imposto sobre grandes fortunas (igf) análise do recente projeto aprovado na comissão de...

IMPOSTO SOBRE GRANDES IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (IGF)FORTUNAS (IGF)

Análise do recente Projeto Análise do recente Projeto aprovado na aprovado na Comissão de Comissão de

Constituição e Justiça e de Constituição e Justiça e de CidadaniaCidadania (CCJ) da Câmara, em (CCJ) da Câmara, em

junho de 2010.junho de 2010.

1.1. CONSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO FEDERAL:FEDERAL:

Art. 153: Compete à Art. 153: Compete à União instituir impostos União instituir impostos

sobre:sobre:

VII - grandes fortunas, VII - grandes fortunas, nos termos de lei nos termos de lei complementar. complementar.

À ÉPOCA DA CONSTITUINTE...À ÉPOCA DA CONSTITUINTE...Inciso incluído no Anteprojeto da Inciso incluído no Anteprojeto da

Subcomissão de TributosSubcomissão de Tributos::

(...) “que esse dispositivo visa a corrigir (...) “que esse dispositivo visa a corrigir graves disparidades econômicasgraves disparidades econômicas entre entre pessoas e classes sociais, que a pessoas e classes sociais, que a função função extrafiscal da tributaçãoextrafiscal da tributação pode reduzir pode reduzir injustiças provocadas pela obtenção e injustiças provocadas pela obtenção e acúmulo de grandes fortunas, muitas acúmulo de grandes fortunas, muitas vezes decorrentes até da sonegação de vezes decorrentes até da sonegação de impostos pelo beneficiário ou por seus impostos pelo beneficiário ou por seus ancestrais, (...)ancestrais, (...)

À ÉPOCA DA CONSTITUINTE...À ÉPOCA DA CONSTITUINTE...

(...) que a (...) que a tributação normaltributação normal dos dos rendimentos ou mesmo das rendimentos ou mesmo das heranças e doações heranças e doações nem sempre é nem sempre é suficientesuficiente para produzir as para produzir as correções desejáveis, que daí há correções desejáveis, que daí há necessidade de novo imposto que necessidade de novo imposto que alcance as alcance as situações anormaissituações anormais de de riqueza acumulada e não riqueza acumulada e não produtivaprodutiva”. (grifos nossos)”. (grifos nossos)

REGULAMENTAÇÃOREGULAMENTAÇÃO

Passados Passados 22 anos22 anos de existência da de existência da CF/88, o IGF ainda permanece CF/88, o IGF ainda permanece sem ser regulamentado.sem ser regulamentado.

Falta de vontade política.Falta de vontade política. Diversidade de opiniões: juristas, Diversidade de opiniões: juristas,

economistas, sociólogos, economistas, sociólogos, cientistas sociais etc.cientistas sociais etc.

O PROBLEMA DA EXTENSÃO O PROBLEMA DA EXTENSÃO SEMÂNTICA DOS TERMOS SEMÂNTICA DOS TERMOS “FORTUNA” E “GRANDE “FORTUNA” E “GRANDE

FORTUNA”FORTUNA”

FORTUNA ≠ RIQUEZAFORTUNA ≠ RIQUEZA

FORTUNA ≠ GRANDE FORTUNAFORTUNA ≠ GRANDE FORTUNA

FORTUNA é mais do que RIQUEZAFORTUNA é mais do que RIQUEZA

FORTUNA é menos do que FORTUNA é menos do que GRANDE FORTUNAGRANDE FORTUNA

CELSO BOTELHO DE MORAES: menciona a CELSO BOTELHO DE MORAES: menciona a dificuldade para se fixarem parâmetros e a dificuldade para se fixarem parâmetros e a base de cálculo do imposto. “Como saber o que base de cálculo do imposto. “Como saber o que vem a ser grande fortuna num país cuja vem a ser grande fortuna num país cuja maioria da população pertence às denominadas maioria da população pertence às denominadas classes C e D? Mesmo utilizando como ponto de classes C e D? Mesmo utilizando como ponto de partida nesse cálculo um valor superior à partida nesse cálculo um valor superior à determinada renda da população pobre, haverá determinada renda da população pobre, haverá risco desse imposto alcançar a classe média risco desse imposto alcançar a classe média alta, cuja renda não pode, evidentemente, ser alta, cuja renda não pode, evidentemente, ser considerada ‘grande fortuna’”, avalia. considerada ‘grande fortuna’”, avalia.

HÁ MILIONÁRIOS NO HÁ MILIONÁRIOS NO BRASIL?BRASIL?

O Brasil ocupa a O Brasil ocupa a 11ª posição11ª posição no no rankingranking dos países com mais pessoas dos países com mais pessoas milionárias (que possuem renda acima milionárias (que possuem renda acima de de um milhão deum milhão de dólaresdólares). Segundo ). Segundo estudo publicado pelo Banco estudo publicado pelo Banco Merrill Merrill LynchLynch, em parceria com a Consultoria , em parceria com a Consultoria CapgeminiCapgemini, o número de brasileiros , o número de brasileiros ricos aumentou de 131 mil (em 2008) ricos aumentou de 131 mil (em 2008) para 147 mil (em 2009).para 147 mil (em 2009).

No Brasil, No Brasil, 87%87% dos privilegiados dos privilegiados são considerados "ultrarricos", ou são considerados "ultrarricos", ou seja, possuem recursos suficientes seja, possuem recursos suficientes para investimentos (o que exclui a para investimentos (o que exclui a residência, bens de consumo e residência, bens de consumo e bens duráveis, como veículos) bens duráveis, como veículos) superiores a 30 milhões de superiores a 30 milhões de dólaresdólares. .

O PROJETO EM O PROJETO EM ANÁLISE:ANÁLISE:

Projeto de Lei Complementar n. Projeto de Lei Complementar n. 277/2008 (PLC), de autoria dos 277/2008 (PLC), de autoria dos seguintes deputados:seguintes deputados:

- Luciana Genro (PSOL-RS);- Luciana Genro (PSOL-RS); - Chico Alencar (PSOL/RJ);- Chico Alencar (PSOL/RJ); - Ivan Valente (PSOL/SP).- Ivan Valente (PSOL/SP).

APROVAÇÃO:APROVAÇÃO:

Por unanimidade, o Projeto Por unanimidade, o Projeto foi aprovado na Comissão de foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Constituição e Justiça e de CidadaniaCidadania (CCJ) da Câmara, (CCJ) da Câmara, no dia 9 de junho de 2010.no dia 9 de junho de 2010.

O RITO: O RITO:

- Tramita desde março de 2008;- Tramita desde março de 2008; - Chegou à CCJ (Deputado Relator - Chegou à CCJ (Deputado Relator

Régis de Oliveira PSC-SP), que Régis de Oliveira PSC-SP), que analisou apenas os aspectos analisou apenas os aspectos constitucionais, jurídicos e de técnica constitucionais, jurídicos e de técnica legislativa (e não o mérito). Foi legislativa (e não o mérito). Foi proferido parecer favorável ao projeto.proferido parecer favorável ao projeto.

- Vai para o - Vai para o PlenárioPlenário da Casa. da Casa. - Se aprovado, seguirá para o - Se aprovado, seguirá para o SenadoSenado..

FATO GERADOR: FATO GERADOR:

A titularidade, em 1° de janeiro A titularidade, em 1° de janeiro de cada ano, de fortuna em valor de cada ano, de fortuna em valor superior a R$ 2.000.000,00 (dois superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), expressos em milhões de reais), expressos em moeda de poder aquisitivo de 1° moeda de poder aquisitivo de 1° de janeiro de 2009. (Art. 1º, PLC de janeiro de 2009. (Art. 1º, PLC 277/08).277/08).

BASE DE CÁLCULO:BASE DE CÁLCULO:

Art 4°. A Art 4°. A base de cálculobase de cálculo do imposto é o do imposto é o valor do conjunto dos bens que valor do conjunto dos bens que compõem a “fortuna”,(...).compõem a “fortuna”,(...).

Considera-se “fortuna”, para efeito do Considera-se “fortuna”, para efeito do art 1° desta Lei, o conjunto de todos os art 1° desta Lei, o conjunto de todos os bens e direitos, situados no país ou no bens e direitos, situados no país ou no exterior, que integrem o patrimônio do exterior, que integrem o patrimônio do contribuinte, com as exclusões de que contribuinte, com as exclusões de que trata o § 2° deste artigo. (Art. 3º, PLC trata o § 2° deste artigo. (Art. 3º, PLC 277/08).277/08).

ALÍQUOTAS: ALÍQUOTAS:

As alíquotas (progressivas) do IGF As alíquotas (progressivas) do IGF ocupam ocupam 5 (cinco) faixas5 (cinco) faixas (Art. 5º, PLC (Art. 5º, PLC 277/08). Note-as:277/08). Note-as:

Para patrimônios entre...Para patrimônios entre... - R$ 2 milhões e R$ 5 milhões: - R$ 2 milhões e R$ 5 milhões: 1%1%; - R$ 5 milhões e R$ 10 milhões: - R$ 5 milhões e R$ 10 milhões: 2%2%;; - R$ 10 milhões a R$ 20 milhões: - R$ 10 milhões a R$ 20 milhões: 3%3%;; - R$ 20 milhões a R$ 50 milhões: - R$ 20 milhões a R$ 50 milhões: 4%4%; ; - Acima de R$ 50 milhões: - Acima de R$ 50 milhões: 5%5%..

SUJEITO PASSIVO: SUJEITO PASSIVO:

São contribuintes do IGF as São contribuintes do IGF as pessoas físicas domiciliadas pessoas físicas domiciliadas no país, o espólio e a pessoa no país, o espólio e a pessoa física ou jurídica domiciliada física ou jurídica domiciliada no exterior em relação ao no exterior em relação ao patrimônio que tenha no patrimônio que tenha no país. (Art. 2º, PLC 277/08).país. (Art. 2º, PLC 277/08).

LANÇAMENTO: LANÇAMENTO:

O imposto será lançado com O imposto será lançado com base em declaração do base em declaração do contribuinte na forma da lei, da contribuinte na forma da lei, da qual deverão constar todos os qual deverão constar todos os bens do seu patrimônio, e bens do seu patrimônio, e respectivo valor. (Art. 6º, PLC respectivo valor. (Art. 6º, PLC 277/08).277/08).

ESTIMATIVA DE ESTIMATIVA DE ARRECADAÇÃO DO IGF ARRECADAÇÃO DO IGF

NO BRASIL:NO BRASIL:

No mínimo, R$ 30 bilhões por No mínimo, R$ 30 bilhões por ano.ano.

JUSTIFICATIVA DO PROJETO:JUSTIFICATIVA DO PROJETO:Comentários da Deputada Luciana Genro Comentários da Deputada Luciana Genro

(PSOL-RS):(PSOL-RS):

- Consta da justificativa do PLC que “- Consta da justificativa do PLC que “as 5 as 5 mil famílias mais ricas do país têm mil famílias mais ricas do país têm patrimônio médio de R$ 138 milhões, o patrimônio médio de R$ 138 milhões, o que representa 42% do PIB (Atlas de que representa 42% do PIB (Atlas de Exclusão Social, organizado pelo Exclusão Social, organizado pelo economista Márcio Pochmann). Só desse economista Márcio Pochmann). Só desse grupo viria esse valor de R$ 30 bilhões, grupo viria esse valor de R$ 30 bilhões, que poderia duplicar, por exemplo, o que poderia duplicar, por exemplo, o orçamento da educaçãoorçamento da educação”.”.

- Segundo a deputada, é mais fácil - Segundo a deputada, é mais fácil fiscalizar o patrimônio do que a renda no fiscalizar o patrimônio do que a renda no país. “país. “O patrimônio é visível, enquanto a O patrimônio é visível, enquanto a renda é o que a pessoa declararenda é o que a pessoa declara”, afirma. ”, afirma.

- Os deputados acreditam que é preciso - Os deputados acreditam que é preciso inverter a tendência dos impostos inverter a tendência dos impostos brasileiros, de taxar mais os mais pobres brasileiros, de taxar mais os mais pobres e desonerar os mais ricos. Só não há e desonerar os mais ricos. Só não há consenso de que esse tributo seja a consenso de que esse tributo seja a melhor maneira para fazer isso. melhor maneira para fazer isso.

Consta da justificativa do PLC que “(...), Consta da justificativa do PLC que “(...), para que o IGF seja implementado para que o IGF seja implementado corretamente, deveria haver melhorias corretamente, deveria haver melhorias na na fiscalização tributáriafiscalização tributária. Caso . Caso contrário, dificilmente os dispositivos contrário, dificilmente os dispositivos deste Projeto serão cumpridos”.deste Projeto serão cumpridos”.

A deputada Luciana Genro defende a A deputada Luciana Genro defende a criação de uma espécie de “brigada de criação de uma espécie de “brigada de fiscalização” na fiscalização” na Receita Federal do Receita Federal do BrasilBrasil para cuidar da aplicação do novo para cuidar da aplicação do novo imposto. imposto.

A MOVIMENTAÇÃO NO A MOVIMENTAÇÃO NO FISCO... FISCO...

Já se cogita da criação da chamada Já se cogita da criação da chamada Delegacia Especial de Maiores Delegacia Especial de Maiores Contribuintes Pessoa FísicaContribuintes Pessoa Física. O . O estudo está praticamente concluído. estudo está praticamente concluído. A Delegacia deve funcionar A Delegacia deve funcionar inicialmente em São Paulo e no Rio inicialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas não está descartada de Janeiro, mas não está descartada a criação de uma unidade também a criação de uma unidade também em Belo Horizonte.em Belo Horizonte.

PROJETOS PROJETOS ANTERIORES: ANTERIORES:

1. Projeto de autoria do ex-presidente Projeto de autoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando foi Senador por São Paulo, em 1989. Foi ele foi Senador por São Paulo, em 1989. Foi ele aprovado no Senado e encaminhado para a aprovado no Senado e encaminhado para a Câmara, sob o número 202/89, aguardando-se Câmara, sob o número 202/89, aguardando-se análise, desde dezembro de 2000 até os dias análise, desde dezembro de 2000 até os dias de hoje, ao lado de outros três Projetos sobre o de hoje, ao lado de outros três Projetos sobre o mesmo tema, sem que tenha sido apreciado mesmo tema, sem que tenha sido apreciado pela Casa: pela Casa: PLP 108/1989 ; ; PLP 218/1990 ; ; PLP 268/1990..

2.2. PROJETO DE AUTORIA DO PROJETO DE AUTORIA DO SENADOR PAULO PAIM (PT/RS):SENADOR PAULO PAIM (PT/RS):

No Senado Federal, no início de 2010, No Senado Federal, no início de 2010, a Comissão de Assuntos Econômicos a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) rejeitou, por unanimidade, o (CAE) rejeitou, por unanimidade, o Projeto de Lei do Senado (PLS) Complementar 128 de 2008, que, também, instituía o Imposto , que, também, instituía o Imposto sobre Grandes Fortunas. sobre Grandes Fortunas.

O Projeto, de autoria do O Projeto, de autoria do Senador Paulo Paim (PT/RS), Senador Paulo Paim (PT/RS), estabelecia uma alíquota de estabelecia uma alíquota de imposto de 1% para fortunas imposto de 1% para fortunas acima de R$ 10 milhões, valor acima de R$ 10 milhões, valor que seria ajustado anualmente que seria ajustado anualmente conforme a inflação. O projeto conforme a inflação. O projeto foi arquivado em março de 2010.foi arquivado em março de 2010.

A EXPERIÊNCIA A EXPERIÊNCIA INTERNACIONALINTERNACIONAL

O imposto sobre fortunas existiu na maior O imposto sobre fortunas existiu na maior parte dos países europeus, e hoje não são parte dos países europeus, e hoje não são muitos os países que adotam a sistemática muitos os países que adotam a sistemática ((França, Espanha, e parte das regiões França, Espanha, e parte das regiões da Suíçada Suíça). ).

O Imposto de Renda (IR) é a grande base da O Imposto de Renda (IR) é a grande base da arrecadação tributária da maioria dos arrecadação tributária da maioria dos países desenvolvidos, tendo o “imposto países desenvolvidos, tendo o “imposto sobre a riqueza” sobre a riqueza” finalidade complementarfinalidade complementar ao IR - evita a evasão ao comparar ao IR - evita a evasão ao comparar patrimônio e renda declarada.patrimônio e renda declarada.

FRANÇA: Na França, o FRANÇA: Na França, o Imposto de Imposto de Solidariedade sobre a FortunaSolidariedade sobre a Fortuna (“Hobin (“Hobin Hood”), como é chamado, surgiu em 1982, Hood”), como é chamado, surgiu em 1982, foi extinto em 1987, mas recriado em 1989. foi extinto em 1987, mas recriado em 1989.

Pessoas físicas que tenham patrimônio Pessoas físicas que tenham patrimônio acima de 790 mil acima de 790 mil euroseuros (R$ 2,5 milhões) (R$ 2,5 milhões) pagam alíquotas que variam de 0,55% a pagam alíquotas que variam de 0,55% a 1,8% – a mais alta incide sobre patrimônios 1,8% – a mais alta incide sobre patrimônios acima de 16 milhões de acima de 16 milhões de euroseuros (R$ 46,7 (R$ 46,7 milhões). Foram arrecadados 4,42 bilhões milhões). Foram arrecadados 4,42 bilhões de de euros euros em 2007 (R$ 9,1 bilhões).em 2007 (R$ 9,1 bilhões).

ATAQUE E DEFESA DO IGF ATAQUE E DEFESA DO IGF

EM DEBATEEM DEBATE

PONTO DE ATAQUE DO PONTO DE ATAQUE DO IGF:IGF:

I. PLURITRIBUTAÇÃOI. PLURITRIBUTAÇÃO

Para JANIR ADIR MOREIRA, vice-presidente Para JANIR ADIR MOREIRA, vice-presidente da da Associação Brasileira de Direito TributárioAssociação Brasileira de Direito Tributário (ABRADT), o rígido sistema de controle da (ABRADT), o rígido sistema de controle da Receita não deixa mais dúvida de que as Receita não deixa mais dúvida de que as grandes fortunas e empresas já pagam grandes fortunas e empresas já pagam impostos no país. “Para conseguir juntar o impostos no país. “Para conseguir juntar o patrimônio, os donos de grandes fortunas patrimônio, os donos de grandes fortunas pagaram todos os tributos exigidos, inclusive pagaram todos os tributos exigidos, inclusive impostos sobre o patrimônio, como o IPTU e impostos sobre o patrimônio, como o IPTU e ITR”. Segundo ele, o imposto significa ITR”. Segundo ele, o imposto significa retrocesso. “Taxar a geração de riquezas em retrocesso. “Taxar a geração de riquezas em circulação, rendimentos ou lucros é mais circulação, rendimentos ou lucros é mais coerente do que tributar o resultado final coerente do que tributar o resultado final dessas operações, sobre o qual já incidiram dessas operações, sobre o qual já incidiram todos os impostos”, compara.todos os impostos”, compara.

““Constitui um notável desestímulo à Constitui um notável desestímulo à poupança e um peculiar caso de poupança e um peculiar caso de pluritributaçãopluritributação, pois tributa mais uma vez , pois tributa mais uma vez um patrimônio já tributado pelos impostos um patrimônio já tributado pelos impostos patrimoniais, para não falar da tributação patrimoniais, para não falar da tributação da renda que lhe deu origem”. da renda que lhe deu origem”. (EVERARDO MACIEL)(EVERARDO MACIEL)

Doutrina: “é já difícil definir o conceito Doutrina: “é já difícil definir o conceito legal de grandes fortunas. Mas criar um legal de grandes fortunas. Mas criar um tributo sobre elas, com certeza, gera tributo sobre elas, com certeza, gera pluritributaçãopluritributação. Isso provocaria, ainda, . Isso provocaria, ainda, uma tremenda evasão fiscal antes mesmo uma tremenda evasão fiscal antes mesmo de publicada a lei instituidora”. (SACHA de publicada a lei instituidora”. (SACHA CALMON)CALMON)

““Um imposto sobre fortunas teria outras Um imposto sobre fortunas teria outras perversidades. Uma delas é a de que já perversidades. Uma delas é a de que já é ‘uma vaca ordenhada’ demais. Toda é ‘uma vaca ordenhada’ demais. Toda fortuna é precedida de uma renda que já fortuna é precedida de uma renda que já é taxada pelo Imposto de Renda e é taxada pelo Imposto de Renda e depois passa por uma bateria de depois passa por uma bateria de impostos sobre o patrimônio. Se for um impostos sobre o patrimônio. Se for um imóvel urbano, leva IPTU; se for rural, imóvel urbano, leva IPTU; se for rural, ITR; se for veículo, IPVA; se forem ITR; se for veículo, IPVA; se forem títulos, estão novamente sujeitos ao títulos, estão novamente sujeitos ao Imposto de Renda e ao IOF. Faria Imposto de Renda e ao IOF. Faria sentido mais uma ‘supergarfada’?” sentido mais uma ‘supergarfada’?” (CELSO MING, “O ESTADO DE S. (CELSO MING, “O ESTADO DE S. PAULO”, JULHO DE 2010)PAULO”, JULHO DE 2010)

PONTO DE DEFESA DO PONTO DE DEFESA DO IGF:IGF:

I. PLURITRIBUTAÇÃO JÁ EXISTE I. PLURITRIBUTAÇÃO JÁ EXISTE NO BRASIL...NO BRASIL...

O imposto é devido pelo fato O imposto é devido pelo fato gerador, sendo irrelevantes a gerador, sendo irrelevantes a finalidade e destinação (art. 4º, I e finalidade e destinação (art. 4º, I e II, CTN). II, CTN).


II. ALÍQUOTAS QUE VIOLAM OS II. ALÍQUOTAS QUE VIOLAM OS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E CAPACIDADE CONTRIBUTIVACAPACIDADE CONTRIBUTIVA

Do ponto de vista da justiça fiscalDo ponto de vista da justiça fiscal, o IGF , o IGF atingirá alguns ricos, sem melhorar a vida dos atingirá alguns ricos, sem melhorar a vida dos pobres, uma vez que terá como destinatário pobres, uma vez que terá como destinatário apenas os contribuintes cujo patrimônio seja apenas os contribuintes cujo patrimônio seja ostensivo e integrado no sistema produtivo e ostensivo e integrado no sistema produtivo e que nada fizeram para subtraí-lo do que nada fizeram para subtraí-lo do conhecimento da sociedade ou do fisco. conhecimento da sociedade ou do fisco.


ATENDE O PRINCÍPIO DA ATENDE O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVACAPACIDADE CONTRIBUTIVA

““Atender o princípio da capacidade Atender o princípio da capacidade contributiva, ou seja, quem tem mais contributiva, ou seja, quem tem mais deve pagar mais. No Imposto de deve pagar mais. No Imposto de Renda atual, por exemplo, não há Renda atual, por exemplo, não há diferença entre quem ganha R$ 5 mil diferença entre quem ganha R$ 5 mil ou R$ 5 milhões, tudo é tributado pela ou R$ 5 milhões, tudo é tributado pela mesma renda.” (UNAFISCO)mesma renda.” (UNAFISCO)

““Assim, o IGF é o tributo que, por excelência, Assim, o IGF é o tributo que, por excelência, atende ao princípio basilar da capacidade atende ao princípio basilar da capacidade contributiva, espinha dorsal da justiça contributiva, espinha dorsal da justiça tributária, ao dizer que cada pessoa deve tributária, ao dizer que cada pessoa deve contribuir na medida de sua aptidão econômica. contribuir na medida de sua aptidão econômica. Curiosamente, entre os argumentos que Curiosamente, entre os argumentos que derrubaram a CPMF, um dos mais eloquentes derrubaram a CPMF, um dos mais eloquentes foi justamente o de que ela desrespeitaria o foi justamente o de que ela desrespeitaria o princípio da capacidade contributiva. Que um princípio da capacidade contributiva. Que um princípio tão importante quanto esse seja usado princípio tão importante quanto esse seja usado quando interessa, mas esquecido quando quando interessa, mas esquecido quando convém, é algo que seria cômico se não fosse convém, é algo que seria cômico se não fosse trágico.” trágico.” (Almir Teubl Sanches, Procurador da Fazenda (Almir Teubl Sanches, Procurador da Fazenda Nacional e mestrando em Filosofia do Direito na USP. Nacional e mestrando em Filosofia do Direito na USP. (ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO)(ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO)

O IGF É JUSTO.O IGF É JUSTO.

Não é justo que, no Brasil de mais de 180 Não é justo que, no Brasil de mais de 180 milhões de habitantes, bem menos de 0,5% milhões de habitantes, bem menos de 0,5% da população detenha metade da riqueza da população detenha metade da riqueza pessoal do país, conseguindo, dia a dia, pessoal do país, conseguindo, dia a dia, concentrar mais e mais sua riqueza no concentrar mais e mais sua riqueza no aproveitamento da ciranda financeira. aproveitamento da ciranda financeira.

Um estudo do IPEA comprovou que os 10% Um estudo do IPEA comprovou que os 10% mais ricos se apropriam de 75% da riqueza mais ricos se apropriam de 75% da riqueza atualmente (atualmente (Carta CapitalCarta Capital, n 604, julho de , n 604, julho de 2010).2010).

Necessidade de deslocar a Necessidade de deslocar a tributação do consumo para a tributação do consumo para a renda. renda. O ideal é, com o IGF, O ideal é, com o IGF, reduzir a tributação sobre o reduzir a tributação sobre o consumo e aumentar a tributação consumo e aumentar a tributação sobre o patrimônio e a renda... sobre o patrimônio e a renda... Isso Isso também avoca a questão de uma também avoca a questão de uma reforma tributária mais ampla.reforma tributária mais ampla.


III. ELEVADO CUSTO OPERACIONAL DA AÇÃO FISCALIZATÓRIAIII. ELEVADO CUSTO OPERACIONAL DA AÇÃO FISCALIZATÓRIA

Haverá um elevado custo operacional para se Haverá um elevado custo operacional para se efetivar o imposto, que avoca, inexoravelmente, efetivar o imposto, que avoca, inexoravelmente, uma extraordinária complexidade em seu uma extraordinária complexidade em seu controle. Não é fácil controlar todos os ativos controle. Não é fácil controlar todos os ativos das pessoas físicas. O capital é volátil e ligeiro, das pessoas físicas. O capital é volátil e ligeiro, anda na velocidade da luz e é de difícil anda na velocidade da luz e é de difícil rastreabilidade.rastreabilidade.

Para os pesquisadores da FEA/USP, no Brasil, o Para os pesquisadores da FEA/USP, no Brasil, o custo da arrecadação de tributos já é bem custo da arrecadação de tributos já é bem elevado: chegou a 11.3 bilhões de reais em 2009 elevado: chegou a 11.3 bilhões de reais em 2009 ou 1,35% da arrecadação total. Assim, só ou 1,35% da arrecadação total. Assim, só perdemos para Portugal, que apresenta um perdemos para Portugal, que apresenta um custo de 2.75 % da arrecadação.custo de 2.75 % da arrecadação.


Criação da chamada Criação da chamada Delegacia Delegacia Especial de Maiores Especial de Maiores Contribuintes Pessoa FísicaContribuintes Pessoa Física. O . O estudo está praticamente estudo está praticamente concluído. concluído.


IV. O PROBLEMA DA FLUIDEZ DA IV. O PROBLEMA DA FLUIDEZ DA BASE DE CÁLCULOBASE DE CÁLCULO

Dificuldade conceitual eDificuldade conceitual e contábil de contábil de aferição da base de cálculo, sobretudo, aferição da base de cálculo, sobretudo, quanto à sua rastreabilidade (“laranjas”, quanto à sua rastreabilidade (“laranjas”, família, empresas);família, empresas);

Possibilidade de os contribuintes Possibilidade de os contribuintes abandonarem os ativos que constituem a abandonarem os ativos que constituem a base de cálculo do IGF, direcionando-os base de cálculo do IGF, direcionando-os para ativos poucos perceptíveis ou ocultos. para ativos poucos perceptíveis ou ocultos.

O contribuinte pode diluir seu O contribuinte pode diluir seu patrimônio entre os contribuintes de patrimônio entre os contribuintes de sua família ou mesmo criar pessoas sua família ou mesmo criar pessoas jurídicas. Portanto, é necessário ter jurídicas. Portanto, é necessário ter um cadastro familiar e um cadastro um cadastro familiar e um cadastro de empresas com a participação das de empresas com a participação das famílias cotistas. Também é preciso famílias cotistas. Também é preciso ter um sistema avaliatório de bens ter um sistema avaliatório de bens para confrontar os valores para confrontar os valores declarados pelos contribuintes, e há declarados pelos contribuintes, e há necessidade de integrar os sistemas necessidade de integrar os sistemas municipais de cadastro e avaliação municipais de cadastro e avaliação de imóveis.de imóveis.

ARREFECIMENTO DO EMPREENDEDORISMO – ARREFECIMENTO DO EMPREENDEDORISMO – ATINGE-SE A CLASSE MÉDIA BRASILEIRAATINGE-SE A CLASSE MÉDIA BRASILEIRA

““A recente e perigosa explosão nos preços dos A recente e perigosa explosão nos preços dos imóveis urbanos converteria parte significativa imóveis urbanos converteria parte significativa da classe média das grandes cidades brasileiras da classe média das grandes cidades brasileiras em contribuintes do imposto, mesmo que não em contribuintes do imposto, mesmo que não tenha havido correspondente aumento de sua tenha havido correspondente aumento de sua renda líquida. De mais a mais, como ficariam renda líquida. De mais a mais, como ficariam aqueles que optaram por construir fundos aqueles que optaram por construir fundos financeiros para custear sua aposentadoria, financeiros para custear sua aposentadoria, sobretudo quando se considera a hipótese sobretudo quando se considera a hipótese plausível de colapso da Previdência?” plausível de colapso da Previdência?” (EVERARDO MACIEL)(EVERARDO MACIEL)


DIZ-SE QUE O IGF SERÁ VÍTIMA DE FRAUDES. SERÁ, DIZ-SE QUE O IGF SERÁ VÍTIMA DE FRAUDES. SERÁ, MESMO? ÉSPERA-SE QUE AS LEIS DEVAM COIBIR AS MESMO? ÉSPERA-SE QUE AS LEIS DEVAM COIBIR AS FRAUDES, E NÃO O CONTRÁRIO.FRAUDES, E NÃO O CONTRÁRIO.

““Infelizmente, é preciso dizer que não passa Infelizmente, é preciso dizer que não passa de econômica a aptidão dos que têm grandes de econômica a aptidão dos que têm grandes fortunas a contribuir, sendo ela barrada pela fortunas a contribuir, sendo ela barrada pela "inaptidão política" - o que fica patente pelo "inaptidão política" - o que fica patente pelo forte forte lobbylobby no esquecimento do IGF, sob a no esquecimento do IGF, sob a roupagem de argumentos técnicos que não se roupagem de argumentos técnicos que não se sustentam. Entre estes, o que mais espanta é sustentam. Entre estes, o que mais espanta é a alegação de que, uma vez instituído, a alegação de que, uma vez instituído, o IGF o IGF seria vítima de fraudesseria vítima de fraudes..(...)(...)

(...) Com efeito, a fraude às obrigações (...) Com efeito, a fraude às obrigações tributárias é uma realidade brasileira, tributárias é uma realidade brasileira, mas não se pode conceber que o mas não se pode conceber que o legislador deixe de exercer sua função, legislador deixe de exercer sua função, acovardando-se por temer não ser acovardando-se por temer não ser respeitado. Ora, as leis devem coibir as respeitado. Ora, as leis devem coibir as fraudes, e não o contrário. Do inverso, fraudes, e não o contrário. Do inverso, agiríamos como o covarde que, temendo agiríamos como o covarde que, temendo perceber que está cego, jamais voltará a perceber que está cego, jamais voltará a abrir seus olhos.”abrir seus olhos.”(Almir Teubl Sanches, Procurador da Fazenda (Almir Teubl Sanches, Procurador da Fazenda Nacional e mestrando em Filosofia do Direito na USP. Nacional e mestrando em Filosofia do Direito na USP. (ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO)(ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO)


V. NECESSIDADE DE AMPLO V. NECESSIDADE DE AMPLO DEBATE PÚBLICODEBATE PÚBLICO

A criação ou não do imposto deverá se A criação ou não do imposto deverá se precedida de amplo debate dentro e precedida de amplo debate dentro e fora do Congresso Nacional, ouvidos fora do Congresso Nacional, ouvidos especialistas nas áreas econômica, especialistas nas áreas econômica, financeira e tributária. Na verdade, financeira e tributária. Na verdade, uma intensa e duradoura“rediscussão”.uma intensa e duradoura“rediscussão”.


VI. EXPATRIAÇÃO DOS RECURSOS, BURLANDO VI. EXPATRIAÇÃO DOS RECURSOS, BURLANDO A INCIDÊNCIA DOMÉSTICA. DESESTÍMULO À A INCIDÊNCIA DOMÉSTICA. DESESTÍMULO À POUPANÇA. BAIXA ARRECADAÇÃOPOUPANÇA. BAIXA ARRECADAÇÃO

IVES GANDRA: “IVES GANDRA: “A FORTUNA VAI, A CLASSE A FORTUNA VAI, A CLASSE MÉDIA ‘PAGA O PATOMÉDIA ‘PAGA O PATO’”. ’”.

Para o doutrinador, o imposto penalizaria a Para o doutrinador, o imposto penalizaria a classe média, que não pode usar de classe média, que não pode usar de subterfúgios para escapar da taxação. Já os subterfúgios para escapar da taxação. Já os grandes patrimônios iriam se mudar para fora grandes patrimônios iriam se mudar para fora do país, ou seriam transferidos para empresas, do país, ou seriam transferidos para empresas, que não sofreriam essa tributação. que não sofreriam essa tributação.

Ives Gandra diz que o imposto Ives Gandra diz que o imposto desestimularia a poupança e incidiria desestimularia a poupança e incidiria sobre um patrimônio que restou após sobre um patrimônio que restou após o pagamento de vários tributos, o pagamento de vários tributos, inclusive Imposto de Renda (IR), inclusive Imposto de Renda (IR), IPTU e IPVA. A solução, para ele, IPTU e IPVA. A solução, para ele, seria uma reforma do IR. “O Imposto seria uma reforma do IR. “O Imposto de Renda, sim, porque incide sobre o de Renda, sim, porque incide sobre o que eu estou ganhando, enquanto o que eu estou ganhando, enquanto o sobre patrimônio incide sobre o que sobre patrimônio incide sobre o que eu já ganhei e foi tributado eu já ganhei e foi tributado pesadamente no Brasil”, afirma.pesadamente no Brasil”, afirma.

SACHA CALMON é ainda mais categórico na crítica. SACHA CALMON é ainda mais categórico na crítica. “É um contrassenso criar o imposto sobre grandes “É um contrassenso criar o imposto sobre grandes fortunas. Melhor seria diminuir os impostos sobre o fortunas. Melhor seria diminuir os impostos sobre o consumo e tornar mais progressivos os impostos consumo e tornar mais progressivos os impostos sobre a renda e o patrimônio”. sobre a renda e o patrimônio”.

CELSO BOTELHO DE MORAES também concorda CELSO BOTELHO DE MORAES também concorda que o imposto sobre grandes fortunas vai gerar que o imposto sobre grandes fortunas vai gerar evasão fiscal. “Já temos uma carga tributária muito evasão fiscal. “Já temos uma carga tributária muito alta e sem o devido retorno. Seria melhor, no lugar alta e sem o devido retorno. Seria melhor, no lugar de se criar mais um imposto, aperfeiçoar, por de se criar mais um imposto, aperfeiçoar, por exemplo, o sistema do Imposto de Renda. Ou seja, exemplo, o sistema do Imposto de Renda. Ou seja, que as pessoas que possuem maiores rendas sejam, que as pessoas que possuem maiores rendas sejam, de fato, tributadas pelo IR, já que, hoje, muitas de fato, tributadas pelo IR, já que, hoje, muitas vezes, isso não ocorre, em face das particularidades vezes, isso não ocorre, em face das particularidades e benefícios criados pela legislação vigente. Além e benefícios criados pela legislação vigente. Além disso, um imposto sobre grandes fortunas vai disso, um imposto sobre grandes fortunas vai acarretar uma fuga de capitais do país”, conclui.acarretar uma fuga de capitais do país”, conclui.


A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL NÃO SE A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL NÃO SE CONFUNDE COM A NACIONALCONFUNDE COM A NACIONAL

O IGF tem gerado pequena arrecadação no O IGF tem gerado pequena arrecadação no mundo afora. Todavia, nos países em que ele mundo afora. Todavia, nos países em que ele existe a realidade é diferente: são países existe a realidade é diferente: são países desenvolvidos, com boa distribuição de desenvolvidos, com boa distribuição de renda, sem grandes desnivelamentos sociais. renda, sem grandes desnivelamentos sociais. Esse cenário faz com que a arrecadação seja Esse cenário faz com que a arrecadação seja pequena. pequena.

Pergunta-se: será que por aqui podemos nos Pergunta-se: será que por aqui podemos nos dar ao luxo de “esnobar” o IGF, sob o dar ao luxo de “esnobar” o IGF, sob o fundamento de que a arrecadação será baixa?fundamento de que a arrecadação será baixa?

Será mesmo que o dinheiro vai?Será mesmo que o dinheiro vai?

O Brasil de hoje tem atraído O Brasil de hoje tem atraído investimentos mundiais – e não investimentos mundiais – e não “espantado”! –, o que não ocorria na “espantado”! –, o que não ocorria na década de 80. Sempre que se cogita de década de 80. Sempre que se cogita de medida que promova mais distribuição medida que promova mais distribuição da riqueza nacional, aparecerá o da riqueza nacional, aparecerá o argumento da “expatriação”.argumento da “expatriação”.


VIII. AUMENTO DA SONEGAÇÃOVIII. AUMENTO DA SONEGAÇÃO SERÁ UM TIRO NO PÉ?SERÁ UM TIRO NO PÉ?

““Quem costuma reclamar da existência de Quem costuma reclamar da existência de um ‘Estado Policial’ é justamente quem um ‘Estado Policial’ é justamente quem

possui mais condições de remunerar possui mais condições de remunerar advogados de grife e que, geralmente, advogados de grife e que, geralmente, não passa mais de duas noites em uma não passa mais de duas noites em uma

cela limpa na cadeia. Ou nem isso.” cela limpa na cadeia. Ou nem isso.” ((Carta CapitalCarta Capital, n. 604, julho de 2010), n. 604, julho de 2010)

FRASES CURIOSAS:FRASES CURIOSAS:

1. “1. “Se é imposto sobre GRANDES Se é imposto sobre GRANDES fortunas, qual será o tamanho das fortunas, qual será o tamanho das cuecas e das meias que os cuecas e das meias que os parlamentares passarão a usar?parlamentares passarão a usar?””

2. “2. “Para não se fazer OTÁRIO, Para não se fazer OTÁRIO, desvencilhe-se de seu patrimônio desvencilhe-se de seu patrimônio IMOBILIÁRIO, e trate de virar IMOBILIÁRIO, e trate de virar LOCATÁRIO...LOCATÁRIO...””

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imposto sobre grandes fortunas (igf) análise do recente projeto aprovado na comissão de...

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