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Caro jornalista,
A educação está em busca de novos caminhos. De um lado, processos de ensino e de aprendizagem tradicionais não respondem mais às demandas do mundo contemporâneo nem ao perfil do aluno do século 21. De outro, a tecnologia finalmente chega ao universo da educação delineando novas possibilidades para garantir mais equidade, engajamento e personalização.
O desafio está posto e ocupa espaço cada vez mais relevante na agenda do Brasil e do mundo. Este guia foi pensado de forma a apresentá-lo a questões e sugestões que emergem de um universo em ebulição.
Assim, nas páginas que se seguem você poderá conferir:
• Um sumário interativo, em que cada capítulo é clicável;• 9 grandes temas transversais identificados como tendências na educação, suas
definições e exemplos de aplicação;• Questões que cada uma dessas tendências suscita;• Fontes que falam sobre os temas e seus contatos;• Links de matérias do Porvir e de outros veículos que já abordaram os temas;• Sugestões de onde buscar mais informações.
Boa leitura!
Equipe Inspirare/Porvir, Fundação Lemann e Instituto Península
1. Personalização: um caminho Para cada aluno ____________________________________ 04
2. ensino híbrido: o Poder de misturar o on-line e o offline _______________________ 09
3. como os games estão revolucionando a educação ______________________ 13
4. exPerimentar e aPrender ____________________________ 18
5. Programar Para não ser Programado __________________ 22
6. comPetências Para o século 21 ______________________ 26
7. a revolução do ensino suPerior ______________________ 31
8. o (novo) Professor e sua formação ___________________ 36
9. como algumas redes Públicas conseguiram flexibilizar seus modelos ____________________ 41
Índice(clique nos temas)
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Índice
1. Personalização: um caminho para cada aluno
O termo personalização, ou ensino personalizado, normalmente é usado para se referir a uma série de estratégias pedagógicas voltadas a entender e promover o desenvolvimento dos estudantes de maneira individualizada, respeitando as limitações e os talentos de cada um. Ele leva em consideração que os alunos aprendem de formas e em ritmos diferentes, já que também são diversos seus conhecimentos prévios, habilidades e interesses. Com o desenvolvimento tecnológico, é possível ter personalização em escala e, com isso, ela vem sendo apontada por especialistas como uma importante macrotendência em todas as etapas do ensino.
A tecnologia permite que um conteúdo seja apresentado em vários formatos: explanação em sala de aula, videoaula, jogos, textos, animações etc. As diferentes formas de oferecer o conteúdo permitem ainda que os alunos avancem segundo o próprio ritmo. Assim, um aluno que tem dificuldade de concentração em aulas expositivas longas pode, com a ajuda da internet, assistir a vídeos sobre o mesmo assunto, parando, acelerando ou voltando conforme considerar necessário. Aquele que aprende mais rápido pode avançar ou se aprofundar no tema e o que demora mais para dominar o assunto só passa para o nível ou tópico seguinte quando se sente seguro de que aprendeu.
A personalização se traduz não só no tipo de recurso tecnológico que o aluno utiliza, mas também na maneira como ele pode sintetizar e produzir conhecimento. Por exemplo, um aluno que se expressa melhor por meios audiovisuais do que por textos pode construir uma narrativa argumentativa em um vídeo, em vez de uma dissertação. Mais uma vez, a tecnologia que dá acesso a dispositivos de filmagem, edição e armazenamento de vídeos permite que alunos sejam desafiados de formas diferentes. O mesmo ocorre com imagens, áudios e materiais interativos, que passam a ser meios válidos de os alunos apresentarem o que aprenderam.
O ensino personalizado vem se tornando cada vez mais acessível a partir da adoção, por parte de escolas e redes de ensino, das plataformas de aprendizagem, que concentram em um mesmo ambiente virtual aulas em diferentes formatos, além de propostas de atividades individuais ou em grupo para seus alunos. Nesses espaços virtuais, os estudantes têm autonomia para caminhar no seu próprio ritmo (algumas vezes, independentemente de seriação) e até escolher o que preferem aprender. Em alguns casos, o estudante é apresentado a uma espécie de mapa do conhecimento a se percorrer e a uma lista de recursos digitais que pode auxiliá-lo nesse percurso.
No entanto, o professor cuja escola não adote um desses ambientes de aprendizagem também pode personalizar o ensino com recursos digitais variados, dependendo do que queira estimular entre os alunos. A plafatorma Escola Digital, lançada pelo Inspirare e pelo Instituto Natura, concentra vários objetos digitais de aprendizagem. Nela, o educador pode procurar um recurso digital por 13 tipos de mídia (entre eles vídeos, mapas, simuladores, jogos e infográficos), disciplina, série e tema curricular. O resultado dessa busca traz links para recursos gratuitos e pagos, on-line e offline, com uma breve descrição sobre cada item encontrado.
Existem ainda as chamadas plataformas adaptativas, ferramentas dotadas de inteligência artificial que são capazes de registrar os passos do aluno – todas as atividades que cada um completou, o percentual de acertos e um diagnóstico individualizado sobre o que todos aprenderam e o que falta aprender. O algoritmo inteligente é capaz de oferecer feedback imediato, alertando alunos e professores quando conceitos e competências ainda não foram dominados e sugerindo
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atividades que possam ajudar os estudantes a cobrir essas lacunas. O sistema grava ainda todas as pegadas que o aluno deixa na plataforma e, a partir do padrão de seu comportamento, consegue prever a forma como cada um aprende melhor – se por vídeos, exercícios de fixação, games, textos teóricos ou outros instrumentos de aprendizagem.
As informações prestadas pelo algoritmo trazem subsídios importantes para professores, famílias e gestores educacionais. Para o professor, essa ferramenta facilita um trabalho mais específico e permite que ele tenha uma visão geral e individualizada do desempenho da turma. Ainda dentro da escola, os diretores conseguem acompanhar o andamento dos trabalhos em cada sala de aula e, quando necessário, estabelecer planos para classes que precisem de ações específicas. Em uma escala maior, esses dados também ajudam gestores públicos a entender o desempenho das escolas que compõem a sua rede. Já entre os pais, a possibilidade de ter acesso sistemático ao desempenho escolar do filho facilita e estimula sua participação na escola.
Um exemplo de plataforma que tem oferecido gratuitamente esse tipo de ensino é a Khan Academy. A ferramenta, que é adaptativa e voltada para a matemática, sugere exercícios, traz aulas em vídeo e um mapa com vários caminhos possíveis de seguir aprendendo. Desde o início deste ano, a plataforma ganhou uma versão beta em português, por iniciativa da Fundação Lemann, em parceria com o Instituto Península, a Fundação Telefônica, o Instituto Natura e o Ismart. Outra brasileira que, no ano passado, impactou 2,4 milhões de alunos com esse tipo de ferramenta foi a Geekie Games, com uma preparação adaptativa gratuita para o Enem.
A escola municipal André Urani, conhecida como Gente (Ginásio Experimental de Novas Tecnologias), é um exemplo de instituição que tem trabalhado com a personalização do ensino. Por sua proposta pedagógica, a escola, que atende a jovens de ensino fundamental 2 da Rocinha, não tem salas de aulas tradicionais ou séries. São os alunos que constroem seu percurso de aprendizagem, a partir da ajuda de um professor tutor. O ambiente virtual Educopédia, usado pela rede municipal do Rio de Janeiro, dá suporte aos estudos, que são complementados com atividades individuais ou em grupo. Além desse exemplo, outras escolas públicas e privadas do país também encontraram seu modelo para personalizar o ensino.
Um ensino personalizado, contudo, não significa um ensino totalmente tecnológico nem baseado em algoritmos e softwares complexos. O palestrante do Transformar Luís Junqueira é prova disso. Ele individualizava o conteúdo que entregava a cada um dos seus alunos em um esforço quase artesanal. O professor de língua portuguesa desenvolveu um projeto literário em que os alunos do 6º ano escreviam um livro de ficção. Enquanto os jovens autores produziam suas obras, Junqueira recolhia cada um dos trechos escritos por eles, contabilizava suas dificuldades e criava videoaulas da tela do seu computador para apontar os erros específicos, dava explicações personalizadas e sugeria novas abordagens literárias para o desenvolvimento de cada história.
Esses momentos de tutoria individual, de estímulo ao debate profundo com colegas e de trabalhos em grupo são alternados com aulas que utilizam recursos tecnológicos simples. Essa mistura de oportunidades de aprendizagem presencial e virtual recebe o nome de ensino híbrido, que será detalhado a seguir e será o centro das discussões propostas por Michael Horn, cofundador e diretor executivo do Clayton Christensen Institute, entidade que se dedica a estudar e difundir esse tipo de abordagem pedagógica. O especialista acredita que o ensino híbrido também é um meio de personalização.
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É importante notar que um ensino personalizado também pode ocorrer, embora que com mais dificuldades técnicas, em ambientes não dotados de tecnologia. Um professor que consegue, em sua prática diária, individualizar a abordagem para cada aluno, oferecendo a possibilidade de cada um desenvolver suas potencialidades de forma diferente, também está personalizando o ensino. É o que acontece nas Studio Schools, rede de escolas inglesas conhecidas por trabalharem em parceria com empresas. Nelas, os alunos fazem encontros individuais com mentores a cada duas semanas para desenvolver seu próprio plano de aprendizagem. Isso permite que eles adequem o currículo às suas necessidades e aspirações individuais. David Nicoll, fundador da Studio Schools Trust, vem ao Transformar explicar como o modelo está sendo desenvolvido desde 2010. No Brasil, o projeto Âncora, que fica em Cotia (SP), também adota uma abordagem individualizada a partir de interações humanas. Na escola, os alunos recebem mentoria para descobrir e estimular talentos e interesses.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• Quais as vantagens de se personalizar a educação?• Por que dar mais autonomia e escolha para o aluno?• O que ele ganha com essa mudança?• Qual é o papel do professor nesse modelo de ensino personalizado?• Como fazer personalização com tecnologia e sem?• Como pensar a personalização em escala?• Quais os entraves e as oportunidades para a implantação desse modelo no Brasil?• Como escolas brasileiras têm trabalhado com personalização do ensino?
Palestrantes
David Nicoll, Studio Schools Trust
Luís Junqueira, Primeiro Livro
Michael Horn, Clayton Christensen Institute
Fontes
Barbara Bray, Rethiking Learning
Carlos Souza, Veduca
Claudio Sassaki, Geekie
Daphne Koller, Coursera
Denis Mizne, Khan Academy nas escolas (Fundação Lemann)
Fabio Zsigmond, Projeto Âncora
Heloisa Mesquita, Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
Joel Rose, New Classrooms
Luciano Meira, Universidade Federal de Pernambuco
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Índice
Marco Fisbhen, Descomplica
Melissa Agudelo, High Tech High
Thiago Feijão, QMágico
Tom Vander Ark, Getting Smart
SAIBA MAIS
- No Glossário
Personalização http://porvir.org/wiki/personalizacao
Ensino híbrido http://porvir.org/wiki/ensino-hibrido-ou-blended-learning
Plataforma adaptativa http://porvir.org/wiki/plataforma-adaptativa
Sala de aula invertida http://porvir.org/wiki/sala-de-aula-invertida-2
- No Porvir
Personalização http://porvir.org/tag/personalizacao
Ensino híbrido http://porvir.org/tag/ensino-hibrido
Plataforma adaptativa http://porvir.org/tag/plataforma-adaptativa
Sala de aula invertida http://porvir.org/tag/sala-de-aula-invertida
- Outros veículos
Sala de aula invertida tem aula em casa e tema na escola, Terra http://noticias.terra.com.br/educacao/sala-de-aula-invertida-tem-aula-em-casa-e-tema-na-escola,1684eee6359f4410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
A Nova Geração do Ensino (Personalizado), The Huffington Post http://www.huffingtonpost.com/impatient-optimists/thenext-generation-of-pe_b_2457292.html
5 Tecnologias Educacionais para Prestar Atenção, Forbes http://www.forbes.com/sites/ciocentral/2012/10/22/5-school-technologies-to-watch-personalized-learning-is-here/
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Definição de personalização, EdSurge https://www.edsurge.com/personalized-learning#/default http://www.edweek.org/ew/marketplace/products/spotlight-personalized-learning.html
- Vídeos
Joel Rose, da New Classrooms, com o tema “A sala de aula redesenhada pra atender cada estudante” no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=Yh5mzr1VWhU
José Ferreira, da Knewton, com o tema “O potencial das plataformas adaptativas” no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=8ueks6ikle4
Cláudio Sassaki, em evento do Porvir http://www.youtube.com/watch?v=lU5l68GTelA&feature=player_embedded
Heliton Tavares, em evento do Porvir http://www.youtube.com/watch?v=sBrtInATAv8&feature=player_embedded
TED de Sir Ken Robinson http://www.ted.com/talks/sir_ken_robinson_bring_on_the_revolution.html
TED de Salman Khan http://www.ted.com/talks/salman_khan_let_s_use_video_to_reinvent_education.html
Animação explica o conceito http://www.youtube.com/watch?v=VmQHJdRPrfg
Thiago Feijão, em evento do Porvir http://www.youtube.com/watch?v=MQpcqnXwnMY
- Instituições
Fundação Lemann (Khan Academy) http://www.fundacaolemann.org.br
Knewton http://www.knewton.com/about/
Personalize Learning http://www.personalizelearning.com/
Plano de reformulação do ensino de Colúmbia Britânica http://www.bcedplan.ca/actions/pl.php
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2. Ensino híbrido: o poder de misturar o on-line e o offline
O termo ensino híbrido, conhecido em inglês por blended learning, se refere ao conjunto de práticas pedagógicas que combinam o aprendizado presencial com atividades on-line. Nessa metodologia, os alunos mesclam (por isso o termo blended, do inglês “misturar”) momentos em que estudam sozinhos ou em grupo, com o apoio de ferramentas tecnológicas e comunidades virtuais, com outros em que a aprendizagem ocorre de forma presencial, valorizando a interação entre pares e entre aluno e professor.
A proporção dessa mistura entre o ensino presencial e o baseado no uso da tecnologia varia muito. A parte presencial não usa tecnologia, necessariamente. Nessa etapa, o professor ou tutor se torna responsável por propor atividades que valorizem as interações interpessoais. Ele pode propor trabalhos que envolvam toda a turma ou pode dividi-la em grupos menores para a realização de projetos segmentados.
Já a parte do ensino realizada com o auxílio de recursos digitais permite que o aluno tenha controle sobre onde, como, o que e com quem vai estudar – com mais ou menos autonomia de acordo com o modelo escolhido. Nesse sentido, os dispositivos móveis, como tablets e celulares, e a facilidade de utilizá-los em diferentes ambientes abriram o leque de possibilidades sobre onde esse componente pode ser desenvolvido: dentro da própria sala de aula, na biblioteca, no laboratório de informática e até em casa.
O especialista Michael Horn, cofundador e diretor executivo do Clayton Christensen Institute, entidade que estuda e dissemina o ensino híbrido nos EUA, será um dos palestrantes do Transformar. Ele defende que esse tipo de aprendizagem é uma maneira confiável de escolas e redes conseguirem tanto oferecer conteúdos importantes para a vida acadêmica dos alunos quanto ajudar a desenvolver as chamadas competências socioemocionais. Ao lançar mão de todas as ferramentas virtuais ou tradicionais de aprendizado, como videoaulas, filmes e exercícios, os estudantes são expostos aos temas das disciplinas. Ao mesmo tempo, quando participam de discussões mais aprofundadas e de projetos em grupo, eles são levados a desenvolver habilidades de comunicação, síntese, pensamento crítico, trabalho em equipe, entre outras – saiba mais sobre as competências para o século 21 no item 6.
Um exemplo de rede de ensino que adota o modelo é a norte-americana Summit Public Schools, composta por escolas charter (públicas de administração privada). Em sua abordagem de ensino híbrido, conhecida por estacional, os alunos ficam parte do dia em um salão, cada um com seu laptop. Lá eles têm acesso a softwares adaptativos que podem ser usados em todas as disciplinas em atividades individuais ou em grupo. Se tiverem dúvidas, um dos professores de plantão no salão pode ajudar com questões específicas. Mais tarde, existe um momento em que as turmas se reúnem e o professor propõe discussões mais aprofundadas, que normalmente são acompanhadas por um projeto que os alunos desenvolvem.
Outro modelo muito comum de ensino híbrido é a sala de aula invertida, no qual o primeiro contato do aluno com o conteúdo acadêmico acontece em casa, por meio de ambientes virtuais, e a sala de aula fica para momentos mais ricos de aprendizado. A Universidade Minerva, que terá sua primeira turma neste ano e estará presente no Transformar com o seu fundador, Ben Nelson, é um exemplo de uso do modelo no ensino superior. A proposta da universidade é que os estudantes passem os quatro anos de sua formação em países diferentes, tendo contato com diferentes culturas
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e formas de conhecimento. O estudo da teoria ocorre principalmente a partir de recursos virtuais e esse aprendizado é complementado com palestras de especialistas e atividades práticas nos países onde estiverem.
Ainda no ensino superior, o Coursera, uma das iniciativas globais mais representativas de Moocs (Massive Open Online Courses, ou cursos abertos de nível superior em grande escala), lançou em 2013 seu programa de ensino híbrido: o Learning Hubs. O projeto estabelece espaços físicos em que os estudantes podem se reunir para estudar juntos os materiais disponíveis na plataforma, desenvolvendo projetos colaborativamente e com a mentoria de tutores.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• Por que usar o ensino híbrido?• Por que ele é a grande tendência e vem sendo tão falado mundo a fora?• Como esse modelo está alinhando com as demandas do século 21?• Como escalar o modelo em redes de ensino?• Quais os custos e infraestrutura por trás do modelo?• Como algumas escolas têm melhorado seu desempenho com o modelo?
Palestrantes
Ben Nelson, Projeto Minerva
Luís Junqueira, Primeiro Livro
Michael Horn, Clayton Christensen Institute
Roderick Allen, Columbia Britânica
Fontes
Barbara Bray, Rethiking Learning
Claudio Oliveira, Instituto Singularidades
Claudio Sassaki, Geekie
Denis Mizne, Khan Academy nas escolas (Fundação Lemann)
Guilherme Cintra, Gera Venture Capital
Heloisa Mesquita, Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
Marcos Magalhães, ICE (Instituto de Co-Responsabilidade na Educação)
Melissa Agudelo, High Tech High
Rafael Parente, especialista
Scott Ellis, The Learning Accelerator
Thiago Feijão, QMágico
Tom Vander Ark, Getting Smart
Paulo Blikstein, Universidade Stanford
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SAIBA MAIS
- No Glossário
Personalização http://porvir.org/wiki/personalizacao
Ensino híbrido http://porvir.org/wiki/ensino-hibrido-ou-blended-learning
Plataforma adaptativa http://porvir.org/wiki/plataforma-adaptativa
Sala de aula invertida http://porvir.org/wiki/sala-de-aula-invertida-2
- No Porvir
Personalização http://porvir.org/tag/personalizacao
Ensino híbrido http://porvir.org/tag/ensino-hibrido
Plataforma adaptativa http://porvir.org/tag/plataforma-adaptativa
Sala de aula invertida http://porvir.org/tag/sala-de-aula-invertida
- Outros veículos
10 erros comuns na sala de aula invertida, Teach Thought http://www.teachthought.com/trends/10-common-misconceptions-flipped-classroom/
Escolas rurais vivem a promessa do fim das limitações pelo ensino híbrido, Education Week http://blogs.edweek.org/edweek/rural_education/2013/10/rural_schools_face_barriers_promise_by_moving_to_blended_learning.html?qs=blended+learning
Infográfico: Entenda o que é educação híbrida e por que ela é tendência na educação, Universia http://noticias.universia.com.br/en-portada/noticia/2014/03/21/1089818/infografico-entenda-e-educaco-hibrida-e-ela-e-uma-tendencia-na-educaco.html
- Vídeos
O básico sobre ensino híbrido (animação) https://www.youtube.com/watch?v=3xMqJmMcME0
Sal Khan mapeia ensino híbrido, Edutopia http://www.edutopia.org/khan-academy-discovery-lab-blended-learning-video
Thiago Feijão, em evento do Porvir https://www.youtube.com/watch?v=MQpcqnXwnMY
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Joel Rose, da ONG New Classrooms, no Transformar 2013: https://www.youtube.com/watch?v=Ze37GOSXNaU
- Instituições
Clayton Christensen Institute http://www.christenseninstitute.org/
The Learning Accelerator http://learningaccelerator.org/
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3. Como os games estão revolucionando a educação
Apesar de ainda não serem completamente aceitos por pais e educadores em ambiente escolar, os games têm se mostrado ferramentas educativas eficientes pois falam a língua do jovem. Isso se tornou possível porque a indústria de desenvolvimento de jogos tem apostado na criação de games para educação interessantes, desafiadores e estimulantes – muito diferente do que ocorria há alguns anos, quando os jogos educativos eram pouco atraentes e não se pareciam com os que as crianças estavam acostumadas a usar para a diversão.
Com games, os alunos tanto podem adquirir conhecimentos em disciplinas tradicionais quanto desenvolver competências socioemocionais, como a capacidade de tomar decisões, de resolver problemas e de entender regras; o raciocínio rápido e estratégico; a antecipação, a colaboração e a perseverança. Já que a lógica que rege os games é a de avançar em fases de níveis crescentes de complexidade, o aluno fica tentado a evoluir no jogo, o que significa continuar aprendendo. O erro é aceito e é bem-vindo como parte natural do aprendizado. Errar, inclusive, desafia e motiva. Como nas plataformas adaptativas, os games também registram os passos do aluno, oferecendo ao professor informações importantes quanto ao grau de proficiência dos estudantes em cada conhecimento que precisa dominar.
A empresa norueguesa Dragon Box, famosa pelo game de mesmo nome que ensina a lógica de álgebra para crianças a partir dos 4 anos, chegou a vender, em seu país de origem, mais do que jogos populares como o Angry Birds. O idealizador da Dragon Box, Zoran Popovic, estará no Transformar. Ele é diretor do Center for Learning Science, da Universidade de Washington, que se dedica a engajar pessoas do mundo todo na resolução coletiva de problemas complexos a partir de games elaborados cientificamente, que desenvolvem competências cognitivas e a criatividade dos usuários.
Uma versão adaptativa da Dragon Box está sendo utilizada no Algebra Challenge, um projeto liderado por Popovic que desafia crianças do ensino básico a resolver o máximo possível de equações em uma semana. O projeto aconteceu, em junho de 2013, no estado de Washington (EUA); em janeiro deste ano, em escolas da Noruega; e em fevereiro, em Minessota (EUA). Neste último desafio, 95% dos alunos participantes dominaram as equações, resolvendo-as sem cometer erros e sem qualquer auxílio ou dica do jogo. Em apenas uma semana, meio milhão de equações foram solucionadas por quase 6.000 estudantes de Minessota.
Além de ter no currículo a Dragon Box, Popovic desenvolveu também o Foldit, um jogo idealizado para ajudar a ciência a desvendar formatos de proteínas e, assim, facilitar a fabricação de remédios. Como modelos computacionais eram caros e lentos, a solução encontrada pela equipe do especialista foi gamificar a experiência e convidar usuários de todo o mundo a classificar as proteínas num jogo, o que gerou um volume de dados enorme que vem sendo usado em pesquisas científicas.
Já a febre mundial Angry Birds, depois de fazer muito sucesso comercialmente, lançou em setembro do ano passado, em parceria com a Universidade de Helsinki, o Angry Birds Playground. Com o aval do ministério da educação da Finlândia, o programa é voltado para a educação infantil e tem atividades envolvendo temas de matemática, ciências, música, artes, educação física e ciências sociais. Todo o material, que inclui livros, pôsteres, jogos de carta e conteúdos digitais, foi elaborado de forma a tornar o aprendizado algo divertido. Peter Vesterbacka, do Angry Birds, estará no Transformar.
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Outra empresa que usa jogos para ensinar matemática é a inglesa Mangahigh. Ela já chegou a mais de 1 milhão de alunos no mundo – inclusive brasileiros – com sua plataforma. No Brasil, empresas como Xmile, Tamboro e Joystreet estão levando a escolas públicas e privadas do país o aprendizado baseado em jogos. A Joystreet foi responsável pela organização da OJE (Olimpíadas de Jogos Digitais e Educação), maratona de jogos que envolve escolas públicas de diversos estados do Brasil.
A maior parte das iniciativas que incorpora games à sala de aula ainda se restringe a um uso localizado, para reforçar o conteúdo transmitido de maneira tradicional, inclusive como dever de casa. Uma iniciativa norte-americana, porém, conseguiu transversalizar os princípios dos jogos em todo o seu currículo, tornando o processo de aprendizagem uma grande gincana. A escola Quest to Learn, dirigida pelo Institute of Play, tem as suas aulas organizadas para que os alunos aprendam jogando ou mesmo desenvolvendo jogos.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• O que os games agregam ao processo educativo?• Como isso está alinhado com a chamada educação 3.0 ou para o século 21?• Como redesenhar o currículo e organizar a escola para a educação baseada em games?• O que muda no papel do professor?• Como acontece a avaliação dos alunos na educação baseada em games?• Como aliar essa metodologia com os indicadores de desempenho e as demandas da
educação tradicional?• O que acontece quando professores e alunos tornam-se desenvolvedores de games
educativos como parte da dinâmica da sala de aula?
Palestrantes:
Zoran Popovic, Center for Learning Science
Peter Vesterbacka, Angry Birds
FONTES:
Antônio Valério Netto, Xbot
Arana Shapiro, Institute of Play
Brian Waniewski, especialista em games
Carla Zeltzer, FazGame
Daniel Sternberg, Lumosity
Dênio Di Lascio, Senac
Luciano Meira, JoyStreet e OJE (Olimpíadas de Jogos Digitais e Educação)
Leonardo Reis, MondoSim
Nicolas Peluffo, Xmile
Samara Werner, Tamboro
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Scot Osterweil, MIT
Toby Rowland, Mangahigh
SAIBA MAIS
- Glossário
Educação baseada em jogos http://porvir.org/wiki/educacao-baseada-em-jogos
- No Porvir
Sobre aprendizado baseado em jogos http://porvir.org/tag/educacao-baseada-em-jogos http://porvir.org/tag/game-based-learning http://porvir.org/tag/games
Sobre games http://porvir.org/tag/games http://porvir.org/tag/game http://porvir.org/tag/gamificacao
O outro tipo de controle: site ajuda aluno a criar game http://porvir.org/porcriar/outro-tipo-de-controle-site-ajuda-aluno-criar-game/20140224
5 dicas para deixar a aula tão legal quanto um game http://porvir.org/porfazer/5-dicas-para-deixar-aula-tao-legal-quanto-um-game/20140204
Alunos brasileiros usando games para aprender matemática http://porvir.org/porpensar/uso-de-games-na-matematica-por-alunos-brasileiros/20130905
Brinquedos proporcionam mais que diversão http://porvir.org/porcriar/brinquedos-proporcionam-mais-diversao/20131224
O que os games têm a ensinar aos alunos http://porvir.org/porfazer/os-games-tem-ensinar-aos-alunos/20120909
Game ensina álgebra a crianças “secretamente” http://porvir.org/porcriar/game-ensina-algebra-criancas-secretamente/20130422
Jogos Multidisciplinares para o ensino básico http://porvir.org/porfazer/plataforma-vai-oferecer-games-multidisciplinares/20130703
Games que ajudam a treinar o cérebro http://porvir.org/porfazer/games-ajudam-treinar-cerebro/20130322
Olimpíada de jogos digitais une 100 mil alunos em gincana virtual http://porvir.org/porcriar/olimpiada-de-jogos-digitais-une-100-mil-em-gincana-virtual/20120827
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- Outros veículos
Game online promete ajudar estudantes a escolher carreira, UOL http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/03/28/game-online-promete-ajudar-estudantes-a-tracar-perfil-de-carreira.htm
Jogos melhoram habilidades cognitivas e ajudam a tratar visão, Folha de S.Paulo http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/02/1413746-jogos-melhoram-habilidades-cognitivas-e-ajudam-a-tratar-visao.shtml
Transformar trabalho em jogo ajuda a reter talentos, Valor Econômico http://www.valor.com.br/carreira/3412794/transformar-trabalho-em-jogo-ajuda-reter-talentos
‘Os videogames revolucionarão a educação’, afirma criador da Atari, CNNExpasión: http://www.cnnexpansion.com/tecnologia/2013/08/01/videojuegos-039revolucionaran039-educacion
Videogame além da diversão, Estadão http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,videogame-alem-dadiversao,1001467,0.htm
- Vídeos
Brian Waniewski, do Institute of Play, com o tema “A aprendizagem como um jogo” no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=V5iB6YEdJFU
Luciano Meira, em evento do Porvir http://www.youtube.com/watch?v=Qk-2RIX7CBo
Samara Werner, em evento do Porvir http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=QASiZTv-p3g
Leandro Villela de Azevedo, doutor em História pela USP, faz análise do jogo Banco Imobiliário (Monopoly) http://www.youtube.com/watch?v=UTJ8Pk7IX3s
Paulo Montanaro, professor da Universidade Federal de São Carlos, fala sobre desenvolvimento de jogos educacionais abertos http://www.youtube.com/watch?v=hqA1A6zue3M
- Instituições e Projetos:
Quest to Learn http://q2l.org/
Tamboro http://www.tamboro.com.br/
Joystreet http://www.facebook.com/pages/Joy-Street/108176132566673?sk=info
OJE (Olimpíada de Jogos Digitais e Educação) http://www7.educacao.pe.gov.br/oje/app/index
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Mangá High http://www.mangahigh.com/pt_br/
Mindlab http://www.mindlab.com.br/mindlab/
Lumosity http://www.lumosity.com/
Centro de Aprendizagem On-line e Rede de Inovação da Pearson EUA http://researchnetwork.pearson.com/
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4. Experimentar e aprender
Considere duas situações distintas. Na primeira, um aluno aprende o que é campo magnético na lousa. O professor, muito dedicado, explica o funcionamento das forças magnéticas, passa exercícios, tenta aproximar teoria e realidade com exemplos práticos da vida dos estudantes. O aluno anota tudo, afinal, vai cair na prova e no vestibular. Já numa segunda situação, o estudante vai para o laboratório, mexe livremente com ímãs, anota os comportamentos que observou das peças que tinha em mãos, gera um relatório e apresenta para o professor que, a partir do que o aluno traz, trabalha a teoria que sustenta o tema. Depois disso, o aluno forma um grupo para estudar o campo magnético da Terra, acompanha o registro de dados em tempo real que satélites coletam e enviam para a Agência Espacial Europeia. Esses dados subsidiam um trabalho que será apresentado para toda a escola.
No primeiro caso, o processo de aprendizagem baseia-se na transmissão de conteúdos com um objetivo final pontual, que é a prova. No segundo, o aluno é exposto ao aprendizado entre pares, a processos colaborativos e criativos de construção de conhecimento, a um suporte teórico dado pelo professor e ao envolvimento concreto com o tema, a partir de um projeto que faz sentido para a vida real. A segunda abordagem – que se alicerça em momentos de experimentação, dá mais significado ao que se está estudando e promove o aprendizado mais profundo – é um exemplo de aprendizado baseado em projetos (do inglês project-based learning) ou aprendizado mão na massa (hands-on learning).
Muitos são os centros de pesquisa que vêm se debruçando sobre o assunto. Na Universidade de Stanford (EUA), por exemplo, o Transformative Learning Technologies Lab estuda o impacto do uso de diversas tecnologias no aprendizado a partir de projetos. Em recente pesquisa, os cientistas do laboratório, liderados pelo brasileiro Paulo Blikstein, analisaram o impacto de o primeiro contato dos alunos com um conteúdo ser a partir de uma atividade prática e só depois vir a apreciação teórica. A experiência ficou conhecida por inversão da sala de aula invertida (leia mais sobre o conceito no item 2 deste catálogo), já que reverte a lógica de propor que os alunos tenham contato com a teoria a partir de recursos tecnológicos em casa e depois participem de atividades de experimentação. Os especialistas concluíram que o aluno absorve melhor os conhecimentos quando tem a oportunidade de experimentar antes e depois de ter o contato com a teoria.
Escolas como as redes norte-americanas High Tech High e Summit Public Schools apostam na experimentação para a construção de um conhecimento útil para a vida. Outros projetos vão além, transformando todo o modelo da escola em grandes espaços para experimentação, como é o caso da rede inglesa Studio Schools, que estará no Transformar. O currículo das escolas da rede, que atende a estudantes de 14 a 19 anos, se desenvolve a partir de projetos, sem grade fixa de disciplinas. Os alunos ocupam os espaços da escola – ateliês, laboratórios com computadores ou outras organizações espaciais – de acordo com o que estiverem criando. Geralmente, os projetos são assistidos por empresas locais e têm por objetivo trazer uma experiência real de trabalho.
No Brasil, as escolas do Nave (Núcleo Avançado em Educação), em Recife e no Rio, usam projetos e experimentação na formação de jovens para o uso das tecnologias do mundo contemporâneo. O projeto foi feito numa parceria entre as secretarias de Educação de Pernambuco e Rio de Janeiro e o Oi Futuro. A abordagem prática que adotam já lhes rendeu o título de uma das escolas mais inovadoras do mundo, conferido pela Microsoft.
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Makers
A ideia de se aprender na prática, a partir de experiências que obrigam os alunos a colocar a mão na massa, também é o ponto de partida de um movimento que cresce nos Estados Unidos e na Europa e começa a aparecer timidamente no Brasil. É o Movimento do Faça Você Mesmo, que tem surgido dentro e fora das escolas. Em inglês, ele é comumente chamado de Do-It-Youself Movement, DIY ou apenas Maker Movement. Seja qual for o nome utilizado, ele se apoia em três pilares comuns: programação, engenharia e design.
O movimento se aproveitou do barateamento de ferramentas tecnológicas para criar ambientes criativos em que são idealizados e desenvolvidos os mais diversos produtos. Os criadores podem ser estudantes ou pesquisadores que desejam testar uma ideia, empreendedores querendo prototipar seus produtos de maneira fácil e rápida ou ainda apenas curiosos, que gostam de inventar coisas pelo simples prazer de vê-las funcionar.
O movimento se organiza em torno de oficinas, sites, publicações especializadas, eventos e redes. A revista Make, surgida no início dos anos 2000, conectou diferentes atores que já estavam envolvidos com o movimento e hoje é uma das responsáveis por organizar a Maker Faire, feira que acontece em todo o mundo e onde os adeptos do faça você mesmo mostram o que têm desenvolvido. Já os laboratórios de fabricação digital são oficinas montadas dentro de universidades e escolas, em locais públicos ou privados. Nesses espaços, os frequentadores costumam poder contar com equipamentos como impressora 3D, cortadora a laser, fresadora e cortadora de vinil.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS • Por que ensinar a partir de projetos pode ser mais eficaz do que adotar uma abordagem
tradicional?• É possível substituir as disciplinas tradicionais por projetos interdisciplinares?• O aluno não corre o risco de deixar de aprender conteúdos importantes ao se apostar na
educação por projetos?• Como os fablabs impactam positivamente o aprendizado?• Como a lógica da experimentação dialoga com a de programação e a de engenharia?
Palestrantes
Ben Nelson, Minerva
David Nicoll, Studio Schools
Fontes
Charles Lima, professor
Eduardo Zancul, PoliUsp
Heloísa Neves, FabLab Brasil
Paulo Blikstein, Universidade de Stanford
Silvio Meira, C.E.S.A.R (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife)
Vinicius Licks, Insper
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SAIBA MAIS
- No Glossário http://porvir.org/wiki/educacao-baseada-em-projetos http://porvir.org/wiki/movimento-faca-voce-mesmo
- No Porvir
Movimento do Faça Você Mesmo chega à escola http://porvir.org/porfazer/movimento-faca-voce-mesmo-chega-a-escola/20131114
Dupla de jovens cria formação do futuro em empresas http://porvir.org/porfazer/dupla-de-jovens-cria-formacao-futuro-em-empresas/20140326
A importância da feira de ciências http://porvir.org/porpensar/importancia-da-feira-de-ciencias/20140320
Que tal unirmos tecnologia adaptativa e projetos? http://porvir.org/porpensar/tal-unirmos-tecnologia-adaptativa-projetos/20140116
Em 5 ou 10 anos toda sala de aula deveria ser um fablab http://porvir.org/porpensar/em-5-ou-10-anos-toda-sala-de-aula-sera-um-fablab/20131119
As escolas deveriam ser oficinas de conhecimento http://porvir.org/porpensar/as-escolas-deveriam-ser-oficinas-de-conhecimento/20131022
Rede municipal de SP experimenta a lógica de projeto http://porvir.org/porfazer/rede-municipal-de-sp-experimenta-logica-de-projeto/20130815
Errar, descobrir, reinventar: faça você mesmo http://porvir.org/porfazer/na-cena-maker-prototipos-convergem-para-aprendizado-critico/20130909
Mão na massa e investigação para aprender ciências http://porvir.org/porfazer/mao-na-massa-investigacao-para-aprender-ciencias/20130826
- Outros veículos
FGV inova ao adotar método baseado no desenvolvimento de projetos, O Estado de S. Paulo http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,fgv-inova-curso-de-economia,1068314,0.htm
Oficina de ‘FabLab’ em SP dá fôlego ao ‘Movimento Maker’ no Brasil http://www1.folha.uol.com.br/tec/2013/12/1385485-impressoras-3d-e-outras-maquinas-dao-folego-ao-movimento-faca-voce-mesmo.shtml
Definição e exemplos, Edutopia http://www.edutopia.org/project-based-learning
Definição e exemplos, EdSurge https://www.edsurge.com/project-based-learning#/default
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- Vídeos
Melissa Agudelo, da High Tech High, “Professores elaboram currículos baseados em projetos”, no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=AjvV_JIH9XE
Diane Tavenner, da Summit Schools, apresenta a escola que mescla educação baseada em projetos, ensino híbrido (tecnologia, currículo e personalização) e o projeto de vida de cada aluno, no Trasformar https://www.youtube.com/watch?v=FIF7jNZwFcw
Crianças criam projeto de avião, Bie https://www.youtube.com/watch?v=WftJ1rGsJi0&feature=player_embedded
Wing Project, parte 1 http://www.youtube.com/watch?v=HW7eq155QJE
Wing Project, parte 2 http://www.youtube.com/watch?v=iSmkjhCLgEw
- Instituições
Associação FabLab Brasil http://fablabbrasil.org
Aviation High School http://www.aviationhs.net/site_groups.aspx
Bie http://bie.org/about
Buck Institute for Education http://www.bie.org/
C.E.S.A.R http://www.cesar.org.br/site/
Compass Learning http://www.compasslearning.com/
High Tech High http://www.hightechhigh.org/
Nave http://www.oifuturo.org.br/educacao/nave/
PBLU http://www.pblu.org/
Summit Public School http://www.summitps.org
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5. Programar para não ser programado
A programação é a ciência que permite que uma pessoa escreva, a partir de códigos, a estrutura de um sistema computacional. É o que está por trás de todos os ambientes e recursos digitais, dos mais simples aos mais complexos. Não há muito tempo, as aulas que ensinavam tal ciência eram restritas ao ambiente universitário ou a fóruns de ensino on-line, em que os usuários se reuniam em grupos para discutir desafios e aprender juntos. As pessoas que se interessavam por programar normalmente eram relacionadas ao mundo da tecnologia.
Mas essa realidade vem mudando gradualmente, e o perfil das pessoas que se interessam por programação hoje é muito mais variado. Com tantos recursos digitais disponíveis na vida cotidiana, passou a ser importante que as pessoas entendam a lógica da programação, o que está por trás dos códigos, sem que necessariamente sejam especialistas em tecnologia ou grandes programadores.
Atualmente, todas as grandes plataformas de Moocs (cursos abertos de nível superior dados em grande escala) oferecem cursos que ensinam as mais diversas linguagens de programação. Há, inclusive, sites específicos para ensinar a programar, como a Codecademy, que terá um de seus fundadores, Zach Sims, presente no Transformar. Com mais ofertas disponíveis na internet e muitas delas gratuitas, mais pessoas puderam se lançar ao aprendizado das linguagens computacionais. Mas muito além das oportunidades de cursos on-line, porém, a programação tem chegado também às escolas, permitindo que crianças e jovens se familiarizem com uma linguagem tão útil para o século 21, como os idiomas e as artes.
Muitas são as vantagens atribuídas à inclusão da programação nas escolas: ela ajuda os alunos a desenvolver a habilidade de resolver problemas, o pensamento crítico, a criatividade, o raciocínio lógico-matemático. Além disso, crianças e jovens ganham confiança no universo digital – que, afinal, é um dos ambientes em que vivem e em que deverão ser cidadãos atuantes –, tornam-se protagonistas de seu próprio aprendizado ao terem autonomia de produzir algo completamente seu e ampliam sua noção de mundo. A programação favorece ainda o aprendizado e trabalho em equipe – uma vez que é forte a cultura do desenvolvimento colaborativo, em especial com os softwares livres, de código aberto –, e estimula a preparação para um mercado de trabalho cada vez mais digital.
Silvio Meira, um dos principais pensadores brasileiros sobre a tecnologia da informação e seu impacto na sociedade, tem uma célebre frase que o acompanha em suas palestras: “quem não aprender a programar será programado”. Meira é um dos idealizadores do C.E.S.A.R. (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), centro de inovação que ajudou a criar em Recife, e da escola de ensino médio Nave (Núcleo Avançado em Educação), que ensina programação aos jovens e os capacita a desenvolver aplicativos, games e demais sistemas. No Brasil, esse movimento em prol do ensino dos códigos que já se vê em algumas escolas de ensino médio ainda é tímido nas fases anteriores da vida escolar.
No Reino Unido, a programação vai entrar no currículo nacional em setembro deste ano, tornando-se conteúdo obrigatório para crianças a partir dos 5 anos. Já nos Estados Unidos, essa marcha pela valorização da linguagem de programação está mais clara. O país promove anualmente a Computer Science Education Week, uma semana em que professores e alunos do país inteiro se unem para aprender ou ensinar programação. Em 2013 se transformou em um movimento nacional conhecido como Hour of Code. A iniciativa é tão séria que o presidente norte-americano
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Barack Obama gravou um vídeo incentivando as crianças a aprenderem a programar e relacionou a habilidade ao potencial de desenvolvimento do país.
Além da Code.org, que promove o Hour of Code, partem dos EUA outros inúmeros movimentos em favor da programação, como o Webmaker, promovido pela Mozilla. O projeto busca estimular pessoas pelo mundo a aprender a programar por meio de diversas ferramentas, a ensinar programação e a desenvolver produtos virtuais colaborativamente. A Khan Academy, conhecida pela plataforma de matemática e videoaulas, também traz exercícios e tutoriais para aprender programação. São também cada vez mais ferquentes as iniciativas para se aprender a desenvolver aplicativos, como o App Inventor, criado pelo Media Lab, no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e que já teve as aulas traduzidas para o português pela plataforma UnX.
A inserção da programação nas escolas tem contado com o apoio de ferramentas específicas. Entre os programas gratuitos que ensinam crianças a programar o mais conhecido é o Scratch, também desenvolvido pelo MIT. No Brasil, o software tem sido usado em escolas públicas para o desenvolvimento de games educativos por parte dos próprios alunos. Para crianças ainda menores, a partir dos 3 anos, já há brinquedos de madeira que ensinam a lógica da programação, como as oferecidas pela empresa inglesa Primo. No brinquedo, os pequenos usam a lógica da programação para dar comandos de movimento para um robô.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• O que é preciso para aprender e para ensinar programação?• Por que programar é uma competência importante para o século 21?• Programação é importante mesmo para alunos que não demonstram interesse em
tecnologia?• Com que idade é possível começar a aprender a programar?• Que benefícios a programação traz para a vida acadêmica dos alunos em outras disciplinas?• Que benefícios a programação traz para a vida?• Qual é o efeito das aulas de programação em áreas de vulnerabilidade social?
Palestrantes
Zach Sims, Codecademy
Fontes
Gilson Domingues, professor
Gislaine Munhoz, professora
Heloísa Neves, FabLab Brasil
Manoel Belém, F1 in Schools
Silvio Meira, C.E.S.A.R
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SAIBA MAIS
- No Porvir
A programação é a linguagem do século 21 http://porvir.org/porfazer/a-programacao-e-linguagem-seculo-21/20140307
Escola de programação para crianças abre em SP http://porvir.org/porfazer/escola-de-programacao-para-criancas-abre-em-sp/20140403
Brinquedo ensina crianças de 3 a 7 anos a programar http://porvir.org/porcriar/brinquedo-ensina-criancas-de-3-7-anos-programar/20140306
A escola precisa preparar os alunos para programar http://porvir.org/porpensar/a-escola-precisa-preparar-os-alunos-para-programar/20131029
Robôs de baixo custo para ensinar programação http://porvir.org/porfazer/robos-de-baixo-custo-para-ensinar-programacao/20130607
Outro tipo de controle: site ajuda aluno a criar game http://porvir.org/porcriar/outro-tipo-de-controle-site-ajuda-aluno-criar-game/20140224
É hora de programar para 10 milhões de alunos nos EUA http://porvir.org/porfazer/e-hora-de-programar-para-10-milhoes-de-alunos-nos-eua/20131209
Ensinar a programar é ensinar a pensar http://porvir.org/porpensar/ensinar-programar-e-ensinar-pensar/20130618
- Outros veículos
Deixe a zona de conforto e aprenda a programar, The New York Times http://www.nytimes.com/2014/03/25/your-money/leaving-the-comfort-zone-to-learn-computer-code.html
Escola e clubes ensinam crianças a programar, O Estado de S. Paulo http://blogs.estadao.com.br/link/escolas-e-clubes-ensinam-criancas-a-programar/
Conheça quatro sites para aprender programação, Revista Escola http://revistaescola.abril.com.br/blogs/tecnologia-educacao/2014/01/07/conheca-quatro-sites-para-aprender-programacao/
‘Hora da Programação’ alcança mais de 20 mi de estudantes, Tech Crunch http://techcrunch.com/2013/12/26/code-org-2-weeks-and-600m-lines-of-code-later-20m-students-have-learned-an-hour-of-code/
Programação para crianças a partir dos cinco anos, The Guardian http://www.theguardian.com/technology/2014/mar/26/kids-coding-kickstarter-crowdfunding-programming
Colocando programação no currículo, The New York Times http://www.nytimes.com/2014/03/24/world/europe/adding-coding-to-the-curriculum.html
Quando e quem deve aprender a lógica da programação? Wired http://insights.wired.com/profiles/blogs/when-is-the-right-time-to-learn-how-to-code?
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- Vídeos
Porque aprender a programar (Codecademy) https://www.youtube.com/watch?v=nKIu9yen5nc
TED de Mitch Resnick http://www.ted.com/talks/mitch_resnick_let_s_teach_kids_to_code
TED de Thomas Suarez, menino de 12 anos sobre programação http://www.ted.com/talks/thomas_suarez_a_12_year_old_app_developer
- Instituições
Codecademy http://www.codecademy.com/pt
Scratch http://scratch.mit.edu/
Hora do código http://csedweek.org/
App Inventor http://appinventor.mit.edu/explore/
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6. Competências para o século 21
O termo “competências para o século 21” se refere a uma série de conhecimentos, habilidades, hábitos e traços de personalidade que, acreditam os educadores, ajudarão os alunos a serem bem-sucedidos em sua trajetória acadêmica e profissional, mas também em sua vida pessoal e em comunidade. Muitas vezes, o termo é substituído por sinônimos como competências não cognitivas, habilidades interdisciplinares, transversais ou socioemocionais. Essas capacidades transcendem as expectativas de aprendizado relacionadas a conteúdos acadêmicos e podem estar presentes nas rotinas de todas as disciplinas escolares.
Não há uma definição exata, no entanto, de que peças componham esse conjunto de habilidades. O pedagogo brasileiro Antonio Carlos Gomes da Costa, morto em 2011, foi um dos fortes defensores da chamada educação interdimensional, que deixa para trás as limitações da escola herdada pelo Iluminismo para valorizar aspectos como a sensibilidade, a corporeidade, a transcendentalidade, a criatividade, a subjetividade, a afetividade, a sociabilidade. Costa foi um dos mentores do Ginásio Experimental Pernambucano, escola de ensino médio em tempo integral preocupada em ajudar seus alunos a desenvolverem projetos de vida consistentes.
Internacionalmente, uma das abordagens mais comuns para definir as habilidades do século 21 são os 4Cs, numa redução que faz sentido completamente apenas em inglês: comunicação, colaboração, criatividade e pensamento crítico (critical thinking). Tony Wagner, autor de diversos livros sobre a educação em transformação, divide as habilidades em sete. Ele considera os 4Cs e amplia essa perspectiva com mais três itens: 1) adaptação e agilidade, 2) iniciativa e empreendedorismo e 3) análise de informações. Especialistas a serviço do Conselho de Pesquisa Nacional dos EUA (National Reseach Council) reuniram as mais diversas competências em três domínios – intrapessoal, interpessoal e cognitivas.
A lista presente no glossário da ONG Great Schools Partnership, que produz uma série de materiais educativos para as redes de ensino da região norte-americana de New England, compreende as competências anteriores e acrescenta outras. A ONG atua em cinco dos seis estados da região, que se organizaram em torno da Liga das Escolas Inovadoras para promover o aprendizado baseado em competências. Confira, a seguir, a lista elaborada pela organização, subdividida em cinco grandes temas.
1. Raciocínio lógico• pensamento crítico, habilidade para resolver problemas, racionalizar, analisar, interpretar e
sintetizar;• prática de pesquisa e postura investigativa;• familiaridade com o método científico, familiaridade com a ciência e com o pensamento
técnico;
2. Comunicação• criatividade, ligação com artes, curiosidade, imaginação, inovação, expressão pessoal;• capacidade de comunicação oral e escrita, de falar em público, de ouvir;
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3. Inteligência emocional• perseverança, autocontrole, planejamento, disciplina, adaptabilidade, iniciativa;• liderança, trabalho em equipe, colaboração, cooperação, uso de espaços virtuais;
4. Universo digital• alfabetização nas TICs, alfabetização em mídia e internet, interpretação visual, análise e
interpretação de dados, programação;
5. Desafios do mundo• alfabetização cívica, consciência sobre justiça social, ética;• conhecimentos sobre economia e finanças, empreendedorismo;• abertura ao multiculturalismo e ao global, noções humanitárias;• noções de conservação do meio ambiente, entendimento de ecossistemas;
• noções de saúde e bem-estar, inclusive hábitos saudáveis e exercícios físicos.
Já a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entidade responsável pela mais importante avaliação internacional da educação básica, o Pisa, adota uma concepção de competências socioemocionais que envolve as capacidades de atingir objetivos (perseverança, autocontrole, entusiasmo para atingir objetivos), trabalhar com os outros (cordialidade, respeito, cuidado) e gerir emoções (calma, otimismo e confiança). A divisão de inovação da instituição, o Ceri (Center for Educational Research and Innovation), tem buscado desenvolver ferramentas para avaliar essas competências em âmbito global.
No Brasil, o Instituto Ayrton Senna fez uma parceria com o Ceri para construir uma avaliação brasileira, adaptada às necessidades locais, que servirão de objeto de estudo para a OCDE. Essa avaliação foi aplicada em escolas da rede estadual do Rio de Janeiro no fim do ano passado e apontou que o desenvolvimento dessas competências não cognitivas ao longo da vida escolar impacta diretamente no aprendizado de português e matemática. Segundo o levantamento, a conscienciosidade (disciplina, perseverança, organização) influencia diretamente no desempenho em matemática, e a abertura a novas experiências, que engloba a criatividade e imaginação, ajuda em português.
Esses dados foram apresentados no Fórum Internacional de Políticas Públicas Educar para as Competências do Século 21, que reuniu ministros de Educação de 14 países em março deste ano em São Paulo. Na ocasião, o MEC (Ministério da Educação) anunciou duas medidas para promover essas competências. A primeira, é um acordo de cooperação entre Capes e o Instituto Ayrton Senna para oferecer bolsas a pesquisadores especialistas no tema. A segunda foi a possibilidade de estados e municípios buscarem financiamento no governo federal para desenvolver tais habilidades.
A percepção pelo mundo de que é preciso promover as competências descritas acima veio do coro cada vez mais sonoro de que elas são tão determinantes para o sucesso de um indivíduo quanto o domínio de conhecimentos acadêmicos, como matemática ou geografia. Em um contexto em que as profissões mudam muito rapidamente, são as pessoas de competências socioemocionais
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bem desenvolvidas que conseguirão se destacar. Diante disso, redes de ensino e governos têm procurado, intencionalmente, promover as competências para o século 21.
As Studio Schools, cuja proposta pedagógica será apresentada no Transformar, é um exemplo de rede de escolas que tem procurado desenvolver esse tipo de capacidade em seus alunos. Essas escolas inglesas apostam no aprendizado baseado em projetos para, a partir de problemas da vida real e por meio de parceria com empresas locais, incentivar os alunos a ter experiências reais de trabalho, realizar atividades em grupo, se comunicar, ter pensamento crítico e mais confiança em si mesmo, aprender a empreender e liderar.
No Rio de Janeiro, a escola estadual Chico Anysio, cuja proposta pedagógica foi elaborada pelo Instituto Ayrton Senna, também procura promover espaços para o desenvolvimento pleno dessas competências. Na escola, os alunos são incentivados a terem autonomia sobre o próprio aprendizado, ao elaborarem seus planos de estudos individuais com os professores, além de autogestão sobre a própria vida e projetos de futuro.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• Como promover o desenvolvimento dessas competências? Que práticas escolas de Brasil e
do mundo têm adoado nesse sentido?• Qual o papel do professor nessa abordagem• Como dosar bem o ensino do conteúdo acadêmico com as competências para o século 21?• Que ferramentas tecnológicas o professor pode usar que estimulam o desenvolvimento
desse tipo de competência?• Como professores, escolas e redes podem mensurar se os alunos de fato estão
desenvolvendo essas competência?• Como avaliar se essas competências estão sendo bem desenvolvidas por escolas e redes?• Como envolver as famílias no desenvolvimento dessas competências em casa e em
ambientes fora da escola?
Palestrantes
David Nicoll, Studio Schools
Michael Horn, Clayton Christensen Institute Fontes
Braz Nogueira, Bairro Educador de Heliópolis
Dona Eda Luiz, Cieja Campo Limpo
Fabio Zsigmond, Projeto Âncora
Helena Singer, Associação Cidade Escola Aprendiz
Heloísa Neves, FabLab Brasil
Marcos Magalhães, ICE (Instituto de Co-Responsabilidade na Educação)
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Índice
Tatiana Filgueiras, Instituto Ayrton Senna
Tião Rocha, Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento
SAIBA MAIS
- No Porvir
“Habilidade é tão importante quanto conhecimento” http://porvir.org/porfazer/habilidade-deve-ser-mais-importante-conhecimento/20140218
Faculdade vai apostar em currículo por competência http://porvir.org/porfazer/faculdade-vai-apostar-em-curriculo-por-competencia/20140130
Rede canadense insere socioemocionais no currículo http://porvir.org/porfazer/rede-canadense-insere-socioemocionais-curriculo/20140402
Ensinar valores é vocação de escola municipal no Rio http://porvir.org/porfazer/ensinar-valores-e-vocacao-de-escola-municipal-rio/20131206
Especialista indica 10 filmes para estimular empatia http://porvir.org/porfazer/especialista-indica-10-filmes-para-estimular-empatia/20140226
Site reúne livros e filmes que despertam empatia http://porvir.org/porpensar/site-reune-livros-filmes-despertam-empatia/20140127
‘A escola poderia ensinar a arte de viver’ http://porvir.org/porpensar/a-escola-poderia-ensinar-arte-de-viver/20130926
Brinquedos que proporcionam mais que diversão http://porvir.org/porcriar/brinquedos-proporcionam-mais-diversao/20131224
É em casa que se aprende a amar http://porvir.org/porpensar/e-em-casa-se-aprende-amar/20131225
RJ testa prova mundial de habilidades socioemocionais http://porvir.org/porfazer/rj-testa-prova-mundial-de-habilidades-socioemocionais/20130808
Summit Public School e os donos do próprio aprendizado http://porvir.org/porfazer/5-acoes-os-donos-proprio-aprendizado/20130411
Ginásio Experimental de Pernambuco http://porvir.org/porfazer/colegio-renasce-das-cinzas-vira-referencia-em-pe/20121005
Experiência do Ginásio Experimental Carioca http://porvir.org/porfazer/os-bons-resultados-da-educacao-integral/20120913
Escola Britânica incentiva alunos a se descobrirem http://porvir.org/porfazer/escola-britanica-incentiva-jovens-se-descobrirem/20130226
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- Outros veículos
Escola em Santa Teresa inova com ginásio experimental e consegue taxa zero de evasão, O Globo http://oglobo.globo.com/rio/escola-em-santa-teresa-inova-com-ginasio-experimental-consegue-taxa-zero-de-evasao-6830940
Rocinha terá unidade piloto de ginásio para experimentar novas tecnologias educacionais, Brasil.gov http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/11/07/rocinha-tera-unidade-piloto-de-ginasio-para-experimentar-novas-tecnologias-educacionais
- Vídeos
Depoimentos dos diretores do Ginásio Experimental Carioca/Princesa Isabel http://www.youtube.com/watch?v=8WeCn_QKDEE
- Instituições
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/exibeconteudo?article-id=2285017
ICE (Instituto de Co-responsabilidade pela Educação) http://www.icebrasil.org.br/wordpress/index.php/instituto/historico/
Instituto Ayrton Senna http://senna.globo.com/institutoayrtonsenna
Ginásio Experimental de Pernambuco http://porvir.org/porfazer/colegio-renasce-das-cinzas-vira-referencia-em-pe/20121005
Experiência do Ginásio Experimental Carioca http://porvir.org/porfazer/os-bons-resultados-da-educacao-integral/20120913
Escola Britânica incentiva alunos a se descobrirem http://porvir.org/porfazer/escola-britanica-incentiva-jovens-se-descobrirem/20130226
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7. A revolução do ensino superior
Os tantos e tão vibrantes movimentos que têm sido vistos nas escolas de educação básica ganham ainda mais força nas instituições de nível superior. A revolução por que passa essa etapa da escolarização guarda características próprias, especialmente porque os principais atores do universo têm sofrido mudanças radicais nos últimos anos. Alunos, professores, instituições de ensino e mercado de trabalho têm mudado seus objetivos, expectativas e métodos especialmente em função da Era Digital. O ambiente universitário reflete essa ebulição em novas pedagogias e ferramentas.
O aluno que hoje chega ao ensino superior faz parte da chamada Geração Y, aquela nascida entre meados da década de 1980 e os anos 1990, e tem princípios e hábitos muito diferentes das gerações que a precederam. A começar que esses jovens nasceram e se criaram em um mundo de internet ubíqua. Assim, a convivência com dispositivos móveis lhes é tão natural como sua utilização para motivos acadêmicos: o celular e o tablet servem tanto como ferramenta de pesquisa quanto como meio de registro de dados (seja em forma de texto, aúdio, foto, vídeo etc.).
Os professores, por sua vez, estão se vendo em uma situação em que precisam se adaptar às novas tecnologias que surgem e tornam obsoletos os métodos que vinham utilizando por anos. As instituições, especialmente as mais tradicionais, também têm precisado revisar seus métodos de ensino para receber melhor esse novo aluno e entregá-lo ao mercado, que também tem demandas absolutamente novas. Pesquisa recente da consultoria McKinsey mostra que há um descompasso na percepção da preparação do jovem para a profissão que escolheu. Enquanto 75% das instituições de ensino consideram que o recém-formado está apto para exercer suas funções no mercado, apenas 42% das empresas acham o mesmo.
O New Media Consortium, uma organização que se dedica a estudar como as novas tecnologias impactam o ensino, publicou em janeiro seu relatório anual sobre tendências no ensino superior. Algumas das tecnologias que foram apontadas como algo a se tornar comum são a sala de aula invertida, os games, as impressoras 3D, as mídias sociais e o ensino híbrido e colaborativo.
Na sala de aula invertida, como já foi detalhado neste catálogo, os alunos assistem a videoaulas em casa e deixam para a sala de aula momentos tidos como mais ricos para o aprendizado, como o debate com os colegas e o aprofundamento com o professor. Nesse momento, é fundamental que o professor possa ajudar o aluno a saber buscar a informação que necessita e estimule a reflexão dos pontos mais relevantes para a construção do conhecimento. A faculdade de medicina de Stanford começou a usar o método no ano passado.
Mais do que a sala de aula invertida em si, a extensão dos tempos e dos espaços de aprendizagem tira o centro do aprendizado do professor e abre a universidade a outros saberes. Assim, a flexibilização e modulização dos currículos também são realidades que ganham força no novo ensino superior. Uma instituição brasileira que tem trabalhado tanto com a sala de aula invertida quanto com a flexibilização de currículos é a Uniamérica, em Foz do Iguaçu, cuja proposta pedagógica será apresentada no Transformar. Em vez de disciplinas rigidamente estruturadas, a instituição vai procurar desenvolver temas transversais em todos os seus cursos, como empreendedorismo, pensamento crítico e ética. Além disso, também vai estimular entre estudantes de graduação o aprendizado baseado em projetos para a resolução de problemas reais.
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Internacionalmente, a Universidade Minerva, que também estará representada no Transformar, é outro exemplo dessa nova abordagem do ensino superior. Sua primeira turma só começa no segundo semestre deste ano, mas a proposta de seus idealizadores é ousada desde sua concepção: querem se tornar a primeira universidade de elite em mais de cem anos – numa referência às instituições da chamada Ivy League, composta por universidades norte-americanas tradicionais. Sua proposta é oferecer uma formação global, em que os estudantes passarão cada um dos quatro anos de estudos em um país, tendo aulas presenciais e virtuais e se envolvendo com oportunidades de aprendizado que estão nas ruas. Uma das paradas previstas é o Brasil.
Dessa revolução que se inicia agora, há muito ainda a ser definido. Mas uma das grandes certezas que a acompanham é que estruturas rígidas que caracterizaram a universidade por muito tempo estão sendo questionadas. Um dos pressupostos que cai por terra é que o ensino de ponta não está mais atrelado a aulas presenciais e em formatos tradicionais. A emergência e a popularização dos Moocs (cursos abertos, de nível superior dados em grande escala) ajudaram a pavimentar essa crença.
Nascidos em 2012, em menos de dois anos, os Moocs chegaram a milhões de pessoas, estudantes do sistema formal ou não. E foram instituições de peso que mais ajudaram os Moocs a se tornarem um fenômeno mundial. Uma das maiores plataformas de Moocs, o Coursera, foi lançado pelas universidades de Stanford, Princeton, Michigan e Pennsylvania. Hoje, essa lista é composta por quase cem instituições. Logo na sequência, foi a vez de Harvard e MIT lançarem o edX. Seu presidente, Anant Argawal, esteve no Brasil pela primeira vez no ano passado exatamente para ser palestrante da primeira edição do Transformar.
Com os Moocs, essas universidades, normalmente inacessíveis para a maioria dos interessados, passaram a disponibilizar as aulas de seus professores mais renomados em uma plataforma capaz de reunir videoaulas, exercícios, sugestões de leitura e fóruns de discussão. Basta ter acesso à internet e se inscrever. O resultado foi que, em vez de atrair uma centena de estudantes – o que normalmente ocorria nas aulas presenciais –, essa nova proposta fez com que centenas de milhares de alunos se inscrevessem em apenas um curso. O mundo virou um campus e acirrou alguns debates importantes.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• Como o ensino superior pode preparar melhor os alunos para o mundo por trabalho?• Como garantir a inserção das universidades na Era Digital?• Com formar professores para essa nova realidade?• Como universidades estão se organizando para oferecer esses cursos, avaliar o desempenho
e certificar os participantes?• Como as universidades brasileiras têm acompanhado essas mudanças?
Palestrantes
Ben Nelson, Projeto Minerva
Ryon Braga, Uniamérica
Michael Horn, especialista em Blended Learning
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Fontes:
Anant Agarwal, edX
Carlos Souza, Veduca
Claudio Oliveira, Instituto Singularidades
Eduardo Zancul, Poli USP
João Mattar, Grupo de Pesquisa PUC
Marcel Caraciolo, PingMind
Paulo Blikstein, Universidade de Stanford
Daphne Koller, Coursera
SAIBA MAIS
- Glossário:
Moocs http://porvir.org/wiki/moocs
- No Porvir
Moocs http://porvir.org/tag/mooc
Quando a recolução bate à porta http://porvir.org/porpensar/quando-revolucao-ensino-superior-bate-a-porta/20130610
O homem que inverteu a sala de aula antes da tecnologia http://porvir.org/porfazer/homem-inverteu-sala-de-aula-antes-da-tecnologia/20140319
Universidade Minerva http://porvir.org/porfazer/minerva-primeira-universidade-de-elite-em-100-anos/20120430 http://porvir.org/porfazer/universidade-renuncia-infraestrutura-tudo-bem/20140317
Moocs ganham publicação especializada http://porvir.org/porfazer/moocs-ganham-publicacao-especializada/20140221
Laboratórios virtuais levam experimentação a Moocs http://porvir.org/porfazer/laboratorios-virtuais-levam-experimentacao-moocs/20140109
MIT lança 1º Mooc em português para empreendedores http://porvir.org/porfazer/mit-lanca-1o-mooc-em-portugues-para-empreendedores/20131125
Sala de aula invertida chega a médicos de Stanford http://porvir.org/porfazer/sala-de-aula-invertida-chega-medicos-de-stanford/20121002
Moocs mudam o ensino dentro e fora da universidade http://porvir.org/porpessoas/moocs-mudam-ensino-dentro-fora-da-universidade/20130404
Primeiro Mooc da América Latina http://porvir.org/porcriar/usp-veduca-lancam-primeiro-mooc-da-america-latina/20130610
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Coursera em Português http://porvir.org/porfazer/dois-cursos-coursera-em-portugues-inscreva-se/20130904
Princípios e direitos da educação on-line http://porvir.org/porpensar/principios-direitos-da-educacao-on-line/20130205
Coursera/edX, cursos valendo crédito http://porvir.org/porfazer/5-cursos-coursera-poderao-valer-creditos/20130222
Veduca desenvolve Mooc personalizado http://porvir.org/porfazer/veduca-desenvolve-mooc-personalizado/20130722
Devagar com o andor, que os Moocs são de barro http://porvir.org/porpensar/devagar-andor-os-moocs-sao-de-barro/20130724
Os Moocs e o desafio de democratizar o conhecimento http://porvir.org/porpensar/os-moocs-desafio-de-democratizar-conhecimento/20131122
- Outros veículos
O ano dos Moocs, The New York Times http://www.nytimes.com/2012/11/04/education/edlife/massive-open-onlinecourses-are-multiplying-at-a-rapid-pace.html?pagewanted=1&_r=0&ref=education
Transformação causada pelos Mooc, USA Today http://usatoday30.usatoday.com/news/nation/story/2012/09/12/college-may-never-be-the-same/57752972/1
Revolução nas universidades, Estadão http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,revolucao-nasuniversidades,990782,0.html
Leitura crítica dos Moocs, The Cronicle of Higher Education http://chronicle.com/blogs/innovations/whats-the-matter-withmoocs
Artigo dos reitores de Harvard e do MIT, The Boston Globe http://bostonglobe.com/opinion/2013/03/03/the-future-onlinelearning-and-residential-education/MRaKdvKFTtxC7nCA3yQhxL/story.html
- Vídeos
Animação que explica o conceito http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=eW3gMGqcZQc#!
Palestra de Anant Agarwal no Transformar 2013 sobre a reinvençao do ensino superior https://www.youtube.com/watch?v=DlEPCb-4Tsc
Betsy Corcoran fala sobre tecnologia educacional e Moocs http://www.youtube.com/watch?v=IG-jKhSo_uw
TED com Martin Vertelli, de Sócrates aos Moocs http://www.youtube.com/watch?v=lkyNRgBdyfI
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- Instituições
Minerva http://www.minervaproject.com
Coursera https://www.coursera.org
edX https://www.edx.org
Udacity https://www.udacity.com
Codecademy http://www.codecademy.com
Veduca www.veduca.com.br
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8. O (novo) professor e sua formação
As mudanças estruturais na educação demandam uma nova escola, um novo aluno e, claro, também um novo professor. A adaptação dos docentes a essa nova realidade é tão urgente quanto desafiadora, já que a maior parte dos paradigmas relacionados ao seu cotidiano dentro e fora da sala de aula está sendo questionada. Mais do que dar respostas, o novo professor deve saber fazer as perguntas adequadas – e isso não é o que ele aprende na sua formação inicial.
Esse profissional tem de lidar com a dificuldade geracional de não ser um usuário natural dos dispositivos móveis e das tecnologias, enquanto seus alunos, os “nativos digitais”, nem sequer conseguem entender como o mundo funcionava antes da web. Neste cenário em que alunos são mais hábeis com tecnologia e têm mais autonomia para buscar as informações de que necessitam, uma pergunta é inevitável: vamos acabar com a profissão de professor? A resposta é não.
A missão do educador nesse contexto passa a ser ainda mais nobre e desafiadora, uma vez que o profissional precisará estar apto a guiar os alunos por caminhos que ele mesmo desconhece. Ele deverá exercer a função de facilitador, ajudando o aluno a navegar por muitas fontes de conhecimento, provocar a reflexão, instigá-lo à ação e, principalmente, orientar o seu desenvolvimento integral. Assim, o professor não está com os dias contados, mas sua função de ser mero transmissor de informações está.
Diante dessa nova realidade, nasce também uma função ainda pouco conhecida no Brasil: os professores designers de currículo. Esses profissionais são responsáveis por criar planos de aula cada vez mais instigantes, que utilizem diferentes abordagens, metodologias e ferramentas, tendo a multidisciplinaridade como ponto de partida. A ideia de poder desenhar o currículo foi facilitada pela emergência de muitos recursos pedagógicos que podem ser combinados para promover diferentes objetivos de aprendizagem. O professor passa a ter uma função mais parecida com a de um arquiteto, ajudando a personalizar o ensino, estimulando o desenvolvimento de competências acadêmicas e socioemocionais entre seus alunos. Em alguns casos, o designer de currículo atua como uma espécie de coordenador pedagógico, ajudando professores de diferentes áreas a planejar suas atividades. Em outras situações, todos os educadores da escola são capacitados para desenvolver essa função.
Outra grande questão que emerge diante dessa nova configuração é a necessidade de repensar o desenvolvimento profissional dos docentes. A formação de professores é um assunto que vem sendo discutido ardorosamente dentro e fora do Brasil, já que os desafios parecem se repetir em diferentes realidades. Um primeiro passo importante para contornar essa situação é a revisão dos cursos de pedagogia do país e a oferta de formação continuada adequada aos desafios que esses professores têm de enfrentar.
A província de Colúmbia Britânica, no Canadá, por exemplo, começou um plano de remodelação de seu sistema de ensino que tem um de seus pilares na boa formação de seus professores. Um dos responsáveis por todo esse processo é Roderick Allen, que estará no Transformar. O primeiro passo adotado pelo Ministério de Educação local foi convidar as universidades da região que formam professores a trabalhar perto da rede pública, para que oferecessem a formação de que os educadores precisavam. No dia a dia, os educadores recebem o apoio de materiais e capacitações para inserir a tecnologia em suas práticas pedagógicas.
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Isso porque, para que um professor esteja apto a mediar a resolução de problemas, ele precisa, por um lado, ter um conhecimento conceitual sólido – o que está estritamente associado a uma formação acadêmica consistente. E por outro, terá de estar aberto a aprender junto com os alunos e a lidar com situações atuais da sala de aula, como o manejo da tecnologia – o que ainda não está sendo devidamente explorado nas universidades.
Outra estratégia importante é o investimento numa formação continuada. Se os alunos precisarão aprender a aprender e deverão continuar a se desenvolver ao longo da vida, com os professores não será diferente. Quanto mais essa formação contiver aspectos práticos, que ajudem na solução de problemas reais, e for atrelada à tecnologia, melhor. Assim, essas formações são excelentes oportunidades de acesso a ferramentas do ensino on-line, plataformas adaptativas e aplicativos.
No Brasil, um exemplo de iniciativa que traz essa proposta é o programa de graduação do Instituto Singularidades, especializado em formação de docentes. A universidade começa neste ano um novo método de aprendizagem que se baseia no conceito de sala de aula invertida. Os futuros educadores aprenderão o conteúdo em casa para que o tempo da aula seja usado para dúvidas, experimentação e aproximação do conteúdo com a realidade. Assim, os professores em formação terão acesso, como estudantes, a uma das abordagens de ensino que utilizarão com seus próprios alunos.
Além disso, outra estratégia que tem se mostrado eficaz é a reunião de professores em redes, desde mídias sociais especializadas (Edmodo e similares) ou gerais (Facebook) até grupos de discussão ou plataformas das próprias secretarias de Educação. Nesses espaços, os educadores compartilham angústias e boas práticas e acabam ajudando uns aos outros, além de ter autonomia para o desenvolvimento profissional de que necessitam.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• Como capacitar profissionais para se apropriar das novas tendências educacionais?• Como as escolas e as redes inovadoras têm feito isso?• Quais são o perfil e as funções desse novo professor?• Como formar esse tipo de professor no Brasil, onde a formação inicial tem sido tão
profundamente questionada e a formação continuada tem a missão de cobrir as lacunas deixadas pelas licenciaturas e cursos de pedagogia?
Palestrantes
David Nicoll, Studio Schools
Michael Horn, Clayton Christensen Institute
Roderick Allen, Columbia Britânica
Fontes:
Claudio Oliveira, Instituto Singularidades
Diane Tavenner, Summit Public Schools
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Gabriela Moriconi, Fundação Carlos Chagas
Joel Rose, New Classrooms
Maria Amábile Mansutti, Cenpec
Melissa Agudelo, High Tech High
Nelson Pretto, Universidade Federal da Bahia
Paula Louzano, USP
Priscila Cruz, Todos pela Educação
SAIBA MAIS
- No Porvir
Sobre formação docente: http://porvir.org/tag/formacao-de-professores http://porvir.org/tag/professores
Rede Social ajuda na formação de professores http://porvir.org/porcriar/rede-social-gratis-ajuda-na-formacao-de-professor/20140217
Design think para educadores em português http://porvir.org/porcriar/design-thinking-para-educadores-em-portugues/20140212
Instituto inverte sala de aula para professores http://porvir.org/porfazer/instituto-inverte-sala-de-aula-para-professores/20140123
“A escola deveria incorporar a ecologia dos saberes” http://porvir.org/porpensar/a-escola-deveria-incorporar-ecologia-dos-saberes/20140203
Site forma professores para ensinar empreendedorismo http://porvir.org/porfazer/site-forma-professores-para-ensinar-empreendedorismo/20130628
5 chaves do sucesso de Colúmbia Britânica http://porvir.org/porfazer/5-chaves-sucesso-de-columbia-britanica/20130315
Professor do futuro será designer de currículo http://porvir.org/porfazer/professor-futuro-sera-um-designer-de-curriculo/20130419
Professor faz residência em Boston http://porvir.org/porfazer/residencia-em-escola-forma-educador-de-rede-publica/20130325
“Formação de professor boa é contínua e prática” http://porvir.org/porpensar/formacao-de-professor-boa-e-continua-pratica/20130415
‘Tecnologia digital não pode substituir pedagogia’ http://porvir.org/porpensar/tecnologia-digital-nao-pode-substituir-pedagogia/20130521
Projeto quer melhorar imagem do professor no Chile http://porvir.org/porfazer/projeto-chileno-quer-melhorar-imagem-professor/20130719
Pós forma professores mestres em tecnologia http://porvir.org/porfazer/pos-forma-professores-mestres-emtecnologia/20120731
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Índice
Empresa desmistificam tablets para professores http://porvir.org/porpensar/empresas-desmitificam-tablets-para-:professores/20120705
- Outros veículos
Professores precisam de tempo de trabalho fora do campus para melhor ensinar, The Guardian http://porvir.org/porpensar/professores-precisam-de-tempo-de-trabalho-fora-campus-para-melhor-ensinar/20131225
Mestrado profissional em alta na rede pública, O Estado de São Paulo http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,mestrado-profissional-em-alta-na-rede-publica,1120497,0.htm
Consórcio com instituição ligada a Harvard vai formar 300 professores, O Estado de S. Paulo http://blogs.estadao.com.br/ponto-edu/consorcio-com-instituicao-ligada-a-harvard-vai-formar-300-professores/
Um milhão de razões para melhorar a qualidade dos professores, The Economist http://porvir.org/porpensar/um-milhao-de-razoes-para-melhorar-qualidade-dos-professores/20131021
Caderno especial sobre formação de professores, Folha de S.Paulo http://www1.folha.uol.com.br/especial/2013/quemeduca/
Para pesquisadora, é importante definir critérios objetivos sobre o que seria um ‘bom professor’, UOL http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/08/26/para-pesquisadora-falta-padrao-minimo-do-que-e-um-bom-professor.htm
Formação de alfabetizadores, O Globo http://oglobo.globo.com/educacao/alfabetizadores-da-rede-publica-terao-formacaopara-melhor-preparo-de-aulas-7585171
Cursos de pedagogia “não deveriam mais existir”, UOL http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/12/21/para-cybele-amado-cursos-de-pedagogia-nao-deveriam-maisexistir-no-brasil.htm
Haddad planeja criar polos de ensino a distância para professores, Universia http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2013/02/20/1006335/haddad-planeja-criarpolos-ensino-distancia-professores.html
- Vídeos
Melissa Agudelo, da High Tech High, “Professores elaboram currículos baseados em projetos”, no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=AjvV_JIH9XE
Nicole Hinostro, da High Tech High, sobre desafios e possibilidades de inovação na sala de aula, no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=XStvEvkFX0w
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Propostas para a formação de professores - Encontro com Fernando Haddad e Cesar Callegari, promovido pelo Porvir http://youtu.be/rNPncfI6DUQ
Formação de professores, Globo News Educação http://www.youtube.com/watch?v=fMnoHF3-kdM
Entrevista professora e doutora em Educação Ana Maria Pessoa de Carvalho http://www.youtube.com/watch?v=IMyfqxACezE
Entrevista com o matemático e gerente da Gamed (Grupo de Ação para Melhorias Educacionais), Guilherme Hartung http://www.youtube.com/watch?v=mRyZVy5bQzU
- Instituições
Cenpec http://cenpec.org.br/
Capes http://www.capes.gov.br/educacao-basica
Escola de Formação de Professores do Estado de São Paulo http://www.escoladeformacao.sp.gov.br/
Instituto Paulo Freire http://www.paulofreire.org/
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9. Como algumas redes públicas conseguiram flexibilizar seus modelos
Um ambiente propício para a inovação costuma contar com flexibilidade, agilidade, fluidez, facilidade de comunicação, criatividade e estímulo ao empreendedorismo. Tais características, no Brasil ou em qualquer país do mundo, são mais comuns nos sistemas privados do que nos públicos e não é difícil entender o porquê. Iniciativas particulares têm mais flexibilidade, por isso existe mais liberdade para testar, acertar e errar. Enquanto isso, nos sistemas públicos, as estruturas são mais rígidas, os recursos são mais regulados, o tempo de resposta a problemas é mais dilatado e erros afetam uma quantidade muito maior de pessoas.
Os números da educação brasileira ajudam a entender essa afirmação: de acordo com o Censo Escolar da Educação Básica 2012, o mais recente divulgado pelo MEC, o Brasil tem quase 50,5 milhões de matriculados na educação básica. Desses, 8,3 milhões estudam na rede privada. Isso significa que decisões tomadas por gestores públicos afeta, para o bem ou para o mal, 43 milhões de estudantes e suas respectivas famílias.
Apesar de todo o prognóstico contrário, algumas redes de ensino já se deram conta de que não é mais possível manter a sala de aula do século 19 para alunos do século 21 e começam a abrir espaços controlados para a inovação. A província canadense de Colúmbia Britânica, por exemplo, já brilhava nos exames internacionais quando decidiu que não estava sendo suficientemente boa para preparar seus alunos para a vida. Consultou pais, professores e comunidade para saber o que esperavam da escola e decidiram atuar em cinco frentes: 1) ensino personalizado para todos os alunos; 2) qualidade no ensino e no aprendizado; 3) flexibilidade e escolha; 4) alto padrão de notas; e 5) aprendizado empoderado pela tecnologia. Seu representante, Roderick Allen, será um dos palestrantes do Transformar.
O programa Innovation Zone, promovido pelo Departamento de Educação da cidade de Nova York, é outro exemplo. Nesse caso, o prefeito nova-iorquino Michael Bloomberg decidiu dar mais autonomia às escolas para que elas propusessem suas próprias inovações, geralmente em parceria com outras organizações e empresas. Os diretores que aderem ao programa recebem uma capacitação específica, são orientadas por empresas inovadoras e ganham recursos extra para desenvolver inovações que, uma vez testadas, podem ser escaladas para outras escolas da rede. O governo concedeu essa autonomia, no entanto, após um conjunto de reformas iniciais ter garantido que as inovação fossem possíveis, incluindo investimento em infraestrutura, segurança, redução do tamanho das escolas e formação de lideranças.
No Brasil, a Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, responsável por mais de 1.000 escolas e 680 mil alunos, usa em toda a sua rede a Educopedia, um sistema on-line de apoio ao aprendizado, e está inaugurando ginásios experimentais temáticos, que se baseiam no tripé: excelência acadêmica, apoio ao projeto de vida e educação para valores. O que ganhou mais atenção da imprensa foi o André Urani, mais conhecido como Gente (Ginásio Experimental de Tecnologia), uma escola localizada na Rocinha, a maior favela do Rio, que rompe com a lógica de séries e salas de aula e foca em personalização. Nele, estudantes do ensino fundamental 2 se reúnem em grupos conforme seu interesse, desenvolvem projetos e são tutorados por professores orientadores.
As apostas de Colúmbia Britânica, Nova York e Rio de Janeiro vão ao encontro do que Michael Horn, um dos especialistas presentes no Tranformar, também acredita ser o caminho para a inovação nas redes públicas: o ensino híbrido. O termo já foi amplamente discutido no item 2 deste catálogo, mas vale lembrar que seu uso em redes públicas de ensino já tem se mostrado um sucesso.
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De acordo com Horn, não existe um modelo único e certeiro que garanta o aprendizado significativo, mas diversos formatos que mesclam o ensino presencial com o virtual. Uma rede que não possa providenciar um equipamento (laptop, tablet ou smartphone) para cada estudante pode pensar em outras formas de agrupamento que funcionem segundo a lógica do ensino personalizado.
Uma questão inescapável, porém, para se permitir a inovação em escala é a garantia de uma conexão estável de banda larga nas escolas. No Brasil, apesar de o Censo Escolar 2011 apontar que 66% das escolas públicas brasileiras têm internet banda larga, a realidade é que o seu uso em sala de aula ainda é raro. É comum que a conectividade só permita o uso da web para questões administrativas ou que não haja infraestrutura mínima necessária para o uso de dispositivos móveis – desde a existência dos dispositivos móveis em si até capacidade elétrica nos prédios para carregar baterias.
Colúmbia Britânica, Nova York e Rio de Janeiro fazem parte hoje de um grupo, o Gelp (Global Education Leader’s Program), que reúne cidades, estados e países preocupados em possibilitar que os alunos tenham acesso a uma educação que lhes capacite para uma vida plena no século 21. Além de Canadá, EUA e Brasil, também são membros desse grupo Austrália, Índia, Finlândia, Nova Zelândia, Coreia do Sul e o distrito de Chaoyang, na China.
Um dos principais representantes da entidade, David Albury, estará presente no Transformar e facilitará, no dia seguinte, um encontro exclusivo para gestores de redes públicas de ensino, realizado em parceria com o Globo Educação. Os debates serão subsidiados por um documento, elaborado coletivamente por organizações e especialistas em educação, com orientações sobre como implementar tecnologias educacionais de forma inovadora. O texto trata de infraestrutura, metodologia, formação de professores e ferramentas necessárias para incorporar inovações em redes de ensino.
QUESTÕES A SEREM EXPLORADAS• O que as redes de ensino mais inovadoras do mundo estão gerando de contribuição para a
transformação da educação?• Essas inovações já geram resultados? Quais?• Qual o ambiente, as diretrizes e os estímulos necessários para que as escolas consigam
inovar?• Quais os desafios para inovar no sistema público e em escala?• Quais as soluções encontradas pelas secretarias de educação que estão inovando?• Como estados como Rio de Janeiro, Pernambuco, Goiás e Ceará têm buscado a inovação?• Como secretarias de Educação brasileira podem criar condições para a inovação?• Que alternativas podem existir no Brasil para oferecer internet banda larga com qualidade e
estabildade em larga escala?
Palestrantes:
Michael Horn, Clayton Christensen Institute
Roderick Allen, Columbia Britânica
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Fontes:
Ante Runnquist, Rede Vittra (Suécia)
Claudia Costin, Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro
David Albury, Gelp
Diane Tavenner, Summit Public Schools
Joane Vilela, Secretaria Municipal de Educação de São Paulo
Neuza Mendonça, Ginásio Pernambucano
Rafael Parente, Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
Tom Vander Ark, Getting Smart
SAIBA MAIS
- No Porvir
Política Pública http://porvir.org/tag/politica-publica
Rede canadense insere socioemocionais no currículo http://porvir.org/porfazer/rede-canadense-insere-socioemocionais-curriculo/20140402
‘Na escola, escolher o tablet é a última coisa’ http://porvir.org/porpensar/na-escola-escolher-tablet-e-ultima-coisa/20140327
New England se une para melhorar ensino de jovens http://porvir.org/porpensar/england-se-une-para-melhorar-ensino-de-jovens/20140211
Fundação Lemann leva Khan Academy a escolas públicas http://porvir.org/porcriar/fundacao-lemann-leva-khan-academy-escolas-publicas/20120809
School of One leva ensino personalizado à rede pública http://porvir.org/porfazer/school-leva-ensino-personalizado-a-rede-publica/20121119
Veja como medir inovações antes de implementar http://porvir.org/porpessoas/descubram-como-medir-inovacoes-antes-de-implementar/20130408
As 5 chaves do sucesso de Columbia Britânica http://porvir.org/porfazer/5-chaves-sucesso-de-columbia-britanica/20130315
Ensino Adaptativo em escolas públicas de NY http://porvir.org/porcriar/nova-york-leva-ensino-adaptativo-escolaspublicas/20120625
Rio lança o Gente (Ginásio Experimental de Novas Tecnologias) http://porvir.org/porfazer/rio-inaugura-escolasem-salas-turmas-ou-series/20130125
Plataforma on-line de alfabetização no Rio http://porvir.org/porcriar/rio-usa-plataforma-on-line-para-alfabetizar/20120629
Ginásios Experimentais - Ensino profissionalizante Ceará http://porvir.org/porfazer/ceara-une-ensino-integralprofissionalizante/20121011
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A virada de Foz do Iguaçu http://porvir.org/porfazer/virada-defoz-iguacu/20130218
Charter Schools em Nova Orleans http://porvir.org/porfazer/furacao-revolucionou-ensino/20120606
- Outros veículos
Para Dilma, país precisa avançar na educação em tempo integral, O Globo http://porvir.org/porpensar/para-dilma-pais-precisa-avancar-na-educacao-em-tempo-integral/20140228
Currículo de ensino básico precisa ser mais definido, Folha de S. Paulo http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/03/1426523-curriculo-do-ensino-basico-precisa-ser-mais-definido-diz-presidente-do-inep.shtml
Escola pública do Rio é eleita pela Microsoft como uma das mais inovadoras do mundo, Estadão http://porvir.org/porfazer/realidade-aumentada-ajuda-ensino-de-anatomia/20121001
Escolas públicas brasileiras aplicam experiências de ensino inovadoras, TV Globo http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/04/escolas-publicas-brasileiras-aplicam-experiencias-desenvolvidas-nos-eua.html
Escolas públicas apostam na tecnologia dentro das salas de aula, TV Globo http://porvir.org/porfazer/escolas-publicas-apostam-na-tecnologia-dentro-das-salas-de-aula/20130304
Escolas de Nova York no iZone, BBC http://www.bbc.co.uk/news/business-15358964
- Vídeos
Cláudia Costin, Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Referências para a gestão de redes de ensino”, no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=5UxWWba_LBI
Seth Schoenfeld, do departamento de educação de Nova York, Políticas Públicas de inovação, no Transformar 2013 https://www.youtube.com/watch?v=vUUVlXm7b64
Palestra com David Albury http://www.youtube.com/watch?v=rBTRRLTwyB4
Currículo: O caso Rio de Janeiro, com Cláudia Costin http://www.youtube.com/watch?v=KGeYXkff3W4
Educação: Como garantir a eficiência do ensino em regiões metropolitanas http://www.youtube.com/watch?v=9z9bylYdluU
Rafael Parente no TedX Unisinos http://www.youtube.com/watch?v=vxwX-fu6ZVM
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Índice
- Instituições
Gelp (Global Education Leaders’ Program) http://gelponline.org/
iZone http://www.izone.pt/Paginas/default.aspx
Fundação Lemann http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/
Nave (Núcleo Avançado em Educação) http://www.oifuturo.org.br/educacao/nave/
NewClassrooms http://www.newclassrooms.org/
School of One http://schoolofone.org/