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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-35 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-14, 3, 47, 56, 59, 65, 87 ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-46 BRUNO MIRANDA COSTA-43 Carolina Augusta da Rocha Rosado-16, 48, 50, 53, 77 CLEBSON DA SILVEIRA-47, 54, 62, 80, 88 DANILO PEREIRA MATOS FIGUEIREDO-57, 6 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-2, 26 ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO-35, 79 ES001552 - CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-46 ES002814 - JOAQUIM FERREIRA SILVA FILHO-28 ES004497 - DICK CASTELO LUCAS-50, 88 ES004798 - HELENO ARMANDO DE PAULA-70 ES005003 - ELIETE BONI BITTENCOURT-9 ES005402 - ISABELLE LYSIANE CICATELLI SILVA-28 ES005946 - MARILENE NICOLAU-22 ES006243 - ANGELO RICARDO LATORRACA-28 ES006351 - JOANA D'ARC BASTOS LEITE-83 ES006803 - JOSE ALCIDES BORGES DA SILVA-64 ES007019 - VERA LÚCIA FÁVARES-62 ES007025 - ADENILSON VIANA NERY-18, 86 ES007180 - LIETE VOLPONI FORTUNA-60 ES007514 - ORONDINO JOSE MARTINS NETO-54 ES007591 - FELICIA SCABELLO SILVA-10 ES008128 - JOSE CELSO RAMOS-39 ES008304 - WANESSA MARIA BARROS GURGEL-26 ES008373 - LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-5 ES008470 - ROGERIO LUIZ MACHADO-7 ES008471 - MARIA MARGARIDA MELO MAGNAGO-75 ES008522 - EDGARD VALLE DE SOUZA-4 ES008736 - ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO-39 ES008742 - MARCOS ADRIANE MACHADO-7 ES008759 - JOAO LUIZ DA SILVA JUNIOR-35 ES008817 - MARIA REGINA COUTO ULIANA-74 ES008890 - RAFAEL DE ANCHIETA PIZA PIMENTEL-89 ES008932 - DEBORAH SANTOS DE RESENDE-76 ES009320 - NEILIANE SCALSER-76 ES009457 - ENOQUE FERREIRA PINTO JUNIOR-82 ES009680 - ELIAS ASSAD NETO-6 ES009724 - LILIAN GLAUCIA HERCHANI-77 ES009916 - EDILAMARA RANGEL GOMES ALVES FRANCISCO-71 ES009921 - ALESSANDRO BRUNO DE SOUZA DIAS-53 ES009985 - PATRÍCIA DE ARAÚJO SONEGHETE-76 ES010117 - JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-30 ES010131 - RENATA SCHIMIDT GASPARINI-28 ES010602 - LILIAN MAGESKI ALMEIDA-12 ES010729 - GECIMAR C. NEVES LIMA-38 ES010751 - MARCELO MATEDI ALVES-40, 41, 42 ES010838 - Leonardo Martins Gabrieli-89 ES011324 - ALINE TERCI BAPTISTI BEZZI-26 ES011366 - FREDERICO JOSÉ LOBATO PIRES-5 ES011678 - ADRIANA ALVES DA COSTA-57 ES011893 - LEONARDO PIZZOL VINHA-40, 41, 42

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Page 1: ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · Recurso do INSS conhecido e desprovido, com a conseqüente condenação ao pagamento de honorários de sucumbência de 10%

RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL

ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-35ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-14, 3, 47, 56, 59, 65, 87ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-46BRUNO MIRANDA COSTA-43Carolina Augusta da Rocha Rosado-16, 48, 50, 53, 77CLEBSON DA SILVEIRA-47, 54, 62, 80, 88DANILO PEREIRA MATOS FIGUEIREDO-57, 6ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-2, 26ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO-35, 79ES001552 - CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-46ES002814 - JOAQUIM FERREIRA SILVA FILHO-28ES004497 - DICK CASTELO LUCAS-50, 88ES004798 - HELENO ARMANDO DE PAULA-70ES005003 - ELIETE BONI BITTENCOURT-9ES005402 - ISABELLE LYSIANE CICATELLI SILVA-28ES005946 - MARILENE NICOLAU-22ES006243 - ANGELO RICARDO LATORRACA-28ES006351 - JOANA D'ARC BASTOS LEITE-83ES006803 - JOSE ALCIDES BORGES DA SILVA-64ES007019 - VERA LÚCIA FÁVARES-62ES007025 - ADENILSON VIANA NERY-18, 86ES007180 - LIETE VOLPONI FORTUNA-60ES007514 - ORONDINO JOSE MARTINS NETO-54ES007591 - FELICIA SCABELLO SILVA-10ES008128 - JOSE CELSO RAMOS-39ES008304 - WANESSA MARIA BARROS GURGEL-26ES008373 - LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-5ES008470 - ROGERIO LUIZ MACHADO-7ES008471 - MARIA MARGARIDA MELO MAGNAGO-75ES008522 - EDGARD VALLE DE SOUZA-4ES008736 - ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO-39ES008742 - MARCOS ADRIANE MACHADO-7ES008759 - JOAO LUIZ DA SILVA JUNIOR-35ES008817 - MARIA REGINA COUTO ULIANA-74ES008890 - RAFAEL DE ANCHIETA PIZA PIMENTEL-89ES008932 - DEBORAH SANTOS DE RESENDE-76ES009320 - NEILIANE SCALSER-76ES009457 - ENOQUE FERREIRA PINTO JUNIOR-82ES009680 - ELIAS ASSAD NETO-6ES009724 - LILIAN GLAUCIA HERCHANI-77ES009916 - EDILAMARA RANGEL GOMES ALVES FRANCISCO-71ES009921 - ALESSANDRO BRUNO DE SOUZA DIAS-53ES009985 - PATRÍCIA DE ARAÚJO SONEGHETE-76ES010117 - JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-30ES010131 - RENATA SCHIMIDT GASPARINI-28ES010602 - LILIAN MAGESKI ALMEIDA-12ES010729 - GECIMAR C. NEVES LIMA-38ES010751 - MARCELO MATEDI ALVES-40, 41, 42ES010838 - Leonardo Martins Gabrieli-89ES011324 - ALINE TERCI BAPTISTI BEZZI-26ES011366 - FREDERICO JOSÉ LOBATO PIRES-5ES011678 - ADRIANA ALVES DA COSTA-57ES011893 - LEONARDO PIZZOL VINHA-40, 41, 42

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ES011936 - LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS-1ES012203 - BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-32ES012399 - GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-2, 33, 36ES012451 - André Silva Araújo-5ES012608 - MAURO AUGUSTO PERES DE ARAÚJO-72ES012709 - LEANDRO FREITAS DE SOUZA-25ES012739 - JOSE GERALDO NUNES FILHO-12ES012744 - MICHELE ITABAIANA DE CARVALHO PIRES-12ES012916 - MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-29ES012938 - JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-20, 8ES013172 - RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO-24ES013203 - RENATA MILHOLO CARREIRO AVELLAR-62ES013237 - RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA-78ES013495 - BERNARDO JEFFERSON BROLLO DE LIMA-35, 5ES013595 - CLEYLTON MENDES PASSOS-25ES013596 - ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-25, 34ES013758 - VINICIUS DINIZ SANTANA-16ES014023 - RAUL DIAS BORTOLINI-16ES014177 - PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN-37ES014440 - VANDER LIMA RUBERT-80ES014733 - JOSÉ ROGERIO PETRI-76ES015283 - WANESSA ALDRIGUES CANDIDO-21ES015489 - CLAUDIA IVONE KURTH-44ES015691 - RODRIGO LOPES BRANDÃO-32ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS-45, 55, 58, 63, 66, 73, 84ES015958 - FABRICIA PERES-19ES016053 - RODOLFO NICKEL NEVES-66, 84ES016172 - HÉLIO JOSÉ BIANCARDI OLIVEIRA-27ES016822 - PAULA GHIDETTI NERY LOPES-85ES017107 - HELENICE DE SOUSA VIANA-17, 55ES017197 - ANDERSON MACOHIN-13, 31ES017297 - MEIRYELLE RIBEIRO LEITE-83ES017441 - GIOVANNA PLESSIS CICATELLI SILVA-28ES017467 - FIDEL BOURGUIGNON BROZOLINO-73ES017552 - MARCELO NUNES DA SILVEIRA-55, 58ES017592 - VANESSA DE FREITAS LOPES-64ES017733 - THIAGO HUVER DE JESUS-13, 15ES018033 - ALICE DESTEFANI SALVADOR-13, 15ES018087 - RAUL ANTONIO SCHMITZ-49ES018088 - MARÍLIA SCHMITZ-49ES018236 - LORISSE MARCELLE CICATELLI SILVA-28ES018956 - MIGUEL SABAINI DOS SANTOS-81ES019164 - RENATO JUNQUEIRA CARVALHO-37ES020602 - MARCUS VINICIUS DUARTE-27EUGENIO CANTARINO NICOLAU-33, 70, 74, 81GUSTAVO CABRAL VIEIRA-22, 51, 52, 69, 72, 87, 9HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA-86Isabela Boechat B. B. de Oliveira-45, 49, 55, 73JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-29JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-66, 78JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-15, 63JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA-13, 17, 3, 58, 64, 75LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI-41LIDIANE DA PENHA SEGAL-22, 48, 52, 61, 69LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO-14, 44Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-23

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MARCELA BRAVIN BASSETTO-59, 61, 79MARCIA RIBEIRO PAIVA-40, 42MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA-1Marcos Figueredo Marçal-11, 19, 32, 56, 82MARCOS JOSÉ DE JESUS-12, 28, 71, 84MG054560 - ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO-67MG095760 - ROBNEI BATISTA DE BARROS-67NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-31PAULA ABRANCHES ARAÚJO SILVA-10Paulo Henrique Vaz Fidalgo-60, 76PEDRO INOCENCIO BINDA-38, 67RICARDO FIGUEIREDO GIORI-43, 51, 68RJ146829 - JARDEL OLIVEIRA LUCIANO-23RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-1SC023056 - ANDERSON MACOHIN SIEGEL-15SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-24TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-89THIAGO COSTA BOLZANI-37, 65, 68THIAGO DE ALMEIDA RAUPP-18, 4, 85UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-20, 21, 25, 34, 36, 8VILMAR LOBO ABDALAH JR.-83VINICIUS DOMINGUES FERREIRA-7

2ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). GUSTAVO ARRUDA MACEDO

Nro. Boletim 2014.000041 DIRETOR(a) DE SECRETARIA LILIA COELHO DE CARVALHO MAT. 10061

30/04/2014Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0001102-34.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.001102-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA, MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA.) x SEBASTIAO CARLOS DEVARGAS (ADVOGADO: ES011936 - LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS.) x OS MESMOS.RECURSO Nº 0001102-34.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.001102-9/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: OS MESMOSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. VERIFICAÇÃO DE INCAPACIDADELABORAL TOTAL E DEFINITIVA À LUZ NÃO SÓ DE CRITÉRIOS MÉDICOS COMO TAMBÉM DO CARÁTER SOCIAL DAPREVIDÊNCIA (TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, IDADE E GRAU DE INSTRUÇÃO).

1. A sentença julgou parcialmente procedente o pedido, para condenar o INSS a instituir auxílio-doença em favor do autordesde 02/06/2006.O INSS sustentou, em recurso, que “o Autor está habilitado para o exercício de outras atividades habituais”, pois “já foisubmetido ao processo de reabilitação profissional e está ... preparado para desempenhar a função de vigia, conforme fezprova o documento de fl. 21”.O autor sustentou, em recurso, que contribui para o RGPS desde 1977, como mecânico de máquinas pesadas, conta quase50 anos, e estudou apenas até a 5ª série primária, e em novembro/2004 precisou entrar em gozo de auxílio-doença –cessado em 2006, quando a autarquia-ré, após reabilitação, considerou-o apto a exercer função de “vigia”, arbitrariamenteescolhida, não obstante os laudos médicos atestando que nunca mais poderá dedicar-se a trabalho que exija esforço físico,e que está limitado para sentar e levantar, agachar, subir e descer escadas. Questionou, por fim, a não-apreciação dosquesitos propostos às fls. 101-104.

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2. O autor, hoje com 50 anos de idade (fl. 31), estudou até a 5ª série e é mecânico (fl. 36), com mais de 20 anos de tempode contribuição: em consulta ao CNIS, vê-se que teve diversos vínculos laborais – e contribuições previdenciárias – noperíodo de 01/08/1977 a 19/10/1978, 03/01/1983 a 15/01/1987, 02/05/1987 a 30/08/1991, 01/04/1992 a 17/08/1992,03/11/1992 a 01/08/2001, 01/04/1992 a 17/08/1992, 18/03/2002 a 30/09/2002 e 01/08/2003 a 01/11/2004.

3. O autor esteve em gozo de auxílio-doença de 10/11/2004 a 02/06/2006 (fls. 19 e 69). O INSS o submeteu a programa dereabilitação profissional do INSS no período de 24/03/2006 a 02/06/2006 para o exercício da função de vigia (fl. 21).

4. Desde novembro de 2004, o autor não ocupou emprego formal algum. Está incapacitado para a atividade que sempreexerceu (mecânico industrial) e, junto ao antigo empregador, não havia emprego para a atividade de vigia (fl. 22).

5. As limitações do autor para o exercício da função de mecânico decorrem da espondilodiscoartrose lombar mais protusãodiscal em L3-L4 e principalmente em L4-L5, com compressão do saco tecal e as raízes nervosas emergentescorrespondentes, além de discopatia degenerativa L5-S1 com componente focal foraminal atestada por exames.Ressonância magnética da coluna lombar de fl.156, datada de 27/12/2010, refere “Espondiloartrose lombar predominandono seguimento inferior. Hérnia discal extrusa paramediana e foraminal esquerda em L4-L5m com migração caudal defragmento que comprime e desloca o segmento descendente radicular de L5 e comprime o segmento radicular foraminal deL4 ipsilateral. Discopatia degenerativa com abaulamento difuso e assimétrico em L3-L4 associado à pequena extrusãodiscal paramediana direita com leve migração cranial. Abaulamento discal difuso e assimétrico em L5-S1 com protrusãodiscal paramediana à direita reduzindo parcialmente a porção Antero-inferior do forame neural ipsilateral”.Nota-se nas ressonâncias magnéticas de fls. 154/156 que o quadro de saúde do autor se agravou, como se observa, porexemplo, da leitura das impressões diagnósticas entre os anos de 2008 e 2010, as quais informam que em 2008 o autorapresentava discopatia degenerativa de L3-L4 com leves abaulamentos difusos, enquanto que em 2010 o abaulamento jánão era mais leve e encontrava-se associado à migração cranial. Em 2010 também o laudo informa acerca da existência dehérnia discal, o que não existia nos laudos anteriores (2005 e 2008).

6. A perícia judicial, realizada por Médico Ortopedista, em 09/09/2011 (fls. 131/133), constatou espondilodiscoartroselombar com protusão discal em L3-L4 e, principalmente, em L4-L5, com compressão do saco tecal e as raízes nervosasemergentes correspondentes, além de discopatia degenerativa L5-S1 com componente focal foraminal. O laudo assegurouque tais patologias causam dores lombares, com dificuldade para realização de movimentos de flexão e extensão lombarese dor irradiada para os membros inferiores. Afirma que, com o agravamento da compressão, o paciente pode ter reflexosabolidos e perda de força muscular relacionados com os níveis afetados.O perito sugeriu a avaliação do autor por neurocirurgião, para avaliar a possibilidade de descompressão radicular.Nas respostas aos quesitos do autor, atesta que a incapacidade é reversível, mas total, sem condições de exercer aatividade para a qual foi reabilitado (vigia), muito embora afirme exatamente o contrário ao responder o mesmo quesitoformulado pelo INSS. Informa, outrossim, que a enfermidade que acomete o autor limita os seus movimentos, não podendosentar e levantar, agachar, subir e descer escadas.

7. O laudo do perito não discrepa, em essência, dos atestados médicos e do resultado das ressonâncias. Ainda que oquadro álgico tivesse breves momentos de controle, o que não ocorre na hipótese (doença degenerativa, circunstância naqual a dor tende a se agravar dia após dia, com limitação funcional progressiva, conforme laudo de agosto/2006 – fl.131),não muda o fato de que o autor sofrerá dores fortes tão-logo ele retome efetivamente a quaisquer atividades, já que, com aslimitações impostas pela sua doença, as quais foram confirmadas pela perícia judicial, será impossível que exerça qualquertipo de atividade laboral, inclusive a de vigia. Considerando o significativo tempo de contribuição (mais de 20 anos), a idadeavançada, e o nível de instrução, verifica-se a impossibilidade de readaptação para o exercício de outra atividade e ainexistência de chances reais de reinserção no mercado de trabalho, a impor o deferimento da aposentadoria por invalidez.

8. Recurso do INSS conhecido e desprovido, com a conseqüente condenação ao pagamento de honorários desucumbência de 10% sobre o valor da condenação. Recurso do autor conhecido e parcialmente provido para, mantida acondenação ao restabelecimento de auxílio-doença, determinar a sua substituição por aposentadoria por invalidez desde09/09/2011 (data da realização da 2ª perícia), e, após o trânsito em julgado, a pagar os atrasados devidos desde então(observando-se que tais valores deverão se limitar às diferenças entre os benefícios, máxime considerando a percepção doauxílio-doença pelo autor desde outubro/2006), com correção monetária desde quando devida cada parcela e juros de moraa contar da citação, na forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOSe, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso do réu e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso do autor, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

2 - 0000195-14.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000195-1/01) ZENILDO MULINARI (ADVOGADO: ES012399 - GUSTAVOSABAINI DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE

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VIEIRA.).RECURSO N. 000195-14.2010.4.02.5053/01RECORRENTE: ZENILDO MULINARIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUÍZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PERMANENTE PELA PERÍCIA JUDICIAL.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença e aposentadoria porinvalidez (fls. 92/94). Sustentou estar total e permanentemente incapacitada para o exercício de qualquer atividadelaborativa, pleiteando a concessão dos referidos benefícios previdenciários. Alternativamente, pugna pela anulação dasentença, uma vez que não houve a realização de perícia judicial em primeiro grau, de modo que a data do início daincapacidade não pôde ser averiguada naquela instância. Contrarrazões às fls. 101/102.

2. Conforme ficou decido em fls. 104/105, o feito foi convertido em diligência, na forma do art. 515, § 4º, do CPC, a fim deque fosse realizada a perícia judicial. Desse modo, poderia ser esclarecida a existência da incapacidade, bem comodeterminar a data de início da doença, caso esta fosse constatada em exame pericial.

3. O laudo pericial de fls. 126/133 informou que “não há incapacidade para a atividade desenvolvida pelo autor, o examefísico é normal, apresenta exame realizados em 2008 com resultados normais e cintilografia realizado em 2010 sem sinaisde isquemia e com fração de ejeção preservada. O eletrocardiograma realizado durante a perícia mostrou-se normal” (fl.127).

4. Insta ressaltar que o perito não só atestou a capacidade laborativa do recorrente na data da perícia, como também nadata do requerimento administrativo (11/06/2008 – fl. 87). De fato, o experto do Juízo afirmou em seu parecer que osexames cardiológicos do autor em 2008 não apresentavam qualquer tipo de anormalidade.

5. O exame pericial de fls. 111/114, realizado por ortopedista, também não indicou qualquer tipo de limitação física queatrapalhasse o autor nas atividades laborativas habituais.

6. Desse modo, as perícias indicaram que o requerente tem plenas condições de trabalhar, não havendo elementos nosautos que justifiquem a concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.

7. Ademais, importa considerar que o autor tem menos de cinco anos de tempo de contribuição para a Previdência (fl. 91),o que afasta a possibilidade de flexibilização da conclusão médica em seu favor. O autor contribuiu por apenas três meses,e os benefícios anteriores foram deferidos em erro administrativo.

8. O que dá ensejo ao benefício não é a ocorrência de doença, e sim de incapacidade para a função do autor, que não foiconstatada. Futuro agravamento da doença degenerativa poderá resultar em incapacidade e conseqüente direito abenefício previdenciário, mas não por enquanto.

9. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e nem honorários, em razão da gratuidade de Justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal Relatora

3 - 0009307-84.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.009307-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) x JOSMAR MACHADO ROCHA (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0009307-84.2008.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: JOSMAR MACHADO ROCHARELATORA: JUÍZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

EMENTA

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PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. LAUDO PERICIAL IGNOROU A PROFISSÃO DO AUTOR. FRATURASCONSTATADAS. CONDIÇÕES PESSOAIS DO AUTOR. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA RECONHECIDA.

1 - O INSS interpôs recurso da sentença que o condenou a restabelecer ao autor auxílio doença desde a data de cessãodo benefício, ocorrida em 30/09/2008. O recurso aduz que o laudo pericial de fls. 101/102, emitido por ortopedista, atesta acapacidade laboral do recorrido. Contrarrazões às fls.175/181.

2 - Apesar do laudo pericial citado pelo recorrente realmente opinar pela ausência de incapacidade do autor, ficouconsignado pelo perito a existência de fratura de escápula esquerda, decorrente de lesão sofrida em 19/02/2007, bem comotambém atestou a fratura do escafóide do punho direito (quesitos 1 e 6).

3 - Ademais, equivocadamente, o perito achou que o autor tinha como profissão o trabalho do lar (quesito 7), muito emborao recorrido seja pedreiro autônomo. Desse modo, deve-se relativizar o veredicto do experto do Juízo sobre a incapacidadepara o labor, pois a profissão do autor depende bastante do trabalho manual, exigindo que suas mãos e braços estejamaptos ao labor desgastante da construção civil.

4 - É dever do Magistrado valorar todas as provas produzidas para concluir ou não pela incapacidade. A perícia de fls.61/63, muito embora realizada por médica especialista em pediatria e medicina do trabalho, não deve ser ignorada, vistoque trouxe informações relevantes sobre as lesões do autor. Verificou-se, na ocasião, que o recorrido teve a força dasmãos diminuída, detectando-se sua incapacidade temporária para o labor. Laudos médicos (fls. 27/40) apontaram nomesmo sentido.

5 - Por fim, deve-se levar em consideração que a recuperação ortopédica do autor, com mais de 55 anos de idade, é maislenta, exigindo um tempo maior para o restabelecimento de sua capacidade física, até porque as fraturas foram causadaspor um acidente de natureza grave (queda de um telhado).

4- Recurso conhecido e desprovido. Condeno o réu/INSS ao pagamento de honorários advocatícios arbitrados em 10% dovalor da condenação, nos termos do art.55, caput, da Lei 9.099/1995, ficando isento, porém, do pagamento de custas(art.4º, I, da Lei 9.289/1996.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa que passa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal Relatora

4 - 0000326-60.2008.4.02.5052/02 (2008.50.52.000326-9/02) REINALDO MIRANDA DOS REIS (ADVOGADO: ES008522 -EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: THIAGO DEALMEIDA RAUPP.).RECURSO N. 0000326-60.2008.4.02.5052/02RECORRENTE: REINALDO MIRANDA DOS REISRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUÍZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PERMANENTE PELA PERÍCIA JUDICIAL.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença e aposentadoria porinvalidez (fls. 114/116). Sustentou estar total e permanentemente incapacitada para o exercício de qualquer atividadelaborativa, pleiteando a concessão dos referidos benefícios previdenciários. Contrarrazões às fls. 119/122.

2. O laudo pericial de fls. 45/50 informou que “não foi constatada incapacidade no caso em questão[...] do ponto de vistamédico, trata-se de uma pessoa apta para as atividades que desenvolvia antes, desde que use corretamente osmedicamentos e faça acompanhamento de rotina [...]”.

3. Após a sentença de fls. 61/62 ser anulada pela Turma Recursal, em razão da não concordância deste Colegiado com oindeferimento da produção de prova testemunhal (fls. 86/87), o processo foi remetido à primeira instância para realizaçãoda Audiência de Instrução e Julgamento.

4. Todavia, os depoimentos das testemunhas não mudaram o panorama averiguado na perícia. Apesar de haver relatosdas crises de epilepsia do autor, o que se depreende da prova oral é que elas eram ocasionais e de intensidade moderada.

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Nenhuma testemunha relatou a ocorrência de espasmos musculares ou crises convulsivas. Apenas descreveram comosintoma o fato do autor parecer “ausente” por alguns minutos por causa da doença.

5. Desse modo, as provas produzidas indicaram que o requerente tem plenas condições de trabalhar, não havendoelementos nos autos que justifiquem a concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.

6. O que dá ensejo ao benefício não é a ocorrência de doença, e sim de incapacidade para a função do autor, que não foiconstatada. Futuro agravamento da doença poderá resultar em incapacidade e conseqüente direito a benefícioprevidenciário, mas não por enquanto.

7. Ademais, importa considerar que o autor tem menos de cinco anos de tempo de contribuição para a Previdência (fl.100), o que afasta a possibilidade de flexibilização da conclusão médica em seu favor.

8. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e nem honorários, em razão da gratuidade de justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal Relatora

5 - 0010850-59.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010850-1/01) CEF-CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO:ES008373 - LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x CAIXA CONSORCIOS S/A (ADVOGADO: ES012451 - André Silva Araújo.) xGUILHERME PONTES DA SILVA (ADVOGADO: ES013495 - BERNARDO JEFFERSON BROLLO DE LIMA.).RECURSO Nº 0010850-59.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010850-1/01)RECORRENTE: CEF-CAIXA ECONOMICA FEDERALRECORRIDO: GUILHERME PONTES DA SILVARELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – CONTRATO DE CONSÓRCIO – CAIXA CONSÓRCIOS S/A – ILEGITIMIDADE DA CEFPARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL – SENTENÇA REFORMADA DEOFÍCIO – RECURSOS PREJUDICADOS.

Trata-se de recursos inominados, interpostos pela Caixa Econômica Federal e pela Caixa Consórcios S/A, em face dasentença de fls. 80/84, que julgou parcialmente procedente o pedido inicial, condenando as recorrentes a restituírem osvalores pagos pelo autor, referentes ao contrato de consórcio, no prazo de até 30 dias, a partir da realização da últimaassembléia de contemplação. A primeira recorrente, CEF, alega, em suas razões recursais, que o prazo para devoluçãodos valores pagos é de 60 dias. A segunda recorrente, Caixa Seguradora S/A, aduz que o recorrido, ao encerrar oconsórcio sem sua quitação total, teria descumprido o contrato e, por isso, a devolução das parcelas, a ser realizada após oencerramento do grupo, deverá ser feita com os descontos previstos, relativos à cláusula penal, taxa de administração,fundo de reserva e prêmio de seguro.

Não foram apresentadas contrarrazões.

Eis o relatório do necessário. Passo a votar.

No dia 14/01/2004, o autor aderiu a um grupo de consórcios da Caixa Consórcios S/A, com prazo de 120 meses, conformecontrato de fls. 06/13. Após efetuar o pagamento de dez parcelas, porém, pediu sua exclusão do grupo, por não tercondições financeiras de manter o pagamento. Ao procurar a Caixa Consórcios, o autor foi informado de que só teria direitoà devolução das parcelas pagas após o fim prazo estabelecido (120 meses), irresignando-se, assim, com a retenção dovalor poupado.

Inicialmente, é necessário analisar a questão da ilegitimidade passiva. Conforme se observa, a Caixa Consórcios S/A é umaempresa privada, distinguindo-se da Caixa Econômica Federal, que é uma empresa pública. Assim, a responsabilidadecontratual não é da CEF, pois o contrato foi firmado entre o consorciado (autor), o grupo e a administradora, no caso, aempresa privada Caixa Consórcios S/A.

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O consórcio é um contrato em que um número determinado de pessoas formaliza uma associação de interesses, visando acriação de obrigações recíprocas e condições definidas para atingir uma finalidade comum. Assim, entende-se que é umsistema de compra programada de um bem, no qual um grupo de participantes, organizados por uma empresaadministradora, rateia o valor do bem desejado pelo número de vezes que parcelarão o bem para sua aquisição.

Verifica-se que a CEF não pactuou contrato de consórcio com o autor e nem deste participou. Ademais, os Termos deAdesão dos consórcios imobiliários são praticados em nome da Caixa Consórcios S/A, e não em nome da CaixaEconômica Federal. Assim, conforme o princípio da relatividade dos contratos, a CEF não poderá ser responsabilizada porum contrato do qual não pactuou. Nesse sentido:

“CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA EM DESFAVOR DACAIXA ECONÔMICA FEDERAL E DA CAIXA CONSÓRCIOS S/A. ILEGITIMIDADE DA CEF PARA FIGURAR NO PÓLOPASSIVO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Agravo de Instrumento manejado em face da decisão que,reconhecendo a ilegitimidade passiva da Caixa Econômica Federal, e excluindo-a, por conseguinte, do pólo passivo dademanda, declinou da competência para processar e julgar o feito. 2. A Caixa Econômica Federal é pessoa jurídica distintada Caixa Consórcios S/A. Desta forma, não há que se falar em responsabilização daquela por atos praticados por estaúltima. 3. O fato de os produtos da Caixa Consórcios serem oferecidos e comercializados no âmbito das agências da CEF,ou de haver um link dessa sociedade anônima no site da CEF, também não ensejam a responsabilização desta no que tocaao cumprimento dos contratos firmados com aquela. Ademais, os Termos de Adesão dos consórcios imobiliários sãopraticados em nome da Caixa Consórcios S/A, e não no da Caixa Econômico Federal. 4. Hipótese em que os danos que aAgravante sustenta ter suportado decorrem de eventual descumprimento contratual por parte da Caixa Consórcios S/A,sem que se possa caracterizar o interesse jurídico da CEF na resolução da demanda. Desta forma, fica caracterizada a

�incompetência da Justiça Federal para processamento e julgamento do feito. Agravo de Instrumento improvido. (AG200905000274993, Desembargador Federal Leonardo Resende Martins, TRF5 - Terceira Turma, DJE - Data::14/09/2010 -Página::125.)”

Assim, resta configurada a ilegitimidade da CEF para figurar no pólo passivo da demanda. Em razão disso, a competênciapara julgar a presente causa é da Justiça Estadual, e não da Justiça Federal.

Ante o exposto, RECONHEÇO A INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA JULGAMENTO DOFEITO. Em decorrência, a sentença de fls. 80/84 deve ser anulada e a autuação deve ser retificada para constar no pólopassivo somente a Caixa Consórcios S/A.

É como voto.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

6 - 0002187-84.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002187-1/01) WILSON DE MORAES PAULO (ADVOGADO: ES009680 -ELIAS ASSAD NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: DANILO PEREIRA MATOSFIGUEIREDO.).RECURSO Nº 0002187-84.2008.4.02.5051/01RECORRENTE: WILSON DE MORAES PAULORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUÍZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART.29, § 5º, DA LEI 8.213/1991. APLICABILIDADERESTRITA AOS CASOS EM QUE O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, DENTRO DO PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULODE FUTURO BENEFÍCIO, TENHA SIDO AUFERIDO DE FORMA INTERCALADA COM PERÍODOS DE ATIVIDADENORMAL. AUSÊNCIA DE NULIDADE. REGULARIDADE NOS DESCONTOS REALIZADOS. RECURSO CONHECIDO EDESPROVIDO.

1 – O autor interpôs recurso contra a decisão de primeiro grau que julgou improcedente o seu pedido de revisão debenefício, na forma do art.29, § 5º, da Lei 8.213/1991. O recorrente discute a interpretação do citado artigo para efeito derevisão da renda mensal inicial do benefício de aposentadoria por invalidez mediante contagem do tempo de gozo deauxílio-doença (não-intercalado com períodos de atividade) como salário-de-contribuição.

2 – O STF decidiu, em recurso submetido à sistemática da repercussão geral, que o art. 29, § 5º, da Lei 8.213/1991 éaplicável somente nos casos em que o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sidoauferido de forma intercalada com períodos de atividade normal, não se concedendo igual amparo ao segurado que esteja

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em gozo de auxílio-doença no interregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez. A CorteConstitucional considerou que o art. 55, II, da Lei 8.213/1991 apenas admite o cômputo do período de gozo deauxílio-doença como tempo de serviço quando intercalado (RE 583.834).

3 – É improcedente o pedido da parte autora, uma vez que não pode computar, no cálculo de sua aposentadoria porinvalidez, o período imediatamente anterior em que esteve em gozo de auxílio-doença.

4 – De igual modo, o pleito de anulação da sentença por cerceamento de defesa, em razão da parte autora não ter sidointimada do parecer da contadoria de fl. 108, não pode ser acolhido. Na ocasião, o contador apenas indicou qual seria ovalor da RMI sob os parâmetros do art. 29, § 5º, da Lei 8.213/1991, na eventual procedência do pedido.

5 – Como a ação foi julgada improcedente, os cálculos se tornam irrelevantes, tanto que nem foram citados na sentença de1º Grau. Dessa maneira, verifica-se a ausência de qualquer tipo de prejuízo para a parte autora.

6 – Também não se verificou qualquer irregularidade nos descontos realizados pelo INSS, visto que é possível o descontode 60% do benefício do autor, desde que 30% sejam a respeito de empréstimo consignado e os outros 30% sejamreferentes à pensão alimentícia.

7 – O autor pediu ainda que lhe fosse restituída a diferença entre o que foi descontado de seu benefício e o que foiefetivamente repassado à alimentanda, visto a possível ocorrência de repasse a menor das verbas descontadas a título depensão alimentícia no mês de setembro de 2008. Todavia, tendo esse desconto sido realizado de forma regular, não sepode cogitar que a referida diferença fosse devolvida ao próprio autor, visto que ele não é titular desse direito. Tal quantiapertence à alimentanda.

8 – No caso em tela, a legitimidade do recorrente se limitaria ao interesse de que as verbas descontadas dos seusproventos fossem integralmente repassadas pelo INNS à credora dos alimentos – pleito que não foi formulado pelo autornos autos desta ação.

9 - Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e nem honorários, em razão dagratuidade de justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal Relatora

7 - 0002188-69.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002188-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: VINICIUS DOMINGUES FERREIRA.) x DINAH ARAUJO ROCHA (ADVOGADO:ES008470 - ROGERIO LUIZ MACHADO, ES008742 - MARCOS ADRIANE MACHADO.).RECURSO Nº 0002188-69.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002188-3/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: DINAH ARAUJO ROCHARELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. DIVERGÊNCIA QUANTO À DATA DE FIXAÇÃO DO BENEFÍCIO.

1. O INSS interpôs recurso contra a sentença que, julgando procedente o pedido de pensão por morte, reconheceu asituação de incapacidade da autora como anterior ao óbito de seu genitor. A Autarquia Previdenciária, através do recursoem apreso, pleiteia que a DIB do benefício seja fixada pela data em que o laudo pericial foi apresentado ao Juízo, uma vezque a data de início da incapacidade seria imprecisa. Contrarrazões às fls 81/85.

2. A decisão de 1º Grau, a respeito da presente divergência, aduziu que “Uma vez que o perito deste Juízo considerou quea doença da autora teve inicio na infância e que esta doença induz a incapacidade para o trabalho, à época do óbito de seupai, a Sra. Dinah já era inválida. Contudo, embora a autora tenha sido considerada incapaz desde a infância, a Autarquia résó teve conhecimento de tal situação quando do requerimento do benefício, uma vez que a autora não constava comdependente de seu pai no cadastro do INSS. Porém, como o requerimento administrativo fora realizado menos de trintadias após o óbito, nos moldes do art. 74, I, da Lei 8.213/91, o alcance do benefício deve ser a partir da data do óbito(11/02/2007)”(fl. 72).

2. De fato, o exame pericial, em conjunto com as demais provas colacionadas aos autos atestaram que a recorrida

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apresenta a situação incapacitante desde a infância, o que poderia ter sido facilmente verificado na perícia administrativa.Desse modo, a parte autora não pode ser prejudicada por erro da Administração, quando resta cristalina sua incapacidadee o direito de percepção ao benefício previdenciário.

3. Nesse sentido, a Jurisprudência: “[...] A Data de Início do Benefício deve ser mantida na data do óbito do segurado, umavez comprovada a invalidez da Autora em longo histórico de doenças e de falta de condições para o trabalho, não sejustificando a fixação da DIB na data da perícia, nem mesmo do requerimento administrativo, formulado em menos de 30dias após o óbito [...]” (TRF-1 - AC: 33786 MG 2001.01.99.033786-0, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZGONZAGA BARBOSA MOREIRA, Data de Julgamento: 21/11/2007, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: 08/04/2008e-DJF1 p.322)

4. Recurso conhecido e desprovido. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios em 10 %sobre o valor da causa. Sem condenações em custas em razão da isenção da Autarquia Previdenciária.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

8 - 0000916-29.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000916-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MIQUÉIAS SANTOSVENTURA x RHIAN SANTOS VENTURA x ADRIAN SANTOS VENTURA x ANA PAULA SANTOS DA SILVA (ADVOGADO:ES012938 - JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).RECURSO Nº 0000916-29.2011.4.02.5053/01RECORRENTE: MIQUEIAS SANTOS VENTURA E OUTROSRECORRIDO(A): INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. BAIXA RENDA DO SEGURADO (ART. 201, IV, DA CRFB/1988, COMREDAÇÃO DADA PELA EC 20/1998). TETO FIXADO PELO ART. 13 DA EC 20/1998 E ATUALIZADO POR PORTARIASDO MPS. ÚLTIMO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO NÃO PODE CONSIDERAR AS VERBAS RESCISÓRIAS. IMPORTA OSALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO MOMENTO EM QUE OCORREU A PRISÃO. O SEGURADO DESEMPREGADO NOMÊS DA PRISÃO TEM RENDA ZERO, SENDO IRRELEVANTE O VALOR EXPRESSIVO DA ÚLTIMA REMUNERAÇÃORECEBIDA MESES ATRÁS.1. O art. 201, IV, da CRFB/1988 (com a redação determinada pela EC 20/1998) limitou a concessão de auxílio-reclusão aosdependentes do segurado de baixa renda, alteração reputada constitucional pelo STF. Conforme interpretação dada àregra pelo STF, considera-se, para o deferimento do benefício previdenciário, apenas a renda do segurado, não importandoa renda de seus dependentes (RE 587.365).2. O art. 13 da EC 20/1998 é claro ao dispor que “Até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão paraos servidores, segurados e seus dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda brutamensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelosmesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social.” Como desde então não foi editada leialguma, o valor de R$ 360,00 vem sendo atualizado por normas infralegais (Portarias do MPS).3. Para a aferição da renda bruta a que se refere o art. 13 da EC 20/1998, a consideração do último salário recebido pelosegurado não abrange as verbas rescisórias (indenização de férias não gozadas, pagamento antecipado de aviso prévio,etc), as quais não são pagas com habitualidade (art. 201, § 11, da CRFB/1988).4. Para a concessão do auxílio-reclusão, importa, segundo o art. 13 da EC 20/1998, que o segurado tenha baixa renda nomomento em que foi preso. O segurado que se encontra desempregado tem renda zero, sendo irrelevante se o últimosalário de contribuição, meses atrás, teve valor expressivo. Ao contrário do que concluiu a TNU (PEDILEF200770590037647), nem a norma constitucional nem o art. 116, § 1º, do Decreto 3.048/1999 determina que se considere o“último salário de contribuição recebido”: pelo contrário, este diz que é “devido auxílio-reclusão aos dependentes dosegurado quando não houver salário-de-contribuição NA DATA DO SEU EFETIVO RECOLHIMENTO À PRISÃO, desdeque mantida a qualidade de segurado”.5. No caso concreto, é incontroversa a ocorrência da prisão, a qualidade de segurado do preso, e a dependência da autorae dos filhos, assim como é certo que o último salário auferido pelo segurado antes da prisão excede em R$ 292,63 o limiteque caracteriza a baixa renda, e que, no momento da captura, encontrava-se desempregado, em gozo deseguro-desemprego. O recebimento do seguro-desemprego não constitui renda; em virtude do desemprego, o seguradonão pode ser considerado de alta renda, razão pela qual o auxílio-reclusão é devido.

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6. Recurso da parte autora conhecido e parcialmente provido para condenar o INSS a instituir auxílio-reclusão até a data daefetiva soltura ou fuga do segurado, bem como a pagar as parcelas devidas desde a data do requerimento administrativo,com correção monetária desde quando devidas, mais juros de mora de 1% ao mês desde a citação (a redação original doart. 1º-F da Lei 9.494/1997 era restrita aos servidores públicos, e a alteração trazida pelo art. 5º da Lei 11.960/2009 foideclarada inconstitucional pelo STF, cf. ADI 4.357). Sem condenação em custas, nem em honorários, na forma do art. 55,caput, da Lei 9.099/1995.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, nomérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado. Votaram com arelatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVO ARRUDA MACEDO eMARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

9 - 0003383-58.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003383-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x JAIR FRANCISCO TRARBACH (ADVOGADO:ES005003 - ELIETE BONI BITTENCOURT.).RECURSO Nº 0003383-58.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003383-2/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JAIR FRANCISCO TRARBACHRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. COBRANÇA DE PARCELAS ATRASADAS DECORRENTES DE REVISÃO DEAPOSENTADORIA. AVERBAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL RECONHECIDO POR SENTENÇA TRANSITADAEM JULGADO EM AÇÃO DECLARATÓRIA AJUIZADA ANTES DO DEFERIMENTO ADMINISTRATIVO DAAPOSENTADORIA. EFEITOS FINANCEIROS. INOCORRÊNCIA DE JULGAMENTO EXTRA PETITA.1. Em 26/11/1997, a parte autora ajuizou ação (processo 97.0010141-0) a fim de que fosse computado pelo INSS, comoespecial, o período a partir de 20/08/1968 em que exerceu atividades agressivas à sua saúde na empresa de telefoniaTELEST. O trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito do autor a computar como especial o interstício de20/08/1968 a 13/10/1996 ocorreu em maio de 2006 (fl. 32). A averbação do tempo de serviço apenas se deu em30/03/2007 (fl. 34). O único pedido formulado era no sentido da averbação do tempo de serviço especial.2. Enquanto pendia de julgamento o processo 97.0010141-0, o autor obteve, administrativamente, aposentadoria por tempode contribuição, sem o cômputo do tempo especial.3. Após o trânsito em julgado de sentença de procedência da ação declaratória, o segurado requereu, em 01/09/2008, arevisão administrativa do benefício, bem como o pagamento de atrasados desde 30/03/2007. O INSS revisou aaposentadoria a partir do requerimento, negando o direito a reflexos financeiros pretéritos.4. Em 2009, o autor ajuizou a presente, julgada parcialmente procedente para condenar o INSS a pagar os atrasadosdecorrentes da revisão da aposentadoria do período de 20/11/1998 a 31/08/2008.5. O recorrente alega que a sentença deferiu mais do que foi pedido, pois o recurso administrativo apenas pediu osatrasados desde 30/03/2007, o que caracterizaria julgamento extra petita, com violação ao art. 5º, LV, da CRFB/1988 e aosarts. 128, 293 e 460 do CPC.6. O tempo de serviço declarado por decisão judicial só poderia ser averbado após o seu trânsito em julgado: antes disso, osegurado não tinha como pretender que o INSS espontaneamente aceitasse computar esse tempo. A ação foi ajuizada emnovembro de 1997, antes da própria concessão de aposentadoria (ocorrida em 20/11/1998). A pendência do processo97.0010141-0 põe a salvo da prescrição as parcelas vencidas durante o seu curso, desde que ajuizada a ação de cobrançaaté cinco anos do seu trânsito em julgado (como de fato aconteceu). É lógico, então, que a averbação do tempo de serviçoespecial deve repercutir sobre a aposentadoria desde a sua concessão, no caso, desde 20/11/1998.7. O fato de, no requerimento administrativo, o segurado haver requerido atrasados apenas desde 30/03/2007 não o impedede, na ação judicial, requerer as demais parcelas não prescritas.8. O pedido formalizado nesta ação judicial, ao contrário daquele formalizado em sede administrativa, não tem termo inicialem 30/03/2007, razão pela qual a sentença não é extra petita.9. Recurso do INSS conhecido e desprovido. Sem condenação em custas. Condenação do INSS ao pagamento honoráriosadvocatícios no percentual de 10% sobre o valor da condenação (art. 55 da Lei 9.099/1995).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa que passa a integrar o presente julgado.

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

10 - 0000606-68.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.000606-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FAZENDA NACIONAL(PROCDOR: PAULA ABRANCHES ARAÚJO SILVA.) x GILBERTO GAVA MARQUES (ADVOGADO: ES007591 - FELICIASCABELLO SILVA.).RECURSO Nº 0000606-68.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.000606-3/01)EMBARGANTE: GILBERTO GAVA MARQUESRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE SUBSÍDIOS DOS DETENTORES DEMANDATO ELETIVO. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR.1. A parte autora opôs Embargos de Declaração ao acórdão da Turma Recursal, alegando contrariedade por ofensa aoprincípio contido no art. 5º, inciso XXXV da CRFB/1988 (inafastabilidade do acesso à justiça).2. O acórdão embargado expressamente consignou que “conquanto não seja obrigatório o exaurimento das viasadministrativas, é inafastável a exigência de prévio requerimento administrativo, para a configuração da necessidade e dautilidade da prestação jurisdicional, sobretudo neste caso em que, dede a primeira manifestação nos autos, o réu nãoimpugna o mérito da pretensão, salvo no tocante à devolução das parcelas prescritas. (...) 3. À parte cabe buscar repetiçãodo indébito na via administrativa, e não meramente optar pela via Judiciária com demanda que não se mostrou necessária,pois, diante da ausência de pretensão resistida, não há interesse processual a justificar a ação.”3. Não há violação ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional ou do amplo acesso à Justiça, nos termos do art.5º, inciso XXXV da Constituição Federal. Não se confundem os direitos de demandar e o direito de ação. O primeirorealmente não pode encontrar qualquer limite, exceto os existentes na própria Constituição. Já o direito de ação tem aregularidade de seu exercício condicionada à possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse de agir.O interesse de agir é integrado pelos conceitos de necessidade, utilidade e adequação da via eleita. Assim colocado, oproblema não é de exigência de prévio requerimento administrativo para ingresso da ação, mas sim, de demonstração dautilidade em provocar o Judiciário em ação em relação à qual não há sequer lide. Não se pode falar em utilidade se não sesabe, ao menos com razoável margem de aferição, que a pretensão da parte autora será rejeitada pela Administração. Emmuitos casos, benefícios e requerimentos previdenciários que muito provavelmente seriam deferidos administrativamentepela União são requeridos diretamente nos Juizados Especiais Federais.Ademais, já decidiu a Turma Nacional de Uniformização, no sentido de que o prévio requerimento administrativo éprescindível, tão somente, quando em sua contestação/recurso tenha sido enfrentado o mérito da questão, o que não é ocaso (PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL, data da decisão: 08/04/2010).4. Embargos de declaração rejeitados.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dosautos, que passa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

11 - 0006830-54.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006830-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x MARGARIDA PINTO JOSEQUIEL.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Nº 0006830-54.2009.4.02.5050/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. VIOLAÇÃO AOSARTS. 195, § 5º, E 203, V, DA CRFB/1988. PREQUESTIONAMENTO.1. O INSS opôs Embargos de Declaração em face do acórdão proferido pela Turma Recursal, postulando manifestaçãoexpressa – a título de prequestionamento da matéria – acerca da incidência dos arts. 195, § 5º e art. 203, V, da CRFB/1998ao caso concreto, bem quanto à constitucionalidade do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993.2. Esta Turma Recursal considerava que o critério do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993 não era absoluto para a aferição da

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miserabilidade da família, assim como conferia interpretação extensiva ao parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso(Enunciado 46 das Turmas Recursais do Espírito Santo), e esta orientação foi fundamentada no acórdão embargado.3. O entendimento foi consolidado pelo próprio STF, que reconheceu incidentalmente a inconstitucionalidade das regras emquestão, por proteção insuficiente aos idosos e aos portadores de deficiências (RE 567.985 e RE 580.963), permitindo,conseqüentemente, a aferição de miserabilidade pelo juiz com outros parâmetros, por livre apreciação fundamentada daprova.4. Embargos de declaração rejeitados.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITAROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado. Votaram com a relatora,Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVO ARRUDA MACEDO eMARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

12 - 0007798-16.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.007798-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) AILTON PEREIRA DA SILVA(ADVOGADO: ES012744 - MICHELE ITABAIANA DE CARVALHO PIRES, ES010602 - LILIAN MAGESKI ALMEIDA,ES012739 - JOSE GERALDO NUNES FILHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCOS JOSÉ DE JESUS.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Nº 0007798-16.2011.4.02.5050/01EMBARGANTE: AILTON PEREIRA DA SILVARELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA.AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PERMANENTE PELA PERÍCIA JUDICIAL. READAPTAÇÃO DOSEGURADO. POSSIBILIDADE. NOVOS LAUDOS MÉDICOS. REDISCUSSÃO DE MATÉRIA JÁ TRATADA NOS AUTOS.

1. O autor opôs Embargos de Declaração em face do acórdão proferido pela Turma Recursal, alegando omissão pelo fatoda decisão não ter analisado o laudo médico emitido pelo Dr. Altamir José Pereira Costa no dia 26/03/2012, à fl. 63.

2. O acórdão adotou as conclusões da perícia de fls. 72/73, no sentido de que as lesões sofridas pelo segurado nãoacarretam incapacidade laboral. A decisão colegiada seguiu, assim, o entendimento do Enunciado 08 das TurmasRecursais dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo, de que o “laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. A adoção de uma prova em detrimento de outra não significauma omissão do órgão jurisdicional, quando a escolha se encontra fundamentada na decisão impugnada.

3. Ademais, consta do acórdão embargado que “No atestado mais recente anexado pelo autor à fl. 154, elaborado,inclusive, pelo mesmo médico que realizou a cirurgia em 2009 (Dr. Rounilo Furlani Costa – fls. 36/38), não se afirma que oautor está incapacitado para as suas atividades laborais: o documento se limita a sugerir, diante do quadro clínico, acontinuidade de tratamento medicamentoso e fisioterápico”

4. Desse modo, dentre os vários laudos médicos acostados aos autos, a Turma analisou aqueles emitidos pelo Dr. RouniloFurlani Costa, que acompanhou o quadro clínico do segurado há mais tempo. Na ocasião do julgamento, o atestado emitidopelo referido médico não afirmava expressamente a incapacidade do recorrente.

5. Os novos laudos médicos, juntados às fls. 169/170, em sede de embargos de declaração de acórdão, buscam ainovação e a rediscussão da matéria já tratada nos autos. Além disso, ficou consignado no acórdão que o “futuroagravamento da doença degenerativa poderá resultar em incapacidade e conseqüente direito a benefício previdenciário,mas não por enquanto”. Dessa maneira, se o recorrente entender que houve esse agravamento em sua lesão, nada impedeque ele requeira novamente o benefício perante a Autarquia previdenciária.

6. Inexistindo incapacidade, não há que se falar em reabilitação.

7. Embargos de declaração rejeitados.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITARO EMBARGO DE DECLARAÇÃO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado. Votaram com a relatora,Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVO ARRUDA MACEDO eMARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

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Vitória / ES, de abril de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

13 - 0100219-41.2012.4.02.5001/02 (2012.50.01.100219-9/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DESEGURO SOCIAL (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) x MARIA DE LOURDES SOARES CARDOSO(ADVOGADO: ES017197 - ANDERSON MACOHIN, ES017733 - THIAGO HUVER DE JESUS, ES018033 - ALICEDESTEFANI SALVADOR.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Nº 0100219-41.2012.4.02.5001/02EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, II, DA LEI8.213/1991. MEMORANDO 21/DIRBEN/PFE/INSS, DE 15/04/2010 IMPORTOU INTERRUPÇÃO DO CURSO DO PRAZOPRESCRICIONAL, NOS TERMOS DO ART. 202, VI, DO CCB. AÇÃO AJUIZADA APÓS DOIS ANOS E MEIO DA EDIÇÃODO MEMORANDO. PRESCRIÇÃO DAS PARCELAS REFERENTES AO QÜINQÜENIO ANTERIOR AO DOAJUIZAMENTO DA DEMANDA.1. O INSS opôs embargos de declaração em face do acórdão da Turma Recursal, alegando estarem prescritas todas asparcelas vencidas antes de 16/10/2012, por aplicação do art. 9º do Decreto-Lei 20.910/1932.2. O acórdão embargado estabelece de forma clara que “A edição do Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 15/04/2010importou interrupção do curso do prazo prescricional (sem renúncia à prescrição já consumada), nos termos do art. 202, VIdo Código Civil, pois a Administração Pública reconheceu publicamente a ilegalidade do cálculo adotado. Ajuizada a açãodentro do prazo de dois anos e meio (isto é, até 15/10/2012), apenas estará prescrita a pretensão de haver as parcelasanteriores ao qüinqüênio que antecedeu a edição do Memorando.” Na oportunidade, consignou-se, ainda, que pelo fato dea demanda ter sido ajuizada em 22/10/2012 (ou seja, após o prazo mencionado), restariam prescritas “as parcelasanteriores ao qüinqüênio que antecedeu o seu ajuizamento, ou seja, anteriores a 22/10/2007”.3. Embargos de declaração rejeitados.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITAROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado. Votaram com a relatora,Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVO ARRUDA MACEDO eMARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

14 - 0005221-02.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005221-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.) x MARIA JOSÉ DA SILVA (DEF.PUB:ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 0005221-02.2010.4.02.5050/01EMBARGANTE: MARIA JOSÉ DA SILVARELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SÚMULA 421/STJ. RESP 1.199.715. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO DOSENTES PÚBLICOS FEDERAIS AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA À DEFENSORIA PÚBLICA DAUNIÃO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO A NORMA CONSTITUCIONAL. QUESTÃO RELEGADA PELA CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA À LEI PROCESSUAL. CABE AO STJ A INTERPRETAÇÃO DA LEI FEDERAL (ART. 105, III, DA CRFB/1988).1. A DPU opôs Embargos de Declaração em face do acórdão que expressamente afastou a condenação dorecorrente-vencido ao pagamento de honorários, com base na Súmula 421/STJ (“Os honorários advocatícios não sãodevidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.”). A embarganterequereu pronunciamento expresso da Turma Recursal a respeito da compatibilidade da orientação sumulada com os arts.5º, caput, XXXV, LIV, LV, LXXIV, 93, IX, 22, I e 134, todos da CRFB/1988.2. A questão ora colocada foi exaustivamente analisada por ocasião dos embargos opostos pelo INSS (fls. 172/181),conforme se infere do acórdão que ora transcrevo: “A Defensoria Pública da União (DPU) tem previsão no art. 134 daCRFB/1988 como “instituição essencial à função jurisdicional do Estado”. Não há, contudo, no art. 134 ou em qualquer outrodispositivo constitucional, referência ao direito da parte vencedora (ou de seu advogado) em processo judicial aorecebimento de honorários da parte sucumbente: trata-se de regra constante da lei ordinária processual, editada pela UniãoFederal (art. 22, I, da CRFB/1988).3. Do art. 5º, XXXV, LIV e LV, da CRFB/1988 depreende-se a garantia fundamental das partes ao devido processo legal naatuação em juízo. A aplicação da lei processual, contudo, continua sendo papel do Poder Judiciário, competindo ao STJ,nos termos do art. 105, III, a uniformização da interpretação da lei federal. A DPU não tem personalidade própria, sendo

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órgão da União Federal, de modo que a confusão entre credor e devedor impede que esta seja condenada ao pagamentode honorários àquela. 4. O INSS, por sua vez, não se confunde com a DPU, não existindo impedimento lógico à suacondenação ao pagamento de honorários. Entretanto, a Corte Especial do STJ firmou orientação no sentido de que aSúmula 421 abrange todos os entes públicos federais (REsp 1.199.715), razão pela qual esta Turma Recursal se curva aoentendimento do órgão judiciário de uniformização.”4. Embargos de declaração rejeitados. Tendo vem vista a interposição de Recurso Extraordinário pelo INSS (fls. 191/215),encaminhem-se os autos para o Juiz Federal Presidente das Turmas Recursais para análise da sua admissibilidade.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dosautos, que passa a integrar o presente julgado. Tendo vem vista a interposição de Recurso Extraordinário pelo INSS (fls.191/215), encaminhem-se os autos para o Juiz Federal Presidente das Turmas Recursais para análise da suaadmissibilidade

15 - 0101634-72.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.101634-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.) x JOSE ALOIR GOMES(ADVOGADO: ES018033 - ALICE DESTEFANI SALVADOR, SC023056 - ANDERSON MACOHIN SIEGEL, ES017733 -THIAGO HUVER DE JESUS.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Nº 0101634-72.2013.4.02.5050/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, II, DA LEI8.213/1991. MEMORANDO 21/DIRBEN/PFE/INSS, DE 15/04/2010 IMPORTOU INTERRUPÇÃO DO CURSO DO PRAZOPRESCRICIONAL, NOS TERMOS DO ART. 202, VI, DO CCB. AÇÃO AJUIZADA APÓS DOIS ANOS E MEIO DA EDIÇÃODO MEMORANDO. PRESCRIÇÃO DAS PARCELAS REFERENTES AO QÜINQÜENIO ANTERIOR AO DOAJUIZAMENTO DA DEMANDA.1. O INSS opôs embargos de declaração em face do acórdão da Turma Recursal, alegando omissão “quanto à prescriçãointegral de todas as parcelas que seriam devidas a título da referida revisão, eis que a presente ação foi ajuizada muitoapós o temo final determinado pelo art. 9º do Decreto-Lei nº 20.910/1932”.2. O acórdão embargado estabelece de forma clara que “A edição do Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 15/04/2010importou interrupção do curso do prazo prescricional (sem renúncia à prescrição já consumada), nos termos do art. 202, VIdo Código Civil, pois a Administração Pública reconheceu publicamente a ilegalidade do cálculo adotado. Ajuizada a açãodentro do prazo de dois anos e meio (isto é, até 15/10/2012), apenas estará prescrita a pretensão de haver as parcelasanteriores ao qüinqüênio que antecedeu a edição do Memorando.” Na oportunidade, consignou-se, ainda, que pelo fato dea demanda ter sido ajuizada em 22/04/2013 (ou seja, após o prazo mencionado), restariam prescritas “as parcelasanteriores ao qüinqüênio que antecedeu o seu ajuizamento”.3. Embargos de declaração rejeitados. Tendo em vista a interposição de Recurso Extraordinário (fls. 91/108) e Incidente deUniformização (fls. 109/149) pela parte autora, abra-se vista ao INSS para contrarrazões e/ou interpor recurso no prazolegal. Após, encaminhem-se ao Juiz Presidente das Turmas Recursais para exame de admissibilidade dos recursos.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITAROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar opresente julgado. Tendo em vista a interposição de Recurso Extraordinário (fls. 91/108) e Incidente de Uniformização (fls.109/149) pela parte autora, abra-se vista ao INSS para contrarrazões e/ou interpor recurso no prazo legal. Após,encaminhem-se ao Juiz Presidente das Turmas Recursais para exame de admissibilidade dos recursos. Votaram com arelatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVO ARRUDA MACEDO eMARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

16 - 0000979-63.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000979-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA ELENA LOYOLAFARIAS (ADVOGADO: ES014023 - RAUL DIAS BORTOLINI, ES013758 - VINICIUS DINIZ SANTANA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 0000979-63.2011.4.02.5050/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

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VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR EM RAZÃO DO PAGAMENTO DO DÉBITO (NB514.531.825-8). PRESCRIÇÃO COM RELAÇÃO ÀS PARCELAS DA DÍVIDA RELATIVAS AO NB 127.515.543-7.1. O INSS opôs Embargos de Declaração em face do acórdão proferido pela Turma Recursal alegando perda de objetocom relação ao NB 514.531.825-8, uma vez que já foi revisado, sendo que os atrasados já vêm sendo integralmente pagosa parte autora na competência de março de 2013. Alega, ainda, prescrição com relação ao benefício NB 127.515.543-7,conquanto tenha sido cessado em 30/08/2005, e o ajuizamento da ação se deu em 28/01/2011. Às fls. 109/111, a parteautora, em manifestação aos embargos, afirma que a existência de acordo na ação civil pública não retira lhe o interesse deagir, mesmo porque não há garantias de que os valores estão sendo integralmente pagos e que a prescrição qüinqüenal, noque se refere ao benefício de auxílio-doença, atinge apenas o direito de recebimento das parcelas anteriores a esteperíodo.2. O interesse de agir, no caso específico da revisão em comento, decorre do fato de não se poder obrigar o segurado asujeitar-se ao escalonamento adotado pela administração pública, decorrente do acordo na ação civil pública2320-59.2012.403.6183 (que pode durar até 10 anos), para o recebimento das parcelas que lhes são devidas.3. Através da consulta ao sistema Plenus, ficou demonstrado que as parcelas devidas à parte autora em atraso referentesao NB 514.531.825-8 já estão sendo quitadas pelo INSS, circunstância não observada no acórdão de fls. 89/95 (mesmoprolatado no mesmo período do pagamento – março de 2013), razão pela qual impõe-se a extinção do processo nopormenor. Eventuais questionamentos acerca dos valores pagos administrativamente deve ser formulado por meio de açãoprópria, dentro do prazo previsto na lei, máxime considerando que o pronunciamento judicial em sede de embargos estálimitado no objeto da presente demanda.4. O acórdão já havia determinado a observância da prescrição qüinqüenal ao condenar o INSS ao pagamento dos valorescorrespondentes às parcelas atrasadas “respeitada a prescrição qüinqüenal”. O falecido marido da autora recebeu oauxílio-doença (NB 127.515.543-7) no período de 29/11/2002 a 03/08/2005 . Deste modo, como a ação foi ajuizada em28/01/2011, encontra-se prescrita a pretensão autoral quanto às parcelas referentes a este benefício.5. Acolho os Embargos de Declaração, para reconhecer a prescrição da pretensão autoral quanto ao benefício deauxílio-doença (NB 127.515.543-7), extinguindo o feito, com resolução de mérito, na forma do art. 269, IV, do CPC. Extingoo processo com relação ao pedido de revisão relativo ao benefício de aposentadoria por invalidez (NB 514.531.825-8), combase no art. 267, VI, do CPC. Sem condenação em custas, nem em honorários, na forma do art. 55, caput, da Lei9.099/1995. Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se, com as anotações de praxe.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, ACOLHER OS PRESENTESEMBARGOS DE DECLARAÇÃO,, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado, para reconhecer aprescrição da pretensão autoral quanto ao benefício de auxílio-doença (NB 127.515.543-7), extinguindo o feito, comresolução de mérito, na forma do art. 269, IV, do CPC. Extingo o processo com relação ao pedido de revisão relativo aobenefício de aposentadoria por invalidez (NB 514.531.825-8), com base no art. 267, VI, do CPC. Sem condenação emcustas, nem em honorários, na forma do art. 55, caput, da Lei 9.099/1995. Após o trânsito em julgado, dê-se baixa earquivem-se, com as anotações de praxe.. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVOARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

17 - 0000202-29.2012.4.02.5055/01 (2012.50.55.000202-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) x REGINA BERGER HAMMER(ADVOGADO: ES017107 - HELENICE DE SOUSA VIANA.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Nº 0000202-29.2012.4.02.5055/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL.DECRETO 83.080/1979 E LC 11/1971. EFICÁCIA IMEDIATA DO ART. 202, I, DA CRFB/1988 QUANTO À DIMINUIÇÃODA IDADE PARA A APOSENTADORIA RURAL.

1. O INSS opôs Embargos de Declaração em face do acórdão proferido pela Turma Recursal, alegando a existência decontradição no fato do Colegiado ter deixado de aplicar ao presente caso concreto o direito então vigente - a LC 11/1971 e oDecreto nº 83.080/1979 – para utilizar o requisito etário definido no art. 202, I da CF/1988, muito embora o órgãojurisdicional tenha reconhecido a falta de autoaplicabilidade do referido dispositivo constitucional. Aduz, ainda, ter havidoomissão do acórdão quanto à possibilidade de aplicação do princípio de tempus regis actum.

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2. Consta do acórdão que “não obstante a falta de auto-aplicabilidade do art. 202, I, da CRFB/1988, o intérprete devebuscar extrair das normas constitucionais asseguradoras de direito a máxima eficácia, razão pela qual a idade paraobtenção da aposentadoria rural imediatamente teria sido reduzida, em 05/11/1988, para 55 anos. Além disto, a autorainiciou suas atividades no campo no final da década de 30, ainda criança, e exerceu trabalho rural até março de 1988, istoé, por toda uma vida, tendo interrompido o trabalho por não ter mais condições de exercê-lo, de tão desgastante (comoreconhece a própria Constituição, que presume a perda do vigor físico para o exercício do trabalho rural para as mulheresde 55 anos). Diante dessa situação, o benefício é concedido nos termos do art. 297 do Decreto 83.080/1979, com reduçãoda idade por força do advento do art. 202, I, da Constituição” .

3. O acórdão partiu da premissa de que tendo a segurada requerido seu benefício sobre a nova égide constitucional, seriapossível a aplicação da lei maior vigente quanto ao requisito etário (55 anos), tendo em vista as peculiaridades do casoconcreto. Não obstante o Decreto nº 83.080/1979 ter permanecido em vigor até a sua revogação pela Lei 8.213/1991, suaaplicação deveria ser vista sob a ótica da nova ordem constitucional instalada no país.

4. O STF, ao afirmar que o art.202, I da Constituição não possui auto-aplicabilidade, não quer dizer que a referida normanão é dotada de eficácia. Nesse sentido, o prof. José Afonso da Silva expressa que as normas constitucionais de eficácialimitada constituem sentido teleológico para a interpretação, integração e aplicação das normas jurídicasinfraconstitucionais. Nesse sentido, a interpretação sistemática do art. 297 do Decreto 83.080/1979 com a Constituição de1988 realizada pela sentença de 1º Grau não merece reparos.

5. Não há violação ao princípio tempus regis actum. Conforme ficou consignado no Acórdão, “o benefício é concedido nostermos do art. 297 do Decreto 83.080/1979, com redução da idade por força do advento do art. 202, I, da Constituição”.Desse modo, a decisão respeitou a legislação vigente. Tanto é assim, que foram analisadas questões como se a seguradaera ou não arrimo de família, controvérsia hoje superada pela Lei 8213/1991.

6 “Cabe ao juiz exercer o controle da razoabilidade e da racionalidade da norma, examinando seu mérito e suaabrangência, especialmente diante de questões tão complexamente singulares como a presente. Diante disso, pode-seobservar que se está diante uma situação em que a limitação normativa apresenta-se irrazoável, pelo fato de excluir de seuraio de atuação uma pessoa que, pela dessemelhança de sua situação, mereceria estar abrangida pela norma ou, aomenos, receber tratamento jurídico singularizado” (TRF 2ª Região AC 2009.51.01.8033478, LILIANE RORIZ, - SEGUNDATURMA ESPECIALIZADA, 1/07/2011).

7 O posicionamento do supracitado julgado é plenamente aplicável a questão em tela, em virtude das peculiaridades docaso em concreto: a recorrida possui 85 anos de idade, tendo comprovadamente trabalhado desde criança até os 61 anosem propriedade rural. Ficou viúva aos 45 anos, e não recebe nenhum outro tipo de benefício. Além disso, pelos ditames daLei 8213/1991, a autora teria direito ao referido benefício. Logo, a aplicação do requisito etário do art. 202, I, da Constituiçãotambém se dá por força do princípio da razoabilidade.

8. Embargos de declaração conhecidos e acolhidos apenas para acrescentar do acórdão recorrido a fundamentação acima,sem alteração do decisum.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, ACOLHER O EMBARGO DEDECLARAÇÃO, apenas para reconhecer a omissão apontada na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVOARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

18 - 0000238-17.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000238-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUCELI QUIEL DE JESUS EOUTROS (ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: THIAGO DE ALMEIDA RAUPP.).RECURSO Nº 0000238-17.2011.4.02.5052/01EMBARGANTES: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, LUCELI QUIEL DE JESUS E OUTROSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO. AUSÊNCIA DE RENDA NADATA DA RECLUSÃO. INTERPRETAÇÃO CONTRADITÓRIA AO ART. 201, IV DA CRFB/1988 E AO ART. 13 DA EC20/1998. PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ART. 116, § 1º DO DECRETO 3.048/1999 E DO

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ART. 80, CAPUT, DA LEI 8.213/1991. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 5º DA LEI 11.960/2009 (STF, ADI 4.357;CANCELAMENTO DA SÚMULA 61/TNU). INAPLICABILIDADE DA REDAÇÃO ORIGINAL DO ART. 1º-F DA LEI9.494/1997 A CONDENAÇÕES QUE NÃO DIGAM RESPEITO EXCLUSIVAMENTE A REMUNERAÇÃO DESERVIDORES/EMPREGADOS PÚBLICOS.1. O INSS opôs Embargos de Declaração em face do acórdão proferido pela Turma Recursal, alegandoomissão/contradição no que se refere à interpretação dada ao art. 201, IV, da CRFB/1988 e da EC 20/1998, quanto à rendamensal do segurado no momento da prisão. Postula, ainda, manifestação expressa – a título de prequestionamento damatéria - a respeito da declaração de inconstitucionalidade da sistemática de juros legais do art. 1º-F da Lei 9.494/1997,com a redação dada pelo art. 5º da Lei 11.960/2009.2. O acórdão embargado expressamente afirma que “para a concessão do auxílio-reclusão, importa, segundo o art. 13 daEC 20/1998, que o segurado tenha baixa renda no momento em que foi preso. O segurado que se encontra desempregadotem renda zero, sendo irrelevante se o último salário de contribuição, meses atrás, teve valor expressivo. Ao contrário doque conclui a TNU (PEDILEF 200770590037647), nem a norma constitucional nem o art. 116, § 1º, do Decreto 3.048/1999determina que se considere o ‘último salário de contribuição recebido’: pelo contrário, este diz que ‘é devido auxílio-reclusãoaos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição NA DATA DO SEU EFETIVO RECOLHIMENTOÀ PRISÃO, desde que mantida a qualidade de segurado”.3. A teor do disposto no art. 116, §1º do Decreto 3.048/1999, tem-se que, se o segurado estava desempregado na data doencarceramento, não há renda a ser verificada já que não existia salário-de-contribuição, sendo devido o auxílio-reclusãoaos seus dependentes caso mantida a qualidade de segurado. Do mesmo modo, estabelece o art. 80, caput, da Lei8.213/1991, no sentido de que é devido o auxílio-reclusão ao segurado que, na data da prisão “não receber remuneração daempresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço”.4. A jurisprudência firmada pelo STF nos julgamentos dos recursos extraordinários (RE 486413 e RE 587365) aos quaisalude o INSS nos embargos, pacificou a matéria referente ao conceito de renda bruta mensal a ser considerado para fins deconcessão do benefício de auxílio-reclusão, no que tange ao parâmetro a ser adotado, se a renda do segurado preso ou ados seus dependentes, conforme se infere do trecho que passo a transcrever: “A renda a ser considerada para a concessãodo auxílio-reclusão de que trata o art. 201, IV, da CF, com a redação que lhe conferiu a EC 20/98, é a do segurado preso enão a de seus dependentes (CF: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de carátercontributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nostermos da lei, a: ... IV - salário-família e auxílio- reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;)”. Não hápertinência, portanto, com a discussão ora entabuldada nos autos.5. A redação original do art. 1º-F da Lei 9.494/1997 (artigo incluído pela MP 2.180-35/2001) fixava juros de mora de 0,5% aomês “nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores eempregados públicos”, sem incidência, portanto, em condenações referentes a questões tributárias, previdenciárias,assistenciais e de responsabilidade civil. O art. 5º da Lei 11.960/2009 deu nova redação ao art. 1º-F de modo que, em todae qualquer condenação imposta à Fazenda Pública, “para fins de atualização monetária, remuneração do capital ecompensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança”.6. Por ocasião do julgamento da ADI 4.357, o STF declarou a inconstitucionalidade material da nova regra, em síntese,porque (i) os índices próprios da poupança não seriam suficientes à recomposição do valor da moeda e porque (ii) aFazenda Pública não pode pretender impor correção e juros nas suas condenações por índices diversos daqueles quepratica, nas mesmas relações jurídicas, em sentido contrário. Além disto, a Súmula 56 do TRF da 2ª Região já consolidavaorientação no sentido de que “É inconstitucional a expressão ‘haverá a incidência uma única vez’, constante do art. 1°-F daLei n° 9.494/97, com a redação dada pelo art. 5° da Lei n° 11.960/2009”.7. A decisão proferida pelo STF em matéria de inconstitucionalidade produz resultado a partir da publicação da ata dasessão de julgamento, independentemente do seu trânsito em julgado ou mesmo da publicação do acórdão (STF, Rcl 3.473e 2.576, AI 636933). Ainda que assim não fosse, a Turma Recursal pode declarar incidentalmente a inconstitucionalidadede lei, mediante remissão à fundamentação adotada pela Corte Constitucional.8. A determinação proferida pelo Ministro Luiz Fux, designado relator para redigir o acórdão da ADI 4.357, no sentido deque os Tribunais continuem a pagar os precatórios pelos critérios da EC 62, teve por objetivo impedir a paralisação dopagamento, bem como permitir que a modulação de efeitos da decisão regule as conseqüências de relações continuativas(por exemplo, precatórios cujo pagamento foi parcelado, ou que foram pagos fora da ordem cronológica em razão dedeságio), sem que se possa emprestar a essa decisão monocrática o condão de esvaziar a decisão tomada pelo Plenáriodo STF.9. Em sessão de 09/10/2013, a TNU cancelou a Súmula 61, afastando – com amparo no decidido pelo STF na ADI 4.357 –a aplicação da redação atribuída ao art. 1º-F da Lei 9.494/1997 pelo art. 5º da Lei 11.960/2009 (processo0003060-22.2006.4.03.6314).10. A sentença de primeiro grau julgou improcedente a pretensão autoral. Em grau de recurso, porém, não houve pedido deantecipação de tutela, motivo pelo qual inexiste omissão no acórdão embargado também neste ponto.11. Embargos de declaração de ambas as partes rejeitados.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITAROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar opresente julgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

19 - 0005399-77.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.005399-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RAFAEL COUTINHO DOSSANTOS (ADVOGADO: ES015958 - FABRICIA PERES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).RECURSO Nº 0005399-77.2012.4.02.5050/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO. AUSÊNCIA DE RENDA NADATA DA RECLUSÃO. INTERPRETAÇÃO CONTRADITÓRIA AO ART. 201, IV DA CRFB/1988 E AO ART. 13 DA EC20/1998. PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ART. 116, § 1º DO DECRETO 3.048/1999 E DOART. 80, CAPUT, DA LEI 8.213/1991. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 5º DA LEI 11.960/2009 (STF, ADI 4.357;CANCELAMENTO DA SÚMULA 61/TNU). INAPLICABILIDADE DA REDAÇÃO ORIGINAL DO ART. 1º-F DA LEI9.494/1997 A CONDENAÇÕES QUE NÃO DIGAM RESPEITO EXCLUSIVAMENTE A REMUNERAÇÃO DESERVIDORES/EMPREGADOS PÚBLICOS.1. O INSS opôs Embargos de Declaração em face do acórdão proferido pela Turma Recursal, alegandoomissão/contradição no que se refere à interpretação dada ao art. 201, IV, da CRFB/1988 e da EC 20/1998, quanto à rendamensal do segurado no momento da prisão. Postula, ainda, manifestação expressa – a título de prequestionamento damatéria - a respeito da declaração de inconstitucionalidade da sistemática de juros legais do art. 1º-F da Lei 9.494/1997,com a redação dada pelo art. 5º da Lei 11.960/2009.2. O acórdão embargado expressamente afirma que “para a concessão do auxílio-reclusão, importa, segundo o art. 13 daEC 20/1998, que o segurado tenha baixa renda no momento em que foi preso. O segurado que se encontra desempregadotem renda zero, sendo irrelevante se o último salário de contribuição, meses atrás, teve valor expressivo. Ao contrário doque conclui a TNU (PEDILEF 200770590037647), nem a norma constitucional nem o art. 116, § 1º, do Decreto 3.048/1999determina que se considere o ‘último salário de contribuição recebido’: pelo contrário, este diz que ‘é devido auxílio-reclusãoaos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição NA DATA DO SEU EFETIVO RECOLHIMENTOÀ PRISÃO, desde que mantida a qualidade de segurado”.3. A teor do disposto no art. 116, §1º do Decreto 3.048/1999, tem-se que, se o segurado estava desempregado na data doencarceramento, não há renda a ser verificada já que não existia salário-de-contribuição, sendo devido o auxílio-reclusãoaos seus dependentes caso mantida a qualidade de segurado. Do mesmo modo, estabelece o art. 80, caput, da Lei8.213/1991, no sentido de que é devido o auxílio-reclusão ao segurado que, na data da prisão “não receber remuneração daempresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço”.4. A jurisprudência firmada pelo STF nos julgamentos dos recursos extraordinários (RE 486413 e RE 587365) aos quaisalude o INSS nos embargos, pacificou a matéria referente ao conceito de renda bruta mensal a ser considerado para fins deconcessão do benefício de auxílio-reclusão, no que tange ao parâmetro a ser adotado, se a renda do segurado preso ou ados seus dependentes, conforme se infere do trecho que passo a transcrever: “A renda a ser considerada para a concessãodo auxílio-reclusão de que trata o art. 201, IV, da CF, com a redação que lhe conferiu a EC 20/98, é a do segurado preso enão a de seus dependentes (CF: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de carátercontributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nostermos da lei, a: ... IV - salário-família e auxílio- reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;)”. Não hápertinência, portanto, com a discussão ora entabuldada nos autos.5. A redação original do art. 1º-F da Lei 9.494/1997 (artigo incluído pela MP 2.180-35/2001) fixava juros de mora de 0,5% aomês “nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores eempregados públicos”, sem incidência, portanto, em condenações referentes a questões tributárias, previdenciárias,assistenciais e de responsabilidade civil. O art. 5º da Lei 11.960/2009 deu nova redação ao art. 1º-F de modo que, em todae qualquer condenação imposta à Fazenda Pública, “para fins de atualização monetária, remuneração do capital ecompensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança”.6. Por ocasião do julgamento da ADI 4.357, o STF declarou a inconstitucionalidade material da nova regra, em síntese,porque (i) os índices próprios da poupança não seriam suficientes à recomposição do valor da moeda e porque (ii) aFazenda Pública não pode pretender impor correção e juros nas suas condenações por índices diversos daqueles quepratica, nas mesmas relações jurídicas, em sentido contrário. Além disto, a Súmula 56 do TRF da 2ª Região já consolidavaorientação no sentido de que “É inconstitucional a expressão ‘haverá a incidência uma única vez’, constante do art. 1°-F daLei n° 9.494/97, com a redação dada pelo art. 5° da Lei n° 11.960/2009”.7. A decisão proferida pelo STF em matéria de inconstitucionalidade produz resultado a partir da publicação da ata dasessão de julgamento, independentemente do seu trânsito em julgado ou mesmo da publicação do acórdão (STF, Rcl 3.473e 2.576, AI 636933). Ainda que assim não fosse, a Turma Recursal pode declarar incidentalmente a inconstitucionalidadede lei, mediante remissão à fundamentação adotada pela Corte Constitucional.8. A determinação proferida pelo Ministro Luiz Fux, designado relator para redigir o acórdão da ADI 4.357, no sentido deque os Tribunais continuem a pagar os precatórios pelos critérios da EC 62, teve por objetivo impedir a paralisação dopagamento, bem como permitir que a modulação de efeitos da decisão regule as conseqüências de relações continuativas(por exemplo, precatórios cujo pagamento foi parcelado, ou que foram pagos fora da ordem cronológica em razão dedeságio), sem que se possa emprestar a essa decisão monocrática o condão de esvaziar a decisão tomada pelo Plenáriodo STF.

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9. Em sessão de 09/10/2013, a TNU cancelou a Súmula 61, afastando – com amparo no decidido pelo STF na ADI 4.357 –a aplicação da redação atribuída ao art. 1º-F da Lei 9.494/1997 pelo art. 5º da Lei 11.960/2009 (processo0003060-22.2006.4.03.6314).10. Embargos de declaração rejeitados.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITAROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar opresente julgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

20 - 0000937-05.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000937-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARTHUR LUCAS DEOLIVEIRA MANSO (ADVOGADO: ES012938 - JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).RECURSO Nº 0000937-05.2011.4.02.5053/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO. AUSÊNCIA DE RENDA NADATA DA RECLUSÃO. INTERPRETAÇÃO CONTRADITÓRIA AO ART. 201, IV DA CRFB/1988 E AO ART. 13 DA EC20/1998. PREQUESTIONAMENTO. APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ART. 116, § 1º DO DECRETO 3.048/1999 E DOART. 80, CAPUT, DA LEI 8.213/1991. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 5º DA LEI 11.960/2009 (STF, ADI 4.357;CANCELAMENTO DA SÚMULA 61/TNU). INAPLICABILIDADE DA REDAÇÃO ORIGINAL DO ART. 1º-F DA LEI9.494/1997 A CONDENAÇÕES QUE NÃO DIGAM RESPEITO EXCLUSIVAMENTE A REMUNERAÇÃO DESERVIDORES/EMPREGADOS PÚBLICOS.1. O INSS opôs Embargos de Declaração em face do acórdão proferido pela Turma Recursal, alegandoomissão/contradição no que se refere à interpretação dada ao art. 201, IV, da CRFB/1988 e da EC 20/1998, quanto à rendamensal do segurado no momento da prisão. Postula, ainda, manifestação expressa – a título de prequestionamento damatéria - a respeito da declaração de inconstitucionalidade da sistemática de juros legais do art. 1º-F da Lei 9.494/1997,com a redação dada pelo art. 5º da Lei 11.960/2009.2. O acórdão embargado expressamente afirma que “para a concessão do auxílio-reclusão, importa, segundo o art. 13 daEC 20/1998, que o segurado tenha baixa renda no momento em que foi preso. O segurado que se encontra desempregadotem renda zero, sendo irrelevante se o último salário de contribuição, meses atrás, teve valor expressivo. Ao contrário doque conclui a TNU (PEDILEF 200770590037647), nem a norma constitucional nem o art. 116, § 1º, do Decreto 3.048/1999determina que se considere o ‘último salário de contribuição recebido’: pelo contrário, este diz que ‘é devido auxílio-reclusãoaos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição NA DATA DO SEU EFETIVO RECOLHIMENTOÀ PRISÃO, desde que mantida a qualidade de segurado”.3. A teor do disposto no art. 116, §1º do Decreto 3.048/1999, tem-se que, se o segurado estava desempregado na data doencarceramento, não há renda a ser verificada já que não existia salário-de-contribuição, sendo devido o auxílio-reclusãoaos seus dependentes caso mantida a qualidade de segurado. Do mesmo modo, estabelece o art. 80, caput, da Lei8.213/1991, no sentido de que é devido o auxílio-reclusão ao segurado que, na data da prisão “não receber remuneração daempresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço”.4. A jurisprudência firmada pelo STF nos julgamentos dos recursos extraordinários (RE 486413 e RE 587365) aos quaisalude o INSS nos embargos, pacificou a matéria referente ao conceito de renda bruta mensal a ser considerado para fins deconcessão do benefício de auxílio-reclusão, no que tange ao parâmetro a ser adotado, se a renda do segurado preso ou ados seus dependentes, conforme se infere do trecho que passo a transcrever: “A renda a ser considerada para a concessãodo auxílio-reclusão de que trata o art. 201, IV, da CF, com a redação que lhe conferiu a EC 20/98, é a do segurado preso enão a de seus dependentes (CF: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de carátercontributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nostermos da lei, a: ... IV - salário-família e auxílio- reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;)”. Não hápertinência, portanto, com a discussão ora entabuldada nos autos.5. A redação original do art. 1º-F da Lei 9.494/1997 (artigo incluído pela MP 2.180-35/2001) fixava juros de mora de 0,5% aomês “nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores eempregados públicos”, sem incidência, portanto, em condenações referentes a questões tributárias, previdenciárias,assistenciais e de responsabilidade civil. O art. 5º da Lei 11.960/2009 deu nova redação ao art. 1º-F de modo que, em todae qualquer condenação imposta à Fazenda Pública, “para fins de atualização monetária, remuneração do capital ecompensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança”.6. Por ocasião do julgamento da ADI 4.357, o STF declarou a inconstitucionalidade material da nova regra, em síntese,porque (i) os índices próprios da poupança não seriam suficientes à recomposição do valor da moeda e porque (ii) aFazenda Pública não pode pretender impor correção e juros nas suas condenações por índices diversos daqueles que

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pratica, nas mesmas relações jurídicas, em sentido contrário. Além disto, a Súmula 56 do TRF da 2ª Região já consolidavaorientação no sentido de que “É inconstitucional a expressão ‘haverá a incidência uma única vez’, constante do art. 1°-F daLei n° 9.494/97, com a redação dada pelo art. 5° da Lei n° 11.960/2009”.7. A decisão proferida pelo STF em matéria de inconstitucionalidade produz resultado a partir da publicação da ata dasessão de julgamento, independentemente do seu trânsito em julgado ou mesmo da publicação do acórdão (STF, Rcl 3.473e 2.576, AI 636933). Ainda que assim não fosse, a Turma Recursal pode declarar incidentalmente a inconstitucionalidadede lei, mediante remissão à fundamentação adotada pela Corte Constitucional.8. A determinação proferida pelo Ministro Luiz Fux, designado relator para redigir o acórdão da ADI 4.357, no sentido deque os Tribunais continuem a pagar os precatórios pelos critérios da EC 62, teve por objetivo impedir a paralisação dopagamento, bem como permitir que a modulação de efeitos da decisão regule as conseqüências de relações continuativas(por exemplo, precatórios cujo pagamento foi parcelado, ou que foram pagos fora da ordem cronológica em razão dedeságio), sem que se possa emprestar a essa decisão monocrática o condão de esvaziar a decisão tomada pelo Plenáriodo STF.9. Em sessão de 09/10/2013, a TNU cancelou a Súmula 61, afastando – com amparo no decidido pelo STF na ADI 4.357 –a aplicação da redação atribuída ao art. 1º-F da Lei 9.494/1997 pelo art. 5º da Lei 11.960/2009 (processo0003060-22.2006.4.03.6314).10. Embargos de declaração rejeitados.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITAROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar opresente julgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

21 - 0000440-54.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.000440-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZILDENI DA ROCHALOUREIRO (ADVOGADO: ES015283 - WANESSA ALDRIGUES CANDIDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x OS MESMOS.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Nº 0000440-54.2012.4.02.5053/01EMBARGANTE: ZILDENI DA ROCHA LOUREIRORELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DESAPOSENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA EDA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. MAJORAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO DEVE REFORÇAR O REGIME SOLIDÁRIO,SEM NECESSARIAMENTE IMPLICAR BENEFÍCIO INDIVIDUAL PARA O CONTRIBUINTE.1. A parte autora opôs embargos de declaração ao acórdão da Turma Recursal, alegando omissão no que se refere àanálise de questões constitucionais (princípios da isonomia e da dignidade da pessoa humana), sob o fundamento de que“aqueles que contribuíram mais, recebem mais e aqueles que contribuíram menos, por óbvio, recebem menos”.2. O acórdão embargado expressamente consignou que “a majoração da contribuição social previdenciária nãonecessariamente resultará em aumento dos benefícios e serviços a que cada segurado-contribuinte fará jus, cabendo à lei,na forma do art. 201, § 11 da CRFB/1988, disciplinar se e como haverá reflexos: contribui-se solidariamente para amanutenção e expansão do sistema como um todo, e não para provisionar fundos única e exclusivamente em benefíciopróprio (STF, RE 210.211, AI 724.582 AgR e ADI 3.105).” (sem grifos no original)3. O aposentado que retoma as suas atividades laborais volta a ser segurado obrigatório, e a contribuição que passa averter para a previdência encontra legitimidade no princípio da solidariedade que norteia o sistema.4. Cumpridos os requisitos mínimos para se aposentar, cabe ao segurado optar por exercê-lo no momento em queentender conveniente, tendo ciência de que inexiste autorização legal que viabilize o seu retorno à situação anterior (arts.37, caput, 201, caput e § 11, da CRFB/1988 e art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991). Conforme explicitado no acórdão “Uma vezexercido o direito de instar a Administração a agir, tem-se ato administrativo aperfeiçoado, protegido pelo art. 5º, XXXVI, daCRFB/1988. O tempo trabalhado e contribuído não deixou de integrar o patrimônio do segurado, mas já foi aproveitadointegralmente para uma finalidade, e não pode, portanto, ser aproveitado para outra.”5. Embargos de declaração rejeitados.6. A parte autora não pode, simultaneamente, opor Embargos de Declaração e interpor Recurso Extraordinário. Diante dapublicação deste acórdão, poderá, se for o caso, interpor novo RExt ou, por sua conta e risco, requerer a ratificação doanterior.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, REJEITAROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar opresente julgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

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Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

22 - 0004175-46.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004175-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VILSON LOIOLA(ADVOGADO: ES005946 - MARILENE NICOLAU. DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).RECURSO Nº 0004175-46.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004175-7/01)RECORRENTE: VILSON LOIOLARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA A SER CONVERTIDO EM APOSENTADORIA PORINVALIDEZ – PARTE AUTORA NÃO JUSTIFICOU AUSÊNCIA À PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL – FALTA DECOMPROVAÇÃO DE SUA PRETENSÃO – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

1. A parte autora interpôs recurso contra sentença que julgou improcedente o seu pedido de auxílio-doença e posteriorconversão em aposentadoria por invalidez. Aduz a DPU não ter sido cientificada da ausência do autor à perícia médicadesignada para o dia 30/03/2012 e, no mérito, que a análise da ausência de incapacidade não pode subsistir, por nãorefletir a realidade do recorrente. Contrarrazões às fls. 169/174.

2. De acordo com a sentença de piso, o não comparecimento do autor à perícia médica judicial implicou na admissão daperícia administrativa feita pelo INSS como único meio de prova da sua incapacidade.

3. Quando intimada, a DPU recebeu os autos eletrônicos em sua íntegra, conforme se infere da certidão de fl.150,possuindo livre acesso a todas as informações neles existentes, não se justificando, desta forma, a sua alegação de quenão possuía meios de saber do não comparecimento do autor à perícia designada para o dia 30/03/2012.

4. A perícia designada pelo Juízo tem natureza de meio de prova, auxiliando o Juiz nas questões técnicas postas na lidedas quais não detém conhecimento específico. A ausência da parte autora no exame pericial determinado (prova pericial),acarretará a esta o ônus da falta de comprovação de sua pretensão. Trata-se de ausência de prova quanto ao fato, quedeve gerar, em regra, a improcedência do pedido.

5. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas e nem honorários, em razão da gratuidade de justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

23 - 0002304-75.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002304-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x ADEMIR SIMAO DE CARVALHO(ADVOGADO: RJ146829 - JARDEL OLIVEIRA LUCIANO.) x OS MESMOS.RECURSO Nº 0002304-75.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002304-1/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS e ADEMIR SIMAO DE CARVALHORECORRIDO: OS MESMOS

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RELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. VERIFICAÇÃO DE INCAPACIDADELABORAL TOTAL E DEFINITIVA À LUZ NÃO SÓ DE CRITÉRIOS MÉDICOS COMO TAMBÉM DO CARÁTER SOCIAL DAPREVIDÊNCIA (TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, IDADE E GRAU DE INSTRUÇÃO).

1 – As partes autora e ré interpuseram recurso (fls. 72-74 e fls. 65-62) contra a sentença (fls. 57-59) que julgou procedenteo pedido do autor, condenando a Ré à concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, desde a datada sentença, restabelecendo, ainda, o auxilio-doença, desde a data da juntada aos autos do laudo pericial (13/08/2009) atéo dia anterior ao da prolação da sentença.

2 – Não há que se falar em intempestividade do recurso do autor, visto que a interposição de embargos de declaração (fl.79), conhecidos e providos em fl. 81, suspendeu o prazo recursal, nos termos do art. 50 da Lei 9099/1995.

3 – O laudo pericial (fl. 37) informa que o autor é portador de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), o que resultou emincapacidade para o trabalho braçal pesado. Como o autor exerce a função de pedreiro, estaria definitivamente incapazpara continuar exercendo essa profissão. Quanto à reabilitação, o perito informou que “seria muito difícil em nossarealidade atual, e ainda temos que considerar que o autor é semi-analfabeto (analfabeto funcional)”

4 – A sentença de 1º Grau, diante do contexto probatório, entendeu que a incapacidade era total e definitiva, uma vez que oautor não poderia exercer mais suas atividades de pedreiro. Como o perito não soube precisar o início da incapacidade,ficou decido pelo Juízo a quo que a data da juntada aos autos do laudo pericial deveria ser o marco inicial do benefício(13/08/2009).

5– A “definitividade da incapacidade total” (impossibilidade de controle da enfermidade e de readaptação do segurado parao exercício de nova atividade laboral) deve ser analisada não só à luz de critérios médicos como também do caráter socialda Previdência. Para esta verificação, os critérios devem ser (i) tempo de contribuição (quanto maior o compromisso dosegurado com a manutenção do sistema, maior deve ser o grau de proteção), (ii) idade (sendo sabido que, em tempos dedesemprego generalizado, a reinserção no trabalho na terceira idade é quase impossível, salvo para uma minoria detrabalhadores altamente qualificados), e, em menor grau, (iii) o grau de instrução (em um país em que quase metade dapopulação não concluiu o ensino fundamental, tendo expectativa de empregar-se em funções braçais, não se podesupervalorizar o baixo grau de instrução).

6 – Considerando que o autor possui mais de dez anos de contribuição à Previdência, 57 anos de idade, baixo de grau deinstrução e está impossibilitado de realizar trabalhos braçais pesados (como atestado em laudo pericial), verifica-se aimpossibilidade de readaptação para o exercício de outra atividade e a inexistência de chances reais de reinserção nomercado de trabalho, a impor o deferimento da aposentadoria por invalidez. Desse modo, a tese recursal do INSS,defendendo a possibilidade de reabilitação do autor, não se sustenta.

7 – No que tange à DIB do benefício, considerando os elementos de prova colacionados, entendo que deva ter como termoinicial a data da cessação do auxílio doença (31/03/2008), uma vez que já se podia aferir o real estado de incapacidade doautor.

8 – Recurso do autor e do réu conhecidos, porém, no mérito, provido somente o do autor, para reformar a sentença de pisono que tange a inclusão na condenação das parcelas em atraso. Sem condenação em custas e honorários.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSOS e, no mérito, DAR PROVIMENTO SOMENTE AORECURSO DO AUTOR, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

24 - 0007989-61.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.007989-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x AILTON DUTRA DEVASCONCELOS (ADVOGADO: ES013172 - RAMON FERREIRA COUTINHO PETRONETTO.).RECURSO Nº 0007989-61.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.007989-9/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: AILTON DUTRA DE VASCONCELOSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

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VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELAINCAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - RECURSO DO INSS CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 102/104, que julgou procedente o pedidocondenando o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria por invalidez.Sustenta a autarquia que a doença identificada no autor possui controle através de medicação e acompanhamento médico.Aduz que o segurado faz jus à percepção de auxílio-doença e deve se submeter ao programa de reabilitação profissional.Alega que os requisitos necessários à concessão de aposentadoria por invalidez não foram preenchidos, já que o autorpossui 55 anos e é perfeitamente possível a sua reinserção no mercado de trabalho, por meio do desempenho deatividades compatíveis com as limitações físicas atuais do recorrido. Argumenta que a primeira perícia realizada sequerconcluiu pela incapacidade laboral do segurado e que a segunda perícia concluiu que existe apenas uma limitação laboral,qual seja, impossibilidade de exposição ao sol. Argumenta que o recorrido poderia exercer funções como de porteiro ouvigia. Alega que o fato de o autor contar com 55 anos de idade não impede a sua reabilitação e, considerando a expectativade vida dos brasileiros, afirma que uma pessoa de 55 anos encontra-se no auge da sua vida produtiva. Pugna pela reformada sentença na parte em que determina a concessão da aposentadoria por invalidez.

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação objetivando a concessão de auxílio-doença desde a data do requerimento administrativo, em 6/12/2010,com sua conversão em aposentadoria por invalidez.O autor submeteu-se a duas perícias médicas.O perito clínico geral diagnosticou urticária crônica (fl. 69). Afirmou que o autor possui aptidão para exercer a atividadehabitual de lavrador (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).Em laudo complementar (fl. 78), o perito respondeu que a pessoa portadora de urticária poderá trabalhar exposta ao soldependendo da causa da urticária e pode submeter-se a trabalhos pesados ((quesitos “a/b”). Afirmou que a doença não écontagiosa e que o autor pode realizar trabalho perto de outros trabalhadores e a doença não causa redução do rendimentoalcançado pelo autor (quesitos “c/d”).A perita dermatologista diagnosticou urticária solar e deficiência visual no olho esquerdo por trauma ocular prévio (fl. 92).Avaliou que ao exame físico o autor apresentou urticárias extremamente pruriginosas, de duração efêmera, desencadeadaspor exposição solar (quesito 2). Afirmou que o autor não possui aptidão para exercer a atividade habitual de lavrador porquea exposição ao sol desencadeia surgimento de lesões extremamente pruriginosas (quesitos 8/9). Concluiu que háincapacidade definitiva para o trabalho (quesito 14). Ressaltou que o autor pode exercer atividades sem exposição solar(quesito 17).Admito que o autor preserve aptidão física para executar tarefas sem exposição solar. Entretanto, a atividade rural não éconstituída com tais possibilidades. Não é possível para o lavrador escolher executar tarefas sem que se exponha à luzsolar. O trabalho na roça sempre exige a exposição ao tempo: sol, chuva. São poucas as tarefas ou nenhuma que podemser realizadas sem exposição climática. O trabalhador rural que não pode trabalhar com exposição ao sol tem a suaprodutividade afetada de forma contundente, de forma a presumivelmente comprometer a garantia do próprio sustento.O autor é radicado no meio rural. Ainda que, sob o ponto de vista clínico e físico, o autor possa exercer outra atividade, areabilitação profissional deve se limitar às atividades disponíveis no local em que o segurado vive.Ademais, o autor, nascido em 1957 (fl. 36), tem 55 anos de idade. E, em se tratando de pessoa radicada no meio rural, édifícil imaginar a disponibilidade de atividade compatível com as restrições físicas diagnosticadas e que possa garantir osustento do segurado. O autor poderia ser reabilitado para atividade urbana, mas ele não pode ser obrigado a migrar da suaregião para buscar emprego, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.Considero que o autor está definitivamente incapacitado para sua atividade habitual e insuscetível de reabilitaçãoprofissional. Tem, portanto, direito à aposentadoria por invalidez.A perita examinou o autor em 18/7/2012 (fl. 89) e afirmou que a incapacidade para o trabalho surgiu há três anos (quesito12). Assim, na data do requerimento administrativo, em 6/12/2010, o autor estava incapacitado para o trabalho.O autor tem direito a concessão do auxílio-doença NB 543.869.596-9 desde a data do requerimento administrativo, em6/12/2010, com sua conversão em aposentadoria por invalidez desde o exame pericial.Cabe antecipar os efeitos da tutela. O risco de dano de difícil reparação é imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias. O sustento da parte autora depende do imediato pagamento das prestações vincendas.DispositivoJulgo procedente o pedido para condenar o réu a conceder o benefício de auxílio-doença NB 543.869.596-9 desde6/12/2010 e a convertê-lo em aposentadoria por invalidez com DIB em 18/7/2012. Aplicam-se juros de mora a partir dacitação. Para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).Antecipo os efeitos da tutela para determinar ao INSS que conceda imediatamente o benefício de auxílio-doença,observando os seguintes parâmetros:1) Nome do segurado: Ailton Dutra de Vasconcelos;2) Benefício concedido: auxílio-doença;3) Número do benefício: 543.869.596-9”;4) Renda mensal inicial – RMI: “a calcular pelo INSS”;5) Renda mensal atual: “a calcular pelo INSS”;6) Data do início do benefício - DIB: 6/12/2010;

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7) Data do início do pagamento – DIP: data da sentença.A diferença de provento resultante da conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, retroativas a 18/7/2012,deverá ser paga após o trânsito em julgado.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).O valor dos honorários periciais antecipados à conta de verba orçamentária deverá ser incluído na ordem de pagamento aser feita em favor do tribunal (art. 12, § 1º, da Lei nº 10.259/2001).Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão o INSS.O laudo médico anexado aos autos atesta que a urticária crônica apresentada pelo segurado está relacionada à exposiçãoao sol, que não há tratamento curativo e que é incompatível com qualquer atividade que o exponha ao sol, profissional oupor lazer (fl. 61).Foram realizadas duas perícias judiciais.A primeira perícia afirma, com base no laudo médico de fl. 61, que o autor é portador de urticária crônica (fl. 69). Informaque o médico deve atuar como detetive para descobrir a causa da urticária, discorre sobre as principais causas da doença,mas não atesta a causa da urticária no caso concreto, apenas faz referência ao relato do segurado no sentido de que aurticária piora com o sol (fl. 70). Ainda assim, atesta que não foi verificada a incapacidade para o trabalho e que não hárisco de agravamento da doença que não estaria diretamente relacionada à atividade do segurado. Instado a responder osquesitos complementares, o perito afirma que a urticária possui diversas causas e, sendo assim, a questão acerca daexposição do portador da doença ao sol depende da causa da urticária. Mais uma vez não afirma a causa da doença, nocaso concreto.Diante disso, foi determinada a realização de nova perícia. A perita, dermatologista, foi categórica ao afirmar que o autor éportador de urticária solar, além de possuir uma deficiência visual no olho esquerdo. Afirmou, ainda, que o autor não possuicondições de exercer sua atividade habitual, uma vez que necessita trabalhar exposto ao sol, fato que desencadeia osurgimento das lesões.Sendo assim, a primeira perícia realizada não deve servir de base para fundamentar a presente ação. Este é um ponto.O outro ponto está relacionado às condições pessoais e sociais do recorrido que possui 56 anos de idade (fl. 38) e exercia aatividade de lavrador (fls. 9/54). A sua reabilitação para funções urbanas se mostra inviável, na medida em que não setrataria de uma simples reabilitação profissional, mas de uma mudança no modo de vida do trabalhador. De fato, umapessoa com 56 anos pode se encontrar no auge de sua produtividade, desde que esteja saudável e inserido no meio detrabalho que domina. Não é razoável tentar reabilitar no meio urbano uma pessoa que possui limitação em razão de umadoença que se agrava com a exposição ao sol, que possui 56 anos e que trabalha no meio rural.Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do INSS e a ele nego provimento.É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO INSS E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

25 - 0000230-08.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000230-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARNOUD DA CONCEIÇÃO(ADVOGADO: ES013596 - ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA, ES013595 - CLEYLTON MENDES PASSOS, ES012709 -LEANDRO FREITAS DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.) x OS MESMOS.RECURSO Nº 0000230-08.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000230-8/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS E ARNOUD DA CONCEIÇÃORECORRIDO: OS MESMOSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. VERIFICAÇÃO DE INCAPACIDADE LABORAL. INÍCIO DEPROVA MATERIAL. NÃO É NECESSÁRIA A COMPROVAÇÃO, POR DOCUMENTOS, DE TODO O PERÍODO DECARÊNCIA. TERMO INICIAL FIXADO NA DATA DA REALIZAÇÃO DO EXAME PERICIAL.

I – As partes autora e ré interpuseram recurso da sentença que julgou parcialmente procedente o pedido do autor,condenando a parte ré a conceder-lhe o benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, desde a data da20/09/2010 (data do laudo pericial).

II – Alega o INSS que não há início de prova material contemporâneo ao período anterior ao requerimento administrativo

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que indicasse que autor fosse pescador artesanal. Por sua vez, a parte autora não concorda com a fixação da DIB na datada realização do exame pericial, pugnando pela reforma da sentença nesse ponto, a fim de que a data de início dobenefício seja fixada na ocasião do requerimento administrativo (06/06/2007). A incapacidade do autor, atestada em perícia,é fato incontroverso em sede recursal.

III – É cediço que, para a Jurisprudência Pátria, não é necessária a comprovação, por documentos, de todo o período decarência, desde que a prova testemunhal amplie sua eficácia probatória ao tempo exigido por Lei (TNU - PEDILEF200570510064036/PR). As provas documentais colacionados aos autos (fls. 16/23) são suficientes para que sejamconsideradas como início de prova material (Certidão de casamento, Carteira de pescador, contribuições para colônia depescadores), que, em harmonia com a prova testemunhal produzida, comprava a condição do autor de segurado especialna data do requerimento administrativo.

IV - No que tange à DIB do benefício, considerando os elementos de prova colacionados, bem como a perícia realizada (fls.120/126), entendo deva ter como termo inicial a data da realização do exame pericial (20/09/2010), uma vez que somente apartir daí se pode aferir com maior precisão o real estado de incapacidade do autor. Ademais, a prova testemunhalcolacionada aos autos indica que em 2009, o autor ainda exercia sua atividade profissional, sendo que apenas em 2010 asua incapacidade laboral é inconteste.

VI – Recurso do réu e do autor conhecidos e desprovidos. Sem condenações em custas ou honorários, diante dasucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOSe, no mérito, e NEGAR PROVIMENTO aos recursos do autor e do réu, na forma da ementa constante dos autos, que passaa integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

26 - 0000095-59.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000095-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ILSON JOSE ZOCATELLI(ADVOGADO: ES011324 - ALINE TERCI BAPTISTI BEZZI, ES008304 - WANESSA MARIA BARROS GURGEL.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).RECURSO Nº 0000095-59.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000095-8/01)RECORRENTE: ILSON JOSE ZOCATELLIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – CONVERSÃO TEMPO ESPECIAL/COMUM– PPP – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 66/68, integrada pela decisão de fl. 78 quejulgou procedente o pedido, condenando o INSS a conceder ao autor aposentadoria por tempo de contribuição,considerando-se como especiais os períodos de 01/07/1987 a 01/08/1995 e 01/02/1996 a 29/10/2009.

Sustenta o recorrente que a sentença merece reforma por ter computado meses sobre os quais não há prova de que tenhahavido recolhimento de contribuição, quais sejam, 01/77 a 02/77, 05/77 a 12/77, 01/78 a 04/78 e 04/80. Quanto ao períodocompreendido entre 28/04/1995 e 29/10/2009, argumenta que não foi anexado laudo técnico, nem há menção ao referidodocumento no formulário PPP constante dos autos.

Contrarrazões às fls. 86/88.

A sentença recorrida condenou o INSS a conceder ao autor aposentadoria por tempo de contribuição, considerando 36anos 4 meses e 21 dias de tempo de serviço, após a conversão dos períodos especiais de 1/7/1987 a 1/8/95 e 1/2/96 a29/10/09 em tempo de serviço comum.Para fins de cálculo do tempo de contribuição utilizou-se o resumo anexado aos autos pela própria autarquia às fls. 51/52.Sendo assim, não merece respaldo a impugnação do INSS em relação ao cômputo dos meses 01/77 a 02/77, 05/77 a12/77, 01/78 a 04/78 e 04/80, eis que englobados pelos vínculos de 1/8/1976 a 28/2/1980 e 1/4/1980 a 9/6/1980reconhecidos pelo órgão (fl. 51).Quanto aos períodos compreendidos entre 28/04/1995 e 29/10/2009, considerados especiais, impugnados pelo INSS, sob o

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fundamento de ausência de laudo técnico, cabe ressaltar que atualmente a comprovação de exposição a agentes nocivos éfeita por meio do formulário Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa ou seu preposto, combase em laudo técnico de condições ambientais de trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurançado trabalho.Ressalta-se, ainda, que a Instrução Normativa nº 20/07 do INSS alterada pela Instrução Normativa nº 27/INSS/PRES/08,dispõe em seu artigo 161 o seguinte:“Art. 161. Para a instrução do requerimento da aposentadoria especial, deverão ser apresentados os seguintesdocumentos:I - para os períodos laborados até 28 de abril de 1995, será exigido do segurado o formulário de reconhecimento deperíodos laborados em condições especiais e a CP ou a CTPS, bem como LTCAT, obrigatoriamente para o agente físicoruído;II - para os períodos laborados entre 29 de abril de 1995 a 13 de outubro de 1996, será exigido do segurado formulário dereconhecimento de períodos laborados em condições especiais, bem como LTCAT ou demais demonstrações ambientais,obrigatoriamente para agente físico ruído;III - para períodos laborados entre 14 de outubro de 1996 a 31 de dezembro de 2003, será exigido do segurado formuláriode reconhecimento de períodos laborados em condições especiais, bem como LTCAT ou demais demonstraçõesambientais, qualquer que seja o agente nocivo;IV - para períodos laborados, a partir de 1º de janeiro de 2004, o único documento exigido do segurado será o PerfilProfissiográfico Previdenciário - PPP.§ 1º - Quando for apresentado o documento de que trata o § 14 do art. 178 desta Instrução Normativa (PerfilProfissiográfico Previdenciário), contemplando também os períodos laborados até 31 de dezembro de 2003, serãodispensados os demais documentos referidos neste artigo”. De acordo com o inciso IV do artigo 161, a partir de 1º/1/2004 o único documento exigível do seguradopara a comprovação de tempo especial é o PPP. E, nos termos do seu § 1º, quando for apresentado PPP que contempletambém os períodos laborados anteriormente a 31/12/03 serão dispensados os demais documentos referidos no artigo. No caso, foi apresentado formulário perfil profissiográfico previdenciário – PPP às fls. 36/41, assinado pelorepresentante legal da empresa e, fundado em laudo técnico de condições ambientais de trabalho expedido por médico dotrabalho, relativamente aos períodos de 01/07/1987 a 01/8/1995 e 01/02/1996 a 29/10/09, em que o autor trabalhou comomotorista da empresa Transportadora Calezani Ltda.Sem razão, portanto, o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Posto isso, conheço do recurso do INSS e a ele nego provimento.Custas ex lege. Condeno o INSS em honorários advocatícios de 10% (dez por cento) do valor da condenação.É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

27 - 0000295-95.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.000295-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CLEUZA LAUDARESOTÁROLA (ADVOGADO: ES020602 - MARCUS VINICIUS DUARTE, ES016172 - HÉLIO JOSÉ BIANCARDI OLIVEIRA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.RECURSO Nº 0000295-95.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.000295-2/01)RECORRENTE: CLEUZA LAUDARES OTÁROLARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

EMENTA

PREVIDENCIARIO. AUXÍLIO-DOENÇA COM POSTERIOR CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.RURAL. NÃO COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE SEGURADA ESPECIAL DA AUTORA.1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o seu pedido de concessão de auxílio-doença eaposentadoria por invalidez. A recorrente sustenta que (i) o INSS apenas “teceu comentários sobre os seus recolhimentos”sem questionar a sua qualidade de segurada, que (ii) o CNIS deixou de registrar, por má-fé da autarquia, o períodotrabalhado em grande empresa de Belo Horizonte (Manesmam), o que somaria mais de 180 contribuições, que (iii) aindapossui propriedade rural, e o fato de seu marido estar aposentado não descaracteriza a qualidade de segurada especial daautora e que (iv) o fato de residir em cidade distante deveu-se à necessidade de tratamento de sua doença. Semcontrarrazões.2. Embora não se possa precisar o tempo em que a autora esteve no meio rural, infere-se dos depoimentos e documentos

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juntados aos autos que (i) adquiriu propriedade rural em 29/11/1983 (fls. 21/25) e que (ii) de acordo com a perícia judicial,desde 2004 encontra-se totalmente incapacitada para o trabalho (fls. 77/82). Por ocasião do requerimento administrativo,em 16/10/2010, há muito já se encontrava afastada das atividades campesinas, bem como de qualquer outro trabalho.3. A condição de segurado especial da autora foi descaracterizada porque a subsistência da família é garantida pelaremuneração proveniente de outras atividades e não pelo trabalho rural desenvolvido em regime de economia familiar: oseu marido sempre trabalhou em atividade urbana, com rendimentos de aposentadoria atuais superiores a R$ 2.000,00,auferindo pelo menos desde 1999 rendimentos advindos do plantio do eucalipto (fls. 27/35).4. De acordo com o CNIS, há recolhimentos da autora como contribuinte individual nos períodos de 07/1998 a 09/1998 e07/1999. Na data da incapacidade (2004), não mais ostentava a qualidade de segurada. Quando voltou a contribuir, de09/2010 a 10/2010, já se encontrava definitivamente incapacitada para o trabalho, sendo indevido benefício porincapacidade preexistente.5. Quanto ao tempo trabalhado na empresa Manesmam, incumbiria à autora demonstrá-lo mediante juntada de cópias dasua CTPS ou outros documentos idôneos, não havendo que se falar em má-fé por parte da autarquia pelo simples motivode inexistirem tais anotações no CNIS, pois pode acontecer de dados constantes da CTPS não serem migrados para oCNIS, especialmente se os vínculos forem anteriores a 1980. Em razão disso inclusive, a TNU editou a Súmula 75, na qualreconhece a veracidade dos dados constantes da CTPS, ainda que não registrados no CNIS. De todo modo, a discussão aesse respeito não possui relação com o objeto dessa demanda, devendo ser veiculada, se assim entender, em açãoprópria.6. Recurso da autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas, nem em honorários, em razão da gratuidade dejustiça.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa que passa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

28 - 0005459-50.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.005459-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARGARIDA DE LOURDESCARDOSO VIANA (ADVOGADO: ES017441 - GIOVANNA PLESSIS CICATELLI SILVA, ES002814 - JOAQUIM FERREIRASILVA FILHO, ES018236 - LORISSE MARCELLE CICATELLI SILVA, ES006243 - ANGELO RICARDO LATORRACA,ES010131 - RENATA SCHIMIDT GASPARINI, ES005402 - ISABELLE LYSIANE CICATELLI SILVA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).RECURSO Nº 0005459-50.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.005459-7/01)RECORRENTE: MARGARIDA DE LOURDES CARDOSO VIANARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO –DANO MORAL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 64/65, integrada pela decisão de fls.71/72 que julgou parcialmente procedente o pedido para condenar o INSS a restabelecer o beneficio de auxilio doença NBnº 545.798.174-2 desde a sua cessação e julgou improcedente o pedido de condenação do INSS em indenização por danosmorais.

Sustenta a recorrente que exercia a função de auxiliar de serviços gerais; que cumpriu a carência exigida; que seu grau deinstrução é baixo; que mora com o marido que é lavrador e que ficou constatado pelo perito do Juízo que a suaincapacidade é definitiva, sendo assim, diante da impossibilidade de reabilitação para o mercado de trabalho, preenche osrequisitos necessários à conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Invoca os artigos 42 a 47 da Lei8.213/91. Quanto aos danos morais, alega que não teve assistência do INSS e que a suspensão do auxílio-doença lhetrouxe sérios prejuízos. Pugna pela reforma parcial da sentença para que seja julgado o procedente o pedido no que tangeà conversão do pedido do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Prequestiona os artigos 1º e 3ª da ConstituiçãoFederal.

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação objetivando o restabelecimento do auxílio-doença NB 545.798.174-2 desde a cessação com suaconversão em aposentadoria por invalidez.

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A autora recebeu único benefício auxílio-doença no período de 6/4/2011 a 3/4/2012 (fl. 47). Por força de tutela antecipatória,o benefício foi restabelecido (fl. 49). Não concordou com a proposta de acordo formulada pelo INSS (fl. 57).O perito nomeado pelo juízo, especialista em oncologia, diagnosticou neoplasia de mama direita submetida aquadrantectomia (fl. 44). Afirmou que a autora não possui aptidão para exercer a atividade habitual de auxiliar de serviçosgerais (quesitos 8/9). Atestou que a autora não pode submeter o membro superior direito a traumas e esforços repetitivos,sob pena de desenvolver linfoedema nesse membro (quesito 11). Concluiu que há incapacidade definitiva para o trabalho(quesito 14). Ressaltou que a autora pode ser reabilitada para atividades que não exponham a movimentos repetitivos omembro superior direito (quesito 17).A autora tem direito ao auxílio-doença. Deve receber o benefício até ser reabilitado para o exercício de outra atividadecompatível com sua limitação funcional, consoante dispõe o art. 62 da Lei nº 8.213/91. A autora tem apenas 47 anos efisicamente pode ser reabilitada para outra atividade que lhe garanta o sustento.O perito examinou a autora em 27/11/2012 (fl. 41) e afirmou que o início da incapacidade para o trabalho ocorreu em5/5/2011 (quesito 12). Assim, na data da cessação do benefício a autora ainda estava incapacitada para o trabalho.A autora tem direito ao restabelecimento do auxílio-doença NB 545.798.174-2 desde a cessação, em 3/4/2012.DispositivoJulgo parcialmente procedente o pedido para condenar o INSS a restabelecer o auxílio-doença NB 545.798.174-2 desde acessação, em 3/4/2012. Aplicam-se juros de mora a partir da citação. Para efeito de correção monetária e de juros de mora,aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº11.960/2009).Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).O valor dos honorários periciais antecipados à conta de verba orçamentária deverá ser incluído na ordem de pagamento aser feita em favor do tribunal (art. 12, § 1º, da Lei nº 10.259/2001).Publique-se. Registre-se. Intimem-se.(...)A sentença recorrida não analisou o pedido formulado pela autora de indenização por dano moral.Passo a suprir a omissão.Considera-se dano moral qualquer dor, sofrimento ou angústia que, fugindo à normalidade do dia-a-dia do homem médio,interfira intensamente no seu equilíbrio psíquico. A recusa do INSS em conceder o benefício previdenciário baseou-se emanálise técnica realizada pelo setor de perícias da autarquia. Mas o INSS obedeceu ao devido processo legal no âmbitoadministrativo. Só foi possível afirmar que o INSS agiu de forma equivocada, após a manifestação do perito técniconomeado pelo juízo, o qual chegou a conclusão diversa daquela apresentada pelo médico do INSS. Deste modo, nadahouve na conduta da autarquiaprevidenciária que possa ser considerado motivo apto a ensejar reparação por dano moral.No mesmo sentido, a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, reunida no dia 25 de abril de2012 em Brasília, nos autos do Processo 2008.51.51.031641-1, deu provimento ao pedido de uniformização apresentadopela autarquia após condenação pela Turma Recursal do Rio de Janeiro para concluir que o mero indeferimentoadministrativo de benefício previdenciário não é, por si só, justificativa para condenar o INSS a dano moral, devendo seranalisadas as especificidades do caso concreto, em especial a conduta do ente público. Sigo esse entendimento.Na análise do relator do caso na TNU, juiz federal Antonio Schenkel, cabendo mais de uma interpretação a umadeterminada lei e não estando a matéria pacificada pelos tribunais, não há impedimento a que ocorram divergências entre ainterpretação administrativa e a judicial. “Nesse caso, ao analisar o requerimento de pensão, o INSS não abusou do seudireito de aplicar a legislação previdenciária, sendo razoável a interpretação dada à Lei 8213/91 quanto ao término daqualidade de segurado do instituidor da pensão.Logo, sendo legítimo o indeferimento do benefício, não há abuso de direito por parte doINSS, nem dever de indenizar”,concluiu o magistrado.Posto isso, conheço dos embargos de declaração e lhes dou provimento para que a sentença seja integrada com apresente fundamentação e a parte dispositiva passe a contar com a seguinte redação:

“Julgo improcedente o pedido de condenação do INSS em indenização por dano moral. Julgo parcialmente procedente opedido para condenar o INSS a restabelecer o auxílio-doença NB 545.798.174-2 desde a cessação, em 3/4/2012.Aplicam-se juros de mora a partir da citação. Para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índicesoficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009). Sem honoráriosadvocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01). O valor dos honorários periciaisantecipados à conta de verba orçamentária deverá ser incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do tribunal (art.12, § 1º, da Lei nº 10.259/2001). Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.

A perícia judicial constatou incapacidade total e definitiva da segurada para o exercício da função de auxiliar de serviçosgerais. No entanto, ressaltou que há possibilidade de a segurada vir a exercer atividades que não exijam movimentosrepetitivos do membro superior direito. Além disso, a autora, não obstante o fato de ter baixo grau de instrução equalificação profissional restrita, não possui idade avançada (48 anos). Os elementos dos autos não descartam, portanto, apossibilidade de reabilitação profissional, sendo assim, por ora, inviável a concessão do benefício previsto no art. 42 da Lei8.213/1991.

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De qualquer sorte, os dispositivos invocados pela recorrente são admitidos como prequestionados.

Em relação aos danos morais, em que pese não ter a recorrente pugnado pela reforma da sentença neste aspecto, caberessaltar que nada foi narrado concretamente que impusesse a condenação por danos morais.

Por fim, quanto ao pedido de execução provisória (fl. 98), ressalta-se que o pleito afigura-se incabível no âmbito dosjuizados especiais federais (Enunciado nº 35 do FONAJEF).

No entanto, considerando que o INSS não recorreu da condenação ao restabelecimento do auxílio-doença NB545.798.174-2 desde a cessação e por inexistir reexame necessário em sede de juizado especial federal (art. 13 da Lei10.259/01), a sentença, neste ponto transitou em julgado. Sendo assim, a hipótese é de execução definitiva e, como tal,deverá ocorrer no próprio juizado. É o que se extrai dos artigos 16 e 17 da Lei nº 10.259/01 c/c o artigo 52 da Lei 9099/95.

4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 39).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

29 - 0005298-45.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005298-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VALDEMAR TEIXEIRA(ADVOGADO: ES012916 - MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).RECURSO Nº 0005298-45.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: VALDEMAR TEIXEIRARECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – I NSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, INCISO II, E § 5º, DA LEI 8.213/1991. PARCELASDEVIDAS DE 03/09/2001 A 29/07/2004. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.1. A pretensão sobre prestações vencidas, restituições ou diferenças devidas pelo INSS sujeita-se ao prazo prescricional decinco anos, salvo quanto a menores, incapazes e ausentes (art. 103, parágrafo único, da Lei 8.213/1991).2. A parte autora pretende, neste processo, a condenação do INSS a revisar o salário-de-benefício do auxílio-doença (NB121.833.911-7) em observância ao disposto no art. 29, II, e § 5º, da Lei 8.213/1991.3. A autora recebeu benefícios de auxílio-doença de 03/09/2001 a 29/07/2004.4. A edição do Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 15/04/2010 importou interrupção do curso do prazo prescricional(sem renúncia à prescrição já consumada), nos termos do art. 202, VI do Código Civil, pois a Administração Públicareconheceu publicamente a ilegalidade do cálculo adotado. Ajuizada a ação dentro do prazo de dois anos e meio (isto é,até 15/10/2012), estará prescrita a pretensão de haver as parcelas anteriores ao qüinqüênio que antecedeu a edição doMemorando, ou seja, anteriores a 15/04/2005.5. Ante do exposto CONHEÇO DO RECURSO DA AUTORA E NEGO PROVIMENTO. Sem condenação em custas, nemem honorários, em razão da gratuidade de justiça.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DA AUTORA E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar

o presente julgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os JuízesFederais GUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

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30 - 0005283-08.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005283-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARGARIDA MENDESCAMPOS (ADVOGADO: ES010117 - JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS.RECURSO Nº 0005283-08.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: MARGARIDA MENDES CAMPOSRECORRIDO(A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTAPREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991. CRONOGRAMA DECUMPRIMENTO DA SENTENÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183. INTERESSE DE AGIR.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.A parte autora recorreu da sentença que extinguiu o processo, sem resolução do mérito, com fundamento em inexistênciade interesse de agir, uma vez que, por ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar arevisão dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.1. O Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, e o Memorando-Circular 28/INSS/DIRBEN, de17/09/2010, apontavam em direção à pronta satisfação da pretensão dos segurados e pensionistas referente ao art. 29, II,da Lei 8.213/1991 na via administrativa, de modo que lhes faltava interesse processual para agir em juízo. A diretriz contidanos dois Memorandos foi superada pela homologação judicial de acordo na Ação Civil Pública 2320-59.2012.403.6183,instituindo escalonamento de até dez anos para a revisão dos benefícios e pagamento dos atrasados. Conseqüentemente,se alguém pleitear a revisão referente ao art. 29, II, da Lei 8.213/1991 na via administrativa, o INSS necessariamenteresponderá que o pleito será atendido conforme o cronograma homologado: a depender da idade do requerente, domontante a receber, e da (in)existência de urgência, o pagamento poderá ocorrer apenas em 2022.2. Em regra, a sentença proferida em Ação Civil Pública, seja de procedência, seja de improcedência, faz coisa julgada ergaomnes, exceto se a improcedência decorrer de falta de provas (art. 16 da Lei 7.347/1985). Entretanto, em se tratando dedireitos individuais homogêneos, a sentença em ação coletiva (mesmo em matéria não relativa a Direito do Consumidor)apenas fará coisa julgada erga omnes no caso de procedência do pedido (art. 103, III, da Lei 8.078/1990 c/c art. 21 da Lei7.347/1985), excluída, portanto, a sentença homologatória da transação. Por mais razoável que seja o cronograma depagamento estabelecido em acordo firmado entre o MPF e o INSS, aqueles que se sentirem prejudicados não estão a elevinculados.3. Absolutamente dispensável o prévio requerimento administrativo, uma vez que o INSS indeferirá o pleito de revisão epagamento imediatos. Evidente o interesse de agir em juízo, para obter a revisão do benefício e o imediato pagamento dasdiferenças sem sujeição ao cronograma estabelecido em Ação Civil Pública.4. Ante o exposto CONHEÇO DO RECURSO DA AUTORA E DOU PROVIMENTO, PARA ANULAR A SENTENÇA queextinguiu o processo sem exame do mérito. Como o processo não está maduro para julgamento, na forma do art. 515, §3º, do CPC, os autos devem ser restituídos ao Juízo a quo, para instrução e prolação de nova sentença.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DA AUTORA E NO MÉRITO DAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar opresente julgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, 10 de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

31 - 0100400-46.2013.4.02.5053/01 (2013.50.53.100400-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HEMILLY DOS SANTOSMONTEIRO - ASSISTIDA POR EDNEIA RIBEIRO DOS SANTOS MONTEIRO (ADVOGADO: ES017197 - ANDERSONMACOHIN.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUESCARVALHO.).RECURSO Nº 0100400-46.2013.4.02.5053/01RECORRENTE: HEMILLY DOS SANTOS MONTEIRO assistida por Edneia Ribeiro dos Santos MonteiroRECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTAPREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991. CRONOGRAMA DECUMPRIMENTO DA SENTENÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183. INTERESSE DE AGIR.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.A parte autora recorreu da sentença que extinguiu o processo, sem resolução do mérito, com fundamento em inexistênciade interesse de agir, uma vez que, conforme Memorando- Circular Conjunto nº21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010,juntado ao processo nº 2010.50.53.000568-3 em 06/08/2010, o INSS irá proceder à revisão dos benefícios de formaadministrativa, mediante simples requerimento administrativo.1. O Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, e o Memorando-Circular 28/INSS/DIRBEN, de17/09/2010, apontavam em direção à pronta satisfação da pretensão dos segurados e pensionistas referente ao art. 29, II,

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da Lei 8.213/1991 na via administrativa, de modo que lhes faltava interesse processual para agir em juízo. A diretriz contidanos dois Memorandos foi superada pela homologação judicial de acordo na Ação Civil Pública 2320-59.2012.403.6183,instituindo escalonamento de até dez anos para a revisão dos benefícios e pagamento dos atrasados. Conseqüentemente,se alguém pleitear a revisão referente ao art. 29, II, da Lei 8.213/1991 na via administrativa, o INSS necessariamenteresponderá que o pleito será atendido conforme o cronograma homologado: a depender da idade do requerente, domontante a receber, e da (in)existência de urgência, o pagamento poderá ocorrer apenas em 2022.2. Em regra, a sentença proferida em Ação Civil Pública, seja de procedência, seja de improcedência, faz coisa julgada ergaomnes, exceto se a improcedência decorrer de falta de provas (art. 16 da Lei 7.347/1985). Entretanto, em se tratando dedireitos individuais homogêneos, a sentença em ação coletiva (mesmo em matéria não relativa a Direito do Consumidor)apenas fará coisa julgada erga omnes no caso de procedência do pedido (art. 103, III, da Lei 8.078/1990 c/c art. 21 da Lei7.347/1985), excluída, portanto, a sentença homologatória da transação. Por mais razoável que seja o cronograma depagamento estabelecido em acordo firmado entre o MPF e o INSS, aqueles que se sentirem prejudicados não estão a elevinculados.3. Absolutamente dispensável o prévio requerimento administrativo, uma vez que o INSS indeferirá o pleito de revisão epagamento imediatos. Evidente o interesse de agir em juízo, para obter a revisão do benefício e o imediato pagamento dasdiferenças sem sujeição ao cronograma estabelecido em Ação Civil Pública.4. Ante o exposto CONHEÇO DO RECURSO DA AUTORA E DOU PROVIMENTO, PARA ANULAR A SENTENÇA queextinguiu o processo sem exame do mérito. Como o processo não está maduro para julgamento, na forma do art. 515, §3º, do CPC, os autos devem ser restituídos ao Juízo a quo, para instrução e prolação de nova sentença.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DA AUTORA E NO MÉRITO DAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar opresente julgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

32 - 0007149-51.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.007149-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SAULO VANZELLER(ADVOGADO: ES015691 - RODRIGO LOPES BRANDÃO, ES012203 - BRUNO DE CASTRO QUEIROZ.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).RECURSO Nº 0007149-51.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: SAULO VANZELLERRECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991. SENTENÇA DAAÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183. INTERESSE DE AGIR. ART. 515, § 3º, DO CPC. ENUNCIADO 47 DASTURMAS RECURSAIS DO ESPÍRITO SANTO. PEDIDO PROCEDENTE.

A parte autora recorreu de sentença que extinguiu o processo, sem resolução do mérito, com fundamento em inexistênciade interesse de agir, uma vez que, por acordo firmado em ação civil pública, o INSS comprometeu-se à revisãoadministrativa dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.

I – CRONOGRAMA DE PAGAMENTO ESTABELECIDO NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183:EXISTÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.1. O Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, e o Memorando-Circular 28/INSS/DIRBEN, de17/09/2010, apontavam em direção à pronta satisfação da pretensão dos segurados e pensionistas referente ao art. 29, II,da Lei 8.213/1991 na via administrativa, de modo que lhes faltava interesse processual para agir em juízo. A diretriz contidanos dois Memorandos foi superada pela homologação judicial de acordo na Ação Civil Pública 2320-59.2012.403.6183,instituindo escalonamento de até dez anos para a revisão dos benefícios e pagamento dos atrasados. Conseqüentemente,se alguém pleitear a revisão referente ao art. 29, II, da Lei 8.213/1991 na via administrativa, o INSS necessariamenteresponderá que o pleito será atendido conforme o cronograma homologado: a depender da idade do requerente, domontante a receber, e da (in)existência de urgência, o pagamento poderá ocorrer apenas em 2022.2. Em regra, a sentença proferida em Ação Civil Pública, seja de procedência, seja de improcedência, faz coisa julgada ergaomnes, exceto se a improcedência decorrer de falta de provas (art. 16 da Lei 7.347/1985). Entretanto, em se tratando dedireitos individuais homogêneos, a sentença em ação coletiva (mesmo em matéria não relativa a Direito do Consumidor)apenas fará coisa julgada erga omnes no caso de procedência do pedido (art. 103, III, da Lei 8.078/1990 c/c art. 21 da Lei7.347/1985), excluída, portanto, a transação. Por mais razoável que seja o cronograma de pagamento estabelecido emacordo firmado entre o MPF e o INSS, aqueles que se sentirem prejudicados não estão a ele vinculados.3. Absolutamente dispensável o prévio requerimento administrativo, uma vez que o INSS indeferirá o pleito de revisão epagamento imediatos. Evidente o interesse de agir em juízo, para obter a revisão do benefício e o imediato pagamento dasdiferenças sem sujeição ao cronograma estabelecido em Ação Civil Pública.

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II – ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991: PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.1. O INSS foi citado e apresentou contestação: o feito está maduro para que a Turma Recursal o julgue.2. O autor apontou a não observância pelo INSS da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/1991 (que determina o aproveitamentode 80% dos maiores salários-de-contribuição, com a desconsideração dos 20% menores) no cálculo da RMI de seubenefício.3. O art. 3º da Lei 9.876/1999 (“Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data de publicação destaLei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social, nocálculo do salário de benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de1994, observado o disposto nos incisos I e II do § 6º, do art. 29, da Lei nº 8.213/91, com a redação dada por esta Lei.”) éregra de transição para os segurados já filiados ao RGPS à época de sua entrada em vigor, a determinar, para a apuraçãodo cálculo do salário de benefício, seja considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho/94, observado odisposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei 8.213/1991. Assim, apurada a mencionada média, deveria incidir umdivisor, correspondente a um percentual (nunca inferior a 60%) sobre o número de meses compreendidos entre julho/94 e adata do requerimento.4. O Enunciado 47 das Turmas Recursais do Espírito Santo consagra orientação no sentido de que, para aposentadoria porinvalidez e para o auxílio doença concedida na vigência da Lei 9.876/1999, o salário de benefício deve ser apurado combase na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% do período contributivo,independentemente da data de filiação do segurado e do número de contribuições mensais no período contributivo, frisandoque é ilegal o art. 32, § 20, do Decreto 3.048/1999, acrescentado pelo Decreto 5.545/2005.5. Logo, são passíveis de revisão todos os benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como asprecedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo, tenham sido considerados 100% dossalários-de-contribuição. Verificado que, no caso concreto, o benefício do autor tem PBC de 100%, sem que tenham sidodesprezados os 20% menores salários, é evidente o prejuízo ao beneficiário, disto decorrendo o interesse de agir.6. A edição do Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 15/04/2010 importou interrupção do curso do prazo prescricional(sem renúncia à prescrição já consumada), nos termos do art. 202, VI do Código Civil, pois a Administração Públicareconheceu publicamente a ilegalidade do cálculo adotado. Ajuizada a ação dentro do prazo de dois anos e meio (isto é,até 15/10/2012), apenas estará prescrita a pretensão de haver as parcelas anteriores ao quinquênio que antecedeu aedição do Memorando, ou seja, anteriores a 15/04/2005.

III – Ante o exposto CONHEÇO DO RECURSO DO AUTOR E DOU PROVIMENTO para, julgar procedente o pedido (art.269, I, do CPC), CONDENAR O INSS a (i) rever o valor das Rendas Mensais Iniciais do benefício em questão, apurandonovos salários-de-benefício calculados com base na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuiçãocorrespondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, e considerando no cálculo da aposentadoria porinvalidez o reflexo da revisão da RMI do auxílio-doença, bem como a (ii) pagar à parte autora, respeitada a prescriçãoqüinqüenal, as respectivas diferenças, com correção monetária desde o momento em que deveriam ter sido pagas, e, acontar da citação, aplicando-se o INPC, com base no art. 41-A, da Lei nº 8.213, a título de atualização, bem como jurosincidentes nas remunerações da caderneta de poupança, sendo de se adotar, em linha de conclusão, o manual de cálculosdo CJF.Uma vez que o INSS precisará recalcular a RMI da parte autora, os cálculos dos valores devidos a título de atrasados sópoderão ser feitos após o cumprimento da obrigação de fazer, razão pela qual a autarquia poderá apurar as diferençasdevidas, optando entre o pagamento administrativo e o pagamento por RPV/precatório.Réu isento de custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/1996). Sem condenação em honorários advocatícios, já que não houveinterposição de recurso pelo INSS (art. 55 da Lei 9.099/1995).

ACÓRDÃOVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO E NO MÉRITO DAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais GUSTAVOARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRAVitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

33 - 0000982-09.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000982-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: EUGENIO CANTARINO NICOLAU.) x MARIA LANA FELIPE (ADVOGADO:ES012399 - GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.).RECURSO Nº 0000982-09.2011.4.02.5053/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): MARIA LANA FELIPEJUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 20, § 3º, DA LEI 8.742/1993.APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 10.741/2003. RECONHECIMENTO PELO STF DA

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INCONSTITUCIONALIDADE, POR PROTEÇÃO INSUFICIENTE DOS NECESSITADOS, DAS REGRAS EM QUESTÃO(RE 567.985 e RE 580.963).1. O INSS recorreu da sentença que o condenou a conceder benefício assistencial de prestação contínua. O recurso, emsíntese, reafirma, no contexto dos arts. 195, § 5º, e 203, V, da CRFB/1988, a plena constitucionalidade do critério objetivo erígido de aferição da miserabilidade do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993, bem como a conseqüente impossibilidade deinterpretação extensiva do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003 – sem discutir, em atenção ao princípio daeventualidade, a análise feita pela sentença dos fatos e das provas no caso concreto.2. A jurisprudência amplamente majoritária das Turmas Recursais considerava que o critério do art. 20, § 3º, da Lei8.742/1993 não era absoluto para a aferição da miserabilidade da família, assim como conferia interpretação extensiva aoparágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Enunciado 46 das Turmas Recursais do Espírito Santo). Esta orientaçãofoi consolidada pelo próprio STF, que reconheceu incidentalmente a inconstitucionalidade das regras em questão, porproteção insuficiente aos idosos e aos portadores de deficiências (RE 567.985 e RE 580.963), permitindo,conseqüentemente, a aferição de miserabilidade pelo juiz com outros parâmetros, por livre apreciação fundamentada daprova.3. O recurso interposto pelo INSS se limita a alegar a constitucionalidade e a aplicação literal das regras tidas porinconstitucionais pelo STF, o que acarreta o desprovimento. Como não houve impugnação expressa à valoração feita pelasentença quanto às provas e aos fatos do caso concreto, a matéria não foi devolvida à apreciação da Turma Recursal, cujojulgamento está adstrito à causa de pedir recursal.4. Ante do exposto CONHEÇO DO RECURSO DO INSS E NEGO PROVIMENTO. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I,da Lei 9.289/1996. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios de 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO INSS E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

34 - 0000987-65.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000987-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x JOÃO DE SOUZA (ADVOGADO: ES013596 -ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.).RECURSO Nº 0000987-65.2010.4.02.5053/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO (A): JOÃO DE SOUZARELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 20, § 3º, DA LEI 8.742/1993.APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 10.741/2003. RECONHECIMENTO PELO STF DAINCONSTITUCIONALIDADE, POR PROTEÇÃO INSUFICIENTE DOS NECESSITADOS, DAS REGRAS EM QUESTÃO(RE 567.985 e RE 580.963).1. O INSS recorreu da sentença que o condenou a conceder benefício assistencial de prestação contínua. O recurso, emsíntese, reafirma, no contexto dos arts. 195, § 5º, e 203, V, da CRFB/1988, a plena constitucionalidade do critério objetivo erígido de aferição da miserabilidade do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993, bem como a conseqüente impossibilidade deinterpretação extensiva do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003 – sem discutir, em atenção ao princípio daeventualidade, a análise feita pela sentença dos fatos e das provas no caso concreto.2. A jurisprudência amplamente majoritária das Turmas Recursais considerava que o critério do art. 20, § 3º, da Lei8.742/1993 não era absoluto para a aferição da miserabilidade da família, assim como conferia interpretação extensiva aoparágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Enunciado 46 das Turmas Recursais do Espírito Santo). Esta orientaçãofoi consolidada pelo próprio STF, que reconheceu incidentalmente a inconstitucionalidade das regras em questão, porproteção insuficiente aos idosos e aos portadores de deficiências (RE 567.985 e RE 580.963), permitindo,conseqüentemente, a aferição de miserabilidade pelo juiz com outros parâmetros, por livre apreciação fundamentada daprova.3. O recurso interposto pelo INSS se limita a alegar a constitucionalidade e a aplicação literal das regras tidas porinconstitucionais pelo STF, o que acarreta o desprovimento. Como não houve impugnação expressa à valoração feita pelasentença quanto às provas e aos fatos do caso concreto, a matéria não foi devolvida à apreciação da Turma Recursal, cujojulgamento está adstrito à causa de pedir recursal.4. Ante do exposto CONHEÇO DO RECURSO DO INSS E NEGO PROVIMENTO. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I,da Lei 9.289/1996. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios de 10% sobre o valor dacondenação.

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A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO INSS E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

35 - 0000019-98.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000019-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.) x GERSILIA SARTORIO SIMON(ADVOGADO: ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO, ES013495 - BERNARDO JEFFERSON BROLLO DE LIMA,ES008759 - JOAO LUIZ DA SILVA JUNIOR.).RECURSO Nº 0000019-98.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000019-7/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: GERSILIA SARTORIO SIMONRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 20, § 3º, DA LEI 8.742/1993.APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 10.741/2003. RECONHECIMENTO PELO STF DAINCONSTITUCIONALIDADE, POR PROTEÇÃO INSUFICIENTE DOS NECESSITADOS, DAS REGRAS EM QUESTÃO(RE 567.985 e RE 580.963).1. O INSS recorreu da sentença que o condenou a conceder benefício assistencial de prestação contínua. O recurso, emsíntese, reafirma, no contexto dos arts. 195, § 5º, e 203, V, da CRFB/1988, a plena constitucionalidade do critério objetivo erígido de aferição da miserabilidade do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993, bem como a conseqüente impossibilidade deinterpretação extensiva do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003 – sem discutir, em atenção ao princípio daeventualidade, a análise feita pela sentença dos fatos e das provas no caso concreto.2. A jurisprudência amplamente majoritária das Turmas Recursais considerava que o critério do art. 20, § 3º, da Lei8.742/1993 não era absoluto para a aferição da miserabilidade da família, assim como conferia interpretação extensiva aoparágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Enunciado 46 das Turmas Recursais do Espírito Santo). Esta orientaçãofoi consolidada pelo próprio STF, que reconheceu incidentalmente a inconstitucionalidade das regras em questão, porproteção insuficiente aos idosos e aos portadores de deficiências (RE 567.985 e RE 580.963), permitindo,conseqüentemente, a aferição de miserabilidade pelo juiz com outros parâmetros, por livre apreciação fundamentada daprova.3. O recurso interposto pelo INSS se limita a alegar a constitucionalidade e a aplicação literal das regras tidas porinconstitucionais pelo STF, o que acarreta o desprovimento. Como não houve impugnação expressa à valoração feita pelasentença quanto às provas e aos fatos do caso concreto, a matéria não foi devolvida à apreciação da Turma Recursal, cujojulgamento está adstrito à causa de pedir recursal.4. Recurso do INSS conhecido e desprovido. Réu isento de custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/1996). Condenação dorecorrente ao pagamento de honorários advocatícios de 10% sobre o valor do principal.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa que passa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

36 - 0000830-58.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000830-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x MARIA FELIX DE SOUZA (ADVOGADO:ES012399 - GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.).RECURSO Nº 0000830-58.2011.4.02.5053/01

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RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): MARIA FELIX DE SOUZARELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 20, § 3º, DA LEI 8.742/1993.APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 10.741/2003. RECONHECIMENTO PELO STF DAINCONSTITUCIONALIDADE, POR PROTEÇÃO INSUFICIENTE DOS NECESSITADOS, DAS REGRAS EM QUESTÃO(RE 567.985 e RE 580.963).1. O INSS recorreu da sentença que o condenou a conceder benefício assistencial de prestação contínua. O recurso, emsíntese, reafirma, no contexto dos arts. 195, § 5º, e 203, V, da CRFB/1988, a plena constitucionalidade do critério objetivo erígido de aferição da miserabilidade do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993, bem como a conseqüente impossibilidade deinterpretação extensiva do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003 – sem discutir, em atenção ao princípio daeventualidade, a análise feita pela sentença dos fatos e das provas no caso concreto.2. A jurisprudência amplamente majoritária das Turmas Recursais considerava que o critério do art. 20, § 3º, da Lei8.742/1993 não era absoluto para a aferição da miserabilidade da família, assim como conferia interpretação extensiva aoparágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Enunciado 46 das Turmas Recursais do Espírito Santo). Esta orientaçãofoi consolidada pelo próprio STF, que reconheceu incidentalmente a inconstitucionalidade das regras em questão, porproteção insuficiente aos idosos e aos portadores de deficiências (RE 567.985 e RE 580.963), permitindo,conseqüentemente, a aferição de miserabilidade pelo juiz com outros parâmetros, por livre apreciação fundamentada daprova.3. O recurso interposto pelo INSS se limita a alegar a constitucionalidade e a aplicação literal das regras tidas porinconstitucionais pelo STF, o que acarreta o desprovimento. Como não houve impugnação expressa à valoração feita pelasentença quanto às provas e aos fatos do caso concreto, a matéria não foi devolvida à apreciação da Turma Recursal, cujojulgamento está adstrito à causa de pedir recursal.4. Ante do exposto CONHEÇO DO RECURSO DO INSS E NEGO PROVIMENTO. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I,da Lei 9.289/1996. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios de 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO INSS E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

37 - 0001759-32.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.001759-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: THIAGO COSTA BOLZANI.) x GRACIANA DA CONCEIÇÃO ROCHA COUTINHO(ADVOGADO: ES019164 - RENATO JUNQUEIRA CARVALHO, ES014177 - PHILIPI CARLOS TESCH BUZAN.).RECURSO Nº 0001759-32.2013.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(A): GRACIANA DA CONCEIÇÃO ROCHA COUTINHORELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 20, § 3º, DA LEI 8.742/1993.APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 10.741/2003. RECONHECIMENTO PELO STF DAINCONSTITUCIONALIDADE, POR PROTEÇÃO INSUFICIENTE DOS NECESSITADOS, DAS REGRAS EM QUESTÃO(RE 567.985 e RE 580.963).1. O INSS recorreu da sentença que o condenou a conceder benefício assistencial de prestação contínua. O recurso, emsíntese, reafirma, no contexto dos arts. 195, § 5º, e 203, V, da CRFB/1988, a plena constitucionalidade do critério objetivo erígido de aferição da miserabilidade do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993, bem como a conseqüente impossibilidade deinterpretação extensiva do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003 – sem discutir, em atenção ao princípio daeventualidade, a análise feita pela sentença dos fatos e das provas no caso concreto.2. A jurisprudência amplamente majoritária das Turmas Recursais considerava que o critério do art. 20, § 3º, da Lei8.742/1993 não era absoluto para a aferição da miserabilidade da família, assim como conferia interpretação extensiva aoparágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Enunciado 46 das Turmas Recursais do Espírito Santo). Esta orientaçãofoi consolidada pelo próprio STF, que reconheceu incidentalmente a inconstitucionalidade das regras em questão, porproteção insuficiente aos idosos e aos portadores de deficiências (RE 567.985 e RE 580.963), permitindo,conseqüentemente, a aferição de miserabilidade pelo juiz com outros parâmetros, por livre apreciação fundamentada da

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prova.3. O recurso interposto pelo INSS se limita a alegar a constitucionalidade e a aplicação literal das regras tidas porinconstitucionais pelo STF, o que acarreta o desprovimento. Como não houve impugnação expressa à valoração feita pelasentença quanto às provas e aos fatos do caso concreto, a matéria não foi devolvida à apreciação da Turma Recursal, cujojulgamento está adstrito à causa de pedir recursal.4. Ante do exposto CONHEÇO DO RECURSO DO INSS E NEGO PROVIMENTO. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I,da Lei 9.289/1996. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios de 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO INSS E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

38 - 0000539-21.2012.4.02.5054/01 (2012.50.54.000539-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARMINDA SACCI DOSSANTOS (ADVOGADO: ES010729 - GECIMAR C. NEVES LIMA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).RECURSO Nº 0000539-21.2012.4.02.5054/01 (2012.50.54.000539-1/01)RECORRENTE: ARMINDA SACCI DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 20, § 3º, DA LEI 8.742/1993.APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 10.741/2003. RECONHECIMENTO PELO STF DAINCONSTITUCIONALIDADE, POR PROTEÇÃO INSUFICIENTE DOS NECESSITADOS, DAS REGRAS EM QUESTÃO(RE 567.985 e RE 580.963).1. A parte autora recorreu da sentença que julgou improcedente o pedido de recebimento do benefício assistencial deprestação contínua. O recurso, em síntese, reafirma a possibilidade de interpretação extensiva do art. 34, parágrafo único,da Lei 10.741/2003, e que a decisão de primeiro grau fere o art. 203, V, da CRFB/1988.2. A jurisprudência amplamente majoritária das Turmas Recursais considerava que o critério do art. 20, § 3º, da Lei8.742/1993 não era absoluto para a aferição da miserabilidade da família, assim como conferia interpretação extensiva aoparágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Enunciado 46 das Turmas Recursais do Espírito Santo). Esta orientaçãofoi consolidada pelo próprio STF, que reconheceu incidentalmente a inconstitucionalidade das regras em questão, porproteção insuficiente aos idosos e aos portadores de deficiências (RE 567.985 e RE 580.963), permitindo,conseqüentemente, a aferição de miserabilidade com outros parâmetros, por livre apreciação fundamentada da prova.3. Considerando que, assim como a autora, o seu cônjuge é pessoa idosa (74 anos) e recebe aposentadoria no valor de umsalário mínimo, entendo que esse benefício não deve ser computado para fins de cálculo da renda familiar, em razão daaplicação analógica do parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso.4. Recurso da parte autora conhecido e provido para determinar que o INSS lhe conceda o benefício de amparo assistencialao idoso, com DIB em 01/01/2006 (data da cessação do benefício anterior), observada a prescrição qüinqüenal. A Lei9.250/1995 (SELIC) instituiu critério de correção e juros exclusivamente para questões tributárias. Para os pagamentosdecorrentes de condenações em favor de segurados, a correção monetária segue os índices oficiais, desde a data em quedevida cada parcela, e os juros da mora contam-se da citação, na forma da redação original do art. 1º-F da Lei 9.494/1997. As alterações decorrentes do art. 5º da Lei 11.960/2009 foram reputadas inconstitucionais e, por isto, não podem produzirefeitos válidos (STF, ADI 4.357).5. Deverá o INSS informar a este Juízo os valores a serem requisitados por RPV, no prazo de 30 (trinta) dias, contados dotrânsito em julgado da presente decisão. Quanto a não liquidez do julgado, ressalto o fato de que o INSS detém maiorescondições de elaborar os cálculos dos valores em atraso, e que tal posicionamento coaduna-se com a orientaçãoconsolidada no Enunciado nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo. Após a apuração administrativa dos valores emcomento, proceda-se, sendo o caso, à expedição de “Requisitório de Pequeno Valor”.6. Condeno o INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, com base noartigo 20 caput e § 4º do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa que passa a integrar o presente julgado.

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

39 - 0012184-13.2009.4.02.5001/01 (2009.50.01.012184-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CEF-CAIXA ECONOMICAFEDERAL (ADVOGADO: ES008736 - ALESSANDRO ANDRADE PAIXAO.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xARNALDO DE VASCONCELLOS COSTA E OUTRO (ADVOGADO: ES008128 - JOSE CELSO RAMOS.).RECURSO Nº 0012184-13.2009.4.02.5001/01 (2009.50.01.012184-4/01)RECORRENTE: CEF-CAIXA ECONOMICA FEDERALRECORRIDO: Juiz Federal do 2º Juizado Especial FederalRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO

A CEF interpôs agravo regimental em face da decisão monocrática proferida em sede de Mandado de Segurança (fls.133/134), que objetivava modificar decisão proferida pelo Juízo do 2º Juizado Especial Federal desta Seção Judiciária quenão recebeu o recurso inominado por ela interposto, em razão da sua intempestividade.

A decisão agravada concluiu que a decisão proferida pelo Juízo do 2º Juizado Especial Federal foi acertada, na medida emque considerou, para fins de contagem do prazo recursal, o dia 30/01/2012, quando a CEF foi intimada do teor da sentença,por confirmação, mediante acesso eletrônico (fl. 98 do processo originário). Em vista disso, indeferiu a inicial, extinguindo oprocesso, sem resolução do mérito.

No agravo regimental, a CEF requer seja reconhecida a ofensa ao seu direito líquido e certo e, alterando-se a decisão oraimpugnada, seja determinado o processamento do recurso inominado interposto em face da sentença que julgouprocedente o pedido autoral.

Sustenta que havendo advogado constituído nos autos as intimações devem ser a ele endereçadas; que a intimação por viaeletrônica não é prevista no caso de advogados contratados pela CEF, os quais devem ser intimados via diário oficial.Invoca o artigo 37 da Consolidação das normas dos Juizados Especiais Federais da Justiça Federal da 2ª Região.

É o relatório. Decido.

Reitero os argumentos da decisão monocrática (fls. 133/134), cujos principais trechos, por oportuno, passo a destacar:

“Verifico, desde logo, que não obstante a fl. 100 de fato espelhar a data de publicação formal como o dia 02/03/2012,mediante a disponibilização no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 2ª Região; não é este, no caso, o marco para acontagem do prazo recursal para a impetrante; mas o dia 30 de janeiro de 2012, conforme certificado nas fls. 98 e 99, emconsonância com o art. 40 e §§ da Resolução nº 1, de 15 de fevereiro de 2007 (Consolidação das normas dos JuizadosEspeciais Federais da Justiça Federal da 2ª Região).Portanto, afigura-se claro o acerto da r. Decisão (fl. 114) objurgada neste mandado de segurança, quadro fático-jurídico quedesde logo afasta qualquer indicativo da presença de direito líquido e certo demonstrado ou demonstrável de plano,indispensável ao manejo desse importante instrumento processual de matriz constitucional.Assim colocado, da maneira como se apresenta a matéria, não se cuida de hipótese de mandado de segurança e, mutatismutandis, tem lugar a regra prevista no art. 6º, inciso VIII, do Regimento Interno desta Turma Recursal.”

Verifica-se que os argumentos trazidos pela agravante não se prestam a uma reforma da decisão.Ressalta-se que a citação e as todas as intimações da CEF, realizadas nos autos do processo originário, foram feitaseletronicamente, conforme se infere das fls. 60, 62, 88/89, 97/98, 115/116, 131/132, 142/143, apesar da procuração de fls.85/86 e substabelecimento de fl. 84.Ademais, a intimação eletrônica visa precipuamente a celeridade da prestação jurisdicional, não sendo cabível que a parteinvoque o artigo 37 da Consolidação das normas dos Juizados Especiais Federais da Justiça Federal da 2ª Região por terdeixado transcorrer in albis o prazo recursal iniciado com a sua regular intimação eletrônica.Com tais considerações, NEGO PROVIMENTO ao recurso.É o voto.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

EMENTA

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AGRAVO REGIMENTAL – MANDADO DE SEGURANÇA – DECISÃO MONOCRÁTICA – INTIMAÇÃO DE SENTENÇA -VIA ELETRÔNICA - CONTAGEM DE PRAZO – RESOLUÇÃO Nº 1/2007 DO TRF DA 2ª REGIÃO - RECURSO DA CEFCONHECIDO E DESPROVIDO

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

40 - 0002059-67.2008.4.02.5050/03 (2008.50.50.002059-6/03) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal xIVANILDE CORDEIRO DOS SANTOS (ADVOGADO: ES011893 - LEONARDO PIZZOL VINHA, ES010751 - MARCELOMATEDI ALVES.).RECURSO Nº 0002059-67.2008.4.02.5050/03 (2008.50.50.002059-6/03)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: Juiz Federal do 2º Juizado Especial FederalRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO

O INSS interpôs agravo regimental em face da decisão monocrática proferida em sede de Mandado de Segurança (fls.73/75), que objetivava modificar decisão proferida pelo Juízo do 2º Juizado Especial Federal desta Seção Judiciária quedeterminou, em fase de cumprimento de sentença, o pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade daSeguridade Social (GDASS) sem fazer distinção entre a espécie de aposentadoria da parte autora, por entender indevida aproporcionalização da referida gratificação aos aposentados com proventos proporcionais.

A decisão agravada concluiu que a tese jurídica adotada pelo Juízo do 2º Juizado Especial Federal não é teratológica,conquanto baseada em decisões recentes de Tribunais Federais, nem tampouco ilegal, ante a inexistência de determinaçãoem lei que obrigue ao pagamento proporcional da gratificação em comento para os aposentados com proventosproporcionais. Em vista disso, indeferiu a inicial, denegando a segurança pretendida pela autarquia previdenciária(impetrante).

No agravo regimental, o INSS requer seja reconhecida a ofensa ao seu direito líquido e certo e, alterando-se a decisão oraimpugnada, seja determinado o pagamento da GDASS de forma proporcional, conforme a proporcionalidade daaposentadoria da qual a servidora é titular. Lastreia sua pretensão no art. 186, III, alíneas “c” e “d” da Lei 8.112/1990, naOrientação Normativa nº 6/2007, e em recentes julgados dos TRF’s da 4ª e 5ª Regiões.

É o relatório. Decido.

Reitero os argumentos da decisão monocrática (fls. 73/75), cujos principais trechos, por oportuno, passo a destacar:

“Ora, se a tese jurídica proferida na decisão do 2º Juizado Especial Federal encontra respaldo na Jurisprudência de outrostribunais, conclui-se que o tema se encontra no âmbito da divergência jurisprudencial. Logo, não se pode concordar com aalegação de que a decisão de 1º Grau é teratológica, visto que não é nenhum absurdo jurídico adotar o posicionamento dopagamento integral de GDASS aos aposentados com proventos proporcionais, quando há várias decisões recentes deTribunais Federais nesse sentido.Ainda nessa linha de pensamento, tampouco se pode reputar como manifestamente ilegal a decisão questionada, quandonão existe determinação em lei que obrigue o pagamento proporcional da referida gratificação. O Magistrado não éobrigado a acatar os argumentos jurídicos adotados pelo Tribunal de Contas da União no Acórdão 2268/2007, órgão quenão se encontra na esfera do Poder Judiciário. Assim, sendo uma questão de interpretação da lei, não há ilegalidademanifesta na decisão do 2º Juizado Especial Federal, ao entender pelo pagamento integral de GDASS à parte.Nesse passo, não vislumbro ilegalidade ou teratologia, nem mesmo em tese, no ato impugnado, não sendo cabívelmandado de segurança no caso. Logo, resta afastado desde logo qualquer indicativo da presença de direito líquido e certo,demonstrado de plano, indispensável ao manejo desse excepcional instrumento processual de índole constitucional.”

Neste agravo, o INSS mais uma vez menciona restrições legais ao pagamento da gratificação (GDASS) de modo integralaos aposentados com proventos proporcionais. Aduz, ainda, decisão recente do TRF da 5ª Região (Tribunal cujajurisprudência também serviu de amparo para fundamentar a decisão impugnada), em que aquele se posicionou no sentido

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de que o pagamento da gratificação deve ser feito de forma proporcional aos aposentados com proventos proporcionais.Entretanto, acerca do mesmo tema, o STJ, no julgamento do AGRESP 1216478, em consonância com o entendimentoadotado na decisão ora agravada, afirmou que “os dispositivos trazidos não têm o condão de acarretar a nulidade doacórdão recorrido, considerando que a lei não disciplina a forma de aplicação aos aposentados/pensionistas que recebemproventos proporcionais ao tempo de serviço” (Rel. Min. Benedito Gonçalves, PRIMEIRA TURMA Fonte DJEDATA:04/09/2013) (sem grifos no original). Nesse mesmo sentido, o TRF da 5ª Região, em decisão proferida em22/03/2013 dispôs que “As leis 10.404/2002 e nº 11.357/2006 ao estabelecerem a forma em que a Gratificação deDesempenho de Atividade da Seguridade Social (GDASS) passaria a integrar os proventos dos servidores inativos, nãofizeram qualquer distinção entre aposentadoria integral ou proporcional. Assim, tendo a mesma sido conferida aosservidores inativos, independentemente de o servidor ser titular de aposentadoria integral ou proporcional, deve serobservado o mesmo percentual para pagamento.” (Rel. Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, AC - Apelação Civel– 554614, TRF5, Quarta Turma, Fonte DJE - Data::01/04/2013 - Página::209)”Importa destacar que nem sempre a jurisprudência mais recente retrata o entendimento dominante acerca da matéria, nãoservindo, de per si, como justificativa hábil a promover a alteração da decisão impugnada.Verifica-se que os argumentos trazidos pelo agravante não se prestam a uma reforma da decisão.Com tais considerações, NEGO PROVIMENTO ao recurso.É o voto.EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL – MANDADO DE SEGURANÇA – DECISÃO MONOCRÁTICA – PAGAMENTO DA GDASSINTEGRAL EM APOSENTADORIAS COM PROVENTOS PROPORCIONAIS – RECURSO DO INSS CONHECIDO EDESPROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

41 - 0002241-14.2012.4.02.5050/02 (2012.50.50.002241-9/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI.) x Juiz Federal do 2º Juizado EspecialFederal x ANNA MARIA WANDERLEY NASSER (ADVOGADO: ES010751 - MARCELO MATEDI ALVES, ES011893 -LEONARDO PIZZOL VINHA.).RECURSO Nº 0002241-14.2012.4.02.5050/02 (2012.50.50.002241-9/02)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: Juiz Federal do 2º Juizado Especial FederalRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO

O INSS interpôs agravo regimental em face da decisão monocrática proferida em sede de Mandado de Segurança (fls.255/260), que objetivava modificar decisão proferida pelo Juízo do 2º Juizado Especial Federal desta Seção Judiciária quedeterminou, em fase de cumprimento de sentença, o pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade daSeguridade Social (GDASS) sem fazer distinção entre a espécie de aposentadoria da parte autora, por entender indevida aproporcionalização da referida gratificação aos aposentados com proventos proporcionais.

A decisão agravada concluiu que a decisão proferida pelo Juízo do 2º Juizado Especial Federal limitou-se a explicitar, apóso trânsito em julgado, o direito reconhecido nos autos da demanda principal. Ou seja, a decisão objeto do mandado desegurança não extrapolou os limites da coisa julgada, por inexistir, na sentença ou no acórdão, determinação no sentido dese considerar a proporcionalidade dos proventos da aposentadoria da parte autora. Em vista disso, indeferiu a inicial,extinguindo o processo, sem resolução do mérito.

No agravo regimental, o INSS requer seja reconhecida a ofensa ao seu direito líquido e certo e, alterando-se a decisão oraimpugnada, seja determinado o pagamento da GDASS de forma proporcional, conforme a proporcionalidade daaposentadoria da qual a servidora é titular. Lastreia sua pretensão no art. 186, III, alíneas “c” e “d” da Lei 8.112/1990, naOrientação Normativa nº 6/2007, e em recentes julgados dos TRF’s da 4ª e 5ª Regiões.

É o breve relatório.

É o relatório. Decido.

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Reitero os argumentos da decisão monocrática (fls. 255/260), cujos principais trechos, por oportuno, passo a destacar:

“A partir do teor da sentença e do acórdão correspondente, em momento algum vê-se questionamento relacionado àproporcionalidade dos proventos ora em debate, restringiu-se a discussão apenas à equiparação, com os servidores ativos,do percentual e da pontuação considerados na apuração do valor devido aos servidores inativos a título da gratificação dedesempenho (GDASS).Nesse diapasão, a decisão objurgada limitou-se a explicitar – na fase de execução, vale dizer, após o trânsito em julgado –o direito reconhecido nos autos da demanda principal – 60% (sessenta por cento) do valor máximo da GDASS devidosentre 12.12.2003 (MPV 146/2003) e 28.02.2007 e 80 (oitenta) pontos devidos entre 01.03.2007 até 30.04.2009 – conformese infere do acórdão de fls. 155-157, já transitado em julgado (fl. 161). Deste modo, a decisão impugnada não extrapolou oslimites da coisa julgada, já que inexiste determinação, na sentença ou no acórdão, no sentido de considerar, por ocasiãodos cálculos das diferenças devidas à parte autora, a proporcionalidade dos proventos de sua aposentadoria e, porconseguinte, que se reduza na mesma proporção, também os percentuais/pontuações já fixados.”

Neste agravo, o INSS mais uma vez menciona restrições legais ao pagamento da gratificação (GDASS) de modo integralaos aposentados com proventos proporcionais. Entretanto, acerca do mesmo tema, o STJ, no julgamento do AGRESP1216478, em consonância com o entendimento adotado na decisão ora agravada, afirmou que “os dispositivos trazidos nãotêm o condão de acarretar a nulidade do acórdão recorrido, considerando que a lei não disciplina a forma de aplicação aosaposentados/pensionistas que recebem proventos proporcionais ao tempo de serviço” (Rel. Min. Benedito Gonçalves,PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:04/09/2013) (sem grifos no original). Nesse mesmo sentido, o TRF da 5ª Região, emdecisão proferida em 22/03/2013 dispôs que “As leis 10.404/2002 e nº 11.357/2006 ao estabelecerem a forma em que aGratificação de Desempenho de Atividade da Seguridade Social (GDASS) passaria a integrar os proventos dos servidoresinativos, não fizeram qualquer distinção entre aposentadoria integral ou proporcional. Assim, tendo a mesma sido conferidaaos servidores inativos, independentemente de o servidor ser titular de aposentadoria integral ou proporcional, deve serobservado o mesmo percentual para pagamento.” (Rel. Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, AC - Apelação Civel– 554614, TRF5, Quarta Turma, Fonte DJE - Data::01/04/2013 - Página::209)”Verifica-se que os argumentos trazidos pelo agravante não se prestam a uma reforma da decisão.Com tais considerações, NEGO PROVIMENTO ao recurso.É o voto.EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL – MANDADO DE SEGURANÇA – DECISÃO MONOCRÁTICA – PAGAMENTO DA GDASSINTEGRAL EM APOSENTADORIAS COM PROVENTOS PROPORCIONAIS – RECURSO DO INSS CONHECIDO EDESPROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

42 - 0005870-35.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.005870-8/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIALFEDERAL x MARIA DO SOCORRO DA SILVA ROCHA (ADVOGADO: ES010751 - MARCELO MATEDI ALVES, ES011893- LEONARDO PIZZOL VINHA.).RECURSO Nº 0005870-35.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.005870-8/02)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JUIZ FEDERAL DO 1º JUIZADO ESPECIAL FEDERALRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO

O INSS interpôs agravo regimental em face da decisão monocrática proferida em sede de Mandado de Segurança (fls.79/81), que objetivava modificar decisão proferida pelo Juízo do 1º Juizado Especial Federal desta Seção Judiciária quedeterminou, em fase de cumprimento de sentença, o pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividade daSeguridade Social (GDASS) sem fazer distinção entre a espécie de aposentadoria da parte autora, por entender indevida aproporcionalização da referida gratificação aos aposentados com proventos proporcionais.

A decisão agravada concluiu que a tese jurídica adotada pelo Juízo do 1º Juizado Especial Federal não é teratológica,conquanto baseada em decisões recentes de Tribunais Federais, nem tampouco ilegal, ante a inexistência de determinaçãoem lei que obrigue ao pagamento proporcional da gratificação em comento para os aposentados com proventosproporcionais. Em vista disso, indeferiu a inicial, denegando a segurança pretendida pela autarquia previdenciária

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(impetrante).

No agravo regimental, o INSS requer seja reconhecida a ofensa ao seu direito líquido e certo e, alterando-se a decisão oraimpugnada, seja determinado o pagamento da GDASS de forma proporcional, conforme a proporcionalidade daaposentadoria da qual a servidora é titular. Lastreia sua pretensão no art. 186, III, alíneas “c” e “d” da Lei 8.112/1990, naOrientação Normativa nº 6/2007, e em recentes julgados dos TRF’s da 4ª e 5ª Regiões.

É o relatório. Decido.

Reitero os argumentos da decisão monocrática (fls. 79/81), cujos principais trechos, por oportuno, passo a destacar:

“Ora, se a tese jurídica proferida na decisão do 1º Juizado Especial Federal encontra respaldo na Jurisprudência de outrostribunais, conclui-se que o tema se encontra no âmbito da divergência jurisprudencial. Logo, não se pode concordar com aalegação de que a decisão de 1º Grau é teratológica, visto que não é nenhum absurdo jurídico adotar o posicionamento dopagamento integral de GDASS aos aposentados com proventos proporcionais, quando há várias decisões recentes deTribunais Federais nesse sentido.Ainda nessa linha de pensamento, tampouco se pode reputar como manifestamente ilegal a decisão questionada, quandonão existe determinação em lei que obrigue o pagamento proporcional da referida gratificação. O Magistrado não éobrigado a acatar os argumentos jurídicos adotados pelo Tribunal de Contas da União no Acórdão 2268/2007, órgão quenão se encontra na esfera do Poder Judiciário. Assim, sendo uma questão de interpretação da lei, não há ilegalidademanifesta na decisão do 1º Juizado Especial Federal, ao entender pelo pagamento integral de GDASS à parte.Nesse passo, não vislumbro ilegalidade ou teratologia, nem mesmo em tese, no ato impugnado, não sendo cabívelmandado de segurança no caso.Logo, resta afastado desde logo qualquer indicativo da presença de direito líquido e certo, demonstrado de plano,indispensável ao manejo desse excepcional instrumento processual de índole constitucional.”

Neste agravo, o INSS mais uma vez menciona restrições legais ao pagamento da gratificação (GDASS) de modo integralaos aposentados com proventos proporcionais. Aduz, ainda, decisão recente do TRF da 5ª Região (Tribunal cujajurisprudência também serviu de amparo para fundamentar a decisão impugnada), em que aquele se posicionou no sentidode que o pagamento da gratificação deve ser feito de forma proporcional aos aposentados com proventos proporcionais.Entretanto, acerca do mesmo tema, o STJ, no julgamento do AGRESP 1216478, em consonância com o entendimentoadotado na decisão ora agravada, afirmou que “os dispositivos trazidos não têm o condão de acarretar a nulidade doacórdão recorrido, considerando que a lei não disciplina a forma de aplicação aos aposentados/pensionistas que recebemproventos proporcionais ao tempo de serviço” (Rel. Min. Benedito Gonçalves, PRIMEIRA TURMA Fonte DJEDATA:04/09/2013) (sem grifos no original). Nesse mesmo sentido, o TRF da 5ª Região, em decisão proferida em22/03/2013 dispôs que “As leis 10.404/2002 e nº 11.357/2006 ao estabelecerem a forma em que a Gratificação deDesempenho de Atividade da Seguridade Social (GDASS) passaria a integrar os proventos dos servidores inativos, nãofizeram qualquer distinção entre aposentadoria integral ou proporcional. Assim, tendo a mesma sido conferida aosservidores inativos, independentemente de o servidor ser titular de aposentadoria integral ou proporcional, deve serobservado o mesmo percentual para pagamento.” (Rel. Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, AC - Apelação Civel– 554614, TRF5, Quarta Turma, Fonte DJE - Data::01/04/2013 - Página::209)”Importa destacar que nem sempre a jurisprudência mais recente retrata o entendimento dominante acerca da matéria, nãoservindo, de per si, como justificativa hábil a promover a alteração da decisão impugnada.Verifica-se que os argumentos trazidos pelo agravante não se prestam a uma reforma da decisão.Com tais considerações, NEGO PROVIMENTO ao recurso.É o voto.EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL – MANDADO DE SEGURANÇA – DECISÃO MONOCRÁTICA – PAGAMENTO DA GDASSINTEGRAL EM APOSENTADORIAS COM PROVENTOS PROPORCIONAIS – RECURSO DO INSS CONHECIDO EDESPROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

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91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

43 - 0001325-14.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001325-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FABIO RODRIGUES DOSSANTOS (DEF.PUB: RICARDO FIGUEIREDO GIORI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).RECURSO Nº 0001325-14.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001325-6/01)RECORRENTE: FABIO RODRIGUES DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 77, que julgou improcedente o pedidopara condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta o recorrente que a sentença deve ser anulada porpadecer de graves erros in procedendo. Alega que houve aplicação incorreta do artigo 285-A do CPC, uma vez que amatéria em exame não envolve questão exclusivamente de direito. Sustenta que não há permissivo legal que autorize aaplicação ao autor de uma espécie de efeito similar ao da revelia (art. 319 do CPC) ou sanção processual idêntica.Argumenta ser desnecessário repetir o que consta da inicial, apenas para dizer que não concorda com a conclusão dolaudo. Sustenta que impugnou o primeiro laudo, o que tornaria mais flagrante a omissão contida na sentença. Aduz que olaudo pericial é apenas mais um elemento de prova, que deve ser analisado em cotejo com os demais elementosprobatórios dos autos. Aduz que, justamente na ausência de tal cotejo é que reside o segundo erro in procedendo. Alegaque a sentença está fundamentada no artigo 285-A do CPC e na conclusão contida no 2º laudo pericial, que se mostracontraditório em relação ao 1º laudo, e, omisso em relação à documentação médica acostada aos autos, além de não terconsiderado a atividade exercida pelo recorrente. Segue discorrendo sobre as atividades exercidas por soldador dechaparia/funileiro. Invoca o artigo 93, IX da Constituição Federal. Sustenta que o devido processo legal e a ampla defesanão foram observados. Argumenta que ninguém é obrigado a se torturar para garantir o sustento da família. Pugna pelanulidade da sentença ou por sua reforma total.

O recorrente possui 31 anos de idade (fl. 3) e exerce a função de soldador (fl. 15).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando a concessão do auxílio-doença NB 542.162.019-7 desde a data do requerimentoadministrativo, em 12/8/2010. O INSS alegou que o autor não possui a qualidade de segurado e que não cumpriu a carêncianecessária à concessão do benefício (fl. 31).O autor submeteu-se a duas perícias com médicos ortopedistas.O primeiro perito ortopedista diagnosticou dor em coluna lombar devido artrose e abaulamento discal (fl. 50). Afirmou que oautor possui aptidão para exercer a atividade habitual de soldador de chaparia (quesitos 8/9). Concluiu que há umalimitação funcional, mas não há incapacidade (quesito 14).O segundo perito ortopedista diagnosticou artrose na coluna lombar sem compressões nervosas (fl. 70). Afirmou que oautor possui aptidão para exercer a atividade habitual de soldador (quesitos 8/9). Descartou a existência de limitaçãofuncional (quesito 11). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).O autor não impugnou o laudo pericial (fl. 75).Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intime-se.

3. Sem razão o recorrente.Diferentemente do alegado pelo recorrente, a sentença não aplicou ao caso o disposto no artigo 285-A do CPC.A citação do INSS foi realizada (fl. 18) e, justamente por se tratar de matéria de prova, foi determinada a realização deperícia judicial. Aliás, em que pese a celeridade de que se investem os juizados, o magistrado, com o fim de chegar maispróximo possível da verdade, determinou a realização de uma segunda perícia no caso em exame.Também não se aplicou uma espécie de efeito similar ao da revelia ou sanção processual idêntica. Ao afirmar que o autornão impugnou o laudo pericial, no caso o segundo laudo, o magistrado apenas registra que não há outros comentários aserem feitos a respeito de tal documento. Não é a ausência ou presença de manifestação acerca de laudos que determinaa procedência ou improcedência de um pedido. São as provas anexadas aos autos.Compulsando os autos, verifica-se que o laudo médico de fl. 7, emitido em 09/8/2010, informa que o autor está emtratamento ambulatorial, em razão da doença que o acomete, solicita ao INSS seu afastamento, mas não atesta aincapacidade laborativa do autor. O laudo de fl. 8, emitido em 10/6/2011, classifica a doença do autor como dor na coluna

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lombar, mas não relata incapacidade laboral. O laudo pericial de fls. 50/51, emitido em 28/5/2012, afirma a existência dadoença e a aptidão para o exercício da profissão de soldador de chaparia, com um pouco de limitação funcional. E, por fim,o laudo pericial de fls. 69/71, emitido em 06/9/2012, atesta que o autor é portador de processo degenerativo leve da colunalombar sem compressões nervosas e que inexistem limitações físicas ou incapacidade.Assim, a sentença não padece dos vícios apontados pelo recorrente. O pedido foi julgado improcedente por não ter o autorlogrado comprovar a alegada incapacidade laboral.Quanto aos atestados médicos particulares juntados no presente recurso, cabe ressaltar que as Turmas Recursais do Riode Janeiro consagraram orientação no sentido de que “O momento processual da aferição da incapacidade para fins debenefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial, constituindo violação ao princípio docontraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentos ou a formulação de novas alegaçõesque digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou de outra” (Enunciado 84).Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 77).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

44 - 0005184-38.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005184-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ODARIO HAMER(ADVOGADO: ES015489 - CLAUDIA IVONE KURTH.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.).RECURSO Nº 0005184-38.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005184-1/01)RECORRENTE: ODARIO HAMERRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 113/114, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em auxílio acidente.Sustenta o recorrente que está parcialmente incapacitado para o trabalho. Argumenta que as suas condições de trabalhoforam desconsideradas. Sustenta que “vive da agricultura uma terra de topografia íngreme, onde é necessário carregar aprodução morro abaixo e morro acima. Bem como é necessário cavar, valar, semear e levar os utensílios de trabalho. Porisso a razão de necessitar o segurado de um esforço extremo. Tudo esse esforço é necessário para tirar o sustento diáriopara si e para a sua família. Não obstante a tudo isto é necessário ao agricultor despender de esforço e de tempo paracarregar o caminhão de terceiro que leva a mercadoria dele que foi plantada e colhida.” Aduz que a sentença não mereceprosperar por ter se baseado exclusivamente no laudo pericial.

O recorrente possui 31 anos de idade (fl. 42) e exerce a função de conferente (fl. 1).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando a concessão de auxílio-doença com sua conversão em auxílio-acidente desde 21/7/2010.O autor recebeu auxílio-doença nos períodos de 26/11/2001 a 31/1/2002 e 11/5/2007 a 29/2/2008 (fl. 112).O perito nomeado pelo juízo diagnosticou sequela de lesão de partes moles da coxa esquerda com lesão do nervo fibularprofundo na perna esquerda (fl. 94). Avaliou que o autor apresentou exame físico com atrofia muscular discreta no membroinferior esquerdo, pé flexível e marcha normal (quesito 2). Afirmou que o autor possui aptidão para exercer a atividadehabitual de conferente (quesitos 8/9). Ressaltou que a lesão do nervo fibular profundo a esquerda não impede o autor deexercer sua atividade habitual porque está trabalhando (quesito 9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho(quesito 14). Atestou que o autor renovou sua carteira de motorista tipo AE (moto e caminhão) em 8/8/2011, sem restrições(quesito 10). Em laudo complementar, o perito afirmou que não háredução da capacidade de trabalho (fls. 111).O autor não impugnou o laudo pericial (fl. 99), mas impugnou os argumentos constantes da contestação (fls. 108/110).O autor alegou que se encontra inabilitado para exercer sua atividade habitual e não tem meios de prover a própria

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subsistência. Ocorre que a avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica que deve necessariamente ser analisadapor médico. O perito ortopedista examinou o autor e os exames de eletroneuromiografia dos membros inferiores eressonância do joelho esquerdo e foi conclusivo em afirmar que o autor possui aptidão para exercer a atividade deconferencista. Não há motivos para supor que o autor não possa trabalhar.O autor alegou que após o acidente ficou com a capacidade para o trabalho reduzida. Ocorre que em laudo complementar operito descartou a redução da capacidade para o trabalho (fl. 111).O autor alegou que exerce atividade com esforço físico extremo (fl. 109). Ocorre que o perito não atestou qualquer limitaçãofuncional. O autor não tem restrições funcionais para exercer atividades com esforço físico.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão expostano laudo pericial.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão o recorrente.Ressalta-se que, muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, emprincípio, de presunção de legalidade. O atestado médico, por sua vez, equipara-se a mero parecer de assistente técnico,de maneira que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. Este é oentendimento das Turmas Recursais do Espírito Santo (Enunciado 8).Ademais, o autor sequer anexou aos autos documento hábil a comprovar a alegada incapacidade. Os documentos de fls.54/55, 59/61, 62/63, 64, 65/66, 67, 68, 69, 70, 73 ou são contemporâneos ao período de percepção do auxílio-doença ounão afirmam a incapacidade laboral do recorrente.Cabe ainda ressaltar que a perícia realizada nos autos considerou a profissão de conferente do autor e a sentença julgouimprocedente o pedido com base em tal realidade. E, de fato, consta do CNIS do recorrente que o seu vínculo empregatíciodesde 2004 é com a empresa Material de Construção E & A Sperandio Ltda. Sendo assim o recurso interposto encontra-separcialmente dissociado da sentença na medida em que fundamenta o pedido de reforma na qualidade de trabalhador ruraldo recorrente, o que não é o caso dos autos.Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 89).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

45 - 0006190-17.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006190-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANA LUCIA DA SILVASEPULCHRO SANTOS (ADVOGADO: ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).RECURSO Nº 0006190-17.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006190-8/01)RECORRENTE: ANA LUCIA DA SILVA SEPULCHRO SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 54, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a restabelecer o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que os laudos clínicos acostados aos autos comprovam a sua incapacidade para arealização de simples rotina trabalhista, por ser portadora de tendinite nos ombros. Aduz que recebeu auxílio-doença emrazão de decisão judicial proferida nos autos da ação 2007.50.50.011300-4. Alega que o laudo pericial é inconclusivo; que a

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sentença carece de motivação processual; que provas e/ou laudos indispensáveis não foram apreciados, o que torna asentença omissa e contraditória. Sustenta, ainda, que não se considerou o período em que fez jus à percepção do auxílio-doença. Argumenta que o próprio laudo pericial atesta que a patologia que a acomete é incurável e piora com o passar dotempo. Sustenta que o caráter clínico da doença é essencial para fins de concessão do benefício. Aduz que o julgamento foiprecipitado e não observou o devido processo legal e o contraditório. Sustenta que o magistrado não pode se vincular aolaudo judicial. Aduz que o seu reingresso no campo de trabalho está fadado ao fracasso.

A recorrente possui 44 anos de idade (fl. 9) e alega exercer a função de cozinheira (fls. 1 e 33).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação visando ao restabelecimento de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez.O perito do juízo, médico especialista em ortopedia, diagnosticou tendinopatia em ombro direito (quesito 1). Concluiu,porém, que a patologia não induz incapacidade para o desempenho da atividade habitual de cozinheira (quesito 9).A autora impugnou o laudo pericial. Alegou que, em perícia judicial anterior, o perito havia constatado incapacidadelaborativa. Com efeito, em demanda judicial proposta perante o 2º JEF de Vitória em 2007, a autora foi submetida a períciajudicial, tendo o perito concluído que havia limitação para atividades que dependiam de movimentação do braço comsobrecarga do ombro (fl. 21). Na perícia judicial atual, o perito não confirmou essa limitação funcional. O resultado daperícia judicial antiga não vincula a conclusão da perícia judicial atual, até porque o quadro clínico e a aptidão laboral sãodinâmicos, alteram-se com o tempo. O que importa é que, atualmente, o perito não confirmou inaptidão para o exercício daatividade de cozinheira. Aliás, o laudo pericial antigo atestou que se tratava de incapacidade temporária, suscetível derecuperação (fl. 21).A autora arguiu contradição no laudo, uma vez que o perito atestou tratar-se de doença inflamatória e degenerativa, mas, aomesmo tempo, descartou a existência de incapacidade. Não há contradição. O simples fato de a patologia ter característicainflamatória não pressupõe inaptidão laboral. Além disso, o caráter degenerativo da doença não garante que ela tenhaatingido intensidade suficiente para causar incapacidade laboral. O fato de a doença ser degenerativa significa que amesma pode sofrer agravamento progressivo, de forma que, no futuro, a autora poderá ficar incapacitada, mas, nomomento do exame pericial, o perito ainda não havia constatado esse estado.Assim, falta pelo menos um dos requisitos necessários à concessão do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez,qual seja, a comprovação da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita. P.R.I.

3. Sem razão a recorrente. Inicialmente, ressalto que a alegação de inobservância do devido processo legal e docontraditório não merece prosperar. Com efeito, o laudo pericial que serviu de base para a sentença foi suficientementemotivado e as indagações relativas à incapacidade da parte foram eficazmente esclarecidas. Ademais, foi dada à recorrenteoportunidade para manifestação acerca do laudo.Ressalte-se que, muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, emprincípio, de presunção de legalidade. O atestado médico, por sua vez, equipara-se a mero parecer de assistente técnico,de maneira que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. Este é oentendimento das Turmas Recursais do Espírito Santo (Enunciado 8).Ademais, o único laudo médico anexado pela autora é anterior à cessação do auxílio-doença a que fez jus até 16/11/2010 eapenas sugere a manutenção do afastamento do trabalho, em razão de incapacidade funcional afirmada de maneira vaga(fls. 13 e 50).Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 26).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

46 - 0005677-15.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005677-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) QUEILA PEREIRAGONÇALVES (ADVOGADO: ES001552 - CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO

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SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).RECURSO Nº 0005677-15.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005677-2/01)RECORRENTE: QUEILA PEREIRA GONÇALVESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 61/62, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a restabelecer o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que é portadora de transtorno psicótico grave, irritabilidade, medo, insônia, labilidade afetivacom ideias delirantes, alucinações visuais e euforia muito acentuada com depressão. Aduz que faz uso diário demedicamentos controlados para controlar a doença mental. Argumenta que o perito judicial afirma a sua condição deportadora de transtorno do humor bipolar, mas não relaciona a doença com as frequentes crises de euforia, mudança dehumor e outras consequências dela decorrentes; que descreve a sua profissão como sendo vendedora, apesar de nãoexercer tal função há mais de sete anos, em razão dos seus problemas mentais. Aduz que se formou como técnica emenfermagem, mas não exerceu a profissão por causa da sua doença e por fazer uso de medicação que já não produzefeitos. Renova as alegações da inicial, invocando os artigos 42 e 60 da Lei nº 8.213/91. Invoca o artigo 201 da ConstituiçãoFederal. Argumenta que o magistrado não está adstrito ao laudo pericial.

A recorrente possui 35 anos de idade (fl. 10).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento do auxílio-doença NB 539.704.60-0 desde a cessação, em 29/9/2010,com sua conversão em aposentadoria por invalidez.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou transtorno do humor bipolar. Afirmou que a autora possui aptidão para exercer aatividade habitual de vendedora (quesitos 8/9). Registrou que a autora fez curso de técnico de enfermagem, mas nuncaexerceu a profissão (quesito 9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).A autora impugnou o laudo. Alegou que possui transtorno psicótico, grave, irritabilidade, medo, insônia, labilidade efetivacom idéias delirantes e alucinações visuais, euforia muito acentuada com depressão e fazendo uso de medicaçãocontrolada todos os dias. O perito examinou a autora e avaliou que estava lúcida, orientada no tempo e no espaço,coerente, cooperativa, calma e sem distúrbios do comportamento e/ou alterações sensoperceptivas dignas de nota, estavaverbalizando normalmente e sem sinais e/ou sintomas de quadro psicótico, sem alterações da percepção da realidade, juízocrítico e consciência preservadas e sem sinais de sonolência (quesito 9).A autora alegou que o perito não considerou os atestados médicos e exames complementares apresentados no momentodo exame. Ocorre que transtornos do humor são doenças que não podem ser reveladas por exames complementares. Odiagnóstico geralmente se baseia apenas no exame clínico. A queixa da autora não deve ter se referido a laudos deexames complementares, mas atestados de médicos assistentes. A omissão do perito em analisar atestados de médicosassistentes não invalida a perícia, uma vez que o parecer do assistente não vincula a avaliação do perito.O diagnóstico constante de atestado de médico assistente não vincula a perícia judicial. O atestado médico equipara-se amero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecerdo perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular éprova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira.Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.A autora alegou que atualmente exerce a profissão de técnica de enfermagem e trabalhou na secretaria de saúde domunicípio de Cariacica de onde se afastou por problemas de saúde. Ocorre que o perito registrou que a autora fez curso detécnico de enfermagem, mas nunca exerceu a profissão (quesito 9). Essa afirmação não compromete a conclusão do laudopericial porque o perito descartou a existência de limitação para o trabalho, afirmando que a autora pode andar, subirescadas, pegar peso, ficar em pé e trabalhar sentada (quesito 11). O perito descartou, também, o risco de agravamento dadoença porque a autora estava verbalizando e deambulando normalmente sem alterações, com memória, juízo crítico econsciência preservados (quesito 10). Não há motivos para supor que a autora não possa exercer a profissão de técnico deenfermagem.A autora alegou que o perito a considerou apta para o trabalho, mas estava dopada de tanto remédio no momento doexame. Ocorre que o perito foi conclusivo em afirmar a ausência de efeitos colaterais de medicações psicotrópicas que fazuso que a impeça de exercer sua atividade habitual e que o quadro psiquiátrico estabilizado com o uso de medicaçãoespecífica (quesito 9).O laudo pericial foi elaborado por perito, com presunção de imparcialidade, não havendo motivo para duvidar do acerto dasua conclusão.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,

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seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 31).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

47 - 0000414-36.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000414-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FRANCISCA GOMES PIROLA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:CLEBSON DA SILVEIRA.).RECURSO Nº 0000414-36.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000414-7/01)RECORRENTE: FRANCISCA GOMES PIROLARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 65, que julgou improcedente o pedidopara condenar o INSS a restabelecer o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que a perícia realizada nos autos foi abstrata e omissa, não respondeu exatamente aosquesitos formulados e não considerou a profissão que a recorrente exerce, a qual exige esforços físicos durante todo otempo. Aduz que os laudos anexados aos autos atestam a sua incapacidade laboral. Alega que a doença que a acometepossui caráter degenerativo, conforme afirmou o perito judicial e, por isso, deveria ser inaceitável a sua manutenção notrabalho. Aduz que não sabe realizar outra atividade. Assevera que a sua idade, a baixa escolaridade e o baixo nível deinstrução são fatores que impedem a sua reabilitação profissional. Invoca os artigos 436 e 437 do CPC.

A recorrente possui 60 anos de idade (fl. 15) e exerce a função de auxiliar de serviços gerais (fl. 17).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

De acordo com o art. 59 da Lei nº 8.213/91, são requisitos para a concessão do auxílio-doença: manutenção da qualidadede segurado, cumprimento do período de carência (em alguns casos) e incapacidade do segurado para o exercício do seutrabalho ou atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos. E, segundo o art. 42 da Lei nº 8.213/91, são requisitosda aposentadoria por invalidez: manutenção da qualidade de segurado, cumprimento do período de carência (em algunscasos) e incapacidade e insusceptibilidade de reabilitação do segurado para o exercício de atividade que lhe garanta asubsistência.O perito do juízo, médico especialista em oncologia, atestou que, em março de 2008, a autora foi submetida a cirurgia paratratamento de carcinoma ductal em mama esquerda. Após a cirurgia, a autora ainda realizou tratamento de quimioterapia, oque induziu incapacidade temporária. Não obstante, o perito certificou que, na ocasião do exame pericial, a autoraapresentou-se em bom estado clínico geral. Afirmou que a autora apresentou-se recuperada do tratamento instituído e,assim, concluiu inexistir inaptidão laboral (fls. 47/48).A autora impugnou o laudo pericial. Afirmou que é portadora de doença crônica e degenerativa e que, mesmo após acirurgia e o tratamento de quimioterapia, não houve melhoras. Alegou que a doença pode se agravar com o desempenhode sua atividade habitual.Ocorre que o caráter degenerativo da patologia não garante que ela tenha atingido intensidade suficiente para causar

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incapacidade laboral. O fato de a doença ser degenerativa significa que a mesma pode sofrer agravamento progressivo, deforma que, no futuro, a recorrente poderá ficar incapacitada, mas, no momento do exame pericial, o perito ainda não haviaconstatado esse estado. Ademais, o perito expressamente ressaltou que a autora obteve melhora em seu quadro clínicoapós o tratamento instituído e, ainda, assegurou que o exercício da atividade habitual de auxiliar de serviços gerais nãoimplica risco de agravamento da doença.Assim, falta pelo menos um dos requisitos necessários à concessão do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez,qual seja, a comprovação da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01). P.R.I.

3. Sem razão a recorrente.Embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, em princípio, de presunção delegalidade. O atestado médico, por sua vez, equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de maneira que eventualdivergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. Este é o entendimento das TurmasRecursais do Espírito Santo (Enunciado 8).Ademais, os documentos anexados pela recorrente aos presentes autos apontam a existência da doença, informam arealização da cirurgia (18/03/2008) e indicam os tratamentos a que a recorrente fora submetida (fls. 32/39). Apenas umlaudo, emitido por médico do trabalho em 10/09/2009, afirma a impossibilidade de exercício da função de auxiliar deserviços gerais “no momento” e conclui pela inaptidão ao labor (fl. 35). O laudo emitido por fisioterapeuta alguns dias antes,em 22/08/2009, afirma somente que a paciente deveria evitar atividades laborais pesadas (fl. 39). Não há, portanto, provainequívoca da alegada incapacidade laboral.Entendo, pois, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95), tendoem vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está em consonânciacom a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 41).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

48 - 0007767-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.007767-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TANIA MARA PEREIRA DASILVA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Carolina Augusta da Rocha Rosado.).RECURSO Nº 0007767-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.007767-2/01)RECORRENTE: TANIA MARA PEREIRA DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 89/91, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que os documentos anexados aos autos comprovam a sua incapacidade laboral, por serportadora de capsulite adesiva primária nos dois ombros. Argumenta que a sentença recorrida está baseada em laudoomisso e contraditório. Aduz que laudos médicos mais recentes revelam a permanência da enfermidade. Ressalta que aausência de análise e manifestação expressa acerca dos laudos acostados pela parte eiva de nulidade o exame pericial.Pugna pela reforma da sentença.

A recorrente possui 44 anos de idade (fl. 11) e exerce a função de recepcionista (fl. 17).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando a concessão do auxílio-doença desde a data do cancelamento, em 27/9/2011, com suaconversão em aposentadoria por invalidez.

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O art. 285-A do CPC dispensa a citação do réu quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo jáhouver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos (nº 559-24.2012.4.02.5050). Passo, então,a proferir o julgamento de mérito.A autora submeteu-se a duas perícias com médicos ortopedistas.O primeiro perito ortopedista diagnosticou periartrite do ombro esquerdo (fl. 49). Afirmou que a autora possui aptidão paraexercer a atividade habitual de recepcionistaflebotomista (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho(quesito 14).O segundo perito ortopedista diagnosticou processo inflamatório dos ombros (fl. 68). Afirmou que a autora possui aptidãopara exercer a atividade habitual de auxiliar de laboratório (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho(quesito 14).A autora impugnou o laudo pericial (fls. 74/79). Alegou que o perito confirmou suas limitações e o fato de que convive comdor, mas concluiu pela capacidade para o trabalho. Ocorre que o laudo pericial relatou na parte do exame físico que aautora estava com boa mobilidade das mãos e cotovelos normais, ombro direito com mobilidade normal com crepitação emface anterior com características de irritação no tendão do bíceps, ombro esquerdo com flexão completa, rotação externacompleta e abdução com limitação dos últimos graus (fl. 68). O perito concluiu que a limitação alegada pela autora nãoimpede odesenvolvimento de sua função.A autora alegou que para exercer sua profissão necessita sacrificar-se de maneira superior aos demais trabalhadores damesma categoria profissional. Ocorre que o perito atestou que a autora possui aptidão para exercer sua atividade habitualem condições de igualdade com os demais trabalhadores da mesma categoria (quesito 9). Não há motivos para supor ocontrário.A autora alegou que suas limitações a impedem de realizar atividades simples do cotidiano. O fato de o perito ter registradolimitação para abdução ocorreu apenas com base em relato da autora (fl. 68, conclusão). Não se tratou de um registro dopróprio perito. Ocorre que o perito descartou a existência de limitações funcionais (quesito 11).A autora alegou que os atestados médicos comprovam que possui capsulite adesiva primária e o perito se omitiu sobreessa doença. O fato de o perito não relatar, no quesito 1, todas as doenças das quais a autora se queixa não significa que operito tenha se omitido em analisar as queixas da autora: significa apenas que o perito não confirmou o diagnósticoproposto pelos médicos assistentes da autora. O perito transcreve relato da autora de ter apresentado capsulite adesiva noombro esquerdo (fl. 68, conclusão), mas não confirmou o diagnóstico proposto.O diagnóstico constante de atestado de médico assistente não vincula a perícia judicial. O atestado médico equipara-se amero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecerdo perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular éprova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.A autora alegou que sua doença é degenerativa. A natureza degenerativa não garante que a enfermidade já tenha atingidograu incapacitante, mas apenas que a evolução da doença é progressiva. Se, no futuro, o quadro clínico se agravar emrazão da progressão da enfermidade, o autor poderá renovar o requerimento de auxílio-doença.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão expostano laudo pericial.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 44).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

49 - 0002231-67.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.002231-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADIB JOSE JORGE(ADVOGADO: ES018088 - MARÍLIA SCHMITZ, ES018087 - RAUL ANTONIO SCHMITZ.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).RECURSO Nº 0002231-67.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.002231-6/01)RECORRENTE: ADIB JOSE JORGERECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 35/36, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que desencadeou incapacidade laborativa dentro do período de graça, por isso, ainda quenão tenha requerido o benefício dentro do período de graça, faz jus à percepção do benefício por já ter incorporado o direitoao seu patrimônio jurídico. Argumenta que houve cerceamento de defesa, já que não foi determinada a realização deperícia para averiguar a data do início da sua incapacidade. Pugna pela anulação da sentença e retorno nos autos ao juízode origem para reabertura da instrução processual.

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando a concessão de auxílio-doença desde a data do primeiro requerimento administrativo comsua conversão em aposentadoria por invalidez. O INSS alegou que o autor não possui a qualidade de segurada (fl. 20).Indefiro o requerimento à fl. 33.O autor formulou requerimentos administrativos em 26/1/2012 e 8/3/2012 (fl. 34).O último vínculo empregatício do autor terminou na competência de agosto/2009 (fl. 23).A perda da qualidade de segurado ocorre no dia seguinte ao do término do prazo fixado para recolhimento da contribuiçãoreferente ao mês imediatamente posterior ao do final do prazo estipulado pelo inciso II (art. 15, § 4º, Lei nº 8.213/91), ouseja, no dia 16 do segundo mês seguinte ao do término do prazo (art. 14 do Decreto nº 3.048/99).O autor perdeu a qualidade de segurado em 16/10/2010.O autor efetuou um único recolhimento para a Previdência Social na competência de dezembro/2011 (fl. 24), em 15/12/2011(fl. 25).O art. 24, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91 prevê que, havendo perda da qualidade de segurado, as contribuiçõesanteriores, referentes ao vínculo previdenciário antigo, só podem ser computadas para efeito de carência depois que osegurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuiçõesexigidas para carência. Como a carência do auxílio-doença equivale a doze contribuições, o segurado precisa, após a novafiliação, recolher pelo menos 1/3 disso (1/3 de 12 = 4), sem atraso, para ter direito a aproveitar as contribuições anteriores àperda da qualidade de segurado.Na data dos requerimentos administrativos, o autor não havia completado a carência mínima exigida para a concessão dobenefício.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão o recorrente.Não merece acolhida a alegação de cerceamento de defesa. Não há qualquer indício de que a doença do recorrente tenhase manifestado no período de graça, argumento utilizado apenas em sede de recurso. O laudo médico anexado aos autosdata de 25/4/2012 (fl. 9) e não faz referência à data em que o recorrente fora acometido pelas doenças ali relacionadas. Eos requerimentos administrativos foram formulados em 26/1/2012 e 8/3/2012 (fl. 34), mais de um ano após a perda daqualidade de segurado.Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.

4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 35).É como voto.A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

50 - 0006135-32.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.006135-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANGELA MARIA CALAZANSDE SOUZA (ADVOGADO: ES004497 - DICK CASTELO LUCAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).RECURSO Nº 0006135-32.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.006135-4/01)RECORRENTE: ANGELA MARIA CALAZANS DE SOUZARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 50/51, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta a recorrente que está incapacitada para otrabalho por ser portadora de transtornos da rótula, outras espondiloses, outros transtornos de discos intervertebrais,dorsalgia, luxação, entorse e distensão das articulações e dos ligamentos do joelho.Aduz que faz tratamento ortopédico com renomados especialistas em ortopedia, traumatologia e medicina do trabalho, osquais emitiram os laudos anexados aos autos, que comprovam a sua incapacidade laboral. Alega que a perícia judicial aque se submeteu foi conduzida pelo médico perito do INSS, cuja especialidade é desconhecida. Sustenta que hádesequilíbrio processual por não possuir condições de contratar médico especialista para atuar como assistente técnicodurante a perícia judicial e, nesses casos, o INSS, através de seu assistente técnico, poderá tentar confundir o peritojudicial. Segue discorrendo acerca das características da hérnia de disco. Sustenta que o juiz não está adstrito aos ao laudopericial. Pugna pela antecipação dos efeitos da tutela.

A recorrente possui 64 anos de idade (fl. 3). Informa que trabalhava como professora, foi aposentada e permaneceuprestando consultoria a empresas. (fl. 40).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

O art. 285-A do CPC dispensa a citação do réu quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo jáhouver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos (nº 0000559-24.2012.4.02.5050). Passo,então, a proferir o julgamento de mérito.Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento do auxílio-doença NB 544.888.566-3, desde a cassação, em10/05/2011.A autora submeteu-se a duas perícias. O primeiro perito, especialista em ortopedia e traumatologia, diagnosticou hérnia dedisco lombar (quesito 1, fl. 28). Relatou que a autora está assintomática, no momento (quesito 2). Concluiu que não háincapacidade para o trabalho (quesito 14).O segundo perito, especialista em ortopedia, afirmou que a paciente apresenta queixa de dor lombar e cervical comdiscopatia lombar (quesito 1, fl. 40). Relatou que a autora apresentou exame físico com marcha sem auxílio, com amplitudenormal de movimentos sem sinais de atrofia muscular e exame de joelhos normal (quesito 2). Concluiu que a autora estáaposentada, e permaneceu prestando consultoria a empresas, não tem, no momento, incapacidade ortopédica (quesitos 8,9 e 11, fls. 40/41).A parte autora impugnou o laudo. Alegou que o perito laborou em equívoco ao afirmar que a autora padecendo de“Discopatia Lombar, tem aptidão física e mental para exercer a função de costureira, atingindo a média de rendimentoalcançada, em condições normais, pelos trabalhadores da mesma categoria profissional”. Afirmou que, por ser portadora dediscopatia lombar, apresenta quadro de dor na coluna que irradia para o membro inferior, o que dificulta ou mesmoimpossibilita o exercício das atividades diárias. Aduziu que o médico que a acompanha é categórico ao atestar suaincapacidade definitiva para o exercício da profissão de professora autônoma. Alegou, por fim, que o juiz não está adstritoao laudo pericial, podendo formar livremente sua convicção, ou determinar a realização de nova perícia na área deortopedia.Ocorre que, nas duas perícias realizadas, não restou confirmada a existência de dificuldade ou limitação que impliqueimpossibilidade de exercer a atividade de consultoria com produtividade aceitável. Os dois peritos foram claros em atestarque não há incapacidade laborativa, não restando comprovadas as queixas apontadas pela autora. Não há necessidade derealização de nova perícia porque a matéria foi suficientemente esclarecida nos laudos periciais (art. 437 do CPC) e porquenão foi comprovada nenhuma nulidade que contaminasse a produção das provas. Ademais, não há razão para duvidar doacerto na conclusão dos peritos, que são especialistas e gozam de presunção de imparcialidade.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é

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preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão expostanos laudos periciais.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Publique-se. Registre-se. Intimem-se.3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ademais, alegações genéricas de possível influência do assistente do INSS sobre o perito judicial não são hábeis a mudar oquadro ou a comprovar a nulidade da perícia. E, de fato, o magistrado não está adstrito ao laudo médico oferecido peloperito judicial, podendo formar sua convicção baseado em outras provas anexadas aos autos. Ocorre que, no presentecaso, a perícia foi conclusiva a respeito da capacidade laborativa da recorrente e não há subsídios que autorizem afastar aconclusão do perito

4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 23).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

51 - 0000088-08.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000088-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MANOEL ABADE DE SOUZA(DEF.PUB: RICARDO FIGUEIREDO GIORI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).RECURSO Nº 0000088-08.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000088-6/01)RECORRENTE: MANOEL ABADE DE SOUZARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 76, que julgou improcedente o pedidopara condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria por invalidez.Sustenta o recorrente que a sentença deve ser anulada por padecer de graves erros in procedendo. Alega que houveaplicação incorreta do artigo 285-A do CPC, uma vez que a matéria em exame não envolve questão exclusivamente dedireito. Sustenta que não há permissivo legal que autorize a aplicação ao autor de uma espécie de efeito similar ao darevelia (art. 319 do CPC) ou sanção processual idêntica. Argumenta ser desnecessário repetir o que consta da inicial,apenas para dizer que não concorda com a conclusão do laudo. Aduz que o laudo pericial é apenas mais um elemento deprova, que deve ser analisado em cotejo com os demais elementos probatórios dos autos. Aduz que, justamente naausência de tal cotejo é que reside o segundo erro in procedendo. Alega que a sentença está fundamentada no artigo 285-Ado CPC e na conclusão contida no laudo pericial, que se revela omissa em relação à documentação médica acostada aosautos. Invoca o artigo 93, IX da Constituição Federal. Sustenta que o devido processo legal e a ampla defesa não foramobservados. Argumenta que as peculiaridades do labor de um auxiliar de obra não foram consideradas. Pugna pelanulidade da sentença ou por sua reforma total.

O recorrente possui 56 anos de idade (fl. 13) e exerce a função de auxiliar de obras (fl. 16).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento de auxílio-doença desde a data do primeiro requerimento

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administrativo com sua conversão em aposentadoria por invalidez.Dispenso a citação do réu com base no art. 285-A do CPC.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou dor em coluna (fl. 69). Afirmou o autor possui aptidão para exercer a atividadehabitual de ajudante de pedreiro (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).A autora não impugnou o laudo pericial (fl. 73).Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão o recorrente.De fato o INSS não foi citado. Ocorre que a jurisprudência vem mitigando o rigor formal em favor do aproveitamento dosatos processuais que se encontram em débito com a processualística, mas que, em contrapartida, atingem a sua finalidadeessencial e não causam prejuízo a quaisquer das partes (STJ – REsp 767.186 – Rel. Min. Castro Meira – unânime - DJ -19/09/2005 – p 314). E, esta é a hipótese dos autos.A autarquia foi intimada dos atos processuais, tendo, inclusive, apresentado contrarrazões ao presente recurso e nãoalegou nulidade. Por outro lado, por se tratar de matéria de prova, foi determinada a realização de perícia judicial, a qualconstatou a capacidade laborativa do autor. Não houve, portanto, prejuízo capaz de gerar a nulidade da sentença recorridae a finalidade do processo foi atingida.Também não se aplicou uma espécie de efeito similar ao da revelia ou sanção processual idêntica. Ao afirmar que o autornão impugnou o laudo pericial, o magistrado apenas registra que não há outros comentários a serem feitos a respeito de taldocumento. A existência da manifestação de fl. 75 não muda o quadro, já que apenas reitera os pedidos da inicial.Registre-se que não é a ausência ou presença de manifestação acerca de laudos que determina a procedência ouimprocedência de um pedido. São as provas anexadas aos autos.Compulsando os autos, verifica-se que o laudo médico de fl. 28, emitido em 24/8/2011, atesta que o autor relata dor elimitação na coluna e afirma que há necessidade de afastamento das atividades laborais, por 90 dias, para avaliar se o casoé de cirurgia, mas não atesta a incapacidade laborativa do autor. O laudo de fl. 29, emitido em 22/8/2011 por médico dotrabalho, atesta de maneira padronizada que o trabalhar encontra-se inapto. O laudo médico de fl. 30, emitido em21/6/2011, atesta que o autor é portador de lombalgia crônica que o impede de desenvolver atividade laborativa diária. Olaudo médico de fl. 31, emitido em 26/7/2011, apenas informa que o paciente encontra-se em tratamento naquela unidadepor ser portador de lombalgia (de mesmo teor é o laudo de fl. 36, emitido em 21/6/2011). O laudo médico de fl. 32 foraemitido em 05/06/2009, anteriormente, portanto, ao início do contrato de trabalho realizado com a empresa Cinco EstrelasConstrutora e Incorporadora Ltda, conforme CNIS. O laudo médico de fl. 37, emitido em 21/10/11, atesta a incapacidade doautor.No entanto, o laudo pericial de fls. 69/70, emitido em 18/10/2012, atesta que o autor é portador de dor em coluna lombarsem atrofias musculares e que possui aptidão para a atividade exercida. Ressalta-se que o CNIS demonstra que o autorpossui vínculo empregatício com a empresa Liga-Fort Comércio de Revestimentos Eirelli – ME desde 01/10/2013.Ademais, quanto aos atestados médicos particulares anexados ao presente processo, cabe ressaltar o entendimento dasTurmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericialproduzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa,há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).Assim, a sentença não padece dos vícios apontados pelo recorrente. O pedido foi julgado improcedente por não ter o autorlogrado comprovar a alegada incapacidade laboral.Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 57).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

52 - 0001268-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001268-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOÃO CARLOS MOURARIBEIRO (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).RECURSO Nº 0001268-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001268-9/01)

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RECORRENTE: JOÃO CARLOS MOURA RIBEIRORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 74/75, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta o recorrente que é portador de diversasenfermidades de natureza reumatológica. Aduz que anexou aos autos inúmeros laudos emitidos por médicos especialistasque afirma a sua incapacidade laboral. Argumenta que a não realização de perícia na especialidade de reumatologia lhecausou imenso prejuízo e que as patologias reumatológicas não são simples. Quanto ao fato de não haver peritoreumatologista credenciado para atuar no feito, sustenta que a documentação médica apresentada pela parte merece maiorcredibilidade. Invoca os artigos 131 e 436 do CPC.

O recorrente possui 49 anos de idade (fl. 3) e exerce a função de técnico em enfermagem (fl. 1).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento o auxílio-doença NB100.323.747-6 desde a cessação, em 13/4/2011.O autor submeteu-se a duas perícias. O perito ortopedista diagnosticou poliartralgia (fl. 39). Avaliou queixa de dorgeneralizada nas articulações (quesito 2). Afirmou que o autor possui aptidão para exercer a atividade habitual de técnicode enfermagem (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).O perito clínico geral diagnosticou dores articulares (fl. 62). Afirmou que o autor possui aptidão para exercer a atividadehabitual de técnico de enfermagem (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).O autor impugnou os laudos periciais. Alegou que realiza acompanhamento com médico reumatologista e requereu adesignação de perícia com profissional nessa especialidade. Não há, porém, nenhum médico especialista em reumatologiacredenciado a atuar no regime de assistência judiciária gratuita. De qualquer forma, conforme jurisprudência da TurmaNacional de Uniformização, a perícia não precisa ser realizada por médico especialista se se trata de doença ou quadromédico simples (PEDILEF nº 2008.72.51.003146-2/SC, Rel. Juíza Fed. Joana Carolina L. Pereira, julgado 16.11.2009;PEDILEF nº 2008.72.51.004841-3/SC, Rel. Juiz Fed. Derivaldo de F. B. Filho, julgado 10.05.2010).No mesmo sentido, já decidiu o Tribunal Regional Federal da 2ª Região: Não é indispensável a perícia por médico comespecialização em Ortopedia, uma vez que o médico, por sua formação, é detentor de conhecimentos necessários a efetuarperícias médicas judiciais, não sendo requisito sine qua non a qualificação em uma dada especialidade da Medicina,especialmente quando o laudo apresentado forneceu elementos suficientes à formação de convicção por parte domagistrado. (AC 483188. Rel. Des. Fed. Marcello Ferreira de Souza Granado. 1ª Turma Especializada. TRF2. DJe:15//12.2010.) O artigo 145, §2º, do CPC leva à conclusão de que a especialidade na matéria pode ser vista de forma ampla,quando o próprio dispositivo aduz a necessidade de registro no órgão profissional competente, no caso, o CRM, nãohavendo necessidade de o médico comprovar uma especialidade dentro da medicina supostamente compatível com asenfermidades apresentadas pelo paciente para que a perícia tenha validade.O perito ortopedista examinou o autor e concluiu que não há incapacidade para o trabalho. Não há motivos para duvidar doacerto da conclusão do perito.O autor alegou que o perito em uma única consulta não poderia analisar todo histórico clínico do paciente. Ocorre que operito conseguiu formar sua opinião com um único contato com o autor. De qualquer forma, não é factível no âmbito dosjuizados especiais federais desenvolver exame pericial de maior complexidade, com múltiplas consultas.O autor alegou que a documentação carreada aos autos comprova sua incapacidade para o trabalho. O diagnósticoconstante de atestado de médico assistente ou sugerido em exame complementar não vincula a perícia judicial. O atestadomédico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvidaem favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médicoassistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta éa base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere maisindicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Porisso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho. Operito tem liberdade para formular sua conclusão conjugando as impressões do exame de imagem com a avaliação noexame clínico.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente no caso de constatada a incapacidade para o trabalho seriarelevante esclarecer a data do início da incapacidade; não da doença.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.

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Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 34).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

53 - 0002979-36.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002979-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANA DA LUZ MUNIZ(ADVOGADO: ES009921 - ALESSANDRO BRUNO DE SOUZA DIAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).RECURSO Nº 0002979-36.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002979-3/01)RECORRENTE: ANA DA LUZ MUNIZRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 98/99, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que a perícia judicial que embasou a sentença é lacônica e incongruente. Sustenta não serpossível que uma pessoa de quase 70 anos de idade e que padece de patologia degenerativa da coluna lombar, comrestrição a levantamento de peso, possa continuar desempenhando atividade que demanda sobrecarga de trabalho.Argumenta que a idade avançada aliada à doença de que é portadora tornam difícil a sua contratação para o exercício dafunção de auxiliar de serviços gerais e, o seu baixo grau de instrução impossibilita a sua reabilitação. Assevera que o juiznão está adstrito ao laudo pericial.

A recorrente possui 69 anos de idade (fl. 5) e exerce a função de auxiliar de serviços gerais (fl. 9).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda ajuizada objetivando o restabelecimento do auxílio-doença desde a cessação, em 5/2/2010, com suaconversão em aposentadoria por invalidez.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou tendinopatia do ombro esquerdo. Avaliou que a autora já foi submetida aartroscopia desse ombro, que apresentou exame físico com boa amplitude de movimentos sem atrofia muscular elimitação. Afirmou que a autora possui aptidão para exercer a atividade habitual de auxiliar de serviços gerais (quesitos 8/9).Atestou que a autora não pode levantar peso em excesso (quesito 15). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho(quesito 14).A autora impugnou o laudo pericial. Alegou que o perito atestou que não pode levantar peso e não pode desempenhar suaatividade habitual sem sobrecarga de peso. O perito somente atestou inaptidão física para carregar e levantar peso emexcesso extremo. O grau de esforço físico que a autora precisa empreender como auxiliar de serviços gerais não éincompatível com sua aptidão física.A autora alegou que sua enfermidade é degenerativa, ou seja, piora com o passar do tempo. A natureza degenerativa nãogarante que a enfermidade já tenha atingido grau incapacitante, mas apenas que a evolução da doença é progressiva. Se,no futuro, o quadro clínico se agravar em razão da progressão da enfermidade, o autor poderá renovar o requerimento deauxílio-doença.A autora alegou que os atestados médicos carreados nos autos comprovam sua incapacidade para o trabalho. Odiagnóstico constante de atestado de médico assistente não vincula a perícia judicial. O atestado médico equipara-se amero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecerdo perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular éprova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica

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e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédicopaciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.A autora alegou que possui idade avançada de quase setenta anos, limitações ortopédicas e baixa escolaridade. A análisedas condições pessoais da autora, tal como a idade, só teria relevância na hipótese de a perícia judicial ter constatadoincapacidade parcial para o trabalho: dependendo da situação individual do requerente, a reabilitação profissional pode ser,na prática, descartada, para efeito de converter auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Entretanto, não tendo sidoconfirmada nenhuma limitação funcional, o fator etário isoladamente considerado não basta para respaldar a concessão doauxílio-doença.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01). Defiro obenefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intime-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ressalta-se que, muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, emprincípio, de presunção de legalidade. O atestado médico, por sua vez, equipara-se a mero parecer de assistente técnico,de maneira que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. Este é oentendimento das Turmas Recursais do Espírito Santo (Enunciado 8).4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 59).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

54 - 0006454-34.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006454-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WALDECY ALCANTARA DASILVA (ADVOGADO: ES007514 - ORONDINO JOSE MARTINS NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).RECURSO Nº 0006454-34.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006454-5/01)RECORRENTE: WALDECY ALCANTARA DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 105/106, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que seu direito de defesa fora cerceado em razão do indeferimento da realização de novaperícia por médico neurologista. Argumenta que sofre de hérnia de disco lombar, conforme comprovam os laudos anexadosaos autos. Alega que o laudo pericial é omisso, vago e controverso. Segue questionando determinados pontos do laudopericial. Aduz que as provas anexadas aos autos não foram analisadas pela sentença. Sustenta que tem direito àpercepção do auxílio-doença nos meses de dezembro de 2005 e janeiro de 2006 que deixaram de ser pagos quando faziajus à percepção do auxílio-doença.

O recorrente possui 65 anos de idade (fl. 16) e alega exercer a função de encarregado de serviços gerais (fls. 1 e 84).

Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação objetivando o restabelecimento do auxílio-doença desde a cessação, em 31/5/2010, com sua conversãoem aposentadoria por invalidez. Requer, ainda, o pagamento dos proventos de auxílio-doença retroativos aos meses de

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dezembro/2005 e janeiro/2006.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou artrose e hérnia de disco na coluna lombar. Afirmou que o autor possui aptidãopara exercer a atividade habitual de encarregado de serviços gerais (quesitos 8/9). Ressaltou que o autor deve evitar cargade peso extremo em coluna lombar (quesito 15). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).O autor impugnou o laudo pericial. Alegou que, ao reconhecer a enfermidade que o acomete, o perito deveria ter concluídopela existência de incapacidade para o trabalho. Entretanto, para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria porinvalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causadoalterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação.Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para otrabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta nos laudos periciais.O autor alegou que o laudo foi elaborado de maneira equivocada e objetiva. O laudo pericial, embora lacônico, não é nulo,porque esclareceu satisfatoriamente a matéria fática. Nos juizados especiais, os atos processuais são regidos pelasimplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conterfundamentação detalhada.O autor alegou que sua atividade de auxiliar de serviços gerais é incompatível com a moléstia da qual é portador. O fato deo autor estar inabilitado a carregar peso extremo não caracteriza incapacidade para todo tipo de trabalho, mas apenas paraatividades pesadas. A atividade de auxiliar de serviços gerais não requer essa habilidade. Logo, a conclusão do laudopericial, no sentido da ausência de incapacidade para a atividade habitual, não é contraditória.O autor alegou que a autarquia concedeu o benefício por cinco anos. O fato de o INSS ter concedido o benefícioanteriormente não significa que a incapacidade para o trabalho tenha persistido. O auxílio-doença é benefício precário, quesó se mantém enquanto comprovada a persistência da incapacidade para o trabalho.O autor requereu a designação de perícia com médico neurologista. Ocorre que as doenças de que o autor se queixa sesujeitam à especialidade médica do perito ortopedista. Além disso, não há nenhum indício de que o autor necessite sesubmeter a cirurgia para curar a enfermidade, fato que poderia justificar a realização de perícia com médico neurocirurgião.O perito examinou o autor e afirmou que o exame clínico não apresentou limitações funcionais (quesito 2), bem comodispensou a necessidade de realização de exame complementar (quesito 6).Não há motivo para realizar segunda perícia, porque a matéria foi suficientemente esclarecida no laudo pericial (art. 437 doCPC) e porque não foi comprovada nenhuma nulidade que contaminasse a produção da prova.Por fim, ressalto que o perito atestou que a moléstia é degenerativa, ou seja, piora com o passar do tempo. A naturezadegenerativa não garante que a enfermidade já tenha atingido grau incapacitante, mas apenas que a evolução da doença éprogressiva. Se, no futuro, o quadro clínico se agravar em razão da progressão da enfermidade, o autor poderá renovar orequerimento de auxílio-doença.O autor também pediu a condenação do INSS a pagar proventos de auxílio-doença relativos aos meses de dezembro/2005e janeiro/2006. Ocorre que a perícia se limita ao exame das condições clínicas contemporâneas. Por isso, o laudo pericialnão é suficiente para caracterizar a incapacidade laborativa em momento pretérito. A reconstituição dos fatos, a fim deesclarecer se o autor permaneceu incapaz após a cessação do primeiro auxílio-doença, deve ser realizada mediante provadocumental técnica. Não há nos autos nenhum atestado de médico assistente datado do período requerido.DispositivoJulgo improcedentes os pedidos.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.P.R.I.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ressalta-se que o recorrente não comprovou a alegação de não pagamento dos valores de benefício que lhe seriamdevidos.

4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 77).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

55 - 0002618-19.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002618-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EUZELI DE SOUZAMACHADO (ADVOGADO: ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS, ES017107 - HELENICE DE SOUSAVIANA, ES017552 - MARCELO NUNES DA SILVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).

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RECURSO Nº 0002618-19.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002618-4/01)RECORRENTE: EUZELI DE SOUZA MACHADORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 69/70, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Alega a recorrente fez jus à percepção do auxílio-doença por três anos. Sustenta que a sentença carece demotivação processual; que provas e/ou laudos indispensáveis não foram apreciados, o que torna a sentença omissa econtraditória. Alega que a função que exerce não foi considerada. Argumenta que o próprio laudo pericial atesta que a suaincapacidade laborativa. Sustenta que o caráter clínico da doença é essencial para fins de concessão do benefício. Aduzque o julgamento foi precipitado e não observou o devido processo legal e o contraditório. Sustenta que o magistrado nãopode se vincular ao laudo judicial. Aduz que a sequela incapacitante, a idade do segurado e a questão da recolocaçãoprofissional devem ser analisadas para fins de preservação da dignidade humana.

A recorrente possui 66 anos de idade (fl. 10) e exerce a função de costureira (fl. 1).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento do auxílio-doença NB 519.969.392-8 desde a cessação, em22/11/2010 (fl. 12), com sua conversão em aposentadoria por invalidez.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou quadro de coxo artrose do quadril direito. Avaliou que a autora submeteu-se aartroplastia total do quadril direito e apresentou exame físico com leve limitação da abdução com marcha normal e semauxílio (quesitos 1 e 2). Afirmou que a autora possui aptidão para exercer a atividade habitual de costureira autônoma(quesitos 8 e 9). Atestou que a autora não pode subir e descer escadas nem trabalhar em pé por muito tempo, mas podetrabalhar sentada (quesito 11). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).A autora impugnou o laudo pericial. Alegou que os atestados médicos acostados aos autos comprovam seu quadroortopédico e necessidade de fazer uso diário de medicamentos. O diagnóstico constante de atestado de médico assistentenão vincula a perícia judicial. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventualdivergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 daTurma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatosnarrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico epropondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixade doença incapacitante é verdadeira.Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência daincapacidade para o trabalho.O atestado datado de 16/2/2011 não identifica seu subscritor. Os atestados datados de 28/9/2007 (fl. 18), 22/6/2007 (fl. 21),2/11/2009 (fl. 21), 8/2/2007 (fl. 22), 30/5/2008 (fl. 23 e fl. 26), 1º/2010 (fl. 25 e fl. 27) remetem a período em que não haviacontrovérsia sobre a incapacidade para o trabalho porque a autora estava recebendo auxílio-doença (fl. 12).A autora alegou que recebeu auxílio-doença por três anos ininterruptos. O fato de o INSS ter concedido o benefícioanteriormente não significa que a incapacidade para o trabalho tenha persistido. O auxílio-doença é benefício precário, quesó mantém enquanto comprovada a persistência da incapacidade para o trabalho.A autora alegou que a moléstia é degenerativa, ou seja, piora com o passar do tempo. A natureza degenerativa não garanteque a enfermidade já tenha atingido grau incapacitante, mas apenas que a evolução da doença é progressiva. Se, nofuturo, o quadro clínico se agravar em razão da progressão da enfermidade, a autora poderá renovar o requerimento deauxílio-doença.A autora alegou que sua doença é crônica. Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta aosegurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Nãohá motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudo pericial.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intime-se.

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3. Sem razão a recorrente. Inicialmente, ressalto que a alegação de inobservância do devido processo legal e docontraditório não merece prosperar. Com efeito, o laudo pericial que serviu de base para a sentença foi suficientementemotivado e as indagações relativas à incapacidade da parte foram eficazmente esclarecidas. Ademais, foi dada à recorrenteoportunidade para manifestação acerca do laudo.E, muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, em princípio, depresunção de legalidade. O atestado médico, por sua vez, equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de maneiraque eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. Este é o entendimento dasTurmas Recursais do Espírito Santo (Enunciado).

Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.

4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 44).

É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

56 - 0000923-64.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000923-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADELSO JOSE DALCAMINI(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Marcos Figueredo Marçal.).RECURSO Nº 0000923-64.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000923-6/01)RECORRENTE: ADELSO JOSE DALCAMINIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença. Sustentou estarincapacitada para o exercício de qualquer atividade laborativa, pleiteando a concessão do referido benefício previdenciário.

2. O laudo pericial de fls. 43/46 informou que, embora o recorrente seja hipertenso (Hipertensão Arterial Sistêmica), “nãohá incapacidade para o exercício de atividades habituais”(fl. 45).

3. O que dá ensejo ao benefício não é a ocorrência de doença, e sim de incapacidade para a função do autor, que não foiconstatado em laudo pericial. Futuro agravamento da doença poderá resultar em incapacidade e conseqüente direito abenefício previdenciário, mas não por enquanto.

4. Quanto aos atestados médicos particulares juntados no presente recurso, insta ressaltar que as Turmas Recursais doRio de Janeiro consagraram orientação no sentido de que “O momento processual da aferição da incapacidade para fins debenefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial, constituindo violação ao princípio docontraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentos ou a formulação de novas alegaçõesque digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou de outra” (Enunciado 84) e de que “Nãomerece reforma a sentença que acolhe os fundamentos técnicos do laudo pericial para conceder ou negar benefícioprevidenciário ou assistencial quando o recurso não trouxer razões que possam afastar a higidez do laudo” (Enunciado 72). Na mesma linha, as Turmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).

5. O autor tem condições de continuar trabalhando como motorista ou noutras funções assemelhadas. Em um país emque quase metade da população não concluiu o ensino fundamental, a interpretação da legislação previdenciária para

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cumprimento de sua função social não deve supervalorizar o baixo grau de instrução.

6. Não se pode confundir o reconhecimento médico de existência de enfermidades sofridas pelo autor com a incapacidadepara o exercício da sua atividade habitual, eis que nem toda patologia apresenta-se como incapacitante.

7. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas processuais e de honorários advocatícios em razão dagratuidade de Justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

57 - 0002151-08.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002151-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALECIR DA SILVEIRACARVALHO (ADVOGADO: ES011678 - ADRIANA ALVES DA COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: DANILO PEREIRA MATOS FIGUEIREDO.).RECURSO Nº 0002151-08.2009.4.02.5051/01RECORRENTE: ALECIR DA SILVEIRA CARVALHO.RECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA RAÚJO

V O T O / E M E N T APREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto por ALECIR DA SILVEIRA CARVALHO, com 55 anos, em face da sentença defls. 99/100, que julgou improcedente o pedido para condenar o INSS a restabelecer o beneficio de auxilio doença desde adata de sua cessação. Sustenta o recorrente que o perito diagnosticou no exame físico, ruptura muscular de bicps, e deruptura parcial dos tendões, do qual afirmou ser degenerativa, e mesmo assim afirmou encontrar-se o autor capaz paraexercer sua atividade laborativa habitual de operador agrícola. Argüi que a sentença e contraditória ao descrever que orecorrente é portador de outros transtornos e assim mesmo negar o beneficio. E por fim requer que seja conhecido eintegralmente provido, conforme fatos e fundamentos expostos para conceder o auxilio doença ou aposentadoria porinvalidez.2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:(...)A Aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença exigem para a sua concessão a qualidade de segurado e o cumprimentodo período de carência exigido em lei, diferenciando-se entre si quanto à natureza da incapacidade, devendo ser concedidaa aposentadoria quando verificada a incapacidade total, definitiva e absoluta do segurado, ou seja, o segurado deve estarinválido, de forma irreversível, para todo e qualquer exercício de atividade laboral. Por sua vez, o auxílio-doença exige que aincapacidade seja relativa ou temporária, porém sempre total, uma vez que seu grau deve atingir um nível tal queimpossibilite exercício da atividade laboral habitual do segurado.Quanto à incapacidade, a perícia médica realizada (fl. 46) e esclarecimentos prestados (fls. 74/75 e 86/88) constataram quea parte autora sofre de outros Transtornos dos Discos Intervertebrais (Cid 10: M 51) (resposta ao quesito nº 1 do INSS),que, no entanto, não a incapacita para exercer sua atividade laborativa habitual de operador agrícola – tarefeiro (respostasaos quesitos nº 06 do INSS).Como não foi constatada pelo perito a existência de patologia que impeça o exercício da atividade laborativa da parteautora, sua pretensão não encontra guarida no ordenamento jurídico pátrio, impondo-se a improcedência do pedido.DispositivoDo exposto, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão deduzida na inicial, nos termos do art. 269, I, do CPC, extinguindo ofeito com resolução do mérito.Sem condenação em custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o artigo1º da Lei nº 10.259/01.Em sendo apresentado recurso inominado no prazo de 10 (dez) dias a contar da intimação da presente Sentença, intime-sea parte recorrida para, querendo, apresentar contra-razões, no prazo legal. Vindas estas, ou certificada pela Secretaria asua ausência, remetam-se os autos à Turma Recursal.Se não houver recurso, no prazo de 10 (dez) dias a contar da intimação da presente Sentença, certifique-se o trânsito emjulgado, e em seguida, arquivem-se os autos, dando baixa.P.R.I.3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo

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46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 45).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, 10 de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

58 - 0000236-19.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000236-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NILTON DOS SANTOSMACAÚBA (ADVOGADO: ES017552 - MARCELO NUNES DA SILVEIRA, ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOSSANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGOJUNQUEIRA.).RECURSO Nº 0000236-19.2012.4.02.5050/01RECORRENTE: NILTON DOS SANTOS MACAÚBA.RECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

V O T O / E M E N T APREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 87/88, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que sempre exerceu atividade laboral de maneira braçal, que com o agravamento daincapacidade laboral, que suporta a mais de 02 anos, o impedi de retornar a sua rotina de trabalho. Alega que a sentençadeixou de considerar os documentos e laudos juntados aos autos e de considerar o fato do efetivo exercício profissional dorecorrente, onde pela patologia metabólica perde função primordial e efetiva (fraqueza muscular em membros inferiores esuperiores), quando não poderia sofrer o mínimo de alteração. Doença esta que o impossibilita o retorno do quadro clinicoao estado original, nem ao menos parcial mesmo sob o auxílio de tratamentos. Acrescenta que o próprio fato do recorrenteestar por mais de 02 anos sob o diagnóstico de doença de incapacidade definitiva, descarta a necessidade de controlemedicamentoso.

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:(...)Na inicial, o autor, que alega exercer a profissão de ajudante de pedreiro e conta atualmente com 54 anos de idade, afirmaser portador de “diabetes mel l i tus (CID-10 E11)”, alegando estar incapacitado para o exercício de sua atividade laborativahabitual. Requereu o benefício auxílio-doença em 25/08/2011 (NB547.673.577-8) , tendo sido indeferido por parecercontrário da perícia médica.Os laudos médicos particulares apresentados pela parte autora (fls.13/17) elencaram a doença sofrida, mas nãoconstataram a sua incapacidade laborativa.Para o recebimento da aposentadoria por invalidez mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei n.º 8.213/90, quais sejam: ostente a qualidade de segurado, atenda a carência de 12 contribuiçõesmensais e tenha constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência com insuscetibilidade de reabilitação. Já em relação ao benefício auxílio doença, a única diferençarelaciona-se ao último requisito, uma vez que o art. 59 da Lei n.º 8.213/90 exige que o postulante esteja incapacitado para oseu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.Com relação ao requisito da incapacidade, tal verificação ficou a cargo da perícia judicial na área de endocrinologia, cujolaudo se encontra à fl. 44 dos autos. Restou constatado pelo perito que o autor é portador de “diabetes mellitus não insulino-dependente (tipo 2) (CID-10 E11.9) , não tendo sido constatada no exame pericial incapacidade para exercer a atividadehabitual (quesitos 06, 07, 7.1, 08, 09, 10, 11, 12, 13 e 14) .Pelas conclusões apresentadas nos laudos periciais, restou incontroverso a inexistência de incapacidade (parcial ou total)para o exercício de atividades profissionais que garantam subsistência ao autor, não tendo sido apresentado nenhum dadomédico-factual que indique existir impossibilidade involuntária do exercício da atividade habitual ou peculiaridade relevanteque torne tal exercício inexigível ou razoavelmente dispensável.Os documentos médicos particulares juntados pela parte autora não são suficientes para afastar as conclusões da períciamédica judicial, nos termos do Enunciado de n. 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo:”O laudo médico particular é prova uni lateral , enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é,em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecersobre o particular”.

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Não havendo incapacidade temporária ou permanente, parcial ou total, nem atualmente e nem à época da cessação dosbenefícios referidos, não há como prosperar o pleito autoral.Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido veiculado na inicial, extinguindo o feito com julgamento de mérito, nostermos do inciso I do art. 269 do Código de Processo Civil. Sem custas e honorários advocatícios, conforme artigos 55 daLei n.° 9.099/95 c/c art. 1º da Lei n.° 10.259/2001. P.R.I . Após o trânsito em julgado, arquive-se.3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 20).É como voto.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, 10 de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

59 - 0003973-35.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003973-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROMILDO MARTINS DASILVA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).RECURSO Nº 0003973-35.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003973-1/01)RECORRENTE: ROMILDO MARTINS DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO / EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. LAUDO PERICIAL LACÔNICO. NULIDADE DA PROVA.

O autor interpôs recurso inominado da sentença que julgou improcedente o seu pedido de concessão de auxílio doença. Sustenta o recorrente que o laudo pericial de fls. 22/24 foi “extremamente objetivo e superficial” (fl. 48), não podendo asentença de 1ª grau se lastrear apenas nessa prova para indeferir seu pleito.

Contrarrazões às fls. 62/66.

É o breve relatório. Passo a decidir.

É cediço que a realização de prova pericial é imprescindível para o julgamento das causas relacionadas à incapacidadelaboral, pois somente com as informações constantes na prova técnica é que se terá condições de aferir a incapacidade doautor.

Nesse sentido, a perícia deve atender pressupostos mínimos de idoneidade. Logo, o laudo pericial pode ser sucinto, nuncalacônico, não fundamentado; o baixo valor dos honorários periciais pagos no sistema dos JEF’s não autoriza que o Estadoentregue ao jurisdicionado uma justiça de segunda qualidade.

No caso em tela, o laudo pericial de fl.22/24 se limitou a responder a maioria dos quesitos com a seguinte assertiva “O autornão apresenta patologia ortopédica incapacitante para o trabalho no exame pericial”. Ora, o perito, ao responder os diferentes quesitos formulados pelas partes com uma única resposta, elaborou um laudo quenão está minimamente fundamentado, não discorrendo sobre a evolução e aspectos da doença do autor, com remissão aoseu histórico médico, bem como não fez referência à documentação juntada aos autos ou à necessidade de suacomplementação.

Desse modo, uma perícia lacônica, sem a descrição do quadro clínico do segurado, não possibilita ao Magistrado julgar alide de maneira correta, uma vez que omite informações necessárias para a constatação da capacidade laborativa do

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recorrente.

Recurso conhecido e provido para anular a sentença recorrida, determinando a realização de nova perícia na especialidadede ortopedia.

É como voto.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO,para anular a sentença de primeiro grau, determinando a realização de nova perícia na especialidade de ortopedia, naforma do voto que passa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

60 - 0000637-45.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000637-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x DARCILIA PEREIRA MOULAZ (ADVOGADO:ES007180 - LIETE VOLPONI FORTUNA.).RECURSO Nº 0000637-45.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000637-9/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: DARCILIA PEREIRA MOULAZRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA RECONHECIDA POR LAUDO PERICIAL.

1 - O INSS interpôs recurso da sentença (fls. 51/53) que o condenou a restabelecer à parte autora auxílio-doença desde adata de cessão do benefício, ocorrida em 15/01/2008. O recurso aduz que o laudo pericial de fls. 40/42 atesta a capacidadelaboral da parte recorrida. Contrarrazões às fls. 69/74.

2 - A perícia indicou que a autora possui “osteoporose em colo e cabeça de fêmur direito, assim como coluna lombar L1/L4[...] lesão ocasionada por degeneração da cabeça do fêmur direito e articulação na bacia, baixa massa óssea”. Disse, ainda,que a incapacidade é parcial e temporária (quesitos 09, 10 e 12 do INSS – fl. 41), afirmando existir a possibilidade derecuperação da recorrida (quesito 2 do Juízo – fl. 42).

3 - É dever do Magistrado valorar todas as provas produzidas para concluir ou não pela incapacidade. Laudos médicosparticulares de fls. 21/24 e 36 apontaram que o quadro clínico da autora dificulta o exercício de seu trabalho habitual(costureira).

4 - O laudo do perito não discrepa, em essência, dos atestados médicos colacionados aos autos, em relação a doença daautora. Desse modo, a conjugação da prova pericial com os laudos médicos particulares levou o Juízo de 1º Grau a concluirpela incapacidade temporária da recorrida e a concessão do auxílio-doença.

5- Recurso conhecido e desprovido. Condeno o réu/INSS ao pagamento de honorários advocatícios arbitrados em 10% dovalor da condenação, nos termos do art.55, caput, da Lei 9.099/1995, ficando isento, porém, do pagamento de custas(art.4º, I, da Lei 9.289/1996).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma daementa que passa a integrar o presente julgado.

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

61 - 0000322-24.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000322-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VERA LUCIA FACCINI(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELABRAVIN BASSETTO.).RECURSO Nº 0000322-24.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000322-6/01)RECORRENTE: VERA LUCIA FACCINIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença. Sustentou estarincapacitada para o exercício de qualquer atividade laborativa, pleiteando a concessão do referido benefício previdenciário.

2. O laudo pericial de fls. 25/26 informou que “não há incapacidade no momento”, muito embora tenha confirmado que aautora possui artrose na coluna lombar e cervical e que deve evitar carga de peso, principalmente em região lombar, eesforço físico extremo.

3. Todavia, o que dá ensejo ao benefício não é a ocorrência de doença, e sim de incapacidade para a função da autora,que não foi constatado em laudo pericial. Futuro agravamento da doença poderá resultar em incapacidade e conseqüentedireito a benefício previdenciário, mas não por enquanto. Se atualmente houver restrição definitiva da capacidadelaborativa, a segurada poderá buscar obter, administrativamente, o auxílio-acidente referido no art. 86 da Lei 8.213/1991

4. Quanto aos atestados médicos particulares juntados no presente recurso, insta ressaltar que as Turmas Recursais doRio de Janeiro consagraram orientação no sentido de que “O momento processual da aferição da incapacidade para fins debenefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial, constituindo violação ao princípio docontraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentos ou a formulação de novas alegaçõesque digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou de outra” (Enunciado 84) e de que “Nãomerece reforma a sentença que acolhe os fundamentos técnicos do laudo pericial para conceder ou negar benefícioprevidenciário ou assistencial quando o recurso não trouxer razões que possam afastar a higidez do laudo” (Enunciado 72). Na mesma linha, as Turmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).

5. Ademais, em consulta ao CNIS, verifico que a recorrente tem laborado normalmente em sua função desde agosto de2011, o que indica a recuperação de sua capacidade laboral.

6. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas e nem honorários, em razão da gratuidade de justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

62 - 0006573-29.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006573-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARACELI FERREIRASANTOS (ADVOGADO: ES013203 - RENATA MILHOLO CARREIRO AVELLAR, ES007019 - VERA LÚCIA FÁVARES.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).RECURSO Nº 0006573-29.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: ARACELI FERREIRA SANTOS.RECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

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V O T O / E M E N T APREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DA AUTORA - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 127/129, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez.Alega que obteve o benefício de auxilio doença do INSS no período de 18/05/2004 a 09/04/2009, e que a partir desta data,o INSS passou a indeferir o beneficio, sob a alegação de que não foi constatada pelo perito do INSS incapacidade para otrabalho ou para atividade habitual, que no período de 05 (cinco) anos em que esteve sob beneficio, o INSS nunca fez a suareadaptação em outra função. Sustenta que a sentença ignorou por completo os documentos e laudos juntados aos autospela recorrente e de considerar as condições sociais de vida, do qual é notório que a mesma não possui qualquerpossibilidade de retorno ao labor, razão pela qual deverá ser aposentada por invalidez.

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:(...)No caso dos autos, o cumprimento do período de carência e a qualidade de segurado, considerando a data da cessação dobenefício para o caso de restabelecimento ou da data do requerimento administrativo para o caso de concessão, são fatosincontroversos. A controvérsia cinge-se, pois, ao fato de estar ou não a parte autora incapacitada para o trabalho, o quecorresponde às teses antagônicas sustentadas pelas partes.Exerce a parte autora a função de digitadora, contando atualmente 38 anos de idade, referindo problemas ortopédicos,principalmente em sua coluna lombar.Em relação à existência ou não da incapacidade, pela perícia médica judicial realizada (fls. 101-102) foi constatada que aparte autora apresentava capacidade laborativa, apesar de também confirmar sua doença, afirmando apenas que ela deveevitar carga de peso e esforço físico extremo, visto que a doença que a acomete possui caráter degenerativo, de evoluçãolenta e normal a todos os seres humanos.O argumento sobre a existência da doença referida, por haver nos autos laudos e exames médicos particulares que aconfirma não pode prosperar. Isso porque tal fato – diagnóstico de doença - não significa, por si só, incapacidade, estadeve ser constatada por perícia médica, pois o atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de formaque eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo.Neste sentido o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral,enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo arespeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”Registre-se, ademais, que a perícia médica judicial tem o escopo de auxiliar o julgamento do feito, sem, contudo, vincular ojuiz, o qual utiliza-se de todos os elementos presentes nos autos para sua convicção, tais como os laudos e examesmédicos particulares, a situação e características pessoais da parte autora (função, idade, grau de escolaridade, inserçãosocioeconômica etc.) para conjugar com o laudo pericial judicial produzido a partir da realidade controvertida trazida pelaspartes.Não se conclui, assim, pela incapacidade da parte autora para o trabalho, considerando para tanto o lapso temporal entre adata da cessação do benefício de auxílio-doença (09/04/2009), assim como a data da propositura desta demanda(04/11/2009) até a data da realização da perícia judicial (14/02/2011).Quanto aos períodos posteriores não abrangidos por esta sentença poderão ser discutidos em nova demanda, desde queprecedida por novo requerimento administrativo indeferido e que seja posterior à perícia judicial realizada.Isso posto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO.Sem honorários advocatícios nem custas judiciais (art. 55, da Lei nº 9.099/1995c/c o art. 1º, da Lei nº 10.259/2001).Em sendo apresentado recurso inominado, intime-se a parte recorrida para apresentar contra-razões. Vindas estas oucertificada pela Secretaria sua ausência, remetam-se os autos à Turma Recursal.Se não houver recurso, certifique-se o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se.P.R.Intimem-se.3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 92).É como voto.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DA AUTORA E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, 10 de março de 2014

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

63 - 0000919-90.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000919-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NELI KUSTER KRAUZE(ADVOGADO: ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS.RECURSO Nº 0000919-90.2011.4.02.5050/01RECORRENTE: NELI KUSTER KRAUZE.RECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

V O T O / E M E N T APREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DA AUTORA - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 98/99, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que a sentença ignorou por completo os documentos e laudos juntados aos autos sem suadevida apreciação. Alega que deixou de ser considerado o fato do efetivo exercício profissional da recorrente, onde pelapatologia cardíaca perde função primordial e efetiva, quando não poderia sofrer o mínimo de alteração. Argüi que arecorrente aos 51 (cinqüenta e um) anos, sofrendo de comprovada seqüela que impossibilita o restabelecimento da funçãonormal do labor (cabeleireira) é exercido sob total funcionamento da função afeta, do qual não foi considerado nem emlaudo nem em sentença.2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:(...)A autora alega na inicial estar incapaz em razão de neoplasia do estômago. Entretanto, conforme documentos trazidos peloINSS fls. 35/36, constata-se que a requerente terminou o tratamento quimioterápico e radioterápico em 2008, o que a tornouapta para o labor. Assim também concluiu o perito ao afirmar que a autora “não apresentou incapacidade para a suafunção: Cabeleireira autônoma” (fls. 64).E é nesse sentido o Enunciado nº 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto:O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.Dessa maneira, diante do laudo pericial do juízo, não restou dúvida quanto a capacidade da autora para exercer atividaderemunerada que lhe garanta subsistência.Assim sendo, conclui-se que a demandante não preencheu os requisitos legais necessários para a concessão do benefícioauxílio-doença, nem tampouco da aposentadoria por invalidez.DISPOSITIVOIsto posto, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos veiculados na inicial, extinguindo o feito com julgamento de mérito, nostermos do inciso I do art. 269 do Código de Processo Civil.Sem custas e honorários advocatícios, conforme artigos 55 da Lei n.° 9.099/95 c/c art. 1º da Lei n.°10.259/2001. Defiro obenefício da assistência judiciária gratuita.P.R.I. Após o trânsito em julgado, arquive-se.3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 99).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DA AUTORA E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

Vitória / ES, 10 de março de 2014ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

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64 - 0000338-41.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.000338-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) PAULO ANTONIO DASNEVES (ADVOGADO: ES017592 - VANESSA DE FREITAS LOPES, ES006803 - JOSE ALCIDES BORGES DA SILVA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).RECURSO Nº 0000338-41.2012.4.02.5050/01

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RECORRENTE: PAULO ANTONIO DAS NEVES.RECORRIDO (A): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: JUIZA FEDERAL ALINE ALVES DE MELO MIRANDA RAÚJO

V O T O / E M E N T APREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto por PAULO ANTONIO DAS NEVES de 64 anos, em face da sentença de fls.57/58, que julgou improcedente o pedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta orecorrente que o perito não observou que a atividade profissional desempenhada pelo recorrente, qual seja, eletricista,submete-o a demasiada carga de trabalho, com esforço físico constante nos membros superiores e inferiores, durante todaa jornada de trabalho, com quase nenhuma pausa para descanso e alívio postural, sendo impossível não concluir que otrabalho desempenhado pelo recorrente conduz o agravamento da enfermidade cervical. Alega que na impugnação (fls.52/55), o recorrente requereu a realização de novo exame pericial na especialidade de medicina do trabalho. Contudo, oJuiz a quo entendeu pela desnecessidade de novo exame pericial do qual, no seu entendimento, foi bem fundamentada.Argüi que encontra-se o recorrente desempregado há mais de 1 (um) ano, sendo que a lesão cervical tem obstado seuretorno ao mercado de trabalho, vez que dos exames admissionais fica evidenciado a redução da capacidade laborativa,impedindo assim, sua contratação.2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:(...)O perito nomeado pelo juízo diagnosticou artrose da coluna cervical sem compressões nervosas (fl. 47). Afirmou que oautor possui aptidão para exercer a atividade habitual de eletricista (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para otrabalho (quesito 14).O autor impugnou o laudo pericial (fls. 52/55). Alegou que o perito concluiu pela ausência de incapacidade para o trabalhoapesar da dor lombar e dor na coluna cervical com diminuição da mobilidade e parestesia dos membros superiores. Ocorreque o perito foi conclusivo em afirmar que ao exame físico o autor estava com boa mobilidade dos membros inferiores,andando bem, sem auxílio de muletas ou terceiros, boa mobilidade da rotação cervical com queixa de dor, mobilidade dosmembros superiores, sem alterações neurológicas comopatíveis com compressão cervical, boa mobilidade lombar, semalterações neurológicas de membros inferiores e edema discreto das pernas (fl. 46/47).O autor alegou que o perito registrou que apresentou exames complementares com diagnóstico compatível com artrosecervical, mas concluiu que não havia sinais clínicos que evidenciassem incapacidade para o trabalho. Ocorre que odiagnóstico sugerido em exame complementar não vincula a perícia judicial. O perito tem liberdade para formular suaconclusão conjugando as impressões do exame de imagem com a avaliação no exame clínico.O autor alegou que o perito notou um edema em suas pernas, mas não se referiu ao mesmo. Ocorre que o perito não seomitiu em relação ao edema da perna: o perito se referiu ao edema como sendo discreto (fl. 47). Isso significa que o peritonão confirmou que o edema fosse causa de incapacidade para o trabalho.O autor alegou que o perito descartou o risco de agravamento da doença em face da continuidade da atividade habitualporque possui boa mobilidade, mas sua atividade requer demasiado esforço físico e movimentação freqüente da colunacervical. Ocorre que o perito concluiu que o autor apresentou mobilidade normal, não havia hipotrofias musculares, perdade força ou qualquer alteração nos membros superiores, nem sinais de compressão nervosa (fl. 47 e quesito 9) e foiconclusivo em descartar a existência de limitação funcional (quesito 11).O autor requereu a designação de nova perícia com perito médico do trabalho. O que importa é que o laudo pericial estábem fundamentado, revelando que o perito detém conhecimento técnico pertinente à doença da qual o autor se queixa. Nãohá necessidade de nova perícia, porque a questão de fato já está esclarecida.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão expostano laudo pericial.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01). Defiro obenefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 37).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes Federais

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GUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

65 - 0000151-52.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000151-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALINE ALHO DE SOUZA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:THIAGO COSTA BOLZANI.).RECURSO Nº 0000151-52.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000151-1/01)RECORRENTE: ALINE ALHO DE SOUZARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA E CONCESSÃO DE APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. AUSENCIA DE LAUDO PERICIAL. NULIDADE DA SENTENÇA.

A autora interpôs recurso inominado da sentença que julgou improcedente o seu pedido de restabelecimento deauxílio-doença. Alega, preliminarmente, cerceamento de Defesa, uma vez que o pedido de realização de perícia não foiatendido pelo Juízo de 1º Grau. No mérito, requer a reforma da sentença para que seja reconhecido o direito da recorrentea concessão do benefício de aposentadoria por invalidez ou subsidiariamente auxílio-doença.

Contrarrazões às fls. 68/70.

É o breve relatório. Passo a decidir.

A sentença de 1º Grau negou a realização da prova pericial sob o fundamento de que “a prova pericial é o meio pelo qualexpert, baseado na anamnese, exames clínicos e complementares, pode esclarecer certos fatos alegados nos autos queporventura suscitem dúvida na apreciação do direito. Assim, se a controvérsia dos autos gira em torno da existência ou nãode incapacidade da autora na data em que seu benefício foi cessado, bem como se permanece até os dias de hoje,imprescindível, portanto, a apresentação de exames em datas posteriores a outubro/2010, sem os quais restariaprejudicada a perícia judicial” (fl. 47).

Embora seja correto o raciocínio expresso na decisão ora impugnada, não se pode deixar de considerar que a parte autora,assistida pela Defensoria Pública, manifestou, em fls. 43/44, que sendo: “[...] pessoa carente de recursos financeiros, aautora ainda não conseguiu realizar outros exames além dos que constam nos autos [...]requerer a Vossa Excelência semprejuízo das providências que serão adotadas pela demandante para a realização de novos exames médicos, sejadesignada desde já perícia médica na especialidade ORTOPEDIA [...]”

Nesse sentido, entendo que o órgão jurisdicional de 1º grau se precipitou ao sentenciar a lide sem a realização do examepericial. Ora, não é simples para a parte autora, carente de recursos financeiros, conseguir em tempo hábil a realização deoutros exames e laudos médicos na Rede Pública. Diante dos argumentos trazidos pela Defensoria, o mais correto seriaprorrogar o prazo para a recorrente conseguir cumprir a diligência.

Por outro lado, entendo que o Perito é quem deveria se manifestar sobre se os exames e atestados trazidos pela autoraseriam ou não suficientes para elaboração do laudo pericial. Não são raras as ocasiões em que o experto do Juízo requer àparte a realização de um novo exame, mas justifica isso com base em seu conhecimento médico. No caso em tela, oslaudos da recorrente não eram tão antigos, e existia a possibilidade do perito, com aqueles dados, emitir sua opinião sobrea capacidade laboral da parte autora.

Ademais, verifico pelo CNIS da recorrente que, cessado o auxílio-doença em 29/10/2010, a autora se desligou do empregopor iniciativa própria em 11/02/2011, possivelmente motivada por seu estado de saúde. Além disso, o próprio INSSconcedeu posteriormente auxílio-doença à autora no período de fevereiro a junho de 2012, indicando que problema desaúde descrito na inicial persiste e pode estar se agravando.

Portanto, conforme entendimento consagrado na jurisprudência, nos casos em que se pleiteia a concessão de benefícioprevidenciário por incapacidade, a realização de prova pericial é imprescindível para o julgamento da causa, pois somentecom as informações constantes da prova técnica é que se terão condições de aferir a incapacidade da autora. Assim, arazão assiste à parte recorrente em sua preliminar alegada.

Recurso conhecido e provido para anular a sentença recorrida, determinando a realização de perícia na especialidade de

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ortopedista.

É como voto.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, para anular asentença de primeiro grau, determinando a realização de nova perícia na especialidade de ortopedia, na forma do voto quepassa a integrar o presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuiza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

66 - 0002532-82.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002532-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) PAULO CESAR RORIZNORBIM (ADVOGADO: ES016053 - RODOLFO NICKEL NEVES, ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).RECURSO Nº 0002532-82.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002532-1/01)RECORRENTE: PAULO CESAR RORIZ NORBIMRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTAPREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA COM POSTERIOR CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL – LAUDOS PARTICULARESINSUFICIENTES PARA ATESTAR A INCAPACIDADE LABORAL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto por PAULO CESAR RORIZ NORBIM almofarixe com 56 anos, em face dasentença de fls. 139/140, que julgou improcedente o pedido de concessão do beneficio de auxílio-doença e a posteriorconversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que a sentença ignorou por completo os documentos elaudos juntados aos autos sem sua devida apreciação e de considerar o fato do efetivo quadro clinico do recorrente, ondepor laudo judicial de interdição (fls.75) denota-se patologia psíquica à ensejar à incapacidade absoluta. Argumenta queforam desprezados na decisão a quo todos os acontecimentos suportados pelo recorrente como o difícil controle dadoença, cujos intervalos tem sido cada vez mais diminuídos e a duração das crises mais intensas e indeterminadas. Por fimrequer o acolhimento do presente recurso, e que seja dado provimento para que seja reformada a sentença do juízo a quo.2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:(...)Cabe destacar que inexiste discussão nos autos em relação ao fato de a parte autora ostentar a qualidade de segurada daPrevidência Social, bem como preencher a carência mínima exigida em lei para os benefícios em tela.Com relação ao requisito da incapacidade, tal verificação ficou a cargo dos r. peritos do juízo, cujos laudos encontram-seofertados às fls. 43/44 e 120/121.Pelas conclusões apresentadas nos referidos laudos periciais, que passam a fazer parte desta sentença como causa dedecidir, estou convencido da inexistência de incapacidade (parcial ou total) para o exercício de atividades profissionais quegarantam subsistência ao autor. Não foi, a meu ver, apresentado nenhum dado médico-factual que indique existirimpossibilidade involuntária do exercício da atividade habitual ou peculiaridade relevante que torne tal exercício inexigível ourazoavelmente dispensável.Ademais, ressalto que os benefícios previdenciários em questão não são devidos em razão da existência ou não de umadoença, mas sim da incapacidade gerada pela enfermidade. In casu, embora o perito judicial tenha informado que o autor épossuidor de transtorno misto de personalidade, não restou configurado que a doença lhe impede de realizar a suaatividade habitual, não havendo incapacidade laborativa do ponto de vista psiquiátrico.Também não deve prevalecer a argumentação da parte autora de que sua incapacidade está atestada através da sentençade interdição definitiva, proferida por Juiz de Direito (fls. 73/74). Há que se considerar que a perícia médica que deusustentação à decisão do juízo da vara de órfãos e sucessões, foi realizada em 19/04/2010 (fl. 64). Outrossim, no curso dapresente demanda, foram realizadas duas perícias médicas, por peritos distintos, sendo uma em 12/10/2010 (fls. 43/44) eoutra em 18/04/2012 (fls. 120/121), as quais atestaram a capacidade do autor para o trabalho. Nesse contexto, o que seabstrai é que as condições de saúde do demandante sofreram alterações no decurso do tempo, não apresentandoatualmente sinais de que padece de doença incapacitante.Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE tanto o pedido de manutenção do benefício de auxílio-doença como suaconversão em aposentadoria por invalidez.Expeça-se ofício, com cópia do inteiro teor deste feito em mídia magnética, ao Juízo Estadual que decretou a interdiçãocível do autor, para ciência dos 02 (dois) laudos médicos realizados perante a Justiça Federal, que atestaram a inexistência

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de mazela mental por parte do mencionado autor.Sem custas nem honorários.Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.P.R.I.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Ante do exposto CONHEÇO DO RECURSO DO AUTOR E NEGO-LHE PROVIMENTO. Sem condenação emcustas, nem em honorários, em razão da gratuidade de justiça (fl.36).

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAUJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

67 - 0000641-19.2007.4.02.5054/01 (2007.50.54.000641-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADENIR ROSA DE OLIVEIRA(ADVOGADO: MG095760 - ROBNEI BATISTA DE BARROS, MG054560 - ANTONIO HERMELINDO RIBEIRO NETO.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).RECURSO Nº 0000641-19.2007.4.02.5054/01 (2007.50.54.000641-7/01)RECORRENTE: ADENIR ROSA DE OLIVEIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PERMANENTE PELA PERÍCIA JUDICIAL.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença e aposentadoria porinvalidez. Sustentou estar total e permanentemente incapacitada para o exercício de qualquer atividade laborativa,pleiteando a concessão dos referidos benefícios previdenciários. Alternativamente, pugna pela anulação da sentença, paraque o apelante seja submetido à nova perícia médica, com especialista em nefrologia. Contrarrazões às fls. 175/176.

2. O laudo pericial de fls. 148/152 informou que “não há incapacidade para continuar exercer suas atividades habituais detrabalhador rural [...]”(fl. 150). O perito ainda informou que a insuficiência renal do autor está controlada e que os examesmédicos recentes indicam a estabilização do quadro clínico.

3. A Agenesia Renal Unilateral (ausência de um dos rins), anomalia congênita sofrida pelo autor, proporcionam aoindivíduo uma vida absolutamente normal, geralmente causando apenas uma hipertrofia compensatória no outro rim. Porisso, não pode ser considerada, isoladamente, como nefropatia grave.

4. Desse modo, a perícia indicou que o requerente tem plenas condições de trabalhar, não havendo elementos nos autosque justifiquem a concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.

5. O que dá ensejo ao benefício não é a ocorrência de doença, e sim de incapacidade para a função do autor, que não foiconstatada. Futuro agravamento da doença crônica poderá resultar em incapacidade e conseqüente direito a benefícioprevidenciário, mas não por enquanto.6. A repetição de prova pericial somente é necessária quando a matéria não parecer suficientemente esclarecida, a teordo art. 437 do CPC. A perícia acostada aos autos, realizada por médico do trabalho, é idônea e completa, trazendo asinformações necessárias sobre a patologia do recorrente.

7. Ademais, conforme se verifica de fls. 115 e 125, a perícia na área de nefrologia só não ocorreu pela conduta da parteautora, que não retornou mais ao consultório do perito com os exames médicos pedidos pelo experto. Desse modo, a parterecorrente não pode requerer a nulidade da sentença em virtude da não realização de perícia na especialidade desejada,quando essa só não foi realizada por sua causa.

8. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas e nem honorários, em razão da gratuidade de justiça.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

68 - 0006088-92.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006088-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCIAL LOSS FRANZIN(DEF.PUB: RICARDO FIGUEIREDO GIORI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:THIAGO COSTA BOLZANI.).RECURSO Nº 0006088-92.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006088-6/01)RECORRENTE: MARCIAL LOSS FRANZINRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PERMANENTE PELA PERÍCIA JUDICIAL.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença (fls. 43/46). Sustentouestar total e permanentemente incapacitada para o exercício de qualquer atividade laborativa, pleiteando a concessão doreferido benefício previdenciário. Contrarrazões às fls. 50/53.

2. O laudo pericial de fls. 23/31 informou que, embora o periciado seja portador de epilepsia, do ponto de vista neurológico,possui condições normais para o trabalho (Quesito 09 – fl.28).

3. A epilepsia é uma doença que pode ser diagnosticada e analisada por profissional de Neurologia, como o perito do casoem tela, que possui a qualificação acadêmica de “mestre e Doutor em Neurocirurgia” (fl. 30). Desse modo, sendo a provapericial idônea e completa, trazendo as informações necessárias sobre a patologia do recorrente, a repetição da perícia édesnecessária, a teor do art. 437 do CPC.

4. O que dá ensejo ao benefício não é a ocorrência de doença, e sim de incapacidade para a função do autor, que não foiconstatada. Futuro agravamento da doença poderá resultar em incapacidade e conseqüente direito a benefícioprevidenciário, mas não por enquanto.

5. Quanto aos atestados médicos particulares colacionados aos autos, insta ressaltar que as Turmas Recursais do Rio deJaneiro consagraram orientação no sentido de que “O momento processual da aferição da incapacidade para fins debenefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial, constituindo violação ao princípio docontraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentos ou a formulação de novas alegaçõesque digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou de outra” (Enunciado 84) e de que “Nãomerece reforma a sentença que acolhe os fundamentos técnicos do laudo pericial para conceder ou negar benefícioprevidenciário ou assistencial quando o recurso não trouxer razões que possam afastar a higidez do laudo” (Enunciado 72). Na mesma linha, as Turmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).

6. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas e honorários, em razão da gratuidade de justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

69 - 0000356-96.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000356-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ORLI GASPAR TEIXEIRA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).RECURSO Nº 0000356-96.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000356-1/01)RECORRENTE: ORLI GASPAR TEIXEIRARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de auxílio doença.Sustentou estar incapacitada para o exercício de qualquer atividade laborativa, pleiteando a concessão do referido benefícioprevidenciário.

2. O laudo pericial de fls. 45/46 informou que, embora a recorrente possua artrose na coluna lombar, “Não há riscos (doagravamento da lesão). A autora trabalha como autônoma em sua própria residência” (fl. 46). Afirmou, assim, que a autorapossui capacidade de continuar exercendo a atividade laboral de costureira.

3. O que dá ensejo ao benefício não é a ocorrência de doença, e sim de incapacidade para a função da autora, que não foiconstatado em laudo pericial. Futuro agravamento da doença poderá resultar em incapacidade e conseqüente direito abenefício previdenciário, mas não por enquanto.

4. Quanto aos atestados médicos particulares juntados no presente recurso, insta ressaltar que as Turmas Recursais doRio de Janeiro consagraram orientação no sentido de que “O momento processual da aferição da incapacidade para fins debenefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial, constituindo violação ao princípio docontraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentos ou a formulação de novas alegaçõesque digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou de outra” (Enunciado 84) e de que “Nãomerece reforma a sentença que acolhe os fundamentos técnicos do laudo pericial para conceder ou negar benefícioprevidenciário ou assistencial quando o recurso não trouxer razões que possam afastar a higidez do laudo” (Enunciado 72). Na mesma linha, as Turmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).

5. A autora tem condições de continuar trabalhando como costureira ou noutras funções assemelhadas, conformedemonstrou a prova pericial. Não se pode confundir o reconhecimento médico de existência de enfermidades sofridas pelaautora com a incapacidade para o exercício da sua atividade habitual, eis que nem toda patologia apresenta-se comoincapacitante.

6. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas processuais e de honorários advocatícios em razão dagratuidade de Justiça.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a 2ª Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHEPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

70 - 0001156-81.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.001156-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROSIMARY SOARESCARVALHO (ADVOGADO: ES004798 - HELENO ARMANDO DE PAULA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: EUGENIO CANTARINO NICOLAU.).RECURSO Nº 0001156-81.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.001156-4/01)

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RECORRENTE: ROSIMARY SOARES CARVALHORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 60/62, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que o pedido foi julgado improcedente com base apenas no laudo pericial, apesar do seupleito de realização de nova perícia, em razão do desinteresse da perita no momento do exame. Aduz que está emtratamento, conforme se extrai dos documentos anexados aos autos. Sustenta que a afirmação da perita de que a artrosecrônica é comum em pessoas acima de 40 anos e que não incapacita coloca em dúvida a capacidade técnica daprofissional. Alega que a perita “não estava num dos seus melhores dias”, já que trocou a data do laudo que afirmara aincapacidade da recorrente e diagnosticou o contrário, colocando em dúvida sua veracidade avaliativa, por se tratar deperícia meramente documental, com base em laudos de outros profissionais. Quanto à síndrome do túnel do carpo bilateral,argumenta que a perita não observou que as suas mãos encontravam-se inchadas e sem sensibilidade. Pugna pelarealização de nova perícia. Pede antecipação dos efeitos da tutela.

A recorrente possui 47 anos de idade (fl. 11) e exerce a profissão de auxiliar de serviços gerais (fl. 14).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de pedido de concessão de auxílio-doença, e a conversão deste em aposentadoria por invalidez.Dispensado o relatório, conforme o art. 38, da Lei 9.099/95.DECIDO.FundamentaçãoDe início, saliento que as normas referentes ao auxílio-doença encontram-se previstas a partir do artigo 59, da Lei 8.213/91,devendo ser o mesmo concedido por motivo de incapacidade provisória, por mais de quinze dias. Seu valor corresponde a91% do salário-de-benefício, nunca inferior ao salário mínimo, nos termos do art. 201, § 2º, da Constituição da República.A doutrina tem a seguinte compreensão:“o auxílio-doença presume a incapacidade e a suscetibilidade de recuperação. É, assim, benefício concedido em caráterprovisório, enquanto não há conclusão definida sobre as conseqüências da lesão sofrida. O beneficiário será submetido atratamento médico e a processo de reabilitação profissional, devendo comparecer periodicamente à perícia médica (prazonão superior a dois anos), a quem caberá avaliar a situação” (Marcelo Leonardo Tavares; in DireitoPrevidenciário, 2ª ed., ed. Lumen Juris, Rio, 2000, pg.86).A aposentadoria por invalidez (art. 42 a 47, da Lei 8.213/91) é benefício previsto para os casos de incapacidade permanentepara qualquer atividade laboral, sendo pago no percentual de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. Ademais, seussegurados, da mesma forma que os beneficiários em gozo de auxílio-doença, estão obrigados, em que pese o caráterpermanente, a submeter-se a perícias periódicas de reavaliação da situação clínica, permitindo-se ao INSS o cancelamentoda aposentadoria se houver recuperação (arts. 101 e 47, da Lei 8.213/91 c/c art. 70, da Lei nº 8.212/91).Nestes termos, são requisitos para a aposentadoria por invalidez:a) Qualidade de segurado;b) Carência, quando exigida; ec) Incapacidade e insuscetibilidade de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.Ambos os benefícios exigem para a sua concessão a qualidade de segurado e o cumprimento do período de carênciaexigido em lei, diferenciando-se entre si pela permanência ou temporariedade da incapacidade, quando se dará ensejoàquele ou a este benefício, respectivamente.No caso dos autos, o cumprimento do período de carência e a qualidade de segurada são fatos incontroversos. Acontrovérsia cinge-se, pois, ao fato de estar ou não a Autora definitivamente ou parcialmente incapacitada para o trabalho, oque corresponde às teses antagônicas sustentadas pelas partes.Em relação à existência ou não da incapacidade, a perícia médica (fls. 47/50) constatou que a autora apresenta artrose decoluna, o que é comum as pessoas acima de 40 anos e não freqüentemente incapacitante, apenas em casos extremos.Segundo a perita a autora não apresentou ao exame físico sinal de incapacidade ou deficiência física, apresentando aoexame sobrepeso, o que pode causar dor, uma vez que o tratamento da espondiloartrose é principalmente controle de pesocorporal e fortalecimento muscular. Quanto a síndrome do túnel do carpo bilateral, já foi tratada com cirurgia e nãoapresentou sinal de recidiva. O perito afirmou que a autora não apresentou incapacidade ao exame, estando apta do pontode vista ortopédico.Assim, o autor não faz jus ao benefício pleiteado.DispositivoAnte o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do art. 269,I, do CPC.Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se.Sem honorários advocatícios e custas judiciais na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.Publique-se, registre-se e intimem-se.

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3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ademais, quanto aos atestados médicos particulares anexados ao presente processo, insta ressaltar o entendimento dasTurmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericialproduzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa,há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).Ressalte-se, ainda, que o fato de a perita ter se equivocado ao mencionar a data do laudo médico (15/11/2013, fl. 48 e não15/01/2013, fl. 63) não invalida a sua conclusão, contrária àquele resultado. E, mais, a simples alegação de existência deinchaço/insensibilidade nas mãos inobservada pela expert, igualmente não possui o condão de invalidar a perícia judicial,na medida em que nem mesmo as receitas e/os laudos/atestados médicos confeccionados antes da realização da perícia(25/01/2013) mencionam tais fatos (fls. 18, 20, 21, 22 e 63). Apenas o laudo de fl. 64, datado de 06/05/2013 relata possívelrecidiva do túnel do carpo.Sobre o tema, as Turmas Recursais do Rio de Janeiro consagraram orientação no sentido de que “O momento processualda aferição da incapacidade para fins de benefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial,constituindo violação ao princípio do contraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentosou a formulação de novas alegações que digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou deoutra” (Enunciado 84) e de que “Não merece reforma a sentença que acolhe os fundamentos técnicos do laudo pericial paraconceder ou negar benefício previdenciário ou assistencial quando o recurso não trouxer razões que possam afastar ahigidez do laudo” (Enunciado 72)4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 29).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

71 - 0005869-11.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.005869-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIZETE MARIA VOLKERTCABRAL (ADVOGADO: ES009916 - EDILAMARA RANGEL GOMES ALVES FRANCISCO.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).RECURSO Nº 0005869-11.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.005869-4/01)RECORRENTE: MARIZETE MARIA VOLKERT CABRALRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 104/107, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que a doença que a acomete, espondiloartrose com abaulamento discal L3-L4, a impede deexecutar movimentos que exijam posição ereta. Aduz que o perito não solicitou exame clínico específico para fins deanalisar a sua capacidade laboral, não tratou das peculiaridades do caso concreto e que a perícia padece de omissão.Alega que os laudos médicos anexados aos autos possuem peso maior do que a perícia médica, já que subscritos porprofissionais de saúde que acompanharam o seu tratamento. Sustenta que a perícia não é a única prova a ser analisada.

A recorrente possui 46 anos de idade (fl. 13). Exerceu a função de auxiliar de serviços gerais e de salgadeira (fls. 41 e 77).É dona de casa (fls. 1 e 79)

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Busca-se nesta demanda o restabelecimento do benefício de auxílio-doença desde a cessação administrativa em05/05/2012 (fl. 16), e sua posterior conversão em aposentadoriapor invalidez.

Do auxílio-doença

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De início, saliento que as normas referentes ao auxílio-doença encontram-se previstas a partir do artigo 59, da Lei nº8.213/1991, devendo ser o mesmo concedido por motivo de incapacidade provisória, que dure mais de quinze dias. Seuvalor corresponde a 91% do salário-de-benefício, nunca inferior ao salário mínimo, nos termos do art. 201, § 2º, daConstituição da República.

A doutrina tem a seguinte compreensão:

“O auxílio-doença presume a incapacidade e a suscetibilidade de recuperação. É, assim, benefício concedido em caráterprovisório, enquanto não há conclusão definida sobre as conseqüências da lesão sofrida. O beneficiário será submetido atratamento médico e a processo de reabilitação profissional, devendo comparecer periodicamente à perícia médica (prazonão superior a dois anos), a quem caberá avaliar a situação” (Marcelo Leonardo Tavares; in Direito Previdenciário, 2ª ed.,ed. Lumen Juris, Rio, 2000, pg.86).

Da aposentadoria por invalidez

A aposentadoria por invalidez (art. 42 a 47, da Lei nº 8.213/1991) é benefício previsto para os casos de incapacidadepermanente para qualquer atividade laboral, sendo pago no percentual de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.Ademais, seus segurados, da mesma forma que os beneficiários em gozo de auxílio-doença, estão obrigados, em que peseo caráter permanente, a submeter-se a perícias periódicas de reavaliação da situação clínica, permitindo-se ao INSS ocancelamento da aposentadoria se houver recuperação (arts. 101 e 47, da Lei nº 8.213/1991 c/c art. 70, da Lei nº8.212/1991).

Nestes termos, são requisitos para a aposentadoria por invalidez:a) Qualidade de segurado;b) Carência, quando exigida; ec) Incapacidade e insuscetibilidade de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.

Ambos os benefícios exigem para a sua concessão a qualidade de segurado e o cumprimento do período de carênciaexigido em lei, diferenciando-se entre si pela permanência ou temporariedade da incapacidade, quando se dará ensejoàquele ou a este benefício, respectivamente.

No caso dos autos, o cumprimento do período de carência e a qualidade de segurado, considerando a data da cessação dobenefício para o caso de restabelecimento, são fatos incontroversos. A controvérsia cinge-se, pois, ao fato de estar ou nãoa parte autora incapacitada para o trabalho, o que corresponde às teses antagônicas sustentadas pelas partes.

Exerce a demandante a função de dona de casa (fls. 01 e 79), contando atualmente 46 anos de idade, referindo possuirproblemas ortopédicos, principalmente em sua coluna lombar.

Em relação à existência ou não da incapacidade, pela perícia médica judicial realizada em 10/04/2013 (fls. 77-81), foiconstatado que a periciada apresentava capacidade laborativa, apesar de ser portadora de artrose da coluna lombar (semhérnias discais), afirmando que ela não apresenta nenhuma alteração relacionada à sua patologia. Ainda na ocasião,informou o perito que a requerente tem boa mobilidade dos quatro membros sem compressões nervosas.

O argumento sobre a existência da doença referida, por haver nos autos laudos e exames médicos particulares que aconfirma não pode prosperar a fim de invalidar a conclusão apresentada a partir da perícia judicial. Isso porque tal fato –diagnóstico de doença - não significa, por si só, incapacidade, esta deve ser constatada por perícia médica, pois o atestadomédico particular equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo.

Neste sentido o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral,enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo arespeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

Registre-se, ademais, que a perícia médica judicial tem o escopo de auxiliar o julgamento do feito, sem, contudo, vincular ojuiz, o qual utiliza-se de todos os elementos presentes nos autos para sua convicção, tais como os laudos e examesmédicos particulares, a situação e características pessoais da parte autora (função, idade, grau de escolaridade, inserçãosócio-econômica etc.) para conjugar com o laudo pericial judicial produzido a partir da realidade controvertida trazida pelaspartes.

Não se conclui, assim, pela incapacidade da parte autora para o trabalho.

Isso posto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO.

Sem honorários advocatícios nem custas judiciais (art. 55, da Lei nº 9.099/1995 c/c o art. 1º, da Lei nº 10.259/2001).

Em sendo apresentado recurso inominado, intime-se a parte recorrida para apresentar contrarrazões. Vindas estas oucertificada pela Secretaria sua ausência, remetam-se os autos à Turma Recursal.

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Se não houver recurso, certifique-se o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se.

P.R.Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ressalte-se que o perito realizou o exame clínico da recorrente, bem como considerou os exames complementares por elaapresentados (fls. 77/78).E, muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, em princípio, depresunção de legalidade. O atestado médico, por sua vez, equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de maneiraque eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. Este é o entendimento dasTurmas Recursais do Espírito Santo (Enunciado 8).4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 62).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

72 - 0003412-74.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003412-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ERNANDES DONASCIMENTO RODES (ADVOGADO: ES012608 - MAURO AUGUSTO PERES DE ARAÚJO.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).RECURSO Nº 0003412-74.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003412-7/01)RECORRENTE: ERNANDES DO NASCIMENTO RODESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADELABORATIVA DO AUTOR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 59, integrada pela decisão de fl. 74,que julgou improcedente o pedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de aposentadoria por invalidez. Sustenta orecorrente que está incapacitado para desempenhar a sua antiga função, conforme laudo pericial. Aduz que não restoucomprovada a sua participação no curso de reabilitação profissional, ocorrido no período de 25/05/2006 a 16/07/2010, jáque apenas foi anexado aos autos um certificado de curso realizado nos dias 21 e 22 de junho de 2010, do qual nãoparticipara. Argumenta que ainda que se admita a reabilitação, tal teria se dado em área estranha e inferior à sua atividadehabitual, de difícil colocação no mercado de trabalho, devido à sua idade e ao longo tempo afastado. Invoca o artigo 7º, VIda Constituição Federal, bem como o princípio constitucional da dignidade humana. Aduz que a reabilitação não leva emconta a situação física do segurado.

O recorrente possui 47 anos de idade e exercia a profissão de operador industrial II (fl. 18). Foi reabilitado para exercer aatividade de vendedor (fl. 54).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

O autor recebeu auxílio-doença entre 15/9/2002 e 24/8/2010 (fl. 48). Pediu a condenação do INSS a concederaposentadoria por invalidez.De acordo com o art. 42 da Lei nº 8.213/91, são requisitos da aposentadoria por invalidez: manutenção da qualidade desegurado, cumprimento do período de carência (em alguns casos) e incapacidade e insusceptibilidade de reabilitação dosegurado para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.O perito do juízo, médico especialista em ortopedia, diagnosticou hérnia discal lombar e cervical em L4 e C7 (quesito 1, fl.41). Concluiu que a patologia induz incapacidade definitiva para o desempenho da atividade habitual de operador industrial(quesitos 9 e 14, fl. 42). Ressalvou, porém, a possibilidade de reabilitação para o exercício de atividades que não exijamcarregar e levantar peso em excesso (quesito 17, fl. 42).O INSS demonstrou que o autor cumpriu programa de reabilitação profissional e conclui o curso de vendedor (fl. 54),atividade para a qual não haveria inaptidão laboral. O autor, porém, afirmou que a incapacidade para o trabalho é definitiva,conforme certificou o perito do juízo (fl. 57).Não obstante, para a concessão da aposentadoria por invalidez, não basta que a incapacidade seja definitiva. É necessário,

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também, que o estado clínico do segurado o impeça de exercer ou de ser treinado para exercer qualquer profissão.No caso, o perito atestou limitação apenas para carregar e levantar peso, além de trabalhar abaixado. Todavia,expressamente considerou o autor apto para trabalhar em pé ou sentado e subir e descer escadas (quesito 11, fl. 42). Oquadro clínico descrito não é incompatível com o desempenho da atividade de vendedor, para a qual o autor foi reabilitado.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).P.R.I.(...)O autor interpôs embargos de declaração. Alegou que não concluiu o curso de reabilitação para a atividade de vendedor,uma vez que se encontrava internado em hospital nos dias 21 e 22/6/2010.Os embargos de declaração prestam-se exclusivamente a suprir contradição, obscuridade ou omissão da sentença.Contudo, o embargante, em essência, não apontou a existência de nenhum desses vícios. Os embargos têm o únicopropósito de provocar o reexame da motivação da sentença.A contradição que pode ser corrigida por embargos de declaração pressupõe antagonismo lógico entre duas premissasnecessariamente intrínsecas à própria sentença: pode haver contradição entre proposições da fundamentação, entre afundamentação e o dispositivo, ou entre proposições do dispositivo. Os embargos de declaração limitam-se à verificação doencadeamento racional entre proposições internas à sentença. Nada disso foi apontado pelo embargante.Seja como for, ressalto que o programa de reabilitação profissional ao qual se submeteu o autor realizou-se no período de25/5/2006 a 16/7/2010, ou seja, durante mais de quatro anos (fl. 54). Logo, o simples fato de o autor não ter comparecidoàs aulas de capacitação em apenas dois dias, em razão de problemas de saúde, não é suficiente para comprovar a nãoconclusão do curso.Isto posto, nego provimento aos embargos. Intime-se. (...)

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 32).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

73 - 0002186-63.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.002186-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIEMAR NASCIMENTO DOSSANTOS (ADVOGADO: ES017467 - FIDEL BOURGUIGNON BROZOLINO, ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOSSANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).RECURSO Nº 0002186-63.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.002186-5/01)RECORRENTE: ELIEMAR NASCIMENTO DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 72/74, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que está incapacitado para exercer atividade laboral, em razão da limitação de algunsmovimentos imposta pela patologia ortopédica no joelho direito. Aduz que fez jus à percepção de auxílio-doença por maisde cinco anos. Argumenta que a sentença não apreciou as provas dos autos, não considerou o fato de que a doença que oacomete impossibilita o retorno do quadro clínico ao estado original, sequer parcial, ainda que sob o auxílio de tratamento.Alega que as sequelas limitadoras da atividade laboral é que devem ser consideradas, não a doença existente. Sustentaque o julgamento foi precipitado, não observou o devido processo legal e o contraditório e não respeitou o mínimo demotivação exigido por lei. Aduz que seu retorno ao trabalho vai acelerar a degeneração e causar a perda total da funçãodebilitada. Segue discorrendo sobre incapacidade social.

O recorrente possui 39 anos de idade (fl. 9) e alega exercer a profissão de carregador. Foi reabilitado para a função de vigiafl. 43.

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2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Dispensado o relatório, na forma do artigo 38 da Lei 9.099/95, subsidiariamente aplicado, nos termos do artigo 1º da Lei10.259/2001.Trata-se de ação previdenciária proposta por ELIEMAR NASCIMENTO DOS SANTOS em face do INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL – INSS, através da qual almeja o restabelecimento do benefício de auxílio-doença, como posteriorconversão em aposentadoria por invalidez.Na inicial, o autor, que conta atualmente com 47 anos de idade e exercia a profissão de carregador, alega que “tem umhistórico de cirurgias ortopédicas para tratamento de artrose/instabilidade crônica do joelho/osteomielite, com sériaslimitações funcionais ao esforço físico.”O autor recebeu o benefício de auxílio-doença no período de 20/04/2007 a 23/04/2012 (NB 520.274.099-5), sob odiagnóstico de transtornos internos do joelho, CID10 M23.Os laudos médicos particulares apresentados pelo autor (fls.14/32) elencaram a doença sofrida pelo autor e constataramincapacidade para a atividade habitual do autor.Para o recebimento da aposentadoria por invalidez mister se faz que a parte demandante atenda aos requisitos legaisditados pelo art. 42 da Lei n.º 8.213/90, quais sejam: ostente a qual idade de segurado, atenda a carência de 12contribuições mensais e tenha constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional quelhe garanta a subsistência com insuscetibilidade de reabilitação. Já em relação ao benefício auxílio-doença, a diferençarelaciona-se ao último requisito, uma vez que o art. 59 da Lei n.º 8.213/90 exige que o postulante esteja incapacitado para oseu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.Cabe destacar que inexiste discussão nos autos em relação ao fato da parte autora ostentar a qualidade de segurada daPrevidência Social, bem como preencher a carência mínima exigida em lei para os benefícios em tela.Com relação ao requisito da incapacidade, tal verificação ficou a cargo da perícia judicial, cujo laudo encontra-se às fls.43/44.O perito diagnosticou que o autor foi submetido à reconstrução de ligamento cruzado anterior e mais 3 intervenções,causando dor em joelho.Conforme colocado pelo perito, o autor passou por reabilitação profissional junto ao INSS, sendo reabilitado para a funçãode vigia, encontrando-se apto para desempenhar a atividade.Assim, pelas conclusões apresentadas no laudo pericial, conclui-se pela inexistência de incapacidade (parcial ou total) parao exercício de atividades profissionais que garantam subsistência a parte autora durante a época pleiteada. Não tendo sidoapresentado nenhum dado médico-factual que indique existir impossibilidade involuntária do exercício da atividade habitualou peculiaridade relevante que torne tal exercício inexigível ou razoavelmente dispensável.Os documentos médicos particulares juntados pela parte autora não são suficientes para afastar as conclusões da períciamédica judicial, nos termos do Enunciado de n. 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo: O laudo médico particular é prova uni lateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular.Não havendo incapacidade temporária ou permanente, parcial ou total, não há como prosperar o pleito autoral.Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, extinguindo o feito com julgamento de mérito, nos termos do inciso I doart. 269 do Código de Processo Civil. Sem custas e honorários advocatícios, conforme artigos 55 da Lei n.° 9.099/95 c/c art.1º da Lei n.° 10.259/2001. P.R.I. Após o trânsito em julgado, arquive-se.

3. Sem razão o recorrente. Inicialmente, ressalto que a alegação de inobservância do devido processo legal nãomerece prosperar. Com efeito, o laudo pericial que serviu de base para a sentença foi suficientemente motivado e asindagações relativas à incapacidade da parte foram eficazmente esclarecidas.Entendo, portanto, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95),tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está emconsonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 35).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

74 - 0001129-98.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.001129-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA APARECIDA RIBEIROSILVA (ADVOGADO: ES008817 - MARIA REGINA COUTO ULIANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: EUGENIO CANTARINO NICOLAU.).RECURSO Nº 0001129-98.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.001129-1/01)

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RECORRENTE: MARIA APARECIDA RIBEIRO SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 83/85, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Alega a recorrente que os documentos acostados aos autos comprovam sua incapacidade definitiva para oexercício da única atividade que lhe garante seu sustento. Aduz que o laudo pericial é contraditório, já que reconhece adoença, sua gravidade, sua inevitável evolução, mas não reconhece a incapacidade, mesmo que temporária ou parcial.Sustenta que a análise da incapacidade laboral deve levar em conta as circunstâncias em que se insere o periciado.Observa que o magistrado não está adstrito à prova pericial.

A recorrente possui 44 anos de idade (fl. 27). Exerce a profissão de secretária (fl. 24).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de pedido de restabelecimento de auxílio-doença, e a conversão deste em aposentadoria por invalidez.Dispensado o relatório, conforme o art. 38, da Lei 9.099/95.DECIDO.FundamentaçãoDe início, saliento que as normas referentes ao auxílio-doença encontram-se previstas a partir do artigo 59, da Lei 8.213/91,devendo ser o mesmo concedido por motivo de incapacidade provisória, por mais de quinze dias. Seu valor corresponde a91% do salário-de-benefício, nunca inferior ao salário mínimo, nos termos do art. 201, § 2º, da Constituição da República.A doutrina tem a seguinte compreensão:

“o auxílio-doença presume a incapacidade e a suscetibilidade de recuperação. É, assim, benefício concedido em caráterprovisório, enquanto não há conclusão definida sobre as conseqüências da lesão sofrida. O beneficiário será submetido atratamento médico e a processo de reabilitação profissional, devendo comparecer periodicamente à perícia médica (prazonão superior a dois anos), a quem caberá avaliar a situação” (Marcelo Leonardo Tavares; in DireitoPrevidenciário, 2ª ed.,ed. Lumen Juris, Rio, 2000, pg.86).

A aposentadoria por invalidez (art. 42 a 47, da Lei 8.213/91) é benefício previsto para os casos de incapacidade permanentepara qualquer atividade laboral, sendo pago no percentual de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. Ademais, seussegurados, da mesma forma que os beneficiários em gozo de auxílio-doença, estão obrigados, em que pese o caráterpermanente, a submeter-se a perícias periódicas de reavaliação da situação clínica, permitindo-se ao INSS o cancelamentoda aposentadoria se houver recuperação (arts. 101 e 47, da Lei 8.213/91 c/c art. 70, da Lei nº 8.212/91).Nestes termos, são requisitos para a aposentadoria por invalidez:a) Qualidade de segurado;b) Carência, quando exigida; ec) Incapacidade e insuscetibilidade de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.Ambos os benefícios exigem para a sua concessão a qualidade de segurado e o cumprimento do período de carênciaexigido em lei, diferenciando-se entre si pela permanência ou temporariedade da incapacidade, quando se dará ensejoàquele ou a este benefício, respectivamente.No caso dos autos, o cumprimento do período de carência e a qualidade de segurada são fatos incontroversos. Acontrovérsia cinge-se, pois, ao fato de estar ou não a Autora definitivamente ou parcialmente incapacitada para o trabalho, oque corresponde às teses antagônicas sustentadas pelas partes.Em relação à existência ou não da incapacidade, a pericia médica (fls. 73/76) constatou que a autora apresenta artroseinicial em coluna lombar, cervical, tornozelo direito. Afirma a perita ser a artrose comum em pessoas acima de 40 anos eque não é freqüentemente incapacitante, apenas nos casos extremos, o que não é o caso, afirma a perita ainda que atendinite é um processo inflamatório de tratamento conservador e que tem boa recuperação com tratamento médico eexercício físico de fortalecimento muscular. A perita conclui que a autora não apresentou ao exame físico sinal deincapacidade ou deficiência física, sua fratura de tornozelo foi tratada com cirurgia, não apresentando incapacidade aoexame, considerando-se portanto apta do ponto de vista ortopédico.Assim, o autor não faz jus ao benefício pleiteado.DispositivoAnte o exposto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO, extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do art. 269,I, do CPC.Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se.Sem honorários advocatícios e custas judiciais na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.Publique-se, registre-se e intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o

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julgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.E, muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, em princípio, depresunção de legalidade. O atestado médico, por sua vez, equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de maneiraque eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo.Este é o entendimento das Turmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 52).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

75 - 0003464-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003464-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WALACE VIEIRACRISOSTOMO (ADVOGADO: ES008471 - MARIA MARGARIDA MELO MAGNAGO.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).RECURSO Nº 0003464-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003464-2/01)RECORRENTE: WALACE VIEIRA CRISOSTOMORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 173/176, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que está impossibilitado de exercer a função de repositor, por sofrer de epilepsia. Alega queos laudos médicos acostados aos autos comprovam a sua incapacidade laboral e que, em razão da enfermidade que oacomete, recebeu benefícios de auxílio-doença nos períodos de 18/11/2005 a 10/01/2006 e 19/04/2006 a 14/02/2011, estesuspenso antes da conclusão da perícia médica realizada pelo Juízo. Aduz que na função de repositor tinha que subir edescer escadas, por vezes muito altas, sujeitando-se, assim, ao risco de quedas; que não possui estudos suficientes, nemprofissão definida, além de sofrer discriminação por ser portador de epilepsia, o que inviabiliza o seu reingresso no mercadode trabalho.

O recorrente possui 39 anos de idade (fl. 8) e exerce a função de repositor (fl. 11).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Dispensado o relatório, na forma do artigo 38 da Lei 9.099/95, subsidiariamente aplicado, nos termos do artigo 1º da Lei10.259/2001.Trata-se de ação previdenciária proposta por WALACE VIEIRA CRISOSTOMO em face do INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL – INSS, através da qual almeja a conversão do benefício auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.Na inicial, o autor, que exerce a profissão de repositor e conta atualmente com 37 anos de idade, alega ser portador de“síndrome convulsiva generalizada de difícil controle” (CID-10 G40), estando impossibilitado de trabalhar desde 18/11/05.Para comprovar suas alegações, juntou aos autos laudos e receituários médicos, datados de 11/2005 a 02/2009 e15/06/2010 (fls. 13/34 e 104), que relatam a doença e constatam a incapacidade para o trabalho.O autor recebeu o benefício auxílio-doença durante o período de 18/11/2005 – 10/01/2006 (NB 515.237.370-6) e19/04/2006 – 14/02/2011 (NB 516.426.807-4), sob diagnostico de Epilepsia (CID-10 G40).Para o recebimento da aposentadoria por invalidez mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei n.º 8.213/90, quais sejam: ostente a qualidade de segurado, atenda a carência de 12 contribuiçõesmensais e tenha constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência com insuscetibilidade de reabilitação. Já em relação ao benefício auxílio-doença, a única diferençarelaciona-se ao último requisito, uma vez que o art. 59 da Lei nº. 8.213/90 exige que o postulante esteja incapacitado para oseu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.Cabe destacar que inexiste discussão nos autos em relação ao fato da parte autora ostentar a qualidade de segurada daPrevidência Social, bem como preencher a carência mínima exigida em lei para os benefícios em tela.Com relação ao requisito da incapacidade, tal verificação ficou a cargo da perícia judicial, cujo laudo se encontra ofertado

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às fls. 74/93 dos autos.Em resposta aos quesitos formulados, o perito respondeu que o autor “afirma sofrer crises de perda dos sentidos, que nãosabe relatar como fica”, sendo, portanto, solicitada a presença de alguém que já tivesse presenciado as crises. Tal pessoa(parente) informou ao perito que “o periciado sofre o desmaio e fica sem sentidos por mais ou menos 01 (uma) hora, nãosabendo maiores detalhes”. De acordo com o relatado pelo autor e os resultados dos exames (neurológico eeletroencefalografico), segundo o perito não foi possível constatar a existência de nenhuma doença, não havendoincapacidade para atividades sem risco de lesões ou morte.Diante da divergência entre o laudo pericial de fls. 74/93 e os diversos laudos particulares juntados pelo autor, e ainda pelofato do autor ter recebido auxílio-doença por aproximadamente 6 anos em virtude de enfermidade neurológica, foi deferidaa realização de nova perícia na área de neurologia, cujo laudo se encontra ofertado às fls. 128/130 dos autos.Segundo o perito judicial, “não foi possível através desta avaliação pericial, em conjunto com exame complementar, afirmarque a parte autora é portadora de alguma lesão/doença, sequela, deficiência física ou mental”, mas “apresentou quadro deequivalente convulsivo há 6 anos, que foi acompanhado por neurologista assistente, e por critérios clínicos na época inicioutratamento para epilepsia [sic]”. De acordo com o expert, o tratamento que o autor utiliza equivale a uma dosagem demedicação muito baixa, estando abaixo de valores terapêuticos habituais, afirmando, contudo, que “há um controlesignificativo desses equivalentes convulsivos”, estando o autor há alguns meses sem apresentar tal equivalente convulsivo.Afirma, ainda, que “não foi possível evidenciar em nenhum dos exames já realizados pela parte autora, alterações típicas eespecíficas de epilepsia”, mas que “o quadro em que a parte autora se apresenta necessita ser mais bem investigado”, vistoque pode induzir a uma incapacidade para determinados trabalhos, estando o autor parcialmente incapaz para suaatividade habitual. Neste ponto, o perito ainda esclarece que não é possível afirmar se a incapacidade é definitiva outemporária, pois o autor necessita de acompanhamento devido à imprevisibilidade de alguns tipos específicos de epilepsia.De acordo com laudo pericial, o autor “deverá evitar ambientes que apresentem necessidade de certo nível de consciência,estado de vigília/atenção, pelo risco de apresentar um evento [epiléptico] durante a prática de atividades nestes ambientes”,afirmando que a parte autora poderá ser reabilitada para o desempenho de outro tipo de atividade remunerada compatívelcom sua idade e grau de instrução que deverá levar em consideração a necessidade de evitar ambientes que apresentemnecessidade de estado de vigília/atenção (quesitos 13 e 14).Em resposta aos quesitos complementares formulados pelo INSS, o perito, às fls. 157/158, ratificou as informaçõesprestadas em laudo pericial de fls. 128/130, afirmando que o autor apresenta quadro de epilepsia, ressaltando não ser talquadro de difícil controle.Pelas conclusões apresentadas nos laudos periciais, constata-se o seguinte:a) o autor é portador de epilepsia;b) o quadro apresentado pelo autor não é de difícil controle;c) o tratamento que o autor utiliza equivale a uma dosagem de medicação muito baixa, estando abaixo de valoresterapêuticos habituais e;d) a incapacidade é somente para atividades desenvolvidas em ambientes que apresentem necessidade de estado devigilância/atenção, não sendo o caso do autor, que exerce atividade de repositor.Portanto, diante da situação acima exposta, constata-se que, apesar de o autor apresentar quadro de epilepsia, esta não oincapacita para a sua atividade habitual, visto que não há necessidade de vigília/atenção. Ainda que a incapacidade fossepara a atividade que o autor exerce, a saber, repositor, tal situação poderia ser resolvida com o tratamento medicamentosona dosagem adequada.Diante do exposto, restou incontroversa a inexistência, tanto atualmente quanto à época da cessação do benefício deauxílio-doença (NB 516.426.807-4 - 14/02/2011), de incapacidade (parcial ou total) para o exercício de atividadesprofissionais que garantam subsistência à autora, não tendo sido apresentado nenhum dado médico-factual que indiqueexistir impossibilidade involuntária do exercício da atividade habitual ou peculiaridade relevante que torne tal exercícioinexigível ou razoavelmente dispensável.Os documentos médicos particulares juntados pela parte autora não são suficientes para afastar as conclusões da períciamédica judicial, nos termos do Enunciado de n. 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular”.Não havendo incapacidade temporária ou permanente, parcial ou total, não há como prosperar o pleito autoral.Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, extinguindo o feito com julgamento de mérito, nos termos do inciso I doart. 269 do Código de Processo Civil. Sem custas e honorários advocatícios, conforme artigos 55 da Lei n°. 9.099/95 c/c art.1º da Lei n.° 10.259/2001. P.R.I. Após o trânsito em julgado, arquive-se.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 64).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes Federais

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GUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

76 - 0000143-78.2011.4.02.5054/01 (2011.50.54.000143-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZILDA MARQUES DOSSANTOS (ADVOGADO: ES008932 - DEBORAH SANTOS DE RESENDE, ES014733 - JOSÉ ROGERIO PETRI, ES009985- PATRÍCIA DE ARAÚJO SONEGHETE, ES009320 - NEILIANE SCALSER.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).RECURSO Nº 0000143-78.2011.4.02.5054/01 (2011.50.54.000143-5/01)RECORRENTE: ZILDA MARQUES DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DA AUTORA- ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 51/52, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta a recorrente que os laudos anexados aosautos comprovam a sua inaptidão para o trabalho.

A recorrente possui 47 anos de idade (fl. 11) e exerce a função de auxiliar de serviços gerais (fl. 10).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

ZILDA MARQUES DOS SANTOS moveu ação pelo rito sumaríssimo em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a concessão de auxíliodoença.DECIDO.De início, saliento que as normas referentes ao auxílio-doença encontram-se previstas a partir do artigo 59, da Lei 8.213/91,devendo ser o mesmo concedido por motivo de incapacidade provisória, por mais de quinze dias. Seu valor corresponde a91% do salário-de-benefício, nunca inferior ao salário mínimo, nos termos do art. 201, § 2º, da CRFB.A doutrina tem a seguinte compreensão: “O auxílio-doença presume a incapacidade e a suscetibilidade de recuperação. É,assim, benefício concedido em caráter provisório, enquanto não há conclusão definida sobre as conseqüências da lesãosofrida. O beneficiário será submetido a tratamento médico e a processo de reabilitação profissional, devendo comparecerperiodicamente à perícia médica (prazo não superior a dois anos), a quem caberá avaliar a situação” (Marcelo LeonardoTavares; in Direito Previdenciário, 2ª ed., ed. Lumen Juris, Rio, 2000, pg.86).O benefício exige para a sua concessão a qualidade de segurado, o cumprimento do período de carência exigido em lei e atemporariedade da incapacidade.A perícia médica (fls. 40-43) constatou que a parte autora não possui nenhum tipo de doença/lesão, bem como, não foiconstatado qualquer tipo de incapacidade para o trabalho.Pela cumulatividade dos requisitos, ausente a incapacidade para o trabalho, negada há de ser, portanto, a pretensãoautoral.Isto posto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, extinguindo o feito com resolução, do mérito nos termos do art. 269, I, doCPC.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55, da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º, da Lei nº 10.259/01).Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se os autos.P.R.I.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ademais, quanto aos atestados médicos particulares anexados ao presente processo, insta ressaltar o entendimento dasTurmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericialproduzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa,há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 59).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

77 - 0003179-43.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003179-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SHEILA MAGNORODRIGUES DE SOUZA RAMOS (ADVOGADO: ES009724 - LILIAN GLAUCIA HERCHANI.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).RECURSO Nº 0003179-43.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003179-9/01)RECORRENTE: SHEILA MAGNO RODRIGUES DE SOUZA RAMOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 117/118, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que sofre de depressão, faz tratamento psiquiátrico e que vários exames atestaram aimpossibilidade do seu retorno às atividades laborais. Alega que a perícia realizada pelo Juízo é falha e apresentadiscrepâncias ao relatar as anomalias e a função de professora que a autora exercia, a qual exige atenção e esforço.

A recorrente possui 39 anos de idade (fl. 16).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Pretende a parte autora a condenação do INSS à concessão do benefício de auxílio doença ou aposentadoria por invalidez.Dispensado o relatório por expressa disposição legal (art. 38 da Lei 9.099/95).Dos requisitos legais necessários ao benefício mencionadoA lei 8.213, de 24.07.91, com relação aos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, dispõe, in verbis:“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.§ 1º. A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante examemédico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico desua confiança.§ 2º. A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lheconferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ouagravamento dessa doença ou lesão.Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carênciaexigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) diasconsecutivos.Parágrafo único – Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral da Previdência Social jáportador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivode progressão ou agravamentodessa doença ou lesão.”A diferença do auxílio-doença para a aposentadoria por invalidez é que esta requer uma incapacidade insusceptível dereabilitação e para qualquer atividade que garanta a subsistência do segurado, enquanto aquela pressupõe umaincapacidade temporária, suscetível de recuperação para o trabalho, bastando que se refira à sua atividade habitual. Daíporque o auxílio-doença foi previsto, em regra, com o objetivo de ser concedido por um tempo, para depois ser canceladoou, se for o caso, convertido em aposentadoria por invalidez.Na presente demanda, a incapacidade ficou afastada pela prova pericial (laudo às folhas 103/105), já que a perícia médicarealizada certificou que a parte autora não apresenta sinais ou sintomas psicopatológicos que caracterize doença mental,não tendo sido constatada limitação da sua capacidade laborativa.DISPOSITIVOAnte o exposto, julgo IMPROCEDENTES os pedidos deduzidos na inicial, não havendo condenação da parte autora aopagamento das custas processuais e honorários advocatícios nos termos do disposto no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1ºda Lei n.° 10.259/2001.Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos com baixa na distribuição.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ademais, quanto aos atestados médicos particulares anexados ao presente processo, insta ressaltar o entendimento dasTurmas Recursais do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial

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produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa,há de prevalecer sobre o particular” (Enunciado 8).4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 130).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

78 - 0004470-15.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004470-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOÃO MARTINS DA ROCHA(ADVOGADO: ES013237 - RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).RECURSO Nº 0004470-15.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004470-4/01)RECORRENTE: JOÃO MARTINS DA ROCHARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 82/84, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta o recorrente que sofre de “artrose nasarticulações interpofisárias na coluna cervical, discopatia degenerativa com presença de estenose forminal e compressãode raiz nervosa”. Aduz que os laudos médicos anexados aos autos comprovam sua incapacidade laboral. Alega que asentença está em conflito com o contexto fático/probatório dos autos.

O recorrente possui 54 anos de idade (fl. 13) e exerce a função de ajudante geral (fl. 14).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Dispensado o relatório, na forma do artigo 38 da Lei 9.099/95, subsidiariamente aplicado, nos termos do artigo 1º da Lei10.259/2001.Trata-se de ação previdenciária proposta por JOÃO MARTINS DA ROCHA em face do INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL – INSS, através da qual almeja o restabelecimento do benefício auxílio doença, bem como sua posteriorconversão em aposentadoria por invalidez.Na inicial, o autor, que conta atualmente com 52 anos de idade, alega que “sofre de doença crônica, diagnosticada comoartrose nas articulações interpofisárias na coluna cervical, discopatia degenerativa C3-C4-C5-C6 com presença de estenoseforminal e compressão de raiz nervosa, CID10 M510. M542, M190 e M561.”O autor recebeu o benefício auxílio-doença no período de 18/10/2004 a 12/07/2008 (NB 136.465.215-0, sob diagnóstico deCID10 M19, outras artroses. Contudo, teve indeferidos, por parecer contrário da perícia médica, os requerimentosformulados em 09/10/2008 (NB 532.543.846-4) , em 22/12/2008 (NB 533.628.873-6) , em 26/03/2009 (NB 534.895.989-4) eem 10/11/2009 (NB 538.188.949-2) .Os laudos médicos particulares apresentados pelo autor (fls.22/30) elencaram a doença sofrida, mas não constataram aincapacidade laborativa.Para o recebimento da aposentadoria por invalidez mister se faz que a parte demandante atenda aos requisitos legaisditados pelo art. 42 da Lei n.º 8.213/90, quais sejam: ostente a qualidade de segurado, atenda a carência de 12contribuições mensais e tenha constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional quelhe garanta a subsistência com insuscetibilidade de reabilitação. Já em relação ao benefício auxílio- doença, a diferençarelaciona-se ao último requisito, uma vez que o art. 59 da Lei n.º 8.213/90 exige que o postulante esteja incapacitado para oseu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.Cabe destacar que inexiste discussão nos autos em relação ao fato da parte autora ostentar a qualidade de segurada daPrevidência Social, bem como preencher a carência mínima exigida em lei para os benefícios em tela.Com relação ao requisito da incapacidade, tal verificação ficou a cargo da perícia judicial, realizada na área médica deortopedia, cujo laudo encontra-se às fls.66 dos autos.De acordo com o perito, o autor é portador de artrose leve da coluna cervical, doença degenerativa. Salienta que, ao examefísico, o autor apresenta mobilidade da coluna vertebral, sem anormalidades de força muscular e neurológica periférica eque, somado aos laudos e exames complementares apresentados pelo autor, foi possível diagnosticar a capacidade doautor para seu trabalho habitual.Assim, pelas conclusões apresentadas no laudo pericial, conclui-se pela inexistência de incapacidade (parcial ou total) para

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o exercício de atividades profissionais que garantam subsistência a parte autora durante a época pleiteada. Não tendo sidoapresentado nenhum dado médico-factual que indique existir impossibilidade involuntária do exercício da atividade habitualou peculiaridade relevante que torne tal exercício inexigível ou razoavelmente dispensável.Os documentos médicos particulares juntados pela parte autora não são suficientes para afastar as conclusões da períciamédica judicial, nos termos do Enunciado de n. 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo: O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular.Não havendo incapacidade temporária ou permanente, parcial ou total, não há como prosperar o pleito autoral.Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, extinguindo o feito com julgamento de mérito, nos termos do inciso I doart. 269 do Código de Processo Civil. Sem custas e honorários advocatícios, conforme artigos 55 da Lei n.° 9.099/95 c/c art.1º da Lei n.° 10.259/2001. P.R. I. Após o trânsito em julgado, arquive-se.”

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 35).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

79 - 0004848-68.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004848-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DEUSDETE RIBEIROANGELO (ADVOGADO: ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).RECURSO Nº 0004848-68.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004848-5/01)RECORRENTE: DEUSDETE RIBEIRO ANGELORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 63/64, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que os laudos médicos acostados aos autos atestam a sua grave doença ortopédica. Aduzque a sentença não observou as declarações dadas pelo perito judicial, as quais denotariam a sua incapacidade laboral.Alega que foi obrigado a realizar o curso de porteiro para fins de reabilitação profissional. Observa que outros fatores, comoidade, escolaridade e situação sócio-econômica, devem ser avaliados no caso em exame.

O recorrente possui 47 anos de idade (fl. 14) e exercia a função de ajudante de produção (fl. 17). Foi reabilitado para afunção de porteiro (fls. 43 e 56).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

“Cuida-se de ação envolvendo as partes acima nominadas, com pedido de antecipação de tutela, através da qual sepretende a condenação do demandado à conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez ou amanutenção do benefício de nº NB 539.924.650.0Como causa de pedir sustenta estar incapacitado para o exercício de atividade laborativa, haja vista ter sido submetido acirurgia de hérnia de disco lombar, sem que tenha resultado em melhora no seu quadro clínico, com evolução paracevicobraquialgia esquerda incapacitante, parestesia em membro superior esquerdo, disco osteofitário C5-6 esquerda,alterações pós-cirúrgica e demais enfermidades demonstradas nos laudos anexados.O INSS manifestou-se nas fls. 51-55, pugnando, em síntese, pela improcedência do pedido.Laudo médico pericial nas fls. 43-44 (ortopedia).Decido.A incapacidade laboral é um dos riscos sociais cuja proteção a Lei de Benefícios da Previdência Social se compromete agarantir. Tanto o auxílio-doença quanto à aposentadoria por invalidez pressupõem a incapacidade laboral.O auxílio-doença, benefício de natureza transitória e precária, tratado no artigo 59, da Lei nº. 8.213/91, consistente em uma

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renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário de benefício, é devido ao segurado que ficarincapacitado para o trabalho ou para sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, nos seguintes moldes:Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carênciaexigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) diasconsecutivos.Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social jáportador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivode progressão ou agravamentodessa doença ou lesão.Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado e empresário a contar do 16º (décimo sexto) dia doafastamento da atividade, e no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto elepermanecer incapaz.Portanto, verifica-se que o auxílio-doença somente persiste como benefício previdenciário enquanto se faz presente aincapacidade laboral, cessando quando o segurado for dado como habilitado para o desempenho de atividade (nova ouantiga) que lhe garanta a subsistência ou quando, em sendo considerado nãorecuperável, for aposentado por invalidez (art.62 da Lei nº. 8.213/91).No entanto, a aposentadoria por invalidez tem natureza precária, somente é concedida quando o segurado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade laborativa que lhe garanta a subsistência.“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição...”.De proêmio, cumpre salientar que a questão controvertida dos autos cinge-se na não constatação de incapacidadelaborativa, haja vista não haver questionamento quanto à qualidade segurado e ao período de carência, já que o autorrecebeu auxílio-doença até 30.09.2010 (fl.30).A concessão do presente benefício, contudo, fica adstrito ao resultado da perícia médica (fls.43-44). Na hipótese, não foiverificada incapacidade no autor. Nesse sentido, afirma o perito do Juízo (ortopedista), in verbis (fl. 43):9) A pessoa examinada tem, no momento do exame pericial, aptidão física e mental para exercer essa atividade habitual?Por quê?“Sim. O autor apresenta uma limitação para atividades com esforço físico extremo e não uma incapacidade”.Quanto ao mais, a petição de fls.59-62 não aponta, diretamente, erros ou omissões no laudo da “expert” do Juízo, pelo que,não merece respaldo. Ressalve-se, ainda, que o autor foi reabilitado pelo INSS para o exercício da função de porteiro(fl.56), a qual se compatibiliza com o seu quadro clínico.Assim, ausente incapacidade para o trabalho, os pedidos não têm como serem acolhidos.Isso posto, julgo improcedentes os pedidos.Descabe condenação em custas e honorários advocatícios, conforme artigos 55 da Lei nº. 9.099/95 c/c art. 1º da Lei nº.10.259/2001. P.R.I.Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se os autos com as precauções de praxe.”

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 34).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

80 - 0002094-56.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002094-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCIO JOSE DE CAMPOS(ADVOGADO: ES014440 - VANDER LIMA RUBERT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).RECURSO Nº 0002094-56.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002094-3/01)RECORRENTE: MARCIO JOSE DE CAMPOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA

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CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 124/125, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que é portador de epilepsia, conforme laudos clínicos anexados aos autos. Aduz que omagistrado não apreciou provas e/ou laudos indispensáveis. Alega que o “efetivo exercício profissional” do recorrente nãofoi considerado. Sustenta que a doença que o acomete impossibilita o retorno do quadro clínico ao estado original, sequerparcial, sob o auxílio de tratamento. Aduz que as sequelas limitadoras ao exercício habitual e contínuo da atividade laboral éque devem ser consideradas para fins de concessão do benefício previdenciário. Sustenta que a sentença não observou odevido processo legal e o contraditório, por não ter respeitado o laudo pericial e o mínimo de motivação exigido por lei.

O recorrente possui 52 anos de idade (fl. 14) e exercia a função de Diretor de Divisão de Relações Públicas da Prefeitura deCariacica (fl. 33).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação objetivando o restabelecimento do auxílio-doença NB 136.023.070-7 e sua conversão em aposentadoriapor invalidez. A controvérsia se limitou à existência de incapacidade para o trabalho.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou epilepsia. Afirmou que o autor não possui aptidão para exercer a atividadehabitual de marceneiro, sob pena de risco iminente de crise quando o autor estiver na condução de veículo automotor(quesitos 8 e 9). Concluiu que há incapacidade temporária para o trabalho (quesito 14). Em laudo complementar,esclareceu que: na maioria dos casos, o uso de anticonvulsivantes controla as crises convulsivas; a conclusão do laudo foicom base na profissão informada pelo autor de marceneiro; o autor possui aptidão para desempenhar atividades semnecessidade de condução de veículo automotor (fl. 104).O extrato CNIS comprova que o último vínculo empregatício do autor foi na Prefeitura de Cariacica, no cargo de Diretor deDivisão de Relações Públicas no período de 1º/3/2003 a 31/10/2003 (fl. 32), entrando em gozo de benefício previdenciário apartir de 11/8/2004 (fl. 109). A última atividade profissional comprovadamente exercida pelo autor deve ser considerada suaatividade habitual. O cargo de Diretor de Relações Públicas de Prefeitura Municipal implica funções meramenteadministrativas. O autor não comprovou que na sua atividade profissional precisa dirigir veículo automotor. Assim, consideroque o autor possui aptidão para o exercício de sua atividade habitual.A divergência com atestados de médicos assistentes (fls. 15, 19, 63, 64 e 116) não invalida o laudo pericial. O atestadomédico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvidaem favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudomédico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. Olaudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médicoassistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta éa base da relação médicopaciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere maisindicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Porisso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão do auxílio-doença, qual seja, a prova daincapacidade temporária para o trabalho por mais de quinze dias consecutivos.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Revogo a decisão às fls. 83/85, sem efeitos retroativos. É inexigível a restituição de benefício previdenciário ou assistencialrecebido em razão de tutela antecipada posteriormente revogada (Enunciado 52 da Turma Recursal do Espírito Santo).Intime-se a EADJ para cessar o NB 31/136.023.070-7.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01). Defiro o benefícioda assistência judiciária gratuita.P.R.I.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ademais, diferentemente do alegado pelo recorrente, a sentença está fundamentada no laudo pericial, o qual afirmou queinexiste incapacidade para o exercício de atividade administrativa, última atividade profissional comprovadamente exercidapelo recorrente.

4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 67).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

81 - 0000015-27.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.000015-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADALVINO DONASCIMENTO (ADVOGADO: ES018956 - MIGUEL SABAINI DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: EUGENIO CANTARINO NICOLAU.).RECURSO Nº 0000015-27.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.000015-3/01)RECORRENTE: ADALVINO DO NASCIMENTORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 53/55, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que a perícia judicial negligenciou o seu estado de saúde; que sente fortes dores e que atentativa frustrada de retorno ao trabalho reforça a alegação de incapacidade laboral.

O recorrente possui 61 anos de idade (fl. 12). Alega exercer a função de vigia (fl. 40).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de pedido de concessão do auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez.Dispensado o relatório, conforme art. 38, da Lei 9.099/95.DECIDO.FundamentaçãoDe início, saliento que as normas referentes ao auxílio-doença encontram-se previstas a partir do artigo 59, da Lei 8.213/91,devendo ser o mesmo concedido por motivo de incapacidade provisória, por mais de quinze dias. Seu valor corresponde a91% do salário-de-benefício, nunca inferior ao salário mínimo, nos termos do art. 201, § 2º, da CRFB.A doutrina tem a seguinte compreensão:“O auxílio-doença presume a incapacidade e a suscetibilidade de recuperação. É, assim, benefício concedido em caráterprovisório, enquanto não há conclusão definida sobre as conseqüências da lesão sofrida. O beneficiário será submetido atratamento médico e a processo de reabilitação profissional, devendo comparecer periodicamente à perícia médica (prazonão superior a dois anos), a quem caberá avaliar a situação”(Marcelo Leonardo Tavares; in Direito Previdenciário, 2ª ed., ed. Lumen Juris, Rio, 2000, pg.86).A aposentadoria por invalidez (art. 42 a 47, da Lei 8.213/91) é benefício previsto para os casos de incapacidade permanentepara qualquer atividade laboral, sendo pago no percentual de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. Ademais, seussegurados, da mesma forma que os beneficiários em gozo de auxílio-doença, estão obrigados, em que pese o caráterpermanente, a submeter-se a perícias periódicas de reavaliação da situação clínica, permitindo-se ao INSS o cancelamentoda aposentadoria se houver recuperação (arts. 101 e 47, da Lei 8.213/91 c/c art. 70, da Lei nº 8.212/91).Nestes termos, são requisitos para a aposentadoria por invalidez:a) Qualidade de segurado;b) Carência, quando exigida; ec) Incapacidade e insuscetibilidade de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.Ambos os benefícios exigem para a sua concessão a qualidade de segurado e o cumprimento do período de carênciaexigido em lei, diferenciando-se entre si pela permanência ou temporariedade da incapacidade, quando se dará ensejoàquele ou a este benefício, respectivamente.No caso dos autos, o cumprimento do período de carência e a qualidade de segurado são fatos incontroversos. Acontrovérsia cinge-se, pois, ao fato de estar ou não a parte autora definitiva ou parcialmente incapacitada para o trabalho, oque corresponde às teses antagônicas sustentadas pelas partes.A perícia médica (fls. 40/42) constatou que a parte autora possui lombalgia de origem degenerativa, sem compressãoforaminal importante. Ao exame físico, apresentou-se com dor a mobilização, sem déficits motores ou sensitivos aparentes.Concluiu que não há incapacidade para o trabalho.O atestado médico particular equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência deopiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal doEspírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente,mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.Ausente a incapacidade para o trabalho, a pretensão autoral não encontra guarida no ordenamento jurídico pátrio.DispositivoIsto posto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, extinguindo o feito com resolução, do mérito nos termos do art. 269, I, do

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CPC.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55, da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º, da Lei nº 10.259/01).Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se os autos.P.R.I.3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 21).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

82 - 0005393-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005393-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIZABETH FERREIRAPINTO (ADVOGADO: ES009457 - ENOQUE FERREIRA PINTO JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).RECURSO Nº 0005393-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005393-4/01)RECORRENTE: ELIZABETH FERREIRA PINTORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 156/157, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a restabelecer o beneficio de auxilio doença. Sustenta a recorrente que os exames e laudosmédicos acostados aos autos comprovam a sua incapacidade laboral. Aduz que não há que se falar em afronta ao princípiodo contraditório e da ampla defesa no que tange à perícia realizada no âmbito da Justiça do Trabalho. Segue discorrendoacerca da divergência dos resultados das perícias judiciais. Sustenta que a perícia realizada na Justiça do Trabalho nãopode ser ignorada, eis que produzida por perito juramentado.

A recorrente possui 56 anos de idade e exerce a profissão de vendedora de carnê (fl. 54).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação objetivando a condenação do INSS no restabelecimento de auxílio-doença NB 520.507.985-8 desde acessação. A controvérsia se limitou à existência de incapacidade do autor para o trabalho.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou poliartralgia. Afirmou que a autora possui aptidão para exercer a atividadehabitual de vendedora de carnê (quesitos 8 e 9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 15).A perita especialista em medicina do trabalho não diagnosticou doença, lesão ou seqüela física ou mental. Afirmou que aautora possui aptidão para exercer a atividade habitual de balconista (quesitos 8 e 9). Concluiu que não há incapacidadepara o trabalho (quesito 14).A autora impugnou o pericial. Alegou que perícia em reclamação trabalhista concluiu pela existência de incapacidade para otrabalho. Requereu que o correspondente laudo pericial fosse aproveitado como prova emprestada.Diante da divergência entre os laudos periciais, prevalece a conclusão constante do laudo apresentado no presenteprocesso. O laudo pericial incidental à reclamação trabalhista não pode ser utilizado como prova emprestada, sob pena deofensa ao princípio do contraditório, uma vez que o INSS não participou da produção daquela prova.Indefiro os quesitos complementares formulados às fls. 58/59, 65/66 e 123/124, pois se encontram abrangidos pelosquesitos do juízo, já tendo sido objeto de esclarecimento.O perito do juízo analisou os exames de ultrassonografia do quadril esquerdo, radiografia simples da coluna lombar etomografia da coluna lombar (quesito 3) e concluiu que a autora não apresentou alterações no exame físico (quesito 2). Nãoconfirmou nenhuma limitação funcional (quesito 11).A divergência com atestado de médico assistente (fl. 20, 31/32, 64, 67/70, 101/104, 127, 130/133) não invalida o laudopericial. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência deopiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal doEspírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o

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particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente,mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.Estar acometido por doença não garante direito ao benefício previdenciário. O que importa é a repercussão da doença naaptidão física e mental para o desempenho do trabalho. Não basta estar doente. É preciso que a doença incapacite osegurado para o trabalho.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão do auxílio-doença, qual seja, a prova daincapacidade temporária para o trabalho por mais de quinze dias consecutivos.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.P.R.I.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 49).É como voto.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

83 - 0001713-14.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001713-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JORGE CARLOS CARDOSODA SILVA (ADVOGADO: ES017297 - MEIRYELLE RIBEIRO LEITE, ES006351 - JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: VILMAR LOBO ABDALAH JR..).RECURSO Nº 0001713-14.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001713-4/01)RECORRENTE: JORGE CARLOS CARDOSO DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 79/80, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que é portador de distúrbios psicóticos e que os laudos médicos anexados aos autoscomprovam sua incapacidade laboral. Alega que o laudo pericial não configura a realidade dos fatos e a realidade do seuquadro de saúde. Aduz que, além da perícia judicial, seu histórico clínico e as dificuldades que enfrenta para trabalhardevem ser considerados. Invoca o artigo 436 do CPC. Pugna pela realização de nova perícia.

O recorrente possui 57 anos de idade (fl. 17). Alega ser autônomo/vendedor ambulante (fls. 1 e 70).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando a concessão de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. O INSS alegou que oautor não completou a carência exigida para a concessão do benefício (fl. 50).Ratifico o despacho de fl. 64, onde reconheci o cumprimento da carência.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou insônia não orgânica. Afirmou que o autor possui aptidão para exercer a atividadehabitual de vendedor ambulante porque se mostrou lúcido, orientado no tempo e no espaço, coerente, cooperativo, calmo esem distúrbios do comportamento e/ou alterações senso-perceptivas dignas de nota, estava verbalizando normalmente esem sinais e/ou sintomas de quadro psicótico, sem alterações da percepção da realidade, juízo crítico e consciência

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preservadas e sem sinais de sonolência (quesitos 8/10). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).O autor alegou que, ao reconhecer a enfermidade que o acomete, o perito deveria ter concluído pela existência deincapacidade para o trabalho. Entretanto, para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta aosegurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Nãohá motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudo pericial.O autor alegou que o perito não considerou sua história clínica nem os inúmeros atestados médicos apresentados. Ocorreque os atestados médicos não vinculam a perícia judicial. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistentetécnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordocom o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguara veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médicopaciente), fazendo odiagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscarevidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistentenão é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.Não há motivo para realizar segunda perícia, porque a matéria foi suficientemente esclarecida no laudo pericial (art. 437 doCPC) e porque não foi comprovada nenhuma nulidade que contaminasse a produção da prova.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão do auxílio-doença, qual seja, a prova daincapacidade temporária para o trabalho por mais de quinze dias consecutivos.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.P.R.I.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ressalte-se, ainda, que a perícia realizada atende aos pressupostos de idoneidade de prova técnica possibilitando aomagistrado a tomada de decisões com fundamentação, não havendo necessidade de realização de uma segunda perícia,que apenas seria necessária caso as respostas aos quesitos originais não fossem dadas de forma clara e precisa peloperito, não sendo este o caso dos autos.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 80).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

84 - 0003496-75.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003496-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUCIENE ROSA DA SILVA(ADVOGADO: ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS, ES016053 - RODOLFO NICKEL NEVES.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).RECURSO Nº 0003496-75.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003496-6/01)RECORRENTE: LUCIENE ROSA DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 55/56, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que é portadora de sequelas de paralisia cerebral, com déficit psicológico e físico, além desérios problemas diagnosticados por médicos especializados. Aduz que a patologia a impede de efetuar suas corriqueiras

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atividades trabalhistas. Alega que “provas e/ou laudos” não foram apreciados pela sentença, omissa e contraditória.Sustenta que a sua doença não permite o retorno do quadro clínico ao seu estado original, sequer parcialmente, ainda quesob o auxílio de tratamento. Segue discorrendo sobre os acontecimentos por ela suportados e que teriam sido desprezadospelo magistrado sentenciante. Aduz que o laudo judicial não deve vincular o julgador. Observa que o seu reingresso nomercado de trabalho está fadado ao fracasso, já que porta doença incurável. Pugna pela reforma da sentença paraconcessão do auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez.

A recorrente possui 35 anos de idade (fl. 7). Alega exercer a profissão de balconista (fls. 1 e 35).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento do benefício de auxílio-doença desde 22/3/2010 com sua conversãoem aposentadoria por invalidez.A autora submeteu-se a duas perícias. O perito neurologista diagnosticou epilepsia, sequela de paralisia cerebral e distúrbiopsiquiátrico (fl. 39). Afirmou que a autora possui aptidão para exercer a atividade habitual de balconista (quesitos 8/9).Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14). Sugeriu avaliação com médico psiquiatra (fl. 42).O perito psiquiatra não diagnosticou doença mental (fl. 69). Afirmou que a autora possui aptidão para exercer a atividadehabitual de balconista (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).A autora impugnou o laudo. Alegou que os exames complexos realizados por especialistas comprovam que possui moléstiaque a impede de trabalhar. Ocorre que transtornos do humor são doenças que não podem ser reveladas por examescomplementares. O diagnóstico geralmente se baseia apenas no exame clínico. A queixa da autora não deve ter se referidoa laudos de exames complementares, mas atestados de médicos assistentes. A omissão do perito em analisar atestadosde médicos assistentes não invalida a perícia, uma vez que o parecer do assistente não vincula a avaliação do perito. Oatestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve serresolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “olaudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial.O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médicoassistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta éa base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere maisindicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Porisso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.A autora alegou que o psiquiatra confirmou que há dificuldade de exercer certas tarefas. O perito observou que existedificuldade de exercer certas tarefas, mas descartou que tal fosse decorrente de desorganização, leia-se: problema, mental(observação, fl. 69). O perito foi conclusivo em afirmar que a autora não é portadora de qualquer doença mental e que nãohá incapacidade para o trabalho (quesitos 2 e 14).A autora alegou que recebeu auxílio-doença por mais de dois anos. A autora recebeu auxílio-doença nos períodos de6/2/2010 a 22/3/2010, 7/1/2011 a 1º/2/2011, 26/12/2011 a 14/2/2012 (fl. 79). Não se tratou de recebimento de benefício poranos consecutivos. A autora recebeu um mês de benefício no ano de 2010, um três de benefício no ano de 2011 e doismeses de benefício no ano de 2012.Ademais, o fato de o INSS ter concedido o benefício anteriormente não significa que a incapacidade para o trabalho tenhapersistido. O auxílio-doença é benefício precário, que só mantém enquanto comprovada a persistência da incapacidadepara o trabalho. Se, no futuro, for comprovada a incapacidade para o trabalho, a autora poderá renovar o requerimento deauxílio-doença.A autora alegou que uma única analise não pode contrariar o diagnóstico de uma avaliação médica pela qual passa há maisde três anos. Ocorre que o perito conseguiu formar sua opinião com um único contato com a autora. De qualquer forma,não é factível noâmbito dos juizados especiais federais desenvolver exame pericial de maior complexidade, com múltiplas consultas.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão expostano laudo pericial.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 22).É como voto.A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

85 - 0000718-29.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000718-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) BENEDITO MENDES DACONCEIÇÃO (ADVOGADO: ES016822 - PAULA GHIDETTI NERY LOPES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: THIAGO DE ALMEIDA RAUPP.).RECURSO Nº 0000718-29.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000718-0/01)RECORRENTE: BENEDITO MENDES DA CONCEIÇÃORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 65/66, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta o recorrente que, embora a períciarealizada pelo Juízo em 15/12/2011 tenha informado que a fratura encontrava-se tratada, o relatório datado de 19/06/2012confirma sua real situação: “portador de hipertensão arterial e osteomielite crônica há 03 anos com ferida em membrodireito há 03 anos realizando curativo diariamente, drenando secreção purulenta e de odor forte”. Informa que éfrequentemente atendido pelo setor de enfermaria e esteve internado por 14 dias, a partir de 06/03/2012. Aduz que à épocada realização da perícia judicial foram-lhe prescritos medicamentos para infecção, conforme prontuário de fl. 79 e, nostermos do formulário de fl. 84, estivera com dificuldade para deambular devido às fortes dores ocasionadas pelaosteomielite.

O recorrente possui 34 anos de idade (fl. 6) e exerce a função de servente (fl. 9).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação de conhecimento proposta por Benedito Mendes da Conceição em face do Instituto Nacional do SeguroSocial – INSS, objetivando a condenação do réu à concessão de auxílio-doença, a ser convertido em aposentadoria porinvalidez, com o pagamento de retroativos devidamente corrigidos.

Dispensado o relatório (art. 38 da Lei 9099/95), passo a decidir.

A questão de mérito controvertida, no caso dos autos, se restringe à existência de incapacidade que autorize conceder àparte autora auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.

O auxílio doença é benefício legalmente previsto no caput do art. 59 da Lei 8.213/1991:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carênciaexigido nesta lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) diasconsecutivos.

No tocante à aposentadoria por invalidez, dispõe a Lei 8.213/91, no art. 42, que:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxíliodoença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

A perícia médica judicial, conforme laudo de fl. 58 informa que o autor sofreu fratura da tíbia direita, consolidada e evoluindocom osteomielite crônica em 2009, que já foi tratada, apresentando exame físico normal. Concluiu que o autor estáassintomático e pode desempenhar qualquer atividade física, não havendo incapacidade.

Verifico, assim, que a parte autora não comprovou a existência de incapacidade que autorize a concessão do benefício,inexistindo nos autos documentos capazes de infirmar a conclusão pericial.

Desta forma, inexistindo qualquer incapacidade laboral, não faz jus a parte autora ao benefício previdenciário pleiteado nainicial.

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Pelo exposto, julgo improcedentes os pedidos, com resolução do mérito, na forma do artigo 269, inciso I, do Código deProcesso Civil.

Caso venha a ser interposto recurso, após certificação da tempestividade, intime(m)-se a(s) parte(s) recorrida(s) paraapresentar contrarrazões no prazo de 10 (dez) dias. Transcorrido o prazo, remetam-se os autos à Turma Recursal.

Não havendo interposição recursal, certifique-se o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se.

Sem custas nem honorários advocatícios (art. 55 da Lei n.º 9.099/95).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ademais, quanto aos prontuários e formulários juntados ao presente processo, insta ressaltar que as Turmas Recursais doRio de Janeiro consagraram orientação no sentido de que “O momento processual da aferição da incapacidade para fins debenefícios previdenciários ou assistenciais é o da confecção do laudo pericial, constituindo violação ao princípio docontraditório e da ampla defesa a juntada, após esse momento, de novos documentos ou a formulação de novas alegaçõesque digam respeito à afirmada incapacidade, seja em razão da mesma afecção ou de outra” (Enunciado 84).4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 22).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

86 - 0000315-26.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000315-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADELIA RAMOS DE SOUZA(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA.).RECURSO Nº 0000315-26.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000315-3/01)RECORRENTE: ADELIA RAMOS DE SOUZARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 70/71, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente que o juiz não está adstrito ao laudo pericial. Aduz que o trabalhador rural, portador dedoenças cardíaca e diabética fica incapacitado de desempenhar o seu labor. Argumenta que, em razão da idade, grau deinstrução e qualificação é impossível disputar e obter uma vaga no mercado de trabalho, cada vez mais exigente. Observaque não foi respondido o quesito apresentado na inicial acerca dos motivos que teriam ensejado a concessão do benefíciocessado, se ainda persistem e em que proporção. Pede a anulação da sentença.

A recorrente possui 54 anos de idade (fl. 7).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de ação de conhecimento proposta por Adélia Ramos de Oliveira em face do Instituto Nacional do Seguro Social –INSS, objetivando a condenação do réu à concessão de auxíliodoença, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez, bem como o pagamento de atrasados devidamente corrigidos, além da indenização por danos morais.Dispensado o relatório (art. 38 da Lei 9099/95), passo a decidir.A questão de mérito controvertida, no caso dos autos, se restringe à existência de incapacidade que autorize conceder àparte autora auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.O auxílio doença é benefício legalmente previsto no caput do art. 59 da Lei 8.213/1991:

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Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carênciaexigido nesta lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) diasconsecutivos.No tocante à aposentadoria por invalidez, dispõe a Lei 8.213/91, no art. 42, que:Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A perícia médica judicial, conforme laudo de fls. 60/61, informa que a autora é portadora de hipertensão arterial e diabetestipo dois. Ao exame clínico, informa que a autora não apresentou modificação nos níveis de pressão e pelos laudos suaspatologias estão controladas por medicação. Não há incapacidade laborativa para suas atividades rurais ou qualquer outrotipo de serviço, mesmo que exija esforço físico, pois a doença está sob controle medicamentoso. Conclui que mesmosendo hipertensa e diabética, não há incapacidade para as suas atividades.Verifico, assim, que a demandante não comprovou a existência de incapacidade que autorize a concessão do benefício,inexistindo nos autos documentos capazes de infirmar a conclusão pericial.Nesse contexto, a incapacidade, enquanto persistiu, foi tutelada administrativamente.Desta forma, inexistindo qualquer incapacidade laboral, não faz jus a parte autora ao benefício previdenciário pleiteado nainicial.Em relação ao pedido de danos morais, não restou configurada qualquer ofensa à personalidade da parte autora, nemdemonstrado nenhum ato ilegal ou arbitrário praticado pela Autarquia Previdenciária que a tivesse exposto a situaçãovexatória, razão pela qual não há que se falar em danos desta natureza.Pelo exposto, julgo improcedentes os pedidos, com resolução do mérito, na forma doartigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil.Caso venha a ser interposto recurso, após certificação da tempestividade, intime(m)-se a(s) parte(s) recorrida(s) paraapresentar contrarrazões no prazo de 10 (dez) dias. Transcorrido o prazo, remetam-se os autos à Turma Recursal.Não havendo interposição recursal, certifique-se o trânsito em julgado, dê-se baixa earquivem-se.Sem custas nem honorários advocatícios (art. 55 da Lei n.º 9.099/95).Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza, em princípio, de presunçãode legalidade. E, no caso, os únicos documentos anexados pela autora para fins de comprovar sua incapacidade são oslaudos médicos de fls. 24/28 que relatam as enfermidades que a acometem, sem, no entanto, afirmar a sua incapacidadelaboral. E, mais, apenas o laudo datado de 12/08/2008 (fl. 28) sugere o afastamento da atividade laboral. Os demais laudos,subscritos no ano de 2010, apenas relatam as doenças, as quais também foram constatadas pela perícia judicial.A alegação de nulidade da sentença por não ter sido respondido quesito apresentado na inicial não merece respaldo, já queembora tenha sido constata a doença, não foi constatada a incapacidade laboral.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 32).É como voto.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

87 - 0001756-82.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001756-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SONIA MARIA GOMESMARTINS (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).RECURSO Nº 0001756-82.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001756-7/01)RECORRENTE: SONIA MARIA GOMES MARTINSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELA CAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR -ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

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Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 51/53, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta a recorrente que o laudo pericial é vago,objetivo e impreciso e desconsiderou a documentação acostada aos autos. Invoca os artigos 436 e 437 do CPC. Aduz queos laudos médicos anexados aos autos comprovam sua incapacidade laborativa. Alega que não há chance de reabilitação,considerando-se a gravidade da doença degenerativa, sua idade, sua baixa escolaridade e nível de instrução. Pugna pelarealização de nova perícia.

A recorrente possui 49 anos de idade (fl. 4) e exerce a função de empregada doméstica (fl. 5).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Cuida-se de ação envolvendo as partes acima nominadas, através da qual se pretende, inclusive a título de antecipação detutela, a condenação do demandado a concessão do benefício de auxílio-doença desde a data do requerimentoadministrativo em13/11/2009.Como causa de pedir sustenta a autora “apresentar problemas de coluna (cervicobraquialgia à esquerda, lombociatalgia àesquerda) e uncoartrose à esquerda, estando afastada das atividades laborativas desde junho de 2008. [...] Declara que seencontra impossibilitada de exercer suas atividades laborais, uma vez que não pode permanecer por longos períodos namesma posição, principalmente sentada ou em pé; não pode exercer o menos esforço físico; impossibilitada de pegarqualquer espécie de peso; apresenta dormência no membro superior esquerdo dede o ombro até a mão; fortes dores naregião cervical com perda da força muscular do membro superior esquerdo; fortes dores na região lombar com irradiaçãopara os membros inferiores acentuada à esquerda; dificuldade para subir ou descer escadas e locais íngremes; dificuldadepara abaixar e levantar; apresenta dificuldade para elevar o membro superior esquerdo, e etc.”

(...)

Em primeiro lugar, verifico, a partir da análise dos fatos e dos documentos carreados aos autos, que a autora não possuiqualidade de segurada.Isso porque, conforme consta do CNIS em anexo, a autora perdeu sua qualidade de segurada, uma vez que a sua últimacontribuição à Previdência Social ocorreu em junho de 2008, tendo requerido administrativamente o benefício em13/11/2009 (fl.07). Por outro lado, também não restou demonstrada a sua condição de desempregada ante a inexistênciade registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, além de não possuir 120 (cento e vinte)contribuições mensais ininterruptas (art.15, da Lei nº 8.213/1991).Ademais, ainda que assim não fosse, perante exame do laudo pericial, não foi verificada incapacidade na autora. Nessesentido, afirma o perito do Juízo, in verbis (fl. 25-26):9) A pessoa examinada tem, no momento do exame pericial, aptidão física e mental para exercer essa atividade habitual?Por quê?Sim.14) Em relação à atividade habitual para a autora, a incapacidade da parte autora é total ou parcial?Não há incapacidade.

Portanto, de acordo com o parecer do perito, pode-se chegar a conclusão de que a autora possui uma lesão, entretanto nãoimpossibilita a realização de sua atividade laboral.Oportuno consignar que o simples fato de se estar acometida de doença não implica em incapacidade. Assim, ausenteincapacidade para o trabalho, o pedido não tem como ser acolhido.Quanto ao mais, a petição de fls. 46-48 não aponta, diretamente, erros ou omissões no laudo da “expert” do Juízo, peloque, não merece respaldo.Importante frisar que, de acordo com o Enunciado nº 08 da Turma Recursal desta Seção Judiciária:“O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.(DIO - Boletim da Justiça Federal, 18/03/04, pág. 59).”Isso posto, julgo improcedente o pedido.P.R.I.Após, dê-se baixa e arquivem-se, feitas as anotações de praxe.

3. Sem razão a recorrente.Quanto ao pedido de realização de nova perícia, insta ressaltar que a perícia realizada atende aos pressupostos deidoneidade de prova técnica possibilitando ao magistrado a tomada de decisões com fundamentação, não havendonecessidade de realização de uma segunda perícia, que apenas seria necessária caso as respostas aos quesitos originaisnão fossem dadas de forma clara e precisa pelo perito, o que não ocorreu na hipótese.Ressalta-se, ainda, que, muito embora não esteja o juízo adstrito ao laudo técnico emitido pela perícia judicial, este goza,em princípio, de presunção de legalidade. E, no caso, os únicos documentos anexados pela autora para fins de comprovara sua incapacidade são o laudo médico de fls. 9/10 e os exames de fls. 11/15 que relatam as enfermidades que aacometem, sem, no entanto, afirmar a sua incapacidade laboral.Entendo, pois, que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo 46 da Lei nº 9.099/95), tendoem vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado está em consonânciacom a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.

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Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 17).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

88 - 0001385-50.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001385-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOAQUIM BARBOSA DOSANJOS (ADVOGADO: ES004497 - DICK CASTELO LUCAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).RECURSO Nº 0001385-50.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001385-6/01)RECORRENTE: JOAQUIM BARBOSA DOS ANJOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 59/60, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta o recorrente que está incapacitado para otrabalho por ser portador de hérnia de disco lombar e gonartrose (artrose no joelho). Aduz que faz tratamento ortopédicocom renomado especialista em ortopedia, traumatologia e medicina do trabalho, o qual emitiu os laudos anexados aosautos, que comprovam a sua incapacidade laboral. Alega que a perícia judicial a que se submeteu foi conduzida pelomédico perito do INSS, cuja especialidade é desconhecida. Aduz que o perito do Juízo deixou de observar as ressonânciasmagnéticas e o raio x anexados aos autos, o que culminou com a formulação de novos quesitos, respondidos 101 dias apósa perícia e sem a realização de nova perícia. Sustenta que há desequilíbrio processual por não possuir condições decontratar médico especialista para atuar como assistente técnico durante a perícia judicial e, nesses casos, o INSS, atravésde seu assistente técnico, poderá tentar confundir o perito judicial. Segue discorrendo acerca das características da hérniade disco e da profissão de arrumador portuário. Por fim, afirma que dependia de muletas para se locomover na data daperícia, o que torna nulas as respostas dos quesitos complementares, feitas 101 depois, sem nova perícia. Sustenta que ojuiz não está adstrito aos ao laudo pericial. Pugna pela antecipação dos efeitos da tutela.

O recorrente possui 58 anos de idade (fl. 4) e alega exercer a função de arrumador de cargas e descargas de mercadorias(fls. 1, 41 e 63).

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento do auxílio-doença NB 541.774.010-8 desde a cessação, em 8/3/2012.O art. 285-A do CPC dispensa a citação do réu quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo jáhouver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos (nº 559-24.2012.4.02.5050). Passo, então,a proferir o julgamento de mérito.O perito nomeado pelo juízo, especialista em ortopedia, diagnosticou hérnia de disco lombar sem compressão (fl. 41).Afirmou que o autor possui aptidão para exercer a atividade habitual de arrumador (quesitos 8/9). Concluiu que não háincapacidade para o trabalho (quesito 14).O autor impugnou o laudo pericial (fls. 55/60). Alegou que perito confirmou o diagnóstico de hérnia de disco lombar, masnão observou que os exames complementares revelam que há compressão. Ocorre que o diagnóstico sugerido em examecomplementar não vincula a perícia judicial. O perito tem liberdade para formular sua conclusão conjugando as impressõesdo exame de imagem com a avaliação no exame clínico.O autor alegou que o perito não observou os exames complementares em relação ao joelho esquerdo. Em laudocomplementar (fl. 57), o perito diagnosticou lesão meniscal e artrose no joelho direito, mas avaliou que o autor apresentouexame físico normal. Reafirmou que não há incapacidade para o trabalho.O autor alegou que uma pessoa com hérnia de disco lombar e gonartrose não possui aptidão para exercer a atividadehabitual de arrumador portuário. Ocorre que para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não bastaao segurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Nãohá motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudo pericial.O autor alegou que os atestados emitidos por médicos especialistas comprovam sua incapacidade para o trabalho. O

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diagnóstico constante de atestado de médico assistente não vincula a perícia judicial. O atestado médico equipara-se amero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecerdo perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular éprova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.O autor requer a designação de nova perícia médica. Não há motivo para realizar segunda perícia, porque a matéria foisuficientemente esclarecida no laudo pericial (art. 437 do CPC) e porque não foi comprovada nenhuma nulidade quecontaminasse a produção da prova.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01). Defiro obenefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ademais, alegações genéricas de possível influência do assistente do INSS sobre o perito judicial, assim como a simplesafirmação de que o recorrente necessitava do auxílio de muletas na data da perícia, não são hábeis a mudar o quadro ou acomprovar a nulidade da perícia. E, de fato, o magistrado não está adstrito ao laudo médico oferecido pelo perito judicial,podendo formar sua convicção baseado em outras provas anexadas aos autos. Ocorre que, no presente caso, a perícia foiconclusiva a respeito da capacidade laborativa do recorrente e não há subsídios que autorizem afastar a conclusão doperito.4. Posto isso, conheço do recurso do autor e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fls. 36 e 60).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

89 - 0002374-56.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.002374-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TEREZINHA DE JESUSSOUSA (ADVOGADO: ES010838 - Leonardo Martins Gabrieli, ES008890 - RAFAEL DE ANCHIETA PIZA PIMENTEL.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).RECURSO Nº 0002374-56.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.002374-6/01)RECORRENTE: TEREZINHA DE JESUS SOUSARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATORA: ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO

VOTO/EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - LAUDO PERICIAL CONCLUIU PELACAPACIDADE LABORATIVA DO AUTOR - ENUNCIADO 8 - DA TR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 64/65, que julgou improcedente opedido para condenar o INSS a conceder o beneficio de auxilio doença. Sustenta o recorrente que a sentença recorrida énula por ausência de fundamentação. Alega que os laudos médicos anexados aos autos comprovam a sua incapacidadelaboral, por ser portadora de moléstia causadora de dores por todo o corpo que a impossibilitam de exercer atividadesrotineiras. Aduz que há contradição entre o laudo pericial, os exames e demais laudos anexados aos autos. Sustentapossuir pouca instrução e ter desempenhado durante toda a sua vida atividade de doméstica e de auxiliar de serviçosgerais. Invoca o artigo 436 do CPC. Pugna pela reforma da sentença ou pela conversão do julgamento em diligência pararealização de nova perícia.

A recorrente possui 46 anos de idade (fl. 3) e alega exercer a função de auxiliar de serviços gerais/faxineira (fl. 1, 11 e 33).

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2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:

Trata-se de demanda objetivando o restabelecimento do auxílio-doença NB 544.161.087-1 desde a data da cessação, em16/5/2012.O art. 285-A do CPC dispensa a citação do réu quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo jáhouver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos (nº 559-24.2012.4.02.5050). Passo, então,a proferir o julgamento de mérito.O perito ortopedista diagnosticou dor em coluna lombar (fls. 33). Avaliou que ao exame físico a autora apresentou artrosefacetaria, discopatia em coluna lombar e dor nos ombros direito e esquerdo (quesito 2). Afirmou que a autora possui aptidãopara exercer a atividade habitual de faxineira (quesitos 8/9). Concluiu que não há incapacidade para o trabalho (quesito 14).A autora impugnou o laudo complementar (fls. 37/41). Alegou que os atestados médicos carreados comprovam que possuiartrose (espondiloartrose e escoliose), dorsalgia, lesões do ombro (bursite trocanteriana), transtornos dos discosinvertebrados, entesopatias e outras patologias, mas o perito ignorou as patologias. O fato de o perito não relatar, noquesito 1, todas as doenças das quais a autora se queixa não significa que o perito tenha se omitido em analisar as queixasda autora: significa apenas que o perito não confirmou o diagnóstico proposto pelos médicos assistentes da autora.A autora alegou que o laudo pericial foi elaborado de modo superficial, sem análise detida dos documentos. O laudopericial, embora lacônico, não é nulo, porque esclareceu satisfatoriamente a matéria fática. Nos juizados especiais, os atosprocessuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericialnão precisa conter fundamentação detalhada.A autora alegou que os exames comprovam sua incapacidade para o trabalho. Ocorre que o diagnóstico sugerido emexame complementar não vincula a perícia judicial. O perito tem liberdade para formular sua conclusão conjugando asimpressões do exame de imagem com a avaliação no exame clínico.A autora alegou que o médico assistente comprova que não possui condições de trabalhar. O diagnóstico constante deatestado de médico assistente não vincula a perícia judicial. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistentetécnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordocom o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguara veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo odiagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscarevidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistentenão é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.A autora alegou que o perito não requereu exame complementar. O perito considerou desnecessária a realização deexames complementares adicionais (quesito 5). Esse fato não compromete a conclusão do laudo pericial. Somente omédico tem condições de, em cada caso, aferir a necessidade de exames complementares para formar sua conclusãoquanto à incapacidade para o trabalho. Se, apenas com o exame clínico, o perito já reúne condições suficientes para seconvencer da inexistência de incapacidade para o trabalho, os exames complementares são mesmo dispensáveis. Cabe aosegurado, conforme advertência formalizada à fl. 30, apresentar ao perito todos os laudos de exames de que dispuser.A autora requereu a designação de nova perícia médica. Não há motivo para realizar segunda perícia, porque a matéria foisuficientemente esclarecida no laudo pericial (art. 437 do CPC) e porque não foi comprovada nenhuma nulidade quecontaminasse a produção da prova.Falta, portanto, pelo menos um dos requisitos necessários à concessão de benefício por incapacidade (seja auxílio-doença,seja aposentadoria por invalidez), qual seja, a prova da incapacidade para o trabalho.DispositivoJulgo improcedente o pedido.Sem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

3. Sem razão a recorrente. Entendo que a sentença a quo deve ser mantida por seus próprios fundamentos (artigo46 da Lei nº 9.099/95), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal.Ressalta-se que, de fato, o magistrado não está adstrito ao laudo médico oferecido pelo perito judicial, podendo formar suaconvicção baseado em outras provas anexadas aos autos. Ocorre que, no presente caso, a perícia foi conclusiva a respeitoda capacidade laborativa da recorrente e não há subsídios que autorizem afastar a conclusão do perito, o que, inclusive,inviabiliza o deferimento do pedido de realização de nova perícia.4. Posto isso, conheço do recurso da autora e a ele nego provimento.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o benefício da assistência judiciária gratuita(fl. 28).É como voto.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e debatidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes Federais da SegundaTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, POR UNANIMIDADE, CONHECERDO RECURSO DO AUTOR E NO MÉRITO NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que passa a integrar o presentejulgado. Votaram com a relatora, Juíza Federal ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJO, os Juízes FederaisGUSTAVO ARRUDA MACEDO e MARCELI MARIA CARVALHO SIQUEIRA

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ALINE ALVES DE MELO MIRANDA ARAÚJOJuíza Federal – 3º Relatora da 2ª Turma Recursal

Acolher os embargosTotal 2 : Dar parcial provimentoTotal 1 : Dar provimentoTotal 6 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Negar provimentoTotal 61 : Rejeitar os embargosTotal 10 :