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i MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE (MPES) IMPLEMENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE CUIDADOS PALIATIVOS NA GRADUAÇÃO EM MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN). AUTORA: AMANDA BAPTISTA ARANHA Natal/RN 2019

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  • i

    MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE

    MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE (MPES)

    IMPLEMENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE CUIDADOS PALIATIVOS NA GRADUAÇÃO EM MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

    DO NORTE (UFRN).

    AUTORA: AMANDA BAPTISTA ARANHA

    Natal/RN

    2019

  • ii

    AMANDA BAPTISTA ARANHA

    IMPLEMENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE CUIDADOS PALIATIVOS NA GRADUAÇÃO EM MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

    DO NORTE (UFRN).

    Natal/RN

    2019

    Dissertação apresentada ao

    Programa de Pós-Graduação em

    Ensino na Saúde, curso de

    Mestrado Profissional em Ensino

    na Saúde (MPES), da

    Universidade Federal do Rio

    Grande do Norte como produto

    final para a obtenção do título de

    Mestre em Ensino na Saúde

    Orientadora: Profa. Dra. Elaine

    Lira Medeiros

  • iii

    FICHA CATALOGRÁFICA

  • iv

    DEDICATÓRIA

    Dedico essa dissertação a toda Família Aranha Marinho.

  • v

    AGRADECIMENTOS

    A meu marido e melhor amigo, pelo suporte e amor incondicionais.

    Aos meus filhos que viveram, literalmente, grande parte desse projeto comigo.

    À minha amiga homônima, por toda a parceria.

    Aos meus colegas de trabalho, pela compreensão e incentivo.

    À minha orientadora, pelo apoio e paciência.

    A meus pais, por sempre me julgarem capaz.

  • vi

    LISTA DE ABREVIATURAS

    CP .....................................................................................................Cuidado Paliativo

    UFRN ................................................... Universidade Federal do rio Grande do Norte

    DATASUS .........................Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

    ABE ........................................................................Aprendizado Baseado em Equipes

    TBL ............................................................................................Team Based Learning

    P-MEX .........................................................Professionalism Mini-Evaluation Exercise

    HUOL ....................................................................Hospital Universitário Onofre Lopes

    OSCE ..........................................................Objective Structered Clinical Examination

    CEP ...................................................................................Comitê de Ética e Pesquisa

    TCLE .....................................................Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

    CAAE ...........................................Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

  • vii

    RESUMO

    Contexto: A mudança no perfil de morbi-mortalidade no Brasil cria a necessidade de

    formar médicos capazes de atender pacientes com doenças ameaçadoras de vida

    através de ações paliativas.

    Objetivo: A criação da disciplina de cuidado paliativo (CP) na graduação em

    medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

    Métodos: O planejamento da disciplina foi realizado a partir das principais diretrizes

    internacionais, analisando as temáticas que deveriam ser abordadas, destacando a

    interdisciplinaridade, comunicação e vivência prática. Durante o desenvolvimento da

    disciplina definiu-se ainda carga horária, metodologia de ensino-aprendizagem para

    cada encontro, além dos processos avaliativos e ementa da disciplina. Quinze vagas

    foram disponibilizadas, com carga horária total de 45 horas, divididas em encontros

    teóricos, práticos, avaliações e feedbacks. Ao final do semestre os discentes

    avaliaram a disciplina através de um questionário eletrônico.

    Resultados: A disciplina foi ofertada em 2016.2, com um encontro semanal, 30

    discentes se pré matricularam na disciplina e 15 cursaram. Foram 10 encontros

    teóricos, todos em metodologias ativas de ensino aprendizagem, 6 encontros

    práticos, além das avaliações, sempre com feedbacks imediatos. As avaliações

    foram somativa, prática simulada do tipo OSCE (Objective Structered Clinical

    Examination) e de profissionalismo, sendo a última de maneira continuada. Os

    alunos avaliaram a disciplina de forma satisfatória, sendo as metodologias mais

    elogiadas as aulas expositivas dialogadas, TBL (Team Based Learning), Role Play e

    Estudo de Caso. O desempenho dos alunos foi considerado bom e bastante

    semelhante entre os diferentes períodos.

    Conclusão: As professoras obtiveram sucesso no planejamento e implementação da

    disciplina, traduzidos pelo desempenho estudantil e a avaliação da disciplina. A

    continuidade da disciplina ainda esbarra na falta de especialização do corpo docente

    e de espaço no currículo da graduação em medicina.

    PALAVRAS-CHAVE: cuidado paliativo, educação médica, graduação,

    metodologias ativas

  • viii

    ABSTRACT

    DEVELOPMENT OF UNDERGRADUATE CURRICULA IN PALLIATIVE CARE IN

    BRAZILIAN MEDICAL SCHOOL – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE

    DO NORTE (UFRN)

    Background: Epidemiological changes of diseases in the world and in Brazil result in

    the need of physicians able to attend patients with life-limiting illness through

    palliative actions.

    Objective: The creation of a discipline of Palliative Care (PC) in medical school of the

    Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN).

    Methods: Based on international guidelines recommendations, relevant contents

    were defined and multi-professional education, communication and practical training

    were prized. During the curriculum planning, learning methods, workload,

    assessments and syllabus were defined. Fifteen places were available with a total

    workload of 45 hours divided into theoretical, practical training, evaluations and

    feedbacks. At the end of the semester, an electronic questionnaire was sent to

    students to evaluate the PC course.

    Results: The PC subject were taught in second semester of 2016, thirty students pre

    registered in the optional component and 15 attended. Ten theoretical classes, 6

    practical meetings and 3 assessments were provided. The syllabus were well

    evaluated and most praised educational strategies were lectures, TBL, Role-play and

    Case Study. The performance of the students was satisfactory and similar between

    different years students.

    Conclusion: The planning and implementation of the PC component were well

    accomplished given the positive evaluation of the course and satisfactory student

    performance. The lack of qualified teachers and the overload of undergraduate

    medical curriculum are still the major challenge to continue with PC curriculum.

    KEY WORDS: Palliative care, undergraduation, medical education, active learning

    methods

  • ix

    SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 10

    2. OBJETIVOS ........................................................................................... 16

    2.1. OBJETIVO PRIMÁRIO..............................................................

    2.2. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS...................................................

    3. MÉTODOS .............................................................................................

    3.1. DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA....................................

    3.2. DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONÁRIO DE

    PROFISSIONALISMO......................................................................

    3.3. DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO...

    3.4. COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA............................................

    16

    16

    17

    17

    18

    18

    19

    4. RESULTADOS ....................................................................................... 20

    4.1. IMPLEMENTAÇÃO DA DISCIPLINA..............................................

    4.1.1. ENCONTROS TEÓRICO-PRÁTICOS...................................

    4.1.2. ENCONTROS PRÁTICOS.....................................................

    4.1.3. AVALIAÇÃO DISCENTE........................................................

    4.1.4. FEEDBACK............................................................................

    4.1.5 DESAFIOS..............................................................................

    4.2. AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA..............................................................

    4.3. PRODUTO...........................................................................................

    20

    22

    25

    26

    27

    27

    28

    32

    5. APLICAÇÕES PRÁTICAS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

    DE SAÚDE ............................................................................................

    33

    6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 35

    7. ANEXOS ................................................................................................. 39

  • 10

    1. INTRODUÇÃO

    Nas últimas décadas ocorreu a transição epidemiológica no Brasil, processo

    que englobou três modificações importantes: substituição das principais causas de

    mortalidade de doenças transmissíveis por doenças não transmissíveis, migração

    das taxas de morbimortalidade da população jovem para a população mais idosa e a

    mudança de um cenário de mortalidade para a predominância da morbidade. 1

    Segundo os últimos dados do DATASUS, a principal causa de mortalidade no

    país são as afecções circulatórias, perfazendo 30,7% do total de óbitos, seguido de

    neoplasias (16,9%) e afecções respiratórias (11,6%). Dados semelhantes são

    encontrados na região nordeste onde cerca de 55% do total de óbitos são

    consequência de doenças crônico-degenerativas. 2

    Frente a essa nova realidade, a busca pela cura perde o sentido para a

    maioria dos pacientes, que passa a necessitar de controle de doenças crônicas e

    muitas vezes evolutivas. No momento em que o tratamento modificador de tais

    doenças passa a não mais ser eficaz ou indicado, devido à inevitável progressão da

    morbidade, o cuidado paliativo (CP) assume papel fundamental, e por que não dizer

    principal, nas práticas de saúde. Nesse estágio das doenças a grande contribuição

    que os profissionais de saúde podem oferecer é a melhora da qualidade de vida de

    portadores de doenças potencialmente fatais, prevenindo e aliviando sintomas

    desagradáveis, tanto de ordem física quanto emocional e espiritual. 1

    Segundo a última definição pela Organização Mundial de Saúde (OMS), CP é

    “uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares,

    que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio da

    prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e

    tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. E

    apesar da crescente demanda de pacientes com necessidades de CP, não houve

    um aumento proporcional de profissionais de saúde especializados na área.

    Realidade não só brasileira, mas mundial.2

    A resultante é um contingente de mais de 20 milhões de indivíduos no mundo

    sem assistência de cuidados de conforto em sua fase final de vida 3 e quase 60

    milhões de brasileiros em situação semelhante para 189 especialistas titulados em

    CP até 2018, sendo o estado do Rio Grande do Norte agraciado com apenas um

    desses profissionais.4

  • 11

    A solução proposta pela OMS3 para atender à essa demanda reprimida é a

    estratificação dos CP em diferentes níveis de complexidade, sendo o estágio inicial a

    aplicação de ações paliativas por médicos não especialistas. Dentro deste

    raciocínio, todos os médicos formados deveriam estar aptos a desenvolverem CP

    básicos para seus pacientes portadores de doenças não curativas, conferindo

    assistência a um grande número de pacientes portadores de doenças incuráveis e

    progressivas, e encaminharem para especialistas e centros especializados apenas

    casos de maior complexidade.

    Propõe-se ainda que tais ações paliativas sejam desempenhadas em seus

    próprios locais de trabalho, utilizando as estruturas já disponíveis, sem a

    necessidade de criação de centros de saúde altamente especializados em paliação. 5 O paradoxo é que o ensino de CP e de final de vida ainda é extremamente

    escasso nas escolas médicas.

    Na Europa, Estados Unidos, Ásia e Oceania a maioria do ensino na área

    ainda é ofertado em pós-graduação. Mas visando sanar essa deficiência na

    graduação em medicina a maioria das escolas já apresenta alguma informação

    sobre cuidados de final de vida em seus currículos, porém de forma aleatória.

    Países como Austrália, Japão, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Irlanda já tiveram a

    preocupação de desenvolver diretrizes curriculares em CP para as faculdades de

    medicina em seus respectivos países. 2,6-9

    A realidade nacional por sua vez também dispõe de poucos centros de

    capacitação de profissionais de saúde em CP. A imensa maioria ainda não

    contemplada nos currículos de graduação e ainda concentrada em alguns poucos

    centros, principalmente do Sul e Sudeste do país. 10

    Concomitante à mudança epidemiológica, ocorre uma transformação no

    ensino médico através das novas diretrizes curriculares nacionais propostas pelo

    Ministério da Educação a partir de 2001. 11 Desde essa data os cursos de graduação

    em medicina vêm sofrendo modificações a fim de se adaptarem às novas

    orientações, principalmente incorporando maior carga horária de disciplinas

    optativas e inclusão de metodologias ativas de ensino-aprendizagem em grande

    parte do currículo ofertado.

    Ciente da problemática frente à defasagem assistencial e de ensino em CP

    em nossa região, as autoras criaram a disciplina de Cuidados Paliativos no currículo

  • 12

    da graduação em medicina da UFRN como disciplina optativa pelo Departamento de

    Medicina Cínica, passando a ser ofertada a partir do segundo semestre de 2016.

    A medida inovadora e arrojada, contempla a real necessidade de

    capacitação dos futuros médicos, não só em conhecimento, mas principalmente em

    habilidades e atitudes, associada a inovações de ensino-aprendizagem em

    concordância às práticas mais atuais sugeridas pelas DCN de graduação em ensino

    médico. Engloba ainda os desafios de um tema recente, atual e polêmico, além de

    promover a atualização da grade curricular utilizando exclusivamente metodologias

    não tradicionais de ensino na saúde.

    Alguns países vêm tentando uniformizar a forma de ofertar esse conteúdo na

    graduação em medicina, realizando recomendações sobre a estrutura e conteúdos

    curriculares. Estados Unidos, Austrália, Japão e a União Europeia são alguns

    exemplos mais tradicionais. O Brasil, por sua vez, ainda não teve inciativa

    semelhante e as faculdades ainda lecionam de maneira heterogênea.

    A proposta dos currículos internacionais segue uma estrutura muito similar,

    com inúmeros aspectos comuns, basicamente dividindo-o em cinco grandes áreas:

    cuidados com paciente e família, conhecimento médico, cenário prático,

    comunicação e profissionalismo. 2,6

    Dentro dos cuidados com paciente e familiares, as diretrizes sugerem incluir

    temas como história clínica e exame físico em CP, qualidade de vida, autonomia e

    funcionalidade, suporte psicológico, espiritual e religioso e o processo de luto e

    perdas. 5

    Sobre conhecimento técnico, preconizam abordar a história do CP,

    interdisciplinaridade, sintomas prevalentes, seu controle e prevenção, farmacologia

    paliativa e vias de administrações medicamentosas. 7 5,8,9

    A prática no ensino do CP é descrita como fundamental, na medida em que

    permite ensino de competências como empatia, bom relacionamento com outros

    profissionais, respeito, aplicação da ética e auto avaliação, busca e utilização dos

    feedbacks.

    Dentro da área da comunicação, orienta-se abordar conteúdos de linguagem

    verbal e não verbal, empatia e comportamento, principalmente frente a emoções

    intensas, estimulando o uso da linguagem adequada, acessível e individualizada a

    cada situação. Além de técnicas para comunicação de más notícias, terminalidade e

    discussões sobre planos futuros e preferências individuais.

  • 13

    O profissionalismo é citado pelas diretrizes mundiais como alicerce do CP,

    sendo estimulada a postura ética, honestidade, respeito e compaixão por pacientes,

    familiares e colegas de trabalho, além de comprometimento com o cuidado e a

    autorreflexão.

    Para ofertar um conteúdo tão extenso e heterogêneo de maneira eficaz, há a

    necessidade de acomodar cada tema a uma metodologia ativa de ensino-

    aprendizagem que seja mais eficaz e adequada para os ganhos das competências

    objetivadas para aquele assunto.

    Dentre as inúmeras modalidades de metodologias ativas, o uso da arte

    permite que se compreenda os pacientes em seu contexto mais amplo, 11 facilita o

    aprendizado de aspectos psicossociais e o desenvolvimento de atitudes em CP. 12

    Os filmes, dentro do processo educativo, estimulam o debate e o desenvolvimento

    de pensamento crítico pelos alunos e podem ser extremamente interessantes para

    iniciar interações e debates entre eles. 13

    Os conteúdos artísticos auxiliam os futuros médicos a lidar com situações de

    incerteza e melhoram sua comunicação com pacientes. 14 As DCN mais atuais

    determinam a maior inclusão de dimensões éticas e humanísticas nas graduações

    da saúde11 e a arte pode ser utilizada como método de ensino para conteúdos

    científicos, na medida em que contribuem para a formação pessoal, profissional e

    maturação pessoal, entretanto infelizmente ainda poucas escolas utilizam a arte em

    suas matrizes curriculares. 14

    A Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE) ou Team Based Learning (TBL),

    metodologia já bastante consagrada, utiliza-se de um ambiente motivador,

    cooperativo e dinâmico para desenvolver níveis avançados de aprendizagem,

    unindo educandos com diferentes características e habilidades. O uso dessa

    metodologia favorece a autonomia do estudante, além de utilizar feedback imediato

    e oportuno maximizando a retenção de conhecimento. 15-17

    Aulas expositivas dialogadas também tem seu espaço no aprendizado não

    tradicional, no momento em que integram conteúdo e conhecimentos previamente

    adquiridos, estimulam a participação ativa dos discentes, sua ação reflexiva e o

    diálogo com o tutor facilitador. 18

    O estudo de casos, pela vantagem de ser uma abordagem holística e

    interativa, dá a oportunidade ao estudante de desenvolver confiança em seu

    pensamento crítico e argumentação, construindo o conhecimento conjuntamente

  • 14

    com o tutor e os demais insights dos colegas. Essa metodologia é particularmente

    interessante porque foca mais em perguntas do que em respostas, sendo complexa

    devido à necessidade de equilibrar inúmeras variáveis. 18,19

    O feedback já está consolidado como ferramenta pedagógica importante no

    processo de ensino-aprendizagem, principalmente em áreas da saúde, permitido

    que os alunos percebam o quão distante estão dos objetivos propostos a tempo de

    realizar os ajustes necessários para adequar-se ao ganho de competências

    programadas. 20,21

    A metodologia ativa de ensino-aprendizagem estimula o “aprender fazendo”,

    raciocinando que o processo ensino-aprendizagem precisa estar vinculado aos

    cenários da prática.18 Momentos práticos propiciam a interação com o sofrimento

    humano e desenvolvimento de habilidades de comunicação, empatia e postura

    profissional. Permitem ainda dialogar com demais profissionais da área da saúde

    envolvidos no cuidado do paciente em questão, estimulando o trabalho e raciocínio

    interdisciplinares.

    As mais diversas diretrizes curriculares de CP no mundo são unânimes em

    concordar que a abordagem de comunicação é essencial num componente

    curricular como cuidado paliativo. A comunicação é a base para o profissional de

    saúde que pratica ações e CP, seja para tomada de decisões conjuntas com

    paciente e familiares, seja para comunicação de más notícias. Comunicar-se

    demanda conhecimento, atitudes e habilidades que devem ser aprendidas por

    estudantes.

    Nesse contexto, a dramatização ou role-play torna-se uma poderosa

    ferramenta de ensino por sua capacidade de promover aquisição das principais

    competências do ensino na saúde, a depender do foco dado à encenação. 22,23 O

    role-play acrescenta movimento às aulas, simulando experiências cotidianas e

    promovendo crescimento afetivo dos participantes a medida em que experienciam e

    envolvem-se em diferentes emoções. 24,25

    Estudos apontam que a ausência de comportamento profissional durante a

    graduação resulta em conduta não profissional na prática futura. 26 O

    profissionalismo não costuma ser uma competência ensinada isoladamente no

    curriculum, mas de maneira mais sutil com o exemplo de tutores. 11 O ensino

    baseado apenas em exemplos não é mais suficiente, novas metodologias para

    ensinar comportamentos profissionais foram criadas nos últimos anos, resultando

  • 15

    também na necessidade de melhorar a forma avaliação. De modo que questionários

    semi-estruturados, como é o caso do Professionalism Mini-Evaluation Exercise (P-

    MEX), foram desenvolvidos. 27,28 O P-MEX é instrumento já validado para avaliação

    de profissionalismo em diversas áreas de prática médica, com ou sem presença de

    pacientes, sendo considerado reprodutível e confiável, promovendo autorreflexão e

    consciência da importância de comportamento profissional, sendo somativa e

    formativa já que conta também com um momento de feedback.

    As avaliações, no contexto atual das DCN 2014, além de exercerem um papel

    formador, necessitam avaliar as mais diversas competências objetivadas no

    componente curricular ofertado. Um dos principais objetivos de aprendizagem de

    uma disciplina como CP é a humanização dos futuros profissionais médicos. Outras

    competências igualmente importantes são comunicação, profissionalismo, ética e

    comportamento.

    A avaliação objetiva ainda é uma das principais ferramentas de avaliação,

    porém afere basicamente conhecimento que, apesar de importantíssimo, não é

    suficiente para a disciplina em questão. Diversidade e complexidade em ensino

    aprendizagem exigem métodos diferentes de avaliação. 29 Métodos avaliativos

    complementares para ganho de habilidades e atitudes são essenciais para o ensino

    em CP.

    Dessa forma, este trabalho se propõe a criar e implementar a disciplina de CP

    no curso de graduação em medicina da UFRN visando maximizar a absorção dos

    conteúdos propostos, a aplicação prática dessas competências, além de

    amadurecimento pessoal, emocional e profissional dos discentes de diferentes

    períodos do curso.

  • 16

    2. OBJETIVOS

    2.1. Objetivo primário

    Criar, implementar e avaliar a disciplina de CP na graduação do curso de

    medicina da UFRN.

    2.2. Objetivos secundários

    1. Formar médicos capacitados a desenvolverem ações paliativas em

    hospitais gerais visando contribuir para a redução da urgente demanda

    desse tipo de suporte em nossa cidade, estado e região.

    2. Enfatizar conteúdos mais relevantes em CP para médicos generalistas

    em formação.

    3. Analisar as metodologias de ensino mais eficazes, não só na

    transmissão de conhecimento em CP, mas também na capacidade de

    modificar atitudes e habilidades dos estudantes.

  • 17

    3. MÉTODOS

    3.1 DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA

    Diante da crescente necessidade de ensinar CP na graduação em medicina,

    duas professoras da disciplina de geriatria, com formação e experiência em CP,

    reúnem-se no primeiro semestre de 2016 a fim de ofertar ensino nessa área. O

    primeiro passo foi analisar o que já era abordado sobre finitude no currículo e

    concluiu-se que o contato dos discentes com o tema era muito pontual, em

    disciplinas de comunicação e ética basicamente, e nos semestres iniciais da

    graduação. As ementas de disciplinas afins com CP, como oncologia, geriatria e

    neurologia por exemplo, também foram visitadas e demonstraram apenas abordar o

    tema de forma muito superficial.

    Dessa forma tornou-se bastante clara a necessidade de um momento no

    curso onde o tema CP pudesse ser mais profundamente discutido, em que os

    princípios fossem apresentados, garantindo que os alunos pudessem levar consigo

    esses conteúdos ao longo dos semestres subsequentes, utilizando e aplicando nas

    diversas áreas em que estivessem cursando, uma vez que, nesse primeiro momento

    um currículo transversal em CP infelizmente ainda não seria viável.

    Após levantamento das principais diretrizes nacionais e internacionais em

    ensino de CP na graduação em medicina, 2,5,7-9,30 iniciaram-se as reuniões para

    determinar os objetivos da disciplina e posterior definição do restante dos

    componentes da disciplina: conteúdo programático, público alvo, metodologias de

    ensino e avaliação discente.

    Após definidos os objetivos de ensino-aprendizagem, os pré-requisitos para

    cursar a disciplina foram estipulados. Para isso o currículo obrigatório da graduação

    em medicina da UFRN foi minuciosamente analisado a fim de definir-se em quais

    períodos da graduação os alunos já estariam aptos a cursar a disciplina de CP.

    Como não haveria espaço para abordar fisiopatologia, curso e prognóstico das mais

    prevalentes doenças crônico-degenerativas dentro desse componente era

    necessário que os alunos já tivessem esse conhecimento prévio. A construção da

    ementa da disciplina também foi iniciada nesse momento.

    Numa terceira reunião, foi solicitado um momento junto à coordenação do

    curso de medicina para avaliar a viabilidade de efetivamente implementarem a

  • 18

    disciplina no currículo. A proposta foi bem aceita e as professoras seguiram no

    planejamento.

    No total foram realizadas 6 reuniões, sendo que no quarto encontro definiram

    conteúdo programático com respectivas metodologias de ensino aprendizagem que

    seriam utilizadas em cada tema. Nos dois últimos finalizaram a ementa, deliberaram

    carga horária, avaliações discentes além do cronograma, já que na reunião com a

    coordenação do curso ficou acordado que a disciplina já poderia ser ofertada no

    semestre de 2016.2, desde que estivesse aprovada em plenária pelo departamento

    ao qual as professoras eram vinculadas, o Departamento de Medicina Clínica.

    3.2 DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONÁRIO DE PROFISSIONALISMO

    Durante os encontros de construção da disciplina de CP, as professoras,

    baseadas em evidências científicas nacionais e internacionais6,30,31, julgaram que

    estimular a postura profissional deveria fazer parte de uma disciplina que busca

    incluir o eixo ético humanístico em sua essência.

    A bioética e o profissionalismo são essenciais na abordagem a pacientes,

    familiares e cuidadores que passam por momentos frágeis como a terminalidade. Os

    discentes teriam esse contato principalmente nas aulas práticas e, portanto,

    aproveitou-se esse momento para fazer uma avaliação longitudinal, que pudesse

    demonstrar mais fidedignamente a evolução durante o semestre, focando no

    profissionalismo, que dificilmente é avaliado adequadamente em outros cenários.

    Essa proposta incluiria não só a avaliação de postura e profissionalismo como

    usaria uma ferramenta avaliativa poderosa que é a avaliação de forma continuada.

    O questionário utilizado como referência foi o P-MEX por já estar estabelecido

    enquanto instrumento de avaliação de profissionalismo 26,28. Uma adaptação livre foi

    realizada pelas professoras, com os 21 itens do artigo original traduzidos para a

    língua portuguesa e agrupados por assuntos afins, de forma a compor um novo

    questionário aproximado à realidade e ao contexto da disciplina. A versão final

    constou de 12 itens, mantendo o formato Likert, além das perguntas finais sobre

    alcançar expectativas e presença de evento crítico no encontro.

    Perguntas referentes à pontualidade, trabalho em equipe, comunicação,

    contato com paciente e seus familiares e feedback foram mantidas.

  • 19

    Alguns itens condizentes com a cultura anglo-saxônica, mas que não se

    aplicavam à nossa realidade foram retirados da adaptação final, tais como aparência

    do aluno e limites de envolvimento afetivo com os pacientes. As questões sobre

    cuidado continuado e uso de recursos não fazia parte da atividade proposta aos

    discentes dessa disciplina e foram omitidas. (ANEXO 1)

    3.3 DESENVOLVIMENTO DO QUESTIONÁRIO ELETRÔNICO

    Além da criação e implantação da disciplina o presente trabalho visava avaliar

    o componente curricular recém ofertado, a fim de observar os acertos e as possíveis

    melhorias que poderiam ser implementadas para os semestres futuros. Dessa forma

    a autora optou por realizar um questionário, ao final do semestre, contemplando os

    temas e objetivos fundamentais que os alunos deveriam alcançar ao final do curso. 32-34

    Optou-se pelo formato eletrônico para facilitar o envio e o retorno dos

    discentes, já que os encontros da disciplina já estariam encerrados. O envio após o

    término do período foi proposital, tentando deixar os alunos o mais confortável

    possível para responderem com absoluta sinceridade e com a certeza de que

    nenhuma resposta afetaria seu desempenho na disciplina.

    A resposta em formato Likert teve o objetivo de facilitar as respostas,

    aumentando a chance de adesão a essa etapa do trabalho. 35

    Inicialmente trinta perguntas foram desenvolvidas pela autora, pensando em

    não excluir dados importantes para a avaliação da disciplina de CP, mas com o

    amadurecimento do assunto as questões foram sendo agrupadas de modo que o

    questionário final contou com sete questões com 3 ou 4 subitens. Teve-se a

    precaução de indagar sobre o aprendizado, aplicação de CP na prática,

    metodologia, avaliações e desempenho discente e docente. (ANEXO 2)

    3.4. COMITÊ DE ÉTICA

    O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa

    do Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP HUOL/UFRN) sob CAEE de número

    62284716.3.0000.5292 (ANEXO 3), além da anuência dos participantes mediante a

    assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 4).

  • 20

    4. RESULTADOS

    4.1. IMPLEMENTAÇÃO DA DISCIPLINA

    A disciplina de CP para a graduação em medicina da UFRN foi criada em

    2016 por duas professoras da disciplina de geriatria do Departamento de Medicina

    Clínica, sob a supervisão da coordenação do curso de medicina e aprovada em

    reunião plenária do referido departamento.

    Os objetivos centrais de ensino aprendizagem definidos pelas professoras

    foram ter domínio crítico sobre os conceitos e princípios de CP e Bioética,

    compreender as indicações de CP e a assistência promovida por equipe

    multidisciplinar, identificar precocemente sintomas desagradáveis e aplicar

    estratégias na condução destes, desenvolver postura ética e humanizada na

    condução do fim de vida, além de desenvolver e aprimorar habilidades de

    comunicação com pacientes, familiares e demais profissionais.

    A necessidade de conhecimentos prévios de algumas comorbidades que

    apresentam interface importante com o CP foi o que norteou a decisão dos pré-

    requisitos para ingresso na disciplina. Conteúdos como comunicação, doenças

    cardiovasculares, onco-hematologia, infectologia, geriatria e doenças do sistema

    nervoso só seriam alcançados a partir do sexto período da graduação. Portanto, a

    disciplina foi disponibilizada para alunos do sexto, sétimo e oitavo períodos. Os dois

    últimos anos da graduação em medicina, o chamado internato, também foram

    excluídos da participação na disciplina pois o objetivo central desses períodos é o

    ensino meramente prático aos graduandos.

    A construção do conteúdo programático foi pensada de modo a enfatizar os

    assuntos fundamentais acerca da formação generalista em CP, distribuídos em

    atividades teórico-práticas, práticas em enfermaria e de estudo individual a distância,

    de modo que ao final do semestre, os objetivos de ensino-aprendizagem propostos

    fossem alcançados.

    Estudos individuais a distância foram incluídos no cronograma da disciplina

    por tratar-se de temas com os quais os discentes tem pouca intimidade e julgamos

    necessário que houvesse uma ocasião em que eles pudessem se aprofundar em

    teorias, já que as metodologias ativas, métodos prioritariamente utilizados nessa

    disciplina, não visam extinguir os assuntos em sala de aula. Esse espaço também foi

  • 21

    reservado para que pudessem preparar-se para as atividades da semana seguinte,

    com leitura bibliográfica e preparação de apresentações. Dessa forma, um terço da

    carga horária da disciplina foi designado para estudo individual.

    A disciplina foi concebida utilizando-se majoritariamente metodologias ativas

    de ensino-aprendizagem com ensino em pequenos grupos principalmente nas

    práticas nas enfermarias devido à fragilidade física e emocional que pacientes

    internados em CP e seus acompanhantes e familiares apresentam.

    A disciplina foi ofertada como optativa no semestre de 2016.2, por 20

    semanas. A carga horária total foi de quarenta e cinco horas, sendo 30 horas

    presenciais e 15 horas para estudo a distância. Dezenove encontros foram

    realizados ao longo do semestre, sendo 6 deles absolutamente práticos e dois para

    as avaliações somativa e de atitudes.

    CRONOGRAMA DISCIPLINA DE CUIDADO PALIATIVO 2016.2

    02/08 Introdução e Apresentação da disciplina

    Pacto de convivência

    Animação curta metragem

    09/08 Conceitos e princípios (Bioética)

    16/08 Indicações de cuidado paliativo

    TBL

    23/08 Comunicação

    Encenação de cenários de más notícias (pequenos grupos)

    Fechamento com exposição dialogada

    Protocolo Spikes

    30/08 Avaliação do paciente em CP

    06/09 Prática de Enfermaria

    13/09 Luto

    Interdisciplinaridade

    Arte

  • 22

    Os momentos presenciais aconteceram semanalmente, sendo os cinco

    primeiros todos teóricos e a partir do sexto intercalaram-se práticos e teóricos. O

    formato de iniciar o curso com conteúdo teórico foi estratégico, na medida em que os

    graduandos, via de regra, tem pouca vivência no tema e haveria a necessidade de

    adquirirem conhecimentos mínimos antes que pudessem ter contato com pacientes

    e familiares em um momento tão delicado como é o da finitude.

    A disciplina contou com a participação de apenas duas professoras, por

    motivo de disponibilidade e formação no tema. Com o propósito de respeitar as

    estratégias pedagógicas, garantir o conforto dos pacientes e pelo corpo docente

    reduzido, foram disponibilizadas quinze vagas para a disciplina de CP.

    4.1.1. ENCONTROS TEÓRICO-PRÁTICOS

    O primeiro encontro consistiu em apresentação da disciplina, confecção

    conjunta com a turma de um pacto de convivência e a introdução ao CP. O pacto de

    convivência foi fundamental à medida em que a disciplina, por ser ofertada em

    20/09 Prática de Enfermaria

    27/09 Controle de Sintomas: Dor

    Caso Clínico

    04/10 Prática de Enfermaria

    11/10 Controle de Sintomas: Dispneia

    18/10 Prática de Enfermaria

    25/10 Controle de Sintomas: Náusea

    01/11 Prática de Enfermaria

    08/11 Controle de Sintomas: Anorexia

    15/11 FERIADO

    22/11 Prática de Enfermaria

    29/11 Avaliação

    OSCE (atitude)

    06/12 Fechamento

    Feedback

  • 23

    metodologias ativas, necessitaria de engajamento e compromisso dos alunos,

    inclusive devido a seu caráter opcional, característica que pode conferir menos

    seriedade dos discentes frente às atividades. Ademais, a educação de adultos deve

    idealizar o respeito mútuo e a responsabilidade pessoal, associado ao interesse

    individual e a motivação.

    O programa disciplinar, assim como seus objetivos também foram explanados

    nessa ocasião e, em seguida, a animação em curta metragem “A senhora e a Morte”

    foi transmitida para a turma. A metodologia ativa em formato de filme foi

    cuidadosamente escolhida para iniciar as atividades do curso porque essa atividade

    lúdica permite a reflexão sobre aspectos relacionados a saúde, doença, família e

    seus impactos sobre o paciente.

    Nessa lógica, o curso já iniciou estimulando a participação dos discentes,

    tentando ultrapassar as barreiras da timidez e dificuldade de exposição que muitos

    deles apresentam frente às metodologias ativas de ensino-aprendizagem, tentando

    facilitar o engajamento nas atividades que viriam em sequência.

    O segundo encontro teve como tema “Conceitos e princípios em CP”, assunto

    bastante denso e que nortearia todo o componente curricular remanescente. Por

    esse motivo, optou-se pelo método de aula expositiva dialogada.18 A bibliografia do

    tema já estava em posse dos alunos, que fizeram leitura prévia a esse encontro.

    Algumas nuances do CP foram acrescentadas no encontro e a abordagem de

    questões éticas e legais também bastante discutidas na ocasião.

    As indicações de CP ocuparam o terceiro encontro teórico com a turma, pois

    após a introdução, conceitos e princípios havia a necessidade de definir quem

    seriam os indivíduos elegíveis a receberem cuidados de conforto e final de vida. Por

    tratar-se de um tema tão denso houve a preocupação de utilizar um método que

    pudesse tornar o ambiente de educação mais interessante, minimizando o

    desinteresse pelo aprendizado, razão pela qual o TBL foi a metodologia escolhida.

    Seguindo no cronograma da disciplina, o quarto encontro foi reservado para

    falar sobre comunicação e por essa razão o role-play foi selecionado como

    metodologia de ensino. Cinco trios foram formados, cada um com um cenário

    diverso a ser interpretado. Objetivando principalmente o ganho de atitudes, as

    situações foram descritas de forma mais vaga, para que os participantes pudessem

    ser espontâneos no desenvolvimento da temática. Utilizou-se feedback ao final de

  • 24

    cada encenação visando solidificar o conhecimento e promover ganho de

    habilidades.

    No quinto encontro teórico, o último antes de iniciarem também as atividades

    exclusivamente práticas, o conteúdo discutido foi avaliação do paciente em CP.

    Teve-se o cuidado de capacitar os estudantes na anamnese específica e

    direcionada para o paciente em cuidados de final de vida antes que pudessem ter o

    contato com os pacientes internados, através de aula expositiva dialogada.

    As aulas práticas seguiram intercaladas com as aulas teórico-práticas em sala

    de aula, de modo que dando seguimento ao cronograma do componente ofertado o

    encontro seguinte foi dedicado ao diálogo sobre o luto. Todo CP estende-se até a

    fase do luto familiar e, portanto, é mandatório que médicos em formação estejam

    preparados e confortáveis para lidar com esse momento de extrema fragilidade

    humana.

    Acreditando fortemente na necessidade do ensino interprofissional dentro dos

    cuidados paliativos, uma professora formada em psicologia e atuante em CP foi

    convidada para liderar essa discussão. Conceitos sobre perdas e luto foram

    debatidos, momentos reflexivos sobre finitude e empatia também fizeram parte

    desse encontro que utilizou obras de arte, como pinturas em tela e poemas, para dar

    mais leveza a uma temática ainda considerada desconfortável e tabu em nossa

    sociedade.

    Também em concordância com as diretrizes curriculares, não só nacionais

    como mundiais, as cinco aulas seguintes foram pensadas para discutir sobre o

    assunto que rege o CP: o controle de sintomas desagradáveis. Como o grande

    princípio da prática paliativa é prevenir e aliviar o sofrimento, há extrema

    necessidade de que profissionais de saúde possam estar aptos a enfrentar os

    sintomas desagradáveis mais prevalentes em pacientes com doenças avançadas.

    Com esse intuito, dor, dispneia, náusea e vômito, anorexia e caquexia e prurido

    foram os temas selecionados, dada sua prevalência e impacto na qualidade de vida

    dos pacientes em fase final de vida, independentemente de sua doença de base.

    Nos cinco encontros acima mencionados a metodologia eleita foi o estudo de

    casos. Casos reais e fictícios foram utilizados e, seguindo o raciocínio já apontado

    nas aulas práticas, os casos aumentaram em complexidade ao longo das semanas,

    de modo a se tornarem problemas desafiadores e abordarem cada vez mais

    conhecimentos já adquiridos, aproximando-se de situações reais que os futuros

  • 25

    médicos encontrarão em suas práticas diárias. Ao final de cada encontro reservou-

    se um espaço para colocações do tema que não surgiram durante a discussão, mas

    que eram fundamentais que fossem citados, a fim de despertar a curiosidade do

    conhecimento no assunto, além de esclarecer possíveis dúvidas referentes a leituras

    anteriores.

    4.1.2. ENCONTROS PRÁTICOS

    Após as cinco aulas teóricas iniciais, em que os fundamentos básicos do CP

    foram apresentados, tiveram início as aulas práticas nas enfermarias do Hospital

    Universitário Onofre Lopes (HUOL) com pacientes internados em CP. Esse foi o

    momento de ter contato com pacientes reais, realizar história e exame físico, traçar

    estratégias de condutas, aplicar técnicas de comunicação, além do contato com

    familiares e equipe multidisciplinar envolvida na assistência a esses pacientes.

    As aulas práticas consistiram sempre do mesmo formato: um paciente

    internado na enfermaria, com indicação de CP e características relevantes para o

    momento do curso, era escolhido pelas professoras e comunicado aos estudantes

    com uma semana de antecedência. Os mesmos trios definidos no quarto momento

    teórico da encenação foram mantidos e deveriam realizar a visita ao leito, realizando

    a anamnese com o próprio paciente, interrogando sobre sua doença, tratamento e

    sintomas desconfortáveis. Deveriam ainda ter contato com familiares e cuidadores

    próximos, que pudessem acrescentar dados clínicos à história, mas principalmente

    para terem contato com a complexidade psicossocial que esse momento da vida

    envolve.

    Na semana seguinte, no horário da disciplina, nos reuníamos na enfermaria

    do HUOL para discutir o paciente avaliado. A cada encontro, um dos trios era

    responsável por conduzir a passagem do caso para as professoras e o restante da

    turma, enquanto os demais educandos faziam suas colocações pessoais e

    acrescentavam dados ao que estava sendo discorrido. Em conjunto o raciocínio era

    construído, as hipóteses realizadas, experiências e emoções compartilhadas, de

    modo que todos participavam ativamente do processo. Houve o cuidado de escolher

    pacientes com as mais diversas morbidades, como doenças neurológicas,

    pneumológicas, cardiológicas e oncológicas para engrandecer o aprendizado e

    diversificar as discussões. Propositadamente os casos foram tornando-se mais

  • 26

    complexos no transcorrer do curso, com objetivo de que ao final do semestre os

    alunos estivessem aptos a avaliar e sugerir intervenções a pacientes reais,

    candidatos a cuidados de final de vida, assim como dar suporte às suas famílias.

    Por motivo de carga horária restrita para a disciplina e a pequena

    disponibilidade de tutores capacitados na área, fato ocorrido na imensa maioria das

    escolas de saúde que oferecem disciplinas de CP, não foi possível a presença das

    tutoras à beira do leito com os alunos no momento em que avaliavam o doente. O

    tempo não era suficiente para que os quinze discentes realizassem toda a avaliação

    e ainda houvesse um momento para formular hipóteses, discutir divergências e

    traçar o plano de condutas. Daí a estratégia de os alunos avaliarem, sem pressa,

    num momento anterior à discussão.

    4.1.3. AVALIAÇÃO DISCENTE

    Após conclusão do conteúdo programático foram realizadas uma prova de

    conhecimento e uma de habilidades e atitudes, em momentos distintos. A primeira,

    uma avaliação objetiva por meio de questões de múltipla escolha constituída de

    vinte testes, visou avaliar o ganho de conhecimento através de questões objetivas,

    tendo-se o cuidado de fundamentar principalmente em casos clínicos, aumentando a

    complexidade do método e evitando conteúdos meramente decorados.

    Uma avaliação prática simulada semelhante a uma OSCE (objective

    structured clinical examination) foi utilizada como método de avaliação

    complementar, visando analisar habilidades e atitudes. Essa avaliação foi projetada

    para a educação médica e padronizada para dar maior confiabilidade.

    A estação constitui-se de uma simulação de comunicação de má notícia em

    que habilidades de comunicação, postura profissional e empatia foram pontuados. O

    desenrolar da estação demandou ainda discussão de prognóstico, enfrentamento de

    reações da paciente e linguagem acessível por parte dos estudantes. A realização

    de feedback imediato após a finalização da estação simulada por toda a turma teve

    o objetivo de promover também uma avaliação formativa.

    Como o ensino de profissionalismo é um processo longo e essencial não só

    dentro da temática abordada, mas também durante toda a graduação, uma terceira

    forma de avaliação foi realizada na disciplina, de maneira continuada. Um

    questionário de doze itens foi desenvolvido baseado na escala P-MEX, agrupando-

  • 27

    se alguns itens da escala original e adequando para a realidade local. O artigo

    original do P-MEX descreve que para maioria dos casos, quatro a seis avaliações

    são suficientes para inúmeros propósitos. No caso em questão, cinco avaliações

    foram realizadas durante os cinco encontros práticos.

    4.1.4. FEEDBACK

    O último encontro das professoras com a turma foi para realizar o feedback

    final, para que os alunos pudessem emitir suas opiniões, elaborassem um

    pensamento crítico e reflexivo acerca da disciplina, das professoras e das

    metodologias aplicadas. Procurou-se criar um ambiente acolhedor e informal para

    que todos pudessem se expressar de maneira honesta e como todos já haviam

    convivido por um semestre julgou-se ser um ambiente seguro e as colocações foram

    orais, através de uma roda de conversa. As professoras e os demais colegas

    puderam também avaliar e criticar construtivamente os estudantes.

    A disciplina de CP como um todo foi desenvolvida de modo a promover

    feedbacks frequentes e em inúmeros momentos do curso, como nas aulas práticas,

    após as avaliações objetiva e a estação simulada, tanto das professoras para os

    alunos quanto dos alunos para a disciplina. Após as cinco primeiras aulas

    presenciais foi solicitado que a turma fornecesse um feedback redigido de forma

    anônima para que os alunos pudessem expressar de forma livre sua avaliação do

    curso até o momento. Essa estratégia visou adequar o componente pedagógico às

    necessidades e expectativas dos discentes de modo a alcançar os objetivos de

    aprendizagem propostos no início do semestre.

    4.1.5. DESAFIOS

    A implantação de uma nova disciplina é sempre permeada de dificuldades e

    para a disciplina de CP não foi diferente. O tema per se já é circundado por tabus e

    polêmicas, além de bastante recente. Tratou-se de uma ação inovadora e arrojada,

    não apenas pela escolha do tema, mas pelo audacioso intuito de atualizar a

    estrutura curricular utilizando exclusivamente metodologias não tradicionais de

    ensino na saúde.

  • 28

    O primeiro e maior desafio foi a construção do corpo docente da disciplina. O

    tema CP ainda é recente no Brasil, poucos profissionais têm sequer intimidade com

    seus princípios e fundamentos, logo formação e experiência na área são ainda mais

    raras. Dentro do ambiente acadêmico essa realidade ainda não é diferente e

    contávamos com apenas três professores da graduação em medicina da UFRN com

    essas características em 2016, quando o movimento de construção da nova

    disciplina iniciou-se.

    Além da formação profissional necessitávamos disponibilidade dos colegas,

    tanto em carga horária quanto no horário em que a disciplina seria ministrada.

    Reduzindo ainda mais as possibilidades, sendo que só foi possível unir todas as

    características necessárias em apenas duas professoras.

    O desafio seguinte foi encaixar a disciplina dentro da estrutura curricular já

    existente na graduação em medicina. As disciplinas de caráter obrigatório já

    utilizavam grande parte dos horários disponíveis para aula e ainda haviam

    disciplinas optativas já estabelecidas. Como a disciplina de CP seria ofertada para

    três períodos distintos precisava haver um horário livre que fosse comum aos sexto,

    sétimo e oitavo períodos.

    Como não há CP sem um trabalho interprofissional, a presença de

    professores de outras áreas da saúde era fundamental e, novamente, esbarramos

    na escassez de profissionais com essas características: formação, experiência,

    disponibilidade e docência.

    Atualmente os desafios são manter a disciplina ativa, já que a segunda

    professora não faz mais parte do quadro de funcionários da UFRN desde o primeiro

    semestre de 2017 e não houve substituição da mesma até o presente momento.

    Com o agravante de que outras disciplinas obrigatórias foram adicionadas ao

    currículo da graduação no período, sem novas contratações, deixando os

    professores com carga horária ainda mais limitada.

    4.2. AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA

    No encerramento da disciplina de CP os alunos foram convidados a

    responder um questionário eletrônico semi-estruturado sobre sua avaliação da

    disciplina, de maneira anônima. O termo de consentimento livre e esclarecido sobre

  • 29

    a pesquisa foi distribuído e explicado, sanando todas as possíveis dúvidas dos

    alunos. Optou-se pelo questionário eletrônico porque poderia ser respondido fora do

    ambiente acadêmico e após a conclusão da disciplina, a fim de tentar assegurar

    maior honestidade na avaliação por partes dos estudantes.

    O questionário enviado por e-mail proposto era semi-estruturado, constituído

    por sete itens, a maioria em formato escala Likert, de fácil compreensão e rápido

    preenchimento, sendo o aluno capaz de respondê-lo em um tempo estimado de até

    vinte minutos. Como não existem questionários validados para este tipo de estudo, o

    instrumento aplicado teve que ser desenvolvido pelos pesquisadores, objetivando

    uma avaliação mais fidedigna da metodologia de ensino-aprendizagem utilizada ao

    longo da disciplina.

    As questões foram agrupadas de forma a avaliar o ganho de conhecimento,

    habilidades e atitudes, metodologias de ensino-aprendizagem, avaliação do

    estudante, avaliação dos tutores, além de espaço para críticas e sugestões.

    O preenchimento do questionário foi realizado após a conclusão da disciplina

    e não teve qualquer influência sobre a nota final e conceito de desempenho do

    aluno. A participação no estudo foi totalmente voluntária e todos os dados serão

    mantidos em sigilo até a sua publicação.

    Foi considerado bom desempenho na disciplina médias acima de sete,

    conforme padronização institucional. As avaliações de profissionalismo eram em

    formato de escala Likert e foram transformadas em valores numéricos.

    A procura pelo componente foi grande, com trinta estudantes realizando a

    pré-matrícula, mas a disponibilidade de apenas duas professoras inviabilizou o

    aumento do número de vagas.

    O desempenho dos inscritos na disciplina foi considerado bom e muito

    semelhantes, havendo pouca variação entre alunos de diferentes períodos, como

    exposto na tabela 1.

    4.3. AUTO-AVALIAÇÃO DISCENTE

    Ainda no questionário semi-estruturado os alunos tiveram um espaço para

    avaliar seu próprio desempenho durante o semestre. As professoras determinaram

    que tais dados seriam relevantes na medida em que poderiam interferir diretamente

    no desempenho somativo final dos alunos.

  • 30

    Apesar da satisfatória avaliação da disciplina e das professoras e das notas

    finais da turma, mais de 40% dos alunos referiu achar que sua dedicação a

    disciplina estaria abaixo das expectativas.

    Tal dado nos fez inferir que o ganho em conhecimento e habilidades poderia

    ser ainda maior caso houvesse mais envolvimento dos discentes com a disciplina.

    Por outro lado, compreendemos a sobrecarga dos alunos da graduação em

    medicina, além do alto nível de cobrança pessoal e competitividade presentes nesse

    ambiente. Tema importante, que, porém, foge ao escopo dessa dissertação.

  • 31

    Tabela 1: Nota média dos discentes que cursaram a disciplina de CP no semestre

    de 2016.2 em cada uma das três modalidades de avaliação.

    MÉDIA DAS AVALIAÇÕES

    ALUNO TEÓRICA PRÁTICA CONTINUADA SEXTO PERÍODO

    1 7,40 8,00 7,50 SÉTIMO PERÍODO

    1 9,40 7,75 7,00 2 6,80 8,25 9,50 3 8,60 8,25 7,00 4 8,20 8,25 7,50 5 8,60 6,75 8,00 6 8,00 7,00 7,00 7 8,80 6,50 8,50

    OITAVO PERÍODO 1 8,20 7,75 7,00 2 6,80 7,00 7,00 3 8,00 7,50 7,00 4 7,60 6,00 6,50 5 9,40 8,75 6,50 6 8,60 6,75 10,0 7 9,80 9,5 7,00

    As principais competências objetivadas também foram atingidas, conforme

    gráficos 1 e 2.

  • 32

    Gráfico 1: Contribuição da disciplina de CP para ganho de competências

    Gráfico 2: Confiança para aplicar CP na prática diária

    0 1 2 3 4 5 6 7

    Aprendizado Téncino

    Aprendizado Pessoal

    Comunicação

    Humanização

    Muito ImportanteImportanteIndiferentePouco ImportanteNão Contribuiu

    0 2 4 6 8

    Discutircaso

    Avaliarpaciente

    Aplicarconhecimento

    Muitopreparado

    Preparado

    Indiferente

    Poucopreparado

    Muitopoucopreparado

  • 33

    As metodologias ativas de ensino-aprendizagem foram elogiadas nos

    feedbacks dos discentes (Gráfico 3), sendo as mais aproveitadas as aulas

    expositivas dialogadas, TBL, Role-play e Estudo de Caso.

    Gráfico 3: Nível de aproveitamento de cada metodologia utilizada na disciplina de

    CP

    4.3. PRODUTO

    O principal produto deste trabalho consiste na criação, estruturação e oferta

    da disciplina optativa de CP no curso de graduação em medicina da UFRN.

    Ementa (ANEXO 5) também disponível em:

    https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/componentes/busca_componentes.jsf?aba=p

    -ensino

    0 2 4 6 8

    Aulaexpositivadialogada

    Vídeo

    TBL

    Estudodecaso

    Prática(enfermaria)

    Estudoindividual

    Apresentaçãoartigopeloaluno

    Encenação

    Feedback

    Muitoaproveitada

    Aproveitada

    Indiferente

    Poucoaproveitada

    Muitopoucoaproveitada

  • 34

    5. APLICAÇÕES PRÁTICAS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

    A criação da disciplina de CP na graduação em medicina da UFRN auxilia a

    adaptação da instituição às mais novas orientações da DCN 2014, tanto ao

    privilegiar metodologias ativas de ensino quanto ao aumentar a carga horária em

    disciplinas optativas e no eixo ético humanístico. Permite a melhor qualificação dos

    novos médicos em áreas ainda pouco exploradas na graduação, como humanização

    e comunicação, mas principalmente em CP.

    O CP é um tema atual, ainda pouco conhecido, mas com aplicações em todas

    as áreas da medicina. Os futuros egressos do curso de medicina estarão aptos a

    exercer cuidados de conforto e assistência de final de vida com mais tranquilidade e

    embasamento teórico-prático, independente da especialidade que escolherem já que

    o objetivo é a aplicação de ações paliativas em hospitais gerais.

    Possibilita ainda a difusão do tema e de seus princípios a médicos de outras

    áreas e outros profissionais da saúde que trabalhem com pacientes portadores de

    doenças crônicas incuráveis em seu dia a dia e precisem de mais conhecimento

    técnico para prevenir e aliviar o sofrimento desses pacientes.

    A estrutura curricular foi desenvolvida de acordo com as principais diretrizes

    mundiais e adaptadas para a realidade brasileira e pode, portanto, ser reproduzida

    em outras instituições e serviços que julguem ser importante agregar educação em

    CP na graduação em medicina.

    A importância da manutenção dessa disciplina no currículo da medicina

    UFRN impulsiona a busca por capacitação de outros professores que possam

    auxiliar na continuidade da oferta do componente e, quem sabe, futuramente

    aumentar a disponibilidade de vagas, já que interesse dos alunos há.

    Ademais, a oportunidade de participar do programa de mestrado em ensino

    na saúde impulsionou a incorporação de metodologias ativas e centradas no aluno

    na disciplina em que eu já lecionava (Geriatria II), dinamizando os encontros em sala

    de aula, envolvendo e estimulando mais a participação discente e criando novas

    maneiras de construção conjunta do conhecimento. Essas mudanças aproximaram o

    aluno das professoras e tornaram o ambiente de ensino mais proveitoso.

    Momentos de estudo a distância também foram vistos como fundamentais no

    aprofundamento do conteúdo e também têm sido estimulados na disciplina de

    Geriatria II.

  • 35

    O contato mais íntimo e profissional com o ensino em saúde estimulou outros

    professores da geriatria da UFRN a também se capacitarem, incluindo pós-

    graduação stricto sensu, de forma que 100% dos professores de geriatria na

    graduação em medicina UFRN são ou serão titulados mestres até o final de 2019.

  • 36

    6. REFERÊNCIAS

    1. WHO. WHO | WHO Definition of Palliative Care. WHO. World Health Organization; 2012 Jan 1.

    2. Elsner F, Centeno C, Cetto G, De Conno F, Ellershaw J, Eychmuller S, et al. Recommendations of the European Association for Palliative Care (EAPC) For the Development of Undergraduate Curricula in Palliative Medicina at Europena Medical Schools [Internet]. Report of the EAPC Steering Group on Medical Education and Training in Palliative CareE. [cited 2019 Apr 14]. Available from: http://www.eapcnet.eu/LinkClick.aspx?fileticket=S1MI-tuIutQ%3d&tabid=1717

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  • 37

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  • 40

    7. ANEXOS

    ANEXO 1 – Avaliação de Profissionalismo

    Mini-Avaliação Aula Prática

    Inac AbEx Exp AcEx NA

    Pontualidade (chegada e saída)

    Desempenho na tarefa proposta

    Participa e se interessa pela discussão

    Capacidade de trabalhar em equipe

    Demonstra respeito por tutores

    Postura respeitosa com paciente/família

    Demonstra empatia por paciente/família

    Demonstra conhecimento sobre assunto

    Demonstra habilidades em comunicação

    Reconhece seus pontos negativos

    Boa aceitação ao feedback

    Melhora em relação ao último encontro

    Inac: Inaceitável; AbEx: Abaixo da Expectativa; Exp: Expectativa; AcExp: Acima da

    Expectativa; NA: Não Aplicável

    Conceito final desse encontro: ( ) Inaceitável ( ) Abaixo das Expectativas

    ( ) Atingiu Expectativas ( ) Acima das Expectativas

    Identificou algum evento crítico? ( ) Não ( ) Sim (comente)

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    Avaliador: ________________________________________________

    Aluno: ___________________________________________________

    Data:_______________________________

  • 41

    ANEXO 2 – Questionário Eletrônico

    1) De que maneira a disciplina de Cuidado Paliativo contribuiu para seu

    aprendizado?

    Não contribuiu

    Pouco

    importante Indiferente Importante

    Muito

    importante

    Aprendizado técnico

    Amadurecimento

    pessoal

    Habilidade comunicação

    Humanização

    Justifique os itens classificados como “Não Contribuiu”, “Pouco importante” e

    “Indiferente”.

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    2) Ao final do curso quão preparado você se sente nas seguintes situações?

    Muito pouco

    preparado

    Pouco

    preparado Indiferente Preparado

    Muito

    preparado

    Discutir casos de

    cuidados paliativos

    Avaliar paciente em

    cuidados paliativos

    Aplicar conhecimentos

    de cuidado paliativo em

    outras áreas/disciplinas

  • 42

    Justifique os itens classificados como “Muito pouco preparado”, “Pouco preparado” e

    “Indiferente”.

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    3) Assinale seu nível de aproveitamento em relação a cada metodologia de ensino-

    aprendizagem utilizada na disciplina de Cuidado Paliativo.

    Muito pouco aproveitada

    Pouco

    aproveitada Indiferente Aproveitada

    Muito

    aproveitada

    Aula expositiva

    dialogada

    Vídeo

    Aprendizagem

    baseada em

    equipes (TBL)

    Discussão de caso

    clínico

    Vivência prática

    (enfermaria)

    Estudo individual

    (à distância)

    Preparação e

    apresentação de

    artigo pelo aluno

    Encenação

    Feedback final/

    Encerramento

  • 43

    Justifique os itens classificados como “Muito pouco aproveitada”, “Pouco

    aproveitada” e “Indiferente”.

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    4) Atribua um conceito para os seguintes itens em relação à disciplina de Cuidado

    Paliativo.

    Muito abaixo das expectativas

    Abaixo das expectativas

    Indiferente Atingiu

    expectativas Acima das

    expectativas

    Desempenho

    dos tutores

    Sua dedicação

    à disciplina

    Disciplina

    como um todo

    Justifique os conceitos “Muito abaixo das expectativas”, “Abaixo das expectativas” e

    “Indiferente”.

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    5) Assinale sua concordância com os seguintes itens referentes à avaliação durante

    a disciplina de Cuidado Paliativo.

    Discordo totalmente

    Discordo parcialmente

    Indiferente Concordo

    parcialmente Concordo totalmente

    A avaliação de forma

    continuada é mais

    justa.

    A avaliação de forma

    continuada me deixou

    desconfortável.

  • 44

    A avaliação teórica me

    deixou desconfortável.

    A avaliação clínica

    objetivamente

    estruturada (OSCE)

    me deixou

    desconfortável.

    6) Cite 3 palavras que definam bem a disciplina de Cuidado Paliativo em sua

    opinião.

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    7) Deixe aqui suas críticas e sugestões para que possamos melhorar cada vez mais

    a disciplina de Cuidado Paliativo.

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

  • 45

    ANEXO 3 – Aprovação no CEP

  • 46

    ANEXO 4 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

    Você está convidado a participar do estudo “Implementação e aprimoramento

    da disciplina de Cuidados Paliativos na graduação em medicina da Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte – UFRN”, que consiste no Projeto de Mestrado da

    professora Amanda Baptista Aranha, sob a orientação da Professora Doutora Elaine

    Lira Medeiros Bezerra.

    Com a mudança no perfil epidemiológico das doenças no Brasil surge uma

    necessidade cada vez maior por profissionais capacitados em cuidado paliativo.

    Como a demanda em nosso estado chega a mais de dez mil pacientes e não temos

    especialistas suficientes, precisamos formar médicos capazes de atender em parte a

    essa população através de ações paliativas.

    Juntamente a esse cenário temos a reforma curricular das escolas de

    medicina, sendo necessário que a disciplina de Cuidado Paliativo também se adapte

    as metodologias ativas de ensino-aprendizagem preconizadas pelo Ministério da

    Educação.

    Portanto, com o objetivo de melhorar a disciplina de Cuidado Paliativo da

    graduação em medicina da UFRN e consequentemente a formação dos novos

    médicos neste assunto tão importante, os alunos que cursarem a disciplina e

    concordarem em participar deste estudo receberão por e-mail um questionário para

    avaliarem a disciplina ministrada.

    Esse questionário será enviado após a conclusão da disciplina, por via

    eletrônica (e-mail), onde você terá a oportunidade de expressar como foi sua

    experiência ao cursar a disciplina, através de respostas semi-estruturadas.

    O convite para participação no estudo, juntamente com o termo de

    consentimento livre e esclarecido, será entregues no último dia de aula da disciplina

    de Cuidado Paliativo. O questionário somente será enviado após a conclusão da

    disciplina e, portanto, não influenciará em sua avaliação e notas no curso de cuidado

    paliativo.

    Os benefícios associados à sua participação na pesquisa serão auxiliar a

    construção de uma disciplina mais sólida e baseada nas mais recentes diretrizes do

    Ministério da Educação, contribuir para a formação de outros estudantes da

    graduação em medicina neste tema tão atual e relevante e a possibilidade de

    colaborar com o crescimento científico na área da Educação Médica.

  • 47

    Quanto aos possíveis riscos e desconfortos, os alunos participantes terão de

    dispor de um horário extra para responder ao questionário, tempo esse que não

    deve ultrapassar vinte minutos. Caso qualquer questão formulada cause algum

    constrangimento ou desconforto para o participante, o mesmo poderá se abster de

    respondê-la, sem nenhum prejuízo para si.

    Você tem total liberdade para deixar o estudo quando lhe convier, sendo

    declarada ou não justificativa formal aos organizadores pela sua saída. Nenhum

    prejuízo será causado ao participante que decidir sair do estudo antes de concluída

    a sua participação.

    Todas as informações pessoais dos participantes (como resultado do

    desempenho nas avaliações, respostas aos questionários, entre outros) serão

    mantidas em sigilo e guardadas sob a proteção da orientadora Dra. Elaine Lira

    Medeiros Bezerra, tendo acesso a elas apenas o pesquisador e o próprio sujeito. Os

    resultados da pesquisa serão divulgados em forma de dados coletivos, não expondo

    assim quaisquer informações individuais, de acordo com a resolução do Conselho

    Nacional de Saúde (CNS/MS) 466/12, que trata da Pesquisa envolvendo Seres

    Humanos.

    A pesquisa foi organizada de forma que os participantes não tenham nenhum

    gasto, no entanto, caso haja alguma despesa, esse gasto será ressarcido pelos

    organizadores, desde que sejam apresentados aos organizadores os comprovantes

    de custeio e seja declarada a eles uma justificativa pertinente para tais gastos. Além

    disso, quaisquer danos provocados aos participantes pela pesquisa também serão

    devidamente indenizados pelos organizadores do estudo.

    A instituição ficará com uma via deste Termo e toda a dúvida que surgir a

    respeito desta pesquisa poderá ser perguntada diretamente para o Professora

    Doutora Elaine Lira Medeiros Bezerra, no endereço Av. Nilo Peçanha, 620,

    Petrópolis, Natal/RN, pelo telefone (84) 3215- 4281. Dúvidas a respeito da ética

    desta pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa do

    Hospital Universitário Onofre Lopes, no endereço Av. Nilo Peçanha, 620, Petrópolis,

    CEP: 59012-300, Natal/RN, ou pelo telefone (84) 3342-5003.

    Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será

    realizada, os riscos e benefícios envolvidos e permito a utilização dos materiais

    solicitados para a pesquisa Implementação e aprimoramento da disciplina de

  • 48

    Cuidados Paliativos na graduação em medicina da Universidade Federal do Rio

    Grande do Norte.

    Natal, ____ de ___________ de 20____.

    _____________________________________________

    Nome do Participante

    _____________________________________________

    Pesquisador Responsável

    Coleta de impressão datilográfica

    Declaração do pesquisador responsável

    Como pesquisador responsável pelo estudo “Implementação e aprimoramento da

    disciplina de Cuidados Paliativos na graduação em medicina da Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte – UFRN”, declaro que assumo a inteira

    responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e

    direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim

    como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

    Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido

    estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do

  • 49

    Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o

    ser humano.

    Natal, ____ de ___________ de 20____.

    _______________________________________________

    Amanda Baptista Aranha

  • 50

    ANEXO 5 – Ementa da Disciplina de Cuidado Paliativo da Graduação em Medicina da UFRN

    14/04/2019 14(07Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas

    Página 1 de 2https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/componentes/busca_componentes.jsf

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTESISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE ATIVIDADES ACADÊMICAS

    EMITIDO EM 14/04/2019 14:06

    Componente Curricular: MCL0074.0 - CUIDADO PALIATIVO - TEÓRICACarga Horária: 30 horas

    Unidade Responsável: DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICATipo do Componente: DISCIPLINA

    Ementa:

    Busca desenvolver conhecimento e aptidão para a indicação de CuidadosPaliativos em pacientes clínicos e cirúrgicos; prevenção de sintomasrelacionados à patologia de base; competências para seguimento do processosaúde-doença do indivíduo, bem como sua família e comunidade na qual estáinserido; através da valorização do eixo ético-humanístico e de metodologiasativas de ensino.

    Modalidade: Presencial

    Dados do Programa

    Ano-Período: 2016.2

    Objetivos:

    Objetivos Gerais:• Proporcionar conhecimentos em Cuidados Paliativos visando a aplicação de princípios que refletem os valores subjacentes àmelhor prática médica, desenvolvendo habilidades com aplicação na prática clínica diária.• Dotar com atribuições de médico generalista e capacitar com elementos críticos para tomada de decisões em áreas deabrangência das doenças com indicação de Cuidados Paliativos frente à atenção integral da saúde.

    Objetivos Específicos:• Identificar e ter domínio crítico sobre os conceitos e princípios dos Cuidados Paliativos e Bioética – concebido como umaforma de integrar métodos e procedimentos de cuidados paliativos em contextos de cuidados gerais (como medicina interna,cuidados ao idoso, e assim por diante).• Compreender as indicações de Cuidados Paliativos nas mais diversas patologias, cirúrgicas e clínicas, acompanhando oindivíduo em todas as suas fases, cuidando e tratando de forma global.• Compreender determinantes sociais, culturais e comportamentais que interfiram no processo saúde-doença do indivíduo, suafamília e comunidade, oferecendo um sistema de apoio para auxiliar a família a lidar com a doença do paciente em seu próprioambiente.• Compreender a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, com objetivo de melhorar a qualidade de vida dopaciente e seus familiares, por meio da prevenção e alívio do sofrimento na sua totalidade, ajudando os pacientes a viverem omais ativamente possível até a morte, com tratamento farmacológico e não farmacológico.• Identificar precocemente, através da avaliação impecável do paciente, dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos eespirituais que possam acometer o paciente durante essa fase da vida.• Conhecer dados epidemiológicos, etiológicos, fisiopatológicos e quadro clínico das principais patologias com indicação deCuidados Paliativos.• Utilizar racionalmente normas e rotinas de exames para diagnóstico d