ill domingo, 18 -de outubro de 1903 n.°...joaquim marques catita, nasceu em 3i de dezem bro de...

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Ill anno DOMINGO, 18 -DE OUTUBRO DE 1903 N.° 118 IV SEM A NA RIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA AssigitiUara h Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. í] para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moéda for e;. A Avulso, no dia da publicação, 20 réis. H EDITOR— José Angus loSaloio M i.° — RUA DIREITA — 19, i.° ú Publicações íi Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, (S 20 réis. Annuncios na 4.» pag:na, contracto espícial. Os auto- i , graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. fj PROPRIETÁRIO José Auguslo Saloio EXPEDIENTE llogamos aos nossos estimáveis asslgnautes a fineza de nos participa- reni qualquer falta na re messa «lo Jornal, para de prompto p ro v £ <1 eneia r- nios. Acceitam-sè eotn grati dão quaesquer notieias (|(ic sejam «le inéeresse |)!ll)IÍCO. . O MAR Desde o começo do mun do que elle é o flagello das màes e das esposas, a quem arrebata os entes queridos no seu vórtice medonho; desde o começo do mundo que ellè semeia por toda a parte a desgraça, o luto e a devastação. Os homensdominam-n’o por um momento; conse guem caminhar-lhe sobre o dorso em frágeis barqui nho» ou em vapores da mais alta lotação; vão des- > / cobrir por elle os mundos desconhecidos, as terras inhospitas onde espalham a civilisacão ou levam na » ponta das espadas e das baionetas, os horrores da guerra; mas elle, o gigan te que por vezes se curva â vontade humana, tem tambem as suas coleras ter ríveis, os seus momentos dc desespero e de raiva, e então nada ha que o con tenha, não ha diques que se lhe possam oppòr. Ainda ha pouco o nau- fragio que se deu na praia da Torreira deixou na mi séria e na orphandade bas tantes familias, por falta dos braços vigorosos que as amparavam. Felizmente, porém, a caridade nunca se extingue nos corações portuguezes, e essas fami lias hão de ter em breve o conchego no lar e o pão na arca. O que ninguém pode é restituir-lhes as vidas que o mar lhes roubou. Mas se a saudade lhes faz verter lagrimas amargas, as dadi vas abençoadas das.almas bondosas hão de l.e\>ir-lhes aos corações amargura dos o balsamo da resigna ção. Bem hajam os seus bem- feitores. JOAQIJIM DOS ANJOS. .V camara municipal A camara municipal d’es- te concelho deliberou or- ganisar uma postura sobre vehiculos, que mandou affi- xar por todo o concelho. Custa-nos vêr transgredir a maior parte dos artigos de que se compõe essa pos tura, e, muito especialm en te, os artigos 2.0, &.°, <).° e io.°. Lembramos, pois, á digna camara a convenien- cia de os fazer cumprir ri gorosamente, afim de evi tai- clamnos e sobretudo al gum desastre. •Jesus. e iPaaa Da Livraria Kdilora de José Figueirinhas Junior, rua das Oliveiras, 75, Por to, recebemos um interes sante livrinho de poesias de Teixeira de Pascoaes. Não temos duvida em recommendal-o aos nossos leitores e tanto mais que o seu custo é apenas de 400 réis, revertendo o seu pro- ducto a favor duma Avsz.s- lencia a creanças doentes que se vae fundar em Ama- rante. Agradecemos 0 exem plar otferecido. O Concelho «fBSstarreja Entrou no terceiro anno de publicação este nosso presado e bem redigido collega, orgão do partido progressista, que se publi ca em Pardilhó, Estarreja. Cordiaes felicitacões. O Vargas Conforme noticiámos, ef- fectuou-se no domingo ul timo no salão do Novo Club, com regular concor rência de socios, o espectá culo promovido pelo dis tincto actor-imitador Var- gas. Vargas foi muito applau dido. AGRICULTURA Os mastruço vulgar Ha duas plantas nas hor tas a que dão o nome vul- gar'de mastruço. CJma é a chaga Troce- lum inajus , uma soberba planta trepadora, de largo effeito ornamental, cujos fructos verdes servem pa ra preparar de conserva em vinagre, como as alca parras, e as pétalas das flores para misturar com as saladas, que ornamen tam, e a que dão um sabôr similhante ao dos agriões. A esta tropaeoleácea dão o nome vulgar de Mastru ço do Perú. O mastruço, porém, de que nos vamos occupar, é o mastruço vulgar, uma uuufci.u a jLepídiiim òcicí- 1 - 7 / 777 , planta annual de ori gem duvidosa, que, segun do uns, é originaria da Persia, segundo outros, da índia, da Grecia, da Russia e do Egypto. Vinda seja d’onde fòr, o caso é que foi introduzida na Europa desde os mais remotos tempos, sendo, ao presente, pouco cultivada em virtude de uma das muitas injustiças da moda que, depois cie ter justa mente consagrado o mas truço vulgar, e de 0 ter fei to ser prato obrigatorio nas mesas dos opulentos, o dei xou cair pouco a pouco no indevido esquecimento em que ao presente jaz. E’ uma planta muito rús tica, de caufe de o,n‘ 3 o a 0,45 de altura, glabro, de folhas glaucas oblongas e pinna-partidas; as flores, pequenas e brancas, estão dispostas em cacho na ex tremidade dos ramos. Desenvolve-se quasi sem cuidados e em todas as ex posições. Semeia-se todo o anno e, mais em especial, em agosto e setembro’ ou março e abril, a lanço ou em canteiro, á sombra. As sementes germinam em 24 horas e a planta produz fo lhas aproveitaveis alguns dias após 0 nascimento. Quem quizer ter sempre folhas e rebentos tenros, carece de semear o mas truço de quinze em quinze dias. Se o terreno onde se fi zer a sementeira fôr sec- co é indispensável régal-o abundantemente e sachal-o com frequencia, para que as plantas se desenvolvam bem e sejam tenras e sabo rosas. A rapida germinação do mastruço faz com que as sementes sejam muito utili- sadas no extrange ro para, no inverno, cob ir de ver dura vasos, jarras, garra fas, eíc. Para isto vestem- se os vasos com musgo, fragmentos de esponja, ou tiras de panno de tecido fi no, que se embebem em agua e depois se lhe pou sam em cima as sementes do mastruço. Por este pro cesso obtem-se, em meia Uu/.ict diu, uma qual quer vasilha da fórma mais caprichosa, fique completa mente vestida com um lin do invólucro vegetal. O mastruço, assim como nasce rapidamente, tam bem espiga e se inutilisa de prompto, para fins culiná rios. Convém não deixar perder as sementes, que carecem de ser cuidadosa mente aproveitadas para frequente utilisação. As es pigas colhem-se logo que as hastes começarem a mu dar de côr, e dispõem-se sobre um panno, que se es tende ao sol. Quando co meçarem a seccar, saco- dem-se fortemente para que as sementes cáeam so bre o panno, onde se apa nham e guardam. Estas se mentes conservam todo o seu vigor vegetativo du rante cinco annos. As folhas novas e os re bentos tenros do mastruço, pelo seu sabor ácre um pouco similhante ao do das folhas da mostarda, servem para ornamentar assados e ser proveitosamente mistu rados com as saladas. Na medicina utilisam-se para combater 0 escorbuto. O mastruço não tem si do até ao presente atacado por doença criptogamica alguma, e, do reino animal, só é devorado pela áltica, que faz destroço nas folhas tenras. Das numerosas varieda des de mastruço as princi paes são: Mastruço dourado — De folhagem verde desbotado passando quasi ao amar.el- io. E’ muito apreciado pelo seu grande vigor e extraor- dinaria rusticidacfe. Mastruço de folha larga — E’ uma variedade muito saborosa, pouco picante, de folhagem muito abun dante, e folhas, como o no me indica, largas e pouco dentadas. Mastruço frisado — De folhas numerosas, profun damente recortadas, quasi lanciniadas, torcidas. Mastruço anão muitof r i sado — Produz um formoso tufo de folhas muito frisa das, 4LIC m<e uau um iujuu effeito decorativo. EDUARDO SEQUEIRA. Da Gazeta das Aldeias). —<co— — Armazéns Círandella Acabamos de receber o supplemento ao n.° 67 do Passatempo, interessante Revista Illustrada da capi tal. Contém o Catalogo das novidades para a estação de inverno illustrado com cer ca de 800 gravuras de tu do o que a moda impõe de mais recente criação. As facilidades que os Ar mazéns Grandella de Lis boa proporcionam ás pes soas de fóra da capital que li queiram fazer as suas compras são taes, que o movimento de expedições para a provinda tem na quella importante casa, tor nado, nestes últimos tem pos um desenvolvimento colossal. O interessante livrinho de modas é enviado de gra ça a quem o pedir aos srs. Grandella & C.a— Rua do Ouro, 21 5 — Lisboa, e nós lembramos a conveniencia que todos terão em adqui- ril-o porque nada lhes cus ta e é de grande utilida de.

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  • Ill anno DOMINGO, 18 -DE OUTUBRO DE 1903 N.° 118

    I VSEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R IC O L A

    AssigitiUara hAnno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. í] para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moéda for e; . AAvulso, no dia da publicação, 20 réis. H

    EDITOR— José A ngus lo Saloio M i.° — RUA DIREITA — 19, i.°

    ú Publicaçõesí i Annuncios— i. a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, (S 20 réis. Annuncios na 4.» pag:na, contracto espícial. Os auto-i , graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.

    f j P R O P R I E T Á R I O — José Auguslo Saloio

    EXPEDIENTEllogamos aos nossos

    estimáveis asslgnautes a fineza de nos participa- reni qualquer falta na r e messa «lo Jornal, para de prompto p ro v £ /cobrir por elle os mundos desconhecidos, as terras inhospitas onde espalham a civilisacão ou levam na »ponta das espadas e das baionetas, os horrores da guerra; mas elle, o gigante que por vezes se curva â vontade humana, tem tambem as suas coleras terríveis, os seus momentos dc desespero e de raiva, e então nada ha que o contenha, não ha diques que se lhe possam oppòr.

    Ainda ha pouco o nau- fragio que se deu na praia da Torreira deixou na miséria e na orphandade bastantes familias, por falta dos braços vigorosos que as amparavam. Felizmente, porém, a caridade nunca se extingue nos corações portuguezes, e essas familias hão de ter em breve o conchego no lar e o pão na arca.

    O que ninguém pode é restituir-lhes as vidas que o mar lhes roubou. Mas se a saudade lhes faz verter lagrimas amargas, as dadivas abençoadas das.almas bondosas hão de l.e\>ir-lhes aos corações amargura

    dos o balsamo da resignação.

    Bem hajam os seus bem- feitores.

    JOAQIJIM DOS ANJOS.

    .V cam ara m u n ic ip a l

    A camara municipal d’es- te concelho deliberou or- ganisar uma postura sobre vehiculos, que mandou affi- xar por todo o concelho. Custa-nos vêr transgredir a maior parte dos artigos de que se compõe essa postura, e, muito especialm ente, os artigos 2.0, &.°,

  • Sloeidade

    Subordinada a esta epi-g.raphe acabamos da receber. ,uma interessante poesia do nosso amigo, sr. Antonio Mendes Freire Maneira, a que não damos hoje publicidade por ter já chegado tarde. Será publicada no proximo numero.

    Continuação da relação das pessoas mais antigas desta villa, que actualmen te aqui existem.

    Maria Izabel de Almeida, nasceu em 28 de agosto de 1810, tem 88 annos; Manuel Rodrigu.es Pinto, nasceu em 28 de 1824, tem 79; Gertrudes de Jesus Moiteira, nasceu em 2 de junho de 1824, tem 79; José Matoquis Gasp ir, nas ceu em 6 de setembro de 1825, tem 78; José da Veiga Magdalena, nasceu em 14 de dezembro de 1825, tem 77; Domingos Tavares, nasceu em 22 de fevereiro de 1828, tem y5 ; Joaquim Marques Catita, nasceu em 3 i de dezembro de 18 3 1, tem 71.

    Acham-se affixados edi-taes annunciando para odia 8 do proximo mezde novembro, pela uma nora aa tarde, o seguinte:

    Renda da casa para venda do peixe, imposto no vinho, rendimento do guindaste e terrenos no Caes em Aldegallega; imposto' no vinho e adjudicação da illuminação em Ganha; imposto no vinho e adjudicação da illuminação em Sarilhos Grandes.

    são de 12 do corrente, para fazerem parte da commissão do recenseamento militar, os seguintes individuos:

    Effeclivos— Antonio dos Anjos Bello, Emilio de Jesus Bisca, José Antonio da Silva e Antonio Luiz Sal-

    <Supplenles— Antonio Lei

    te, Antonio Vicente Nunes Marques, Antonio Joaquim Pereira Nepomuceno e Joaquim Duarte Pereira Rato.

    gado.

    «JtaaeixasManuel Malhão, traba

    lhador, natural e residente nesta villa, queixou-se na administração do concelho de que, cerca das 9 horas e meia da noite de domingo ultimo, na taberna de João Soares Canastreiro, na rua de S. Sebastião, nesta villa, foi cobardemente ag- gredido com duas facadas, uma no hombro esquerdo e outra no mamillo esquerdo, por José Maria Frade, tambem trabalhador e natural desta villa. Foram-lhe prestados todos os soccor- ros médicos na pharmacia Maneira. O aggressor re- fjgiou-se, não tendo ainda sido preso.

    — Tambem se queixou Jayme José Antonio Pedro ou Jayme Enguiço de que,p i cxt) 1 0 l-i o r c to • ^ n i c i a vlicinoite, no largo da Palma, fòra aggredido com uma facada na cara por Francisco da Silva Calceteiro com uma pedrada nas costas por José Mamede, ambos naturaes e residentes nesta villa.

    A

    Foram ao banquete offe- recido em i 5 do corrente ao presidente do conselho d e' ministros sr. Ernesto Rodolpho Llintze Ribeiro, representando este concelho, os ex.n,os srs. Domingos Tavares, presidente da camara, e Francisco da Silva, vice-presidente.

    --------- ;-------«o— ---------------------- -----------

    Foram nomeados pela camara municipal, em ses

    A i s u i re r s a r io sPassa hoje o anniversa

    rio natalicio da sr.a D. Angelina Gusmão da Silva, esposa do nosso amigo, sr. Antonio José da Silva, conceituado commerciante da praça de Lisboa.

    Parabéns..— Tambem o sr Felicia-

    no da Costa, .empregado- no commercio, Lisboa, faz ámanhã o seu 35 .° anniversario natalicio.

    Os nossos parabéns.

    C O F R E B I F E 1 0 L 1 S

    ANDALUZIA(Por occasião dos terramotos)

    P o r que esids abalida, anniquilada,Tu, que eras como a luz da madrugada, .

    A estrella da manhan?Parece que, movido á crua guerra,N 'u m momento le f o i lançar p o r terra

    0 braço d ’um litan!

    0 calaclysmo horrivel e sombrio Faz perder d ’uma idéa o p ro p rio f io

    Que existe em cada craneo;E num a dura, atroz monotonia,Dom ina sempre os grilos da agonia

    Um estrondo subterrâneo!»

    Abalem as famosas calhedraes,Poemas d ’aiie, as obras immortaes

    D'altíssimo 'Valor;Foge p r a 0 campo o povo desolado,Ouve-se em toda a parte 0 mesmo brado

    De gélido pavor!

    Vêem-se as mães, em doloroso anceio, Apertarem os filh o s contra o seio,

    N 'u m soluçar pungente,E beijando essa face estremecida,Defenderam a vida da sua vida

    D'aquelle abalo ingente!

    E um quadro medonho e pavoroso;A esposa e mãe lamenta filho e esposo,

    Com uma angustia estranha;E a Natureza, sem p a ra r jamais.Continua espalhando o luto e os aes

    P o r sobre a pobre Hespanha!

    ! T

    Se agora o fatal anjo d'azas negras Levou alli a m orle, o isolamento,E u vejo d'ou Iro anjo as niveas azas Que brilham como o sol no firmamento.

    E " seu nome form oso a Caridade,O uro e luz semeando a plenas mãos;Reune toda a lerra n um abraço E os povos faz universaes irm ãos!

    JOAQ UIM DOS ANJOS.

    A N E C D O T A S

    — E certo, minha senhora, que v. ex:' disse que eu não tinha talento?

    — Não, senhor. Posso ju ra r-lh e que é esta a prim eira vez e,n cl ue ouvi falar do seu talento.

    u m i i i i i i i i i i i i i i i i t i i

    Professor— Valha-le Deus, rapaz! Cada vez sabes menos! L u quando tinha a tua edade, já lia correctamente, efazia as quatro operações. . .

    Discípulo— E que naturalmente o senhor teve melhor mestre do que eu.

    LITTERATURAA torre de vidro

    fContinuado d o n .° 117J

    Teugoh voltou, calculando o valor do que tomára aos seus visinhos e o valor dos destroços que ia en- contrar junto da torre de vidro.

    Olhou para o Oceano e viu á popa de um navio Thogarma que lhe enviava com a mão um signal de despedida. Ouviu o canto de Horvada, e este canto era a melodia da despedida; Viarna por meio dn espelho, dirigia um raio de sol sobre T eugoh...

    E o chefe de coração duro julgou morrer de colera, Os navios desapareceram, e elle pensou:

    — A construcção da torre chamou sobre mim a desgraça!

    E quiz destruir o edificio de vidro.

    Ordenou aos escravos que derrubassem as paredes com pesados martellos, Mas os martellos partiram- se ao baterem no vidro. A resonancia da torre parecia uma sequencia de soluços.

    Teugoh quiz que ella fosse derrubada por meio de blóc-os lançados por catapultas; mas os blocos deslisavam pelas paredes, mais lisas que o marfim... E a resonancia da torre pareci am ga rgal hadas zom- beteiras.

    Disse elle então:-— Os esforços dos ho

    mens não podem destruir a torre de vidro. As tempestades se encarregarão d’isso.. . e o fogo do céo reduzil-a-ha a cinzas...

    Mas na mais forte das tempestades, as ondas pareciam abrir-se, para não arruinarem a torre, e os raios pareciam afastar-se delia. . .

    Um anno decorreu.Certa manhã, Teugoh

    viu no horisonte tres navios, de vélas ao vento, de pavilhões multicolores.

    40 FOLHETIM

    Traduccão de J. DOS ANJOS

    1)3 P E C C A D OL iv ro p r im e i ro

    IV

    E lle, vendo-a alli, comprehendeu que a máe não se oppunhu ao casamento e sahiu-lhe dos labios um grito de gratidão.

    O’ minha mãe, exclamou inclinando-se, obrigado!

    — P o r que me agradeces? perguntou cila surprehedida.

    — Não consente em auxiliar a minha felicidade?

    — Consinto por que sou obrigada a isso. E

  • Dirigiam-se para a torre.' A’ prôa do primeiro, via- se de pé uma mulher vestida de escarlate e de ouro e tinha nos braços uma creança loura e formosa como o mais bello dos che- rubins.

    Teugoh reconheceu V iarna, e sentiu-se perturbado até ao fundo dalma.

    A' prôa do segundo navio via-se uma princeza vestida de azul e de prata. Dava o seio a uma creança e cantava.

    Teugoh reconheceu Horvada.

    A’ prôa do terceiro navio vinha urna mulher tão bella que deslumbrava o proprio sol. Toda vestida de branco, os seus braços formavam o berço de uma creança.

    Teugoh reconheceuTho- gàrma.

    O chefe chorou então de contentamento. E sentiu-se satisfeito por que a torre de vidro tivesse resistido aos esforços dos elementos, pois que ella podia abrigar dignamente as filhas e os netos de Teugoh.

    E este, que nunca na sua vida orára, ajoelhou, sup- plicando aos deuses, senhores dos destinos, que penuittissem que a torre de vidro nunca se abysmas- se nas ondas tempestuosas.

    — Que ella cante, ao menos durante séculos, de envolta cora as lyras das mulheres, com os clarins guerreiros, e com os gritos das creanças!

    A voz feminina, o som beliicoso da guerra e a tagarelice duma creança rejubilam divinamente o coração dos homens!

    E é tão bom viver na antiga casa onde as próprias pedras parecem associar-se ás nossas alegrias!

    publicação, editada pelos Grandes Armazéns Gran- aella, da capital, e ficámos encantados, pois que o seu summario ardstíeo e litterario é de primeira ordem. Traz, em continuação, uma notável monographia do Mosteiro da Batalha devido á critica de Fag. O Passatempo distribuirá pelo proximo Natal e por meio de Tombola, brindes no valor de 400^000 réis. Assigna-se nos Grandes Arnazens Grandella ao preço de 5 00 réis o semestre. Basta enviar, em carta, esta importancia dirigida a Grandella & C .a, Lisboa, para logo se principiar recebendo o Passaíe/npo e ficar com direito á Tombola.

    ---co-

    FFeséejos ajss. S ebas tião

    Acha-se já contratada para os pomposos festejos' a S. Sebastião, a distincta phylarmonica Fstrella M oi- tense, da Moita, que pela primeira vez aqui vem tocar.

    T o u ra d a

    A commissão promotora dos grandes festejos a S. Sebastião, foi no dia 16 pedir ao ex.mo sr. Estevam Augusto d’01iveira, gado para uma tourada que terá logar na tarde de 27 do corrente na praça desta villa. S. ex.a da melhor vontade se promptificou a ajudar a commissão dos festejos, cedendo-lhe generosamente gado para uma tourada.

    Tomam parte nesta tou rada os amadores mais distinctos desta villa, coadjuvados pelo eximio banda- rilheiro Augusto Salgado

    ' ‘Passatempo..

    Acabamos de receber 0 numero 67 desta luxuosa

    Ŝ ssiaaosa

    Falleceu em ifSdeoutu- bro

  • ESTEVÃO JO SE DOS REIS—* COM *—

    O F F I C I N A D E CALD EI RE I R O DE COBREf l l l i d l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l i l l l i i s i l l l l l l l l l l l l l

    Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.

    R U A D E J O S É M A R L I D O S S A N T O S ALDEGALLEGA

    S A L C H I C H A R I A M E R C A N T I L

    J O A Q U I M P E D R O J E S U S R E L O G I O--------.-.iflix e i --------------

    Carne de porco, azeite de Castello Branco e mais qualidades, petroieo, sabão, cereaes, legumes, mantei- gas puras de leite da Ilha da Madeira e da Praia d’Ancora e queijos de differentes qualidades.

    Todos estes generos são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.'

    54 a 56, L a rg o da P raça Serpa Pinlo, 54 a 56 ALDEGALLEGA

    L O J A D O B A R A T O126 D E —

    MOURA Z. BRANOOOs proprietários d'este estabelecimento acabam de

    receber um importante sortimento de casimiras, chapéos, calçado, bombasinas, sedas, chitas, brocados, enfeites, rendas, etc., taes como;

    Finas casimiras para fato, cortes com 3 metros desde i $ 5oo a 11 $000 réis;

    Um saldo de 80 peças de chitas que eram de i 5o a 100 réis;

    Patentes desde 70 a 240 réis;Grande variedade de lãs em phantasia desde 36o

    a 900 réis;Lindos riscados zephires a 115 réis;Lenços de seda desde 7 5o réis;Sortimento completo de calçado para homem, se

    nhora e creanças;

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    mento, palpitem os preços nos antros para assim poberem vêt quem venòe mais barato* (lanhar pouco para nenber muito.

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    Phantasias desde i 5o r é is o melro.

    Lã e seda desde 700 réis o metro.

    Cotins, riscados, chitas e tudo quanto diz respeito a fazendas.

    Neste estabelecimento só se annuncia o que ha e pelo minimo preço por que se póde vender; não se annuncia o que não ha por que não é loja mista, unicamente tem fazendas, e não como outras

    que apenas teem umas amostras para illudir o publico.Quando, por qualquer eventualidade, haja alguma casa que se queira pôr a

    par desta eguaiando-lhe os preços, o proprietário do Grande Arm arem do Commercio, péde que confrontem as qualidades.

    N esta casa nao se fazem milagres; limitS-se o seu proprietário a ganhar muito pouco para assim dar grande desenvolvimento ao seu

    commercio.c v v j\ x a \ : x \ r o ò s t ív t x \ r : x c - x v : -x n : x̂ v ? -x n t x v : . \ v 7 \ \ r x \ : c w c c c - t o c cvyr, - x \ r c w r .x n s t c c t o c cvs r c s x r c v v - x v x v : x c

    !! IIA PE LA IIIA R I B E I R O »-_:>£---

    7 em tido esta casa um desenvolvimento exlraordinario devido d solide^ com que teem sido feitos todos os trabalhos concernentes a chapelaria. Todos os trabalhos são executados nesta casa com a maxim aperfeição, rapide^e modicidade de preços, tanto nos d2 encommenda como nos concertos, para o que tem pessoal habilitado.

    A Pt-.içít Pi„fo - A fJM G A L lE S A IM RIBA T H ®t ííõlJiõ) j Ir#J.fa!si1

    C O M P A N H I A F A B R I L S I M EliP o r 500 réis semanaes se adquirem as cele

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    'Chronica do reinado de Luiz XV)Romance historico par

    E. LADOUCETTEOs amores trágicos de Manon Les-

    raut com o celebre caválleiro de Grieux. formam o entrecho deste romame, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade deveras encantaiíor.

    A côrte de Luiz xv. com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d'0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvida a alcançar entre nós exito egual áquelle com que foi recebido em Pa- ris, onde se contavam por milhares os exemplares vendidos.

    A edição portugueza do popular e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e constará apenas de 2 volumes.

    2 0 ré is o fa sc ícu loSOO ré is o tonio

    2 valiosos brindes a todos os assignantes

    Pedidos á Bibliotheca Popular, hiti-presa Editora, 162, Rua da Rosa,— Lisboa.