inclusões organicas e inorganicas

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Inclusões vegetais (ref. Fundamentos de Farmacobotânica – Fernando de Oliveira, 3ª ed. Ed. Atheneu, 2009) 1. Introdução inclusões celulares = São substâncias resultantes de atividades químicas de protoplasma; especialmente aquelas que possuem formas definidas Costumam ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a sua natureza química orgânica ou inorgânica 2. Inclusões orgânicas grãos de amido; grãos de aleurona; inulina; gotículas de óleo (fixo e essencial) 2.1 Amilo (amido) polímero de condensação da glicose (fotossíntese) = polissacarídios: amilose (cadeia linear, 20%) + amilopectina (cadeia ramificada, 80%); pós finos de coloração brancacenta de grânulos de tamanhos, formas e estratificações variáveis (fig 6.1/6.2) amido frutos e sementes; fécula órgãos subterrâneos Suas características morfológicas podem ser utilizadas como meio microscópico para identificação de fraudes em alimentos.

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Page 1: Inclusões Organicas e Inorganicas

Inclusões vegetais (ref. Fundamentos de Farmacobotânica – Fernando de Oliveira, 3ª ed. Ed. Atheneu, 2009) 1. Introdução inclusões celulares = São substâncias resultantes de atividades químicas de protoplasma; especialmente aquelas que possuem formas definidas Costumam ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a sua natureza química orgânica ou inorgânica 2. Inclusões orgânicas → grãos de amido; grãos de aleurona; inulina; gotículas de óleo (fixo e essencial) 2.1 Amilo (amido) → polímero de condensação da glicose (fotossíntese) = polissacarídios: amilose (cadeia linear, 20%) + amilopectina (cadeia ramificada, 80%); pós finos de coloração brancacenta de grânulos de tamanhos, formas e estratificações variáveis (fig 6.1/6.2) amido → frutos e sementes; fécula → órgãos subterrâneos

Suas características morfológicas podem ser utiliza das como meio microscópico para identificação de fraudes em alime ntos.

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Estrutura Microscópica do Grão de Amilo : um ponto (ranhura), simples ou cruzada, central ou excêntrica = hilo ; circundando o hilo observa-se ou não uma sucessão de zonas claras e escuras = lamelas (estrias/capas).

- Classificação a) forma: esférico; ovóide; poliédrico; riniforme; halteriforme b) tipo de hilo: puntiforme; linear; cruciforme; estrelado; circular; poliédrico c)estado de agregação: simples (isolado); composto: agrupado e pseudocompotos Importância Farmacêutica - A farmacopéia brasileira inclui cinco tipos de amilos, a saber: milho, arroz, trigo, mandioca e batata. Os amilos são muito utilizados na obtenção de formas farmacêuticas tais como comprimidos e cápsulas. Caracterização sob a Luz Polarizada- Apresentam a Cruz de Malta.

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2.2 Grãos de aleurona → aleuron = farinha reserva protéica de inúmeras sementes e frutos-sementes sementes do feijão, da ervilha, de abóbora, de linho, de mostarda, frutos de funcho e erva-doce.

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2.3 Inulina → É um polissacarídio resultante da polimerização da frutose. Compositae: Chicorium intylus; Inula helenium; Taraxacum officinalis; Campanulaceae, Lobeliaceae, Violacecae, Liliaceae e Amaryllidaceae. A Inulina inibe a reabsorção ativa de sódio no túbulo proximal nos rins, sendo considerada como diurética por aumentar a excreção de água e de sódio.

2.4 Óleos Fixos → produtos de reserva: ésteres de ác. graxo com glicerol Ex: óleo de amendoim; de algodão; de milho; de girassol; de soja; de oliva. Essenciais (essências) → mistura complexa de terpenóides e fenilpropanóides

3. Inclusões inorgânicas

a) Oxalato de cálcio b) Carbonato de cálcio

a) Oxalato de Cálcio

formação: ác. oxálico (metabolismo vegetal) + sais de cálcio (solo) - grande importância na diagnose de drogas: localização e frequência nos órgãos vegetais Formas: Rafídios → cristais aciculares (feixes de agulhas) (fig. 6.20) Escamas dos bulbos de “cila” (cardiotônica) Liliaceae Céls. parenquimáticas do mesocarpo da “baunilha” da Orchidaceae Idioblastos das folhas e caules da comingo-niguém-pode (Dieffencachia picta) – toxicidade.

Page 5: Inclusões Organicas e Inorganicas

Drusas → agregação de cristais menores em forma piramidal (fig. 6.21) Tipos: esferocristais ou ouriços (compridos e finos); rosetas (pontas menos agudas) = maclas Folhas de “estramônio” (Datura stramonium), do “maracujá” (Passiflora alata), da “malva”(Malva sylvestris), do “jaborandi” (Pilocarpus microphyllus).

Areias cristalinas →→→→ aglomerado de microcristais, piramidal, em céls. especiais (idioblatos) (fig. 6.22) Folhas de “beladona” (Atropa belladona); “cascas de quina vermelha” (Cinchona succirubra) e de “quina amarela”(Cinchona calysaya).

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Cristais prismáticos → isolados ou grupos; interior da céls, bainhas cristalíferas (fibras ou céls pétreas), feixes vasculares (fig. 6.24) Folhas de “meimendro” (Hyoscyamus niger); cascas da “cáscara sagrada” (Rhammus frangula) Cristais estilóides → famílias Petiveriaceae e Phytolaccaceae; “guiné” (Petiveria alliacea); “pau-d’alho” (Gallesia integrifolia) (fig. 6.24)

b) carbonato de cálcio → ocorrem em formações especiais chamadas de cistólitos. Os cistólitos ocorrem em em céls. parênquimáticas ou epidérmicas. Cistólito: pedicelo e matriz (cristais). Litocisto : Célula que contém o cistólito. famílias Moraceae, Urticaceae, Boraginaceae e Acantaceae Bases de pêlos tectores da “maconha” (Cannabis sativa) e folhas de “urtiga” (Urtica urens)→ tratado com solução ác., desprendimento de bolhas (CO2).