impermeabilizaÇÃo em obras de engenharia civil

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UNIO DINMICA DE FACULDADES CATARATAS UDC

JOO GERALDO DANTE

IMPERMEABILIZAO EM OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL

Foz do Iguau 2006

JOO GERALDO DANTE

IMPERMEABILIZAO EM OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL

Trabalho Final de Graduao, apresentado branca examinadora da unio Dinmica de Faculdades Cataratas UDC, como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Engenharia Civil, sob orientao do Professor Iedo Loureno Madalozzo.

Foz do Iguau 2006 I

TERMO DE APROVAO

UNIO DINMICA DE FACULDADES CATARATAS UDC

IMPERMEABILIZAO EM OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO PARA OBTENO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL

__________________________________ JOO GERALDO DANTE

__________________________________ Orientador: Prof. Iedo Loureno Madalozzo

__________________________________ Nota Final Banca Examinadora:

__________________________________ Prof. Celcio Jos Escobar

__________________________________ Prof. Amin Simon Lascani Foz do Iguau, 29 de novembro de 2006. II

Dedico este trabalho a minha esposa Margaret e ao meu filho Joo Rafael.

III

AGRADECIMENTOS

Ao professor Iedo Loureno Madalozzo, pela orientao e incentivo, colaborando de forma positiva para a elaborao deste trabalho.

Ao Professor Carlos Prado Jnior, como coordenador dos projetos de Trabalho Final de Graduao.

Ao Professor Dcio Lopes Cardoso pelo apoio recebido para esta pesquisa.

A todos os Professores dos cursos de Engenharia Civil, que direta ou indiretamente contribuem com este trabalho ao longo destes cinco anos.

Ao acadmico Paulo Henrique Nbrega, que colaborou ao longo deste perodo com a transferncia de aprendizado, constante incentivo e apoio necessrio, liderando a turma de forma a conquistarmos esta formao.

Aos acadmicos Cleri Jos A. dos Santos, Daniel Siqueira Barbosa, Joo Jos de Souza, Renato Koichi Inoue e Rodrigo Odo, colegas de estudos, formando uma equipe de mtuo aprendizado.

A todos os colegas acadmicos do curso, pela troca de conhecimentos ao longo do perodo.

Aos funcionrios da faculdade e da Biblioteca, pelo apoio realizao das atividades acadmicas.

Em especial, a Unio Dinmica de Faculdades Cataratas UDC, pela oportunidade da realizao desta graduao.

IV

Toda a nossa cincia, comparada com a realidade, primitiva e infantil - e, no entanto, a coisa mais preciosa que temos. Albert Einstein V

DANTE, Joo Geraldo. Impermeabilizao em obras de engenharia civil. Foz do Iguau: 2006, 91 pg.

RESUMO

Para a elaborao deste trabalho efetuou-se atravs de pesquisas, uma viso bibliogrfica sobre o assunto, que formou a base de estudo dos sistemas de impermeabilizao, com o objetivo de apresentar e explicar o que a impermeabilizao, caracterizando os passos necessrios, demonstrando a sua importncia e a necessidade na construo civil, de modo a caracterizar os procedimentos para prevenir, atravs de detalhes elaborados desde a fase do projeto da obra , que as patologias ocasionadas pela umidade no acrescentem custos adicionais ao planejado para a edificao da obra. Caracterizou-se que a falta de impermeabilizao implica negativamente nas estruturas da obra, gerando desconforto ambiental e consequentemente afeta a sade dos usurios. Demonstrou-se que se faz necessrio, aos profissionais de engenharia, e da construo civil, o acompanhamento das Normas e Tcnicas, pela constante inovao de materiais oferecidos no mercado da construo civil.

Palavra-Chave: Impermeabilizao VI

DANTE, Joo Geraldo. Waterproofing in civil engineering works. Foz do Iguau: 2006, 91 pg.

ABSTRACT

For the elaboration of this work, it was realized through researches, a bibliographical revision about the subject which molded the base of the study of waterproofing systems, with the purpose of presenting and explaining what waterproofing is, characterizing the necessary steps, demonstrating their importance and their need in the civil construction, to characterize in this way the behavior to prevent, - through details, elaborated from the project phases of the construction , that the pathologys cause by humidity dont increase additional costs planed to build the construction. It was characterized that the fault of waterproofing negatively implicates in the construction structure, generating as environmental uncomfortable ness and consequently affects the users health. It was demonstrated that its necessary to the engineering and civil construction professionals, the accompanying of the Standard and Techniques, by constantly innovation of materials provided in the civil construction market.

Key Word: Waterproofing VII

LISTA DE TABELAS TABELA 01: Comparativo de Sistemas ....52 TABELA 02: Normas Brasileiras ...................................................53 TABELA 03: Mtodos de Aplicao Diferena dos Sistemas ................................54 TABELA 04: Sistemas Flexveis Membranas de Emulses Asflticas ...................55 TABELA 05: Sistemas Flexveis Solues Asflticas .............................................56 TABELA 06: Sistemas Flexveis Emulses Acrlicas para Reservatrios ..............57 TABELA 07: Membranas Semi-Flexveis Argamassa Polimrica ..........................58 TABELA 08: Sistemas Rgidos Cristalizao para Presso Hidrosttica Positiva ou mida .................................................................................59 TABELA 09: Sistemas Rgidos Argamassa com Hidrfugo ...................................60 TABELA 10: Sistemas Pr-Fabricados Mantas Asflticas .....................................61 TABELA 11: Sistemas Pr-Fabricados Manta de Polietileno de Alta Densidade ..62

VIII

LISTA DE ILUSTRAES FIGURA 01: Presena Caracterstica da Umidade ...................................................19 FIGURA 02: Presso Hidrosttica .............................................................................20 FIGURA 03: Percolao ............................................................................................20 FIGURA 04: Capilaridade ..........................................................................................21 FIGURA 05: Condensao ........................................................................................21 FIGURA 06: Preparao de Superfcie com os Cantos Arredondados de 8 cm de Raio ..................................................................................................74 FIGURA 07: Imprimao Asfltica .............................................................................75 FIGURA 08: Impermeabilizao ................................................................................75 FIGURA 09: Aplicao de Manta para Impermeabilizao .......................................76 FIGURA 10: Detalhe de Ralo Impermeabilizado .......................................................77 FIGURA 11: Detalhe de Cobertura em Laje ..............................................................78 FIGURA 12: Detalhe de Impermeabilizao com Isolao Trmica .........................79 FIGURA 13: Detalhe de Impermeabilizao sem Isolamento Trmico ....................80 FIGURA 14: Detalhe de Cortina Subsolo ..................................................................81 FIGURA 15: Detalhe do Box do Banheiro .................................................................82 FIGURA 16: Detalhe de Floreira de Alvenaria ..........................................................83 FIGURA 17: Detalhe de Calha de Concreto ..............................................................84 FIGURA 18: Detalhe de Rufos e Platibanda .............................................................86 FIGURA 19: Detalhe de Reservatrio Elevado .........................................................87

IX

SUMRIO

INTRODUO ..........................................................................................................13 2 OBJETIVOS ...........................................................................................................14 2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................14 2.2 Objetivos Especficos ..........................................................................................14 3 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................14 CAPTULO I ..............................................................................................................16 4 REVISO BIBLIOGRFICA ..................................................................................16 4.1Tipos de Infiltraes O Caminho da gua nas Edificaes...............................18 4.2 Presena Caracterstica da Umidade ..................................................................19 4.3 Tecnologia da Impermeabilizao .......................................................................23 4.3.1 Projeto de Impermeabilizao ..........................................................................23 4.3.2 Qualidade de Materiais e Sistema de Impermeabilizao ...............................23 4.3.3. Qualidade da Execuo da Impermeabilizao ..............................................24 4.3.4 Qualidade da Construo da Edificao ..........................................................24 4.3.5 Fiscalizao ......................................................................................................25 4.3.6 Preservao da Impermeabilizao .................................................................25 4.4 A importncia dos Projetos e dos Detalhes .........................................................26 4.5 Vantagens do Projeto de Impermeabilizao ......................................................27 4.6. Projeto de Impermeabilizao ............................................................................27 4.7 Elaborao de Projeto de Impermeabilizao .....................................................28 4.7.1 Condies Gerais .............................................................................................28 4.7.2 Condies Especficas .....................................................................................29 4.7.2.1 Tipo de Estrutura e Estdio de Clculo .........................................................29 4.7.3 Condies Externas s Estruturas ...................................................................30 4.7.3.1 Solicitaes Impostas s Estruturas pela gua ............................................30 4.7.3.2 Solicitaes Impostas Impermeabilizao ..................................................30

X

4.7.3.3 Detalhes Construtivos ...................................................................................31 4.7.3.4 Projetos Interferentes com a Impermeabilizao, onde so citadas algumas Interferncias de Projetos como a Impermeabilizao que devero ser Estudados Separadamente ...............................................32 4.7.4 Condies Econmicas ....................................................................................33 5 ISOLAMENTO TRMICO E PROTEO MECNICA .........................................34 5.1 Proteo Trmica ................................................................................................34 5.2 Proteo Mecnica ..............................................................................................35 6 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAO ...............................................................37 6.1 Classificao dos Sistemas .................................................................................37 6.1.1 Classificao quanto Solicitao Imposta pela gua ....................................37 6.1.2 Classificao quanto Exigncia de Proteo ................................................38 6.1.3 Classificao quanto ao Material ......................................................................39 6.1.4 Classificao quanto Flexibilidade ................................................................39 6.1.4.1 Rgido ............................................................................................................39 6.1.4.2 Flexvel ..........................................................................................................41 6.1.5. Classificao quanto ao Mtodo de Execuo ...............................................42 6.1.5.1 Pr-Fabricados ..............................................................................................43 6.1.5.2 Moldados no Local Membrana ..................................................................45 CAPTULO I I ............................................................................................................49 7 MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES ..................................................................49 7.1 Materiais Bsicos ................................................................................................49 7.2 Materiais Elaborados ...........................................................................................49 7.3 Materiais Pr-Fabricados ....................................................................................51 7.4 Tabelas Comparativas .........................................................................................52 CAPTULO I I I ..........................................................................................................63 8 DIFICULDADES DO SETOR DE IMPERMEABILIZAO NO BRASIL ..............63

XI

9 PROBLEMAS PELA FALTA DE IMPERMEABILIZAO ...................................64 10 O SUCESSO NA IMPERMEABILIZAO ..........................................................67 10.1 Onde se Aplicam as Impermeabilizaes .........................................................67 10.2 Precaues e Tcnicas para o Sucesso na Aplicao da Impermeabilizao .68 10.3 Explanaes Ilustrativas ....................................................................................74 CONCLUSO ...........................................................................................................88 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .........................................................................89

XII

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INTRODUO

A umidade sempre foi uma preocupao para o homem desde o tempo em que habitava as cavernas. O homem primitivo passou a se refugiar em cavernas para se proteger das chuvas, animais, frio. Percebeu que a umidade ascendia do solo e penetrava pelas paredes, o que tornava a vida dentro delas insalubre. Esses problemas fizeram com que o homem fosse sempre aprimorando seus mtodos construtivos e isolando a sua habitao. A gua, o calor e a abraso foram e sero os mais ponderveis fatores de desgaste e depreciao das construes a gua em particular, dado o seu extraordinrio poder de penetrao. A umidade ainda um desafio para a construo civil e o homem procura a cada dia combat-la. So muitos e freqentes os problemas em obras civis devido m execuo ou inexistncia das impermeabilizaes. Impermeabilizao a proteo das construes contra a infiltrao da gua. Fundamentalmente, da ao da umidade nos materiais e estruturas de construo, que advm a necessidade dos procedimentos tcnicos de

impermeabilizao, ou seja, a elaborao dos projetos de especificao, orientao e execuo de obras de impermeabilizao. Este assunto que interessa a todas as especializaes da engenharia civil vem, por motivos bvios, recebendo uma maior ateno dos rgos regulamentadores de Normas Tcnicas. Deseja-se que, sendo nfima a influncia da impermeabilizao no custo global da obra, seja considerada a sua aplicao, j que com o passar dos anos possveis infiltraes trariam conseqncias desagradveis obra podendo elevar consideravelmente o seu custo inicial devido necessidade de reparos.

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No h dvida de que a umidade a responsvel por muitas das patologias que aparecem nas edificaes ao longo de sua utilizao e que contribui de modo a afetar negativamente no s as estruturas de construo como a sade dos usurios. Sendo assim, a impermeabilizao se faz uma das etapas mais importantes na construo, propiciando conforto aos usurios finais da construo, bem como a eficiente proteo que deve ser oferecida aos diversos elementos de uma obra sujeitas s aes das intempries.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral Apresentar de forma simplificada e explicar o que impermeabilizao, de modo a caracterizar todos os passos necessrios para a implementao de um sistema numa obra.

2.2 Objetivos Especficos . Estudar os sistemas de impermeabilizao e patologias primeiramente com noes tericas bsicas; . Verificar, em mbito geral, caractersticas dos sistemas de

impermeabilizao; . Mostrar sistemas preventivos de impermeabilizao para seus respectivos casos.

3. JUSTIFICATIVA

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Sendo que o custo relativo da impermeabilizao da ordem de 1% a 3% do custo total da obra, e, no entanto a no funcionalidade da mesma poder gerar custos de re-impermeabilizao muito maior, da ordem de 8% a 12% do custo desta obra, envolvendo quebra de pisos cermicos, granitos, argamassas, etc., sem considerar os custos de conseqncias patolgicas mais importantes e outros, que ocasionam depreciao patrimonial, portanto, de suma importncia o estudo adequado da impermeabilizao de forma a serem utilizados todos os recursos tcnicos a disposio para execut-la da melhor forma possvel, preocupando-se em manter os produtos finais desta com boa aparncia, segurana, durabilidade e com utilizao satisfatria. Este estudo tambm vem com o intuito de estimular pesquisas e dar ateno especial para este importante ramo da construo que proporciona melhor qualidade e economia a este setor no processo produtivo, ocorrendo assim, melhores possibilidades de se apresentar tcnicas apuradas e inovadoras atribudas ao estudo em questo.

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CAPTULO I

4. REVISO BIBLIOGRFICA

A NBR 8083 (1983), cancelada e substituda pela NBR 9575 (2003), impermeabilizao proteger as construes contra a passagem de fludos. Esses fludos podem ser a umidade provinda do solo, da atmosfera ou da prpria construo e cada um dos tipos de umidade requer um tipo de impermeabilizao adequada.As edificaes quando sujeitas ao da gua em locais onde no existe impermeabilizao ou quando os servios de impermeabilizao no foram adequados, apresentam uma grande probabilidade de manifestar problemas que podem comprometer a durabilidade das edificaes, diminuindo assim sua vida til, podendo at em longo prazo provocar o seu colapso, (VEROZA) 1985.

Segundo STORTE, em muitas ocasies a impermeabilizao apontada como ineficiente, sendo que, a partir de uma anlise mais rigorosa, percebe-se que a mesma perdeu sua eficincia devido a erros construtivos que provocaram sua degradao. Por erro de interpretao, a impermeabilizao apontada como r, quando nestes casos uma verdadeira vtima das falhas construtivas. Os profissionais da atividade de impermeabilizao devem conhecer as patologias construtivas mais comuns e inerentes s reas impermeabilizadas, a fim de prevenir com o dimensionamento adequado da impermeabilizao, bem como dos reforos necessrios. Os construtores tambm devem conscientizar-se destas patologias, j que so responsveis diretos pelas suas manifestaes.

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Segundo VEROZA, alm das graves conseqncias em termos da sade das pessoas a umidade no controlada pode ocasionar o aparecimento dos seguintes problemas (os mais significativos) que por sua vez iro acarretar outras patologias na edificao, muito severas, em alguns casos: a) Goteiras gotejamento direto de gua advinda de chuvas, vazamentos ou infiltraes em marquises, floreiras, terraos, etc.; b) Manchas a saturao de gua nos materiais sujeitos a umidade tendo como conseqncia o aparecimento de manchas caractersticas e posterior deteriorao; c) Mofo o desenvolvimento de fungos que iro causar deteriorao dos materiais (apodrecimento de madeiras e desagregao de revestimentos e alvenaria); d) Oxidao a reao qumica que ocorre nos metais sujeitos a umidade. No ao, chama-se ferrugem e causa o aumento considervel de volume das barras desagregando o recobrimento, expondo as armaduras a mais ataques externos; e) Eflorescncia formao de sais solveis, que se depositam nas superfcies dos materiais, carregados do seu interior pela umidade que os atravessa, formando manchas brancas ou em outras situaes aumentando de volume, na forma de estalactites. Estes sais esto presentes nos tijolos, no cimento, na areia, no concreto, na argamassa, etc.; f) Criptoflorescncia tambm so formaes salinas de mesma causa e mecanismo que as eflorescncias, mas que formam grandes cristais que

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se fixam no interior da prpria parede ou estrutura, vindo aumentar muito de volume e causando a desagregao dos materiais; g) Gelividade o fenmeno causado pelo congelamento da umidade existente nos poros dos materiais, na presena de temperaturas entre 0 a 6 C, aumentando de volume e desagregando continuadamente a face do material. h) Condensao em certas condies de temperaturas e umidade pode ocorrer condensao, ou seja, o agrupamento de molculas de gua no resfriamento das mesmas; deteriorao efeitos da ao constante da gua (umidade) sobre os materiais e estruturas, reduzindo a durao dos mesmos; i) Deteriorao o efeito da ao constante da gua (umidade) sobre os materiais e estruturas, reduzindo a durao dos mesmos.

4.1 Tipos de infiltraes O Caminho da gua nas Edificaes - Presso Hidrosttica que ocorre devido presso exercida por um determinado volume da gua confinada e permeia atravs de fissuras, trincas e rachaduras das estruturas e dos materiais; - Percolao a gua escoa por gravidade livre da ao depresso hidrosttica, situao muito comum em lminas de gua sobre terraos e coberturas; - Capilaridade que ocorre atravs dos poros dos materiais, pela ao da chamada tenso superficial, onde a situao mais caracterstica a presena de umidade do solo que se eleva no material, em geral 70 a 80 cm;

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-

Condensao que ocorrer pelo esfriamento de vapores ou de certo teor e umidade existente no ambiente.

4.2 Presena Caracterstica da Umidade: a) Umidade do solo lenol fretico, vazamentos de tubulaes subterrneas e umidade natural do solo; b) Umidade da atmosfera chuva e outras intempries e condensao; c) Umidade vinda de outras obras vizinhas desnvel com o arruamento e outras obras, falta de drenagem superficial e proximidade com estruturas; d) Umidade provinda da construo vazamentos, infiltraes, falta de ventilao, falta de insolao, capilaridade dos materiais e falhas de projeto. FIGURA 01 - PRESENA CARACTERSTICA DA UNIDADEchuva

chuva

condensao vazamentos condensao infiltraes infiltraes capilaridade falta de ventilao e insolao percolaes superficial

lenol fretico

vazamentos subterrneos

Fonte: http://www.uepg.br/denge/aulas/imperm/figura1.htm

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Tipos de Infiltraes O Caminho da gua nas Edificaes a) Presso Hidrosttica que ocorre devido presso exercida por um determinado volume de gua confinada e permeia atravs de fissuras, trincas e rachaduras das estruturas e dos materiais; FIGURA 02 - O CAMINHO DA GUA NAS EDIFICAES

gua sob presso maior ou igual a 0,1 m c.d.a.

Fonte: http://www.uepg.br/denge/aulas/imperm/figura2.htm

b) Percolao a gua escoa por gravidade livre da ao de presso hidrosttica, situao muito comum em lminas de gua sobre terraos e coberturas; FIGURA 03 - PERCOLAOesquadria

gua ou umidade acumulada sobre o parapeito presso menor que 0,1 m c.d.a

gua ou umidade percolada parede de alvenaria

Fonte: http://www.uepg.br/denge/aulas/imperm/figura3.htm

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c) Capilaridade que ocorre atravs dos poros dos materiais, pela ao da chamada tenso superficial, onde a situao mais caracterstica a presena de umidade do solo que se eleva no material, em geral 70 a 80 cm; FIGURA 04 - CAPILARIDADE

material poroso

a umidade pode subir por capilaridade at 70 a 80 cm

gua ou umidade passada por capilaridade

subpresso capilar solo mido

solo

Fonte: http://www.uepg.br/denge/aulas/imperm/figura4.htm

d) Condensao que ocorre pelo esfriamento de vapores ou de certo teor de umidade existente no ambiente. FIGURA 05 - CONDENSAOpassagem da gua por capilaridade para a parte superior da laje

gua acumulada por condensao em ambientes saturados de umidade (banheiros cozinhas) ou por resfriamento (baixas temperaturas no ambiente ar condicionado)

Fonte: http://www.uepg.br/denge/aulas/imperm/figura5.htm

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Ainda segundo VEROCA (1985), o ideal prever e analisar todas as condies que favoream o aparecimento e o acmulo de gua nas edificaes na fase de projeto, para a partir da, adotar os procedimentos mais adequados segundo a tipologia com que ocorrer a presena indesejada de umidade na construo ao longo de sua vida til. bom ter sempre em mente que as medidas adotadas posteriormente execuo da obra, e, portanto sem previso no projeto, iro acarretar custos adicionais, dificuldades operacionais e que muitas vezes impedem a adoo da medida mais adequada, obrigando adoo de solues paliativas e de pouca durabilidade. No projeto de uma edificao deve-se identificar as reas clssicas que necessitam ser tratadas por algum processo de impermeabilizao, ou seja: a) Telhados e coberturas planas; b) Terraos e reas descobertas; c) Calhas de escoamento das guas pluviais; d) Caixas dgua, piscinas e floreiras; e) Pisos molhados, como banheiros, reas de servios, lavanderias, etc.; f) Marquises; g) Paredes externas sob efeito de intempries (chuvas, neve, ventos, etc.); h) Junta de dilatao estrutural e leses em estruturas; i) Esquadrias, peitoris de janelas e soleiras de portas externas; j) Muros de arrimos; k) gua contida no terreno, que sobe por capilaridade, ou se infiltra em subsolos, abaixo do nvel fretico, etc.

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Conforme CUNHA e NEWMANN (1979), um arquiteto, ao realizar um projeto para qualquer tipo de construo, deve preocupar-se com os problemas de impermeabilizao j durante a fase de elaborao do projeto. Segundo GABRIOLLI (abril/2004), de todas as causas possveis, a mais comum parece ser mesmo a capilaridade, ou seja, a umidade que vem do solo e contamina rodaps e paredes. Concluso: prevenir a ordem. A impermeabilizao das fundaes uma das etapas da construo que apresenta o melhor custo/benefcio: para faz-la, se gasta 1% do valor da obra. Deix-la de lado pode levar embora de 10% a 15% desse valor em reparos.

4.3 Tecnologia da Impermeabilizao De acordo com a VIAPOL (2002), o desempenho adequado da impermeabilizao obtido com interao de vrios componentes, diretamente relacionados entre si, pois a falha de um deles pode prejudicar o desempenho e durabilidade da impermeabilizao. Os principais componentes so:

4.3.1 Projeto de Impermeabilizao O projeto de impermeabilizao deve fazer parte integrante dos projetos de uma edificao, como hidrulica, eltrica, clculo estrutural, arquitetura, paisagismo, formas, etc., pois a impermeabilizao necessita ser estudada e compatibilizada com todos os componentes de uma construo, de forma a no sofrer ou ocasionar interferncias.

4.3.2 Qualidade de Materiais e Sistemas de Impermeabilizao

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Existem no Brasil diversos produtos impermeabilizantes, de qualidade e desempenho variveis, de diversas origens e mtodos de aplicao (normalizados ou no), que devero ter suas caractersticas profundamente estudadas para se escolher um adequado sistema de impermeabilizao. Como exemplos existem produtos cancergenos utilizados em

impermeabilizao de reservatrios, produtos que sofrem degradao qumica do meio a que esto expostos, produtos de baixa resistncia gua, baixa resistncia a cargas atuantes, no suportam baixas ou altas temperaturas, dificuldade ou impossibilidade de aplicao em determinados locais ou situaes, baixa resistncia mecnica, etc. Deve-se sempre procurar conhecer todos os parmetros tcnicos e esforos mecnicos envolvidos para a escolha adequada do sistema impermeabilizante.

4.3.3 Qualidade da Execuo da Impermeabilizao Por melhor que seja o material ou o sistema de impermeabilizao, de nada adianta se o mesmo aplicado por pessoa no habilitada na execuo da impermeabilizao. Deve-se sempre recorrer a equipes especializadas na aplicao dos materiais impermeabilizantes. A mesma dever ter conhecimento do projeto de impermeabilizao; ser recomendado pelo fabricante do material; que possua equipe tcnica e suporte financeiro compatvel com o porte da obra; que oferea garantia dos servios executados, etc.

4.3.4 Qualidade da Construo da Edificao

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A impermeabilizao deve ser sempre executada sobre um substrato adequado, de forma a no sofrer interferncias que comprometam seu desempenho, tais como: regularizao mal executada, fissurao do substrato, utilizao de materiais inadequados na rea impermeabilizada (como tijolos furados, enchimentos com entulhos, passagem inadequada de tubulaes eltricas e hidrulicas), falhas de concretagem, cobrimento de armadura insuficiente, sujeira, resduos de desmoldantes, ralos e tubulaes mal chumbadas, detalhes construtivos que dificultam a impermeabilizao, etc.

4.3.5 Fiscalizao O rigoroso controle da execuo da impermeabilizao fundamental para seu desempenho, devendo esta fiscalizao ser feita no somente pela empresa aplicadora, mas tambm pelo responsvel pela obra. Deve-se sempre obedecer ao detalhamento do projeto de impermeabilizao e estudar os possveis problemas durante o transcorrer da obra, verificando se a preparao da estrutura para receber a impermeabilizao est sendo bem executada, se os materiais esto dentro das especificaes no que tange a qualidade, caractersticas tcnicas, espessuras, consumo, tempo de secagem, sobreposio, arremates, testes de estanqueidade, mtodo de aplicao, etc.

4.3.6 Preservao da Impermeabilizao Deve-se impedir que a impermeabilizao aplicada seja danificada por terceiros, ainda que involuntariamente, por ocasio da colocao de pregos, luminrias, pra-raios, antenas coletivas, playground, pisos e revestimentos, etc.

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Considerar, como precauo, a possibilidade de ocorrncias de tais problemas quando da execuo do projeto. Caso isto no seja possvel, providenciar a compatibilizao em poca oportuna, evitando escolher as solues paliativas.

4.4 A importncia dos Projetos e dos Detalhes De todos os aspectos que envolvem a impermeabilizao, a ausncia de projetos especficos parece ser a raiz principal do problema. A impermeabilizao ocupa um espao importante na medida em que influi e altera uma estrutura, um gabarito de obra, um projeto eltrico e hidrulico, ou seja, interfere em todas as fases da obra. O projeto de impermeabilizao dever ser desenvolvido conjuntamente com o projeto geral e os projetos setoriais de modo a serem previstas as correspondentes especificaes em termos de dimenses, cargas e detalhes. Porm a realidade bem diferente. Na maioria dos casos, inexiste o projeto de impermeabilizao, e a empresa impermeabilizadora chamada quando o edifcio j est quase concludo; em geral no oram previstos os caimentos, protees, rebaixos e outros detalhes, fundamentais para o bom funcionamento da impermeabilizao. Por vezes no foi sequer prevista, no clculo da laje, a sobrecarga, geralmente significativa, proveniente dos enchimentos e protees necessrios. A falta de um projeto especfico de impermeabilizao, especificando os detalhes necessrios, que tenha sido desenvolvido de maneira coordenada com o projeto do edifcio, prevendo-se as interaes com a estrutura, instalaes, etc., implica uma srie de improvisaes na obra, que alm de bastante onerosa leva

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geralmente a solues que no so satisfatrias. Alm disso, a falta de uma especificao clara e precisa dos materiais e servios levam a uma srie de problemas na contratao e na definio das responsabilidades das diversas partes envolvidas (projetistas, executor da obra, executor da impermeabilizao, outros empreiteiros, etc.). Os custos de um projeto de impermeabilizao so inmeras vezes menores que os custos decorrentes de eventuais desperdcios, reparos, danos a diversas partes da construo, que podem ser ocasionados por falta desse mesmo projeto.

4.5 Vantagens do Projeto de Impermeabilizao Ainda especificado, na APOSTILA VIAPOL (2002), as seguintes vantagens de elaborao de um projeto de impermeabilizao: - Unificao dos oramentos; - Facilidade durante a fiscalizao; - Antecipao dos possveis problemas que possam vir a ocorrer durante a execuo da impermeabilizao; - Definio de etapas de execuo de servios; - Preveno dos possveis problemas patolgicos ou escolha do sistema de impermeabilizao inadequado; - Compatibilidade entre todos os projetos inerentes de uma obra (estrutura, arquitetura, hidrulica e eltrica, paisagismo, etc.).

4.6 Projeto de Impermeabilizao

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Segundo

a

APOSTILA

PINI

SISTEMAS

(2000),

o

projeto

de

impermeabilizao tem como funo elaborar, analisar, planificar, detalhar, descriminar e adotar todas as metodologias adequadas visando o bom

comportamento da impermeabilizao, compatibilizando os possveis sistemas impermeabilizantes a serem adotados com a concepo da edificao. Conforme pesquisas realizadas em diversos pases, o projeto de edificao responsvel pela maior parte das falhas patolgicas.

4.7 Elaborao de Projeto de Impermeabilizao

4.7.1 Condies Gerais Segundo a NBR 9574 Execuo de impermeabilizao o executante da impermeabilizao deve receber uma srie de documentos tcnicos para possibilitar a execuo: - Memorial descritivo e justificativo; - Desenhos e detalhes especficos; - Especificaes dos materiais a serem empregados e dos servios a serem executados; - Planilha de quantidade de servios a serem realizados; - Estimativa de custos dos servios a serem realizados; - Indicao da forma de medio dos servios a serem realizados; A fim de se ter um bom resultado os elementos bsicos que deve conter um projeto de impermeabilizao:

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- A soluo de todos os problemas de impermeabilizao possveis; - Os materiais que sero utilizados em cada caso; - A tcnica de aplicao desses materiais, em cada local; - Os servios complementares impermeabilizao.

4.7.2 Condies Especficas

4.7.2.1 Tipo de Estrutura e Estdio de Clculo Devemos conhecer o tipo de estrutura a ser impermeabilizada, como por exemplo, laje ou estrutura de concreto armado, laje mista, laje nervurada, prmoldada, alvenaria alto-portante, protendida, etc., pois estas variveis interferem na escolha do sistema impermeabilizante. - Finalidade da Estrutura A utilizao da estrutura deve ser do conhecimento do projetista de impermeabilizao, tanto para prever as cargas atuantes, como para dimensionar a exigncia de desempenho da impermeabilizao. Exemplo: laje com trnsito pesado, laje sem trnsito pesado, laje abobada, tanque de fluentes, cozinhas industriais, etc. - Deformaes Previstas na Estrutura As cargas atuantes e o tipo de estrutura podero indicar uma deformao que poder exigir maior elasticidade, flexibilidade, resistncia fadiga do sistema impermeabilizante, levando-os a indicar um produto de melhores caractersticas para obter um desempenho adequado.

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- Posicionamento de Juntas O posicionamento de juntas pode interferir em uma maior ou menor dificuldade na execuo da impermeabilizao e seus arremates. Como exemplo deve-se evitar a passagem de uma junta de dilatao por dentro de uma piscina engastada na laje; juntas perimetrais ao corpo do prdio dificultando o arremate da impermeabilizao nos pilares, paredes, etc. Deve-se prever tambm, juntas em nmeros suficientes para evitar fissurao da estrutura, sob o risco de romper a impermeabilizao.

4.7.3 Condies Externas a Estruturas

4.7.3.1 Solicitaes Impostas s Estruturas pela gua - gua sobre presso unilateral; - gua sob presso bilateral; - gua de percolao; - Umidade do solo;

4.7.3.2 Solicitaes Impostas Impermeabilizao - Cargas estticas peso da proteo e cargas estticas (jardins, etc.); - Cargas dinmicas passagem de veculos, etc.; - gua sob presso, tendendo a comprimir a impermeabilizao contra a estrutura (reservatrio, piscinas);

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- gua sob presso tendendo a destacar a impermeabilizao da estrutura, subsolo com lenol fretico, com a aplicao pelo lado interno; - Variao da temperatura; - Choque; - Abraso; - Trnsito; - Vibraes; - Agressividade do meio, como por exemplo, tanques de rejeitos industriais, etc.

4.7.3.3 Detalhes Construtivos O sucesso de uma impermeabilizao depende tambm de uma srie de detalhes, que garantem a estanqueidade dos pontos crticos, singularidades, etc. A maior parte dos problemas de impermeabilizao se d nas bordas, encontros com ralos, juntas, mudanas de planos, tubulaes que atravessam a cobertura, rodaps, etc. Para um bom desempenho de todo o sistema, preciso estar atento aos detalhes. Alguns procedimentos bsicos so: camada de regularizao, caimento mnimo de 1% e cantos e arestas arredondados, para evitar danos s mantas, preocupao com a isolao trmica e mecnica. A simples fissura causada pelo movimento de uma laje, por exemplo, pode pr a perder todo o trabalho executado se o material e o sistema de impermeabilizao no tiverem sido projetados para aquela situao.

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Por esta razo merecem especial ateno, seja na fase do projeto, quanto na de execuo, os detalhes da impermeabilizao.

4.7.3.4 Projetos Interferentes com a Impermeabilizao, onde so citadas algumas Interferncias de Projetos com a Impermeabilizao que devero ser estudados separadamente . Projeto Estrutural Dependendo do projeto estrutural podemos ter estruturas com maior trabalho, deformaes e movimentaes que podem indicar uma impermeabilizao de melhor desempenho para suportar os efeitos mecnicos. . Projeto Hidrulico Tubulaes de gua quente devero ser isoladas termicamente e embutidas em outro tubo para o adequado arremate da impermeabilizao: - Prever ralos em nmero suficiente para permitir o fcil e rpido escoamento dgua;] - A instalao dos ralos deve sempre estar afastada no mnimo 50 cm das paredes ou outros parmetros verticais; - Havendo tubulaes passando horizontalmente nas lajes, prever sua execuo a uma altura suficiente para permitir a aplicao da regularizao, impermeabilizao e proteo sob as mesmas; - Evitar a passagem de tubulaes verticais ou horizontais junto parede, que dificultam a execuo da impermeabilizao; . Projeto Eltrico

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- Todas as instalaes devem ser embutidas nas estruturas ou pelo lado interno; - As caixas de passagem e inspeo devero ser previstas em cotas acima da altura de arremate da impermeabilizao. . Projeto de Drenagem Os projetos de drenagem em jardineiras ou em lajes de subsolo devero ser dimensionados e compatibilizados com a impermeabilizao. . Projeto de Acabamento Os projetos de detalhamento e acabamento devero ser estudados prevendo a execuo da impermeabilizao, tais como: - No pode ser previsto concreto aparente a partir do piso acabado (pilares, muros), pois so necessrios arremates nas verticais da

impermeabilizao; - Box de banheiro: a impermeabilizao dever subir no mnimo 1.0m nas paredes do Box do banheiro para evitar a penetrao da gua pelas alvenarias. - Projeto de isolao trmica, de isolao acstica, de barreiras de vapor, projetos especiais.

4.7.4 Condies Econmicas A especificao de um sistema de impermeabilizao deve ser analisada tambm dentro dos seguintes fatores: - custos dos materiais e mo-de-obra;

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- durabilidade prevista para a impermeabilizao; - Riscos e segurana patrimonial; - Valor disponvel para execuo da impermeabilizao compatvel com o tipo de obra; - Possibilidade de manuteno e conservao.

5 ISOLAMENTO TRMICO E PROTEO MECNICA

5.1. Proteo Trmica O planejamento do isolamento trmico a ser utilizado aps a execuo da impermeabilizao constitui uma etapa importante na construo, visto que ela atende a trs funes bsicas: o conforto, a economia de energia e estabilidade da estrutura, com conseqente aumento da vida til dos componentes da edificao, ampliando sensivelmente a durabilidade da impermeabilizao. A economia de energia d-se em funo da diminuio ou at eliminao da necessidade de meios mecnicos de refrigerao ou aquecimentos necessrios garantia das condies de conforto nos ambientes. A estabilizao da estrutura muito importante, pois a movimentao trmica excessiva da estrutura pode trazer, alm de outros problemas, o comprometimento da impermeabilizao da cobertura. Os materiais mais freqentes usados como isolante trmico so fibras de madeira, cortia, l de vidro, espuma rgida de poliuretano, concreto celular, dentre outros.

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Os isolantes trmicos apresentados sob a forma de placas so em geral colados com emulso asfltica. A camada do isolamento trmico deve ser colocada sobre a

impermeabilizao e essa disposio apresenta a=s seguintes vantagens: - Possibilita um controle da impermeabilizao, pois no caso de falha na impermeabilizao, fica mais fcil desta falha ser localizada, pois o isolamento trmico no ficar encharcado; - Protege a impermeabilizao termicamente, o que contribui sensivelmente para o aumento da sua durabilidade.

5.2 Proteo Mecnica A proteo uma camada sobrejacente impermeabilizao, com a finalidade de proteg-la da ao de agentes atmosfricos e mecnicos. A maioria das impermeabilizaes, de cor negra, no pode ficar exposta aos raios solares, pois nesta situao chegam a atingir temperaturas muito elevadas, devido ao efeito da radiao. Alm disso, muitos materiais utilizados em impermeabilizao e em isolamento trmico so rapidamente degradados pela ao da luz solar. Alm dos esforos vindos do trnsito, devem ser consideradas as aes dos ventos, tais como efeito da suco, que pode agir sobre o isolamento trmico ou sobre a impermeabilizao. Os tipos de proteo podem ser:

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1) Pinturas refletivas so protees somente contra a radiao solar, sendo utilizadas apenas em situao em que a proteo mecnica possa ser dispensada, como em coberturas inacessveis, ou onde haja trnsito ocasional de manuteno, por exemplo. As pinturas refletivas so aplicadas sobre as mantas ou membranas, e geralmente so utilizadas base de alumnio. 2) Proteo mecnica simples constitui-se o piso final, sendo utilizada em reas acessveis, podendo ser constituda de argamassa, concreto armado ou piso (cermica ou pedra natural). 3) Proteo mecnica do tipo material solto constitui na colocao de materiais granulares soltos (brita, argila expandida), podendo ser utilizada em coberturas inacessveis e de pequena inclinao. 4) Proteo mecnica do tipo sombreamento utilizada em coberturas acessveis aos pedestres, constituda de placas, sobre pilaretes, de forma a obter colcho de ar entre as placas e cobertura. Trata-se tambm de um isolamento trmico. A proteo mecnica no aplicada diretamente sobre a impermeabilizao. Inicialmente sobre a impermeabilizao aplica-se uma camada separadora (feltro asfltico, papel Kraft). Antes da execuo da proteo mecnica ou piso acabado definitivo, recomenda-se uma proteo primria com argamassa, funcionando como uma proteo provisria, evitando danos devido ao trnsito de terceiros e s tarefas de execuo da impermeabilizao final. Em coberturas acessveis a veculos, esta camada substituda por uma camada de emulso asfltica e areia, conhecida como camada de antiproteo.

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6 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAO De acordo com a APOSTILA VIAPOL (2002), a norma NBR 8083 define um sistema de impermeabilizao como Conjunto de materiais que uma vez aplicados, conferem impermeabilidade s construes. Segundo PICCHI (1986), os sistemas de impermeabilizao existentes no mercado brasileiro so classificados de acordo com suas diferenas de concepo, princpio de funcionamento, materiais, tcnicas de aplicao. Essas variaes servem de base para diversas classificaes, que podem auxiliar na compreenso e comparao dos sistemas disponveis no mercado.

BORIGATO (2003) mencionou no boletim Dilogo Construtivo, no Brasil a obteno da estanqueidade nas edificaes geralmente est relacionada ao empregado de um sistema de impermeabilizao, que consiste na aplicao de um ou mais produtos sobre o sistema de paredes ou piso, a fim de se criar uma barreira para impedir que a gua atinja o substrato. H muitos produtos disponveis no mercado compondo os sistemas de impermeabilizao. No entanto, faltam esclarecimentos tcnicos para que os usurios os utilizem adequadamente, e isso tem facilitado o aparecimento de equvocos.

6.1 Classificao dos Sistemas Ainda conforme PICCHI (1986), os sistemas podem ser classificados quando solicitao imposta pela gua: gua sob presso, gua de percolao e umidade do solo.

6.1.1 Classificao quanto Solicitao Imposta pela gua

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- Contra gua sob Presso contra a gua que est confinada ou no, exercendo presso hidrosttica superior a 0,10m; - Contra gua de Percolao Contra a gua que atua sobre superfcies, no exercendo presso hidrosttica superior a 0,10m, ou seja, aquela que, obedecendo lei da gravidade, escorre sobre as superfcies em direo determinada; - Contra a umidade do solo Contra a gua existente no solo, aderida ao mesmo e adsorvida pelas partculas deste, podendo agir por contato lateral ou subpresso capilar nos materiais empregados na construo.

6.1.2 Classificao quanto Exigncia de Proteo Os sistemas de impermeabilizao tambm podem ser classificados quanto sua exigncia de proteo: - Dispensam Proteo: so aqueles em que os prprios materiais impermeabilizantes utilizados em todas as camadas ou pelo menos nas mais externas resistente s intempries e de cor clara, podendo ser usado sem proteo mecnica ou solar. So sistemas concebidos para ficarem expostos, atendendo a exigncias estticas e de leveza. - Auto Protegidos: so sistemas pr-fabricados cujas mantas recebem na fabrica um revestimento refletivo (folha de alumnio, acabamento plstico de cor clara) que dispensa a proteo mecnica.

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- Que podem ser utilizados com Pintura Refletiva: so sistemas em que o material impermeabilizante de cor escura, no resistente ao intemperismo, exigindo proteo solar e a proteo mecnica pode ser dispensada. - Oue exigem proteo mecnica: so sistemas que no dispensam a proteo mecnica, mesmo que a cobertura seja inacessvel, uma vez que uma simples proteo solar no seria suficiente para uma durabilidade satisfatria.

6.1.3 Classificao quanto ao Material Os sistemas de impermeabilizao podem ser classificados segundo o material: - base de materiais asfltico: podendo ser asfaltos e asfaltos modificados, com polmeros sintticos. - base de polmeros sintticos: Podero ser elastmeros,

termoplsticos, termofixos, mistura de termoplsticos e elastmeros.

6.1.4 Classificao quanto Flexibilidade

6.1.4.1 Rgido Dentro do sistema rgido encontram-se as argamassas e concretos impermeveis, os cimentos, e os cimentos cristalizados. - Argamassa Impermevel: o sistema de impermeabilizao que aplicado

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em superfcie de alvenaria ou concreto, constitudo de areia, cimento, aditivo impermeabilizante e gua, formando uma pasta que endurecida apresenta propriedades impermeabilizantes. Campo de aplicao: utilizado em pisos, baldrames, caixa dgua, em coberturas planas como marquises, etc. - Concreto Impermevel: o sistema de impermeabilizao constituda por agregados, cimento e gua com adio de aditivos. Campo de aplicao: utilizado mais frequentemente em obras enterradas, tais como galerias, subsolos, muros de arrimo, tneis e estaes de metr, reservatrios de gua, etc. - Cimento Polimrico: a mistura de cimentos especiais e aditivos minerais, oferecendo a caracterstica de uma boa resistncia mecnica e perfeita aderncia, acompanhando algumas movimentaes estruturais.

A impermeabilizao por Cristalizao, desenvolvida em 1942 pelo qumico Lauretz Jensem, utiliza formulao cimentcia a base de cimento portland e areia finssima de quartzo ou slica, que serve como matriz para uma srie de aditivos especiais que atuam nos capilares do concreto. De l para c sofreu modificaes, naturalmente e bastante eficiente. Na forma coating, adiciona-se gua ao p e aplica-se com trincha, rolo ou spray. E frequentemente utilizado na forma dry shake em pisos de concreto imediatamente aps a concretagem, em conjunto com a acabadora mecnica, bastando apenas aspergir o p sobre o concreto ainda fresco. Oferece excelentes resultados, porque migra atravs dos vazios da pasta de cimento, deixando-os totalmente preenchidos, principalmente devido a presso

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osmtica promovida pela gua, com reao dos hidrxidos de clcio e da prpria gua capilar, formando-se complexos crislatinos insolveis.Desta forma, costuma-se chamar tambm este tipo de tratamento de impermeabilizao por capilaridade ou por converso qumica. As micro fissuras, tpicas da superfcie final do concreto, so facilmente preenchidas pelo produto j que, adicionalmente, seus cristais oferecem um pequeno poder de expanso. A ativao qumica do substrato comea imediatamente aps a aplicao do produto, obtendo-se 100% ao final de um ms. A espessura de tratamento para pisos com fissura chega, em mdia, a 150mm em concretos com FCK em torno de 15Mpa, e torna-se parte integrante do concreto. A utilizao de aditivos hidrfilos da verso moderna do produto, desempenha papel preponderante no concreto devido ao seu lento trabalho de retrao e fissuramento isto porque durante este inconveniente processo, os aditivos hidrfilos so reativados fechando estas passagens. A presso de trabalho que estes impermeabilizantes suportam muito grande. No bloqueiam o vapor de gua. Provavelmente, 75% deste tipo de impermeabilizao so realizados em obras de recuperao.

6.1.4.2 Flexvel Esses materiais so conhecidos tambm como elsticos, constitudos de materiais asflticos ou polmeros sintticos; so indicados para a cobertura de concreto e devem acompanhar os movimentos normais que lhe so impostos, sem perder a continuidade pelo surgimento de fissuras, ranhuras, rompimentos ou outras falhas. Fazem parte, tambm, do sistema flexvel s membranas e mantas.

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As juntas de dilatao pr-moldadas do tipo fungenband, tambm conhecidas como mata junta so perfis de PVC de alta densidade, formuladas para apresentar excelentes caractersticas de flexibilidade e durabilidade. So utilizadas na construo de canais de irrigao, barragens, galerias, reservatrios de gua em todos os tipos de obra que exijam estanqueidade. As juntas de dilatao podem ser fixadas com grampos ou estribos especiais e ancoradas nas armaduras ou nas formas, desde que se garanta a manuteno do perfil na posio prevista, sem deslocamento do mesmo. As soldas so feitas mediante prvio aquecimento das bordas a temperatura de 150 C. As superfcies a serem soldadas so pressionadas contra uma placa metlica previamente aquecida. Quando o perfilado derreter em contado com a placa metlica retirada e os perfis unidos nos topos. Se for necessrio unir em ngulos, exigem peas especiais (T. L. etc.), que so fornecidas conforme as necessidades de cada obra. As juntas de dilatao apresentam um bulbo oco capaz de absorver os movimentos das juntas de dilatao na trao, com presso e cisalhamento. As abas permitem um perfeito contato com o concreto, dificultando a percolao com a gua. Ninhos e falhas junto as abas devem ser evitados, se necessrio, reduzindo o tamanho agregado mximo do concreto junto ao perfil.

6.1.5 Classificao quanto ao Mtodo de Execuo Podem ser pr-fabricados ou moldados no local, sendo que existem materiais auxiliares, sob forma de telas, tecidos, filmes ou feltros, que so utilizados em alguns sistemas de impermeabilizao, tanto pr-fabricados como moldados no local. Eles so inseridos dentro dos materiais impermeveis e tm funo de resistir

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ao esforo de trao que venham a solicitar a manta ou a membrana impermevel, alm de evitar o escorrimento do material e garantir a homogeneidade da espessura. Esses materiais so conhecidos como armaduras, reforos, estruturaes ou armaes.

6.1.5.1 Pr-Fabricados Os sistemas pr-fabricados so constitudos de mantas que, estendidas e unidas na obra, formam a impermeabilizao: - Mantas polimricas sintticas (manta elastomrica-Butil e EPDM); - Manta termoplstica (PVC); - Manta asfltica;

. Mantas Sintticas: So de dois tipos: butil e EPDM, com espessuras mnima de 0,8 mm com a utilizao de bero amortecedor ou acima de 1,0 mm sem utilizao de bero amortecedor. Trata-se de um sistema no armado, onde a manta aplicada sobre um bero de amortecimento, que pode ser um bero a quente, composto de cimento asfltico com aditivos elastomricos, ou um bero a frio, constitudo de emulso asfltica e borracha moda. A manta sinttica butlica exige proteo mecnica, sendo fundamental que exista uma camada de amortecimento entre a manta e a proteo mecnica, podendo ser uma camada de papel Kraft ou feltro asfltico.

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Campo

de

aplicao:

aplica-se

em

impermeabilizaes

em

geral,

especialmente em coberturas pr-moldadas, lajes mistas, estruturas fissurveis, calhas, baldrames, etc. . Mantas Termoplsticas: So do tipo PVC, com espessura mnima de 1,0 mm. A manta de PVC aplicada no sistema flutuante, sendo colada com o adesivo de contato, s superfcies verticais e prximas aos ralos. Essa manta exige proteo mecnica, sendo recomendvel uma verificao da existncia de poros, atravs de prova de carga (lmina dgua por pelo menos 72 horas). Deve ser aplicada uma camada de amortecimento entre a manta e a proteo mecnica, podendo ser uma camada emulso asfltica ou feltro asfltico. Campo de aplicao: so utilizados na impermeabilizao de coberturas, terraos transitveis, jardineiras, galerias sanitrias, reservatrios dgua, etc. . Mantas Asflticas: As mantas asflticas so normalmente estruturadas com no tecido de polister (que j um material impermevel), vu de fibra de vidro ou polietileno e so industrializadas com asfalto oxidado ou modificadas com polmeros. A alma de polietileno (de 0,1 mm) no considerada somente como uma armadura, pois propicia as emendas das mantas por fuso do asfalto. Essas mantas proporcionam uma impermeabilizao de espessura e desempenho comparveis (s vezes at mesmo superiores) ao sistema moldado no local com feltro asfltico e asfalto, com economia de mo-de-obra e tempo, e custo menor que as mantas sintticas.

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Estas

mantas

possuem

como

acabamento

polietileno/polietileno,

areia/polietileno, alumnio/polietileno ou grnulos minerais/polietileno. As duas ltimas so para ficarem expostas s intempries, pois j possuem como acabamento um elemento protetor, no caso os grnulos minerais de vrias cores ou a folha de alumnio que reflete os raios solares. Campos de aplicao: o sistema de manta de asfalto utilizado na impermeabilizao de coberturas, subsolos, jardins, reservatrios, canais de irrigao.

6.1.5.2 Moldados no Local Membranas Membranas o conjunto impermeabilizante, moldado no local, com ou sem armadura. - Membranas polimricas sintticas; - Elastmeros em soluo (Neoprene, Hypalon); - Membranas termoplsticas (acrlicas); - Membranas polimricas sintticas. Membranas Asflticas: Essas membranas podem ser aplicadas a frio ou a quente. Na aplicao das membranas a frio, tem-se a emulso e soluo asflticas e os asfaltos elastomricos. Nas membranas asflticas aplicadas a quente pode ser utilizado o asfalto oxidado e o asfalto modificado. Devido alta tecnologia desenvolvida na indstria de impermeabilizao, atualmente muitos asfaltos so modificados com adio de polmeros, aumentando o ponto de amolecimento, diminuindo a

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penetrao, aumentando a resistncia fadiga mecnica, aumentando a resistncia ao escorrimento e adquirindo flexibilidade a baixas temperaturas. Como principais armaduras podemos incluir a tela de polister termo estabilizada, ou vu de fibra de vidro, ou no tecido polister, entre outros. - Feltro asfltico e asfalto; - Emulso asfltica e vu de fibra de vidro; - Membranas asflticas (asfalto elastomrico em soluo). Membranas Sintticas: Nas membranas sintticas, temos as solues elastomricas, com a utilizao de materiais mais comumentes chamados de neoprene; as emulses termoplsticas que so base de polmeros acrlicos emulsionados; as solues e emulses polimricas. - Asfalto Oxidado: um betume asfltico cujas caractersticas foram modificadas pelas passagens de ar aquecido a -2000C atravs de sua massa aquecida. Este tratamento produz alteraes em suas

propriedades, principalmente quando diminuio de suscetibilidade trmica, isto , da tendncia a modificar a sua consistncia pelo efeito da temperatura. Os asfaltos oxidados no so elsticos, apenas possuem plasticidade. Deformam em torno de 10% (sem modificao com leos ou polmeros), so quebradios em baixa temperatura, possuindo baixa resistncia fadiga. Quando a reao e oxidao ocorrer na presena de agentes catalisadores, o processo de oxidao chamado de oxidao catalstica. Permite a adio de polmeros elastomricos para melhoria de sua flexibilidade.

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- Asfalto Modificado com Polmeros: sua modificao com polmeros tem como objetivo incorporar melhores caractersticas fsico-qumicas ao asfalto. As principais caractersticas do asfalto polimrico so: - Melhor resistncia s tenses mecnicas; - Reduo do termo-sensibilidade; - Maior coeso entre partculas; - Excelente elasticidade/plasticidade; - Sensvel melhora resistncia fadiga; - Sensvel melhora da resistncia ao envelhecimento; Dependendo dos polmeros utilizados, permitem que o asfalto resista aos raios ultravioletas do sol. O asfalto modificado pode ser aplicado a quente ou a frio (em emulso ou soluo), mas sua maior aplicao feita na industrializao de mantas asflticas polimricas com armaduras. Emulso Asfltica: um impermeabilizante produzido atravs da emulsificao do asfalto em gua atravs de um agente emulsificador. A combinao com cargas minerais melhora a sua resistncia ao escorrimento em temperaturas mais elevadas. Apresenta baixa flexibilidade, resistncia fadiga e durabilidade, restringindo sua utilizao em situaes de menor exigncia de desempenho. Soluo Asfltica: produzida principalmente a partir da solubilizao do asfalto oxidado com solvente apropriado, de forma a permitir a sua aplicao

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a frio. Aps a evaporao do solvente, adquire as propriedades do asfalto antes da solubilizao. Seu principal uso como primer para a utilizao de impermeabilizantes a base de asfalto oxidado e mantas asflticas. Emulso Polimrica: produzida a partir da emulsificao de polmeros termoplsticos e sintticos. As emulses acrlicas bem formuladas tm boa resistncia aos raios ultravioletas do sol, permitindo sua aplicao em impermeabilizaes expostas. Possui absoro dgua relativamente

elevada, devendo, portanto, ser aplicada em lajes com inclinao. No devem ser usadas em lajes com proteo mecnica ou com exigncias de desempenho, medidas elevada, restringindo sua aplicao em lajes expostas, com acesso para uma peridica conservao ou manuteno. importante escolher boas emulses acrlicas, pois em nosso mercado existem algumas de formulao sofrvel. As emulses acrlicas, tambm, so utilizadas em formulao apropriada, como pintura refletiva de

impermeabilizao, como mantas pr-fabricadas, etc. Membranas de Elastmeros (polmeros): aplicao de vrias demos de soluo polimrica, com a utilizao de, pelo menos, uma armadura de tela de nylon ou polister. Membranas Termoplsticas: aplicao de vrias demos de emulso termoplstica intercalada com, pelo menos, uma tela de nylon ou polister. Ex.: membrana de emulso acrlica.

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CAPTULO I I

7 MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES

Conforme PICCHI (1986), em seu livro impermeabilizao de Coberturas, os sistemas de impermeabilizao so obtidos atravs da combinao de diversos materiais classificados como: bsicos, elaborados, pr-fabricados ou auxiliares.

7.1 Materiais Bsicos Atravs de processos industriais, do origem aos materiais pr-fabricados e elaborados: asfaltos e polmeros sintticos e aditivos impermeabilizantes (que do origem a produtos elaborados utilizados em impermeabilizaes rgidas): Asfaltos de destilao direta: Polmeros Sintticos - Termoplsticos; - Termofixos; - Elastmeros.

7.2 Materiais Elaborados

So obtidos a partir dos materiais bsicos atravs de combinaes entre si ou com solventes, gua, cargas e agente emulsionante. Podem ser utilizados de trs formas:

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como matria-prima para a obteno de asfalto modificado com polmeros utilizados na fabricao de emulso asfltica; como produto impermeabilizante final, que d origem impermeabilizao moldada no local; e como matria-prima para a obteno de material pr-fabricado.

Asflticos - Asfaltos oxidados; - Asfaltos oxidados catalticos; - Asfaltos modificados com polmeros sintticos; - Emulses asflticas; - Emulses asflticas com cargas; - Emulses asflticas com fibras de amianto; - Emulses asflticas modificados com polmeros; - Solues asflticas; - Solues asflticas com cargas. Materiais Polimricos Sintticos - Solues elastomricas (Neoprene, Hypalon e outros); - Emulses termoplsticas (acrlica); - Solues polimricas; Emulses polimricas;

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7.3 Materiais Pr-Fabricados So os produtos finais em sua composio encontram-se os materiais bsicos, elaborados ou auxiliares. Mantas de Asfalto - Mantas polimricas sintticas; - Mantas elastomricas (butil e EPDM); - Mantas termoplsticas (PVC). Materiais Auxiliares Armaduras No Tecidas - Orgnicas . De origem natural (feltro asfltico); . Sintticas (mantas no tecidas de polister, filme de polietileno). - Inorgnicas . Vu de fibra de vidro. Armaduras Tecidas - Orgnicas . De origem natural (tecido de juta); . Sinttico (tecido de nylon ou polister). - Inorgnicas . Tecido de fibra de vidro. Produtos para Vedao de Juntas

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- Mastiques; - Mata-juntas; Materiais Complementares Materiais de imprimao - Adesivos; - Catalisadores; - Fitas para emendas de mantas; - Pinturas refletivas 7.4 Tabelas Comparativas TABELA 01 Comparativo de Sistemas MEMBRANAS Variao de espessura, podendo comprometer a eficincia da impermeabilizao. Fcil controle e fiscalizao de Dificuldade de controle e fiscalizao impermeabilizao quer pelo consumo, nmero de demos, adulterao do produto, etc. Aplicao do sistema em uma nica vez Aplicaes em vrias camadas sujeitam s intempries e interferncia. No necessrio aguardar secagem Aguardar secagem entre camadas, podendo surgir bolhas, caso no cumprido o tempo de secagem. Existncia de armadura em toda a Possibilidade de haver desalinhamento superfcie uniformemente na armadura, acarretando desempenho varivel. Menor tempo de aplicao Sensvel gasto de tempo e mo-de(menor mo-de-obra) obra, acarretando maior custo. Menor suscetibilidade de erros de Maior ocorrncia de erros de aplicao, aplicao devido s diversas variveis e suas complexidades. Adequa-se melhor ao cronograma de Dificuldade na adaptao ao obras, gerando menos transtorno, cronograma de obras, ficando a rea liberao rpida da rea para utilizao. por mais tempo interditada, podendo ocorrer danos por terceiros. Fonte: APOSTILA VIAPOL (2002) MANTAS Espessura constante

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TABELA 02 Normas BrasileirasNORMAS NBR 5698 NBR 5699 NBR 6565 TTULO Vu de fibra de vidro reforado Determinao da espessura. Vu de fibra de vidro tipo reforado Determinao da massa. Elastmero vulcanizado Determinao do envelhecimento acelerado em estufa. NBR 7462 Elastmero vulcanizado Determinao da resistncia trao. NBR 8083 Materiais e sistemas utilizados em Impermeabilizao. NBR 8360 Elastmero vulcanizado Envelhecimento acelerado em cmera de oznio Ensaio esttico. NBR 8521 Emulses asflticas com fibras de amianto para impermeabilizao. NBR 9227 Vu de fibra de vidro para impermeabilizao. NBR 9228 Feltros asflticos para impermeabilizao. NBR 9229 Mantas de butil para impermeabilizao. NBR 9396 Elastmeros em soluo para impermeabilizao. NBR 9574 Execuo de impermeabilizao. NBR 9575 Elaborao de projetos de impermeabilizao. NBR 9616 Lonas de polietileno de baixa densidade para impermeabilizao de reservatrios de gua, de uso agrcola. NBR 9617 Lona de polietileno de baixa densidade para impermeabilizao de canais de irrigao. NBR 9685 Emulses asflticas sem carga para impermeabilizao. NBR 9686 Soluo asfltica empregada como material de imprimao na impermeabilizao. NBR 9687 Emulses asflticas com carga para impermeabilizao. NBR 9689 Materiais e sistemas de impermeabilizao. NBR 9690 Manta de polmeros para impermeabilizao (PVC). NBR 9910 Asfaltos oxidados para impermeabilizao. NBR 9951 Ltex e copolmeros SBR e NBR - Determinao de gel. NBR 9952 Mantas asflticas com armadura para impermeabilizao. NBR 9953 Mantas asflticas flexibilidade baixa temperatura. NBR 9954 Mantas asflticas resistncia ao impacto. NBR 9955 Mantas asflticas funcionamento esttico. NBR 9956 Mantas asflticas estanqueidade gua. NBR 9957 Mantas asflticas envelhecimento acelerado por ao de temperatura. NBR 11797 Mantas de etileno tropileno dieno monmero (EDPM) para impermeabilizao. NBR 11905 Sistema de impermeabilizao composto por cimento impermeabilizante e polmeros. NBR 12170 Potabilidade da gua aplicvel em sistema de impermeabilizao. NBR 12171 Aderncia aplicvel em sistema de impermeabilizao composto por cimento impermeabilizante e polmeros. NBR 12190 Seleo da impermeabilizao. NBR 13121 Asfalto elastomrico para impermeabilizao. NBR 13176 Polmeros Determinao do ndice de acidez de disperso. NBR 13321 Membrana acrlica com armadura para impermeabilizao. Fonte: APOSTILA VIAPOL (2002)

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TABELA 03 Mtodos de Aplicao Diferena dos Sistemas Pr-fabricadas (mantas) Espessura definida e constante obtida pelo processo industrial, resultando em uniformidade. Conhecimento prvio das caractersticas do sistema, pelos ensaios e controles industriais. Aplicao executada em uma nica etapa, na maioria das vezes. Moldados no local (membranas) Espessura varivel, ficando as regies de menor espessura como pontos mais frgeis. Conhecimento das caractersticas dos materiais independentes e no do sistema pronto. Aplicao em vrias camadas para concluir o sistema, sujeita a interferncias, como chuva, tempo de secagem entre demos, etc. Variao do posicionamento das armaduras de reforo podendo interferir no resultado final. Menor velocidade de aplicao, com maiores custos de mo-de-obra. Maior dificuldade de controle, como nmero de camadas, tempo de secagem, consumo/m, etc. Maior facilidade de aplicao em reas com muitas interferncias, reas restritas, etc.

Posicionamento das armaduras de reforos uniforme, sob controle industrial. Maior velocidade de aplicao, com maior rendimento de mo-de-obra. Maior facilidade de controle de aplicao. Dificuldade de aplicao em regies com muitas interferncias, reas restritas, etc.

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 04 Sistemas Flexveis Membranas de Emulses Asflticas Material Emulses asflticas sem carga (NBR 9685), emulses asflticas com carga (NBR9687), emulses asflticas modificadas com polmeros (no normalizadas, mas na maioria das vezes de melhor qualidade que as anteriores). Vu de fibra de vidro (NBR 9227), tela de polister ou tela de poliamida. (nylon). Aps imprimao com o prprio produto diludo em gua, aplicao de vrias demos (rolo, trincha, vassoura de plo) intercaladas com os estruturantes, normalmente aplicados a partir da segunda demo, aguardando-se no mnimo 4 horas de secagem entre demos. Mnimo 3 mm.para atendimento da NBR 12190 item 5.2.6.1.2, utiliza-se 3 reforos de vu de fibra de vidro com kg/m de emulso asfltica para vos at 15 metros e 4 reforos de vu de fibra de vidro com 5 kg/m de emulso asfltica. reas sujeitas gua de percolao. Importante o caimento mnimo de 1%. Pisos de Banheiro, cozinhas e outras reas frias. Pequenas floreiras. Restrio para uso em reas de grande solicitao ou grandes vos, reas fissurveis, etc. No utilizar em reas permanentemente imersas em gua ou com empoamentos.

Estruturante

Aplicao

Espessura e consumo

Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 05 Sistemas Flexveis Solues Asflticas Material Asfaltos modificados com polmeros, tipo SBS ou poliuretano, dentre outros, (no normalizados). Tela de polister (no normalizado). Aps imprimao com o prprio produto diludo em solvente. Aplicao em vrias demos (rolo, trincha ou vassoura de plo), intercaladas com os estruturantes, normalmente aplicados a partir da segunda demo, aguardando-se no mnimo 4 horas de secagem, entre demos. Espessura recomendvel mnima de 3 mm. Consumo varivel em funo do teor de slidos do material. Lajes em geral, jardineiras, reas frias, piscinas, tanques. Os do tipo poliuretano possuem boa resistncia qumica, sendo utilizado em tanques com produtos qumicos, (consultar os fabricantes). Custo elevado. Cuidado com as recomendaes de espessuras abaixo de 3 mm. Aplicao em ambientes confinados exige mscaras de proteo individual. Produto inflamvel. Necessita de substrato perfeitamente seco.

Estruturante Aplicao

Espessura e consumo

Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 06 Sistemas Flexveis Emulses Acrlicas para Reservatrios Material Estruturante Emulses acrlicas misturadas com cimento e aditivos (ao normalizado). Tela de polister ou poliamida (no normalizados). Aps imprimao com o prprio produto diludo em gua ou com base de cimento polimrico ou cimento cristalizante, aplicao em vrias demos (rolo, vassoura de plo) intercaladas com uma ou mais camadas de estruturante, normalmente aplicados a partir da segunda demo, aguardando-se no mnimo 4 horas de secagem entre demos. Espessura recomendvel mnima de 2,5mm, consumo mnimo de 3,5kg/m. Reservatrios elevados ou apoiados, etc. No alteram a potabilidade da gua. Necessita de cura por no mnimo 5 dias para o enchimento do reservatrio.

Aplicao

Espessura e consumo

Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 07 Membranas Semi flexveis Argamassa Polimrica Material Mistura de cimento, quartzo, aditivos e resinas do tipo acrlico, SBR, SBS, etc. (no normalizado). Normalmente no necessita. Aplicao em uma a duas camadas (desempenadeira metlica, equipamentos de projeo de argamassa), sobre substrato mido e superfcie no encharcada, sob imprimao de uma demo de cimento polimrico ou calda de cimento e polmero, aguardado intervalo mnimo de 4 horas entre demos. Consumo varivel, dependendo da necessidade. Umidade do solo e gua de percolao igual 5 mm. gua sob presso positiva igual 10 mm. gua sob presso negativa igual 20 mm. reas frias, pequenas floreiras, etc., aplicado sobre o concreto sem regularizar. Quando no possvel a aplicao de outros materiais flexveis, que necessitam de argamassa de regularizao com caimentos, devido a problemas de quotas. Subsolos sujeitos infiltrao de gua do lenol fretico ou umidade, de solo. Reservatrios elevados ou enterrados de gua potvel. Proteo de concreto exposto agressividade do meio ambiente. Suporta pequenas movimentaes da estrutura, no suportando fissuras dinmicas, que necessitam de tratamento complementar com mastiques. Para utilizao em subsolos sujeitos infiltrao por lenol fretico, aceita substrato mido, mas pode necessitar de tamponamento em pontos com jorro ou rebaixamento do lenol fretico.

Estruturante Aplicao

Espessura e consumo

Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 08 Sistemas Rgidos Cristalizao para Presso Hidrosttica Positiva ou mida Material Mistura de cimento, quartzo, aditivo e resinas do tipo acrlico, SBR, SBS, etc., que agem por penetrao e cristalizao de poros. (NBR 11905). No se utiliza. Aplicao em duas a quatro demos com trincha, sobre substrato saturado com gua, aguardando o intervalo mnimo de 4 horas entre demos. Consumo varivel, dependendo da necessidade. Umidade do solo e gua de percolao igual a 2 kg/m. gua sob presso positiva igual a 3 a 4 kg/m. Espessura em torno de 1,5 a 3 mm. reas frias, pequenas floreiras, sem possibilidade de fissurao, aplicado sobre o concreto reparado. Subsolos e cortinas de concreto, alvenaria de tijolo macio, sujeitos umidade de solo. Reservatrios enterrados de gua potvel. No adequado para estruturas sujeitas a fissuras e necessitam de tratamento complementar com mastiques. Como age por penetrao capilar, necessitam de um bom preparo do concreto, com tratamento das juntas, ninhos, etc. Necessita de hidratao posterior.

Estruturante Aplicao

Espessura e consumo

Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 09 Sistemas Rgidos Argamassa com Hidrfugo Material Estruturante Aplicao Argamassa de cimento, areia e aditivos. (no normalizado). No se utiliza. Aplicao em duas e trs camadas, intercaladas ou no com chapisco sem aditivos, aguardando intervalo mnimo de pega entre camadas. Consumo varivel, de acordo com instrues dos fabricantes. Subsolos e cortinas de concreto, alvenaria de tijolo macio, sujeitos umidade de solo ou lenol fretico. Reservatrios enterrados de gua potvel. No adequado para estruturas sujeitas a fissuras. Necessita de hidratao posterior.

Espessura e consumo Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 10 Sistemas Pr-Fabricados Mantas Asflticas Material Estruturante AplicaoMantas pr-fabricadas com asfalto oxidado ou modificado com polmeros (NBR 9952). Estruturados com armaduras de vu de polister, vu de fibra de vidro, filme de polietileno, filme de polister, etc. Aps imprimao com o primer, aplicao e soldagem das sobreposies com maarico de gs GLP, asfalto oxidado ou modificado a quente, asfaltos adesivos ou alta adesividade. Espessura varivel em funo do local de aplicao, sendo o mnimo 3 mm em mono camada ou 2 mm quando aplicado sobre a mesma outra manta de espessura igual ou maior que 3 mm. Consumo mdio de 1,15 m/m de rea impermeabilizada. Impermeabilizao para gua de percolao, umidade ou presso hidrosttica positiva. Lajes com trnsito de pedestres, trfego de veculos ou sem trfego, dependendo do tipo de manta. Lajes expostas a intempries, com mantas com acabamento em grnulos numerais, filmes de alumnio ou pinturas protetivas. Estruturas sujeitas presso hidrosttica positiva, como: -Reservatrios, piscinas, tanques espelhos dgua, etc. -Jardineiras, floreiras, reas frias, etc. -Canais de irrigao, lagoas, tanques com aplicao diretamente sobre o solo ou sobre base de concreto ou solo cimento. -Subsolos e cortinas sujeitos a lenol fretico, com aplicao do material pelo lado da presso hidrosttica. -Pontes e viadutos. Grande variao de tipos de asfaltos, armaduras, espessuras, acabamentos, forma de aplicao, devendo ser consultados os fabricantes, projetistas e consultores sobre os tipos mais adequados em funo das necessidades.

Espessura e consumo

Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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TABELA 11 Sistemas Pr-Fabricados Manta de Polietileno de Alta Densidade Material Mantas pr-fabricadas de polietileno de alta densidade (PEAD ou HDPE). No normalizado. No possuem. Aplicadas de forma no aderida ao substrato, sua sobreposio executada com equipamentos de soldagem a ar quente, cunha quente ou extrussoras. Espessura a partir de 0,75mm, dependendo do local de aplicao. Consumo mdio de 1,05 m/m de rea impermeabilizada. Impermeabilizao para gua de percolao, umidade ou presso hidrosttica positiva. Aterros sanitrios e tanques de resduos slidos ou de lquidos agressivos. Canais de irrigao, lagoas, tanques com aplicao diretamente sobre o solo ou sobre base de concreto ou solo cimento. Devido baixa espessura, recomendase cuidado com perfuraes provocadas por ausncia de limpeza prvia, trnsito ou queda de objetos antes de sua proteo.

Estruturante Aplicao

Espessura e consumo

Utilizao

Restries e recomendaes

Fonte: APOSTILA PINI SISTEMAS (2000)

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CAPTULO I I I

8 DIFICULDADES DO SETOR DE IMPERMEABILIZAO NO BRASIL

A deficincia comea nas escolas, onde muito pouco, ou quase nada informado a respeito da tecnologia de impermeabilizao. O engenheiro ou arquiteto deveria ser capaz de especificar sistemas, selecionar materiais, contratar firmas aplicadoras e fiscalizar a execuo dos servios, deveria tambm conhecer tambm as interaes da impermeabilizao com as demais partes do edifcio, de forma a prever os detalhes necessrios, na faze de projeto. Entretanto a quase totalidade dos profissionais enfrenta grandes dificuldades, quando se depara com as atividades citadas. O setor de construo civil se ressente cada vez mais da ausncia de informao com relao impermeabilizao. A desinformao a respeito das tcnicas e materiais de impermeabilizao, e o grande nmero de novos materiais que lanado a cada ano, so responsveis por diversos problemas, que geram o insucesso de impermeabilizao. As reclamaes acontecem muito mais em funo do despreparo dos engenheiros e arquitetos, que no esto sabendo escolher os bons servios e os bons profissionais. No meio disso tudo, tambm existem os maus aplicadores com bons materiais, os bons aplicadores com material indevido e toda uma gama de situaes infelizes que contribuem para o insucesso. Os problemas de impermeabilizao esto ligados tambm prpria evoluo dos projetos e ao desenvolvimento da construo civil e arquitetura no pas. certo de que cada vez mais reas tendem a receber a impermeabilizao.

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Pode-se dizer que a impermeabilizao dentro da construo civil um servio especializado. Alguns fatores justificam, at certo ponto, a especializao, tais como: um setor que exige uma razovel experincia, nos quais os detalhes assumem um papel importante e onde a mnima falha, mesmo que localizada, pode comprometer todo o servio; alm disto, a necessidade de acompanhamento da rpida evoluo dos materiais e sistemas propicia o surgimento de projetistas especializados. Da mesma forma, a exigncia de acompanhamento das tcnicas em constante renovao e a necessidade de uma mo-de-obra bastante treinada levam especializao de formas executoras, conhecidas como aplicadoras dos sistemas de impermeabilizao. A impermeabilizao no pas tomou um grande impulso a partir de 1975 com a construo do metr em So Paulo, que investiu muito em pesquisas e ensaios dos materiais, gerando tambm um grande nmero de normas.

9 PROBLEMAS PELA FALTA DE IMPERMEABILIZAO

Podem-se destacar algumas falhas que causam problemas para a fiscalizao da impermeabilizao: - Ausncia de projeto; - Escolha inadequada de materiais ou sistemas; - Dimensionamento; - Detalhes; - Juntas; - No execuo de rodap de impermeabilizao de 20 cm acima do piso acabado;

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- No considerao da argamassa de regularizao para a previso da cota de passagem de gua por vigas invertidas; - Falta de proteo da base de platibanda, permitindo a infiltrao sob a impermeabilizao; - Falta de proteo mecnica; - Erros de projeo em outras partes do edifcio como rede pluvial mal projetada ou executada, falta de desnvel na soleira e outros que causam infiltraes, reputadas depois impermeabilizao; A qualidade dos materiais, tambm em grande parte, responsvel pelas falhas da impermeabilizao: - Materiais no normalizados com propriedades inadequadas utilizao; - Materiais adulterados: ausncia de controle de qualidade; - Adulterao por parte do fornecedor ou do aplicador. A m execuo dos trabalhos tambm pode ser uma grande responsvel pelos problemas da impermeabilizao: - Falta de argamassa de regularizao que ocasiona a perfurao da impermeabilizao; - No arredondamento dos cantos e arestas; - Execuo da impermeabilizao sobre base mida que compromete a aderncia, gerando bolhas que podero ocasionar deslocamentos e rupturas das pelculas impermeabilizantes; - Execuo da impermeabilizao sobre base empoeirada, comprometendo a aderncia; - Uso de camadas grossas na aplicao de emulso asfltica para economia de tempo, dificultando a cura da emulso;

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- Juntas: travadas por tbuas ou pedras, com cantos cortantes que podem mastigar a impermeabilizao, arremate de aresta da junta executado com argamassa que pode desprender-se pela ao do mastique; - Falta de bero para a manta butlica; - Falhas em emendas; pouco transpasse e mau uso do maarico de ar quente nas mantas de PVC; - Perfurao de matas pela ao de sapatos com areia, carrinhos, etc.; - No aplicao das ltimas camadas de Hypalon, deixando o Neoprene exposto s intempries, ocasionando deteriorao rpida.

Para obras j edificadas com impermeabilizao, as falhas de utilizao e manuteno tambm acarretam grandes danos: - Danos causados na obra pela colocao de peso excessivo (entulhos, equipamentos) sobre a impermeabilizao, quando sobre esta existe apenas uma proteo provisria; - Perfurao da impermeabilizao sem qualquer reparo, aps a instalao de antenas, varais, etc.; - Danos causados impermeabilizao por ocasio de troca de pisos; - Instalao de floreiras na cobertura de modo a possibilitar a penetrao de gua por cima do rodap impermeabilizado; - Colocao de camada de brita sobre a cobertura com o intuito de efetuar uma correo trmica, que pode ocasionar fissuras devido sobrecarga da laje (caso isso no tenha sido previsto).

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10 SUCESSO NA IMPERMEABILIZAO Planejando-se j nos primeiros estgios de desenvolvimento do projeto da construo, os problemas associados a impermeabilizaes podem ser encontrados e eliminados. O projetista deve estar envolvido desde o incio, sendo que os seguintes sistemas a serem executados, devem ser discutidos com todos os envolvidos na obra, para garantia da qualidade: - Planejar e coordenar a impermeabilizao com outros elementos da construo; - Verificar a experincia com produtos e sistemas que tiveram um bom desempenho; - Projetar os detalhes tpicos representativos de todos os detalhes encontrados; - Controlar a aplicao; - Verificar a idoneidade do aplicador; - Exigir metodologia de trabalho; - Controlar a qualidade do sistema; - Checar a adequao do sistema; - Verificar dimensionamentos; - Indagar sobre detalhes de aplicao.

10.1 Onde se Aplicam as Impermeabilizaes

Partindo-se do princpio de que as estruturas nas edificaes devero ser dimensionadas para suportar diversos tipos de movimentos e cargas, inerentes ao meio em que vivemos, e de que este meio sofre mutaes climticas de acordo com

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a umidade relativa, a temperatura, o vento, a chuva, o calor, faz-se necessrio proteg-las de infiltraes e do calor, para se obter maior vida til dos materiais de construo, do concreto e dos materiais plsticos, dando melhor desempenho e conforto s habitaes. So inmeros os locais onde se faz necessrio a aplicao de impermeabilizao, pode-se destacar: - Subsolos; - Ralos; - Box; - Floreiras; - Calhas; - Caixas dgua; - Rufos; - Isolao trmica; - Lajes de cobertura, terraos de lajes planas; - Rampas; - Piscinas;

10.2 Precaues e Tcnicas para o Sucesso na Aplicao da Impermeabilizao

A regularizao da superfcie e o tratamento de todos os detalhes, j mencionados, devem ter sido anteriormente executados antes da aplicao da impermeabilizao.

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As superfcies devem estar limpas, secas e isentas de poeira, graxas, leos, alm de estarem livres de qualquer irregularidade. As trincas e fissuras devem ser tratadas de forma compatvel com o sistema de impermeabilizao. O trnsito de pessoal, material e equipamentos estranhos ao processo de impermeabilizao, durante sua execuo, devem ser vedados. Deve-se evitar o trnsito durante as horas de sol quente e no se deve pisar sobre as camadas at a secagem completa das mesmas. Argamassa de regularizao com trao fraco ou feita com agregados que contenham materiais orgnicos, tendem a deteriorar-se com o tempo, soltando a impermeabilizao e provocando vazamentos. da base da aplicao, que a eficincia e durabilidade dos sistemas impermeveis dependem, como qualquer outro revestimento. As regularizaes devem ser com argamassa no trao 1:3 de cimento e areia lavada, aditivada com cola apropriada, para garantir a aderncia e auxiliar na preveno das fissuras e trincas de evaporao da gua e retrao do cimento. Evitando-se desta forma o uso de materiais argilosos como o saibro nas argamassas de regularizao que serviro de base para sistemas mais sofisticados. Antes de aplicar os materiais impermeabilizantes verifique se a regularizao est bem aderida ao substrato em todos os pontos, fazendo as correes quando necessrios. Os reparos de emergncias devem ser efetuados com produtos de pega rpida, e depois fazer o reparo definitivo, no menor tempo possvel, em caso de vazamentos, evite fazer reparos definitivos, por onde a gua sai, pois ao encontrar resistncia a gua ir procurar novos caminhos, causando maiores danos.

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As meias-canas ou chanfros tm a finalidade de proteger os vrtices contra a presso da gua nos locais considerados crticos como nos reservatrios, piscinas e encontro de lajes com paredes, permitindo um melhor controle da aplicao dos materiais impermeabilizantes evitando acmulos e formao de vincos. Deve-se tratar com materiais apropriados, antes da aplicao do impermeabilizante as trincas e fissuras no concreto e/ou regularizao, pois quando no tratadas elas rompem a pelcula ao se movimentarem cortam a

impermeabilizao se esta for flexvel. Quando se tratar as superfcies com materiais impermeabilizantes elsticos, sejam acrlicos, betuminosos, pr-moldados ou moldados in-loco, no recomendado aplicar acabamentos finais como massas niveladoras, pinturas, assentamento de pisos ou azulejos como, por exemplo, diretamente sobre a superfcie impermeabilizada. Devido s variaes trmicas, o grau de plasticidade do produto empregado poder variar de acordo com suas caractersticas, e o revestimento aplicado poder vir a soltar-se. Sempre deve ser utilizado o chapisco e a argamassa de proteo mecnica sobre a impermeabilizao como base para o acabamento. de fundamental importncia, em se tratando de impermeabilizao, o perodo de testes de 72 horas. Assim, uma prova de carga com lmina dgua, para verificao da aplicao recomendvel.

. Manta Elastomrica aplicada solta sobre a laje. Este sistema chamado de sistema flutuante de impermeabilizao. Tem o inconveniente de, no caso de um vazamento, a gua caminhar, por baixo da manta por longas distncias, dificultando a localizao do vazamento:

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- o sistema de maior longevidade, porm exige mo-de-obra muito melhor treinada e uma conscientizao tambm maior por parte de todos os colaboradores da obra. Sua espessura mnima de 0,8 mm exige este grande cuidado, chegando ao ponto da necessidade de isolamento da rea at que j tenha sido aplicada a proteo mecnica. Esta proteo mecnica tambm deve ser feita pela equipe de impermeabilizadores. - Para um teste, s se pode por a gua aps 24 horas da aplicao. Este o tempo reao total do adesivo com a fita de caldeao.

- Modo de aplicao: 1) Regularizao - Limpeza da laje na rea a ser impermeabilizada; - Verificao dos elementos que viro a interferir na impermeabilizao; - Verificao da presena de corpos estranhos na superfcie da laje, por exemplo, restos de madeira incrustados no concreto, arames e outros; - Aplicao de argamassa de cimento e areia no trao 1:3 com espessura mnima de 3 cm; - Caimento de no mnimo 1% para os ralos; - Arredondamento dos cantos (normalmente se usa a lateral de uma garrafa); - Cuidar para que a superfcie regularizada fique to lisa quanto uma argamassa permita. Uniforme e homognea para receber a manta sem traumas. 2) Aplicao do Primer - O primer uma pintura de base asfltica; - A superfcie deve estar totalmente seca; - O primer aplicado a rolo de l ou brochas, em uma nica demo;

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- O consumo de aproximadamente 0,3 litros por metro quadrado; - Aguardar 24 horas aps a aplicao do primer para a aplicao da manta. 3) Aplicao da Manta - Isolamento da rea para impedir que operrios no pertinentes aos servios de impermeabilizao transitem ou causem danos ao processo; - Verificao dos elementos que viro a interferir na impermeabilizao, por exemplo, afastamentos adequados de dutos em relao s paredes; - Conferncia da presena de todos os elementos, a fim de evitar ferimentos posteriores; - Verificar as especificaes do projeto; - Dispor os rolos de manta no sentido longitudinal da aplicao, atentando para o esquadrejamento; - Fazer arremates nos ralos; - Inserir dentro dos ralos uma seo de tubo de PVC de 3 cm com um corte vertical. Este anel tem a finalidade de no deixar a manta descolar do cano;

. Manta Asfltica requer cuidados em sua aplicao, preciso conscientizar o aplicador de que o maarico (usado na fuso das mantas) no pode aproximar e ficar exporto manta em um mesmo local por muito tempo para no ocasionar ruptura do vu estrutural localizado dentro da manta, danificando-a. - necessrio levar em considerao a presso de sada no bico do maarico, a resistncia do asfalto, a temperatura do ambiente, entre outros fatores;

- Modo de aplicao: 1) Regularizao

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- Fazer rebaixo de 15 cm na borda dos ralos com profundidade de 4 mm; - Limpeza da laje na rea a ser impermeabilizada; - Verificao dos elementos que viro a interferir na impermeabilizao; - Verificao da presena de corpos estranhos na superfcie da laje, por exemplo, restos de madeira incrustados no concreto, arames e outros; - Aplicao de argamassa no trao 1:3 de cimento e areia; - Caimento de no mnimo 1% para os ralos; - Arredondamento dos cantos (normalmente se usa a lateral de uma garrafa); - Cuidar para que a superfcie regularizada fique to lisa quanto uma argamassa permita. Uniforme e homognea para receber a manta sem traumas. 2) Aplicao do Primer - O primer uma pintura de base asfltica; - A superfcie deve estar totalmente seca; - O primer aplicado a rolo de l ou brochas, em uma nica demo; - O consumo de aproximadamente 0,3 litros por metro quadrado; - Aguardar 24 horas aps a aplicao do primer para a aplicao da manta; - Toda