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Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de Brasília Painel 5: Impactos dos sistemas de produção e estratégias de mitigação Brasília, 14 de outubro de 2008.

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Page 1: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos

naturaisProf. Dr. Mercedes Bustamante

Departamento de Ecologia – Universidade de Brasília

Painel 5: Impactos dos sistemas de produção e estratégias de mitigação

Brasília, 14 de outubro de 2008.

Page 2: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Estrutura da apresentação

• Mudanças de uso da terra no Cerrados• Impactos sobre os ciclos do Carbono e

Nitrogênio• Impactos sobre os recursos hídricos• Impactos sobre a Biodiversidade• Medidas mitigadoras• Considerações finais

Page 3: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

South American andthe two largest

Brazilian biomes

Amazônia

Cerrado

Cerrado: Segundo Maior BiomaAmérica do Sul

Caatinga

Mata Atlantica

Pampas

Pantanal

O Cerrado• Savana sazonal úmida

•24 % da área do Brasil

•Presente em 11 estados brasileiros

• 2a. Formação vegetal em extensão na América do Sul

• Distribição central = transições com os principais biomas brasileiros

• Berço de grandes bacias hidrográficas: Araguaia- Tocantins, São Francisco, Paraná

(LAPIG, UFG)

Page 4: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Cerrado - HOJE • 35 % de toda a produção de grãos no

Brasil - 58 % da produção brasileira de soja

• mais de 70% da produção de carne bovina do País (Pecuária de corte no Brasil Central, Corrêa 1989)

• Produção de energia:• P/ cada tonelada de ferro-gusa → 0,7

tonelada de carvão vegetal.• 15% carvão MG vêm de GO

70% carvão BA clandestina e vai Minas Gerais.

• Expansão da área cana-de-açúcar - meta de adição de 5% de etanol nos veículos. UNICAMP (2007)

Page 5: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

South American andthe two largest

Brazilian biomes

Amazônia

Cerrado

Cerrado: Segundo Maior BiomaAmérica do Sul

Caatinga

Mata Atlantica

Pampas

Pantanal

Landsat 2002

PROBIO / 2007

LAPIG, UFG

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Page 8: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

DIMENSÃO HUMANA

Earth InteractionsNovaes, P.C. et al. 2006 (submetido)

IDH 2000IDH 2000•2.4 milhões de pessoas (9,4%

do total) vivem com < 1

US$ /dia

•10% da população > 7 anos

em áreas urbanas e 18% em

áreas rurais são analfabetas

•Correlação entre áreas

prioritárias para conservação e

baixo IDH.

Page 9: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

CONSERVAÇÃO E USO• Demanda por agroenergia e alimento → expansão

e transformação do agronegócio• Para a atividade agrícola, o meio ambiente é o

fator mais importante de produção

• Manutenção da biodiversidade e sistemas naturais é uma CONDIÇÃO e não uma OPÇÃO!

Coordenação de políticas agrícolas e ambientais Demanda de conhecimento e tecnologias

Page 10: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Estrutura da apresentação

Mudanças de uso da terra no Cerrados• Impactos sobre os ciclos do Carbono e

Nitrogênio• Impactos sobre os recursos hídricos• Impactos sobre a Biodiversidade• Medidas mitigadoras• Considerações finais

Page 11: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Diferentes formações vegetais e fitosionomias no bioma Cerrado. Reproduzido de Ribeiro & Walter (2001).

1. Campo limpo = 3,78 a 16,57 Mg.ha-1 2. Campo sujo = 6,68 a 15,77 Mg.ha-1

3. Cerrado ralo = 12,55 e 39,05 Mg.ha-1

4. Cerrado sentido restrito = 20,9 a 58,01 Mg.ha-1 5. Cerrado denso = 29,90 a 71,89 Mg.ha-1

5 4 3 2 1

Fisionomias de Cerrado e estoques de Biomassa

Estoque de C ~ 40 a 45% da biomassa

(Ottmar et al. 2001)

Page 12: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Papel do desmatamento no Cerrado• Estimativas recentes → 40% and 55% de

área convertida para uso agropecuário (Klink & Machado, 2005)

• Assumindo:

1. ~ 40 anos de conversão de uso e

2. Estoque médio de C na biomassa aérea = 29 Mg C ha-1

Perda média de cerca 0.1 Pg C por ano em função do desmatamento do

Cerrado

Desmatamento da Amazônia = 0.2 Pg C por ano

Cerrado típico

Floresta

pluvial

Page 13: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Papel do desmatamento no Cerrado

• Mudanças na vegetação podem não se converter diretamente em troca de CO2 com a atmosfera.

• Enquanto,– crescimento da vegetação representa um dreno imediato de CO2

atmosférico, – mortalidade da vegetação, a menos que resultem de combustão

completa

entrada retardada de CO2 na atmosfera (“emissões comprometidas”)

dependente da taxa de decomposição

Page 14: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Incluindo a biomassa radicular...

• Fitofisionomias de Cerrado: maior estoque de biomassa subterrânea

• Biomassa subterrânea / biomassa aérea = entre 2,6 e 7,7.

• Assumindo, razão biomassa subterrânea / áerea = 1, 0

Aumento de 67% nas estimativas do fluxo de C (0.13 to 0.35 Pg C y-1) nos trópicos secos (p.ex. Savanas) por desmatamento.

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Áreas nativas: fontes ou drenos de C?

• Cerrado típico: balanços anuais indicam um dreno que pode variar de:

0,1 a 0,3 Mg C.ha-1.ano-1 (Rocha et al. 2002)

a

2,5 Mg C ha-1.ano-1 (Miranda et al. 1996)

Fluxos sazonais de CO2 entre vegetação e atmosfera:

1. dreno de C durante toda estação chuvosa

2. breve período como fonte de C ao final da estação seca

Page 16: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Cerrado – dreno ou fonte de C para a atmosfera? Impactos da conversão...

Substituição de sistemas nativos com dossel heterogêneo e com raízes profundas por:

1. Armazenamento de carbono no solo

2. Troca de calor e energia com atmosfera

3. Conservação de recursos hídricos

Impactos sobre:

Gramíneas ou culturas anuais com dossel homogêneo e raízes superficiais

Page 17: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Emissões pela queima de biomassa Cerrado

Fisionomia Área

queimada

(kha)

Fração da

Biomassa

Queimada

Biomassa

Queimada

(Gg)

Campo limpo 1640 0.95 11218

Cerrado

típico

16045 0.89 134235

Cerradão 2075 0.80 12615

Contribuição da combustão da vegetação:

CO = 3448,82 Gg CCH4= 229,92 Gg C

NOx= 41,73 Gg NN2O = 2,41 Gg N

(Krug et al.,2002)

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E após o fogo? Fluxos de CO2 do ecossistema para atmosfera

• Imediatamente após o fogo ➫ cerrado tornou-se uma forte fonte de CO2 para a atmosfera

• Início da estação chuvosa ➫ situação é revertida = área torna-se um forte dreno de CO2

• Efeitos negativos são balanceados em 12 meses

Santos et al. 2005

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E a freqüência de queimadas? • Queimadas freqüentes reduzem a densidade de espécies

lenhosas

• Favorecem formações mais abertas• Mais combustível (gramíneas) = queimadas mais intensas• Redução dos estoques de biomassa do sistema

Balanço dos efeitos negativos do fogo depende do intervalo entre queimadas!

Page 20: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Cerrado – dreno ou fonte de C para a atmosfera? Impactos da conversão...

• Estoque total de C em um cerrado típico:

Mg C ha-1 Vegetação + solo

(até 1 m profundidade) = 265.0

1. Biomassa arbórea = 28.5

2. Biomassa herbácea = 4.0

3. Serapilheira = 5.0

4. Raízes e detritos = 42.5

5. Matéria orgânica do solo = 185.0

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Cerrado – dreno ou fonte de C para a atmosfera? Impactos da conversão...

• A quantificação completa dos impactos de mudanças no uso da terra do Cerrado deve incluir mudanças nos estoques de C no solo.

• Conversão de áreas nativas para uso agropecuário pode resultar tanto em ganhos como em perdas de C do solo dependendo do manejo.

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Vegetação nativa x pastagens Estoques de C no solo

• Estoques de C org. sob vegetação nativa = após 23 anos sob cultivo de Brachiaria

• Depois de 23 anos de pastagem:

• 50% do C total na matéria orgânica do solo ainda era do cerrado

Roscoe et al. (2001)

Page 23: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Vegetação nativa x pastagens Estoques de C no solo

• Pastagens tropicais bem-manejadas conservam carbono

Mas...• Pastagens no Cerrado →

degradação significativa

• Pastagens Degradadas = ecossistema emergente mais importante na região

(cerca de 50% da área de pastagens plantadas)

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E as emissões pelo gado?

• Estimativas preliminares de emissão de metano pela fermentação entérica do gado (leiteiro e corte) no Brasil = 9.4 Tg de CH4/ano (Lima et al., 2001)

• Corresponde à emissão anual de CO2 de 36 milhões de veículos de passeio

• Região Centro-oeste – 30% do total (3.09 Tg CH4 / ano )

• Alternativas para mitigação devem envolver o manejo de todo o sistema de produção

1 molécula CH4 = 25x potencial de efeito estufa de 1 molécula de CO2

Page 25: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Culturas anuais no Cerrado

• Práticas agrícolas convencionais = impactos do manejo inadequado do solo

• Início 1980s ➫ Introdução de sistemas de plantio direto

• Hoje prevalência de plantio ➫direto nas zonas agrícolas mais desenvolvidas

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Culturas anuais no CerradoEstoque de C no solo

• Estudo de longa duração:

• Diferentes sistemas de manejo

• 15 anos em Latossolo Vermelho (48 % de argila)

1. Plantio direto (PD)

2. Convencional

3. Pastagem Degradada (18 anos)

PD – Maior conteúdo de C até 40 cm de profundidade, mas diferenças entre tratamentos foram mais significativas até 10 cm

Resck et al. (2000)

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• CO2 - gás efeito estufa (60 %)

• N2O – gás efeito estufa (200x mais reativo que CO2), tempo de residência (~200 anos)

• NO – gás efeito estufa indireto, chuva ácida, precursor de O3, efeitos fotoquímicos

Fluxos de óxidos de nitrogênio para atmosfera

Page 28: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Expansão dos biocombustíveis• Impactos ambientais Solo, água, atmosfera, biodiversiadade• Impactos sociais e econômicos Pobreza, conflitos por terra, violações de direitoshumanos, situação laboral, soberania, segurança alimentar• Anos para pagar débito de C ocasionado por

desmatamento para cultivo de biocombustíveis

Fargione et al. 2007. Science

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CO2-equivalentes devido à conversão de áreas nativas de Cerrado para agropecuária – 20 anos

Fonte (+) Dreno (-) Líquido

Faixa de variação

Estimativa CO2-Equivalente (Mg CO2 ha-1)

Referências

Biomassa aérea (Mg C ha-1)

+2 a +16 +15 +55 Ottmar et al. 2001

Biomassa subterrânea (Mg C ha-1)

+4 a +10 +10 +35 Grace et al. 2006

Carbono do solo (Mg C ha-1)

0 a +50 +30 +110 Bustamante et al. 2006

N2O do solo (kg N ha-1)

0 a +1 0 0 Varella et al. 2004 Pinto et al. 2006

CH4 do solo (kg CH4 ha-1)

0 a +1 0 0 Bustamante et al.não publicados

N2O Queimadas (kg N ha-1)

0 a +5 0 +2 Ferek et al. 1998

CH4 Queimadas (kg CH4 ha-1)

0 a +70 0 +2 Andreae and Merlet, 2001

Total +220

Bustamante et al., em preparação

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Estrutura da apresentação

Mudanças de uso da terra no CerradosImpactos sobre os ciclos do Carbono e

Nitrogênio• Impactos sobre os recursos hídricos• Impactos sobre a Biodiversidade• Medidas mitigadoras• Considerações finais

Page 31: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Dosséis altos e irregulares criam mais turbulência

mecânica que dosséis baixos, contínuos e regulares

O ar flui através da vegetação criando turbilhões para cima e para baixo, promovendo a troca de ar entre o dossel e a

atmosfera

Dossel irregular – alta turbulência mecânica – turbilhões bem acoplados à atmosfera

Alta condutância da camada limítrofe (baixa resistência)

turbilhõesturbilhões

vento

Estrutura do dossel afeta a temperatura da superfície e a troca de energia

Page 32: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

•Dossel heterogêneo – alta turbulência mecânica – turbilhões bem acoplados à atmosfera

•Alta condutância da camada limítrofe (baixa resistência)

•Dossel homogêneo de pastagem ou cultivo

•Baixa turbulência mecânica –desacoplado da atmosfera

•Baixa condutância da •camada limítrofe

vento

vento

turbilhões

vento

Page 33: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

IMPACTOS CLIMÁTICOS DA CONVERSÃO...

• Modelos para savanas tropicais indicam (Hoffmann & Jackson,2000):

• Conversão da vegetação dominada por árvores-herbáceas para pastagens ou culturas

1. Redução de ~ 10% da precipitação2. Aumento da temperatura superficial

em 0.5oC3. Aumento da freqüência de veranicos

durante o período chuvoso

Page 34: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

IMPACTOS CLIMÁTICOS E RECURSOS HÍDRICOS

Processo chave no ciclo hidrológico terrestre!Reservatórios de água profunda – papel crítico

solo

Transferência água

vegetação

atmosfera

Page 35: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Perfis de resistividade do solo em floresta de transição e plantios de soja em Querência MT

Floresta

Perfis até 25 metros de profundidade

Menos água no solo – maior resistividade elétrica do solo

Cores quentes – maiores valores de resistividade

Estação Seca- Agosto 2007

Soja

Page 36: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Estrutura da apresentação

Mudanças de uso da terra no CerradosImpactos sobre os ciclos do Carbono e

NitrogênioImpactos sobre os recursos hídricos• Impactos sobre a Biodiversidade• Medidas mitigadoras• Considerações finais

Page 37: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Mudanças Climáticas e Biodiversidade

• Temperatura e precipitação - papéis majoritários e determinam onde espécies de plantas e animais podem– viver– crescer– reproduzir

Page 38: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Sala et al. 2000Science 287:1770-1774

Cenários de Biodiversidade para 2100

Page 39: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

No caso do Cerrado...• Nos últimos 40 anos = intensa

fragmentação de habitas (Sano et al., 2008).

• Dificuldades de dispersão para espécies vegetais através da matriz agrícola para alcançar áreas com climas mais favoráveis.

Mudança climática + perda de habitats +

pequena representatividade no

SNUC = efeitos catastróficos!

Page 40: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Impactos das mudanças climáticas Distribuição de árvores no Cerrado

162 espécies

Presente1961-1990

Siqueira e Peterson, 2003

Page 41: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Impactos das mudanças climáticas Distribuição de árvores no Cerrado

Cenário conservador de MC

Page 42: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Impactos das mudanças climáticas Distribuição de árvores no Cerrado

Cenário menos conservador de MC

Page 43: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Estrutura da apresentação

Mudanças de uso da terra no CerradosImpactos sobre os ciclos do Carbono e

NitrogênioImpactos sobre os recursos hídricosImpactos sobre a Biodiversidade• Medidas mitigadoras• Considerações finais

Page 44: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Vulnerabilidade às mudanças climáticas

• Depende de:

1. Exposição aos riscos da mudança climática2. Capacidade adaptativa para superar riscos

Page 45: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Interferência Humana

Mudança Climática, incl. variabilidade

MitigaçãoVia fontes e drenos de GEE

Efeitos dos impactos iniciais

Adaptações esperadas

Efeitos líquidos ou residuais

Impactos

Vulnerabilidades

Perigoso? Vulnerável?

RESPOSTAS POLÍTICAS

ADAPTAÇÃO PLANEJADApara impactos e vulnerabilidades

Page 46: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Estratégias de redução das emissões no Cerrado

• Áreas nativas1. Ampliação das unidades de conservação,2. Controle e monitoramento do desmatamento3. Controle e monitoramento de queimadas

• Áreas agrícolas

1. Controle de queimadas de restos culturais2. Recuperação de pastagens degradadas com incremento de cobertura arbórea3. Manejo de nutrição animal para redução das emissões de metano4. Manejo adequado do uso de fertilizantes nitrogenados5. Adoção de sistemas de rotação de culturas6. Planejamento territorial para expansão da agroenergia

Sistemas multifuncionais e diversificação da paisagem agrícola

Page 47: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Adaptação às mudanças climáticas

• Ajustes nos sistemas ecológicos, sociais e econômicos, em resposta a estímulos das mudanças climáticas (reais ou esperadas) seus efeitos e impactos– Reduzir vulnerabilidade– Amenizar danos– Aproveitar oportunidades

Page 48: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Tipos de adaptação

Mudanças na composição de ecossistemas,LocalizaçãoMigração de áreas úmidas

Diversificação de cultivos agrícolasAquisição de segurosDesenho de habitações

Desenvolvimento de cultivos agrícolasMudança de atividadeReconstrução e Realocação

Sistema de alertas Códigos de construçãoInfraestrutura

Atuação para minimizar desastresIncentivos à realocação

Antecipada Reativa

Sistemas naturais

Sistemas humanos

Públ

ico

Priv

ado

Page 49: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Estrutura da apresentação

Mudanças de uso da terra no CerradosImpactos sobre os ciclos do Carbono e

NitrogênioImpactos sobre os recursos hídricosImpactos sobre a BiodiversidadeMedidas mitigadoras• Considerações finais

Page 50: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

MUDANÇAS NO CERRADO E CLIMA: UM CAMINHO DE MÃO DUPLA...

Atividades agrícolas +Aumento da freqüência de fogo

Impacto direto sobre as emissões de gases de efeito estufa e clima

Mudança ClimáticaMudança Climática

Mudanças na temperatura e disponibilidade de água

Page 51: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Assim, agricultura sustentável e conservação…

Produção de:• Bens = comida, fibras e

materiais

&• Serviços = conservação

de água, regulação do clima, polinização etc…

• Reduzir / eliminar externalidades negativas (impactos ambientais)

& • Maximizar a provisão de

serviços (positivos) e bens.

Page 52: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Desenvolvimento sustentável requer diálogo sustentado

Vetores Pressão Estado Impacto Resposta

Sistemas Naturais

Sociedade

Políticos, economistas, Cientistas sociais

Cientistas Naturais

Page 53: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

A natureza do jogo …

Competição por terra, determinada por:

1. Qualidades naturais

2. Potencial de ganho econômico

3. Valores intrínsecos conferidos pelos competidores

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WE HAVE ONLY ONE GLOBE WITH WHICH TO EXPERIMENT!

Page 55: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

O Homem; As ViagensTrecho poema de Carlos Drummond de Andrade (1979)

...Restam outros sistemas foraDo solar a colonizar.Ao acabarem todosSó resta ao homem(estará equipado?)A dificílima dangerosíssima viagemDe si a si mesmo:Pôr o pé no chãoDo seu coraçãoExperimentarColonizarCivilizarHumanizarO homemDescobrindo em suas próprias inexploradas entranhasA perene, insuspeitada alegriaDe con-viver.

Page 56: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Conhecimento

Page 57: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Valores

Page 58: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Ética

Page 59: Impactos das atividades agrícolas, florestais e pecuárias nos recursos naturais Prof. Dr. Mercedes Bustamante Departamento de Ecologia – Universidade de

Obrigada!Mercedes Bustamante

[email protected]