imaginÁrio feminino no consumo de cosmÉticos: … · público feminino, ... o ponto de partida...

61
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANA CRISTINA DO ESPÍRITO SANTO MELO CORA MARIA BENDER DE SANTANA MARIA ELIZABETH GOMES BRITO IMAGINÁRIO FEMININO NO CONSUMO DE COSMÉTICOS: UM ESTUDO SOBRE A SIGNIFICAÇÃO DAS MARCAS DE CREMES FACIAIS E O USO DESSES PRODUTOS PARA O PÚBLICO FEMININO Salvador 2005

Upload: trannguyet

Post on 28-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ANA CRISTINA DO ESPÍRITO SANTO MELO CORA MARIA BENDER DE SANTANA

MARIA ELIZABETH GOMES BRITO

IMAGINÁRIO FEMININO NO CONSUMO DE COSMÉTICOS: UM ESTUDO SOBRE A SIGNIFICAÇÃO DAS MARCAS DE CREMES FACIAIS E O USO DESSES PRODUTOS PARA O

PÚBLICO FEMININO

Salvador 2005

Ana Cristina do Espírito Santo Melo

Cora Maria Bender de Santana Maria Elizabeth Gomes Brito

IMAGINÁRIO FEMININO NO CONSUMO DE COSMÉTICOS: UM ESTUDO SOBRE A SIGNIFICAÇÃO DAS MARCAS DE CREMES

FACIAIS E O USO DESSES PRODUTOS PARA O PÚBLICO FEMININO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Pesquisa de Mercado, Opinião e Mídia, da Escola de Administração, da Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Especialista.

Orientador: Prof. Lucival Costa

Salvador-Ba 2005

"Não há cosmético mais eficiente para manter a beleza feminina do que a

felicidade”.

(Condessa Blessington)

RESUMO

Este trabalho propõe uma reflexão sobre a relação de consumo de cremes faciais para o público feminino, buscando identificar a significação desses produtos e das suas marcas na visão desse target. O ponto de partida foi a leitura sobre a crescente busca humana pela preservação do vigor, da juventude, da beleza e da aparência saudável, apelo constante na mídia de massa que tem sido incentivado e viabilizado pelos avanços tecnológicos ocorridos nos campos da cosmética, medicina, biotecnologias etc. O conceito de consumo está contextualizado no momento atual do capitalismo tecnológico, no qual vem sofrendo uma revisão por parte dos estudiosos, extrapolando a visão Marxista que o atrela à produção, passando a ser objeto de reflexão e de pesquisa. Nas ciências sociais, esses estudos ganham uma nova vitalidade e evidenciam a relação entre consumo e lógica social, posicionando-o como fenômeno de identidade e distinção de grupos sociais e indivíduos. Para o entendimento do consumo de cremes faciais e das motivações que permeiam a escolha e utilização desses produtos e marcas, tomou-se como recorte amostral as mulheres com potencial de compra desses produtos, na cidade de Salvador. O interesse por este tema foi despertado, também pela constatação da potencialidade de crescimento e rentabilidade do setor, propiciando o aumentado da competitividade, exigindo um posicionamento estratégico bem estruturado e o fortalecimento e diferenciação das marcas. Esse estudo retrata o perfil das consumidoras, seus hábitos e atitudes de uso de cremes faciais, a imagem das marcas e os principais apelos de mídia para o consumo dessa categoria de produtos, buscando identificar os principais vetores de sentido, o comportamento mimético que norteia a utilização desses cosméticos e o imaginário simbólico que permeia essa relação de consumo. A pesquisa realizou-se no período de agosto a dezembro de 2005, na cidade de Salvador, com mulheres consumidoras de cremes faciais industrializados, pertencentes às classes sociais A (alta) e B (média alta) na faixa etária de 30 a 54 anos.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Total de mulheres residentes na área metropolitana de Salvador por faixa etária e por classe econômica, segundo o Critério Brasil 22

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Motivo por que nunca usou a marca desejada 42

Quadro 02: Motivo por que gostaria de usar a marca desejada 43

Quadro 03: Por que é a melhor marca? 46

Quadro 04: Imagem das marcas 46

Quadro 05: Descrição da Propaganda 50

LISTA DE FIGURAS

Gráfico 1- Faixa etária 23

Gráfico 2 - Nível de escolaridade 24

Gráfico 3 – Ocupação 24

Gráfico 4 – Classe sócio-econômica 25

Gráfico 5 – Etnia 26

Gráfico 6 – Estado Conjugal 26

Gráfico 7 – Presença de Filhos 27

Gráfico 8 – Região Administrativa em que reside 27

Gráfico 9 – Auto-imagem 28

Gráfico 10 – Sinto a pele do meu rosto bonita, quando: 29

Gráfico 11 – A pele do meu rosto é: 30

Gráfico 12 – Pensar em cuidados com o rosto, é pensar em: 30

Gráfico 13 – Sinto a pele do rosto bonita, quanto uso: 31

Gráfico 14 – Produtos usados pelas consumidoras 32

Gráfico 15 – Rotina de uso de cremes faciais 33

Gráfico 16 – Situações de uso de cremes faciais 33

Gráfico 17 – Atributos considerados na escolha de cremes faciais (resposta espontânea) 34

Gráfico 18 – Três principais atributos considerados (resposta estimulada) 35

Gráfico 19 – Percepção sobre cremes faciais (em percentual) 36

Gráfico 20 – Percepção sobre cremes faciais (médias) 37

Gráfico 21 – Marca “Top of Mind” de cremes faciais 38

Gráfico 22 – “Share of mind” – lembrança total espontânea 38

Gráfico 23 – Lembrança estimulada de marcas 39

Gráfico 24 – Posicionamento das principais marcas 39

Gráfico 25 – Marcas que está usando atualmente 40

Gráfico 26 – Marcas que nunca usou, mas gostaria de usar 41

Gráfico 27 – Por que nunca usou a marca desejada 41

Gráfico 28 – Por que gostaria de usar a marca desejada 43

Gráfico 29 – Marcas que não usaria mais 44

Gráfico 30 – Restrições ao uso de uma marca 44

Gráfico 31 – Que marca considera a melhor 45

Gráfico 32 – Por que é a melhor marca? 45

Gráfico 33 – Imagem das principais marcas 47

Gráfico 34 – Forma de conhecimento das marcas 48

Gráfico 35 – Lembrança de propaganda do setor 49

Gráfico 36 – Marcas lembradas em propaganda 49

Gráfico 37 – Meios de divulgação da propaganda 50

SUMÁRIO

1. PROBLEMA DE PESQUISA 10

1.1 Definição do Problema 10

1.2 Objetivo Geral 11

1.3 Objetivos Específicos 12

1.4 Abordagem do Problema 12

1.4.1 Imaginário: significação do produto 12

1.4.2 Cosméticos: História e Definição 15

1.4.3 Imagem das Marcas 19

1.5 Planejamento da Pesquisa 21

2. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 23

2.1 Quem são as consumidoras 23

2.2 Como elas se percebem 28

2.3 Como usam os cremes faciais 31

2.4 Cremes Faciais: Significação do Produto e das Marcas 34

2.4.1 O Produto 34

2.4.2 As Marcas 37

2.5 A Comunicação 47

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 51

Referências 55

Apêndice 57

10

1. PROBLEMA DE PESQUISA

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A importância do consumo de cosméticos é percebida pelo crescimento da

indústria de beleza no Brasil. Em 2002, o setor de cosméticos registrou um faturamento de R$

9,6 bilhões, o que garantiu ao Brasil o quinto lugar entre os consumidores de cosméticos do

planeta. O crescimento desse setor foi de 7,4% sobre 2001, comparado com o crescimento

negativo de 1,5% da indústria em geral, registrado no mesmo período. Já em 2003, o

crescimento mundial do segmento desses produtos foi de 11,4%. Em valores, foram

movimentados US$ 220 bilhões. O Brasil é hoje o 8º País em termos de indústria de

cosméticos do mundo. O volume de negócios do setor, em 2004, foi de US$ 13,1 bilhões. O

mercado de beleza emprega direta e indiretamente 2,5 milhões de pessoas, ou seja, 2,7% da

população economicamente ativa brasileira e vem se revelando como de especial atratividade

para novos investimentos e negócios.

Esse crescimento do consumo de cosméticos no nosso País nos levou à discussão

sobre o universo de significações que permeiam a escolha e a utilização dessa categoria de

produtos. Os fabricantes de cosméticos têm que captar os desejos, as novas tendências e

materializá-las com a criação e/ou inovação de objetos que tenham significados para

determinados grupos, mantendo, assim, a demanda crescente de novos produtos. O

lançamento de novos objetos/ produtos deve fazer sentido e as companhias, por conta da

11

acirrada concorrência, necessitam apresentar objetos diferenciados, que modifiquem e/ou

agreguem a percepção social vigente aos objetos já existentes.

A potencialidade de crescimento e rentabilidade deste setor, bem como, a

necessidade constante de posicionamento e segmentação das marcas e dos produtos,

respaldam a relevância do processo de identificação do imaginário simbólico que permeia esta

relação de consumo.

Outrossim, o conhecimento dos hábitos de uso, o entendimento da significação

das marcas de cremes faciais e a identificação dos elementos que entram em jogo nesse

processo de escolha foram focados por esse estudo, com intuito de fornecer subsídios às

empresas do setor para o desenvolvimento e adequação dos seus produtos, além de auxiliar

nas estratégias de posicionamento e comunicação das marcas.

O público-alvo desse estudo foi restrito às usuárias de cremes faciais residentes na

cidade de Salvador, pertencentes às classes econômicas A (Alta) e B (média alta) de acordo

com o critério Brasil e com idades variando entre 30 e 54 anos.

1.2 OBJETIVO GERAL

Identificar as motivações presentes nas escolhas de produtos e marcas de cremes

faciais pelo público feminino das classes A e B, compreendendo o universo simbólico que

permeia essa ação de consumo.

12

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Identificar o perfil das consumidoras de cremes faciais por meio das variáveis:

idade, escolaridade, classe econômica, ocupação, região administrativa

residencial, estado conjugal, presença de filhos, auto-percepção;

- Identificar os hábitos e atitudes de uso de cremes faciais: quando consomem

(freqüência, horário etc), como consomem (seqüência de uso por tipo de produto),

por que consomem (motivações e apelos na utilização dos cremes);

- Perceber a imagem das marcas de cremes faciais: lembrança espontânea (top of

mind); outras menções espontâneas (awareness), lembrança estimulada; marcas

utilizadas, marcas preferidas e rejeitadas (razões da rejeição e preferência);

atributos associados às marcas;

- Identificar os principais apelos de mídia para as consumidoras de cremes faciais;

lembrança de publicidade de cremes faciais (o que, quem, onde).

1.4 ABORDAGEM DO PROBLEMA

1.4.1 IMAGINÁRIO: SIGNIFICAÇÃO DO PRODUTO

A compreensão da relação entre indivíduos e objetos de consumo, suscita o

entendimento do Homem como um ser dotado de necessidades sociais que sobrepujam as

necessidades naturais. As suas escolhas apresentam uma lógica social pautada nos

significados do grupo ao qual pertence. O homem satisfaz suas necessidades fundamentadas

nos significados sociais da sua cultura. O que a natureza (instinto) determina é o que não pode

deixar de ser feito para assegurar a sobrevivência dos indivíduos, mas é o convívio social que

determina os objetos a serem consumidos pelo grupo.

13

Norberto (2002), apropria-se do conceito de imaginário de Castoriadis, afirmando

ser necessário identificar inicialmente as significações que organizam a vida de uma

sociedade como um todo (imaginário central) e, além disso, descobrir os valores do

imaginário periférico, que correspondem às representações e significações que permeiam a

existência de cada tipo de instituição social. Não podemos ser enquadrados em segmentos

pré-definidos a partir de características que não expressem significados de identidade social,

pois o homem interage baseado na lógica dos grupos aos quais está inserido. A utilidade do

objeto só existe se imbuído de significação, entendida como ordem simbólica e cultural. Essa

significação dá sentido ao objeto e torna-o útil e adequado a determinados grupos sociais.

As razões que nortearam as nossas hipóteses fundamentam-se nesse conceito de

imaginário fornecido por Castoriadis (1982):

O imaginário não é a partir da imagem do espelho ou no olhar do outro. O próprio “espelho” e sua possibilidade, e o outro como espelho são antes obras do imaginário, que é a criação ex nihilo. [...] O imaginário de que falo não é imagem de. É criação incessante e essencialmente indeterminada (social-histórica e psíquica) de figuras/formas/imagens, a partir das quais somente é possível falar-se de “alguma coisa”. Aquilo que denominamos “realidade” e “racionalidade” são seus produtos.

Castoriadis introduziu o conceito de imaginário radical na cena da filosofia, da

política e das ciências humanas. De acordo com essa definição, apenas podemos nos referir a

alguma coisa quando ela foi instituída, ou seja, criada imaginariamente (BIAGI, 2005).

Quando o autor emprega ex nihilo, que significa a partir do nada, não está dizendo que esse

nada seja total ou absoluto, mas sim uma série de indeterminações que são processadas

imaginariamente e o seu resultado é instituído, podendo-se, então, a partir daí, falar-se de

alguma coisa, que é a parte instituída. A instituição da sociedade decorre de uma

“materialização”, de um magma de significações imaginárias sociais, somente a partir das

quais os indivíduos e objetos podem ser captados ou mesmo simplesmente existir.

14

Segundo Mesquita (2000), para Castoriadis, o imaginário é fundante do

pensamento, instituínte do sentido e também cria esse espaço para a indeterminação do sujeito

e da sociedade, vista aqui como instituições de diversas formas sócio-históricas, instituíntes

do sujeito e do seu coletivo.

Entender os conceitos de Igualitarismo, defendido pela sociedade moderna, e

perceber que a relação de consumo é baseada na frenética necessidade de diferenciação, leva

ao paradoxo configurado pelos expoentes Homogeneização X Diferenciação. Somos

tencionados pelas crenças e valores contraditórios vigentes na ordem social: o pertencer

(igualando-se) e o destacar-se (diferenciando-se) em determinado grupo. Entender a lógica do

consumo conduz à percepção, a todo momento, da dualidade que existe em acreditar que

somos todos iguais e ao mesmo tempo querer expressar as nossas diversidades. O consumo

passa a ser resultado de uma articulação entre a lógica da imitação (mimesis) e a lógica da

diferenciação.

Castoriadis diferencia a mimesis apropriativa em dois momentos: a de mediação

externa, que é a cópia de modelos “superiores”, cópia de grandes mitos e a mimesis de

mediação interna, que é aquela em que a cópia se dá com o “próximo”. Identificar os agentes

que difundem esses padrões de consumo é importante para verificar se a imagem do modelo é

adequada ao universo simbólico em que está inserido o produto. O comportamento mimético

pode ser percebido através das escolhas estabelecidas pelos consumidores.

Outro conceito relevante é a idéia de que as inovações dos objetos de consumo

são guiadas por tendências gerais da sociedade, definido por Norberto (2002) como “vetores

de sentido”. Esses vetores são mutáveis em relação ao tempo, à categoria de produto e ao

grupo social. Identificar essas tendências sociais que justificam e orientam a criação de um

produto faz-se necessário para subsidiar os investimentos neste setor. Além disso, detectar

15

quais as características do produto são valorizadas e quais são consideradas irrelevantes, é

importante para perceber os fatores que levam à decisão de compra e quais os fatores de

rejeição. Nesse sentido é necessária uma leitura do comportamento do consumidor, já que

esse não está consciente de todos os fatores que motivam as suas escolhas. Vale ressaltar

também, que não existem regras pré-definidas explicando a formação de referenciais comuns.

O setor de cosméticos entendido no âmbito da competitividade do capitalismo

tecnológico necessita investir incessantemente na identificação de novas tendências e

necessidades dos consumidores para estabelecer novas estratégias de negócio, possibilitando a

criação de produtos inovadores e adequados ao imaginário de consumo desse público.

1.4.2 COSMÉTICOS: HISTÓRIA E DEFINICÃO

O argumento utilizado ao longo desse trabalho acerca da necessidade incessante

do ser humano, em busca do “belo” e preservação da juventude, expressada no consumo

específico dos cosméticos se revela na história desses produtos.

A Bíblia cita a prática da maquiagem, fazendo referência às primeiras paletas que

serviram para moer pó colorido, mas é a partir de 5000 a.C. que se começa a datar uma grande

quantidade de instrumentos de maquiagem, de jarras e de potes contendo ainda produtos

quase intactos revelados em pesquisa arqueológica que desvendou segredos conservados

nesses recipientes misteriosos.

Na antiguidade a preparação dos cosméticos, sempre perfumados, originalmente

monopólio dos sacerdotes e ligados aos ritos mortuários, tornou-se tarefa de uma corporação

leiga, que guardava suas fórmulas em segredo e vendia muito caro seus produtos.

16

Segundo Palácios (2004), etimologicamente, o vocábulo cosmético provém do

grego kosmetikós, cuja raiz é kosmein – adornar - e mais remotamente kósmos - ordem.

Significa a arte do enfeite considerado como uma ordenação harmoniosa de diferentes

elementos, cuidando inicialmente da higiene interna e externa, de acordo com os conselhos de

Hipócrates, que recomendava jejum regular, exercícios físicos e banhos freqüentes.

De acordo com Schefer (2000), já no século XX, em 1911 na cidade de

Hamburgo, um farmacêutico inicia os primeiros passos de um produto de cuidados para a pele

fabricado industrialmente, produzindo um creme que batizou de Nívea (em latim, “branca

como neve”), verdadeira revolução econômica, pelo fato de ter confeccionado o primeiro

creme que não custava caro. O creme Nívea marcou uma evolução na técnica: foi a primeira

emulsão “água com óleo”, composição um pouco gordurosa, e a única capaz de frear o

processo de evaporação da água da epiderme. Em sua criação, o creme Nívea era apresentado

numa caixa redonda, amarela, com um motivo ingênuo.

Por volta de 1914 surgem os primeiros pós-compactos da Coty, vendidos em

caixinhas de metal, providos de espelhos incorporados à tampa. Nessa época, a guerra selou

definitivamente o fim da Belle Époque. Obrigados a assumir o controle da vida cotidiana

familiar e econômica, as mulheres puseram-se a trabalhar. Essas novas condições de vida

ajudaram-nas a se libertarem dos últimos entraves que limitavam seus movimentos. Nesse

contexto, na Inglaterra e na França, o espartilho desaparece definitivamente, as saias abriram-

se em corolas para facilitar o andar e a falta de tecido fez com que, ao mesmo tempo,

encurtassem.

Após a Primeira Guerra Mundial, as mulheres queriam cada vez mais ser belas e

dedicar a isso tempo e dinheiro. Helena Rubinstein e Elizabeth Arden perceberam a

possibilidade de grandes negócios. Helena Rubinstein abriu um salão de beleza em Paris em

17

1912, depois de ter feito fortuna na Inglaterra e na Austrália com seu famoso creme Valaze.

Helena foi a primeira a ter idéia de oferecer cosméticos sob medida, fazendo um inventário de

diferentes tipos de pele e abrindo, em Londres, o primeiro Instituto de Beleza. Logo Helena

passou a cuidar do corpo, criando massagens fortalecedoras, aconselhando uma higiene e

regime alimentar. Estava sintonizada com todo o movimento de cultura física que estava

emergindo na Europa. Pregava-se ginástica como fonte de saúde. A homeopatia e naturopatia

estavam em pleno desenvolvimento.

Outra mulher a marcar essa época: Nadia Gregoria Payot foi uma das primeiras

mulheres dermatologistas que, realizando um tratamento na dançarina Anna Pavlova,

elaborou uma ginástica para o rosto e o pescoço para preservar a firmeza da pele.

Hoje a beleza é plural e se define individualmente. O efeito dessa busca de si

mesmo e o trajeto percorrido ao longo do século se fazem visíveis. Esse estilo individual só se

desenvolveu a partir dos anos 60. Hoje, considera-se às vezes excessiva a diversidade dos

estilos de beleza, de comportamento e de gênero, um vasto leque de escolhas que se tem de

enfrentar para satisfazer o desejo de parecer único.

Enquanto a primeira metade do século XX produzia geralmente um modelo de

beleza por época, adotado pela maioria das mulheres, a partir dos anos 60, com a chegada dos

Kennedy à Casa Branca, o idealismo, a juventude e o desejo de mudança do presidente

impressionaram o mundo. Mas, com o seu assassinato e a escalada da guerra do Vietnã,

modificou-se a mentalidade dessa juventude que se sentiu responsável pelo futuro. Os

protestos contra a guerra, o feminismo, os direitos civis, o rock, a pílula e a liberação sexual

levaram as mulheres a se verem e a ver seu mundo de outro modo.

Os anos 70 viram o fim da guerra, o escândalo Watergate e o agravamento da

crise do petróleo, aliada às transformações geradas pelo feminismo e defesa dos direitos civis.

18

Foi uma época de desencantamento, de incertezas, de desconfiança em relação à autoridade.

As pessoas procuravam resolver seus problemas aderindo a religiões místicas, fazendo

psicoterapia ou tomando posições radicais. Foi uma época de nostalgia de um passado mais

simples e mais fácil, uma época de fuga no sonho.

Aos excessos dos anos 70 sucederam-se grandes mudanças. O aparecimento de

uma nova riqueza engendrou um materialismo primário: o dinheiro estava presente nas

marcas, nas siglas e num estilo elevado. Tudo era alto e grande. Iniciou-se a moda do

exercício físico e a obsessão da boa forma, as mulheres exibiam seus corpos esbeltos e

musculosos em roupas colantes. Aparece então o conceito de supermulher, mulheres que,

além de bonitas, eram excelentes administradoras da carteira e da conta bancária.

O materialismo dos anos 80 começou a ser malvisto. Julgou-se de mau gosto a

exibição da riqueza muito ostensiva, condenada como falta ética. A moda foi orientada para o

natural.

Não foi necessário muito tempo para passar da época industrial à era da tecnologia

e da informática. A mídia ganhou possibilidades infinitas: o acesso fácil a qualquer tipo de

informação e a possibilidade de comunicação imediata pela Internet.

O século XX foi o século do desenvolvimento tecnológico e científico da beleza.

Foi marcado por descobertas cosméticas formidáveis. Foi necessário um século para ampliar o

leque da beleza até o que ele é hoje. Hoje, no início do século XXI, temos menos critérios

únicos e discriminatórios no tamanho, na forma e na cultura. A beleza ganhou um rosto mais

natural, individual, descontraído e confiante.

No contexto atual, o cosmético é percebido em um sentido mais amplo e segundo

Palácios (2004), pode ser tratado como pertencente ao campo da cosmetologia, que significa a

arte da preservação, do melhoramento ou da restauração da beleza do corpo humano e,

19

especialmente, do rosto. A preocupação da cosmética está em criar uma aparência cuidada,

retardar o aparecimento dos sinais de envelhecimento e compensar ou ocultar os desvios do

ideal normal da beleza, mediante o tratamento da superfície do corpo, propiciado pelo avanço

tecnológico (PALÁCIOS, 2004):

Tempo e cosmético sempre andaram juntos. Compõem uma equação inevitável de ser mencionada e aberta a muitas leituras. A ancestralidade da prática de cuidar da aparência, buscar o embelezamento e preservar a juventude, chega até nossos dias, em constantes atualizações de fórmulas, cores e embalagens, porém mantendo sempre um pressuposto inalterável, uma causa primeira, tão ativa hoje, quanto nos dias dos egípcios ou romanos: nosso desejo de parar o tempo, beber na fonte da juventude eterna, vencer o envelhecimento, retardar o fim.

Com o propósito de delimitar, operacional e conceitualmente esse estudo, o

cosmético (no caso, os cremes faciais) será abordado como substância, ou preparado,

fabricado em larga escala, com consistência, coloração e fórmulas específicas, produzido

química e industrialmente em laboratório, e armazenado em embalagens apropriadas. Esta

substância é destinada a embelezar, preservar ou alterar a aparência do rosto, por meio de

processos de limpeza, rejuvenescimento, hidratação, dentre outros.

1.4.3 - IMAGEM DAS MARCAS

Segundo Norberto (2004), as marcas surgem como forma de representação dos

desejos de uma maneira simbólica. Elas contribuem na identificação e classificação de grupos

sociais específicos. Devem expressar um conjunto de significações pertinentes ao universo

imaginário de seus produtos. A marca funciona como dispositivo social da construção de

identidade e imagem das instituições, além de servir como mediadora entre as empresas e

consumidores. A marca é um patrimônio simbólico que permite a associação com diferentes

características.

20

A indústria de beleza é um dos setores que mais vem crescendo no Brasil,

apresentando uma concorrência das mais acirradas, com muitas empresas, grandes e

pequenas, nacionais e multinacionais, disputando a preferência dos consumidores. Dessa

forma, o sucesso nesse negócio está atrelado a uma decisão cuidadosa sobre o segmento a

conquistar, sobre o tipo de negócio que se pretende montar. Um bom produto não basta. É

preciso que a marca esteja posicionada corretamente para o segmento visado, seja bem

divulgada e, se a estratégia for de segmentação geográfica, atenda às necessidades dos

consumidores potenciais de uma região especifica de acordo com o perfil cultural, visto que o

consumo é uma manifestação imbuída de significação para o grupo social ao qual pertence.

Os vetores de sentido que impulsionam o consumo de cremes faciais, pedem

embalagens e inovações constantes, visto que esse consumo é regido por tendências muito

acentuadas e pela moda, fazendo da mudança a única constante.

Os cosméticos estão associados a imagens, como a saúde, a preservação ou

mesmo, a recuperação da juventude. As relações entre beleza e saúde são recorrentes nos

anúncios de cosméticos. Nas mensagens publicitárias, as marcas desse setor comunicam, não

somente o corpo perfeito, a saúde, mas também a beleza e a juventude comparecem como

mercadorias simbólicas anunciadas, subliminar e conjuntamente, com a mercadoria concreta:

o produto cosmético. Com a adoção de novos hábitos alimentares, a prática de atividades

físicas, a utilização de recursos técnicos que embelezam o rosto, corpo, pele, cabelos, além da

aplicação diária do produto, os resultados benéficos prometidos podem ser conquistados.

21

1.5 PLANEJAMENTO DA PESQUISA

A investigação realizada sobre a utilização e a significação das marcas nessa

relação de consumo apoiou-se num referencial teórico que defende o capital simbólico

(cultural e social) como ponto chave no processo de escolha e utilização de objetos (aqui os

cremes faciais), considerando o histórico da humanidade em busca da manutenção da

juventude por meio dos cuidados com o corpo.

Esse estudo foi realizado por meio de pesquisa descritiva quantitativa, em pontos

de fluxo populacional, através de entrevista pessoal utilizando-se questionário estruturado,

contendo questões abertas e fechadas.

As entrevistas foram realizadas com mulheres na faixa etária de 30 a 54 anos,

pertencentes às classes sociais A (alta) e B (média alta), moradoras de Salvador e

consumidoras de cremes faciais industrializados, tipo hidratante, creme anti-idade, protetor

solar, anti-manchas, creme para a área dos olhos etc.

O levantamento foi realizado entre os dias 10 de setembro e 7 de outubro de 2005.

A amostra foi composta de 100 entrevistas efetivamente realizadas. Esse tamanho de amostra

foi adotado por se tratar de um grupo bastante homogêneo e pelo objetivo do estudo que não

era mensurar o mercado, e sim, conhecer de forma aprofundada a percepção e uso dos cremes

faciais pelo grupo definido de consumidoras.

Considerando-se o nível de confiança de 95%, o erro de estimação de + 10%, com

o valor da proporção (p) igual a 50%, o tamanho da amostra foi definido de acordo com a

fórmula abaixo de população infinita:

n = σ2

p q = 1,962 *50*50 => 96 mulheres, aproximadamente 100 casos

e2 10

2

22

A distribuição prevista para a amostra considerou a proporção de mulheres por

faixa etária de acordo com dados do censo IBGE (Tabela 1), porém esses números foram

ajustados no campo de acordo com o uso real de cremes faciais por esse universo. As

mulheres acima de 40 anos são as que mais consomem cremes faciais.

Tabela 1 - Total de mulheres residentes na área metropolitana de Salvador por faixa etária e

por classe econômica, segundo o Critério Brasil

Total de mulheres Faixa etária

Salvador Classes A e B %

Amostra Prevista

Amostra real

30 a 34 anos 111.615 29.913 26,25 26 25 35 a 39 anos 103.134 27.640 24,26 24 20 40 a 44 anos 88.563 23.735 20,83 20 20 45 a 49 anos 69.291 18.570 16,30 17 23 50 a 54 anos 52.586 14.093 12,37 13 12

TOTAL 425.189 113.951 100,00 100 100 Fonte: IBGE - Ano 2000 Nota: Baseado em pesquisa realizada pela P&A em Salvador, em out/2005, as classes A1, A2, B1 e B2

correspondem a 26,8% da população

Apesar do interesse em um estudo aprofundado, a pesquisa buscou uma base que

permitisse quantificar as informações e garantir aleatoriedade na seleção dos elementos da

amostra. Para tanto foi utilizada a amostragem probabilística estratificada por faixa etária. A

escolha da entrevistada foi através de amostragem sistemática1, a partir de um intervalo (cerca

de 5 minutos) ao término de cada entrevista. Além disso, buscou-se representar as mulheres

das diferentes regiões administrativas de Salvador, escolhendo pontos de fluxo populacionais

de concentração de pessoas das classes A e B, em áreas de influência dessas regiões e locais

de circulação de pessoas oriundas de diversos bairros da cidade de Salvador, como exemplo,

nas redondezas do Shopping Iguatemi.

1 Este método obedece ao mesmo princípio da amostragem aleatória simples de iguais probabilidades de

pertencer à amostra para todos os componentes da população estudada. No entanto, arbitra um ritmo para

tomada de unidades da população para compor a amostra: o ponto de partida, na amostragem sistemática, pode

ser qualquer unidade amostral e, a partir desta, escolhem-se as seguintes, segundo o intervalo de seleção.

23

2. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

2.1 QUEM SÃO AS CONSUMIDORAS

São mulheres, pertencentes às classes sociais A e B, com idade delimitada numa

faixa entre 30 e 54 anos e média de 41 anos. Foram escolhidas por estarem na fase em que a

pele do rosto começa a perder “o vigor” da juventude e passa a exigir cuidados especiais,

sendo dessa forma introduzidos novos hábitos de utilização de cremes faciais.

Gráfico 1 - Faixa etária

25%

20% 20%

23%

12%

De 30 a 34 anos De 35 a 39 anos De 40 a 44 anos De 45 a 49 anos De 50 a 54 anos0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

24

Pelo corte amostral por classe social, englobando apenas as classes A e B, as

consumidoras de cremes faciais retratadas nesse estudo têm nível de escolaridade acima da

média da população de Salvador: quase a totalidade (93%) possui no mínimo nível médio de

escolaridade e mais de um terço tem nível superior. A maioria é economicamente ativa,

destacando-se no grupo, as assalariadas.

Gráfico 2 - Nível de escolaridade

7%

56%

37%

Ensino Fundamental / Médio incompleto

Ensino Médio/ Superior incompleto

Superior completo

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Gráfico 3- Ocupação

31%

21%

14%

11%

8%

7%

3%

3%

2%

Assalariada

Funcionária Pública

Dona de Casa

Autônoma

Empresária

Profissional Liberal

Estudante

Desempregada

Aposentada

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

25

A classe social predominante dessas usuárias é a média alta, classe B de acordo

com o critério Brasil, por ser esse segmento mais representativo no conjunto da população que

a classe A (alta).

Gráfico 4 - Classe sócio-econômica

36%

64%

A B0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

O reflexo da seleção amostral é também percebida no perfil étnico das

consumidoras, resultando em um percentual de usuárias brancas bem mais representativo que

no conjunto da população feminina de Salvador como um todo, alterando a distribuição real

de pardos, pretos e brancos. Os dados do IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios, de 2004, mostram que as mulheres brancas em Salvador correspondem a 18,5%,

enquanto as pretas representam 23% e as pardas são maioria, representando 58,5% dessa

população.

26

Gráfico 5 - Etnia

49%

42%

9%

Pardo Branco Preto0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Com relacionamento conjugal fixo, a maioria das usuárias de cremes faciais, tem

filhos, o que é esperado na faixa etária delimitada pelo estudo.

Gráfico 6 - Estado conjugal

60%

22%

14%

4%

Casada (formal ou informal) Solteira Divorciada/ separada Viúva0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

27

Gráfico 7 - Presença de filhos

Sim79,0%

Não21,0%

As consumidoras de cremes faciais são, em maior parte, moradoras de regiões de

concentração das classes A e B, mas também foram identificadas mulheres com esse perfil em

áreas mais populares, pois a distribuição amostral buscou representar usuárias das diferentes

regiões administrativas de Salvador, o que resultou na distribuição ilustrada no gráfico abaixo.

Gráfico 8 - Região Administrativa em que reside

19%

16%

12%

9%

8%

8%

7%

7%

6%

4%

2%

1%

1%

Pituba

Cabula

Brotas

Pau da Lima

Liberdade

Rio Vermelho

Barra

Centro

Boca do Rio

Itapuã

Cajazeiras

Subúrbio Ferroviário

Tancredo Neves

0% 5% 10% 15% 20% 25%

28

2.2 COMO ELAS SE PERCEBEM

Essas consumidoras demonstram uma auto-imagem em que predominam os

conceitos de: cautelosa, simples, decidida, liberal e emocional. À primeira vista, cautelosa

pode parecer se contrapor à definição de decidida, porém percebe-se que “cautela” nesse

contexto parece representar a necessidade de comprovação de resultados ou de conhecimento

prévio, o que se configura na obtenção de informações que auxiliem as tomadas de decisão.

Elas indicam assumir uma atitude racional em suas escolhas, mas, não abrem mão de seu lado

emotivo; declaram-se abertas a novas situações e parecem não se fechar a idéias pré-

concebidas, declaram-se liberais.

Gráfico 9 – Auto-Imagem

Clássica

Aventureira

Simples

Exigente

Balanceada

Decidida

Natural

Liberal

Formal

Racional

Conservadora

26%

13%

62%

43%

44%

62%

43%

60%

45%

25%

30%

47%

72%

15%

34%

29%

22%

36%

14%

27%

55%

44%

Moderna

Cautelosa

Sofisticada

Flexível

Fast-food

Indecisa

Vaidosa

Ortodoxa

Informal

Emocional

Inovadora

No imaginário desse grupo de mulheres predomina a percepção de que a beleza

vem de dentro para fora, está associada a um estado de espírito, a um bem-estar emocional

independente da utilização de artifícios externos. Percebem a pele do rosto bonita quando

estão felizes, descansadas, de cara limpa refletida no espelho, ou seja, a beleza da pele seria

29

reflexo do grau de auto-estima. Por outro lado, existe um grupo que considera que para se

sentir bonita é necessário lançar mão de produtos e tratamentos, que realcem os seus atributos

naturais, como a maquiagem e os cremes faciais. Um pequeno grupo revela uma baixa estima,

mostrando-se descontentes com a pele do rosto.

Gráfico 10 - Sinto a pele do meu rosto bonita, quando:

20%

16%

16%

12%

10%

8%

7%

7%

4%

3%

Estou feliz/ amando

A pele está limpa

Estou maquiada

Uso cremes

Estou descansada

Me olho no espelho

A pele está hidratada

Me arrumo

Estou bronzeada

Nunca/ hora nenhuma

0% 5% 10% 15% 20% 25%

A percepção da pele do rosto por metade das mulheres é definida de forma

pragmática, seguindo as definições universais que estabelece a existência de quatro tipos

fundamentais de pele: oleosas, mistas, normais e secas. Por outro lado, uma parcela de cerca

de 30% têm uma percepção positiva de sua pele remetendo a adjetivos como bonita, saudável,

macia etc. O grupo das descontentes com a pele percebe-a envelhecida e cansada, apesar do

investimento em cremes faciais.

30

Gráfico 11 - A pele do meu rosto é:

22%

20%

14%

12%

9%

8%

6%

4%

4%

3%

Oleosa

Mista

Macia/ sedosa

Boa/ saudável

Normal

Seca

Muito fina/ sensível

Bonita/ bem tratada

Cansada/ envelhecida

Clara/ pálida

0% 5% 10% 15% 20% 25%

O cuidado com o rosto para a maioria das mulheres remete a aspectos mais

subjetivos, como pensar em beleza, auto-estima, saúde, estética e bem estar. A percepção do

uso de produtos como maior responsável pelo cuidado com a pele é associada em menor

proporção, o que indica que, para essas consumidoras, o principal apelo de comunicação

dessa categoria de produtos deve ser não a ênfase no produto, mas sim em sensações,

sentimentos agradáveis, elementos da natureza etc.

Gráfico 12 - Pensar em cuidados com o rosto, é pensar em:

21%

15%

13%

12%

8%

7%

6%

6%

5%

4%

4%

2%

1%

Beleza/ ficar bonita

Pensar em mim/ auto-estima

Limpeza/ higiene

Saúde/ tratamento

Cremes (Renew, Natura etc)

Estética/ Vaidade

Proteção/ Filtro solar

Bem estar/ Estar bem

Rejuvenescimento

Hidratada/ nutrida

Meu futuro

Falta de tempo/ trabalho que dá

Outro

0% 5% 10% 15% 20% 25%

31

Apesar da beleza do rosto remeter a aspectos mais subjetivos, quando estimuladas

a falar sobre o que usam para deixar a pele bonita, os cremes faciais, especialmente os

hidratantes, são referenciados. A imagem de uma pele bonita está fortemente associada a uma

pele hidratada.

Gráfico 13 - Sinto a pele do rosto bonita, quando uso:

32%

16%

12%

9%

8%

6%

6%

5%

4%

3%

2%

Creme Hidratante

Cremes Faciais

Maquiagem

Produtos (Renew, Natura etc)

Creme de limpeza

Protetor solar

Produto adequado/ de alto padrão

Esfoliante

Creme anti-idade

Nada/ tomo água

Creme de tratamento

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

2.3 COMO USAM OS CREMES FACIAIS

Entre os cremes faciais utilizados pelas consumidoras, destacam-se o filtro solar e

o hidratante facial com índices semelhantes do ponto de vista estatístico. A forte utilização de

filtro solar pode ser compreendida pela análise dos vetores de sentido que conduzem a

evolução dessa categoria de produtos, remetendo a proteção, prevenção do envelhecimento e

manutenção da juventude, o que é potencializado pelas condições climáticas de Salvador.

Quanto ao creme hidratante, o seu uso intenso é justificado pela forte associação entre a

beleza do rosto e uma pele hidratada. O cruzamento dessas informações com a variável faixa

etária revela que o uso desses produtos é forte em todas as faixas etárias.

32

O creme anti-idade é usado por mais de quatro entre cada dez consumidoras e sua

utilização cresce à medida em que aumenta a faixa etária.

Gráfico 14 - Produtos usados pelas consumidoras

70%

68%

44%

27%

26%

24%

13%

Filtro Solar

Hidratante Facial

Anti-Idade

Hidratante para a área dos olhos

Removedor de maquiagem

Firmador da pele

Clareador/ Anti-manchas

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Para a maioria desse grupo de mulheres, a utilização de cremes faciais obedece a

uma rotina fixa, predominando o uso duas vezes ao dia, de manhã e à noite.

Nos finais de semana e quando viajam, é habitual a manutenção dessa rotina. A

alteração desse hábito é verificada mais intensamente no verão, período em que é comum

aumentar a proteção e efetuar troca de tipo de produtos por aqueles com formulação adequada

a essa estação.

Mesmo levando em consideração o pequeno número da base de respostas, os

resultados do cruzamento por faixa etária indicam que as mais jovens obedecem menos a uma

rotina de uso de cremes. O uso pela manhã e à noite foi mais freqüente para as consumidoras

acima de 40 anos.

33

Gráfico 15- Rotina de uso de cremes faciais

50%

19%

16%

7%

4%

3%

1%

De manhã e à noite

Não tenho rotina fixa

Apenas à noite

Apenas de manhã

Ou de manhã, ou à noite

Sempro que lavo o rosto

Outro (manhã, tarde e noite)

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Gráfico 16 - Situações de uso de cremes faciais

69%

59%

55%

54%

46%

Nos finais de semana, mantenho a rotina

No verão, modifico a rotina

Quando viajo, mantenho a rotina

Obedeço sequencia fixa de uso

No inverno, intensifico o uso

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

34

2.4 CREMES FACIAIS: SIGNIFICAÇÃO DO PRODUTO E DAS MARCAS

2.4.1 O PRODUTO

Em citações espontâneas, a qualidade do produto e a confiança na marca são os

atributos mais destacados na escolha de cremes faciais. O preço, a indicação de

dermatologista e a fragrância, nessa ordem, também são fatores importantes no momento da

escolha.

Com estímulo, solicitou-se que as entrevistadas hierarquizassem os três principais

atributos na escolha de cremes faciais. Para facilitar a análise das informações, foi feita uma

ponderação atribuindo pesos diferenciados a cada ordem de atributos.

Observou-se que os aspectos mais citados espontaneamente mantêm-se como os

mais importantes. A exceção refere-se ao atributo “qualidade” posicionado em primeiro lugar

e que com estímulo é reduzido ao sétimo lugar. O cruzamento das informações mostrou uma

fusão deste com o atributo “confiança na marca”. Houve uma migração do valor qualidade

para confiança na marca, indicando que essas qualidades possuem uma mesma significação

para as consumidoras de cremes faciais.

Gráfico 17 - Atributos considerados na escolha de cremes faciais(Resposta espontânea)

39%

37%

30%

20%

16%

14%

10%

9%

8%

7%

6%

4%

3%

3%

2%

9%

Qualidade

Confiança na marca

Preço

Indicação de dermatologista

Ter um cheiro/fragrância agradável

Ter resultado/ eficiência

Indicação de parentes e/ou amigas

Não ser oleoso

Conteúdo da fórmula/ Indicação da bula

Ser inodoro/ não ter cheiro

Consistência/ textura

Opinião de vendedoras/ esteticistas

Capacidade de hidratação

Embalagem bonita

Ser importado

Outros

0% 10% 20% 30% 40% 50%

35

Gráfico 18 - Três principais atributos considerados (Resposta estimulada)

28,8%

18,5%

15,8%

12%

6,7%

5,5%

3,5%

3%

2,8%

2,2%

1,2%

Confiança na marca

Indicação de dermatologista

Ter um cheiro/fragrância agradável

Preço

Não ser oleoso

Consistência/ textura

Qualidade

Indicação de parentes e/ou amigas

Ser inodoro/ não ter cheiro

Opinião de vendedoras/ esteticistas

Ser importado

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Foram apresentadas às entrevistadas frases relativas a cremes faciais para que

indicassem o grau de concordância com cada uma delas, através de uma escala de 5 pontos

(1=Discordo totalmente a 5=Concordo totalmente). Para facilitar a leitura dos resultados

foram somados os dois extremos da escala.

Como discutido, o produto só existe pela sua significação para as consumidoras.

Dessa forma, as usuárias de cremes faciais percebem este produto como um investimento

caro, mas que vale a pena, valorizam a relação custo benefício e negam a utilização desses

produtos como uma futilidade. Para elas, esses cremes significam ainda, tratamento pelo seu

poder de retardar o envelhecimento. Prevalece a crença de que o uso de cremes faciais é um

facilitador da transformação da pele e manutenção da juventude, possibilitando que a sua

usuária torne-se mais atraente.

A comunicação é indicada como um estímulo eficaz ao contato com uma marca e

a exposição de rostos naturais é um apelo valorizado em campanhas desses produtos. Essa

36

posição indicada pelo grupo pesquisado coincide com resultados de uma pesquisa nacional

realizada pela marca Dove que constatou que 92% das mulheres (Revista Época, jul/2005)

gostariam de ver tipos femininos mais naturais na mídia. Assim, essa posição é coerente com

a discordância da utilização de artistas famosas em peças publicitárias. Nessa relação de

consumo, a mimesis de mediação interna se faz presente, ou seja, a referência do semelhante é

fundamental. As amigas/ colegas/ irmãs servem de modelo de imitação e ao mesmo tempo

vêem-se refletidas no espelho a que serviu de imagem.

5

5

4

5

13

15

20

21

42

76

89

1

2

3

4

4

6

5

7

3

11

2

94

93

93

91

83

79

75

72

55

13

9

É caro, mas vale a pena

Significa tratamento

Podem retardar envelhecimento

Na divulgação prefiro rostos naturais

Transformam minha pele

Uso para manter juventude

Propaganda estimula conhecer marca

Pode me tornar mais atraente

Rosto jovem é sem marcas do tempo

Prefiro propagandas com artistas

É mais uma futilidade feminina

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Discordo totalmente/ em parte Não concordo, nem discordo Concordo em parte/ totalmente

Gráfico 19 - Percepção sobre cremes faciais (em percentual)

37

Gráfico 20 - Percepção sobre cremes faciais (Médias)

!

!

! !!

! !! !

!

!

4,714,51 4,49 4,34

4,08 43,83 3,82

3,17

1,821,42

É caro

, mas

vale

a pe

na

Signific

a tra

tam

ento

Na div

ulgaç

ão p

refir

o ro

stos n

atur

ais

Podem

reta

rdar

env

elhec

imen

to

Trans

form

am m

inha

pele

Uso p

ara

man

ter j

uven

tude

Propa

gand

a es

timula

conh

ecer

mar

ca

Pode

me

torn

ar m

ais a

traen

te

Rosto

jove

m é

sem

mar

cas d

o te

mpo

Prefir

o pr

opag

anda

s com

arti

stas

É mais

um

a fu

tilida

de fe

mini

na

1

2

3

4

5Média

2.4.2 AS MARCAS

A marca de cremes faciais, como observado, mostra-se um atributo bastante

valorizado nessa categoria de produtos. Avon/ Renew(2) e Natura revelam-se as marcas mais

fortes para essas consumidoras. Destacam-se em primeiras lembranças ao se falar em cremes

faciais, tendendo a maior associação à Avon. No Share of mind (total de lembrança), as duas

marcas são citadas pela maioria, sendo que Avon é destacada por mais de nove em cada dez

consumidoras.

Em menções estimuladas, Avon e Natura, são conhecidas por quase totalidade da

amostra. Também se destacam, as marcas Nívea, Boticário e Dove, indicadas por mais de

90% da amostra.

2 No questionário a marca Renew, creme anti-idade da Avon, foi separada da marca “mãe”, mas nas entrevistas percebeu-se que não é possível identificar com precisão quando estão se referindo a uma ou à outra e muitas vezes são citadas aos mesmo tempo, dessa forma optou-se pela junção das duas marcas.

38

Gráfico 21 - Marca "Top of Mind" de cremes faciais

36%

32%

8%

3%

3%

3%

3%

2%

2%

2%

2%

4%

Avon/ Renew

Natura

Nívea

Boticário

La Roche

Davene

Loreal

Lancôme

Payot

Helioblock

Marcelo Beauty

Outros

0% 10% 20% 30% 40% 50%

Gráfico 22 - "Share of Mind" - lembrança total espontânea

92,1%

77,9%

30,6%

29,4%

13,2%

11,2%

10,2%

8,1%

6,1%

5,1%

4,1%

31,6%

Avon/ Renew

Natura

Boticário

Nívea

Lancôme

Helena Rubinstein

Payot

Loreal

Dove

Ponds

Ana Pegova

Outros

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

39

Gráfico 23 - Lembrança estimulada de marcas

98%

96%

95%

93%

92%

79%

76%

73%

62%

54%

52%

34%

34%

25%

11%

Avon/ Renew

Natura

Nívea

Boticário

Dove

Vitaderme

Helena Rubinstein

Ponds

Herbalife

Ana Pegova

Lancôme

La Roche

Elizabeth Arden

Tactra

Nuskin

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

O gráfico abaixo sintetiza, o nível de lembrança das marcas de cremes faciais por

esse grupo de consumidoras e ressalta a forte associação da marca Avon e Natura a essa

categoria de produtos e o destaque de Nívea, Boticário e Dove, como marcas conhecidas, mas

pouco associadas a cremes faciais.

36%32%

8%3%

92,1%

77,9%

29,4% 30,6%

6,1%

98% 96% 95% 93% 92%

Avon/ Renew Natura Nívea Boticário Dove0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Top of Mind Share of Mind Lembrança estimulada

Gráfico 24 - Posicionamento das principais marcas

40

Quando se fala em utilização, as marcas Avon e Natura, nessa ordem, são

destacadas também por esse segmento de público. O Boticário e Nívea têm indicação a seguir,

mas o índice de utilização é significativamente inferior ao das duas primeiras, revelando-se

marcas conhecidas, mas pouco associadas a essa categoria de produtos.

A marca Avon é mais utilizada pelo grupo de consumidoras de classe B, em que

86% dessas indicam-na como marca em uso. A Natura, apesar de utilizada por mais da

metade das consumidoras da classe B, mostrou-se mais consumida por mulheres de classe A,

que Avon.

Gráfico 25 - Marcas que está usando atualmente

49%

45%

15%

14%

4%

4%

4%

3%

3%

3%

11%

Avon/ Renew

Natura

Boticário

Nívea

Dove

La Roche

Loreal

Vitaderme

Helena Rubinstein

Helioblock

Outros

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Na escolha de um creme facial, como ressaltado, as marcas têm um grande peso

na decisão: é necessário que transmitam confiança na qualidade, mas o custo benefício é

levado em consideração. As consumidoras utilizam produtos nos quais confiam e “podem”

usar, porém, o ideal é depositado em marcas “mais sofisticadas”, que não se adequam ao seu

orçamento rotineiro. Marcas como Lancôme, Ana Pegova e Helena Rubinstein aparecem

como objeto de desejo e têm o preço como principal entrave ao uso.

41

Se o mais forte argumento da não aquisição de marcas situadas no plano do desejo

é, principalmente, explicitado pela impossibilidade de consumo, por outro lado, as

consumidoras justificam essa “abstenção” em argumentos que parecem mascarar essa

limitação: não são encontradas com facilidade, não se motivam a procurá-las, dessa forma

optam pela marca habitual que tem preço acessível e eficiência comprovada.

Gráfico 26 - Marcas que nunca usou, mas gostaria de usar

23%

20%

18%

12%

7%

6%

5%

23%

12%

10%

Lancôme

Ana Pegova

Helena Rubinstein

Elizabeth Arden

Vitaderme

Ponds

Nívea

Outros

Nenhum

Não sei/ não lembro

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Gráfico 27 - Por que nunca usou a marca desejada?

34%

22%

21%

11%

9%

4%

3%

2%

22%

São caros/ preço alto

Não se encontra com facilidade

Não tive oportunidade/ interesse

Já tenho uma marca habitual

Marca pouco divulgada/ não conheço

Não vi resultados/ faltou indicação

Facilidade em adquirir a marca habitual

Outros

Não tem marca desejada

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

42

Lancôme e Helena Rubinstein estão mais associadas ao atributo marcas caras,

enquanto Ana Pegova e Elizabeth Arden são relacionadas a marcas menos encontradas.

Quadro 1 – Motivo porque nunca usou a marca desejada

Lancôme Ana Pegova Helena

Rubinstein Elizabeth

Arden % % % %

Porque são caros/ preços altos 65 50 67 25

Não conheço a marca/ pouco divulgada 17 0 6 17

Não vi resultados/ faltou indicação 4 0 0 8

Já tenho uma marca habitual 9 10 6 8

Não se encontra com facilidade 9 35 28 58

Facilidade de adquiria a marca habitual 0 0 0 8

Não tive oportunidade/ interesse 17 25 22 17

BASE 23 20 18 12

A despeito dos freios racionais à utilização da marca desejada, a mimesis interna

guia o desejo: gostaria de usar para ter o que vejo no meu semelhante. As informações obtidas

por meio da mídia e do “boca a boca” contribuem também para atiçar o desejo, despertar a

curiosidade e comunicar o que se almeja em termos de resultados: qualidade e eficiência para

retardar o envelhecimento. Apesar da prevalência de justificativas indicadas em relação ao

semelhante, no plano do ideal de consumo o modelo do outro, do famoso aparece como

referência para significativa parcela de entrevistadas.

43

Gráfico 28 - Por que gostaria de usar a marca desejada?

29%

26%

24%

21%

18%

16%

15%

10%

4%

2%

3%

22%

Viu resultados/ indicação de pessoas

Viu na revista/ ouviu falar/ falam bem

Para experimentar/ curiosidade

Marca conhecida/ famosa/ artistas usam

Eficiente/ deixa a pele cheirosa, macia

Ajuda a rejuvenescer/ faz efeito

Produto bom/ com qualidade

Importado/ caro

Experiência boa c/ outro produto da marca

Tem nome chique/ interessante

Outros

Não tem marca desejada

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Quadro 2 – Motivo porque gostaria de usar a marca desejada

Lancôme Ana Pegova Helena Rubinstein

Elizabeth Arden

% % % %

Para experimentar/ por curiosidade 17 20 28 50

Viu resultados/ indicação de pessoas 48 45 39 8

Ajuda a rejuvenescer/ faz efeito 17 25 22 8

Marca conhecida/ famosa/ artistas usam 26 30 44 25

Viu na revista/ ouviu falar bem 26 35 28 25

Eficiente/ deixa a pele cheirosa, macia 17 25 6 8

Importado/ caro 22 20 22 25

Produto bom, com qualidade 22 20 39 25

Experiência boa com outro produto da marca 9 - - -

Tem nome chique/ interessante/ impacto 4 - - 8

Ter opção de produtos/ para ampliar o leque - - - 8

BASE 23 20 18 12

Não existe uma forte rejeição a marcas de cremes faciais. Mais da metade das

consumidoras declaram não ter restrições a marcas específicas. A maior indicação de

resistência é à marca mais conhecida – Avon. O argumento é respaldado em experiências

negativas.

44

Gráfico 29 - Marcas que não usaria mais

46%

19%

13%

4%

4%

4%

3%

2%

2%

2%

5%

Nenhum

Não sei/não lembro

Avon

Dove

Natura

Ponds

Nívea

Helena Rubinstein

Renew

Ana Pegova

Outros

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Gráfico 30 - Restrições ao uso de uma marca

25%

5%

4%

3%

2%

2%

5%

65%

Experiência negativa/ não deu resultado

Por não acreditar no produto/ marca

Pelas características físicas do produto

Por ser importado/ para outro clima

Tem prazo curto de validade

Pela dificuldade de achar/ indisponível

Outro

Não tem restrições a marcas

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Na escolha de uma marca como a melhor prevalece o argumento racional dos

efeitos do produto confirmados em experiência vivenciada. A Natura mostra-se uma marca

com imagem de eficiência mais consolidada, se destacando como a melhor marca do mercado

e é fortemente associada a marca de qualidade. A Avon apesar de ser mais conhecida, ocupa a

45

segunda posição como melhor marca, dividindo espaço com marcas menos lembradas como

Helena Rubinstein e Lancôme, indicando fragilidade na sua imagem no atributo de qualidade,

possivelmente pela associação a uma marca tradicional, mas popular.

Gráfico 31 - Que marca considera a melhor?

35%

17%

14%

13%

5%

3%

3%

2%

2%

3%

5%

Natura

Avon/ Renew

Helena Rubinstein

Lancôme

Boticário

Ana Pegova

La Roche

Loreal

Nívea

Não sei/ não lembro

Outros

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

Gráfico 32 - Por que é a melhor marca?

50%

44%

33%

27%

21%

13%

11%

10%

10%

8%

8%

6%

3%

Pelos efeitos: pele hidratada, nutrida

Experiência boa com outro produto da marca

Efeito visível/ dá resultados

Pelas características do produto

Rejuvenesce a pele, dá elasticidade

Marca reconhecida mundialmente

Experiência bem sucedida com conhecidos

Produto de qualidade

Preço justo, acessível

Pela rapidez de resultados

Dizem que a marca é boa/ usada por artistas

Outros

Não sabe/ nenhuma

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

46

Quadro 3 – Por que é a melhor marca?

Natura Avon/Renew Helena Rubinstein

Lancôme

% % % %

O efeito é visível/ dá resultados 37 41 29 23

Pela rapidez de resultado/ tem diferença 6 18 7 8

Pelo preço justo, acessível e razoável 14 18 - -

Experiência boa com outro produto da marca 49 47 50 31

Pelos efeitos: pele hidratada, nutrida 49 53 50 31

Rejuvenesce a pele, dá elasticidade 26 29 21 8

Marca reconhecida mundialmente 6 12 36 15

Experiência bem sucedida de conhecidos - 12 21 23

Pelas características do produto 34 18 29 31

Dizem que a marca é boa/ usada por artistas 9 12 0 31

Produto de qualidade 6 6 21 15

BASE 35 17 14 13

Quadro 4 – Imagem das marcas

Avon Natura Boticário Nívea Helena

Rubinstein Lancôme Ana

Pegova % % % % % % %

Sofisticação 17 33 26 5 66 48 32

Melhor marca 22 43 18 7 31 27 7

Tem preço alto 5 34 15 3 52 43 33

Está mais presente na mídia 65 77 58 18 4 4 2

Tem mais qualidade 28 60 39 11 32 26 16

É mais popular 87 31 25 22 1 - 1

Tradicional 64 58 49 20 25 6 4

Tem propagandas criativas 36 53 47 8 - 1 -

É o sonho de consumo 5 21 13 - 26 30 13

O gráfico abaixo sintetiza a imagem e posicionamento das principais marcas de

cremes faciais nacionais e importadas, referenciadas nesse estudo, salientando que Avon e

Natura são as marcas mais consumidas, enquanto Helena Rubstein, Lancome e Ana Pegova

47

posicionam-se no imaginário dessas consumidoras como as marcas desejadas, porém distantes

à adesão como marca habitual pela limitação financeira desse público.

49%45%

3%

17%

35%

14% 13%

3%

18%

23%20%

15%

4%2% 2%

Avon/ Renew Natura Helena Rubinstein Lancôme Ana Pegova0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Marca que usa Melhor marca Marca desejada Marca rejeitada

Gráfico 33 - Imagem das principais Marcas

2.5 A COMUNICAÇÃO

Apesar da comunicação pela mídia de massa áudio-visual e impressa ter uma forte

influência no contato inicial com as marcas, essas consumidoras cautelosas e zelosas de sua

beleza, são bastante tocadas pela indicação de terceiros: pessoas próximas ou profissionais

(revendedoras e dermatologistas).

48

Gráfico 34 - Forma de conhecimento das marcas

31%

31%

29%

23%

21%

20%

7%

2%

Indicação de Parentes/ amigos

Propaganda de TV e Rádio

Indicação de Revendedora/ farmaceutica

Folhetos/ Revistas de Revendedoras

Indicação Médica

Propaganda de Revista

Promoção

Outros

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

A importância da divulgação das marcas é corroborada pelo alto recall de

propaganda de cremes faciais: cerca de oito em cada dez consumidoras foram atingidas pela

comunicação do setor.

Avon, e em seguida a Natura, são as marcas mais identificadas em propagandas

desse segmento de mercado, o que é refletido na forte presença dessas marcas na mente das

consumidoras. Essas duas marcas, além da forte presença na mídia contam com a divulgação

decorrente da sua forma de distribuição através de revendedoras.

A TV é a mídia indicada como o mais eficiente meio de divulgação das marcas.

Revista é citada em segundo lugar.

A descrição das propagandas desses cremes destaca a promessa de

rejuvenescimento como apelo mais fixado pelas consumidoras. Para todas as marcas esse é o

conceito mais lembrado.

Alguns “motes” de campanhas estão mais associados às marcas que os

divulgaram: o apelo à natureza e a exposição de mulheres com idades reais da Natura e a

gotinha transformadora da Avon.

49

Gráfico 35 - Lembrança de propaganda do setor

Sim82,0%

Não18,0%

Gráfico 36 - Marcas lembradas em propaganda

87,3%

55,7%

16,5%

11,4%

3,8%

2,5%

1,3%

1,3%

1,3%

1,3%

1,3%

Avon/ Renew

Natura/ Chronos

Boticário

Nívea

Dove

Ana Pegova

Ponds

Loreal

Lancôme

Helena Rubinstein

Vitaderme

0% 20% 40% 60% 80% 100%

50

Gráfico 37 - Meios de divulgação da propaganda

77%

25%

3%

2%

2%

3%

1%

TV

Revista

Folhetos

Outdoor

Rádio

Outros: jornal/ revendedora/ internet

Não sabe/ não lembra

0% 20% 40% 60% 80% 100% Quadro 5 – Descrição da Propaganda

Avon Natura Boticário Nívea % % % %

Falando sobre Rejuvenescimento 56 36 31 22

Mostrava efeito do produto 6 12 8 11

Mostrava características do produto 3 5 - -

Mostrava resultados imediatos 2 7 - 11

Produtos para pele negra 2 - - -

Cenas românticas - 2 - -

Imagens de mulheres e suas idades reais 5 14 - -

Datas comemorativas - - 8 -

Propaganda com atrizes/ modelos famosos 8 7 - 11

Lembro que aparecia marca e nome do produto 17 7 - 22

Apareceu em cenas de novela 6 10 - -

Natureza/ Produtos mais naturais - 19 8 -

Indicava como cuidar da pele do rosto 12 7 - -

Gota transformadora 24 - - -

Mostrava o antes e o depois 11 12 - -

BASE 66 42 13 9

51

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

A busca humana pelo “belo eterno” motivou essa reflexão sobre o consumo de

cremes faciais, contextualizando-o nos dias atuais, e delimitando-o a um grupo consumidor,

que tem poder econômico para utilizar no seu dia-a-dia esses produtos. Reportou-se apenas ao

universo feminino, por ser esse gênero mais cobrado na manutenção dos padrões estéticos,

apesar dessa busca ser uma preocupação que independe do gênero.

Dessa forma, esse estudo fez uma leitura das consumidoras de cremes faciais

pertencentes às classes sociais A e B e residentes em Salvador. Esse corte amostral delimitou

um público de mulheres com média de idade de 41 anos, economicamente ativas, casadas,

com filhos, vivendo um período de vida marcada pela estabilidade. Essas consumidoras

encontram-se em uma fase em que a pele do rosto começa a perder “o vigor” da juventude e

passa a exigir cuidados especiais.

Para esse público, um rosto bonito está associado a um estado de espírito: à saúde,

alegria, serenidade. Os vetores de sentido que guiam esse consumo são revelados nos apelos

que justificam a utilização de cremes faciais: a busca pela manutenção da juventude, tentativa

de manter a maciez, hidratação, limpeza e elasticidade da pele. Para esse universo, os

cuidados com o rosto têm um valor especial e o uso de cosméticos é associado a um

investimento, ao cuidar de si mesma e a auto-valorização.

A cautela e a atitude decidida revelada na auto-imagem dessas consumidoras

refletem o padrão de consumo desses produtos, representando a necessidade da comprovação

52

de resultados ou de conhecimento prévio para a tomada de decisão. A atitude predominante

nessa relação de consumo é racional, dispõem-se a pagar um pouco mais por uma marca que

“dê resultado”, porém consideram primordialmente a relação custo benefício. As marcas mais

caras são citadas no plano ideal, como objeto de desejo, sabem da existência, mas a limitação

econômica faz com que descartam-nas de antemão.

O consumo, como está contextualizado nesse estudo, não assegura apenas a

sobrevivência biológica dos atores sociais, mas reproduz também a identidade social de

grupos tendo como princípio os objetos, criados a partir da materialização de significados

para esses grupos, contribuindo para a constituição de identidades e diferenciação desses

atores sociais. No consumo de cremes faciais, a marca tem uma forte significação, está

bastante atrelada ao atributo qualidade e revela imagens diferenciadas para marcas

específicas:

� Avon é percebida como uma marca tradicional, confiável. É a mais usada e

lembrada pelas consumidoras. Sua comunicação mostra-se eficiente em

termos de fixação, porém sua imagem apresenta-se afastada dos atributos

“melhor marca” e “qualidade”. Esse fato decorre, possivelmente, de sua

extensa linha de produtos, direcionada a diversos segmentos, que leva a uma

associação direta com o conceito de marca popular, o que pode estar

comprometendo a sua imagem de marca de qualidade.

� A Natura apresenta uma imagem de “marca forte” e de “qualidade” para esse

grupo de consumidoras. Esta imagem reflete o objetivo da empresa de

produzir apenas produtos com fórmulas naturais, de alta qualidade e a preços

competitivos. A empresa, também, se apóia na força das relações pessoais,

optando pela venda direta. Sua comunicação é eficiente destacando-a entre as

53

marcas mais conhecidas e utilizadas. A Natura goza de um espaço privilegiado

como marca intermediária entre o desejado e o possível, com forte associação

ao atributo qualidade. Sintetiza, assim, a grande motivação dessas

consumidoras por esses produtos: a relação custo benefício.

� As marcas mais “sofisticadas”, como Lancôme, Helena Rubinstein e Ana

Pegova, são posicionadas apenas no plano ideal, vistas como sonhos de

consumo e de objeto de desejo. São identificadas com os atributos de

eficiência e sofisticação, mas seu uso é limitado pelo preço que inibe até a

experimentação que leva à comprovação de resultados, pré-requisito

fundamental na vinculação dessas consumidoras com as marcas.

A comunicação das empresas do setor mostra-se eficiente, o recall de propaganda

é alto e a promessa de rejuvenescimento, resultado esperado com o consumo desses cremes, é

o apelo mais fixado pelas consumidoras. Isso mostra a importância da mídia de massa para a

consolidação da imagem da marca, mas segmentos influenciadores como as revendedoras e

profissionais médicas devem ser levadas em consideração em esforços de comunicação e

marketing. Apesar da influência da mídia, no contato inicial com as marcas, ser fundamental,

essas consumidoras cautelosas e zelosas de sua beleza são bastante tocadas pela indicação,

comprovação de eficiência que obtém no seu espelho ou de seu semelhante.

Uma compreensão mais ampla da significação do uso e imagem das marcas de

cremes faciais requer uma pesquisa mais abrangente, que identifique as possíveis diferenças

na relação de consumo por diferentes classes sociais. As consumidoras de classe C e D, apesar

de possuírem menor poder de consumo, são mulheres vaidosas, têm revelado interesse na

manutenção da juventude e disposição para consumir cremes de marcas como Natura e Avon,

54

como visto em reportagem divulgada em 18/09/05 no jornal Folha de São Paulo, sobre o título

“Mulheres criam consórcio para creme caro”.

Em suma, todas as mulheres, independente da classe social a qual pertencem,

estão buscando a felicidade e têm a beleza, a saúde e a manutenção da juventude como

paradigmas dessa busca. O consumo de cremes faciais é a materialização do imaginário de

beleza e deve ser entendido como uma atitude de auto-valorização, de auto-estima e de

aceitação. Confirmou-se aqui a máxima da Condessa Blessington "não há cosmético mais

eficiente para manter a beleza feminina do que a felicidade”.

55

REFERÊNCIAS

BARATA, Eduardo A. F. Cosméticos: arte e ciência. Lisboa: Lidel, 2002.

BAUDRILLARD, Jean. Para uma crítica à economia política do signo. Rio de Janeiro: Elfos, 1995 _________________, A Sociedade de Consumo. Rio de Janeiro: Elfos; Ed. Lisboa: Edições 70, 1995 (Coleção Ciência e Sociedade). BETTO, Frei. Ocidente desorientado. 23 jan 2005. Jornal dos Amigos. Belo Horizonte. Disponível em http://www.jornaldosamigos.com.br/artigo2.htm. Acesso em 20 mai 2005.

BEZERRA. Sandra Vasconcelos; REBELLO, Teresa. Guia de produtos cosméticos. 2.ed. São Paulo: Editora Senac, 1999.

BIAGI, Orivaldo Leme. O imaginário da Guerra Fria. NET História. Disponível em http://www.nethistoria.com/index.php?pagina=ver_texto&titulo_id=228. Acesso em 15 abr 2005. CANÇADO, Patrícia. Avon chama os jovens. Isto É Dinheiro. São Paulo: Editora Três, nº 327, 03 dez 2003. CAROZZI, Elaine Michely Furtado. OCEANIC Cosméticos. São Paulo: Central de Cases ESPM/ EXAME. CASTANHEIRA, Joaquim. A Alquimia de Krigsner. Isto É Dinheiro. São Paulo: Editora Três, nº 316, 17 set 2003. CASTORIADIS, Cornélius. Diante da Guerra: As Realidades. São Paulo: Brasiliense, 1982. v.1. _______________. A Instituição Imaginária da Sociedade. 3.ed., São Paulo: Paz e Terra, 1982. FERNANDES, Helena.. O jeitinho brasileiro de vender cosméticos no mundo. Disponível em http://www.projetobr.com.br/Content.aspx?Id=191. Acesso em 27 jul 2005. FERREIRA, Rosenildo Gomes. Natura em Paris. Isto É Dinheiro. São Paulo: Editora Três, nº 317, 24 set 2003. FRENETTE, Marco. A beleza e seus infelizes. Disponível em www.cuca.org.br/artigobeleza.htm. Acesso em 27 jul 2005.

56

FRUTUOS, Suzane. As versões da beleza. Revista Época. São Paulo: Editora Globo, 04 jul 2005. GRACIOSO, Francisco; NAJJAR, Eduardo Rienzo. A mudança da marca Natura. São Paulo: Central de Cases ESPM/ EXAME. H&C – Household & Cosméticos. Ano IV, nº 20 – jul/ago 2003. Disponível em http://www.freedom.inf.br/revista/HC20/cosmeticos.asp. Acesso em 14 abr 2005 LEAL, Renata. Promessas demais. Época on–line. Disponível em http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,,EPT935135-1664,00.html . Acesso em 20 out 2005. _____________. Cosméticos desde 1900. Disponível em http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT935135-1664-2,00.html. Acesso em 20 out 2005. MATTOS, Adriana. Mulheres criam consórcio para creme caro. Folha de São Paulo, São Paulo, 18 set 2005. Folha Dinheiro, B7. MENOPAUSA na mira dos cosméticos. Revista Claudia, São Paulo, nov. 2005, p.56. MESQUITA, Ana Maria Otoni. Jornal Existencial On-line, 5 nov 2000. Disponível em http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/anaotonimaginario.htm. Acesso em 20 abr 2005. NORBERTO, Elaine. Estratégias Corporativas de marcas e estratégias sociais de diferenciação. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP. Universidade de São Paulo – vol.16, nº 2, nov/2004. São Paulo: USP, FFLCH. _________________. Consumo, mimesis e sentido. As formas do sentido: estudos em estética da comunicação. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. _________________. Comportamento do consumidor: Processos de decisão de compra de carros populares. vol II, nº 1. Bahia: Nexos Econômicos – CME-UFBA, Outubro, 2000. PALÁCIOS, Annamaria da Rocha Jatobá. As marcas na pele, as marcas no texto. Disponível em http://bocc.ubi.pt/pag/palacios-annamaria-marcas-na-pele.html. Acesso em 14 mar 2005. SCHEFER, Faux Dorothy (et alii). Beleza do Século. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2000

57

APÊNDICE - Instrumento de Coleta de Dados

Entrevistador:__________________________________ Data: _____/_____/_____ Quest: ______

Bom dia/ Boa tarde! Sou _____________ pesquisador e estou realizando uma pesquisa para curso de pós-

graduação da UFBA sobre hábitos de consumo. Gostaria de conversar um pouco sobre hábitos do cotidiano

feminino. Gostaria de esclarecer que as suas informações são sigilosas e não serão identificadas, serão tratadas

como um dado estatístico. A entrevista irá durar em média 25 minutos.

FILTRO 1. (MOSTRAR CARTÃO 1) Em que faixa etária a Srª se encontra?

Menos 30 anos�ENCERRE 1 45 a 49 anos 5 30 a 34 anos 2 50 a 54 anos 6 35 a 39 anos 3 55 anos ou mais ���� ENCERRE 7 40 a 44 anos 4

FILTRO 2. A Srª ou alguém da sua família trabalha em algum destes locais?

Agência de propaganda 1 → ENCERRE Instituto de Pesquisa de Mercado 3 → ENCERRE Indústria/ Comércio de Cosméticos 2 → ENCERRE Nenhum desses lugares 4 �CONTINUE FILTRO 3. (MOSTRAR CARTÃO 2) Quais desses produtos industrializados, ou seja, não manipulados sob

encomenda, a Srª está usando atualmente?

Creme Hidratante Facial 1 Creme Firmador da pele 6 Creme Removedor de Maquiagem 2 Filtro solar 7 Creme Hidratante para área dos olhos 3 NENHUM���� ENCERRE Creme Anti-Idade 4 Creme Clareador – Anti-manchas 5

FILTRO 4. As informações que vou solicitar a seguir têm como único objetivo saber em que perfil a Srª se

encontra, pois estamos trabalhando com o sistema de cotas e terei que entrevistar uma quantidade determinada de pessoas de cada perfil

1. Qual o nível de escolaridade do chefe da família? Do Entrevistado 2. Classe socioeconômica: Analfabeto / Primário incompleto 0 1 A1 (30-34) 1 Primário completo / Ginasial incompleto 1 2 A2 (25-29) 2 Ginasial completo / Colegial incompleto 2 3 B1 (21-24) 3 Colegial completo / Superior incompleto 3 4 B2 (17-20) 4 Superior completo 5 5 C (11-16) 5 ���� ENCERRE D (06-10) 6 ���� ENCERRE E (00-05) 7���� ENCERRE Quais e quantos desses itens sua família possui? BLOCO A – IMAGEM DE MARCAS

SUPERVISÃO

CRÍTICA

VERIFICAÇÃO

0 1 2 3 4 5 6 ou mais Carros... 0 2 4 5 5 5 5 TV a cores 0 2 3 4 5 5 5 Banheiro 0 2 3 4 4 4 4 Empreg. Mens/fixa. 0 2 4 4 4 4 4 Rádios 0 1 2 3 4 4 4 Videocassete/DVD 0 2 2 2 2 2 2 Maq. Lavar roupa 0 1 1 1 1 1 1 Aspirador de pó 0 1 1 1 1 1 1 Total de pontos: ________ Geladeira 0 2 2 2 2 2 2 Freezer 0 1 1 1 1 1 1 (aparelho independente ou parte da geladeira duplex)

58

1. Vou citar algumas frases e peço que a Srª responda com a primeira palavra que vier à mente:

1.1 Sinto meu rosto bonito quando: __________________________________________

1.2 A pele do meu rosto é:__________________________________________________

1.3 Pensar em cuidados com o meu rosto é pensar em: __________________________

1.4 Eu sinto que a pele do rosto fica bonita quando uso: __________________________

2. Quando eu falo em cremes faciais, quais marcas a Srª lembra? (ATENÇÃO, ENTREVISTADOR: ANOTAR A

PRIMEIRA MENÇÂO NA COLUNA 2a e demais menções na 2b) (RM Esp.)

3. (MOSTRAR CARTÃO 3) E qual dessas marcas de cremes faciais a Srª conhece, mesmo que de ouvir falar? (RM Est.)

4. Quais as marcas de cremes faciais a Srª está utilizando atualmente? (RM Esp.)

5. Quais marcas de cremes faciais a Srª nunca utilizou, mas gostaria de usar? (RM Esp.)

6. Qual marca de cremes faciais a Srª considera a melhor? (RU Esp.)

7. E quais as marcas de cremes faciais a Srª já utilizou e hoje não compraria mais? (RM Esp.)

2a.Top of mind

2b.Demais menções 3.

Lembrança estimulada

4. Marcas usadas

5. Nunca utilizou

6. Melhor Marca

7. Deixou

de utilizar

Ana Pegova 1 1 1 1 1 1 1

Avon 2 2 2 2 2 2 2

Boticário 3 3 3 3 3 3 3

Dove 4 4 4 4 4 4 4

Elizabeth Arden 5 5 5 5 5 5 5

Helena Rubinstein 6 6 6 6 6 6 6

Herbalife 7 7 7 7 7 7 7

La Roche 8 8 8 8 8 8 8

Lancôme 9 9 9 9 9 9 9

Natura 10 10 10 10 10 10 10

Nívea 11 11 11 11 11 11 11

Nuskin 12 12 12 12 12 12 12

Ponds 13 13 13 13 13 13 13

Renew 14 14 14 14 14 14 14

Tactra 15 15 15 15 15 15 15

Vitaderme 16 16 16 16 16 16 16

Outros:

___

Não sei /não lembro 99 99 99 99 99 99 99

8. A Srª me disse que nunca utilizou a marca _____ (CITAR RESPOSTA DE Q5)____, mas gostaria de usar.

8.1 Por quê nunca usou? EXPLORE E ESCLAREÇA

____________________________________________________________________________________ [ ]

____________________________________________________________________________________ [ ]

8.2 Por que gostaria de usar? EXPLORE E ESCLAREÇA

____________________________________________________________________________________ [ ]

____________________________________________________________________________________ [ ]

9. A Srª me disse que a marca _ (CITAR RESPOSTA DE Q6)__ é a melhor, por quê? EXPLORE E ESCLAREÇA

____________________________________________________________________________________ [ ]

____________________________________________________________________________________ [ ]

59

10. Por que a Srª não compraria mais a marca ___ (CITAR RESPOSTA DE Q7)__? EXPLORE E ESCLAREÇA

____________________________________________________________________________________ [ ]

____________________________________________________________________________________ [ ]

11. O que a Srª leva em consideração na escolha de um creme facial? (RM Esp.)

12. (MOSTRAR CARTÃO 4) Gostaria que a Srª classifique por ordem de importância os três principais atributos

na escolha de um creme facial. Qual deles para a Srª é o mais importante? E em 2º lugar? E em 3º?

Q11 Q12 (1ª) Q12 (2ª) Q12 (3ª) a. Preço 1 1 1 1

b. Confiança na Marca 2 2 2 2

c. Ter um cheiro/ fragrância agradável 3 3 3 3

d. Ser importado 4 4 4 4

e. Consistência / textura 5 5 5 5

f. Indicação de parentes e/ ou amigas 6 6 6 6

g. Opinião de vendedoras/ esteticistas 7 7 7 7

h. Indicação da dermatologista 8 8 8 8

i. Não ser oleoso 9 9 9 9

j. Ser inodoro/ não ter cheiro 10 10 10 10

k. Qualidade 11 11 11 11

l. Outros:

___ ___ ___

13. (MOSTRAR CARTÃO 5) - Eu vou citar alguns atributos e gostaria que Srª os associe às marcas de cremes

faciais que conhece ou ouviu falar. Não precisa ter usado. Qual das seguintes marcas a Srª diria que tem:

(ATENÇÃO: RESPOSTA MÚLTIPLA: MAIS DE UMA MARCA PODE TER O MESMO ATRIBUTO E PODE HAVER ATRIBUTOS QUE NÃO SÃO IDENTIFICÁVEIS EM NENHUM DELES)

Helena Rubin-stein

Avon Nívea Natura Botica-rio

Lan-côme

Ana Pegova

Todas Nenhuma

Não sabe

Sofisticação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Melhor marca 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Preço alto/ Marca cara 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Tem mais propaganda/ está mais presente na mídia

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Tem mais qualidade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

É mais popular 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

É tradicional/ tem nome no mercado

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Tem propaganda criativa/ que chama a atenção

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

É meu sonho de consumo

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

BLOCO B – HÁBITOS DE USO

14. Na sua rotina habitual, qual dessas situações melhor corresponde à sua freqüência de uso de cremes faciais? (LER ALTERNATIVAS)

Uso cremes faciais apenas de manhã 1 Uso cremes faciais apenas à noite 2 Uso cremes faciais de manhã e à noite 3 Uso cremes faciais ou de manhã ou à noite (depende do meu horário) 4 Uso sempre que lavo o rosto 5 Não tenho uma rotina fixa (uso quando tenho tempo) 6

60

15. Vou ler algumas frases e peço que a Srª me diga, para cada uma delas, se é verdadeira ou falsa:

V F

a. Quando viajo mantenho minha rotina de uso de creme 1 2

b. Nos finais de semana mantenho a rotina de uso de creme 1 2

c. Obedeço uma seqüência fixa na utilização de cremes faciais 1 2

d. No inverno intensifico o uso de cremes faciais 1 2

e. No verão modifico a minha rotina de uso de cremes faciais 1 2

16. (MOSTRAR ESCALA 6) Algumas mulheres disseram frases relativas a cremes faciais. De acordo com essa

escala, me diga o quanto a Srª concorda ou discorda com cada uma delas:

Discordo totalmente

Discordo em parte

Nem discordo

nem concordo

Concordo em parte

Concordo Totalmente

Não sei avaliar

Uso cremes faciais para manter a juventude 1 2 3 4 5 6 Cuidar da pele é um investimento caro, mas que vale a pena 1 2 3 4 5 6 Na divulgação de cremes faciais, me identifico com rostos mais naturais, saudáveis

1 2 3 4 5 6

Cuidar do rosto é mais uma futilidade feminina 1 2 3 4 5 6 Me identifico mais com propagandas de cremes faciais que mostram artistas famosas

1 2 3 4 5 6

Um rosto jovem é aquele sem marcas do tempo 1 2 3 4 5 6 Uma boa propaganda me estimula a conhecer uma marca de creme facial

1 2 3 4 5 6

Meu creme de rosto significa tratamento 1 2 3 4 5 6 Acredito que cremes faciais transformam a minha pele 1 2 3 4 5 6 Cremes faciais podem retardar o envelhecimento 1 2 3 4 5 6 O uso de cremes faciais pode me tornar mais atraente 1 2 3 4 5 6

BLOCO C – COMUNICAÇÃO DAS MARCAS

17. Como a Srª tomou conhecimento dos cremes faciais que está usando atualmente? (RM Esp)

Indicação médica 1 Indicação de parentes/ amigos 2 Indicação de revendedora/ farmacêutica 3 Propaganda de revista 4 Propaganda de TV/ Rádio 5 Promoção 6 Folhetos/ Revistas de Revendedoras 7 Outro. Qual?__________________ 18. A Srª se lembra de ter visto ou ouvido propagandas de cremes faciais nos últimos 6 meses? Sim 1 Não 2 ���� PULE P/ Q.22

19. De quais marcas eram essas propagandas? ________________________________________________

20. Em quais meios/ veículos de comunicação a Srª viu essas propagandas? (RM Esp)

Rádio……………………. 1 Revista………………….. 4 Internet..............................7 TV……………………….. 2 Outdoor………………… 5 Não sei/ não lembro.......... 8 Jornal……………………. 3 Folhetos/ panfletos…….. 6 Outro:_____________________

21. O que a Srª se lembra de ter visto/ ouvido nessas propagandas? EXPLORE E ESCLAREÇA

MARCA 1: ___________________________

____________________________________________________________________________________ [ ]

61

MARCA 2: ___________________________

____________________________________________________________________________________ [ ]

MARCA 3: ___________________________

____________________________________________________________________________________ [ ]

BLOCO D – PERFIL DA CONSUMIDORA

22. (MOSTRAR CARTÃO 7) Esta parte do estudo pretende conhecer melhor o seu perfil, como a Srª se vê.

Vamos usar uma série de escalas limitadas nas extremidades por dois adjetivos opostos. Informe em que lugar a Srª se encontra nas escalas abaixo em relação aos adjetivos que a descrevem. Marque todas as escalas, sem omitir nenhuma.

A B C D E

Clássica ___ ___ ___ ___ ___ Moderna Aventureira ___ ___ ___ ___ ___ Cautelosa Simples ___ ___ ___ ___ ___ Sofisticada Exigente ___ ___ ___ ___ ___ Flexível Alimentação Balanceada ___ ___ ___ ___ ___ Fast-food Decidida ___ ___ ___ ___ ___ Indecisa Natural ___ ___ ___ ___ ___ Vaidosa Liberal ___ ___ ___ ___ ___ Ortodoxa Formal ___ ___ ___ ___ ___ Informal Racional ___ ___ ___ ___ ___ Emocional Conservadora ___ ___ ___ ___ ___ Inovadora

23. Ocupação principal atual: Assalariada registrada ........................................1 Só Dona de Casa ...................................8 Assalariada sem registro.....................................2 Só estudante ..........................................9 Funcionária Pública.............................................3 Só Aposentada .....................................10 Autônoma regular (paga INSS)............................4 Só vive de rendas .................................11 Profissional liberal (autônoma Universitária)........5 Desempregada .....................................12 Free-lance/ bico ...................................................6 Outros: (ANOTE) ___________________ Estagiária/ aprendiz (remunerado) ......................7

24. Estado conjugal: Casada (formal ou informal) 1 Solteira 2 Viúva 3 Desquitada/ separada 4 Outro. Qual? _____________ 5 25. A Srª tem filhos? Sim 1 Não 2 26. Etnia (ENTREVISTADOR – ANOTE POR OBSERVAÇÃO) Negro 1 Pardo 2 Branco 3 Amarelo 4 Para possibilitar a crítica e validação dessa entrevista, necessitamos que sejam informados alguns dados pessoais, para um contato posterior, caso necessário. Esclarecemos também que esta pesquisa obedece ao código de ética da ABEP, portanto o seu nome não será revelado e não poderá ser cedido para nenhum mailling de vendas. Nome:_________________________________ Tel______________ 27. Bairro:______________________[ ]

Muito obrigado por sua atenção!