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Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e da Computação Dom Bosco (FCEACDB) Índice da Cesta Básica do Município de Resende (ICBMR) Manual com orientações metodológicas Roberto Campos Leoni Grupo de Pesquisas Econômicas - FCEACDB

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Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e da Computação Dom Bosco (FCEACDB)

Índice da Cesta Básica do Município de Resende (ICBMR)

Manual com orientações metodológicas

Roberto Campos Leoni

Grupo de Pesquisas

Econômicas - FCEACDB

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 1

Associação Educacional Dom Bosco – AEDB

Faculdade de Ciências Econômicas

Administrativas e da Computação Dom Bosco

FCEACDB

Núcleo de Competitividade Industrial – NCI

Grupo de Pesquisas Econômicas – GPE

Indicadores Regionais de Preços ao Consumidor

Índice da Cesta Básica do Município de Resende (ICBMR)

Manual com orientações metodológicas

Equipe:

Coordenadores:

Roberto Campos Leoni – Professor MSc

Alex Hummel – Professor MSc

Alunos Bolsistas e Colaboradores da Faculdade de Ciências Econômicas da

Associação Educacional Dom Bosco

Grupo de Pesquisas

Econômicas - FCEACDB

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 2

Sumário

1. Introdução ..................................................................................................................... 3

2. Aspectos metodológicos .............................................................................................. 4

2.1 Definições básicas ................................................................................................... 4

2.2. População-objetivo ................................................................................................ 5

2.3. Organização das informações, Cesta de Padrão e estruturas de ponderação ......... 5

2.4 Base Cadastral ......................................................................................................... 7

2.4.1 Cadastros de informantes ................................................................................. 7

2.4.2 Cadastro de produtos ........................................................................................ 8

2.4.3 Métodos de coleta............................................................................................. 8

3. Método de cálculo ........................................................................................................ 9

3.1 Cálculo do preço médio do produto. ....................................................................... 9

3.2 Estimativa da variação mensal dos preços do produto (relativo do produto) ....... 10

3.3 Imputações de Preços ............................................................................................ 10

3.4 Cálculo no nível subitem ...................................................................................... 11

3.4.1 Imputações de preços ..................................................................................... 12

3.5 Cálculo no nível item ............................................................................................ 13

3.5 Cálculo no índice regional .................................................................................... 15

4. Produção e divulgação do índice ................................................................................ 16

5. Referências ................................................................................................................. 16

ANEXO A - Cesta padrão com os subitens e suas respectivas estruturas de ponderação

........................................................................................................................................ 17

ANEXO B - Cadastro de informantes ............................................................................ 20

ANEXO C - Cadastro de produtos ................................................................................. 20

ANEXO D - Instrumento de pesquisa: Questionário ..................................................... 20

ANEXO E - Plano para divulgação dos resultados ....................................................... 20

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 3

1. Introdução

A produção sistemática de índices de preços ao consumidor visa acompanhar a

variação dos preços relativos a um conjunto de produtos e serviços, representando uma

aproximação da variação percentual do custo de vida de uma população. Existem

muitos métodos para calcular um número índice. No Brasil, as principais instituições

que produzem índices de preços são: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBGE, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas

(FIPE) e o Dieese.

Entre os anos de 1948 a 1978, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio do

Brasil foi o órgão responsável pela produção dos índices de Preços ao Consumidor para

algumas capitais e para o Brasil (FECOMERCIO, 2005). A partir de setembro de 1979

o IBGE assumiu a responsabilidade de elaboração do cálculo do índice de preços ao

consumidor. Foi criado o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor

(SNIPC), destacando-se dois principais indicadores: o Índice Nacional de Preços ao

Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Esses índices se tornaram indicadores referenciais para o conhecimento do movimento

dos preços ao consumidor na economia através de diversas aplicações de cunho oficial,

passando a balizar o sistema de metas de inflação, que é instrumento básico à condução

da política econômica no Brasil. Contudo, a abrangência geográfica desses índices

limita-se a algumas regiões metropolitanas do país. O INPC, por exemplo, é produzido

a partir dos Índices de Preços ao Consumidor Regionais, compreendendo as Regiões

Metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo,

Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do Município de Goiânia.

(IBGE, 2006). Dessa forma, o SNIPC não abrange as áreas localizadas em cidades e

regiões do interior do país.

Com o objetivo de produzir um índice que reflita a realidade da cidade de Resende

que compreende oito áreas urbanas, dentre elas a área urbana da sede municipal, esta

publicação apresenta os aspectos metodológicos para o desenvolvimento de um projeto

de pesquisa denominado Indicadores Regionais de Preços ao Consumidor - Índice da

Cesta Básica do Município de Resende (ICBMR), cujo objetivo é coletar, processar e

divulgar índices para a variação mensal da cesta básica alimentar para a área urbana da

sede municipal de Resende – RJ.

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 4

2. Aspectos metodológicos

2.1 Definições básicas

Os principais conceitos envolvidos no cálculo de um índice de preços ao

consumidor são os seguintes (IBGE, 2006):

População objetivo: parte da população para a qual se quer fazer o estudo da

variação de preços.

Cesta de compras: é formada pelo conjunto de mercadorias e respectivas

quantidades que uma família consome durante certo período de tempo.

Padrão de vida: é caracterizado pela quantidade de bens que uma família

consome, ou seja, pela sua cesta de compras.

Custo de vida: é o total das despesas efetuadas para se manter determinado

padrão de vida, sendo o total dessas despesas referido à cesta mais barata dentre

as cestas que refletem o mesmo padrão de vida.

Cesta padrão: é a união das cestas de compras de toda a população objetivo.

Índice de custo de vida (ICV): mede a variação percentual que o salário deve

sofrer para possibilitar a manutenção do mesmo padrão de vida.

Índice de preços ao consumidor (IPC): mede a variação dos preços da cesta

efetivamente adquirida pelas famílias, o que pressupõe que os consumidores não

substituem os produtos, isto é, que não existe nenhuma cesta equivalente à cesta

efetivamente adquirida.

Cadastro de Locais: relação dos locais onde serão coletados os preços para o

cálculo do IPC.

Cadastro de Produtos: é uma relação contendo uma amostra das mercadorias

consumidas pelas famílias da população objetivo e dos estabelecimentos onde

essas mercadorias são adquiridas.

Equipe de coleta: é a equipe responsável pela coleta mensal dos preços.

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 5

2.2. População-objetivo

Dada a inexistência de dados regionais sobre o consumo alimentar das famílias

em Resende, o pressuposto aqui adotado é que as distribuições observadas no Estado do

Rio de Janeiro são as mesmas para o município de Resende. Assim, as famílias cujos

chefes são assalariados e tenham rendimentos monetários disponíveis situados entre 1 e

5 salários mínimos formam a população objetivo. (ver nota técnica disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/pdf/atualizacao_das_estruturas_POF

2008-2009.pdf)

2.3. Organização das informações, Cesta de Padrão e estruturas de

ponderação

Três classes serão consideradas para compor a cesta básica de Resende: Alimentos e

bebidas, Limpeza doméstica e Higiene pessoal. A seleção dos itens será baseada na

Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2007-2008.

As três classes selecionadas são advindas de grupamentos logicamente estabelecidos

de forma que ficassem juntas as categorias de consumo de mesma natureza. São os

seguintes os níveis da hierarquia adotada, em ordem decrescente de agregação:

Grupo > Subgrupo > Item > Subitem

Exemplificando: banana prata é um subitem do item Frutas, que juntamente com

outros itens formam o subgrupo Alimentação no domicílio que unido ao subgrupo

Alimentação fora do domicílio, compõem o grupo Alimentação e bebidas.

Portanto, o nível mais desagregado para o qual se associam informações da POF e,

consequentemente, para o qual se tem peso explícito obtido da pesquisa é o subitem.

Os grupos, subgrupos e itens aqui adotados serão:

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 6

1ª. Classe: Alimentação e bebidas

Grupo 1000000 Alimentação e bebidas

Subgrupo 1100000 Alimentação no domicílio

Item

1101000 Cereais, leguminosas e oleaginosas

1102000 Farinhas, féculas e massas

1103000 Tubérculos, raízes e legumes

1104000 Açúcares e derivados

1105000 Hortaliças e verduras

1106000 Frutas

1107000 Carnes

1108000 Pescados

1109000 Carnes e peixes industrializados

1110000 Aves e ovos

1111000 Leite e derivados

1112000 Panificados

1113000 Óleos e gorduras

1114000 Bebidas e infusões

1115000 Enlatados e conservas

1116000 Sal e condimentos

2ª. Classe: Limpeza doméstica

Grupo 2000000 Habitação

Subgrupo 2100000 Encargos e manutenção

Item 2104000 Artigos de limpeza

3ª. Classe: Higiene Pessoal

Grupo 6000000 Saúde e cuidados pessoais

Subgrupo 6300000 Cuidados pessoais

Item 6301000 Higiene pessoal

A cesta padrão com os subitens e suas respectivas estruturas de ponderação é

apresentada no ANEXO A.

A estrutura de ponderação inicial utilizada pode ser acessada em:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultsubite

m.shtm

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 7

2.4 Base Cadastral

Para a obtenção de estimativas para os movimentos de preços dos bens relativos à

cesta de mercadorias, ao longo do tempo, faz-se necessária uma coleta sistemática de

preços. Viabilizá-la significa definir os cadastros de informantes e de produtos, além

dos métodos de coleta.

2.4.1 Cadastros de informantes

O cadastro de informantes será formado por estabelecimentos comerciais de venda

de produtos. Procurar-se-á representação dentro das zonas pré-estabelecidas de acordo

com os Bairros oficiais de Resende

Zona Leste

Vila Verde; Novo Surubi; Surubi; Jardim Esperança; Morada da Barra; Jardim do

Sol; Parque Embaixador; Fazenda da Barra I; Fazenda da Barra II; Fazenda da Barra III;

Nossa Senhora de Fátima; Campo Belo; Maria Cândida; Isaac Politi.

Zona Sul

Morro do Batista; Morro do Machado; Vila Moderna; Jardim Brasília I; Jardim

Brasília II; Parque Ipiranga I; Parque Ipiranga II; Morada das Garças; Vicentina; Santo

Amaro; Eucaliptal; Terras Alpha.

Zona Central

Centro; Campos Elíseos; Barbosa Lima; Lavapés; Alto dos Passos; Vila Central;

Vila Adelaide.

Zona Oeste

Vila Julieta; Santa Cecília; Jardim Jalisco; Liberdade; Liberdade; Nova Liberdade;

Manejo; Vila Santa Isabel; Elite; Morada da Felicidade; Baixada da Olaria; Itapuca;

Residencial Limeira; Morada da Colina I, II e III; Mirante das Agulhas; Residencial

Morada das Agulhas; Morada do Bosque; Casa da Lua; Loteamento Cícero; Alegria I e

II; Nova Alegria; Jardim Alegria; Cidade Alegria; Nova Resende; Boa Vista I e II;

Mirante da Serra; Morada da Montanha; Morada do Contorno; Jardim Beira Rio; Vila

Isabel; Toyota I e II; Primavera I;II e III; Jardim Aliança e Jardim do Oeste.

Zona Norte

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 8

Morada do Castelo; Montese; Bairro Comercial; Monte Castelo; Guararapes;

Independência; Cabral; Alambari; Paraíso; Castelo Branco; Morro do Cruzeiro; Vila

Araújo; Comercial; Jardim Tropical; São Caetano e Monet.

O cadastro de informantes é apresentado no ANEXO B.

2.4.2 Cadastro de produtos

O conjunto dos produtos que compõem o cadastro deve, obviamente, ser

representativo da totalidade dos produtos consumidos pela população a que o índice se

refere. Sendo assim, o ponto de partida para a geração do cadastro de produtos é a

relação dos subitens componentes da estrutura de pesos. Como a descrição no nível de

subitem é muito genérica e, portanto, insuficiente para identificar os produtos com

vistas à tomada de preços, torna-se imprescindível um trabalho para identificação do

nível ideal de descrição que seja capaz de viabilizar a coleta.

Os preços coletados precisam, necessariamente, referir-se ao mesmo produto, para

que seja possível medir suas variações no período desejado. O trabalho de especificação

deve contemplar todas as características determinantes do preço do produto pesquisado,

ou seja, deve ser tal que descreva o produto de forma a individualizá-lo dentre outros

semelhantes que, eventualmente, sejam encontrados nos locais pesquisados. Assim, ao

produto especificado de forma completa estará associado apenas um único preço.

O cadastro de produtos é apresentado no ANEXO C.

2.4.3 Métodos de coleta

Para a produção dos índices de preços, faz-se necessário obter informações sobre

os preços do conjunto de produtos de uso mais frequente, por parte das famílias. A

qualidade do índice produzido dependerá do rigor e critério na obtenção destas

informações.

Com o objetivo de garantir a qualidade da informação ao longo do tempo, cada

preço coletado deve corresponder:

a) exatamente ao produto ou serviço descrito no questionário gerado para coleta de

preços (Instrumento de pesquisa: ANEXO D);

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 9

b) ao preço de venda à vista, pago em dinheiro ou cheque, realmente cobrado ao público

em geral, já deduzido quaisquer descontos;

c) a uma mercadoria disponível para venda, ou seja, toda mercadoria exposta e/ou em

estoque, desde que seu preço seja conhecido e que a compra possa ser efetuada por

qualquer consumidor.

O questionário gerado para coleta de preços que contém um conjunto definido de

produtos (ver ANEXO D) será aplicado nos estabelecimentos comerciais (ver ANEXO

B) durante os cinco primeiros dias úteis de cada mês.

3. Método de cálculo

Os índices são calculados a partir dos preços coletados mensalmente. Obtêm-se, na

primeira etapa de síntese, as estimativas dos movimentos de preços referentes a cada

produto pesquisado. Tais estimativas são obtidas através do cálculo da média aritmética

simples de preços dos locais da amostra do produto que, comparadas em dois meses

consecutivos, resultam no relativo das médias.

Agregando-se os relativos dos produtos através da média geométrica é calculada a

variação de preços de cada subitem, que se constitui na menor agregação do índice que

possui ponderação explícita.

A partir daí é aplicada a fórmula de Laspeyres, obtendo-se todos os demais níveis de

agregação da estrutura item, subgrupo, grupo e, por fim, o índice geral da região.

3.1 Cálculo do preço médio do produto.

Produtos são as descrições para as quais se coletam preços mensalmente

Questionários de Coleta de Preços

tn

L

Lj

t

t

j

t Pn

P1

,1 (1)

j

tP Preço médio do produto j no mês t.

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 10

Lj

tP , Preço do produto j, no local L, no mês t.

tn Número de locais que compõem a amostra do produto t (mês corrente)

3.2 Estimativa da variação mensal dos preços do produto (relativo do

produto)

A partir das informações da série histórica de dois meses, a estimativa da

variação mensal dos preços do produto j, ou o relativo do produto j, é dado por:

j

t

j

tj

tt

P

PR

1

,1

(2)

3.3 Imputações de Preços

A situação ideal seria ter um conjunto fixo de locais que, uma vez definido,

informasse ad eternum os preços de cada produto pesquisado a cada mês. A

inviabilidade prática do paradigma ideal ocorre quer por impossibilidade definitiva da

coleta de preços do produto (locais que encerram suas atividades ou mudam de ramo de

comercialização), quer por impossibilidade momentânea (produtos que não são

encontrados no momento da coleta ou locais que fecham temporariamente). Nestes

casos, para manter-se o painel de informantes fixo, a cada dois meses, é utilizada, como

recurso, a imputação de preços. Imputar o preço de um produto, em determinado local,

significa atribuir um preço na ausência do dado de campo. Assim, se no mês t corrente,

certo local L* não informar o preço do produto j, o preço será imputado segundo um dos

seguintes critérios:

a) Imputação pela média de preços dos locais que apresentam informações no mês

corrente, isto é:

tn

L

Lj

t

t

Lj

t Pn

P1

,,* 1*

(3)

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 11

*,* Lj

tP Preço imputado para o local L*, do produto j, no mês t.

b) Imputação a partir da repetição do preço do mês anterior do local L* para o

produto j.

** ,

1

,* Lj

t

Lj

t PP (4)

*,* Lj

tP Preço imputado para o local L*, do produto j, no mês t.

*,

1

Lj

tP Preço com o qual o local L* participa do cálculo do relativo do produto j,

no mês t-1.

A imputação pelo preço médio do mês corrente faz com que o local de preço

ausente tenha o seu preço determinado pelos locais restantes. Assim, parte do painel de

locais define a estimativa da variação mensal dos preços do produto. Admite-se, como

hipótese, que o produto tenha sido adquirido nos locais que apresentaram informações

ou que para o consumidor seria indiferente adquirir o produto neste ou naquele

estabelecimento. Utiliza-se esse procedimento para os produtos cujos preços não

apresentem grandes diferenças entre locais, sendo razoável supor as interpretações

mencionadas anteriormente.

Por outro lado, observa-se que existem certos produtos cujos preços entre locais

apresentam grandes diferenças. É fácil perceber que, nestes casos, não é correto atribuir

ao consumidor um comportamento indiferente quanto ao local de aquisição. Para os

produtos com tal característica, imputa-se o preço do local no mês anterior, ou seja,

supõe-se, na ausência de preço, que no estabelecimento não houve variação. Dessa

forma, aguarda-se a informação sobre o preço do referido local, no período subsequente.

3.4 Cálculo no nível subitem

O próximo passo consiste na agregação no nível de subitem. Os subitens são

compostos por produtos e cada um retrata as diferentes formas de comercialização do

subitem. Os produtos que compõem um determinado subitem devem, no mínimo,

representar suas características determinantes de preço. Exemplificando: o subitem

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 12

Margarina deve possuir um conjunto de mercadorias que representem as marcas mais

consumidas no mercado.

O cálculo das estimativas das variações de preços dos subitens deve levar em

conta, além das características mercadológicas de cada um, a composição destes

agregados. A forma correta de calcular a variação de preços do subitem é combinar as

variações individuais dos componentes, pois não faz sentido, por exemplo, obter o preço

médio do subitem Margarina somando os preços das embalagens de 200 g, 500 g e 1 kg

e dividir este somatório pelo total de preços coletados.

m

m

j

j

tt

k

tt RR

1

,1,1 (5)

k

ttR ,1 É a variação média de preços entre os meses t-1 e t, dos produtos que compõem

o subitem k.

j

ttR ,1 É a variação do preço do produto j entre os meses t-1 e t

m número de produtos do subitem.

Todos os produtos participam do subitem com a mesma ponderação.

3.4.1 Imputações de preços

Ao longo do tempo, evidencia-se a importância de manter-se o painel de

produtos fixos, sob pena de incorporar falsas variações de preços. Portanto, surge uma

limitação de ordem prática, pois é impossível garantir que os produtos sejam mantidos

eternamente no mercado. Sendo assim, a exemplo do que é adotado para ausência de

preços em locais, é necessário o recurso da imputação para o caso de falta temporária de

um produto.

O método de imputação no nível de subitem consiste em atribuir ao produto sem

cotação a variação média dos demais produtos do subitem. Operacionalmente, trabalha-

se no nível de local/produto, de modo que para todos os locais, tem-se:

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 13

k

tt

Lj

t

Lj

t RPP'

,1

,

1

,*.

**

(6)

*,* Lj

tP Preço imputado do produto j, para o local L*, no mês t.

*,

1

Lj

tP Preço do produto j, no local L*, no mês t-1.

k

ttR'

,1 é a média geométrica das variações dos produtos do subitem k com preços em

t-1 e t.

Temos: k

ttn

L

Lj

t

t

n

L

k

tt

Lj

t

tj

tt R

Pn

RPn

Rt

t

'

,1

1

,

1

1

1

'

,1

,

1

,1

*

*

*

*

1

.1

Imputar o preço médio de um produto pela fórmula anterior significa estimar o

movimento de preços do subitem considerando-se, apenas, as variações dos preços

médios dos produtos para os quais se obteve informação.

Não se justifica o uso da imputação de preços em larga escala.

3.5 Cálculo no nível item

Para a obtenção dos índices dos itens, emprega-se a fórmula de Laspeyres. O

índice de Laspeyres, para medida do movimento de preços entre dois momentos t

(período corrente) e 0 (período base).

i

i

tn

i jn

j

j

ii

tp

p

qp

qpL

01

01

0

00,0 (7)

i

toi

i

t Rp

p,

0

É o estimador da variação de preços do subitem i entre os momentos 0 e t.

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 14

i

oj

n

j

j

ii

Wqp

qp

01

0

00 É o peso do subitem i obtido a partir da Pesquisa de Orçamento

Familiar.

Tanto i

toR , como i

oW se referem a pequenos agregados de produtos.

Para determinar a variação do preço de um item m qualquer desde a sua base até

o momento atual:

n

i

i

i

t

n

i

i

m

t

W

RWI

10

,01

0

,0

. (8)

Para determinar a variação do preço de um item m qualquer em ciclos menores

(mês a mês, por exemplo):

n

i

i

t

i

tt

n

i

i

tm

tt

W

RWI

11

,11

1

,1

. (9)

m

ttI ,1 Índice do item m entre o período t-1 e t.

i

tW 1 Peso do subitem i, referente ao momento t-1.

i

ttR ,1 Relativo do subitem i entre os períodos t-1 e t.

O peso i

tW 1 é dado por ( 2t ):

2

01,

1,

01

t

jjj

i

jjii

tI

RWW (10)

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 15

iW0 É o peso do subitem i obtido a partir da Pesquisa de Orçamento

i

jjR 1, Relativo do subitem i entre os meses j e j+1

1, jjI Resultado do índice geral entre os meses j e j+1

O peso mês a mês pode ser obtido:

)1,(

)1,(1

)_(

)_.()_()_(

tt

ttiit

itgeralíndice

subitemrelativomêspesomêspeso (11)

3.5 Cálculo no índice regional

Para transformar os índices dos m itens em um índice regional, utilizamos a

fórmula de Laspeyres.

M

m

m

t

m

t IWICBMR1

,00,0 (12)

tICBMR ,0 Índice de preços entre o período base 0 e o período final t.

mW0 Peso do item m obtido da Pesquisa de Orçamento.

m

tI ,0 Índice do item m entre os períodos 0 e t.

Para o resultado mensal:

M

m

m

tt

m

tt IWICBMR1

,11,0 (12)

m

ttI ,1 Índice do item m entre os períodos t-1 e t.

m

tW 1 Peso do item m no período t-1. Para obtê-lo basta somar todos os subitens de um

item m qualquer.

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 16

4. Produção e divulgação do índice

Com a finalidade de divulgar o índice produzido e as variações ocorridas em cada

nível de agregação pesquisado, será criado um Boletim com periodicidade mensal para

divulgação dos resultados (Plano para divulgação dos resultados: ANEXO E).

5. Referências

FECOMERCIO. Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Índice de preços no

Brasil. Um estudo sobre o índice de preços ao consumidor da Fundação Instituto de

Pesquisas Econômicas: IPCA-IBGE. Cadernos FECOMERCIO de Economia. São

Paulo, SP, Outubro, n. 06, 2005.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para compreender o INPC: um

texto simplificado. Coordenação de Índices de Preços. 5ª ed. Rio de Janeiro, 2006.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos

Familiares 2008-2009. Despesas, Rendimentos e Condições de Vida. Rio de Janeiro,

2010.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema Nacional de Preços ao

Consumidor: métodos de cálculo, 5ª ed, Rio de Janeiro, 14, 2007.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema nacional de índices de

preços ao consumidor: estruturas de ponderação a partir da pesquisa de orçamentos

familiares 2002-2003. Rio de Janeiro, 34, 2005.

ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 17

ANEXO A - Cesta padrão com os subitens e suas respectivas

estruturas de ponderação

Grupo

Subgrupo

Item

Subitem

total da cesta original

22,3482

Peso original Ponderação interna

´Agosto - 2012´ ´Agosto - 2012´

Código Descrição Rio de Janeiro Rio de Janeiro 0000000 Índice Geral 100,0000 100,0000

1000000 Alimentação e bebidas 28,2268 1100000 Alimentação no domicílio 18,4858 82,7172

1101000 Cereais, leguminosas e oleaginosas 1,4315 6,4054

1101002 Arroz 0,8094 3,6218 1101052 Feijão-preto 0,6221 2,7837 1102000 Farinhas, féculas e massas 0,6509 2,9125

1102006 Macarrão 0,4448 1,9903 1102012 Farinha de trigo 0,0775 0,3468 1102023 Farinha de mandioca 0,0667 0,2985 1102029 Massa semipreparada 0,0619 0,2770 1103000 Tubérculos, raízes e legumes 0,9363 4,1896

1103003 Batata-inglesa 0,2250 1,0068 1103028 Tomate 0,4020 1,7988 1103043 Cebola 0,1603 0,7173 1103044 Cenoura 0,1489 0,6663 1104000 Açúcares e derivados 1,1678 5,2255

1104003 Açúcar refinado 0,6482 2,9005 1104004 Açúcar cristal 0,3013 1,3482 1104052 Chocolate e achocolatado em pó 0,2183 0,9768 1105000 Hortaliças e verduras 0,1630 0,7294

1105001 Alface 0,0548 0,2452 1105005 Couve 0,0180 0,0805 1105006 Couve-flor 0,0240 0,1074 1105010 Repolho 0,0262 0,1172 1105012 Cheiro-verde 0,0400 0,1790 1106000 Frutas 0,6382 2,8557

1106003 Abacaxi 0,0453 0,2027 1106008 Banana-prata 0,2066 0,9245

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1106017 Maçã 0,1281 0,5732 1106018 Mamão 0,0810 0,3624 1106023 Pera 0,0333 0,1490 1106028 Uva 0,0448 0,2005 1106039 Laranja-pera 0,0991 0,4434 1107000 Carnes 2,4629 11,0206

1107009 Fígado 0,0688 0,3079 1107018 Carne de porco 0,1638 0,7329 1107084 Contrafilé 0,4986 2,2311 1107088 Alcatra 0,4455 1,9934 1107089 Patinho 0,1228 0,5495 1107093 Músculo 0,0767 0,3432 1107094 Pá 0,1250 0,5593 1107095 Acém 0,3453 1,5451 1107097 Capa de filé 0,0761 0,3405 1107099 Costela 0,5403 2,4176 1108000 Pescados 0,2122 0,9495

1108004 Corvina 0,0312 0,1396 1108008 Namorado 0,0409 0,1830 1108012 Sardinha 0,0283 0,1266 1108031 Merluza 0,1118 0,5003 1109000 Carnes e peixes industrializados 1,2070 5,4009

1109002 Presunto 0,1086 0,4859 1109007 Salsicha 0,1903 0,8515 1109008 Linguiça 0,4256 1,9044 1109010 Mortadela 0,1772 0,7929 1109056 Carne-seca e de sol 0,1718 0,7687 1109088 Hambúrguer 0,1336 0,5978 1110000 Aves e ovos 1,3458 6,0220

1110009 Frango inteiro 0,2519 1,1272 1110010 Frango em pedaços 0,8065 3,6088 1110044 Ovo de galinha 0,2875 1,2865 1111000 Leite e derivados 2,2318 9,9865

1111004 Leite longa vida 1,2125 5,4255 1111009 Leite em pó 0,3656 1,6359 1111011 Queijo 0,4593 2,0552 1111019 Iogurte e bebidas lácteas 0,1944 0,8699 1112000 Panificados 2,8912 12,9371

1112003 Biscoito 0,7199 3,2213 1112015 Pão francês 1,8130 8,1125 1112017 Pão doce 0,0791 0,3539 1112018 Pão de forma 0,2792 1,2493 1113000 Óleos e gorduras 0,7518 3,3640

1113013 Óleo de soja 0,3800 1,7004 1113014 Azeite de oliva 0,0643 0,2877

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1113040 Margarina 0,3075 1,3759 1114000 Bebidas e infusões 1,8296 8,1868

1114001 Suco de frutas 0,1420 0,6354 1114022 Café moído 0,4816 2,1550 1114083 Refrigerante e água mineral 0,8998 4,0263 1114084 Cerveja 0,2225 0,9956 1114085 Outras bebidas alcoólicas 0,0837 0,3745 1115000 Enlatados e conservas 0,0958 0,4287

1115006 Ervilha em conserva 0,0134 0,0600 1115039 Sardinha em conserva 0,0284 0,1271 1115056 Sopa desidratada 0,0155 0,0694 1115058 Milho-verde em conserva 0,0227 0,1016 1115075 Atum em conserva 0,0159 0,0711 1116000 Sal e condimentos 0,4699 2,1026

1116005 Atomatado 0,1956 0,8752 1116010 Alho 0,1604 0,7177 1116033 Maionese 0,0644 0,2882 1116048 Caldo concentrado 0,0494 0,2210 2000000 Habitação 17,9170 3,7395

2100000 Encargos e manutenção 10,8286 3,7395 2104000 Artigos de limpeza 0,8357 3,7395 2104008 Detergente 0,1708 0,7643

2104009 Sabão em pó 0,3930 1,7585 2104012 Desinfetante 0,0859 0,3844 2104015 Sabão em barra 0,1057 0,4730 2104032 Amaciante 0,0802 0,3589 6000000 Saúde e cuidados pessoais 9,5406 13,5434

6300000 Cuidados pessoais 3,0267 13,5434 6301000 Higiene pessoal 3,0267 13,5434 6301001 Produto para cabelo 0,2492 1,1151

6301002 Fralda descartável 0,0809 0,3620 6301006 Produto para pele 0,3036 1,3585 6301007 Produto para higiene bucal 0,2798 1,2520 6301010 Produto para unha 0,1785 0,7987 6301011 Perfume 1,1015 4,9288 6301014 Desodorante 0,1026 0,4591 6301015 Absorvente higiênico 0,0611 0,2734 6301016 Sabonete 0,2588 1,1580 6301017 Papel higiênico 0,2643 1,1826 6301020 Artigos de maquiagem 0,1465 0,6555

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ANEXO B - Cadastro de informantes

ANEXO C - Cadastro de produtos

ANEXO D - Instrumento de pesquisa: Questionário

ANEXO E - Plano para divulgação dos resultados