incerteza do medidor de umidade gann ht 85 t · pdf filemarcos antonio kataiama incerteza do...

32
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007

Upload: ngokien

Post on 30-Mar-2018

224 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

MARCOS ANTONIO KATAIAMA

INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T

CURITIBA 2007

Page 2: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

MARCOS ANTONIO KATAIAMA

INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T

CURITIBA 2007

Monografia apresentada à disciplina Secagem de Madeira como requisito parcial à conclusão do Curso de Engenharia Industrial Madeireira, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Jorge Klitzke

Page 3: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

RESUMO

O conhecimento do teor de umidade das madeiras utilizadas em uma indústria é

indispensável para a fabricação de produtos com qualidade, destacando-se assim a

utilidade dos aparelhos medidores de umidade, como é o caso do aparelho tipo

resistivo marca Gann modelo HT 85 T que foi objeto de estudo neste trabalho. Para

o aparelho em questão, através de comparações das leituras do medidor com as do

método gravimétrico, foi determinada a incerteza de ± 1,7 % nas medições nele

apresentadas, a escala 2 para o tipo de madeira e a influência de até 0,14 %/ºC do

ajuste da escala de temperatura em madeiras de Timborana com faixas de umidade

próximas a 8%.

Palavras-chave: Medidor de umidade. Gann. Incerteza.

Page 4: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

ABSTRACT

To find out about woods contents of damp used in a industry is essential to

manufacture product whith quality, so a machine to measure the damp is very useful,

for example the strength machine, brand of Gann style HT 85 T that was studied in

this work. To this machine, compared with wheigh method, was determined the

mistake of ± 1,7 % in it measures, the scale 2 to the type of wood and at most

influence of 0,14 %/ºC in settling of temperature scale to Timborana woods whith

damp near 8 %.

Key-words: Machine to measure the damp. Gann. Mistake.

Page 5: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................5

2. OBJETIVOS.............................................................................................................6

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................7

3.1 APARELHO GANN HT 85 T...................................................................................7

3.1.1 Medição elétrica da resistência...........................................................................7

3.1.2 Compensação da temperatura da madeira.........................................................7

3.1.3 Tipo de madeira – correção................................................................................8

3.1.4 Medição de espécies de madeira não classificadas...........................................8

3.1.5 Método gravimétrico............................................................................................8

3.2 ASPECTOS FÍSICOS RELACIONADOS À UMIDADE DA MADEIRA...................9

3.2.1 Tipos de água na madeira...................................................................................9

3.2.2 Gradientes de umidade.....................................................................................10

3.3 MADEIRA DE TIMBORANA.................................................................................11

4. MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................12

4.1 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DE ALGUMAS AMOSTRAS DE

MADEIRA DE TIMBORANA COM A UTILIZAÇÃO DO APARELHO GANN........12

4.1.1 Medições das umidades com o Gann...............................................................12

4.1.2 Amostragem......................................................................................................12

4.1.3 Coleta dos dados...............................................................................................13

4.1.4 Compensação da temperatura da madeira.......................................................13

4.1.5 Tipo de madeira – correção...............................................................................14

4.2 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DAS MESMAS AMOSTRAS

ATRAVÉS DO MÉTODO GRAVIMÉTRICO...............................................................15

4.3 COMPARAÇÕES DAS MEDIÇÕES DETERMINANDO A INCERTEZA, A

MELHOR ESCALA DO TIPO DE MADEIRA E A INFLUÊNCIA DO AJUSTE DA

ESCALA DE TEMPERATURA DO APARELHO........................................................17

4.3.1 Comparações das medições.............................................................................17

4.3.2 Determinação da influência da temperatura......................................................17

4.3.3 Escala para Timborana.....................................................................................17

4.3.4 Incerteza da temperatura..................................................................................17

4.3.5 Incerteza do gradiente de umidade da madeira................................................18

4.3.6 Incerteza total das medições do Gann..............................................................18

Page 6: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................19

5.1 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DAS AMOSTRAS DE

MADEIRA COM A UTILIZAÇÃO DO APARELHO GANN..........................................19

5.1.1 Medições das umidades com o Gann...............................................................19

5.2 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DAS MESMAS AMOSTRAS

ATRAVÉS DO MÉTODO GRAVIMÉTRICO...............................................................21

5.3 COMPARAÇÃO DAS MEDIÇÕES DETERMINANDO A MELHOR ESCALA DO

TIPO DE MADEIRA E DE TEMPERATURA PARA A TIMBORANA E A INCERTEZA

DO APARELHO..........................................................................................................22

5.3.1 Comparações das medições.............................................................................22

5.3.1.1 Ajuste da temperatura na escala 1.................................................................23

5.3.1.2 Ajuste da temperatura na escala 2.................................................................24

5.3.2 Escala para Timborana.....................................................................................25

5.3.3 Incerteza da temperatura..................................................................................26

5.3.4 Incerteza do gradiente de umidade da madeira................................................26

5.3.5 Incerteza total das medições do Gann..............................................................27

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................28

REFERÊNCIAS..........................................................................................................29

DOCUMENTOS CONSULTADOS.............................................................................30

Page 7: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

1. INTRODUÇÃO

Nas condições atuais do mercado madeireiro somente sobreviverão as

empresas altamente competitivas, onde a busca pelo aperfeiçoamento contínuo é

fundamental. Desta forma torna-se necessário o controle detalhado e eficiente dos

parâmetros dos processos produtivos, surgindo a importância da disponibilidade de

equipamentos confiáveis para mensuração de dados e informações.

Sem dúvidas o conhecimento do teor de umidade das madeiras utilizadas

em uma indústria é indispensável para a fabricação de produtos com qualidade,

destacando-se assim a utilidade dos aparelhos medidores de umidade, como é o

caso do aparelho tipo resistivo marca Gann modelo HT 85 T que foi objeto de estudo

neste trabalho.

Para o aparelho em questão, através de comparações das leituras do

medidor com as do método gravimétrico, foi determinada a incerteza das medições

nele apresentadas, a escala do tipo de madeira e a influência do ajuste da escala de

temperatura em madeiras de Timborana com faixas de umidade próximas a 8%.

5

Page 8: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

2. OBJETIVOS

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo geral de determinar a margem

de confiança da utilização do aparelho Gann, modelo HT 85 T, nos controles dos

parâmetros de qualidade dos produtos e processos industriais madeireiros.

Para atender ao objetivo geral deste trabalho tornou-se necessário atender

aos seguintes objetivos específicos:

- determinação dos teores de umidade de algumas amostras de madeira de

Timborana com a utilização do aparelho Gann;

- determinação dos teores de umidade das mesmas amostras através do

método gravimétrico;

- comparação das medições determinando a incerteza, a melhor escala do

tipo de madeira e a influência do ajuste da escala de temperatura do aparelho para

madeiras de Timborana.

6

Page 9: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 APARELHO GANN HT 85 T

O aparelho medidor de umidade Gann HT 85 T trabalha conforme o

processo da medição elétrica da resistência, respectivamente, condutibilidade,

conhecido há anos (GANN, 2002, p. 21).

3.1.1 Medição elétrica da resistência

O processo de medição elétrica da resistência baseia-se no princípio de que

a resistência elétrica depende fortemente da correspondente umidade da madeira.

A condutibilidade de madeira, seca por processo de secagem, é muito

pequena, respectivamente, a resistência é tão grande que não pode fluir nenhuma

corrente significativa. Quanto mais água estiver presente tanto mais condutível se

torna a madeira, respectivamente, tanto menor torna-se a resistência elétrica.

Acima do ponto de saturação da fibra (a partir de cerca de 30% de umidade

da madeira) a medição perde em precisão com o aumento da umidade da madeira,

dependendo da espécie de madeira, da densidade bruta e da temperatura da

madeira (GANN, 2002, p. 21).

3.1.2 Compensação da temperatura da madeira

O dispositivo instalado para uma compensação automática da temperatura

dos valores de medição permite medir também madeira fria ou aquecida,

exatamente, sem que seja necessária uma correção por tabela.

Em medições sob temperaturas normais do ambiente, o comutador de

correção da temperatura deve ser colocado em 20ºC. Em medições durante, ou

imediatamente após, a secagem deve ser colocada a temperatura correspondente

da madeira (GANN, 2002, p. 16).

7

Page 10: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

3.1.3 Tipo de madeira – correção

A resistência elétrica dos vários tipos de madeira podem ser bem diferentes

mesmo possuindo um conteúdo de umidade igual. Isto requer uma correção no valor

real de acordo com o tipo de madeira medido. O HT 85 T tem 4 possibilidades de ser

ajustado. Cada ajustamento pedido pode ser averiguado na tabela do tipo de

madeira, enviada junto com todos os aparelhos. Por volta de 250 tipos de madeiras

são divididas em 4 grupos através de suas individuais curvas de resistência e para

cada grupo averiguasse uma curva de aferição do valor médio, onde se possibilita

uma grande exatidão na medição (GANN, 2002, p. 15).

3.1.4 Medição de espécies de madeira não classificadas

Para tipos de madeira não classificadas, o ajuste a ser tomado terá que ser

feito por meio de uma prova de secagem. Para isto será medido, pelas 4 posições

do comutador, num pedaço da madeira correspondente, para poder ajustar a

umidade real de uma maneira analítica. O comutador deve permanecer sobre aquela

posição na qual a medida indicada se aproxima mais ao teor de umidade real obtido

pela prova de secagem da prova de medição (GANN, 2002, p. 16).

3.1.5 Método gravimétrico

Através do método gravimétrico faz-se a prova de secagem, que deve ser

executada em estufa a 100 até 105 ºC até a constância do peso. O teor de umidade

em % calcula-se pela equação (1) (GANN, 2002, p. 16).

U = [(PU – PS) / PS] x 100 (1)

Onde:

U = Teor de umidade da amostra (%);

PU = Massa Úmida da amostra (g);

PS = Massa Seca da amostra (g).

8

Page 11: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

3.2 ASPECTOS FÍSICOS RELACIONADOS À UMIDADE DA MADEIRA

3.2.1 Tipos de água na madeira

A água existente na madeira pode ser classificada de duas maneiras

(KOLLMANN, 1959 citado por KLITZKE, 200-):

- água livre ou capilar, localizada nos luméns celulares e espaços

intercelulares, retidas por forças capilares.

- água de impregnação ou higroscópica, que se encontra nas camadas

polimoleculares nos espaços submicroscópicos da parede celular, ligada por forças

elétricas conhecidas como pontes de hidrogênio.

A água livre ou capilar é aquela umidade retida por forças capilares localizada

nas cavidades das células e espaços intercelulares, incluindo vasos e canais

resiniferos. Apesar de chamada de água livre, este tipo de água se localiza aderida

aos tecidos da madeira, necessitando-se de considerável força para sua eliminação.

Logo que a árvore é derrubada, a madeira perde toda a água livre e a sua retirada

implica apenas em alteração na sua massa, não ocorrendo qualquer alteração nas

propriedades (HART, 1966 citado por KLITZKE, 200-).

A água de impregnação ou higroscópica é aquela umidade contida nas paredes

celulares e que envolve as partículas e filamentos das substâncias da parede

celular, preenchendo as aberturas muito diminutas que existem entre estes

componentes da parede celular. A água de impregnação está ligada à madeira

através das moléculas de celulose por ligações de valência secundária e uma parte

deste tipo de água é retida nas microscópicas aberturas existentes entre as

moléculas de celulose por meio de forças de capilaridade. Não é possível eliminar a

água de impregnação da madeira sem que tenha antes sido eliminada a água livre.

Quando a madeira não mais apresentar a água livre, mas as paredes de suas

células se apresentarem saturadas de água de impregnação atinge-se o “ponto de

saturação das fibras”. Durante o processo de secagem, uma diminuição no teor de

umidade da madeira abaixo do ponto de saturação das fibras provoca uma melhoria

sensível nas suas propriedades, principalmente na sua resistência mecânica, mas

ocorre também uma contração nas suas dimensões (GOMIDE, 1969 citado por

KLITZKE, 200-).

9

Page 12: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

3.2.2 Gradientes de umidade

Há, no processo de secagem, uma fase em que a quantidade da água capilar

transferida para a superfície é menor que a quantidade de água que se evapora da

superfície. Nessas condições, o teor de umidade superficial diminui para valores

inferiores da umidade de saturação ao ar. Estabelece-se, assim, um gradiente de

umidade que origina as forças que movem a água abaixo da umidade de saturação

ao ar. Como os gradientes variam com a permeabilidade da madeira e com o

período de tempo de secagem, é conveniente verificar as suas características em

diferentes situações (FIGURA 1).

Considera-se, inicialmente, o relacionamento do gradiente com a

permeabilidade. Para madeira de reduzida permeabilidade, onde não há

continuidade de capilares, o teor de umidade da superfície ficará imediatamente

abaixo da USA, aproximando-se rapidamente da UE, enquanto a umidade interior é

ainda bastante elevada. A Figura 1-A ilustra as características desse tipo de

gradiente, onde não ocorre movimento de água capilar. A Figura 1-C mostra as

características do gradiente de umidade de madeiras altamente permeáveis, que

apresentam rápida movimentação de água do interior para a superfície, o que

resulta na permanência das camadas superficiais a teores de umidade

correspondentes a USA. Neste caso, há o equilíbrio entre a evaporação superficial e

o transporte da água do interior para a superfície. Já a Fig. 21-B ilustra a situação

mais comum, correspondente à madeira de permeabilidade moderada, na qual a

evaporação de água da superfície excedeu a rapidez do movimento do interior para

o exterior. Nessas condições, as camadas situadas mais exteriormente estão à UE

com o ambiente, portanto, abaixo da USA. Pode-se verificar que o gradiente

correspondente à umidade higroscópica transforma-se gradativamente em um

gradiente de água capilar (GALVÃO ; JANKOWWSKY, 1985).

10

Page 13: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

FIGURA 1. GRADIENTES DE UMIDADE PARA MADEIRAS

COM DIFERENTES PERMEABILIDADES

3.3 MADEIRA DE TIMBORANA

A Timborana é uma madeira pesada, com densidade a 15 % de umidade

de 720 kg/m3. Sua cor é castanha muito pálida, tem textura média e grã direita, com

gosto e cheiro indistintos. Seu nome científico é Piptadenia suaveolens (Mcq). No

Brasil também é conhecida como Angico, Angico-Vermelho, Fava-de-Folha-Miúda,

Faveira-Folha-Fina, Paricá-Grande-da-Terra-Firme e Timbaúba. Ocorre no

Amazonas, Pará, Acre e Amapá (REMADE, 2007).

11

Page 14: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.2 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DE ALGUMAS AMOSTRAS DE

MADEIRA DE TIMBORANA COM A UTILIZAÇÃO DO APARELHO GANN

4.2.1 Medições das umidades com o Gann

O aparelho utilizado foi o medidor de umidade marca Gann modelo HT 85 T

(FIGURA 2), de propriedade da empresa Novopiso, localizada em São José dos

Pinhais, no Paraná.

FIGURA 2 - MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T

4.1.2 Amostragem

Foram coletadas 20 amostras de madeiras de Timborana logo após o

processo de desgradeamento depois da secagem, na Novopiso, estimando-se

estarem com umidades finais próximas de 8 % e espessuras de 28 mm. A origem do

recebimento destas madeiras é desconhecida, já que são provenientes de vários

locais e não foi feito o rastreamento das amostras coletadas.

12

Page 15: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

4.1.3 Coleta dos dados

As umidades obtidas para estas madeiras foram coletadas cravando-se o

eletrodo do aparelho com as agulhas, transversal à direção das fibras, numa

profundidade de 14 mm da espessura para dentro de cada madeira a ser medida

(FIGURA 3), atingindo-se a umidade máxima da superfície até o centro das peças.

FIGURA 3 - ELETRODOS CRAVADOS NA MADEIRA

4.1.4 Compensação da temperatura da madeira

As medições foram executadas com o comutador de correção da

temperatura (FIGURA 4) colocado nas temperaturas de 15, 20 e 25 ºC. A

temperatura das amostras era de 24 ºC, medida com pistola de temperatura

(FIGURA 5).

13

Page 16: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

FIGURA 4 - COMUTADOR DE CORREÇÃO DE TEMPERATURA

FIGURA 5 - PISTOLA DE MEDIÇÃO DA TEMPERATURA

4.1.5 Tipo de madeira – correção

As medições foram executadas com o comutador de correção do tipo de

madeira colocado em cada uma das 4 escalas, ou seja, 1, 2, 3 e 4 (FIGURA 6).

Comutador de Correção de Temperatura

14

Page 17: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

FIGURA 6 - COMUTADOR DE CORREÇÃO DO TIPO DE MADEIRA

4.2 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DAS MESMAS AMOSTRAS

ATRAVÉS DO MÉTODO GRAVIMÉTRICO

As amostras foram pesadas uma a uma em balança digital (FIGURA 7) de

precisão para determinar a massa úmida. Em seguida as amostras foram colocadas

em estufa para secagem a 103 ± 2 ºC (FIGURA 8) até que o peso se manteve

constante para medições com intervalo de uma hora, indicando que não havia mais

água a ser retirada da madeira. Em seguida as amostras foram novamente pesadas

individualmente, determinando-se o peso seco. Utilizando a equação (1) do teor de

umidade, determinou-se a umidade inicial das amostras. Todos estes valores foram

anotados na tabela (2).

Comutador de Correção do Tipo de Madeira

15

Page 18: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

FIGURA 7 – BALANÇA DE PRECISÃO

FIGURA 8 – ESTUFA PARA SECAGEM DAS AMOSTRAS

16

Page 19: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

4.3 COMPARAÇÕES DAS MEDIÇÕES DETERMINANDO A INCERTEZA, A

MELHOR ESCALA DO TIPO DE MADEIRA E A INFLUÊNCIA DO AJUSTE DA

ESCALA DE TEMPERATURA DO APARELHO

4.3.1 Comparações das medições

Os resultados das medições de umidade realizadas através do aparelho

Gann foram comparados com aqueles obtidos através do método gravimétrico, de

forma que os resultados do Gann que mais se aproximaram do gravimétrico foram

anotados na tabela (3). As respectivas escalas de tipo de madeira e temperatura

também foram anotadas na tabela (3), assim como as diferenças das temperaturas e

umidades medidas para as amostras e as das escalas do Gann. As escalas do tipo

de madeira apresentadas nesta fase foram as únicas consideradas no decorrer do

estudo.

4.3.2 Determinação da influência da temperatura

Determinadas as escalas apresentadas do tipo de madeira, considerou-se a

mesma temperatura medida para todas as amostras e que todas foram medidas

com o Gann em temperaturas 15, 20 e 25 ºC nas referidas escalas apresentadas do

tipo de madeira. O erro das leituras foi calculado e determinou-se para cada escala o

melhor ajuste da temperatura (TABELA 4).

4.3.3 Escala para Timborana

Considerando as variações mínimas e máximas das leituras de umidade

determinadas para as escalas apresentadas e as temperaturas respectivas

(TABELA 6) determinou-se a escala do tipo de madeira e a temperatura que mais se

aproximou das medidas reais das amostras.

4.3.4 Incerteza da temperatura

Comparando-se as variações mínimas e máximas da escala de temperatura

determinada para a Timborana em 15, 20 e 25 ºC determinou-se a variação de

17

Page 20: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

umidade nas leituras de temperatura (TABELA 7). Considerando a menor variação

de umidade medida, dividiu-se a variação da umidade pelas unidades de

temperatura entre as escalas do Gann e determinou-se o erro por cada unidade de

temperatura. Assim a incerteza da temperatura entre as faixas da escala foi

determinada.

4.3.5 Incerteza do gradiente de umidade da madeira

De acordo com os dados coletados em análises dos gradientes de umidades

das madeiras secadas na Novopiso, tem-se determinado a incerteza relativa ao

gradiente de umidade das madeiras.

4.3.6 Incerteza total das medições do Gann

Somando-se as incertezas de leitura e temperatura do Gann com as do

método gravimétrico e as do gradiente de umidade, tem-se a incerteza total das

medições do Gann para madeiras de Timborana com umidades próximas a 8 %.

18

Page 21: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DAS AMOSTRAS DE

MADEIRA COM A UTILIZAÇÃO DO APARELHO GANN

5.1.1 Medições das umidades com o Gann

Os resultados das medições feitas com o Gann estão anotados na tabela

(1). Comparando-se as variações das leituras de umidade de cada amostra, em

escalas diferenciadas do tipo de madeira e temperaturas, percebe-se que o Gann

tem um comportamento linear na mudança das escalas. Desta maneira as

temperaturas ou tipos de madeiras que se encontrem em faixas intermediárias das

escalas terão maiores erros nas leituras das umidades do que nos casos de

coincidência exata. Dividindo ao meio a precisão do aparelho sabe-se que a

incerteza da leitura é de ± 0,05. De forma geral este aparelho é uma maneira não

destrutível de medir as umidades das madeiras, sendo fácil e rápido de ser utilizado.

TABELA 1 – UMIDADE DAS AMOSTRAS MEDIDAS COM O GANN

NÚMERO DA

AMOSTRA

TEMPERATURA DA AMOSTRA

(ºC)

ESCALA DE TIPO DE MADEIRA

ESCALA DE TEMPERATURA (ºC) 15 20 25 UMIDADE MEDIDA COM O GANN (%)

1 24

1 2 3 4

7,8 7,2 6,7 10,0 9,3 8,7 12,2 11,5 10,8 14,5 13,7 13,0

2 24

1 2 3 4

7,5 6,8 6,3 9,6 8,9 8,3 11,7 11,0 10,3 14,0 13,1 12,4

3 24

1 2 3 4

7,9 7,3 6,6 10,1 9,4 8,7 12,3 11,5 10,8 14,6 13,7 12,9

4 24

1 2 3 4

8,0 7,3 6,7 10,1 9,4 8,8 12,4 11,6 10,8 14,7 13,8 12,9

5 24

1 2 3 4

8,2 7,4 6,8 10,4 9,6 8,9 12,6 11,8 11,0 14,9 13,9 13,2

continua

19

Page 22: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

continuação

NÚMERO DA

AMOSTRA

TEMPERATURA DA AMOSTRA

(ºC)

ESCALA DE TIPO DE MADEIRA

ESCALA DE TEMPERATURA (ºC) 15 20 25 UMIDADE MEDIDA COM O GANN (%)

6 24

1 2 3 4

8,0 7,3 6,8 10,3 9,5 8,9 12,5 11,7 11,0 14,8 13,9 13,2

7 24

1 2 3 4

8,2 7,5 6,9 10,4 9,6 9,0 12,6 11,8 11,1 14,9 14,0 13,3

8 24

1 2 3 4

7,5 7,0 6,4 9,7 9,1 8,5 11,9 11,2 10,5 14,2 13,4 12,7

9 24

1 2 3 4

7,3 6,7 6,2 9,5 8,8 8,3 11,7 11,0 10,3 13,9 13,1 12,4

10 24

1 2 3 4

7,4 6,8 6,3 9,5 8,9 8,3 11,7 11,0 10,3 13,9 13,1 12,4

11 24

1 2 3 4

7,0 6,4 6,0 9,1 8,5 7,9 11,3 10,6 10,0 13,4 12,7 12,0

12 24

1 2 3 4

7,4 6,8 6,2 9,5 9,0 8,3 11,7 11,0 10,3 13,9 13,1 12,4

13 24

1 2 3 4

7,1 6,6 6,1 9,3 8,7 8,1 11,5 10,7 10,1 13,6 12,9 12,2

14 24

1 2 3 4

7,3 6,7 6,1 9,5 8,7 8,1 11,6 10,8 10,1 13,8 12,9 12,2

15 24

1 2 3 4

7,5 6,9 6,3 9,7 9,0 8,4 11,8 11,2 10,5 14,1 13,3 12,6

16 24

1 2 3 4

7,7 7,1 6,5 9,9 9,2 8,6 12,1 11,3 10,7 14,3 13,5 12,8

17 24

1 2 3 4

7,9 7,3 6,7 10,1 9,4 8,8 12,3 11,6 10,9 14,6 13,8 13,0

Continua...

20

Page 23: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

...continuação

NÚMERO DA

AMOSTRA

TEMPERATURA DA AMOSTRA

(ºC)

ESCALA DE TIPO DE MADEIRA

ESCALA DE TEMPERATURA (ºC) 15 20 25 UMIDADE MEDIDA COM O GANN (%)

18 24

1 2 3 4

6,9 6,3 5,8 9,0 8,4 7,8 11,1 10,4 9,8 13,2 12,5 11,8

19 24

1 2 3 4

6,6 6,1 5,6 8,7 8,0 7,4 10,7 10,0 9,4 12,8 12,0 11,4

20 24

1 2 3 4

7,0 6,4 5,9 9,1 8,5 7,9 11,2 10,6 9,9 13,3 12,6 11,9

final

5.2 DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE DAS MESMAS AMOSTRAS

ATRAVÉS DO MÉTODO GRAVIMÉTRICO

Foram determinadas as umidades reais das amostras através do método

gravimétrico. Os pesos iniciais e secos das amostras foram medidos e a umidade

final calculada através da equação (1). Os resultados estão lançados na tabela (2).

Considerando a metade da precisão determinou-se que os resultados das umidades

têm ± 0,05 de incertezas. Este método é uma maneira confiável de medir a umidade

das madeiras, porém é necessário destruir as amostras e também dispende de

grande quantidade de tempo.

TABELA 2 - UMIDADE REAL DAS AMOSTRAS PELO GRAVIMÉTRICO

AMOSTRA PESO INICIAL (g) PESO SECO (g) UMIDADE (%)

1 101,4 93,6 8,3

2 121,0 112,5 7,6

3 77,8 72,5 7,4

4 117,9 109,7 7,6

5 89,1 82,9 7,5

6 113,2 105,2 7,6

continua...

21

Page 24: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

...continuação AMOSTRA PESO INICIAL (g) PESO SECO (g) UMIDADE (%)

7 76,01 70,64 7,6

8 78,48 72,17 8,7

9 66,70 61,56 8,3

10 58,12 53,51 8,6

11 78,39 72,30 8,4

12 74,96 68,98 8,7

13 63,45 58,45 8,6

14 79,18 73,24 8,1

15 59,61 55,19 8,0

16 63,19 58,40 8,2

17 63,00 57,97 8,7

18 65,63 60,34 8,8

19 62,02 57,41 8,0

20 87,07 80,50 8,2

final

5.3 COMPARAÇÃO DAS MEDIÇÕES DETERMINANDO A MELHOR ESCALA DO

TIPO DE MADEIRA E DE TEMPERATURA PARA A TIMBORANA E A INCERTEZA

DO APARELHO

5.3.1 Comparações das medições

Foram comparados os resultados das medições feitas com o Gann e os do

gravimétrico (TABELA 3). As escalas do tipo de madeira apresentadas foram a 1 e

2, de forma que somente estas serão consideradas no decorrer deste estudo.

22

Page 25: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

TABELA 3 – COMPARAÇÕES DAS DIFERENÇAS ENTRE UMIDADES E ESCALAS

DO TIPO DE MADEIRA E TEMPERATURA

AMOSTRA

UMIDADE PELO

GRAVIMÉTRICO

(%)

UMIDADE PELO

GANN (%)

DIFERENÇA

UMIDADE PELO

GANN (%)

ESCALA TIPO

MADEIRA

ESCALA

TEMPERATURA

TEMPERATURA

DA MADEIRA

(ºC)

DIFERENÇA

TEMPERATURA

(ºC)

1 8,3 8,7 + 0,4 2 25 24 + 1

2 7,6 7,5 - 0,2 1 15 24 - 9

3 7,4 7,3 - 0,1 1 20 24 - 4

4 7,6 7,3 - 0,3 1 20 24 - 4

5 7,5 7,4 - 0,1 1 20 24 - 4

6 7,6 7,3 - 0,3 1 20 24 - 4

7 7,6 7,5 - 0,1 1 20 24 - 4

8 8,7 8,5 - 0,2 2 25 24 + 1

9 8,3 8,3 0,0 2 25 24 + 1

10 8,6 8,3 - 0,3 2 25 24 + 1

11 8,4 8,5 + 0,1 2 20 24 - 4

12 8,7 9,0 + 0,3 2 20 24 - 4

13 8,6 8,7 + 0,1 2 20 24 - 4

14 8,1 8,1 0,0 2 25 24 + 1

15 8,0 8,4 + 0,4 2 25 24 + 1

16 8,2 8,6 + 0,4 2 25 24 + 1

17 8,7 8,8 + 0,1 2 25 24 + 1

18 8,8 9,0 + 0,2 2 15 24 - 9

19 8,0 8,0 0,0 2 20 24 - 4

20 8,2 8,5 + 0,3 2 20 24 - 4

5.3.1.1 Ajuste da temperatura na escala 1

Considerando a temperatura de 24 ºC medida para todas as amostras e que

todas tivessem sido medidas apenas na escala 1 do tipo de madeira e com

temperaturas 15, 20 e depois 25 ºC, o erro das leituras foi calculado e determinou-se

que para a escala 1 o melhor ajuste da temperatura foi o de 15 ºC, estando a

variação entre - 1,9 e + 0,7 % (TABELA 4), representando 9 ºC a menos que a real.

23

Page 26: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

TABELA 4 – VARIAÇÕES DAS LEITURAS CONFORME AS ESCALAS DO GANN

AMOSTRA

UMIDADE PELO

GRAVIMÉTRICO (%)

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 1

COM 15 ºC (%)

DIFERENÇA

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 1

COM 15 ºC (%)

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 1

COM 20 ºC (%)

DIFERENÇA

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 1

COM 20 ºC (%)

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 1

COM 25 ºC (%)

DIFERENÇA

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 1

COM 25 ºC (%)

1 8,3 7,8 - 0,5 7,2 - 1,1 6,7 - 1,6

2 7,6 7,5 - 0,1 6,8 - 0,8 6,3 - 1,3

3 7,4 7,9 + 0,5 7,3 - 0,1 6,6 - 0,8

4 7,6 8,0 + 0,4 7,3 - 0,3 6,7 - 1,3

5 7,5 8,2 + 0,7 7,4 - 0,1 6,8 - 1,4

6 7,6 8,0 + 0,4 7,3 - 0,3 6,8 - 1,2

7 7,6 8,2 + 0,6 7,5 - 0,1 6,9 - 0,7

8 8,7 7,5 - 1,2 7,0 - 1,7 6,4 - 2,3

9 8,3 7,3 - 1,0 6,7 - 1,6 6,2 - 2,1

10 8,6 7,4 - 1,2 6,8 - 1,8 6,3 - 2,6

11 8,4 7,0 - 1,4 6,4 - 2,0 6,0 - 2,4

12 8,7 7,4 - 1,3 6,8 - 1,9 6,2 - 2,5

13 8,6 7,1 - 1,5 6,6 - 2,0 6,1 - 2,5

14 8,1 7,3 - 0,8 6,7 - 1,4 6,1 - 2,0

15 8,0 7,5 - 0,5 6,9 - 1,1 6,3 - 1,7

16 8,2 7,7 - 0,5 7,1 - 1,1 6,5 - 1,7

17 8,7 7,9 - 0,8 7,3 - 1,4 6,7 - 2,0

18 8,8 6,9 - 1,9 6,3 - 2,5 5,8 - 3,0

19 8,0 6,6 - 1,4 6,1 - 1,9 5,6 - 2,4

20 8,2 7,0 - 1,2 6,4 - 1,8 5,9 - 2,3

Mínimo - 1,9 - 2,5 - 3,0

Máximo + 0,7 - 0,1 - 0,7

5.3.1.2 Ajuste da temperatura na escala 2

Considerou-se a temperatura de 24 ºC medida para as amostras e que todas

foram medidas na escala 2 do tipo de madeira, com temperaturas 15, 20 e 25 ºC, o

erro das leituras foi calculado e determinou-se que para a escala 2 o melhor ajuste

da temperatura foi de 25 ºC, representando 1 ºC a mais que a real, estando a

variação entre - 1,0 e + 1,4 % (TABELA 5),.

24

Page 27: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

TABELA 5 – VARIAÇÕES DAS LEITURAS CONFORME AS ESCALAS DO GANN

AMOSTRA

UMIDADE PELO

GRAVIMÉTRICO (%)

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 2

COM 15 ºC (%)

DIFERENÇA

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 2

COM 15 ºC (%)

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 2

COM 20 ºC (%)

DIFERENÇA

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 2

COM 20 ºC (%)

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 2

COM 25 ºC (%)

DIFERENÇA

UMIDADE PELO

GANN ESCALA 2

COM 25 ºC (%)

1 8,3 10,0 + 1,7 9,3 + 1,0 8,7 + 0,4

2 7,6 9,6 + 2,0 8,9 + 1,3 8,3 + 0,7

3 7,4 10,1 + 2,7 9,4 + 2,0 8,7 + 1,4

4 7,6 10,1 + 2,5 9,4 + 1,8 8,8 + 1,2

5 7,5 10,4 + 2,9 9,6 + 2,1 8,9 + 1,4

6 7,6 10,3 + 2,7 9,5 + 1,9 8,9 + 1,3

7 7,6 10,4 + 2,8 9,6 + 2,0 9,0 + 1,4

8 8,7 9,7 + 1,0 9,1 + 0,4 8,5 - 0,2

9 8,3 9,5 + 1,2 8,8 + 0,5 8,3 0,0

10 8,6 9,5 + 0,9 8,9 + 0,3 8,3 - 0,3

11 8,4 9,1 + 0,7 8,5 + 0,1 7,9 - 0,5

12 8,7 9,5 + 0,8 9,0 + 0,3 8,3 - 0,4

13 8,6 9,3 + 0,7 8,7 + 0,1 8,1 - 0,5

14 8,1 9,5 + 1,4 8,7 + 0,6 8,1 0,0

15 8,0 9,7 + 1,7 9,0 + 1,0 8,4 + 0,4

16 8,2 9,9 + 1,7 9,2 + 1,0 8,6 + 0,4

17 8,7 10,1 + 1,4 9,4 + 0,7 8,8 + 0,1

18 8,8 9,0 + 0,2 8,4 - 0,4 7,8 - 1,0

19 8,0 8,7 + 0,7 8,0 0,0 7,4 - 0,6

20 8,2 9,1 + 0,9 8,5 + 0,3 7,9 - 0,3

Mínimo + 0,2 - 0,4 - 1,0

Máximo + 2,9 + 2,1 + 1,4

5.3.2 Escala para Timborana

Considerando as variações mínimas e máximas das leituras de umidade

determinadas para as escalas 1 e 2 das temperaturas respectivas de 15 e 25 ºC

(TABELA 6) determinou-se que a escala 2 do tipo de madeira com a temperatura 25

ºC é a que mais se aproximou das medidas reais das amostras.

25

Page 28: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

TABELA 6 – VARIAÇOES DE UMIDADE DAS ESCALAS

DIFERENÇA UMIDADE PELO GANN ESCALA 1

COM 15 ºC (%)

DIFERENÇA UMIDADE PELO GANN ESCALA 2

COM 25 ºC (%)

Mínimo - 1,9 - 1,0

Máximo + 0,7 + 1,4

5.3.3 Incerteza da temperatura

Comparando as variações mínimas e máximas da escala 2 para 15, 20 e 25

ºC determinou-se que para cada 5 ºC de variação positiva da escala de temperatura

há uma variação linear de - 0,7 % na leitura da umidade (TABELA 7). Assim para

cada 1 ºC a mais que é regulado o Gann em relação a temperatura real da amostra,

existe - 0,14 % de diferença na umidade. Medindo a temperatura da amostra e

ajustando a escala para o valor mais próximo possível, tem-se que o erro máximo

será de ± 2,5 ºC, que multiplicado pela variação de umidade por escala de

temperatura (0,14 %/ ºC) gera a incerteza da temperatura, que é de ± 0,35 %.

TABELA 7 – VARIAÇÕES DE UMIDADE DA ESCALA 2

Mínimo Máximo

DIFERENÇA UMIDADE PELO GANN ESCALA 2

COM 15 ºC (%) + 0,2 + 2,9

DIFERENÇA UMIDADE PELO GANN ESCALA 2

COM 20 ºC (%)

- 0,4 + 2,1

DIFERENÇA UMIDADE PELO GANN ESCALA 2

COM 25 ºC (%)

- 1,0 + 1,4

DIFERENÇA (%/ºC)

- 0,12 - 0,14

5.3.4 Incerteza do gradiente de umidade da madeira

De acordo com os dados coletados em análises dos gradientes de umidades

das madeiras secadas na Novopiso, tem-se que as umidades destas variam até

extremos de 2,5 %, assim a incerteza relativa ao gradiente de umidade das

madeiras é de ± 1,25 %.

26

Page 29: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

5.3.5 Incerteza total das medições do Gann

Somando-se as incertezas de leitura (± 0,05 %) e temperatura (± 0,35 %) do

Gann com as do método gravimétrico (± 0,05 %) e as do gradiente de umidade (±

1,25 %), tem-se que a incerteza total das medições do Gann é de ± 1,7 % para

madeiras com umidade próximas a 8 %.

27

Page 30: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Para medições de teores de umidades de madeiras de Timborana próximos

a 8% com o aparelho tipo resistivo marca Gann modelo HT 85 T conclui-se e

recomenda-se que:

- a incerteza total das medições feitas com o aparelho Gann é de ± 1,7 %,

considerando-se também o gradiente de umidade das madeiras;

- a melhor escala do tipo de madeiras é a 2, recomendando-se que os pinos

sejam cravados na direção transversal às fibras até o meio das peças a

serem medidas, encontrando-se o ponto mais alto de umidade. Desta forma

existirá a garantia de que a umidade estará dentro da margem de trabalho

requisitada pela empresa, ou seja, por exemplo, se a leitura do Gann for 7

%, a umidade da madeira estará entre 5,3 e 8,7 %. É importante estar atento

às demais condições de manuseio e operação do aparelho, conforme indica

o manual de instruções de uso, pois são muitas as variáveis que influenciam

nas leituras obtidas.

- a regulagem adequada da escala de temperatura tem influência direta nos

resultados, com variações de até 0,14 %/ºC de diferença da temperatura real

da madeira, recomendando-se a medição da temperatura da madeira

durante as medições;

28

Page 31: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

REFERÊNCIAS

GANN, M. Gann Hydromette HT 85 T - Instruções de uso. Copyright. Gerlingen, 2001. 60 p. GALVÃO, A. P. M.; JANKOWSKY, I. P. Secagem Racional da Madeira. São Paulo: Nobel, 1985. GOMIDE, J.L. Secagem de Madeira. Viçosa-MG. Imprensa Universitária, 1969. 76 p. HART, C.A. The drying of wood. Raleigh, North Carolina Agric. Extension Service,1966. 24 p. KLITZKE, R. J. Uso do inversor de freqüência na secagem de madeira. Tese de Doutorado em Ciências Florestais, apresentada à Universidade Federal do Paraná – UFPR, 2002. KOLLMANN, F.F.P. Tecnologia de la Madera e sus Aplicaciones. 2 ed. Madrid: Ministerio da Agric. , Instituto Florestal de Investigaciones, Experiências, 1959. v1 675 p. REMADE, REVISTA DA MADEIRA. Madeiras. Disponível em: <http://www.remade.com.br/pt/mad_exotica.php?num=249> Acesso em: 15/11/2007.

29

Page 32: INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T · PDF fileMARCOS ANTONIO KATAIAMA INCERTEZA DO MEDIDOR DE UMIDADE GANN HT 85 T CURITIBA 2007 Monografia apresentada à disciplina Secagem

DOCUMENTOS CONSULTADOS

BEJAN, A. Transferência de Calor. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1996. BURGER, L. M. e RICHTER, H. G. Anatomia da Madeira. São Paulo: Nobel, 1991. GORDON, V. W., SONNTAG, R. e BORGNAKKE, C. Fundamentos da Termodinâmica Clássica. Tradução da 4ª edição americana. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1995. TOMASELLI, I. Aspectos físicos da secagem da madeira de Pinus elliottii acima de 100º C. Tese para Professor Titular da Universidade Federal do Paraná – UFPR, 1981. UFPR. Secagem de Madeira. Apostila do curso de secagem da madeira realizado pela Fundação Hugo Simas conveniada com a Universidade Federal do Paraná – UFPR, 2002.

30