implantaÇÃo de custeio abc no sistema indÚstria · custeio abc para a realidade do sistema...

16
X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação SEPesq 20 a 24 de outubro de 2014 IMPLANTAÇÃO DE CUSTEIO ABC NO SISTEMA INDÚSTRIA Andressa Lacerda Capelli, Mestre em Engenharia de Produção, UFRGS. UniRitter - Curso de Administração de empresas [email protected] Resumo: O presente artigo propõe-se a abordar os conceitos de custeio ABC (custo baseado em atividades) no âmbito do Sistema Indústria, bem como nas unidades regionais. O trabalho compreende 1) introdução da proposta, juntamente com objetivos abordados; 2) conceituação de custos e do custeio ABC; 3) introdução dos conceitos metodológicos utilizados; 4) resultados que apresentam a dimensão do Sistema Indústria e a complexidade de implantação desta metodologia em uma instituição de abrangência nacional, representada regionalmente e, de características específicas em sua atuação regional 5) conclusão da concepção do modelo de custeio ABC para a realidade do Sistema Indústria é considerada audaciosa pela dimensão da proposta, bem como os objetos resultantes do processamento são defesa de interesses, serviços, aprendizagem e capacitação empresarial para a Indústria Brasileira. Por fim, este trabalho objetiva o detalhamento do modelo de custeio ABC estruturado, bem como a metodologia de implantação utilizada por uma consultoria de grande porte. O propósito deste trabalho resultou em uma interessante perspectiva de análise de implantação de custeio ABC. 1 Introdução As empresas encontram-se em um ambiente cada vez mais competitivo que demanda maior informação, precisão e agilidade na tomada de decisão. A necessidade de maior controle e conhecimento dos custos das organizações torna-se imprescindível para uma melhor gestão e controle das operações e atuação no mercado. A necessidade de atendimento de diversos clientes, realizando diferentes atividades gera um complexo ambiente para a gestão dos custos organizacionais, não mais se tratando de uma simples equação de divisão dos custos fabris. Segundo Mauss e Costi (2006) a metodologia de Custeio Baseado em Atividades (ABC) surge com o objetivo de suprir a carência de informações de custos. A ferramenta de custeio ABC objetiva direcionar corretamente os custos indiretos de uma organização, possibilitando a melhor visualização e compreensão dos custos de um determinado produto ou serviço. Esta é uma modelagem audaciosa e que se torna mais difundida com o passar do tempo, ao sensibilizar entusiastas que objetivam acuracidade dos custos de desenvolvimento, produção e atendimentos de seus clientes. Entretanto, dada a complexidade deste modelo proposto, não é viável para toda e qualquer organização, pois este é um modelo pode onerar excessivamente a busca pela alocação adequada dos custos da empresa, pois necessitam de ferramentas e equipe adequada para seu uso, extração de informações e sua manutenção. Cabe ressaltar que o custeio ABC não se classifica como um sistema de custos para fins contábeis, substituindo os sistemas existentes. Para Beureni; Roedel (2002, p.2) “é um sistema de custeio baseado na análise das atividades significativas desenvolvidas na

Upload: doankhanh

Post on 07-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação SEPesq – 20 a 24 de outubro de 2014

IMPLANTAÇÃO DE CUSTEIO ABC NO SISTEMA INDÚSTRIA

Andressa Lacerda Capelli, Mestre em Engenharia de Produção, UFRGS. UniRitter - Curso de Administração de empresas [email protected]

Resumo: O presente artigo propõe-se a abordar os conceitos de custeio ABC (custo baseado em atividades) no âmbito do Sistema Indústria, bem como nas unidades regionais. O trabalho compreende 1) introdução da proposta, juntamente com objetivos abordados; 2) conceituação de custos e do custeio ABC; 3) introdução dos conceitos metodológicos utilizados; 4) resultados que apresentam a dimensão do Sistema Indústria e a complexidade de implantação desta metodologia em uma instituição de abrangência nacional, representada regionalmente e, de características específicas em sua atuação regional 5) conclusão da concepção do modelo de custeio ABC para a realidade do Sistema Indústria é considerada audaciosa pela dimensão da proposta, bem como os objetos resultantes do processamento são defesa de interesses, serviços, aprendizagem e capacitação empresarial para a Indústria Brasileira. Por fim, este trabalho objetiva o detalhamento do modelo de custeio ABC estruturado, bem como a metodologia de implantação utilizada por uma consultoria de grande porte. O propósito deste trabalho resultou em uma interessante perspectiva de análise de implantação de custeio ABC.

1 Introdução

As empresas encontram-se em um ambiente cada vez mais competitivo que demanda maior informação, precisão e agilidade na tomada de decisão. A necessidade de maior controle e conhecimento dos custos das organizações torna-se imprescindível para uma melhor gestão e controle das operações e atuação no mercado.

A necessidade de atendimento de diversos clientes, realizando diferentes atividades gera um complexo ambiente para a gestão dos custos organizacionais, não mais se tratando de uma simples equação de divisão dos custos fabris. Segundo Mauss e Costi (2006) a metodologia de Custeio Baseado em Atividades (ABC) surge com o objetivo de suprir a carência de informações de custos.

A ferramenta de custeio ABC objetiva direcionar corretamente os custos indiretos de uma organização, possibilitando a melhor visualização e compreensão dos custos de um determinado produto ou serviço. Esta é uma modelagem audaciosa e que se torna mais difundida com o passar do tempo, ao sensibilizar entusiastas que objetivam acuracidade dos custos de desenvolvimento, produção e atendimentos de seus clientes. Entretanto, dada a complexidade deste modelo proposto, não é viável para toda e qualquer organização, pois este é um modelo pode onerar excessivamente a busca pela alocação adequada dos custos da empresa, pois necessitam de ferramentas e equipe adequada para seu uso, extração de informações e sua manutenção.

Cabe ressaltar que o custeio ABC não se classifica como um sistema de custos para fins contábeis, substituindo os sistemas existentes. Para Beureni; Roedel (2002, p.2) “é um sistema de custeio baseado na análise das atividades significativas desenvolvidas na

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

empresa, com vistas à atribuição mais criteriosa dos gastos indiretos, seu controle mais efetivo e um melhor suporte ao processo decisório”.

O presente trabalho busca a compreensão da implantação de um sistema de custeio abc para uma organização do tipo Sistema indústria, composta pelas entidades Federação, SESI, SENAI e IEL. 2. Conceituando custos A permanente necessidade de análise e aferição dos custos organizacionais resultam na necessidade de detalhamento dos custos resultantes de um processo de geração de produtos e/ ou serviços. Para tanto, é importante esclarecer o conceito de custos em uma organização.

Segundo Niveiros, Rech, Queiros, Oliveira (2013, p.24) Apud Iudícibus e Marion (2000, p. 175) custos são “todos os gastos no processo de industrialização que contribuem com a transformação da matéria-prima (fabricação): mão-de-obra, energia elétrica, desgaste de máquinas utilizadas para a produção, embalagem, etc”, ou seja, refere-se ao processo de transformação de insumos em produtos ou serviços de valor agregado.

Ainda, Niveiros, Rech, Queiros, Oliveira (2013, p.25) apud Santos (2000, p.29) “custos são gastos incorridos por uma empresa para manter a estrutura em condições de operar em função do planejamento de vendas”, em que se compreende que os custos não se resumem os insumos consumidos no processamento, mas também toda a estrutura e setores necessários para o funcionamento da empresa.

2.1 O custeio ABC A metodologia de Custeio Baseado em Atividades está voltada para reduzir as distorções geradas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos de uma organização (MARTINS, 2003).

Para Beureni e Roedel (2002, p.3), uma nova abordagem na gestão de custos focada na máxima produtividade e na aferição dos controles sobre os custos indiretos é fundamental para uma organização preocupara na apuração de custos.

A sistemática de custeio ABC tem sido utilizada em empresas de diversos segmentos como: industriais e de serviços, pois, segundo Beureni e Roedel (2002, p.3) “trata como base de custeio as atividades desempenhadas dentro das empresas, facilitando consideravelmente a análise do negócio por processos e eliminando a arbitrariedade dos critérios de rateio”. Calesso (2010), esta metodologia tem como princípio identificar com clareza, por meio de rastreamento, o agente causador do custo, para lhe atribuir o devido valor.

O papel do sistema de custeio baseado em atividades não é somente diferenciar-se do sistema de custeio baseado em volume apenas pela mudança das bases de alocação de custos indiretos, mas também pela identificação que faz dos custos por atividade e pela maneira como aloca os custos aos produtos, através de maior número de bases.

Beureni e Roedel (2002, p.4) apud Chalos (1992) enfatizam que o princípio básico do custeio ABC é o fato de que “atividades consomem recursos e produtos consomem

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

atividades. Isto significa que custos nos negócios devam ser primeiro acumulados no nível de atividades e de lá então para determinado produto. Os custos acumulados sob uma atividade são determinados para o produto usando direcionador de custo".

Calesso (2010, p.24), afirma que

a idéia básica é atribuir primeiramente os custos ás atividades e, posteriormente atribuir os custos das atividades aos produtos. Sendo assim, primeiramente faz-se o rastreamento dos custos que cada atividade causou, atribuindo-lhes estes custos e, posteriormente verificam-se como os portadores finais de custos consumiam serviços das atividades, atribuindo-lhes os custos definidos.

Martins (2003) distingue a existência de dois tipos de direcionadores: de recursos e de atividades, sendo importante compreender que cada um aplica-se a uma situação específica. O direcionador de recursos é utilizado para identificar os recursos consumidos pelas atividades realizadas na empresa, em que estas necessitam de recursos para custear sua execução. O direcionador de atividades, ainda, para Martins (2003), tem o papel de identificar como os produtos consomem as atividades, sendo a serventia das atividades custear os produtos.

Niveiros, S.I; Rech, I.J; Queiros, P.F; Oliveira, J.R. de. (2013, p.26) observam que a metodologia em questão “permite um rastreamento, a fim de identificar, classificar e mensurar como as atividades consomem recursos e como os produtos consomem as atividades mais relevantes no processo de produção...” objetivando especificamente em “oferecer resultados que possibilitem a tomada de decisões e definindo as ações que direcionarão a empresa, tornando-se, assim, mais uma ferramenta para auxiliar o gestor”.

O custeio ABC pode ser um grande aliado ao alto escalão ou ao nível gerencial, pois permite perceber onde os recursos estão sendo alocados na empresa e na realização de determinadas atividades ou processos, oportunizando a otimização dos recursos e tarefas organizacionais com enfoque estratégico para melhor atender a missão e visão propostos pela empresa. Calesso (2010, p.25) corrobora afirmando que a importância desta sistemática se dá, pois “proporciona informações gerenciais que auxiliam os tomadores de decisão, como por exemplo, os custos das atividades, que proporcionam aos gestores atribuírem responsabilidades aos responsáveis pelas mesmas”.

Mauss e Costi (2006, p.3) enfatizam que diferencial do método de custeio ABC, em relação aos demais, “está na forma de como alocar os custos indiretos aos produtos. Esta forma resulta em uma técnica diferenciada para se calcular os custos de determinado objeto, que pode ser: produtos, linhas de produtos, serviços, clientes”, entre outros.

Em relação aos custos indiretos, nesta sistemática, “são calculados de forma que estes sejam atribuídos a um objeto onde realmente tenham sido consumidos, através da análise de uma relação de causa e efeito, e do rastreamento das causas que deram origem a aqueles custos” (Mauss e Costi 2006, p.3).

Segundo Corbari e Macedo (2012, p.42) os objetos de custos “é qualquer item, como produtos, clientes, [...] para o qual os custos são medidos e atribuídos”.

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

A partir do exposto, compreendem-se que a metodologia de custeio baseada em atividades utiliza-se das variáveis como recursos que são direcionados ás atividades, por meio de direcionadores de recursos, atividades que consomem recursos, direcionadores de custos que repassam os custos para os produtos e serviços resultantes do processo organizacional da empresa, que também são denominados objetos de custos.

3. Procedimentos Metodológicos

Os procedimentos metodológicos sugerem o entendimento e aprofundamento de como proceder à realização da implantação da sistemática de custeio ABC para o Sistema Indústrias. Neste contexto, foi aplicado o método de Estudo de Caso (YIN, 1994). Para tanto, utilizou-se os seguintes meios de coleta de dados:

a) Investigação documental, sendo uma importante fonte de dados, em que as informações podem tomar diversas formas como: cartas, memorandos, agendas, atas de reuniões, documentos administrativos, estudos formais (BRESSAN, 2000). Yin (1994) considera relevante a utilização de documentos, para corroborar e aumentar a evidência de outras fontes de dados;

b) Dados arquivados, que podem ser de serviços, organizacionais, de levantamentos, lista de nomes. Os dados arquivados podem ser usados com outras fontes de informações, tanto para verificar a exatidão como para avaliar dados de outras fontes (YIN, 1994), pois não garantem precisão e acurácia;

c) Observação participante, que é um tipo especial de observação na qual o observador deixa de ser um membro passivo e pode assumir vários papéis na situação do caso em estudo, podendo participar e influenciar os eventos em estudo (YIN, 1994).

4. Resultados A implantação da metodologia de custeio ABC no Sistema Indústria realizou-se a

partir do acompanhamento da Consultoria denominada “Beta”. Esta propõe o desenvolvimento da implantação de um sistema ABC, através da identificação dos pilares da figura 01.

Água, Luz, MP, Vender, Comprar, Produtos, Clientes, Salários etc. Contabilizar etc. Mercados etc.

Figura 1 – Pilares do custeio ABC Fonte: Beta (2006, p. 86).

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Segundo a consultoria Beta (2006, p.88), os direcionadores de custos (cost drivers) “identificam a maneira como os produtos consomem atividades, sendo importante também para custear produtos, ou seja, indica a relação entre as atividades e os produtos”. Ainda, Beta (2006, p. 88) entende que uma empresa pode ter uma grande quantidade de atividades diferentes e, conseqüentemente, de direcionadores na mesma proporção e, “a chave para a redução do número de direcionadores é a classificação de atividades, que podem ser agrupadas em grupos homogêneos baseados em características similares se tais atividades forem logicamente relacionadas ou tiverem o mesmo quociente de consumo para todos os produtos”. Complementa-se que uma vez que as atividades estão classificadas em um grupo homogêneo de custo, “estas têm o mesmo quociente de consumo, os direcionadores de cada atividade atribuem os custos aos produtos exatamente nas mesmas proporções. Isso significa a necessidade de apenas um direcionador e o uso de taxas de grupo” (BETA 2006, p. 88).

A partir dos esclarecimentos conceituais adotados pela consultoria Beta, elucidam-se os aspectos sobre a empresa foco da implantação da sistemática de custeio ABC, denominada Sistema Indústria. A presente implantação abranger as quatro entidades com personalidades jurídicas distintas e desenvolvem negócios, denominadas, conforme Beta A (2008, p. 3 e 4):

Confederação Nacional da Indústria (CNI): entidade sindical de grau superior, tendo por finalidade representar e defender os interesses da indústria brasileira e a prestação de serviços associados a essas funções. A CNI tem como filiadas as 27 Federações das Indústrias (uma em cada estado e no Distrito Federal), que, por sua vez, são constituídas por Sindicatos e estes por empresas industriais, formando todo um sistema confederativo sindical. A missão da CNI está definida na Constituição Federal, na CLT e em seu Estatuto.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), serviço social autônomo de natureza jurídica privada, com a missão de formação profissional e serviços tecnológicos à indústria, vinculado ao sistema confederativo sindical descrito na alínea "a" e composto de um Departamento Nacional (SENAI/DN) e 27 Departamentos Regionais (um em cada estado e um no Distrito Federal). A missão do SENAI está definida no Decreto-Lei nº 4.048/42 e no seu Regimento, aprovado pelo Decreto nº 494/62.

Serviço Social da Indústria (SESI), serviço social autônomo de natureza jurídica privada, com a missão de realizar educação, saúde e lazer, vinculado ao sistema confederativo sindical descrito na alínea "a" e composto de um Departamento Nacional (SESI/DN), um Conselho Nacional (SESI/CN) e 27 Departamentos Regionais (um em cada estado e um no Distrito Federal). A missão do SESI está definida no Decreto-Lei nº 9403/46 e no seu Regulamento, aprovado pelo Decreto nº 57.375/65.

Instituto Euvaldo Lodi (IEL/NC) (Núcleo Central), sociedade civil, criada pelas entidades indicadas nas alíneas acima, com a finalidade de prestação de serviços de capacitação empresarial e de apoio à pesquisa e à inovação tecnológica. A missão do IEL está definida em seu Estatuto. As Federações criaram Núcleos Regionais dos Institutos Euvaldo Lodi em 27 unidades da Federação.

Evidencia-se a estrutura elucubrada do Sistema Indústria, através da figura 02, que

permite a visualização da estrutura da empresa foco da implantação da sistemática de custeio ABC.

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Figura 2 – Organograma Sistema Indústria.

Fonte: Beta B (2008, p. 2).

A partir da caracterização da personalidade constituinte do Sistema Indústria, é

esclarecido que o presente artigo aborda a implantação de uma sistemática de custeio ABC baseado em um modelo para as vinte e sete unidades de cada uma das quatro funções do Sistema Indústria (FIERGS, SENAI, SESI e IEL), bem como para a instituição direcionadora destas unidades, denominado Sistema Indústria, orientador nacional da atuação destas atividades junto á indústria.

É importante ressaltar que a estrutura do Sistema Indústria, figura 02, percebida através do organograma da instituição, não representa, de maneira idêntica, a estrutura disponível nas vinte e sete unidades regionais, pois há diversidades horizontais entendidas e representadas nas diferentes situações regionais.

É possível destacar que, a partir da complexidade de um modelo de custeio ABC e, a diferenciação da estrutura organizacional do Sistema Indústria acaba por resultar em uma proposta de implantação caracterizada por ineditismo absoluto, dadas as variáveis complicadoras tanto do modelo de custos, quanto da estrutura local da implantação do modelo. A implantação está calcada na estruturação de um único modelo de custeio ABC nacional, ou seja, integrando as vinte e sete unidades regionais e a organização direcionadora, denominada Sistema Indústria.

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

A implantação do modelo de custeio ABC para o Sistema Indústria é uma proposta audaciosa e calcada em um minucioso planejamento, objetivando mitigar possíveis riscos e dificuldades enfrentadas neste tipo de delineamento, passíveis de impasses catastróficos e impactos irreversíveis. As etapas consideradas pela consultoria Beta estão na figura 03.

Figura 3 – Fases da implantação do custeio ABC no Sistema Indústria

Fonte: Beta A (2008, p. 5).

A primeira etapa descrita na figura 03, denominada planejamento do trabalho,

realizou-se em um período de dois meses, entre o efetivo início do projeto de implantação, datado de sete de março de 2008 e, finalizado em nove de maio de 2008. A finalização da etapa caracteriza-se pela estruturação de um planejamento detalhado das atividades em desenvolvimento pelos próximos dez meses e incluiu a proposição e posicionamento dos aspectos: cronograma de atividades, matriz de riscos a serem enfrentados, plano de comunicação, plano de responsabilidades e plano de gerenciamento das mudanças, em que alguns documentos caracterizam-se como restritos ao acesso.

Entretanto, ainda nesta primeira fase, torna-se importante clarificar o plano de responsabilidades, que necessita do apoio e representação das unidades regionais, ilustrado na figura 04:

Figura 4 – Plano de responsabilidades e representação das unidades regionais.

Fonte: Beta C (2008, p. 32).

Objetivando um melhor desempenho e alinhamento dos representantes regionais, definiu-se um perfil de equipe de profissionais para representar a unidade regional, em que

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

os parâmetros estão representados em patrocinador, coordenador e representante nas figuras 5, 6 e 7:

Figura 5 – Plano de responsabilidades: Patrocinador Custeio ABC na unidade regional (DR).

Fonte: Beta C (2008, p. 33).

Figura 6 – Plano de responsabilidades: Coordenador Custeio ABC na unidade regional (DR). Fonte: Beta C (2008, p. 34).

A segunda etapa descrita na figura 03, denominada mapeamento dos objetos de

custos, em que, segundo Beta C (2008, p. 21) “objeto de custo é tudo o que a empresa deseja custear”. Para Beta D (2008, p. 2) os objetos de custos do Sistema Indústria são “resultado dos levantamentos realizados com os gestores das unidades organizacionais da CNI, do SENAI-DN, do SESI-DN e do IEL-NC”. Ressaltando que estes resultados de mapeamento de objetos de custos também “incorporam as sugestões e as contribuições recolhidas durante os workshops de ratificação dos objetos de custos com os representantes das entidades das Unidades Federativas que compõem as regiões Sul e Sudeste” Beta D (2008, p. 2). Na figura 08, é esclarecida a estrutura o modelo estrutural de objetos custos, subdivididos em até cinco níveis.

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Figura 7 – Plano de responsabilidades: Representante Custeio ABC na unidade regional (DR).

Fonte: Beta C (2008, p. 35).

Figura 8 – Estrutura de objetos de custos.

Fonte: Beta D (2008, p. 2).

Compreende-se, a partir da figura 08, que os objetos de custos de nível I representam as entidades CNI/ Federação, SENAI, SESI e IEL. Os demais níveis (II a V) são os desdobramentos dos produtos e serviços prestados pelas entidades que compõem o nível I (BETA D, 2008).

A saída resultante da segunda etapa para cada uma das entidades (CNI/Federação, SENAI, SESI e IEL) é o desenvolvido um dicionário de objetos de custos. Beta D (2008, p. 4) enfatiza que “além da estruturação de acordo com seus respectivos níveis, os dicionários apresentam um descritivo para cada um dos objetos de custos levantados. O conjunto formado pelos dicionários de cada entidade compõe o dicionário final de objetos de custo”. E, entende-se que essa “estrutura de objetos de custos permitirá que os gestores das entidades tenham alinhamento nacional dos produtos e serviços ofertados pelas entidades que compõem o Sistema Indústria, respeitando a particularidade de todas as Unidades Federativas” (BETA D, 2008, p. 4). Ainda, segundo Beta D (2008) a estruturação permitirá a consolidação dos custos conforme os diferentes produtos e serviços oferecidos e seus respectivos desdobramentos, do nível mais analítico (produtos das unidades) ao nível mais macro (Sistema Indústria).

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Consultoria Beta D (2008), esclarece que os dicionários, bem como as atividades e os direcionadores de custos, são resultados dos levantamentos efetuados com os gestores das unidades organizacionais das entidades que compõem o Sistema Indústria. Esses documentos foram submetidos à validação dos respectivos representantes das entidades das Unidades Federativas.

Objetivando clarificar a estrutura desenvolvida, ilustram-se os resultados desta fase nas figuras 09, 10, 11 e 12, sendo Federação, SENAI, SESI e IEL, respectivamente. É importante ressaltar que se escolhe apresentar somente um exemplo de objetos de custos de cada uma das entidades, devido à extensão do modelo.

Projetos

Ações de Influência

Nível III Nível IV

Ações junto à

Indústria Eventos, Promoções e

Campanhas

Fóruns, Comitês e

Conselhos

Executivas

Judiciárias

Legislativas

Estudos Técnicos

Internacionais

Comunicação /

Mídia

Desenvolvimento

AssociativoCNI /

Federações

Serviços para a

Indústria

Defesa de Interesse

Nível I Nível II

Setores da Sociedade

Figura 9 – Estrutura de objetos de custos: Federação.

Fonte: Beta D (2008, p. 4).

Formação Inicial e

Continuada

Educação Profissional

Técnica de Nível Médio

Educação Profissional

Tecnológica de

Graduação e Pós-

Graduação

Nível IVNível II Nível III

Educação

Educação Escolar

Superior

Ações Especiais de

Educação

Estratégias Especiais de

Educação *

Aprendizagem Industrial

Qualificação Profissional

Iniciação Profissional

Especialização Profissional

Aperfeiçoamento Profissional

Habilitação Profissional

Habilitação Profissional para

Aprendizes

Qualificação Profissional

Especialização Profissional

Aperfeiçoamento Profissional

Qualificação Profissional para

Aprendizes

Nível V

Alimentos e Bebidas

Construção

Couro e Calçado

Educação

Eletroeletrônica

Energia

Gemologia e Joalheria

Gestão

Gráfica e Editorial

Madeira e Mobiliário

Automação

Celulose e papel

Automotiva

Meio Ambiente

Metalmecânica

Petróleo e Gás

Polímeros

Química

Refrigeração e Climatização

Segurança de trabalho

Tecnologia da Informação

Telecomunicações

Têxtil

Transporte

Metrologia

Minerais não metálicos

Mineração

Turismo

Siderúrgica

Figura 10 – Estrutura de objetos de custos: SENAI.

Fonte: Beta D (2008, p. 18).

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Figura 11 – Estrutura de objetos de custos: SESI.

Fonte: Beta D (2008, p. 31).

Figura 12 – Estrutura de objetos de custos: IEL.

Fonte: Beta D (2008, p. 8).

A terceira etapa descrita na figura 03, denominada mapeamento das atividades e dos

direcionadores de segundo grau. Esta etapa compreende a definição de atividades realizadas pelo Sistema Indústria e pelas vinte e sete unidades regionais, nas dimensões de Federação, SESI, SENAI e IEL. Os direcionadores de custos entre as atividades e objetos de custos, denominados de direcionadores de segundo grau (2º), são identificados nesta etapa, juntamente com a identificação das atividades.

A consultoria Beta C (2008, p. 20) define o conceito de atividade, em que esta “descrevem o que a organização faz, a maneira como o tempo é gasto e os resultados alcançados. É a combinação de pessoas, tecnologias, insumos e processos para gerar um

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

determinado produto/ serviço”. Ainda, “direcionadores de custo (cost drivers) são medidores do consumo dos recursos pelas atividades e das atividades pelos objetos de custo” (BETA C, 2008, p. 23).

Para Beta C (2008), as atividades são definidas de acordo com a sua relevância na operação das unidades organizacionais. As Atividades são alocadas aos objetos de custos, mapeados na segunda etapa, através da definição da correlação das atividades com os objetos de custos e, os direcionadores, a partir de sua definição, mensuram o consumo das atividades pelos objetos de custos, sendo possível visualizar esta relação na figura 13.

Figura 13 – Relação entre atividades, direcionadores e objetos de custos.

Fonte: Beta C (2008, p. 26).

A Consultoria Beta C detalha um exemplo da relação entre atividades, direcionadores de segundo grau e os objetos de custos, conforme figura 14. Este exemplo condiz a uma unidade organizacional voltada á gestão de recursos humanos, em que é caracterizada por ser uma área comum para as quatro entidades – Federação, SESI, SENAI e IEL e, é pertencente ao centro de serviços compartilhados (CSC).

Figura 14 – Unidade de RH do CSC: atividades, direcionadores e objetos de custos.

Fonte: Beta C (2008, p. 27).

O mapeamento de atividades buscou detalhar o que é executado no Sistema Indústria e unidades regionais em um nível intermediário, ou seja, mais detalhado que um processo e mais abrangente que uma tarefa. Elucida-se esta preocupação através do exemplo selecionado, ilustrado na figura 15.

A realização do mapeamento de cada uma das áreas/ gerências inseridas em cada uma das quatro entidades que compõem o Sistema Indústria e as vinte e sete unidades regionais, utilizaram-se de formulários padrão, em que foram divididos conforme: formulário de atividades Federação, SESI, SENAI, IEL e CSC (centro de serviços compartilhados).

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Segundo Beta C (2008), a diferença entre os formulários eram os objetos de custos destinos, em que o formulário SESI, figura 16, previa o destino das atividades para os objetos de custos do SESI, mapeados na segunda etapa.

Figura 15 – Nível de detalhamento das atividades: processo de compras (CSC).

Fonte: Beta C (2008, p. 44).

Figura 16 – Formulário de mapeamento de direcionadores de 2º grau: SESI.

Fonte: Beta C (2008, p. 47).

O formulário dos CSC, figura 17, previa o destino da realização das atividades para

as quatro entidades do Sistema Indústria e das unidades regionais.

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Figura 17 – Formulário de mapeamento de direcionadores de 2º grau: CSC.

Fonte: Beta C (2008, p. 47).

O resultado desta terceira etapa de mapeamento de atividades e direcionadores de

custos de segundo grau foi a identificação de, aproximadamente, mil e quinhentas atividades realizadas nas vinte e sete unidades regionais e no Sistema Indústria e, duzentos e trinta e sete direcionadores de custos de segundo grau.

A quarta etapa descrita na figura 03, denominada mapeamento dos recursos e dos direcionadores de primeiro grau, em que a execução se deu pela consultoria Beta, através de atividades interna de análise dos centros de custos utilizados por unidades regionais e pelo Sistema Indústria. Para a consultoria Beta C (2008, p. 19), “recursos são todos os gastos necessários para gestão e operação do negócio [...] e, os recursos dão origem às despesas/ custos na demonstração de resultados das Entidades”.

A consultoria Beta C (2008, p. 24) considera “os recursos serão identificados pelo balancete das Entidades (plano de contas de despesas)”. A forma de alocar os recursos às atividades é realizada através de “os recursos utilizados são apropriados às unidades organizacionais através de direcionadores de custos. Posteriormente, os recursos são alocados nas atividades das unidades através do esforço de trabalho em cada uma delas. Finalmente, chega-se aos custos das atividades” (BETA C, 2008, p. 24). Consolida-se esta etapa na figura 18.

Figura 18 – Quarta etapa: mapeamento de recursos e direcionadores de custos de primeiro grau.

Fonte: Beta C (2008, p. 24).

Objetivando a simplificação deste complexo modelo de custeio ABC, a consultoria

Beta optou pela determinação dos direcionadores de custos de primeiro grau, sendo estes determinados e não permitem alteração, após a validação do Sistema Indústria, pelas unidades regionais. Ilustra-se esta definição através da figura 19.

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

Figura 19 – Quarta etapa: Alocação de recursos á unidades organizacionais e á atividades.

Fonte: Beta C (2008, p. 25).

A seqüência de atividades desta implantação de custeio ABC no Sistema Indústria e

unidades regionais foram a identificação de software de mercado para suporte á modelagem desenvolvida e, a preparação de um plano de implementação nas quatro entidades (Federação, SESI, SENAI e IEL) dos softwares, juntamente com o modelo de custeio ABC estruturado. O plano de implementação prevê a inclusão das vinte e sete unidades regionais e o Sistema Indústria. 4. Conclusão

O presente artigo objetivou abordar a conceituação do custeio ABC e, a implantação desta metodologia em um ambiente organizacional de característica política e de alta complexidade, pois os produtos característicos do processo produtivo do Sistema Indústria são defesa de interesses, serviços, aprendizagem e capacitação empresarial para a Indústria Brasileira. O aspecto da ausência física de produtos amplia a necessidade de dedicação e empenho na estruturação da implantação da modelagem proposta.

A implantação de custeio ABC no Sistema Indústria necessitou de entendimento de vinte e sete realidades de atividades, direcionadores e de objetos de custos, objetivando compreender e integrar as diversas realidades regionais representadas por quatro entidades (Federação, SESI, SENAI e IEL) em cada região.

No intuito de representar uma parcela do trabalho realizado pela equipe da Consultoria Beta, por mais de dez meses, optou-se pela inclusão parcial do modelo de custeio ABC implantado, em que se utilizou parte dos modelos elaborados para cada uma das quatro entidades regionais, sendo suficiente para percepção e compreensão do leitor, em relação á realidade gerada pelo modelo de custeio ABC no Sistema Indústria. Ainda, acredita-se na plena contribuição deste trabalho para a compreensão da estratégia de

X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

implantação de um sistema de custeio ABC, sendo possível assimilar o passo à passo elaborado para obtenção deste significativo modelo.

A partir do exporto, entende-se que, a partir das etapas apresentadas para a implantação do sistema de custeio ABC no Sistema Indústria, é possível oportunizar futuros trabalho, abordando especificamente os temas de: critérios de mapeamento de atividades, direcionadores de custos e, também de objetos de custos.

O presente trabalho atingiu o objetivo proposto de detalhar a implantação do sistema de custeio ABC, bem como a metodologia de implantação utilizada por uma consultoria de grande porte no Sistema Indústria e nas unidades regionais.

REFERÊNCIAS Beta, Consultoria. Diagnóstico para apuração e comunicação de custos e resultados - Relatório final: 2006 _____ A, Consultoria. Projeto diagnóstico para apuração e comunicação de custos e resultados: 2008 _____ B, Consultoria. Organograma e detalhamento do Sistema Indústria: 2008 (18.02.2008) _____ C, Consultoria. Modelo Conceitual para Apuração e Comunicação de Custos e Resultados – workshop regional final: 2008 (07.2008) Beta D, Consultoria. Modelo Conceitual para Apuração e Comunicação de Custos e Resultados - Dicionário Final de Objetos de Custo: 2008 (07.2008) BEURENI, ILSE MARIA; ROEDEL, ARI. O uso do custeio baseado em atividades - ABC (Activity Based Costing) nas maiores empresas de Santa Catarina. SCIELO, Santa Catarina, II Rev. contab. finanç. vol.13 no.30 São Paulo Sept./ Dec. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-70772002000300001> Acessado em: 11 set. 2014. CALESSO, DANIEL BENDER. Análise de custos com foco nos métodos ABC, Variável e por Absorção. 2010. 31f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Curso de Ciências Contábeis, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Por to Alegre. (2010). Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25797/000751256.pdf?...1> Acessado em: 08 set. 2014. CORBARI, ELY CÉLIA; MACEDO, JOEL D JESUS. Administração estratégica de custos. Curitiba, PR. IESDE Brasil S.A. 2012. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?id=eRQ8z_A3EeYC&pg=PA42&lpg=PA42&dq=objetos+de+custos&source=bl&ots=mYBHrfROhI&sig=L8Y8tF4UBUPbX2X3y9bJGBOVP6Q&hl=pt-BR&sa=X&ei=hyUTVNGCO9D8oQTd74D4Bg&ved=0CEsQ6AEwBTgK#v=onepage&q=objetos%20de%20custos&f=false> Acessado em: 11 set. 2014. MARTINS, ELISEU. Contabilidade de custos. 9ªEd. São Paulo: Atlas, 2003. MAUSS, CÉZAR VOLNEI; COSTI, RICARDO MIGUEL. O Método de Custeio ABC como instrumento de gestão. SEGeT, 2006. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/artigos06/784_Artigo%20Abc_Seget1.pdf>. Acessado em: 11 set. 2014. NIVEIROS, S.I; RECH, I.J; QUEIROS, P.F; OLIVEIRA, J.R. DE. Utilização do Custeio Baseado em Atividades (ABC) para o plantio de soja em uma propriedade localizada na região de Rondonópolis/MT. Rondonópolis/MT, Custos e @gronegócio on line – v. 9, n. 1 – Jan/Mar - 2013. Disponível em: <http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero1v9/Custeio%20abc.pdf> Acessado em: 11 set. 2014.