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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ NÚCLEO DE PESQUISAS ECONÔMICAS E SOCIAIS INFORMATIVO ANO I – Nº III – MAIO 2007 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ANÁLISES COMPLEMENTARES 1991 – 2000 Profº Dr. Vitor Alberto Matos ARAXÁ – MG

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ NÚCLEO DE PESQUISAS ECONÔMICAS E SOCIAIS

INFORMATIVO ANO I – Nº III – MAIO 2007

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ANÁLISES COMPLEMENTARES

1991 – 2000

Profº Dr. Vitor Alberto Matos

ARAXÁ – MG

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Introdução

Neste informativo o Núcleo de Pesquisas Econômicas e Sociais do Centro Universitário

do Planalto de Araxá aprofunda suas análises relacionadas ao tema desenvolvido no

Informativo n0 02 ampliando informações sobre o desenvolvimento humano desta

região. Nosso objetivo é adicionar aspectos que, em termos mundiais, anualmente são

destacados pelos Relatórios de Desenvolvimento Humano (RDH). Para tanto

utilizaremos como fonte de informações internacionais o Relatório de Desenvolvimento

Humano de 2006 (disponível em pnud.org.br/idh) graças à atualidade de seus dados.

As edições dos RDH, mesmo utilizando informações de dois anos anteriores,

anualmente avaliam a situação do desenvolvimento humano no mundo e, neste

sentido, sempre atualizam dados já apresentados em anos anteriores. Apesar de em

todos eles a questão das desigualdades entre países receber grande destaque, neste

relatório o tema central sobre a água potável e as desigualdades causadas pela sua

falta salienta um fato que choca a todos devido aos contrastes que se descortinam a

partir de uma leitura mais atenta da seguinte citação “as lacunas profundas em termos

de bem-estar e de oportunidades de vida dividem os povos do mundo” (RDH, 2006 – p.

263).

Em relatórios anteriores, sob as mais diversas formas de expressão encontramos esta

mesma frase procurando explicitar as mesmas questões apresentadas atualmente. Os

exemplos que vêm a seguir procuram materializar através de dados as situações de

privação em que se encontram grandes contingentes populacionais do globo. Neste

relatório constata-se que “pessoas mais pobres nas áreas urbanas dos países em

desenvolvimento não só pagam pela aquisição de água mais do que os residentes da

mesma cidade que têm rendimentos mais elevados, como também despendem mais

por este bem do que as populações dos países mais ricos”1 (RDH, 2006 – p. 52).

Tais contrastes mostram que o conceito de globalização, muitas vezes euforicamente

alardeado por analistas centrados nos aspectos financeiros, gerenciais e estratégicos,

passa a ser alvo de profundas críticas quando analisado sob a ótica do

desenvolvimento humano. De modo figurado, “as lacunas que dividem os povos do

1 A expressão “pagam mais” deve ser entendida tendo por base a idéia de que o custo do dispêndio de R$ 1,00 para uma pessoa

que ganha R$ 100,00 é muito maior, dada a quantidade de necessidades que pessoa deve satisfazer, do que o mesmo custo para uma pessoa que ganha R$ 100.000,00.

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mundo” deram origem a uma “aldeia global” atualmente constituída por poucas grandes

avenidas denominadas “ruas dos ricos” e por um número cada vez maior de pequenas

“vielas” chamadas “ruas dos pobres”.

O combate mundial contra estas desigualdades, organizado pelas Nações Unidas, está

definido nos “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, um conjunto de metas com

limites temporais acordados internacionalmente visando a reduzir a pobreza extrema, a

alargar a igualdade de gêneros e a promover oportunidades de saúde e educação. No

âmbito regional, o ponto fulcral da avaliação sobre a vontade e determinação da

comunidade em conhecer e traduzir tais compromissos em ações concretas está

centrado na busca destes objetivos.

Nosso objetivo então será o de tratar estes aspectos centrando-nos na análise das

condições de bem-estar presentes na Microrregião do Planalto de Araxá. Os dados e

análises que apresentaremos a seguir estão organizados de acordo com as seguintes

seções: 1 – Uma visão geral do IDH no mundo; 2 – O IDHM e o Planalto de Araxá; 3 –

Indicadores específicos sobre as Condições de Vida da população; 4 – Acesso a Bens

de Consumo e Vulnerabilidade Familiar na região. Como sempre, todas as informações

contidas neste informativo foram retiradas das estatísticas do IBGE (ibge.gov.br) e do

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (ipea.gov.br).

1 – Uma visão geral sobre o IDH no mundo2

Observando nossa “aldeia global” de “condomínios e favelas” em termos de

desenvolvimento humano saltam aos nossos olhos contrastes alarmantes relativos a

seus diversos habitantes. Os índices de um país de IDH alto, se comparados aos de

um país de IDH baixo, escancaram diferenças profundas entre ambos.

Os rendimentos médios destas populações chegam a ser 40 vezes maiores; a

esperança de vida em um grupo de 31 países pobres que abarca cerca de 9% da

população mundial é de 46 anos, ou seja, 32 anos a menos do que a dos países ricos;

a taxa de matrícula nos três níveis escolares chega a ser cinco vezes maior nos países

avançados.

2 Esta parte do informativo resume o item “O estado do desenvolvimento humano” do Relatório de Desenvolvimento Humano 2006

que contêm informações relativas ao ano de 2004 (ver RDH 2006 p.263 em “pnud.org.br).

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Uma característica dos resultados numéricos do IDH é a estreita relação existente

entre o comportamento do IDH e o do indicador de rendimento. Em outras palavras, os

indicadores de desenvolvimento humano tendem em média a subir ou a descer com o

rendimento. Rendimentos médios muito baixos contribuem significativamente para a

exclusão social materializada em elevados níveis de privação traduzidos em perda da

possibilidade de acesso a níveis satisfatórios de alimentação, à educação de qualidade

e à saúde e assistência médica. Os diferenciais numéricos do IDH mostram que certos

grupos de “países são muito mais efetivos na transformação de riqueza material em

oportunidades de saúde e educação”.

Mesmo tendo demonstrado grandes progressos em termos de desenvolvimento

humano, os avanços destes resultados mostram que a tão pretendida convergência

entre o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento ainda revela profundas

assimetrias. Nestes últimos, a esperança de vida aumentou nove anos enquanto nos

primeiros, o aumento foi de sete anos. Como conseqüência verificar-se-á em um futuro

bem próximo que esta maior expansão nos paises em desenvolvimento implicará

maiores aumentos populacionais nestas regiões e agravamento das demandas por

maiores oportunidades de saúde, educação e emprego. Algumas doenças crônicas

como a AIDS e a tuberculose, principalmente nos países africanos, ainda são o grande

responsável pela mortalidade elevada entre as mulheres, fato que contribui para a

queda nos indicadores de esperança de vida do segmento feminino e para o aumento

dos diferenciais de oportunidade entre os gêneros.

Relativamente à mortalidade infantil os resultados são mais animadores uma vez que a

mortalidade infantil tem diminuído. Embora as discrepâncias ainda sejam muito

elevadas e se verifique um aumento da mortalidade até cinco anos por 1000 nascidos

vivos no intervalo entre 1980 e 2004, as taxas de crescimento deste indicador têm

caído em várias regiões do globo. Em certos países a geração de renda cresceu em

média 4% ao ano desde 1990, entretanto a tendência de redução da mortalidade

infantil caiu de 2,9% ao ano para 2,2%.

Se em 1990 as taxas de alfabetização de adultos situavam-se em 75%, em 2004

estavam em 82% e indicavam que ocorria uma redução dos analfabetos em todo o

mundo. Entretanto, verifica-se que esta queda é maior no segmento masculino do que

no feminino mostrando que o segmento feminino ainda é responsável por cerca de 2/3

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do analfabetismo entre adultos. Embora se observem números animadores entre os

adultos, no ensino primário ainda se verifica um grande contingente de crianças fora da

escola. Neste sentido as perspectivas para o futuro mostram-se, segundo o relatório,

muito assustadoras, uma vez que a educação primária é apenas o primeiro degrau a

se buscar em um mundo baseado no conhecimento.

Se voltarmos nossos olhos para o Brasil, as interpretações não serão muito diferentes,

embora com muita certeza em algumas regiões os resultados sejam melhores do que

os de muitos países situados nas “ruas dos pobres”. Em outras palavras, em nosso

país também se encontram exemplos como os que listamos acima. Se observarmos o

conjunto dos indicadores de renda dos municípios brasileiros no período da década de

90 verificaremos que a desigualdade de renda medida pelo índice de Gini aumentou

em mais de 60% dos mesmos.

O índice de Gini procura medir o grau de desigualdade existente em uma distribuição

de indivíduos relativamente à renda domiciliar per capita, ou seja, ele quer avaliar a

extensão com que uma distribuição de rendimentos (ou consumo) de indivíduos ou

famílias, num país ou região, se desvia de uma distribuição perfeitamente igual. Por

esta razão ele numericamente varia entre 0 e 1. Caso todos os habitantes desta região

tenham a mesma renda, o valor do índice será igual a 0 e indicará uma perfeita

distribuição da renda entre todas as pessoas. Se apenas um indivíduo desta região

absorvesse toda a renda gerada e os outros indivíduos nada possuíssem, o índice

seria igual a 1 e teríamos uma distribuição altamente concentrada.

2 – O IDH-M no Planalto de Araxá

Neste item nosso objetivo é avaliar esta microrregião com relação às ações visando a

atingir as metas de desenvolvimento humano, ou seja, queremos analisar com um

pouco mais de detalhes o comportamento e as relações existentes entre os valores do

IDH-M e algumas variáveis fundamentais para este indicador. Anteriormente já

explicamos que os valores para o IDH-M medem, em termos percentuais, o esforço

realizado em cada localidade com vistas a estas metas. Sendo assim, quanto mais

próximo da unidade estivermos maior será a universalidade com que nossos objetivos

estarão sendo atingidos.

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TABELA 01

PLANALTO DE ARAXÁ – Desigualdades de Desenvolvimento Humano segundo cidades da Microrregião - 1991 e 2000. Indicadores das Desigualdades

Araxá Campos Altos

Ibiá Nova Ponte

Pedrinópolis Perdizes Pratinha Sacramento Santa Juliana

Tapira

IDH – M 1991 0,736 0,692 0,727 0,730 0,691 0,712 0,676 0,710 0,741 0,720 IDH – M 2000 0,799 0,786 0,797 0,803 0,789 0,777 0,774 0,797 0,786 0,780 RMM pc 1991 224,20 187,58 253,31 227,71 149,47 211,74 170,54 173,99 213,76 203,98 RMM pc 2000 337,69 250,90 385,45 305,83 269,18 273,63 246,01 272,41 275,09 240,09 EVN 1991 67,41 67,73 68,23 67,73 69,63 70,07 67,73 66,61 71,48 70,07 EVN 2000 70,08 74,61 72,45 74,61 72,99 72,99 74,61 73,33 72,99 74,61 MORT 1 1991 31,13 30,23 28,85 30,23 25,18 24,08 30,23 27,82 20,70 24,08 MORT 1 2000 28,42 16,36 21,73 16,36 20,33 20,33 16,36 19,45 20,33 16,36 MORT 5 1991 49,29 47,90 45,75 47,90 40,02 38,29 47,90 44,14 32,98 38,29 MORT 5 2000 31,11 17,92 23,80 17,92 22,27 22,27 17,92 21,30 22,27 17,92 REND. 20% R 1991 59,10 61,45 54,95 56,54 49,81 65,63 58,97 61,62 64,28 55,31 REND. 20% R 2000 62,33 58,33 54,82 65,90 62,69 62,20 60,05 58,94 59,94 51,56 REND. 80% P 1991 40,90 38,55 45,05 43,46 50,19 34,37 41,03 38,38 35,72 44,69 REND. 80% P 2000 37,67 41,67 45,68 34,10 37,31 37,80 39,95 41,06 40,06 48,44 TX. ALFAB. 1991 88,95 79,63 84,02 87,26 79,25 82,32 76,25 84,95 87,15 84,44 TX. ALFAB. 2000 92,92 87,03 89,97 87,96 89,34 87,63 84,66 90,02 89,10 88,19 FECUND. 1991 2,46 2,75 2,52 2,74 2,20 2,77 2,44 2,51 2,82 2,52 FECUND. 2000 2,05 2,46 2,12 2,58 2,12 2,58 2,34 2,14 2,37 2,34 FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000. * As siglas utilizadas representam: IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal; RMM pc – Rendimento Médio Municipal per capita; EVN – Esperança de Vida ao Nascer; MORT 1 – Mortalidade até 1 ano de vida; MORT 5 – Mortalidade até 5 anos de vida; REND. 20% R – Percentual da Renda Domiciliar Apropriada pelos 20% mais ricos da população; REND. 80% P – Percentual da Renda Domiciliar Apropriada pelos 80% mais pobres da população; TX. ALFAB. – Taxa de Alfabetização; FECUND. – Taxa de Fecundidade.

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No Planalto de Araxá, os valores do IDHM em todos os municípios revelam que entre

1991 e 2000 ao mesmo tempo ocorreu uma melhora significativa nos resultados e sua

evolução em direção a uma distribuição mais homogênea (Gráfico 01 e Tabela 01). O

comportamento dos indicadores demonstra que houve crescimento no período e, em

2000, os diferenciais no valor do índice não são tão discrepantes como em 1991.

Portanto, mesmo que o caminho com vistas à universalidade em seus valores ainda

seja longo, já se percebe que existem disposição e ações bastante generalizadas

quanto a este objetivo.

GRÁFICO 01

PLANALTO DE ARAXÁ: Índice de Desenvolvimento Humano segundo Municípios – 1991 e 2000

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000. Dados

constantes da Tabela 01.

Como já é sabido, além de em todos os municípios desta região os melhores

desempenhos encontrarem-se nos resultados do IDH-E, seguidos pelo IDH-L, os

números que a região apresentou em 2000 devem-se em grande parte ao excelente

desempenho da dimensão educação e justificam nossa afirmação anterior de que aqui

ocorreu um intenso movimento para elevar os níveis educacionais em todos os níveis

de escolaridade.

Entretanto, todos devem entender que o IDH-M é um índice compartilhado, ou seja,

todas as dimensões envolvidas no seu cálculo devem possuir a mesma relevância no

planejamento das ações destinadas à sua obtenção. Algumas especificidades que

retiramos dos resultados e apresentamos a seguir são exemplos interessantes. As

informações mostram que em todos os dois períodos do intervalo analisado, a cidade

de Ibiá apresenta-se como a de maior renda média municipal per capita da região; no

0,6

0,65

0,7

0,75

0,8

0,85

Ara

Ca

mp

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Alto

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Santa

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IDHM1991 IDHM2000

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entanto, neste mesmo período é a quarta no “ranking” do IDH-M. Na década de 90 a

cidade de Santa Juliana situava-se em primeiro lugar relativamente ao índice geral

IDH-M, no entanto colocava-se em terceiro lugar com relação à dimensão longevidade

e em quarto lugar no tocante à dimensão educação. Nos exemplos acima se observa

que as ações visando a atingir os objetivos de desenvolvimento humano não se deram

com equilíbrio em todas as dimensões. O município de Nova Ponte apresentou o maior

crescimento do IDHM observado na região (Tabela 01) e, mesmo obtendo resultados

menos expressivos no IDHM-R fica evidente que este desempenho deve-se aos

excelentes números do IDHM-E e IDHM-L (Gráfico 02). Apesar de obter resultados

crescentes nos valores do IDH-M a cidade de Pratinha apresentou os piores resultados

na região.

GRÁFICO 02

NOVA PONTE: Relação entre o IDH-M e seus Sub-Índices – 1991 e 2000

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000. Dados

constantes da Tabela 01.

Em todas as análises sobre o IDH apresentadas nos Relatórios de Desenvolvimento

Humano encontramos observações mostrando uma correlação positiva que se verifica

entre o IDH e o IDH-R, ou seja, aumentos no PIB per capita induzem aumentos no IDH.

Os dados sobre o comportamento do IDHM e sobre a Renda Média Municipal per

capita nesta região explicitam que esta correlação também se verifica em relação aos

municípios se considerarmos os resultados do IDH-M e o IDHM-R. Em todas as

cidades o crescimento ocorrido nos valores da Renda Média Municipal per capita entre

1991 e 2000 se traduziu em aumento nos valores do IDH-M mostrando que maiores

níveis de rendimento implicam maiores oportunidades de acesso à saúde e à

educação. Em 1991 o comportamento dos indicadores segue uma trajetória muito

semelhante com os números sempre abaixo de 0,750 (Gráfico 03).

0

0,2

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0,6

0,8

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IDH IDH-R IDH-L IDH-E

1991 2000

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GRÁFICO 03

PLANALTO DE ARAXÁ: IDHM e IDHM-R segundo Municípios – 1991 e 2000

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000. Dados constantes da Tabela 01.

Em 2000, apesar de a homogeneidade da distribuição tornar-se mais evidente a partir

da diminuição das mudanças de trajetória e de a correlação ficar evidente, uma vez

que o aumento no valor do IDHM resulta de um aumento no IDHM-R (Gráfico 03),

ainda encontramos algumas assimetrias entre as cidades da região. O município de

Campos Altos, mesmo demonstrando um grande avanço nos números do IDHM – o

segundo maior da região – ainda continua com baixos índices de IDHM-R. Embora na

cidade de Tapira também se observe crescimento no IDHM, a variação do IDHM-R foi

muito pequena relativamente aos outros municípios. Mesmo tendo demonstrado

crescimento nos números do IDHM, Tapira perde posições no “ranking” intermunicipal

ocupando a última posição quando o indicador é a renda média municipal.

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IDHM 2000 IDHM-R 2000

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A análise da distribuição de renda nesta região a partir dos dados do IDH-R e dos

indicadores de desigualdade de renda revela duas características interessantes: a

primeira se refere ao crescimento do IDH-R (Gráfico 03) no período considerado, o que

mostra que a renda gerada na região sofreu um significativo incremento. A segunda

característica diz respeito à concentração desta renda gerada, ou seja, em 40% das

localidades, melhor dizendo, nas cidades de Araxá, Nova Ponte, Pedrinópolis e

Pratinha esta renda destinou-se em grande parte ao segmento mais rico uma vez que

nelas ocorreu crescimento da participação na renda dos 20% mais ricos e

consequentemente queda na participação dos 80% mais pobres. Nas outras

localidades, correspondendo a 60% dos municípios da região, encontramos uma

distribuição tendendo para a desconcentração, uma vez que nelas a parcela da renda

absorvida pelos 20% mais ricos diminuiu e os 80% mais pobres tiveram aumento em

sua participação.

GRÁFICO 04

PLANALTO DE ARAXÁ: Desigualdade de Renda segundo Municípios – 1991 e 2000

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000. Dados constantes da Tabela 01.

Relativamente à Expectativa de Vida da população, número de anos que viveria um

recém-nascido se os padrões de mortalidade predominantes no momento de seu

nascimento se mantivessem os mesmos ao longo de sua vida, a correlação positiva ou

aumentos na esperança de vida ao nascer determinando aumentos no IDH-M verificou-

se em todas as cidades; entretanto, os melhores resultados são encontrados nas

cidades de Campos Altos, Nova Ponte e Pratinha, mostrando que nelas as condições

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de saúde e de ambiente para os indivíduos são excelentes. A cidade de Sacramento

neste “ranking” vem logo a seguir com diferenciais bastante elevados em relação ao

restante das localidades.

O comportamento dos índices de Mortalidade até 1 ano de idade, ou seja, as

alterações no número de crianças que não irão sobreviver ao primeiro ano de vida em

cada 1000 nascidas vivas, mostram que reduções nos resultados implicam maior

número de crianças sobrevivendo e certamente aumentos populacionais posteriores.

Os números na microrregião são muito animadores apesar de se verificarem grandes

discrepâncias de resultados (Gráfico 05). As maiores reduções encontram-se nas

cidades de Campos Altos, Nova Ponte e Pratinha, a menor ocorreu na cidade de Santa

Juliana. Estes resultados nos ajudam a entender o papel das políticas públicas

municipais relacionadas aos programas de atendimento à gestante no período pré-

natal e ao recém-nascido na melhoria das condições de bem-estar de uma região.

GRÁFICO 05

PLANALTO DE ARAXÁ: Comportamento da Mortalidade Infantil segundo Municípios – 1991 e 2000

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

Com relação à Mortalidade até 5 anos de idade os resultados são praticamente os

mesmos anteriores (Gráfico 03). As cidades de Campos Altos, Nova Ponte e Pratinha,

portadoras dos melhores resultados do IDH-M, também registraram as maiores quedas

nos resultados (aproximadamente 30 pontos) significando maior sobrevivência de

crianças; a cidade de Sacramento continua em segundo lugar e Santa Juliana volta a

apresentar os piores resultados. Situação estranha ocorreu com o município de

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MORT 1 - 1991 MORT 1 - 2000 MORT 5 - 1991 MORT 5 - 2000

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Pedrinópolis, pois embora tenhamos encontrado ali a mesma expansão do IDH-M

verificada em Pratinha não se observou o mesmo comportamento com relação à

mortalidade até 5 anos. Provavelmente a desigualdade encontrar-se-á no indicador

educação.

A análise do IDH-M relativamente à dimensão educação mostra que neste período

houve um grande esforço para a redução do analfabetismo na região. A taxa de

alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais cresceu em todas as cidades,

aproximando-se da universalidade em algumas delas. Ressalte-se que o esforço de

cada município não se ateve unicamente à redução dos índices de analfabetismo;

muito foi feito relativamente ao ensino médio e superior. Apesar de em tais setores os

avanços terem sido significativos, o grande salto ocorreu na faixa entre 7 e 14 anos3.

Tabela 02

PLANALTO DE ARAXÁ: Esforço educacional Municipal por faixas de idade selecionadas – 1991 e 2000

Localidades

Crianças de 5 e 6 anos

fora da escola em 1991 – (%)

Crianças de 5 e 6 anos

fora da escola em 2000 – (%)

Variação Absoluta

Crianças entre 7 e 14 anos

fora da escola em 1991 – (%)

Crianças entre 7 e 14 anos

fora da escola em 2000 – (%)

Variação Absoluta

Araxá 43,67 12,02 31,65 9,87 2,43 7,44 Campos Altos 66,78 12,52 54,26 19,63 3,58 16,05

Ibiá 42,78 12,59 30,19 15,69 6,34 9,35 Nova Ponte 60,25 17,24 43,01 12,81 1,83 10,98 Pedrinópolis 59,88 15,87 44,01 21,88 3,28 18,60

Perdizes 68,01 38,39 29,62 22,90 2,22 20,68 Pratinha 61,20 21,96 39,24 21,47 5,37 16,10

Sacramento 59,94 23,81 36,13 18,23 0,84 17,39 Santa Juliana 60,99 26,15 43,84 13,40 2,04 11,36

Tapira 73,60 24,05 49,55 20,45 3,54 16,91 FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

Apesar de o acesso à creche ser considerado fundamental para a formação do ser

humano, no segmento entre 5 e 6 anos os resultados, embora muito bons, ainda estão

aquém dos verificados na faixa entre 7 e 14 anos. Analisando os dados em âmbito

municipal observamos que algumas assimetrias existem e se concentram nos

municípios pequenos, com população abaixo de 50 mil habitantes. Apesar de a Tabela

02 não contemplar os adolescentes entre 15 e 17 anos que se encontram fora da

escola sabe-se que houve um grande esforço regional para se chegar a resultados

melhores, no entanto em algumas cidades este número ainda chega a 30%.

3 Os índices: crianças com 5 e 6 anos fora de escola, crianças de entre 7 e 14 anos fora da escola, Adolescentes de 15 a 17 anos

fora da escola também aparecem como indicadores de vulnerabilidade familiar uma vez que nas situações indicadas existe uma clara perda de bem-estar e de oportunidades de conhecimento que reduzem os níveis de desenvolvimento humano destes contingentes.

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A taxa de fecundidade indica o número médio de filhos que uma mulher teria ao

terminar seu período fértil. As informações sobre a fecundidade mostram que nesta

região ocorreu pequena redução, uma vez que em todas as cidades a média ainda

continua em 2 filhos. Vários fatores podem explicar tais alterações no comportamento

das mulheres, entretanto para esta região, aquele que nos parece mais adequado está

associado ao aumento da participação feminina na disputa por emprego no mercado

de trabalho. Todos sabem que cresce cada dia mais entre as mulheres jovens e

adultas o número das que procuram no trabalho fora de casa uma forma de elevar o

rendimento familiar, mesmo que se observe nas profissões com menores exigências de

qualificação, valores salariais com elevada diferenciação de gênero.

3 – Indicadores específicos sobre as condições de vida da população

Neste item adicionamos um conjunto de informações sobre os municípios da

microrregião do Planalto de Araxá visando a construir um quadro ampliado sobre a

realidade das condições de vida da população. Apresentados de forma desagregada

estes números especificam minuciosamente vários dos indicadores que analisamos.

A análise mais detalhada do Indicador de Renda começa por seu nível e composição

em nossa região. A análise das informações sobre a evolução da população brasileira

a partir dos últimos Censos Demográficos mostra que, embora ocorra crescimento da

população de jovens, também ocorre um progressivo envelhecimento da população.

Neste sentido, observa-se tanto um aumento do contingente que vive com recursos

provenientes das transferências governamentais quanto o crescimento da participação

das transferências governamentais na composição do rendimento da população

(Tabela 03). No Planalto de Araxá este incremento também se verifica; e, na cidade de

Pedrinópolis, ele aproxima-se muito dos 100% indicando que a participação das

transferências governamentais nos rendimentos desta população quase dobrou entre

1991 e 2000.

Por outro lado, também se observou queda na participação dos rendimentos do

trabalho na composição da renda regional cujos percentuais estão bem abaixo

daqueles relativos ao crescimento da participação das transferências governamentais.

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TABELA 03

PLANALTO DE ARAXÁ – Nível e Composição da Renda segundo Municípios – 1991 e 2000. Composição da Renda Pessoal Araxá Campos

Altos Ibiá Nova

Ponte Pedrinópolis Perdizes Pratinha Sacramento Santa

Juliana Tapira

% de Renda proveniente de Transferências Governamentais – 1991

8,82

7,43

11,78

5,60

6,61

6,30

8,18

6,94

7,75

6,46

% de Renda proveniente de Transferências Governamentais – 2000

15,90

11,18

16,42

10,60

13,21

9,61

12,76

12,95

11,31

11,43

% Renda proveniente dos Rendimentos do Trabalho – 1991

85,05 87,90 83,72 88,15 89,42 89,35 86,25 86,60 88,94 87,44

% Renda proveniente dos Rendimentos do Trabalho – 2000

70,00 78,57 67,75 77,99 75,43 79,14 72,93 76,24 76,71 71,61

% de Pessoas com mais de 50% da Renda proveniente de Transf. Governamentais – 1991

5,24

4,91

10,19

3,34

3,45

4,10

5,10

3,78

5,10

3,64

% de Pessoas com mais de 50% da Renda proveniente de Transf. Governamentais – 2000

11,51

7,52

14,13

7,74

9,26

6,48

9,30

8,36

7,92

7,63

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

TABELA 04

PLANALTO DE ARAXÁ – Nível de Renda Domiciliar segundo Municípios e Extrato da População – 1991 e 2000. Renda Municipal per capita Média (em R$)

Araxá Campos Altos

Ibiá Nova Ponte

Pedrinópolis Perdizes Pratinha Sacramento Santa Juliana

Tapira

1/5 mais pobre - 1991 41,78 36,21 48,24 47,26 41,99 33,72 32,89 28,03 38,24 39,51 1/5 mais pobre - 2000 56,23 53,87 76,67 46,52 40,48 48,90 50,22 54,30 54,48 51,58 2/5 mais pobre – 1991 81,26 69,39 100,72 93,29 79,29 60,63 54,61 57,51 74,24 73,13

2/5 mais pobre - 2000 116,85 102,20 162,92 97,33 91,95 94,55 92,83 103,87 105,78 98,93 3/5 mais pobre - 1991 126,72 103,01 165,20 142,06 105,35 98,24 91,41 90,81 105,95 125,73 3/5 mais pobre – 2000 175,91 149,94 256,23 145,23 146,83 143,90 138,60 158,90 156,20 167,72 4/5 mais pobre – 1991 208,71 152,97 256,43 212,20 154,74 171,31 170,97 157,52 163,31 217,47 4/5 mais pobre – 2000 287,10 216,74 374,99 231,58 222,92 229,75 209,71 242,24 234,53 264,54

1/5 mais rico - 1991 662,51 576,33 895,96 643,75 372,29 694,79 502,80 536,06 687,05 564,06 1/5 mais rico – 2000 1.052,37 731,78 1.056,44 1.007,75 843,74 851,02 732,69 802,76 824,44 620,36 1/10 mais rico – 1991 950,73 918,82 997,61 956,38 531,81 1.081,03 718,58 804,40 1.091,50 750,29 1/10 mais rico - 2000 1.599,04 1.132,33 1.530,39 1.618,71 1.335,66 1.290,90 1.137,80 1.206,07 1.225,71 865,08 FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

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Uma das razões que explicam este fato é a provável ocorrência de saídas de pessoal

do mercado de trabalho, determinadas por aposentadorias, por opção pela

informalidade e pelo desemprego em um ritmo mais acelerado do que o da entrada de

novos contingentes.

Outro segmento que possui significativa participação na composição da renda regional

é o das pessoas cuja renda auferida possui uma participação nas transferências

governamentais correspondente a mais de 50% do total de seus rendimentos. A

participação deste segmento no conjunto da renda regional também experimentou um

incremento bastante significativo. Em algumas cidades este aumento chegou a

números acima de 100%. A relevância desta análise prende-se ao fato de o rendimento

mostrar a capacidade de acesso dos habitantes de uma localidade às oportunidades

de consumo disponíveis; e, por conseqüência, por fornecer uma “proxy” aproximada do

potencial da demanda e do comércio de um município ou região bem como do nível de

desenvolvimento econômico existente.

Sob a ótica da renda, as desigualdades entre as cidades de uma região se explicitam

em três níveis distintos: a) desigualdades existentes em uma mesma cidade e em um

mesmo extrato da distribuição; b) desigualdades existentes entre cidades distintas e

em um mesmo extrato da distribuição; e c) desigualdades existentes entre cidades

distintas e diversos extratos da distribuição (Tabela 04). As desigualdades de renda em

uma mesma cidade se referem às alterações dos níveis de concentração ou

desconcentração existentes. A concentração indica aumento da participação da

população rica ou redução da participação dos pobres na distribuição. Em uma mesma

localidade os espaços entre ricos e muito pobres estão demarcados seja pelo acesso

às diversas formas de consumo seja pelas oportunidades de acesso a outros

instrumentos de melhoria de qualidade de vida. A renda apropriada pelo quinto mais

rico na cidade de Araxá em 1991 era 16 vezes maior do que a renda do quinto mais

pobre; em 2000 este número cresceu para 19 vezes. Entretanto, na cidade Ibiá estas

mesmas observações mostram queda no diferencial entre ricos e pobres entre 1991 e

2000.

As desigualdades entre cidades distintas, como Araxá e Tapira ou Ibiá e Pratinha,

mostram que as assimetrias relativas à renda, mais agressivas ao final da década de

1990, ocorrem com maior intensidade nos extratos de renda mais elevada onde os

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diferenciais de oportunidades não ocorrem unicamente em razão do rendimento. Em

1991, na cidade de Ibiá o quinto mais pobre dispunha de 1,7 vezes mais rendimento do

que o quinto mais pobre de Sacramento. A mudança ocorrida em 2000 indica que as

desigualdades persistem, mas com menor intensidade (1,4 vezes). Estes diferenciais

também são encontrados se observarmos os números de outras cidades e, mais uma

vez, indicam as profundas lacunas distributivas existentes.

Estas assimetrias no bem-estar também ocorrem quando analisamos cidades distintas

e diversos extratos da distribuição. Em primeiro lugar, entre 1991 e 2000 as taxas de

crescimento dentro de um mesmo extrato são diferentes. Em segundo lugar, neste

período as maiores taxas de crescimento nos rendimentos foram encontradas nas

cidades de Araxá, Ibiá e Nova Ponte indicando que a maior concentração ocorre nos

segmentos mais ricos e pode ser mais bem observada no décimo mais rico. Muito

provavelmente estes incrementos tenham origem no segmento industrial ou nos

“royalties” das empresas de eletricidade. O grande destaque relativamente à

concentração de renda no segmento dos ricos é o município de Pedrinópolis se

comparado com cidades de desenvolvimento produtivo mais acelerado. Embora os

números não tragam nenhuma informação a respeito do desenvolvimento de um

mercado de consumo sofisticado impulsionado pelas classes mais ricas e com

capacidade para alavancar o desenvolvimento do comércio nestes municípios, as

evidências conhecidas em outras cidades mostram que este fato raramente ocorre. O

mais comum é a ocorrência de transferências intermunicipais de rendimentos e

emprego em razão do deslocamento dos consumidores para os centros mais

desenvolvidos em busca da diversidade ou da atualidade.

De acordo com as informações dos Censos, nesta região as condições de acesso a

atendimento qualificado na Saúde não podem ser consideradas de boa qualidade,

mesmo que se verifique crescimento dos indicadores em algumas cidades.

Relativamente à disponibilidade de profissionais da educação melhor qualificados os

números são muito animadores (Tabela 05) uma vez que se observa um aumento

significativo nas fases educativas iniciais. Em algumas cidades este incremento chega

a taxas de crescimento bem maiores do que 100%, mesmo que se verifiquem quedas

acentuadas em outras.

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TABELA 05

PLANALTO DE ARAXÁ – Potencial de Atendimento Qualificado de Serviços Prioritários segundo Municípios – 1991 e 2000. Araxá Campos

Altos Ibiá Nova

Ponte Pedrinópolis Perdizes Pratinha Sacramento Santa

Juliana Tapira

% Enfermeiros com Curso Superior – 1991

5,76 0,97 0,43 2,09 4,80 3,06 31,38 13,80 2,44 34,63

% Enfermeiros com Curso Superior – 2000

0,00 0,26 0,07 0,94 29,79 1,55 6,19 0,06 23,99 31,06

N0 Médicos por 1000

Habitantes - 19991 1,29 0,00 0,00 0,49 0,82 0,00 0,00 0,00 0,00 1,14

N0 Médicos por 1000

Habitantes - 2000 1,27 0,00 0,42 1,05 0,00 1,19 0,00 0,56 0,64 0,00

% de Professos do ensino Fundamental com Curso Superior - 1991

15,41

11,99

14,07

15,90

10,76

11,35

4,18

16,68

2,88

3,90

% de Professos do ensino Fundamental com Curso Superior - 2000

31,74

5,69

17,65

11,74

12,25

7,97

21,21

19,18

18,57

17,07

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

TABELA 06

PLANALTO DE ARAXÁ – Indicadores de Pobreza segundo Municípios – 1991 e 2000. Araxá Campos

Altos Ibiá Nova

Ponte Pedrinópolis Perdizes Pratinha Sacramento Santa

Juliana Tapira

% de Indigentes – 1991 7,10 9,86 13,76 6,34 11,71 10,85 11,03 15,42 8,07 7,28 % de Indigentes – 2000 4,20 5,28 5,59 5,97 6,41 5,63 5,54 3,87 5,14 6,52 % de pobres – 1991 26,76 36,11 35,46 23,64 39,02 37,33 37,12 42,20 29,45 23,80

% de pobres – 2000 15,71 19,99 19,00 21,27 23,73 21,01 23,40 20,20 20,36 23,80 Int. de Indigência – 1991 32,95 35,09 27,79 38,60 26,61 26,17 33,42 35,38 35,20 35,47 Int. de Indigência – 2000 57,75 44,90 51,39 40,36 49,60 50,16 42,27 40,49 58,08 40,31 Int. de Pobreza – 1991 35,17 36,58 40,06 33,88 34,96 37,55 39,21 41,09 36,94 35,99

Int. de Pobreza – 2000 34,53 32,03 34,54 34,15 33,71 33,13 31,44 28,36 28,73 33,25 FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

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Mais uma vez os dados sobre educação confirmam não somente o grande esforço

regional como também a vocação educacional presente desde muito tempo. No

entanto, ainda persistem elevados os indicadores de pobreza da população se

comparados aos números encontrados em outras cidades da Mesorregião do Triângulo

e Alto Paranaíba marcadas por maior expressividade regional (Tabela 06).

4 – Acesso a Bens de Consumo e Vulnerabilidade Familiar na região

Comparados com a realidade mundial e com algumas regiões do território nacional os

indicadores de acesso ao consumo de bens essenciais podem ser considerados

excelentes. Se em 1991 encontrávamos apenas a cidade de Tapira com índices de

água encanada nos domicílios bem abaixo dos encontrados no restante dos

municípios, em 2000 este percentual, apesar de regionalmente o mais baixo, melhorou

significativamente. As mesmas observações podem ser ditas com relação à presença

de banheiros no interior dos domicílios. Estes dois indicadores nos dão mostras de que

já se realiza um trabalho de conscientização para a prevenção de doenças que em

outras regiões são muito preocupantes.

A presença da energia elétrica em números bastante bons indica que existe

possibilidade de acesso a outros bens que não somente aumentam as condições de

bem-estar, como também melhoram as condições de saúde e de acesso à informação

e ao conhecimento. Os números sobre o consumo de bens derivados do consumo de

energia elétrica mostram que boa parte da renda gerada foi dirigida para bens de

consumo coletivo da família.

Entretanto, fica evidente que o consumo de vários destes bens ainda é um sonho em

quase 50% dos domicílios da região. O telefone e o automóvel são bens cujo consumo

ainda está bem distante para um grande número das famílias. Com relação ao acesso

residencial ao computador, apesar de somente em 2000 esta variável ter sido

pesquisada, se pode inferir que ele ainda se mostra pouco difundido regionalmente. Os

números mostram que ainda é pequeno o contingente de habitantes que se dispõe a

ter em casa esta máquina de acesso ao mundo. Entretanto, devido aos programas

federais que visam a disseminar este uso nas classes de menor rendimento, espera-se

que estes percentuais tenham significativa evolução a partir do próximo Censo.

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TABELA 07

PLANALTO DE ARAXÁ: Condições dos Domicílios por Acesso a Bens de Consumo segundo Municípios (em %)

Percentual de Pessoas em Domicílios Araxá Campos

Altos Ibiá Nova

Ponte Pedrinópolis Perdizes Pratinha Sacramento Santa

Juliana Tapira

Com Água encanada 1991 92,94 83,16 84,71 90,32 85,90 80,37 65,69 87,73 94,58 77,21

Com Água encanada 2000 98,59 96,15 93,27 98,74 98,13 91,18 92,05 97,00 99,19 90,87 Com Banheiro e Água encanada 1991 90,60 78,82 77,97 86,66 82,77 73,97 53,69 83,46 86,20 64,02 Com Banheiro e Água encanada 2000 97,78 93,33 91,09 97,60 95,33 89,06 86,95 95,74 97,60 86,53

Com Automóvel 1991 31,78 18,63 20,01 32,95 19,13 23,61 25,44 30,16 27,14 26,00 Com Automóvel 2000 46,92 33,84 40,24 45,06 44,13 49,48 46,21 51,80 45,92 44,09 Com Energia elétrica 1991 98,51 92,65 88,55 93,89 88,37 76,26 75,80 89,91 90,79 73,77 Com Energia elétrica 2000 99,66 97,96 96,50 98,99 98,43 95,21 91,33 95,92 98,81 89,98

Com Energia elétrica e Geladeira 1991 82,66 52,61 64,59 74,48 59,73 48,98 52,22 69,17 66,05 50,37 Com Energia elétrica e Geladeira 2000 95,53 85,81 88,75 89,59 89,75 87,21 80,76 89,76 91,77 79,71 Com Energia elétrica e TV 1991 91,19 74,48 76,84 80,73 73,80 63,96 60,86 77,36 80,26 58,59

Com Energia elétrica e TV 2000 97,50 92,40 91,20 92,36 93,93 90,04 85,68 92,43 95,12 83,51 Com pelo menos 3 dos Bens anteriores 1991 35,75 26,08 20,73 32,97 22,62 17,27 20,76 30,56 27,18 16,99 Com pelo menos 3 dos Bens anteriores 2000 67,02 43,34 50,83 57,64 52,24 48,65 43,46 55,76 55,74 43,01

Com Telefone 1991 21,47 19,90 9,23 15,77 11,49 4,56 5,89 13,80 15,13 4,61 Com Telefone 2000 59,11 32,01 34,06 40,37 31,75 15,58 19,15 33,33 34,42 21,00 Com Serviço de Coleta de Lixo 1991 86,58 79,20 75,23 53,36 55,67 71,66 42,96 86,90 85,52 50,92 Com Serviço de Coleta de Lixo 2000 97,85 98,09 96,59 98,73 98,02 95,41 97,89 99,47 98,37 92,86

Com Computador 1991 - - - - - - - - - - Com Computador 2000 11,65 4,64 5,98 5,29 4,02 3,18 1,73 7,84 5,41 1,93 FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

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TABELA 08

PLANALTO DE ARAXÁ: Indicadores de Vulnerabilidade Familiar segundo Municípios – 1991 e 2000. Vulnerabilidade

Familiar Araxá Campos

Altos Ibiá Nova

Ponte Pedrinópolis Perdizes Pratinha Sacramento Santa

Juliana Tapira

% Pessoas de 65 ou mais morando sozinhas 1991 10,54 12,06 8,86 11,07 7,18 14,03 16,38 7,92 6,23 8,60

% Pessoas de 65 ou mais morando sozinhas 2000 13,65 16,85 12,34 14,62 13,69 15,13 15,47 17,26 12,83 13,52 % de Mulheres entre 10 e 14 anos com filhos 1991 - - - - - - - - - -

% de Mulheres entre 10 e 14 anos com filhos 2000 0,00 0,71 0,59 0,06 0,30 0,04 0,26 0,72 1,01 0,24

% de Mulheres entre 15 e 17 anos com filhos 1991 7,78 4,19 6,27 10,55 7,43 9,84 5,13 4,51 7,59 3,22 % de Mulheres entre 15 e 17 anos com filhos 2000 4,91 5,26 4,95 6,59 8,31 4,37 2,42 2,83 6,18 4,14

% Mulheres chefe de família sem cônjuge e com filhos menores de 15 anos de idade 1991

7,12

8,88

6,35

4,28

3,45

4,81

3,38

5,54

4,35

3,89

% Mulheres chefe de família sem cônjuge e com filhos menores de 15 anos de idade 2000

5,32

5,40

4,55

5,89

4,99

2,27

2,24

4,16

3,77

3,10

% Crianças entre 10 e 14 anos que trabalham 1991 10,75 16,71 13,30 6,14 17,18 9,02 13,76 15,58 19,32 11,60 % Crianças entre 10 e 14 anos que trabalham 2000 5,03 8,00 9,76 4,37 8,21 6,84 11,45 4,93 5,16 12,12

% Crianças Pobres 1991 36,78 45,61 45,92 29,61 49,77 49,05 50,83 54,41 35,29 41,87

% Crianças Pobres 2000 24,09 30,99 27,84 32,96 37,81 32,48 35,58 31,80 30,06 35,29 % Crianças entre 4 e 5 anos fora da escola 1991 - - - - - - - - - -

% Crianças entre 4 e 5 anos fora da escola 2000 30,25 39,42 44,42 48,42 33,60 66,55 52,82 44,32 57,47 46,58

% Crianças entre 5 e 6 anos fora da escola 1991 43,67 66,78 42,78 60,25 59,88 68,01 61,20 59,94 69,99 73,60 % Crianças entre 5 e 6 anos fora da escola 2000 12,02 12,52 12,59 17,24 15,87 38,39 21,96 23,81 26,15 24,05

% Crianças entre 7 e 14 anos fora da escola 1991 9,87 19,63 15,69 12,81 21,88 22,90 21,47 18,23 13,40 20,45 % Crianças entre 7 e 14 anos fora da escola 2000 2,43 3,58 6,34 1,83 3,28 2,22 5,37 0,84 2,04 3,54

% Adolescentes entre 15 e 17 anos fora da escola 1991

39,73

58,93

52,20

49,35

59,44

69,63

66,95

59,64

58,60

62,98

% Adolescentes entre 15 e 17 anos fora da escola 2000

18,64

5,26

4,95

6,59

8,31

4,37

2,42

2,83

6,18

4,14

FONTE: IPEA – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano 2000.

Page 21: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - uniaraxa.edu.br · ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ANÁLISES COMPLEMENTARES 1991 – 2000 ... Os índices de um país de IDH alto, se comparados

A Tabela 08 resume alguns números que espelham uma realidade triste em termos

regionais, mas que já dá sinais de melhoria devido às ações públicas de

conscientização de educação. O crescimento do percentual de pessoas acima de 60

anos determinante da elevação dos níveis de envelhecimento da população brasileira

não implica somente o achatamento do topo de nossa pirâmide etária, mas também a

necessidade de se incrementar políticas destinadas a atingir este segmento. Sabe-se

que em muitas localidades isto já é realidade, entretanto esta elevação sinaliza a

urgência de se desenvolverem ações que visem a atingir este contingente.

Estas pessoas constituem um novo mercado de consumo de bens essenciais para a

saúde, para o conhecimento, para o vestuário, para o lazer e convívio social e ainda

para a satisfação de novos desejos que muitas vezes foram deixados de lado nas

escalas individuais de prioridades.

Embora na maioria das cidades se observe queda nos resultados, é preocupante o

número de crianças e adolescentes com filhos, de mulheres chefe de família sem

cônjuge e com filhos, de crianças que trabalham, de crianças pobres e de crianças e

adolescentes fora da escola. A existência de todos estes contingentes sinaliza a

incapacidade e o descaso dos gestores públicos em prover soluções que minimizem

tais problemas e, além do mais, em termos nacionais representam o prejuízo social

causado pelos modelos de políticas macroeconômicas de desenvolvimento que têm

sido empregados atualmente. Centrando nosso foco para a realidade regional nota-se

que muito tem sido feito para que estes resultados sejam cada vez menores. Com

relação à educação observa-se que o número de indivíduos em idade escolar que se

encontram fora da escola sofreu reduções bastante significativas. O mesmo pode ser

dito com relação ao número de crianças que trabalham.

REFERÊNCIAS

• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Censo Demográfico de 1991 e 2000.

• Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2000.

• Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2003). Relatório do Desenvolvimento Humano 2003. Oxford University Press.

• Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2005). Relatório do Desenvolvimento Humano 2006. Oxford University Press.