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MOMENTO DE CONFRATERNIZAÇÃO E DE LUTA Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais Impresso Especial 9912163762/2007 DRMG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Ano 5 - nº 25 - novembro/dezembro 2009 PÁG 2 PESQUISA FENAM TRABALHO MÉDICO Sinmed-MG realiza pesquisa com os médicos de todo o Estado, para conhecer melhor os interesses da categoria Dirigentes dos sindicatos médicos de todo o país se reúnem para discutir e propor ações conjuntas para 2010 PÁG 10 PÁG 11 CBHPM Em Brasília, Sinmed-MG teve presença de destaque em mais uma luta por melhorias para a saúde suplementar A dermatologista Wandilza Fátima dos Santos, de Belo Horizonte, foi a grande premiada no sorteio de um automóvel, dia 18 de dezembro, na festa de confraterni- zação do Sindicato dos Médicos. Concor- reram 5.275 médicos em dia com as con- tribuições sindical e social de 2009. A festa, que reuniu mais de 200 pessoas na sede da entidade, marcou mais um importante momento da convivência dos médicos com a diretoria do sindicato, que esteve este ano ainda mais próxima da categoria no interior e na capital. Uma das surpresas da noite foi a veiculação do novo vídeo institucional do sindicato, bastante aplaudido pelos presentes. SEMINÁRIOS Seminários discutem temas relevantes da saúde Com o objetivo de promover uma reflexão sobre dois temas de grande importância na área da saúde, o Sinmed-MG realizou os seminários "O Trabalho Médico nos Serviços de Urgência e Emergência" e "Controle Social na Saúde: Balanço e Perspectivas". LUTAS SINDICAIS PÁG 4 PÁG 5 PÁGs. 7 e 8 PÁGINAS 9 e 12 PÁGINA 3 Fotos: Ignácio Costa Mesa de abertura no evento sobre urgência e emergência Seminário sobre Controle Social reuniu mais de 100 pessoas A médica Wandilza, de BH, recebe as chaves do presidente do sindicato

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Page 1: Impresso TRABALHO MÉDICO Especial · Mais de 200 pessoas foram à festa de confraternização do Sinmed-MG, dia 18 de dezembro,na própria sede. Uma demonstração de que o sindica

MOMENTO DE CONFRATERNIZAÇÃO E DE LUTA

Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

ImpressoEspecial

9912163762/2007 DRMG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Ano 5 - nº 25 - novembro/dezembro 2009

PÁG

2

PESQUISA FENAM

TRABALHO MÉDICO

Sinmed-MG realiza pesquisa com

os médicos de todo o Estado,

para conhecer melhor os

interesses da categoria

Dirigentes dos sindicatos

médicos de todo o país se

reúnem para discutir e propor

ações conjuntas para 2010PÁG

10PÁG

11

CBHPM

Em Brasília, Sinmed-MG teve

presença de destaque em mais

uma luta por melhorias para

a saúde suplementar

A dermatologista Wandilza Fátima dosSantos, de Belo Horizonte, foi a grandepremiada no sorteio de um automóvel, dia18 de dezembro, na festa de confraterni-zação do Sindicato dos Médicos. Concor-reram 5.275 médicos em dia com as con-tribuições sindical e social de 2009.

A festa, que reuniu mais de 200 pessoasna sede da entidade, marcou mais umimportante momento da convivência dosmédicos com a diretoria do sindicato, queesteve este ano ainda mais próxima dacategoria no interior e na capital. Uma dassurpresas da noite foi a veiculação do novovídeo institucional do sindicato, bastanteaplaudido pelos presentes.

SEMINÁRIOS

Seminários discutem temas relevantes da saúde

Com o objetivo de promover uma reflexão sobre dois temas de grande importância na área da saúde, oSinmed-MG realizou os seminários "O Trabalho Médico nos Serviços de Urgência e Emergência" e "ControleSocial na Saúde: Balanço e Perspectivas".

LUTAS SINDICAIS

Médicos do HPS João XXIII mantêmtriagem dos pacientes como forma de protesto pelo descaso da Fhemig

PÁG 4

Peritos previdenciários buscam apoio do sindicato na luta por melhores condições de trabalho

PÁG 5

Sempre atuante no interior do Estado, sindicato apóia luta dosmédicos de Raposos e Varginha

PÁGs. 7 e 8PÁGINAS 9 e 12

PÁGINA 3

Fotos: Ignácio Costa

Mesa de abertura no evento sobre urgência e emergência Seminário sobre Controle Social reuniu mais de 100 pessoas

A médica Wandilza, de BH, recebe as chaves do presidente do sindicato

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TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009SINMED-MG EM FOCO2

O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais iniciou umapesquisa com os médicos de sua base com o objetivo deconhecer melhor o pensamento da categoria quanto à vidaprofissional, condições de trabalho e remuneração e aavaliação sobre o sindicato e outras entidades médicas.

A pesquisa acontece por telefone, com uma amostraaleatória representativa dos médicos, escolhida por sorteio."Essa é uma tentativa de ouvir toda a base e não apenas

aqueles que participam mais intensamente da entidade.Esperamos com isso obter informações relevantes queajudem a diretoria a contemplar os interesses maisimportantes para a maioria", diz o presidente doSinmed-MG, Cristiano da Matta Machado.

Para a realização da pesquisa, o sindicato contratou aempresa Expertise – Inteligência e Pesquisa de Mercado, deBelo Horizonte, com larga experiência no segmento.

O ouvidor do Sinmed-MG, Márcio Bichara, foi ho-menageado pelas entidades médicas, na Semana doMédico, como médico mineiro de destaque na categoria"Atividade Defesa Profissional /Associativa". Bichara étambém secretário de Saúde Suplementar da FederaçãoNacional dos Médicos (Fenam).

SINMED-MG REALIZA PESQUISA PARA CONHECERMELHOR REALIDADE E EXPECTATIVAS DOS MÉDICOS

PESQUISA

DESTAQUES

EXPEDIENTE

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas 30130 090 - BH - MG Fone: (31) [email protected] – www.sinmedmg.org.br

Conselho Diretor - Diretoria Executiva: AméliaMaria Fernandes Pessôa, André Christiano dos Santos,Cristiano Gonzaga da Matta Machado, Fernando Luiz deMendonça, Jacó Lampert, Maria Madalena dos Santos e Souza.Licenciados: Aroldo Gonçalves de Carvalho, Élson Violante ePaulo Eustáquio Marra Pinto.Conselho Diretor - Demais Membros: Aloísio Daherde Melo, Camilo Batista Goulart, Djard Lisboa MoreiraFilho, Eduardo Almeida Cunha Filgueiras, Geraldo JoséCoelho Ribeiro, Luís Edmundo Noronha Teixeira, LuizFelipe Viotti Fernandes, Margarida Constança Sofal Delgado,Maria de Fátima Braz, Regina Fátima Barbosa Eto, SalimAntônio Issa. Departamento estatutário: Marco AntônioTorres (Saúde do Trabalhador) Conselho Fiscal: Eliane de Souza, Helder Avelino YankousSantos (licenciado), José Alvarenga Caldeira, Josemar de AlmeidaMoura, Luciana Rabelo Ferreira, Maria Lucinda Macedo Foureaux. Ouvidoria Sindical: Ewaldo A. Fraga de MattosJúnior e Márcio Costa Bichara.Assessoria de Comunicação: Regina Perillo (MT11.697/SP)/Rosângela Costa (MT 11.320/MG)Jornalista Responsável: Regina Perillo (MT 11.697/SP)Textos e Edição: Regina Perillo (MT 11.697/SP) eLuciana Marcatti (MT 09.384/MG)Projeto gráfico: Zoo ComunicaçãoDiagramação e ilustrações: Genin GuerraFotos: Gláucia RodriguesImpressão: ImprimasetTiragem: 24.500 exemplares

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DERESPONSABILIDADE DOS AUTORES

EDITORIAL

O mês de dezembro, tradicionalmente de festas,não foi suficiente para arrefecer os ânimos dacategoria na luta por melhorias. Muitas campanhassalariais ainda estão em andamento. Vemos issoacontecer com os plantonistas do Pronto-SocorroJoão XXIII, desde outubro promovendo as triagensespeciais na porta do hospital, como uma forma demostrar suas insatisfações com as condições ofe-recidas. No interior do Estado e Região Metropo-litana, novos movimentos surgem a cada dia, acom-panhados de perto pelo sindicato. Depois dos acor-dos firmados, os médicos da PBH e Betim estão to-mando fôlego para continuar a luta no ano que vem.Foi um longo embate com os gestores desses muni-cípios, com resultados que ficaram muito aquém dodesejado pela categoria, mas que não deixam deser conquistas. Pouco a pouco, vamos caminhando.

Chamamos a atenção para dois destaques des-ta edição do "Trabalho Médico": os seminários "OTrabalho Médico na Urgência e Emergência" e o

"Controle Social na Saúde: Balanço e Perspectivas".Os dois eventos foram promovidos por iniciativa doSinmed-MG e são de grande importância na discus-são de temas relevantes da saúde. O debate sobre otrabalho do médico na urgência e emergência deixouclaro que esse é um grande gargalo no sistema desaúde público e suplementar e que o país vai en-frentar sérios problemas se não tiver um olhar maisatento para o segmento, inclusive pela falta de profis-sionais para trabalhar na área. O seminário sobre oControle Social reuniu os três elos que compõem osConselhos de Saúde: gestores, usuários e trabalha-dores e reafirmou a importância da participação de-mocrática na implementação das políticas de saúde.

Esses dois enfoques – campanhas salariais e pro-moção de seminários – expressam bem o que acredi-tamos ser o papel de um sindicato: uma entidade pre-sente nas lutas da categoria no serviço público e nasaúde suplementar, para melhorar a remuneração, ascondições de trabalho, a dignidade profissional, mas

também capaz de promover o diálogo e fomentaridéias entre os diversos atores da saúde, sejam mé-dicos, gestores, usuários e entidades em geral.

Sabemos que 2009 não foi um ano fácil para agrande maioria das categorias profissionais. Com adesculpa da crise econômica, os dirigentes foramquase irredutíveis para conceder aumentos. As pe-quenas vitórias só aconteceram com muito trabalho.Mas, temos certeza que 2010 será um ano melhor doque este que se encerra, com uma categoria maisfortalecida para novos enfrentamentos e, sem dúvi-da, mais respeitada. Da população aos gestores,todos testemunharam a luta dos médicos em buscados seus direitos.

Por fim, desejamos a vocês, companheiros dodia-dia, parceiros, funcionários do sindicato emédicos de todo o Estado, ótimas festas e um2010 cheio de conquistas, paz e alegrias.

Diretoria Sinmed-MG

Mendonça (2º à esq.) com a nova diretoria da SMP

O diretor de Comunicação do Sinmed-MG, FernandoLuiz de Mendonça, é o novo secretário-geral da Socie-dade Mineira de Pediatria, do triênio 2009/2012. A ceri-mônia de posse da diretoria, encabeçada por Paulo Tadeude Mattos Pereira Poggiali, foi realizada no dia 11 de de-zembro, na sede da Associação Médica de Minas Gerais.

Fernando Mendonçana diretoria da SMP

Márcio Bichara é médico de destaque

Bichara: homenageado

Clóvis Campos/AMMGVera Godoy

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Mais de 200 pessoas foram à festade confraternização do Sinmed-MG,dia 18 de dezembro, na própria sede.Uma demonstração de que o sindicatojá faz parte da vida de muita gente eum voto de confiança na diretoria dacasa, que ficou satisfeita com onúmero de convidados presentes.

Em sua mensagem aos médicos, opresidente Cristiano da Matta Ma-chado lembrou que 2009 foi um anodifícil, que começou com uma criseinternacional, usada como desculpapara não conceder nenhum tipo dereajuste aos médicos: "Mesmo as-sim, tivemos alguns avanços. A prin-cípio, a resposta dos gestores era nãopara tudo, mas, aos poucos, com aunião da categoria, houve alguns

CATEGORIA UNIDA NAS LUTAS E NA HORA DE CONFRATERNIZARFESTA

Como acontece há cinco anos, osorteio do carro foi o momentomais esperado do evento. Concor-reram ao prêmio 5.275 médicosquites com as contribuições sin-dical e social de 2009. A promo-ção é uma estratégia de sucessoadotada pela atual diretoria, comouma forma de incentivar o médicoa se sindicalizar, manter as con-tribuições em dia e valorizar oprofissional. Até agora, foram sor-teados dez automóveis.

Quem ganhou o Renault Lo-gan Authentic foi Wandilza Fá-tima dos Santos, dermatologistaque trabalha no Hospital da

Um presentão de Natal

ganhos. Um exemplo é o reconhe-cimento das 40 horas para os médi-cos do PSF em Belo Horizonte".

O presidente falou também da

presença do sindicato nas lutas dointerior e na importância de se for-mar uma rede de delegados sindicaispara fortalecer a entidade em todo o

Festa reuniu mais de 200 pessoas na sede do sindicatoDiretoria confere o nome do premiado na lista dos médicos concorrentes

Momento também para votar a favor do ato médico

Cristiana Beaumord, da Comissão de Defesa do Médico, entrega o prêmio à Rita de CássiaRosângela recebe o prêmio do diretor Fernando Mendonça

TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009CONFRATERNIZAÇÃO 3

Clínicas e em consultório particular.Logo após o sorteio, ela recebeu,por telefone, a boa notícia e, muitosurpresa, veio com a filha Júlia aosindicato receber o prêmio.

Formada pela UFMG desde 92, eladiz que sempre foi sindicalizada por

reconhecer a importância do sin-dicato na vida dos médicos e queacompanha os acontecimentos pelo"Trabalho Médico": "A entidade unee fortalece a categoria".

Além do carro, foram sorteados doisprêmios-surpresa para os médicos que

estavam na festa de confraternização:um microsystem e convites para a Chur-rascaria Fogo de Chão. A sorte estavamesmo com as mulheres. A primeiracontemplada foi a pediatra RosângelaNazareh. Os convites foram para amédica Rita de Cássia Gomes.

Fotos: Ignácio Costa

Estado. Destacou, ainda, a partici-pação importante da entidade minei-ra em recentes embates pela CBHPMe pela defesa do cooperativismo mé-dico, em Brasília.

Durante o evento, os convidados as-sistiram ao vídeo institucional doSinmed-MG, que acabou de "sair doforno". A produção, com 6 minutos, falaum pouco da missão do sindicato e osserviços que ele oferece, além de trazerexpressivos depoimentos de médicos dointerior e capital.

Aproveitando a noite de festa, osindicato colocou um cartaz e umcomputador para que os presentespudessem participar da votação a favordo ato médico, uma das principaisbandeiras da categoria.

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MÉDICOS DO HPS JOÃO XXIII CONTINUAM COM TRIAGENSEM PROTESTO PELO DESCASO DA FHEMIG COM A CATEGORIA

Desde 20 de outubro, os médicosdo HPS João XXIII vêm mantendo oesquema de triagem dos pacientes naporta do pronto-socorro. Das cerca de300 pessoas que procuram o hospitaldiariamente, 1/3 dos casos, conside-rados emergências de traumas, quei-maduras e intoxicações, são atendidos.Os demais são encaminhados paraoutras unidades de saúde do município.

"A triagem é uma tarefa desgastante,que, muitas vezes, expõe os médicos asituações de grande estresse perante ospacientes, Corpo de Bombeiros, PolíciaMilitar e Samu. O movimento é umaprova de que os médicos estão no seulimite e que, se nada for feito, o JoãoXXIII vai acabar morrendo por falta deprofissionais, pois ninguém mais quertrabalhar lá", avalia o presidente doSinmed-MG, Cristiano da Matta Machado.

Um levantamento feito por umneurocirurgião do hospital e apre-sentado ao sindicato mostra que,nos últimos 35 meses, mais de 30neurocirurgiões deixaram o hospitalpor insatisfação com as condições

JOÃO XXIII

Médicos portam faixas e param o trânsito, em frente ao pronto-socorro

Triagem na porta do pronto-socorro

TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009LUTAS SINDICAIS4

de trabalho e por falta de valori-zação profissional.

Também para chamar a atençãodos gestores e da população, os mé-dicos realizaram, no dia 12 denovembro, uma manifestação emfrente ao hospital. Durante a con-centração, eles usaram coletes pre-tos, distribuíram panfletos para pa-cientes e transeuntes e seguraramfaixas de protesto.

Na última assembléia da categoria,dia 1º de dezembro, os médicos tam-bém decidiram manter a operação"caixa zero", de cunho administrativo,

deixando de preencher as Autoriza-ções de Internação Hospitalar (AIHs)e os formulários de procedimentos dealto custo. Sem esses documentos, aFhemig não tem os valores ressarcidospelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Segundo o presidente, o mo-vimento do João XXIII está inco-modando muito os gestores, mas, atéo momento, eles se negam a negociarcom a categoria. Preferem adotarações intimidatórias, como pedir queos bombeiros chamem a polícia parafazer o boletim de ocorrência no casode recusa de atendimento.

Denúncias

O movimento do João XXIIIcompletou um ano em outubro, deforma ininterrupta. Até o dia 1º dedezembro haviam sido realizadas 21assembléias e dezenas de reuniões dacomissão de mobilização.

A pauta de reivindicações con-tinua a mesma, desde o início do mo-vimento, contemplando, essencial-mente, no aspecto de condições detrabalho, a garantia de equipes com-pletas; fluxo constante e regular demedicamentos, materiais básicos noatendimento de urgência e emergênciae equipamentos; leitos em númerosuficiente para suprir a demanda;transferência dos casos classificadoscomo azul, verde e amarelo para osistema municipal de saúde, liberandoo hospital para atendimento exclusivodos casos graves.

Desde que o movimento começou,são inúmeros os depoimentos dosmédicos sobre situações terríveis queenfrentam no dia-a-dia de trabalho,colocando em risco a vida dos pacien-tes e comprometendo o trabalho dosprofissionais. Muitas delas estão rela-tadas em livros de ocorrência, alocadosno próprio hospital, por sugestão doSindicato dos Médicos.

No aspecto salarial, os médicosreivindicam, principalmente, umsalário-base digno. Hoje, eles ga-nham em torno de R$2.500/mêspara dois plantões semanais de 12horas. A política adotada pelo go-verno é a concessão de abonos, quenão são contabilizados, por exemplo,na hora da aposentadoria e de re-ceber outros benefícios.

Os médicos do Hospital InfantilJoão Paulo II (HIJPII) mantêm, portempo indeterminado, o atendimentoreduzido, assegurando, prioritaria-mente, os casos de urgência e emer-gência. Os demais casos são aten-didos de acordo com a possibilidadedas equipes.

O movimento começou no dia 29de outubro como mais uma forma deprotesto contra os baixos salários, asprecárias condições de trabalho, equi-pes incompletas e sobrecarga de aten-dimento. Os médicos reivindicam,ainda, a equiparação do abono de ur-gência com toda a rede Fhemig; pa-gamento do abono de urgência paratodos os médicos do hospital, inclu-sive os que trabalham na enfermaria eestão à frente dos pacientes em cui-dados semi-intensivos; e adicional deinsalubridade.

Além do atendimento especial, osmédicos do HIJPII também conti-

MÉDICOS MANTÊM ATENDIMENTO ESPECIAL NO HIJPII

JOÃO PAULO II

Fhemig não consegue suspender o movimento

O pedido da Fundação Hospitalardo Estado de Minas Gerais (Fhemig)de antecipação de tutela para sus-pensão imediata do movimento dosmédicos do Hospital Pronto-SocorroJoão Paulo II foi indeferido pelodesembargador Carreira Machado, nodia 10 de novembro.

O advogado do sindicato JoséCosta explica que o objetivo da fun-dação era decretar o movimentocomo ilegal e abusivo, colocando umfim à redução do atendimento e àsações da operação "caixa-zero".

Entretanto, segundo ele, o desem-bargador argumenta que os serviçosindispensáveis ao atendimento dasnecessidades inadiáveis da comuni-dade foram assegurados, não ferindoa Lei de Greve.

Quanto ao não preenchimento dosformulários e a não utilização dosistema SIGH, apesar de “eventual-mente causarem prejuízos à Fhemig”,o desembargador considerou que sãoações que não colocam em perigoiminente a sobrevivência, a saúde oua segurança da população.

nuam com a operação "caixa zero" –não preenchimento das AIHs (Autori-zações de Internação Hospitalar) e

guias de procedimentos de alto custo,e não utilização do SIGH (Sistema deGestão Hospitalar).

Ignácio Costa

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Reunidos em Assembléia Geral Ex-traordinária (AGE), dia 17 de de-zembro, os médicos da MaternidadeOdete Valadares (MOV) deliberarampor manter o movimento de mobi-lização da categoria, que desde o dia 7de dezembro só atende casos deurgência e emergência, suspendendo osatendimentos da demanda espontâneae da oferta de vagas oriundas daCentral de Internação. A AGE foiconduzida pelo diretor do Sinmed-MGEduardo Filgueiras, e contou com aparticipação da advogada do JurídicoBárbara Perini.

No mesmo dia, houve uma reuniãodo presidente do sindicato, Cristiano daMatta Machado, com o presidente daFhemig, Luiz Márcio de Araújo Ramos, ea diretora da maternidade, FátimaGuedes. A direção da MOV se com-prometeu a solucionar os assuntosinternos da maternidade; os de naturezasalarial competem à diretoria da Fhemig.

Durante a AGE os médicos soli-citaram ao sindicato um estudo sobreos reajustes ocorridos nos últimos oitoanos e o ganho real durante esse perío-

ODETE VALADARES

PERITOS MÉDICOS

MÉDICOS DA MATERNIDADE ODETE VALADARES MANTÊM MOVIMENTO

TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009LUTAS SINDICAIS 5

PBH

PROJETO DE LEI DA PBH ESTÁ NA CÂMARA.EXPECTATIVA É DE VOTAÇÃO AINDA ESTE ANO

Atendimento na maternidade foi reduzido por decisão dos médicos

O Projeto de Lei 855/09, que con-cede reajustes aos servidores médicosda rede municipal de Saúde, foi para aCâmara Municipal de Belo Horizonte,no dia 3 de dezembro, mas até ofechamento desta edição não haviasido votado em 1º turno. A expectativaé que isso aconteça ainda em 2009.

Após a Assembléia Geral Extra-ordinária, em 28 de setembro, quandoos médicos decidiram, em votaçãoapertada, incorporar os ganhos daproposta da Prefeitura, o sindicatoparticipou de várias reuniões com osgestores, para fazer os ajustes finais.Para não atrasar ainda mais o pro-cesso, ficou acordado que o projeto iriapara a Câmara da forma como estava eos acertos seriam votados em forma deemendas, apresentadas pela Comissão

de Saúde do Legislativo Municipal.Os benefícios acertados são retroa-tivos a setembro.

Segundo o presidente do sindi-cato, Cristiano da Matta Machado, aproposta apresentada pela Prefeituraficou muito aquém do esperado, ten-do como principais equívocos a con-cessão de abonos e não de salários enão contemplar igualitariamente todaa categoria, trazendo valores dife-renciados conforme a classificaçãoda unidade.

O presidente ressalta, no entanto,que a diretoria do sindicato avalia omovimento como vitorioso, princi-palmente sob o aspecto da mobili-zação: "No início, a Prefeitura senegava a conceder qualquer tipo debenefício e os gestores, que diziam não

estar preocupados com o movimento,se assustaram com sua força. As ne-gociações se prolongaram desde abril,com 18 assembléias realizadas e novedias de paralisações".

Entre os ganhos da campanha estáa conquista das 40 horas para osmédicos do PSF, que até então re-cebiam 20 horas como salário e 20horas como horas extras, uma reivin-dicação antiga que chega ao fim.

O Sinmed-MG também participoudas negociações para reposição dos diasparados. Entre outros itens, ficouacordado que os médicos vão "pagar"quatro dos seis dias faltosos a partir defevereiro/2010, sempre no primeiro sá-bado de cada mês, quando serãoorganizadas atividades de promoção àsaúde nos centros de saúde de BH.

do, descontando a inflação, e umacomparação dos salários da materni-dade com outros hospitais. Entreoutras reivindicações, os médicos daMOV lutam pelo salário mínimo pro-fissional defendido pela Fenam paratodos os médicos que trabalham namaternidade, sem distinção de depar-tamento ou setor; adicional noturno; e

os mesmos valores dos abonos deurgência e emergência concedidos aosmédicos do João XXIII.

Um novo ofício será enca-minhado ao presidente da Fhemig,Luiz Márcio de Araújo Ramos,insistindo no reajuste salarial. Umanova AGE foi marcada para 14 dejaneiro de 2010.

Os médicos peritos previden-ciários de Belo Horizonte procu-raram o Sinmed-MG para solicitaro apoio da entidade na luta, prin-cipalmente, por melhores condi-ções de trabalho. Em reuniãorealizada no sindicato, dia 16 denovembro, os peritos se queixaramda sobrecarga de trabalho e grandepressão por produtividade. Segun-do os médicos, o desestímulo e afadiga têm levado vários colegas ase licenciarem, pedir exoneraçãodo cargo ou entrar com processoprecoce de aposentadoria.

As reivindicações vão desde aincorporação da Gratificação deDesempenho de Atividade Médi-co-Pericial (GDAMP), instituídaem 2004, ao salário; adequação donúmero de horas trabalhadas eatendimentos; até um maior inves-timento no setor de informática,visto que são constantes as quedasno sistema de software, obrigandoos peritos a refazerem o trabalho, efator limitante no andamento eatendimento do número de pe-rícias por dia.

"A categoria está insatisfeita,sem estrutura para realizar umbom trabalho e, com isso, osmédicos estão ficando doentes eos segurados desassistidos. A ten-dência é o esvaziamento aindamaior dos quadros periciais, senada for alterado", diz o diretor dosindicato Marco Antônio Torres,que acompanhou a reunião dacategoria, juntamente com odiretor Jacó Lampert.

Marco Antônio explica que aAssociação Nacional dos Médi-cos Peritos (ANMP) já está fa-zendo um trabalho junto àFederação Nacional dos Médicos(Fenam) no sentido de construiruma pauta nacional das reivin-dicações. "Além de atuar em ní-vel local, com a gerência de BeloHorizonte, o Sinmed-MG tam-bém pretende participar desseprocesso", diz.

Peritos médicos procuramo sindicato

RP Comunicação

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TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009LUTAS SINDICAIS6

Embora tenham decidido peloencerramento dos plantões, os médicosdo Núcleo Materno-Infantil da Mater-nidade Odete Valadares do HospitalNossa Senhora das Graças estão sendoobrigados a continuar trabalhando, sobliminar judicial emitida após a Prefeituradecretar intervenção na maternidade.A diretora de Defesa Profissional doSinmed-MG, Maria Madalena dos San-tos e Souza, afirma que o sindicato jáestá tomando as providências legaiscabíveis para contestar a liminar.

Segundo Madalena, na ação contraos médicos, a Prefeitura deu a en-tender que se trata de greve e, por isso,na liminar, o juiz proíbe qualquerparalisação, o que não é o caso. "Osmédicos querem é deixar de realizar osplantões e isso a Justiça não pode

obrigá-los", afirma.Na seqüência dos acontecimentos, os

ginecologistas do Hospital Municipalque foram deslocados para a Mater-nidade Odete Valadares acabam de rom-per os contratos com a Prefeitura. "Elessão ginecologistas e não concordamcom a determinação de trabalharemcomo obstetras em outro hospital",explica Madalena.

Negociações voltam à estaca zero

Depois de não cumprir a contra-proposta apresentada e aceita pelosmédicos, a diretoria do hospital, natentativa de uma nova negociação,convocou, no dia 12 de novembro, umareunião com a presença do Sinmed-MG,do promotor de Justiça, do secretário

municipal de Saúde e do Conselho deSaúde de Sete Lagoas.

"Após cinco horas de reunião foiacordado com as partes que a propostados médicos seria atendida, com atransferência de recursos da SMS a titulode subvenção no valor de R$160 mil.Também ficou decidido que a secretáriade Saúde do município assumiria opagamento do 2º pediatra e do 3ºobstetra", conta a diretora.

O que aconteceu depois pegou atodos de surpresa, descreve Madalena:"Com a ata já lavrada, lida e assinadapelos presentes, inclusive pelo secretariode Saúde, José Orleans, o diretor admi-nistrativo do hospital, Edmilson Moura,se recusou a assinar o documento. Emsolidariedade a ele, a diretora técnica dohospital, Maria Ribeiro, também não

assinou e o secretario de Saúde sus-pendeu a sua assinatura".

Segundo Madalena, o diretor admi-nistrativo alegou que não concordavacom o pagamento de 30% a mais noplantão noturno, embora o assuntotivesse sido amplamente debatido eacordado na reunião, constando in-clusive na ata lida para todos: "Tudo vol-tou à estaca zero", diz.

Diante dessa situação, a diretoraafirma que os médicos só aceitam con-tinuar na maternidade se tiverem as suasprincipais reivindicações atendidas –pagamento de valor fixo de plantão deR$ 500, com adicional de 30% nosplantões noturnos, feriados e finais desemana e pró-labore. "Caso contrário,vão mesmo encerrar os atendimentosassim que a liminar for derrubada", diz.

SETE LAGOAS

PREFEITURA DECRETA INTERVENÇÃO NA MATERNIDADE,ENQUANTO MÉDICOS AGUARDAM UMA SOLUÇÃO

MÉDICOS DECIDEM ENTRAR COM AÇÕES TRABALHISTAS E SE PREPARAM PARA A CAMPANHA SALARIAL DE 2010

Os médicos da rede pública deUberlândia, com o apoio do Sindicatodos Médicos de Minas Gerais, deli-beraram que vão entrar com ações indi-viduais contra a Fundação MaçônicaManoel Santos pleiteando direitos tra-balhistas lesados. A decisão foi tomadadurante Assembléia Geral Extraordi-nária, no dia 10 de novembro.

A advogada do sindicato Sônia Cou-to enumera as principais irregularidadespraticadas pela fundação: o valor dosalário-base é inferior ao salário mínimoda categoria; os plantões e atendimentode ambulatório são pagos de formasimples, quando na verdade deveriamser pagos como horas extras, com oacréscimo de, no mínimo, 50%; e ashoras extras são pagas em númeromenor que as horas efetivamenteprestadas. Também há diferenças nopagamento do adicional de insalu-bridade e a não integração do adicionalnoturno e do adicional de insalubridadena base de cálculo das horas extras pagas.

Sônia orienta aos médicos que pro-curem o advogado Eduardo SerafimAbrantes, nos telefones (34) 3236-9234 ou

UBERLÂNDIA

(34) 3234-5701. É necessário providenciarcópias da Carteira de Trabalho, contrato detrabalho e recibos de pagamentos dosúltimos cinco anos. Aqueles que tiveremcópia das escalas de plantão e do con-trole de jornada também podem levar.

A advogada lembra que os mé-

dicos em dia com o pagamento dascontribuições sindical e social te-rão direito ao ajuizamento da açãosem nenhum ônus. Para quitar dé-bitos atrasados, é só entrar emcontato com o Sinmed-MG, notelefone (31) 3241-2811.

Luta continua em 2010

Devido à falta de acordo com aPrefeitura, os médicos já estão pre-parando a campanha salarial de 2010. En-tre as ações em andamento está a reali-zação de uma enquete com os colegaspara saber a opinião de cada um sobreos próximos passos do movimento.

A diretora de Defesa Profissionaldo Sinmed-MG, Maria Madalena dosSantos e Souza, enumera as principaissugestões apresentadas pela categoriadurante a última AGE, no dia 10 denovembro: paralisações progressivas,com triagem na porta das unidades desaúde; paralisação por tempo in-determinado; demissão coletiva, lem-brando que a demissão é um ato indi-vidual e que será coletiva enquantoatitude política; suspensão do movi-mento; e abstenção.

"A mobilização e participação detodos são fundamentais para fortalecero movimento e avançar na luta peloexercício da medicina com qualidade eum atendimento digno para a popula-ção de Uberlândia", ressalta Madalena.

Unidade da rede pública de saúde de Uberlândia

Arquivo

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Com o respaldo do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, os médicosda Administração Municipal de Rapo-sos, na Região Metropolitana, inicia-ram, em novembro, um movimentoreivindicatório por melhorias dascondições de trabalho e salariais.

Os profissionais se queixam,principalmente, do valor pago peloplantão de 12 horas – R$300, semdiferencial para finais de semana eferiados; e da não-realização deconcurso público desde 2003.

A pauta de reivindicações, decididaem assembléia, foi enviada, dia 10 denovembro, ao prefeito do município,João Carlos da Aparecida, e à secre-tária municipal de Saúde, GeisevaneAparecida Fróes Magalhães.

Além de melhoria das condiçõesde trabalho, o documento contempla:realização de concurso público parapreenchimento das vagas; reajuste novalor dos plantões de R$300 paraR$600; implantação do Programa deSaúde da Família – PSF; adicional de

fim de semana de 30% do salário-base, para plantões realizados a partirdas 19h da sexta-feira até às 7h dasegunda-feira; adicional de desloca-mento de 30% do salário-base, umavez que nenhum dos médicos re-sidem no município; vale-refeiçãomensal no valor de R$100; incor-poração das gratificações ao salário-base; extensão dos benefícios con-quistados aos médicos contratados; eimplantação do Plano de Cargos,Carreira e Vencimentos.

SINDICATO ENVIA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES

TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009LUTAS SINDICAIS

PREFEITURA PROMETE REALIZAR CONCURSO,MAS NÃO CONCEDE MELHORIA SALARIAL

RIBEIRÃO DAS NEVES

CONTRAPROPOSTA OFERECE REAJUSTE DE 16%

RAPOSOS

BARÃO DE COCAIS

Os médicos da rede pública de Barãode Cocais lotados no Hospital Mu-nicipal Waldemar das Dores resolveramsuspender a paralisação, programadapara o dia 2 de dezembro. A iniciativaaconteceu depois que os gestoresapresentaram, em reunião realizadadia 30 de novembro, uma contrapro-posta concedendo aumento salarial de16% a partir de janeiro de 2010 eadicional de insalubridade sobre osalário-base da categoria. A categoriaespera agora um documento oficialcom os itens acordados.

O movimento por melhores con-dições de trabalho e concessão de ou-

tros benefícios continua, segundo omédico da Prefeitura Danilo OliveiraGonçalves. Novas reuniões serão agen-dadas com os gestores para esse fim.

Falta de concurso é problema

O movimento dos médicos deBarão de Cocais se estende desde oinício de agosto, quando uma pauta dereivindicações foi construída e enviadaao secretário de Saúde, AntônioEustáquio de Almeida, e ao prefeito,Geraldo Abade das Dores.

A princípio, a Prefeitura negou todosos pedidos, obrigando os médicos a

"endurecerem" o movimento com aprogramação de paralisações, comoaconteceu no dia 26 de novembro.

A realização de concurso público éum dos principais itens da pauta, vistoque a maioria dos médicos do mu-nicípio são contratados. As rei-vindicações contemplam ainda váriosaspectos relacionados às condições detrabalho e a uma melhoria da gestão dasaúde no município. No campo salarial,eles pedem a concessão ou adequaçãode valores de vários abonos e reade-quação e definição da carga horária dosmédicos que integram o PSF em 40horas semanais, entre outros.

Em campanha desde fevereiro, osmédicos da rede pública de Ribeirão dasNeves aceitaram a proposta da Prefei-tura de realização de concurso públicopara carga horária de 40 horas, comdata ainda a definir. Também concor-daram com a nova meta de atendi-mento de 33 fichas para cada doze ho-ras de trabalho, respeitando as especi-ficidades de cada especialidade.

A proposta foi apresentada pelasecretária municipal de Governo, AneteCeci Peixoto, o secretário de Saúde, JoãoMarcelo Guimarães, e o secretário de Fi-nanças, Alderano Arja Alves, durante reu-

nião com o diretor do Sinmed-MG, Fer-nando Mendonça e o representante dos mé-dicos, Rodrigo Leão, no dia 16 de outubro.

Segundo Fernando Mendonça, essesitens acordados representam um avanço.A realização de concurso público é umimportante passo para resolver o pro-blema das escalas incompletas, uma dasprincipais queixas apontadas pela cate-goria. "A situação está só se agravando.Vários profissionais estão pedindo de-missão em função da realidade da saúdeno município", comenta. O diretorafirma, ainda, que o volume de consultaspor especialidade, fixado sob acordo,

também foi um ganho significativo.Entretanto, Mendonça ressalta que a

proposta dos gestores não contempla asreivindicações de reajuste salarial emelhoria das condições de trabalho, asduas maiores lutas da categoria desde oinício do movimento. "Além de saláriosmais justos, os médicos reivindicam areforma física das unidades; materiais,equipamentos e medicamentos adequa-dos; e a solução para as várias outrasirregularidades que prejudicam nãoapenas os profissionais, mas, principal-mente, a população, que vem sofrendocom a precariedade do atendimento", diz.

O Sindicato dos Médicos estáajuizando ações individuais contraa Prefeitura de Pedro Leopoldo e aFundação São Vicente de Paula. Omotivo é a demissão, no dia 30 desetembro, dos cerca de 40 médicosque foram contratados pela fun-dação, com Carteira de Trabalhoassinada em 1º de junho, paratrabalhar no pronto-atendimentodo município. Uma outra empresaassumiu a prestação dos serviços eos médicos continuam trabalhan-do, porém sem contrato formal.Além disso, não receberam opagamento do mês de setembro,parte do pagamento de julho e asverbas rescisórias.

No dia 30 de novembro, du-rante reunião na Prefeitura, os se-cretários de Saúde, Administração eFazenda e representante da funda-ção propuseram aos médicos opagamento da rescisão do contratode trabalho e os salários atrasadosem dez parcelas. O pagamento seriaefetuado na Justiça do Trabalho,mas não apresentaram detalhessobre o procedimento.

Na avaliação do departamentoJurídico do sindicato, os valoresque a Prefeitura se dispôs a pagarsão muito inferiores aos devidosdireitos. "Nesse caso, a orientaçãoé que os médicos continuem pro-curando o Sinmed-MG. Para ajui-zar as ações é preciso ser sindi-calizado e estar em dia com ascontribuições", explica a advo-gada Sônia Couto.

Segundo Sônia, os documen-tos necessários são recibos depagamento de junho, julho eagosto/2009 e Carteira de Tra-balho ou cópia dos dados pes-soais e do contrato com a Fun-dação São Vicente de Paula.

Sônia lembra que as au-diências com os quatro pri-meiros médicos que ajuiza-ram ações estão marcadas pa-ra 25 de janeiro.

Demissões:sindicato ajuíza ações

PEDRO LEOPOLDO

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Nova AGE acontece em janeiro

TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 20098

O Sindicato dos Médicos está prepa-rando uma enquete, a ser respondida pormédicos das várias unidades de saúde,para conhecer os principais problemasda rede municipal de Betim e também asexpectativas da categoria em relação àcampanha salarial de 2010.

Depois de 12 assembléias e oitomeses de campanha, em que os médicosde Betim mostraram muita garra para lutarpela melhoria das condições salariais e detrabalho no município, a categoria resol-veu em Assembléia Geral Extraordinária(AGE), dia 14 de outubro, suspendertemporariamente a operação "caixa zero".

Iniciado em 2 de julho, o "caixa zero",que consiste no não preenchimento dasAutorizações de Internação Hospitalar(AIHs) e de outros documentos ad-ministrativos para dificultar o paga-mento dos procedimentos pelo SUS, foia principal estratégia do movimento.

Apesar da decisão de suspensão do"caixa zero", os médicos são unânimesem afirmar que o que foi concedidopela Prefeitura está longe de atenderos anseios da categoria e não vairesolver o problema da falta de pro-fissionais no município.

Desde fevereiro de 2009, osmédicos estão em discussão com aAdministração Municipal de Divi-nópolis, em busca de soluções paraos graves problemas do Pronto-So-corro Regional. As condições detrabalho são precárias, os saláriosmuito defasados, a escala de plan-tões médicos deficiente, compro-metendo a qualidade do atendimen-to aos pacientes.

Como parte da luta da categoriano município, foi realizada, no dia21 de novembro, a audiência pú-blica "A preocupação do médicoem relação à saúde pública deDivinópolis", mas que, segundo omédico Alberto Gigante, ficouaquém do esperado: "Nós não con-seguimos discutir como gostaría-mos os principais assuntos, comoas condições precárias de trabalho,a falta de um plano de carreiraadequado, de leitos para o hospital ede médicos nos plantões da uni-dade de atendimento dos doentesgraves no pronto-socorro, nas uni-dades básicas de saúde e na policlínica".

Documento entregue no sindi-cato, e elaborado após reunião dosplantonistas no dia 7 de dezembro,relata que, embora desde o início aPrefeitura tenha reconhecido agravidade da situação, nenhuma daspromessas foi cumprida.

Diante dessa situação, o docu-mento informa que os médicos re-solveram tomar algumas atitudesem relação à redução do atendi-mento no pronto-socorro, a partirdo dia 17 de dezembro.

No documento, os médicos tam-bém apresentaram algumas pro-postas para a implementação doPlano de Cargos, Carreira e Salá-rios (PCCS), incluindo a criação docargo de médico plantonista e ins-tituição de gratificações.

Todos esses assuntos serão dis-cutidos com o sindicato em As-sembléia Geral Extraordinária mar-cada para o dia 4 de janeiro, nomunicípio. A primeira AGE acon-teceu no dia 24 de agosto.

O departamento Jurídico doSinmed-MG está estudando váriosaspectos da nova lei. Além de nãocontemplar as reivindicações dosmédicos, traz prejuízos para muitosprofissionais com a substituição,por incentivos, da GEMP (Grati-ficação Especial Médico Planto-nista) e da GE (Gratificação Espe-cial), instituídas no ano passadopela Lei 4.625, ora revogada.

Por isso, o sindicato pede a todosos médicos de Betim que enviemos contracheques do período deabril/2008 a setembro/2009, já comos incentivos, para que o Jurídicopossa avaliar os prejuízos causadoscom a revogação da Lei 4.625, asconseqüências da aplicação da novalei, bem como as alterações ocorridasnas tabelas do Plano de Cargos,Carreira e Vencimentos.

BETIMDIVINÓPOLIS

VARGINHA

Médicos de Betim, tragam seu contracheque

Em Varginha, no Sul do Estado, odelegado sindical Adrian NogueiraBueno reuniu-se, dia 1º de dezembro,com o prefeito do município, EduardoCarvalho; o secretário de Saúde, FaustoGeraldelli; o diretor clínico do HospitalBom Pastor, Luiz Roberto Lajara; e comos representantes de cada clínica dohospital, para discutir os principaisproblemas enfrentados pela categoria.

Segundo Adrian, a reunião foi muitoprodutiva, embora não atenda a todas asreivindicações. "A Prefeitura se compro-meteu a resolver questões importantescomo o pagamento dos salários atra-sados há quase um ano e a falta dematerial hospitalar, o que foi um avanço.Mas, questões como equipes in-completas e reajuste no valor dosalário-base ainda estão pendentes",declarou o delegado sindical.

Segundo ele, os salários atrasados de

algumas áreas clínicas começam a serpagos em dezembro de 2009. Outras sóvão receber em 2010, da seguintemaneira: IH produção SUS – início emdezembro 2009 a março 2010; oncolo-gia – início em março de 2010, divididoem 10 parcelas; quimioterapia – inícioem março 2010, dividido em 4 parcelas;radioterapia – início em dezembro de2009 a abril de 2010; cirurgia oncológica- início em dezembro de 2009 a maio de2010; cirurgia cabeça e pescoço – inícioem dezembro de 2009 a abril de 2010; ecirurgia geral – início em dezembro de2009 até março de 2010.

Histórico do movimento

A primeira Assembléia GeralExtraordinária (AGE) dos médicos daadministração municipal de Varginhaaconteceu dia 29 de setembro, quando

também foram eleitos o delegado sin-dical Adrian Nogueira e a suplenteMaria Letícia Tostes Gazzinelli. Nasegunda AGE, dia 12 de novembro,conduzida pelo presidente do Sindi-cato dos Médicos, Cristiano da MattaMachado, foi realizada oficialmente acerimônia de posse do novo delegadosindical e da suplente.

Os médicos relatam, entre osprincipais problemas do município, acontratação precária; o pagamentoesporádico e sem qualquer previsibi-lidade dos honorários; inexistência deplano de cargos e carreiras; necessidadede melhoria salarial; falta de equi-pamentos e medicamentos no HospitalBom Pastor, bem como nos postos desaúde e prontos-socorros. Além disso, acategoria se queixou de que as per-seguições promovidas pelo Poder Pú-blico são recorrentes.

LUTAS SINDICAIS

MÉDICOS DE BETIM VOLTAM A ASSINAR AIHSE JÁ SE PREPARAM PARA CAMPANHA EM 2010

PREFEITURA VAI ACERTAR SALÁRIOS ATRASADOS

Segundo o presidente do Sinmed-MG, Cristiano da Matta Machado, em-bora as conquistas estejam muitoaquém das reivindicações, a categoriasai fortalecida e mais preparada paranovos embates: "A campanha desteano mostrou a força e a união dosmédicos de Betim, que aderiram deforma maciça à operação caixa zero.Com a pressão dos médicos, a Pre-feitura, que a princípio só concederiaum abono único de R$80 para os

servidores, foi obrigada a negociar e aapresentar uma proposta".

Matta Machado explica que o Projetode Lei Nº. 235/2009, instituindo in-centivos, foi enviado ao Legislativo eaprovado na Câmara Municipal de Be-tim, à revelia da categoria: "Os médicossempre lutam por salário-base e não porincentivos, que não são incorporados àremuneração dos servidores nem cons-tituem base de cálculo de nenhuma van-tagem remuneratória", diz o presidente.

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TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009 9DEFESA DO MÉDICO

Discutir os principais problemas esoluções nos atendimentos de urgência eemergência na saúde pública e suple-mentar no país. Foi com esse objetivoque a Federação Sudeste dos Médicos(Fesumed) e a Federação dos Médicos doEstado de São Paulo (Femesp), com oapoio do Sindicato dos Médicos de Mi-nas Gerais (Sinmed-MG) e do Sindicatodos Médicos do Estado de São Paulo(Simesp), realizou o seminário sindical"O Trabalho Médico nos Serviços deUrgência e Emergência".

O evento aconteceu dias 8 e 9 deoutubro, no Hotel Liberty, em BeloHorizonte, e contou com a participaçãode representantes de entidades médicas egestores do país. A iniciativa do semi-nário foi elogiada por todos. Algunssindicatos vão levar a idéia para seusEstados, como é o caso do Simesp.

Na noite de abertura do evento,Roberto D´Ávila, presidente do Conse-lho Federal de Medicina (CFM), destacouque hoje apenas 5% dos estudantes demedicina desejam trabalhar na área, oque poderá, num futuro próximo,inviabilizar o serviço. Para ele, "a uniãodas entidades médicas do país com oMinistério Público e com os usuários darede pública e privada é fundamental nabusca de soluções".

"Emergência torna médicos doentes"

Na condição de presidente daFesumed e do Sindicato dos Médicos deMinas Gerais, o anfitrião do evento,Cristiano da Matta Machado, destacouque o sistema de urgência e emergênciado país passa por grandes dificuldades:"A atenção básica, por exemplo, nãoconsegue controlar os casos de doençascrônicas que, agudizadas, acorrem àsurgências, sobrecarregando um sistemajá estrangulado. Entre outros problemas,faltam leitos para transferências dospacientes. Eles permanecem internadospor semanas nas salas de urgência, que setransformam em CTIs improvisados".

O presidente também demonstrousua preocupação com a residência

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

SEMINÁRIO SINDICAL, EM BELO HORIZONTE, DISCUTE O TRABALHO MÉDICO NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Abertura do evento, prestigiada por representantes de várias áreas

Mesa que discutiu a urgência e emergência na saúde pública

Sindicato dos Médicos de MinasGerais participou ativamente da

organização do evento que discutiuo assunto sobre os diversos ângulos

médica: "Eu não enxergo a emergênciacomo carreira. Acho que é preciso terum segmento de carreira porque a emer-gência torna os médicos doentes", decla-rou, propondo que se construa uma áreade atuação na residência médica, nacirurgia e até mesmo na anestesiologia.

Situação precária em Minas

Na mesa-redonda "O Trabalho Médi-co no Serviço de Urgência e Emergênciana Saúde Pública", Carla Queiroz, se-cretária municipal de Saúde de RibeirãoPreto, enfatizou a necessidade de umbom atendimento e de maior atenção aopaciente no setor de urgência e emer-gência. Segundo ela, estratégias como ade Ribeirão Preto, que implantou umacâmara técnica de urgência e emergênciacom capacitação de recursos humanos,centralização das escalas e um comandoúnico do complexo, são vitais para obom funcionamento do setor, queatualmente engloba a regulação, o Samue o pronto-atendimento.

Fernando Mendonça, diretor de Co-municação do Sinmed-MG, afirmou queMinas Gerais tem o segundo menorgasto com saúde e falou da precariedadeda situação em muitos hospitais, inclu-sive no interior, com falta de médicos ede investimento adequado em infra-estrutura e materiais de trabalho. ParaMendonça, além dos baixos salários, afalta de condições de trabalho é um fatorque afasta os profissionais do serviço deurgência e emergência e ajuda a explicaro porquê de apenas 5% dos estudantes

terem vontade de trabalhar nessa área.Paula Martins, gerente de Urgência e

Emergência da Secretaria Municipal deSaúde de Minas Gerais, reconheceu que aRede de Atenção à Urgência e Emer-gência do SUS-BH passa, atualmente, pordiversos problemas. Entre eles, escalasincompletas, profissional necessitando demelhor qualificação em urgência, super-lotação, necessidade de adequação de al-gumas áreas físicas, insuficiência de leitosde retaguarda e de terapia intensiva, insu-ficiência na estrutura dos municípios vi-zinhos e diferentes linguagens na rede.

Cid Carvalhaes, presidente do Simesp,destacou que a solução para a melhoriados serviços de urgência e emergência nopaís é bandeira de toda a categoriamédica: "Se a classe médica não encararefetivamente a discussão de forma ampla,consistente e democrática, as discussõessobre melhoria no setor não vão acon-tecer. É necessário enfrentarmos comdeterminação os desafios existentes".

Também declarou que, se houver umplanejamento adequado com os recursosatuais, é possível melhorar a eficácia dotrabalho no setor.

Saúde suplementar

O serviço de urgência e emergênciana saúde suplementar também foidiscutido no seminário. O diretor deProvimento da Saúde da Unimed-BH,Luiz Otávio Fernandes de Andrade, disseque a melhoria desses serviços na saúdesuplementar requer uma série de mu-danças, entre elas acessibilidade e sufi-ciência de rede; orientação adequada dademanda; rede integrada e qualificada emrelação à estrutura, processos e resulta-dos; satisfação do cliente; satisfação docorpo clínico e prestador; e sustentabilidade.

Para José Augusto Ferreira, presidenteda Federação Nacional das CooperativasMédicas (Fencom), alguns dos principaisproblemas da urgência e emergência hojesão remuneração inadequada, alta rota-tividade, falta de vínculo e grande volumeno atendimento do setor, que não cre-dencia médicos dos hospitais e faz darede hospitalar sua rede de atendimento.Segundo ele, a contratualização pode seruma saída para melhorar a situação.

Maria Rita Brasil, vice-presidente doSindicato dos Médicos do Rio Grande doSul (Simers), disse que "a realidade dosmédicos da emergência no RS não émuito diferente". Moacyr Perche, presi-dente do Sindicato dos Médicos de Cam-pinas e Região e delegado do Cremesp,afirmou que em Campinas o honorário éo primeiro fator para a fixação dosmédicos, tanto no setor privado quantono setor público.

Fotos: Ignácio Costa

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TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Fenam debate o Plano Nacional de Ação Sindical para 2010

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Cada vez mais, os sindicatos da ca-tegoria médica estão aprimorando a co-municação com seus públicos. Provadisso foi a realização, no Rio de Janeiro,do I Encontro Anual de Assessores deComunicação das Entidades MédicasSindicais (EACEM). A iniciativa daFenam (Federação Nacional dos Médi-cos) atingiu plenamente o objetivo deintegrar e promover a troca de expe-riências entre as assessorias de comu-nicação de sindicatos de todo o país.

Participaram 35 representantes de 18sindicatos médicos: Niterói e Região,Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,Ceará, Santos e Região, Pernambuco,Rio Grande do Norte, São Paulo, Ama-zonas, Tocantins, Campinas, Rondônia,Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso doSul, Distrito Federal e Goiás. A jornalistaRegina Perillo, que acompanha há cincoanos a trajetória do Sinmed-MG, re-presentou o sindicato mineiro.

Temas abordados

Um dos temas mais interessantes doevento foi "A criação de espaçosalternativos de divulgação". O debatemostrou que praticamente todos ossindicatos já entraram ou estão sepreparando para utilizar as novas mídias,por exemplo, os blogs e o twitter.

Já os sites, considerados uma dasformas mais ágeis de chegar até omédico, têm recebido investimentosconstantes das entidades. Mesmo assim,ainda existe um grande trabalho a serfeito no sentido de "educar" o médico abuscar as notícias e utilizar as fer-

ENTIDADES MÉDICAS

ENCONTRO DA FENAM DISCUTE A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NAS ENTIDADES MÉDICAS SINDICAIS

COMUNICAÇÃO

Evento reuniu assessores de comunicação de sindicatos de todo o país

ramentas de interação proporcionadaspela web, como os serviços fale conosco,a ouvidoria sindical ou atualização decadastro. Por outro lado, é necessário umgrande esforço das assessorias de co-municação para manter o conteúdoeletrônico atualizado e atraente.

Entre as mídias tradicionais, o rádiofoi considerado a mais eficiente parainformar a população e os própriosmédicos sobre decisões importantes dacategoria, como uma paralisação.

Não existe receita única

Segundo a jornalista do Sinmed-MG, Regina Perillo, depois de ouvir osvários depoimentos, a conclusão é quenão existe uma receita de comunicaçãoúnica para todos os sindicatos. A me-lhor forma de "conversar" com os mé-dicos e com a imprensa vai dependerda realidade de cada sindicato e decada cidade.

O Conselho Deliberativo da Fe-deração Nacional dos Médicos (Fe-nam) e dirigentes dos sindicatosmédicos de todo o país reuniram-seem Florianópolis, no dia 27 de no-vembro, para debater o Plano Na-cional de Ação Sindical, que seráimplementado em 2010. Do Sindi-cato dos Médicos de Minas Gerais(Sinmed-MG) estavam presentes opresidente, Cristiano da Matta Ma-chado; a secretária geral, AméliaPessôa; o diretor administrativo fi-nanceiro, Jacó Lampert; e o ouvidorsindical, Márcio Bichara. Jacó eBichara exercem também funções,respectivamente, de Secretário deFinanças e Secretário de Saúde Su-plementar da Fenam.

Entre as propostas para opróximo ano estão a divulgação doPlano Modelo de Carreira Médicaelaborado pela federação; a realiza-ção de encontros nacionais pelaimplantação ou reforma do Planode Cargos, Carreira e Vencimentosno SUS; a luta pela regulamentaçãoda EC29; e a movimentação pelaaprovação, no Congresso, dos Pro-jetos de Lei 3.734/08 e 140/09, quefixam o salário mínimo profissionaldos médicos.

Para Cristiano da Matta Macha-do, o Plano de Ação Sindical re-sume as lutas históricas da catego-ria nos últimos anos e incentivauma ação conjunta de todo o mo-vimento médico brasileiro.

uma coluna semanal do sindicatono principal jornal da cidade custapouco mais de R$ 4 mil reais. Em BeloHorizonte, custaria mais de R$ 100 mil.

O tamanho da estrutura de comu-nicação de cada sindicato tambémmuda muito. Nos sindicatos de Recifee Santos, por exemplo, há apenas umprofissional da área. Já Minas Gerais,conta com uma jornalista e duasestagiárias trabalhando internamente eo suporte de uma empresa externa,também responsável pela elaboraçãodo jornal “Trabalho Médico”. O sin-dicato com maior estrutura é o do RioGrande do Sul, com uma equipeinterna de 12 profissionais, além deempresas contratadas.

"A lição final é que, independen-temente do estágio atual do departa-mento de comunicação, todos os sindi-catos já perceberam a importância deutilizar essa ferramenta para falar comseus públicos e colocar a visão dacategoria sobre os diversos problemasque afligem a saúde no país", diz Fer-nando Mendonça, diretor de Comuni-cação do Sinmed-MG.

PLANEJAMENTO

"Notamos que nas cidades menoresesse relacionamento é mais estreito, osindicato passa a ser fonte para tudo quese relacione à saúde e existe um laço atéde amizade entre os jornalistas e osdirigentes sindicais. Nas cidades maio-res, com entidades mais estruturadas, aimprensa é mais focada e os espaçosmais disputados", diz.

O custo da comunicação tam-bém varia de Estado para Estado.Em Alagoas, por exemplo, manter

RP Comunicação

Alguns dos produtos da Comunicação do Sinmed-MG

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TRABALHO MÉDICO - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009 11DEBATE

O Sindicato dos Médicos de MinasGerais tem participado de várias lutasrelacionadas à saúde suplementar. Nodia 7 de dezembro, o presidente doSinmed-MG e anestesiologista, Cris-tiano da Matta Machado, teve presen-ça de destaque na reunião promovida,em Brasília, pela Federação Brasileirade Cooperativas de Anestesiologistas(Febracan), com membros do Con-selho Administrativo de Defesa Eco-nômica (CADE) e da Secretaria deDireito Econômico (SDE), do Gover-no Federal. O principal objetivo doencontro foi discutir a ClassificaçãoBrasileira Hierarquizada de Proce-dimentos Médicos (CBHPM).

Matta Machado explica que algumasoperadoras de saúde denunciaram aCBHPM por tabelar preços dos ho-norários médicos, dizendo que a práticaconfigura cartealização. Durante areunião, o presidente, que também re-presentava a Federação Nacional dosMédicos (Fenam), argumentou que aacusação não procede, porque "naprática, a CBHPM não é uma tabela fixa;tem, inclusive, na própria constituição,uma probabilidade de variação de 40 %,o que confere a ela um caráter maisamplo do que esse discurso de ali-nhamento e de tabelamento de preço."

Na avaliação do dirigente, o en-contro foi importante para esclarecerao CADE a posição das entidadesmédicas sobre as cooperativas de ma-neira geral e para explicar o objetivoreal da criação da CBHPM: "A ques-tão é de fato complexa, mas acho queconseguimos ampliar o leque de co-nhecimento a respeito da visão de co-mo trabalham os médicos e como asoperadoras de plano de saúde com-pram os serviços desses profissionais".

Audiência debate reajuste

No dia seguinte à reunião com oCADE, o presidente do sindicato par-ticipou, juntamente com o ouvidor doSinmed-MG e diretor de Saúde Su-plementar da Fenam, Márcio Bichara, deaudiência pública, na Câmara dosDeputados, solicitada pela Procuradoria

Geral do Trabalho. O objetivo foi dis-cutir as relações da categoria médicacom as operadoras de saúde.

A audiência foi resultado das açõesda Fenam junto ao Ministério Públicodo Trabalho na tentativa de estabelecerum consenso em torno dos reajustesdos honorários pagos aos médicos pelasoperadoras e planos de saúde. De acor-do com a entidade, desde 2004, osmédicos que atendem os pacientes pormeio de planos de saúde não recebemreajustes e os aumentos regularmenterepassados aos usuários não repercutemnos honorários pagos à categoria.

"Nós fizemos uma representaçãoao Ministério Público do Trabalho,solicitando a intermediação nessarelação conflituosa existente hojeentre os médicos, os seus honorários eos planos de saúde. O MPT fez aintermediação, mas as operadoras serecusaram a criar uma mesa nacionalou estadual de negociação com osmédicos", explicou Márcio Bichara.

Durante a audiência, Bichara in-formou que o valor médio pago porconsulta no Brasil é de R$ 38. Emalgumas regiões, os médicos chegama receber cerca de R$12. Disse,ainda, que os honorários hoje re-presentam 20% do custo das opera-doras, mas já chegaram a representar40%. "Isso é aviltante. Agora, o mai-or problema é que as empresas vãoter de vender planos de saúde semespecialistas, porque a Fenam vemalertando que há especialidades quevão se descredenciar em massa e oEstado precisa intervir nessa rela-ção", desabafou o dirigente.

No fim do encontro, Bichara elo-giou a postura dos deputados. "Achoque foi excelente. Criamos um fatopolítico ao abrir a discussão nacomissão e sensibilizamos os parla-mentares para o papel da Câmara naquestão dos honorários médicos.Acreditamos que essa comissão vainos ajudar a aprovar o projeto e creioque, com essas atuações políticas,vamos solucionando o problema doreajuste anual do contrato com asoperadoras", finalizou o secretário.

O presidente do Sindicato dosMédicos de Minas Gerais, Cristianoda Matta Machado, foi o coordenadorda mesa – "O exercício da profissãomédica", na Associação Médica deMinas Gerais (AMMG). O tema fezparte do fórum "O Médico, o Sonhoe o (Des) Encanto, promovido pelaAMMG, dias 20 e 21 de novembro.

A iniciativa foi muito elogiadapelos presentes. Para o presidente dosindicato, "foi uma rara oportunidadede discutir o trabalho do médicosobre um ângulo mais humano,abordando todos os problemas queafligem a profissão nos dias de hoje.A aceitação do fórum foi uma provade que é preciso aprofundar maisnessas questões".

O presidente destacou que o fatode lidar com o bem mais precioso doser humano, a saúde, é uma prer-rogativa do médico e faz parte dosmedos que ele precisa vencer. Re-conhece que essa vulnerabilidade au-mentou: "Os próprios médicos dei-xaram que isso acontecesse. Hoje, háuma hemorragia no respeito, na dig-nidade e na auto-estima do médico,que pode melhorar com um trabalhoconjunto das entidades médicasvisando uma valorização dessesprofissionais e um resgate dos valoresfundamentais da profissão", diz.

No mesmo bloco, sobre oexercício da profissão, o presidente daAssociação Médica de Minas Gerais,José Carlos V. Collares Filho, disseque antes ser médico era sinônimo de

ser rico, e que muitos ainda ingressamna profissão com essa expectativa: "Aprioridade financeira também aparecena escolha das especialidades maislucrativas, quando o determinantedeveria ser a vocação. Tudo isso levaao desencanto", diz.

Para João Batista Gomes Soares,presidente do Conselho Regional deMedicina (CRMMG), "o desen-canto não é com a medicina, mascom alguns fatos que acontecem noexercício da profissão". Segundoele, "se servir de consolo, é sabidoque o índice de desemprego é omenor entre as profissões, deapenas 0,1% e o índice de troca daprofissão é de apenas 1%, em quepesem os baixos salários".

Sempre com uma roupagem dife-renciada, o fórum abordou ainda te-mas como a saúde e a doença: o nor-mal e o patológico; o conluio do ano-nimato; o encontro médico-paciente;a indústria de medicamentos; fé eciência; a relação do médico com aimprensa; a formação médica e aprática médica. Todos os assuntoslevaram a importantes reflexões sobreo exercício da medicina na atualidade,quando medicamentos e tecnologia, ea própria internet, passam a tomar olugar da escuta médica.

Ao final do evento, um questio-nário foi distribuído na platéia coma pergunta: "O sonho da medicinaacabou?” Das 81 pessoas que res-ponderam, 75 disseram que não, osonho não acabou.

SINMED-MG PARTICIPA, EM BRASÍLIA,DE LUTAS POR MELHORIAS PARAMÉDICOS DA SAÚDE SUPLEMENTAR

SAÚDE SUPLEMENTAREXERCÍCIO DA PROFISSÃO

Fórum discute o encanto e o desencanto de ser médico

Mesa discute a nova realidade do trabalho médico

Clóvis Campos/AMMG

Page 12: Impresso TRABALHO MÉDICO Especial · Mais de 200 pessoas foram à festa de confraternização do Sinmed-MG, dia 18 de dezembro,na própria sede. Uma demonstração de que o sindica

O projeto não abrange os conselhos desaúde, que foram criados por lei federal,mas foram considerados um retrocessona questão do controle social.

O diretor financeiro do Sinmed-MGe também representante dos trabalha-dores no Conselho Estadual de Saúde,Jacó Lampert, destacou a importânciado encontro para aproximar os médicosdas demais categorias que compõem osconselhos de saúdes, principalmentecom os representantes da comunidade,para ele, o principal foco do evento. De-pois de discorrer sobre a história doSUS, Lampert disse que os avanços nes-tes 21 anos foram possíveis graças aosesforços dos responsáveis pelo controlesocial, e lembrou o papel fundamentaldos conselheiros como representantesda coletividade e os princípios que de-vem nortear a atuação de cada um.

Financiamento do SUS

A necessidade de regulamentação daEmenda Constitucional número 29,para estabelecer de forma clara o quesão gastos em saúde e definir aprocedência das receitas para o setor,principalmente no âmbito federal, foium dos temas recorrentes do seminário.

Para falar sobre o assunto, o sindicatotrouxe uma das maiores autoridades dopaís, o professor Elias Antônio Jorge –diretor do departamento de Economiada Saúde do Ministério da Saúde. O pro-fessor iniciou sua participação dizendoque o quadro favorável do começo, emrelação à regulamentação da emenda, foi

se deteriorando com o tempo e que hojeas notícias não são boas. Segundo ele, aregulamentação vive hoje um "conflitode protagonistas" entre a Câmara e oSenado, com nenhuma das casas legis-lativas querendo assumir a responsabili-dade pelo projeto. Além disso, informouo professor, da forma como o projetoestá – depois de várias interferências – averba da saúde vai diminuir ao invés deaumentar, conforme seria o objetivo.

O presidente do Sindicato dos Médi-cos, Cristiano da Matta Machado, lem-brou que Minas Gerais tem o segundomenor investimento do país e, inde-pendentemente da regulamentação, avontade política poderia determinar quese investisse adequadamente em saúde.

O representante da Comissão deSaúde da Assembléia Legislativa de Mi-nas Gerais, deputado Doutor Rinaldo,ressaltou que o Estado tem ainda muitoa conquistar, principalmente con-siderando que "tem o pior investimentoper capita na saúde no país, apesar dospequenos avanços, e que é precisodesafogar os municípios que, em suamaioria, estão investindo muito mais doque os 15% estabelecidos na lei".

Sobre o financiamento, José MariaBorges, coordenador institucional daSecretaria de Estado da Saúde, reco-nheceu que seria preciso triplicar, nospróximos cinco anos, o volume de re-cursos da saúde. Segundo ele, no planoestadual é necessário o cumprimentourgente da emenda 29, que atribui omínimo de 12% de recursos arrecada-dos pelo Estado a serem gastos com saúde".

TRABALHO MÉDICO NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG

Rua Padre Rolim, 120 - São Lucas

CEP: 30130 090 - BH - MG

ESPECIAL12

Metropolitana, o vereador e presidenteda Comissão de Saúde da Câmara Muni-cipal de Belo Horizonte, Fred Costa,enfatizou a importância da participaçãopopular no processo democrático e naconstrução das políticas públicas.

Hilda Aparecida Alexandrino, 1ª se-cretária do Sindibel, lembrou que aindaexiste um desconhecimento muitogrande sobre a importância dos con-selhos para o controle social e que,militando na área há muito tempo, per-cebe a necessidade de novos partici-pantes nesse processo.

Durante o encontro, os represen-tantes manifestaram grande preocu-pação com o projeto de emenda da LeiOrgânica em tramitação na Câmara Mu-nicipal de Belo Horizonte, para cassar afunção deliberativa dos conselhos,assunto colocado pelo diretor do Sind-Saúde, Renato Almeida Barros, e pelopresidente do Conselho Municipal deSaúde de BH, Willer Marcos Ferreira.

CONTROLE SOCIAL: O PAPEL DOS CONSELHOS DE SAÚDE EM FOCO

SEMINÁRIO

Contribuindo, mais uma vez, para odebate das questões que envolvem asaúde no país, especialmente em MinasGerais, o Sinmed-MG realizou, no dia 4de dezembro, o seminário dos Con-selhos de Saúde da Região Metropo-litana de Belo Horizonte. O auditóriolotado mostrou a pertinência do evento,que teve como tema o "Controle Socialna Saúde: Balanço e Perspectivas" e reu-niu conselheiros, representantes de enti-dades sindicais e lideranças da área de saúde.

Segundo o presidente do Sindicatodos Médicos, Cristiano da Matta Ma-chado, o encontro visou fortalecer, aindamais, a participação da sociedade nagestão da saúde pública, um direitoassegurado pela Constituição Federal,que permite aos cidadãos a formulaçãodas políticas públicas e a fiscalizaçãopermanente da aplicação dos recursos.

Depois de parabenizar a iniciativa dosindicato, ao promover um debate exten-sivo aos conselheiros da Região

O tema foi palco de importante seminário promovido pelo Sindicato dos Médicos com representantes dos gestores, trabalhadores e usuários

Fotos: Ignácio Costa

Mônica Martins falou sobre a saúde do ponto de vista do usuário

Elias Jorge abordou o financiamento da saúde e a regulamentação da EC 29

A proposta de contemplar no se-minário os três elos que compõem umconselho de saúde – gestores, traba-lhadores e usuários – foi plenamenteatingida com a expressiva participaçãode Mônica Martins, representante dacomunidade no evento.

Sobre o tema, "A saúde que rece-bemos", Mônica falou da responsa-bilidade que sentia ao estar ali dando

voz aos usuários de saúde do bairroPrimeiro de Maio, onde reside, e queseu depoimento seria no sentido depromover uma reflexão sobre asaúde como o "cuidado com o ou-tro": "Eu não sei falar de saúde semfalar de sentimento. O usuário não étécnico, eu falo de uma comunidadecarente que precisa de um trata-mento humano", disse.

A voz do usuário