inconfidência nº 233/edição histórica da intentona comunista de1935

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A VERDADEIRA HISTRIA DO BRASIL A INTENTONA COMUNISTA DE 1935 ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO LEMBRAI-VOS DE 35! H Æ na Praia Vermelha, na cidade do Rio de Janei- ro, um monumento vo- tivo edificado em memria dos mortos da conhecida Intentona Comunista de 1935. Diante dele, todos os anos, democratas se postam em sinal de respeito, com a esperana de que tempos fatdicos de revoluıes totali- tÆrias nunca mais tenham lugar entre ns. Essas atitudes mr- bidas e tresloucadas que, 66 anos atrÆs, levaram ao derrama- mento de sangue de inocentes em quartØis do ExØrcito, no Nor- deste e no Rio de Janeiro, sªo apenas sombras indesejÆveis em nossa Histria, coisas que o tempo dissolverÆ por comple- to. Nem por isso, no entanto, deixarªo de ser lamentÆveis, porque contrapıem-se idØia de liberdade e democracia. A insurreiªo de 35, como bem recordamos, teve envolvi- mento de militares contaminados pela doutrina comunista que al- guns desejavam impor ao Bra- sil. Comeou em Natal, com a participaªo de graduados e sol- Uma Intentona que nunca mais deverÆ acontecer! Honras fœnebres aos mortos da Intentona Comunista de 1935, na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro dados e de quase 300 homens da guarda civil. Os rebeldes sujei- taram a cidade, durante quatro dias, violŒncia e ao saque de estabelecimentos bancÆrios e co- merciais. Tropas do entªo 20” Ba- talhªo de Caadores, de Alagoas, e da polcia da Paraba os conti- veram e restabeleceram a ordem. Em Pernambuco, revoltosos civis, reforados por oficiais e pra- as equivocados, encarregaram- se das atrocidades. Durante dois dias, combates violentos foram travados em vÆrios pontos do estado, sem que os rebelados lo- grassem entrar em Recife. Duas unidades do ExØrcito e a polcia bloquearam-lhes a passagem e puseram fim rebeliªo. No Rio de Janeiro, as pro- porıes do movimento foram mais amplas e cruØis, tendo sido de- flagrado, simultaneamente, no 3” Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; no 2” Regimento de In- fantaria e no Batalhªo de Comuni- caıes, na Vila Militar; e na Escola de Aviaªo, no Campo dos Afonsos. Os amotinados, compa- nheiros de vØspera, feriram e ma- taram indiscriminadamente, ten- tando expandir a rebeliªo a todo custo. Esbarraram na mais fØr- rea resistŒncia das foras lega- listas. E perderam a luta. Nªo foi essa a œltima ten- tativa desses radicais de con- quistar o poder para estabelecer uma tirania no Brasil. Nas dØca- das seguintes, tentaram nova- mente. O ExØrcito viu-se compe- lido a contrapor-se a eles, vencendo-os em comba- tes de rua e em selvas inspitas, mesmo experi- mentando o desgaste de um conflito prolongado. Nªo apenas os derrotou, mas ajudou tambØm a desenvolver o Pas. Quase ao final do sØculo passado, o tem- po se encarregou de mostrar ao mundo a de- cadŒncia do comunis- mo, aniquilado por suas prprias contradiıes, por seus inœmeros erros, por sua violŒncia exacerbada, por mi- lhıes de mortos que impuse- ram humanidade. Sessenta e seis anos depois daquele trÆgi- co novembro, os quartØis do ExØrcito Brasileiro param, por alguns momentos, para refle- tir sobre essa pÆgina negra de nossa Histria. Estamos con- vencidos, mais do que nunca, que nossa luta nªo foi em vªo, e que estivemos ao lado da sociedade brasileira todas as vezes em que esta, em sua mai- oria, rejeitou o radicalismo, a desordem e o terror. Braslia, 27 de novembro de 2001 Gen Ex Gleuber Vieira Comandante do ExØrcito A memria de uma naªo Ø um bem precioso que necessita ser preservado, a todo custo, e relembrada constantemente, para impedir que erros histricos nªo mais se repitam impunemente. A fidelidade s provas documentais existentes e disponveis , deve ser a pedra de toque, da Øtica dos historiadores, dos professores e dos jornalistas, quando da transmissªo dos fatos aos seus leitores, alunos e ouvintes. IgnorÆ-las e/ou distorcŒ-las, premeditadamente, configura um crime de lesa-pÆtria difcil de se compreender e de aceitar. Todos os grandes jornais e revistas do pas dispıem em seus arquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a Intentona Comunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60. Porque entªo o silŒncio ? Porque entªo a prÆtica sistemÆtica do engdo intencional queles que desejam se informar ? preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer sobre a falsidade e que a maior farsa do sØculo XX, o comunismo, seja renegada definitivamente pela sociedade brasileira. A FARSA CONTINUA O COMUNISMO nªo Ø a fraternidade: Ø a inversªo do dio entre as classes. Nªo Ø a reconciliaªo dos homens: Ø a sua exterminaªo mœtua. Nªo arvora a bandeira do Evangelho: bane a Deus das almas e das reivindicaıes populares. Nªo dÆ trØguas ordem. Nªo conhece a liberdade cristª. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religiªo. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador. O COMUNISMO EDI˙ˆO HISTRICA EDI˙ˆO HISTRICA EDI˙ˆO HISTRICA EDI˙ˆO HISTRICA EDI˙ˆO HISTRICA E sta Ediªo Histrica Ø dedicada especialmente aos jovens, civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente FATOS VERDADEIROS, que nªo podem ser contestados e necessitam ser do conhecimento daqueles que, hoje, estªo sendo vtimas de uma das maiores manipulaıes de consciŒncias de que se tem notcia em nossa Histria PÆtria, patrocinada pelo governo federal, atrÆves do MinistØrio da Educaªo. Rui Barbosa LEIA EIA EIA EIA EIA NA NA NA NA NA P`GINA P`GINA P`GINA P`GINA P`GINA 3 Site: www.jornalinconfidencia.com.br E-mail: [email protected] BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2016 - ANO XXII - N” 233 Ediªo Histrica

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Page 1: Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935

AVERDADEIRAHISTÓRIADOBRASILA INTENTONA COMUNISTA DE 1935

ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO

LEMBRAI-VOS DE 35!

Há na Praia Vermelha, nacidade do Rio de Janei-ro, um monumento vo-

tivo edificado em memória dosmortos da conhecida IntentonaComunista de 1935. Diante dele,todos os anos, democratas sepostam em sinal de respeito,com a esperança de que temposfatídicos de revoluções totali-tárias nunca mais tenham lugar

entre nós. Essas atitudes mór-bidas e tresloucadas que, 66anos atrás, levaram ao derrama-mento de sangue de inocentesem quartéis do Exército, no Nor-deste e no Rio de Janeiro, sãoapenas sombras indesejáveisem nossa História, coisas que otempo dissolverá por comple-to. Nem por isso, no entanto,deixarão de ser lamentáveis,porque contrapõem-se à idéiade liberdade e democracia.

A insurreição de 35, comobem recordamos, teve envolvi-mento de militares contaminadospela doutrina comunista que al-guns desejavam impor ao Bra-sil. Começou em Natal, com aparticipação de graduados e sol-

Uma Intentona que nunca mais deverá acontecer!

Honras fúnebres aos mortosda Intentona Comunista de 1935,

na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro

dados e de quase 300 homens daguarda civil. Os rebeldes sujei-taram a cidade, durante quatrodias, à violência e ao saque deestabelecimentos bancários e co-merciais. Tropas do então 20º Ba-talhão de Caçadores, de Alagoas,e da polícia da Paraíba os conti-veram e restabeleceram a ordem.

Em Pernambuco, revoltososcivis, reforçados por oficiais e pra-

ças equivocados, encarregaram-se das atrocidades. Durante doisdias, combates violentos foramtravados em vários pontos doestado, sem que os rebelados lo-grassem entrar em Recife. Duasunidades do Exército e a políciabloquearam-lhes a passagem epuseram fim à rebelião.

No Rio de Janeiro, as pro-porções do movimento forammaisamplas e cruéis, tendo sido de-flagrado, simultaneamente, no 3ºRegimento de Infantaria, na PraiaVermelha; no 2º Regimento de In-fantaria e no Batalhão de Comuni-cações, naVilaMilitar; e na Escolade Aviação, no Campo dosAfonsos. Os amotinados, compa-nheiros de véspera, feriram e ma-

taram indiscriminadamente, ten-tando expandir a rebelião a todocusto. Esbarraram na mais fér-rea resistência das forças lega-listas. E perderam a luta.

Não foi essa a última ten-tativa desses radicais de con-quistar o poder para estabeleceruma tirania no Brasil. Nas déca-das seguintes, tentaram nova-mente. O Exército viu-se compe-

lido a contrapor-se a eles,vencendo-os em comba-tes de rua e em selvasinóspitas, mesmo experi-mentando o desgaste deum conflito prolongado.Não apenas os derrotou,mas ajudou também adesenvolver o País.

Quase ao final doséculo passado, o tem-po se encarregou demostrar ao mundo a de-cadência do comunis-mo, aniquilado por suaspróprias contradições,

por seus inúmeros erros, por suaviolência exacerbada, por mi-lhões de mortos que impuse-ram à humanidade. Sessenta eseis anos depois daquele trági-co novembro, os quartéis doExército Brasileiro param, poralguns momentos, para refle-tir sobre essa página negra denossa História. Estamos con-vencidos, mais do que nunca,que nossa luta não foi em vão,e que estivemos ao lado dasociedade brasileira todas asvezes em que esta, em sua mai-oria, rejeitou o radicalismo, adesordem e o terror.

Brasília, 27 de novembro de 2001

GenExGleuber VieiraComandante do Exército

Amemória de uma nação é um bem precioso que necessita serpreservado, a todo custo, e relembrada constantemente, para

impedir que erros históricos não mais se repitam impunemente.Afidelidadeàsprovasdocumentaisexistentesedisponíveis ,deve

ser a pedra de toque, da ética dos historiadores, dos professores e dosjornalistas, quando da transmissão dos fatos aos seus leitores, alunose ouvintes.

Ignorá-las e/ou distorcê-las, premeditadamente, configura umcrime de lesa-pátria difícil de se compreender e de aceitar.

Todos os grandes jornais e revistas do país dispõem em seusarquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a IntentonaComunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60.Porqueentãoo silêncio?Porqueentãoaprática sistemáticadoengôdointencional àqueles que desejam se informar ?

Épreciso que a seriedade e a verdade, voltemaprevalecer sobrea falsidade e que a maior farsa do século XX, o comunismo, sejarenegada definitivamente pela sociedade brasileira.

A FARSACONTINUA

�O COMUNISMO não é a fraternidade: é a inversão do ódioentre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminaçãomútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane a Deus das almase das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhecea liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião.Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obrado Criador�.

O COMUNISMO

EDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICA

Esta Edição Histórica é dedicada especialmente aos jovens,civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente

FATOS VERDADEIROS, que não podem ser contestados enecessitam ser do conhecimento daqueles que, hoje, estão sendovítimas de uma das maiores manipulações de consciências deque se tem notícia em nossa História Pátria, patrocinada pelogoverno federal, atráves do Ministério da Educação.

Rui Barbosa

LLLLLEIAEIAEIAEIAEIA NANANANANA PÁGINAPÁGINAPÁGINAPÁGINAPÁGINA 33333

Site: www.jornalinconfidencia.com.brE-mail: [email protected]

BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2016 - ANO XXII - Nº 233

Edição

Histórica

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8Nº 233 - Novembro/2016 2

25 de novembro - edição das 9 horas

25 de novembro - edição das 11 horas

ediçãoA.1

NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE�SEGUNDA-FEIRA,25DENOVEMBRODE1935 ANNOV�MÚMERO1.455

Sangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçaslegaes conseguido retomar a cidade de Olinda �legaes conseguido retomar a cidade de Olinda �legaes conseguido retomar a cidade de Olinda �legaes conseguido retomar a cidade de Olinda �legaes conseguido retomar a cidade de Olinda �Vencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridos

RebentouummovimentomilitarextremistaemMACEIO�, RECIFE E NATAL

Os rebeldesdominam acapital

potyguar, cujogoverno se

transferiu paraMacahybaEnviados para o Norte dois

cruzadores e duas esquadri-lhas de aviões de bombardeio ede caça � Rumaram para Re-cife as forças do Exercito e daPolícia da Parahyba, uma ba-teria de artilharia e o 20º B.C.,de Maceió

O governo organizouséria resistencia e

espera desalojar hoje,de seus reductos os

revoltosos

Sangrentoscombates emRecife

As tropas legaesretomaram a cidade

de Olinda

JornalAManhãdaAliançaNacionalLibertadora,Rio,27/11/1935

27 de novembro de 1935 - 1700h

Declarado o estado de sítio, por trintadias, em todo território nacional

Estado de Minas, 27 de novembro de 1935

Texto do sobreaviso dado hon-tem, por Luís Carlos Prestes aos seuscompanheiros de revolução.

�O Comitê Revolucionario, soba minha direção, frente aos aconte-cimentos que se desencadeiam nonorte do paiz e à ameaça de ins-tallação de uma dictadura reaciona-ria decide que todas as forças daRevolução estejam promptas paralutar pelas liberdades populares epara dar o golpe definitivo no governode traição nacional de Getulio Var-gas

Dia e hora serão opportuna-mente marcados".Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1935

Luís Carlos Prestes

O AVISO DE PRESTESaos seus companheiros

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Nº 233 - Novembro/2016 3

Saindo do Clube Militar, o PresidenteVargas e o deputado Antônio Carlos,presidente da Câmara de Deputados

carregam o caixão de um oficial do 3º RI

PRONUNCIAMENTO DE GETÚLIO VARGASO presidente Getúlio Vargas, em pronunciamento nas primeiras horas do ano de

1936, sobre a "Intentona", afirmou: "... Padrão eloqüente e insofismável do que seria ocomunismo no Brasil, tivemo-lo nos episódios da baixa rapina e negro vandalismo deque foram teatro as ruas deNatal e de Recife, durante o surto vergonhoso do credo russo,assim como na rebelião de 27 de novembro,nesta capital, com o registro de cenas derevoltantes traições e até de assassínio, frio ecalculado, de companheiros confiantes e ador-mecidos..."

Oitenta e um anos depois, esses bravosmilitares, mortos em serviço, cujos familiares nunca pediram e nunca receberam indeni-zações, certamente ainda merecem o respeito de todo o povo brasileiro. Eles tiveram ahonra e o privilégio de sacrificar a própria vida, defendendo a Pátria!

AFARSACONTINUA...Amaior farsa do séculoXX, o comunismo,

teve sua origem na Revolução Russa de1917, quando os bolcheviques, liderados porLênin e inspirados na doutrina do �Manifes-to Comunista�, derrubaram o governo provi-sório de Kerensky, trucidaram o Czar e suafamília, além de milhões de cidadãos, paraconquistar o poder. Instalada a ditadura co-munista, é criada a União das RepúblicasSocialistas Soviéticas (URSS). Lênin,Bukharin, Stálin, Trotsky e outros cometem

os maiores crimes contra a humanidade, as-sassinando os adversários e os �camaradas�ou os condenando a trabalhos forçados nosgulags das estepes geladas da Sibéria. O regi-me comunista soviético, em nome dessa ide-ologia ultrapassada, o marxismo-leninismo,fez mais de cem milhões de vítimas e final-mente termina ruindo com oMuro de Berlim,em novembro de 1989.

Terá sido o marco final da desvairadautopia comunista?Não cremos. AChina, Cu-ba, Coréia do Norte, Vietnã, Venezuela, Bo-lívia e oBrasil ainda não sabemque omuro davergonha caiu há 26 anos. Emnosso País, essadata passou quase despercebida e os defen-sores dos �Direitos Humanos�, o grupo �Tor-tura Nunca Mais�, a Comissão Nacional daVerdade e o PNDH3 e outros, se omitiram,quando era oportuno lembrar o assassinatode estudantes chineses na Praça da PazCelestial, em Pequim, o "paredón" e constan-tes pedidos de asilo político de desportistas,jornalistas e artistas cubanos, além dos"balseros" que, diariamente, arriscam suasvidas fugindo da ilha da fantasia...

Mistificadores por excelência, repe-tem hipocritamente, �ad nauseam�, sua fi-delidade à democracia e o respeito aos direi-tos humanos. Tentam, por todos os meios,mudar a História do Brasil, transformando se-qüestradores, assassinos, assaltantes de bancose terroristas em�heróis�, dandoa eles nomesderuas, praças e criando espaços culturais, etc.

Criado em 1922, o PCB � Partido Co-munista do Brasil, tenta pela primeira vez aconquista do poder em fins de novembro de1935 coma sublevação de unidadesmilitares,assassinando traiçoeiramente seus compa-nheiros, na calada da noite, em Natal, Recifee no Rio de Janeiro.

São derrotados pelo Governo Federale pela total falta de apoio da população. Dolivro �Meu Companheiro� de Maria Prestes:�Em 1935, o casal (Prestes e Olga Benário)estava se dirigindo ao Brasil, onde se prepa-rava o levante armado que abriria umaperspectiva socialista para o maior país daAmérica do Sul�.

No início da década de 1960, no auge daguerra fria, a Nação sente-se ameaçada pelafalta de autoridade, inflação em alta, greves

constantes da CGT, saques, agitações nocampo (MST de hoje), tentativas de quebrada hierarquia e da disciplina nas ForçasArma-das e percebe a revolução comuno-sindicalis-ta iminente. Em 31 de março de 1964, MinasGerais, representando os sentimentos patri-óticos e espontâneos da população brasileira,atendendo ao clamor popular, com o governoestadual e a Polícia Militar, apóia a contra-revolução iniciada pela 4ª RM (Juiz de Fora)e ID/4 (Belo Horizonte). Marcharam para o

Rio e Brasília, sem encontrar qualquerresistência. A adesão foi total e pelasegunda vez os comunistas são derro-tados, sem qualquer vítima. No Rio, a�Marcha da Família com Deus pelaLiberdade� reúne ummilhão de pessoasem homenagem às Forças Armadas.

Impedidos de conquistar o poder,os derrotados de 1964 formam grupossubversivos treinados emCuba, China eURSS, que têm por finalidade a implan-tação de um regime comunista. Perpe-tram atos de terrorismo, seqüestros de

diplomatas e de aviões, assaltos a bancos,"justiçamentos", assassinatos, atentados combomba e ações de guerrilha urbana e rural. Noinício da década de 1970 são derrotados pelaterceira vez!!

Passado o profícuo regimemilitar, quelevou o Brasil a ser a 8ª economia mundial, apleno emprego, semmassacre da classemédiae do funcionalismo, com um PIB de 9,3%,jamais alcançado pelos governos subseqüen-tes, todos de triste lembrança, é promulgadaa Constituição �cidadã� de 1988 que, a todahora, é estuprada segundo os interesses dosporões do Palácio do Planalto, conforme seconstatou nos governos deFHC,Lula eDilma.

A Lei da Anistia, proposta pelos ven-cedores, no governo Figueiredo, parece obrae conquista dos derrotados. Foram criadas a�Comissão dos Mortos e DesaparecidosPolíticos�, a �Secretaria Especial deDireitosHumanos� e a "ComissãoNacional daVerda-de", que premiam as famílias de �desapareci-dos� e até de vivos, com centenas de milhõesde reais, com o apoio de um governo corruptoe pleno de ex-guerrilheiros, ex-terroristas eex-seqüestradores.

O ex-guerrilheiro urbano, AlfredoHélioSirkis,queparticipoudosseqüestrosdosembai-xadores da Alemanha e da Suíça, no livro �OsCarbonários�, lembraque, apesardederrotadosna�guerra�,conseguiramcriarumaoutraversãodahistória,�nasobrasliterárias,memorialísticas,nos audiovisuais, na TV e emCD-ROM� �Dizele�Senaprimeira perdemos fragorosamente,na segunda não nos saímos de todo mal�. Aofinal do livro, é demonstradooposicionamentode grande número de ex-guerrilheiros e ex-terroristas, em atividades editoriais, na cáte-dra universitária, namídia e em cargos públi-cos, ondemuito fazem sucesso contra as For-ças Armadas, tentando denegri-las.

O�Comandante�Fidel (eseuirmãoRaúl)era recebido festivamente no Brasil pelas auto-ridades e visitado constantemente pelo entãopresidente Lula e por comitivas do PT, quandoo comissário José (Daniel) Dirceu chorava emseusombroseapresidenteDilma,agora presen-teia Cuba com milhões de dólares que jamaisvoltarão. Che Guevara é capa permanente emcadernos e camisetas de nossos estudantes e épromovido constantemente no cinema e pela

PTVGlobo. Mao Tsé Tung e Lamarca estão nacarteira estudantil da União Colegial de MinasGerais. Mao, Fidel e Guevara exportaram paranós o ódio, o terrorismo, a subversão e a mortee são exemplos para a nossa juventude e endeu-sados pela mídia venal e peloslivros didáticos adotados peloMinistério da Educação.

Agora, continuam ten-tando pela quarta vez. É a horae a vez do Foro de São Paulo,que procura interferir em nos-sas relações internacionais, sen-do o espelho do ex-PresidenteLula, que foi ridiculizado pelasações de Evo Morales, RafaelCorrea, Cristina Kirchner e atédo "bispo" Fernando Lugo doParaguai, que foi defenestradoda presidência contra a vontadedogovernobrasileiro,dopróprioForodeSãoPauloedaUNASUL.E a farsa continua...

Atualmente, somosmaisde 200 milhões, sem ação, en-ganados, desprotegidos, entre-gues à própria sorte, enquantoos corruptos partidos políti-cos de esquerda procuram to-mar o poder de fato, para darcontinuidade a seus odiosos eobsessivos projetos socialis-tas, utilizando todos osmeios, principalmen-te os ilícitos, para alcançar seu objetivo prin-cipal - a implantação de um regime comunista,de acordo com o Foro de São Paulo.

Constatamos que, um presidente nãovale pelo que fala e sim pelo que faz (ou de-veria fazer), os partidos políticos estão par-tidos e são partidos pelo próprio governo, aJustiça é lenta e dura com o cidadão comum.

Finalmente,vemosoJuizSergioMoro,da1ªvaradaJustiçaFederal, julgandoecondenando

Os gulags soviéticos

uma verdadeira quadrilha formada por polí-ticos e empreiteiras de renome que assaltaramoscofresdaNação, sobretudoaPetrobras, e queesperamos que o STF cumpra com o seu pa-pel de pôr atrás das grades aqueles que, pro-

tegidos por foro privilegiado ese julgando acima da lei, riram-se da cara do povo que só servee é lembrado para garantir-lhesos votos necessários para con-tinuar com a esbórnia.

Com o impeachment dapresidenteDilma e a impossibili-dade de garantir a ela e ao ex-presidenteLulaaproteçãodoSTFatravés do foro privilegiado, oBrasil conta as horas de ver todosos envolvidos nessa roubalheirasistêmica no único lugar que lhescabe, que é a cadeia.

A indignação popular foidemonstrada nas últimas elei-ções onde o PT só conseguiueleger um prefeito, e ainda as-sim em uma cidade sem qual-quer expressão no cenário naci-onal, Porto Velho-AC, indican-do que o povo acordou e nãoacredita mais em �bolsa-esmo-la� ou promessas vazias que nãose cumprem nunca, enquanto�eles� continuam enriquecendo

ilicitamente e se safando da justiça.A farsa, a mentira, a enganação, a rou-

balheira e a impunidade já não encontrammaisguaridanoBrasil, pois asmáscarasestãocaindouma a uma nas operações comandadas pelaforça tarefa da Operação Lava Jato, e espera-mos que essa nuvem negra que pairou sobreo país por quase 20 anos, seja varrida de umavez por todas, pois na Terra de Santa Cruznão há espaço para o comunismo.

Até quando a farsa continuará?

A "Marcha da Família comDeus pela Liberdade"

�É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com quesaíram das ruínas do 3º RI, os autores daqueles crimes, amaneira ostensiva comque alardeavamosprocessos traiçoeiros que conseguiram dominar pelo terror.

Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maiorvirtude do brasileiro é ó esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito��.

Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1937Gen Eurico Gaspar Dutra - Ministro da Guerra

PRONUNCIAMENTO DO GENERAL DUTRA

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8Nº 233 - Novembro/2016 4

27 de novembro - edição das 15 horas

Sexta-feira - 29 de novembro - edição das 11 horas

Este éumbreve relatoda rebeliãocomu-nista de 27 de novembro de 1935. Porser apenas um resumo foram omitidos

muitosdetalhes enomesenvolvidosnos acon-tecimentos que enlutaram o País. Mesmo as-sim, ficoudemonstradodemodo insofismávelaté que ponto pode chegar a ambição políticaaqualquerpreço,ademagogia inconseqüenteedeletéria, adissimulação,amentiraeocinismode receberem dinheiro e orientação externospara entregar a Pátria ao domínio estrangeiro.

Sejam quais forem os disfarces e osprocessos utilizados, os adeptos do comunis-mo perseguem sempre os mesmos fins. Paraisso são capazes, como vimos, de revoltantestraições e, até, de frios assassinatos de compa-nheirosadormecidos.

É oportuno transcrever um trecho daOrdem do Dia do General Dutra, em 27 denovembro de 1937:

"É preciso relembrar o vandalismodesencadeado naquele dia, a atitudeafrontosa com que saíram das ruínas do 3ºRegimento de Infantaria os autores daque-le crime, a maneira ostensiva com quealardeavamos processos traiçoeiros e infa-mes com que abateram os companheirosque conseguiram dominar pelo terror".

"Relembrar esses fatos é certamentedoloroso. Mas é preciso relembrar, porqueamaior virtude do brasileiro é o esquecimen-to e essa virtude é quase sempre o seumaiordefeito".

Não sabia, porém , oGeneralDutra queas suas palavras eram, na realidade, uma pro-fecia. Os revoltosos de 1935 foram anistiadose perdoados pela sociedade, mas nem por issodesistiram de implantar, no Brasil, um regimecomunista contrário à vontade e à índole donosso povo. Voltaram a perseguir os mesmosobjetivos de tomada do Poder em 1964, sendobarradospelaRevoluçãodemocráticade31deMarço de 1964. Não conseguindo seus inten-tos retornaram, em 1968, os insanos importa-dores doódio edaviolência, a praticar seqües-tros, assassinatos brutais de civis e militares,assaltos a bancos, atitudes do mais baixo erepugnante padrãomoral, agindo emnome damesma soturna ideologia de seus mestres co-munistasde1935.Deixaramumrastrodemaisde 200mortos civis emilitares, 500mutiladose feridos, vítimas da sanha assassina dos her-deiros da intentona de 1935.

Podemos afirmar que o sacrifício da-queles que combateram o comunismo nãofoi em vão. Hoje no poder, os derrotados deontem estão podendo dar vazão plena ao ódioqueosmobilizaranaquela época.Noentanto épreciso manter a vigilância, pois as intençõesdeles parecem estar latentes, só aguardandouma oportunidade para se fazer presentes.Tudo devidamente comprovado com as cam-panhas sórdidas e mentirosas constantementeveiculadaspelamídiavenalevendidacontraasForçasArmadase,emparticular,apermanentetentativa de denegrir o Exército Brasileiro.

A lição de 1935 permanecerá viva. AsForçasArmadas e as PolíciasMilitares jamaisesquecerão as páginas de luto, traição e covar-diaqueocomunismo inseriunanossaHistóriae, mesmo à custa do sacrifício de vidas, nuncapermitirão que seja imposto ao Brasil umregime contrário à sua tradição.

Esse é um dever constitucional.

Avenida Pasteur, 28/11/35: Oficiais e praçasinsurretos do 3º RI quando, em atitude dezombaria, deixam, presos, o quartel.

O chefe do movimento, Agildo Barata estáassinalado com um X

ediçãoA.3

NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE�QUARTA-FEIRA,27DENOVEMBRODE1935 ANNOV�NÚMERO1.457

Dominado, noRio, omovimento subversivoO 3º. R.I. rendeu-se às 14 horas e 30 minutos, tendo sido a

sublevação da E. de Aviação suffocada desde cêdo�Estou vencido.Fui preso�

RIO, 27 (Meridional) � A reprotagem dos �Di-ários Associados� conseguiu falar ao capitão AgildoBarata, minutos após a readição do 3º R.I.

O conhecido official, que era o cabeça domovi-mento sedicioso da tropa PraiaVermelha, foi incisivo:

- �Estou vencido. Fui preso�.

Fuzilado pelos rebeldes o 1.º tenenteBenedicto Lopes Bragança

Segundo communicações recebidas hoje pela família Bragrança o 1.º tenenteBenedicto Lopes Bragança foi fuzilado pelos rebeldes por não ter querido adherir aomovimento da insurreição na Escola de Aviação, na qual commandava um corpo deinstrucção.

O malogrado official era relacionadissimo, em Bello Horizonte, aqui tendo servidono 10.º R.I, e aqui feito o seu curso de humanidade.

O corpo do tenente Bragança chegará amanhã nesta capital.

Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935

CONCLUSÕES

Publicado no Inconfidência, nº 63 de dezembro/2003

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Nº 233 - Novembro/2016 5

EDIÇÃODEHOJE � 10 PAGINAS NÚMERO AVULSO: - 200 RÉIS

Extinctos o 21º. e o 29º. Batalhões de Caçadores e o 3º. Reg. de InfantariaGenese e desenvolvimento da rebellião communista

O capitão Felinto Muller, chefe de Polícia do Districto Federal, expõe detal hadamente aos �DiáriosAssociados� a trama sinistra e as providencias rapidas e energicas do governo federal

Luiz Carlos Prestes perdeu, emum lance, a legenda que conquistou em11 annos

Posso assegurar-lhe que, a principio,organisara-seummovimentopolíti-co-militar de caracter verde e

amarello, no estylo dos golpes a que aRepublica liberal democrática nos acostu-mou, na longa história de sua adaptação aogenio político do povobrasileiro.A forma-ção da Alliança Nacional Libertadora, po-rém, lançou os agentes e possíveis chefesdesse movimento para o segundo plano.

Este partido tinha uma ideologia de-finida nos princípios communistas e o seuchefe,sr.LuizCarlosPrestes,hácincoannosanunnciára ao povo brasileiro as suas no-vas inclinações anti-democraticas. A rápi-da expansão desse partido, a propagandaintensa dos seus ideaes nesta capital e nosEstados, deram aos lideres a impressão deuma força capaz de prescindir dacollaboração das outras correntes políti-cas, podendo agir por conta própria e reali-zarcomafiguralegendáriadosr.LuizCarlosPrestes, a conquista do poder que tantosoutros desejavam.

A polícia, como já tive occasião dedemonstrar pela imprensa, numa abundan-te documentação estava certa da absolutaidentidade de ponto de vista da AlliançaNacional Libertadora com o programmacommunista de Prestes. A conspiração po-lítico-militardeixáracahirabandeiraverde-amarella, e surgira em seu logar e pavilhãovermelho do bolchevismo.

Deante das provas irrefutáveis dequeaA.N.L. tramavaa subversãoviolentado regimesocial epolíticodopaiz, ogover-no decidiu fechar a sua séde e os seusnúcleos em toda a Republica, e desde estemomento os seus dirigentes resolveram le-var avante o plano conspiratorio, sob achefiadirectaepessoaldeLuizCarlosPres-tes. Deu-se, portanto, uma evolução natramaprimitiva,denaturezapolítica, comointuito de mudar os homens conservandoas instituições, para uma extensão conspi-ração extremista destinada a implantar emnossa terra o regime russo, ingenuamen-te disfarçado na fórma de um governopopular revolucionário.

ATACTICADEMOSCOU-Convém não esquecer que os

alliancistas seguiam habilmente a tácticade Moscou. Como ficára resolvido noultimoCongresso doKomintem, os agen-tes bolchevistas e deveriam trabalharsempre com os disfarces da liberal de-mocrocia, fingindo uma alliança com ospartidos republicanos para combater ofascismo, e desta fórma obter a suacollaboração para a obra revolucionaria.Os alliancista que desejavam a coopera-ção dos grupos políticos dissidentes, epara não afugental-os, fingiamterabando-nado os propósitos vermelhos da ideologiamoscovita, allegando que o comunismorigido seria inadaptavel ás condiçõespsychologicas da sociedade brasileira.

Nesse sentido, procuraram articu-lar-se com elementos políticos e milita-res, que, a tempo, perceberam o encontroe retiraram a solidariedade que haviamempenhado.

A polícia possue documentos pre-ciosos para provar que os communistaspretendiam jogar esses collaboradoresnumacilada.

O plano era servir-se de seu apoiopara conquistar o poder popular revolucio-nário e, depois de installado este,convertel-o rapidamente, com o auxíliodas massas operarias, camponesas e ar-madas, no regimem communista, segun-do o espírito das infiltrações soviéticas.Possuo no archivo da polícia, cartas emque os líderes communistas explicamesteprojecto a camaradas que se mostramsurprehendidos com a �entente� dealliancismo com os grupos da burguesialiberal democrática.

O governo popular revolucionárioera apenas uma fachada para attrahir ingê-nuos. Viria, logo depois, atrás delle, a ver-dadeira revolução social, inspirada nolemma: �pão, terra e liberdade�, com umgoverno de operários, camponeses, mari-nheiros e soldados de accordo com osmoldes práticos consagrados pelo golpe de1917 na Rússia. (Extrato)

Medidas energicas paracombater o communismoAs modificações à Lei de SegurançaNacional, apresentadas pelo deputadoPedro Aleixo, corrigem as deficiências dalegislação em vigor � Definidos novoscrimes contra a ordem política e social

Rio, 3 (Meridional) � Foi assignado napasta da Guerra um decreto concebido nosseguintes termos:

�OpresidentedaRepublicadosEstadosUnidos do Brasil, considerando ser acto dejustiça e afimdeque perdera elle nos annaesmilitares, estigmatizando o crime de rebel-dia que cometteram, decreta:

Ficam extinctos os 21º e 29º Batalhõesde Caçadores e o 3º Regimento de Infan-taria.

Artigo 2º - São creados os 30º e 31ºBatalhõesdeCaçadoreseo14ºRegimentodeInfantaria que deverão ser immediatamenteorganizadosparaconservar-sesemalteraçãoo effectivo consignado na organização doExército.

Artigo 3º - Revogam-se as disposiçõesem contrario.

Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1935.104º da Independência e 47.º da República

(a) Getulio Vargas,Presidente da Republica"

EstigmatizandoocrimederebeldiaExtinctos o 21.º e

o 29.º B. C. e o 3º R.I.

NOSSOCOMENTÁRIOQualquer semelhança com os diasatuais não é mera coincidência.

A leituradaentrevista doChefedePolícia do Distrito Federal, em 1935,revela que o processo revolucionáriocomunista continua tendo as mesmascaracterísticas nos dias de hoje. Nasfases que antecedem a tomada do podertodas as aparências de legalidade e departicipação democrática no jogo polí-tico. A formação de frentes e aliançaseleitorais com os partidos de esquerda ecoma"burguesia liberal"paraaforma-çãodeum"governopopular democráti-co" continua a ser a tática dos partidoscomunistas e tambémde partidos que sedizem socialistas, escondendo sua ten-dência revolucionária.

É a tática da "via pacífica" cujoprimeiro objetivo é a conquista do go-vernopelo caminhoeleitoral legítimo.Apartir daí, o partido comunista ou parti-do socialista revolucionário, simulandoum programa social-democrata, faz a"acumulaçãodeforça"aqueTarsoGen-ro (PT/RS) denomina de "reformismoradical", tendo por objetivo a tomadado poder.

A Intentona Comunista de 1935que surpreendeu pela violência, poderepetir-se de formapacífica, pelomenosnassuas fases iniciais, realizadaoqueosneo-comunistasdenominam"RevoluçãoNacional Popular".

Com a chegada de elementos do22º Batalhão de Caçadores e de umabateria de Artilharia da Parahyba,os communistas pressionados,começaram a recuar no Recife

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Prestes, ladeado pela Polícia Especial de Vargas,depõe no Conselho de Justiça Militar, fev/37

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DISCURSO DO DEPUTADO FEDERAL AFONSO DE CARVALHO26 de novembro de 1946

CARÍSSIMOS LEITORES / HISTORIADORES / MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS

�Sr. Presidente:Os tempos são outros. Nunca oBrasil es-

teve tão intensamente penetrado de sentimen-to democrático e de amor à liberdade, comoatualmente. E esse é o sentimento que pre-pondera nas nossas classes armadas. Foi oque as impulsionou para o 29 de outubro [de-posiçãodopresidenteVargas], e, agora, deter-mina novamente o seu pronunciamento, emdefesa da Pátria e da Democracia.

Positivismo e Comunismo vieram a ser,no Brasil, as forças negativas, dissolventes daideia de Pátria, implicando em desviar as forçasarmadas dos seus verdadeiros rumos. De inícioé o Positivismo que visa corromper o espíritonacionalista das nossas gerações militares e emfavor da utopia � humanidade, relegando paraplano secundário a ideia de Pátria.

O Apostolado Positivista passou a sero esquisito laboratório dessas ideias, onde osadeptos de Augusto Comte, como mais tardeo farão os discípulos deMarx e Engels, agita-rão as retortas de violentos ácidos corrosivos,contra a noção de Pátria.

O Sr. TeixeiraMendes, �PapaVerde� doPositivismo,prega, então, ideias,que,hoje,difi-cilmente se acreditaria pudessem ser apresenta-das, se não constassem, comoconstam, das suasoraçõesapostolares. Prega, antes demais nada,o esfacelamentodoBrasil, criandoaschamadasPátrias Brasileiras. Afirma que os positivistas �e é grande, então, o seu número no Exército �não têm �omenor preconceito de integridadepolítica�.Admira-sequeosdemocratas �olhemcom tamanho horror� para o que chama �ainevitável fragmentação política do Brasil�.Considera, desdenhosamente, a integridadebrasileira como um simples preconceito.

Ataca o Império �porque não recuounem diante da violência e da corrupção paramanter aMonarquia e a integridade da nacio-nalidade brasileira�. Escreve textualmente:�OExército não garantea tranquilidadepúblicaporque é insuficiente para a guerra e é supérfluopara a paz�. Incentiva a sabotagem da guerra doParaguai,cujasglóriasmilitares considera comosinais de vergonha, o que levou certa vez oGe-neral Tasso Fragoso a escrever:

�Lembro-me dessa época quando os ve-lhos generais, que haviam lutado no Paraguai,escondiam as suas condecorações de guerra,como se fossem símbolos do opróbrio� [duasobservações particulares: 1) o Senador GaspardaSilveiraMartinssemprecriticou,acerbamente,o pacifismo dos positivistas, para os quais os

Transcrevemos abaixo, excertos do discurso pronunciado em26 de novembro de 1946, naCâmara dosDeputados, pelo deputado federal porAlagoas, Coronel doExércitoAfonso de Carvalho. Trata-se de um importantíssimo documento de cunho histórico-filosófico, que foi publicado pela revista �Nação Armada�, n° 81, de janeiro de

1947. O título damatéria é �OMilitar não pode ser Comunista�. Diga-se que quando do citado discurso, o Brasil, há poucomais de um ano, retornara ao estado democrático,após a deposição, pelas Forças Armadas, do ditador Getúlio Vargas. O Partido Comunista foi então legalizado e lançou candidatos a vários cargos eletivos. O seulíder, Luiz Carlos Prestes, foi eleito Senador. Em 1947, esse Partido foi posto na ilegalidade, eis que subordinado ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS),do qual era uma simples Seção, e pelas agitações subversivas que promovia em todo o Brasil. É disso e mais da nefasta ação da ideologia do Positivismo - �aReligião da Humanidade� -, que versa o magnífico Discurso.

Afonso de Carvalho foi um notável historiador, intelectual, pensador militar, escritor, poeta, político (foi Interventor emAlagoas, em 1933, membro da AssembleiaNacional Constituinte de 1946, e deputado federal pelo estado de Alagoas), sócio de diversas instituições histórico-culturais. Ele foi um dos maiores biógrafos do DuquedeCaxias, sendo o seu referencial livro, �CAXIAS�, editado por cinco vezes; a Biblioteca do Exército o editou em1938 e tornou a fazê-lo, em 1976, em uma edição especial,de luxo. Eis alguns trechos do antológico, histórico e científicoDiscurso que todo patriota deveria ler com redobrada atenção, custodiar com esmero, e, em especial, refletir,comparativamente, com a atual e muito hostil conjuntura nacional, sob os influxos da ação �gramscista�, orquestrada pelo Foro de São Paulo:

Exércitos deveriam se transformar em gen-darmerias e �os generais eramos grandes assas-sinos dos povos�.

Aindamais: 2) a impoluta figura do Du-quedeCaxias era assazdenegrida e apequenadapelosmilitaresprofitentesdoPositivismo.Caxiassó seria reabilitado pelo Exército, de um semi-anonimatonãocondizentecomos tantose tama-nhos serviços por ele prestados aoBrasil, na paze na guerra, no ano de 1925, pelo ministro daGuerra, General Setembrino deCarvalho...].

Enfim, o Exércitodiminuídoàsimplesgen-darmeria e a Pátria re-duzida a vinte republi-quetas!EraoquequeriaoApostolado Positivista,fiel intérprete das ideiasdeAugustoComte,após-toloaindamais intransi-gente queMarx, das teo-riasdomaterialismohis-tórico. Foi grande o tra-balho dos constituintespara que a nova CartaMagnadaRepúblicasaís-seescoimadadosaleijõespositivistas.

Os chefes milita-res, no decorrer dos go-vernosrepublicanos, tudofizeram para que o Exér-citosefortalecesseemseuespírito profissional e no seu amor à Pátria, daqual é a armadura de aço.

Na verdade, os nossos chefes militaressouberam, com elevação e habilidade, livrar asforças armadas do primeiro cancro (o Positivis-mo)que iacorroendoas suasenergiase solapan-do os fundamentos da Nação.

Chegou,agora,avezdedefender-sedeumoutro inimigo.Oschefesmilitaresdehoje, e quejá falaram com a boca dos canhões em 27 denovembro de 1935 [refere-se à hedionda �In-tentonaComunista de 1935�, que pode ser resu-midaemdoisvocábulosapenas: traiçãoecovar-dia; eque foiumadasponderáveiscausas imedi-atas para a deflagração do gloriosoMovimentoCívico-Militar de 31 de março de 1964], estãonovamente com a palavra.

Apreciado o Positivismo [que prega a�ditadurarepublicana�]comocontrárioàideiadePátria,vejamosagoraoComunismo [que preco-niza a �ditadura do proletariado]. Desapare-ce, no Comunismo, o conceito clássico de po-

vo e de Pátria. A unidade política não é maiso povo, e sim, a classe. Dentro da unidade �classe, o cidadão oblitera-se, desaparece. Ecom ele, o povo. E com o povo, a Pátria. Cadacircunscrição política deve dividir-se na clas-se dosmarítimos, na classe dosmetalúrgicos,etc. A classe é o que se tem em vista, estejaonde estiver, no país ou no estrangeiro.

Lê-se noManifesto Comunista: �Ope-rários de todo o mundo: uni-vos!�

O Programa do Komintern proclama:�OProletariado não terápátria enquanto nãoconquistar o poder po-lítico�.

Como o Partido éinternacional, aquelesqueodirigemnosdemaispaíses, como no Brasil,têm o nome de Secretá-rios.

E, se emdadomo-mento, colidirem os in-teresses de um país comos da Rússia Soviética,devem preponderar osda URSS. Desta mesmatribuna o senador comu-nista Luiz Carlos Pres-tes declarou que no casode uma guerra do Brasilcom a Rússia, ou me-lhor, com aUnião Sovi-

ética, ele ficaria com a União Soviética.Como se pode supor, nessas condi-

ções, que um comunista possa deixar de aten-der aos compromissos internacionais, in-trínsecos, do seu Parido? E se esta obedi-ência, pelo caráter internacional do Parti-do, dimana, imperativamente, da própriaessência do comunismo, como admitir-seque o militar possa pertencer a uma organi-zação internacional, ele que jurou defendera Pátria com o sacrifício da própria vida?Como admitir-se que o militar, o militar doBrasil, possa ter outra Bandeira que não sejaaquela �que a brisa do Brasil beija e balança?�

Como admitir-se que ao soldado, aomarinheiro, ao aviador, se possa, sem receiode traição, confiar-se uma arma, e esta armaser utilizada contra a Pátria, que nele deposi-tou a sua confiança?

Não podem existir duas respostas aestas perguntas! Admitir-se ummilitar comu-nista seria conformarmo-nos com o mais trá-

gico dos paradoxos.Ninguém pode negar aos Estados Uni-

dos da América doNorte e à Inglaterra, o altoespírito democrático que preside às suas ins-tituições. E, no entanto, o que hoje se preten-de fazer no Brasil, a Inglaterra e os EstadosUnidos já o fizeram, excluindo das suas forçasarmadas todos osmilitares comunistas [acres-cente-se que, após aContrarrevolução de 1964,foram expurgados das FFAA,militares indese-jáveis comoos subversivos/comunistas, os cor-ruptos e os de condutamoral incompatível coma profissão militar; desafortunadamente, ti-pos dissimulados conseguiram escapar da-quela oportuna e benéfica higienização, sendoo caso mais notório o do capitão desertor etraidor, facínora crapuloso, Carlos Lamarca].

Sr. Presidente. Srs. Deputados: Vou ter-minar. Procurei demonstrar como as ForçasArmadas têm sido sacrificadas por duas cor-rentes ou partidos de sentido filosófico-po-lítico, fundamentados na interpretação ma-terialista daHistória: o Positivismo e oComu-nismo, e ambos desencadeados, primeiro, con-tra a República que sucedeu à Monarquia; de-pois, contra a República que substituiu a Di-tadura, e, também, por coincidência, ambasem sua fase perigosa de adolescência.

Continuando, Sr. Presidente, procureiprovaro caráter internacional do Positivismoe do Comunismo. E, assim, contrários à ideiade Pátria. Na Inglaterra, Srs. Deputados, sem-pre se sepultaram os sonhos dos conquista-dores e a ideologia dos extremistas! Se velhospaíses, como outros, reagiram às ideias deMarx, comocompreender-sequeumpaísnovo,aindaemformação,comooBrasil,possaadmití-las e com a cumplicidade das próprias classesarmadas?

Impõe-se à Democracia brasileira for-talecer o sentido afirmativo da Pátria.

Não podemos - militares e represen-tantes do povo -, permanecer tranquilamentedebaixo da abóbada, deixando que o inimigonos vença. Se não reagirmos, a abóbada ruirá.Pereceremos todos. E de todos nós, que nãosomos comunistas, não sobrará umsó Jeremiaspara chorar sobre as cinzas dessas ruínas.

Fortaleçamos a Pátria, prestigiando asclasses armadas. Renunciemos à vastidão dasideias universalistas. E permaneçamos intan-gíveis no nosso sentimento pátrio, no sagradoegoísmo, no amor ciumento do nosso desvãode telhado, que é a nossa terra, a nossa família,a nossa gente, a nossa PÁTRIA!�

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Cópia do originaldatilografado do

telegrama com o qual adireção da Internacionaldeu a Prestes e Ewert

ordem para agir

* Por JarbasPassarinho

* Coronel - Foi ministro de Estado,governador e senador pelo Pará.

OPartidoComunis-ta Brasileiro, nas-

cido em 1922, teve vi-da curta, dirigido porAstrogildo Pereira eOctávio Brandão, quan-do em 1929 caíram am-bos em desgraça da

Terceira Internacional fundada por Lênin.Poupados por Moscou que determinou umatrégua, que não durou senão até 1930. O Ko-mintern criticava os dirigentes do PCB, proi-biu o partido de fazer qualquer aliança naseleições daquele ano, para cultivar seus cli-chês: luta contra o imperialismo, terra paraos camponeses, afastamento dos intelectu-ais (Astrogildo, Brandão, Basbaum e PauloLacerda) e sua substituição por �trabalha-dores mal vestidos e que falassem errado�.Lembro essa passagem para salientar umainteressante coincidência: quando o PT foifundado, há 25 anos, pretendia manter oprincípio de partido exclusivo de trabalha-dores, contrário a toda política de aliançascom partidos burgueses e dirigido por ummetalúrgico �mal vestido e que falava erra-do�.

Prestes só seria recebido na TerceiraInternacional, ouKomintern, em1931, quan-do aceitou pagar o que se chamava outrora,nos clubes de grã-finos, uma luva. Para serrecebido na ilustre companhia dos revo-lucionários mundiais, pagou �20 mil dóla-res do fundo recebido de Getúlio Vargas de-zesseis meses antes�, como revelou WilliamWaack, no seu livro Camaradas, compro-vado no acesso que teve aos arquivos deMoscou, após o colapso da União Soviéti-ca, Capítulo Ouro Para Moscou, página 43.

O LEVANTE COMUNISTA DE 1935: REFLEXÕESJoão Alberto, em A Marcha da Coluna,confirma o entendimento com Getúlio, paraque Prestes chefiasse a Revolução de 1930.Ele desviou os recursos para cumprir exi-gência do Kominforn, o mesmo Kominfornque lhe daria ordem para o levante de 1935e dava (ou retribuia) dólares para chefiar olevante no Nordeste e noRio de Janeiro. É a prova do�Ouro de Moscou�.

Acho que Prestes va-cinou o Exército com esselevante, que deixou marcasindeléveis de traição e co-vardia, quebrando um prin-cípio de lealdade pertinenteà vida castrense, em exem-plos históricos como o dosaviadores na 1aGuerra Mundial. Quando umadversário era abatido, o contendor vitori-oso passava em vôo rasante sobre o venci-do e lhe fazia continência. Lee, o famosogeneral que comandou o Exército dos Con-federados na Guerra de Sucessão america-na, era instrutor em West Point, quando aguerra eclodiu. Despediu-se da escola, co-mandada por superiores seus, adeptos deLincoln, com a tropa que ele iria combaterformada em saudação. Não há duvida queeram tempos muito passados, em que aguerra tinha uma componente romântica.Mas em 1935, o comandante do 3o RI, ondeestava preso o capitão comunista AgildoBarata, tinha absoluta confiança nos seussubordinados. Dois deles, fizeram o contrá-rio dos exemplos românticos. Um capitãoque devia favores ao Comandante, jurou-lhe ajoelhado que era falsa a informação queo Coronel recebera de que o Regimento se

levantaria no dia 27 de novembro e que ocapitão era um dos seus líderes. Pois elemesmo, altas horas da madrugada, cumpriuas ordens que Prestes fizera chegar, escri-tas, a Agildo Barata. Preocupado com as in-formações que recebera do Ministério daGuerra, determinou o Comandante a um

tenente seu secretário,que instalasse uma me-tralhadora visando asubunidade suspeitada.O tenente, que tinha umparente na intimidade doPalácio do Catete, comGetúlio Vargas � e daí ainsuspeição dele - aca-bou usando a metralha-dora em apoio aos comu-

nistas rebelados.Na Escola de Aviação, um oficial

que faço questão de não sujar com seunome este papel em que escrevo, foi en-carregado de matar o tenente Danilo Pa-ladini, sabidamente anticomunista. Co-briu o revólver com um jornal e, numa esca-da em que Paladini se encontrava, cha-mou-o perguntando se lera o jornal. Quan-do a vítima desceu uns degraus, o covar-de o matou com tiros do revólver escon-dido no jornal.

Outros covardes, também, sujaram ahistória castrense no Brasil. Um exemplo éo do tenente Bragança, aviador. Cumprindoseu dever, dirigiu-se de trem para o subúr-bio de Deodoro, no Rio de Janeiro, com umcolega, para apresentarem-se em sua unida-de, que não sabia já rebelada. Apanhou-osum capitão (um facínora que vim a conhe-cer no Congresso quando votamos a lei

de anistia), dono de um pequeno automó-vel. Sentaram-se os dois oficiais nos ban-cos de trás. O capitão, sacando uma para-belum dirigiu-se primeiro ao tenente Bra-gança, dizendo estar a unidade de aviaçãorevoltada obedecendo Prestes e perguntouse aderiam. O tenente corajosamente res-pondeu que não. Levou um tiro fatal. O ou-tro abriu a porta do automóvel e jogou-separa fora, protegido pelo lusco fusco e dafrágil vegetação de Marechal Hermes. Foisalvo porque o gatilho da arma não percutiua bala. Dele eu li, já senador, o depoimentoque deu no Tribunal de Segurança criadopor Getúlio, revelando como se dera amorte do tenente Bragança. Mas, quan-do capitão instrutor do CPOR de BeloHorizonte, fui companheiro de seu irmão,o capitão Bragança, um oficial de escol,cuja família tinha sido compelida a nãorevelar o que sabia, para que nas Come-morações da Intentona, na Praia Verme-lha, a ferocidade e a deslealdade dos co-munistas fosse enfatizada como eles ma-tando até militares dormindo. Coisas depolíticos e não exatamente da política co-mo a descreve Max Weber.

O Presidente Collor determinou queas comemorações da Praia Vermelha, nos27 de novembro não mais fossem realiza-das, para reconciliação da família brasi-leira. Passara a ser lembradas nos quar-téis. Agora, nem isso. São substituídas peloculto, de Dom Paulo Evaristo Arns e dorabino Sobel ao comunista Wladimir Her-zog. Assim se faz a história.(Publicado no Inconfidência nº 88 de 27/11/2005)

Cobriu o revólver com umjornal e, numa escada emque Paladini se encontrava,chamou-o perguntando se lerao jornal. Quando a vítima

desceu uns degraus, o covardeo matou com tiros do revólver

escondido no jornal.

Acuse-os do que você faz.Xingue-os do que você é.

Lenine

Camaradas - Por William Waack

CAMARADASNos arquivos de Moscou

A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935

WILLIAM WAACK

Este livro não foi feito para favoreceralguns em detrimento de outros, nem pararetomar debates e pontos de vista totalmenteultrapassados com o fim da Guerra Fria. Noentanto, é inevitável que alguns mitos, ima-gens, carreiras e reputações � e crenças �saiam profundamente abalados ao final des-tas páginas. Berlim, setembro de 1993

Também usava os nomes de �FridaLeuschner�, �Ana Baum de Revidor�,

�Olga Sinek�, �Olga Bergner Vilar� e�Zarkovich�; alemã,membro do IVDeparta-mento do Exército Vermelho (InteligênciaExterna); casada na URSS com B. P. Ni-kitin; viajou em dezembro de 1934 ao Bra-sil, acompanhando Luiz Carlos Prestes,cumprindo missão que lhe fora atribuída

OLGA BENÁRIO - A VERDADEpela EKKI. Foi presa no Brasil em 6 demarço de 1936, juntamente com Prestes,com que teve uma filha, sendo deportadapara a Alemanha, onde morreu, em 1942,em um campo de concentração.

O seu grau de importância na hierar-quia da espionagem soviética deu-se noepisódio de reconhecimento de sua morte enas motivações nazistas para a liquidarem.

�Camaradas" é um livro cuja leitura se diria recomendável a todos os brasileirosmas obrigatória ao público militar. Obrigatória, por traduzir-se o seu texto na mais amplae irretorquível defesa da ação anti-comunista em que se envolveram as nossas ForçasArmadas, desde 1935. A nossa luta, e a nossa vitória foram o triunfo da razão. Honra aossacrifícios e ao sangue derramado em decênios de confronto com a maior aberração queproduziu o pensamento humano, o comunismo.

E estejamos certos! O �patrulhamento ideológico� ainda não foi desmontado noBrasil. A obra de Waack não irá figurar nas famosas listas dos mais vendidos que a mídiarepete em seus suplementos. Corrijam-nos, no futuro se estivermos errados!

(Publicado na revista do Clube Militar de dezembro/1993)* Tenente-Coronel Antônio Gonçalves Meira William Waack

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A INSURREIÇÃO DE 27 DE NOVEMBROESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR

O início da revolta na AVIAÇÃOcoincidiu, differença de poucosminutos, comado3ºREGIMEN-

TO DE INFANTARIA.Em vasta área, quasi toda aberta,

situada entre a Estrada Rio-São Paulo, aEstação de Deodoro e a Invernada dosAffonsos, estáaESCOLA DE AVIAÇÃOMILITAR.

Dentro dessa área vários pavilhõesse distribuem a esmo; uns, servindo dequartéis e alojamentos, outros, deofficinase hangares.

Duas entradas lhe dão accesso;ambas situadas àmargendaEstradaRio-S.Paulo, sendoqueumadellas, amaisutiliza-da hoje, está localizada na embocadura deum caminho que vae ter à Enfermaria.

Foi por esta que, pouco antesdas três horas da madrugada de 27,penetrou na ESCOLA o automóvel doCapitão SOCRATES, conduzido, alémdeste, o Capitão AGLIBERTO e os Te-nentes BENEDICTO e DINARCO,emquanto que o Tenente IVAN ali pene-trava pelo outro portão afim de sublevara guarda de serviço.

A promptidão e a vigilância na ES-COLA,emconseqüênciadosacontecimen-tos de Natal e Recife, não era rigorosa egeralcomono3ºREGIMENTODEINFAN-TARIA,masapenasparcial,ecomprehendiaaCompanhiadeGuardas,aExtranumerariae a Companhia de Alumnos do Curso deSargentos Aviadores.

Os serviços de segurança, entre-tanto, foram augmentados na noite de 26para27,emfacedosboatosquecirculavam.

OCommandante, Tenente-coronelIVOBORGES, que vinha de hámuito des-confiado da actuação dos CapitãesSOCRATESEAGLIBERTO,dera termi-nantes ordens aos elementos encarrega-dos da fiscalização dos portões de entrada,quenãopermittissemo ingressonaESCO-LAdequalquer vehiculo,mesmoconduzi-do officiaes.

As ordens não foram, porém, cum-pridas pelo Sargento ALVARO BELGA,que com um Grupo de Combate, guar-dava a Estrada que vae ter à Enfermaria

e por onde penetrou, sem ser embaraçoem sua carreira, o automovel do CapitãoSOCRATES.

HámuitojáseachavamnaESCOLA,alli chegados�poracaso��oupara saberemdas novidades�, os Tenentes CARLOSBRUNSWICKFRANÇAeJOSÉGAYDACUNHA.

O Commandante, o Major BENTORIBEIROCARNEIROMONTEIROeoCapi-tão JORGE GOMES RAMOS, que ronda-vam pela Estrada Rio- S. Paulo, ao verempassar velozmente, semencontrar obstácu-los, o automóvel do Capitão SOCRATES,interpellaramoSargentoBELGA,queexpli-cou ter deixado passar o vehiculo por con-duzirofficiaesdaESCOLA.

Deu-lhe ordem o Tenente-coronelIVOBORGES que o acompanhasse junta-mentecomoseuGrupodeCombate,afimdeverificarem o que pretendia a ESCOLA,áquellas horas, SOCRATESe seus compa-nheiros.

Foi então que se ouviramos primei-ros tirospartidosdasproximidadesdo localonde parara o automóvel, e acto continuo,

recebiamoCommandante,oMajorBENTORIBEIRO e o Capitão GOMES RAMOSuma rajada de fuzilmetralhador doGrupodoSargentoBELGA.Gritaramosofficiaesque não atirassem, quando nova rajadase fez ouvir.

Surprehendidos e impossibilita-dos de, no local, tomarem qualquer atti-tude de reacção, ou providencia effi-ciente, referem oCoronel IVO e omajorBENTOa fls. 1.536 e1.540do6º volume,dirigiram-se para a EscolaMilitar, postode commando da 1ª Brigada de Infantaria,onde se apresentaram, tendo por sua vezconseguido oCapitãoGOMESRamos al-cançar oBatalhão Escola, onde solicitouas primeiras providencias.

A esse tempo, o automóvel condu-zindoSOCRATES,AGLI-BERTO,IVANEDINARCO, defrontava a Companhiade Alunnos, onde nas proximidadesse achavam dois Grupos de Combatecommandados pelos Tenentes BENE-DICTO LOPES BRAGANÇA e OS-WALDO BRAGA RIBEIRO MENDES.

Colhidos de imprevisto e envolvi-dos pelos officiaes revoltosos, emquantoparte da tropa dispersava aos gritos de�Vivaa revolução�,erampresososTenen-tes Bragança e Mendes e recolhidos aoautomóvel, sob a vigilancia do CapitãoAGLIBERTOVIEIRADEAZEVEDO.

Foi ahi, que este official, segundorefereoTenenteRIBEIROMENDES,cujotestemunho é corrobarado pela prova indi-ciaria, friamente assassinou o seu collegaTenenteBRAGANÇA.

Em outros sectores, agiam os Te-nentesBENEDICTO DE CARVALHOeIVAN RAMOS RIBEIRO, auxiliados pe-los TenentesDINAR-CO,GAYeFRAN-ÇA e pelo Aspirante WALTER.

SublevaramassimaCompanhia deAlumnos e a deGuardas, aomesmo tempoque eram presos os officiaes que nãoadheriam à insurreição.

OCapitão ARMANDODE SOU-ZA E MELLO, e o Tenente DANILOPALLADINI foram mortos pelosrevoltosos logo no inicio do assalto.

O Tenente Coronel EDUARDO

GOMES,Commandantedo1ºREGIMEN-TO DE AVIAÇÃO, quando repellia umataque á sua unidade, dirigido pelosrevoltosos SOCRATESE IVAN, foi feri-do na mão por um dos componentes doGrupo de Combate deste ultimo.

Mas já as forças do Governo ataca-vam a AVIAÇÃO e o Grupo Escola co-meçava o bombardeio.

Dentro em pouco os rebeldescapitulavam, e os chefes, sem a cora-gem de enfrentarem a derrota, punham-se em fuga desordenada, abandonan-do seus commandados.

Como tivemos occasião de resaltarem trecho deste relatório, era evidente queos planos do movimento não se poderiamcircumscrever a dois quartéis, elles neces-sariamente envolveriam outras unidades eestabelecimentosmilitares.

De facto: no Quartel-General da 1ªRegião, o Tenente AUGUSTO PAESBARRETOque, na noite de 26, descera daVilla Militar, commandando uma Compa-nhia do 2º REGIMENTO DE INFANTA-RIA,erapresoquando procurava, logo dechegada áquelleQuartel, alliciar elemen-tos para a insurreição armada, queirromperia na madrugada de 27, tendocomochefes, entre outros, oCapitãoLUIZCARLOS PRESTES e o Dr. PEDROERNESTO(Fls.1.787do7ºvolume).

Na VillaMilitar, PAULOMACHA-DOCARRIONe possivelmente SOVERALFERREIRADESOUZA,SAMUELLOBO,ALDOBRANTINO CHAVES SEGURA eoutros, juntamentecominferiores epraças,ficaram impedidos de executar os planosque traçaram, dada a acção efficaz doscommandantes de suas unidades.

NOCENTRODEPREPARAÇÃODEOFFICIAESDARESERVAerampre-sos LAURO FONTOURA e HELIO DEALBUQUERQUELIMA, alliciadores deelementos para a rebellião naquelle esta-belecimento de ensinomilitar.

Finalmente,noGRUPODEOBUZES,emS.Christovão, foidescobertaa trama darevolta que estava articulada entre infe-riores e praças daquella unidade. (Pági-nas 18, 19, 20 e 21 do relatório)

Ha ainda a referir episodio occorridocom os officiais presos no Casino, paraonde foram transportadas, adredemente,caixas de granadas, e que não teve porepilogo o sacrifício de todos, graças áintervenção do Capitão JOSÉ LEITE

BRASIL, que se oppoz, como chefe quetambém era, ás ordens dos CapitãesAGILDO e ALVARO de SOUZA, que,convencidos da derrota, queriam o ex-termínio dos prisioneiros.

(Página 17 - Setembro/1936)

RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTODA POLÍCIA CIVILDO DISTRICTO FEDERAL

Descarga de tiro de fuzil realizadapor uma representação do 12º BI,envergando o uniforme da época,em homenagem ao CapitãoBenedicto Lopes Bragança, nocemitério do Bonfim, emBelo Horizonte (2004 )

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Nº 233 - Novembro/2016 9

*Cel. Aluísio Madrugade Moura e Souza

Autordos livros:GuerrilhadoAraguaia �Revanchismo

�A GrandeVerdadeDocumentário�DesfazendoMitos

daLutaArmadaPEDIDOS:

[email protected]

A INTENTONACOMUNISTA

Apre-sento, a se-guir, algunsdetalhes dosassassinatos

do Capitão Danilo Paladini e doCapitãoBenedictoLopesBragança,para que o leitor tenha para semprenamente, até onde chegou a covar-dia dos que fizeram a Intentona.

Comjácitei,ocomunistaBar-bosa Lima Sobrinho escreveu naorelha da contra capa do livro deHélio Silva � 1935 - A RevoluçãoVermelha: �não houve ninguém,oficial ou soldado, assassinadonacama pelos companheiros suble-vados.Osquemorreram,morreramlutando�, o que é uma grande in-verdade. Barbosa Sobrinho certa-mente não leu os jornais da época enemse aprofundouno tema, ou tevea intenção deliberada de distorceros fatos em defesa de seus camara-das comunistas.

No caso específico, do Te-nenteDaniloPaladini, promovido aCapitão pós-morte, tive a grata sa-tisfação de ter sido comandado doGeneral Mário César Azevedo daSilveira, esposo de dona IrmaPaladiniAzevedo da Silveira, filhadoCapitão PaladiniededonaZelinaPaladini.

Sabendoque eu estava escre-vendo um livro no qual abordaria aIntentona, gentilmente dona Irmame permitiu acesso a um diário decampanha do seu pai, escrito diaapósdia, iniciadoem1ºdeagostode1924 e findo em 23 de março de1927, bastante útil para conheci-mento das questões desse períodoque antecedeu a Intentona.

O referido diário conta a suaparticipação namanutenção da or-demgovernamental emduas revol-tas ocorridas no interior do País,mais precisamente na região norte(Pará e Amazonas) e no interior deMinasGerais e do antigoEstado deGoiás.

Como relatei em artigo ante-rior, consta na página 75do livro doponderado Gen. José Campos deAragão, participante da resistênciano 3º Regimento de Infantaria noRiodeJaneiroa seguinteafirmação:�ocapitãoArmandodeSouzaMeloe o tenente Danilo Paladini, querepousavamnomomentoda insur-reição, foram mortos pelos re-voltosos ainda aturdidos quandose levantavam�.

No entanto, dona Irma temversão diferente das publicadas emlivros a respeito da morte de seupai. Segunda suamãe, umsargento,cujo nome não se recorda, a procu-

rou e lhe contou comoo seumarido,Tenente Paladini, foi assassinadofriamente: disse-lheo sargento:�eue o Tenente Paladini regressáva-mos da ronda e, quando subíamosas escadas que davam acesso aoalojamento, ouvimos uma voz quechamou. Paladini! Ato contínuoouviu-se um disparo de arma defogoqueoatingiunascostas.Entãoeu o arrastei até o alojamento, co-locando-o sobreumsofá.Começa-va uma grande confusão�.

Como dona Zelina, mãe dedona Irma, fez questão de guardar afarda usada por seu esposo no diaem que foi assassinado, para que aacompanhasse quando do seu fale-cimento, tive a honra de estar coma túnica da farda em questão nasmãos e constatar que o tiro foradado pelas costas, saindo na alturado coração. PenaquedonaZelina jánão possuíamemória para nos con-tar detalhes do que soubera pelosargento emquestão.Não importa!Matar um ser humano dormindo,ainda sonâmbulo ou pelas costas éamesma coisa.Não é combate, nãoé luta, é traição e covardia.

Tendo corrido risco demorteem tantas oportunidade, comopudeverificar em seu diário, o CapitãoPaladini jamais imaginou, que porironia dodestino, iriamorrer dentrodo quartel em que servia e que,portanto, julgava local altamenteseguro, por um ato mesquinho ecovarde, praticado por um compa-nheiro de profissão comquemcon-vivia diariamente.

QuantoaoTenenteBenedictoLopes Bragança, segundo depoi-mento do 2º Tenente AviadorOswaldo Ribeiro Mendes, o mes-mofoi�assassinadosemdefesapeloCapitãoAglibertoVieiradeAzeve-do, dentro do carro do Capitão

SócratesGonçalves�.Não estava, portanto, lutan-

do, mas no banco traseiro de umautomóvel.

Declara o Tenente RibeiroMendes:�estávamos de carona nocarro que foi retido quandoadentrávamos no quartel. Ao reti-rar-se o sargento que nos parou,continuamos sob a guarda doCa-pitãoAgliberto.Aoouvir o primei-ro tirodisparado,aoqueparece,nadireção da casa dos pilotos, Agli-berto visou friamente o TenenteBragança e atirou, tendo este sol-tado umgemido e caído para o seuladodireito, dentrodocarro, assas-sinado sem defesa. Vendo que oCapitãoAgliberto, ànossa esquer-da, apontava a arma para mim enotando pela sua fisionomia queia atirar, levantei as mãos excla-mando:masAgliberto!Apesardis-so, este apertou o gatilho, tendo orevolver falhado.Aproveitei-medoseumomentodesurpresa,conseguiempunhar meu revólver e atirarapressadamente pela porta do car-ro, o que ocasionou sua fuga nadireção do capinzal que vai até aenfermaria�.( pg. 80 do livro doGen. José de Campos Aragão).

Alguns outros exemplospoderiam ser citados. No entan-to, imagina-se que os dados atéaqui fornecidos sejam suficienteso bastante para nos permitir afir-mar que nem todos os que morre-ram, morreram lutando como demaneira desavergonhada os comu-nistas continuam apregoando.

Sobreleva notar que ha nestesautos a prova de que AGLI-BERTOVIEIRADEAZEVEDOfoiautor do assassinio do Tte. Bene-dito Lopes Bragança.

O Tte. Oswaldo Braga Ri-beiro Mendes a fls. 612 do 3º vo-lume e, posteriormente, no depo-imento de fls. 1.547 do 6º volume,diz:

� A partir do momento dachegada do auto do Cap SO-CRATES não mais vi o Cap. Ar-mando (Armando de Sousa eMello). O Tte. BRAGANÇA (Be-nedito Lopes Bragança) foi de-sarmado immediatamente, attri-buindo eu o facto de não me te-rem desarmado a ter encostadono carro colhido pela surpresa.Ao que aparece na direcção daCasa dos Pilotos, VISOU FRIA-MENTE O TENENTE BRA-GANÇA E ATIROU , TENDOOREFERIDO TENENTE SOL-TADO UM GEMIDO E CAHI-DO PARA O SEU LADO DI-REITO, DENTRO DO CARRO,ASSASSINADO SEM DEFE-SA. Ao ver que o Cap AGLI-BERTO que estava a nossa es-querda apontava para mim enotando pela sua physionamiaque elle ia atirar-me, levantei amão na sua direcção exclaman-do: Mas AGLIBERTO! Apesardisso, o referido Capitão aper-tou o gatilho, tendo o revólverfalhado. Aproveitando-me doseu movimento de surpresa,consegui empunhar meu revól-ver e atirar apressadamente nasua direcção pela porta do carro,o que occasionou sua fuga emdirecção ao capinzal que vae terá Enfermaria�.

O Ex-Sargento AZORGALVÃO DE SOUZA, prestan-do declarações a fls. 2.026. do 9ºvolume, a proposito do factoacima descripto, informa:

RELATÓRIODODELEGADOEURICOBELLENSPORTO

Agliberto Vieira de Azevedo (Páginas 112 e 113)

�Que quando procuravaessas granadas, notou que umdos officiaes que se achavam noautomovel estava armado; quecumprida essa missão, afasta-va-se do local, no qual já não seencontrava o Tte. BENEDITO(Benedito de Carvalho), quan-do ouviu um disparo de revól-ver, ao mesmo tempo em quevarios elementos que alli seachavam dispersaram, perma-necendo apenas junto ao auto-movel do lado do volante oCap AGLIBERTO, donde con-clue o declarante ter sido esteofficial o autor do tiro... Quereaffirma ter sido o Cap AGLI-BERTOVIEIRADEAZEVEDOo único official que se achavano momento ao lado do citadoautomovel e que estava arma-do com um revólver nickelado;que logo após o tiro, o Cap AGLI-BERTO sahiu correndo namesma direção em que corria odeclarante�.

A accusação que pesa so-bre AGLIBERTO de ter fria ecovardemente assassinado o Tte.BENEDITOLOPESBRAGANÇA,por isso que este official se acha-va preso e desarmado, emboraelle a conteste nas declaraçõesde fls. 2.151 do 9º volume e naacareação de fls 2.201 está evi-dentemente provada nos au-tos, não só em face dos ele-mentos acima transcriptos, deuma claresa e precisão raras,como ainda frente á prova in-diciaria reunida.

Momentos antes dos fac-tos acima descriptos já o accu-sado, o Cap SOCRATES e o Tte.BENEDITODECARVALHOame-açavam de morte o Tte BRA-GANÇA, affirma o Cabo JANCYSGARBI D´AVILA nas declara-ções que prestou a fls 1.709 do 7ºvolume.

COMO SE VERIFICOU A SENSACIONAL OCORRÊNCIADA MANHÃ DE ONTEM EM CACHAMBÍ

Após prestar declarações na Polícia Central, o chefe extremistafoi recolhido incomunicavel à Polícia Especial -Pormenores da importante diligencia policial

Luís Carlos Prestes, já na Polícia Central,preso trêsmeses depois do levante communista

A prisãode LuísCarlosPrestes

NR: Este precioso documento histórico � Relató-rio elaborado pelo Delegado Eurico Bellens Porto daPolícia Civil do Districto Federal � A Insurreição de 27de Novembro, com 267 páginas encadernadas peloGrupo Inconfidência, encontra-se à disposição denossos leitores. E também de historiadores, jornalistase professores que fingem não conhecer a verdadeiraHistória do Brasil, deturpando-a com a conivência doMinistério da Educação, das Secretarias Estaduais deEducação e principalmente, da mídia venal e vendidaao governo petista.

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8Nº 233 - Novembro/2016 10

Foro Social MundialEsse evento ocorreu de 27 de janeiro a 01 de fevereiro de 2009, com o título de

Fórum Social da Amazônia, em Belém/PA. Entre as diversas organizaçõesnacionais e estrangeiras participantes, lembramos, como não poderia deixar deser, a presença da CUT, Ibase, MST/Via Campesina, UNE, União da JuventudeSocialista e outras de caráter "socialista". É de se destacar a participação doentão presidente Lula e da futura candidata Dilma, com os seus inflamadosdiscursos a favor da revolução cubana. CONFIRA!

Acabode ler seumagnífico livro sobre as�Origens e Transformações do MaterialismoHistórico�. Rica de informes que merecem fé,abundante de ensinos e segura nas conclusõese na crítica, esta obra está destinada a desper-tar na consciência dos brasileiros e na açãodos poderes públicos um sentido de vigilân-cia maior contra os perigos do comunismo.

Na verdade, porque a ideologia políticados Soviets, pela sua crueza materialista e asua técnica de anulação dos valores morais,repugne à nossa compreensão e aos nossossentimentos de povo formado na doutrinacristã, e tambem porque não temos, salvanteos estudiosos do assunto, uma atenção pre-venida capaz de surpreender os índicesesparsos da propaganda bolchevista, - o certoé que damos uma credulidade displicente àexistência daquela propaganda no Brasil.

Damemória pública, que é sempre fraca,se vai apagando, até a lembrança do sanguederramado na revolução vermelha do 3º Regi-mento de Infantaria edaEscoladeAviação, nasrevoltas comunistas de Recife e nos três diasaziagos do governo soviético instalado no RioGrande do Norte, em o ano trágico de 1935...

Raros sãoos que sabem, comoeu, quenoficháriodoTribunaldeSegurançaNacionalfigu-ramváriosmilharesdecomunistascujasativida-des partidárias se acham documentadamentecomprovadas nos respectivos processos.

Essa parcela, entretanto, é apenas umíndice dos que atuaram às claras. Porque amaioria dos adeptos do credomoscovita con-tinua agindo às ocultas, e cautelosamente, nossetores da vida pública, onde pode penetrar,especialmente, nos círculos publicitários eem outros meios de propaganda.

Osque foramcolhidos emprocessos são,semsombradedúvida,muitopoucos,emrelaçãoaos que continuam agindo subrepticiamente,em liberdade.

Haja vista o que sucede comessa campa-nha de proletarização da literatura e da arte, naqual a propaganda subversiva mal se esconde aargúciadaquelesquebemconhecematécnicadedisfarce e de embuste dos comunistas.

É assim que, nos romances, a pretextode ser assunto da época, escolhem um temasocial que lhes dará aso à divulgação solertede idéias e de princípios marxistas.

E, propositadamente, investem contra asregrasmais elementares de gramática, porque épreciso corromper a linguagem, nivelando-a,quanto possível, à das classes proletárias eincultas, corroendo-se , assim , um dos elemen-tos orgânicos da unidade de um povo.

E isto se faz, disfarçadamente, sob pre-textodeseestar construindo�línguabrasileira�.

A obscenidade de palavras ou de cenasaparece também a miude, não com o fim da�verdade na arte� da antiga escola naturalistae, sim, como um ataque premediado à moralburguesa, que precisa ser destruída.

AINSÍDIACOMUNISTANASLETRAS E NASARTES DO BRASIL

Carta do Juiz RAUL MACHADO, membro do tribunal de Segurança Nacional ebrilhante homem de letras, dirigida ao escritor José Getúlio Monteiro Filho.

Os temas escolhidos se resumem igual-mente, na maioria das vezes, em argumentosproletários... cominvocaçãoaNossoSenhor,nofim, para que o poeta revolucionário possa agiracobertado pelo manto do catolicismo.

Amúsica se transforma emviolência deruídos, visando tambémuma finalidade única:- a negação damelodia porque esta leva natu-ralmente a um estado de exaltação espiritual,incomparável com as tendências da doutrinamaterialista.

Também a dansa não escapa àmesma fi-nalidade de instrumento de propaganda dis-solvente.Aquelagraçaespiritualdeoutrora,quelhe disfarçava o sentido sensualista, inerente,aliás, a todas artes, desapareceu por completo,dando lugar a uma sucessão de gestos grotescose de atitudes despudoradamente voluptuosas...

Tudo isto é feito, como se vê, com umescopo único: - a perversão das forças vivase puras do sentimento, tornada uma das armassecretas do plano de desagregação nacional...É, em suma, a luta do materialismo contra opredomínio do espírito.

Não se invoque a época, como justifi-cativa dos fatos. O fenômeno se apresenta detal forma, �uno�, nos seus múltiplos aspec-tos, que é inútil querer negar-lhe a causa, que,exponta nitidamente das linhas programáticasde uma inteligência organizadora, ao serviçode um plano de finalidade diabólica...

E essa organização se patenteia, aindamais, nos louvoreseaplausosqueas igrejolasdeelogios mútuos distribuem, por todas os meiosde propaganda, às produções pretensamenteartísticas da camarilha suspeita...

Urge, portanto, reagirmos, tambémorganizadamente,contraessainvestidamaléfica,mediante uma rigorosa fiscalização oficial noslivros e publicações de toda a espécie, impedin-do-se avendaeacirculaçãodasobrasque foremmanifestamentesuspeitas;divulgando-sena im-prensaepelorádioasmelhorespáginasemprosae verso dos nossos escritores de nomeada real;fazendo-se a exaltação dos valores morais eintelectuais do passado; promovendo-se confe-rências e estudos destinados a demonstrar comose processa a invasão do organismo nacionalpelas bactérias insidiosas do comunismo; insti-tuindo-se, em suma, uma contra-propaganda,que equivalha a um sistema preventivo deprofilaxiamoral, intelectual e política.

Por tudo isto, meu caro, é queme animeia enviar-lhe estas sugestões, valendo-me do en-sejo grato de exprimir-lhe meu entusiasmo debrasileiro pelo seu livro, que, ao lado de outrasvirtudes de pensamento e cultura, é um grito dealerta paraquenos congreguemoscontra a ame-aça do inimigo traiçoeiro e implacável, que nãodescansa e não perdoa... (Excerto)

Publicado em � Nação Armada�nº 13 de dezembro de 1940.

NR:Qualquer semelhança com a atu-alidade não é mera coincidência.

Com toda oportunidade e prazer espiritual, �Nação Armada� transcreve a seguintepágina de Raul Machado, nome de sobejo conhecido em nossas letras e digno juiz

do Tribunal de Segurança.�Nação Armada� mais de uma vez tem apontado a maneira com que, com sutileza e

artifício, se procura solapar o sentimento pátrio, os fundamentos da nacionalidade e do regimee amaneira desenvolta com que, nas artes, nas letras, no teatro, no cinema, etc., agem, muitasvezes impunemente, forças desagregadoras da Pátria Brasileira.

� Na América Latina se conseguiu produziruma revolução como a Revolução Cubana.� Que não é cubana, mas que é de todos nós.� Conseguimos construir o Foro de SãoPaulo e, pela primeira vez, a genteconseguiu juntar todos os partidos de

esquerda da América Latina.

http://www.fsm2009amazonia.org.br/fsm-2009-amazonia

� Que foi um acontecimento histórico naAmérica Latina e que teve uma influênciaprofunda na minha geração; então, euconsideroessemomentoespecial.

� Muitos ainda muito jovens não podem estarno nossomeio porquemorreram tentando

concretizar comoutras lutas.� Aquilo que iremos transformar em

realidade um dia!

� Eu me sinto muito feliz de estar aqui, nesteForo Social Mundial, na tenda daRevolução Cubana (gritos e aplausos)

Estão, você ainda pensa que aguerrilheira Dilma lutou pela

democracianoBrasil?

Dilma

Não é possívelque tenha ficadoalgumadúvida:

Lula e Dilma queremimplantar o

comunismonoBrasil!

Lula, Dilma e José Dirceu, o PT e o PCdoB, os integran-tes do Foro de São Paulo,apoiados por Fidel Castro,Hugo Chávez, Evo Morales, José Mujica, CristinaKirchner, "bispo" Lugo, Correa e Ortega, continuamcom o firme propósito de implantar o comunismo noBrasil para recuperar na América Latina, o que foiperdido no leste europeu.

Publicado no Inconfidência nº 179 de junho/2012

VARGAS E PRESTES Pedro do Couto

O Histórico episódio do aperto de mão dePrestes e Vargas, em 1945, e a entrega de

OlgaBenário, grávidadePrestes, àGestapo, em1936, merecem comentário para que os doisepisódios se tornemaindamaisclaros.Em1988,poucoantesdeseelegerprefeito,MarceloAlencartinha um programa na RádioCarioca, emeconvidouapar-ticipar de entrevista comLuísCarlos Prestes. Ele disse terapertadoamãodeGetúlio,em1945, no Estádio do Vasco,porque o presidente deixavaSãoJanuário,depoisdecomí-ciodoPTB,eelechegavaparaodoPCB.Nãofoisurpresa. Prestes, em 1942, da prisão telegrafoua Vargas, em agosto, cumprimentando-o peladeclaraçãodeguerraàAlemanhadeHitler.OlgaBenário fora entregue aos nazistas, seis anosantes, comAnita Leocádia no ventre. Na RádioCarioca, Prestes, já com 91 anos, se recusou,polidamente, a responder perguntaminha sobre

Olga.Nãoquis tambémfalara respeitodoargen-tinoOsvaldoGioldi, que teria delatado à políciade Filinto Müller o endereço da conspiração de1935, na Rua Paul Redfern. O processo Olga,focalizado no clássico de Fernando de Moraes,nãoerasimples.Em1934,ela,alemã,invadiraum

tribunalemBerlim,que julga-vaseumarido,matadoisguar-das e o liberta. Vai paraMos-cou,deondevemclandestina-mente para o Brasil com doisoutrosativistasalemães,ArturEvert e Elise Evert. Objetivo:articular a revolta internacio-

nal comunista de 1935 e matar Vargas. Muitotorturados, foramcondenados,comPrestes,peloTribunal de Segurança. Olga, não. Isso por queHitler pediu suaextradição.OqueVargaspode-ria fazer? Negar? Era tudo o que Hitler queria.Ninguémgovernouopaísnumcontexto interna-cional tãodifícil.Vargasnãopodiaerrar,noplanoexterno. - Extrato (JB - 28 dez 2003)

Getúlio Vargas e Luís Carlos Prestes

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Nº 233 - Novembro/2016 11

Foram promovidos �post-mortem� oCapitãoArmando

de Souza e Mello, os Primeirostenentes Danilo Paladini e Be-nedicto Lopes Bragança e os se-guintes soldados, todosmortos nocumprimento do dever na EscoladeAviaçãoMilitar, namanhãde27de novembro: Waltor de Souza eSilva, Péricles Leal Bezerra,OrlandoHenrique, JoséMenezesFilho, JoséMárioCavalcanteeWil-son França.

Após apuradas as respon-sabilidades, dosOficiais envolvi-dos no golpe comunista, oMinis-trodaGuerrabaixaoseguinteAvisonº 1, de 3 de janeiro de 1936:

�Para que seja dado cumpri-mento imediato ao decreto nº 558,de 31 de dezembro findo, que de-termina a perda da patente e doposto dos oficiais do 3ºRegimentode Infantaria e da Escola deAvia-ção Militar, que participaram do

REVOLUÇÃO DE 1935 NO CAMPO DOS AFONSOSA 23 de novembro de 1935, rebenta a Revolução Comunista em Recife e Natal; a

Aviação Militar, no mesmo dia, envia, para o nordeste, uma esquadrilha de 3 aviõesVought �Corsair�, sob o comando do Cap JOSÉ DE SOUZA PRATA; esses aviõesrealizaram vários vôos, sobre Recife e Natal, tendo concorrido para a sufocação domovimento extremista naquelas capitais.

A 27 de novembro, eclode a Revolução Comunista no Rio de Janeiro: na Escola deAviação Militar, no Campo dos Afonsos, e no 3º Regimento de Infantaria, na PraiaVermelha.

Na Escola de Aviação Militar, os revoltosos, às duas horas da madrugada, assas-sinaram vários oficiais, aprisionaram outros e se apossaram das instalações principais da

�É ainda sob a viva emoção dos trá-gicos acontecimentos irrompidos nesta Ca-pital na madrugada de 27 de Novembroúltimo, e em que os maiores delitos foramcometidos contra a Nação, enlutando-a, epondo em perigo sua organização sociale política, que lamento profundamentea sedição a que foi traiçoeiramente ar-rastada grande parte da Escola de Avi-ação Militar, por alguns maus elementosque nela serviam e para os quais a cruel-dade e a falta de escrúpulos pareciam serfamiliares.

Uma série de homicídios assinala-ram-lhe o surto sangrento. E, colhidos desurpresa pelos rebeldes, foram na maiorcrueza sanguinária, fria e perversamente,abatidos os nossos distintos e brilhantescamaradas Capitão Armando de Souza eMello, 1os tenentes Benedicto LopesBragança e Danilo Paladini, que, ao ladodo seu destemeroso comandante, Tenente-Coronel Ivo Borges, fiéis a disciplina e anobresa de seus sentimentos patrióticos,tentaram opor-se a audaciosa e covardeinvestida.

Cultuemos, na mais elevada reve-rência cívica, a memória desses nossosdevotados companheiros que, com o maisfirme espirito de amor a Patria e respeitoa ordem e as instituições, souberam man-ter, no seu gesto de sacrifício, o prestigiodo Exército e avivar as suas tradições glo-

movimento subversivo de 27 denovembro do ano findo, deveismandar sejam excluidos das dife-rentes armas e serviços os seguin-tes oficiais: (daArma deAviação)CapitãoSócratesGonçalvesdaSil-va, Capitão Agliberto Vieira deAzevedo, Primeiro-tenente Bene-dito deCarvalho, Segundo-Tenen-te Ivan Ramos Ribeiro, Segundo-Tenente José Gay da Cunha e Se-gundo-TenenteCarlosBrunswickFrança.Esses oficiais, por sua con-duta aviltante, faltaramas finalida-des sempre sagradas da camarada-gem e aos juramentos prestados àPátria e se tornaram indignos devestir a farda gloriosa do nossoExército".

(a) General João GomesMinistro da Guerra

Peloavisonº19, de janeirode1936, oMinistro daGuerramandouexcluir também,oAspirante-a-ofici-al Walter José Benjamim da Silva.

Eduardo GomesPatrono da Força Aérea

Escola; por volta das três horas, iniciaram um ataque ao 1º Regimento de Aviação, no outroextremo do Campo dos Afonsos. São repelidos. Ao clarear o dia, a Artilharia da Vila Militarincendeia o pavilhão de comando da Escola de Aviação Militar, que se achava na possedos comunistas: o assalto das unidades de Infantaria e a ação da Artilharia fazem terminara resistência dos revoltosos, que são presos ou se evadem.

Terminada a luta no Campo dos Afonsos, duas esquadrilhas de três aviões Vought�Corsair� decolam, para cooperar no ataque ao 3º Regimento de Infantaria, dominado peloscomunistas; na mesma manhã de 27 de novembro, o foco comunista do 3º Regimento deInfantaria é aniquilado.

Sobre os acontecimentos, o Gen COELHO NETTO publica em Boletim o seguinte:

riosas. Mas, para consolo nosso, quandona escuridão da noite, tudo, ao redor de si,era tumulto e confusão, o 1º Regimento deAviação reagiu intrepidamente, ante aameaça dos traidores que, inesperada-mente, atacavam, e, numa repulsa formalcontra a desordem, com a confiança, acalma e a certeza da vitória, bateu-se he-roicamente na defesa da causa da Pátria,até o completo triunfo.

O seu heróico coman-dante , Tenen te -Corone lEduardo Gomes, ferido logoao inicio da áspera luta, masconsciente no seu valor e se-reno na sua bravura, soubedesassombradamente, e semesmorecimento, fazer, por umareação magnífica, de cada umdos seus companheiros umbravo e dar-nos o exemplomáximo de grandeza moral epatriótica e das excepcionaisqualidades de soldado.

Tornou-se, assim, o Te-nente-Coronel Eduardo Gomes, mais umavez, credor de profunda admiração e degrande reconhecimento. Louva-se com or-gulho pela sua ação serena, enérgica edecisiva, pela sua bravura indômita, peloalto valor de seus excepcionais predicadosde caráter e pelos seus sentimentos depatriotismo e de grande amor ao Brasil,

que ele acaba de servir com tanta honra,abnegação e lealdade militar.

É merecedoura de elogiosa mençãoa conduta que teve o Tenente-Coronel IvoBorges, Comandante da Escola de Avia-ção. No momento em que este digno oficialfiscalizava o dispositivo de segurança, nasvizinhanças da escola, foi traiçoeira e co-vardemente alvejado pelos elementos em

que depositava confiança, aodar-lhes o encargo de guardar oestabelecimento. Não podendovoltar ao interior do quartel,onde já imperava a sublevação,procurou acertadamente ligar-se aos corpos da Vila Militar,dando assim ensejo às medidasprontas de supressão com queagiram essas unidades.

Faço ainda ressaltar o seuconcurso pessoal na ofensivacontra os rebeldes da Escola, nacondução, com energia e deno-do, ao assalto, elementos do 1º RAv postos à sua disposição.

É deveras reconfortante, a oportuni-dade, que temos para enaltecer a atitudeda abnegação e lealdade do cabo telefo-nista do 1º R Av, Alfredo de Jesus.

No momento em que era mais intensoo tiroteio dos amotinados contra a suaUnidade, esta praça, fiel ao cumprimentodo dever, conservou-se serena e calma, no

desempenho das funções que lhe tinhamsido confiadas. Os estragos produzidospelos projéteis nas imediações do seu pos-to, o crepitar incessante das metralhado-ras em torno de si não pertubaram a firme-za de sua voz, nem a presteza com queatendia às ligações telefônicas. Constitu-em prova incontestável do seu alto espiritode sacrifício, da compreensão perfeita dosseus deveres e do seu grande sangue-frio,virtudes militares essas que devem ser apon-tadas como exemplo aos seus companhei-ros.

Ao 3º Sargento Coloriano FerreiraSantiago e ao 2º Cabo José Hermito de Sá,ambos do 1º R Av, cuja vida deram emholocausto à causa do dever, demonstran-do assim que a nobreza do ideal que osestimulava se sobrepunha à própria con-servação individual, rendo a homenagem,a que fizeram jus, pela grandeza de espiritoe pela superioridade de sentimento quepatentearam�.

Aos Tenentes-Coronéis EduardoGomes e Ivo Borges, Comandante, respec-tivamente, do 1º Regimento de Aviação eEscola de Aviação Militar, autorizo a elo-giarem, emmeu nome, aos Oficiais e Praçasde suas unidades que, pela sua conduta nocumprimento do dever, tornaram-se mere-cedores.

(a) José Antonio Coelho NettoGeneral-de Brigada, diretor da Aviação Militar

Emnosso poder o livro �EPI-SÓDIOS MILITARES� editado re-centementepeloEME,CCOMSEXe3ºRCGd(?), semfichacatalográficae sem data de sua edição.

Em rica edição e esmeradadiagramação e editoração, papelgessado,acores,apresentacópiasdosquadrospintadospelocoronelPedroPaulo Estigarríbia, com os princi-pais episódios daHistóriaMilitar doBrasil, desdeGuararapes, passandopelo Império, República e se encer-rando com a FEB.

No capítulo 8 � As águiaschegaram: � Em 1927, a Aviaçãopassou a ser a 5ª ArmadoExército,...a criação do 7º Regimento deAviação e do definitivo alojamen-to da Esquadrilha em Realengo,na Escola Militar... O Exércitolembra-se com orgulho desses pio-neiros. (Página 90)

E omite o acontecido na Es-

EPISÓDIOSMILITARES -As águias chegaram

cola deAviaçãoMilitar e do 1º Regi-mento de Aviação a 27 de novembrode 1935? Os aviões Waco e KurtissFalcon passaram �voando� sobre o

Campo dosAfonsos e não �aterrisa-ram�durantea intentonacomunistanaquele local. Por quê?(Inconfidêncianº134de27/11/2008)

"As águias chegaram" -Acervo doQG/VComar,Canoas/RS - Episódiosmilitares - Pág. 91

Tela de autoria do Cel Pedro Paulo Estigarríbia

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8Nº 233 - Novembro/2016 12

Mao foi responsável pelamorte de 70milhõesde chineses. Ele foi totalmente imoral.

Os jovens chineses acreditamqueMao foi umgrande herói que cometeu alguns erros ... Algunsaspectos da ditadura continuam em voga. Aliberdade de expressão é um deles. A internet éhoje controlada. Eles têmuma lista de nomes quesão bloqueados.

Mao sabia a importância da informação.Jung Chang � Autora do �best-seller�:

Mao � A história desconhecida (Estado de Minas / 22.nov.06)

�Le livre noir du communismè�. (Edi-ções Robert Laffont. Paris, 1997), escrito porseis historiadores europeus, com acesso aarquivos soviéticos recém-abertos, é umaespécie de enciclopédia da violência do comu-nismo. O chamado �socialismo real� foi umatragédia de dimensões planetárias, superiorem abrangência e intensidade ao seu êmulototalitário do entreguerra - o nazi-fascismo.

Ao contrário da repressão episódica eacidental das ditaduras latino-americanas, aviolência comunista se tornou um instrumen-to político-ideológico, fazendo parte da roti-na de governo. Essa sistematização do terrornão é rara na História humana, tendo repon-tado na revolução francesa do séculoXVIII nafase violenta do jacobinismo, na �industriali-zação do extermínio judaico� pelos nazistas,e - confesso-o com pudor - na InquisiçãoCatólica, que durante séculos queimava oscorpos para purificar as almas.

O �Livre noir�me veio às mãos nummomento oportuno em que, reaberto namídiae no Congresso o debate sobre a violência denossos �anos de chumbo� nas décadas de 60e 70,me pusera a reler o �Brasil, nuncamais�,editado em 1985 pela arquidiocese de SãoPaulo. Comparados os dois verifica-se que oBrasil não ultrapassou o abecedário da violên-cia, palco que foi de umminiconflito daGuer-ra Fria, enquanto que o �Livre noir� é umtratado ecumênico sobre as depravaçõesínsitas do comunismo, este sem dúvida oexperimento mais sangrento de toda a Histó-ria humana. Produziu cemmilhões de vítimas,em vários continentes, raças e culturas, indi-cando que a violência comunista não foi meraaberração da psique eslava, mas sim algodiabolicamente inerente à engenharia socialmarxista, que, querendo reformar o homem

pela força, transforma os dissidentes primei-ro em inimigos e depois em vítimas.

A aritmética macabra do comunismoassim se classifica por ordem de grandeza -China (65 milhões de mortos); União Sovié-tica (20 milhões); Coréia do Norte (dois mi-lhões); Camboja (dois milhões); África (1,7milhão, distribuídos entre Etiópia, Angola eMoçambique); Afeganistão (1,5 milhão);Vietnam (um milhão); Leste da Europa (ummilhão); América Latina (150mil entre Cuba,Nicarágua e Peru); Movimento Comunista

O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO* Roberto Campos

Internacional e partidos comunistas no poder(dez mil).

O comunismo fabricou três dos maio-res carniceiros da espécie humana - Lenin,Stalin eMao-Tsé-Tung. Lenin foi o iniciadordo terror soviético. Enquanto os czares rus-sos em quase um século - 1825 a 1917 -executaram 3.747 pessoas, Lenin superouesse recorde em apenas quatro meses após arevolução de outubro de 1917.

Alguns líderes do Terceiro Mundo fi-guram comdistinção nessa galeria de assassi-nos. Em termos depercentagem da po-pulação, o campeãoabsoluto foi PolPot, que exterminouem 3,5 anos umquarto da popula-ção do Camboja.Fidel Castro, porsua vez, é o cam-peão absoluto da�exclusão social�,pois que2,2milhõesde pessoas, equiva-lentes a 20% da po-pulação da ilha tiveram que fugir. Juntamentecom oVietnam, Fidel criou uma nova espéciede refugiados, os �boat people� - ou sejam, os�balseros�, milhares dos quais naufragaramengordando os tubarões do Caribe.

A vasta maioria dos países comunistasé culpada dos três crimes definidos no artigo6º do Estatuto de Nuremberg - crimes contraa paz, crimes de guerra e crimes contra aHumanidade.

A discussão brasileira sobre, os nossos�anos de chumbo� raramente situa as coisasno contexto internacional da Guerra Fria, a

qual alcançou seu apogeunosanos 60 e 70, provocandoum �refluxo autoritário� noTerceiro Mundo.

Houve intervençõesmilitares no Brasil e na Bo-lívia em 1964, na Argentinaem 1966, no Peru em 1968,no Equador em 1972, e noUruguai em 1973. Fenôme-no idêntico ocorreu em ou-tros continentes. Os milita-res coreanos subiram aoGo-verno em 1961 e adquirirampoderes ditatoriais em 1973.Houve golpes militares naIndonésia em 1965, naGrécia em 1967, e, nessemesmo ano, o presidenteMarcos impunha a leimarci-al nas Filipinas e IndiraGandhi declarava um �regi-

me de emergência�. Em Taiwan e Cingapurahouve autoritarismo civil sob um partidodominante.

O grandemérito dos regimes democrá-ticos é preservar os direitos humanos, estig-matizando qualquer iniciativa de violá-los.Mas por lamentáveis que sejam as violênciase torturasdenunciadasno�Brasil,nuncamais�,elas empalidecem perto das brutalidades docomunismo cubano, minudenciadas no �Li-vre noir�. Comparados ao carniceiro profis-sional do Caribe, os militares brasileiros pa-

recem escoteiros destreinados apartando umconflito de subúrbio... Enquanto Fidel fuzi-lou entre 15 e 17 mil pessoas (sendo dez milsó na década dos 60), o número de mortos edesaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979,a julgar pelos pedidos de indenização, seriaem torno de 288 segundo a Comissão deDireitos Humanos da Câmara dos Deputa-dos e de 224 casos comprovados, segundo aComissão de Mortos e Desaparecidos doMinistério da Justiça. OBrasil perde de longenessa aritmética macabra.

Em 1978,quando em nos-so Congresso jáse discutia da�Lei daAnistia�,havia em Cubaentre 15 e 20milprisioneiros po-líticos, númeroque declinoupara cerca de 12mil em 1986. Noano passado, 38anos depois daRevolução de

SierraMaestra, ainda havia, segundo a Anis-tia Internacional, entre 980 e 2.500 prisionei-ros políticos na ilha. Emmatéria de prisões etorturas, a tecnologia cubana era altamentesofisticada, havendo �ratoneras�, �gavetas�e �tostadoras�. Registre-se um traço deinventividade tecnológica - a tortura �mer-dácea�, pela imersão de prisioneiros namerda.

Não houve prisões brasileiras compa-ráveis à La Cabaña (onde ainda em 1982houve cem fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5ou Pinar Del Rio. Com estranha incongruên-cia, artistas e intelectuais e políticos quedenunciam a tortura brasileira visitam Cubae chegammesmo a tecer homenagenslíricas a Fidel e a seu algoz adjuntoChe Guevara. Este, como procura-dor-geral, foi comandante da prisãoLaCabaña, onde nos primeirosmesesda revolução ocorreram 120 fuzila-mentos (dos 550 confessados porFidelCastro), inclusive a execução deJesus Carreras, guerrilheiros contra aditadura Batista, e de SoriMarin, ex-ministro da Agricultura de Fidel.Note-se que Che foi o inventor dos�campos de trabalho coletivo�, napenínsula deGuanaha, versão cubanados �gulags soviéticos� e dos �cam-pos de reeducação� do Vietnam.

A repressão comunista tem ca-racterísticas particularmente selvagens. Aresponsabilidade é �coletiva�, atingindo nãoapenas as pessoas,mas as famílias. É habitualo recurso a trabalhos forçados, em campos deconcentração. Não há separação carcerária,oumesmo judicial, entre criminosos comunse políticos. Em Cuba, criou-se um institutooriginal, o da �periculosidade pré-delitual�,podendo a pessoa ser presa por mera suspei-ta das autoridades, independentemente defatos ou ações.

Causa-meinfindaperplexidade,namídiainternacionaleemnossodiscursopolítico local,a �angelização� de Fidel e Guevara e a �sa-tanização� de Pinochet. Isto só pode resultar de

ignorância factual ou de safadeza ideológica.Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está nopoderhá39anos.Pinochet promoveuaaberturaeconômicae inicioua redemocratizaçãodopaís,retirando-seapósderrotadoemplebiscitoeelei-çõesdemocráticas,comosenadorvitalício(solu-ção que se imitada em Cuba facilitaria o fim doembargo). Fidel considera uma obscenidade aalternância no poder, preferindo submeter anação cubana àmiséria e à fome, para semanterditador. Pinochet deixou a economia chilenanuma trajetória de crescimento sustentado de6,5%aoano.AntesdeFidel, a economiacubanaera a terceira em renda por habitante entre oslatino-americanos, ehojecaiuaoníveldoHaiti eda Bolívia. O Chile exporta capitais, enquantoqueFidel foi umpensionista daUniãoSoviéticaeagora,paraarranjardivisas,contacomremessasde exilados, e receita de turismo e prostituição.Em termos de violência, o número de mortos edesaparecidosnoChile foi estimadoemtrêsmil,enquanto que Fidel fuzilou 17 mil!

Apesar de fronteiras terrestres porosas, oChile, compopulação comparável aCuba e semostubarõesdoCaribe,sofreuemêxododeapenas30milchilenos,hojeemgrandeparteretornados.SobFidel,20%dapopulaçãodailha,ouseja,algoque nas dimensões brasileiras seria comparávelàGrandeSãoPaulo, tiveramquefugir.Emsuma,Pinochet submeteu-se à democracia e tem bomsenso em economia. Fidel é um PhD em tiraniae um analfabeto em economia.

O �Livre noir� nos dá uma idéia da besti-alidade de que escapamos se triunfassem osradicais de esquerda. Lembremo-nos que, em1963, Luís Carlos Prestes declarava desi-nibidamente que �nós os comunistas jáestamos no Governo mas não ainda no po-der�. Parece-me ingenuidade histórica imagi-nar que, na ausência da Revolução de 1964, oBrasil manteria, apenas com alguns tropeços,sua normalidade democrática.Averdade é que

Jango Goulart não planejara minimamentesua sucessão, gerando suspeitas de continuís-mo. E estava exposto a ventos de radicalizaçãode duas origens: a radicalização sindical, quelevaria àhiperinflação; e a radicalização ideoló-gica, pregada por Brizola e Arraes, que podiaresultar emguerra civil.

É sumamente melancólico - porém nãoirrealista - admitir-se que no albor dos anos 60este grande país não tinha senão duasmiserá-veis opções: �anos de chumbo� ou �rios desangue�...

* O Autor é deputado federal pelo PPB-RJ.Transcrito da Folha de São Paulo de 19.04.98e da REVISTA DO CLUBE MILITAR - Maio/1998

Mais de 200 desenhos feitos em segredo, nos idos de 1940, pelocoronel russo da reserva Danzig Baldaiev, comprovam o horrordos gulags. Sigla em russo de Diretório Geral de Campos, ogulag abrangia o complexo de prisões e campos de trabalhosforçados a que eram condenados os opositores do regime

comunista soviético.

Buick modelo 1959 - Os "balseros" sofisticados

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Digamos �não� ao comunismo russo,que ameaça subverter a liberdade e acivilização no Brasil. Estamos diante

de um crime contra a ordem. O anarquismoeslavo não tem o direito de prevalecer contraela. A Internacional russa está impondo aosmarxistas indígenas o seu espírito das trevas,as larvas negras da sua índole negativa, os seusmétodos selvagens, as suas fórmulas assassi-nas. É a bête humanine querendo a todo otranse transformar o caráter doce e compas-sivo de umanação civilizada, nesse bivaque decurdos ferozes, que são os sovietes. Possui oBrasil uma formaçãomoral preciosa, herdadado trono ibérico donde descendemos. Dassituações mais delicadas, dos problemas po-líticos mais difíceis, logramos sair até hojesem haver manchado a nossa história com osdelitos cobardes, que têm feito a Rússia con-temporânea recuar às épocas mais primitivasda sua existência.

A nossa ordem se inspira nos manda-mentos da lei de Cristo. É, pois a própria or-dem cristã, dentro das normas serenas e lím-pidas da sua moral. É com essa ordem que setem construído o nosso equilíbrio entre osmovimentosmais opostos entre os contráriosmais chocantes, vamos cada dia que passamais engrandecer o Brasil e fazer respeitar oseu gênio no concerto dos outros povos. Nãotemos nenhummotivo para mudar a substân-cia e o cerne de nossas instituições por ummodelo exótico atéhoje, sustentadopela maior organi-zação de terror queainda concebe umaminoria paragover-nar e se manter notimão da nau doEs-tado. Não vamosaqui nos dispor atrocar instruções li-vremente consentidas por uma ordem de coi-sas que é o fruto do arbítrio e da opressão deuma minoria, a qual, governa blasfemando eincentivando os povos dirigidos pelo jugo dosgovernos populares, saídos do pronuncia-mento das maiorias. A nossa regra é a velhaordem humana. No plano eslavo que se ergueé uma paródia no caos. E não foi feita paradurar, porque da sua essência é a desordem emque ele dissolve. A manobra comunista é tãodifícil no Brasil, como estabelecer para ummujique russo um regime democrático funda-do no sufrágio universal A personalidadehumana é para o brasileiro, um fim, um ideal,que ele pretende ver cada dia mais alto e maisprotegido.

Para a ditadura marxista ela não passade um meio, destinado a constituir o maismonstruoso tipo de Estado que o individuoaté hoje executou.Nesse conflito de tendênciareside todo o drama da nossa incompreensãoe da resistência dos nossos reflexos àmáquinado Estado comunista.

O sangue dos oficiais do exércitolegalista que tombaram anteontemno cumpri-mento do dever, não terá corrido inutilmente.E presença do sacrifício dos bravos que mor-reram, há uma reflexão que se faz sensível aocoração dosmais empedernidos. Que ideolo-

TÁRTAROS EMONGÓISAssisChateaubriand.

gia bárbara é essa que nos chega da Rússiatentando abrir caminho pela porta do crime?A propaganda, o debate das idéias, a paixãoda doutrina, o entusiasmo dos princípios, jánão serão então armas de convicção que épreciso ir direito ao assassino para afirmar ajustiça do credo político?

Mas é esse apelo ao terror, nessa trági-ca assiduidade no crime, que o comunismofixa, antes de tudo, as suas linhas antibra-sileiras, ou, direi melhor, a seu caráter anti-ocidental. A embriaguez do sangue derrama-do é a nota tônica dos tropelos do conquis-tador asiático. No crime político, o domi-nador oriental encontra quase invariavel-mente o seu compasso. Se as idealidadessuperiores faltam ao comunismo brasilei-ro, a crueldade, a truculência, a aptidão pa-ra barbárie, traços da alma elementar da este-pe, nele vêm atingindo acesso em proporçõesinquietadoras.

A humanidade foi, em todos os tem-pos, em todas as idades, a expressão ale-vantada da nossa têmpera. Nas nossas lu-tas políticas, nas nossas jornadas parti-dárias, nunca se evangelizou uma idéia com opunhal ou o trabuco. A Independência, aAbo-lição, a República, tanto a primeira como asegunda, nem um desses movimentos contana sua eclosão esse material abominável deassassinos que a população carioca registrouterça-feira última naEscola deAviação e no 3º

RI. A glória dasjornadas cívicasdoPaís é que ne-nhuma delas sealicerça no ho-micídio políticodo tipo que en-contramos emseus aspectossinistros nama-drugada de São

Bartolomeu, que o Rio acaba de assistir tran-sido de horror.

Não. Tanta perversidade, tão frio des-prezo pela vida humana, tanta aridez de sen-sibilidade, tamanha vocação para a eclosão dosangue inocente, nunca foram reações do ca-ráter brasileiro. É um erro capital supor queos inspiradores ocultos desse canibalismo,organizado, em seita política, sejam brasilei-ros, ou se encontrem ao serviço de uma causabrasileira. A guerra civil que o capitão Prestesse dispôs a desencadear aqui não é bem umaluta interna. A declaração de guerra foi man-dada ao Governo do Brasil e ao seu povoliberal pela III Internacional. Estamos emguerra externa contra uma potência estran-geira, que jurou destruir os padrões éticose jurídicos da nossa civilização centenária.É, pois, a pátria quem está em perigo, nesseduelo contra um inimigo que, ou combate-mos com todas as forças da nossa vontadede viver, ou ele terá feito do Brasil umamiserável colônia da tirana vermelha, ímpiae execrando, dos tártaros e mongóis dossovietes.

* Artigo publicado em O Jornal de 29 denovembro de 1935, reproduzido em

comemoração ao centenário de nascimentode Assis Chateaubriand pelo CorreioBraziliense de 20 de julho de 1992.

1892 - 19925 de Outubro

A VERDADE HISTÓRICANos idos de 1950/1960, Assis Chateau-

briand comandava o império jor-nalístico dos �Diários Associados� (jor-nais, revistas, emissoras de rádio e detelevisão), que influenciava a opinião pú-blica, mantinha relações com os altos po-deresdogoverno, incluindoaPresidênciadaRepública, criava ídolos de pés de barro,derrubavaquemdesejasse.Tal qual, hoje, asOrganizaçõesGlobo, quecomeçaramacres-cer no final da década de 60, em plenogoverno �autoritário� (havia autoridade).

Decomum,entreosdois impérios:on-tem,oapoioirrestrito aoMovimentoCívico-Militar de 1964 e a lembrança sobre a covar-de e traiçoeira Intentona Comunista e hoje,amentira deslavada deturpando as realiza-ções do regime militar que levou o país ao

Rendição dos militares comunistassublevados na Praia Vermelha,a 27 de novembro de 1935

maior crescimento jamais registrado em500anos, comumPIBde14%e tentandomudar asua História. Por quê? A máquina da desin-formação montada nas redações de jornais erádios e nas centrais de telejornalismo, tudofaz para que a verdade não seja conhecida.Preferemameiaverdadeouamentira,divulgadaspelos jornalistaspetistasqueocupam80%dasredações e são amantes de Fidel, Guevara eChávez. O�EstadodeMinas�apesardoacervohistórico de sua Gerência de Documentação(microfilmagemdetodososseusjornaiserevis-tas),nãooutilizacomoreferência, intencional-mente, pois não é do interesse da mídia e dogoverno petista mostrar a Verdade à nossagente. · Quem temmedo daVerdade?

· Quem estámentindo?· A resposta é sua, prezado leitor!

CENTENÁRIO

A INTENTONA COMUNISTAVISTA PELOS LIVROS DIDÁTICOS

Nova História Crítica8ª Série / 2001

O revolucionário queOlga iriaacompanhareraLuisCarlos Prestes, que voltavasecretamenteaoBrasilpara lu-tar contraVargasna revolta li-deradapelaANL.Getúlioman-douprendermilharesdepesso-as. O chefe de Polícia, era oterrívelFilintoMüller,nazistaassumido, torturava barbara-mente os presos que caíamsob suas botas (pág. 145)

História - Uma abordagemintegrada / 2001

(Questões dos ENEMs)Em novembro de 1935, a Intentona

Comunista, um movimento armado que su-blevou três quartéis, um emNatal, outro emRecife e o terceiro no Rio de Janeiro. Os re-voltosos acreditavam queoutras unidadesmilitaresiriam aderir aomovimen-to, garantindo a sua vitó-ria contra o governo deVargas.Mas a revolta nãosealastrou, ficandorestritaaosmilitares que deramos primeiros tiros.

Arepressãopromo-vidapelo governo foi vio-lenta, com prisão, torturaeatémesmoexecuçãodosenvolvidos no conflito.Aproveitou-se parapren-der, torturar e matarpessoas que nada tinhamaver coma Intentona,masque eram opositores dogoverno.

Amaior crueldadedesse período de repres-são foi a deportação paraa Alemanha de Olga Be-nário, esposa de Prestes (Pág. 227) - O grifoé nosso.

COMENTÁRIOCom estes pequenos exemplos, devidamente comprovados, conclui-se que os livros

didáticos (e a imprensa) procuram deturpar a verdadeira História do Brasil, invertendo osautores de crimes hediondos, de traição e dos assassinatos cometidos em novembro de 1935e, posteriormente, nas guerrilhas urbanas e rurais nos anos 60/70. Onde estão os professorese pais que não reagem a essa lavagem cerebral marxista da nossa juventude?

Paraconterasagitações,ogovernofechouaANL�Ali-ançaNacional Libertadora emjulhode1935,prendeuedepor-toudiversas liderançasoperári-asepromulgouaLeideSeguran-çaNacional.ComaANLpostana ilegalidade, seusmembros

maismoderados se afastaramdomovimento,e a liderança ficou apenas com comunistas emilitares de esquerda.

Emnovembrode1935,elesderaminícioaumlevantearmado,nascidadesdeNatal,Recifee Rio de Janeiro. A rebelião foi rapidamentecontrolada pelo governo, emuitosmilitantes esimpatizantes da ANL foram presos e tortura-dos. Pág 152 � Capítulo 10.

História - 8ª SérieCotidiano e Mentalidades

PNLD/2005

HISTÓRIA INTEGRADACAPITULO18

AConspiração Comunista de 1935Contra a lógicamais elementar, já que

o governo estava de sobreaviso, osmilitaresdo III Regimento de Infantaria, no Rio deJaneiro, atendendo aos apelos da Aliança

NacionalLiberta-dora, desencadearamomo-vimento para depor Getúlio. Em menos dedozehoras, a rebelião foi sufocadapelogover-no. Cerca de cinqüenta jovens recrutas forammortos. ( pág. 99)

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8Nº 233 - Novembro/2016 14

A INTENTONA COMApós a Revolução Bolchevista de

1917, na Rússia, intensificou-seno mundo inteiro a propaganda

ideológicamarxista-leninista.No Brasil, desde 1919 foram

registradas várias tentativas de implan-tação do comunismo, mas somente em1922 foi criado o PartidoComunista, gra-ças à mobilização ocorrida no Rio de Ja-neiro e Niterói, de 25 a 27 de março.

O Congresso Constitutivo do PClogo aderiu ao Movimento Comunista In-ternacional (MCI), aceitando as 21 condi-ções de admissão à Terceira Internacio-nal(1), também conhecida como Komin-tern(2). Em janeiro de 1924, graças aosecretário geral Astrogildo Pereira queviajou aMoscou, foi conseguida a filiaçãodo PCB à Terceira Internacional.

Dentre as 21 condições, destaca-mos a 6ª, como expressão do fanatismoideológico que o Komintern procuravaincutir nas organizações bolchevistas:

�Todos os Partidos Comu-nistas devem renunciar não so-mente ao patriotismo como tam-bém ao pacifismo social e de-monstrar sistematicamente aosproletários que sem a derrubadarevolucionária do capitalismonão haverá desarmamento e pazmundial�

Como não conseguiu o apoio po-pular, o PCB sentiu a necessidade deatrair um líder que pudesse polarizar aatenção e admiração das massas dandoautenticidade ao MCI. Aí surgiu o nomedoex-capitãodoExército,LuísCarlosPres-tes, que participara da Grande Marcha,comandada pelo general Miguel Costa,como chefe do Estado-Maior (1925/27).

Após a internação da ColunaMiguel Costa na Bolívia, Prestes foi pro-curado em Porto Suarez por AstrogildoPereira, do qual recebeu, após longasconversas, várias obras de doutrinaçãomarxista-leninista. A semente estavalançada.

Em 1930, vivendo em BuenosAires, foi convidado para entrevistar-secom Getúlio Vargas e Oswaldo Aranha.Ao regressar à Argentina, Prestes con-denou a revolução que se articulava efazia nova profissão de fé, aderindo aoComunismo.

Em 1931, os agentes soviéticosMaxeOlgaPandarkye convenceramPres-tes a seguir para a União Soviética a fim

de aprimorar seu doutrinamento político.Em Moscou fez cursos de liderança ecapacitaçãomarxista-leninista e foimem-bro do Comitê Executivo do Komintern.Transformara-se em fanático do credovermelho, abdicando de seus própriossentimentos nacionalistas. Em novem-bro de 1935 iria comprová-lo, quando sobseu comando foram assassinados covar-demente na calada da madrugada seuscompanheirosde farda.Tambémem1946,anistiado e senador, surpreendera o paíscom a declaração de que, se o Brasilestivesse em guerra com a União Sovié-tica, jamais pegaria em armas contra ossoviéticos.

Regressouao Brasil em abril/1935,acompanhadode Olga Benário,para assumir a lide-rança do movimen-to comunista, tor-nando-se ainda opresidente de honrada ANL - AliançaNacionalLibertado-ra,mentorada rebe-lião traiçoeira quese preparava.No li-vro �Meu Compa-nheiro� de MariaPrestes:�Em1935,o casal (Prestes eOlga Benário) estava se dirigindo aoBrasil, onde se preparava o levante ar-mado que abriria uma perspectiva soci-alista para o maior país da América doSul�.

Emfins de 1934 aConferênciaCo-munista da América Latina já havia deli-berado iniciar a revolução noBrasil,mes-mo sem as condições ideais. A decisãofoi tomada por sugestão do delegadorusso Dimitri Sacharovich Manuilsky ede delegados brasileiros que preferiamuma ação rápida e violenta a uma demo-rada ação subversiva.

Para preparar o movimento, oKomintern enviou o agitador internacio-nalArthur Ernest Ewert (HarryBerger), osecretário geral do PC argentino Ro-dolpho Ghioldi, os ucranianos Pavel eSofia, agentes da cúpula doKomintern, oitalianoAmleto Locatelli, Franz Gruber,Elize Saborowiski,OlgaBenário(3), agen-te russa, e outros.

Os comunistas sentiram crescen-te oposição a suas atividades de propa-ganda e agitação. A 11 de julho de 1935,

o governo decretou o fechamento daANL e a dissolução da União Femininado Brasil e a Aliança por Pão, Terra eLiberdade. A polícia agia com energiaefetuando prisões que abalaram o mo-vimento. OKomintern exigia ação. Pres-sionado, Prestes concordou com odesencadeamento do movimento arma-do.

A INTENTONAEmfins denovembro, foi deflagrada

achamadaIntentona,queapesardeefêmera,manchou a história pátria com o sangue denumerosos brasileiros.

RIO GRANDE DO NORTEEm Natal, a revolta eclodiu quatro

diasantesdadataprevista, a23,umsábado.Os sargentos, cabos e soldados do 23ºBatalhão de Caçadores, com o auxílio decivis extremados assumiram o governo dacidade, com o nome de Comitê PopularRevolucionário. Foram três dias e três noi-tes de horror e desespero. Saques, estu-pros e arrombamentos foram praticadospelos comunistas.

A contra-revolução veio do inte-rior comochefepolíticodeSeridó,DinarteMariz, mais tarde governador do Estado.

Tropas do Exército e das políciasestaduais capturaram em pouco tempotodos os implicados, que passaram aresponder perante à Justiça por 20 mor-tes.

PERNAMBUCODostrêslevantescomunistasde1935,

o de Pernambuco foi o mais sangrentosegundo o historiador Glauco Carneiro,resultando em cerca de 720 mortes só nas

operaçõesdafrentedoRecife.Omovimen-to eclodiu no dia 24, simultaneamente no29º Batalhão de Caçadores e no QG da 7ªRegião Militar. Ao mesmo tempo, civisarmados atacaram as delegacias de políciadeOlinda, Torre, CasaAmarela e aCadeiaPública.Naocasião,asprincipaisautorida-des encontravam-se ausentes do Estado,em viagem no dirigível Hindemburg. Aantecipação da revolta de Natal prejudi-cou a surpresa domovimento emRecife,com a guarnição alerta. A resistênciadesenvolvida no interior do quartel do29ºBC, sediadoemSocorro a18quilôme-tros da capital, a reação das tropas doExército em Alagoas e na Paraíba e daPolícia Militar de Pernambuco desfize-ram emcurto prazo qualquer possibilida-de de vitória comunista.

É de se destacar a atuação do Ca-pitão Malvino Reis Neto, Secretário deSegurança, organizando tropas para im-pedir a invasão do Recife. No QG da 7ªRegião Militar o sargento Gregório Be-zerra chefiando umgrupo de amotinadostentou prender os tenentes José SampaioXavier e Aguinaldo deOliveira, que rea-giram, sendo morto o primeiro e grave-mente ferido o outro. O sargento Gre-gório, também ferido, foi preso.

Na manhã do dia 25 ainda havialuta no 29º BC e no Largo da Paz. Com achegada de tropas do 20º BC deMaceió,uma bateria deArtilharia da Paraíba, ele-mentos do 29º BC e da Brigada Militarcomeçaram a recuar, sendo batidos naaltura do Engenho de Santana. Os queescaparam foram perseguidos e presospelas tropas legais. Na terça-feira, 26,cessara a luta emRecife e proximidades:Nesse mesmo dia, com autorização doCongressoNacional, o Presidente daRe-pública, Getúlio Vargas, decretou a vi-gência do estado de sítio em todo o país.

RIO DE JANEIROO terceiro e mais importante surto

subversivo eclodiu no Rio de Janeiro. Osplanos apreendidos com Harry Berger es-clareciam quea insurreiçãodeveriaabran-ger várias unidades: 3ºRI naPraiaVerme-lha, o 2º RI na Vila Militar, o Batalhão deTransmissões,oCPOR,oGrupodeObuzes,oMinistério daGuerra e a Escola deAvia-ção Militar, na região do Campo dosAfonsos.Oscivis sóparticipariamdocom-bate quando este se estendesse às ruas. O3º RI possuía armamento moderno e umgrande efetivo: 100oficiais, 200 sargentose 1700 soldados e seus quadros estavam

Quartel da Polícia Militar em Natal apóso ataque dos insurretos

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Nº 233 - Novembro/2016 15

MUNISTA DE 1935

infiltrados por comunistas. O cap. AgildoBarata,marxista, lá seencontravacumprin-do punição disciplinar e logo se articuloucom o tenente Francisco Antônio LeivasOteroque lideravaacéluladoPCeassumiua liderançadospreparativosparao levante.Nas companhias do Regimento havia pelomenos um elemento designado para pren-der os militares legalistas e assumir o co-mando no momento oportuno.

Na tarde de 26 de novembro, o 3ºRI encontrava-se em prontidão por cau-sa dos acontecimentos doNordeste. Nes-sa tarde o cap. Agildo Ribeiro recebeua ordem assinada por Prestes:

�O 3º Regimento Popular Re-volucionário deverá levantar-se àsduas da madrugada de 27 de novembroe a partir das três horas deslocar tropaspara as proximidades do Arsenal deMarinha e do Palácio do Catete, deven-do outras impedir a ação daPolíciaEspe-cial e do Batalhão de Polícia Militar darua São Clemente.�

Na hora prevista ouviram-se tirosnopelotãodo tenenteLeivasOtero,umdosrevoltosos. Era o sinal esperado para osamotinados aprisionar os legalistas quesurpreendidoscomarapidezdaaçãoofere-ciam pouca ou nenhuma resistência. Ascompanhias de metralhadoras do I e II Ba-talhões, comandados pelos capitãesAlexínioBittencourteÁlvaroBraga,nãose

intimidarameresponde-ram ao fogo. Nessa oca-sião o major Misael deMendonça, legalista, foiatingidomortalmente.

Ocomandante,celAfonso Ferreira, juntocom outros oficiais, fi-cou isolado no pavilhãoprincipal e por telefoneinformou o Ministro deGuerradasituação.Maistarde os dois batalhõesrenderam-se e o coman-dante e oficiais forampresos devido ao des-moronamento do pré-dio onde estavam abri-gados.

Apesar de domi-nar o 3º RI, os rebeldesnão puderam cumprir asordens de Prestes, poisas tropas da 1ª RegiãoMilitar comandada peloGeneral Eurico GasparDutra impediamquedei-

xassem o quartel. Intimado a render-se ocapitãoAgildo negou-se por não saber queo levante da Escola deAviaçãomalograra.As tropas legalistas intensificaram os fo-gos até que após o meio-dia surgiu umabandeira branca.

NaEscoladeAviaçãoapropagandacomunista procurava aliciar adeptos,dirigida pelos capitães Agliberto Vieira deAzevedo e Sócrates Gonçalves da Silva,alémdemais 6 oficiais, graduados e solda-dos. Desde setembro a Escola vivia umclima de inquietação com o aparecimento,entre os alunos, de boletins de doutrinaçãomarxista-leninista. Posteriormente foi en-contrado um pacote de panfletos subver-sivos com o capitão Sócrates, que rece-beu ordem de prisão mas se evadiu.

Após as 14 horas do dia 26, ouvi-ram-se tiros, gritos e correrias. Eclodira omovimento sedicioso e se alastrava.

Sucederam-se lances dramáticos,com atos de heroísmo e de covardia,conforme relata o historiador GlaucoCarneiro: �dois oficiais legalistas, ca-pitão Armando de Souza e Melo e otenente Danilo Paladini, foram mortosna ocasião, ainda dormindo, por Agli-berto e pelo tenente Ivan Ramos Ribei-ro�. O mesmo capitão Agliberto assas-sinou o tenente Benedicto Lopes Bra-gança, quando este se encontrava pre-so e desarmado.

Dominando a situação, de possede todo o armamento emunição, os rebel-des comunistas ocuparam os hangares afim de acionar os aviões e alastrar omovimento.

O 1º Regimento deAviação, sob ocomando do tenente coronel EduardoGomes, conseguiu repelir o assalto atéque o general José Joaquim de Andrademanobrasse o Regimento Andrade Ne-ves contra os rebeldes.

As 17 horas do dia 27, os comunis-tas debandavam em fuga.Os prisioneirosforam colocados no navio Pedro I, trans-

Fachada do 3º RI após o confrontoentre as forças legais e os insurretos

Monumento Votivo na Praia Vermelha/Rio

formado em barco-presídio.Após a derrota da Intentona, os

agentes soviéticos conseguiram fugirpara Moscou, onde apresentaram seusrelatórios. Foram todos liquidados noGrande Expurgo estalinista de 1937/38.Amleto Locatelli morreu naGuerra CivilEspanhola. A Gestapo matou as agentesOlgaBenário eElise Saborowiski. Prestesfoi preso noMeier/RJ, emmarço de 1936e assim permaneceu até abril/1945. Em1943,mesmo na prisão, foi eleito secretá-rio-geral do PCB, permanecendo no car-go até 1980.

MONUMENTO VOTIVONa Praia Vermelha, no

Rio de Janeiro, foi erguido em1968, um monumento votivo àsvítimas da Intentona Comunis-ta de 1935, por iniciativa doMinistro do Exército, general-de-Exército Aurélio de LyraTavares, para �perpetuar empraça pública a homenagemdopovoàquelesquesouberamlutar emorrer pela sua liber-dade�. O monumento incor-pora arranjos procedentes domausoléu que fora inicialmen-te construído no Cemitério deSão João Batista, em 1938.

Nossos respeitos e ho-menagens àqueles que tomba-ramna defesa da liberdade e denossas instituições · Natal/RN: 2º Sgt Jaime Pantaleão deMoraes, Cabo João de DeusAraújo e soldado PM LuísGonzaga de Souza; · Recife/PE: Capitão José SampaioXavier, Tenente Lauro Leãode Santa Rosa e soldado PMLino Victor dos Santos; ·Rio de Janei-ro/DF: Tenente-coronelMisael deMen-donça; majores Armando de Souza eMello e João Ribeiro Pinheiro; capitãesDanilo Paladini; Geraldo de Oliveira eBenedicto Lopes Bragança; 2º Sgt JoséBernardo Rosa; 3º Sargentos CoriolanoFerreiraSantiago,AbdielRibeirodosSan-tos e Gregório Soares; 1º cabos Luís Au-

gusto Pereira e Antônio Carlos Botelho;2º cabos Alberto Bernardino de Aragão,Pedro Maria Netto, Fidelis Baptista deAguiar, José Harmito de Sá, ClodoaldoUrsulano,ManuelBiré deAgrella e Fran-cisco Alves da Rocha; Soldados WilsonFrança, Péricles Leal Bezerra, OrlandoHenriques, Álvaro de Souza Pereira eGeneroso Pedro Lima.

1) A III Internacional foi fundada em 2 de março de 1919 por Lenine com a finalidade deimplantar a revolução comunista no mundo.

2) Komintern - abreviatura de Kommunistitcheski internacional.3) O único pesquisador brasileiro William Waack, consultou os arquivos de Moscou e

reconstituiu uma verdade há longo tempo negada, golpeando fundo a mitologia comunistanacional, liquidando para sempre com a lenda da inocência de Olga Benário, desmascarando-a como agente do Serviço Secreto Militar Soviético (GRU)

Fonte: O Exército na História do Brasil República Volume III - Biblioteca do Exército/1998.

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8Nº 233 - Novembro/2016 16

ANO XXXII Nº 206 DATA 22 Nov 85, 6ª feira

REDAÇÃO5ª Seção EMG

Informativo interno da AMAN Fundador: CapRUBENS J. PORTUGAL

DISTRIBUIÇÃOACP

CINQÜENTENÁRIO DA INTENTONA COMUNISTA

A"Intentona Comunista" de 1935 pode ser resumida em duas palavras: traição ecovardia. Sim,poiscompanheirosnossos, fardados, coturnoscalçados,nocumprimentode

seus sagrados deveres, forammortos, à socapa, na calada da noite, muitos enquanto dormiam...Mas sempreagiramassim, senãovejamos:AndreiSakharov, físico russo, confinadopor

castigoemGorki,declarou, temposatrás: ��Ahistóriade60anosdocomunismoestácheiadeumahorrível violência, de crimes odiosos no seu território e fora dele, de destruição, sofrimento ecorrupção de milhões de pessoas. "ESQUECER TAMBÉM É TRAIR!"

ESQUECER TAMBÉM É TRAIR !

Há quem pretenda sepultar no es-quecimento a Revolução de 31 demarço de 1964, como já se deixou

de homenagear, por outro lado, a memó-ria dos heróis militares assassinados naintentona comunista de 27 de novembrode 1935. Que país é este, no qual fatoshistóricos relevantes, que são exemplos,lições e advertências, descambam para odesprezo dos pósteros, que passam acondená-los no repúdio do silêncio e nodesprezo da indiferença? Em ambos oscasos mencionados, a insofismável ins-piração das Forças Armadasfoi, basicamente, defender asinsti tuições republicanas,salvando-as da frontal amea-ça comunista.

No 27 de novembro, oscomparsas de Luís CarlosPrestes ensangüentaram a en-tão capital da República, as-sim como outros pontos do territórionacional. De armas na mão, assumiram ainiciativa criminosa da mazorca marxista,na Praia Vermelha e nos Afonsos, no Riode Janeiro, em Pernambuco e no Rio Gran-de do Norte. Mataram, covardemente,inclusive companheiros que dormiam, no3º Regimento de Infantaria, e numa uni-dade da Aviação Militar feriram a balaEduardo Gomes, um dos 18 do Forte deCopacabana. Na orfandade e na viuvezficaram dezenas de pessoas, porque seuschefes sacrificaram a própria vida emdefesa da nação. A Revolução de 31 emarço, por sua vez, nasceu da reconhe-cida aliança do povo com os cidadãosfardados. Tornou-se inevitável e obriga-tória, como condição essencial de umareação coletiva organizada, capaz de eli-minar o caos que infelicitava a vida geraldos brasileiros. Durante pouco mais de

ANISTIA TORTA20 anos, por força da ação revolucionáriadireta e indireta, modernizou-se a admi-nistração, retirou-se a economia do atra-so, implantou-se a telecomunicação, vi-veram novos corredores de exporta-ção, multiplicaram-se os investimen-tos , ampl iou-se nossa capac idadeenergética, voltaram a disciplina e ahierarquia, a paz, a ordem e a autorida-de. O povo era feliz e não sabia.

Numa histórica tentativa global derestaurar a chamada democracia plena, edepois de derrotar a guerrilha rural e

urbana, a Revolução, es-pontaneamente, em nomeda pacificação políticanacional, propôs ao Con-gresso a decretação daanistia ampla, geral eirrestrita, teoricamenteestabelecida. Era, por as-sim dizer, a esponja que se

procurava passar sobre o território da dis-sensão, do ressentimento e do ódio. Entre-tanto, a idéia da Revolução foi inútil. Defato, perdoaram-se os atentados à mão ar-mada, os seqüestros de embaixadores, oscrimes hediondos, os delitos de sangue.Mas as cobranças descabidas acerca desupostas torturas, a busca constante dedesaparecidos, envolvidos em movimen-tos terroristas, o revanchismo, enfim, tudotendo como alvo o denominado �regimemilitar�, isso não sai da ordem do dia. Épauta permanente nos espaços de que dis-põe a incansável insurreição subversiva,ostensiva ou disfarçada.

Por último, pretende-se revogarhistoricamente a Revolução Democrá-tica de 1964, como se ela não tivessesido, e ainda é, uma idéia-força, geradana alma dos patriotas. A anistia legal �classifiquemo-la assim - só valeu e sóvale para um lado, isto é, para o ladodeles. Ficou sendo, em conseqüência,uma anistia torta. É oportuno advertiros democratas ingênuos de que o co-munismo faliu, mas não faleceu. A es-querda extremista não acredita na que-da do Muro de Berlim. Eis por queinsistem em sepultar a intentona comu-nista e a Revolução de 1964. Não oconseguirão, todavia. Quem viver verá.(Publicado no Correio Braziliense - 11/04/1995)* Foi líder parlamentar e ministro de Estado.

* Armando Falcão

"A libertação da Espanha da opressãodos reacionários facistas, não é umaquestão privada dos espanhóes. É acausa comum de toda a humanidadeavançada e progressista".

STALIN

ACLASSEOPERÁRIA

Ano XII São Paulo, Março de 1937 Nº 200

Órgão Central do Partido Comunista (S.B.I.C.)

Estandarte apreendido noRio de Janeiro, em 1934 (ANL)

Insistem em sepultara intentona comunistae a Revolução de1964. Não o

conseguirão, todavia.Quem viver verá.

JORNAL INCONFIDÊNCIA

O CRUZEIROEXTRA

Aofazerourenovarasuaassinatura,sedesejar receberviapostal, um

Assinatura anualA. VIA POSTAL - Recortar (ou xerocar) e preencher o cupom abaixo, anexandocheque bancário nominal e cruzado ou cheque dos correios, no valor de R$ 150,00,em favor do Jornal Inconfidência e remetê-los para para Rua Xingu, 497 - Alto SantaLúcia � CEP 30360-690 � Belo Horizonte � MG - Não enviar dinheiro.B.VIABANCÁRIA -Depositar ou transferir paraoBancodoBrasil o valor deR$ 150,00� agência 2655-7 - c/c 28172-7 e por e-mail, enviar o quadro preenchido e ocomprovante do pagamento para [email protected], ou ainda ocupom citado e o xerox do pagamento para Rua Xingu, 497 - Alto Santa Lúcia- CEP 30360-690 - Belo Horizonte - MG.C. Valores superiores serão muito bem recebidos.D. Informações-e-mail: [email protected]: (31)3344-1500E. Renovação da Assinatura � a cargo do interessado (idem providências acima).

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Edições Históricas da Revolução de 1964

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Edição Histórica / 1964

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Nº 233 - Novembro/2016 17

CONGRATULAÇÕES À ESQUERDACarlos Azambuja comenta a forma lenta e gradual como os antigos terroristas e militantescomunistas assumiram posições de destaque na política nacional, utizando-as para embolsardinheiro público e humilhar os que impediram seus planos totalitários no passado.

�As feridas e os erros daesquerda precisam sangrar paraque as insuficiências e incompre-ensões possam ser superadas�(JOSÉ GENOÍNO, O Globo, 06Fev 96).

Logo após aRevolução de 31deMarço e 1964 que depôs o gover-no comunizante de JoãoGoulart, asorganizações, grupos e partidos deesquerda então existentes emnossopaís, e logo após inúmeras outrasorganizações constituídas pelas ba-ses radicalizadas do chamado�Partidão�, definiramcomopriori-dade a derrubada do regime institu-ído, utilizando como tática a violên-cia armada e todas as formas de luta,conforme prescrevem os manuaisdomarxismo-leninismo.

Esse projeto de luta armada,no entanto, vinha sendo alimen-tado desde antes de 1964, estimu-lado pelo exemplo da revoluçãocubana. Isso, sem falar nas propos-tas de revoluçãoarmadaquevinhamdemuito antes, na melhor tradiçãobolchevique, comoo levante comu-nista de 1935, determinado peloKomintern.

É notório que já no governoJangoexistiamgruposvoltadosparaessas formas de luta �mais avança-das�, segundo o jargãomarxista.

Nesse sentido, é esclarecedorodepoimentodeumex-guerrilheirourbano,membrodirigente, nos anos60, daDissidência daGuanabara e,depois, doMovimento Revolucio-nárioOito deOutubro, preso, bani-do do país e posteriormente anisti-ado:�(...)Antes da radicalizaçãodaditadura, em 1968, e antes mesmode sua própria instauração, em1964, estava no ar umprojeto revo-lucionário ofensivo.Os dissidentesse estilhaçariam em torno de enca-minhamentos concretos, formandoumamiríadedeorganizações e gru-pos,mas havia acordoquanto aonóda questão: chegara a hora doassalto� (Daniel Aarão Reis, atu-al professor de História Contem-porânea da Universidade FederalFluminense. �Esse imprescindívelPassado�, artigo publicado na re-vista �Teoria e Debate� de julho/agosto/setembro de 1996).

Os seqüestros de aviões, dediplomatas estrangeiros, os rou-bos de armas, os atentados terro-ristas, os assaltos a agências ban-cárias, a estabelecimentos co-merciais e até mesmo a residên-cias, os ataques a quartéis, foramtransformados em tática militar eprecederamo que é denominado de�radicalização da ditadura� emdezembro de 1968, coma edição do

(Publicado no ARAUTO/OPINIÃOde novembro de 1996)

Ato Institucional nº 5.Em1970, ao assumir a presi-

dência da República, o generalGarrastazu Médice definiu comoprioritário o fim do terrorismo epara isso criou os DOI/CODI. Noentanto, Marighela não mais exis-tia, pois havia sido morto em umavia pública, em São Paulo, no anoanterior. Essa via pública, assimcomo tantas outras, foi definida,posteriormente, pela ComissãodeMortos e Desaparecidos, comoum local assemelhado a uma de-pendência policial ou sujeito à ad-ministraçãomilitar.

Ele,Marighela, que a Inteli-gência cubana imaginava transfor-mar no sucessor de Che Guevara(vide o livro de LuisMir, �ARevo-lução Impossível�) havia deixadoum testamento que iria ser res-ponsável por uma montanha demortos entre os que seguiramseusensinamentos: o Minimanual doGuerrilheiroUrbano.

Lamarca,noentanto,quetraiuoExército, suamulher e seus filhos,ladrão de armas, assaltante de ban-cos, seqüestrador e assassino deinocentes de formavil, comoamor-te a coronhadasdo tenenteAlbertoMendes Junior, noValedaRibeira,ainda viveria até o ano seguinte. Emsetembrode1971seriamortonoser-tãodaBahia, localqueaComissãodeMortos eDesaparecidos definiu queera sujeito à administração militar,para,assim,indenizarsuamulherquejá erapensionista de seumarido.

Em agosto de 1979, com asguerrilhasurbanae rural erradicadase o país pacificado, o presidenteFigueiredo assinou a lei que conce-deu uma anistia ampla, geral eirrestrita. Essa lei libertou todosos que se encontravam presos.

Emmaiode1985, a chamadaNova República legalizou os par-tidos clandestinos graças a umaEmenda Constitucional de autoriado então deputado federal peloPMDBRoberto Freire, ele própriodirigentedeumdessespartidosclan-destinos, o PCB.

A partir de então, o aparelhoburocráticodogovernopassoua sertomado, de forma lenta, gradual esegura pela esquerda, derrotada,anistiada,mas não conformada.OsÓrgãos de Inteligência, na eraCollor, foram desmantelados e asForçasArmadas economicamentesufocadas, restando-lhes uma úni-ca função: sobreviver.

A Constituição cidadã, de1988, propiciou centenas de retor-nos às Forças Armadas. O Estadopromoveu-os e pagou por isso.

Também os demitidos e expulsos,foram reincorporados a partir de1985 e promovidos.

Como se isso não bastasse,uma Comissão, denominada de�Mortos e Desaparecidos Políti-cos� foi constituídaerecompensouecontinua a recompensar as famíliasdaquelesquelivrementeescolheramocaminho da luta armada, seqüestra-ram, assaltaram e mataram, sendo,afinal,mortosporaquelesque,cons-titucionalmente, cumpriam suasobrigações de defen-der a Pátria, a Lei e aOrdem,comsacríficioda própria vida, coe-rentes como juramen-to que fizeram ao en-trar para a carreirami-litar, de defender a Pá-tria comosacrifício daprópria vida.

Do ladodos quese opuseram que a Pá-tria fosse transforma-da em uma repúblicapopular democrática,vidaspreciosasforamperdidas, muitas fa-mílias ficaram sem osseus chefes, mas ne-nhumadelas, em todosesses anos, nada rei-vindicou.

Com relação,especificamente, aocaso deCarlosLamar-ca, a relatora, naComissão deMor-tos e Desaparecidos, uma ex-guer-rilheira urbana, afirmou cinica-mente que a repressão não respei-tou a Convenção deGenebra e que... �como os guerrilheiros doAraguaia, ele (Lamarca) fez, tam-bém,prisioneiros aosquais respei-toua integridade" (sic) , e afirmou,também, que o redator da Lei queproporciona a recompensa às famí-lias dos mortos pela repressão,então chefe dogabinete doMinisté-rio da Justiça, legislou por contaprópria, e que ... �foi vontade dolegislador incluir os quemorreramem combate direto com as forçasrepressivas�.

Aproveitando o ensejo da re-forma universitária que o atualmi-nistro da Educação diz que fará,este não seria um tema altamenteilustrativo e edificante para ser in-cluído nos currículos deDireito?

Parabénsàsesquerdas.Vocêschegaram lá, utilizando os meiospacíficos.Afinal, essaéumaformade luta tambémrevolucionária.

O intento louco de tomadado poder pela força ou a

Intentona Comunista, como ficouconhecido o traiçoeiro, sangren-to e fracassado motim deflagradopor militares comunistas con-tra estabelecimentos militaresde Natal, do Recife e do Rio deJaneiro, entre os dias 23 e 27 denovembro de 1935, constitui umadas mais negras páginas da his-tória do Brasil.

Maus militares, corrompi-dos por intensa doutrinação

marxista, desprezam a hierarquiae a disciplina, descumprem seusagrado juramento para com aPátria, traem seus próprios com-panheiros e até os matam, mes-mo quando já presos e desarma-dos. Naturalmente, oficiais egraduados fiéis ainda que sur-preendidos pelo vulto do motime principalmente pela traição decompanheiros que, até então,pareciam leais, cumprem seu ju-ramento reagem com bravura,defendem as instituições comrisco de vida e, alguns com osacrifício da própria vida. Findoo dia 27 de novembro, derrota-dos, desmoralizados, os amoti-nados fogem ou se rendem. Dolado dos militares fiéis, morrem,no cumprimento do dever, bra-vos brasileiros.

A deflagração da Inten-tona Comunista em 23 de no-vembro de 1935, foi o desfechode uma trama que, era verdade,vinha sendo articulada dentroe fora do País. Segundo revelao General José Campos deAragão, em seu livro intitulado�A Intentona Comunista de

A INTENTONA COMUNISTAO mesmo movimento que em 1935 assassinavacompatriotas, traiçoeiramente, foi sufocado,

novamente, em 1964. Mas desta feita os assassinosforam indenizados pela nação brasileira

1935�, em 30 de março de 1935Luis Carlos Prestes fora aclama-do presidente de honra da re-cém-criada Aliança NacionalLibertadora; no VII Congressoda Internacional Comunista, odelegado holandês Van Mine,membro do Conselho Executivodo Komintern e relator dos as-suntos referentes à AméricaLatina, afirmara: �A AliançaNacional Libertadora foi criadasob orientação secreta mas dire-ta do Partido Comunista Brasi-

leiro (PCB), segundo asinstruções confidenci-ais recebidas da Lega-ção Soviética em Mon-tevidéu. Ela cumpre ce-gamente ordens de nos-so bravo camarada Pres-tes...�; e Dimitrov, em1935, no VII Congressoda Terceira Internacio-nal de Moscou, discor-rendo sobre o papel daFrente Única Anti-im-perialista, declarara:�...no Brasil,o PartidoComunista, que deuuma base ao desenvol-vimento de uma frentecontra o imperialismoao criar uma Aliança deemancipação nacional,deve empenhar-se comtodas as suas forçaspara impulsionar essa

frente, conquistando para amesma, sobretudo, os milhôesde camponeses, e orientando omovimento no sentido da for-mação de destacamentos de umExército Popular Revolucioná-rio extremamente devotado, atéque seja alcançado o objetivofinal, e no sentido da organiza-ção do poder dessa AliançaLibertadora Nacional...�.

Torna-se fácil perceber,portanto, a importância do pa-pel dos militares brasileiros emNatal, no Recife e no Rio, osquais, honrando seu sagradojuramento, cumpriram com bra-vura seu dever e impediram queo Brasil passasse a ser controla-do por um Exército Popular Re-volucionário.

As autoridades e os mili-tares de hoje poderão ter esque-cido aqueles que morreram de-fendendo a Pátria. A Pátria, noentanto, certamente jamais osesquecerá.

O autor é Carlos Ilich Santos Azambuja

(Publicado noARAUTO/HISTÓRIAde novembro de 1996)Olavo Nogueira Dell'Isola -

Coronel Aviador

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AVERDADEESQUECIDA* Luiz Gonçalves Alonso Ferreira

Na alvorada de março de 1934, vindo deBuenosAiresportandopassaporteame-ricano, desembarcaranoRiode Janeiro

um sujeito de nome Harry Berger.Preso pela polícia carioca no natal de 1935,

logo revelou-sea identidadesecretadoviajante.Chamava-se, omisteriosoelemento,Arthur

Ernst Ewert, judeu alemão, fichado em seu paísdeorigem,noqual eraex-deputado,comoespião.Constava também processo por �alta traição�.

Berger era o agente doKomintern, especia-lista em golpes subversivos, enviado para oBrasil comamissãodedirigir intelectualmenteoplano traçado em Moscou, que objetivava ainstauraçãodeumaditadurade tipo stalinista noPaís, por meio de levante armado.

Sob ordens deBerger, lá estava LuizCarlosPrestes, homem escolhido para encabeçar um�governopopular nacional revolucionário�, se-gundo relatório do próprio Berger para o Ko-mintern.

Prestesangariousimpatianomeiocomunis-ta, pela sua participação na famosa colunamili-tar, que marchou pelo interior do País, nosagitados tempos domovimento tenentista. Pou-codepois, apósaconversãodePrestesàdoutrinamarxista lininistaporAstrogildoPereira, ahábilpropagandavermelhabatizouessedestacamen-to com seu nome, ainda que para isso tivesse decometera injustiçahistóricadeomitirerelegaraoesquecimento a figura do comandante MiguelCosta, principal lídermilitar da Coluna, ao qualPrestes esteve sempre subordinado.

Pelaexperiênciadoperíodo,Prestes recebeua incumbênciadechefiaraaçãoarmadadoscomunistasnoBra-sil.Nãopoderiahaver falhas.Oplano deveria ser executado deforma rápida e eficaz, sem ofe-receraogovernootemponeces-sário para o esboço de uma rea-ção.

Para tanto,visandogarantiro apoio logístico e os recursosfinanceirosnecessáriospara tãoarriscada empreitada, Moscoufundara em Montevidéu, clan-destinamente, o seuSecretaria-doLatinoAmericano,órgãocujafinalidade era aproximar as or-ganizações comunistas latinas,a fim de impulsionar o movi-mentovermelhonaAméricadoSul. Foi este o fato que gerou,ainda em fins de 1935, após omalogro da tenta-tiva de assalto comunista ao poder no Brasil, orompimento das relações diplomáticas doUru-guai com aUnião Soviética.

A Intentona Comunista de 1935, portan-to, fora concebida e preparada em Montevi-déu, como bem atestaram os jornais da épocano Brasil, entre os quais, o Globo.

Durante os preparativos para o golpe,visando despistar quaisquer suspeitas a res-peito de seu enviado revolucionário, destacaMoscou, como esposa de Prestes, a judiaalemãOlga Benário (Olga Ben-Ario), conhe-cida já em seu país pelas suas ações subver-sivas.

Cumpre destacar, nesse ponto, fatodesco-nhecido da grandemaioria dos brasileiros sobrea chamada Intentona: a do envolvimento diretode grande número de israelitas (infiltrados noPaís) na conspiração comunista de 1935.

De fato, como fartamente registraram osjornais, poucosdiasapósa supressãodo levantenoRiode Janeiro, a eficiente polícia carioca, najurisdição dos 13° e 14° distritos policiais,deteve 23 comunistas de origem judaica (longoficaria citar a relação dos nomes), todos ligadosàBrazcor,organizaçãorevolucionáriacomunis-ta, mantida e orientada pelo PCB. Essa associ-açãomantinha uma biblioteca popular israelitade nome Schelomo Alcichem, instalada à RuaSen. Euzébio n° 59, bem como, uma cozinhaproletária comunista, que servia refeições naRuaVisconde de Itaúna. Publicava a revista deculturamodernaVolkekultur.

Quando assistimos ao filmeOlga, de JaimeMonjardim, inquietou-nos não somente a la-mentávelomissãodestes relevantes fatos, comotambém,asuperficialabordagemsobreassuble-vaçõescomunistasemNatal, noRecifeenoRiode Janeiro.

Querer romantizaras figurasdeLuizCarlosPresteseOlgaBenário,criandoumclimanupcialao longode todoofilmee,por tabela, apresentá-los comoporta-vozes e defensores da liberdadehumanaedademocraciae,nomínimo, insensa-tez e cinismo puros.

Esquecer (ou omitir tendenciosamente) oassalto à Escola deAviação, emMarechalHer-mes, onde oficiais brasileiros foram assassina-dospor companheiros de farda enquanto dor-miam, ignorar o covarde ataque-surpresa ao3° Regimento de Infantaria, na Praia Verme-lha, onde a ordem só foi restabelecida apósuma manhã inteira de combates; desdenhar

dos cinco dias emque revolucioná-rios comunistas, em Natal, estabe-leceramumgovernoquepromoveua ação de arruaceiros, assassinos,estrupadores e assaltantes; sugerirque a inocente menina Elza Fer-nandes (trucidada segundo ordensdo Cavaleiro da Esperança, comconsentimento de Olga) era a res-ponsável pelo desastre que somen-te a incompetência de Prestes pro-vocou,menosprezar tudo isso é ris-comuito grande.

É aceitarmos e legitimarmosperante a história o crime, o fana-tismo e o unilateralismo político,a ditadura.

Luiz Carlos Prestes e OlgaBenárionão defendiam democra-cia de nenhuma espécie para o

Brasil, tenhamos isso sempre em mente.Pelo contrário, caso lograssem êxito emsua missão, teríamos nosso País reduzidoa simples colônia de Moscou e conviverí-amos com uma ditadura ferrenha, que emnome da �liberdade humana�, cometeu osmaiores crimes e atrocidades da história dahumanidade. Comunistas estrangeiros tra-çaram lá fora este destino para o Brasil,contando para isso com o apoio de brasilei-ros desprovidos de senso patriótico, soma-dos a um punhado de ignorantes.

Se nós, brasileiros, em algum momento denossahistória, vivêssemosde fatoumaditaduracomunista, o filme Olga, se viesse a ser produ-zido, tenhamos a certeza, contaria história bemmais trágica.

Publicado em �A Tribuna de Santos�,em07.09.2004

* Bacharel emHistória pelaUniversidade Católica de Santos.�

Autor do livro-reportagem "Camaradas", diz que o mito romântico darevolucionárianasceudepropaganda

Profissão: Jornalista, é correspondente daRedeGlobo emNovaYorkExperiência:Cobriuoitoguerras, entre elas adoGolfo, emorouemBerlimÉPOCA -QueOlga você conheceu em suas pesquisas?William Waack - Uma profissional do serviço secreto militar soviético,

treinada para obedecer em qualquer circunstância, sem jamais duvidar doschefes e da linha estabelecida pelo Partido, disciplinada, mas sem interesse porassuntos teóricos, que ao chegar ao Brasil perdeu o foco da missão. O trágicoem Olga é que ela não tinha saída.

ÉPOCA-Comoassim?Waack - A verdadeira dimensão trágica da figura de Olga é o fato de ela

ter sido vítima de dois totalitarismos. Foi liquidada por um deles, o nazista,enquanto todos os seus companheiros de luta no Brasil, que sobreviveram àaventura de Prestes e conseguiram voltar a Moscou, foram destruídos pelo outrototalitarismo, o comunista - foram executados na Rússia antes ainda do assas-sinato de Olga. Mas não era um aspecto que interessava à máquina propagan-dística do PC da Alemanha Oriental, que iniciou o culto ao mito de Olga no finalda década de 50, suprimindo partes de sua real história. O mesmo ocorreu nolivro lançado no Brasil por Fernando Morais, que, na verdade, tem boa partecompilada da primeira biografia de Olga feita pela alemã Ruth Werner, a pedidodo PC alemão, em 1962. Trabalhos que não contam a realidade.

ÉPOCA-Peloquepesquisou,doquemaisnãose fala?Waack -Um detalhe fundamental: o fato de que a mãe de Prestes pediu várias

vezes às autoridades soviéticas que tentassem trocar Olga por prisioneiros dossoviéticos. Era impossível que isso acontecesse, pois, naquele momento, pouco antesda Segunda Guerra Mundial, os soviéticos estavam entregando à Gestapo militantesalemães que se refugiaram emMoscou. Uma dessas pessoas, aliás, foi a última a verOlga viva no campo de concentração. Era Margareth Buber-Neuman, uma colegadela de militância, alemã e judia, que chegou a ser preparada para ir ao Brasil, masfoi presa com o marido em Moscou e entregue à Gestapo.

ÉPOCA - Isso tira de Olga e Prestes o romantismo, a luta por ideais?Waack - Prestes e Olga eram, antes de mais nada, soldados do Partido,

e a esses soldados não se admitiam crises de consciência. Dou um exemplo:entre a derrota do levante de novembro de 1935 e a prisão dos dois, no iníciode 1936, Prestes mandou matar a namorada do secretário-geral do PCB,Elza, uma moçainocente e ingê-nua de 18 anos,que foi estran-gulada por mi-litantes do par-tido. Ele sus-peitava, erro-neamente, queElza fosse in-formante da po-lícia. EOlga nãose opôs à deci-são, segundo oagente soviéticono Rio que che-fiava o esquemac l a n d e s t i n o .Não havia nadade românticoali.

OLGANÃOTINHASAÍDARevista ÉPOCA, Edição 326 - 16 de agosto de 2004

Entrevista com William Waack, o autor de �Camaradas�MARTHA MENDONÇA E ELISA MARTINS

Olga Benário, após prestar depoimentono Rio de Janeiro, em 1936,acompanhada por um policial

Divulgação

ESQUECER,TAMBÉM É TRAIR!

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Precioso flagrante mostrando uma carga de bayonetta das ForçasLegais contra os rebeldes do 3º R.I. momentos antes da rendição

O Cruzeiro

Os ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionarios

Tiveram o condão de alarmar funda-mente o espírito da população cari-

oca os sangrentos successos de quartafeira ultima que consubtanciaram na su-blevaçãodepartedealgumasguarniçõesmilitares desta capital, felizmente repri-midas com energia e decisão pelas auto-ridades. O golpe militar communistadesferido sob a chefia do capitão Agil-doBarata e domajorAlcedoCavalcantideterminou a perda de algumas vidaspreciosas, privando os quadros daofficialidade do Exercito Brasileirode algumas de suas mais brilhanteexpressões.

Durante as primeiras horas dodia, enquanto a população não conhe-cia a verdadeira extensão dos sangren-

tos acontecimentos formou-se umaespectativa de alarme, a qual, feliz-mente se atenuou à medida que osrebeldes foram sendo batidos corajo-samente em todos os sectores. O pre-sidente da República, Sr GetúlioVargas, num inclito exemplo de intre-pidez pessoal, logo que teve conheci-mento da eclosão do movimento nestacapital, articulado com as revoltas deRecife e Natal, sob a orientação do ex-capitão Luiz Carlos Prestes, deixou oPalácio Guanabara e, em companhiado Ministro da Guerra e das altaspatentes do Exercito, visitou as diver-sas frentes da luta, quando ainda eraindecisa a situação.

(O Cruzeiro, 07/12/1935)

A Polícia Militar, na Praia do Botafogo, junto ao Pavilhão Mourisco,de prontidão horas após o levante

Foto: Sgt. Ely / CML

Flores no monumento da Praia Vermelha / Rio

Há 70 anos,mais precisamente, em23de novembro de 1935, estourou de

surpresa levante armado comunista nointerior do quartel do 23º Batalhão deCaçadores em Natal, RN. Os rebeldes,após dominarem aquela unidade, ocupa-ram a cidade e instalaram um GovernoPopular Revolucionário, um soviete noBrasil.

Os acontecimentos deNatal preci-pitaram a rebelião também no Recife. Olevante tramado no interior do 29º Bata-lhão de Caçadores eclodiu de forma vio-lenta. Aqui porém a unidade estava de

prontidão e foi possível aos oficiais or-ganizar a resistência interna. Mesmo as-sim, os rebelados saíram e avançarampara o Recife. Foram oportunamente de-tidos e derrotados por tropas do Exércitotrazidas da Paraíba e pela Força Públicade Pernambuco.

A revolução foi conspirada porLuiz Carlos Prestes, pelos dirigentes doPartido Comunista e pelos agentes es-trangeiros da Internacional ComunistaSoviética trazidos para o Brasil com estefim. Dentre estes, Olga Benário que setornou amásia de Prestes. E atualmente éfestejada como heroína e mártir.

No Rio de Janeiro, na madrugadade 27 de novembro de 1935, a revoluçãoeclodiu dentro de duas unidades do Exér-cito:no3ºRegimentode InfantarianaPraiaVermelha e na Escola de Aviação nosAfonsos. As tentativas dos rebelados dedominar as unidades foram de uma vio-lência inédita. Inclusive com assassinatoa sangue frio de alguns oficiais e praças.

Houve resistência interna nos quar-téis e reação dos comandos militares daCapital.Omovimentofoi sufocadonomes-mo dia mas commuitas mortes a prantear.

A INTENTONACOMUNISTAse caracterizou pela violência armada se-gundo o modelo leninista da RevoluçãoBolchevista de 1917 na Rússia. A prontae enérgica reação doExército porém frus-

TRÁGICO27 DE NOVEMBRO DE 1935

* Sergio Augusto deAvellar Coutinho

trou a primeira tentati-va de tomada do poderpelomovimentocomu-nista noBrasil. Recor-do este trágico acon-tecimento porque ainda trazemensinamentos práticos e cívicos pelo seusignificadomoral e emblemático da fide-lidade das Forças Armadas aos princípi-os democráticos e à própria Nação. Aslegítimas e patrióticas posição e atuaçãodelas em 1935 e, depois, em 1964 e 1967/74 contra as tentativas de tomada dopoder pelomovimentocomunista sãoago-

ra envilecidas e �sa-tanizadas� pelas es-querdas. À primeiravista, por cruel revan-chismo, mas na rea-lidade para impedirpelo constrangimen-to a sua resistênciaao processo revolu-cionário no presentee no futuro imediato.Para isso, vêm fazen-do comqueanação sehorrorize com alega-das violações e com

que as novas gerações militares se enver-gonhem do passado e desaprovem os ve-lhos chefes por terem tido a coragem de seoporem a comunização do Brasil.

As Forças Armadas são considera-das pelas organizações de esquerda comoa grande barreira à revolução e, por isto,têm que ser neutralizadas para não repe-tirem a resistência do passado.

Comemorar os trágicos eventosde 1935 não é apenas homenagem histó-rica,memória dos que tombaramno cum-primento do dever ou dos inocentessurpreendidos no meio do fogo cruzado.Mais do que tudo, é afirmação de fidelida-de aos valores democráticos, repúdio àsideologias totalitárias e advertência aosjovensmilitares.

Esquecer 1935 é uma atitude decapitulaçãomoral e intelectual. É ocultardas atuais gerações o papel exemplar dasForças Armadas. Não adianta tentaremocultar ou negar esta verdade. Elas sem-pre agiramemdefesa da lei, da ordem, dospoderes constituídos e da própria Nação.

Por esta razão, é preciso que seponham flores todos os anos no monu-mentodaPraiaVermelha em27denovem-bro, assim como também no monumentoaosmortos da IIGuerraMundial em08 demaio. São símbolos da luta contra osregimes totalitários.

* General de Brigada ReformadoPublicado no Inconfidência nº 88 de novembro/2005

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CAIXA POSTALINTENTONA COMUNISTA / 1935

CAPPAULOALBERTOMSILVASão Paulo/SP

Penso que nãodeve existir �neztepais�qualquer outra publicação tão clara e opor-tuna sobre a intentona comunista desen-cadeada no Brasil, em novembro de 1935,como os dois últimos números do Inconfi-dência.

Deveria ser obrigatória a sua leitura econstar dos currículos de todas as escolasmilitares das ForçasArmadas. Inclusive dosPP de soldados e dos TG-Tiros de Guerra.Não há como esconder esse importante acon-tecimento à juventude brasileira. Pergunteià minha neta (14 anos), aluna de colégioparticular, se sabia algo sobre a intentona ecomo era de se esperar, disse-me não!

Não estou mais preocupado comigo,mas sim com o que espera os nossos descen-dentes, com os exemplos dados pelo atualgoverno (30/12)

SO AER MARIO PINTO BARROSGuaratinguetá/SP

CAMPO DOS AFONSOSFazia tempo que não escrevia ao In-

confidência, mesmo sabendo que todas asminhas cartas anteriores foram publicadas.Embora já reformado da Força Aérea, julgoque esta não poderia se omitir nos dias 27 denovembro.

Aoleroencartedoúltimojornal,�CAM-PO DOS AFONSOS�, pensei comigo: Se aAviação era a 5ª arma do Exército, a FAB é aatualealegítimadepositáriadas tradiçõesedahistória da Aviação Militar Brasileira.

O Comandante, brigadeiro Saito, de-veria ter realizado uma cerimônia cívico-militar no �Campo dos Afonsos�, onde an-tigos companheiros nossos foram friamenteassassinados, tal qual a formatura da PraiaVermelha que contou com a presença doComandante do Exército.

E também, naAFA, emPirassununga,na EPCAr, em Barbacena e aqui, em Guará,para dar conhecimento e alertar os maisjovens,doque foi realmentea intentonacomu-nista de 1935. E palestras, nos clubes deAero-náutica.

Esquecer, também é trair

Publicado no Inconfidência nº 136 de Jan/Fev. 2009 Pela primeira vez, na história, a so-lenidade em homenagem aos mortos naIntentona Comunista de 1935, que estavapara ser realizada hoje, não aconteceu. OComando Militar do Leste, organizadorda cerimônia, alegou que o cancelamentoocorreu por causa da chuva, mas infor-mou que mesmo que o tempo melhore, asolenidade não será realizada este ano.No entanto, sabe-se que anunciada au-sência do presidente Itamar Franco nasolenidade, caso ela ocorresse, desagra-dou os militares. Tanto que, o GrupoIndependente 31 de março, que reúnecerca de três mil militares da reserva ecivis, no Brasil, já estava estudando umaforma de protestar contra a falta de Itamar.

O presidente do grupo, brigadeiroMax Alvim, disse que este fato foi consi-derado �lamentável�, mas era esperado,porque ele (Itamar Franco) nomeou umnotório comunista (Roberto Freire) comoseu líder no Congresso.

(Correio Braziliense - 28/11/1992)

PELA PRIMEIRA VEZ,INTENTONA NÃO É LEMBRADA

Aocomparecer e participar pessoal eacintosamente das comemorações do 11ºCongresso do PartidoComunista doBrasil(PCdoB) emBrasília, nodia 20deoutubrode 2006�prestigiando adeptos das idéiasdo partido que, no passado, foi omentor da

tragédia de 1935�oSrLuizInácioLuladaSilvadesfigura nossa Histó-

ria, inverteacintosamen-te o quadrodos valoresherdados dosnossos ante-

passados, afronta a imagem das nos-sas FFAA e agride a memória daquelesque deram suas vidas para impedir ainstalação da ditadura marxista em nos-sa Pátria. (Inconfidência nº 88 de 27/11/2006)

No �Campo dos Afonsos� está instaladoum Museu que apresenta a história da nossaForça Aérea. Haverá nele alguma exposição/informação sobre o 27de novembro de 1935?OPatrono da Força Aérea, brigadeiro EduardoGomes, era o tenente-coronel comandante do1ºRegimento de Aviação sediado naquele local,onde foi feridoemesmoassim,continuou lutan-do contra os traidores da Pátria.

Sealgumleitor souber, favor informaraoInconfidência, pois tenho a certeza de que eledivulgará e até apresentaria uma reportagemsobre a maior traição jamais ocorrida em nossaPátria. (10/01)

CEL GILBERTO FREITASRio de Janeiro/RJ

Formidável o caderno especial sobre aintentonaeaseguir, aapresentaçãodassolenida-desnaPraiaVermelhaenocemitériodoBonfim,em Belo Horizonte.

Pena que a formatura ocorrida no Rio, atarde, não fosse divulgada oportunamente atra-vés do Clube Militar, não só pela internet aosseus sócios, como também nos almoços de tur-mas, com a devida antecedência. Ou com umanúncio nos jornais da cidadedoRiode Janeiro.Mesmoassim,ocomparecimentoàPraiaVerme-lhafoiumdosmaisconcorridosdosúltimosanose contou com a presença do comandante doExército, general Pery, pela 1ª vez desde osgovernos �socialistas� de FHC e Lula!

Cumprimento o editor do Inconfidên-cia e lembro a ele, como artilheiro, não poderiater se esquecido de citar a salva de Artilharia,desencadeada durante a cerimônia cívico-mi-litar de 27 de novembro.

Uma pergunta que não quer me calar:QuandoomuseudoFortedeCopacabana,

tão bem localizado, vai apresentar em seu sofis-ticadorecinto,umaexposiçãopermanente sobrea intentona comunista de 1935, tal qual umarealizadarecentemente�ainauguraçãodosretra-tos dos presidentes militares ? (29/12)

NR:Falha nossa: Peça atirou!!

CELFRANCISCOFELIXDAFONSECAPorto Alegre/RS

Mais umavez o Inconfidência diz a que

veio. Além das suas edições históricas já apre-sentadas neste ano � 31 de março e Duque deCaxias�agora,ada intentonacomunista.Deve-riaserdistribuídaa todososalunosdosColégiosMilitares e dos CPOR/NPOR, principalmentede Porto Alegre. Por quê? Acredite, se quiser.Nodia27denovembro,aconteceunestacapital,um treinamento para a formatura de passagemde Comando do CMS. Dificilmente poderiasurgir umamelhor oportunidade para diante datropa da guarnição, ser lembrada a covardeintentona comunista.

Noentanto,nadafoi rememorado,assimcomo também, no dia seguinte, por ocasião dasolenidadedepassagemdecomandodogeneralElito para o general De Nardi.

O que terá acontecido?Ordens superio-res? Não creio, pois o comandante do Exércitose fezpresentenaformaturadaPraiaVermelha,na tarde de 27 de novembro. (19/12)

* ADV JOÃO ARMANIBelo Horizonte/MG

Muito oportuno o comentário publica-do no Inconfidência nº 135 de dezembro/2008à página 13, sobre a rememoração da intentonacomunista.

Aoqueparece, somentenasguarniçõesdo Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e de SãoLuís/MA, a trágica intentona foi devidamenterumemoradacomformaturae leituradamemo-rávelOrdemdoDia,assinadapelosgenerais-de-ExércitoLuizCesáriodaSilveiraFilho,coman-dante do CML e Paulo Cesar de Castro, chefedo DEP. Procuramos saber se aconteceramsolenidades em outras localidades, como emRecife eNatal, cidades que foramos primeirosalvos da insana e covarde traição cometida nacalada da noite, tão bem explicitada na OrdemdoDiaacimareferida.Nãoobtivemosqualquerretorno e também de Brasília, Porto Alegre,Curitiba, Campo Grande, Salvador, Manaus...Ninguém sabia informar, tanto o pessoal daAtiva, comoodaReserva.Oque terá aconteci-do?VergonhaderelembraraverdadeiraHistóriamilitar edoBrasil?Ouquerer ficar debemcomo apedeuta comandante supremo das ForçasArmadas, que prestigia Carlos Marighella,GregórioBezerra,AntonioConselheiro, JoãoCândido, em detrimento aos verdadeirosheróis que se imolaram pela pátria?

Também nada foi divulgado sobre asformaturas no Rio e em BH, para o públicointerno (Noticiário do Exército, Informexe Resenha) pelo CCOMSEX. Por quê?(31/12)

*Presidente daAREB/BH

QuandocandidatoàPresidênciadaRepúbli-ca, em 1998, Luiz Inácio Lula da Silva,

concedeu entrevista ao "O Globo", da qualextraímos alguns tópicos:

�OGLOBO�- ComooPTvaiescolheros Ministros Militares, se o senhor for elei-to? O partido tem muitos militantes nasForçasArmadas?

Lula:�OPTnão temessapreocupação,porque, possivelmente, nenhum outro partidotenha, no Brasil, outro militar como herói naguerra civil na Espanha. O PT tem um militarcomamaior condecoração que ummilitar tem,que é o companheiro Apolônio de Carvalho.Duvido que, no Brasil, tenha um general comparticipação em tantas lutas. Para nós, nãohaverá dificuldade alguma em escolher. Pri-meiro, porque a Constituição define que o

OGENERAL DO PTPresidentedaRepública éoChefeSupremodasForçasArmadas.Oquenão faltaécritérioparaescolher um ministro. E, depois, temos váriosamigos militares, que são reformados.�

Deve ser observado, que a resposta doentão candidatoLuiz InácioLula da Silva, hoje,Presidente da República, ao jornalista de �OGLOBO�, muito se assemelha em seus termos,aosargumentos, recentementeapresentadospeloMinistro da Justiça,MárcioThomazBastos, emdefesadapromoçãodoOficial, expulsodoExér-cito, Apolônio de Carvalho.

Embora não havendo uma manifestaçãodo Presidente daRepública, sobre o fato, perce-be-se, desde logo, uma sintonia de pensamentoentre as duas posições, a doMinistro da Justiçae a do Presidente da República, identificando,sem dúvida alguma, o posicionamento, deste

último.Oqueé,extremamentepreocupanteparaas Forças Armadas.

Na mesma entrevista ao �O GLOBO�,Lula afirmaa ainda: �Eu reduziria o papel dosmilitares, que tiveram, na constituição, umprivilégio muito grande. Em nome da Lei e daOrdem, eles podem tudo.�

É estarrecedor, que tendo consciência daprerrogativa de que o Presidente daRepública éo Comandante Supremo das Forças Armadas,possaexternar-sedessa forma,desprestigiadorae desrespeitadora, com relação aos futuros co-mandados,colocando-se,aprioristicamente,con-traosmesmos.Únicaexplicação,de tal conduta,encontra-se nos radicais e fieis compromissosideológicosassumidospelocandidato,hoje,Pre-sidentedaRepública.Emfinsdesetembro,Lulaacompanhado doMinistro da Justiça, compare-

ceu ao velório de Apolônio de Carvalho. E emMoscou, no mês passado, constrangiu o presi-dente Putin, ao insistir em visitar o túmulo deLenine (do qual os russos, desde Yeltzin, estãotentandodescobrirummeiode livrar-sedele),naPraça Vermelha, onde depositou uma coroa deflores.

É sintomático e não se poderia esperaroutra atitude de quem tanto se empenhou paraeleger como substituto de Severino um políticodo PCdoB, Aldo Rebelo. E porque a suástica éproibidapor lei, se a foice eomartelo que come-teram e ainda continuam cometendo assassina-tos e crimes muito maiores, não o são?

Felizmente,LulanãodevecompareceraoMonumentovotivodaPraiaVermelha-Seriaumescárnio àqueles que ali estão, mortos na lutacontra a selvageria do comunismo.

Publicado no Inconfidência, nº 88 de 27/11/2005

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Em 1935, as Forças Armadas Brasileiras, parcela fardada de nosso povo,gente alegre e sem ódios, tomaram uma decisão histórica, ratificada

inteiramente em 1964: tolerância zero com o comunismo!

LUIZ OSÓRIO MARINHO SILVARecife/PE

Quem se lembrará de ti, Tenente Sampaio?Há setenta e quatro anos, em novembro de 1935, aqui em Recife, no interior de um

quartel próximo ao Parque 13 de Maio, foi assassinado, de maneira covarde e traiçoeira, o1º Tenente do Exército José SAMPAIO Xavier.

Em Natal, Recife e Rio de Janeiro, um levante comunista tentou implantar em nossopaís o mais cruel regime da história da humanidade. Outros militares, também apanhados desurpresa e alguns até dormindo, foram assassinados por então companheiros de farda,obcecados pela ideologia marxista e pela sede de poder. Os conspiradores da IntentonaComunista foram derrotados e presos. Um deles, o traidor e ex-sargento GREGÓRIOBEZERRA, foi o assassino do jovem Tenente Sampaio.

Em Recife, no cemitério de Santo Amaro, resta um túmulo onde estão enterrados osque morreram em defesa da Pátria. Os seus nomes já não são lembrados pelo povo brasileiroe os atuais donos do poder desejam apagá-los da nossa História. Mas, as suas mortes nãoforam em vão. Os verdadeiros heróis de 1935 ainda inspiram o soldado brasileiro na eternavigilância em defesa dos princípios cristãos e democráticos da Pátria Brasileira.

Na distorção dos fatos históricos e inversão dos verdadeiros valores, mais uma vez,governistas de plantão e aproveitadores de toda a natureza tentam transformar traidores emheróis e covardes em valentes. Com o dinheiro dos impostos, sob o patrocínio da Petrobras,Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, BNDES e COPERGÁS (CompanhiaPernambucana de Gás), está sendo rodado em Pernambuco o filme �História de umValente,feito de ferro e de flor� que, de forma ficcional, contará a história do �líder comunista� GregórioBezerra, no período de 1957 a 1964, quando foi novamente preso e �torturado� nas ruas do bairrodeCasaForte.Aliás, esse será o principalmomento da trama, o demaior apelo emocional. Por quea história desse �valente� não é contada desde 1935?

O filme tem locações até mesmo no interior do Palácio do Campo das Princesas, sede doGoverno de Pernambuco. O orçamento, conforme consta no site de divulgação, é de cerca de R$3,5milhões. As filmagens começaram em setembro e atualmente apresentam alguma dificuldadeparaacontinuação.Deveser anecessidadedemais recursos, poisnesse tipodeobraosorçamentosprevistos são sempre insuficientes e, como todos sabem, os patrocinadores �públicos� estãodispostos a dar um pouco mais, em nome da �verdade histórica�.

O título do filme é o mesmo do poema de Ferreira Gullar, do qual cito um trecho:Mas existe nesta terra / muito homem de valor / que é bravo sem matar gente / mas não

teme matador, / que gosta de sua gente / e que luta a seu favor, / como Gregório Bezerra, / feitode ferro e de flor.�

Equemfalaráde ti,TenenteSampaio?Quemtededicaráumfilme?Quemtefaráumpoema?Quemtehomenagearáno74º aniversário de tuamorte? Partiste muito cedo, quase ummenino,comos teus sonhos e esperanças.Mas, deixaste um país livre da nefasta ideologia. O teu algozviveu até os 83 anos, morrendo de �morte morrida�, sem se arrepender do teu sanguederramado. (27/11/2009)

NOSSOCOMENTÁRIONo dia 02 de abril de 1964, Gregório

Bezerra,ex-SargentodoExército,quenaIntentonaComunista assassinou fria e covardemente o 1ºtenente José Sampaio Xavier e atirou contraoutrosmilitares, emRecife, estavasendoespan-cado nas ruas do bairro de Casa Forte.

As Freiras do Colégio Sagrada Família,localizadonasproximidades, telefonaramparaoQuartel General relatando o fato. O GeneralJustinoAlvesBastos, Comandante do IVExér-cito, determinou ocomparecimentodoTen CelHélio Ibiapina Lima ao local, conhecido comoParnamirim,ondeestavaocorrendoomovimen-to, sendoconstatadooseguinte:oTenCelDarcyUsmar Villoqc Vianna , dirigia um grupo, re-forçado pela população local, que a seucomandolevavaGregórioBezerraparaoParquede Motomecanização da 7ª RM.

Gregóriotinhaumacordaamarradaaoseucorpo, roupa rasgada e estava descalço. Cami-nhava com dificuldade, pois o calor irradiadopelo calçamento da rua, ao meio dia, provocaraferimentosnasoladospés.Emfacedagravidadedo problema, o Ten Cel Ibiapina pediu reforçospara tomar as providências cabíveis. Mesmosabendo que poderia ser agredido pelo grupo,conseguiu libertarGregórioenquantoaguardavaos reforços, colocando-o sentado no meio-fiotendo em vista o ferimento dos pés.

Duranteaespera, Ibiapina,acompanhado

somentededoiscivisquebuscavamgarantir suasegurança e a deGregório, lembrou-se de que oconheceucomoSargento,nasegundametadedadécada de 1930, tempo emque cursou o ginásiono então Colégio Militar do Ceará.

Em um determinado momento dessa es-pera, Ibiapina foi abordado por umoperário quefazia um conserto em um poste próximo dedistribuição de energia.O rapaz ofereceu ajuda,recusada por ele, pois poderia colocar em riscoa segurança de Gregório que, por duas vezes,demonstrou temerque�seudiahaviachegado�e que�o contato comopovo, nesse dia, poderialhe ser fatal�.

O Ten Cel Ibiapina conduziu Gregóriopara oQuartel do Forte das 5 Pontas, local onderecebeuatendimentomédico,roupalimpa,comi-da e tomou banho, salvando a sua vida.

Ao ler o artigo acima, relembrei-me docaso que me foi contado pelo GeneralIbiapina, nos idos de 1997, quando exerciaa Presidência do Clube Militar. Nessa oca-sião lhe apresentei uma antiga revista daUNE (?), na qual era chamado de �tortura-dor�, como não podia deixar de ser, tãobem ao gosto dos mitômanos petistas/co-munistas. E o Ibiapina, o salvou...

O Gen. Ibiapina autorizou a publicação,a 18/12/2009, após entendimentos telefônicoscom este editor, Cel Carlos Claudio Miguez

�Lulla� recebeu em julho deste ano, emSalvador, aGrã-Cruz daOrdemDois de Julho �LibertadoresdaBahiae,naoportunidade,home-nageou alguns �heróis brasileiros�, citando onomedofacínoraGregórioBezerra,comoseestecrápulapudesseserconsideradoumdeles.�Lulla�afirmou que alguns �heróis nacionais� foramrelegadosaoostracismo,consideradosbandidose que é preciso resgatar suas �histórias de lutas�.Criticou, ainda, o tratamento que se dá a essespersonagens, consideradoscomovítimas,quan-do deveriam ser tratados como heróis ecomplementoudizendoque issose tratavadeumequívoco histórico.

O equívoco não é da história, mas da�companheirada� que, como �elle� acha que as-sassinar brasileiros indefesos, ainda dormindo,podeserconsideradoumatoheróico.Nomundoreal �Lulla, esses bandidos seriam condenadospor homicídio triplamente qualificado pela co-vardia, crueldade e torpeza de motivos.

OCOVARDEE SANGUINÁRIOHERÓIDOPRESIDENTE:GREGÓRIOBEZERRA

Coronel Hiram Reis e Silva

Trajetória de um AssassinoO ex-sargento do Exército, Gregório

Bezerra, nasceu no Sítio Mocós, em PanelasdeMiranda, em 13 demarço de 1900. A 06 deagosto 1917, participou, em Recife, de umapasseata que reivindicavamelhores salários ese solidarizava ao movimento bolcheviquesoviético. Bezerra é preso, julgado .

Mais tarde, noRecife, em 1923, ingres-sa no Exército, sendo transferido para o Riode Janeiro. Em 1927, faz o curso de Sargentode Infantaria. Como segundo-sargento, é de-signado Instrutor da Companhia de Metra-lhadoras Pesadas na Vila Militar, no Rio deJaneiro e logo em seguida, pede transferênciapara o Recife. Em janeiro de 1930, filia-se aoPartido Comunista Brasileiro � PCB pas-sando a �organizar a massa militar na caser-na�. Em 1935 era um dos líderes do movi-mento armadoAliança Nacional Libertadora(ANL).

Gregório Bezerra

ALIANÇA NACIONAL LIBERTADORAAAliança, de movimento de massas a núcleo

de ação dos militares do PCAliançaNacionalLi-

bertadora (ANL)foi umaorganização demassas criada a partirde uma diretiva geralda Internacional Co-munista, sob a inspira-ção da política de fren-te popular praticadapor comunistas e soci-alistas na França des-de 1934, para se con-trapor à ascensão dofascismo. No Brasil, assumiu dupla feição:antiintegralista e nacionalista.

Foi instalada em sessão solene a 2 demarço de 1935, no Teatro João Caetano, noRio, sob a Presidência do Comandante Her-colino Cascardo. Nesse dia, o estudante Car-los Lacerda fez sua estréia política propon-do a eleição de Luís Carlos Prestes para

a presidência de Honra daANL, o que foi feito, por acla-mação.

A ANL chegou a termais de 1.500 núcleos mu-nicipais e distritais, mobili-zando diretamente de 70 a100 mil filiados (estimativado historiador americanoRobert Levine) - ou 400 mil,segundo os dirigentes da pró-pria ANL. A população bra-sileira não chegava as 40 mi-

lhões de habitantes.O movimento foi fechado pelo Go-

verno Vargas em 11 de julho de 1935, pas-sando a atuar na clandestinidade. Acen-tuou sua componente militar e, em res-posta à ilegalização, o que dela restou mar-chou, sob a direção estrita do partido Co-munista, para o levante armado.

Coerência nas contradições:o velho estilo de Prestes

O depoimento de Prestes sobre 1935estrutura-se segundo um molde inva-

riável, que não oculta as contradições de suaversão. Em primeiro lugar, classifica comoponto culminante da atividade do Partido Co-munista uma tentativa fracassada, que elemesmo procura apresentar como precipita-da, cuja eclosão lhe causou uma "surpresarealmente muito grande".

Depois de mostrar como a ANL foianimada pelo Partido Comunista, a partir deuma campanha pela libertação de Dimitrov,dirigente da Internacional Comunista, afir-ma que é uma "calúnia" a relação que se fazentre o movimento aliancista e a Interna-cional Comunista.

Prestes informa que era novato noPartido Comunista quando chegou ao Bra-sil, em abril de 1935, que não tinha nenhumposto de direção. Mais adiante, diz que Fi-linto Müller não tinha conhecimento pré-vio da eclosão do motim no Rio. E explica:"A questão foi decidida exclusivamente pormim".

Finalmente, revela que acreditava,apesar de tudo o que argumenta a respei-to da impropriedade do momento, na vi-abilidade da ação militar insurrecional. Seos revoltosos do 3º R. I. tivessem conse-guido chegar ao Arsenal de Marinha, "se-ria muito diferente".

(O Globo 27.11.1983)

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8Nº 233 - Novembro/2016 22

ORGAO OFFICIAL DO GOVERNO POPULAR REVOLUCIONARIORio Grande do Norte-Natal, quarta-feira, 27 de novembro de 1935

Enfim, pelo esforço invencivel dosopprimidos de hontem, pela collaboraçãodecididaeunanimedopovo, legitimamen-te representadopor soldados,marinheiros,operariosecamponezes,inaugura-senoBra-sil a era da Liberdade, sonhada por tantosmartyres, centralizada e corporificada nafigura legendaria - omnipresentenoamorena confiançadivinatoria dos humildes - deLUIZCARLOSPRESTES, o �CavalleirodaEsperança�!

Fac-símile do jornal da Junta Governativa daAliança Nacional Libertadora - Natal/RN

Vencida a resistência da Polícia, acidade ficou à mercê de uma verdadeiramalta que, acéfala, passou a saqueardesordenadamenteosestabelecimentosco-merciais ebancários.

Namanhãde24,sobaalegaçãodetersido aclamado pelo povo, um incipiente"ComitêPopularRevolucionário"eradadocomogovernoinstituídoeentravaemplenoexercíciodemandato.

O primeiro ato desse Comitê foi aordem de arrombamento dos cofres dosbancos,das repartições federais edascom-panhias particulares para financiar a revo-lução.

Saques emNatal

As instalações do Banco do Brasil emNatal/RN, saqueadas pelos rebeldes

A INTENTONACOMUNISTAEM NATAL

* José Gurgel Guará

23 de novembro de 1935

Na Intentona Comunista, em Natal, eutinha 14 anos de idade. Recordo-meperfeitamente daqueles terríveis dias

por que passamos. Não sofremos fisicamente,graças a Deus, mas a tensão era muito grande.Estando na praia da Redinha com meu irmãoGerardo, fomos despertados altamadrugada dodomingo, 24 de novembro, com sons de verda-deira fuzilaria, que vinha de Natal. Era a Revo-lução Comunista que se iniciara às 19 horas dodia anterior, com a rebelião dos graduados esoldadosdo21ºBatalhãodeCaçadoresdoExér-cito. Os amotinados prenderam os poucos ofi-ciais que se encontravam no quartel. A seguir,atacaramoQuarteldaPolíciaMilitar,onde,apósdezenove horas de combate, conseguiram seapoderar daqueles bastião de glórias, apesar daheróica resistência de seuComandante, o bravoMajorLuisJúlioedoindômitoTenente-CoronelOtaviano Pinto Soares, Comandante do 21ºBatalhão de Caçadores, que, sendo recebido abalaaotentarentrarnoseuquartel, jáamotinado,resolveradirigir-seaoQuarteldaPolíciaMilitar,paracolaborarnadefesade legalidade, contraoscomunistas.OMajorLuís Júlioconseguiu resis-tir atéàs14horasdodiaseguinte,domingo24denovembro, enquanto permitiram os precáriosmeios de que dispunha. Os comunistas fica-ram senhores da Cidade e na segunda-feira,dia 25, na parte da tarde, se dirigiram aointerior com o objetivo de conquistar Caicó eoutras cidades, mas foram barrados na Serrado Doutor, na região do Trairi, na tarde de 26de novembro, com a defesa organizada porDinarte de Medeiros Mariz e o MonsenhorWalfredo Gurgel, que recrutaram heróicoscombatentes do sertão, para a defesa dasfamílias e de nossas tradições de cristandade.Na Serra doDoutor, houve grande debandadados revoltosos e algumas mortes dentre eles.Finalmente, com a queda e completa derrotados amotinados no Rio de Janeiro e Recife,nos combates do dia 27 de novembro, aIntentona Comunista no Brasil perdeu seuímpeto, sendo completamente aniquilada.

Nos três dias de de dominação de Na-tal, os comunistas cometeram muitos desati-nos, criando um ambiente de incertezas e deterror, em face das tensões dominantes. Fo-ram saqueados o Banco do Brasil e algumascasas comerciais, como a �DespensaNatalense�, o grande empório de secos emolhados da viúvaMachado.NaRedinha, foiaprisionado o funcionário público ArnaldoLira, por haver confessado ter conhecimentoda existência de armas escondidas, mas quenão ia revelar o esconderijo. Ao chegar emNatal, foi agredido e furado a baionetaspelos soldados, seus algozes, falecendodias depois, com grandes padecimentos.Houve ainda três mortes, a do comercianteOtacílioWerneck, em frente a sua residência;de uma moça, atingida por uma bala perdida,quando passava de automóvel, pela sede doEsquadrão de Cavalaria da Polícia Militar,onde hoje está a Escola Doméstica de Natal;e na tarde de 24 de novembro, o soldado LuísGonzaga de Souza, da Polícia Militar, mortoquando retraía comos combatentes da PolíciaMilitar sobre o rio Potengi. De resto, foramsaques isolados emais não aconteceu porque

A Alliança N. Libertadoranãopoudenempoderáservencida,

porquetodosestamosunidosecadaumde nós é um soldado.

Ao tombar um, dez, cém, milaprumar-se-ão nas fileiras.E contra essa floresta de fuzisnão haverá força que nos possa

separar ou esmagar !Cópia da página 4

permaneceram no poder apenas por três diase não tiveram muito tempo de programarmaiores desordens e atrocidades.

Na praia da Redinha, no dia da prisãodeArnaldo Lira, que cheguei a vê-lo partindosob escolta militar, os revoltosos revolviamos quartos das residências à procura de armase de valores. Revistaram todas as casas, inclu-sive a nossa. Finalmente, a última lembrançadaqueles dias de infância se refere a um aviãobiplano, do Correio AéreoMilitar, que no dia27 de novembro surgiu nos céus de Natal. Oavião jogou umamensagem no convés de umnavio surto no porto, perguntando se a Cida-

de ainda estava empoder dos rebeldes.Graças aDeuseàVirgemMaria, anossaCidadedoNatal,já estava livre dos comunistas!

A Intentona Comunista em Natal,deflagrada às 19 horas, daquele fatídico 23 denovembro de 1935, pegou de surpresa o povo eas autoridades do Estado.

Encerradasas solenidadesdecolaçãodegraudosquinto-anistas doColégioMarista, noTeatro Carlos Gomes, os Doutores RafaelFernandes Gurjão, Governador do Estado;Aldo Fernandes Raposo deMelo, Secretário-Geral; Capitão Genésio Lopes, Delegado-Auxiliar; Capitão José Bezerra de Andrade,Ajudante de Ordens do Governador e oscomerciantes Epifânio Dias Fernandes eHeráclio Fernandes de Queiroz conseguiramchegar à residência do Senhor Xavier deMiranda, localizada na Avenida Duque deCaxias, ficando ali abrigados. Posteriormente,foram transferidos para a residência doAgen-te Consular da Itália, Guglielmo Lettieri, aipermanecendo até a manhã de 27 de novem-bro, quando o Dr Rafael Fernandes Gurjãoreassumiu o Governo do Estado, após a der-rocada total do movimento insurrecional.

O restante do secretariado do Go-verno do Rio Grande do Norte, DoutoresGentil Ferreira de Souza, Prefeito de Natal,Paulo Pinheiro de Viveiros, Chefe do Gabi-nete do Governador; Edgar Ferreira Barbo-sa, Diretor do jornal oficial �A República�e o Monsenhor João da Mata Paiva, Presi-dente da Assembléia Legislativa ficaramabrigados na residência do comercianteAmador Lamas, irmão do Agente Consulardo Chile, Carlos Lamas, que igualmente setransferiu para a residência do irmão, coma bandeira e demais credenciais de seu país,de modo a conceder aos ilustres refugiadosas garantias diplomáticas daquele país ami-go. Desse modo, puderam todos ficar tran-qüilos no consulado, sem receber qualquerperseguição ou simples intimação, nadalhes faltando durante os angustiosos diasde dominação comunista.

Nos comentários inseridos em seudocumentado e elucidativo livro sobre aIntentona Comunista de Natal, intitulado�82Horas de Subversão� (ImprensaOficial -Natal/1936), o Dr JoãoMedeiros Filho, entãochefe de Polícia do Governo do Dr RafaelFernandes Gurjão, e que esteve preso doscomunistas no Quartel do 21º Batalhão deCaçadores, ameaçado de morte por váriasvezes, referindo-se aos trágicos dias de tensãovividos pelas famílias natalenses, diz que�opovo do Rio Grande do Norte ficou muito adever aos dignos chilenos da família Lamas,e pelo seu heroísmo e dedicação na defesa dosideais de liberdade, dos princípios da boaética e da fraternidade universal�. Igual pro-cedimento devemos ter com oAgente Consu-lar da Itália, Guglielmo Lettieri.

Natal ficou em poder dos insurretos até amanhã de 27 de novembro, quando começou adebandada dos membros do Governo PopularRevolucionário composto por João Lopes, as-sessor do Comitê Central do Partido ComunistaBrasileiro; Sargento Quintino Clementino deBarros,SecretáriodaDefesa;LauroLago,Secre-

* Advogado e Professor UniversitárioAposentado

tário do Interior eJustiça; José Ma-cedo,SecretáriodeFinanças; Advo-gado João BatistaGalvão, Secretá-rio de Viação e do Sapateiro José Praxedesde Andrade, Secretário de Aprovisiona-mento.

Fugiram para o interior do Estado,sendo aprisionados na localidade de Lajespor tropas da Polícia Militar e recambiadospara a capital. Julgados e condenados, anosdepois foram libertados pela nefária anis-tia, que, neste país, costuma premiar assas-sinos e delinqüentes que se notabilizarampor tramar contra a soberania, a integridadee a segurança da Nação brasileira.

Aqueles dias tumultuosos ficaramimpregnados na mente dos habitantes deNatal, como uma triste lembrança da tragé-dia que se abateu sobre todos os nossoslares. E cada um dos moradores desta cida-de passou a recordar os vários episódios deacordo com sua própria visão e de como seencontravam durante aqueles tristes acon-tecimentos.

Fac-símiledaprimeirapáginade"ARepública"Natal, quinta-feira, 28denovembrode1935

Page 23: Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935

Nº 233 - Novembro/2016 23

A INTENTONA EM PERNAMBUCORECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 279 - ANNO 111 SEXTA-FEIRA, 29 DE NOVEMBRO DE 1935

Cerca de10horas dedomingoachava-se o1º tenente José SampaioXavier, em um

dos departamentos doCPOR, emcompanhiado tenente Aguinaldo e do 3º sargento JoséAlexandreBezerra.

Aquellesmilitaresestavamconsertandovários carregadores demetralhadoras quandoapparece, de revolver empunho, o 1º sargentoGregorio Lourenço Bezerra, que os intima àrendição immediata.

Nesta occasião, o agressor alveja otenente Sampaio e tenta disparar novamentea arma contra o tenenteAguinaldo.O sargen-to José Alexandre, porem, empenha-se emviolenta luta corporal com o collega, que,apezar subjugado ainda fez outros disparossem resultado.

OsargentoGregorionoentanto, conse-guiu fugir escondendo-se no próprio quartel.Algunsminutosdepois tentavaumanovafuga,embora ferido em uma perna transportou-se àsededoTirodeGuerranº333, comointuitodealliciarelementosparaaresistencia.

Nº 333Auxiliadoali,aoquesepresume,porum

soldado,chaufferdaRegião,osargentoGregorioapossou-se de fuzis e 2 cunhetes.

Umgrupode30soladosdaBrigadaMi-litar tomou de assalto a sede da corporação,capturandoos rebeldese fazendoapprehensãodearmamento.

RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 277 - ANNO 111 QUARTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 1935

A MORTE DO TENENTE SAMPAIO XAVIERAVICTIMA

O1ºtnenteJoséSampaioXavierpresta-va serviços na Intendencia da Região e haviaconcluídohápouco tempoocursode aviador.Oseuenterramentoverificou-senomesmodiananecropoledeSantoAmaro,comgrandeacom-panhamento.

OSMORTOSOnúmerodemortosnão identificadosé

grandeprincipalmentedaszonasdeAfogados,EstradadosRemédios,Formigão,Catucá,Bar-riguda,BongyedaestradaquevaidoGiquiáaSoccoro.Emtodoolevante,calcula-seem150o número demortos.

NOPROMPTOSOCORROAo chegar ao P.S. o sargento Gregorio

LourençofoicapturadopelotenenteAguinaldo,queseachavaali emtratamento.

UMSARGENTODO 20º BCMORTOEMCOMBATEFoi sepultado no cemitério de Santo

Amaro,ante-hontem,àtardenacatacumbanº8da IrmandadedaBoaMorte,o sargentoJaymePantaleãoMoraesdo20ºBCmortoemcombatecontraosamotinados.

O 22º BC SEGUE PARANATALÀs 14 horas de hoje, ainda chegava ao

RecifeumaesquadrilhadeaviõesdoExercito.

RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL N. 280- ANNO 111 SABBADO, 30 DE NOVEMBRO DE 1935

Em cerimônia começada às 07:30h de 27 de novembro de 1945; a 7ª RegiãoMilitar prestouuma homenagem junto ao túmulo do Cap. Ex. José Sampaio Xavier, no cemitério de Santo

Amaro, recordando �os que souberam tombar no cumprimento do dever militar, durante omovimento comunista de 1935 e que se tornaram merecedores do apreço e veneração detodos.�

O6ºRegimento deAviação compareceu comuma representação de 40 oficiais, sargentose praças. Na oportunidade, foi depositada uma coroa de flores no túmulo do Cap. Sampaio,como homenagemda ForçaAéreaBrasileira. Emnome daGuarnição deAeronáutica doRecife,discursou o Ten. Cel. Av. Sinval de Castro e Silva Filho, Comandante da Base.

HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DAINTENTONA COMUNISTA

OMASSACREDORECIFE...�Dos três levantes comunistas de !935, foi o de Pernambuco o mais sangrento,recolhendo-se 720 mortos só na operação da frente do Recife�... (Página 424)

ACHACINANORIODEJANEIRO

LARGO DA PAZ

OS QUE MORRERAM DORMINDO"Nesse meio tempo ouviam-se os primeiros tiros partidos da frente do prédio da

Companhia de Alunos, onde dois grupos de combate, dos Tenentes Benedito Lopes Bragança eOsvaldoBragaRibeiroMendes, foramsurpreendidosporgritosde�VivaaRevolução�,enquantosuatropasedispersavaeeleserampresoserecolhidosaoautomóvel invasor, ficandosobvigilânciadoCapitãoAglibertodeAzevedo.Foiaí, segundotestemunhodoTen.RibeiroMendes,queaquêleoficial matou friamente o Ten. Bragança, com um tiro na cabeça.

A ação foi super-rápida, a exemplo da realizada no 3ºR.I. O comandante e seus oficiaisforam alvejados pelos soldados do Sarg. Belda, que tambémera revolucionário, indo abrigar-se por impossibilidade de reação imediata, no posto de comando da 1ª Brigada de Infantaria.Em outros setores, os Ten. Benedito de Carvalho, Ivan Ramos Ribeiro, Dimarco, FrançaeAsp.Walter sublevavam aCompanhia deAlunos e aGuarda do Portão Principal (que davapara a antiga Estrada Rio- São Paulo).Dois oficiais legalistas, Capitão Armando de SouzaeMelo e Tenente Danilo Paladini forammortos na ocasião, diz-se que ainda dormindo, porAgliberto e Ivan�. ( Página 429)

Transcrito do livro �HISTÓRIAS DAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS�, VOLUMEII, de autoria do historiador GLAUCO CARNEIRO.

NR: A conspiração comunista vem de longe. Observem como atuavam.Hoje, identificamos perfeitamente as áreas contaminadas, particularmente nogoverno federal.

Page 24: Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935

8Nº 233 - Novembro/2016 24

OGoverno, autoridades civis emilita-res e o povo brasileiro recordaram,anteontem, em cerimônias solenes,

os heróis daPátria, tombados, a 27denovem-bro de 1935, emdefesa daRepública, quandomaus brasileiros, a serviço do comunismoInternacional, levaram a cabo o "Putsch" daEscola deAviação, noCampo dosAfonsos edo III Regimento, na PraiaVermelha.

RepousamelesemMausoléuconstruídopela Nação para abrigar-lhes os restos mor-tais.Mas como o seu espírito continua vivo,responderam eles ao chamadomilitar com o"presente" simbólico, ouvidopor aqueles quelhes foram levar o seu preito de saudade e deagradecimento.

São trinta heróis � oficiais superiores esoldados rasos�que irmanadosemdefesa dabandeira daPátriaofereceram a necessária resis-tênciaatéque,comachegadadeforçasde fora, fosse a Intentonadominada. A minoria, que secolocara a serviçodos inimigosexternos doPaís, foi esmagadagraças a fidelidade das ForçasArmadasàs instituiçõesquenosregem desde que os nossosmaiores proclamaram a inde-pendência doBrasil.

Os inimigos não dormem. E a naçãoquequiser sobreviver e afirmar-se comoumaforça histórica a serviço da humanidade teráde estar atenta aos ataques, quer venham defora, quer sejam preparados no interior, coma colaboração dos traidores.

Ocomunismo internacional olha comcobiça, desdemuitos anos, para os países emdesenvolvimento, que, por enfrentarem pro-blemas sociais, são sensíveis àdemagogiadosque querem explorar-lhes a pobreza, paradominá-los politicamente.

LogodepoisdaPrimeiraGuerraMun-dial, a tática adotada foi a do "Putsch", isto é,do golpe de surpresa contra o Governo, nacertezadeque, esmagada a cabeça, a conquis-ta do poder seria trabalho de somenos.

Dentro desta linha de golpes, esteve aintentona comunista de 1935, chefiada pelomembro do "Kommintern" Harry Berger eque teve a assessorá-lo o ex-Capitão doExér-cito Luís Carlos Prestes. Mas o seu golpeespatifou-se contra a fidelidade doExército àPátria. Demonstrou ele ser mais uma vez,repetindo os seus feitos no passado, aquiloque oGeneralOrlandoGeisel, em suaOrdemdoDia,denominoude"Rochedo inabaláveldaNacionalidade".

Depois da segunda Guerra Mundial,tendo a União Soviética conquistado muitasimpatia, pela sua resistência à agressão na-zista, a tática foimudada.Ocaminho escolhi-do foiodaguerrilha rural eurbanaque,porém,também fracassou, a despeito de desenvolvi-da, comomáximo de recursos, naGrécia, naVenezuela, na Bolívia, na Colômbia e nopróprio Brasil. Mas também fracassou.

Este período ainda não está terminado,na América Latina. Desde que Fidel Castro,

ROCHEDODANACIONALIDADE

* Theóphilo de Andrade

* Filósofo, Escritor e Jornalista

* Olavo de Carvalho

VAIDADECOMUNISTA

A pletora de homenagens presta-das pelo Estado e por empresasparticulares demídia àmemória

do sr. Apolônio de Carvalho basta paramostrar até que ponto a vaidade comu-nista se sobrepôs, namente nacional, àsexigências corriqueiras da moral e dobom senso, ao ponto de sufocá-las porcompleto.

O homenageado, em vida, foi ser-vidor fiel de ditadores genocidas, aco-bertador de seus crimes e fundador dopartido mais corrupto da história brasi-leira. Essa é a sua folha total de realiza-ções. Os dois feitos mais alardeados dasua carreira, a participação na GuerraCivil Espanhola e na Resistênciaantinazista, só podem ser aceitos primafacie como capítulos honrosos por quemdesconheça qual foi o papeldesempenhado pelos comu-nistas nessas duas ocasiões.

Na Espanha, eles de-sencadearam inevitavelmen-te a brutal reação franquistaincendiando igrejas ematan-domilhares de padres e frei-ras cujo único crime era a suafé. Depois, empleno comba-te, esforçaram-se mais paradestruir seus aliados anar-quistas e socialistas do quepara vencer o inimigo comum. Por fim,alegando cínicas razões de segurança,transportaram para Moscou todas asreservas de ouro do governo espanhol,acumuladas ao longo de quatro sécu-los, que obviamente nunca mais foramdevolvidas.

Apolônio de Carvalho, como to-dos os outros comunistas envolvidosnaGuerra Civil, não combateu em favorda república espanhola,mas da sua com-pleta escravização aos desígnios de umditador sedento de sangue, Stalin, quefezmais de20milhõesdemortosde fomenos gulags ou assassinando-os.

Quanto à atuação comunista naResistência, os que participaram delaforam os mesmos que logo antes traba-lhavampelo pactoRibentropp-Molotov,boicotando o rearmamento francês,abrindo as portas ao invasor nazista esó mudando de lado quando, num girorepentino que surpreendeu o próprioStálin, o governo alemão se voltou con-tra seu cúmplice soviético.

Os comunistas venderam a Fran-ça, suspendendo a entrega quando ocomprador desleal rasgou o contrato.Não espanta que, ao retornar à Françacomo chefe do exército libertador, ogeneral de Gaulle tivesse como prio-

ridade máxima,após expulsar oocupante a le -mão, desarmaros comunistas.Toda uma mito-logia cul tura lfabricada paraglamurizar a par-ticipação comunista na Resistêncianão serviu senão para varrer para bai-xo do tapete do passado culpas que secomparam às dos nazistas e com fre-qüência as transcendem.

Acumular essas culpas e explorá-las como se fossem méritos � tais fo-ram as realizações do sr. Apolônio deCarvalho e de todos os outros comu-nistas históricos que, nos últimos

anos, os jornais e a tevêtentam incansavelmen-te impingir comoheróis esantos a uma populaçãocada vez mais desprovi-da demeios para adquiriruma consciência críticada história. Qualquer ten-tativa, mesmo tímida, decolocar esses méritos emconfronto com fatos his-tóricos universalmentereconhecidos é reprimida

de imediato, ante afetações de escânda-lo, como se fossem blasfêmias intolerá-veis.

Jornais, TV, partidos políticosde todas as orientações, empresários,banqueiros, educadores, todos seacumpliciam alegremente a esse em-preendimento de exploração da boa-fépopular, para o qual não precisam se-quer da excusa da fé ideológica. Basta-lhes o oportunismo mais vil. Colabo-ram, assim, para que a auto-adoraçãocomunista se imponha como critériomoral supremo e único, acima da reli-gião, acima das tradições nacionais,acima de todos os valores da civiliza-ção do Ocidente. E ainda acreditamque uma cultura assim intoxicada decomunismo, com exclusão de toda ve-leidade contrária, é compatível com odesenvolvimento do País em direção auma moderna democracia capitalista.

O Brasil não reencontrará o ca-minho da democracia enquanto as clas-ses dirigentes deste país não seconscientizarem de que uma vida delutas em prol do comunismo não énada melhor que um passado demilitância nazista.Publicado pelo Diário do Comércio em 28/09/2005.

O Brasil nãoreencontrará o caminhoda democracia enquantoas classes dirigentesdeste país não se

conscientizarem de queuma vida de lutas emprol do comunismo nãoé nada melhor que umpassado de militância

nazista.

emumgolpede traição, tomouconta deCuba,o comunismo Internacional tudo faz paratransformar os Andes em uma grande SierraMaestra.

Os comunistas, de resto, são ativos.Fazem o seu jogo "à deux façons". O partidotem sempre duas alas: a pública e a subterrâ-nea. Na primeira, tratam de agir como umaagremiação democrática comum, buscandoconcorrer com as outras pela preferência doeleitorado. A outra, a putschista, golpista erevolucionária.Agem,porémemconjunto.Seconseguirem chegar ao poder pelas urnas,pelo descuido dos democratas, como aconte-ceu noChile, tantomelhor.A ala subterrâneasomente agirá no últimomomento, para dar ogolpe de graça no regime democrático.

É esta a experiênciado que tem acontecido noMundo, no último meioséculo. Sendo uma mino-ria muito bem organizada,procuram os comunistasinfiltrar-se nas Forças Ar-madas, nos sindicatos, noprofessorado, na impren-sa, nas agências de notíciase muito especialmente noclero. Somente as ForçasArmadas têm demonstrado

capacidade de resistência a esta ofensiva ver-melha.

Foram elas que barraram o passo àsubversão vermelha naGrécia, naBolívia, naRepública Dominicana, no Chile, recente-mente, e, por duas vezes, no Brasil: em 1935e em 1964.

Na primeira, contra o "Putsch"; nasegunda, contra a infiltração noGoverno.

Desde a intentona de 27 de novembrotem o partido comunista manchado a vidabrasileira com sucessivos atentados. Aindaontem, os órgãos da segurança forneceram àimprensa uma lista da ação terrorista, que, nocurtoperíodoquemedeia entremarçode1965a outubro de 1973, ceifou 106 vidas e fez 343feridos.

São eles também recordados no dia 27de novembro quando tombaramos primeirossoldados da ForçasArmadas na luta contra ocomunismo. Trata-se de vítimas de uma sub-versão permanente, diferente do "Putsch",que é um golpe de surpresa. Tem por finali-dade desmoralizar o regime pela infiltração,gota a gota.

Mas para este ataque deve tambémestar preparada aNação.Nodia 27denovem-bro contou coma reaçãodasForçasArmadas,como instituiçãoguerreira.Nasubversãocon-tinuada, estão a seu cargo a vigilância, a re-pressão, a prisão e a entrega dos réus a julga-mento.

Por outromotivo, é a luta levada a cabopelas polícias do Exército, da Marinha e daAeronáutica.

Em qualquer dos casos, as Forças Ar-madas"o rochedo inabalável da naciona-lidade". * Jornalista

Publicado no Correio Braziliense de 29/11/1973

O comunismointernacional olha comcobiça, desde muitosanos, para os países emdesenvolvimento, que, porenfrentarem problemassociais, são sensíveis àdemagogia dos que

querem explorar-lhes apobreza, para dominá-los

politicamente.

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Nº 233 - Novembro/2016 25

O túmulo do Capitão Bragançano Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte

Desgraçado:Que fizeste domeu filho?Quemal te fez êle?Mataste-o impiedosamentepela tuaambi-

çãodemandoede riqueza.ÊleeraumservidordaPátriaque tu traíste,

masnãotinhaopoderquetuambiciona-vas nas tuas mãos.Assassino.Matastemeufilho,queaquelahora

no cumprimento do seu dever velava,enquantotu,maldito,dementeidealistasacrílego,feria tua-GrandeMãe- Mal-vado, se tanto podes juntes com tuaMadrasta -Rússia- e devolva-me meufilho!Matricida.Rasgaste o peito da boa mãe que

quatro anos embalou a tua mocidade,dando-te roupas, alimentação, ensi-namentos, no meio de centenas de ir-mãos, ferindo-anocoração.Covarde.Nem a morte te quer; tu que venalmente

quiseste enfrentar um Exército leal não tenscoragempara tematares.Mata-te, desgraçado, já que traíste mães

que soubessem te guiar à senda do bem e quecertamente não terá sentimento para chorar atua perda.Estas palavras escritas com lágrimas de

saudadedemeu filho,certamente, tecausarãoraiva.Omeufilhofoibomemtôdaaextensãoda

palavra- filhoabençoado, irmãoidolatrado.Viveu25anosporque teveeducaçãoapar

dos seus bons sentimentos; sempre trabalha-dor, estudioso e leal, - graças a Deus semprecumpriucomoseudeverecumprindoodevermorreu.Eu, nomeio da tristeza, da amargura e do

Ministério da Guerra - Imprensa Militar, Rio de Janeiro / 1945

CARTA DA PROGENITORA DOCAPITÃO BENEDICTO LOPES BRAGANÇA,

AOS COMUNISTASBelloHorizonte, 4de fevereirode1936.

sentimento que tenho de não ver mais meuidolatradofilho,soumaisfelizquetuamãe,essainfeliz, se ainda vive, se não a mataste aindapara ver de onde foste gerado!Omeu Benedicto é mais feliz do que tu,

morreu de consciência tranqüila e justo se

acha na paz de Deus, e o seu nome na terra évenerado como símbolo.O Brasil inteiro, e muito especialmente

Minas, demonstrou nas homenagens quelhe tributaram nos funerais.E tu, qual será o teu fim?Certamente na pupila do ôlho de Mos-

cou.Demente, olha para o céu, fita o sol se

és capaz!Matricida - pois esta hora tua mãe deve

estar morta de dor, que tu lhe causaste.Traidor.Assassino.Maldito, mil vezes maldito.Ri, desgraçado, das minhas lágrimas,

do meu desespêro.(Ass.) Balbina Lopes Bragança.

Otto Braun levou Olga para o mundodos serviços secretos, atividadeconfirmada pelo bilhete acima

MOSCOU DERRUBA OSTOTENS QUE ERIGIU

Bem mais difícil será medir as conse-qüências das descobertas não apenas

na imagem do movimento comunista noBrasil, que teve em Luís Carlos Prestes seuprincipal tótem, mas especialmente na his-tória do país tal como está nos livros esco-lares. Isso é fácil de pre-ver pelas reações já acu-muladas em poucos diasapós a publicação da re-portagem, no domingopassado, apesar de repre-sentar apenas uma peque-na parte do material com-pleto que o correspon-dente deOEstado de SãoPaulo na Europa vai edi-tar em forma de livro pelaCompanhia das Letras .

Na primeira parteda reportagem, Waackconta como o líder comu-nista brasileiro pagou para entrar na Inter-nacional Comunista, em manobra solitária,já que não se relacionava bem com o PCB.�...para realizar seu movimento, o lídertenentista brasileiro concordou em entre-gar aos representantes de Moscou naAmérica do Sul toda a sua organização(tipografias, contatos, correios) e, princi-palmente, o dinheiro que recebera de Ge-túlio Vargas. A concessão de uma verbapor Getúlio a Prestes, no começo de 1930,é um episódio conhecido na história bra-sileira (ele queria que Prestes participas-se da revolução que liderou em outubrodaquele ano, liquidando a Velha Repúbli-ca), mas seu destino final era um segredoque Prestes pensava ter levado para otúmulo�.

Prestes teria recebido US$80 mil deGetúlio, dos quais US$20 mil foram usadospara abrir portas do Komintern. O chefe definanças da Internacional, Jossip Piatnitski,contabilizou a verba no que chamou de�Fundo Prestes�.

A revelação seguinte refere-se àbela Olga Benário, primeira mulher de Pres-tes, uma judia alemã que em 1936 deixou oBrasil grávida, deportada por Getúlio paraa Alemanha nazista, onde morreu em 1942

REVELAÇÕES QUE MUDAM A HISTÓRIA

Ewert (Albert)assinaria um dos telegramas sobre o salário de Prestes

numa câmara de gás. Os arquivos soviéti-cos indicam que Olga já trabalhava para oserviço secreto do Exército Vermelho desdeos 16 anos. Uma das provas disso é umbilhete escrito amão por elamesma ao deixarMoscou em direção ao Brasil em 1934.

"As fichas em Mos-cou sobre Olga Benário eseu namorado dos anos 20e começo da década dos 30(Otto Braun) mostram queseu trabalho para a espio-nagem militar soviéticanão foi circunstancial massim, o desenvolvimento ló-gico de sua carreira comomilitante. Descrita em bio-grafias romanceadas (pu-blicadas na Alemanha e noBrasil) como militante de-dicada sobretudo ao tra-balho entre jovens, na ver-

dade Olga já pertencia desde 1925 aosaparatos ilegais do KPD, o poderoso PCalemão (o maior do mundo na época, de-pois do soviético)�, afirma Waack.

Quanto ao Ouro de Moscou que oKomintern usava para financiar a agitaçãocomunista em todo o mundo, o jornalistarevela que no Brasil ele chegou para a cha-mada Intentona, em 1935, através do milio-nário paulista Celestino Paraventi, que usa-va o Café Paraventi, na Rua Barão daItapetininga, no então centro chique de SãoPaulo, como fachada para repassar recur-sos a Prestes.

A insurreição a ser liderada por Pres-tes recebeu autorização explícita doKomintern, segundo documento consulta-do pelo jornalista. O texto contém as assina-turas dos principais dirigentes da Internaci-onal: Togliatti, Manuilski, Gottwald,Kuusinen, Pieck e Marty. A reportagemconta também as peripécias de Prestes paraesconder-se no Rio depois do fracasso domovimento e dos principais agentes estran-geiros que vieram ajudá-lo.

Waack, um dos raros jornalistas a teracesso a parte dos documentos sobre asrevoltas comunistas no Brasil de 1935, con-ta que obteve cópia e transcrições de mais

de 500 páginas. A maioria, po-rém, continua emMoscou, ina-cessível, sob a guarda deSvetlana Rosenthal, uma fun-cionária do governo russo. Ofilho mais novo de Prestes, IuriRibeiro, é uma dos muitos cu-riosos que moram em Moscoue há cinco anos tenta chegar àsinformações que permitamcompor, finalmente, o corretoperfil político e humano de seupai. (OF). * Jornalista

Publicado no Jornal do Brasilde 05/09/1993

*Olhydes Fonseca

· Irrompeu namadrugada deDomingo, emRecifeeNatalummovimentosediciosodecará-ter extremista.·Depois de violentos combates,os revoltosos ocuparam Natal.� · Gravementeferido o commte do 21º BC. · O movimento échefiado por Luiz Carlos Prestes (26.11.35)

·Sublevaram-senamadrugadadehontem,no Rio, o 3º RI e a Escola de Aviação Militar.·OGovernoFederal abafou promptamente olevante, de que resultaram dezenas demortes.(28.11.35)

·NaEscoladeAviaçãoMilitaro levante foipromptamente sufocado, morrendo o capitãoSouza Mello e ficando ferido o Major EduardoGomes. � EmSãoPaulopresoocapitãoHenriqueOest. (28.11.35)

· Natal e Recife em calma. Durante arebelião,morreramna capital pernambucana60 pessoas. (29.11.35) · Presos os chefes da

A INTENTONA COMUNISTA DE 1935rebeliãoemRecifeeNatal.·Comoocap.AgildoBarata conseguiu levantar o 3º RI. Sepultado,hontem, o tenente Geraldo Vieira. ·A visita daGuarniçãoFederaldeBelloHorizonteaogover-nador BeneditoValladares. (30.11.35)

Uma mensagem radiográphica dos re-beldes: �O movimento revolucionário estátriunphante em Natal. Duzentos mil operá-rios estão em greve em São Paulo, havendoinsurreição militar apoiada pelo povo. AEsquadraestárevoltada.VivaogeneralPres-tes, viva a Alliança Libertadora�. (27.11.35)

VICTÓRIADODEVER· Por não querer aderir aos revoltosos foi

assassinado o primeiro tenente BenedictoBragança. (28.11.35)·Chegou o corpo do tte,Benedito Bragança assassinado covardemen-te quando dormia -AutoridadescompareceramàCentral -Amissaeoenterrodoinditosoofficial.(29.11.35)

Page 26: Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935

8Nº 233 - Novembro/2016 26

D esde menina, Elvira CupeloColônio acostumara-se a ver, emsua casa, os numerosos amigos

de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nasreuniões de comunistas, fascinava-secom os discursos e com a linguagemcomplexa daqueles que se diziam ser asalvação do Brasil. Em especial, admira-va aquele que parecia ser o chefe e que,de vez em quando, lançava-lhe olharesgulosos, devorando o seu corpo adoles-cente. Era o próprio Secretário-Geral doPartido Comunista do Brasil (PCB), Anto-nio Maciel Bonfim, o �Miranda�.

Em 1934, então com 16 anos, ElviraCupelo tornou-se a amante de �Miranda� epassou a ser conhecida, no Partido, como�Elza Fernandes� ou, simplesmente, como a�garota�. Para Luiz Cupelo, ter sua irmãcomo amante do secretário-geral era umahonra. Quando ela saiu de casa e foimorar com o amante, Cupelo viu que achance de subir no Partido havia aumen-tado.

Entretanto, o fracasso da Intentona,com as prisões e os documentos apreen-didos, fez com que os comunistas ficas-sem acuados e isolados em seus própriosaparelhos.

Nos primeiros dias de janeiro de1936, �Miranda� e �Elza� foram presosem sua residência, na Avenida Paulo deFrontin, 606, Apto 11, no Rio de Janeiro.Mantidos separados e incomunicáveis, apolícia logo concluiu que a �garota� poucoou nada poderia acrescentar aos depoimen-tos de �Miranda� e ao volumoso arquivoapreendido no apartamento do casal. Acres-cendo os fatos de ser menor de idade e nãopoder ser processada, �Elza� foi liberada.Ao sair, conversou com seu amante que lhedisse para ficar na casa de seu amigo, Fran-cisco Furtado Meireles, em Pedra deGuaratiba, aprazível e isolada praia da ZonaOeste do Rio de Janeiro. Recebeu, também,da polícia, autorização para visitá-lo, o quefez por duas vezes.

Em 15 de janeiro, Honório de FreitasGuimarães, um dos dirigentes do PCB, aotelefonar para �Miranda� surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho,uma voz estranha. Só nesse momento, oPartido tomava ciência de que �Miranda�havia sido preso. Alguns dias depois, aprisão de outros dirigentes aumentou opânico. Segundo o PCB, havia um traidor. Eo maior suspeito era �Miranda�.

As investigações do �Tribunal Ver-melho� começaram. Honório descobriu que�Elza� estava hospedada na casa doMeireles, em Pedra de Guaratiba. Soube,também, que ela estava de posse de umbilhete, assinado por �Miranda�, no qualele pedia aos amigos que auxiliassem a�garota�. Na visão estreita do PCB, o bilheteera forjado pela polícia, com quem �Elza�estaria colaborando. As suspeitas trans-feriram-se de �Miranda� para a �garota�.

Reuniu-se o �Tribunal Vermelho�,

RECORDANDOAHISTÓRIA DO PCBOASSASSINATO DE ELZAFERNANDEScomposto por Honório de Freitas Guima-rães, Lauro Reginaldo da Rocha, AdelinoDeycola dos Santos e José Lage Morales.Luiz Carlos Prestes, escondido em suacasa da Rua Honório, no Méier, já haviadecidido pela eliminação sumária da acu-sada. O �Tribunal� seguiu o parecer dochefe e a �garota� foi condenada à morte.Entretanto, não houve a desejada unani-midade: Morales, com dúvidas, opôs-seà condenação, fazendo com que os de-mais dirigentes vacilassem em fazer cum-prir a sentença. Honório, em 18 de feve-reiro, escreveu a Prestes, relatando que odelator poderia ser, na verdade, o �Mi-randa�.

A reação do �Cavaleiro da Espe-rança� foi imediata. No dia seguinte, es-creveu uma carta aos membros do �Tri-bunal�, tachando-os de medrosos e exi-gindo o cumprimento da sentença. Ostrechos dessa carta de Prestes, a seguirtranscritos, constituem-se num exemplocandente da frieza e da cínica determina-ção com que os comunistas jogam com avida humana:

�Fui dolorosamente surpreendidopela falta de resolução e vacilação devocês. Assim não se pode dirigir o Parti-do do Proletariado, da classe revolucio-nária.� ... �Por que modificar a decisão arespeito da �garota�? Que tem a ver umacoisa com a outra? Há ou não há traição porparte dela? É ou não é ela perigosíssima aoPartido...?� ... �Com plena consciência deminha responsabilidade, desde os primei-ros instantes tenho dado a vocês minhaopinião quanto ao que fazer com ela. Emminha carta de 16, sou categórico e nadamais tenho a acrescentar...� ... �Uma tallinguagem não é digna dos chefes do nossoPartido, porque é a linguagem dos medro-sos, incapazes de uma decisão, temerosos

ante a responsabilidade. Ou bem que vocêsconcordam com as medidas extremas e nes-te caso já as deviam ter resolutamente pos-to em prática, ou então discordam mas nãodefendem como devem tal opinião.�

Ante tal intimaçãoe reprimenda, aca-baram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo daRocha, um dos �tribunos vermelhos�, res-pondeu a Prestes:

�Agora, não tenha cuidado que acoisa será feita direitinho, pois a questão dosentimentalismo não existe por aqui. Acimade tudo colocamos os interesses do P.�

Decidida a execução, �Elza� foi leva-da, por Eduardo Ribeiro Xavier (�Abóbo-ra�), para uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº48-A, na Estrada do Camboatá, onde já seencontravam Honório de Freitas Guima-rães (�Milionário�), Adelino Deycola dosSantos (�Tampinha�), Francisco Nativida-de Lira (�Cabeção�) e Manoel SeverinoCavalcanti (�Gaguinho�).

Elza, que gostava dos serviços casei-ros, foi fazer café. Ao retornar, Honóriopediu-lhe que sentasse ao seu lado. Era osinal convencionado. Os outros quatro co-munistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 centímetros pelo pes-coço, iniciando o estrangulamento. Os de-mais seguravam a �garota�, que se debatiadesesperadamente, tentando salvar-se. Pou-cos minutos depois, o corpo de �Elza�, comos pés juntos à cabeça, quebrado para queele pudesse ser enfiado num saco, foi enter-rado nos fundos da casa. Eduardo RibeiroXavier, enojado com o que acabara de pre-senciar, retorcia-se com crise de vômitos.

Perpetrara-se o hediondo crime, emnome do Partido Comunista.

Poucos dias depois, em 5 de março,Prestes foi preso em seu esconderijo noMéier. Ironicamente, iria passar por angús-tias semelhantes, quando sua mulher, OlgaBenário, foi deportada para a Alemanhanazista.

Alguns anos mais tarde, em 1940, oirmão de �Elza�, Luiz Cupelo Colônio, omesmo que auxiliara �Miranda� na tentati-va de assassinato do �Dino Padeiro�, par-ticipou da exumação do cadáver. O bilheteque escreveu a �Miranda�, o amante de suairmã, retrata alguém que, na própria dor,percebeu a virulência comunista:

Rio, 17-4-40MEU CARO BONFIMAcabo de assistir à exumação do

cadáver de minha irmã Elvira. Reconheciainda a sua dentadura e seus cabelos.Soube também da confissão que elemen-tos de responsabilidade do PCB fizeramna polícia de que haviam assassinadominha irmã Elvira. Diante disso, renegomeu passado revolucionário e encerroas minhas atividades comunistas.

Do teu sempre amigo,Luiz Cupelo Colônio

Elvira Cupelo Colônio("Elza Fernandes")

Antonio Maciel Bonfim ("Miranda")

A 27 de novembro de 1935, morandoem Copacabana, fui despertado às 4

da madrugada pelo telefone. Minha mãe,minha irmã e dois primos que eram ir-mãos adotivos, estavam numa casa naesquina da rua Ramon Franco na Urca,que recebeu balaços do tiroteio no quar-tel do 3º Regimento. Ficaram horas deita-dos no chão para não serem atingidospelos tiros. Só à tarde, consegui chegar atélá. Vi a destruição e ainda assisti à retiradade alguns feridos. O edificio antigo de umaexposição internacional onde estava loca-lizado o regimento ainda ardia em chamas.Não sódevemos lembrar omorticinio, como

LEMBRAI-VOS DE 35!!!LEMBRAI-VOS DE 35!!!LEMBRAI-VOS DE 35!!!LEMBRAI-VOS DE 35!!!LEMBRAI-VOS DE 35!!!DEPOIMENTO

também, os cemmilhões demortos oumaisque o comunismo provocou no séculopassado, sem esquecer que os 50 milhõesmortos na II Guerra Mundial resultaram doacordo Molotov-Ribbentrop de agostode 1939, que juntou os dois grandes tota-litários na tentativa de destruir o Oci-dente democrático. Não esqueçamostampouco os milhões que morreram de1945 a 1989, na Guerra dita Fria - Coréia,Vietnan, Cambódia, Hungria, Tchecoslo-váquia, Angola, Chile, Cuba, etc. Usemoscontra esses bandidos exatamente o mes-mo "slogan" que eles usaram na GuerraCivil espanhola, �no pasarán!�.

NOSSOS MÁRTIRES BARBARAMENTE ASSASSINADOSPELA ESCÓRIA COMUNISTA MERECEM RESPEITO!

Embaixador José Osvaldo de Meira Penna

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ORDEM DO DIADO EXÉRCITOMeuscamaradas:Sem ordem não pode haver pro-

gresso; este repousa na garantia dosdireitos reguladores das atividades indi-viduais, e por isso mesmo os elementosincumbidos de velar pela tranqüilidadepública, assegurando aqueles direitos,são os que colaboram eficazmente para oengrandecimento da nação.

E como as consagrações servem deestímulo às gerações porvindouras, nãohá como negar a necessidade de se cultuara memória daqueles que impavidamentesacrificaram a vida no cumprimento domaior dos deveres cívicos: a manutençãoda ordem.

É nesse intuito que procuramoscompletar hoje a galeria dos heróis naci-onais, perfilando os mártires da ordemcom aqueles que destemerosamente su-cumbiram no fragor das refregas com osinimigos externos da Pátria, entre os quaisavultam o soldado Francisco Camerino,o marinheiro Marcílio Dias, o guarda-

27DENOVEMBRODE1936marinha João Guilherme Greenhalgh, otenente Antonio João, o coronel CarlosCabrita, o general Hilario Gurjão e tantosoutros, ombreados na imortalidade comaqueles que também se imolaram pelobem comum, como osmártires da ciência,Augusto Severo, Álvaro Alvim e quantosmais que amortalharam na sombra doanonimato a glória do sacrifício ao Pro-gresso, na lua incruenta do trabalho.

Evoquemos, pois, meus camaradas,a memória dos que, justamente há umano, encontraram amorte no cumprimen-to do dever, rememorando-os moralmen-

te redivivos, cheios de fé cívica e ardormilitar, incorporados à heróicas falangedos que procederam na missão de defen-der o princípio da autoridade e em cujoconjunto esplendem os bordados doMarechal Machado Bittencourt e do Al-mirante Baptista das Neves.

Neste momento de inquietações,quando um sopro de insânia ameaçaderrocar os mais nobres ideais da huma-nidade, não poderá haver melhor exem-plo estimulativo do que o legado poresses abnegados, que souberam recalcaro próprio instinto de conservação, sacri-

ficando estoicamente as suas vidas nadefesa da coletividade.

Glorifiquemos, portanto, no dia dehoje, os intemeratos camaradas que, a 27de novembro de 1935, ofereceram a vidaem holocausto à lei, à ordeme à legalidade:Tenente-coronel Misael de Mendonça,Major JoãoRibeiroPinheiro,MajorArman-do de Souza Mello, Capitães Geraldo deOliveira, Benedicto Lopes Bragança eDanilo Paladini, 2º Sargento José BernardoRosa, 3os Sargentos Coriolano FerreiraSantiago e Abdiel Ribeiro dos Santos, 1ºCaboLuizAugusto Pereira, 2os Cabos JoséHarmito de Sá, Alberto Bernardino deAragão, Clodoaldo Ursulino, Wilson Fran-ça,PericlesLealBezerra,OrlandoRodrigues,José Menezes Filho, Fidelis Baptista deAguiar,ManoelBirédeAgrella,PedroMariaNetto, Walter de Souza e Silva e JoséMario Cavalcanti.General-de-Divisão João Gomes Ribeiro Filho

Ministro da GuerraTranscrito do Boletim do Exército nº 68 de 10

de dezembro de 1936

Presta hoje o Exército, como denorma já por quatro lustros, sua

homenagemderespeitoegratidãoaosmilitares trucidados no cumprimentodo dever, por ocasião da intentonacomunistade27denovembrode1935.

Tombaram uns sob ação trai-çoeira na calada da noite e resistiramoutros até o supremo sacrifício, to-dos,porém,personificandodemanei-ra heróica a consciência do Exércitoem sua repulsa ao credo comunista,queanulandoasliberdadesfundamen-tais ao homem avilta-lhe a personali-dade, abala nos fundamentos a insti-tuição da família e desintegra a con-cepção basilar da Pátria.

Ossentimentosdesolidarieda-dehumanaederespeitoàdignidadedoindivíduo,acrençanosvaloresespiri-tuais inerentes à tradiçãobrasileiradeindependência e de liberdade são oselementos formadoresdaconsciênciado Exército. Essa alma coletiva,educada no culto da Pátria, não podeaceitar, nem quer admitir a nefastaideologiacomunista.

Através dessa formação, cujasraízes se enseivam na tradição denossa gente, consoante atestam osanais de nossa história, moldou-seindeformável a feiçãonacionalista denossopovoedoExército,queaceitan-

ORDEMDO DIADO EXÉRCITO - Nov/1956doa inestimávelcooperaçãodo traba-lhodocapital e da cultura alienígenasna construção de nossa civilização,não quer nem poderá tolerar, sobquaisquer disfarces, a tutela políti-ca do País, a deformação moral dopovo e a exploração econômica denossa terra.

Esse nacionalismo sadio nãosignifica uma restrita orientação par-tidária, nem apenas uma atitude polí-tica passageira,mas exprime em todasuaplenitudeedemodoindeformávelo sentimento de patriotismo que é avirtude por excelência que vitaliza asinstituições militares.

Tivemosem1935, tantoaqui,comoalhuresnoNordeste, ahorrendamostra do que seja, em verdade efatos o pesadelo comunista. A friatraição, a solércia na ação, o despre-zo pela lei, o saque, a desonra doslares, o achincalhe da fé, conquantopor horas oudias, serviramàgrande epara sempre alertarem a consciêncianacional estarrecida contra sua im-plantaçãonaterracristãdeSantaCruz.

E que seus processos não semodificaram,estamoshojeconvictos,assistindoaomartíriodamilenar terramagiar, cujo heróico povo está sendobrutalmente sacrificado em sua liber-dade, em sua honra e usurpado no

inalienáveldireitodereger, seminflu-ências estranhas, o seu próprio desti-no.

Dosacontecimentosnefastosde 1935, entretanto, uma lição e umexemplo perdurarão para sempre emnossahistória:exemplodacapacidadede viril reação do povo brasileiro àsdoutrinas e processos de ação contrá-rias a seus princípios morais e à suavocação para a liberdade e para ademocracia; lição viva e forte paratodos aqueles que por pressões, ardisouporaçõesde força, tentemdominarnossa gente e apossar-se da terra quenasceu e pendurará para sempre bra-sileira.

No dia em que o Exército,comotodaaNação,rendehomenagemà memória dos que galhardamentedefenderamcomavida a sobrevivên-ciadoBrasil, sóumaatitudenoscabe:afirmar-lhes,numaoração,queoExér-cito não os esquece e que saberá, emqualquer tempo, seguir-lhes coeso eresoluto o exemplo viril.

General-de-ExércitoHenriqueBaptista Dufles Teixeira Lott

Ministro da GuerraTranscrito do BOLETIM DO

EXÉRCTIO nº 49de 8 de dezembro de 1956.

ORDEMDODIA -Nov/1992

No dia 27 de novembro de 1935, militares morreram pelas mãos decompanheiros de farda, cujas mentes estavam destruídas pela

ideologia comunista. Para estes, o sacrifício dos que se opunhamera um meio necessário no caminho para um fim maior � o Estadoigualitário e justo.Passados mais de sessenta anos, a ideologia comunista não é mais

nada!Onde ela se instalou, os homens se calaram sob a tutela impie-

dosa do Estado, gerido por uma privilegiada �nova classe�, domi-nante, como denunciou Djillas. Medo, dor, sofrimento e atraso fo-ram impostos a muita gente, em nome de um fim utópico que, comotal, nunca chegou a existir.Muitos homens livres drogaram-se com as teorias marxistas, o ópio

que lhes trazia visões do mundo perfeito, no dizer de Raymond Aron.Durante anos influiriam nas sociedades inseguras, mormente entre osjovens idealistas, arrostando repulsa e ódio contra tudo e todos quese opunham à ideologia inovadora.Hoje 1935 está muito distante e o episódio, que foi, certamente, o

início de uma luta que o nosso povo venceu, desvanece em meio aoturbilhão fantástico de acontecimentos desta última década do século.Dos amantes do comunismo, poucos restam, porque já não há

como defender o que a História provou indefensável.Jogado o comunismo no limbo, purifica-se em nosso País a dialética

em torno das questões sociais, e passam as correntes de pensamentoa se agrupar politicamente para o embate sadio, que só poderá trazeravanços à vivência democrática, desenhando um caminho feliz epromissor à nossa frente.Assim, aos nossos amigos que tombaram em 1935, podemos dizer

que a luta de vocês acabou. Vocês são os vitoriosos e pela causa quemorreram, esperamos não mais lutar.E se não voltarmos a lhes falar frente a este monumento, que, em

sua honra, o povo erigiu, olhem com orgulho os brasileiros que aquipassam e sorriam para as crianças que brincam no pedestal.Eles são livres...

AlteEsqMauro César Rodrigues Pereira

Ministro da Marinha

Gen ExZenildo de LucenaMinistro do Exército

Ten Brig ArLélio Viana Lobo

Ministro da Aeronáutica

HOMENAGEM AOS MORTOSDA INTENTONA COMUNISTA

(publicada no Informex n° 069 de 22 de novembro de 1996)

AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVERSAGRADODE IMPEDIR,

A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DOCOMUNISMONOBRASIL.

Page 28: Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935

O então Capitão ReynaldoDe Biasi Silva Rocha,

Comandante da Tropa do 12ºRI, na tradicional homena-gem prestada ao Capitão

BenedictoLopesBragança,junto ao seu túmulo noCemitério do Bonfim, emBelo Horizonte (1973).

EMMEMÓRIAÀSVÍTIMAS DOCOMUNISMONOBRASIL

Em Belo Horizonte, os generais Mendes Ribeiro, Sergio Coutinho, Paulo Cesar de Castro,Amaury Sá Freire de Lima e José Fábrega e a senhora Else Bragança (2003)

Em Belo Horizonte,a 27 de novembro de 2007,no Cemitério do Bonfim, acerimônia cívico-militar,promovida pelo GeneralJoão Roberto de Oliveira,Comandante da 4ª RM, emhomenagem ao capitão

Benedicto Lopes Bragança,assassinado covardemente em27 de novembro de 1935,no Rio de Janeiro,pelos comunistas.

Solenidades acontecidas a 27 de novembro

Cel Ustra, Gen. Amaury, Cel Abbês, Mauro Bragançae representantes daAREB(BH/2006)

Em Belo Horizonte, a tradicionalhomenagem prestada ao CapitãoBenedicto Lopes Bragança, no

Cemitério do Bonfim, pelos Generais-de-Divisão Amaury Sá Freire de Lima eJosé Mário Facioli, Comandante da4ª RM e sobrinhos, Mauro e Cláudio

Bragança (2008)

Foto: ST Camargo No Rio deJaneiro, naPraia

Vermelha,na tarde de27 de

novembrode 2009, osgenerais-de-ExércitoEnzoMartinsPeri,

comandantedoExército,Antônio Luiz da Rocha Veneu, ex-MinistroChefe do EMFA e Rui Alves Catão,

comandante do Comando Militar do Leste,prestam homenagens às vítimas da intentona

comunista de 1935.

Coroa de flores depositada pelos General-de-Exército Horácio Raposo Borges Neto,vice-Almirante Raul Pereira Bittencourt,

Major Brigadeiro Flávio de OliveiraLencastre e General-de-Exército Fritz deAzevedo Manso (era Capitão do 3º RI,

em 1935).(Praia Vermelha/RJ - 1999)

Em 2009 , o 24º BCrememorou a Intentona, com asseguintes atividades: · Cultoecumênico · Pales t ra (Des.Alberto Tavares, Of R2) · For-matura (com a presença do pre-feito de São Luís, João Castelo)� leitura da Ordem-do-Dia e des-file da tropa · Coquetel

Esperamos que o exemplodo desejo de perpetuação do cultoà histórica data, levada a efeitopelo valoroso Comandante daUnidade, Ten Cel CARLOSHENRIQUE GUEDES, neto doGenCarlos Luís Guedes, Comandante da ID/4 e umdos líderes doMovimento de 1964, sejanos anos vindouros, uma inspiração na data de celebração do evento em tela.

24º BATALHÃO DE CAÇADORES - SÃO LUÍS / MA

Ten Cel Guedes, Comandante do 24º BC

SANTA MARIA / RS

Exaltação aos Heróis daIntentona Comunista de 1935

RESERVA ENCOURAÇADA

Capitães Danilo, Flores e Sampaio,General Boabaid e Coronel Leiria,representando o General Miotto,

Comandante da 3ª DE.Observe-se o Monumento ultrajado com a

pintura em vermelho da foice e domartelo, símbolo comunista (27/11/2013)

Em Belo Horizonte, a 27 de novembro de 2014 no Cemitério do Bonfim, ahomenagem prestada pelo Comandante da 4ª Região Militar, General deDivisão Mario Lucio Araujo, seu Estado-Maior e Comandantes das

Organizações Militares da Guarnição e pelos militares da Reserva do Exércitoao Capitão Benedicto Lopes Bragança, assassinado no Rio de Janeiro

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Nº 233 - Novembro/2016 28