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ILDETE DE JESUS REIS XAVIER LAHYS MOREIRA DE ALMEIDA ATLETAS DE ATLETISMO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E VISUAL: TREINAMENTO, PERFORMANCE E TESTE DE ESFORÇO Monografia apresentada a Universidade Federal de São Paulo - Pró Reitoria de Extensão para obtenção do titulo de Especialista em Intervenção Fisioterapeutica em Doenças Neuromusculares. São Paulo 2010

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ILDETE DE JESUS REIS XAVIER

LAHYS MOREIRA DE ALMEIDA

ATLETAS DE ATLETISMO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E VISUAL: TREINAMENTO, PERFORMANCE E TESTE DE ESFORÇO

Monografia apresentada a Universidade Federal de São Paulo - Pró Reitoria de Extensão para obtenção do titulo de Especialista em Intervenção Fisioterapeutica em Doenças Neuromusculares.

São Paulo

2010

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Xavier, Ildete de Jesus Reis; Almeida, Lahys Moreira de Atletas De Atletismo Com Deficiência Física E Visual: Treinamento, Performance e Teste de Esforço / Ildete de Jesus Reis Xavier e Lahys Moreira de Almeida. -- São Paulo, 2010.

xvii, 81f.

Monografia (Especialização) - Universidade Federal de São Paulo. Pró-Reitoria de Extensão. Curso de Especialização em Intervenção Fisioterapêutica nas Doenças Neuromusculares.

Título em inglês: Athletics athletes with disabilities physical and visual: training, performance and testing effort

1.Teste de Esforço. 2.Esporte Adaptado. 3. Atletismo.

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ILDETE DE JESUS REIS XAVIER

LAHYS MOREIRA DE ALMEIDA

ATLETAS DE ATLETISMO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E VISUAL: TREINAMENTO, PERFORMANCE E TESTE DE ESFORÇO

Monografia apresentada a Universidade Federal de São Paulo - Pró Reitoria de Extensão para obtenção do titulo de Especialista em Intervenção Fisioterapeutica em Doenças Neuromusculares.

Orientadora: Ft. Esp. Maria Salete Conde

Co-orientador: Ft. Ms. Marco Antônio Alves Ferreira

São Paulo

2010

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iv

ILDETE DE JESUS REIS XAVIER

LAHYS MOREIRA DE ALMEIDA

ATLETAS DE ATLETISMO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E VISUAL: TREINAMENTO, PERFORMANCE E TESTE DE ESFORÇO

BANCA EXAMINADORA

Presidente da banca: Ft. Esp. Maria Salete Conde

___________________________________________________________________

Dr. Acary Souza Bulle Oliveira

___________________________________________________________________

Dr. Paulo E. Ramos

___________________________________________________________________

Aprovada em: 26/03/2011

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v

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA – SETOR DE DOENÇAS

NEUROMUSCULARES

Chefe de departamento: Mirto Nelso Prandini

Chefe da disciplina de Neurologia Clínica: Ademir Baptista da Silva

Coordenador do curso de especialização em Intervenções Fisioterapêutica em Doenças Neuromusculares: Prof. Dr. Acary Souza Bulle de Oliveira

Profa. Dra. Sissy Veloso Fontes

Profa Ft. Ms. Francis Meire Fávero

Profa Ft. MS. Abrahão Augusto J. Quadros

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vi

À minha mãe Amélia, que como educadora me ensinou a considerar que todas as

pessoas são especiais e ao meu esposo Marcelo Xavier por mostrar-me os meus

limites todas as vezes que achei que já os tinha ultrapassado.

Ildete Reis

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vii

AGRADECIMENTOS

A Deus, meu Criador e Mantenedor, pelo privilégio de me conceder a

oportunidade de realizar mais uma etapa e por estar sempre ao meu lado todas as

vezes que precisei.

Aos meus queridos pais, Amélia e Noel, que me deram a vida, se doaram por

inteiro em minha formação e me ensinaram a viver com dignidade.

Ao meu querido esposo, Marcelo Xavier, por acreditar em mim, pela paciência,

companheirismo, sinceridade, incentivo, dedicação e amor. Se eu cheguei tão

longe foi porque você me impulsionou.

A minha família, em especial minha irmã Cristina e meu cunhado Leandro, pelo

apoio que me deram durante todos esses anos e por vibrarem comigo a cada

vitória alcançada.

A minha companheira de TCC e amiga Lahys por dividir comigo os sonhos,as

alegrias e expectativas. Pelo companheirismo, amizade e ajuda sempre que

precisei; pela “hospedagem” e acima de tudo por saber que tenho em você

alguém em quem eu possa confiar.

Ao meu sobrinho Erick, por todas as vezes que me esperou acordado depois das

aulas, com uma xícara de chocolate quente.

A minha orientadora, profª Maria Salete Conde, pela orientação neste trabalho;

pelo exemplo de responsabilidade, dedicação e por acreditar em nós.

Agradeço ao nosso co-orientador Marco Antônio, pela atenção dispensada, pelas

dicas essenciais para a construção deste trabalho, pelo exemplo de

profissionalismo e companheirismo.

Aos meus colegas do Ambulatório de Esporte Adaptado da UNIFESP, pelo

companheirismo, e em especial, Ronaldo que ajudou-me na coleta dos testes de

esforço e ao Renato que ajudou-me a montar o protocolo.

Aos atletas do ambulatório neuro muscular por nos mostrar a força interior de cada

um, o desejo de vencer desafiando os próprios limites e por se doarem nesta

pesquisa.

Ildete Reis

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viii

Dedico a Deus, por nos dar sabedoria para a elaboração deste estudo e aos

meus pais José e Elza, por estarem presentes em minha vida e com excesso de

amor me tornou esperançosa por ser “grande” e de querer correr riscos, com a

certeza de vencer no final.

Lahys Almeida

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ix

Agradecimentos

A Deus por estar sempre presente em minha vida e por tornar tudo possível.

Aos meus pais, José Almeida e Elza Almeida, que me deram a vida e me

ensinaram a viver com dignidade e mais uma vez a vocês, que doaram inteiros e

renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes eu pudesse realizar os

meus. Estudar fora é difícil, a saudade é grande, mas o amor, o apoio e o carinho

superam distâncias e eu sempre tive a compreensão incondicional deles.

A minha irmã querida Thaís Almeida pelo amor, por todo o apoio e disponibilidade

de ajudar, pelo companheirismo e constante paciência durante os meus “maus”

momentos. Te amo maninha!

Ao meu namorado Guilherme pelo amor, incentivo e sugestões a realização deste

trabalho. Graças a sua presença foi mais fácil transpor os dias de desânimo e

cansaço. Te Amo Gui!

A Ildete Reis, admirável dupla de MCC, que se disponibilizou a vir de “tão tão”

distante (Ribeirão Preto) para a construção e melhoria deste trabalho. Também

pelas palavras que me encorajaram nos momentos mais difíceis. Foi ótimo estar

com você nos bons e maus momentos, dando risadas, chorando...enfim sempre

apoiando uma a outra. Obrigada pelos três anos de amizade e convívio!

A Professora Maria Salete Conde, minha orientadora, pelo seu incansável e

permanente encorajamento, pela disponibilidade dispensada em todas as

situações e pelas suas sugestões que foram preciosas para a concretização deste

trabalho.

Ao Professor Marco Antônio Alves, meu co-orientador, pela disponibilidade e pelas

sábias sugestões imprescindiveis para a elaboração deste trabalho.

Aos atletas, que nos ensinaram a pensar que "Se não puder se destacar pelo

talento, vença pelo esforço!" e que com boa vontade participaram deste estudo.

A todos que com empenho, entusiasmo e bondade contribuíram, direta ou

indiretamente, para que este estudo se concretizasse que fizeram parte do meu

convívio no dia a dia, meu muito obrigado. Lahys Almeida

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"Há homens que lutam um dia e são bons.

Há outros que lutam um ano e são melhores.

Há os que lutam muitos anos e são muito bons.

Porém, há os que lutam toda a vida.

Esses são os imprescindíveis."

Bertolt Brecht

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características dos atletas quanto aos dados demográficos...............27

Tabela 2. Caracterização da amostra quanto à modalidade

e classificação atual.............................................................................28

Tabela 3. Diagnóstico médico..............................................................................28

Tabela 4. Sequela residual...................................................................................29

Tabela 5. Histórico esportivo................................................................................29

Tabela 6. Saúde do atleta....................................................................................30

Tabela 7. Treinamento.........................................................................................30

Tabela 8. Condicionamento..................................................................................31

Tabela 9. Competição...........................................................................................32

Tabela 10. Tempo de recuperação........................................................................33

Tabela 11. Teste de esforço...................................................................................34

Tabela 12. Comparação da frequência de treino pré prova com idade e ano

início.....................................................................................................35

Tabela 13. Comparação de frequência treino pós prova com idade e ano

Início...................................................................................................35

Tabela 14. Comparação do tempo de treino com idade e ano início.....................36

Tabela 15. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com a

modalidade inicial................................................................................36

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Tabela 16. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com a

modalidade atual/atletismo...................................................................37

Tabela 17. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com

provas de rua........................................................................................37

Tabela 18. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com

provas de pista.....................................................................................38

Tabela 19. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com o

percurso de provas rua.........................................................................38

Tabela 20. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com o

percurso pista.....................................................................................39

Tabela 21. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com o

intervalo entre provas.........................................................................39

Tabela 22. Relação e/ou associação entre tempo de treino com a modalidade

Inicial....................................................................................................40

Tabela 23. Relação e/ou associação entre tempo de treino com a modalidade

atual/atletismo......................................................................................40

Tabela 24. Relação e/ou associação entre tempo de treino com as

provas de rua......................................................................................41

Tabela 25. Relação e/ou associação entre tempo de treino com as provas de

Pista....................................................................................................41

Tabela 26. Relação e/ou associação entre tempo de treino com o percurso de

Rua......................................................................................................42

Tabela 27. Relação e/ou associação entre tempo de treino com o percurso de

Pista.....................................................................................................42

Tabela 28. Relação e/ou associação entre tempo de treino com o intervalo entre

as provas.............................................................................................43

Tabela 29. Relação e/ou associação entre frequência de treino pré prova com as

variáveis do teste de esforço...............................................................44

Tabela 30. Relação e/ou associação entre frequência de treino pós prova com as

variáveis do teste de esforço...............................................................44

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Tabela 31. Relação e/ou associação entre tempo de treino com as variáveis do

teste de esforço...................................................................................45

Tabela 32. Comparação da frequência de treino pré prova com a PA, FC e duplo

produto................................................................................................46

Tabela 33. Comparação entre frequência de treino pós prova e PA, FC e duplo

produto................................................................................................47

Tabela 34. Comparação entre tempo de treino e PA, FC e Duplo Produto..........48 Tabela 35. Comparação das modalidade de atletismo com o tempo de prática esportiva..............................................................................................49

Tabela 36. Correlação entre idade atual, idade de início e tempo de prática

esportiva..............................................................................................49

Tabela 37. Comparação das atividades pós competição com PA sistólica e

diastólica inicial....................................................................................50

Tabela 38. Comparação das atividades pós competição com PA sistólica e

diastólica final.......................................................................................51

Tabela 39. Comparação das atividades pós competição com a FC máxima.........51

Tabela 40. Comparação das atividades pós competição com FC inicial e final ....52

Tabela 41. Comparação das atividades pós competição com duplo produto........53

Tabela 42. Compara recuperação e fadiga no esporte com PA sistólica inicial.....53

Tabela 43. Compara recuperação e fadiga no esporte com PA diastólica inicial..54

Tabela 44. Comparação da recuperação e fadiga no esporte com PA sistólica

final......................................................................................................54

Tabela 45. Comparação da recuperação e fadiga no esporte com PA diastólica

final.......................................................................................................55

Tabela 46. Comparação da recuperação e fadiga no esporte com FC máxima....56

Tabela 47. Comparação da recuperação e fadiga no esporte com FC Inicial.......56

Tabela 48. Comparação da recuperação e fadiga no esporte com FC Final.........57

Tabela 49. Comparação da recuperação e fadiga.................................................58

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABDA Associação Brasileira de Desportos para Amputados

ABDC Associação Brasileira de Desporto para Cegos

ABDEM Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais

ABRADECAR Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas

ANDE Associação Nacional de Desportos para Excepcional

CBAT Confederação Brasileira de Atletismo

CBDS Confederação Brasileira de Desportos para Surdos

CPB Comitê Paraolímpico Brasileiro

DAC Doença Arterial Coronariana

ECG Eletrocardiograma

ESV Extra Sístole Ventricular

FC Frequência Cardíaca

IAAF Associação Internacional das Federações do Atletismo

IAM Infarto Agudo do Miocárdio

ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva

PA Pressão Aterial

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

TE Teste de esforço

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RESUMO Introdução: O esporte adaptado é definido como experiências esportivas que são modificadas ou adaptadas com o objetivo de atender as necessidades especiais do individuo com deficiência. Dentre todas as modalidades, o atletismo se destaca pela possibilidade de ser praticado por qualquer indivíduo, independente de suas características físicas. Entretanto, como em todas as modalidades é necessário seguir os princípios básicos do treinamento esportivo que são a individualidade biológica, adaptação, sobrecarga, interdependência volume-intensidade e especificidade. Apesar dos avanços tecnológicos, o teste de esforço permanece como um importante facilitador para a avaliação da capacidade funcional e prescrição de exercícios. Objetivo: Verificar o tipo de treinamento e analisar se a performance dos atletas com deficiência que frequentam o ambulatório de esporte adaptado da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, está de acordo com os resultados obtidos no teste de esforço. Casuística e Métodos: Foi realizado um estudo descritivo corte transversal em atletas de alto rendimento com deficiência física e visual que praticam atletismo e que haviam realizado previamente o teste de esforço. Foi utilizado um questionário estruturado para verificar o histórico esportivo dos atletas. Resultados e Discussão: Foram analisados nove atletas do sexo masculino, quatro com sequelas de amputação traumática em membros superiores, dois com deficiência visual, dois com hemiparesia e um atleta guia, com média de idade de 30,5 anos, com idade de inicio no esporte variando entre 20 a 30 anos. Nas provas competidas, 77% dos atletas disputam percursos de rua e de pista, com treino de quatro a seis vezes por semana em um período de duas a três horas por dia e participam de seis a dez provas por ano. O teste de esforço foi finalizado por 88% dos atletas e um não completou o teste. Dois atletas relataram cansaço durante a realização do teste e um atleta teve aumento da Frequência Cardíaca, 66% não apresentaram sintomas durante o teste. A frequência cardíaca máxima foi alcançada por 55% da casuística. Conclusão: Os atletas estudados participam de várias provas durante o ano, não sendo possível focar em uma única prova e/ou competição. Os dados do teste de esforço devem ser utilizados para montar uma planilha de treino periódico do atleta, objetivando a melhora da sua performance e ajudando a definir suas capacidades. Saber quais provas participar durante o ano para ganhar títulos e quais participar para manter o condicionamento serão metas a ser atingidas a partir do uso da planilha de treino periódico.

Palavras-chave: Atletismo, esporte adaptado, teste de esforço.

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ABSTRACT

Introduction: The adapted sport is set to experience sports that are modified or upgraded in order to meet the special needs of the individual with disabilities. Among all sports, athletics stands by the possibility of being charged by any individual, regardless of their physical characteristics.However, as in all forms is necessary to follow the basic principles of sports training are the biological individuality, adaptation, overload, volume interdependence-strength and specificity. Despite technological advances, exercise testing remains an important facilitator for the assessment of functional capacity and exercise prescription. Objective: To determine the type of training and analyze the performance of athletes with disabilities who attend the clinic at the University of adapted sports Federal de São Paulo - Paulista School of Medicine, agrees with the results obtained in testing. Methods: We conducted a descriptive cross-sectional high-level athletes with physical disabilities and visual practice athletics and had attended before the stress test. A structured questionnaire was used to check the history of sports athletes. Results and discussion: We analyzed nine male athletes, four with sequelae of traumatic amputation of the upper limbs, two with visual impairments, two had hemiparesis and guide an athlete, with a mean age of 30.5 years, age of onset in sports ranging from 20 to 30 years. Raced on the evidence, 77% of the athletes competing pathways street and track, with training four to six times a week over a period of two to three hours per day and participate in six to ten tests per year.The exercise test was completed for 88% of the athletes and not a completed test. Two athletes reported fatigue during the test and one athlete had increased heart rate, 66% had no symptoms during the test. Maximum heart rate was achieved in 55% of cases. Conclusion: The studied athletes participate in various events during the year, making it impossible to focus on one race and / or competition. The data of the stress test should be used to mount a sheet of regular training of athletes, aiming at enhancing their performance and helping to define its capabilities. Knowing which tests to participate during the year to win titles and which part to keep the fitness goals are being met through the use of spreadsheet training journal. Key-words: Athletism, adaptaded sport, Effort-Test.

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xvii

SUMÁRIO

Dedicatória.........................................................................................................................vi

Agradecimento..................................................................................................................vii

Epígrafe................................................................................................................................x

Lista de tabelas..................................................................................................................xi

Lista de abreviaturas.......................................................................................................xiv

1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………....….1

1.1 Definição do esporte adaptado………………………………………….......1

1.2 O surgimento do esporte adaptado no Brasil e no mundo………….........1

1.3 Evolução e atualidades do esporte adaptado..........................................4

1.4 Histórico do atletismo...............................................................................5

1.5 Classificação funcional.............................................................................7

1.6 Principios do treinamento.........................................................................8

1.6.1 Individualidade biologica...........................................................8

1.6.2 Adaptação.................................................................................8

1.6.3 Sobrecarga................................................................................9

1.6.4 Continuidade...........................................................................10

1.6.5 Interdependência volume-intensidade....................................10

1.6.6 Especificidade.........................................................................11

1.7 Técnicas de recuperação esportiva.......................................................11

1.8 Periodização do treinamento esportivo.................................................12

1.8.1 O caráter cíclico do treinamento desportivo............................13

1.9 Teste de esforço.....................................................................................15

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xviii

1.9.1 Indicações e contra-indicações...............................................15

1.9.2 Respostas hemodinamicas do teste de esforço.....................19

1.10 O atleta e o teste de esforço..............................................................23

2 OBJETIVO........................................................................................................24

3 CASUÍSTICA E MÉTODO................................................................................25

3.1 Tipo de estudo........................................................................................25

3.2 Casuística...............................................................................................25

3.3 Critérios de inclusão...............................................................................25

3.4 Coleta de dados.....................................................................................25

3.5 Analise estatística...................................................................................26

4 RESULTADOS.................................................................................................28

4.1 Caracterização da casuística.................................................................28

5 DISCUSSÃO.....................................................................................................60

6 CONCLUSÃO...................................................................................................68

7 REFERÊNCIAS................................................................................................69

Anexo – Documento de Aspecto Ético

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Apêndice B – Protocolo de Avaliação

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1

1 INTRODUÇÃO

Histórico do Esporte Adaptado

1.1 Definição do esporte adaptado

Definimos como esporte adaptado experiências esportivas que são modificadas

ou adaptadas com o objetivo de atender as necessidades especiais do indivíduo com

deficiência. Destaca-se como fundamental a inclusão sócio-cultural visando à

integração de pessoas que possuem deficiência, com outras que compartilham das

mesmas dificuldades e também com aquelas que não as possuem (10). Embora o esporte adaptado tenha o enfoque inicial originado da área

médico/clínica cujos fins são prevenção, correção e reabilitação, ele também foi tomado

como conduto de integração e reabilitação social e de movimentos, deixando evidente a

defesa das interações sociais como necessários para avanços consideráveis,

reabilitações e reestruturações(16).

1.2 O surgimento do esporte adaptado no Brasil e no Mundo

Registros nos mostram que o esporte envolvendo pessoas com deficiência física

existe desde a antiguidade, mas a ênfase na reabilitação e prevenção e a sua

organização ocorreu somente após a Segunda Guerra Mundial, tendo como motivação

o aumento desta população(1).

As oportunidades de envolvimento em atividades esportivas e de testar seus

limites e potencialidades são poucas para pessoas com deficiência no Brasil e no

mundo. Prevenir enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração

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2

social do indivíduo, estes são os maiores benefícios dentre todos proporcionados pela

atividade física regular(16).

Os Estados Unidos e a Inglaterra foram os primeiros países a desenvolver o

esporte adaptado para pessoas com deficiência, tendo como proposta a reabilitação de

soldados. Desta forma, houve a necessidade de formar centros de reabilitação

associados com o esporte. Estes países descobriram que os veteranos de guerra

obtinham no esporte um importante aliado na sua reabilitação (1).

Em fevereiro de 1944, na Inglaterra, o médico Ludwig Guttmann, neurologista e

neurocirurgião, fundou um centro de reabilitação no hospital de Stoke Mandeville, na

cidade de Aylesbury. Neste centro os soldados com lesões medulares recebiam

tratamento, e ao mesmo tempo, foram desenvolvidas técnicas para reabilitar pessoas

acometidas por este traumatismo (1).

O Dr. Ludwig Guttmann implantou modalidades esportivas para reabilitação no

centro de lesão medular do hospital e foram introduzidas como primeiras modalidades o

arco e flecha, pólo em cadeira de rodas e em seguida, o basquete em cadeira de rodas,

que se tornou a modalidade esportiva mais desenvolvida no esporte adaptado. O tênis

de mesa e o snoocker surgiram depois e por fim foi introduzido também a natação (17).

Em 28 de Julho de 1948, Guttmann organizou os primeiros jogos de Stock

Mandeville. Ele passou a sonhar com uma olimpíada especial, e em torno do esporte

seriam reunidos milhares de pessoas com deficiência tendo como expectadores um

mundo que os consideravam um peso para a sociedade e infelizes vítimas da sua

deficiência (1).

Em 1952, com a entrada de um pequeno grupo da Holanda nas competições, os

jogos de Stock Mandeville passaram a ser um movimento internacional e a chamar-se

Jogos Internacionais de Stock Mandeville (ISMG) e nesta ocasião foi formada a

confederação internacional dos jogos de Mandeville (1).

Nos Estados Unidos, em 1945, o professor Timothy J. Nugent, da Universidade

de Illinois, desenvolveu um conceito altamente especializado de esporte competitivo

para pessoas portadoras de deficiências físicas, organizando então o basquete em

cadeira de rodas. No decorrer dos anos, o esporte nesse país era voltado apenas para

o basquete e então em 1957, Benjamim H. Lipton introduziu algumas modalidades.

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3

Conforme mais países foram entrando nesse movimento, as regras para todas as

modalidades esportivas adaptadas procuravam cada vez mais se aproximar daquelas

em vigor em seus esportes originários (sem adaptações).

No Brasil, o desenvolvimento do esporte adaptado data de 1957 onde teve seu

pré-inicio após apresentação do “Pan Jets” em São Paulo e Rio de Janeiro, que

realizava apresentações de algumas modalidades esportivas. Em 1958 os paraplégicos

Robson Sampaio de Almeida e Sérgio Serafim Del Grande, retornavam dos EUA e,

através das experiências obtidas nos próprios tratamentos, fundaram clubes no Rio de

Janeiro (Clube do Otimismo) e em São Paulo (Clube dos Paraplégicos de São Paulo)

respectivamente. Com isso, procuravam atender as necessidades das pessoas com

deficiência física. Ambos iniciaram o esporte adaptado no Brasil através do basquete

em cadeira de rodas (4,10).

A partir de 1975 surgiram novos programas nacionais com participação de uma

única modalidade (monoesportivos) e programas com diversos esportes e modalidades

(poliesportivos) cuja existência fizeram com que aumentasse a quantidade de opções à

disposição de um maior número de portadores de deficiência física de diferentes

comprometimentos (27).

Os benefícios resultantes da participação esportiva são encontrados na esfera

física e psíquica. Quanto ao físico, ressalta-se ganhos de agilidade ao manejar a

cadeira de rodas, melhora do equilíbrio dinâmico e estático, da força muscular, da

coordenação motora, dissociação de cinturas e de resistência física. Com relação ao

psíquico são observados ganhos variados, como melhora da auto-estima, integração

social, redução da agressividade, dentre outros benefícios (4).

O Brasil participou pela primeira vez numa competição internacional nos II Jogos

Parapanamericanos, no ano de 1969 na cidade de Buenos Aires, com a sua seleção de

basquete em cadeira de rodas e conseguindo medalha de bronze. Apesar da estrutura

recente e da pouca informação, o objetivo era buscar conhecimento das modalidades

que integravam o quadro de esportes paraolímpicos e possibilitar aos brasileiros uma

integração com atletas do resto do continente. Três anos depois, o Brasil foi

representado em sua primeira Paraolimpíada, que foi sediada na cidade de Heidelberg,

na Alemanha (18).

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Em 1974, os atletas brasileiros com deficiência participaram pela primeira vez

dos jogos de Stock Mandeville nas provas de basquete, natação, halterofilismo, corrida

de obstáculos, arco e flecha e boliche. A delegação era masculina e feminina.

No Parapan da Cidade do México, em 1975, por consequência da falta de

comunicação entre São Paulo e Rio de Janeiro, o Brasil compareceu aos jogos com

duas delegações. Este problema fez com que Stock Mandeville exigisse que uma

associação nacional fosse fundada. Desta forma teve início a estruturação do esporte

adaptado de forma nacional, com a criação da Associação Nacional de Desporto para

Excepcional – ANDE, que abria as suas portas para qualquer tipo de deficiência. Com a

crescente demanda de pessoas com deficiência que ingressavam na atividade física, foi

necessária a criação de novas associações que atendessem as diferentes

necessidades (18,10).

1.3 Evolução e atualidades do esporte adaptado

Com o passar dos anos, as modalidades passaram a ser categorizadas e

surgiram grandes associações: Associação Nacional de Desportos para Excepcionais

(ANDE); Associação Brasileira Desporto em Cadeira de Rodas (ABRADECAR);

Associação Brasileira de Desporto para Cegos – ABDC (1984); Associação Brasileira

de Desporto para Deficientes Mentais – ABDEM (1989); Associação Brasileira de

Desportos para Amputados – ABDA (1990) e Confederação Brasileira de Desporto para

Surdos – CBDS (1997). Os representantes destas entidades debateram a criação de

Comitês Paraolímpicos Nacionais ou National Paralympic Commmittees (NPCs) que era

uma tendência mundial e os representariam diante do Comitê Paraolímpico Mundial (18,10).

Em fevereiro de 1995, foi fundado o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), com

sede em Niterói/RJ e logo após a sua existência começou a organizar eventos

paraolímpicos nacionais com o objetivo de desenvolver o esporte adaptado no país.

Com o passar do tempo, o CPB passou de forma progressiva a contribuir para o

desenvolvimento do esporte de alto-rendimento para pessoas com deficiência física (18).

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Divulgação e organização de competições, até o envio de atletas brasileiros para

eventos em outros países, foram as iniciativas feitas pelo CPB com o intuito de

promover uma melhor experiência esportiva. Em 2002, a sua sede foi transferida de

Niterói para Brasília por dois motivos: inserir a autoridade máxima do esporte

paraolímpico nacional no local onde são tomadas as decisões políticas do país e para

se tornar mais visível e acessível geograficamente (18).

1.4 Histórico do Atletismo

Dentre todas as modalidades esportivas existentes, o atletismo conta a história

esportiva do homem no planeta. Sua prática corresponde a movimentos naturais do ser

humano e por isso é chamado de esporte-base. Uma corrida foi a primeira competição

esportiva que se tem notícia e aconteceu no ano de 776 A.C., na cidade de Olímpia, na

Grécia, onde foi o palco da origem das Olimpíadas. Os gregos chamaram a prova de

“stadium”, tinha cerca de 200 metros e o primeiro campeão da história foi Coreobus (20).

Considerado o esporte-mãe de todos os outros, o atletismo possui, por sua

natureza, possibilidades de ser praticado por qualquer indivíduo, independente de suas

características físicas (3).

Oficialmente, o atletismo faz parte do esporte paraolímpico desde 1960, durante

os jogos de Roma. Em 1984, vieram as primeiras medalhas do Brasil na modalidade,

isso aconteceu em Nova Iorque e em Stoke Mandeville, na Inglaterra. Foram

conquistadas seis medalhas nos Estados Unidos: uma de ouro, três de prata e uma de

bronze. Em Stoke Mandeville, o Brasil conseguiu cinco medalhas de ouro, nove de

prata e uma de bronze, totalizando quinze medalhas (3).

Em 1988, foi a vez do Brasil atuar em Seul, trazendo como resultado da sua

participação três medalhas de ouro, oito de prata e quatro de bronze. Em Barcelona, na

paraolimpíada de 1992, os competidores obtiveram três medalhas de ouro e uma de

bronze. A conquista de medalhas em Atlanta (1996) resultou em cinco medalhas de

prata e seis de bronze. Em 2000, os competidores trouxeram de Sidney quatro

medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze (3)..

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Mas o atletismo brasileiro mostrou sua maior força na cidade de Atenas em

1996, voltando com 16 medalhas e dentre elas, cinco de ouro. Nos Jogos Parapan-

americanos do Rio de Janeiro, que aconteceram em 2007, o Brasil terminou as

competições em primeiro lugar com 73 medalhas na modalidade: 25 de ouro, 27 de

prata e 21 de bronze (3)..

O atletismo é um esporte com provas de pista (corridas), de campo (saltos e

lançamentos), provas combinadas (decatlo e heptatlo) no qual são reunidas provas de

pista e de campo, o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona), corridas em

campo (cross country), corridas em montanha e marcha atlética de acordo com a

definição moderna. No Brasil, o responsável pelo esporte é a Confederação Brasileira

de Atletismo – CBAT e em nível mundial, a direção é da Associação Internacional das

Federações de Atletismo - IAAF (20,3).

Os atletas com deficiência física e visual, de ambos os sexos, podem participar

da modalidade. As provas são de acordo com a deficiência dos participantes e dividem-

se em corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Dependendo do grau de deficiência

visual, nas provas de pista (corridas), o atleta pode ser acompanhado por um atleta-

guia, que corre ao seu lado ligado por uma corda. A função do atleta-guia é direcionar o

atleta com deficiência, mas não deve puxá-lo, pois isso pode resultar em

desclassificação (3).

Nas provas em cadeira de rodas, o revezamento é feito quando o atleta toca o

outro atleta de sua equipe dentro da zona de passagem. Na chegada das provas, deve

ser observada a passagem do primeiro ponto da roda dianteira da cadeira que tocará a

linha de chegada, ao invés do pé ou parte do corpo do competidor (3)..

As provas de lançamento estão sujeitas as regras da IAAF e são observadas

modificações concedidas pelas entidades de desporto para deficientes. No geral, as

competições seguem as regras da IAAF, com algumas adaptações para o uso de

cadeira de rodas ou guia, próteses, porém sem oferecer vantagem em relação aos

adversários. O Comitê Paraolímpico Brasileiro administra a modalidade no Brasil (3).

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1.5 Classificação Funcional

A classificação funcional consiste em uma categorização recebida pelos atletas

em função da capacidade de realizar movimentos, tendo em evidência as

potencialidades dos resíduos musculares, de sequelas de algum tipo de deficiência,

bem como de musculatura que não foi lesada. Essa avaliação é feita através de teste

de força muscular, teste de coordenação que é realizado de forma geral para atletas

com paralisias cerebrais e desordens neuromotoras, e teste funcional que é a

demonstração técnica do esporte realizado pelo atleta. Os responsáveis pela

classificação analisam o desempenho do atleta, considerando os resultados obtidos nos

testes (2).

Para provas de campo onde estão inclusas as provas de arremesso,

lançamentos e saltos, a classificação é feita usando a letra F – Field (campo).

Deficientes visuais são classificados como F11 a 13; os deficientes mentais, F20;

paralisados cerebrais cadeirantes recebem a classificação F31 a 34 enquanto que os

que deambulam recebem F35 a 38; anões, F40; amputados e Les Autres são F41 a 46

e classificados em F51 a 58 estão os que competem em cadeiras, entre eles

encontramos aqueles com sequelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações (2).

Nas provas de pista, que são as corridas de velocidade e fundo, a classificação é

feita usando T de track (pista). De T11 a 13 temos a classificação dos deficientes

visuais; T20 é usado para classificar os deficientes mentais; T31 a 38, paralisados

cerebrais incluindo cadeirantes e ambulantes; T41 a 46, amputados e Les Autres e T51

a 54 os que competem em cadeiras. Esta classificação é a mesma para ambos os

sexos. No entanto, de acordo com a classe de cada atleta, os pesos dos implementos

utilizados no arremesso de peso e nos lançamentos de dardo e disco variam (2)

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1.6 Princípios do treinamento

1.6.1 Individualidade Biológica

O fenômeno que explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie é

chamado de individualidade biológica e isso faz com que não existam pessoas iguais

entre si. Deste modo, cada ser humano possui sua própria estrutura e formação física e

psíquica (13).

O treinamento individual tem melhores benefícios porque obedece as

características e necessidades de cada indivíduo e os grupos homogêneos também

facilitam o treinamento desportivo (13).

Uma das capacidades do rendimento esportivo é a Capacidade Biotipológica que

se divide em Capacidade Constitucional Genótipo e Fenótipo. O genótipo é responsável

pelo potencial do atleta e está incluso fatores como composição corporal, biótipo, altura

máxima esperada, força máxima possível e percentual das fibras musculares dos

diferentes tipos, dentre outros. Já o fenótipo é responsável pelo potencial ou pela

evolução das capacidades envolvidas no genótipo (13).

Deve ser levada sempre em consideração que o indivíduo é uma junção do

fenótipo e genótipo, dando origem a soma das especificidades que irão caracterizá-lo.

Deve-se entender o genótipo como a carga genética transmitida à pessoa e que

determinará de forma preponderante diversos fatores, e que os potenciais são

determinados geneticamente e as capacidades ou habilidades expressas são

decorrentes do fenótipo (13).

1.6.2 Adaptação

A adaptação pode ser considerada um dos princípios da natureza, sendo

considerada a lei mais universal e importante da vida. As adaptações biológicas

apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas.

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Se não fosse a capacidade de adaptação, que se mostra de diferentes maneiras e

intensidade, várias espécies de vida estariam extintas por não sobreviver ao longo dos

anos em diferentes ambientes. Foi devido à capacidade de adaptação que o próprio

homem conseguiu prevalecer no planeta (13). As alterações dos órgãos e sistemas funcionais que aparecem decorrentes das

atividades esportivas são entendidas como adaptações biológicas no esporte. É o nome

que se dá à diferente assimilação dos estímulos, frente à mesma qualidade e

quantidade de exercícios ou carga de treinamento (13).

O principio da adaptação está intimamente ligado ao fenômeno do estresse que

é definido como a reação do organismo aos estímulos que provocam adaptações ou

danos ao mesmo, sendo que esses estímulos são denominados agentes estressores

ou estressantes. Desta forma, é importante utilizar corretamente o princípio da

adaptação, onde deve haver cuidado na aplicação das cargas de treinamento e dos

agentes estressantes (13).

1.6.3 Sobrecarga

Após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma recuperação do organismo

com o objetivo de restabelecer a homeostase. A incorreta disposição do tempo da

aplicação das cargas pode comprometer no fenômeno da assimilação compensatória

que permite a aplicação progressiva do princípio da sobrecarga. O que irá garantir a

existência da supercompensação de forma permanente é o equilíbrio entre a carga

aplicada e o tempo de recuperação (13).

O fenômeno de assimilação compensatória consiste em que os diferentes

estímulos produzem diversos desgastes que são repostos após o fim do trabalho, pois

o organismo é capaz de restituir sozinho as energias perdidas pelos diversos desgastes

e ainda preparar-se para uma carga de trabalho mais forte. As energias perdidas não

apenas são reconduzidas como também são criadas maiores reservas de energia de

trabalho, consistindo na primeira fase chamada de período de restauração, o qual

permite a chegada a um mesmo nível de energia anterior ao estímulo. Na segunda fase

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o organismo possuirá uma maior fonte de energia para novos estímulos e é chamada

de período de restauração ampliada (13).

1.6.4 Continuidade

O princípio da continuidade está ligado ao principio da adaptação, pois para o

organismo se adaptar progressivamente é primordial que haja continuidade ao longo do

tempo (13). Duas premissas explicam o principio da continuidade. Uma delas é a idéia de

que a condição atlética só pode ser conseguida após anos seguidos de treinamento e

que existe uma influencia significativa das preparações anteriores em qualquer

esquema de treinamento em andamento (13). Este princípio compreenderá sempre no treinamento uma sistematização de

trabalho que não permite uma quebra de continuidade, ou seja, é aquela diretriz que

não permite interrupções durante esse período. Esta continuidade evita que o treinador

subtraia etapas importantes na formação atlética de um desportista (13).

1.6.5 Interdependência Volume-Intensidade

Este princípio está ligado ao da sobrecarga, pois um dos fatores que melhora a

performance é o aumento das cargas. Este aumento ocorrerá por causa do volume e

devido à intensidade (13). O êxito dos atletas de alto rendimento, independente da especialização

esportiva, está ligado a uma grande quantidade (volume) e uma alta qualificação

(intensidade) no trabalho. Estas variáveis deverão estar adequadas às fases de

treinamento, seguindo uma orientação de interdependência entre si (13).

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1.6.6 Especificidade

O principio da especificidade é definido como “aquele que impõe como ponto

essencial, que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da

performance desportiva, em termos de qualidade física interveniente, sistema

energético preponderante, segmento corporal e coordenações psicomotoras utilizados” (13).

Podemos dizer que este princípio sempre esteve intrínseco em todo o

treinamento esportivo, desde o mais rústico. É importante tê-lo como princípio norteador

e como um dos parâmetros que devem ser levados em consideração, é essencial ao

estudo e planejamento crítico e consciente nos treinamentos contemporâneos (13).

O principio da individualidade biológica é um fator determinante que se sobressai

de imediato ao se estudar o principio da especificidade, estabelecendo limites

individuais a esta capacidade de transferência (13).

1.7 Técnicas de Recuperação Desportiva

Os processos de recuperação pretendem criar oportunidades adicionais para o

desenvolvimento do rendimento esportivo e a sua estabilidade. Isso é feito através da

contribuição para que o organismo aumente a sua resistência às cargas de treino e

competição, diminuindo o tempo de recuperação, através da redução da fadiga,

aumentando a restauração das reservas e acelerando o processo catabólico de fadiga (22).

Os processos de recuperação ocorrem em três fases. A primeira fase é antes do

esforço e embora pareça um paradoxo a recuperação se inicia antes do esforço e

podemos chamá-la de forma genérica de aquecimento. Desta forma podemos retardar

o aparecimento de estados de fadiga (22).

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Durante o esforço, temos a segunda fase que está relacionada com o ritmo do

treino, relaxação, técnica de corrida, entre outros. A terceira fase, depois do esforço, é a

mais importante para o processo do treino, pois os processos de adaptação ocorrerão

nesta fase e podem ser influenciados por diversos fatores (22).

Para que a recuperação seja eficaz é necessário e indispensável o

funcionamento sinérgico das seguintes atividades: treino, atividade biológica como sono

e nutrição, e atividades regenerativoterapêuticas como massagem, crioterapia,

termoterapia, dentre outras (22).

Durante uma sessão de treinos algumas atividades podem ser usadas como

recuperação: deitar-se, andar, trotar, massagens, alongamento e respiração controlada.

Uma sessão de regeneração tem duração mínima de três horas e dentre as atividades

usadas para recuperação destacam-se banhos no mar, sauna, crioterapia, massagem

completa, compressas de argila nas articulações (coluna, tornozelo e joelho) e

alongamentos (22).

1.8 Periodização do treinamento esportivo

A forma geralmente concentrada da preparação dos atletas é a organização do

treinamento através de períodos e etapas. O termo periodização origina-se da palavra

período, que significa porção ou divisão do tempo em pequenos segmentos. A

periodização é um dos mais importantes conceitos do planejamento do treinamento (7,8).

Em 1972, foi revelado originalmente o conceito de periodização do treinamento

por um cientista russo Matveiev, posteriormente foi incorporado nos esquemas de

treinamento para atletas, tanto novatos quanto de elite (7,8).

A periodização descrita por Matveiev fundamentava a premissa de que o atleta

tem que construir manter e depois perder relativamente à forma esportiva no largo dos

grandes ciclos anuais de treinamento. Pode ser entendida a periodização do

treinamento como uma divisão, organizando o treinamento anual ou semestral, na

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intenção de prepará-los para alcançar certos objetivos estabelecidos previamente

obtendo um bom resultado competitivo (7,8).

As fases de aquisição, manutenção e perda temporal da forma esportiva se

transformaram em um âmbito mais geral nos três grandes períodos do treinamento

desportivo: período preparatório, competitivo e transitório. O período preparatório é

relativo à aquisição da forma esportiva; o período competitivo é relativo à manutenção

da forma esportiva e o transitório é responsável pela perda temporal da forma esportiva (7,8).

Os principais problemas encontrados na prática concreta do treinamento

desportivo estão relacionados sem dúvida nenhuma com os calendários variados dos

ciclos competitivos ao longo dos anos e com o grande número de competições que

existem durante o ano. Novas formas de estruturar o treinamento de atletas de alto

nível estão surgindo, e a tendência é que cada vez mais se recorram a utilização de uns

ou outros sistemas, com o intuito de resolver este problema (7,8).

As formas de estruturas do treinamento desportivo nas quais assinalamos a

continuação são aquelas que tentam aperfeiçoar a periodização de Matveiev ou as que

pretendem romper com ela. É evidente que estas formas não encerram as variadas

possibilidades de estruturação de treinamento desportivo mas são atualmente as mais

discutidas na literatura internacional especializadas no tema (7,8).

1.8.1 O caráter cíclico do treinamento desportivo

Matveiev nos anos 60 formulou outra forma estrutural do treinamento que são os

ciclos e foram unificados a estrutura periódica. Este caráter cíclico se define em dois

níveis fundamentais: nível de micro estrutura, conhecidos como microciclos, e nível de

meso estrutura, conhecidos como mesociclos. A estrutura do treinamento constitui uma

ordem relativamente estável de elementos, os quais têm correlação uns com os outros (7,8).

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Se variarmos os lugares das sessões de treinamento o efeito será diferente. Na

atualidade, a arte na construção dos treinamentos por meio dos diferentes ciclos tem

uma importância vital para o êxito da planificação e pelos resultados competitivos (9,10).

O microciclo consta como mínimo de duas fases: a acumulativa que está

relacionada em um ou outro grau com o esgotamento e o de restabelecimento que está

relacionada com o descanso necessário pelas cargas recebidas (7,8).

Na prática, por questões organizativas do calendário se utiliza frequentemente o

ciclo semanal 7 + 2 dias, por outro lado pode haver microciclos desde 2 até 20 dias. A

duração mínima é de dois dias, ainda que pouco utilizado, pois não dá muitas

possibilidades a resolução de tarefas de treinamento. O tipo de esporte não determina a

duração do microciclo, o mesmo depende das tarefas da preparação do processo de

treinamento (7,8).

Os microciclos de treinamento permitem concentrar as tarefas nas diferentes

sessões, assim como o volume necessário de influências para sua solução e se

mantém até que seja necessário para cumprir as tarefas traçadas na preparação.

Apesar da grande influência de sessões de treinamento a construção racional do

microciclo permite evitar a uniformidade e a monotonia (7,8).

Os fatores que influenciam na construção dos microciclos são o regime geral da

atividade vital do atleta e o conteúdo, a quantidade de sessões de treinamento e a

magnitude da somatória das cargas do microciclo (7,8).

Existem alguns tipos de magnitudes das cargas. Carga pequena com 20% da

máxima, carga média com 50% da máxima, carga considerável com 70 a 80% da

máxima e a carga grande com mais de 80% da máxima (7,8).

A adaptação funcional no organismo que se origina no processo de

treinamento, se faz em estreita relação com o caráter e a tendência do mesmo. O

treinamento multifacético e complexo conduz a adaptação multilateral e por outra parte

a tendência unilateral do treinamento provocando uma adaptação profunda e mais

unilateral (7,8).

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1.9 Teste de Esforço

A detecção de modificações entre a necessidade e disponibilidade de oxigênio

pelo miocárdio, avaliação de arritmias e o comportamento da Pressão Arterial (PA) na

presença de medicamentos ou não, são detectadas pelo teste ergométrico

convencional (14). O Teste de Esforço (TE) permanece, apesar dos avanços da tecnologia em

outros métodos complementares cardiovasculares, como um importante instrumento

diagnóstico devido à sua grande disponibilidade e à amplitude de informações clínicas

úteis que são obtidas (9).

O TE tem por objetivo submeter o paciente a estresse físico programado e

personalizado, cujos fins são a resposta clínica, eletrocardiográfica, hemodinâmica e

metabólica ao esforço, possibilitando ao médico a detecção de isquemia miocárdica,

arritmias cardíacas e distúrbios hemodinâmicos esforço-induzidos. Permite também

avaliar a capacidade funcional, avaliar diagnóstico e prognóstico das doenças

cardiovasculares e avaliação objetiva dos resultados de intervenção terapêutica. O

teste tem sua importância na prescrição de exercícios e demonstra ao paciente e seus

familiares suas reais condições e pericia médica (23).

1.9.1 Indicações e contra-indicações do Teste de Esforço

De acordo com o Colégio Americano de Cardiologia e da Associação Americana

do Coração, é orientada a utilização do teste de esforço em pacientes com sinais e

sintomas de Doença Arterial Coronariana (DAC) ou aqueles que já têm o diagnóstico da

doença e na triagem de indivíduos aparentemente saudáveis. De forma precoce é

indicado após um infarto agudo do miocárdio, em pacientes com doenças valvar, na

avaliação de pacientes com hipertensão arterial sistêmica ou que sejam portadores de

marcapasso (9).

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Na Classe I do consenso geral, justifica-se o uso do teste no diagnóstico de

pacientes do sexo masculino com sinais ou sintomas atípicos de DAC, para prognóstico,

pacientes com sintomas compatíveis com arritmias induzidas pelo esforço, na avaliação

após uma cirurgia de revascularização miocárdica ou de uma angioplastia coronariana.

Neste consenso não é utilizado o uso do teste em pacientes com doença valvar ou

portadores de marcapasso (9).

Na classe II o teste é utilizado, porém há divergências quanto ao uso do mesmo

para o diagnóstico de mulheres com dor precordial e nas seguintes avaliações:

capacidade funcional, angina variante, indivíduos sedentários que querem iniciar um

programa de exercícios de alta intensidade, entre outras (9)

Ainda segundo FROELICHER & UMANN a classe III concorda que o uso do

teste é de pouco ou nenhum valor nas avaliações de isquemia aguda, pacientes

instáveis ou com doenças complicadas, estenose aórtica crítica, pacientes com

hipertensão arterial grave, naqueles hipertensos que não pretendem se exercitar e em

função do marcapasso.

A avaliação, para aqueles indivíduos que possuem riscos de eventos cardíacos

indesejáveis, deve ser feita de modo criteriosa. Algumas contra-indicações são

consideradas absolutas. Entre elas destacamos o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

complicado, arritmias não controladas, Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC),

Embolia e Infarto Pulmonar e qualquer enfermidade aguda febril ou grave. As contra

indicações relativa são: anomalias eletrolíticas, Hipertensão Arterial, taquiarritmias ou

bradicardias, estenose valvar moderada, entre outras (24).

Na avaliação do prognóstico há duas razões: a primeira é responder

adequadamente as respostas do paciente sobre a evolução da doença. A segunda

razão consiste na identificação dos pacientes cuja intervenção melhore a sua evolução

clínica (9).

Quanto à aplicação do teste em populações assintomáticas e aparentemente

saudáveis, não há nenhuma demonstração de que ele seja eficaz na triagem de

indivíduos assintomáticos para o objetivo de prevenir eventos cardiovasculares, embora

mais de 10 estudos de acompanhamento tenham sido realizados. O colégio Americano

de Cardiologia e a Associação Americana do Coração determinam que o teste seja

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aplicado apenas se o paciente tiver dois ou mais fatores de risco para DAC tais como:

tabagismo, hipercolesterolemia, hipertensão, histórias familiar, entre outros (9).

Algumas condições são consideradas básicas para a realização do teste e

contemplam aspetos relacionados à equipe médica, área física, equipamentos da sala

da ergometria, material e medicamentos para emergência e orientações ao paciente.

No tocante à equipe médica, o responsável pela condução da prova é um médico com

experiência no método e que pode ser auxiliado por técnicos treinados na execução do

TE e em atendimentos de emergência. O local do teste deve ser luminoso, ventilado e

com dimensão suficiente para acomodar a aparelhagem necessária e ainda permitir a

circulação de pelo menos três pessoas. A temperatura ambiente deve estar em torno de

18 e 22ºC (23).

Os equipamentos consistem de um cicloergômetro de frenagem mecânica ou

eletromagnética e/ou esteira rolante com velocidade e inclinação variáveis, ergômetro

de manivela como alternativo, monitor para observação continua e eletrocardiográfico

para registro de eletrocardiograma (ECG), esfigmomanômetro calibrado, estetoscópio e

cronômetro. Os materiais e medicações para emergência deverão estar disponíveis

para o adequado tratamento de emergências e todo o material incluído no suporte

básico e avançado da vida (23).

Durante o teste é preciso ainda observar alguns critérios para confirmar e obter

resultados confiáveis: é importante preparar o paciente física e emocionalmente; um

exame físico sucinto que servirá para descartar doença valvar importante; uma

anamnese rápida que permitirá ao médico descarte de critérios para a não realização

do exame além de estimular a interação médico-paciente; preparo adequado da pele

para obtenção de traçados confiáveis e posição correta dos eletrodos (9).

De acordo com as normas da Sociedade Brasileira de Cardiologia para a

realização do teste de esforço, os sinais e sintomas do paciente devem ser observados

e anotados, dentre eles podem ser citados palidez, tontura, sudorese, estafa física e

dispnéia. Estes eventos devem ser relacionados à condição hemodinâmica e à resposta

eletrocardiográfica frente ao esforço. A dor torácica necessita de caracterização

pormenorizada e avaliada seu modo de aparecimento, intensidade, evolução, caráter,

fenômenos associados bem como a irradiação. Além disso, a ausculta cardíaca e

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pulmonar é obrigatoriamente realizada no exame inicial e repetida no pós-esforço

imediato (23).

Na realização do teste ergométrico, a escolha do protocolo a ser utilizado vai

definir o sucesso. A escolha tem como base a avaliação inicial da tolerância ao

exercício que o indivíduo apresenta e, no caso de doentes num intervalo de tempo de

seis a quinze minutos é possível obter uma resposta sintoma limitada. O aumento das

cargas durante o teste deve ser feito de forma precisa, evitando que o paciente atinja o

seu máximo muito rápido ou de forma muito lenta. As características do paciente devem

ser respeitadas quanto à escolha do protocolo (9).

Segundo FROELICHER & UMANN, atualmente, o protocolo mais utilizado e

difundido é o protocolo de Bruce. Mas, infelizmente entre pacientes com problemas

ortopédicos ou com capacidades funcionais muito reduzidas o protocolo possui

desvantagens importantes para a realização dos exames. O motivo da limitação é que o

protocolo apresenta aumento progressivo da intensidade e da inclinação.

Recentemente aconteceram avanços na metodologia do TE representado pelo

protocolo de rampa, os quais compensam muitas das limitações dos testes. Neste

protocolo há um aumento da demanda metabólica contínua e uniforme e isso faz com

que haja um aumento estável das respostas cardiopulmonares e permite uma maior

exatidão do consumo de oxigênio (VO2) (23).

WILLIAM & MOFFA citam ainda o protocolo de Naughton que é reservado para

indivíduos com limitações clínicas importantes. Para aqueles pacientes que apresentam

limitações em membros inferiores existem protocolos para ergômetros de manivela cuja

aplicação de forças se faz pelos braços (23).

Na realização da prova de esforço é empregado alguns tipos de ergômetros, que

é definido como o instrumento que permite a mensuração da potência e do trabalho

realizado. A esteira rolante é o ergômetro que recruta mais grupos musculares durante

a atividade e por isso é o que melhor simula a maioria das atividades físicas permitindo

assim testes mais fisiológicos em relação à condição aeróbia do individuo (24).

A bicicleta aeróbia, apesar de custos e tamanho reduzido, com frequência

promove exaustão precoce em membros inferiores, antes mesmo que se atinja o

principal alvo do teste que é a frequência cardíaca máxima (24).

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19

A capacidade física é refletida pelo consumo de oxigênio e é proporcional ao

débito cardíaco e dependem de variáveis como sexo, altura, peso e condicionamento

físico (12).

1.9.2 Respostas Hemodinâmicas do Teste de Esforço

Frequência Cardíaca

A Frequência Cardíaca (FC) aumenta de forma linear com a intensidade do

esforço e consequentemente, com o consumo de oxigênio, dentro dos limites definidos

que variam de 50 a 90% do VO2 máximo. Com a idade, a FC máxima varia e pode ser

previsto por equações simples. Em sedentários, em indivíduos muito ansiosos, na

distonia neurovegetativa, hipertireoidismo e em estados anêmicos sua elevação

desproporcional em relação à carga de trabalho imposta é usualmente encontrada (23).

A incompetência cronotrópica ou dificuldade de ascensão da FC frente ao nível

de esforço empregado pode ser sinal de coronariopatia ou miocardiopatia, e definidas

como incapacidade do paciente elevar a FC a um valor inferior a dois desvios padrões

da FC máxima prevista (24bpm), sem outras limitações concomitantes (sem

adaptações). Apesar de ser um achado raro, a queda da FC com a progressão do

esforço, apresenta alta correlação com doença isquêmica, sendo critério absoluto para

interrupção do esforço (23).

A diminuição da atividade vagal pode retardar a redução da FC no 1º minuto pós-

teste e tem sido associado a uma maior mortalidade total. Esse achado é definido como

uma redução de 12bpm ou menos da FC medida no 1º minuto pós-teste quando

comparada a FC do pico máximo de exercício. Indivíduos jovens e sadios, quando

exercitados até a exaustão, podem desenvolver no pós-esforço imediato, episódios de

bradicardia sinusal e, eventualmente, progredir a pausas maiores até a segunda

assistolia, resultado da reação vagal reflexa. Entretanto, na prática clínica, a maior

causa de interferência na resposta cronotrópica é atribuída à utilização de

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20

medicamentos como os betabloqueadores, bloqueadores do canal de cálcio, digitálicos,

dentre outros (23).

Pressão Arterial Sistólica

O principal elemento para avaliação indireta da resposta inotrópica do coração

em relação ao esforço e em conjunto ao grau de tolerância ao exercício é a Pressão

Arterial Sistólica (PAS). Durante o teste de esforço, em condições normais, a PAS

aumenta com a intensidade crescente do trabalho aplicado (geralmente até 220mmHg).

Ainda não existe um consenso sobre os valores normais da Pressão arterial com

esforço, mas sugere-se que diferenças devem ser definidas para mulheres e homens,

indivíduos jovens e idosos, brancos e negros, necessitando-se de estudos adicionais

para que se possa estabelecer padrões (23).

Apesar destas dificuldades, o achado de valores de PAS superior a 220mmHg

e/ou elevação de 15mmHg ou mais da Pressão Arterial Diastólica (PAD), partindo de

valores normais de pressão em repouso é conceituada como hipertensão reativa ao

esforço. Em relação aqueles com curvas normais de pressão arterial, sugere-se que

indivíduos que apresentam resposta hiper-reativa frente ao esforço, têm probabilidade

futura 4 a 5 vezes de se tornarem hipertensos (23).

Em indivíduos com suspeita ou diagnóstico de cardiopatia isquêmica, a elevação

inadequada da PAS é sugerida quando seu gradiente intra-esforço é inferior a 35mmHg,

na ausência de acentuada queda na PAD, podendo assim representar disfunção

contrátil do miocárdio. A queda de componente sistólico da Pressão Arterial (PA)

durante o esforço, tem maior valor preditivo para doença isquêmica grave. Os critérios

de hipotensão frente ao esforço também não encontram consenso, sendo o achado de

níveis de PAS no exercício, inferiores ao de repouso, índice de pior prognóstico (23).

Em indivíduos jovens e bem condicionados pode ocorrer leve hipotensão

sistólica. A elevação da PAS nos três primeiros minutos pós-teste, acima dos valores

máximos atingidos durante a fase de esforço, tem sido co-relacionada à DAC. A

associação à DAC angiograficamente demonstrada, tem sido associada à recuperação

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21

lenta da PAS e é caracterizada quando a razão entre o valor da PAS no 3º minuto pós-

esforço pelo valor do pico do esforço é maior que 0,95, ou ainda, quando a razão entre

a PAS no 3º minuto pela razão do 1º minuto pós-esforço é superior a 1,0 (23).

Hipotensão arterial no período pós-esforço em indivíduos aparentemente sadios,

a despeito de aumentar a incidência de arritmias, não tem associação com morbi-

mortalidade cardiovascular, sendo mais freqüente em indivíduos jovens exercitados até

a exaustão. As mulheres apresentam no teste ergométrico, variações da PAS no

esforço sensivelmente menores que os homens e apresentando níveis fixos e

eventualmente queda da PAS, podendo ser registrados em mulheres sem outras

evidencias de cardiopatias, inclusive em casos com boa tolerância ao esforço (23).

Respostas Eletrocardiográficas

Com relação a onda P, o aumento da fase negativa nas derivações V1 e/ou V2

pode indicar disfunção ventricular esquerda. O segmento PR tem sua duração

diminuída tornando-se infradesnivelado por influencia da onda T de repolarização atrial.

Quanto à onda Q, a diminuição da amplitude ou o seu desaparecimento durante ou

após o esforço, podem indicar isquemia septal em populações selecionadas (23).

Um grande número de fatores afeta a amplitude da onda R e atualmente, seu

comportamento frente ao exercício é considerado sem valor diagnóstico. De igual modo,

a onda S também não apresenta valor especifico para diagnóstico de isquemia durante

o exercício. No entanto, as manifestações mais frequentes relacionadas à isquemia

miocárdica são os deslocamentos negativos e positivos do segmento ST, vislumbrados

pelo observador em relação a linha de base do Eletrocardiograma (ECG), denominados

infradesnivelamento e supradesnivelamento, respectivamente (23).

O supradesnivelamento do segmento T não é um achado frequente durante a

realização do teste de esforço e a sua prevalência depende da população estudada. É

comum em pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com a onda Q. A resposta

considerada anormal é aquela que quantifica o desvio positivo em 1mm em relação a

linha de base imaginária que une a junção PQ de pelo menos 2 complexos QRS

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22

sucessivos. O supradesnivelamento em conjunto com outras respostas

eletrocardiográficas é correlacionado com diversas patologias cardíacas. O

infradesnivelamento do segmento ST no pós-esforço e a sua ocorrência durante esta

fase é um achado valorizado atualmente (23).

Durante episódios anginosos e no exercício em alguns pacientes com Doença

Arterial Coronariana Obstrutiva, as anormalidades eletrocardiográficas em repouso,

podem retornar ao normal. Essa modificação não é muito frequente e tem sido descrita

como uma pseudonormalização do segmento T que ocorre devido ao “efeito de

cancelamento, situação na qual a normalização do infradesnível prévio do ST é na

verdade uma elevação do segmento T associado á isquemia transmural. Porém é

importante saber que esse padrão de normalização do segmento ST somente terá

significado se houver ao mesmo tempo presença de dor anginosa ou de algum

equivalente anginoso durante a realização de teste (23).

A positivação de uma onda T previamente negativa ou a negativação de uma

onda positiva no repouso, são achados considerados inespecíficos e sem valor

diagnóstico, em indivíduos sem outros achados significativos no teste de esforço (23).

O bloqueio do ramos esquerdo, geralmente indica anormalidades, sendo que seu

valor preditivo depende da prevalência da população testada. Frequentemente algumas

condições são associadas a este evento como degeneração do sistema de condução,

cardiomiopatias e miocardites e podendo ocorrer eventualmente em pessoas normais (23).

As arritmias ventriculares tem elevada incidência durante e após o exercício e a

sua prevalência está diretamente relacionada à idade e quando isoladas são os

fenômenos predominantes, com comportamentos variados. Elas podem ser suprimidas

ou induzidas pelo exercício e estar presentes desde o repouso ou somente na

recuperação tanto em indivíduos normais quanto em pacientes com DAC. As arritmias

induzidas pelo exercício são consideradas anormais quando ocorrem em número

superior a 10 Extra Sístole Ventricular (ESV) monomórficas por minuto, manifestando-

se durante o exercício ou na recuperação (sem adaptação). O aumento da Frequência

Cardíaca (FC) ou complexidade de ESV nas fases subsequentes deve ser valorizado. A

especificidade para o diagnóstico de isquemia é baixa, porém eleva-se quando a

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23

arritmia é induzida em carga baixa e associada a alterações do segmento ST ou outros

de maior valor preditivo. Tem sido associado em homens assintomáticos, a um maior

risco de mortalidade cardiovascular quando o achado de ESV em 2 batimentos ou mais,

ou ainda isolados, representa mais do que 10% dos complexos durante 30 segundos de

qualquer registro do teste (23).

1.10 O atleta e o teste de esforço

A avaliação clínica pré-participação do atleta deve constar de uma anamnese

precisa. A história patológica pregressa, história familiar de cardiopatias e/ou morte

súbita prematura, bem como a história social e os hábitos de vida precisam ser

valorizados. Dentre os vários exames que devem ser feitos encontra-se incluído o teste

ergométrico (21).

Numa avaliação pré-participação em atividades esportivas, a faixa etária para

indicação do teste ergométrico é motivo de controvérsia na literatura mundial, sendo

que alguns autores consideram esse exame como obrigatório para atletas amadores ou

profissionais. Devido a um contingente de atletas masters que retornam a prática de

esportes competitivos numa idade mais avançada, uma atenção especial em termos de

avaliação pré-participação deve ser dada a essa população (21).

Para a população geral que deseja iniciar a prática de exercícios visando a

promoção da saúde, a orientação é que seja realizado um teste ergométrico em

homens acima de 35 anos e mulheres acima de 45 (21).

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24

2 OBJETIVO

Verificar o tipo de treinamento e analisar se a performance dos atletas com

deficiência que frequentam o ambulatório de esporte adaptado está de acordo com os

resultados obtidos no teste de esforço.

.

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25

3 CASUÍSTICA E MÉTODO

3.1 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo descritivo corte transversal em atletas com deficiência

física e visual que praticam atletismo.

3.2 Casuística

Foram selecionados atletas de alto rendimento para o estudo, sendo os mesmos

pacientes atendidos pela equipe do ambulatório do Esporte Adaptado/Neuromuscular

da UNIFESP-EPM.

3.3 Critérios de Inclusão

Atletas com deficiência que praticam atletismo de alto rendimento por período

superior ou igual a um ano, ter idade entre 17 e 50 anos e que assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A)

Atletas que já haviam realizado o Teste de Esforço no ano de 2010.

3.4 Coleta de dados

A pesquisa foi baseada no levantamento do prontuário, onde foram selecionados

10 atletas com deficiência, todos corredores, que realizaram o Teste de Esforço no ano

de 2010 e tinham seus dados já coletados.

Após esse levantamento os atletas responderam a um questionário estruturado

(APÊNDICE B) onde verificou-se o histórico esportivo dos atletas, a forma e a

freqüência que é realizado o treinamento e o rendimento no último ano nos treinos e

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26

nas competições e relacionar se está de acordo com o desempenho do atleta durante o

teste esforço.

Os atletas foram avaliados por fisioterapeutas integrantes do ambulatório de

Esporte Adaptado/Neuromuscular da UNIFESP-EPM.

3.5 Analise estatística

Foi utilizado o teste Qui-Quadrado para Independência, é um teste não

paramétrico utilizado para verificar se duas variáveis e seus níveis, possuem ou não

uma dependência (associação) estatística.

Foi utilizado também o teste de Mann-Whitney, não paramétrico utilizado em

baixas amostragens. Esse teste é usado quando temos amostras independentes e

queremos comparar sempre duas-a-duas variáveis.

O teste de Kruskal-Wallis é aplicado quando temos a mesma configuração de

dados do teste de Mann-Whitney, porém aqui a diferença está em que comparamos

mais de duas variáveis simultaneamente, ou seja, medimos apenas se existe diferença

entre os grupos, mas não concluímos em qual grupo está a diferença.

Foi usado o intervalo de confiança para a Média que é uma técnica utilizada

quando queremos ver o quanto a média pode variar numa determinada probabilidade

de confiança.

Para a correlação foi utilizado a correlação de Spearman que se baseia na

ordenação de duas variáveis sem qualquer restrição quanto a distribuição de valores,

ou seja, mais utilizado para testes não paramétricos.

Foi utilizado ainda o teste de correlação. Este teste é utilizado como no caso da

média e variância, para testar o coeficiente de correlação entre duas variáveis.

O resultado de cada comparação é chamado de p-valor. Esta estatística é que

nos ajuda a concluir sobre o teste realizado. Caso esse valor seja maior que o nível de

significância adotado, concluí-se que a hipótese é a hipótese verdadeira, caso contrário

permanece a hipótese verdadeira.

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27

O nível de significância foi definido em 0,05 (5%). Todos os intervalos

construídos ao longo da estatística foram construídos com 95% de confiança

estatística.

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28

4 RESULTADOS/DISCUSSÃO

4.1 Caracterização da Casuística

Foram avaliados nove atletas, todos do sexo masculino, com média de idade de

30,5 anos, sendo o mínimo 25 anos e o máximo 44 anos. Em sua maioria 5 (55,5%)

são naturais do Estado de São Paulo e 100% dos atletas são procedentes do mesmo.

Quanto a etnia 5 (55,5%) atletas são mulatos, 3 (33,3%) são brancos e 1(11,1%) negro

(Tabela 1).

Tabela 1 – Características dos atletas quanto aos dados demográficos. Variáveis (n=9)

Sexo n (%)

Masculino 9 (100%)

Feminino 0 (0%)

Idade (anos)

Média 30,5

Mínimo - máximo 25 – 44

Naturalidade (estado) n (%)

São Paulo 5 (55,5%)

Alagoas 1(11,1%)

Bahia 1(11,1%)

Paraná 1(11,1%)

Piauí 1(11,1%)

Procedência n (%)

São Paulo 9 (100%)

Etnia n (%)

Brancos 3 (33,3%)

Negros 1 (11,1%)

Mulatos 5 (55,5%)

n = número

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29

Tabela 2 - Caracterização dos atletas quanto à modalidade e classificação atual Modalidade do atletismo n (%)

Provas de rua – provas de pista 7 (77,7%)

Provas de rua 2 (22,2%)

Provas de pista 0 (0%)

Classificação funcional n (%)

T13 1 (11,1%)

T11 2 (22,2%)

T20 1 (11,1%)

T37 1 (11,1%)

T46 4 (44,4%)

n = número

No atletismo 2 (22,2%) dos atletas competem nas provas de rua e 7 (77,7%)

competem em provas de rua e pista. No tocante a classificação funcional, os atletas se

distribuem da seguinte forma: 2 (22,2%) atletas são T11 e 1 (11,1%) é T13 que

correspondem a deficiência visual; 4 (44,4%) T46 são, amputados; 1 T37 (11,1%),

paralisia cerebral e 1 T20 (11,1%) classificado como deficiente intelectual (Tabela 2).

Tabela 3 – Diagnóstico médico Diagnóstico n (%)

Amputações traumáticas 4 (44,4%)

Paralisia cerebral 1 (11,1%)

Deficiência intelectual 2 (22,2%)

Meningite bacteriana 1 (11,1%)

Guia 1 (11,1%)

n = número

Dos nove atletas estudados 4(44,4%) deles foram dignosticados com amputação

traumática, 1(11,1%) com paralisia cerebral, 2 (22,2%) com deficiência intelectual, 1

(11,1%) com meningite bacteriana e um não apresenta diagnóstico por ser guia (Tabela

3).

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Tabela 4 – Sequela residual Sequela residual

Amputação MSD 3 (33,3%)

Amputação MSE 1 (11,1%)

Hemiparesia 2 (22,2%)

Perda total da visão 1 (11,1%)

Nistagmo/ baixa acuidade visual 1 (11,1%)

Guia 1 (11,1%)

MSD= Membro Superior Direito MSE= Membro Superior Esquerdo

As sequelas residuais encontradas são 3 (33,3%) atletas com amputações de

MSD, 1 (11,1%) com amputação de MSE, 2 (22,2%) com hemiparesia, 1(11,1%) com

perda total da visão e 1 (11,1%) com baixa acuidade visual (Tabela 4).

Tabela 5 - Histórico esportivo

Histórico esportivo

Idade inicial no esporte adaptado (anos) n (%)

15-20 1 (11,1%)

20-30 5 (55,5%)

30-40 3 (33,3%)

Modalidade inicial

Atletismo 7 (77,7%)

Ciclismo 1 (11,1%)

Judô 1 (11,1%)

n = número

Com relação ao histórico esportivo, a idade de inicio no esporte adaptado

corresponde a 1(11,1%) atleta iniciando entre 15-20 anos, 5 (55,5%) atletas entre 20-30

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anos e 3 (33,3%) atletas entre 30-40 anos. A maioria dos atletas teve como modalidade

inicial o atletismo, correspondendo a 77,7%; ciclismo 11,1% e judô 11,1% (Tabela 5).

Tabela 6 - Saúde do atleta Saúde do atleta n (%)

Avaliação médica de rotina 8 (88,8%)

Realizaçao do teste de esforço 9 (100%)

Realização do teste ergoespirométrico 5 (55,5%)

n = número

Dos atletas avaliados100% realizaram o teste de esforço, 88,8% atletas

passaram por avaliação médica de rotina e 55,5% dos atletas fizeram o teste

ergoespirométrico (Tabela 6).

Tabela 7 - Treinamento

Treinamento esportivo n (%)

Quantidade de dias de treino pré-prova

2 a 3x por semana 1 (11,1%)

4 a 5x por semana 3 (33,3%)

Todos os dias 5 (55,5%)

Quantidade de dias de treino pós-prova

2 a 3x por semana 2 (22,2%)

4 a 5x por semana 4 (44,4%)

Todos os dias 3 (33,3%)

Quantidade de horas treino/dia

1 a 2hs 3 (33,3%)

2 a 3hs 5 (55,5%)

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3 a 4hs 0 (0%)

5 a 6hs 1 (11,1%)

n = número

Dos 9 atletas estudados, 55,5% treinam todos os dias no período pré-prova e

após a competição 44,4% treinam de 3 a 4x por semana. A quantidade de horas/treino

por dia mostra que 3 (33,3%) dos entrevistados treinam de 1 a 2hs/dia, 5 (55,5%) de 2

a 3hs/dia, nenhum deles treina de 3 a 4hs/dia e apenas 1 (11,1%) treina de 5 a 6hs/dia

(Tabela 7).

Tabela 8 - Condicionamento

Treinamento

Treinamento geral

Alongamento 9 (100%)

Aquecimento 9 (100%)

Fortalecimento

Medicine Ball 1 (11,1%)

Musculação 9 (100%)

Treinamento específico

Tático 9 (100%)

Técnico 9 (100%)

Educativo 9 (100%)

Planejamento de calendário 9 (100%)

Periodização de treinamento 9 (100%)

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No treinamento geral os atletas relataram que 100% realizavam alongamento e

aquecimento. Quanto ao fortalecimento muscular 11,1% utilizava Medicine ball e 100%

utilizavam a musculação. O treinamento específico tático, técnico e educativo era

realizado por 100% dos atletas e todos afirmaram que há planejamento de calendário e

periodização do treinamento (Tabela 8).

Tabela 9 – Competição

Competições

Quantidade de provas de Rua n (%)

1 a 2 provas 0 (0%)

3 a 5 provas 1 (11,1%)

6 a 10 provas 6 (66,6%)

Quantidade de provas de Pista n (%)

1 a 2 provas 1 (11,1%)

3 a 5 provas 3 (33,3%)

6 a 10 provas 5 (55,5%)

Percurso de provas disputadas

Provas de pista

100 m 1

200 m 2

400 m 3

800 m 1

1500 m 2

5000 m 3

Provas de rua

10 km 6

21 km 2

42 km 2

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Com relação às competições esportivas de rua realizadas durante o ano nenhum

atleta realiza apenas de 1 a 2 provas, 1 (11,1%) compete de 3 a 5 provas e 6 atletas

(66,6%) de 6 a 10 provas. Nas provas de pista 1 (11,1%) compete de 1 a 2 provas por

ano, 3 (33,3%) de 3 a 5 provas e 5 (55,5%) de 6 a 10.

Nos percursos de Pista disputados temos 1 atleta competindo em provas de 100

m, 2 em 200 m, 3 competem nos 400 m, 1 em 800 m, 2 em 1500 m, e 3 em 5000 m.

Quanto as provas de Rua 6 atletas correram provas de 10 Km, 2 atletas meia maratona

21 Km e 2 atletas fizeram a maratona de 42 Km (Tabela 9).

Tabela 10 - Tempo de recuperação

Tipo e tempo de recuperação n (%)

Tempo de recuperação

1 semana 7 (77,7%)

1 mês 2 (22,2%)

3 meses 0 (0%)

Mais de 3 meses 0 (0%)

Tipo de recuperação

Repouso total 0 (0%)

Técnicas hidroterápicas 1 (11,1%)

Recuperação ativa 8 (88,8%)

n = número

Em sua maioria 7 (77,7%), os atletas usam uma semana para se recuperarem e

os demais 2 (22,2%) se recuperam em 1 mês. Quanto ao tipo de recuperação 1 (11,1%)

fazem uso de técnicas hidroterápicas, 8 (88,8%) se recuperam ativamente e nenhum

tem repouso total (Tabela 10).

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Tabela 11 - Teste de esforço

Teste de esforço

Teste de esforço completo 8 (88,8%)

Teste de esforço incompleto 1 (11,1%)

Sintomas

Sem sintomas 6

Dor no peito 0

Dispnéia 0

Tontura 0

Fadiga 0

Cansaço 2

Náuseas 0

Cãimbras 0

Aumento da FC 1

Aumento da Fr 0

Diminuição da FC 0

Diminuição da Fr 0

FCmax alcançada 5 (55,5%)

Uso de betabloqueador 0 (0%)

FC = frequência cardíaca Fr = frequência respiratória

De acordo com os resultados dos testes de esforço 88,8% (n=8) completaram o

teste e 11,1% (n=1) não completou. Quanto aos sintomas apresentados durante o teste

66,6% (n=6) não relataram nenhum sintoma, 22,2% (n=2) relataram cansaço e 11,1%

(n=1) apresentou aumento da FC. A FCmáx foi alcançada por 55,5% (n=5) dos atletas

(Tabela 11).

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Tabela 12 – Comparação da Frequência de Treino Pré Prova com Idade e Ano Início

Teste de Kruskal-Wallis n = número -x-= Não foi possível a analise estatística Q1= 1º Quartil Q3 = 3º Quartil IC = Intervalo de Confiança

Foi verificado que não há diferença estatística entre freqüência de treino pré

prova e idade e ano início.

Tabela 13 – Comparação de Freqüência Treino Pós Prova com Idade e Ano Início

Teste de Kruskal-Wallis n = número -x-= Não foi possível a analise estatística Q1= 1º Quartil Q3 = 3º Quartil IC = Intervalo de Confiança

Foi verificado que não há diferença estatística entre freqüência de treino pós

prova e idade e ano início.

Idade Ano Início Esp. Freq. Treino/

Pré Prova 2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os

dias 2 a

3x/semana 4 a

5x/semana Todos os

dias

Média 27,0 28,7 25,4 2007,0 2004,7 2000,8

Mediana 27,0 29,0 26,0 2007,0 2005,0 2001,0

Desvio Padrão

- x - 2,5 7,2 - x - 2,5 3,3

Q1 27,0 27,5 22,0 2007,0 2003,5 1998,0

Q3 27,0 30,0 31,0 2007,0 2006,0 2004,0

N 1 3 5 1 3 5

IC - x - 2,8 6,3 - x - 2,8 2,9

p-valor 0,865 0,116

Idade Ano Início Esp. Freq. Treino/

Pós Prova 2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os

dias 2 a

3x/semana 4 a

5x/semana Todos os

dias

Média 26,5 26,5 27,0 2004,5 2002,5 2002,0

Mediana 26,5 30,0 26,0 2004,5 2003,0 2004,0

Desvio Padrão

0,7 7,7 5,6 3,5 4,4 3,5

Q1 26,3 25,5 24,0 2003,3 2000,0 2001,0

Q3 26,8 31,0 29,5 2005,8 2005,5 2004,0

N 2 4 3 2 4 3

IC 1,0 7,6 6,3 4,9 4,3 3,9

p-valor 0,861 0,736

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37

Tabela 14 – Comparação do Tempo de Treino com Idade e Ano Início

Teste de Kruskal-Wallis n = número -x-= Não foi possível a analise estatística PA= Pressão arterial Q1= 1º Quartil Q3 = 3º Quartil IC = Intervalo de Confiança

Foi verificado que não há diferença estatística entre tempo de treino e idade e

ano início.

Em seguida foi utilizado o teste Qui-Quadrado para medir o grau de relação e/ou

associação entre frequência de treino pré prova e pós prova, e tempo de treino com as

variáveis qualitativas do histórico esportivo/competições.

Tabela 15 - Relação e/ou Associação entre Frequência de Treino Pré Prova com a

Modalidade Inicial

n % n % n % n %

Atletismo 1 100% 2 67% 4 80% 7 78%

Ciclismo 0 0% 1 33% 0 0% 1 11%

Judô 0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

Totalp-valor

Modalidade

Inicial0,572

Freq. Treino/ Pré Prova2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os dias

Teste Qui-quadrado n= número

Observamos que não há relação e/ou associação entre frequência de treino pré

prova e modalidade inicial.

Idade Ano Início Esp. Tempo de Treino 1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia 1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia

Média 30,0 24,6 27,0 2004,3 2001,0 2007,0

Mediana 31,0 26,0 27,0 2004,0 2001,0 2007,0

Desvio Padrão

3,6 6,3 - x - 0,6 3,9 - x -

Q1 28,5 22,0 27,0 2004,0 1998,0 2007,0

Q3 32,0 29,0 27,0 2004,5 2002,0 2007,0

N 3 5 1 3 5 1

IC 4,1 5,6 - x - 0,7 3,5 - x -

p-valor 0,405 0,201

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38

Tabela 16 - Relação e/ou Associação entre Frequência de Treino Pré Prova com a

Modalidade Atual/Atletismo

n % n % n % n %

Corridas de

Rua e Pista1 100% 3 100% 3 60% 7 78%

Corridas de

Pista0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

Corridas de

Rua0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

Modalidade

/ Atletismo0,725

Freq. Treino/ Pré Prova2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os dias Total

p-valor

Teste Qui-quadrado n= número

Observamos que não há relação e/ou associação entre frequência de treino pré

prova e a modalidade atual/atletismo.

Tabela 17 - Relação e/ou Associação entre Frequência de Treino Pré Prova com

Provas de Rua

n % n % n % n %

0 0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

3 a 5 0 0% 1 33% 1 20% 2 22%

6 a 10 0 0% 1 33% 3 60% 4 44%

10 a 15 1 100% 1 33% 0 0% 2 22%

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

Provas Rua 0,423

Freq. Treino/ Pré Prova2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os dias Total

p-valor

Teste Qui-quadrado n= número

Dos atletas que treinam de quatro a cinco vezes por semana, 33% competem de

6 a 10 provas de rua por ano, entretanto não observamos relação e/ou associação

entre frequência de treino com a quantidade de provas de rua competidas durante o

ano e 60% deles treinam todos os dias no período pré prova.

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39

Tabela 18 - Relação e/ou Associação entre Frequência de Treino Pré Prova com

Provas de Pista

n % n % n % n %

0 0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

1 a 2 1 100% 0 0% 0 0% 1 11%

3 a 5 0 0% 1 33% 1 20% 2 22%

6 a 10 0 0% 1 33% 3 60% 4 44%

10 a 15 0 0% 1 33% 0 0% 1 11%

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

Provas

Pista0,151

Freq. Treino/ Pré Prova2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os dias Total

p-valor

Teste Qui-quadrado n= número

Dos nove atletas estudados não foi observado relação e/ou associação entre

frequência de treino com a quantidade de provas de pista disputadas durante o ano.

Porém, encontramos 33% que treinam de três a quatro vezes por semana antes da

prova e 60% treinam todos os dias.

Tabela 19 - Relação e/ou Associação entre Frequência de Treino Pré Prova com o

Percurso Rua

n % n % n % n %

Todos os

Percursos1 100% 0 0% 0 0% 1 11%

Não Participou 0 0% 1 33% 1 20% 2 22%

10 Km 0 0% 1 33% 2 40% 3 33%

21 Km 0 0% 1 33% 1 20% 2 22%

42 Km 0 0% 0 1 20% 1 11%

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

Percurso

Rua0,265

Freq. Treino/ Pré Prova

2 a

3x/semana 4 a 5x/semana Todos os dias Totalp-valor

Teste Qui-quadrado n= número

As provas de rua que os atletas participam são 33% de 10 km, 22% de 21 km e

11% participa nas provas de 42 Km. Observamos que não há relação e/ou associação

entre frequência de treino com o percurso de rua percorrido.

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40

Tabela 20 - Relação e/ou Associação entre Frequência de Treino Pré Prova com o

Percurso Pista

n % n % n % n %

Não Participou 0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

400 m 0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

800 m 0 0% 1 33% 1 20% 2 22%

1500 m 0 0% 1 33% 0 0% 1 11%

5000 1 100% 1 33% 2 40% 4 44%

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

Percurso

Pista0,779

Freq. Treino/ Pré Prova2 a 3x/semana

4 a

5x/semana Todos os dias Totalp-valor

Teste Qui-quadrado n= número

Quanto ao percurso de provas de pista, 33% treinam de dois a três dias por

semana e 40% treinam todos os dias e correm os 5000 m, entretanto, observamos que

não há relação e/ou associação entre frequência de treino com o percurso de provas de

ruas disputados.

Tabela 21 - Relação e/ou Associação entre Frequência de Treino Pré Prova com o

Intervalo entre Provas

n % n % n % n %

1 semana 0 0% 1 33% 1 20% 2 22%

1 mês 1 100% 2 67% 1 20% 4 44%

De 1 a 2

meses0 0% 0 0% 3 60% 3 33%

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

Intervalo entre

Provas0,343

Freq. Treino/ Pré Prova

2 a

3x/semana 4 a 5x/semana Todos os dias Totalp-valor

Teste Qui-quadrado n= número

Os atletas foram entrevistados quanto ao período de intervalo entre as provas e,

verificou-se que daqueles que treinam de quatro a cinco vezes por semana, 67%

respeitam intervalo de um mês, e 60% dos atletas que treinam todos os dias respeitam

um período de descanso de um mês e meio. Porém foi observado estatisticamente que

não há relação e/ou associação entre frequência de treino com o intervalo entre provas.

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41

Tabela 22 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com a Modalidade Inicial

n % n % n % n %

Atletismo 3 100% 3 60% 1 100% 7 78%

Ciclismo 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

Judô 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

Total 3 33% 5 100% 1 11% 9 100%

Modalidade

Inicial0,725

Tempo Treino1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia Total

p-valor

Teste Qui-quadrado n= número

Dos atletas entrevistados, 78% tiveram como modalidade base o atletismo e

o tempo de treino não teve relação e/ou associação com a modalidade inicial.

Tabela 23 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com a Modalidade

Atual/Atletismo

n % n % n % n %

Corridas de Rua

e Pista 2 67% 4 80% 1 100% 7 78%

Corridas de Pista 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

Corridas de Rua 1 33% 0 0% 0 0% 1 11%

Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

Modalidade

/ Atletismo0,572

Tempo Treino1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia Total

p-valor

Teste Qui-quadrado n= número

Dos atletas avaliados, 80% treinam de duas a três horas por dia, entretanto

observou-se que não há relação e/ou associação entre o tempo de treino com a

modalidade/atletismo atual.

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42

Tabela 24 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com as Provas de Rua

n % n % n % n %

0 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

3 a 5 1 33% 1 20% 0 0% 2 22%

6 a 10 1 33% 3 60% 0 0% 4 44%

10 a 15 1 33% 0 0% 1 100% 2 22%

Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

p-valorTempo Treino1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia

4 a 6

hs/dia Total

Provas

Rua0,423

Teste Qui-Quadrado n = número

O tempo de treino não demonstra influência na quantidade de provas de rua.

Observamos que não há relação e/ou associação entre o tempo de treino com a

quantidade de provas de rua disputadas durante o ano.

Tabela 25 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com as Provas de Pista

n % n % n % n %

0 1 33% 0 0% 0 0% 1 11%

1 a 2 0 0% 0 0% 1 100% 1 11%

3 a 5 1 33% 1 20% 0 0% 2 22%

6 a 10 1 33% 3 60% 0 0% 4 44%

10 a 15 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

Provas

Pista0,151

Tempo Treino1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia Total

p-valor

Teste Qui-quadrado n = número

Dos atletas, 60% que treinam de duas a três horas por dia, competem de 6 a 10

provas de pista por ano e não há relação e/ou associação entre o tempo de treino com

a quantidade de provas de rua disputadas durante o ano. Os dados do protocolo

mostram que isso ocorre porque 44% dos atletas não têm o esporte como único meio

de sobrevivência e sim como uma atividade paralela, e correr o maior número de provas

mostra superação.

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43

Tabela 26 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com o Percurso de Rua

n % n % n % n %

Todos os

Percursos 0 0% 0 0% 1 100% 1 11%

Não

Participou 0 0% 2 40% 0 0% 2 22%

10 Km 1 33% 2 40% 0 0% 3 33%

21 Km 1 33% 1 20% 0 0% 2 22%

42 Km 1 33% 0 0% 0 0% 1 11%

Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

Percurso

Rua0,134

Tempo Treino1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia Total

p-valor

Teste Qui-Quadrado n = número

As provas de rua de 10 km e 21 km exigem muito dos atletas e o esperado seria

que o treino tivesse um tempo maior. Porém, os resultados demonstram que os atletas

que disputam nestes percursos treinam de duas a três horas por dia, e observamos que

não há relação e/ou associação entre tempo de treino com o percurso de provas de rua.

Tabela 27 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com o Percurso de Pista

N % N % N % N %

Não

Participou 1 33% 0 0% 0 0% 1 11%

400 m 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

800 m 1 33% 1 20% 0 0% 2 22%

1500 m 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

5000 m 1 33% 2 40% 1 100% 4 44%

Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

Percurso

Pista0,779

Tempo Treino1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia Total

p-valor

Teste Qui-Quadrado n = número

Dos atletas que competem nas provas de pista, 40% treinam de duas a três

horas por dia não sendo observado relação e/ou associação entre o tempo de treino e o

percurso de provas de pista.

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44

Tabela 28 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com o Intervalo entre as

Provas

n % n % n % n %

1

semana 2 67% 0 0% 0 0% 2 22%

1 mês 0 0% 3 60% 1 100% 4 44%

De 1 a 2

meses 1 33% 2 40% 0 0% 3 33%

Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

Intervalo

entre

Provas

0,153

Tempo Treino1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia Total

p-valor

Teste Qui-Quadrado n = número

Identificamos que 60% dos atletas treinam de duas a três horas por dia e

respeitam intervalo entre provas de um mês e não houve relação e/ou associação entre

o tempo de treino com o intervalo entre as provas. O intervalo entre provas demonstra

que atletas que respeitam este intervalo se identificam com um único tipo de provas e

seu período de preparação é maior.

A seguir, foi medido o grau de relação e/ou associação entre frequência de treino

pré prova e pós prova, e tempo de treino com as variáveis qualitativas do Teste de

Esforço (Teste de Esforço completo, FC máxima alcançada e sinais e sintomas durante

o treino) usando o teste Qui-Quadrado.

Tabela 29 - Relação e/ou Associação entre Freqüência de Treino Pré Prova com as Variáveis do Teste de Esforço

Teste Qui-quadrado n = número

2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os

dias Total Frequência de Treino

Pré Prova N % N % N % N %

p-valor

Não 0 0% 1 33% 0 0% 1 11%

Sim 1 100% 2 67% 5 100% 8 89% Teste de Esforço

Completo Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

0,325

Não 1 100% 0 0% 3 60% 4 44%

Sim 0 0% 3 100% 2 40% 5 56% Força

Máxima Alcançada Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

0,126

Sem sintomas

1 100% 2 67% 3 60% 6 67%

Cansaço 0 0% 1 33% 1 20% 2 22%

Aumento da FC

0 0% 0 0% 1 20% 1 11%

Sinais e Sintomas Durante o

Treino

Total 1 11% 3 33% 5 56% 9 100%

0,844

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45

Notamos que 100% dos atletas entre duas a três vezes por semana completaram

o teste de esforço, não apresentaram nenhum desconforto e atingiram a FC máxima

demonstrando não existir relação e/ou associação entre freqüência de treino pré prova

com as variáveis quantitativas do teste de esforço.

Tabela 30 - Relação e/ou Associação entre Freqüência de Treino Pós Prova com as

Variáveis do Teste de Esforço

Teste Qui-quadrado n = número

FC= Frequência Cardíaca

No período pós prova 100% dos atletas que treinam de duas a três vezes por

semana e os que treinam todos os dias completaram o teste de esforço; 50% dos

atletas que treinam de quatro a cinco vezes por semana apresentaram cansaço durante

a realização do teste. Notamos que não há relação e/ou associação estatística entre

freqüência de treino pós prova e as variáveis qualitativas do Teste de Esforço.

2 a 3x/semana 4 a 5x/semana Todos os

dias Total Frequência de Treino

Pós Prova N % N % N % N %

p-valor

Não 0 0% 1 25% 0 0% 1 11%

Sim 2 100% 3 75% 3 100% 8 89% Teste de Esforço

Completo Total 2 22% 4 44% 3 33% 9 100%

0,495

Não 1 50% 1 25% 2 67% 4 44%

Sim 1 50% 3 75% 1 33% 5 56% Força

Máxima Alcançada Total 2 22% 4 44% 3 33% 9 100%

0,539

Sem sintomas

2 100% 1 25% 3 100% 6 67%

Cansaço 0 0% 2 50% 0 0% 2 22%

Aumento da FC

0 0% 1 25% 0 0% 1 11%

Sinais e Sintomas Durante o

Treino

Total 2 22% 4 44% 3 33% 9 100%

0,229

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46

Tabela 31 - Relação e/ou Associação entre Tempo de Treino com as Variáveis do Teste

de Esforço

Teste Qui-quadrado n = número FC= Frequência Cardíaca

Dos atletas que treinam de duas a três vezes por dia, 80% completaram o teste

de esforço mostrando que não há relação e/ou associação estatística entre tempo de

treino e as variáveis qualitativas do Teste de Esforço.

Continuando a comparação entre freqüência de treino pré e pós prova e tempo

de treino com pressão arterial, FC e Duplo Produto.

1 a 2 hs/dia 2 a 3 hs/dia 4 a 6 hs/dia Total Tempo de Treino

N % N % N % N % p-valor

Não 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

Sim 3 100% 4 80% 1 100% 8 89% Teste de Esforço

Completo Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

0,638

Não 2 67% 1 20% 1 100% 4 44%

Sim 1 33% 4 80% 0 0% 5 56% Força

Máxima Alcançada Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

0,217

Sem sintomas 3 100% 2 40% 1 100% 6 67%

Cansaço 0 0% 2 40% 0 0% 2 22%

Aumento da FC 0 0% 1 20% 0 0% 1 11%

Sinais e Sintomas Durante o

Treino Total 3 33% 5 56% 1 11% 9 100%

0,463

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47

Tabela 32 – Comparação da Frequência de Treino Pré Prova com Pressão Arterial, FC

e Duplo Produto

Teste de Kruskal-Wallis PA= pressão arterial -x-= Não foi possível a analise estatística Q1 = 1º Quartil n = Número Q3 = 3º quartil FC= Freqüência cardíaca IC = Intervalo de confiança

Freq. Treino/ Pré Prova Média Mediana Desvio Padrão

Q1 Q3 N IC p-

valor

2 a 3x/semana

130,0 130,0 - x - 130,0 130,0 1 - x -

4 a 5x/semana

120,0 120,0 0,0 120,0 120,0 2 - x - PA Inicial Sistólica

Todos os dias

122,0 130,0 16,4 110,0 130,0 5 14,4

0,683

2 a 3x/semana

80,0 80,0 - x - 80,0 80,0 1 - x -

4 a 5x/semana

80,0 80,0 0,0 80,0 80,0 2 - x - PA Inicial Diastólica

Todos os dias

78,0 80,0 11,0 80,0 80,0 5 9,6

1,000

2 a 3x/semana

205,0 205,0 - x - 205,0 205,0 1 - x -

4 a 5x/semana

155,0 155,0 14,1 150,0 160,0 2 19,6 PA Final Sistólica

Todos os dias

179,0 190,0 21,9 170,0 190,0 5 19,2

0,146

2 a 3x/semana

80,0 80,0 - x - 80,0 80,0 1 - x -

4 a 5x/semana

75,0 75,0 7,1 72,5 77,5 2 9,8 PA Final

Diastólica

Todos os dias

77,0 80,0 10,4 75,0 85,0 5 9,1

0,787

2 a 3x/semana

49,0 49,0 - x - 49,0 49,0 1 - x -

4 a 5x/semana

70,0 70,0 22,6 62,0 78,0 2 31,4 FC

Inicial/bpm

Todos os dias

67,6 52,0 33,2 52,0 55,0 5 29,1

0,230

2 a 3x/semana

144,0 144,0 - x - 144,0 144,0 1 - x -

4 a 5x/semana

189,5 189,5 4,9 187,8 191,3 2 6,9 FC Final/bpm

Todos os dias

176,2 175,0 12,9 171,0 176,0 5 11,3

0,184

2 a 3x/semana

38335,0 38335,0 - x - 38335,0 38335,0 1 - x -

4 a 5x/semana

30767,5 30767,5 109,6 30728,8 30806,3 2 151,9 Duplo

Produto

Todos os dias

33472,0 33800,0 5106,4 30780,0 37430,0 5 4475,9

0,407

2 a 3x/semana

187,0 187,0 - x - 187,0 187,0 1 - x -

4 a 5x/semana

192,5 192,5 9,2 189,3 195,8 2 12,7 FC Máxima

Durante o TE

Todos os dias

177,8 175,0 11,0 171,0 176,0 5 9,7

0,257

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48

Foi verificado que os atletas que treinam de quatro a cinco vezes por semana no

período pré prova tiveram a melhor média e mediana de PA. Não houve diferença

estatística quando comparado a frequência de treino pré prova com a PA, FC e Duplo

Produto.

Tabela 33 – Comparação da Frequência de Treino Pós Prova com Pressão Arterial, FC

e Duplo Produto

Teste de Kruskal-Wall n = número -x-= Não foi possível a analise estatística FC = freqüência cardíaca PA= Pressão arterial IC = Intervalo de confiança Q1= 1º Quartil Q3 = 3º Quartil

Freq. Treino/ Pós Prova Média Mediana Desvio Padrão

Q1 Q3 N IC p - valor

2 a 3x/semana 130,0 130,0 - x - 130,0 130,0 1 - x - 4 a 5x/semana 122,5 120,0 12,6 117,5 125,0 4 12,3

PA In icial Sistólica

Todos os dias 120,0 130,0 17,3 115,0 130,0 3 19,6

0,795

2 a 3x/semana 80,0 80,0 - x - 80,0 80,0 1 - x - 4 a 5x/semana 82,5 80,0 5,0 80,0 82,5 4 4,9

PA Inicial Diastólica

Todos os dias 73,3 80,0 11,5 70,0 80,0 3 13,1

0,360

2 a 3x/semana 205,0 205,0 - x - 205,0 205,0 1 - x - 4 a 5x/semana 175,0 177,5 24,8 160,0 192,5 4 24,3

PA Final Sistólica

Todos os dias 168,3 170,0 22,5 157,5 180,0 3 25,5

0,288

2 a 3x/semana 80,0 80,0 - x - 80,0 80,0 1 - x - 4 a 5x/semana 78,8 80,0 6,3 77,5 81,3 4 6,2

PA Final Diastólica

Todos os dias 73,3 75,0 12,6 67,5 80,0 3 14,2

0,827

2 a 3x/semana 49,0 49,0 - x - 49,0 49,0 1 - x - 4 a 5x/semana 61,8 54,5 16,2 53,5 62,8 4 15,9

FC Inicial/bpm

Todos os dias 77,0 52,0 43,3 52,0 89,5 3 49,0

0,279

2 a 3x/semana 144,0 144,0 - x - 144,0 144,0 1 - x - 4 a 5x/semana 182,5 181,0 8,6 175,8 187,8 4 8,4

FC Final/bpm

Todos os dias 176,7 171 ,0 18,2 166,5 184,0 3 20,6

0,256

2 a 3x/semana 38335,0 38335,0 - x - 38335,0 38335,0 1 - x - 4 a 5x/semana 33583,8 32322,5 3884,0 30806,3 35100,0 4 3806,3

Duplo Produto

Todos os dias 31520,0 30780,0 5576,9 28565,0 34105,0 3 6310,8

0,414

2 a 3x/semana 187,0 187,0 - x - 187,0 187,0 1 - x - 4 a 5x/semana 184,0 181,0 11,2 175,8 189,3 4 10,9

FC Máxima Durant e o TE

Todos os dias 179,3 171,0 15,3 170,5 184,0 3 17,3

0,543

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49

Foi verificado que os atletas que treinam todos os dias no período pós prova

tiveram a melhor média e mediana de PA. Não houve diferença estatística quando

comparado a frequência de treino pré prova com a PA, FC e Duplo Produto.

Tabela 34 - Comparação do Tempo de Treino com a Pressão Arterial, FC e Duplo

Produto

Teste de Kruskal-Wallis n = Número -x-= Não foi possível a analise estatística FC= Freqüência cardíaca PA= Pressão arterial Q1= 1º Quartil Q3 = 3º Quartil IC = Intervalo de Confiança

Tempo de Treino Média Mediana Desvio Padrão

Q1 Q3 N IC p-

valor

1 a 2 hs/dia

116,7 120,0 15,3 110,0 125,0 3 17,3

2 a 3 hs/dia

125,0 125,0 12,9 117,5 132,5 4 12,7 PA Inicial Sistólica

4 a 6 hs/dia

130,0 130,0 - x- 130,0 130,0 1 - x-

0,742

1 a 2 hs/dia

73,3 80,0 11,5 70,0 80,0 3 13,1

2 a 3 hs/dia

82,5 80,0 5,0 80,0 82,5 4 4,9 PA Inicial Diastólica

4 a 6 hs/dia

80,0 80,0 - x- 80,0 80,0 1 - x-

0,363

1 a 2 hs/dia

160,0 165,0 13,2 155,0 167,5 3 15,0

2 a 3 hs/dia

181,3 190,0 24,6 178,8 192,5 4 24,1 PA Final Sistólica

4 a 6 hs/dia

205,0 205,0 - x- 205,0 205,0 1 - x-

0,365

1 a 2 hs/dia

71,7 75,0 10,4 67,5 77,5 3 11,8

2 a 3 hs/dia

80,0 82,5 7,1 77,5 85,0 4 6,9 PA Final Diastólica

4 a 6 hs/dia

80,0 80,0 - x- 80,0 80,0 1 - x-

0,670

1 a 2 hs/dia

52,7 52,0 1,2 52,0 53,0 3 1,3

2 a 3 hs/dia

80,0 70,5 34,9 54,3 96,3 4 34,2 FC Inicial/bpm

4 a 6 hs/dia

49,0 49,0 - x- 49,0 49,0 1 - x-

0,064

1 a 2 hs/dia

173,0 171,0 12,1 166,5 178,5 3 13,7

2 a 3 hs/dia

185,3 184,5 11,4 175,8 194,0 4 11,2 FC Final/bpm

4 a 6 hs/dia

144,0 144,0 - x- 144,0 144,0 1 - x-

0,068

1 a 2 hs/dia

29273,3 30690,0 2532,1 28520,0 30735,0 3 2865,3

2 a 3 hs/dia

35268,8 35615,0 3666,1 33061,3 37822,5 4 3592,7 Duplo Produto

4 a 6 hs/dia

38335,0 38335,0 - x- 38335,0 38335,0 1 - x-

0,224

1 a 2 hs/dia

175,7 171,0 9,0 170,5 178,5 3 10,1

2 a 3 hs/dia

186,8 186,5 13,0 175,8 197,5 4 12,8 FC Máxima Durante o

TE

4 a 6 hs/dia

187,0 187,0 - x- 187,0 187,0 1 - x-

0,273

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50

Verificamos que na comparação entre FC inicial e final com o tempo de treino

tendem a ter diferença estatística pois os atletas que treinam de quatro a seis horas por

dia apresentam melhor FC.

Tabela 35- Compara Modalidade de Atletismo com Tempo de Prática Esportiva

Teste de Kruskal-Wallis Q1= 1º Quartil -x-= Não foi possível a analise estatística Q3= 3º Quartil n= Número IC= Intervalo de confiança

Concluímos que não há diferença estatística entre a modalidade de atletismo e

tempo de prática esportiva.

Foi utilizado a Correlação de Spearman para medir o grau de relação entre idade

atual, idade de início e tempo de pratica esportiva. Para validar as correlações, foi

utilizado o Teste de Correlação.

Tabela 36- Correlação entre Idade Atual, Idade de Início e Tempo de Prática Esportiva

Correlação de Spearman Teste de Correlação

Modalidade/Atletismo Tempo de Pratica

Esportiva Corridas de Rua e Pista

Corridas de Pista

Corridas de Rua

Média 7,0 12,0 9,0

Mediana 6,0 12,0 9,0

Desvio Padrão 3,8 - x- - x-

Q1 4,0 12,0 9,0

Q3 9,5 12,0 9,0

N 7 1 1

IC 2,8 - x- - x-

p-valor 0,474

Idade_Atual Idade_Inicio

corr 71,7% Idade_Inicio p-

valor 0,030

corr 27,0% -35,6% Tempo_Pratica p-

valor 0,482 0,347

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51

Foi encontrado correlação positiva entre idade atual, idade de inicio e tempo de

prática esportiva.

Foi realizada a comparação entre a variável atividades pós competição com a PA

Sistólica Inicial e Final, PA Diastólica Inicial e Final, FC máxima, FC inicial e final e

Duplo Produto. Foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis.

Tabela 37 – Comparação das Atividades Pós Competição com a PA Sistólica e

Diastólica inicial

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 125 125 7,1 122,5 127,5 2 9,8

Trote curto/ Alongamento 125 130 17,3 122,5 132,5 4 17

Trote curto/

Alongamento/Massagens120 120 - x - 120,0 120 1 - x -

Trote curto/ Caminhadas

ativas110 110 - x - 110,0 110 1 - x -

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 80 80 0 80 80 2 - x -

Trote curto/ Alongamento 77,5 80 12,6 75 82,5 4 12,3

Trote curto/

Alongamento/Massagens80 80 - x - 80,0 80 1 - x -

Trote curto/ Caminhadas

ativas80 80 - x - 80,0 80 1 - x -

PA Sistólica Inicial

Atividades Pós

Competição0,636

PA Diastólica Inicial

Atividades Pós

Competição1,000

Teste de Kruskal-Wallis PA = Pressão arterial PA= Pressão Arterial n = número -x-= Não foi possível a analise estatística Q1= 1º quartil Q3= 3º quartil IC= Intervalo de confiança

Todos os atletas praticam algum tipo de atividade física quando termina a prova

e não foi encontrada diferença estatística em entre Atividades Pós Competição e PA

Sistólica e Diastólica inicial.

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52

Tabela 38 – Comparação das Atividades Pós Competição com PA Sistólica e Diastólica

final

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 167,5 167,5 3,5 166,3 168,8 2 4,9

Trote curto/ Alongamento 185 195 27,4 178,8 201,3 5 24

Trote curto/

Alongamento/Massagens145 145 - x - 145,0 145 1 - x -

Trote curto/ Caminhadas

ativas190 190 - x - 190,0 190 1 - x -

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 82,5 82,5 3,5 81,3 83,8 2 4,9

Trote curto/ Alongamento 75 77,5 10,8 71,3 81,3 4 10,6

Trote curto/

Alongamento/Massagens70 70 - x - 70,0 70 1 - x -

Trote curto/ Caminhadas

ativas80 80 - x - 80,0 80 1 - x -

PA Sistólica Final

Atividades Pós

Competição0,435

PA Diastólica Final

Atividades Pós

Competição0,505

Teste de Kruskal-Wallis -x-= Não foi possível a analise estatística PA= Pressão Arterial n = Número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

Após um período de recuperação pós competição, não foi encontrada diferença

estatística entre as atividades pós competição e a PA sistólica e diastólica final.

Tabela 39 – Comparação entre Atividades Pós Competição com Frequência Cardíaca

Máxima

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 191,5 191,5 7,8 188,8 194,3 2 10,8

Trote curto/

Alongamento175,8 173 7,8 170,8 178 4 7,6

Trote curto/

Alongamento/

Massagens

199 199 - x - 199,0 199 1 - x -

Trote curto/

Caminhadas

ativas

176 176 - x - 176,0 176 1 - x -

FC Máxima

Atividades Pós

Competição0,228

Teste de Kruskal-Wallis PA = Pressão arterial -x-= Não foi possível a analise estatística n = número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

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53

No período de recuperação pós competição, ocorre a estabilização da FC

máxima não sendo encontrada diferença estatística entre as atividades pós competição

e FC máxima.

Tabela 40 – Comparação entre as Atividades Pós Competição e a FC inicial e final

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 90,5 90,5 51,6 72,3 108,8 2 71,5

Trote curto/ Alongamento 51,3 52 1,5 51,3 52 4 1,5

Trote curto/

Alongamento/Massagens86 86 - x - 86,0 86 1 - x -

Trote curto/ Caminhadas

ativas55 55 - x - 55,0 55 1 - x -

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 191,5 191,5 7,8 188,8 194,3 2 10,8

Trote curto/ Alongamento 163 166,5 13,8 157,5 172 4 13,5

Trote curto/

Alongamento/Massagens193 193 - x - 193,0 193 1 - x -

Trote curto/ Caminhadas

ativas176 176 - x - 176,0 176 1 - x -

FC Inicial/bpm

Atividades Pós

Competição0,128

FC Final/bpm

Atividades Pós

Competição0,12

Teste de Kruskal-Wallis PA= Pressão Arterial -x-= Não foi possível a analise estatística n = Número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

Não foi encontrada diferença estatística entre atividades pós competição e FC

inicial e final.

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54

Tabela 41 – Comparação das Atividades Pós Competição com Duplo Produto

Média MedianaDesvio

PadrãoQ1 Q3 n IC p-valor

Trote curto 34060 34060 4765,9 32375 35745 2 6605,1

Trote curto/

Alongamento32316,3 32290 5045,9 29672,5 34933,8 4 4944,9

Trote curto/

Alongamento/

Massagens

30845 30845 - x - 30845,0 30845 1 - x -

Trote curto/

Caminhadas

ativas

39000 39000 - x - 39000,0 39000 1 - x -

Duplo Produto

Atividades Pós

Competição0,506

Teste de Kruskal-Wallis. bpm= Batimentos por minuto -x-= Não foi possível a analise estatística FC= Freqüência cardíacan n = Número IC= Intervalo de confiança Q1= 1º quartil Q3= 3º quartil

Não foi encontrada diferença estatística entre atividades pós competição e duplo

produto.

Comparação do tempo de recuperação, tipo de recuperação, tempo de

recuperação suficiente e fadiga no esporte com PA sistólica inicial e final, e PA

diastólica inicial e final. Nestas análises, foi utilizado o teste de Mann-Whitney.

Tabela 42 - Compara Recuperação e Fadiga no Esporte com PA Sistólica Inicial

Teste de Mann-Whitney PA= Pressão Arterial -x-= Não foi possível a analise estatística n = Número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

Tempo de Recuperação

Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte PA

Sistólica Inicial

1 semana 1 mês Recuperção

ativa Técnicas

hidroterápicas Não Sim Não Sim

Média 121,7 125,0 121,4 130,0 130,0 121,4 116,7 126,0

Mediana 125,0 125,0 120,0 130,0 130,0 120,0 120,0 130,0

Desvio Padrão

11,7 21,2 13,5 - x - - x - 13,5 15,3 11,4

Q1 120,0 117,5 115,0 130,0 130,0 115,0 110,0 120,0

Q3 130,0 132,5 130,0 130,0 130,0 130,0 125,0 130,0

N 6 2 7 1 1 7 3 5

IC 9,4 29,4 10,0 - x - - x - 10,0 17,3 10,0

p-valor 0,731 0,500 0,500 0,356

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55

Tabela 43 - Compara Recuperação e Fadiga no Esporte com PA Diastólica Inicial

Teste de Mann-Whitney PA= Pressão Arterial -x-= Não foi possível a analise estatística N= Número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

Tabela 44 - Comparação da Recuperação e Fadiga no Esporte com PA Sistólica Final

Teste de Mann-Whitney PA= Pressão Arterial -x-= Não foi possível a analise estatística n = Número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

Tempo de Recuperação

Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte PA

Diastólica Inicial

1 semana 1 mês Recuperção

ativa Técnicas

hidroterápicas Não Sim Não Sim

Média 78,3 80,0 78,6 80,0 80,0 75,7 80,0 78,0

Mediana 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0

Desvio Padrão

9,8 0,0 9,0 - x - - x - 11,3 0,0 11,0

Q1 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 70,0 80,0 80,0

Q3 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0 80,0

N 6 2 7 1 1 7 3 5

IC 7,9 - x - 6,7 - x - - x - 8,4 - x - 9,6

p-valor 1,000 1,000 0,801 1,000

Tempo de Recuperação

Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte PA

Sistólica Final

1 semana 1 mês Recuperção

ativa Técnicas

hidroterápicas Não Sim Não Sim

Média 170,0 195,0 172,1 205,0 205,0 172,1 165,0 183,0

Mediana 167,5 195,0 170,0 205,0 205,0 170,0 145,0 190,0

Desvio Padrão

24,1 7,1 22,1 - x - - x - 22,1 34,6 14,8

Q1 150,0 192,5 155,0 205,0 205,0 155,0 145,0 170,0

Q3 185,0 197,5 190,0 205,0 205,0 190,0 175,0 190,0

N 6 2 7 1 1 7 3 5

IC 19,3 9,8 16,4 - x - - x - 16,4 39,2 13,0

p-valor 0,238 0,122 0,122 0,451

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Tabela 45 – Comparação da Recuperação e Fadiga no Esporte com PA Diastólica Final

Teste de Mann-Whitney PA= Pressão Arterial -x-= Não foi possível a analise estatística n = Número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

A variável fadiga no esporte em PA diastólica final tende a ser estatisticamente

diferente, pois os atletas que relataram fadiga têm a média da PA diastólica final maior

que os atletas que não referiram fadiga.

Comparação do tempo de recuperação, tipo de recuperação, tempo de

recuperação suficiente e fadiga no esporte com FC Máxima inicial e final e Duplo

Produto.

Tempo de Recuperação

Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte PA

Diastólica Final

1 semana 1 mês Recuperção

ativa Técnicas

hidroterápicas Não Sim Não Sim

Média 75,0 82,5 76,4 80,0 80,0 76,4 70,0 81,0

Mediana 77,5 82,5 80,0 80,0 80,0 80,0 70,0 80,0

Desvio Padrão

8,9 3,5 9,0 - x - - x - 9,0 10,0 4,2

Q1 71,3 81,3 72,5 80,0 80,0 72,5 65,0 80,0

Q3 80,0 83,8 82,5 80,0 80,0 82,5 75,0 85,0

N 6 2 7 1 1 7 3 5

IC 7,2 4,9 6,7 - x - - x - 6,7 11,3 3,7

p-valor 0,229 0,822 0,822 0,091

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Tabela 46 – Comparação da Recuperação e Fadiga no Esporte com FC Máximo

Teste de Mann-Whitney PA= Pressão Arterial -x-= Não foi possível a analise estatística n = Número Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil

Não foi encontrada significância estatística entre a variável tempo de

recuperação e fadiga no esporte com FC máxima.

Tabela 47 - Comparação da Recuperação e Fadiga no Esporte com FC Inicial

Teste de Mann-Whitney

Tempo de Recuperação Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte

FC Máximo

1 semana 1 mês Recuperção

ativa Técnicas

hidroterápicas Não Sim Não Sim

Média 185,0 175,5 182,0 187,0 187,0 182,0 185,3 181,0

Mediana 186,5 175,5 176,0 187,0 187,0 176,0 187,0 176,0

Desvio Padrão

12,4 0,7 12,1 - x- - x- 12,1 14,6 10,5

Q1 174,8 175,3 173,0 187,0 187,0 173,0 178,5 175,0

Q3 194,5 175,8 191,5 187,0 187,0 191,5 193,0 186,0

N 6 2 7 1 1 7 3 5

IC 9,9 1,0 9,0 - x- - x- 9,0 16,5 9,2

p-valor 0,505 0,513 0,513 0,655

Tempo de Recuperação

Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte FC

INICIAL/bpm

1 semana 1

mês Recuperação

ativa

Técnicas hidroterápica

s Não Sim Não Sim

Média 70,0 53,5 68,3 49,0 68,3 49,0 62,3 68,0

Mediana 53,0 53,5 54,0 49,0 54,0 49,0 52,0 54,0

Desvio Padrão

31,1 2,1 28,7 - x - 28,7 - x - 20,6 33,0

Q1 52,0 52,8 52,0 49,0 52,0 49,0 50,5 52,0

Q3 78,0 54,3 70,5 49,0 70,5 49,0 69,0 55,0

N 6 2 7 1 7 1 3 5

IC 24,9 2,9 21,3 - x - 21,3 - x - 23,3 28,9

p-valor 1,000 0,118 0,118 0,445

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Não foi encontrada significância estatística entre a variável tempo de

recuperação e fadiga no esporte e FC inicial.

Tabela 48 - Comparação da Recuperação e Fadiga no Esporte com FC Final

Teste de Mann-Whitney FC = Freqüência cardíaca -x-= Não foi possível a analise estatística n = Número

Q1= 1º quartil IC= Intervalo de confiança Q3= 3º quartil bpm= Batimentos por minuto

Não foi encontrada significância estatística entre a variável tempo de

recuperação e fadiga no esporte e Frequência Cardíaca Final.

Tempo de Recuperação

Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte

FC Final/bpm

1 semana

1 mês

Recuperação ativa

Técnicas hidroterápicas

Não Sim Não Sim

Média 175,5 175,5 180,0 144,0 144,0 180,0 166,3 181,0

Mediana 178,5 175,5 176,0 144,0 144,0 176,0 162,0 176,0

Desvio Padrão

20,4 0,7 12,5 - x - - x - 12,5 24,8 10,5

Q1 164,3 175,3 173,0 144,0 144,0 173,0 153,0 175,0

Q3 191,3 175,8 189,5 144,0 144,0 189,5 177,5 186,0

N 6 2 7 1 1 7 3 5

IC 16,3 1,0 9,3 - x - - x - 9,3 28,0 9,2

p-valor 1,000 0,127 0,127 0,297

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Tabela 49 – Comparação da Recuperação e Fadiga no Esporte com Duplo Produto

Teste de Mann-Whitney

Não foi encontrada significância estatística entre a variável tempo de

recuperação e fadiga no Esporte e Duplo Produto.

Tempo de Recuperação

Tipo de Recuperação Tempo de

Recuperação Suficiente

Fadiga no Esporte

Duplo Produto

1 semana 1 mês Recuperação

ativa Técnicas

hidroterápicas Não Sim Não Sim

Média 32405,0 36400,0 32699,3 38335,0 38335,0 32699,3 31843,3 34340,0

Mediana 30812,5 36400,0 30845,0 38335,0 38335,0 30845,0 30845,0 33800,0

Desvio Padrão

4584,6 3677,0 4373,5 - x - - x - 4373,5 6054,5 3793,1

Q1 30712,5 35100,0 30735,0 38335,0 38335,0 30735,0 28597,5 30780,0

Q3 35783,8 37700,0 35615,0 38335,0 38335,0 35615,0 34590,0 37430,0

N 6 2 7 1 1 7 3 5

IC 3668,4 5095,9 3239,8 - x - - x - 3239,8 6851,2 3324,8

p-valor 0,182 0,275 0,275 0,655

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60

5 DISCUSSÃO

A casuística do presente estudo é composta por nove atletas, sendo todos do

gênero masculino, com média de idade de 30,5 anos, variando de 25 a 44 anos, 55,5%

dos atletas são naturais do estado de São Paulo e 100% procedem do mesmo. Os

atletas responderam um questionário sobre dados sociodemograficos, saúde, histórico

esportivo, treinamento e teste de esforço.

Dos atletas entrevistados, 77% competem em provas de rua e pista e 44% são

classificados como T46 que corresponde a amputados, sendo todos de amputação

traumática de membros superiores; seguido de 22%, classificados como T11 que

corresponde a deficiência visual.

Destes atletas, 55% iniciaram no esporte adaptado com idade entre 20 a 30

anos, sendo que 77% tiveram como modalidade inicial o atletismo.

O treinamento esportivo era realizado por 55% dos atletas de duas a três horas

por dia, durante todos os dias da semana, antes das provas. No período pós prova 44%

realizavam o treinamento de quatro a cinco vezes por semana.

O treinamento era dividido em geral e específico e realizado por 100% dos

atletas, e todos afirmaram que havia um planejamento de calendário e periodização

esportiva.

Nas provas de rua, 66% dos atletas participaram durante o ano de 6 a 10 provas

e nas competições de pista 55% dos atletas competiram de 6 a 10 provas, seguidos de

33% que competiram de três a cinco provas por ano.

A recuperação adotada por 88% dos atletas consistia em recuperação ativa e

77% afirmou que o tempo de recuperação usada era de uma semana.

No teste de esforço, 88% dos atletas realizaram o teste completo e 66,6% não

apresentaram nenhum sintoma durante a sua realização. A FC máxima foi alcançada

por 55,5% da casuística.

Quando comparado a frequência de treino pré prova em idade de inicio, foi

verificado que a média e mediana de idade dos atletas que treinam de duas a três

vezes por semana é de 27,0 anos; dos atletas que treinam de quatro a cinco vezes por

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semana a média de idade é de 28,7 e mediana de 29,0 anos. Os atletas que treinam

todos os dias têm média de 25,4 e mediana de 26,0 anos.

No período pós prova, foi verificado média e mediana de 26,5 anos para os

atletas que treinam de duas a três vezes por semana, média de 26,5 e mediana de 30,0

anos para os que treinam de quatro a cinco vezes por semana e média de 27,0 e

mediana de 26,0 anos para os que treinam todos os dias.

Comparando o tempo de treino em idade de início, foi verificado que os atletas

que treinam de uma a duas hs/dia têm média de idade de 30,0 e mediana de 31,0 anos;

os que treinam de duas a três hs/dia têm média de idade de 24,6 e mediana de 26,0

anos e os que treinam de quatro a seis hs/dia têm média e mediana de 26,0 anos

mostrando que a variável idade de inicio não determina que o atleta aumente ou

diminua o tempo e freqüência de treino.

Quando associado à freqüência de treino pré prova com a quantidade provas

competidas no ano de 2010, dos nove atletas estudados 22% competem de três a cinco

provas de rua por ano, sendo que um atleta treina de quatro a cinco dias por semana e

outro atleta treina todos os dias; 44% competem de 6 a 10 provas por ano, um treina de

quatro a cinco vezes por semana e três treinam todos os dias; 22% dos atletas que

correm de 10 a 15 provas por ano, um treina de duas a três vezes por semana e um

treina de quatro a vezes por semana.

Nos percursos de rua disputados, quando relacionados com a freqüência de

treino pré prova, os dados encontrados demonstram que um atleta, que corresponde a

11% da casuística compete em todos os percursos e treina de duas a três vezes por

semana; 22% dos atletas, não competem neste percurso, porém um dos atletas treina

de quatro a cinco vezes por semana e o outro treina todos os dias. Nas provas de 10

km, encontramos um atleta treinando de quatro a cinco vezes por semana e dois atletas

treinando todos os dias, totalizando 33%; nos percursos de 21 km encontramos 22%,

um atleta treina de quatro a cinco vezes por semana e o outro treina todos os dias; nas

provas de 42 km, foi encontrado um atleta que treina todos os dias que corresponde a

11% da casuística.

Nos percursos de pista, um atleta que treina todos os dias não participa das

provas, correspondendo a 11% da casuística; 11% dos atletas competem em provas de

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400m com treino diário; 22% competem em provas de 800m, sendo que um treina de

quatro a cinco vezes por semana e outro atleta treina todos os dias; nas provas de

1500m, 11% compete com treino de quatro a cinco vezes por semana; nos percursos

de 5000m encontramos 44% dos competidores: um atleta treina de duas a três vezes

por semana, um treina de quatro a cinco vezes por semana e dois treinam todos os

dias.

Na relação intervalo entre provas e frequência de treino verifica que 22% dos

atletas têm intervalo de uma semana e treinam duas a três vezes por semana e todos

os dias; dos 44% com intervalo de um mês, 1 treina de duas a três vezes por semana,

dois treinam de quatro a cinco vezes por semana e um treina todos os dias, e com

intervalo de um a dois meses encontramos 33% dos atletas treinando todos os dias.

Na relação entre tempo de treino e modalidade atual, verificamos que 78% da

casuística competem em corridas de rua e pista, sendo dois atletas que treinam de uma

a duas horas por dia e quatro treinam de duas a três horas por dia e um atleta treina de

quatro a seis horas por dia; um atleta que corresponde a 11% compete em provas de

pista e treina de duas a três horas por dia e outro atleta compete em provas de rua e

treina de uma a duas horas por dia.

Nas provas de rua, quando relacionadas com o tempo de treino, os resultados

mostram que um dos atletas estudados não participa destas provas; 22% correm de

três a cinco provas por ano e um dos atletas treina de uma a duas horas por dia e o

outro atleta treina de duas a três horas por dia; 44% da casuística correm de 6 a 10

provas por ano sendo que um dos atletas treina de uma a duas horas por dia, três

treinam de duas a três horas por dia; 22% dos atletas competem de 10 a 15 provas, um

atleta treina de uma a duas horas por dia e o outro treina de quatro a seis horas por dia.

Nas provas de pista, foi verificado que um dos atletas estudados não participa

destas provas; 11% participa de uma a duas provas por ano e treina de quatro a seis

horas por dia; 22% da casuística participam de três a cinco provas por ano sendo que

um dos atletas treina de uma a duas horas por dia, e o outro treina de duas a três horas

por dia; 44% dos atletas participam de 6 a 10 provas por ano, sendo que um atleta

treina de uma a duas horas por dia e três atletas treinam de duas a três horas por dia e

11% participa de 10 a 15 provas e treina de duas a três horas por dia.

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63

Nos percursos de rua disputados quando associados com o tempo de treino, os

achados mostram que 11% disputam em todos os percursos e treina de quatro a seis

horas por dia; 22% não disputam em nenhum destes percursos, porém treinam de duas

a três horas por dia; 33% disputam provas de 10 Km, um treinando de uma a duas

horas por dia e dois treinam de duas a três horas por dia; 22% disputam provas de 21

Km, um atleta treina de uma a duas horas por dia e o outro treina de duas a três horas

por dia; 11% disputa prova de 42 Km e treina de uma a duas horas por dia.

Nos percursos de pista, 11% não participam destes percursos e treina de uma a

duas horas por dia; 11% participam de provas de 400 m e treina de duas a três horas

por dia; 22% participam de provas de 800 m sendo que um treina de uma a duas horas

por dia e o outro atleta treina de duas a três horas por dia; 11% participam de provas de

1.500 m e com treinamento de duas a três horas por dia; 44% participam de provas de

5.000 m e um atleta treina de uma a duas horas por dia, dois treinam de duas a três

horas por dia e um treina de quatro a seis horas por dia.

Quando associado o intervalo entre provas com o tempo de treino foi verificado

que 22% dos atletas têm intervalo de uma semana e treinam de uma a duas horas por

dia; 44% têm intervalo de um mês sendo que três atletas treinam de duas a três horas

por dia e o outro treina de quatro a seis; 33% têm intervalo de 1 a 2 meses, um atleta

treina de uma a duas horas por dia e dois atletas treinam de duas a três horas por dia.

Estudo realizado por Oliveira, Silva e col, 1997 com um grupo de atletas

paraolímpicos de diversas modalidades e diferentes deficiências, dentre estes atletas

corredores foi possível verificar que durante o TE constataram-se respostas normais ao

exercício em 58 (77%) atletas. Em 15 casos descreveram-se as seguintes alterações:

insuficiência cronotrópica (3), resposta hiper-reativa de pressão arterial (PA) (2), extra-

sistolia ventricular isolada (5), extra-sistolia ventricular pareada (2), reversão de onda T

(3).

No presente estudo os atletas avaliados apresentaram durante teste de esforço

as seguintes alterações: aumento da FC e cansaço.

Os autores acima relaram ainda que no TE, 77% dos atletas mostraram

resultados considerados compatíveis com a normalidade que compreenderam as

respostas normais ao exercício,

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64

Em nossos achados verificou se que 34% não apresentaram nenhuma queixa

33% cansaço e 33% aumento da FC durante o teste além do normal.

SILVA & TORRES 2002, avaliaram grupo de atletas paraolímpicos para

Paraolímpiadas de Sydnei e verificaram que durante o teste de esforço progressivo

máximo, o aumento do VO2 com a intensidade do exercício podem apresentar uma

estabilização (platô), apesar de um aumento na carga de trabalho.

Os autores relatam ainda que nesta situação, considera-se que foi alcançado um

limite fisiológico do sistema de fornecimento e utilização de oxigênio, ou seja, o

VO2max, mas a carga de exercício pode continuar aumentando sem acréscimo do

VO2.

No presente estudo, foi verificado que um atleta não completou o TE. Segundo

SILVA e TORRES em um estudo realizado com atletas paraolímpicos, normalmente, é

o avaliado quem interrompe o teste, após atingir uma possível “exaustão”. Entretanto,

por ser subjetiva, esta decisão acaba sendo muito influenciada por diversos fatores,

especialmente psicológicos, que podem não levar a um esforço máximo efetivo.

Neste estudo, quando comparado a frequência de treino pré prova com a PA

inicial, verificamos que os que treinam de duas a três vezes por semana têm média e

mediana de 130/80 mmHg; os que treinam de quatro a cinco vezes por semana têm

média e mediana de 120/80 mmHg e os que treinam todos os dias têm média de

122/78 mmHg e mediana de 130/80 mmHg. A mesma comparação feita com a PA final

foi verificado que os atletas que treinam de duas a três vezes por semana tem média e

mediana de 205/80 mmHg; os que treinam de quatro a cinco vezes por semana tem

média e mediana de 155/75 mmhg e os que treinam todos os dias tem média de 179/77

mmHg e mediana de 190/80 mmHg.

No presente estudo foi feita a comparação com FC inicial e final foi observado

que os atletas que treinam de duas a três vezes por semana tem FC inicial com média e

mediana de 49 bpm e FC final com media e mediana de 144 bpm; os que treinam de

quatro a cinco vezes por semana tiveram a FC inicial com média e mediana de 70 bpm

e a final de 189 bpm; e os que treinam todos os dias tiveram a FC inicial com média de

67,6 bpm e mediana de 62,0 bpm, e FC final com média de 176 bpm e mediana 175

bpm.

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65

No presente estudo foi feita a comparação da freqüência de treino pré prova com

o duplo produto e os atletas que treinam de duas a três vezes por semana

apresentaram duplo produto com média e mediana de 38.35; os que treinam de quatro

a cinco vezes por semana tem média e mediana de 30.76 e os que treinam todos os

dias tem média de 33.47 e mediana de 33.80 do duplo produto.

Verificou-se que FC máxima comparada com a frequência de treino pré prova,

demonstra que os atletas que treinam de duas a três vezes por semana apresentam

média e mediana de 187 bpm; os que treinam de quatro a cinco vezes por semana tem

média e mediana de 192 bpm; e os que treinam todos os dias têm média de 177 bpm e

mediana de 175 bpm.

Foi realizado a comparação do tempo de treino com PA inicial, os resultados

demonstram que, os atletas que treinam de uma a duas horas por dia têm média de

116,7/73,3 e mediana de 120/80 mmHg; os que treinam de duas a três horas por dia

tem média de 125/82,5 e mediana de 125/80 mmHg; os que treinam de quatro a seis

horas por dia tem média e mediana de 130/80 mmHg. Na PA final a comparação

demonstra que os atletas com treino de uma a duas horas por dia têm média de

160/71,7 e mediana de 165/75 mmHg; os que treinam de duas a três horas por dia tem

média de 181,3/80 e mediana de 190/85 mmHg; e os que treinam de quatro a seis

horas por dia tem PA final com média e mediana de 205/80.

A FC inicial comparada com a variável tempo de treino, observamos que os

atletas que treinam de uma a duas horas por dia tem média de 52,7 e mediana de 52

bpm; os que treinam de duas a três horas por dia tem média de 80,0 e mediana de 70,5

bpm; e os que treinam de quatro a seis horas por dia apresentam média e mediana de

49 bpm. Quanto a FC final a mesma comparação demonstrou que os treinam de uma a

duas horas por dia tem média de 173 e mediana de 171 bpm; os que treinam de duas a

três horas têm média de 185,3 e mediana de 184,5; os que treinam de quatro a seis

horas por dia têm média e mediana de 144 bpm. Estas variáveis tendem a ter

significância estatística.

Achados dos resultados do TE comparado com o duplo produto, verificamos que

os atletas que treinam de uma a duas horas por dia têm duplo produto com média de

29.27 e mediana de 30.69; os que treinam de duas a três horas por dia têm média de

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66

35.26 e mediana de 35.61; e os que treinam de quatro a seis horas por dia têm média e

mediana de 38.33 do duplo produto.

Resultados da FC máxima obtidos durante o teste quando comparado com horas

de treino, de uma a duas horas por dia têm média de 175,7 e mediana de 171,0 bpm;

os que treinam de duas a três horas por dia, têm média de 186,8 e mediana de 186,5

bpm; e os que treinam de quatro a seis horas por dia têm média e mediana de 187

bpm.

Verificamos no resultado da comparação entre tempo de prática esportiva e o

atletismo, encontramos atletas que competem ao mesmo tempo em provas de rua e

provas de pista, têm média de 7,0 e mediana de 6,0 anos; os que competem somente

em provas de pista têm média e mediana de 12,0 anos e os que competem em provas

de rua apresentam média e mediana de 9,0 anos.

Foi utilizado o teste de Spearman, a correlação foi realizada entre idade atual,

idade de início e prática esportiva. A idade de inicio correlacionada com a idade atual

apresentou correlação de 71,7% . O tempo de prática esportiva quando correlacionado

com a idade atual obtivemos correlação de 27,0% e p valor de 0,482 e com a idade de

inicio a correlação foi de -35% e p-valor de 0,347. A correlação foi determinada positiva

entre a idade de inicio e a idade atual.

Neste estudo foi comparado as atividades pós competições com a PA sistólica e

diastólica inicial, observamos que os atletas que realizavam trote curto tem média e

mediana de 125/80 mmHg; os atletas que realizavam trote curto/alongamento tiveram

média de 125/77,5 mmHg e mediana de 130/80 mmHg; os que realizavam trote

curto/alongamento/massagem tiveram média e mediana de 120/80 mmHg e os que

realizavam trote curto/caminhadas ativas tiveram média e mediana de 110/80 mmHg.

A mesma variável comparada com a PA sistólica e diastólica final, demonstrou

que os atletas com media e mediana de 167,5/82,5 mmHg usavam o trote curto como

atividades pós competições; aqueles que realizavam trote curto/alongamento tiveram

media de 185/75 e mediana de 195/77,5 mmHg; os que realizavam trote curto/

alongamento/massagem tiveram média e mediana de 145/70 mmHg e os que

realizavam trote curto/caminhadas ativas apresentaram media e mediana de 190/80

mmHg.

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Quando a FC máxima foi comparada com as atividades pós competição os

resultados foram que os atletas que fazem somente trote curto tiveram media e

mediana de 191,5 bpm; os que fazem trote curto/alongamento tiveram media de 175,8

e mediana de 172,0 bpm; os que fizeram trote curto/alongamento/massagem tiveram

media e mediana de 199,0 bpm; trote curto/caminhadas ativas media e mediana de 176

bpm.

Nossos achados, quando comparado a FC inicial, obtivemos os seguintes

resultados: os atletas que usaram atividades pós competições trote curto tiveram media

e mediana de 90,5 bpm; os que fizeram trote curto/alongamento tiveram media de 51,3

bpm e mediana de 52 bpm; aqueles que usavam trote curto/alongamento/massagem

tiveram media e mediana de 86; os que realizavam trote curto/caminhada ativa tiveram

media e mediana de 55 bpm. Quanto a FC final os atletas que fizeram trote curto

tiveram media e mediana de 191,5 bpm os que fizeram trote curto/alongamento

apresentaram media de 163 e mediana de 166,5 bpm; os que usaram trote

curto/alongamento/massagem apresentaram media e mediana de 193 bpm. E os que

fizeram trote curto/caminhadas ativas apresentaram media e mediana de 176 bpm.

Verificamos que todos os atletas realizavam algum tipo de atividade pós

competição com o objetivo de evitar lesões traumáticas que podem surgir durante e

depois das provas. Na comparação feita entre as atividades pós competição e duplo

produto, alguns atletas realizavam trote curto com media e mediana do duplo produto

de 34.06; os que realizavam trote curto/alongamento tiveram média de 32.31 e mediana

de 32.29; os que realizaram trote curto/alongamento/massagem tiveram media e

mediana de 30.84 e os que fizeram trote curto/caminhadas ativas tiveram media e

mediana de 39.00.

No presente estudo foi comparada a fadiga no esporte com a PA diastólica final e

foi verificado que os atletas que não apresentaram fadiga no esporte tiveram media e

mediana da PA diastólica de 70,0 mmHg e os que apresentaram fadiga tiveram média

de 81,1 e mediana de 80,0 mmHg, mostrando tendência a ser estatisticamente

diferente.

No presente estudo, foi realizado um levantamento na literatura científica e

verificou-se ausência de estudos com casuísticas similares para comparação.

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CONCLUSÃO

Concluímos que os atletas treinam de duas a seis dias por semana e de três a

cinco horas por dia, fazem treino de periodização e sabem previamente quantas

competições irão participar durante o ano.

Entretanto, o intervalo para descanso entre provas de rua e pista são

parcialmente respeitados pela maioria dos atletas que participam das duas provas,

podendo aumentar o risco de lesão e fadiga muscular entre as competições.

Os atletas estudados participam de várias provas durante o ano, não sendo

possível focar em uma única prova e/ou competição. Os dados do teste de esforço

devem ser utilizados para montar uma planilha de treino periódico do atleta, objetivando

a melhora da sua performance e ajudando a definir suas capacidades.

Definir quais provas participar durante o ano para ganhar títulos e quais participar

para manter o condicionamento serão metas a ser atingidas a partir do uso da planilha

de treino periódico.

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REFERÊNCIAS

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4. CONDE MS. Atletas do basquete em cadeira de rodas com história de poliomielite aguda: há indícios de Síndrome Pós - Pólio [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2007.

5. CONOVER WU. Pratical Nonparametric Statistics, 1º ed. New York: Jonh Willy & Sons;1971. 6. DANIEL WW. Bioestatistics: a foundayion for Analysis in the Health Sciences. 6th. Ed. Georgia/USA: Jonh Wiley; 1995 7. FARTO ER. Estrutura e planificação do treinamento desportivo. Rev Dig Buenos Aires, nº 51; 2002. Disponível em <URL: http://www.efdeportes.com> [cited 2010 Set 06]. 8. FARTO ER. Estrutura e planificação do treinamento desportivo. Rev Dig Buenos Aires [periódico online] 2002, 48. Disponível em <URL:http://www.efdesportes.com> [cited 2010 Ago 10]

9. FROELICHER VF, UMANN TM. Teste de esforço: Aplicações clínicas. In: Pollock & Schimidt. Doença Cardíaca e Reabilitação. São Paulo: Revinter; 2003. p.53-74

10. ITANI DE, ARAÚJO PF, ALMEIDA JJG. O esporte Adaptado. Rev Dig Buenos Aires, nº 51; 2002. Disponível em <URL: http://www.efdesportes.com> [cited 2010 Jul 04]. 11. JAIRO SF, & GILBERTO AM. Curso de Estatística. 6ª ed. São Paulo: Atlas; 1996.

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12. LEITE JJ, FILHO GL, OLIVEIRA LM. Reabilitação respiratória In: Levy & Oliveira. Reabilitação em Doenças Neurológicas: Guia Terapêutico Prático. São Paulo: Atheneu; 2003. p 113-25

13. LUSSAC RMP. Os princípios do treinamento esportivo: conceitos, definições, possíveis aplicações e um possível novo olhar. Revista de Educación Física y Deportes. Buenos Aires, v. 13, n. 121. Jun; 2008. Disponível em <URL: http://www.efdeportes.com> [cited 2010 Ago 23] 14. YAZBEK P, CARVALHO RT, SABBAG LMS, BATTISTELLA LR. Ergoespirometria, teste de esforço cardiopulmonar, metodologia e interpretação. Arq Bras Card. Vol 71, nº 5;1998.

15. MAROCO J. Análise Estatística com utilização do SPSS, 2ª ed. Lisboa: Silabo; 2003.

16. MELO ACR, LOPEZ RFA. O esporte Adaptado. Rev Dig Buenos Aires, nº 51; 2002. Disponível em <URL: http://www.efdesportes.com> [cited 2010 Jul 01]

17. MENESCALl A. O Desporto Paraolímpico no Brasil – Perspectivas Atuais: Brasil Paraolímpico. São Paulo; 1996 p.14-20.

18. Movimento paraolímpico. Disponível em <URL: http://www.cpb.org/instituional> [cited 2010 Set o6] 19. MURRAY RS. Estatística Coleção Schaum. 3ª ed. São Paulo: Afiliada; São Paulo; 1993.

20. O atletismo: origens. Disponível em <URL: http://www.cbat.org.br/atletismo/areacientifica.asp> [cited 2010 Jul 17] 21. OLIVEIRA MAB, LEITÃO MB. Morte súbita no exercício e no esporte. Ver Bras Med Esporte Nº 1 Agosto; 2005 22. OLIVEIRA JA, SILVA AC. Coração de atleta em desportistas deficientes de elite. Arq Bras Card; 1997 Vol 69, nº 6 p. 385-388. 23. Os processos de adaptação e recuperação no atletismo. Disponível em <URL: http:///www.fpatletismo.pt/publica_cms/artigos [cited 2010 Ago 20] 24. SILVA AC, TORRES FC. Ergoespirometria em atletas paraolímpicos brasileiros. Rev Bras Med Esporte. Vol 8, nº 3 Maio/Junho; 2002

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25. Sociedade Brasileira de Cardiologia. II diretrizes sobre teste ergométrico. Arq Bras Card; 2002 Vol 78 (suplemento II)

26. VIEIRA S. Bio Estatística Tópicos Avançados. Rio de Janeiro: Campus; 1991

27. VIEIRA S. Bio Estatística Tópicos Avançados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus; 2004.

28. WILLIAM AC, MOFFA PJ. Teste ergométrico In: Negrão & Barreto. Cardiologia do Exercício: Do atleta ao cardiopata. São Paulo: Manole; 2010. p. 250-96. 29. WINNICK JP. Introdução a Educação Física e Esportes Adaptados. In: Joseph P. Winnick. Educação Física e Esportes Adaptados. 3ª ed. São Paulo: Manole; 2004

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ANEXO

Protocolo de Avaliação para atletas Deficientes Corredores

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Protocolo de Avaliação para Atletas com Deficiencia Corredores

1 – Identificação Nº seqüencial _______ RH

2- Anamnese

História da Deficiência

3 - Introdução nas atividades esportivas

Data _____/_____/2010 Nome:_____________________________________________________________________ Data de Nasc.: _____/_____/_____ Idade:______________ Sexo: M ( ) F ( ) Naturalidade: ___________________________________Estado: _____________________ Procedência: _______________________________________________________________ Etnia: B ( ) N ( ) M ( ) Estado Civil: _____________Profissão: _______________________ Endereço: _________________________________________________________________ CEP:__________________________Cidade/Estado: _______________________________ Tel: __________________________Celular: ______________________________________ E-mail _____________________@______________________________________________ Classificação Funcional: __________________ Peso: _____Kg Altura: _____________ FCmax ( 220 – idade ):________________________________________________________ Diagnóstico: ________________________________________________________________

Local (Cidade/Estado):________________________________________________________ Idade:_________________ Ano:_____________________________________ Seqüela: Triparesia ( ) Diparesia ( ) Monoparesia ( ) Hemiparesia ( ) Amputação: MMSS ( ) MMII ( ) MSD ( ) MSE ( ) MID ( ) MIE Nivel de Amputação: Transtibial ( ) Hemipelvictomia ( ) ½ MSD ( ) ½ MSE ( ) ⅓ MSD ( ) ⅓ MSE ( ) Tipo de Prótese: Não faz uso de prótese ( ) Lâmina ( ) Pé articulado ( )

1-O que o levou a praticar esporte? Amigos ( ) Eventos esportivos ( ) Propaganda ( ) Treinamentos ( ) Faculdades ( ) Outros ( 2-O que o esporte lhe proporcionou? Melhorou suas atividades diárias ( ) Funcionalidade ( ) Habilidade ( ) Socialização ( ) 3-Apresenta fadiga/cansaço nas atividades esportivas? Antes ( ) Durante ( ) Após ( ) 4-Durante sua vida esportiva já realizou alguma avaliação cardíaca? Sim ( ) Não ( ) 5-Precisou realizar teste de esforço? Sim ( ) Não ( )

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4- Histórico Esportivo

5 – Competições do Atletismo

1-Quando iniciou no esporte adaptado? Idade_____ Ano________ 2-Qual a modalidade que iniciou no esporte? Atletismo ( ) Basquete ( ) Bocha ( ) Ciclismo ( ) Dança ( ) Esgrima ( ) Halterofilismo ( ) Judô ( ) Natação ( ) Tênis de quadra ( ) Tênis de mesa ( ) Tiro com arco ( ) Tiro Esportivo ( ) Vôlei sentado ( ) 3-Precisou mudar de modalidade? Por que? Sim ( ) Não ( ) Melhor afinidade com a nova modalidade ( ) Maior chance de sucesso ( ) Melhor compatibilidade com potencial funcional ( ) Maior chance de patrocínio ( ) 4-Como foi sua adaptação a nova modalidade? Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim ( ) 5-Qual o tempo de permanência em cada modalidade? 1 à 2 anos ( ) 3 à 4 anos ( ) + 5 anos ( ) 6-Praticar mais de uma modalidade, melhorou o seu desempenho? Sim ( ) Não ( ) 7-Alguma das modalidades praticadas piorou o seu desempenho? Sim ( ) Não ( ) 8-Qual prova você compete atualmente no atletismo? Provas de Pista: 100 m ( ) 200 m ( ) 800 m ( ) 1500 m ( ) 5000 m ( ) Provas de Rua: 10 Km ( ) 21 Km ( ) 42 ( ) Provas de Campo: Salto ( ) Arremesso ( ) Lançamento: Disco ( ) Martelo ( ) Dardo ( )

1-Quantas corridas você participa durante o ano? Pista: 1 a 2 ( ) 3 a 5 ( ) 6 a 10 ( ) Rua: 1 a 2 ( ) 3 a 5 ( ) 6 a 10 ( ) 2-Quais as corridas que você participou durante o ano? Provas de Rua: 5 km ( ) 10 km ( ) 21 km ( ) 42 Km ( ) Provas de Pista:100 m ( ) 200 m ( ) 400 m ( ) 800 m ( ) 1.500 m ( ) 5.000 m ( ) 3-Qual o período de intervalo entre as provas que você participa? 1 semana ( ) 1 mês ( ) Mais de 1 mês ( )

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6 – Treinamento

1- Qual a freqüência de treinamento? Pré-prova: 2 a 3 x por semana ( ) 4 a 5 x por semana ( ) todos os dias ( ) Pós-prova: 2 a 3 x por semana ( ) 4 a 5 x por semana ( ) todos os dias ( ) 2- Qual o tempo de treinamento? 1 a 2hs ( ) 2 a 3hs ( ) 3 a 4hs ( ) 5 a 6hs ( ) 3 -O tipo de treinamento muda antes da corrida? Sim ( ) não ( ) 4 - Como é realizado seu treinamento? Alongamento: Pescoço : sim ( ) não ( ) ____ séries ____segundos MM Superiores: sim ( ) não ( ) Deltóide ( ) Bíceps ( ) Tríceps ( ) Flexores de punho ( ) Extensores de punho ( ) ____ séries ____segundos Tronco: sim ( ) não ( ) Flexores ( ) Extensores ( ) Oblíquos ( ) ____ séries ____segundos MM Inferiores: sim ( ) não ( ) Iliopsoas ( ) Quadriceps ( ) Isquiostibiais ( ) Triceps sural ( ) 5 - Realiza aquecimento? Corrida: sim ( ) não ( ) Educativo: sim ( ) não ( ) Técnico tático: sim ( ) não ( ) 6 - Como é feito o fortalecimento? Medicine Ball: sim ( ) não ( ) Musculação: sim ( ) não ( ) Bíceps ( ) Tríceps ( ) Deltóide ( ) Flexores de Punho ( ) Extensores de Punho ( ) Interósseos ( ) Costas ( ) Peitoral ( ) Abdômen ( ) Quadríceps ( ) Isquiotibiais ( ) Tríceps Sural ( ) Glúteos ( 7 - Há planejamento do calendário de competições para o ano seguinte? Sim ( ) Não ( ) 8 - O treinamento é periodizado para todas as competições do ano? Sim ( ) não ( ) 9 - É realizado um período de recuperação logo após a competição? Sim ( ) não ( ) 10 - Qual é o tempo de recuperação entre as competições? 1 semana ( ) 1 mês ( ) 3 meses ( ) Mais de 3 meses ( ) 11 - O que é realizado após a competição? Caminhadas ativas ( ) trote curto ( ) crioterapia ( ) alongamentos ( ) massagens ( ) 12 - Como é feita a recuperação? Repouso total ( ) técnicas hidroterápicas ( ) recuperação ativa ( )

13 – Você acha que o tempo de recuperação entre as competições do seu calendário é adequado?

Sim ( ) Não ( )

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7 – Testes de Esforço

Descrição e/ou Analise do teste de Esforço

Tabela das variáveis observadas durante o teste de esforço.

Min FC (bpm) PAS (mmHg) PAD (mmHg) Duplo Produto

FC: Frequencia Cardíaca

1 - Você já realizou teste esforço Sim ( ) Não ( ) 2 - Você já realizou teste ergoespirométrico? Sim ( ) Não ( ) 3 - Você completou o teste esforço? Sim ( ) Não ( ) 4 - Você costuma realizar avaliação médica de rotina? Sim ( ) Não ( ) 5 - Quais sinais e sintomas você apresentou durante o teste de esforço? Dor no peito ( ) Dispnéia ( ) Tontura ( ) Fadiga ( ) Cansaço ( ) Náuseas ( ) Câimbras ( ) Aumento da FC ( ) Aumento FR ( ) Diminuição da FC ( ) Diminuição FR ( ) 6 - Atingiu a Freqüência Cardíaca Máxima durante o teste? Sim ( ) Não ( ) 7 - Faz uso de medicamentos? Betabloqueadores ( ) Outros ( ) Qual?_______________________

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PAS: Pressão Arterial Sistólica

PAD: Pressão Arteria Diastólica

Fr: Frequência Respiratória

Tabela das variáveis observadas antes e depois do teste de esforço FCi (bpm) FCf (bpm) PASi (mmHg) PADi (mmHg) PASi (mmHg PADf (mmHg) DP

FCi: Frequencia Cardíaco Inicial

FCf: Frequencia Cardíaco Final

PASi: Pressão Arterial Sistólica Inicial

PADi: Pressão Arteria Diastólica Inicial

PASf: Pressão Arterial Sistólica Final

PADf: Pressão Arteria Diastólica Final

Fri: Frequência Respiratória Inicial

Frf: Frequência Respiratória Final

DP: Duplo Produto

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APENDICE A

Termo de Concentimento Livre e Esclarecido

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título: O PERFIL DO ATLETA COM DEFICIÊNCIA CORREDOR EO TESTE DE ESFORÇO

O esporte adaptado surgiu após a 2ª guerra mundial, como reabilitação para os

soldados. Em 1958, iniciou no Brasil através de Sergio Seraphim Del Grande e Robson

de Almeida, ambos paraplégicos e iniciaram o esporte adaptado começando pelo

basquete sobre rodas.

Dentre todas as modalidades esportivas existentes, o atletismo conta a história

esportiva do homem no planeta. Considerado o esporte-mãe de todos os outros, o

atletismo possui, por sua natureza, possibilidades de ser praticado por qualquer

indivíduo, independente de suas características físicas.

O teste de esforço submete o paciente a estresse físico programado e

personalizado, cujos fins são a resposta clínica, eletrocardiográfica, hemodinâmica e

metabólica ao esforço, possibilitando ao médico a detecção de isquemia miocárdica,

arritmias cardíacas e distúrbios hemodinâmicos esforço-induzidos. Permite também

avaliar a capacidade funcional, avaliar diagnóstico e prognóstico das doenças

cardiovasculares e avaliação objetiva dos resultados de intervenção terapêutica. O

teste tem sua importância na prescrição de exercícios e demonstra ao paciente e seus

familiares suas reais condições e perícia médica.

Este trabalho tem como objetivo verificar o tipo de treinamento e analisar se a

performance do atleta está de acordo com os resultados do teste de esforço. Serão

avaliados nove atletas que praticam atletismo e o protocolo será aplicado no

Ambulatório de Esporte Adaptado – Neuromuscular da UNIFESP / EPM. Para realizar

nossa pesquisa você responderá algumas perguntas sobre:

Sua história da lesão;

Sua história como atleta;

Pergunta específica sobre a sua saúde hoje;

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Tipo de treinamento físico;

Tempo de treinamento físico;

Avaliação do teste de esforço.

A qualquer momento você terá acesso aos dados obtidos no estudo e também

aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento e eventuais dúvidas.

Os principais investigadores são as fisioterapeutas Ildete de Jesus Reis Xavier e Lahys

Moreira de Almeida, que podem ser encontradas no endereço Rua Estado de Israel,

899 – Vila Clementino. Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da

pesquisa com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) Rua Botucatu, 572 1º andar, Cj 14,

pelo telefone 5571-1032 e fax 5539-7162 Email, [email protected].

Você terá a garantia e a liberdade da retirada do seu consentimento a qualquer

momento sem qualquer prejuízo a continuidade do seu tratamento na instituição.

Não há despesa pessoais para você como participante e em qualquer fase do

estudo, incluindo exames e consultas. Também não haverá compensações financeiras

relacionadas com a sua participação. Se existir despesa adicional, ela será pelo

orçamento da pesquisa.

Acredito ter sido suficiente informado a respeito do estudo pelos pesquisadores,

Ft. Ildete de Jesus Reis Xavier, e Ft. Lahys Moreira de Almeida, FT. Maria Salete Conde

e Ft. Ms. Marco Antonio ferreira Alves ou pela equipe do Ambulatório de Esporte

Adaptado – Neuromuscular da Unifesp – EPM.

Concordo voluntariamente a participar deste estudo e poderei retirar meu

consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade,

prejuízo ou perda de qualquer benefício que possa ter adquirido ou no meu

atendimento neste serviço.

.................................................................................... Data ___/___/_____

Assinatura do paciente / responsável legal

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............................................................................ Data ___/___/____

Assinatura da testemunha

Para o responsável pelo projeto:

Declaro que de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido

deste paciente ou representante legal para participação neste estudo.

.......................................................................... Data ___/___/____

Ildete de Jesus Reis Xavier CREFITO _____________LTF

.......................................................................... Data___/___/____

Lahys Moreira de Almeida CREFITO_____________LTF

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APENDICE B Documento de Aspecto Etico

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