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Page 1: Indenização - Talão de cheques - Folha - Furto ... · trativa interna corporis, baseada nos seus estatutos e normas, a competência para o exame da demanda é da Justiça Estadual

Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 59, n° 187, p. 41-242, out./dez. 2008104

a verossimilhança do direito pleiteado pela autora e ofundado receio de dano irreparável ou de difícilreparação, previsto no art. 273, I, do CPC, a justificarque a pretensão não se torne inócua, quando prolatadaa sentença.

Nesse sentido:

Antecipação de tutela - Requisitos presentes - Matrícula forado prazo - Técnica da ponderação de interesses - Deferi-mento. - Presentes os seus requisitos, deve-se deferir a ante-cipação de tutela pleiteada. Ao direito da Faculdade agra-vante de exigir a realização das matrículas em um prazodeterminado deve prevalecer o direito constitucional dasagravadas à educação, uma vez que regularizaram perantea agravante as suas situações financeiras (TJMG - Ag. Instr.nº 1.0439.06.058624-5/001 - Rel. Des. Maurílio Gabriel -j. em 29.06.2007).

Antecipação de tutela - Instituição de ensino superior -Competência - Ato de gestão - Justiça Estadual - Existênciados requisitos para concessão da medida - Aplicação do art.273 do Código de Processo Civil. - Quando o ato da insti-tuição de ensino superior corresponder a atividade adminis-trativa interna corporis, baseada nos seus estatutos e normas,a competência para o exame da demanda é da JustiçaEstadual. Verificando-se a presença dos pressupostos exigi-dos pela lei processual de regência, o deferimento da tutelaantecipada é medida que se impõe (TJMG - Ag. Instr. nº374.869-2 - Rel. Des. Vieira de Brito - j. em 22.08.2002).

Acentua-se que o decisum agravado não ocasio-nou a definitiva composição da lide, mas apenasprocurou tutelar o processo, de modo a garantir que oseu resultado seja eficaz, útil e operante, verificando-seque não houve a declaração de qualquer direito ou tam-pouco a sua realização, o que deverá ser objeto de atua-ção jurisdicional definitiva.

Pelo exposto, rejeitam-se as preliminares e nega-seprovimento ao recurso, mantendo-se a r. decisão mono-crática, por seus próprios e jurídicos fundamentos.

Custas recursais, pelo agravante.

Votaram de acordo com o Relator os DESEMBAR-GADORES DOMINGOS COELHO e JOSÉ FLÁVIO DEALMEIDA.

Súmula - REJEITARAM PRELIMINARES E NEGARAMPROVIMENTO AO RECURSO.

. . .

- Nos termos da Súmula 28 do STF, o banco respondepelo pagamento de cheque falso, salvo se comprovadaculpa exclusiva ou concorrente do correntista.

- Incumbe à instituição financeira comparar a assinaturaaposta no título com aquela presente no cartão de autó-grafos do cliente, sob pena de ter de ressarcir posterior-mente o correntista.

APELAÇÃO CCÍVEL NN° 11.0433.05.162874-44/001 - CCoommaarrccaaddee MMoonntteess CCllaarrooss - AAppeellaannttee:: SSiiddeelliiccee MMaarriiaa ddee JJeessuuss -AAppeellaaddoo:: BBaannccoo IIttaaúú SS..AA.. - RReellaattoorr:: DES. NNILO LLACERDA

AAccóórrddããoo

Vistos etc., acorda, em Turma, a 12ª Câmara Cíveldo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, incor-porando neste o relatório de fls., na conformidade da atados julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimi-dade de votos, EM DAR PROVIMENTO PARCIAL.

Belo Horizonte, 26 de novembro de 2008. - NiloLacerda - Relator.

NNoottaass ttaaqquuiiggrrááffiiccaass

DES. NILO LACERDA - Trata-se de apelação inter-posta por Sidelice Maria de Jesus contra r. sentença de f.142/145, proferida pelo MM. Juiz de Direito da 2ª VaraCível de Montes Claros/MG, nos autos da ação de inde-nização por dano moral e material ajuizada em desfavorde Banco Itaú S.A., que julgou improcedente o pedidoem razão de inexistir ilícito civil a ser reparado e, por viade conseqüência, extinguiu o processo com a resoluçãodo mérito, bem como condenou a autora ao pagamen-to das custas processuais e honorários advocatícios de10% sobre o valor da causa, devidamente corrigido apartir do ajuizamento da ação, suspensa a sua exigibili-dade nos termos do art. 12 da Lei 1.060/50.

A apelante sustenta, em síntese, ser necessária areforma da sentença hostilizada, sob o fundamento deque o banco recorrido faltou com as cautelas devidas enecessárias ao efetuar o pagamento do cheque, já que aassinatura nele aposta era falsa. Argumenta que in-cumbe ao sacado verificar a autenticidade da assinaturaconstante do cheque, certificando-se da legitimidade daordem, sob pena de responder pelo pagamento docheque, bem como dos danos morais decorrentes dalesão à justa expectativa do correntista e das complica-ções advindas do fato.

Por outro lado, pondera que não restou evidencia-da a culpa exclusiva ou mesmo concorrente da corren-tista, pois foi vítima de furto.

Contra-razões às f. 165/179.Ausente preparo, em razão de a apelante litigar

sob os beneplácitos da justiça gratuita.

Indenização - Talão de cheques - Folha - Furto -Falsificação grosseira - Compensação devida -Dano material presente - Dano moral ausente

Ementa: Ação de indenização. Furto de folha de chequedo talonário. Falsificação grosseira. Compensação inde-vida. Dano material presente. Dano moral ausente.

Page 2: Indenização - Talão de cheques - Folha - Furto ... · trativa interna corporis, baseada nos seus estatutos e normas, a competência para o exame da demanda é da Justiça Estadual

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Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 59, n° 187, p. 41-242, out./dez. 2008 105

Em juízo de admissibilidade, conheço do recurso,visto que próprio, tempestivo, preparado e corretamenteprocessado.

A controvérsia posta cinge-se à verificação se édevida ou não a indenização por dano moral e materialpretendida.

A responsabilidade civil decorrente da prática deato ilícito encontra a sua regulamentação nos arts. 186e 927 do Código Civil, dos quais se extrai que são re-quisitos para a ocorrência do dever de reparar: a con-figuração de uma conduta culposa, um dano a outrem eo nexo causal entre aquela e o dano causado.

O litígio versa sobre a compensação indevida de umcheque no valor de R$ 70,00 (setenta reais), o qual a cor-rentista afirma ter sido furtado e cuja assinatura é falsa.

A Súmula 28 do Supremo Tribunal Federal esta-belece que:

O estabelecimento bancário é responsável pelo pagamentode cheque falso, ressalvadas as hipóteses de culpa exclusivaou concorrente do correntista.

A perícia realizada concluiu que a assinatura apos-ta no título é uma falsificação grosseira, conformeresposta dada ao quesito de nº 08 de f. 104, tendo emvista a divergência da morfoestrutura dos símbolos gráfi-cos: d, I, M, J, aliada à morosidade do traçado.

O fato de a resposta dada ao quesito de nº 04indicar que o falsário se tenha utilizado de um do-cumento de identificação antigo, talvez a carteira deidentidade, como modelo de assinatura autêntica paraproceder à falsificação, não autoriza o julgador, combase em suposições, concluir que a correntista não tenhaagido com o cuidado devido, pois, mesmo que o falsárioseja alguém do convívio da autora, não há elementoprobatório que indique que a retirada da folha do talo-nário se deu por descuido ou descaso na sua guarda.

Por outro lado, não se pode olvidar que competiaao banco conferir a assinatura aposta no título com o car-tão de autógrafos do cliente, o que, se tivesse sido reali-zado, diante das anomalias presentes, impediria a suacompensação e o conseqüente pagamento do cheque.

Sendo assim, evidenciado que o banco não adotouas cautelas e medidas de segurança necessárias paraproceder ao desconto do cheque, evidente se mostra odireito da autora a ser ressarcida da quantia indevida-mente debitada de sua conta corrente, isto é, dos R$70,00 (setenta reais).

Contudo, a simples compensação indevida do che-que não tem o condão de justificar a ocorrência dos pre-tensos danos morais, uma vez que, conquanto a condutaadotada pelo banco não tenha sido correta, não acar-retou para a correntista nenhum dissabor ou transtornoanormal que justifique a condenação por danos morais,notadamente levando-se em conta o valor da quantia

debitada, bem como o fato de o saldo não ter ficadodescoberto, tampouco a correntista tenha sofrido restri-ção ao crédito.

A esse respeito, elucidativa é a doutrina de SérgioCavalieri Filho:

Nessa linha de princípio, só deve ser reputado dano moral ador, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à nor-malidade, interfira intensamente no comportamento psico-lógico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e dese-quilíbrio em seu bem-estar [...] (Programa de responsa-bilidade civil. 5. ed., 2003, p. 98).

Mediante tais considerações, dou parcial provimen-to à apelação, reformando, em parte, a r. sentença, parajulgar procedente o pedido de indenização pelo danomaterial sofrido e, por via de conseqüência, condenar oréu ao pagamento à autora da quantia de R$ 70,00(setenta reais), acrescida de juros de 1% ao mês e atuali-zada monetariamente pelos índices divulgados pelaegrégia Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais,desde a data da compensação indevida, para que hajaa recomposição integral do patrimônio da autora.

Em razão do provimento parcial do apelo, modifi-co os ônus da sucumbência, de modo a serem suporta-dos meio a meio, autorizada a compensação, nos termosda Súmula 306 do STJ.

Custas recursais, meio a meio, suspensa a sua exi-gibilidade quanto à apelante, nos termos do art. 12 daLei 1.060/50.

Votaram de acordo com o Relator os DESEMBAR-GADORES ALVIMAR DE ÁVILA e DOMINGOS COELHO.

Súmula - DERAM PROVIMENTO PARCIAL.

. . .

Contrato de vigilância e monitoramento -Obrigação de resultado - Culpa presumida -

Furto - Dano material - Comprovação

Ementa: Civil e processual civil. Contrato de vigilância emonitoramento. Obrigação de resultado. Culpa presumi-da. Ocorrência de furto. Danos materiais. Comprovação.

- Na obrigação de resultado, há o compromisso daempresa contratada com determinado resultado especí-fico sem o qual não haverá o cumprimento desta. O con-tratado compromete-se a atingir objetivo determinado,de forma tal que, quando a finalidade do pacto não éatingida, tem-se o inadimplemento do contrato.

- Os contratos de vigilância e monitoramento possuemobrigações de resultado, as quais se referem à incolumi-dade do local vigiado ou monitorado.