indicações técnicas para o cultivo de milho e de...

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Cultivo de Milho e de Sorgo 2009/2010 2010/2011 Indicações Técnicas para o no Rio Grande do Sul Safras

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  • Cultivo de Milho e de Sorgo

    2009/20102010/2011

    Indicaes Tcnicas para o

    no Rio Grande do SulSafras

  • GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA CINCIA E DA TECNOLOGIA

    FUNDAO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECURIA

    INDICAES TCNICAS PARA O CULTIVO DE MILHO E DE SORGO NO RIO GRANDE DO SUL

    SAFRAS 2009/2010 E 2010/2011

    Organizadores:

    Lia Rosane Rodrigues Jos Paulo Guadagnin Marilda Pereira Porto

    Veranpolis, RS 2009

  • Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na: Fundao Estadual de Pesquisa Agropecuria Rua Gonalves Dias, 570, Bairro Menino Deus CEP 90130060, Porto Alegre, RS Fones: (51) 32888000 Fax: (51) 32337607 Home page: www.fepagro.rs.gov.br E-mail: [email protected] Comisso Editorial da FEPAGRO Presidente: Luciano Kayser Vargas Membros: Bernadete Radin, Jos R. Pfeiffer Silveira, Lia Rosane Rodrigues, Paulo Roehe, Ricardo Lima de Castro, Zlia M. de Souza Castilho Revisoras de texto: Lia Rosane Rodrigues e Marilda Pereira Porto Editorao eletrnica: Capa: 1 edio 1 impresso 2009: 500 exemplares

    Reunio Tcnica Anual de Milho e Sorgo (54 e 37. : 2009 : Veranpolis, RS).

    Indicaes tcnicas para o cultivo de milho e de sorgo no Rio Grande do

    Sul Safras 2009/2010 e 2010/2011 / Organizado por Lia Rosane Rodrigues, Jos Paulo

    Guadagnin e Marilda Pereira Porto. Veranpolis: FEPAGRO-Serra , 2009.

    179 p.

    Milho Sorgo Pesquisa Rio Grande do Sul Brasil. I. Rodrigues, Lia Rosane

    (Org.), II. Guadagnin, Jos Paulo (Org.), III. Porto, Marilda Pereira, (Org.) IV. Ttulo.

    CDU 633.15/.17

    Lia Rosane Rodrigues. Eng. Agrn., Pesquisador IV. FEPAGRO-Sede. Rua Gonalves Dias, 570, Porto Alegre, RS, CEP 90130-060. Fone (51) 3288 8000. Jos Paulo Guadagnin. Eng. Agrn., Pesquisador. FEPAGRO-Serra. RS 470, km 115, Caixa Postal 44, Veranpolis, RS, CEP 95330-000. Fone (54) 3441 1374. Marilda Pereira Porto. Eng. Agrn., Pesquisadora. EMBRAPA Clima Temperado. BR 392, km 78, Caixa Postal 403, Pelotas, RS, CEP 96001-970. Fone (53) 3275 8400.

  • 54 Reunio Tcnica Anual de Milho e 37 Reunio Tcnica Anual de Sorgo

    Coordenao Jos Paulo Guadagnin FEPAGRO-Serra Dulphe Pinheiro Machado Neto - EMATER/ASCAR RS Secretria: Lia Rosane Rodrigues - FEPAGRO Comit Cientfico Andr Dabdab Abichequer Bernadete Radin Joo Rodolfo Gonalves Nunes Lia Rosane Rodrigues Luciano Kayser Vargas Comisso organizadora FEPAGRO Elsa Maria Benatto Sartori Gislaine Arajo Freitas Jane Maria Ferreira Jane Maria Rolo Guaranha Jos Paulo Guadagnin Lauro Beltro Pedro Kercher Zeferino Gensio Chiele Emater/RS- ASCAR Edson Bonatto Edmilson Simonato Maria Tereza Rambo Lowe Marilia C. Paiva Roseli Bonesso Mario Luiz Landerdahl

  • 54 Reunio Tcnica Anual de Milho e 37 Reunio Tcnica Anual de Sorgo

    ENTIDADES PARTICIPANTES

    AGROPECURIA PEPA LTDA

    ASSOCIAO DOS PRODUTORES DE MILHO DO RIO GRANDE DO SUL (APROMILHO)

    ASSOCIAO RURAL DE LAJEADO

    ASSOCIAO VERANENSE DE ASSISTNCIA EDUCAO E CULTURA (AVAEC)

    ATLNTICA SEMENTES

    ATS AGRICULTURA

    CMARA DE VEREADORES DE VERANPOLIS

    CASA TREVO Nova Prata

    COLGIO AGRCOLA DE VERANPOLIS

    COOPERATIVA MISTA DE FUMICULTORES DO BRASIL (COOPERFUMOS)

    COOPERATIVA SANTA CLARA LTDA

    ECOTERRA - Vacaria

    EMATER/ASCAR

    EMBRAPA Clima Temperado

    EMBRAPA Meio Ambiente

    EMBRAPA Milho e Sorgo

    EMBRAPA Soja

    EMBRAPA Trigo

    EMBRAPA-SNT PASSO FUNDO

    EMBRAPA-SNT SETE LAGOAS

    FEPAGRO

    FUNDACEP

    ICJP COONATERRA

    INSTITUTO RIOGRANDENSE DO ARROZ

    MONSANTO DO BRASIL LTDA.

    NZ RURALCO PARTICIPAES LTDA

    PIONEER SEMENTES

    PLANTEC ENGENHARIA AGRONMICA LTDA

    PREFEITURA MUNICIPAL DE VERANPOLIS

    SEMENTES BALU

    SEMENTES COM VIGOR

    SEMENTES GUERRA

    SEMILHA SEMENTES

    SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE VERANPOLIS

    SYNGENTA LTDA

    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CAV (Lages, SC)

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS GEPAGRI (Araras, SP )

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    YOKI ALIMENTOS S.A.

  • APRESENTAO

    A 54 e a 37 edies das Reunies Tcnicas Anuais de Milho e de Sorgo realizaram-se no perodo de 14 a 16 de julho de 2009, em Veranpolis, RS, em promoo conjunta da FEPAGRO e EMATER/RS-ASCAR com o tema Produtividade e Mudanas Climticas.

    Os eventos unificados oportunizam debates em cincia, tecnologia e extenso rural

    para as duas culturas. Os eventos renem, anualmente, profissionais ligados aos diferentes segmentos das cadeias produtivas do milho e do sorgo, promovem o intercmbio de informaes, divulgam resultados e definem as prioridades de pesquisa para o Estado, alm de elaborar as indicaes tcnicas para o cultivo do milho e do sorgo no Rio Grande do Sul.

    A cada reunio tcnica, o livro das indicaes tcnicas organizado em captulos que

    devem ser atualizados, ajustados e aprovados no mbito da comisso tcnica correspondente, assim distribudas: gentica, melhoramento e tecnologia de sementes; nutrio vegetal e uso do solo; fitopatologia; entomologia; controle de plantas daninhas; ecologia, fisiologia e prticas culturais e difuso de tecnologia e socioeconomia.

    Essas indicaes objetivam nortear os cultivos de milho e de sorgo no Rio Grande do

    Sul, na safra 2010/11. No entanto, no tm a pretenso de oferecer respostas definitivas. Cabe a cada produtor escolher e definir a melhor estratgia a ser adotada em sua propriedade.

    Uma vez que a presente edio ser bienal e abranger as safras 2009/2010 e

    2010/2011, a atualizao das tabelas do captulo 3 e outras informaes que se fizerem necessrias ser feita em publicao adicional aps a 55 e a 38 edies das Reunies Tcnicas Anuais de Milho e de Sorgo.

    A comisso organizadora agradece a todos os profissionais que colaboraram para a

    elaborao dessa publicao e s entidades patrocinadoras, que permitiram a realizao do evento.

    Jos Paulo Guadagnin e Dulphe Pinheiro Machado Neto Coordenadores da RTAM e da RTAS /2009

  • SUMRIO

    1 MANEJO CONSERVACIONISTA DO SOLO............................................................... 10

    1.1 Rotao de culturas............................................................................................... 10

    1.2 Mobilizao mnima do solo.................................................................................. 10

    1.3 Cobertura permanente do solo.............................................................................. 10

    1.4 Processo colher-semear........................................................................................ 11

    1.5 Prticas mecnicas conservacionistas.................................................................. 11

    2 ADUBAO E CALAGEM.......................................................................................... 12

    2.1 Introduo.............................................................................................................. 12

    2.2 Amostragem de solo.............................................................................................. 12

    2.3 Calagem................................................................................................................. 12

    2.3.1 Clculo da quantidade de calcrio a aplicar.................................................... 13

    2.3.2 Calagem em reas manejadas sob sistema plantio direto.............................. 13

    2.3.3 Calagem em solo sob preparo convencional................................................ 13

    2.3.4 Calcrio na linha.............................................................................................. 15

    2.4 Adubao............................................................................................................... 15

    2.4.1 Nitrognio para milho...................................................................................... 15

    2.4.2 Nitrognio para milho pipoca........................................................................... 17

    2.4.3 Nitrognio para sorgo...................................................................................... 17

    2.4.4 Fsforo e potssio........................................................................................... 18

    2.4.4.1 Fontes de fsforo e de potssio.............................................................. 19

    2.5 Fertilizantes orgnicos............................................................................................ 20

    2.6 Fertilizantes organo-minerais.................................................................................. 20

    2.7 Fertilizantes foliares............................................................................................... 20

    2.8 Micronutrientes....................................................................................................... 20

    2.9 Enxofre e gesso agrcola........................................................................................ 20

    2.10 Relao Ca/Mg do solo........................................................................................ 20

    3 CULTIVARES............................................................................................................... 22

    3.1 Cultivares de milho................................................................................................. 22

    3.1.1 Critrios de escolha de cultivares.................................................................... 22

    3.1.1.1 Nvel de tecnologia a ser adotado.......................................................... 22

    3.1.1.2 Regio de cultivo, poca de semeadura e sistemas de rotao e sucesso de culturas............................................................................

    23

    3.1.1.3 Objetivo da produo............................................................................. 24

    3.2 Cultivares de sorgo............................................................................................... 36

    3.2.1 Sorgo Granfero.............................................................................................. 36

    3.2.2 Sorgo Corte-pastejo....................................................................................... 40

    3.2.3 Sorgo Silageiro e Sacarino............................................................................. 41

  • 4 MANEJO DA CULTURA.............................................................................................. 43

    4.1 Desenvolvimento e exigncias climticas da planta.............................................. 43

    4.1.1 Desenvolvimento da planta.............................................................................. 43

    4.1.1.1 Perodo vegetativo.................................................................................. 43

    4.1.1.2 Perodo reprodutivo................................................................................ 45

    4.1.1.3 Escala de estdios de desenvolvimento da planta de milho................... 47

    4.1.2 Fenologia......................................................................................................... 49

    4.1.3 Exigncias climticas....................................................................................... 49

    4.1.3.1 Radiao solar........................................................................................ 49

    4.1.3.2 Temperatura............................................................................................ 49

    4.1.3.3 Necessidades hdricas da planta............................................................ 50

    4.1.4 Manejo da irrigao.......................................................................................... 54

    4.1.5 Resposta ao excesso hdrico........................................................................... 54

    4.1.6 poca de semeadura....................................................................................... 55

    4.1.6.1 Fatores determinantes da escolha......................................................... 55

    4.1.6.2 Efeitos sobre as caractersticas da planta.............................................. 57

    5 INSERO DA CULTURA DO MILHO EM SISTEMAS DE CULTIVO........................ 58

    5.1 Vantagens e limitaes do uso de espcies de cobertura de solo em cultivos isolados como culturas antecessoras ao milho......................................................

    59

    5.2 Sistemas consorciados de espcies de cobertura de solo no inverno para anteceder o cultivo do milho..................................................................................

    61

    5.3 Estratgias para reduzir os efeitos prejudiciais de espcies poceas como cobertura de solo no inverno no milho em sucesso............................................

    62

    5.4 Estratgias para aumentar os benefcios do uso de leguminosas e brssicas como coberturas de solo no inverno no cultivo do milho em sucesso................

    62

    5.5 Uso de espcies de cobertura de solo no inverno como critrio para recomendao de adubao nitrogenada em milho............................................

    63

    6 ESTABELECIMENTO DA LAVOURA........................................................................... 64

    6.1 Semeadura............................................................................................................. 64

    6.1.1 Qualidade, classificao e tratamento de sementes....................................... 64

    6.1.2 Arranjo de plantas............................................................................................ 65

    6.1.2.1 Densidade de plantas............................................................................. 65

    6.1.2.2 Espaamento entrelinhas....................................................................... 69

    6.1.2.3 Distribuio de plantas na linha e variabilidade entre plantas................ 71

    6.1.3 Profundidade de semeadura........................................................................... 71

    6.1.4 Equipamentos para semeadura...................................................................... 71

    6.1.5 Exemplo de adequao de cultivares e de prticas de manejo...................... 71

  • 7 MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS...................................................... 73

    7.1 Interferncia de plantas daninhas em milho e sorgo.............................................. 73

    7.2 Preveno de infestaes....................................................................................... 73

    7.3 Mtodos de manejo e controle................................................................................ 74

    7.3.1 Manejo cultural................................................................................................. 74

    7.3.2 Controle mecnico............................................................................................ 76

    7.3.3 Controle qumico.............................................................................................. 76

    8 MANEJO INTEGRADO DE DOENAS....................................................................... 83

    8.1 Medidas gerais de controle de doenas................................................................. 85

    8.1.1 Cultivares resistentes........................................................................................ 85

    8.1.2 Rotao de culturas.......................................................................................... 85

    8.1.3 Sucesso de culturas........................................................................................ 85

    8.1.4 Uso de sementes sadias................................................................................... 86

    8.1.5 Tratamento de sementes com fungicidas......................................................... 86

    8.1.6 Eliminao de hospedeiros secundrios e de plantas voluntrias................... 86

    8.1.7 Balano adequado de adubao qumica......................................................... 87

    8.1.8 Populao de plantas....................................................................................... 87

    8.1.9 Manejo da irrigao........................................................................................... 87

    8.1.10 Aplicao de fungicidas na parte area.......................................................... 87

    8.1.11 Controle de fungos de armazenamento......................................................... 88

    8.2 Principais doenas da cultura do sorgo.................................................................. 89

    8.2.1 Medidas gerais de controle de doenas.......................................................... 89

    8.2.2 Resistncia gentica a doenas na cultura de sorgo....................................... 89

    9 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS MIP ........................................................... 94

    9.1 Insetos-praga de milho e de sorgo: manejo e controle.......................................... 94

    9.1.1 Introduo......................................................................................................... 94

    9.1.2 Pragas de lavoura............................................................................................. 94

    9.1.3 Pragas de gros armazenados......................................................................... 96

    9.1.4 Manejo e controle............................................................................................. 97

    10 ZONEAMENTO DE RISCOS CLIMTICOS PARA O ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: Safra 2009/2010.........................................................................................

    112

    10.1 Cultura do milho.................................................................................................. 112

    10.1.1 Tipos de solo aptos para semeadura............................................................ 112

    10.1.2 Perodos de semeadura nos 36 decndios do ano...................................... 113

    10.1.3 Municpios e perodos favorveis de semeadura......................................... 114

    10.2 Cultura do sorgo................................................................................................... 149

    10.2.1 Tipos de solo aptos ao cultivo..................................................................... 150

    10.2.2 Perodos de semeadura nos 36 decndios do ano.................................... 151

    10.2.3 Municpios e perodos favorveis de semeadura....................................... 151

  • 11 CONSIDERAES SOBRE AS CULTURAS DE MILHO E DE SORGO................. 170

    11.1 Consideraes sobre a cultura do milho............................................................. 170

    11.1.1 Mundo......................................................................................................... 170

    11.1.2 Brasil........................................................................................................... 171

    11.1.3 Rio Grande do Sul...................................................................................... 172

    11.2 Consideraes sobre a cultura do sorgo............................................................ 176

    11.2.1 Mundo......................................................................................................... 176

    10.2.2 Brasil e Rio Grande do Sul......................................................................... 178

  • 10

    1 MANEJO CONSERVACIONISTA DO SOLO

    Na atualidade, apesar de o milho ser cultivado predominantemente sob sistema

    plantio direto, notria a carncia de adoo de determinadas prticas conservacionistas fundamentais para a preservao, a melhoria e a otimizao dos recursos naturais, indispensveis expresso do potencial gentico dessa espcie. Dentre essas prticas, a baixa taxa de adoo da rotao de culturas pode ser apontada como uma das mais relevantes, em razo dos efeitos benficos que promove.

    O sistema plantio direto, tambm denominado sistema de semeadura direta (SSD) ou semeadura direta na palha, no mbito da agricultura conservacionista, necessita ser interpretado e adotado sob o conceito de um complexo de processos tecnolgicos destinado explorao de sistemas agrcolas produtivos. Deve contemplar diversificao de espcies, mobilizao de solo apenas na linha de semeadura, manuteno permanente da cobertura do solo e minimizao do intervalo entre colheita e semeadura (processo colher-semear), alm da adoo de prticas mecnicas conservacionistas. Nesse sentido, a qualificao do sistema plantio direto requer a observncia integral dos fundamentos a seguir apresentados.

    1.1 Rotao de culturas

    A rotao de culturas, conceituada como o cultivo alternado e sucessivo de

    diferentes espcies em uma mesma rea, em safras agrcolas consecutivas, planejada para proporcionar competitividade ao agronegcio, quantidade e qualidade de biomassa e viabilizar o processo colher-semear, tem como benefcios: favorecimento do manejo integrado de pragas, de doenas e de plantas daninhas; promoo de cobertura permanente do solo e ciclagem de nutrientes; melhoria das propriedades fsicas do solo; aumento de matria orgnica no solo; aumento da armazenagem de gua no solo; diversificao e estabilizao da produtividade; racionalizao do uso de mo-de-obra; otimizao do uso de mquinas e equipamentos; e reduo do risco de perda de renda.

    1.2 Mobilizao mnima do solo

    A mobilizao do solo restrita linha de semeadura tem como benefcios: reduo

    de perdas de solo e de gua por eroso; reduo de perdas de gua por evaporao; reduo da incidncia de plantas daninhas; reduo da taxa de decomposio de resduos culturais e de mineralizao da matria orgnica do solo; promoo do sequestro de carbono no solo; preservao da fertilidade fsica e biolgica do solo; reduo da demanda de mo-de-obra; reduo dos custos de manuteno de mquinas e de equipamentos; e reduo do consumo de energia.

    1.3 Cobertura permanente do solo

    A manuteno permanente de plantas vivas e/ou restos culturais sobre o solo tem

    como benefcios: dissipao da energia erosiva das gotas de chuva; reduo de perdas de solo e de gua por eroso; preservao da umidade no solo; reduo da amplitude de variao da temperatura do solo; reduo da incidncia de plantas daninhas; favorecimento ao manejo integrado de pragas, de doenas e de plantas daninhas; estabilizao da taxa de ciclagem de nutrientes; e promoo da biodiversidade da biota do solo.

  • 11

    1.4 Processo colher-semear

    O processo colher-semear, conceituado como a reduo ou supresso do intervalo

    de tempo entre uma colheita e a subsequente semeadura, tem como benefcios: otimizao do uso da terra, por proporcionar maior nmero de safras por ano agrcola; otimizao do uso de mquinas e equipamentos; reduo de perdas de nutrientes liberados pela decomposio de restos culturais; promoo da fertilidade qumica, fsica e biolgica do solo; estmulo diversificao de pocas de semeadura; reproduo, nos sistemas agrcolas produtivos dos fluxos de matria orgnica observados em sistemas naturais.

    1.5 Prticas mecnicas conservacionistas

    A cobertura permanente do solo, otimizada no sistema plantio direto, no constitui

    condio suficiente para disciplinar a enxurrada e controlar a eroso hdrica. A segmentao de topossequncias, por semeadura em contorno, culturas em faixa, cordes vegetados, terraos dimensionados especificamente para o sistema plantio direto (por exemplo, Terrao for Windows) etc., representa tecnologia-soluo para esse problema e tem como benefcios: manejo de solo e de gua no mbito de microbacia hidrogrfica; restabelecimento da semeadura em contorno; reduo dos riscos de transporte de agroqumicos para fora da lavoura; maior armazenagem de gua no solo; e conservao de estradas rurais.

  • 12

    2 ADUBAO E CALAGEM 2.1 Introduo

    As informaes sobre adubao e calagem foram derivadas do Manual de Adubao e de Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, publicado pelo Ncleo Regional Sul (RS/SC) da Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Em adio, so apresentadas instrues especficas quanto adubao e calagem para as culturas de milho e de sorgo.

    2.2 Amostragem de solo

    H trs critrios bsicos a serem definidos no plano de amostragem de solo:

    uniformidade de reas para fins de amostragem e de manejo da lavoura, nmero de subamostras a coletar em cada rea e profundidade de amostragem. As caractersticas locais da lavoura, como topografia, cor e profundidade do solo, uso anterior da rea, manejo da fertilidade do solo, incluindo tipo, quantidade de adubos e de corretivos aplicados. etc., determinaro o nmero de reas a serem amostradas separadamente e o nmero de subamostras a coletar nessas reas. O tipo de manejo de solo adotado na rea, como, por exemplo, preparo convencional ou plantio direto, ir determinar a profundidade de amostragem do solo.

    A coleta de amostra de solo pode ser realizada com p-de-corte ou trado calador. Em lavouras em que a ltima adubao foi feita na linha de semeadura, a coleta com p-de-corte, de uma fatia contnua de 3 a 5 cm de espessura, de entrelinha a entrelinha, ideal, mas pode ser substituda pela coleta com trado calador numa linha transversal s linhas de semeadura. Neste caso, a coleta deve ser realizada da seguinte forma: a) coletar um ponto no centro da linha e um ponto de cada lado se forem culturas com pequeno espaamento entrelinhas (15 a 20 cm); b) coletar um ponto no centro da linha e trs pontos de cada lado se forem culturas com mdio espaamento (40 a 50 cm); e c) coletar um ponto no centro da linha e seis pontos de cada lado se forem culturas com maior espaamento (60 a 80 cm). Em solos contendo teores alto ou muito alto de fsforo (P) e potssio (K), esse procedimento dispensvel e a amostragem poder ser feita de forma aleatria.

    Com relao ao nmero de subamostras por rea uniforme, sugere-se, como regra geral, amostrar o solo em 15 a 20 pontos para formar uma amostra composta. Este nmero depende, diretamente, do grau de variabilidade da fertilidade do solo.

    No sistema plantio direto consolidado (Tabela 2.1), a amostra pode ser coletada na camada de 0 a 10 cm de profundidade, particularmente em lavouras com teores de P e de K no solo abaixo do nvel de suficincia. Quando o teor desses nutrientes estiver acima desse nvel, pode ser amostrada camada de 0 a 10 cm ou de 0 a 20 cm, pois os resultados no afetaro a recomendao de adubao. Quando h evidncia de presena de acentuado gradiente de pH, convm coletar amostras nas camadas de 0 a 10 cm e de 10 a 20 cm, permitindo, dessa forma, conhecimento mais amplo do solo.

    2.3 Calagem

    A prtica de calagem do solo objetiva ajustar o pH atravs da aplicao de

    corretivos, cujo produto mais comumente utilizado o calcrio, composto por CaCO3 e MgCO3. A quantidade de corretivo a ser usada varia conforme o ndice SMP determinado na anlise do solo. De forma geral, o pH indicado para as culturas de milho e de sorgo varia entre 5,5 e 6,0, conforme o sistema de manejo do solo e da cultura. As quantidades de calcrio e seu modo de aplicao variam em funo do sistema de manejo do solo. No caso de se optar pela aplicao de calcrio na linha de semeadura, sugere-se observar as indicaes especficas dessa prtica, constantes no item 2.3.4.

  • 13

    2.3.1 Clculo da quantidade de calcrio a aplicar As quantidades de corretivo indicadas na Tabela 2.2 referem-se a produtos com

    PRNT (Poder Relativo de Neutralizao Total) de 100%. Isso significa que as quantidades totais a aplicar devem ser calculadas em funo do PRNT do calcrio disponvel. Sugere-se que seja dada preferncia ao calcrio dolomtico, por ser mais barato, bem como por conter maior teor de magnsio.

    Em alguns solos, principalmente nos de textura arenosa, o ndice SMP pode indicar quantidades muito pequenas de calcrio, embora o pH em gua esteja em nvel inferior ao preconizado. Nesses solos, pode-se calcular a necessidade de calagem com base no nvel de matria orgnica (MO) e no teor de alumnio trocvel (Al) do solo, empregando-se as seguintes equaes para o solo atingir o pH em gua desejado:

    para pH 5,5, NC = - 0,653 + 0,480 MO + 1,937 Al, para pH 6,0, NC = - 0,516 + 0,805 MO + 2,435 Al, onde NC expresso em t/ha, MO em % e Al em cmolc/dm

    3.

    Em solos que j receberam calcrio e quando a anlise indicar pH em gua inferior a 5,5, saturao por Al menor que 10%, teores de P alto ou muito alto e saturao por bases superior a 65%, a aplicao de corretivo, nas doses indicadas pelo ndice SMP, no necessariamente aumentar o rendimento da cultura de milho. importante tambm considerar que o mtodo SMP no detecta calcrio no solo que ainda no reagiu. Em geral, so necessrios trs anos para que ocorra dissoluo completa do calcrio. Observando-se esses aspectos, evitam-se gastos desnecessrios.

    2.3.2 Calagem em reas manejadas sob sistema plantio direto

    Precedendo a implantao do sistema plantio direto em solos manejados sob

    preparo convencional ou sob pastagem natural, recomenda-se ajustar o pH da camada arvel (17

    a 20 cm), mediante incorporao de calcrio. A dose a ser usada funo de

    vrios critrios, conforme indicado na Tabela 2.1. A quantidade indicada, em funo do ndice SMP, consta na Tabela 2.2.

    No caso de solos sob campo nativo, a eficincia da calagem superficial depende muito da acidez potencial do solo (maior em solos argilosos), da disponibilidade de nutrientes, do tempo transcorrido entre a calagem e a semeadura da cultura de milho ou de sorgo e da quantidade de precipitao pluvial. Por essa razo, sugere-se que o calcrio seja aplicado seis meses antes da semeadura de milho ou de sorgo.

    2.3.3 Calagem em solo sob preparo convencional

    No sistema de preparo convencional de solo (arao e gradagem), o corretivo deve ser incorporado uniformemente at a profundidade de 17 a 20 cm, conforme critrios estabelecidos na Tabela 2.1.

    Quando a quantidade de calcrio indicada na Tabela 2.2 aplicada integralmente, o efeito residual da calagem perdura por cerca de cinco anos, dependendo de fatores como manejo do solo, quantidade de N aplicada nas diversas culturas, eroso hdrica e outros fatores. Aps esse perodo, indica-se realizar nova anlise de solo para quantificar a dose de calcrio necessria.

  • 14

    Tabela 2.1 Calagem para culturas de gros.

    Sistema de manejo do solo

    Condio da rea Amostragem (cm)

    Critrio de deciso Quantidade de corretivo

    (1) Mtodo de aplicao

    Convencional Qualquer condio 0 - 20 pH < 6,0 (2)

    1 SMP para pH gua 6,0

    Incorporado

    Plantio Direto Implantao a partir de lavoura ou campo natural quando o ndice SMP for 5,0

    0 - 20 pH < 6,0 (2)

    1 SMP para pH gua 6,0

    Incorporado

    Implantao a partir de campo natural quando o ndice SMP for entre 5,1 e 5,5

    0 - 20 pH < 5,5 ou V < 65% (3)

    1 SMP para pH gua 5,5

    Incorporado (4)

    ou Superficial

    (5)

    Implantao a partir de campo natural quando o ndice SMP for > 5,5

    0 - 20 pH < 5,5 ou V < 65% (3)

    1 SMP para pH gua 5,5

    Superficial (5)

    Sistema consolidado (> 5 anos) 0 - 10 pH < 5,5 ou V < 65% (3)

    1/2 SMP para pH gua 5,5

    Superficial (5)

    (1) Corresponde quantidade de corretivo estimada pelo ndice SMP em que 1 SMP equivalente dose de corretivo para atingir o pHgua desejado, conforme Tabela 2.2. (2) No aplicar corretivo quando a saturao por bases (V) for > 80%. (3) Quando somente um dos critrios for atendido, no aplicar corretivo se a saturao por Al for menor do que 10% e se o teor de P for Muito alto. (4) A escolha do mtodo de incorporao de corretivo em campo natural deve ser feita com base nos demais fatores de produo. Quando se optar pela incorporao, aplicar a dose 1 SMP para pHgua 6,0. (5) No mximo, aplicar 5 t/ha (PRNT 100%). Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

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    Tabela 2.2 Quantidade de calcrio (PRNT = 100%) necessria para elevar o pH do solo em gua a 5,5 ou 6,0.

    ndice SMP

    pHgua desejado

    ndice SMP

    pHgua desejado

    5,5 6,0 5,5 6,0 --------------t/ha--------------- --------------t/ha---------------

    < 4,4 15,0 21,0 5,8 2,3 4,2 4,5 12,5 17,3 5,9 2,0 3,7 4,6 10,9 15,1 6,0 1,6 3,2 4,7 9,6 13,3 6,1 1,3 2,7 4,8 8,5 11,9 6,2 1,0 2,2 4,9 7,7 10,7 6,3 0,8 1,8 5,0 6,6 9,9 6,4 0,6 1,4 5,1 6,0 9,1 6,5 0,4 1,1 5,2 5,3 8,3 6,6 0,2 0,8 5,3 4,8 7,5 6,7 0,0 0,5 5,4 4,2 6,8 6,8 0,0 0,3 5,5 3,7 6,1 6,9 0,0 0,2 5,6 3,2 5,4 7,0 0,0 0,0 5,7 2,8 4,8 - - -

    Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

    2.3.4 Calcrio na linha

    Essa prtica consiste na aplicao, na linha de semeadura de milho ou de sorgo, de pequenas quantidades de calcrio mineral finamente modo (filler) ou de calcrio proveniente da moagem de conchas marinhas. Devem ser observados os seguintes critrios:

    em solo com elevada acidez e no corrigido, a aplicao de calcrio na linha deve ser associada a uma calagem parcial equivalente metade da indicao para pH 5,5;

    em solo com acidez intermediria (necessidade de calcrio para pH 6,0 menor que 7 t/ha), a prtica de uso de calcrio na linha pode ser adotada isoladamente;

    em solo com acidez corrigida integralmente, no se indica usar esta prtica;

    o calcrio deve apresentar PRNT superior a 90% quando for de origem mineral ou superior a 75% quando for originado de concha marinha;

    a quantidade de calcrio a aplicar, por cultura, varia de 200 a 300 kg/ha, para solos de lavoura, e de 200 a 400 kg/ha, para solos sob campo nativo.

    2.4 Adubao 2.4.1 Nitrognio para milho

    As doses de nitrognio (N) indicadas para a cultura de milho so apresentadas na Tabela 2.3, variando, em funo do teor de matria orgnica do solo e da cultura anterior, considerando-se uma expectativa de rendimento de aproximadamente 4 t/ha de gros em anos com precipitao pluviomtrica normal.

    Para definir o teto de rendimento podem ser utilizados os seguintes critrios:

    4 t/ha: solo, clima ou manejo pouco favorveis (m distribuio de chuva, solos com baixa reteno de umidade, semeadura fora de poca, baixa densidade de plantas etc.);

    4 a 6 t/ha: solo, clima e manejo favorveis ao desenvolvimento da cultura; 6 a 8 t/ha: solo, clima e manejo favorveis, incluindo eventual uso de irrigao

    ou drenagem, uso de gentipos bem adaptados e manejo eficiente do solo; e

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    > 8 t/ha: condies ambientais e de manejo muito favorveis (todos os nutrientes em quantidades adequadas), utilizao de gentipos de elevado potencial produtivo e uso eficiente de irrigao ou em safras com ampla distribuio de chuva. Tabela 2.3 Doses de nitrognio para a cultura de milho nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

    Teor de matria orgnica no solo

    Nitrognio (base + cobertura)

    Cultura antecedente (1)

    Leguminosa Consorciao ou

    pousio Gramnea

    -----------%---------- ----------Kg de N/ha---------- 2,5 70 80 90

    2,6 5,0 50 60 70 > 5,0 30 40 50

    (1) As quantidades de N indicadas so para uma estimativa de produo mdia de massa seca da cultura antecedente. Pode-se alterar a dose em at 20 kg/ha: para mais, se a semeadura de milho for aps produo elevada de gramnea e para menos, se a semeadura de milho for aps leguminosa ou consorciao. Para expectativa de rendimento maior do que 4 t/ha, acrescentar aos valores da tabela 15 kg de N/ha, por tonelada adicional de gros a serem produzidos. Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

    A contribuio da cultura antecedente em termos de N depende da qualidade e

    da quantidade da biomassa produzida, em massa seca. Pode-se adotar os seguintes valores de rendimento de biomassa para leguminosa, gramnea ou consorciao:

    Leguminosa - baixa: < 2 t/ha; mdia: 2 a 3 t/ha; alta: > 3 t/ha. Gramnea ou consorciao - baixa: < 2 t/ha; mdia: 2 a 4 t/ha; alta: > 4 t/ha. Conforme indicado no rodap da Tabela 2.3, as doses de N indicadas se

    referem a um rendimento mdio de biomassa da cultura antecedente e ajustes (20 kg de N/ha) para mais ou para menos podem ser feitos.

    O nabo forrageiro pode ser considerado como leguminosa de baixa produo, para solos com teores de matria orgnica menores que 3%, e como leguminosa de mdia produo, para os demais solos.

    No sistema de preparo convencional, recomenda-se aplicar entre 10 e 30 kg de N/ha na semeadura, dependendo da expectativa de rendimento, e o restante da dose em cobertura a lano ou em sulco, quando as plantas estiverem com 4 a 8 folhas ou com 40 a 60 cm de altura. Em condies de chuva intensa ou se a dose de N for elevada, pode-se fracionar a aplicao em duas partes, com intervalo de 15 a 30 dias.

    No sistema plantio direto, recomenda-se aplicar entre 20 e 30 kg de N/ha na semeadura, quando esta for feita sobre resduos de gramneas e entre 10 e 15 kg de N/ha, quando a semeadura for sobre resduos de leguminosas. Bons resultados tm sido obtidos com a aplicao da adubao nitrogenada em cobertura no estdio de 4 a 6 folhas em lavoura sob sistema plantio direto, especialmente nos primeiros anos de implantao do sistema e em solos com baixa disponibilidade de N. A incorporao de N em cobertura em relao aplicao a lano aumenta o rendimento em cerca de 5%. Destaca-se que em condies de umidade do solo adequado e em clima favorvel (15 a 30 mm de chuva aps aplicao, dependendo da textura do solo), os adubos nitrogenados apresentam eficincia semelhante, devendo ser usada a fonte com menor custo unitrio de N. O fracionamento da aplicao de N em cobertura indicado quando a dose elevada. Em pesquisas em Argissolo Vermelho distrfico tpico, foi observado que, em reas com boa fertilidade e com sistema de semeadura direta bem estabelecido (mais de dez anos), o parcelamento da dose de nitrognio em cobertura no se mostra

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    estratgia eficiente para incrementar o rendimento de gros de milho, mesmo em condies de elevada precipitao e com a aplicao de doses altas do nutriente.

    As doses indicadas pressupem que a maioria dos fatores de produo estejam em nveis adequados. Dessa forma, em muitas situaes, haver necessidade de ajustes locais, tanto da adubao, como da calagem.

    Para hbridos modernos e de elevado potencial produtivo, pesquisas recentes tm indicado a possibilidade de aplicao de parte do N em cobertura at o espigamento.

    2.4.2 Nitrognio para milho pipoca As doses de nitrognio indicadas para a cultura de milho pipoca so apresentadas na Tabela 2.4. Nesse caso, indica-se o mesmo manejo da adubao nitrogenada recomendado para milho tanto no sistema de preparo convencional como no plantio direto. Tabela 2.4 Doses de nitrognio para a cultura de milho pipoca nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

    Nvel de matria de orgnica do solo Nitrognio

    -------------------%------------------- ------------------Kg de N/ha-------------- < 2,5 70

    2,6 5,0 50 > 5,0 30

    Para a expectativa de rendimento maior que 3 t/ha, acrescentar 15 kg de N/ha, por tonelada adicional de gros a serem produzidos. Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

    2.4.3 Nitrognio para sorgo

    As doses de nitrognio indicadas para a cultura de sorgo so apresentadas na Tabela 2.5, variando em funo do nvel de matria orgnica do solo, considerando-se uma expectativa de rendimento de aproximadamente 3 t/ha de gros em anos com precipitao pluviomtrica normal.

    Aplicar 20 kg de N/ha na semeadura e o restante em cobertura, quando as plantas estiverem com cinco a sete folhas (aproximadamente 30 a 35 dias aps a emergncia), antes do incio da diferenciao do primrdio floral. A adubao nitrogenada em cobertura pode ser parcial ou totalmente suprimida, dependendo das condies de clima.

    Tabela 2.5 Doses de nitrognio para a cultura de sorgo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

    Nvel de matria orgnica no solo Nitrognio

    -----------------%---------------- ------------------Kg de N/ha--------------- 2,5 60

    2,6 5,0 40 > 5,0 20

    Para a expectativa de rendimento maior que 3 t/ha, acrescentar 15 kg de N/ha, por tonelada adicional de gros a serem produzidos. Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

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    2.4.4 Fsforo e potssio

    As quantidades de fertilizante contendo P e K a aplicar variam em funo dos teores desses nutrientes no solo (Tabela 2.6). O limite superior do teor "Mdio" considerado o nvel crtico de P e de K no solo, a partir do qual pouco incremento no rendimento esperado com a aplicao de fertilizante contendo esses nutrientes.

    As doses de P2O5 e de K2O (Tabelas 2.7 e 2.8) so indicadas em funo de dois parmetros bsicos: a) a quantidade necessria para o solo atingir o nvel mdio em duas safras (adubao corretiva gradual), e b) a exportao desses nutrientes pelos gros e perdas diversas. Com base nesses critrios ter-se- uma adubao balanceada em termos de manuteno da fertilidade do solo e previso de retornos econmicos satisfatrios. As doses das Tabelas 2.7 e 2.8 presumem um rendimento mnimo de 4 t/ha para milho e 3 t/ha para milho pipoca e sorgo. Para rendimento maior, devero ser acrescentados, por tonelada de gros, 15 kg/ha de P2O5 e 10 kg/ha de K2O para as trs culturas citadas. Na Tabela 2.6 os teores de P e de K interpretados como Alto e Muito alto representam situaes nas quais esperado desenvolvimento mximo da cultura e as doses de P2O5 e de K2O indicadas para essas faixas nas Tabelas 2.7 e 2.8 representam a adubao de manuteno (45 kg/ha de P2O5 e 30 kg/ha de K2O para milho e 35 kg/ha de P2O5 e 25 kg/ha de K2O para milho pipoca e sorgo). Decorridas duas safras aps a aplicao das doses indicadas, recomenda-se realizar nova amostragem de solo para planejar a adubao das prximas duas safras.

    As doses indicadas pressupem que a maioria dos fatores de produo estejam em nveis adequados. Dessa forma, em muitas situaes, haver necessidade de ajustes locais, tanto da adubao, como da calagem.

    Para permitir o ajuste das doses em funo das frmulas de fertilizantes existentes no mercado, pode-se admitir uma variao de 10 kg/ha nas quantidades recomendadas nas Tabelas 2.3, 2.4, 2.5, 2.7 e 2.8, sobretudo nas doses mais elevadas.

    Tabela 2.6 Interpretao dos teores de fsforo e de potssio no solo.

    Interpretao P Mehlich-I P-resina em lmina

    K Mehlich-I

    Classe textural do solo1

    CTC pH7,0 cmolc/dm3

    1 2 3 4 >15,0 5,1-15,0 5,0

    ----------------mg P/dm3 --------------- -----------mg K/ dm

    3 ----------

    Muito Baixo 2,0 3,0 4,0 7,0 5,0 30 20 15 Baixo 2,1-4,0 3,1-6,0 4,1-8,0 7,1-14,0 5,1-10,0 31-60 21-40 16-30 Mdio 4,1-6,0 6,1-9,0 8,1-12,0 14,1-21,0 10,1-20,0 61-90 41-60 31-45 Alto 6,1-12,0 9,1-18,0 12,1-24,0 21,1-42,0 20,1-40,0 91-180 61-120 46-90 Muito Alto >12,0 >18,0 >24,0 >42,0 >40,0 >180 >120 >90 1 Teor de argila: classe 1: >60%; classe 2: 60-41%; classe 3: 40-21%; classe 4: 20%.

    Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

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    Tabela 2.7 Doses de fsforo e de potssio para a cultura de milho nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

    Interpretao Doses de Fsforo (kg P2O5/ha) Doses de Potssio (kg K2O ha-1

    )

    1o cultivo 2

    o cultivo 1

    o cultivo 2

    o cultivo

    Muito baixo 125 85 110 70 Baixo 85 65 70 50 Mdio 75 45 60 30 Alto 45 45 30 30 Muito alto 0 45 0 30 Para rendimento superior a 4 t ha

    -1, acrescentar 15 kg P2O5 por tonelada e 10 kg K2O por tonelada aos

    valores da tabela, por tonelada adicional de gros a serem produzidos. Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

    Tabela 2.8 Doses de fsforo e de potssio para a cultura de milho pipoca e sorgo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

    Interpretao Doses de Fsforo (kg P2O5/ha) Doses de Potssio (kg K2O ha-1

    )

    1o cultivo 2

    o cultivo 1

    o cultivo 2

    o cultivo

    Muito baixo 115 75 105 65 Baixo 75 55 65 45 Mdio 65 35 55 25 Alto 35 35 25 25 Muito alto 0 35 0 25 Para rendimento superior a 3 t/ha, acrescentar 15 kg P2O5/t e 10 kg K2O/t aos valores da tabela, por tonelada adicional de gros a ser produzida. Fonte: Sociedade Brasileira de Cincia do Solo. Ncleo Regional Sul. Comisso de Qumica e de Fertilidade do Solo - RS/SC. Manual de adubao e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p.

    2.4.4.1 Fontes de fsforo e de potssio

    Para os adubos fosfatados total ou parcialmente solveis, a dose de P2O5 deve

    ser calculada levando em considerao o teor de P2O5 solvel em gua e em citrato neutro de amnio. No caso dos termofosfatos e das escrias, as quantidades devem ser calculadas levando-se em considerao o teor de P2O5 solvel em cido ctrico a 2%, na relao 1/100.

    Os fosfatos naturais reativos apresentam baixa solubilidade em gua, mas so eficientes como fonte de P, particularmente em solos com pH menor que 5,5. Com base no efeito desses fosfatos, verificou-se que eles tendem a ser equivalentes aos fertilizantes solveis na segunda ou terceira cultura aps a aplicao, mas proporcionam menor rendimento de gros na primeira cultura, quando comparados com fosfatos acidulados (superfosfato triplo, superfosfato simples). Em solos com teor elevado de P no se observaram diferenas no rendimento de gros entre os fosfatos naturais reativos e os fosfatos acidulados, tanto em aplicaes a lano como na linha de semeadura. Sua indicao, portanto, mais adequada em solos com pH inferior a 5,5 e teor mdio ou alto de P. A dose deve ser estabelecida em funo do teor total de P2O5.

    As fontes de fertilizantes potssicos so cloreto de potssio (KCl) e sulfato de potssio (K2SO4), sendo ambos solveis em gua e de eficincia agronmica equivalente.

    Na escolha de qualquer fonte de P ou de K deve ser considerado o custo da unidade de P2O5 e K2O posto na propriedade, levando em conta os critrios de solubilidade acima indicados.

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    2.5 Fertilizantes orgnicos

    Adubos orgnicos podem ser usados nas culturas de milho e sorgo. As doses de N, P2O5 e de K2O devem ser as mesmas das tabelas 2.3, 2.4, 2.5, 2.7 e 2.8 e o clculo deve ser realizado levando em considerao a reao desses produtos no solo. Em geral, a liberao de nutrientes da frao orgnica, na primeira safra, cerca de 50% para N e 80% para P. J o K liberado integralmente na primeira safra. Salienta-se que o ndice de eficincia do N e do P varia com o tipo de adubo orgnico utilizado. 2.6 Fertilizantes organominerais

    Este grupo de fertilizantes provm da mistura de fertilizantes orgnicos e minerais. O clculo da dose a usar deve ser feito com base nos teores de N, de P2O5, de K2O e de outros nutrientes. A frao orgnica desses fertilizantes no aumenta a eficincia de aproveitamento de N, P e K pelas plantas. A escolha desses produtos deve considerar o custo da unidade de N-P2O5-K2O. 2.7 Fertilizantes foliares

    Os resultados de pesquisa com vrios tipos de fertilizantes foliares indicam no haver vantagem de seu emprego nas culturas de milho e sorgo.

    2.8 Micronutrientes

    As informaes de pesquisas realizadas nos ltimos anos indicam que a maioria dos solos apresenta disponibilidade adequada de micronutrientes (Zn, Cu, B, Mo, Mn, Fe, Cl e Co), no havendo incremento na produo com a sua aplicao, apesar de, s vezes, as plantas apresentarem mudanas no aspecto visual. Em adio, deve ser considerado que a maioria dos fertilizantes fosfatados e os corretivos da acidez apresentam alguns desses nutrientes em sua composio. J os adubos orgnicos podem conter concentraes significativas desses elementos. Por essa razo, a aplicao de micronutrientes s deve ser realizada se a anlise de solo ou do tecido foliar indicar evidente deficincia.

    2.9 Enxofre e gesso agrcola

    O gesso (CaSO4.2H2O) uma fonte de enxofre e de clcio s plantas. Na forma comercial, contm 13% de S e 16% de Ca. Excetuando o MAP (fosfato monoamnico) e o DAP (fosfato diamnico), as demais fontes de P contm clcio, variando de 12% no superfosfato triplo a 18% no superfosfato simples. Entre as alternativas de fontes de enxofre, o superfosfato simples apresenta 10% a 12% de enxofre. Em adio, frmulas N-P2O5-K2O contendo baixo teor de P2O5, geralmente so elaboradas com superfosfato simples e, portanto, contm enxofre.

    No caso de comprovao de deficincia de enxofre, atravs da anlise de solo (< 10 mg S/dm

    3), indica-se usar cerca de 20 a 30 kg de enxofre por hectare. Solos

    arenosos e com baixo teor de matria orgnica apresentam maior probabilidade de ocorrncia de deficincia de enxofre.

    Com relao ao uso de gesso agrcola como condicionador qumico de camadas subsuperficiais, os resultados de pesquisa indicaram no haver resposta da cultura de milho e de sorgo ao produto na regio Sul do Brasil.

    2.10 Relao Ca/Mg do solo

    Em situaes normais, a relao Ca/Mg do solo gira em torno de 3:1. Em alguns solos o teor de Ca e de Mg trocvel pode ser semelhante, resultando numa

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    relao Ca/Mg prxima a 1, podendo variar em funo da composio natural do solo e do manejo de fertilizantes e corretivos. Aparentemente no h efeitos prejudiciais dessa condio na produtividade das culturas, entre elas milho e sorgo. A razo para isso provavelmente decorre do fato de a relao Ca/Mg na anlise ser muito diferente da que existir na superfcie das razes. Assim sendo, considerando o nvel de conhecimento geral sobre o assunto, pressupe-se que uma relao baixa desses nutrientes no deve resultar em danos cultura, desde que os teores individuais no solo estejam acima dos valores considerados crticos. Dessa forma, se a relao Ca/Mg for prxima de 1, o emprego de calcrio calctico s se justifica se o preo for equivalente ao do calcrio dolomtico.

  • 22

    3 CULTIVARES

    3.1 Cultivares de Milho

    Encontram-se disposio do produtor um grande nmero de cultivares comerciais

    de milho. Quanto ao ciclo, so classificadas em superprecoces, precoces e normais (tardios). Quanto ao tipo, so classificadas em dois grupos: cultivares hbridas (hbridos) e cultivares de polinizao aberta (variedades).

    Cultivares Hbridas a) Hbrido Simples: resultante do cruzamento de duas linhagens. b) Hbrido Simples Modificado: utiliza-se como genitor feminino o hbrido de duas

    linhagens irms e como genitor masculino outra linhagem. c) Hbrido Triplo: resultante do cruzamento de um hbrido simples com uma terceira

    linhagem. O hbrido triplo tambm pode ser obtido sob a forma de hbrido modificado. d) Hbrido Duplo: resultante do cruzamento de dois hbridos simples, envolvendo

    quatro linhagens. Cultivares de Polinizao Aberta Variedades Melhoradas: populao de plantas que se intercruzam livremente. Em

    razo de terem passado por processo de seleo, apresentam freqncia de genes favorveis mais elevada que populaes originais ou no melhoradas.

    Variedades Locais ou Crioulas: populao de plantas que se intercruzam livremente, e no passaram por processo de seleo em programas de melhoramento. No apresentam registro junto ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    Os diferentes tipos de cultivares de milho apresentam vantagens e desvantagens,

    que podem ser analisadas sob trs aspectos principais: uniformidade, produtividade e estabilidade (menor variao em uma gama de ambientes).

    Os hbridos simples apresentam as vantagens de maior uniformidade e potencial produtivo quando comparados aos hbridos triplos, duplos e variedades melhoradas. No entanto, como regra geral, apresentam maior custo na aquisio de sementes.

    Para os hbridos expressarem seu potencial de rendimento precisam de manejo adequado, prticas culturais, tratamentos fitossanitrios, disponibilidade de gua, adubao de base e nitrognio em cobertura, nas doses recomendadas, razo pela qual tornam-se mais adequados para produtores com expectativa de elevado rendimento.

    As variedades melhoradas, alm do menor custo da semente, no apresentam reduo no potencial produtivo quando semeadas na safra seguinte, o que possibilita aos produtores a produo de semente prpria, por perodo no superior a trs safras consecutivas.

    3.1.1 Critrios de escolha de cultivares

    A escolha da cultivar de milho mais adequada para semeadura de extrema importncia e cabe a cada produtor decidir qual a melhor estratgia a ser adotada em sua propriedade. Alguns fatores como caractersticas da propriedade, nvel tecnolgico do produtor, capital financeiro disponvel, poca de semeadura, ciclo e tipo de cultivar devem ser considerados, de modo a otimizar a produo de gros e silagem. Alm das caractersticas inerentes a cada tipo de cultivar, indispensvel que se verifique a indicao da mesma para a regio onde ser cultivada. 3.1.1.1 Nvel de tecnologia a ser adotado

    Em reas tecnificadas, com uso adequado de insumos (adubos, herbicidas, inseticidas, irrigao, etc.), em que se espera obter rendimento de gros elevado, a

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    utilizao de hbridos tem sido vantajosa agronmica e economicamente. O maior potencial de rendimento de gros dos hbridos deve-se ao chamado vigor hbrido ou efeito de heterose que se manifesta na gerao F1. O vigor hbrido determinado ao se cruzar duas ou mais linhagens endogmicas onde grande quantidade de genes permanece em heterozigose. Na gerao seguinte (F2), ocorre segregao gnica, com muitas plantas podendo ser portadoras de genes desfavorveis recessivos na condio homozigtica. Desta forma, para pleno uso do vigor hbrido, indica-se a aquisio de semente a cada ano de cultivo. A reduo do potencial de produtividade de plantas da segunda gerao em relao da primeira de 10 a 15%.

    Na escolha do tipo de hbrido a ser utilizado, deve-se considerar o nvel de tecnologia a ser adotado. At pouco tempo, os hbridos simples e simples modificados, por terem base gentica mais estreita, eram considerados sensveis s condies ambientais e expressavam melhor seu potencial medida que se melhora as condies de ambiente. No entanto, resultados de pesquisa obtidos recentemente com hbridos simples modernos mostram que h vantagem tcnico-econmica com sua adoo, mesmo sob condies em que h estresse. Neste sentido, um dos aspectos importantes na escolha do tipo de cultivar o poder aquisitivo do produtor, j que com as sementes de hbrido simples h maior dispndio para aquisio do que com as de hbrido duplo ou de variedade de polinizao aberta melhorada.

    As variedades melhoradas de milho resultam de algumas tcnicas de melhoramento que no conduzem homozigose. Diferentemente dos hbridos, as variedades no se baseiam na utilizao da heterose para atingir seu potencial de rendimento de gros. No entanto, apresentam maior potencial de rendimento de gros e uniformidade de planta em relao s variedades comuns de polinizao aberta. Quando comparadas com os hbridos, tm menor potencial de rendimento de gros e menor uniformidade de planta. As sementes das variedades melhoradas podem ser usadas por dois a trs anos, sem reduo significativa do potencial de rendimento, dispensando, portanto, a aquisio anual.

    Independentemente do nvel de tecnologia a ser adotado, a escolha da cultivar de milho vai depender tambm do tamanho da rea cultivada. Em lavouras de tamanho mdio ou grande, deve-se indicar uso de mais de uma cultivar, com caractersticas de planta e de ciclo distintas, visando contornar situaes especficas de estresse. 3.1.1.2 Regio de cultivo, poca de semeadura e sistemas de rotao e sucesso de culturas

    As cultivares de milho indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul podem apresentar ciclo superprecoce, precoce ou normal. A maior diferena de ciclo entre elas ocorre no perodo emergncia ao florescimento. Em regies mais frias, o ciclo das cultivares se alonga devido ocorrncia de temperatura de ar mais baixa. Nessa condio, deve-se indicar o uso de cultivares superprecoces e precoces em relao s de ciclo normal.

    Na semeadura do cedo (agosto/setembro), as cultivares de ciclo superprecoce e precoce so mais adequadas por tolerarem temperatura de solo mais baixa que as de ciclo normal durante o subperodo semeadura-emergncia. Do mesmo modo, na semeadura do tarde (dezembro/janeiro) deve-se dar preferncia utilizao de cultivares precoces ou superprecoces como estratgia de escape de ocorrncia de geada precoce no outono, que interrompe o processo de enchimento de gros.

    Em reas de vrzea, em sistemas de rotao com arroz irrigado, deve-se tambm considerar na escolha das cultivares aspectos como tolerncia ao excesso de umidade no solo e ao acamamento e quebramento, colmos vigorosos, baixa estatura e baixa insero de espiga. De modo geral, as cultivares superprecoces e precoces tm dado melhores resultados nessas reas.

    Quando o milho participa como primeira cultura de um sistema de sucesso, deve-se utilizar cultivares precoces ou superprecoces para reduzir seu ciclo de

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    desenvolvimento e, conseqentemente, no retardar muito a poca de semeadura da cultura em sucesso. As sucesses milho do cedo e feijo do tarde e milho do cedo e batata de safrinha constituem-se em exemplos de sistemas em que indicado o uso de cultivares de milho de ciclo mais curto. 3.1.1.3 Objetivo da produo

    A escolha da cultivar de milho vai depender do objetivo da produo, se para gros ou para silagem. Para silagem, as cultivares superprecoces e precoces produzem um produto de melhor qualidade devido maior proporo de gros na planta. As cultivares de ciclo normal, por apresentarem maior estatura de planta e maior produo de massa verde, originam maior volume de produo, porm com menor qualidade. Vale destacar que entre as cultivares superprecoces e precoces h hbridos mais indicados do que outros para confeco de silagem, seja de planta inteira ou de gro mido.

    O tipo e a distribuio do endosperma influenciam as caractersticas dos gros de milho e, por conseguinte, sua forma de uso. O gro de milho composto por dois tipos de endosperma: o endosperma crneo, duro ou vtreo, formado por grande nmero de gros de amido pequenos e poligonais, e o endosperma mole ou farinceo, composto por gros de amido maiores e arredondados. Conforme o tipo e a distribuio de endosperma nos gros, as cultivares podem ser classificadas nos seguintes grupos: Dentado as partes laterais dos gros so compostas por endosperma duro, enquanto o centro formado por endosperma mole. Pelo fato do endosperma mole contrair-se mais que o duro durante o processo de perda de umidade, h formao de uma depresso na parte superior do gro, semelhante a um alvolo dental. As cultivares diferenciam-se quanto ao grau de dentamento do gro. A sua maior parte apresenta gros semiduros ou semidentados. Os gros dentados so mais moles e de fcil triturao, sendo mais indicados para fornecimento in natura aos animais. No entanto, eles requerem maior cuidado no armazenamento que os gros mais duros. Duro por ser composto principalmente por endosperma crneo ou vtreo, este tipo de gro apresenta melhor condio de armazenamento e menor germinao na espiga. Pipoca tambm considerado um milho duro, diferindo apenas pelo fato de que os gros so menores que os de milho duro comum. Alm disto, possuem o pericarpo rgido e espaamento entre os grnulos de amido no interior do gro, caractersticas que conferem capacidade de expanso ao endosperma. Doce um gene especfico previne ou retarda a converso normal da sacarose em amido durante o desenvolvimento do endosperma. Devido a este processo, os gros de milho doce apresentam-se enrugados na maturao. Este tipo de milho cultivado para consumo humano no estado de gros leitosos. O cultivo de milho doce apresenta trs grandes restries: baixa produtividade de gros, devido ao baixo vigor de planta, elevada incidncia de pragas e a rpida perda de qualidade dos gros aps a colheita, caso no sejam consumidos ou processados industrialmente. As suas grandes vantagens em relao ao milho comum esto na maior qualidade para consumo, devido ao maior teor de acar nos gros, alta palatabilidade, devido ao pericarpo fino, e o maior tempo de permanncia em ponto timo de colheita da espiga.

    Alm do tipo e da distribuio do endosperma, a cor e a qualidade dos gros de milho so caractersticas que devem ser levadas em considerao na escolha da cultivar. A maioria das cultivares de milho apresenta gros com colorao amarela, amarelo-alaranjada, vermelho-alaranjada e alaranjada. No entanto, h cultivares que tm pericarpo e endosperma com colorao branca. A vantagem desta caracterstica possibilitar a mistura da farinha de milho de trigo, dentro de certos limites, sem alterar a

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    cor da farinha de trigo. Esta caracterstica importante na comercializao desse produto.

    Estes so os principais critrios que devem nortear o produtor na escolha de cultivares de milho para uma determinada regio e sistema de cultivo. Alm disto, o produtor tem que considerar sua adaptao s caractersticas de clima e solo da regio e a intensidade de uso de outros insumos, como fertilizantes e defensivos.

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    Tabela 3.1 Relao das cultivares de milho indicadas para o cultivo no Estado do Rio Grande do Sul, safra 2009/2010 e algumas caractersticas obtidas nas safras de 2007/2008 e 2008/2009 (AP = altura da planta em cm, AE = altura da insero da espiga em cm, DP = dias da emergncia at 50% do pendoamento.

    DADOS FORNECIDOS PELAS EMPRESAS OBTENTORAS/MANTENEDORAS DADOS DA PESQUISA PBLICA

    2007/08 2008/09 Produo gros

    Hbrido Empresa

    Tipo ( 1 )

    Ciclo ( 2 )

    poca Preferen- cial ( 3 )

    Classe ( 4 )

    Tipo Gro ( 5 )

    kg ha -1

    AP AE DP AP AE DP 07/08 08/09

    AS 32 * Agroeste HD P C/N/T amar s. duro 207 124 74 192 108 74 7651 6776 AS 1535 Agroeste HSm P C amar alar s. duro 212 126 73 - - - 8802 - AS 1540 Agroeste HSm P C alar s. duro 204 123 74 - - - 9104 - AS 1551 Agroeste HS P C amar s. duro 199 111 70 195 99 69 8986 8320 AS 1572 Agroeste HS P C amar s. dent 209 123 70 208 115 70 9509 8941 AS 1577 Agroeste HS P C amar.alar s. duro 208 124 73 206 117 72 8781 8526 AS 1579 Agroeste HS P C amar s.dent 208 125 73 200 112 72 9387 8284 AGN 20 A 06 Agromen HT P amar.lar s. duro 204 116 72 - - - 8942 - BM 810 Biomatrix HS P N/T alar s. duro 202 114 70 196 101 70 8793 7692 BM 1115 * Biomatrix HS P C/N aver s. duro 213 116 70 - - - 8151 - BM 1120 * Biomatrix HT P C aver s. duro 217 123 71 - - - 8585 - BM 2202 * Biomatrix HD P C/N/T aver s. duro 218 121 74 207 107 72 7139 6935 CD 304 * Coodetec HT SP C/N/T alar. duro 200 110 71 - - - 7650 - CD 306 * Coodetec HT P C/N amar s. dent 196 114 71 - - - 7555 - CD 308 * Coodetec HD P C/N/T alar s. duro 195 107 68 189 102 71 7176 7049 CD 382 Coodetec HT P C amar s. duro 195 107 72 - - - 8386 - DG 601 Datagene HT SP C/N/T alar s. duro 196 109 72 - - - 7415 - DG 501 * Datagene HT P C/N/T amar s. duro 198 118 74 - - - 7330 - DKB 234 Dekalb HS SP C/N amar s. dent 212 118 70 217 109 68 8703 8701 DKB 330 * Dekalb HS SP C/N/T alar s. duro 193 106 73 191 99 72 8453 8012 DKB 615 Dekalb HD SP C/N alar s. duro 201 115 71 194 101 72 7677 7219 DKB 177 Dekalb HS P C/N alar duro 208 121 74 211 118 75 9440 8223 DKB 240 Dekalb HS P C/N alar s.duro 198 107 68 193 97 68 9458 9188 DKB 566* Dekalb HT P C/N/T amar s. dent 204 109 69 204 104 69 8435 8588 DKB 747 Dekalb HD P N/T alar s. duro 224 121 75 - - - 7491 - DKB 979 * Dekalb HD P C/N/T alar s. duro 221 120 72 196 101 73 8076 7790

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    FEPAGRO S 395 * Fepagro/Semilha HT P N amar alar s. dent 207 113 67 201 103 69 7670 7567 S. 397 Fepagro/Semilha HT SP C/N alar s. duro 204 119 71 192 103 70 9109 7279 FTH 510 FT Sementes HS P C amar s. duro 212 127 72 - - - 8911 - FTH 950 FT Sementes HT P C amar s.duro 207 122 73 - - - 8993 - FUNDACEP PIONEIRO Fundacep HS P N alar s.duro 197 113 73 195 103 74 8573 7081 BX 945 Nidera Sementes HS SP C/N alar s. dent 212 117 71 - - - 9282 - BX 970 Nidera Sementes HS SP C/N alar s. duro 205 114 73 206 104 72 8439 7805 3069 * Pioneer HSm SP C/N/T alar duro 196 115 70 191 102 69 8130 7567 32 R 22 Pioneer HS SP C amar alar s. duro 214 116 67 202 94 66 8773 7555 32 R 48 Pioneer HS SP C amar s. duro 206 111 70 204 100 67 9529 8587 30 F 36 Pioneer HS P C/N alar s. duro 209 121 74 205 108 74 10.107 9263 30 F 53 * Pioneer HS P C/N alar s. duro 197 112 72 187 100 72 9662 8925 30 R 50 * Pioneer HS P C/N alar s. duro 205 125 73 - - - 10.171 - SHS 4050 Santa Helena HD SP C/N/T lar duro 207 116 72 - - - 7666 - SHS 5050 Santa Helena HT SP C/N/T alar s. duro 195 114 67 201 109 68 7731 7432 SHS 5070 Santa Helena HT SP C/N/T lar duro 194 113 73 197 98 72 7078 6736 SHS 4060 * Santa Helena HD P C/N/T alar s. duro 210 115 74 202 110 73 7544 7013 SHS 4080 * Santa Helena HD P C/N/T alar s. duro 212 126 73 202 109 72 7458 7335 SHS 5080 * Santa Helena HT P C/N/T alar s. duro 210 119 74 203 106 72 7106 7430 SHS 7070 Santa Helena HS P C/N aver duro 214 124 73 202 112 74 7502 7102 SHS 7080 Santa Helena HS P C/N alar s. duro 202 103 69 202 103 69 7536 6831 AG 6018 Sem. Agroceres HT SP C/N amar s. duro 199 112 70 205 102 68 8307 8422 AG 6020 Sem. Agroceres HT SP N/T alar s. duro 193 111 71 188 105 70 7812 6980 AG 9010 Sem. Agroceres HSm SP N/T alar s. duro 183 100 68 - - - 7619 - AG 9020 * Sem. Agroceres HS SP C/N amar s. dent 202 110 68 204 100 67 8676 7969 AG 122 * Sem. Agroceres HD P C/N/T amar dent 211 122 74 209 114 72 7497 7090 AG 2020 * Sem. Agroceres HD P C/N alar s. duro 208 114 70 197 102 70 7960 7778 AG 5011 * Sem. Agroceres HT P C/N/T amar s. dent 188 114 74 184 101 74 8567 7977 AG 8011 Sem. Agroceres HS m P C/N/T alar s. dent 199 109 68 191 100 68 9357 8993 AG 8015 Sem. Agroceres HS P C/N amar s. dent 205 112 68 194 95 66 9423 7736 AG 8021 Sem. Agroceres HT P C/N alar s. dent 224 126 71 217 121 70 9037 8895 BALU 580 Sem. Balu HD P C/N/T alar duro 218 125 74 194 108 75 8492 7425 DOW 766 * Sem. Dow HS SP C/N/T lar s. dent 200 113 70 - - - 8382 - DOW 2B 587 Sem. Dow HS P C alar s.dent 199 111 73 193 100 73 9334 8927 SG 6418 * Sem. Guerra HD SP N/T alar duro 203 114 71 200 104 70 7921 7693

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    SG 150 * Sem. Guerra HD P N/T lar duro 209 118 70 200 107 71 7615 6946 SPRINT Syngenta HS SP C/N alar s. duro 191 108 66 - - - 7686 - PENTA Syngenta HS P C/N lar duro 197 117 73 - - - 8529 - PREMIUM FLEX Syngenta HS P C/N lar duro 206 125 72 - - - 8611 - TORK Syngenta HS P C/N/T lar duro 193 106 75 - - - 8074 - MAXIMUS * Syngenta HS P C/N/T alar s. duro 210 112 70 - - - 8969 -

    Valores mdios obtidos em experimentos a campo coordenados pela FEPAGRO, com a colaborao da EMATER, EMBRAPA, FUNDACEP, COSUEL, BIOMATRIX, SETREM e MONSANTO durante dois ou mais anos em Aratiba, Capo do Leo, Carazinho, Cruz Alta, Encantado, Independncia, No-Me-Toque, Palmeira das Misses, Passo Fundo, Pelotas, Santo Augusto, Vacaria e Veranpolis com densidades equivalentes a 60.000 plantas por hectare para os hbridos de ciclo superprecoce e precoce. ( 1 ) Tipo: Hbrido simples (HS); Hib. simples modificado (HSm); Hib. triplo (HT); Hib. triplo modificado (HTm); Hib. duplo (HD). ( 2 ) Ciclo: Superprecoce (SP); Precoce (P); Tardio(T). ( 3 ) poca preferencial para semeadura considerando o zoneamento agrcola: Cedo (C); Normal (N); Tardio (T). ( 4 ) Classe: Amarelo (AMAR); Alaranjado (ALAR); Avermelhado (AVER); Laranja (LAR). ( 5 ) Tipo de gro: Dentado (DENT); Semidentado (S. DENT); Semiduro (S. DURO); Duro. ( * ) Cultivares com aptido para silagem de planta inteira.

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    Tabela 3.1.1 Relao das cultivares de milho para o Estado do Rio Grande do Sul safra 2009/2010, avaliadas em safras anteriores. Caractersticas fornecidas pelas empresas obtentoras/mantenedoras.

    HBRIDO EMPRESA TIPO ( 1 ) CICLO ( 2 ) POCA PREFERENCIAL ( 3 ) CLASSE ( 4 ) TIPO GRO ( 5 )

    AG 1051 Agroceres HD T N/T amar dent AS 1550 Agroeste HS SP C/N aver s. duro AS 1548 Agroeste HSm P C/N/T lar s. duro AS 1560 Agroeste HS P C/N amar s. duro AS 1565 Agroeste HS P C/N aver s. duro AS 1570 Agroeste HS P C/N alar s. duro AS 1575 Agroeste HS P C/N/T alar s. duro AS 3430 Agroeste HT P N/T lar duro AS 3466 Agroeste HT P N/T lar duro

    AGN 20A11 Agromen HS SP C/N/T lar duro BRS 206* Embrapa HD P N/T alar s. dent BRS 1015 Embrapa HS P N amar lar s. duro

    BRS 3150 * Embrapa HT P N/T lar s. dent 32 R 21 * Pioneer HS SP C alar s. duro 30 P 34 Pioneer HT P C alar s. duro 30 P 70 Pioneer HS P N alar s. duro 3041 * Pioneer HT P N/T alar duro

    30 K 75 Pioneer HS T N/T alar s. duro 3021 Pioneer HT T N/T alar duro 3027 Pioneer HT T N/T alar duro

    SHS 4040 Santa Helena HD P C/N/T lar duro AG 2060 Agroceres HD P C/N/T alar s. duro

    BALU 184 Sem. Balu HD P C/N/T aver duro BALU 551 Sem. Balu HD P C/N/T lar duro

    BALU 761 * Sem. Balu HD P C/N/T lar duro DOW 8480 Sem dow HS P C/N/T alar duro TRAKTOR * Syngenta HD P N/T lar duro ATTACK * Syngenta HSm P C/N/T alar duro

    ( 1 ) Tipo: Hb. Simples (HS); Hb. Simples modificado (HSm); Hb. Triplo (HT); Hb. Triplo modificado (HTm); Hb. Duplo (HD). ( 2 ) Ciclo: Superprecoce (SP); Precoce (P); Tardio(T). ( 3 ) poca preferencial para semeadura em sintonia com o zoneamento agrcola: Cedo (C); Normal (N); Tardio (T). ( 4 ) Classe: Amarelo (AMAR); Alaranjado (ALAR); Avermelhado (AVER); Laranja (LAR). ( 5 ) Tipo de gro: Dentado (DENT); Semidentado (S. DENT); Semiduro (S. DURO); Duro. ( * ) Cultivares com aptido para silagem de planta inteira

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    Tabela 3.1.2 Cultivares de milho para finalidades especiais para a safra 2009/2010.

    MILHOS ESPECIAIS

    MILHO PIPOCA MILHO DOCE

    ZELIA PIONEER MILHO PIPOCA AMARELA DOW SW B 551 SEMENTES DOW

    RS 20 FEPAGRO MILHO PIPOCA AMARELA

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    Tabela 3.1.3 Variedades de milho indicadas pela pesquisa pblica para o Estado do Rio Grande do Sul, safra 2009/2010.

    Variedade Empresa/ Instituio poca

    Preferen- cial ( 1 )

    Classe ( 2 )

    Tipo Gro ( 3 )

    ALTURA (2008/09)

    Dias Pend.

    (2008/09)

    Produo de gros kg ha

    -1

    Planta (cm)

    Espiga (cm)

    2007/08** 2008/09***

    AL 25 Piratininga CATI/SP N alar duro - - - 5.437 -

    AL 34 CATI/SP N alar s. duro - - - - -

    AM 4001 Melhoramento Agropastoril N amar alar s. duro 200 113 73 6.050 6.795

    AM 4002 Melhoramento Agropastoril N alar duro 201 111 72 5.601 5.737

    AM 4003 Melhoramento Agropastoril N alar s. dent 203 117 73 5.753 6.781

    BR 451 EMBRAPA N br s. duro - - - - -

    BR 473 EMBRAPA N amar s. duro - - - - -

    BR 5202 Pampa EMBRAPA N amar s. dent 229 144 76 5.141 4.965

    BRS Misses EMBRAPA N amar alar dent 223 134 77 5.850 6.461

    BRS Planalto* s EMBRAPA N amar alar s. duro 222 135 72 5.763 6.492

    FEPAGRO 21 s FEPAGRO N br dent 249 158 78 3.789 4.244

    FEPAGRO 22 FEPAGRO N amar s. dent - - - 4.248 -

    F 35* FUNDACEP N amar alar s. duro 213 128 75 6.593 6.967

    SCS 154 - Fortuna Epagri N amar alar duro 217 135 76 6.481 7.086

    SHS 3031 (Nacional)

    SANTA HELENA C/N/T alar s. duro - - - - -

    Valores mdios obtidos em experimentos a campo coordenados pela EMBRAPA, com a colaborao da FEPAGRO e da FUNDACEP. * Variedades de milho preferenciais para terras baixas. **: Mdias dos locais: Capo do leo, Cruz Alta, Passo Fundo, Pelotas, Vacaria e Veranpolis. ***: Mdias dos locais: Pelotas, Passo Fundo, Cruz Alta e Veranpolis. ( 1 ) poca preferencial para semeadura em sintonia com o zoneamento agrcola: Cedo (C); Normal (N); Tardio (T). ( 2 ) Classe: Amarelo (AMAR); Alaranjado (ALAR); Avermelhado (AVER); Laranja (LAR). ( 3 ) Tipo de gro: Dentado (DENT); Semidentado (S. DENT); Semiduro (S. DURO); Duro. ( s ) Variedades com aptido para silagem de planta inteira.

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    Tabela 3.1.4 Mdia de produo de gros (kg ha-1

    ) das cultivares de milho de ciclo superprecoce avaliadas em diferentes locais do Rio Grande do Sul no ano agrcola 2008/2009.

    Cultivar Tipo Empresa Aratiba Capo

    do Leo Cruz Alta

    Encan- tado

    No-Me- Toque

    Passo Fundo Pelotas

    Santo Augusto Vacaria

    Veran- polis Geral

    DKB 234 HS Dekalb 6464 a 8109 b 11002 a 7627 a 11576 a 10197 a 6112 a 5613 a 8715 a 9003 a 8701 DKB 330 HS Dekalb 5363 a 6185 c 10875 a 7382 a 11445 a 10273 a 2888 a 4829 a 6855 a 8899 a 8012 Dx 906 HSm Delta 7382 a 6820 c 8563 b 6721 a 9488 b 8323 b 4408 a 6256 a 6135 b 7789 b 7497 30 A 03 HS Dow 2828 b 8101 b 8631 b 6902 a 10754 a 8677 b 3872 a 5490 a 4264 b 7904 b 7061 30 A 05 HS Dow 5471 a 7911 b 9555 b 7079 a 11732 a 8435 b 4990 a 5198 a 5271 b 9189 a 7760 30 A 06 HS Dow 6066 a 7450 b 10103 a 7212 a 12065 a 9436 a 5680 a 5838 a 6386 b 8540 a 8122 32 R 48 HS Pioneer 8084 a 7388 b 9651 b 8489 a 12554 a 8558 b 4045 a 6463 a 6542 b 9554 a 8587 SHS 5050 HT Santa Helena 6006 a 7352 b 9371 b 6647 a 9490 b 8548 b 4135 a 5517 a 6291 b 7670 b 7432 SHS 5070 HT Santa Helena 6302 a 5354 d 8978 b 6220 a 8717 b 8604 b 4744 a 5415 a 4783 b 6252 b 6736 AG 6018 HT Sem. Agroceres 6828 a 8970 a 10106 a 7801 a 11283 a 8497 b 5307 a 5871 a 7209 a 9236 a 8422 AG 9020* HS Sem. Agroceres 6896 a 6715 c 10027 a 6936 a 12163 a 8694 b 2480 a 5309 a 7380 a 7599 b 7969 SG 6010* HS Sem. Guerra 6515 a 6298 c 10913 a 7661 a 9615 b 9651 a 5211 a 5250 a 7777 a 8982 a 8073 SG 6011 HS Sem. Guerra 7418 a 5806 d 8477 b 7212 a 9749 b 8052 b 4891 a 5139 a 5548 b 7334 b 7193 SG 6418* HD Sem. Guerra 5886 a 6672 c 9550 b 6855 a 10332 b 10299 a 4157 a 5663 a 5707 b 8278 a 7693

    Mdia 6251 7081 9700 7196 10783 9017 4494 5561 6347 8302 7804 CV(%) 18 7 9 10 6 9 25 10 16 10 15

    *Mdias seguidas por letras iguais na vertical no diferem entre si pelo teste de Scott & Knott (5%)

  • 33

    Tabela 3.1.5 Mdia de produo de gros (kg ha-1

    ) das cultivares de milho de ciclo precoce avaliadas em diferentes locais do Rio Grande do Sul no ano agrcola 2008/2009.

    Cultivar Tipo Empresa Aratiba Capo

    do Leo Cruz Alta Encan-

    tado No-Me- Toque

    Passo Fundo Pelotas

    Santo Augusto Vacaria

    Vera- npolis Geral

    AS 1579 HS Agroeste 5150 b 9375 a 7902 c 7529 b 10214 b 8618 b 6094 a 5104 a 7672 a 9860 a 8284 BM 2202 HD Biomatrix 3598 b 3692 c 8282 d 6312 c 8533 d 7614 b 5444 a 5507 a 7214 a 8326 b 6935 CD 308* HD Coodetec 4717 b 7155 b 7289 d 6689 c 8091 d 7696 b 3381 b 4857 a 5642 b 8975 a 7049 DKB 240 HS Dekalb 7289 a 8837 a 9591 b 8408 a 12034 a 10965 a 4327 b 5556 a 8553 a 9559 a 9188 DKB 566* HT Dekalb 5290 b 8444 b 9842 b 7396 c 11131 a 9131 b 4492 b 6233 a 7020 a 9511 a 8588 DKB 979* HD Dekalb 5128 b 5321 c 9408 c 7361 c 9909 b 8972 b 4478 b 5309 a 7151 a 8888 a 7790 Dx 804 HS Delta 5321 b 7203 b 9048 c 8322 b 7292 d 9237 b 5499 a 4625 a 6773 a 7649 c 7519 20 A 06 HT Dow 5523 b 5550 c 9371 c 7732 b 9482 c 8553 b 5671 a 4821 a 6365 b 8632 b 7563 2 B 587 HS Dow 7111 a 5740 c 10731 a 8973 a 11244 a 11090 a 4294 b 5103 a 8889 a 9645 a 8927 BRS 1002 HS Embrapa 8338 a 7564 b 10307 b 9404 a 9487 c 8809 b 6186 a 5878 a 6676 a 10096 a 8528 PMS 0219 HS Embrapa 6039 a 7322 b 11229 a 7910 b 9272 c 10243 a 5328 b 5007 a 7831 a 9093 a 8488 S 395 HT Fepagro/Semilha 4149 b 7222 b 7914 d 6818 c 9043 c 8541 b 4159 a 5317 a 6693 a 8985 a 7567 S 397 HT Fepagro/Semilha 5309 b 7809 b 7333 d 7805 b 9578 c 7012 b 4540 b 4910 a 5654 b 8133 b 7279 CEP M 04 A 118 HS Fundacep 7637 a 4878 c 9131 c 8067 b 10095 b 7852 b 5061 b 4980 a 6492 b 7483 c 7372 30 F 36 HS Pioneer 6851 a 7403 b 11968 a 9400 a 10983 a 10649 a 6490 a 6242 a 7904 a 9558 a 9263 30 F 53* HS Pioneer 7867 a 9936 a 9984 b 8009 b 10778 a 8862 b 6483 a 6058 a 7281 a 10488 a 8925 SHS 4060* HD Santa Helena 2464 b 6105 c 8920 c 5854 c 8933 c 8221 b 4562 b 4729 a 5877 b 7461 c 7013 SHS 4080* HD Santa Helena 4242 b 5839 c 9727 b 5839 c 8846 c 8656 b 4873 b 4384 a 7108 a 8281 b 7335 SHS 5080* HT Santa Helena 3244 b 6051 c 9161 c 6384 c 8945 c 9487 a 4395 b 5363 a 7015 a 7037 c 7430 SHS 7070 HS Santa Helena 5764 a 6616 c 8990 c 6570 c 8239 d 8114 b 4006 b 5221 a 5357 b 7708 c 7102 AG 122* HD Sem. Agroceres 6402 a 5142 c 8004 d 8524 a 7919 d 8458 b 4374 b 5011 a 5282 b 8376 b 7090 AG 2020* HD Sem. Agroceres 6014 a 6170 c 8868 c 7124 c 9910 b 9476 a 4929 b 4933 a 6901 a 8844 a 7778 AG 5011* HT Sem. Agroceres 4664 b 7359 b 8880 c 6341 c 9948 b 8576 b 6313 a 5500 a 7621 a 9593 a 7977 AG 8011 HSm Sem agroceres 3795 b 10124 a 10705 a 7551 b 10800 a 10290 a 5281 a 5544 a 7889 a 9042 a 8993 AG 8021 HT Sem. Agroceres 6224 a 9920 a 10068 b 8735 a 9977 b 10064 a 7936 a 5337 a 6823 a 10234 a 8895 BALU 580 HD Sem. Balu 4514 b 5926 c 9031 c 7116 c 8143 d 8311 b 5421 a 5217 a 7151 a 8523 b 7427 BALU 761 HD Sem. Balu 4716 b 6743 c 8936 c 7604 b 8849 c 8846 b 3549 b 6096 a 6571 b 8595 b 7780 SG 150* HD Sem. Guerra 5323 b 5018 c 8441 7735 b 8327 d 7041 b 4918 b 5100 5479 b 8423 b 6946

    Mdia 5453 6945 9252 7554 9500 8907 5089 5284 6889 8821 7894 CV(%) 21 17 9 9 9 14 19 12 13 8 11

    *Mdias seguidas por letras iguais na vertical so agrupadas pelo teste de Scott e Knott (5%).

  • 34

    Tabela 3.1.6 Mdias do nmero de dias da emergncia at a emisso do pendo (EP) e da espiga (EE), da altura das plantas em cm (AP), da altura da espiga em cm (AE), do nmero de plantas na colheita em milhares ha

    -1 (NP), da percentagem de plantas acamadas

    por parcela (Ac), da percentagem de plantas quebradas por parcela (Qb) e da percentagem de umidade dos gros na colheita (%H2O) das cultivares avaliadas em diferentes locais em 2008/09 (T= testemunha).

    Cultivar Empresa EP EE AP AE NP Ac Qb %H20

    DKB 234 Dekalb 68 72 217 109 59149 0,68 0,76 17,7 DKB 330 Dekalb 72 76 191 99 57995 0,48 0,42 17,6 Dx 906 Delta 68 74 201 100 59034 0,63 1,05 20,0 30 A 03 Dow 67 69 192 101 57163 0,49 1,27 19,1 30 A 05 Dow 66 68 202 99 58526 0,58 0,45 17,4 30 A 06 Dow 70 72 204 106 58335 0,30 0,39 19,9 32 R 48 Pioneer 67 69 204 100 57913 0,00 0,17 17,4 SHS 5050 Santa Helena 68 70 201 109 58078 0,66 2,01 19,6 SHS 5070 Santa Helena 72 75 197 98 58915 0,52 1,43 20,5 AG 6018 Sem. Agroceres 68 71 205 102 57877 0,50 0,70 18,5 AG 9020* Sem. Agroceres 67 70 204 100 57749 0,15 1,19 17,0 SG 6010* Sem. Guerra 73 75 202 105 57417 2,18 1,74 19,8 SG 6011 Sem. Guerra 69 72 195 100 58146 0,39 1,14 19,2 SG 6418* Sem. Guerra 70 73 200 104 57701 2,53 1,48 19,9

    Mdia 69 72 201 102 58143 0,72 102 18,8 N

    o locais 8 4 10 10 10 9 9 10

  • 35

    Tabela 3.1.7 Mdias do nmero de dias da emergncia at a emisso do pendo (EP) e da espiga (EE), da altura das plantas em cm (AP), da altura da espiga em cm (AE), do nmero de plantas na colheita em milhares ha-1 (NP), da percentagem de plantas acamadas por parcela (Ac), da percentagem de plantas quebradas por parcela (Qb) e da percentagem de umidade dos gros na colheita (%H2O) das cultivares avaliadas em diferentes locais em 2008/09 (T= testemunha).

    Cultivar Empresa EP EE AP AE NP Ac Qb %H2O

    AS 1579 AGROESTE 72 74 200 112 56355 2,27 0,63 21,3 BM 2202 BIOMATRIX 72 76 207 107 57328 2,71 0,91 20,8 CD 308* COODETEC 71 74 189 102 56098 2,23 1,29 26,2 DKB 240 DEKALB 68 71 193 97 58133 0,17 0,94 18,3 DKB 566* DEKALB 69 72 204 104 58064 0,82 1,68 19,3 DKB 979* DEKALB 73 77 196 101 56123 0,87 2,29 20,9 Dx 804 DELTA 72 74 195 103 57597 3,84 1,18 19,6 20 A 06 DOW 72 76 196 109 57168 1,62 0,16 21,0 2 B 587 DOW 73 76 193 100 58712 0,93 2,19 20,2 BRS 1002 EMBRAPA 72 74 209 104 56943 3,45 1,19 20,3 PMS 0219 EMBRAPA 72 75 208 113 56567 3,08 0,77 23,3 S 395 FEPAGRO/SEMILHA 69 73 201 103 55249 1,29 1,31 19,0 S 397 FEPAGRO/SEMILHA 70 74 192 103 56102 2,16 0,90 19,9 CEP M 04 A 118 FUNDACEP 72 76 189 103 56424 1,74 1,67 20,8 30 F 36 PIONEER 74 77 205 108 57933 2,11 1,16 20,5 30 F 53* PIONEER 72 76 187 100 56559 1,62 0,56 20,1 SHS 4060* SANTA HELENA 73 76 202 110 56444 0,83 3,08 21,2 SHS 4080* SANTA HELENA 72 76 202 109 56517 2,94 1,53 22,2 SHS 5080* SANTA HELENA 72 75 203 106 57066 0,56 0,99 21,2 SHS 7070 SANTA HELENA 74 78 202 112 55714 1,89 1,11 22,4 AG 122* SEM. AGROCERES 72 75 209 114 57398 2,51 2,00 20,5 AG 2020* SEM. AGROCERES 70 73 197 102 57840 0,24 0,51 20,4 AG 5011* SEM. AGROCERES 74 76 184 101 55547 1,35 0,35 21,5 AG 8011 SEM AGROCERES 68 71 191 100 57253 1,20 0,82 20,1 AG 8021 SEM. AGROCERES 70 73 217 121 57780 0,64 0,73 19,6 BALU 580 SEM. BALU 75 78 194 108 57426 5,51 1,11 21,0 BALU 761 SEM. BALU 72 76 204 118 56873 2,41 1,18 20,5 SG 150* SEM. GUERRA 71 74 200 107 54545 2,91 1,86 19,7

    Mdia 72 75 199 106 56849 1,92 1,22 20,8 N

    o locais 8 4 10 10 11 9 9 10

  • 36

    3.2 Cultivares de Sorgo

    Agronomicamente o sorgo classificado em quatro grupos: granfero, silageiro/sacarino, forrageiro (pastejo/corte verde/fenao/cobertura morta) e vassoura. O primeiro grupo inclui tipos de porte baixo (hbridos e variedades) adaptados colheita mecnica. O segundo grupo inclui tipos de porte alto (hbridos e variedades) apropriados para confeco de silagem e/ou produo de acar e lcool. O terceiro grupo inclui tipos utilizados principalmente para pastejo, corte verde, fenao ou cobertura morta (hbridos interespecficos de Sorghum bicolor x Sorghum sudanense). O quarto grupo inclui tipos de cujas panculas so confeccionadas as vassouras de palha. Dos quatro grupos, o sorgo granfero o que tem maior expresso econmica e est entre os cinco cereais mais cultivados em todo o planeta, ficando atrs do arroz, trigo, milho e cevada.

    3.2.1 Sorgo Granfero

    O sorgo granfero pode substituir parcialmente o milho nas raes para aves e

    sunos e totalmente, para ruminantes, com uma vantagem comparativa de menor custo de produo e valor de comercializao menor que o milho. Alm disso, a cultura tem mostrado bom desempenho como alternativa para uso no sistema de integrao lavoura/pecuria e para produo de massa vegetal, proporcionando maior proteo do solo contra a eroso, maior quantidade de matria orgnica disponvel e melhor capacidade de reteno de gua no solo, alm de propiciar condies para uso no plantio direto.

    O sorgo se adapta a uma gama de ambientes. Apresenta boa tolerncia seca, geada e ao encharcamento. Para as condies do Rio Grande do Sul, o sorgo semeado desde fins de setembro at meados de fevereiro, exceto na regio dos Campos de Cima da Serra, obtendo-se os melhores resultados nas semeaduras de meados de outubro a meados de dezembro, na regio do Planalto e Misses. O sorgo adapta-se bem em solos mdios e arenosos, profundos e permeveis, livres de acidez nociva, com pH variando de 5,5 a 6,5. Prefere solos com fertilidade adequada. As cultivares de sorgo so aptas para produo de rebrota e o seu aproveitamento, para produo de gros, forragem ou cobertura de solo, pode ser vivel desde que a temperatura e umidade do solo sejam favorveis ao seu desenvolvimento.

    A combinao de potencial gentico e o uso de prticas de cultivo, como fertilizao adequada; controle de doenas, insetos e plantas daninhas; manejo da gua de irrigao; zoneamento agroclimtico e altas populaes de plantas tm propiciado altos rendimentos de gros e forragem em regies e condies ambientais desfavorveis para a maioria dos cereais.

    Dentre as cultivares de sorgo granfero disponveis, tem predominado o uso de hbridos simples. Os hbridos expressam a produtividade mxima na primeira gerao, sendo necessria a aquisio de sementes todos os anos. O plantio de sementes da segunda gerao (F2) proporcionar reduo na produtividade, dependendo do hbrido, de 15 a 40% e grande variao entre plantas com efeito negativo na qualidade do produto. Na escolha do hbrido devem ser observadas as seguintes caractersticas:

    1.Tolerncia a perodos de dficit hdrico principalmente em ps-florescimento; 2.Resistncia ao acamamento e ao quebramento; 3.Porte entre 1,00m e 1,50m com boa produo de massa residual; 4.Ciclo curto a mdio; 5.Resistncia s doenas predominantes na regio de plantio; 6.Presena de folhas verdes aps a maturao fisiolgica dos gros; 7.Presena de tanino nos gros (antipssaros), para cultivo em reas com presena

    abundante de pssaros.

  • 37

    Tabela 3.2.1. Cultivares de sorgo granfero registradas no Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento e indicadas no zoneamento agrcola de risco climtico para o Estado do Rio Grande do Sul

    1 na safra 2009/2010

    Cultivar Empresa Tanino Ciclo Cor do gro Rendimento mdio de gros (kg ha

    -1)2

    2006/07 2007/08

    2008/09

    AGN 8040 Agromen Ausente Precoce Castanho claro - - - BUSTER Atlntica Ausente Precoce Vermelho - - - CATUY Atlntica Ausente Precoce Vermelho 5369 - - MR 43 Atlntica Ausente S.Precoce Vermelho - - - CATISSORGO Cati Ausente Mdio Vermelho - - - 1G 200 Dow Agrosciences Ausente Precoce Marrom - - - 1G 220 Dow Agrosciences Ausente Precoce Castanho escuro 6662 5357 4999 740 Dow Agrosciences Ausente Precoce Marrom 6483 5242 5915 741 Dow Agrosciences Ausente Mdio s.i. - - - 822 Dow Agrosciences Ausente Precoce Marrom - - - BRS 304 Embrapa Ausente Precoce Vermelho 4783 5130 - BRS 305 Embrapa Alto Mdio Marrom claro 7411 6203 - GRANUS 401 Helianthus Baixo S.Precoce Marrom claro - - - GRANUS 505 Helianthus Baixo S.Precoce Marrom claro - - - AG 1020 Monsanto Ausente S.Precoce Vermelho - 5682 7190 AG 1040 Monsanto Ausente Precoce Vermelho 6336 5375 6153 AG 1060 Monsanto Ausente Precoce Vermelho - - 5788 AS 4610 Monsanto Ausente Precoce Castanho - - 6164 AS 4615 Monsanto s.i. Precoce s.i. - - - AS 4620 Monsanto Ausente S.Precoce Alaranjado - - 6466 DKB 510 Monsanto Ausente S.Precoce Alaranjado 6491 5064 6312 DKB 550 Monsanto Ausente Precoce Alaranjado - 5707 5451 DKB 551 Monsanto s.i. s.i. s.i. - - - DKB 599 Monsanto Ausente Precoce Castanho 6390 5888 5901 A 9755 R Nidera Ausente Precoce s.i. - - - A 9939 W Nidera Ausente Tardio Branco - 6704 7370 A 9941 W Nidera Ausente Precoce Branco - - - SHS 400 Santa Helena Ausente Precoce s.i. - 5134 - SHS 410 Santa Helena Ausente Precoce s.i. - - - A 6304 Semeali Ausente Precoce Castanho 6384 - - A 9902 Semeali Baixo Precoce Marrom - - 7132 A 9904 Semeali Alto Precoce Castanho 6998 - 7761 ESMERALDA Semeali Ausente Precoce Castanho 6690 - - RANCHERO Semeali Ausente Mdio Marrom claro 7463 - - XB 6022 Semeali Ausente Precoce Marrom claro 6645 - -

    1: Informaes disponveis no site http://www.agricultura.gov.br/

    2: rendimento mdio de gros das cultivares testadas no ensaio sul-rio-grandense de sorgo granfero na safra 2006/07

    em Capo do Leo (ETB/Embrapa Clima Temperado), na safra 2007/08 em Capo do Leo (ETB/Embrapa Clima Temperado), Cruz Alta (Fundacep), Uruguaiana (Fepagro Fronteira Oeste) e Veranpolis (Fepagro Serra) e na safra 2008/09 em Capo do Leo (ETB/Embrapa Clima Temperado) e Veranpolis (Fepagro Serra). s.i. = Sem informao

  • 38

    Tabela 3.2.2 Rendimento mdio de gros das cultivares de sorgo granfero testadas no ensaio sul-rio-grandense, em quatro locais do Rio Grande do Sul, na safra 2007/2008

    Hbrido Empresa Capo do

    Leo Cruz Alta Uruguaiana Veranpolis Mdia hbrido

    Dow 1G 150 Dow Agrosciences 5.707 3.979 4.356 5.687 4.932 Dow 1G 220 Dow Agrosciences 6.519 5.020 3.990 5.899 5.357 Dow 74