impacto econômico de pragas agrícolas no brasil

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IMPACTO ECONÔMICO DE PRAGAS AGRÍCOLAS NO BRASIL

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Page 1: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTO ECONÔMICO DE PRAGAS AGRÍCOLAS NO BRASIL

Page 2: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

MENSURAÇÃO ECONÔMICA DA INCIDÊNCIA DE PRAGAS E DOENÇAS NO BRASIL: UMA APLICAÇÃO PARA AS CULTURAS DE

SOJA, MILHO E ALGODÃO

Safra 2014/15

Equipe responsável:

Geraldo Sant’Ana de Camargo BarrosSilvia Helena Galvão de MirandaMauro OsakiLucilio Rogerio Aparecido AlvesAndréia de Oliveira Adami

http://www.cepea.esalq.usp.br

Equipe técnica:

Fábio Francisco de LimaRenato Garcia Ribeiro

Luiz Henrique de AlmeidaBreno Bícego Vieitez

Page 3: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Objetivos/Etapas

• Avaliar os gastos anuais do uso dos defensivos agrícolas nasculturas de soja, milho e algodão no Brasil na safra 2014/15;

• Avaliar o impacto no custo de produção do não tratamentocontra pragas/doenças na safra 2014/15;

– Mantendo a produtividade agrícola;

– Mantendo a produção com compensação da área cultivada;

– Ajuste de preço considerando a possível queda de produção;

• Avaliar o impacto sobre a lucratividade do não tratamentocontra pragas/doenças na safra 2014/15, considerando ajustede preço e produtividade.

• Impactos macroeconômicos do não tratamento contrapragas/doenças;

– Comércio exterior

Page 4: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Premissas

Análises baseadas nas pesquisas de camporealizadas pelo Cepea:

As pesquisas estão focadas nas principais regiõesprodutoras, representando mais de 90% da áreacultivada – milho verão representou cerca de 60%do total

Produtores estudados possuem padrãotecnológico acima da média

As extrapolações foram feitas para outrasmicrorregiões com características de estruturaprodutiva, localização e tecnologias semelhantes.

4

Page 5: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Abrangência do estudo - SOJA

5

IBGE

Cepea

BLS: Balsas (MA)CALTA: Cruz Alta (RS)CMQ: Camaquâ (RS)CNP: Campo Novo do Parecis (MT)CNV: Campos Novos (SC)CRZ: Carazinho (RS)CST: Castro (PR)CVEL: Cascavel (PR)DRD: Dourados (MS)GPVA: Guarapuava (PR)LDN: Londrina (PR)LEM: Luis Eduardo Magalhães (BA)MNR: Mineiros (GO)NVR: Navirai (MS)PAF: Pedro Afonso (TO)PVL: Primavera do Leste (MT)QRC: Querencia (MT)RVD: Rio Verde (GO)SNP: Sinop (MT)SRS: Sorriso (MT)TPC: Tupanciretã (RS)UBR: Uberaba (MG)URC: Uruçui (PI)XNX: Xanxere (SC)

24 painéis

Page 6: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Abrangência do estudo – milho verão

Cepea

IBGE

14 painéis

Page 7: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Abrangência do estudo – milho 2 SAFRA

7

Cepea

IBGE

14 painéis

Page 8: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Abrangência do estudo – Algodão

8

Cepea

IBGE

Page 9: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Premissas da simulação dos impactos do não tratamento

• Levantamento bibliográfico dos impactos na produtividade diante daocorrência da praga e/ou doença sem tratamento.

• Simulação:

– Eliminação das aplicações de produtos químicos e ajustes nos usosde máquinas, equipamentos e mão de obra.

– Para cada praga ou doença eliminar somente os produtos químicosconsiderados específicos para seu tratamento.

– Ajustes nos gastos relacionados aos volumes produzidos (frete, etc).

– Extrapolação dos resultados para as microrregiões comcaracterísticas de estrutura produtiva, localização e tecnologiasemelhantes.

– Ajustes na Receita• (a) mantendo preço constante com compensação de área proporcional à queda

de produtividade;

• (b) variando o preço no mercado de acordo com queda na oferta

Page 10: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Gasto para cada praga ou doença i por cultura

Painel Original

GAi= Gasto anual para a Praga/Doença i (R$)

Gasto para outras regiões

+

i.a - controle de praga iL Helicoverpa; Lagartas;

Ferrugem; Percevejo, Mosca branca, L. Spodoptera, Bicudo.

(R$/ha)

1 Região j MicrorregiãoUF

(ha)

Área de produção

Gasto na região levantada

x

Demais Microrregiões

UF(ha)

x

ExtrapolaçãoLocalizaçãoSimilaridade de produção- Produtividade- Tecnologia- Sistema de produção

2

Page 11: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Principais pragas ou doenças identificadas nos levantamentos da safra 2014/15 nas lavouras de soja, milho e algodão, perdas de produtividade encontradas na literatura especializada e perda de produtividade considerada nas simulações de impacto econômico

Cultura Praga/Doença AutoresMaior

quedaMédia

Menor

queda

Perda

considerada nas

simulações

So

ja

Percevejo1 Corrêa-Ferreira et al (2013);

Adeney et al (2015)-21% -10,6% -2,4% - 10%

Helicoverpa armigera Bonamichi et al (2015) -36% -32,8% -28,3% - 30%

Mosca branca (Bemisa tabaci) Vieira et al (2013) -30% -22% -12% - 20%

Falsa medideira (Chrysodeixis

includens)Schlick-Souza (2013) -26% -18,8% -14% - 20%

Ferrugem asiática (Phakopsora

pachyrhizi)Godoy et al. (2011, 2012,

2013, 2014, 2015)-37,4% -21,7% -6,4% - 20%

Milh

o L. Cartucho (Spodoptera frugiperda)Valicente (2015); Cruz et al

(2000)- 52% - 43% - 34% - 40%

Percevejo (Dichelops melocanthus)Valicente (2015); Cruz et al

(2000)-25% -22% -21% - 20%

Alg

od

ão

Bicudo (Anthonomus. grandis)Fonseca et al (2011);

Scarpellini (2003)- 35,4% - 27,1% - 21,8% - 30%

Helicoverpa armigera s/i s/i s/i s/i - 20%

Lagarta2 Papa et al (2007) -18,0% -16,1% - 14,3% - 20%

Mosca branca (B. tabaci) Alencar et al. (2002) - 16,7% - 12,9% - 8,1% - 10%

Pulgão (Aphis sp) Almeida (2001) - 16,4% - 10,4% - 4,5% - 10%

1 Percevejo verde (Nezara viridula) e marrom (Euschistus heros); 2 L. Curuquerê (Alabama argilacea), L. da maçã (Heliothis virencis); s/i: sem informação.

Fonte: Cálculos do Cepea/Esalq (2016).

Page 12: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTOS NOS CUSTOS TOTAIS DO NÃO TRATAMENTO DE PRAGA E DOENÇAS SELECIONADAS NAS CULTURAS DE SOJA, MILHO E

ALGODÃO

Page 13: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Método de avaliação do impacto econômico – Custos

CTj: Custo Total observado na região j;Ctijk: Custo total sem tratamento da praga i na região j no cenário k.Cenário k: perda de produtividade pelo não tratamento

𝑰𝑪𝒊𝒋𝒌 =

𝒋=𝟏

𝒏

𝑪𝑻𝒊𝒋𝒌 − 𝑪𝑻𝒋 ∗ 𝑨𝒓𝒆𝒂𝒋 (j=1,..., 558)

Impacto no custo total pelo não tratamento

1

Page 14: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Impacto no CT da soja pelo Não tratamento da praga e doença selecionada, mantendo a produtividade agrícola

Fonte: Cepea/ ANDEF

O custo privado do setor produtivo provocada pela lagarta é equivalente a R$ 1,7 Bi; o de Helicoverpa, R$ 2,5 Bi; percevejo R$ 2 Bi; Mosca branca R$ 0,4 Bi; e Ferrugem asiática, R$ 5,1 Bi.

Page 15: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Impacto no CT do milho pelo Não tratamento da praga e doença selecionada, mantendo a produtividade agrícola

-0,23-0,12

-0,30

-0,21

-0,53

-0,32

-0,60

-0,50

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

Spodoptera Percevejo

Bilh

õe

s (R

$)

Verão 2 safra

Fonte: Cepea/ ANDEF

Page 16: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Impacto no CT do algodão pelo Não tratamento da praga e doença selecionada, mantendo a produtividade agrícola

-0,31

-0,11

-0,51 -0,47

-0,22

-0,16

-0,02

-0,25

-0,19

-0,06

-0,48

-0,13

-0,76

-0,66

-0,28

-0,80

-0,70

-0,60

-0,50

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

Bicudo Helicoverpa Lagarta Pulgão Mosca branca

Bilh

õe

s (R

$)

Verão 2 safra

Page 17: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTOS NOS CUSTOS TOTAIS DO NÃO TRATAMENTO DE PRAGAS E DOENÇAS SELECIONADAS NAS CULTURAS DE SOJA, MILHO E

ALGODÃO COM COMPESAÇÃO DE ÁREA

Page 18: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Método de avaliação do impacto econômico – Custos

𝑰𝑪𝑪𝑨𝒊𝒋𝒌 =

𝒋=𝟏

𝒏

𝑪𝑻𝒊𝒋𝒌 ∗𝒀𝒋

𝒀𝒊𝒋𝒌− 𝑪𝑻𝒋 ∗ 𝑨𝒓𝒆𝒂𝒋

(j=1,..., 558)

Yj= Produtividade na região j levantado no painel, em saca de 60kg.Yijk= Produtividade sem tratamento para a praga/doença i na região j para o cenário k, em saca de 60kg.CTj: Custo Total observado na região j;Ctijk: Custo total sem tratamento da praga i na região j no cenário k.Cenário k: perda de produtividade pelo não tratamento

Impacto no custo total pelo não tratamento com compensação de área e preço constante

2

Page 19: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Impacto no CT da soja com Não tratamento da praga e doença para os diferentes cenários de diminuição da produtividade com compensação de área

20%20%10%30%20%Cenários de

diminuição de produtividade

Fonte: Cepea/ ANDEF

O não tratamento da lavoura provocaria uma queda média de produtividade para cada tipo de praga edoença e o setor produtivo precisaria dispender um montante financeiro a mais para compensar em área arespectiva redução de produtividade, visando manter a produção (oferta) e não haver impacto em preço.Assim, para a queda de produtividade provocada pela lagarta seria necessário R$ 15,2 Bi a mais para cultivar20% de acréscimo de área para manter a produção; Helicoverpa R$ 28,9 Bi para cultivar 30% a mais;percevejo R$ 6,25 Bi, 10% a mais de área; Mosca branca R$ 3,6 Bi para aumentar 20% da área; e FerrugemR$ 12,7 Bi para aumentar 20% de área.

Page 20: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Impacto no CT do milho com Não tratamento da praga e doença para os diferentes cenários de diminuição da produtividade com compensação de área

4,14

0,72

5,28

1,42

9,41

2,14

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

Spodoptera Percevejo

Bilh

õe

s (R

$)

Verão 2 safra

20%40%

Fonte: Cepea/ ANDEF

Cenários de diminuição de produtividade

O não tratamento da lavoura provocaria uma queda média de produtividade para cada tipo de praga edoença e o setor produtivo precisaria dispender um montante financeiro a mais para elevar a área cultivadapara compensar a redução de produtividade e manter a produção (oferta). Assim, para a queda deprodutividade provocada pela lagarta Spodoptera (cartucho), seriam necessários R$ 9,41 Bi a mais paracultivar 40% a mais de área para manter a produção; a menor produtividade com ataque de percevejo éequivaemnte a R$ 2,14 Bi para cultivar 20% a mais de área.

Page 21: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

O não tratamento da lavoura provocaria uma queda média de produtividade para cada tipo de praga edoença e o setor produtivo precisaria dispender um montante financeiro a mais para compensar em área arespectiva redução de produtividade, visando para manter a produção (oferta) e não haver impacto empreço. Assim, para a queda de produtividade provocada pelo bicudo seriam necessários R$ 2,36 Bi a maispara cultivar 30% de acréscimo de área para manter a produção; a menor produtividade com o ataque deHelicoverpa exigiria investimentos de R$ 1,57 Bi para cultivar 20% a mais de área; de Lagartas em geral, R$0,78 Bi para cultivar 20% a mais de área; Pulgão, R$ 10 Milhões para cultivar 10% a mais de área; e moscabranca com R$ 0,47 Bi para cultivar 10% a mais de área.

Impacto no CT da algodão com Não tratamento da praga e doença para os diferentes cenários de diminuição da produtividade com compensação de área

10%20%

Fonte: Cepea/ ANDEF

Cenários de diminuição de produtividade

1,400,94

0,44

-0,050,23

0,97

0,64

0,35

0,060,24

2,36

1,57

0,78

0,010,47

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

Bicudo Helicoverpa Lagarta Pulgão Mosca branca

Bilh

õe

s (R

$)

Verão 2 safra

30% 20% 10%

Page 22: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTOS NA LUCRATIVIDADE DO NÃO TRATAMENTO DE PRAGAS E DOENÇAS SELECIONADAS NAS CULTURAS DE SOJA, MILHO E

ALGODÃO COM AJUSTE DE PREÇO

Page 23: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Método de avaliação do impacto econômico

𝑰𝑳𝑨𝑷𝒊𝒋𝒌 =

𝒋=𝟏

𝒏

𝑷𝒊𝒋𝒌 ∗ 𝒀𝒊𝒋𝒌 ∗ 𝑨𝒓𝒆𝒂𝒋 − 𝑪𝑻𝒊𝒋𝒌 ∗ 𝑨𝒓𝒆𝒂𝒋 (j=1,..., 558)

ILj = Índice de lucratividade original na região j (R$);ILAPijk = Índice de lucratividade com ajuste de preço do produto no mercado diante do não tratamento da praga i na região j para cenário k (R$);ELAPijk = Efeito na lucratividade com ajuste de preço do produto no mercado diante do não tratamento da praga i na região j para cenário k (R$);Areaj: Área de produção, em ha, observado na região j;CTijk: Custo total sem tratamento da praga i na região j no cenário k, em ha;Pijk: Preço do produto no mercado diante da variação da produção pelo não tratamento da praga i na região j para cenário k, em R$/tonelada.yijk: Produtividade diante do não tratamento da praga i na região j para cenário k, em tonelada/ha.

Índice de Lucratividade com ajuste de preço (ILAP) do produto no mercado área na

região j

3

𝑷𝒊𝒋𝒌=𝑷𝒋 ∗ (𝟏 +%∆𝒑)

Efeito na Lucratividade com ajuste de preço (ELAP) devido à praga/doença sem tratamento na região j

𝑬𝑳𝑨𝑷𝒊𝒋𝒌 = 𝑰𝑳𝑨𝑷𝒊𝒋𝒌 − 𝑰𝑳𝒋 (j=1,..., 558)

4

ILAP será positivo se o lucro dos produtores aumentar com o não tratamento das pragas e doenças, o que acontecerá se a redução de custo e o aumento de preço do produto mais do que compensarem a queda de produção

Page 24: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Metodologia para cálculo de impactos em preços

Modelo teóricoEq. Demanda: Dw (p) = D(p)

Eq. Oferta: Sw (p) = SRW (p) + SB

Mercado

Sw (p) é a oferta da soja no mundo; SRW (p) é a soma da produção mundial dos demais produtores;(SB) é a oferta brasileira; Dw (p) é a demanda mundial

B

B

W

RWRWW

W

B

S

S

D

Sen

D

S

p

pp

%W

RW

D

Srepresenta a parcela da oferta do resto do mundo na demanda mundial

W

B

D

Srepresenta a parcela da oferta do Brasil na demanda mundial

(eRW) é a elasticidade preço da oferta do resto do mundo; (nw) a elasticidade preço da demanda mundial pelo produto

B

B

S

SÉ a variação percentual exógena da oferta brasileira

%∆p capta, portanto, a mudança no preço do produto devido à variação da quantidade de soja, milho ou algodão produzida no mercado mundial

Sw(p) = Dw(p)SRW (p) + SB = Dw (p)

Page 25: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Metodologia para cálculo de impactos em preços

(Dw) em t (SRW) em t (SB) em t (nw) (erw)

Soja 240.283,25 194.664,50 83.100,00 -0,2128 0,3300

Milho 911.149,25 861.236,50 79.875,00 -0,0560 0,2002

Algodão 23.755,71 24.921,53 1.725,48 -0,1489 0,2023

Fonte: Kim et al. (2008), Cepea (2015) e FAPRI e USDA (2016)

Referente à média de oferta e demanda de cinco anos

(eRW) é a elasticidade preço da oferta do resto do mundo; (nw) a elasticidade preço da demanda mundial pelo produto

Se o preço da soja subir 10% a demanda reduz em 2,1%, no milho 0,6% e algodão 1,5%.

Sw é a oferta da soja no mundo; SRW é a soma da produção mundial dos demais produtores;(SB) é a oferta brasileira; Dw é a demanda mundial

Page 26: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTOS NA LUCRATIVIDADE DO NÃO TRATAMENTO DE PRAGAS E DOENÇAS SELECIONADAS COM

AJUSTE DE PREÇO:SOJA

Page 27: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Premissas adotadas no modelo para a soja

• O choque na produção para as pragas (lagarta, helicoverpa,percevejo e ferrugem) foi adotado para todas as regiõespesquisadas.

• O problema da mosca branca é, ainda, pontual. Assim, ochoque na produção foi considerado para as seguintespraças: Sorriso (MT); Sinop (MT); Luís Eduardo Magalhães(LEM/BA), Cristalina (GO) e Uruçuí (PI). Nas demais regiõesmanteve-se a mesma produtividade e variou o preço.

• Na média as variações de produção e preços dos produtospara cada praga e doenças foram as seguintes:

Δ Prod Δ Preço Δ RB

Lagarta - 20% 14,4% 8,5%

Helicoverpa - 30% 21,6% 14,9%

Percevejo - 10% 7,2% 3,5%

Mosca branca - 5% 3,6% 1,6%

Ferrugem - 20% 14,4% 8,5%

Page 28: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Redução da RB e do CT pelo não tratamento da praga e doença selecionada na lavoura de soja

R$ 83,66 R$ 77,82R$ 88,19 R$ 90,74

R$ 83,66

R$ 7,73(-8,5%)

R$ 13,57(-14,9%)

R$ 3,21(-3,5%)

R$ 0,66(-0,7%)

R$ 7,73(-8,5%)

R$ 85,26 R$ 84,82 R$ 84,46 R$ 85,83 R$ 82,59

R$ 0,59(- 0,7%)

R$ 1,04(-1,2%)

R$ 1,40(-1,6%)

R$ 0,03(-0,04%)

R$ 3,26(-3,8%)

0

20

40

60

80

100

120

RB CT RB CT RB CT RB CT RB CT

Lagarta(- 20%)

Helicoverpa(- 30%)

Percevejo(- 10%)

Mosca branca(- 5%)

Ferrugem(- 20%)

Bilh

õe

s (R

$)

RB c/ choque Redução RB CT c/choque Redução CT

A falta de controle químico da ferrugem provocaria redução de 20% da produtividade e o CT, com ajuste, reduziria R$3,26 bilhões, que equivale a uma redução de 3,8% do CT em relação ao custo original para a safra de soja brasileira.A nova Receita Bruta (RB), com ajuste positivo de preço da soja de 14,4%, mas com redução da produtividade de20%, diante da ausência de controle químico da ferrugem asiática, é R$ 7,73 bilhões menor que a RB original, ouseja, uma perda de 8,5%.

91

,39

85

,86

Page 29: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Impacto na lucratividade com o NT com ajuste de preço

5,53 5,53 5,53 5,53 5,53

-1,60

-7,00

3,734,91

1,07

-7,14

-12,54

-1,81-0,62

-4,47

-14,00

-12,00

-10,00

-8,00

-6,00

-4,00

-2,00

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

Lagarta(- 20%)

Helicoverpa(- 30%)

Percevejo(- 10%)

Mosca branca(- 5%)

Ferrugem(- 20%)

Bilh

ões

(R

$)

IL ILAP ELAP

Em todos os casos, o não tratamento reduz a lucratividade da produção de soja, como indicado pela barrasverdes negativas. Por exemplo, no caso da lagarta, o não tratamento reduz o lucro (barra azul) de IL = R$5,53bi para prejuízo (barra vermelha negativa) de ILAP=-R$1,6 bi. O não tratamento da lagarta transforma umlucro de R$5,53 bi em um prejuízo de R$1,6 bi, totalizando uma perda de lucratividade de ELAP=R$7,14bi. Noscasos do percevejo, da mosca branca e da ferrugem, o não tratamento não leva a prejuízo (barras vermelhaspositivas) na atividade, mas resulta em perda de lucratividade (barras verdes negativas).

Lucratividade orginal (IL)

Índice de Lucratividade com ajuste de preço (ILAP)

Efeito na Lucratividade com ajuste de preço (ELAP)

Page 30: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTOS NA LUCRATIVIDADE DO NÃO TRATAMENTO DE PRAGAS E DOENÇAS SELECIONADAS COM

AJUSTE DE PREÇO:MILHO

Page 31: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Premissas adotas para o modelo

• O choque na produção para lagarta do cartucho foi adotadopara todas as regiões pesquisadas.

• O problema do percevejo é, ainda, pontual. Assim, o choquena produção foi considerado em todas as praças, exceto:Castro (PR); Cristalina (GO); Rio Verde (GO), Uberaba (MG);Pedro Afonso (TO) e Uruçuí (PI), que mantiveram a mesmaprodutividade e variou o preço.

• A variação de produção e preço para cada pragacorrespondente foram as seguintes:

Δ Prod Δ Preço

Lagarta - 40% 14,3%

Percevejo - 15% 5,2%

Page 32: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Efeito da queda de safra e ajuste do preço do milho

No cenário de redução da produção de 40% devido ao não tratamento químico para lagarta do cartucho

(Spodoptera), o CT reduziria R$ 1,77 Bilhão ou 5,2% em relação ao CT original para safra de milho.

Quanto à RB, a elevação de preço compensa apenas parte da perda de produção, já que diminuiu R$7,56 bilhões ou 27,3% em relação à RB original do milho da safra 2014/15.

20,1624,84

7,56(27,3%)

2,89(15%)

32,29 33,39

1,77(5,2%)

0,67(2%)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

RB CT RB CT

L. cartucho ou Spodoptera(- 40%)

Percevejo(- 15%)

Bilh

õe

s (R

$)

RB c/ choque Redução RB CT c/choque Redução CT

27

,76

34

,06

Page 33: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Índice de Lucratividade com ajuste de preço do milho nomercado

Fonte: Cepea/ ANDEF

O Não tratamento da lagarta do cartucho eleva o prejuízo na produção de milho deIL=R$6,3bi para ILAP=R$ 12,1 bilhões; com o ataque de percevejo, passa de prejuízo de R$6,3 bi para R$ 8,6 Bi. O efeito na lucratividade foi negativa para as duas principais pragas domilho, mostrando aumento no prejuízo de 5,8 Bilhões para o não tratamento da L. docartucho e 2,2 bilhões para o caso do percevejo.

-6,3 -6,3

-12,1

-8,6

-5,8

-2,2

-14,00

-12,00

-10,00

-8,00

-6,00

-4,00

-2,00

0,00

L. cartucho ou Spodoptera(- 40%)

Percevejo(- 15%)

IL ILAP ELAP

Índice de Lucratividade com ajuste de preço (ILAP)Efeito na Lucratividade com ajuste de preço (ELAP)

Page 34: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTOS NA LUCRATIVIDADE DO NÃO TRATAMENTO DE PRAGAS E DOENÇAS SELECIONADAS COM

AJUSTE DE PREÇO:ALGODÃO

Page 35: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Premissas adotas para o modelo

• O choque na produção para Bicudo, Lagarta (Curuquerê eMaçã), Helicoverpa, Mosca branca e Pulgão foi adotado paratodas as regiões pesquisadas.

• A variação de produção e preço para cada pragacorrespondente foram as seguintes:

Δ Prod Δ Preço

Bicudo - 30% 6%

Helicoverpa - 20% 4%

Lagartas - 20% 4%

Mosca branca - 10% 2%

Pulgão -10% 2%

Page 36: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Efeito da quebra de safra e ajuste do preço do algodão

No cenário de queda de produtividade de 30% devido ao não controle químico do bicudo noalgodão tem-se após o ajuste na quantidade produzida e no preço uma diminuição na RB de R$3,32 bilhão ou 39,1% em relação à RB original. Quanto ao CT, com o não tratamento químicoreduziu-se R$ 790 milhões ou 10,1% em relação ao CT original.

5,17

7,06 7,067,79 7,79

3,32(39,1%)

1,42(16,8%)

1,42(16,8%)

0,70(8,2%)

0,70(8,2%)

7,03 7,50 6,87 7,04 7,46

0,79(10,1%)

0,31(4,0%)

0,94(12,1%)

0,77(9,9%)

0,36(4,6%)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

RB CT RB CT RB CT RB CT RB CT

Bicudo(- 30%)

Helicoverpa(- 20%)

Lagarta(- 20%)

Pulgão(- 10%)

Mosca branca(- 10%)

Bilh

õe

s (R

$)

RB c/ choque Redução RB CT c/choque Redução CT

8,4

9

7,8

2

Page 37: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Índice de Lucratividade com ajuste de preço do algodãono mercado

Fonte: Cepea/ ANDEF

O não tratamento do bicudo transforma o lucro IL=R$0,67 bi em prejuízo de ILAP=R$1,86,uma perda de lucratividade de ELAP=R$2,54 bi. Algo semelhante se passa nos casos daHelicoverpa e da lagarta. Nos casos do pulgão e da mosca branca, a produção de algodãocontinua lucrativa (ILAP>0). Entretanto, enquanto para a mosca branca a lucratividade cai(ELAP<0) com o não tratamento, para o pulgão o lucro aumenta com o não tratamento(ELAP=R$0,08bi)

0,67 0,67 0,67 0,67 0,67

-1,86

-0,44

0,19

0,75

0,33

-2,54

-1,11

-0,48

0,08

-0,34

-3,00

-2,50

-2,00

-1,50

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

Bicudo(- 30%)

Helicoverpa(- 20%)

Lagarta(- 20%)

Pulgão(- 10%)

Mosca branca(- 10%)

IL ILAP ELAP

Page 38: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

ANÁLISE GERAL: Efeito da variação da produção sobre

as divisas de exportação(comércio exterior)

Page 39: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Perda em divisas decorrente da redução da produção brasileira de soja pelo ataque de pragas e doenças

1,26

2,80

5,59

8,39

0,440,98

2,37

4,16

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

Mosca Branca(- 4,5%)

Percevejo(- 10%)

Ferrugem/Lagarta(- 20%)

Helicoverpa(- 30%)

Bil

es (

R$

)

Preços constantes Aumento de preços

Fonte: MIDC/CEPEA (2016)

Dados de 2015

Page 40: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Perda em divisas decorrente da redução da produção brasileira do milho pelo ataque de pragas e doenças

0,76

2,03

0,53

1,59

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

Percevejo(- 15%)

Spodoptera(- 40%)

Bil

es U

S$

Preços constantes Aumento de preços

Fev/2015 a janeiro/2016

Fonte: MIDC/CEPEA (2016)

Page 41: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

0,13

0,26

0,39

0,11

0,22

0,33

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

Pulgão/MoscaBranca(- 10%)

Lagarta/Helicoverpa(-20%)

Bicudo(- 30%)

Bil

es

US

$

Preços constantes Aumento de preços

Perda em divisas decorrente da redução da produção brasileira do algodão pelo ataque de pragas e doenças

Dados de 2015

Fonte: MIDC/CEPEA (2016)

Page 42: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Considerações finais

Page 43: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

Limitações do trabalho

• As análises realizadas apresentam as seguintes limitações:

• Os produtores, com base nos quais as análises foram feitas, apesar de conduziremempreendimentos de variados tamanhos, possuem nível tecnológico e gerencial acima damédia nacional, empregando, em geral, insumos e técnicas modernas e atualizadas; comisso, os custos e produtividades obtidos nas pesquisas podem superestimar o valor realnacional.

• Os resultados em nível nacional foram obtidos mediante extrapolação de dados de painéispara muitas outras regiões ainda não pesquisadas a campo; nesse sentido, os resultadosapresentados tratam-se de estimativas aproximadas.

• Como as perdas em produção são avaliadas com base em resultados de ensaios científicos,o procedimento empregado tem sua validade condicionada ao grau em que os produtoresfaçam o uso de defensivos nas dosagens e nas formas recomendadas pelos especialistas.

• No processo de extrapolação, não foram considerados os investimentos necessários paraabrir novas áreas, corrigir o solo e elevar o nível de fertilidade para a situação observada,assim como o custo de aquisições de novas máquinas, implementos, benfeitorias, práticasconservacionistas, treinamentos de funcionários e outros itens que são necessários paraprodução de soja, milho e algodão. Os custos relacionados à expansão de área paracompensar as perdas em produtividade estão provavelmente bastante subestimados.

• Procurar-se-á com a continuidade do estudo formas de, na medida do possível, sanar essaslimitações.

Page 44: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

MENSURAÇÃO ECONÔMICA DA INCIDÊNCIA DE PRAGAS E DOENÇAS NO BRASIL: UMA APLICAÇÃO PARA AS CULTURAS DE

SOJA, MILHO E ALGODÃO

Safra 2014/15

Equipe responsável:

Geraldo Sant’Ana de Camargo BarrosSilvia Helena Galvão de MirandaMauro OsakiLucilio Rogerio Aparecido AlvesAndréia de Oliveira Adami

http://www.cepea.esalq.usp.br

Equipe técnica:

Fábio Francisco de LimaRenato Garcia Ribeiro

Luiz Henrique de AlmeidaBreno Bícego Vieitez

Page 45: Impacto econômico de pragas agrícolas no Brasil

IMPACTO ECONÔMICO DE PRAGAS AGRÍCOLAS NO BRASIL

Lucilio Rogerio Aparecido AlvesProf. Dr. da ESALQ/USP

Pesquisador do Cepea/ESALQ/USP

E-mail: [email protected]

Fone: 55 19 3429-8847

http://www.cepea.esalq.usp.br

Mauro OsakiTécnico Especialista Superior da ESALQ/USP

Pesquisador do Cepea/ESALQ/USP

E-mail: [email protected]

Fone: 55 19 3429-8853

http://www.cepea.esalq.usp.br