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COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL Indicadores CNI ISSN 2317-708X • Ano 5 • Número 2 • Abril/Junho de 2015 O Coeficiente de penetração de importações da indústria geral é de 22% no segundo trimestre de 2015 (acumulado em quatro trimestres), e praticamente não muda em relação ao primeiro trimestre de 2015 (21,8%). A comparação com o segundo trimestre de 2014, contudo, indica crescimento do coeficiente (de 0,5 ponto percentual). Coeficiente de Exportação Coeficiente de Penetração de Importações O Coeficiente de exportação da indústria geral encontra-se em 19,2% no segundo trimestre de 2015 (acumulado em quatro trimestres), o que representa aumento de 0,6 ponto percentual sobre o primeiro trimestre de 2015. Frente ao mesmo trimestre do ano passado, o indicador mostrou um crescimento menor (de 0,3 ponto percentual). 19,2% 22,0% A resposta do volume exportado pela indústria ao estímulo cambial ainda não é expressiva. No acumulado de quatro trimestres (III/14 até II/15), o valor das exportações em dólares sofreu queda frente a igual período anterior (II/14 até I/15), de 3,9%. Apesar da queda, o coeficiente de exportação cresce de 18,6% para 19,2% no período, o que reflete o efeito da depreciação do real sobre a rentabilidade das exportações, isto é, o efeito positivo sobre as receitas em reais das vendas ao exterior. Os índices de preço e quantum das exportações, elaborados pela Funcex, mostram que a variação negativa do valor das exportações em dólares é decorrente de uma redução dos preços e da expansão ainda tímida das quantidades exportadas. O efeito sobre as quantidades exportadas leva mais tempo para ocorrer devido às dificuldades inerentes à entrada em novos mercados, ainda que sejam mercados já conhecidos pelas empresas. Há também o efeito negativo do longo período de apreciação do real sobre a competitividade da indústria e seus efeitos sobre a estratégia das empresas quanto à participação no comércio exterior. Os setores com as maiores taxas de crescimento do quantum exportado são também os setores com coeficientes de exportação elevados. Isso sugere que setores que, no período recente, continuaram a direcionar parte relevante de sua produção para os mercados externos tem conseguido reagir mais rapidamente ao câmbio competitivo. Também sobre as quantidades importadas o efeito é de mais longo prazo. No curto prazo, o que se percebe é um aumento dos custos com importados, isto é, um efeito adverso do câmbio sobre o preço das importações em moeda doméstica. No acumulado de quatro trimestres (III/14 até II/15), o valor das importações em dólares sofreu queda de 6,1% sobre igual período anterior (II/14 até I/15). O índice de quantum de importações de produtos intermediários reduziu-se em 6,8% nos últimos quatro trimestres (até junho/2015) sobre o mesmo período do ano passado, o que reflete o efeito da retração na produção doméstica sobre as importações. Não obstante, o coeficiente de penetração de importações da indústria não mostrou redução — passou de 21,8% para 22% no período, o que é explicado pelo efeito do câmbio sobre o preço, que ainda supera o efeito sobre as quantidades. O efeito da taxa de câmbio sobre preços e quantidades Efeito do real depreciado é positivo, mas gradual

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COEFICIENTES DE ABERTURACOMERCIAL

Indicadores CNIISSN 2317-708X • Ano 5 • Número 2 • Abril/Junho de 2015

O Coeficiente de penetração de importações da indústria geral é de 22% no segundo trimestre de 2015 (acumulado em quatro trimestres), e praticamente não muda em relação ao primeiro trimestre de 2015 (21,8%). A comparação com o segundo trimestre de 2014, contudo, indica crescimento do coeficiente (de 0,5 ponto percentual).

Coeficiente de Exportação

Coeficiente de Penetração de Importações

O Coeficiente de exportação da indústria

geral encontra-se em 19,2% no segundo trimestre de 2015

(acumulado em quatro trimestres), o que representa

aumento de 0,6 ponto percentual sobre o primeiro

trimestre de 2015. Frente ao mesmo trimestre do ano

passado, o indicador mostrou um crescimento menor (de 0,3 ponto

percentual).

19,2%

22,0%

A resposta do volume exportado pela indústria ao estímulo cambial ainda não é expressiva. No acumulado de quatro trimestres (III/14 até II/15), o valor das exportações em dólares sofreu queda frente a igual período anterior (II/14 até I/15), de 3,9%. Apesar da queda, o coeficiente de exportação cresce de 18,6% para 19,2% no período, o que reflete o efeito da depreciação do real sobre a rentabilidade das exportações, isto é, o efeito positivo sobre as receitas em reais das vendas ao exterior.

Os índices de preço e quantum das exportações, elaborados pela Funcex, mostram que a variação negativa do valor das exportações em dólares é decorrente de uma redução dos preços e da expansão ainda tímida das quantidades exportadas. O efeito sobre as quantidades exportadas leva mais tempo para ocorrer devido às dificuldades inerentes à entrada em novos mercados, ainda que sejam mercados já conhecidos pelas empresas. Há também o efeito negativo do longo período de apreciação do real sobre a competitividade da indústria e seus efeitos sobre a estratégia das empresas quanto à participação no comércio exterior. Os setores com as maiores taxas de crescimento do quantum exportado são também os setores com coeficientes de exportação elevados. Isso sugere que setores que, no período recente, continuaram a direcionar parte relevante de sua produção para os mercados externos tem conseguido reagir mais rapidamente ao câmbio competitivo.

Também sobre as quantidades importadas o efeito é de mais longo prazo. No curto prazo, o que se percebe é um aumento dos custos com importados, isto é, um efeito adverso do câmbio sobre o preço das importações em moeda doméstica. No acumulado de quatro trimestres (III/14 até II/15), o valor das importações em dólares sofreu queda de 6,1% sobre igual período anterior (II/14 até I/15). O índice de quantum de importações de produtos intermediários reduziu-se em 6,8% nos últimos quatro trimestres (até junho/2015) sobre o mesmo período do ano passado, o que reflete o efeito da retração na produção doméstica sobre as importações. Não obstante, o coeficiente de penetração de importações da indústria não mostrou redução — passou de 21,8% para 22% no período, o que é explicado pelo efeito do câmbio sobre o preço, que ainda supera o efeito sobre as quantidades.

O efeito da taxa de câmbio sobre preços e quantidades

Efeito do real depreciado é positivo, mas gradual

Page 2: Indicadores CNI ISSN 2317-708X • Ano 5 • Número 2 • Abril/Junho de 2015 ...arquivos.portaldaindustria.com.br/app/cni_estatistica_2/... · 2015. 12. 1. · II-2015 II-2015/I-2015

Coeficientes de Abertura ComercialISSN 2317-708X • Ano 5 • Número 2 • Abril/Junho de 2015

Coeficiente de exportação – Indústria geralAcumulado em quatro trimestresEm % - preços correntes

Coeficiente de penetração de importações - Indústria geralAcumulado em quatro trimestresEm % - preços correntes

Nota: Valores de 2011, 2012, 2013 e estimativas para 2014 e 2015 foram revisados devido à divulgação em junho pelo IBGE da PIA (Pesquisa Industrial Anual) referente a 2013.

20,1

19,5

17,3 17,518,7

19,0 18,5

18,3

19,2

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10

15

20

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I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

5

10

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20

25

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

17,0

19,0

16,6

17,5

18,7

20,0

20,921,5

22,0

Nota: Valores de 2011, 2012, 2013 e estimativas para 2014 e 2015 foram revisados devido à divulgação em junho pelo IBGE da PIA (Pesquisa Industrial Anual) referente a 2013.

Na Indústria Extrativa, o coeficiente de exportação é de 67,9%, o que representa aumento de 5 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre. Também o coeficiente de penetração de importações registra aumento, de 4,5 pontos percentuais, para 55,4%. Note-se que, essa indústria registra queda na produção doméstica, de 9,2%, que supera a retração no valor em reais das exportações (-2,1%) e importações (-5,5%), resultando em elevação dos coeficientes.

Coeficientes setoriais

Na Indústria de Transformação, o coeficiente de exportação é de 16%, elevando-se em 0,7 ponto percentual tanto na comparação com o trimestre imediatamente anterior como com o mesmo trimestre do ano passado. Já o coeficiente de penetração de importações praticamente não mudou, passando de 20,2% no primeiro trimestre de 2015 para 20,4% no segundo.

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Coeficientes de Abertura ComercialISSN 2317-708X • Ano 5 • Número 2 • Abril/Junho de 2015

Quais setores da indústria de transformação se destacam com as maiores variações no trimestre?

Veja maisMais informações como tabelas e metodologia da pesquisa em: www.cni.org.br/caci

COEFICIENTES DE EXPORTAÇÃOAcumulado em quatro trimestres

SETORESII-2015 II-2015/I-2015 II-2015/II-2014

(%) (pontos percentuais)

Principais altas

Outros equipamentos de transporte 52,0 5,9 15,6

Metalurgia 34,8 2,4 8,8

Madeira 29,8 1,9 7,1

Veículos automotores 14,5 1,6 0,6

Principais quedas

Fumo 25,5 12,3 24,1

Couro e calçados 25,0 0,8 2,1

Derivados de petróleo e biocombustíveis 4,6 0,8 3,8

COEFICIENTES DE PENETRAÇÃO DE IMPORTAÇÕESAcumulado em quatro trimestres

SETORESII-2015 II-2015/I-2015 II-2015/II-2014

(%) (pontos percentuais)

Principais altas

Outros equipamentos de transporte 47,2 3,2 9,2

Informática, eletrônicos e ópticos 52,0 3,0 7,3

Máquinas e equipamentos 36,4 1,6 1,1

Farmacêuticos 39,4 1,5 2

Metalurgia 19,9 1,3 3,6

Principal queda Derivados de petróleo e biocombustíveis 19,0 1,3 2,2

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COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL

SETORES

EXPORTAÇÃO PENETRAÇÃO DE IMPORTAÇÕES

II-2015 II-2015/ I-2015

II-2015/ II-2014 II-2015 II-2015/

I-2015II-2015/ II-2014

(%) p.p. (%) p.p.

INDÚSTRIA GERAL 19,2 0,6 0,3 22,0 0,2 0,5

INDÚSTRIA EXTRATIVA 67,9 5,0 7,3 55,4 4,5 10,2

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 16,0 0,7 0,7 20,4 0,2 0,3

Notas: Os valores estão acumulados em quatro trimestres até o trimestre corrente. Valores de 2014 e 2015 são estimativas.