais à frente neste guia. À guisa de introdução, este ponto fornece algumas informações breves sobre a forma como determinados problemas de cálculo são tratados nos IHPC.

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Recolha dos dados relativos aos preços Nos Estados-Membros, a recolha dos dados relativos aos preços é normalmente efectuada mediante a combinação de visitas a retalhistas e prestadores de serviços locais com a recolha centralizada (por correio, telefone, correio electrónico e Internet). Mais recentemente, foi feita a primeira utilização, por um Estado-Membro, dos “dados de scanner” dos retalhistas (dados registados electronicamente quando os consumidores pagam as suas compras nas caixas das lojas) para o IHPC. Adaptação da qualidade A necessidade de adaptação da qualidade surge porque a natureza dos bens e serviços no mercado muda com o tempo. Por exemplo, não é possível comparar simplesmente o preço de um determinado carro com um “semelhante” que estivesse à venda cinco anos antes. Entretanto, a qualidade desse carro ter-se-á alterado: a comparação de preços tem de ter essa alteração em conta. Assim, o estaticista de preços deve efectuar uma adaptação da qualidade, ou seja, deve estimar a parte da alteração de preços entre os dois carros que foi efectivamente devida a uma mudança na qualidade do carro e a parte que corresponde a uma real variação dos preços.

A adaptação da qualidade é amplamente considerada pelos peritos em índices de preços como um dos problemas mais importantes – senão mesmo o mais importante – e difíceis de resolver em matéria de construção de índices de preços no consumidor. Para os IHPC existem normas mínimas em matéria de adaptação da qualidade: sempre que possível, devem ser feitas adaptações explícitas da qualidade e a totalidade de uma variação de preços nunca deve ser atribuída a diferenças de qualidade sem justificação. Na prática, todos os Estados-Membros fazem adaptações para a alteração da qualidade dos bens e serviços nos seus IHPC, usando uma série de métodos directos e indirectos. No entanto, tal como se explica no ponto relativo às medidas futuras em matéria de harmonização, haverá que especificar os métodos utilizados para as variações de qualidade.

Cabaz de bens e serviços e ponderação Na realidade, a distribuição das aquisições de bens e serviços, bem como a natureza precisa de alguns desses mesmos bens e serviços, varia de país para país; não existe um cabaz uniforme aplicável a todos os países. Para reflectir esta realidade, os IHPC baseiam-se nos preços e despesas que são representativos em cada país e não num “eurocabaz” médio.

As ponderações usadas no cálculo dos IHPC num determinado país podem dizer respeito a um período de referência que pode ir até sete anos antes do ano corrente. Contudo, para minimizar qualquer incomparabilidade que isso possa provocar, todos os anos têm de ser feitas adaptações para quaisquer variações especialmente significativas nos padrões de despesa. Os IHPC têm obrigatoriamente de abranger todos os bens e serviços recentemente considerados significativos. Existem regras especiais para as situações em que foram recentemente introduzidos preços para bens ou serviços que eram anteriormente gratuitos, bem como para os casos de abertura dos mercados a novos fornecedores – o que pode, na prática, beneficiar os consumidores em termos de preços.

Cálculo e agregação Para produzir resultados comparáveis, o IHPC de cada país deve ser compilado usando fórmulas específicas (o rácio da média aritmética ou da média geométrica, mas não a média aritmética das relações de preços).

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O IPCUM é compilado como a média ponderada dos países que constituem a zona euro. As ponderações nacionais derivam dos dados das contas nacionais para a “despesa monetária de consumo final das famílias”. Para os agregados do IHPC da UE e do EEE, a zona euro é tratada como uma única entidade, à qual são adicionados os dados para os outros países (mais uma vez, as ponderações usam dados das contas nacionais, convertidos em poder de compra padrão).

No conjunto da UE, utiliza-se mais de um milhão de observações de preços para calcular os IHPC em cada mês.

5. Os IHPC – estabilidade dos preços e comparações internacionais

Os índices de preços no consumidor têm uma variedade de utilizações potenciais (servem, por exemplo, para a indexação de prestações sociais ou de contratos comerciais, ou constituem um contributo para outras análises económicas), mas a principal razão que preside ao projecto de harmonização é o facto de poderem ser utilizados como principal meio de medir a estabilidade dos preços na zona euro. Os IHPC foram criados com o objectivo de constituírem a melhor medida para as comparações internacionais da inflação das famílias na zona euro e na UE. Nas fases iniciais do projecto IHPC, a utilização mais importante dada a estes índices era a avaliação da estabilidade dos preços e da convergência dos preços, dois critérios que era necessário respeitar para aderir à União Económica e Monetária. Mais recentemente, a tónica deslocou-se para os agregados de grupos de países – e, em especial, para o IPCUM. Esta mudança de ênfase reflecte o objectivo do Banco Central Europeu de garantir a estabilidade dos preços, bem como a convicção de que os IHPC constituem a medida de preços mais apropriada para avaliar essa estabilidade (o BCE definiu a estabilidade dos preços como o aumento numa base homóloga inferior a 2% do IPCUM, a manter a médio prazo). Em 2003, o BCE reiterou o seu objectivo em matéria de inflação e acrescentou que, tendo em vista a estabilidade dos preços, o Conselho de Governadores decidiu manter as taxas de inflação próximas dos 2% no médio prazo. A tónica dos IHPC na medição da estabilidade e da convergência dos preços, bem como nas comparações internacionais, não significa que um número mais vasto de utilizadores não deva ou não possa utilizá-los para outros fins. Dependendo do objectivo específico pretendido pelo utilizador, os IHPC podem constituir as melhores estatísticas de preços disponíveis. Todos os utilizadores dos IHPC devem, contudo, estar cientes de que estes índices podem ser revistos, pelo que podem ser alterados após a publicação dos primeiros resultados.

6. O processo de harmonização

Base jurídica O primeiro marco no desenvolvimento dos IHPC, em Outubro de 1995, foi a adopção de um regulamento do Conselho que estabelecia a base jurídica para a criação de uma metodologia harmonizada para a compilação de IPC comparáveis, tal como era exigido pelos critérios de convergência do Tratado de Maastricht.

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Processo O programa de desenvolvimento de uma metodologia harmonizada contou com a participação activa dos peritos em preços dos institutos nacionais de estatística da UE, coordenados e dirigidos pelo Eurostat. O grupo de trabalho IHPC constituiu a plataforma de lançamento deste projecto. Este grupo de trabalho, composto por representantes do Eurostat, dos Estados-Membros, do Espaço Económico Europeu e dos países candidatos, contou igualmente com a participação de representantes dos utilizadores: Banco Central Europeu, bancos centrais nacionais e Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia. Nos primeiros anos, o Comité Consultivo Europeu da Informação Estatística nos Domínios Económico e Social (CEIES) esteve igualmente envolvido. O parecer do Comité do Programa Estatístico (CPE) – o comité de mais alto nível na UE para os trabalhos de estatística – é solicitado para toda a legislação relativa aos IHPC. Normas mínimas A abordagem em relação à harmonização consistiu, primeiramente, na adopção do regulamento-quadro do Conselho, que define os princípios gerais e o âmbito de aplicação dos IHPC. Ao longo dos anos, esta base foi sendo alargada com uma série de regulamentos de execução juridicamente vinculativos, incidindo cada um deles sobre um ou mais domínios específicos da metodologia. Os métodos especificados nestes regulamentos podem, normalmente, ser aplicados com alguma flexibilidade, visto que a comparabilidade apenas é requerida com uma tolerância de 0,1 pontos percentuais em qualquer das direcções ao nível dos índices globais. O objectivo visado é a comparabilidade dos resultados e não a aplicação de métodos uniformes em todas as circunstâncias. Durante o projecto de harmonização, a Comissão concedeu aos Estados-Membros apoio financeiro destinado a contribuir para a realização das actividades necessárias. Os países candidatos receberam igualmente apoio técnico.

7. Outros aspectos técnicos da harmonização

Prioridades da harmonização No início do programa IHPC, com base nos pareceres dos peritos em IPC dos Estados-Membros, foi elaborada a seguinte lista de questões técnicas potencialmente importantes. O quadro apresenta, para cada tópico, aquilo que era considerado, na altura, o grau provável de importância a priori para efeitos da comparabilidade internacional. A lista funcionou como guia para a maior parte dos trabalhos de harmonização efectuados desde então.

Questões relativas à comparabilidade dos IHPC

Questão Efeitos a longo prazo

Efeitos a curto prazo

Adaptação da qualidade 3 1 Fórmula de cálculo dos agregados elementares 2 1 Antiguidade das ponderações das rubricas 2 1

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(continuação)

Questão Efeitos a longo prazo

Efeitos a curto prazo

Observações em falta / substituições 2 1 Construção do índice de base 2 0 Correcção/ preparação dos dados 1 1 Inclusão/exclusão de grupos de rubricas 1 0 Actualização da base dos preços das ponderações 1 0 Número de agregados elementares 0 2 Rubricas representativas ou amostragem aleatória 0 2 Diferenças regionais 0 2 Tipos de estabelecimento 0 2 Erros de amostragem 0 2 Descontos (desde que não variem ao longo do tempo)

0 0

Chave do quadro: 3 = muito provável, 2 = provável, 1 = possível, 0 = improvável

A prioridade mais elevada foi atribuída às questões com mais probabilidade de serem importantes a longo prazo, tendo sido desenvolvido um programa de trabalho abrangente. Os principais resultados obtidos até agora correspondem aos progressos registados em matéria dos regulamentos IHPC, a seguir descritos.

8. Regulamentos relativos aos IHPC

Este capítulo apresenta, por ordem cronológica, os principais temas abrangidos pelos vários regulamentos aplicados desde 1995 em matéria de IHPC. Assim, identifica as principais questões técnicas tratadas, o que permite ter uma ideia dos progressos realizados. As referências completas relativas a cada um dos regulamentos encontram-se em anexo. Em 1995, um primeiro regulamento do Conselho estabeleceu a base jurídica para a criação de uma metodologia harmonizada para a compilação de IPC nos Estados-Membros, forneceu algumas das definições básicas a aplicar e estipulou as primeiras normas quanto ao âmbito de aplicação inicial dos índices, ao calendário e à frequência da sua elaboração e publicação. Criou também disposições para o financiamento dos trabalhos adicionais eventualmente necessários nos Estados-Membros. Em 1996, um regulamento da Comissão definiu uma série de normas:

• a cobertura inicial dos índices – essencialmente todos os bens e serviços disponíveis no mercado nacional, mas com a introdução gradual de certos artigos e a exclusão específica de outros (muito poucos);

• o tratamento de bens e serviços recentemente considerados significativos – todos os

tipos de produtos com uma ponderação de, pelo menos, uma parte por mil têm de ser abrangidos;

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• as fórmulas dos agregados elementares – proibição de utilizar as médias aritméticas das

relações de preços, excepto quando se possa demonstrar que isso não afecta a comparabilidade;

• normas mínimas para a adaptação da qualidade – sempre que possível, devem ser feitas

adaptações explícitas da qualidade e a totalidade de uma variação de preços nunca deve ser atribuída a diferenças de qualidade sem justificação;

• amostragem – a amostra deve ser suficientemente representativa dos produtos, tendo em

conta a variabilidade dos respectivos preços. A amostra-alvo deve ser mantida; • observações de preços em falta – não é permitido reportar a observação mais recente por

mais de dois meses; • a classificação a usar (aquela que era então a versão provisória da classificação

internacional COICOP) e o nível dos subíndices a calcular (desagregação dos grupos da COICOP).

Os regulamentos de 1996 e 1997 fixaram:

• disposições para a transmissão dos dados dos IHPC ao Eurostat; • normas mínimas para a qualidade das ponderações dos IHPC – as ponderações devem

dizer respeito a um período não superior a sete anos antes do ano do índice. Todos os anos deverão ser efectuados controlos para detectar eventuais mudanças importantes entretanto ocorridas, devendo ser introduzidas adaptações selectivas quando tal for necessário.

Em 1998, três outros regulamentos:

• alargaram a cobertura dos produtos no IHPC para incluir alguns bens e serviços que tinham estado excluídos até aí (por exemplo, COICOP 06.2.1 ‘Serviços médicos’) e para alargar a cobertura de certos outros produtos que apenas tinham estado parcialmente incluídos (por exemplo, COICOP 04.4 ‘Outros serviços relacionados com a habitação’);

• especificaram a cobertura geográfica e demográfica. Os IHPC abrangem as aquisições

efectuadas pelas famílias no território de um país, realizadas quer por consumidores residentes quer por não residentes. Todos os segmentos da população estão, em princípio, abrangidos, incluindo aqueles que se encontram nos extremos da distribuição de rendimentos e as pessoas que vivem em instituições;

• definiram o tratamento dos preços tabelados (por exemplo, os que se aplicam a encargos

com a electricidade e com o telefone), fixando regras para o tratamento das alterações nas estruturas tarifárias.

Os regulamentos de 1999 estipularam:

• normas mínimas para o tratamento das transacções de seguros. O preço dos prémios brutos de seguros é usado como indicador de preços, mas as ponderações usam as assim designadas “taxas de serviço de seguros”;

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• a utilização de uma nova classificação (a COICOP/IHPC), em conformidade com a

versão final da COICOP definida pelas Nações Unidas; • normas mínimas para o registo dos preços nos domínios da saúde, educação e protecção

social. Em especial, os preços a incluir nos IHPC são aqueles que são pagos pelas famílias líquidos de quaisquer reembolsos do governo, da segurança social ou de outras instituições sem fins lucrativos.

Os regulamentos de 2000 disseram respeito a:

• regras sobre o momento da inclusão dos preços de compra de bens e serviços – os preços dos bens devem ser incluídos no IHPC quando são observados, ao passo que os preços dos serviços devem ser inseridos no mês em que pode ter início o consumo do serviço;

• normas sobre o tratamento das reduções de preços – é definido o momento em que os

IHPC devem ter em conta as reduções de preços e outras promoções. Em 2001, foram publicados dois outros regulamentos definindo: • normas mínimas para o tratamento das taxas de serviço proporcionais aos valores de

transacção – por exemplo, algumas das taxas que podem ser pagas por serviços financeiros e jurídicos;

• normas mínimas para os procedimentos de revisão – por exemplo, quando é recebida

informação nova ou melhorada, ou quando se verificam alterações às regras de elaboração dos IHPC. Os IHPC podem ser revistos, desde que se observem determinadas regras processuais.

Orientações: Para além desta extensa série de regulamentos, foram também definidas várias orientações relativas às práticas de revisão (agora convertidas em regulamento); ao tratamento de certas reduções de preços; às observações de preços que são rejeitadas para utilização nos índices; e ao tratamento do equipamento de processamento de dados.

9. Medidas futuras em matéria de harmonização

Os progressos consideráveis efectuados em matéria de harmonização dos IPC não implicam que este trabalho se esteja a aproximar do fim. Existem vários pontos importantes em relação aos quais será necessária uma maior harmonização. As duas principais questões técnicas actualmente na ordem do dia são:

• Adaptação da qualidade e amostragem. O Eurostat e os Estados-Membros estão a estudar activamente um plano de acção a este respeito. O objectivo consiste em adoptar um conjunto de melhores práticas mais concretas para uma série de produtos e serviços específicos (em especial, veículos automóveis, bens duradouros, livros e CD, vestuário, computadores e serviços de telecomunicações). O regulamento que

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abordou esta questão em 1996 constituiu apenas um primeiro passo, não proporcionando, por si só, uma garantia suficiente de comparabilidade total.

• Habitações ocupadas pelos proprietários. Os preços imputados ao consumo do

serviço relativo à ocupação das habitações pelos proprietários estão actualmente excluídos dos IHPC. Estão a ser efectuados cálculos-piloto baseados nos custos de aquisição das habitações novas no sector das famílias (trata-se sobretudo de habitações recentemente construídas). Estes índices serão compilados separadamente dos IHPC numa base experimental antes de ser tomada qualquer decisão no sentido de os incorporar nos IHPC.

Além destas questões, existem outros aspectos técnicos que podem revestir menos importância para os IHPC mas que têm, ainda assim, impacto sobre a comparabilidade, como o tratamento dos artigos sazonais e o nível da agregação elementar.

Haverá ainda que dar continuação aos seguintes aspectos essenciais:

• desenvolvimento de sistemas mais abrangentes para avaliar a observância, pelos Estados-Membros, dos regulamentos e outras orientações existentes. É necessária uma maior garantia da qualidade do processo de compilação dos IHPC no sentido mais lato;

• apoio dos institutos nacionais de estatística dos países em vias de adesão e dos

países candidatos, para garantir que os seus IHPC sejam comparáveis, sempre que não for esse o caso;

• consolidação do já muito vasto quadro jurídico dos IHPC e elaboração, em devido

tempo, de um manual metodológico de apoio quer aos compiladores quer aos utilizadores.

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Outras informações relativas aos IHPC Para um relato mais detalhado do processo de harmonização, consultar os dois relatórios da Comissão ao Conselho sobre a harmonização dos índices de preços no consumidor na União Europeia – COM(2000) 742 final e COM(1998) 104 final. Para as notas técnicas relativas à compilação dos índices IPCUM e IEPC, consultar o documento “On the Computation of Harmonized Indices of Consumer Prices – (HICPs)”, da Unidade “Comparação de Preços” do Eurostat, actualizado em Dezembro de 2001. Estes documentos constam do ‘Compendium of HICP reference documents’, o qual contém igualmente os actos jurídicos e as orientações dos IHPC. Declaração de Wim Duisenberg, Presidente do Banco Central Europeu, definindo a relação entre a estratégia da política monetária do BCE e os IHPC. Conferência de imprensa do BCE, Frankfurt, 13.10.1998. Comunicado de imprensa do BCE, de 8 de Maio de 2003, relativo à estratégia da política monetária. Para um debate sobre os conceitos de IPC e índice do custo de vida: ‘Inflation, the Cost of Living and the Domain of a Consumer Price Index’, documento apresentado por Peter Hill à reunião conjunta da Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas/Organização Internacional do Trabalho sobre índices de preços no consumidor, Genebra, 3-5 de Novembro de 1999. ‘At what price? Conceptualising and Measuring Cost-of-Living and Price Indexes’, Charles L Schultze e Christopher Mackie, Editors, US National Academy of Sciences, 2002.

Pontos de contacto Alexandre Makaronidis Carsten Olsson Keith Hayes Tel: (+352) 4301 33375 Lene Mejer Endereço electrónico para os IHPC: [email protected] Fax para os IHPC: (+352) 4301 33989.

Outras ligações úteis The Ottawa Group – conferências internacionais sobre índices de preços The UN Economic Commission for Europe – debates internacionais sobre índices de preços Grupo de trabalho para a revisão do ILO manual on CPIs (Manual ILO sobre IPC).

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IHPC Guia conciso do utilizador

ANEXO

Lista completa dos regulamentos relativos aos IHPC (situação em Março de 2004) Regulamento (CE) n.º 2494/95 do Conselho, de 23 de Outubro de 1995, relativo aos índices harmonizados de preços no consumidor (JO L 257 de 27.10.1995, p. 1). Regulamento (CE) n.º 1749/96 da Comissão, de 9 de Setembro de 1996, sobre medidas iniciais de aplicação do Regulamento (CE) n.º 2494/95 do Conselho relativo aos índices harmonizados de preços no consumidor (JO L 229 de 10.9.1996, p. 3). Regulamento (CE) n.º 2214/96 da Comissão, de 20 de Novembro de 1996, sobre os índices harmonizados de preços no consumidor: transmissão e divulgação dos subíndices dos IHPC (JOL 296 de 21.11.1996, p. 8). Regulamento (CE) n.º 2454/97 da Comissão, de 10 de Dezembro de 1997, que estabelece as normas de execução do Regulamento (CE) n.º 2494/95 do Conselho no que respeita às normas mínimas de qualidade das ponderações do IHPC (JO L 340 de 11.12.1997, p. 24). Regulamento (CE) n.º 1687/98 do Conselho, de 20 de Julho de 1998, que altera o Regulamento (CE) n.º 1749/96 da Comissão em relação à cobertura de bens e serviços do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (JO L 214 de 31.7.1998, p. 12). Regulamento (CE) n.º 1688/98 do Conselho, de 20 de Julho de 1998, que altera o Regulamento (CE) n.º 1749/96 da Comissão em relação à cobertura de bens e serviços do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (JO L 214 de 31.7.1998, p. 23). Regulamento (CE) n.º 2646/98 da Comissão, de 9 de Dezembro de 1998, que estabelece regras pormenorizadas para a implementação do Regulamento (CE) n.º 2494/95 do Conselho no que respeita a padrões mínimos para o tratamento de tabelas de preços no Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (JO L 335 de 10.12.1998, p. 30). Regulamento (CE) n.° 1617/1999 da Comissão, de 23 de Julho de 1999, que estabelece as normas de execução do Regulamento (CE) n.° 2494/95 do Conselho no que respeita às normas mínimas de qualidade para tratamento dos seguros no índice harmonizado de preços no consumidor e que altera o Regulamento (CE) n.° 2214/96 (JO L 192 de 24.7.1999, p. 9).

Regulamento (CE) n.° 1749/1999 da Comissão, de 23 de Julho de 1999, que altera o Regulamento (CE) n.° 2214/96 sobre os índices harmonizados de preços no consumidor (JO L 214 de 13.8.1999, p. 1). Regulamento (CE) n.° 2166/1999 do Conselho, de 8 de Outubro de 1999, que estabelece as disposições de aplicação do Regulamento (CE) n.° 2494/95 no que respeita a normas mínimas para o tratamento de produtos nos sectores da saúde, da educação e da protecção social no índice harmonizado de preços no consumidor (JO L 266 de 14.10.1999, p. 1). Regulamento (CE) n.º 2601/2000 da Comissão, de 17 de Novembro de 2000, que estabelece normas de execução do Regulamento (CE) n.º 2494/95 do Conselho no que respeita ao

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calendário de introdução dos preços de compra no Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (JO L 300 de 29.11.200, p. 14). Regulamento (CE) n.º 2602/2000 da Comissão, de 17 de Novembro de 2000, que estabelece normas de execução do Regulamento (CE) n.º 2494/95 do Conselho no que respeita a normas mínimas para o tratamento das reduções de preços no Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (JO L 300 de 29.11.2000, p. 16).

Regulamento (CE) n.° 1920/2001 da Comissão, de 28 de Setembro de 2001, que estabelece regras pormenorizadas para a aplicação do Regulamento (CE) n.° 2494/95 do Conselho, no que respeita às normas mínimas para o tratamento das taxas de serviço proporcionais aos valores de transacção no índice harmonizado de preços no consumidor, e que altera o Regulamento (CE) n.° 2214/96 (JO L 261 de 29.9.2001, p. 46 – rectificação publicada no JO L 295 de 13.11.2001, p. 34).

Regulamento (CE) n.° 1921/2001 da Comissão, de 28 de Setembro de 2001, que estabelece regras pormenorizadas para a aplicação do Regulamento (CE) n.° 2494/95 do Conselho no que respeita a normas mínimas de revisão do índice harmonizado de preços no consumidor e que altera o Regulamento (CE) n.° 2602/2000 (JO L 262 de 29.9.2001, p. 49 – rectificação publicada no JO L 295 de 13.11.2001, p. 34). Todos estes actos jurídicos constam da base de dados jurídica oficial da União Europeia. O ‘Compendium of HICP reference documents’ também contém os textos destes regulamentos.