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    Intensivo Modular AvanadoCARREIRAS JURDICAS

    Damsio Educacional

    MATERIAL DE APOIO

    Disciplina:Direitos HumanosProfessor:Guilherme Madeira

    Aulas: 09 e 10 | Data:28/05/2015

    ANOTAO DE AULA

    SUMRIO

    DIREITOS HUMANOS NA CF/88(...)2. Internalizao dos Tratados de Direitos Humanos e o Controle de Convencionalidade3. Processo de Celebrao de Tratados3.1 1 Possibilidade3.2 2 Possibilidade4. Valor dos Tratados de Direitos Humanos no Direito Brasileiro

    5. Controle de Convencionalidade5.1 Conceito5.2 Mecanismos5.3 Controle de Convencionalidade e sua Evoluo no Sistema Interamericano

    TRIBUNAIS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS1. Sistema Africano2. Sistema Europeu3. Sistema Interamericano

    SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEO DOS DIREITOS HUMANOS

    1. Diplomas Normativos2. Sistema Interamericano3. Sistema da Conveno4. Fase Perante a Comisso4.1 Legitimidade Ativa4.2 Legitimidade Passiva4.3 Localizao4.4 Requisitos de Admissibilidade

    DIREITOS HUMANOS NA CF/88

    So 3 mecanismos genricos previstos de proteo de direitos humanos: (i) incidente de deslocamento decompetncia; (ii) internalizao dos tratados de direitos humanos; e (iii) controle de convencionalidade.

    (...)

    2. Internalizao dos Tratados de Direitos Humanos e o Controle de Convencionalidade

    Os direitos e garantias previstos na CF/88 podem ser (i) expressos; (ii) implcitos; e (iii) inscritos em TratadosInternacionais de direitos humanos.

    A EC 45/04 incluiu o 3, no art. 5, CF, que determina que Tratados de direitos humanos que tenham sidoaprovados em 2 turnos, nas 2 Casas por 3/5, tm fora equivalente a Emendas Constitucionais.

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    Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes

    no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:(...) 3 Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanosque forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em doisturnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, seroequivalentes s emendas constitucionais(...)

    3. Processo de Celebrao dos Tratados

    Conforme o art. 84, VIII, CF, compete privativamente ao Presidente da Repblica celebrar Tratados, Convenes eAtos Internacionais sujeitos a referendo.

    Art. 84.Compete privativamente ao Presidente da Repblica:(...)VIII - celebrar tratados, convenes e atos internacionais, sujeitos areferendo do Congresso Nacional;(...)

    Conforme o art. 49, I, CF, de competncia exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobreTratados.

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atosinternacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos aopatrimnio nacional;(...)

    Em decorrncia disso, surgem 2 possibilidades.

    3.1 1 Possibilidade

    Assinado pelo Poder Executivo, os Tratados so aprovados pelo Congresso Nacional por maioria simples,ratificados e promulgados no Dirio Oficial. Mais tarde, podem ser novamente apreciados e aprovados com oqurum qualificado, hiptese em que h 2 manifestaes do Congresso Nacional.

    3.2 2 Possibilidade

    Assinado pelo Poder Executivo, so imediatamente aprovados sob o procedimento de Emenda Constitucional,caso em que se suprime a fase do art. 49, I, CF, em prestgio ao Princpio da Especialidade, oportunidade em queh uma s manifestao do Congresso Nacional, realizada com qurum qualificado, em 2 turnos.

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    4. Valor dos Tratados de Direitos Humanos no Direito Brasileiro

    Conforme a CF/88, os Tratados de Direitos Humanos tm status de Emenda Constitucional, mas aos demais queno passaram por processo de votao diferenciado, h 2 posies: (i) STF defende que se tratam de normas decarter supralegal, acima das leis e abaixo da CF/88; e (ii) de acordo com Valrio Mazzuoli, so normas com statusconstitucional que integram o Bloco de Constitucionalidade.

    No Brasil, o nico Tratado de Direitos Humanos com votao qualificada foi a Conveno Internacional sobreDireitos de Pessoas com Deficincia e seu Protocolo facultativo, conforme o Dec. 6949/09.

    5. Controle de Convencionalidade

    5.1 Conceito

    o processo de compatibilizao vertical das normas domsticas com os comandos encontrados nas ConvenesInternacionais de Direitos Humanos (anlogo ao controle de constitucionalidade, mas com Convenes).

    5.2 Mecanismos

    O mecanismo internacional exercido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

    O mecanismo interno exercido pelo STF, se concentrado e por qualquer Juzo ou Tribunal, se difuso.

    5.3 Controle de Convencionalidade e sua Evoluo no Sistema Interamericano

    O surgimento do controle de convencionalidade se d em 26 de setembro de 2006 no caso Almonacid Arellano eoutros x Chile. O Poder Judicirio deve exercer uma espcie de controle de convencionalidade entre as normasinternas e a Conveno Americana. At 2006, o controle era desempenhado apenas pela Corte Interamericana deDireitos Humanos e, a partir deste caso, o controle foi transferido ao Poder Judicirio local precipuamente,conforme excerto O Poder Judicirio deve ter em conta no s o Tratado, seno tambm interpretao que do

    mesmo tem feito a Corte Interamericana de Direitos Humanos, intrprete ltima da Conveno Interamericanade Direitos Humanos., razo per que o Poder Judicirio local deve levar em considerao a jurisprudncia da

    Corte, determinao que evoluiu mais em virtude do caso dos Trabalhadores Demitidos do Congresso x Peru, em2006, em que o controle de convencionalidade realizado de ofcio, sem necessidade de pedido da parte.

    O controle de convencionalidade da Corte Interamericana de Direitos Humanos no apenas sobre o texto daConveno Americana, mas tambm sobre outras Convenes, evidenciado no caso Gmez Palomino x Peru, em2005, em que foi analisada a Conveno Interamericana sobre o Desaparecimento Forado de Pessoas em Belmdo Par, em 1994.

    No caso Gelman x Uruguai, em 2011, h mudana em funo da obrigatoriedade do controle deconvencionalidade a todos rgos do Estado (CNJ, Poder Executivo federal, estadual e municipal etc.).

    TRIBUNAIS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

    No h Corte Internacional de Direitos Humanos, h regionais, pois no h um tribunal internacional de direitos

    humanos que tenha congregado o mundo todo, distintamente da Corte Internacional de Justia, que possui umpapel secundrio na proteo de direitos humanos, pois s os Estados podem ser autor ou ru, conforme o art.

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    34, 1, Estatuto da Corte Internacional de Justia, merc de que no se pode dizer que seja uma Corte de DireitosHumanos.

    1. Sistema Africano

    A Corte Africana dos Direitos do Homem e dos Povos entrou em vigor em 2004, com 15 ratificao, tem sede naTanznia e realizou o 1 julgamento em 2009, contra o Senegal, cuja ao foi reputada inadmissvel.

    2. Sistema Europeu

    Foi a 1 Corte especializada de direitos humanos no mundo, com sede em Estrasburgo, Frana, uma Convenofrequentemente alterada por Protocolos (j h 14). Com o Protocolo 9, permitiu-se que as vtimas fossem parte,demandassem diretamente o Estado, o que foi aprofundado pelo Protocolo 11 a possibilidade de qualquer vtima

    processar perante a Comisso. Na Europa, h a Comisso Europia de Direitos Humanos e a Corte Europia deDireitos Humanos, o Protocolo 9 autoriza a vtima a recorrer diretamente Comisso e o Protocolo 11 permitediretamente Corte.

    Embora tenha se baseado no Sistema Europeu, o Sistema Interamericano no adotou as alteraes introduzidaspelos Protocolos 9 e 11 e, portanto, no pode a vtima ir diretamente Corte.

    No Sistema Europeu, h a Teoria da Margem de Apreciao, segundo a qual a Corte Europia de DireitosHumanos d uma ordem Itlia, que pode-se recusar a cumpri-la perante o pagamento de uma indenizao,assim h uma margem para que o Estado manobre para no cumprir a ordem, o que no admitido no SistemaInteramericano.

    3. Sistema Interamericano

    a 2 Corte Especializada de Direitos Humanos, tem sede em San Jose da Costa Rica. O Brasil aderiu ConvenoAmericana de Direitos Humanos em 1992 e Jurisdio Obrigatria da Corte em 1998.

    SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEO DOS DIREITOS HUMANOS

    H o sistema universal da ONU e h os sistemas regionais (africano, europeu, asitico, interamericano etc.)

    1. Diplomas Normativos

    Declarao Americana de Direitos e Deveres do Homem, Carta da OEA, Conveno Americana da DireitosHumanos, Protocolo de San Salvador (sobre direitos sociais e econmicos).

    2. Sistema Interamericano

    composto por outros 2 sistemas: (i) sistema da Organizao dos Estados Americanos OEA, fundada naDeclarao Americana de Direitos e Deveres do Homem, criada na 9 Conferncia Interamericana de DireitosHumanos de 1948; e (ii) Conveno Americana de Direitos Humanos, criada na 5 Reunio de Consultas dosMinistros das Relaes Exteriores, realizado em Santiago, Chile, em 1959.

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    Os Estados que integram a OEA no necessariamente integram o sistema da Conveno Americana de DireitosHumanos, a ex. dos EUA. No entanto, os Estados que integram a Conveno Americana de Direitos Humanos so

    necessariamente integrantes da OEA, a ex. do Brasil.

    3. Sistema da Conveno

    A aceitao do Brasil s ocorreu em 3 de dezembro de 1998. O aspecto temporal da responsabilidadeinternacional dos direitos humanos consiste na possibilidade de o Estado s ser responsabilizado pelos atospraticados a partir da data de sua adeso ao sistema. Assim, o Brasil foi condenado por violaes a direitoshumanos na poca da ditadura, em que houve tortura e no-punio porque o no-fazer do Estado brasileiro seprolonga no tempo e, portanto, atraiu a competncia da Corte aps sua adeso. Logo, a omisso se protrai notempo e avana desde o passado at os dias atuais, a ex. da condenao no caso da guerrilha do Araguaia, GomesLund e outros x Brasil.

    O Sistema da Corte Interamericana de Direitos Humanos se baseia fortemente no sistema europeu, mas em suaconcepo originria, assim, bifsico com a 1 fase mediante a Comisso Interamericana de Direitos Humanos ea 2 perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

    4. Fase Perante a Comisso

    4.1 Legitimidade Ativa

    A reclamao pode ser feita por um indivduo, terceiros, ONGs, entidades no-governamentais reconhecidas em 1ou mais Estados membros da OEA.

    4.2 Legitimidade Passiva

    S o Estado pode ser ru perante a Comisso.

    4.3 Localizao

    A Comisso fica em Washington DC, embora os EUA no faam parte do sistema.

    4.4 Requisitos de Admissibilidade

    Qualquer pessoa pode, mas no s mandar um e-mail que se ter a demanda processada, deve atenderrequisitos.