ilanna guimarães gabler · o propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a...

93
Ilanna Guimarães Gabler AVALIAÇÃO IN VITRO DA MICROINFILTRAÇÃO EM SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS APÓS CICLAGEM MECÂNICA Belo Horizonte 2004

Upload: others

Post on 30-Apr-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Ilanna Guimarães Gabler

AVALIAÇÃO IN VITRO DA MICROINFILTRAÇÃO EM

SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS APÓS CICLAGEM MECÂNICA

Belo Horizonte 2004

Page 2: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram
Page 3: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Ilanna Guimarães Gabler

AVALIAÇÃO IN VITRO DA MICROINFILTRAÇÃO EM

SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS APÓS CICLAGEM MECÂNICA

Belo Horizonte 2004

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, para a obtenção do título de Mestre em Odontologia – Área de concentração: Odontopediatria. Orientadora: Profa. Dra. Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido

Page 4: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

����������������������������������������

À vovó Paulina,

Base da família, que de tanto amar e acreditar nela e em cada um de seus

componentes, por vezes deixou de perceber que a vida é breve demais para viver

em função de planejar o melhor futuro para quem se ama.

Aos meus pais,

Em vocês me fiz grande e forte. Em seu carinho me agarrei no pranto. Nas

longas lutas vocês foram meu acalanto. Em seus olhares busquei a força. Em suas

mãos me segurei, nas duras quedas da ilusão perdida. Dos teus conselhos fiz meu

rumo certo. Tudo que sou e tenho, devo à vocês, meus dois amores.

Ao meu irmão,

Que na serenidade do seu silêncio, na calma do seu olhar e na torcida

expressa pelo sorriso, me apoiou e esteve comigo apesar da pouca convivência.

Page 5: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

�������������� ���������� ���������� ����������

Desde que precisei sair de casa para alcançar meus sonhos mais

impossíveis, encontrei pessoas acolhedoras que souberam como ninguém quietar o

coração de uma adolescente objetiva, porém ávida por carinho e atenção. A cada

cidade que vivi fui amparada por desconhecidos que em pouco tempo passaram a

fazer parte da minha vida. Agradecer à estas pessoas nunca será o bastante.

À Profa. Dra. Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido, pelo estímulo ao

trabalho e carinho desprendido à sua orientada recém - formada.

Ao professor Luís Cândido Pinto, pelo apoio incondicional à tudo que lhe foi

proposto.

Ao coordenador do Mestrado de Odontologia da Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais, Prof. Dr. Roberval de Almeida Cruz, pelo empenho em

oferecer sempre o melhor.

À colega Alessandra Gondim de Almeida, pela amizade construída, e pelo

respeito mútuo.

A todos os amigos da turma de Ortodontia, pela animação das aulas que

fizeram por muitas vezes que os problemas se tornassem diminutos e o trabalho

menos árduo.

Aos professores do curso pela competência e profissionalismo.

Page 6: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Ao apoio financeiro do FIP 07P (Fundo de Incentivo à Pesquisa) da PUC

Minas.

À Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP), pela utilização da

Máquina de Ensaios Mecânicos.

Ao professor Luiz Geraldo Vaz da Faculdade de Odontologia de Araraquara,

pela acolhida durante o trabalho.

À Mariana Faria de Pinho, bolsista do PIBIC-CNPQ, pela colaboração.

À tia Iracema Gabler pela correção sistemática da língua portuguesa.

Aos amigos conquistados durante a estada em Belo Horizonte, pela paciência

e apoio incansável.

E a todas as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a conclusão

deste trabalho.

Page 7: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

����������� ���� ���������

� ��� ������������ ���� � ����� ������������ ��������������� �����

������� ������� ���������� ���� �� ��������������� � �� �

���� ������������ ��������������������� ������ ��������������������� ��

����������� ��� ���� ������� ���

�������������

Page 8: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

����������������������������

O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de

metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram utilizados sessenta

terceiros molares inclusos de pacientes da faixa etária entre 16 e 22 anos, divididos

em três grupos de vinte elementos: Grupo 1: selante resinoso Fluroshield; Grupo 2:

selante resinoso Clinpro; Grupo 3: compômero selante Vitro Seal Alpha. Metade

dos corpos de prova de cada grupo foi submetido à ciclagem mecânica. Após estes

procedimentos, os corpos de prova foram imersos em azul de metileno à 2% pelo

período de 24 horas. Posteriormente, os espécimes seguiram para lavagem em

água corrente e a seguir foram cortados no sentido vestíbulo-lingual para avaliação

da microinfiltração. Esta avaliação foi feita com o auxílio de lupa estereoscópica

acoplada a câmera digital com aumento de 18 vezes. A microinfiltração foi medida e

classificada em graus, variando de forma crescente do menor para o maior grau. Os

resultados permitiram concluir que: 1) Não houve diferença na microinfiltração dos

grupos submetidos à ciclagem mecânica quando comparados com os grupos que

não foram; 2) Houve diferenças entre os tipos de selantes utilizados. O grupo I foi o

que apresentou os menores níveis de microinfiltração. No grupo II, os resultados

foram intermediários e o grupo III, foi o grupo onde os maiores graus de

microinfiltração foram encontrados . 3) A interação entre o tipo de material utilizado e

a ciclagem mecânica não interferiu na microinfiltração na interface selante/esmalte

de fóssulas e fissuras.

Palavras-chave: microinfiltração, selantes de fóssulas e fissuras, ciclagem mecânica

Page 9: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

������������������������������������

The objective of this study was to make an “in vitro” evaluation of the microinfiltration

of blue methylene dye at 2% in sealing pit and fissures. The study involved sixty third

impacted molars of patients between 16 and 22, divided into three groups of twenty

elements: Group 1: resinous sealant Fluroshield; Group 2: resinous sealant

Clinpro; Group 3: sealant compomer Vitro Seal Alpha. Half of the test specimen

were immersed in methylene blue at 2% for a period of 24 hours. Subsequently the

specimens were washed in running water and then cut in the vestibular/lingual

direction to evaluate micro infiltration. This assessment was carried out with the help

of a stereoscopic magnifying glass connected to a 18x zoom digital camera. The

micro infiltration was measured and classified in degrees, from the lowest to the

highest. The results led to the conclusions that: (1) there was no difference in the

micro infiltration of the groups subjected to mechanical cycling when compared to the

groups that were not; (2) there were differences among the various types of sealant

used: group I presented significantly lower levels of micro infiltration, followed by

groups II and III, respectively; and (3) the interaction between the type of material

used and the mechanical cycling did not interfere in the micro infiltration at the

interface between the sealant and the enamel of the fossules and fissures.

Key words: microinfiltration, sealants of fossules and fissures, mechanical cycling

Page 10: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

���������������

Tabela 1 Frequências e percentual de corpos de prova em cada uma

das categorias de graus de microinfiltração

Tabela 2 Frequências e percentagens dos corpos de prova

encontrados nos graus de microinfiltração de acordo com o

grupo

Tabela 3 Frequência e percentagem dos corpos de prova encontrados

nos graus de microinfiltração de acordo com a ciclagem

mecânica

Tabela 4 Frequência e percentagem dos corpos de prova encontrados

nos graus de microinfiltração de acordo com o grupo e com

a ciclagem mecânica

Tabela 5 Esquema das K-1 (=2) variáveis para o grupo

Tabela 6 Esquema das K-1 (=1) variáveis para a ciclagem mecânica

Tabela 7 Estimativas dos parâmetros de interesse do modelo de

regressão logística ordinal

Page 11: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

������������� ��

Quadro 1 Descrição dos grupos

Quadro 2 Graus de microinfiltração

Page 12: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

������������� ���

Figura 1 Inserção em cera

Figura 2 Dente circundado pelo tubo de PVC

Figura 3 Resina acrílica sendo vertida no tubo de PVC

Figura 4 Corpo de prova pronto

Figura 5 Impermeabilização

Figura 6 Superfície oclusal

Figura 7 Condicionamento ácido

Figura 8 Aplicação do selante

Figura 9 Fotopolimerização

Figura 10 Inspeção final

Figura 11 Máquina utilizada para ciclagem mecânica

Figura 12 Ciclagem mecânica

Figura 13 Máquina de cortes

Figura 14 Corte

Figura 15 Lupa estereoscópica

Figura 16 Grau 0

Figura 17 Grau 1

Figura 18 Grau 2

Figura 19 Grau 3

Figura 20 Grau 4

Page 13: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Figura 21 Grau 0 / Grupo IB – Corpo de prova 15

Figura 22 Grau 1 / Grupo IIB – Corpo de prova 39

Figura 23 Grau 2 / Grupo IB – Corpo de prova 11

Figura 24 Grau 3 / Grupo IIIB – Corpo de prova 58

Figura 25 Grau 4 / Grupo IIB – Corpo de prova 33

Page 14: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

����������������

Anexo 1 Termo de consentimento livre e esclarecido

Page 15: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

���������� ������ Gráfico 1 Percentagem dos corpos de prova encontrados nos graus de

microinfiltração

Gráfico 2 Percentagem dos corpos de prova encontrados nos graus de

microinfiltração de acordo com o grupo

Gráfico 3 Percentagem dos corpos de prova encontrados nos graus de

microinfiltração de acordo com a ciclagem mecânica

Gráfico 4 Percentagem dos corpos de prova encontrados nos graus de

microinfiltração de acordo com o grupo e a ciclagem

mecânica

Page 16: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

����������������������������

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 18

2. REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 21

2.1. Materiais utilizados para selamentos de fóssulas e fissuras........... 21

2.2. Forças mastigatórias e ciclagem mecânica........................................ 40

3. PROPOSIÇÃO........................................................................................... 48

4. MATERIAL E MÉTODO............................................................................. 50

4.1. Seleção da amostra............................................................................... 50

4.2. Divisão dos grupos............................................................................... 50

4.3. Confecção dos corpos de prova.......................................................... 51

4.4. Impermeabilização das amostras........................................................ 52

4.5. Aplicação dos selantes......................................................................... 54

4.6. Ciclagem mecânica............................................................................... 55

4.7. Imersão em corante............................................................................... 57

4.8. Cortes dos corpos de prova................................................................. 57

4.9. Avaliação da microinfiltração............................................................... 58

5. RESULTADOS........................................................................................... 61

Page 17: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

6. DISCUSSÃO.............................................................................................. 75

7. CONCLUSÕES.......................................................................................... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 84

ANEXOS........................................................................................................ 90

Termo de conhecimento livre e esclarecido.............................................. 90

Protocolo de aceite do Comitê de Ética..................................................... 93

Page 18: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

��������������������������������������������

A prevenção da cárie dentária tem impulsionado estudos e pesquisas ao

longo dos anos. Apesar da face oclusal representar apenas 12% de todas as

superfícies dentais, mais de 50% das lesões de cárie ocorrem neste local

(ANUSAVICE, 1998). A susceptibilidade à cárie na região de fóssulas e fissuras

pode ser explicada devido à falha que ocorre na união ou coalescência das mesmas

durante o desenvolvimento dos dentes. Assim, devido à pequena largura e

profundidade irregular, além da anatomia complexa, há nesta região grande acúmulo

de bactérias e alimentos, o que leva ao desenvolvimento da doença.

A tentativa de diminuir a incidência de cáries na superfície oclusal sempre foi

motivo de preocupação. Com este objetivo, foram feitos diversos estudos ao longo

dos anos. O desenvolvimento da técnica de selamento só foi possível a partir de

1955, quando BUONOCORE propôs o condicionamento ácido do esmalte,

permitindo que o material resinoso tivesse adesão ao mesmo. Desde o primeiro

estudo clínico sobre o emprego do selante (CUETO & BUONOCORE, 1967), esta

técnica vem sendo empregada com grande eficácia na prevenção da doença

cárie (BARBOSA & GARONE FILHO, 1974; SIMONSEN, 1989; SUNDFELD et al.,

1992; SUNDFELD et al., 1994; SUNDFELD et al., 1999; SUNDFELD et al., 2002).

Selantes são substâncias resinosas e fluidas que são aplicados em dentes

posteriores para promover o vedamento das fóssulas e fissuras, formando barreira

Page 19: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Introdução _________________________________________________________________________________

19

física entre esta região e o meio bucal (BARBOSA & GARONE FILHO, 1974;

MARSHAL et al., 1975; ANUSAVICE, 1998; SUNDFELD et al., 2002).

Os primeiros selantes a serem testados clinicamente foram do grupo dos

cianocrilatos, que embora tivessem boa adesão ao dente, eram facilmente

hidrolisados e decompostos pelo meio bucal e os poliuretanos, que apresentavam

textura borrachóide após sua polimerização, além de baixa adesividade ao elemento

dental. Atualmente os selantes à base de BIS-GMA são os materiais de escolha, por

seu melhor comportamento clínico e em testes laboratoriais. No mercado são

oferecidos aos cirurgiões dentistas, selantes resinosos que são química ou

fotopolimerizados; com ou sem partículas de cargas inorgânicas, transparentes ou

pigmentados, materiais liberadores de flúor ou não; além dos compômeros selantes

e dos cimentos de ionômero de vidro que são utilizados como selantes de fóssulas e

fissuras. Recentemente foi lançado no mercado um selante resinoso que apresenta

a cor rosa antes da polimerização, o que facilita sua aplicação e diminui a

necessidade de ajustes oclusais. Após a polimerização ele adquire a cor branco

opaco, que não influencia na estética do paciente (BARBOSA & GARONE FILHO,

1974; CASTRO et al., 1991; REGO et al., 1999; PRIMOSH & BARR, 2001).

Para que o selante tenha um resultado satisfatório, o material utilizado deve

aderir ao dente através de sua penetração nas microporosidades deixadas pelo

condicionamento ácido no esmalte dentário. O teste de microinfiltração avalia a

capacidade de penetração de um corante escolhido na interface selante/esmalte. A

correlação estabelecida entre o teste e a prática clínica é que se o corante infiltra na

junção selante/esmalte, bactérias cariogênicas também seriam capazes do mesmo

feito (CIAMPONI et al., 1998; MYAKI et al., 2000; ZERVOU et al., 2000a; ZERVOU

et al., 2000b). A ciclagem mecânica é um método com o qual tenta-se reproduzir em

Page 20: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Introdução _________________________________________________________________________________

20

laboratório as forças mastigatórias antes de fazer o teste de microinfiltração

propriamente dito. O intuito é correlacionar a influência das forças de oclusão com a

quantidade de microinfiltração do corante utilizado (BATES et al., 1975; ZERVOU et

al., 2000a; ZERVOU et al.,2000b).

Sabendo-se da grande utilização de selantes na prática clínica da

Odontologia Preventiva, faz-se necessária a avaliação dos agentes seladores

disponíveis no mercado com a finalidade de testar suas propriedades, vantagens e

desvantagens. É objetivo deste trabalho, avaliar a infiltração do corante azul de

metileno em selantes de fóssulas e fissuras após terem sido submetidos a ciclagem

mecânica em laboratório.

Page 21: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

��������������������� ��� ������������ ��� ������������ ��� ������������ ��� ���

A aplicação dos selantes de fóssulas e fissuras constitui importante meio de

prevenção a cárie dentária, no entanto a sensibilidade que este procedimento

apresenta à técnica é muito grande. A seguir apresenta-se a revisão da literatura,

que para facilitar a leitura será dividida em dois tópicos. O primeiro citará trabalhos

referentes aos materiais utilizados para o selamento de fóssulas e fissuras e sobre

testes de microinfiltração realizados com diferentes materiais odontológicos. E o

segundo; pesquisas sobre os temas forças mastigatórias e ciclagem mecânica,

questões empregadas para a montagem da metodologia deste experimento.

2.1 Materiais utilizados para selamentos de fóssulas e fissuras

Com a evolução da odontologia, a preocupação com a prevenção da cárie

dental ganhou destaque e os selantes de fóssulas e fissuras surgiram então como

uma das maneiras de prevenção. BARBOSA & GARONE FILHO fizeram em 1974

uma revisão da literatura sobre selantes abrangendo vários aspectos como:

indicação, conceitos de selantes, função do condicionamento ácido, histórico dos

tipos de selantes e técnica de aplicação do selantes epóxico acrílicos. Os autores

Page 22: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

22

apresentaram os materiais e mostraram através de revisão bibliográfica os efeitos

dos selantes disponíveis utilizados na época.

Para avaliar dois métodos de profilaxia diferentes, STRAND & RAADAL

(1988) fizeram profilaxia em nove pares de primeiros pré-molares recém irrompidos

com indicação de exodontia por motivos ortodônticos. A profilaxia foi feita em

metade dos dentes com pedra pomes e água e nos seus contralaterais com jato de

bicarbonato. Imediatamente após a profilaxia, os dentes foram extraídos e suas

coroas foram fotografadas com aumento de trinta vezes. As fotografias foram

avaliadas por três examinadores diferentes duas vezes com intervalo de sete

semanas. Os avaliadores concluíram que as fissuras foram melhores limpas com

jato de bicarbonato.

CASTRO et al. (1991) estudaram por microscopia ótica a penetração de

selantes de fóssulas e fissuras no esmalte humano condicionado com e sem a

contaminação de saliva. Os autores verificaram que os selantes Delton®, Oralin® e

Helioseal® tiveram mesmo nível de penetração que foi superior ao do Prisma-

Shield®. A penetração foi melhor quando não houve contaminação.

Para avaliar os efeitos do armazenamento e da termociclagem frente ao teste

de cisalhamento CARRACHO et al. testaram em 1991 três adesivos diferentes. Os

autores relataram que o adesivo Mirage Bond® apresentou os melhores resultados

seguido pelo Scotchbond®. O adesivo Scotchbond Dual Cure® foi relatado como o

adesivo de piores resultados para o teste de cisalhamento. O tempo de

armazenamento não influenciou os resultados.

Com o intuito de contribuir para o campo da prevenção, SUNDFELD et al.

estudaram em 1992, o comportamento clínico de dois selantes de fóssulas e fissuras

na superfície oclusal, após 18 meses de sua aplicação. Selaram 42 pré-molares, 21

Page 23: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

23

com o selante Concise® e os 21 restantes com o selante Prisma-Schield®. Antes da

aplicação dos selantes fizeram profilaxia com pedra pomes e água seguida pelo

isolamento absoluto do campo operatório. O condicionamento foi feito com ácido

fosfórico 37% pelo tempo de 2 minutos. Com o objetivo de observar a retenção dos

selantes, sete dias e dezoito meses após o procedimento os autores aplicaram uma

solução corante por período de 2 a 3 minutos e fotografaram a superfície oclusal dos

mesmos. Concluíram que o selante Prisma Shield® apresentou aos 18 meses uma

tendência maior em acentuar perdas do material na margem que o selante Concise®.

Para verificar o efeito da limpeza coronária e do preparo mecânico de sulcos

e fissuras sobre a penetração de selantes oclusais, RONTANI & ANDO realizaram

uma pesquisa em 1993. Foram utilizados 48 pré-molares divididos em doze grupos

de quatro elementos com selantes Delton® e Prisma Shield®. Para cada selante

testaram as técnicas, invasiva e não invasiva e as seguintes formas de profilaxia:

escovação, jato de bicarbonato e profilaxia com pedra pomes e água. Os autores

relataram que a aplicação dos selantes foi feita de acordo com as instruções dos

fabricantes. A técnica invasiva permitiu maior penetração dos selantes e o método

de profilaxia não influenciou na penetração do selante Delton®. Entretanto, o método

convencional de limpeza foi significativamente melhor quando o selante Prisma

Shield® foi utilizado.

Na expectativa de impedir o início do processo carioso em fóssulas e fissuras,

pesquisas tem sido feitas para que soluções preventivas apareçam. Em 1994,

SUNDFELD et al. realizaram um estudo clínico/microscópico para analisar a

retenção no esmalte dental do selante Fluroshield® e verificar o tamanho dos

prolongamentos resinosos deste material. Foram selados 130 dentes posteriores

clínica/radiograficamente hígidos em pacientes de 11 a 14 anos. O procedimento foi

Page 24: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

24

feito pelos autores da seguinte maneira: profilaxia com pedra pomes e água,

isolamento absoluto, condicionamento com ácido fosfórico 37% por 2 minutos,

aplicação do selante com sonda exploradora, espera de 10 segundos e

fotopolimerização por 40 segundos. Seis meses após o selamento, os dentes foram

analisados clinicamente quanto à retenção. Para verificar a penetração do selante

no esmalte dental condicionado, realizaram estudo laboratorial, 16 dentes extraídos

foram selados nas mesmas condições do selamento clínico e após o selamento os

dentes foram cortados no sentido vestíbulo-lingual e lixadas até a espessura de

100um (micrômetros). Os cortes foram analisados sob microscopia de luz polarizada

para verificar a adaptação do selante. Em seguida,os cortes foram submetidos ao

ácido nítrico 40% para a remoção do esmalte e avaliação dos prolongamentos de

resina existentes. Com a finalidade de analisar presença ou ausência de bolhas

superficiais, foi aplicado corante na superfície de 15 dentes selados sete dias e seis

meses após o procedimento, juntamente com tomadas fotográficas do mesmo. Os

autores concluíram que: a retenção do selante após seis meses de aplicação foi de

96,2%, a média de prolongamentos foi de 21 micrômetros, seis meses após a

aplicação do selante existia bolha em todos eles e a adaptação do selante aos

planos inclinados foi considerada ótima.

Para avaliar a influência da profilaxia dental e do tempo condicionamento

ácido na penetração de um selante de fóssulas e fissuras, HOEPPNER fez em

1995 estudo laboratorial onde trabalhou com 48 pré-molares divididos em 6 grupos.

Os elementos dos grupos 1,2 e 3 receberam profilaxia com jato de bicarbonato e

foram condicionados com ácido fosfórico a 37% pelos tempos de 15, 30 e 60

segundos respectivamente. Os dentes dos grupos 4, 5 e 6, receberam apenas

condicionamento com o mesmo ácido, nas mesmas ordens dos tempos utilizados

Page 25: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

25

para os grupos anteriores. Todos os elementos foram cortados e as projeções dos

selantes no esmalte foram medidas para avaliar a penetração do selante de acordo

com cada tratamento empregado. Os melhores resultados foram encontrados

quando foi feita a profilaxia com o jato de bicarbonato e o condicionamento ácido foi

aplicado pelo tempo de 60 segundos.

Em 1995 BORSATO & IOST compararam a microinfiltração de três selantes

de fóssulas e fissuras fotopolimerizáveis. Foram utilizados 60 terceiros molares

divididos em 3 grupos: 1) selado com White Sealant Concise®, 2) Prisma Shield® e o

3) com Fluroshield®. Após o selamento os dentes foram armazenados em estufa por

uma semana e em seguida submetidos ao processo de termociclagem.

Posteriormente os dentes foram colocados em solução de fucsina básica e lavados

em água corrente. Após inclusão em resina acrílica, os espécimes foram cortados no

sentido vestíbulo-lingual e examinados em lupa estereoscópica. A microinfiltração foi

analisada de acordo com os escores: grau 0- ausência de penetração de corante;

grau 1- penetração ao longo da interface selante/esmalte; grau 2- penetração até o

fundo da fissura. Os resultados mostraram que em todos grupos houve a

microinfiltração na interface selante/esmalte.

Os selantes de fóssulas e fissuras são usados com sucesso na prevenção da

cárie. Sua efetividade é diretamente relacionada com sua retenção que depende do

quanto o procedimento de aplicação foi adequado. No ano de 1996, SYMONS et al.

estudaram a adesão e penetração de selantes aplicando tratamentos diferentes na

superfície do esmalte. Os autores utilizaram 108 dentes posteriores livres de cáries

ou defeitos morfológicos. Após profilaxia, os elementos dentais foram separados em

três grupos, de acordo com a morfologia das fissuras. Em seguida, seis novos

grupos foram formados de acordo com o tipo de tratamento realizado. O grupo 1,

Page 26: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

26

recebeu condicionamento com ácido fosfórico 37% por 60 segundos seguido de

lavagem por 30 segundos e secagem por 15 segundos. No grupo 2, o tempo de

condicionamento ácido foi de 15 segundos e os outros procedimentos foram iguais

ao primeiro grupo. Para o grupo 3, o ácido de escolhido foi o maleico a 10% e os

outros procedimentos foram mantidos. No grupo 4 os autores repetiram a técnica do

grupo 3 e acrescentaram o uso do primer e adesivo da Scochbond multi-purpose®,

de acordo com as instruções do fabricante. Os grupos 5 e 6 sofreram ataque com o

ácido fosfórico 10%, por 60 e 15 segundos respectivamente junto com o primer All-

Bond 2®. Todos os grupos foram selados com o selante resinoso Delton

quimicamente ativado, armazenados em soro fisiológico por 12 horas e depois

termociclados. Em seguida os espécimes foram corados com o corante orange,

seccionados no sentido buco-lingual e examinados em microscópio óptico com

aumento de 50 vezes quanto à adesão e penetração do mesmo. Os resultados

relatam que a diminuição do tempo de condicionamento com o ácido fosfórico a 37%

diminuiu a adaptação marginal do selante e que os sistemas adesivos utilizados

melhoraram a retenção dos selantes.

ABREU em 1997 avaliou a profundidade de penetração de diferentes tipos

de cimentos ionômero de vidro. Foram utilizados quarenta pré-molares divididos em

quatro grupos, limpos com jato de bicarbonato e condicionados com ácido fosfórico a

37% por 20 segundos. Os elementos foram analisados microscopicamente. A autora

concluiu que o Vitremer® foi o material que penetrou mais efetivamente nas fóssulas

e fissuras oclusais quando comparado com o Vidrion C® e o Fuji IX® .

Com o intuito de avaliar o desempenho de materiais híbridos de ionômero

de vidro/resina composta, Vitremer® e Dyract® quando utilizados como selantes de

fóssulas e fissuras, FRAGA (1997) selou primeiros molares inferiores de 100

Page 27: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

27

crianças na faixa etária de 7 a 8 anos, no seu lado esquerdo foi utilizado um dos

materiais e no seu contralateral o outro. Após seis e doze meses foram feitas

avaliações clínicas e análises comparativas quanto à retenção e capacidade de

prevenção à cárie. O desempenho dos materiais foi semelhante no período de seis

meses. Aos doze meses, a autora constatou que existia maior retenção do Dyract® e

que os materiais resinosos apresentaram maior efeito protetor contra a cárie.

Com o objetivo de avaliar a microinfiltração em diferentes selantes de

fóssulas e fissuras, ANDRADE (1998) utilizou 30 pré-molares divididos em três

grupos. O grupo 1, foi selado com Fluroshield®, o grupo 2, com Fuji II LC®, e o grupo

3 foi determinado como controle negativo e não recebeu nenhum tipo de tratamento.

Após a aplicação dos selantes, todos os espécimes foram submetidos a ciclagens de

desmineralização, na seqüência, foram corados e cortados para a análise da

microinfiltração na interface selante/esmalte. Os resultados demonstraram que o

grupo 1 apresentou microinfiltração inferior aos outros grupos, e que o grupo 3,

mostrou maior grau de microinfiltração. A autora concluiu que o Fluroshield® pode

ser considerado satisfatório quanto à vedação marginal, e que o Fuji II LC® não

possui a mesma capacidade quando usado como selante.

No ano de 1998 CIAMPONI et al. avaliaram, in vitro, a microinfiltração em

selantes sob a influência da contaminação por saliva, utilizando primer e dois

selantes diferentes: Concise® e Fluroshield®. Os resultados relatados pelos autores

foram de que os dois selantes tiveram desempenhos semelhantes. O primer

favoreceu o escoamento do Fluroshield® nos sulcos, no entanto o mesmo

apresentou maior número de bolhas.

SILVEIRA & GARROCHO (1998) estudaram a permeabilidade pós-eruptiva

do esmalte dentário frente ao corante azul de metileno. Os autores utilizaram dentes

Page 28: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

28

extraídos e os agruparam usando os seguintes critérios: dentes não erupcionados,

em erupção e dentes com maior período de permanência na cavidade bucal. Os

dentes foram imersos em corante e a penetração do mesmo foi comparada entre os

grupos. Os pesquisadores concluíram que quanto mais tempo o dente ficou na

cavidade bucal menor foi a penetração do corante.

A penetração e infiltração marginal de materiais empregados no selamento de

fóssulas e fissuras são de fundamental importância para o sucesso clínico do

procedimento. Com o objetivo de avaliar a influência dos sistemas adesivos nos

quesitos citados, SOUSA utilizou em 1998, 64 pré-molares hígidos distribuídos em

oito grupos, dos quais quatro foram submetidos à técnica invasiva e os outros à

técnica convencinal. Os selantes utilizados pela autora foram o Compoglass® e o

Fluroshield® e os agentes adesivos foram os SCA® e o primer/adesivo PSA®. Após o

selamento de cada grupo os corpos de prova foram submetidos a termociclagem e

em seguida imersos em solução de fucsina básica. Os dentes foram cortados no

sentido vestíbulo-lingual e observados em microscópio óptico. Os resultados

encontrados pela pesquisadora foram: O Compoglass® quando utilizado pela técnica

convencional, sem o uso de adesivo teve penetração inferior aos demais grupos e

infiltração superior à quando foi aplicado com adesivo. O selante Fluroshield®

apresentou penetração semelhante independentemente do modo como foi utilizado,

e quando aplicaram o adesivo a infiltração marginal foi diminuída. Quanto às

técnicas, convencional e invasiva, não houve diferença significante na ocorrência de

infiltração marginal.

Em 1998, XALABARDE et al. estudaram a microinfiltração em selantes

aplicados em dentes que receberam diferentes tratamentos. Utilizaram 120 molares

humanos extraídos, divididos em seis grupos. Grupo 1: recebeu profilaxia com pasta

Page 29: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

29

de pedra pomes e selante com carga PrismaShield®; Grupo 2: profilaxia com pedra

pomes e selante sem carga selante Delton®; Grupo 3: preparo com ponta

diamantada 2137F KG® e selante Prima Shield®; Grupo 4: preparado como grupo

anterior e o selante Delton®; Grupo 5: preparo com a broca carbide ¼ e selante

Prisma Shield®; Grupo 6: preparo com a broca carbide ¼ e o selante Delton®. Depois

do selamento, imergiram metade dos dentes em água destilada e submeteram a

outra metade ao processo de termociclagem. Passadas 48 horas da termociclagem

os corpos de prova foram imersos em fucsina básica a 2% por 24 horas. Em

seguida, os elementos foram seccionados para a avaliação da microinfiltração com o

auxílio de lupa estereoscópica. A microinfiltração foi classificada em escores de 0 a

4. O escore zero era dado quando não existia infiltração marginal do corante e o

quatro quando havia infiltração em dentina, quando a fissura do dente possuía

alguma falha de coalescência do esmalte. Os valores intermediários foram atribuídos

a cada 0.5mm de infiltração. Os pesquisadores observaram que não houve

diferenças significativas na microinfiltração entre os grupos termociclados ou não,

submetidos à técnica invasiva ou não invasiva ou entre os diferentes tipos de

selantes.

Para avaliar a infiltração marginal em selantes feitos utilizando a técnica

invasiva, REGO & ARAÚJO (1999) realizaram estudo in vitro com diferentes

materiais. Foram utilizados tratamentos: grupo I, selante Fluroshield®; grupoII,

Vitremer® e grupo III, adesivo dentinário One Step® seguido de Fluroshield®. Os

resultados obtidos após o teste de microinfiltração demonstraram não ter havido

diferenças estatisticamente significantes entre os grupos.

Com o objetivo de avaliar o grau de infiltração marginal em restaurações de

resina composta em dentes humanos e bovinos, armazenados em diferentes

Page 30: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

30

substâncias ARAÚJO et al. em 1999 selecionaram 30 molares humanos extraídos

hígidos que receberam preparos classe V na vestibular e na lingual e 20 dentes

bovinos, que receberam o mesmo preparo apenas na face vestibular. Os dentes

foram divididos em oito grupos de 10 elementos. Os seis primeiros foram compostos

por dentes humanos armazenados do modo a seguir:grupo1, freezer por no máximo

20 dias, grupo 2, formol 10% até o momento dos preparos, grupo 3, azida sódica

0,01% na geladeira, grupo 4, soro fisiológico e geladeira, grupo 5, água destilada a

temperatura ambiente por uma semana, grupo 6, desidratados durante dois meses

e rehidratados por uma semana. Os grupos 7 e 8 foram formados por dentes

bovinos estocados em freezer por um ano ou por vinte dias respectivamente. As

cavidades foram padronizadas e os preparos foram restaurados utilizando o sistema

adesivo Single bond® com a resina composta Z100®, de acordo com as

recomendações do fabricante. 24 horas após a confecção das restaurações fizeram

o acabamento e os corpos de provas foram termociclados e armazenados em água

destilada a 37% por 30 dias. Em seguida, os dentes foram selados com esmalte de

unhas, com exceção de 2mm da parede gengival. Os corpos de prova foram então

imersos em corante por 24 horas e lavados em água corrente por 15 minutos. Os

dentes foram seccionados no sentido méso-distal e analisados em lupa

estereoscópica para verificar a infiltração marginal, utilizaram escores de 0 a 4, onde

0 era quando não havia infiltração e 4 quando a infiltração atingia a parede pulpar,

os valores intermediários eram dados a cada terço de parede axial envolvida. Os

melhores resultados foram encontrados no grupo 8, os piores desempenhos foram

os dos grupos 5 e 6, os outros grupos tiveram desempenhos intermediários.

No ano de 1999, TULUNOGLU et al. submeteram in vitro, 112 segundos

molares decíduos a testes de cisalhamento e de microinfiltração com o objetivo de

Page 31: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

31

avaliar diferenças nos resultados quando os dentes são contaminados por saliva

durante o condicionamento ácido. Os dentes foram divididos em oito grupos de 14

elementos e seccionados longitudinalmente no sentido mésio-distal. Os grupos

receberam os seguintes procedimentos: 1 e 2- condicionamento ácido e selante sem

e com contaminação salivar respectivamente; 3 e 4- condicionamento ácido,

aplicação do adesivo Scothbond® e selante, sem e com contaminação salivar; 5 e 6-

condicionamento ácido, adesivo Syntac® e selante, respectivamente sem e com

contaminação salivar; 7 e 8- condicionamento ácido, adesivo Optibond® e selante,

sem e com contaminação salivar. Os dois primeiros grupos foram considerados

controle. Após a aplicação do selante Helioseal F®, todos os corpos de prova foram

termociclados. Os grupos experimentais submetidos ao teste de microinfiltração

ficaram imersos em fucsina básica a 5% por dois dias e os submetidos ao teste de

cisalhamento ficaram em água destilada até o momento dos ensaios mecânicos. Os

resultados obtidos pelos autores revelaram que a utilização dos agentes adesivos é

benéfica para a resposta dos testes empregados e o emprego de adesivo em

situações de contaminação salivar ofereceu resultados melhores do que os obtidos

nos grupos onde o adesivo dentinário não foi utilizado e não houve contaminação

salivar.

Com o objetivo de avaliar a penetração em esmalte e a retenção do selante

Alpha Flúor Seal®, SUNDFELD et al. (1999) estudaram microscopicamente cortes de

dentes selados e clinicamente o comportamento deste selante após dois anos da

aplicação. Selaram 72 dentes que foram examinados após dois anos do

procedimento. Em contrapartida em 51 dentes foi aplicado o verniz fluoretado

Duraphat® para análise no mesmo intervalo de tempo. Com a finalidade de verificar

a penetração do mesmo selante no esmalte dental, foram selados 24 dentes

Page 32: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

32

posteriores que foram extraídos por motivos ortodônticos depois do procedimento.

Após a exodontia os dentes selados foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual.

Os cortes foram analisados em microscópio sob luz polarizada e em seguida

colocados em ácido nítrico 40% para a análise dos prolongamentos da resina do

selante. Os autores relataram os seguintes resultados: 94,4% dos dentes selados

apresentaram retenção total do selante, enquanto 52,9% dos dentes não selados

apresentaram alterações clínicas nos sulcos e fóssulas. Os prolongamentos

formados tinham em média 23 micrômetros de tamanho. Concluíram que o selante

testado apresentou excelente retenção e penetração satisfatória ao esmalte dental.

Cimentos ionoméricos e resinas modificadas por poliácidos são utilizados

como selantes de fóssulas e fissuras. Para avaliar a capacidade de prevenção e

retenção destes materiais, FRAGA (1999) selou primeiros molares inferiores de

crianças sendo que dos dentes foi selado com Vitremer® e seu contralateral selado

com Dyract®. Após trinta e três meses de análises clínicas e indiretas a autora

concluiu que ambos os materiais foram capazes de controlar a cárie oclusal. Quanto

ao desgaste superficial, o Dyract® foi mais resistente que o Vitremer®.

Os cimentos de ionômero de vidro são utilizados como selantes, visto que a

liberação do íon flúor proporcionada por eles é interessante na prevenção à cárie.

Com o objetivo de avaliar clinicamente o cimento de ionômero de vidro Vitremer®

quando utilizado como selante, BERNARDO, et al. (2000) selaram 159 dentes com

este material, com e sem o uso de adesivo. As avaliações clínicas foram feitas seis e

doze meses após a aplicação. Os autores concluíram que a técnica com adesivo

proporcionou maior retenção do selante e que apenas um dente do grupo sem

adesivo desenvolveu cárie após a perda do material.

Page 33: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

33

Com o objetivo de avaliar in vivo a retenção do Vitremer® como selante,

BRESSANI et al. (2001) selaram 50 primeiros molares hígidos em pacientes de oito

a doze anos de idade. Três e seis meses após a aplicação a retenção dos selantes

foi avaliada. Para a avaliação in vitro da penetração do mesmo material,

selecionaram 19 terceiros molares extraídos que foram selados e seccionados no

sentido vestíbulo-lingual. Os autores concluíram que 80% dos pacientes

permaneciam com parte ou a totalidade do selante após seis meses de aplicação e

que a penetração do material foi total em 84,2% dos casos.

Para avaliar os efeitos dos tratamentos não invasivos de superfícies oclusais,

FLÓRIO et al. estudaram em 2001 duzentos e cinqüenta crianças divididas em três

grupos. O tratamento proposto para o grupo 1 foi selamento oclusal com cimento de

ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer®), o grupo 2 recebeu verniz

fluoretado (Duraphat®) nas superfícies oclusais dos dentes posteriores e o grupo 3,

considerado grupo controle recebeu escovação dentária e aplicação tópica de flúor.

Foram utilizadas radiografias e imagens de câmeras intra-bucais para analisar a

progressão da doença cárie. Após de doze meses os autores observaram que não

houve progressão de cárie em crianças do grupo 1, 1,55% no grupo 2 e 6,1% no 3.

Houve maior inativação de cárie em crianças do grupo 1.

Com o propósito de contribuir para a prevenção da cárie dental, MOIMAZ et

al. estudaram em 2001 a retenção de dois selantes de fóssulas e fissuras após 6, 12

e 18 meses da aplicação. Foram selados 149 dentes permanentes posteriores

hígidos de crianças na faixa etária de 6 a 14 anos. Os dentes receberam profilaxia

com pedra-pomes e água, lavagem abundante com água, e isolamento absoluto

antes da aplicação do selante. Após o isolamento, os dentes foram condicionados

com ácido fosfórico 37% por dois minutos. Setenta e dois dentes foram selados com

Page 34: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

34

Helioseal® e compuseram o grupo A, outros 77 dentes selados com Estiseal® e

formaram o grupo B. A fotopolimerização dos selantes foi feita 10 segundos após

sua aplicação. Passados 6, 12 e 18 meses do procedimento os pesquisadores

avaliaram clinicamente os selantes e classificaram quanto à retenção verificando

retenção total, perda parcial ou perda total dos mesmos. Os autores concluíram que

os dois grupos apresentaram excelente taxa de retenção e não observaram

diferença estatística entre eles.

Para avaliar a influência da termociclagem na microinfiltração marginal de

restaurações dentárias AGUIAR, (2001), utilizou 60 dentes humanos que foram

preparados com cavidades da mesma dimensão. Os dentes foram divididos em 6

grupos e cada grupo variou no tipo da material utilizado: compósito de baixa

viscosidade, média viscosidade e amálgama de prata e na presença ou ausência de

termociclagem. Depois da termociclagem os corpos de prova foram imersos em

solução de azul de metileno por 12 horas. Após a mensuração da microinfiltração os

resultados obtidos levaram o autor a concluir que o processo de termociclagem não

influenciou na microinfiltração de nenhum dos materiais testados.

No ano de 2002 GONÇALVEZ realizou estudo na tentativa de padronizar os

testes de microinfiltração. A autora realizou pesquisa in vitro para avaliar a influência

do número de ciclos térmicos nos resultados nestes testes em dentes restaurados e

hígidos. A mesma afirmou que o número de ciclos da termociclagem não interferiu

no grau de microinfiltração dos dentes restaurados e nem alterou a estrutura

dentária.

GILLET et al. (2002) testaram a microinfiltração marginal e a penetração de

três tipos diferentes selantes: Helioseal F®, Tetric® e Tetric Flow®. Os dentes foram

tratados com ácido fosfórico e usaram adesivo dentinário. A microinfiltração foi

Page 35: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

35

estudada utilizando o corante fucsina básica. Os melhores resultados relatados

foram os do Tetric Flow®. Os mesmos autores fizeram um segundo experimento

para avaliar a microinfiltração e penetração do Tetric Flow® condicionado de

diferentes maneiras: o grupo 1 foi condicionado com ácido fosfórico e adesivo Scoth

Bond®. No grupo 2 utilizaram adesivo auto condicionante Prompt®. Os

pesquisadores concluíram que não houve diferença significativa entre os dois

grupos.

A história do selante é relativamente nova na odontologia, no entanto, as

informações a seu respeito são muitas e, muitas vezes contraditórias. No ano de

2002, SIMONSEN fez um estudo de revisão da literatura sobre selantes que constou

de 1465 artigos, publicados entre 1971 e outubro de 2001 em periódicos

odontológicos, de língua inglesa. Alguns estudos anteriores a 1971, mas com

relevância histórica também foram citados. O artigo de Simonsen abordou diferentes

aspectos dos selantes: estudos laboratoriais, técnicas clínicas e de preparo dentário,

tempo de condicionamento, a possibilidade de aplicação pelas auxiliares, a retenção

e prevenção à cárie, utilização de flúor junto com o selante, utilização de cimento de

ionômero de vidro como selante, opções de selantes encontrados no mercado,

selantes utilizados sobre cáries de maneira terapêutica, efetividade, subutilização,

utilização de sistema adesivo e novos desenvolvimentos e projeções do uso do

selante. Os artigos citados pelo autor relatam que: os selantes são uma forma

segura e efetiva de prevenção à cárie, porém deveriam ser mais usados. A aplicação

de selante apresenta melhores resultados em populações de alto risco à cárie,

podendo ser aplicado com sucesso por auxiliares bem treinados. O condicionamento

ácido recomendado é com ácido fosfórico a 35% por 15 segundos. Foi relatada

vantagem em se aplicar selantes sob isolamento absoluto, mas quando este não é

Page 36: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

36

possível, o isolamento relativo bem feito pode ser empregado devendo-se aplicar

uma camada de adesivo dentinário no esmalte antes da aplicação do material

selador.

A necessidade de estudar clinicamente os materiais utilizados como selantes

oclusais em busca de encontrar os que apresentem melhores resultados quanto à

retenção e efetividade na prevenção da cárie dentária levou PARDI et al. (2002) a

estudarem o comportamento clínico de diferentes materiais utilizados com este

objetivo depois de 6 e 12 meses da aplicação. A amostra foi formada por crianças

entre 7 e 8 anos, as quais tinham, pelo menos um molar permanente com toda a

face oclusal exposta a cavidade bucal. As crianças foram classificadas de acordo

com o ceo e então divididas aleatoriamente em três grupos. No Grupo 1 foi aplicado

Vitremer® em 117 dentes; no grupo 2, 119 dentes foram selados com Revolution® e

o sistema adesivo utilizado foi o OptiBond Solo® e, no grupo 3, 120 dentes foram

selados com Dyract Flowv e o sistema adesivo Prime & Bond NT®. Os

pesquisadores moldaram todos os pacientes com silicona de condensação logo

após a aplicação dos selantes e depois de 12 meses para avaliar as diferenças

através de exames diretos e indiretos. Através dos resultados obtidos os autores

concluíram que não existiu diferença significativa entre o exame direto e em modelo

e que os materiais tiveram retenção total satisfatória, sendo efetivos na prevenção

da cárie.

Para estudar a influência da profilaxia na microinfiltração em selantes de

fóssulas e fissuras, CHEVITARESE et al. (2002) estudaram dois diferentes tipos de

profilaxia e os compararam entre si e com sua ausência. Foram utilizados trinta pré-

molares divididos em grupos A, B e C. O grupo A recebeu profilaxia com pedra

pomes e água, no grupo B foi utilizados jato de bicarbonato e o grupo C, não

Page 37: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

37

recebeu nenhum tipo de profilaxia. Todos os dentes foram selados com o selante

Fluroshield®. Após o selamento foi aplicado esmalte de unhas em todo o dente,

exceto na superfície oclusal e imergiram a amostra em corante. Em seguida, os

dentes foram seccionados no sentido vestíbulo lingual. Os espécimes foram

analisados quanto à microinfiltração por microscopia ótica e quanto à presença de

prolongamentos de selante por microscopia eletrônica de varredura. A partir dos

resultados os autores concluíram que a profilaxia não influenciou na presença de

prolongamentos de selante em esmalte, mas influenciou na microinfiltração, sendo

que os dois tipos de profilaxia testados apresentam clinicamente resultados

similares, no entanto o grupo em que não foi realizada profilaxia apresentou alto

nível de microinfiltração.

Para avaliar o selamento marginal e a penetração do selante resinoso

Concise® e compômero selante F2000®, SALAMA & AL HAMMAD (2002) estudaram

in vitro trinta terceiros molares extraídos divididos em seis grupos. Metade dos

grupos foi selada com Concise® e a outra metade com F 2000®, sendo utilizadas as

técnicas invasiva e não invasiva. Após o término da aplicação dos selantes os

dentes foram: imersos no corante azul de metileno a 5% por quatro horas, cortados

quatro vezes no sentido vestíbulo-lingual e avaliados com auxílio de

estereomicroscópio. Os autores avaliaram microinfiltração marginal, fissuras,

aberturas e falhas de preenchimento na interface selante/esmalte. Concluíram que a

microinfiltração foi similar quando os materiais foram utilizados com condicionamento

ácido e uso do adesivo para o compômero, na ausência ou presença de

ameloplastia. No grupo em que utilizaram compômero sem adesivo e ameloplastia

houve maior número de fissuras na interface selante/esmalte. A penetração dos

Page 38: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

38

materiais foi melhor nos grupos em que foram feitos ameloplastia e condicionamento

ácido.

Com o objetivo de comparar a microinfiltração em selantes resinosos e

compômeros selantes utilizando diferentes meios de preparo, ERONAT et al. (2003)

selaram 125 terceiros molares utilizando as seguintes técnicas: grupo 1-recebeu

ácido fosfórico e o selante Helioseal®; grupo 2- foi preparado com jato de óxido de

alumínio e selante Helioseal®; grupo 3- tratado com Primer&Bond® e o selante

Dyract Seal®; grupo 4- recebeu condicionamento com ácido fosfórico e Dyract Seal®;

grupo 5 recebeu jato de óxido de alumínio e Dyract Seal®. Após a aplicação do

selante os elementos foram termociclados e posteriormente imersos em corante. Os

dentes foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual e analisados sob aumento de

25 vezes. O resultado foi: o condicionamento com ácido fosfórico produziu os

melhores resultados tanto quando aplicado com selante resinoso quanto quando

aplicado com o compômero selante.

FEIGAL & QUELHAS (2003) analisaram clinicamente o adesivo auto

condicionante Prompt L-Pop® após dois anos de aplicação. Foram selados dentes

de pacientes de idade entre 7 e 13 anos. Em um dos dentes de cada paciente

utilizaram o Prompt L-Pop® e no contralateral utilizaram o selante Delton® conforme

indicações do fabricante. Os procedimentos foram feitos sob isolamento relativo.

Após dois anos os selantes foram analisados com o auxílio de fotografias. Os

autores concluíram que o Prompt L-Pop® é efetivo na união do selante ao esmalte

dental além de simplificar e diminuir o tempo clínico para este procedimento.

Para avaliar diferentes formas de selamentos DUANGTHIP & LUSSI (2003)

enviaram questionários a clínicos gerais indagando sobre os procedimentos de

selamento. Após a análise das respostas os autores selaram 102 molares extraídos

Page 39: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

39

segundo as técnicas citadas nos inquéritos. Os selantes foram divididos em três

grupos: selante clássico, resina fluida e compômero fluido. Na seqüência, os

pesquisadores termociclaram os dentes e os imergiram em azul de metileno para

avaliar a microinfiltração. A penetração dos selantes foi analisada por meio de

microscopia eletrônica de varredura. Os selantes clássicos apresentaram melhores

resultados quanto à microinfiltração. O condicionamento ácido foi fundamental para

o sucesso dos selantes. Os autores observaram que a morfologia da fissura foi

significante na penetração do selante.

No ano de 2003, PÉRES-LAJARíN et al. avaliaram a infiltração e adaptação

marginal de dois selantes fotopolimerizáveis aplicados após condicionamento e

utilização de adesivos de 5º geração. Os autores utilizaram vinte e dois pré

molares extraídos por motivos ortodônticos. Os dentes foram divididos em dois

grupos de 11 elementos. O grupo 1 foi condicionado com ácido ortofosfórico a 37%

por 20 segundos, lavado por 30 segundos e selado com Concise®. O grupo 2 foi

condicionado com ácido orgânico fornecido pelo fabricante do material selador por

20 segundos, sendo depois aplicado o sistema adesivo Primer&Bond® durante 20

segundos sem fotopolimerização e o selante Dyract seal®. Os corpos de prova foram

submetidos a termociclagem e após submersas em solução de fucsina 2% por 24

horas. Os dentes foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual três vezes e cada

um dos cortes foi analisado no estereomicroscópio. A microinfiltração foi quantificada

pelos autores da seguinte maneira: grau 0 quando não havia microinfiltração, grau 1,

quando o corante infiltrava de um a dois terços da interface e grau 2 quando a

infiltração era maior que dois terços da interface. Os resultados apresentados pelos

autores mostram que a aplicação do adesivo diminuiu a microinfiltração quando

Page 40: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

40

comparada a não aplicação. No entanto encontraram microinfiltração

independentemente do material utilizado.

2.2 Forças mastigatórias e ciclagem mecânica

As forças mastigatórias influenciam diretamente qualquer material

odontológico que possa ser utilizado na cavidade bucal. No ano de 1975, BATES et

al. fizeram uma revisão da literatura com o intuito de verificar os conceitos sobre

velocidade dos movimentos mandibulares, ritmo do mesmo e ainda as forças

envolvidas na mastigação quando dentes naturais ou artificiais estavam envolvidos.

Os autores citaram várias técnicas e maneiras de se medir as variáveis em questão,

no entanto os resultados e técnicas são diferentes de acordo com cada autor citado.

A velocidade dos movimentos mandibulares varia segundo os relatos de 64 a 75

milímetros por segundo (mm/s) e depende do alimento envolvido na mastigação. O

ritmo mastigatório teve segundo os autores uma freqüência de 48 a 75 ciclos por

segundos e muda de acordo com o alimento. A força mastigatória entre dentes

naturais oscila entre 7,4 a 12,52 quilos (kg) quando maçã está sendo mastigada e

35,8 a 64,4 Kg quando não há alimento entre eles.

MIRANDA JÚNIOR (1994) avaliou "in vitro" a infiltração em restaurações

feitas com duas resinas de micropartículas e ultrafinas e associadas com três

adesivos hidrofílicos. Após a restauração, os dentes foram imersos em água

destilada a 37ºC por uma semana, sendo que alguns grupos sofreram novo

condicionamento ácido com aplicação da resina fluida Fortify® na interface

Page 41: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

41

dente/restauração. Em seguida, os espécimes foram submetidos a ciclagem térmica

(5/55ºC/700 ciclos) e mecânica (8,0 quilograma-força (Kgf)/100.000 ciclos), imersos

em solução de nitrato de prata a 50%, cortados e revelados sob luz intensa. Três

avaliadores estabeleceram o grau de infiltração em escala de 0 a 4. A resina de

micropartículas apresentou maior valor de infiltração nos preparos em dentina e,

também, em relação a resina de partículas ultrafinas. A aplicação da resina fluida

pós-restauraçäo reduziu significantemente a infiltração em esmalte e dentina para as

duas resinas.

Com objetivo de avaliar a influência da ciclagem mecânica na microinfiltração

marginal NUNES (1998) realizou 120 restaurações proximais (mésio e disto

oclusais) em molares humanos extraídos e restaurados com duas resinas

"condensáveis" sendo aplicado um compósito de baixa viscosidade como liner ou

não. Metade das restaurações foram realizadas com sistema adesivo de frasco

único e a outra metade com um adesivo autocondicionante. Todas elas foram

submetidas à ciclagem térmica (5/55ºC, 750 ciclos). Metade das restaurações de

cada condição experimental foi submetida à ciclagem mecânica (100.00 ciclos com

carga de 8kgf). Feito isso, todos os espécimes foram imersos em azul de metileno a

0,5 por cento e seccionados para avaliação usando escala de 0 a 4.

OLIVEIRA (1999) avaliou in vitro a microinfiltração e ação anticariogênica nas

restaurações com sistema adesivo/resina composta (Glacier) e nas associações

compômeros (Freedom®, F2000®, Dyract®) ou ionômero modificado por resina

(Vitremer®)/resina composta em cavidades classe II amplas (mésio-ocluso-distais)

Foram realizados 100 preparos em pré-molares e molares extraídos submetidos ao

condicionamento prévio do esmalte e dentina, com exceção do grupo Vitremer® e

restaurados com a utilização dos diferentes sistemas adesivos de acordo com as

Page 42: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

42

orientações dos fabricantes. Os compômeros ou cimento de ionômero de vidro

modificado por resina foram inseridos nas caixas proximais e nas paredes pulpares.

As restaurações foram completadas com a utilização dos sistemas adesivos/resina

composta (técnica mista). A avaliação da área infiltrada dos dentes seccionados

após ciclagem mecânica, foi realizada através da penetração do corante fucsina a

0,5%. Os resultados demonstraram que os dentes restaurados com associação

Vitremer®/resina apresentaram menores áreas infiltradas nas margens cavitárias em

dentina e esmalte em comparação com as demais associações de materiais

utilizadas.

VILLALTA BEGAZO (2000) avaliou o desgaste de uma resina composta

(Filtek Z250®), uma resina modificada por poliácidos (Dyract AP®), um cimento de

ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer®) e um amálgama (Dispersalloy®)

em relação ao esmalte de dentes decíduos. Foram utilizadas faces vestibulares e /

ou linguais / palatinas hígidas de molares decíduos, que foram aplainadas mas que

ainda apresentavam presença de esmalte. Após inclusão em blocos de resina

acrílica preparou-se, na área central uma cavidade cilíndrica de 3mm de

profundidade e 2,2 milímetros (mm) de diâmetro, posteriormente restauradas com os

materiais testados. Os corpos de prova foram submetidos à ciclagem mecânica e

avaliados após 400.000 e 800.000 ciclos. Os resultados demonstraram que o

cimento de ionômero modificado por resina, Vitremer®, apresentou o maior valor

médio de desgaste, superior aos outros materiais testados que foram semelhantes

entre si (Filtek Z250®; Dispersalloy® ; Dyract AP®). A resina composta Filtek Z250®

foi o único material que desgastou menos que o esmalte decíduo ao redor da

restauração. Não houve diferença significante entre os valores de desgaste em

função do número de ciclos.

Page 43: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

43

A força mastigatória é capaz de causar microfraturas em selantes oclusais

interferindo na efetividade do mesmo. Para avaliar a influência destas forças na

microinfiltração de selantes de fóssulas e fissuras ZERVOU et al. (2000b) utilizaram

60 terceiros molares hígidos, armazenados em soro fisiológico. Os dentes foram

submetidos à profilaxia e imersão em blocos de resina acrílica. No procedimento foi

feito: condicionamento com ácido fosfórico 35% por 15 segundos, aplicação do

agente adesivo e do selante Ultraseal XT®. Após o término, os corpos de prova

foram depositados em soro fisiológico até a termociclagem. A primeira fase do

estudo investigou se havia diferença clínica e estatística da microinfiltração quando

aplicavam forças e se existia influência do local da aplicação. Foram aplicadas

forças de 880 Newtons (N) no centro dos selantes em um grupo, e em outro, as

mesmas foram aplicadas a 2,5mm da margem do dente. Nesta fase verificou-se

aumento significante na microinfiltração, principalmente quando as forças foram

aplicadas nas bordas dos selantes. Seis grupos de dez elementos foram então

testados sob a influência de forças aplicadas no sentido longitudinal por meio de

uma máquina de teste mecânico (Instron®), na periferia do selamento. O grupo A

não recebeu força, o grupo B, recebeu força de 300 N; o C, de 400 N; o D, de 500 N;

o E, de 600 N; e o grupo F, de 700 N. Após a ciclagem mecânica os dentes foram

isolados com esmalte de unha deixando exposta apenas uma região de 2 mm além

do selante oclusal. Os corpos de prova foram imersos no corante azul de metileno

1% por 24 horas e após este período foram feitas a secção dos dentes no sentido

vestíbulo lingual com micrótomo (Isomet®). Os espécimes foram analisados em

microscópio óptico. A microinfiltração foi graduada em 1: não atingia a metade do

selante, 2: passava da metade e 3, onde penetrou até abaixo da linha da fissura.

Page 44: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

44

Todos os grupos que receberam forças apresentaram resultados significativamente

inferiores ao que não recebeu.

ZERVOU et al (2000a) estudaram os efeitos da técnica invasiva na

microinfiltração em selantes de fóssulas e fissuras submetidos à ciclagem mecânica.

Foram utilizados sessenta terceiros molares divididos em seis grupos. O grupo A, foi

selado pela técnica convencional, o grupo B, foi selado pela técnica invasiva

utilizando broca esférica, o grupo C, foi selado pela técnica invasiva feita com broca

diamantada. Os três primeiros grupos não foram submetidos ao teste de fadiga. Os

grupos D, E e F, foram selados respectivamente como os grupos A,B e C e foram

submetidos a ciclagem mecânica. Após o teste de fadiga, os dentes foram

termociclados, corados e cortados para a análise da microinfiltração. Ao autores

concluíram que a ameloplastia reduziu a microinfiltração, independentemente da

broca utilizada e que a aplicação da ciclagem mecânica aumentou a infiltração do

corante.

GEIGER et al. (2000) avaliaram o efeito da amelopastia e o limite de

preenchimento do selantes de fóssulas e fissuras Helioseal® por meio do teste de

icroinfiltração. Utilizaram noventa molares hígidos extraídos imersos em blocos de

resina divididos em três grupos: o primeiro não sofreu preparo mecânico, o segundo

foi preparado com broca carbide em baixa rotação e o terceiro foi preparado com

broca diamantada. Os dentes foram então condicionados com ácido fosfórico 37%

por 20 segundos, lavados e secos. Cada grupo foi subdividido quanto à quantidade

de selante que ia receber. Numa parte foi aplicado selante até a borda do preparo e

na outra o selante foi aplicado com excesso. Todos os dentes foram submetidos a

forças de 0 a 100N por 1230 ciclos e em seguida termociclados por 1000 ciclos e a

seguir imersos por seis dias no corante fucsina básica 0,5%. Depois deste período

Page 45: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

45

foram feitos mais 35 ciclos de termociclagem e reimersão no corante por mais seis

dias. Os dentes foram cortados no sentido vestíbulo-lingual em três lugares e

avaliados com aumento de 40 vezes. Nos dentes em que foi colocado excesso de

selante houve maior grau de microinfiltração. A técnica invasiva aumentou a

retenção e penetração da resina e a broca diamantada permitiu resultados

superiores aos da broca carbide.

RUSSO et al. (2001) avaliaram, in vitro, a infiltração marginal em restaurações

de Classe V, executadas com resina composta (RC), cimento de ionômero de vidro

resino-modificado (CIVRM) e compômeros, submetidas à ciclagem mecânica. Trinta

e seis molares humanos íntegros receberam 72 preparos de Classe V nas faces

vestibular e lingual. Os dentes foram divididos em nove grupos de oito espécimes

cada. Nos grupos 1, 2, 4 e 5, não foi feito condicionamento ácido. Após 24 horas em

água a 37ºC, as amostras sofreram ciclagem mecânicas e térmica, imersão em

rodamina B e secção no sentido vestíbulo-lingual. O grau de penetração variou de

zero (infiltração) a 3 (infiltração máxima). Sem o condicionamento ácido, os

compômeros apresentaram a maior infiltração nas duas margens, oclusal e gengival.

A RC, na margem gengival, exibiu menor infiltração que os compômeros e o CIVRM.

A retenção adicional assim como o condicionamento ácido associado ao adesivo

foram capazes de reduzir a infiltração nas margens gengival e oclusal das

restaurações de compômeros .

No ano de 2001, CANTISANO avaliou a microinfiltração do corante azul de

metileno em pré-molares extraídos e selados após terem sido submetidos a

termociclagem e ao carregamento oclusal. Os espécimes foram divididos em dois

grupos de 20 elementos, o grupo 1 foi selado com Fluroshield® e o 2 selado com

Ketac Molar®. Em seguida, os grupos foram subdivididos e dez elementos de cada

Page 46: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

46

grupo foram submetidos à carga oclusal de 150N por 1 segundo de duração,

quarenta vezes em cada dente. Na seqüência os mesmos foram armazenados em

água destilada até o teste de microinfiltração, sendo todos os grupos imersos em

solução de azul de metileno 2% pelo período de 24 horas. Seccionou-se os

espécimes com disco diamantado dupla face no sentido vestíbulo-lingual e avaliou-

se a microinfiltração com lupa estereoscópica com aumento de 40 vezes. O grau de

microinfiltração foi assim quantificado: 0, ausência de penetração do corante, 1

penetração ao longo da interface selante/esmalte, 2, penetração atingindo o fundo

da fissura. A autora concluiu que: não houve qualquer infiltração com os corpos de

prova selados com Fluroshield® ao contrário do grupo selado com Ketac Molar® e o

carregamento oclusal não influenciou na microinfiltração marginal do corante.

Com o objetivo de avaliar a influência da cilclagem mecânica no vedamento

marginal de um adesivo autocondicionante na microinfiltração de restaurações

cervicais classe II, UCHOA utilizou em 2001, 160 restaurações em dentes extraídos

feitas com resina composta de alta densidade. Os espécimes foram divididos em 4

grupos. O grupo 1, não recebeu a ciclagem mecânica, os grupos 2, 3 e 4 receberam

10, 50 e 1000 ciclos respectivamente, com força de 117 Kg. Cada grupo ainda foi

dividido pela autora em A e B. O grupo A recebeu adesivo autocondicionante e o B,

condicionamento com ácido fosfórico a 37%. Os corpos de prova foram corados em

azul de metileno e seccionados para análise. A partir dos resultados encontrados a

autora concluiu que 50 foi o melhor número de ciclos para ciclagem mecânica e que

o condicionamento com ácido fosfórico deve preceder a utilização do

autocondicionante.

Com o objetivo de avaliar a influência das forças laterais na microinfiltração

marginal de restaurações cervicais de resina composta, FRUITS et al. (2002)

Page 47: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Revisão da literatura ___________________________________________________________________

47

utilizaram 60 pré-molares extraídos preparados com cavidades classe V e

restaurados utilizando sistema adesivo e três diferentes tipos de resinas: híbrida,

com micropartículas e fluida. Dez dentes de cada grupo foram submetidos à

ciclagem mecânica e os outros foram classificados como grupos controle. Na

sequência, imergiram todos os espécimes em corante e depois os seccionaram

sagitalmente para avaliação da microinfiltração na interface restauração/dente. Os

resultados mostraram que houve infiltração tanto nos grupos que sofreram ciclagem

mecânica quanto nos grupos controle. A resina híbrida apresentou maior

microinfiltração que os outros tipos de resina dentre os grupos que não foram

submetidos ao teste de fadiga. Por este motivo, os autores concluíram que a

elasticidade da resina pode influenciar na microinfiltração.

Para estudar quantitativamente a adaptação marginal de selantes de fóssulas

e fissuras, STAVRIDAKIS et al. (2003) selaram faces oclusais de 48 terceiros

molares humanos. Os dentes foram divididos em oito grupos condicionados ou com

ácido fosfórico a 40% ou com sistema adesivo autocondicionante. Para o selamento

foram utilizados dois materiais de viscosidades diferentes. Os grupos ainda foram

divididos quanto a polimerização em: fotopolimerizados por luz halógena ou plasma

arc . A adaptação marginal foi medida através de sistema de computador acoplado a

um Microscópio Eletrônico de Varredura em réplica de resina epóxica feitas antes e

depois do estresse mecânico. Os autores concluíram que as diferenças foram

significativas e mais claras após a aplicação do estresse. O material de baixa

viscosidade possibilitou melhor adaptação marginal, o material de alta viscosidade

apresentou resultado similar somente quando o adesivo autocondicionante foi

utilizados como camada intermediária. A polimerização com luz halógena foi a que

proporcionou melhores adaptações.

Page 48: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

������������������������������������������������

Objetivo geral:

Avaliar a microinfiltração de selantes de fóssulas e fissuras de três marcas

comerciais diferentes.

Objetivos específicos:

Avaliar a microinfiltração na interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras

após ciclagem mecânica

As hipóteses a serem testadas são:

H0: A ciclagem mecânica não interfere na microinfiltração na interface

esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

H1: A ciclagem mecânica interfere na microinfiltração na interface esmalte/selante de

fóssulas e fissuras.

Page 49: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Proposição ___________________________________________________________________

49

Comparar o desempenho de diferentes tipos de selantes em relação à

microinfiltração marginal, após ciclagem mecânica.

As hipóteses a serem testadas são:

H0: O tipo de selante empregado não interfere no resultado do grau de

microinfiltração na interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

H1: tipo de selante empregado interfere no resultado do grau de microinfiltração na

interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

Avaliar se a interação entre material e ciclagem mecânica influenciam no grau

de microinfiltração na interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

As hipóteses a serem testadas são:

H0: a interação entre material e ciclagem mecânica não interfere no grau de

microinfiltração na interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

H1: a interação entre material e ciclagem mecânica interfere no grau de

microinfiltração na interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

Page 50: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

��������������������������� � ����������� � ����������� � ����������� � ����

4.1 Seleção da amostra

Para a realização deste experimento, foram utilizados sessenta terceiros

molares inclusos, doados por pacientes na faixa etária entre 16 a 22 anos que os

tiveram indicados para exodontia pelos seus respectivos cirurgiões - dentistas por

estarem retidos ou impactados.

Todos os pacientes receberam explicações a respeito da finalidade da

pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (anexos 1 e 2).

A coleta dos dentes selecionados foi feita pelos cirurgiões dentistas que

realizaram a cirurgia após terem sido informados de como fazê-la. Os elementos

dentais foram então armazenados individualmente em soro fisiológico e à

temperatura ambiente até o momento da pesquisa.

4.2 Divisão dos grupos

Os dentes selecionados foram divididos de forma aleatória em três grupos de

acordo com o material a ser empregado. Estes grupos foram então subdivididos em

Page 51: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

51

outros três grupos de dez dentes de acordo com a metodologia empregada (Quadro

1).

QUADRO 1

DESCRIÇÃO DOS GRUPOS

Grupo

Ciclagem mecânica

Material

Composição

Lote

I A

Sim

I I B

Não

Selante

Resinoso (Fluroshield-

Dentsply)

Bis-GMA Uretano modificado, Trietileno Glicol Di-metacrilato, Borosilicato de

Alumínio e Bário, Éster tetracrílico, Ácido Fosfórico, Fluoreto de Sódio, N-Metil

Dietanolamina, Canforoquinona

43951

II A

Sim

II

II B

Não

Selante resinoso (Clinpro-3M do

Brasil)

Bis-GMA, TEGDMA, EDMAB, I+, CPQ, BHT, Silano Tratado, Sílica Amorfa, TBATFB, TiO2,

C.I.45440

20020625

III A

Sim

III III B

Não

Compômero

selante (Vitro-Seal

Alpha-DFL)

Contém ionômero de vidro numa matriz de

ácidos oligo e policarbônicos fotopolimerizáveis e duas outras resinas

0305403

4. 3 Confecção dos corpos de prova

Para a confecção dos corpos de prova os dentes foram colocados com a

coroa introduzida em uma placa de cera utilidade até o colo anatômico (FIG. 1). Um

tubo de PVC de 21mm de diâmetro externo e 20 mm de altura foi posto circundando

cada dente e dentro deste tubo (FIG. 2) foi vertida resina acrílica ativada

quimicamenteι (FIG. 3) em sua fase fribilar, até o completo preenchimento do tubo.

ι Artigos odontológicos Clássico, São Paulo- SP

Page 52: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

52

Após a polimerização da resina a cera utilidade foi removida e as coroas dos

dentes ficaram expostas acima do limite do tubo (FIG. 4).

4.4 Impermeabilização das amostras

Para que não existisse nenhuma infiltração de corante em regiões diferentes

da região de selamento, os corpos de prova foram impermeabilizados através de

uma camada de esmalte de unhas incolor (FIG. 5) que recobriu toda a coroa

deixando exposta apenas a superfície oclusal, que era de interesse para o estudo

(FIG. 6).

Page 53: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

53

FIGURA 1 - INSERÇÃO EM CERA

FIGURA 2 – DENTE CIRCUNDADO PELO TUBO DE PVC

FIGURA 3 – RESINA ACRÍLICA SENDO VERTIDA NO TUBO DE PVC

FIGURA 4 – CORPO DE PROVA PRONTO

FIGURA 5 - IMPERMEABILIZAÇÃO

FIGURA 6 - SUPERFÍCIE OCLUSAL

Page 54: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

54

4.5 Aplicação dos selantes

Antes da aplicação do selante em cada elemento, foi realizada profilaxia com

jato de bicarbonato pelo tempo de 20 segundos para todos os corpos de prova,

seguida de lavagem e secagem.

O condicionamento ácido foi feito utilizando o ácido fornecido pelo fabricante

de cada material por 15 segundos. O tempo de condicionamento foi aquele

recomendado nas instruções de uso dos selantes utilizados (FIG. 7). Imediatamente

após o condicionamento, os dentes foram lavados com água abundantemente por

um período de 30 segundos e secos com ar comprimido.

O material selador de cada grupo foi aplicado utilizando instrumental

aplicador de hidróxido de cálcio (FIG. 8).

A fotopolimerização dos selantes foi feita pelo tempo recomendado pelos

fabricantes (FIG. 9).

Após o selamento dos corpos de prova, os mesmos foram submetidos à

inspeção final do procedimento (FIG. 10) e mantidos em água destilada, à

temperatura ambiente, por cinco dias.

Page 55: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

55

4. 6 Ciclagem mecânica

Os grupos I A, II A e III A foram submetidos ao processo de ciclagem

mecânica, aplicada no centro da superfície por ponta de aço inoxidável adaptada à

FIGURA 7 - CONDICIONAMENTO ÁCIDO

FIGURA 8 - APLICAÇÃO DO SELANTE

FIGURA 9 - FOTOPOLIMERIZAÇÃO

FIGURA 10 - INSPEÇÃO FINAL

Page 56: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

56

máquina de ensaios mecânicosλ (FIG.11 e FIG.12). Foram realizados 500 ciclos,

com intensidade de 150 N e frequência de 1 Hz.

λ MTS-810 , Materia Test System, Minneapolis-Minnesota, USA

FIGURA 11 - MÁQUINA UTILIZADA PARA CICLAGEM MECÂNICA

FIGURA 12 - CICLAGEM MECÂNICA

Page 57: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

57

Os grupos I B, II B e III B foram classificados como grupo de controle, e por

este motivo não sofreram ciclagem mecânica.

4. 7 Imersão em corante

Todos os grupos foram imersos em solução de azul de metileno a 2%, por 24

horas. Após o período de imersão, os mesmos foram lavados em água corrente.

4.8 Corte dos corpos de prova

Os corpos de prova foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual por disco

abrasivo de 0,7mm de espessura sob refrigeração e 5000 rotações de por minuto em

uma máquina de cortesτ (FIG. 13). Os cortes obtidos (FIG. 14) foram analisados

com o auxílio de uma lupa estereoscópica β com câmera digital com aumento de 18

vezes acoplada a um sistema computadorizado (FIG. 15).

τ Máquina de Cortes Buehler; β Wild N-8 (Wild-Heerbrugg-Switzerland)

Page 58: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

58

4.9 Avaliação da microinfiltração

As medidas de microinfiltração foram mensuradas com a utilização do

programa Imagem Pro Plus .

A avaliação foi feita de acordo com a profundidade da penetração do corante

(Quadro 2):

FIGURA 15 – LUPA ESTEREOSCÓPICA

FIGURA 13: - MÁQUINA DE CORTES

FIGURA 14 – CORTE

Page 59: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

59

QUADRO 2

GRAUS DE MICROINFILTRAÇÃO

Microinfiltração

Profundidade de penetração do corante na interface selante/esmalte

Grau 0

Sem penetração

Grau 1

Até um terço

Grau 2

De 1/3 até 2/3

Grau 3

De 2/3 até 3/3

Grau 4

Penetração do corante em dentina

Adaptado de Xalabarde, A. et al. (1998)

Os desenhos esquemáticos a seguir (FIG. 16 a FIG. 20) ilustram os graus de

microinfiltração, citados no quadro acima.

Page 60: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Material e método _______________________________________________________________________________________

60

FIGURA 16: - GRAU 0

FIGURA 17: - GRAU 1

FIGURA 18: - GRAU 2

FIGURA 19: - GRAU 3

FIGURA 20: - GRAU 4

Page 61: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

����������������������������������������

Para avaliar a microinfiltração de selantes de fóssulas e fissuras de três

marcas comerciais diferentes foram utilizadas a análise descritiva e a análise de

regressão logística ordinal. Estes tipos de análise são utilizados quando o objeto de

estudo (neste caso, o grau de microinfiltração) é uma variável do tipo categórica

ordinal.

Deseja-se então, verificar o efeito do material utilizado para selar os corpos de

prova, o efeito da ciclagem mecânica e também o efeito da interação entre os

selantes e a presença ou ausência de ciclagem mecânica no grau de

microinfiltração.

As análises foram realizadas ao nível 5% de significância.

5.1 Análise Descritiva

O primeiro passo de uma análise estatística é a análise descritiva. Como a

variável resposta, o grau de microinfiltração, é uma variável categórica ordinal, foram

calculadas freqüências e percentagens dos corpos de prova para cada grau

especificado no capítulo material e método. Além disto, foram calculadas freqüências

Page 62: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

62

e percentagens dos corpos de prova para os graus de microinfiltração de acordo

com os três tipos de material e ciclagem mecânica.

Para melhor entendimento das análises as variáveis em estudo estão

descritas abaixo:

Grau de Microinfiltração: variável categórica ordinal com 5 níveis (grau 0, grau 1,

grau 2, grau 3 e grau 4);

Tipo de Material (Grupo): variável categórica com 3 níveis (GI, GII, GIII);

Ciclagem Mecânica: variável dicotômica, isto é, categórica com 2 níveis (presença e

ausência).

TABELA 1

FREQÜÊNCIA E PERCENTAGEM DE CORPOS DE PROVA EM CADA UMA DAS

CATEGORIAS DO GRAU DE MICROINFILTRAÇÃO

Grau de Microinfiltração Frequência Percentagem

Grau 0 23 38,3 %

Grau 1 11 18,3 %

Grau 2 3 5,0 %

Grau 3 18 30,0 %

Grau 4 5 8,3 %

Total 60 100,0 %

Page 63: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

63

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

Grau de Microinfiltração

Por

cent

agem

Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

GRÁFICO 1 – PERCENTAGEM DOS CORPOS DE PROVA ENCONTRADOS

NOS GRAUS DE MICROINFILTRAÇÃO

De acordo com a Tabela 1 e Gráfico 1, observa-se que o grau 0 foi o que

apresentou maior percentagem (38,3%) seguido de perto pelo grau 3 (30,0%). Já o

grau 2 foi o que obteve menor percentagem (5,0%).

Considerando o tipo de material foram obtidos os seguintes resultados (TAB.

2 e GRAF. 2).

Page 64: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

64

TABELA 2

FREQÜÊNCIAS E PERCENTAGENS DOS CORPOS DE PROVA ENCONTRADOS

NOS GRAUS DE MICROINFILTRAÇÃO DE ACORDO COM O GRUPO

Grau de Microinfiltração G I G II G III

Grau 0 12 60% 7 35% 4 20%

Grau 1 6 30% 3 15% 2 10%

Grau 2 2 10% 1 5% 0 0%

Grau 3 0 0 % 7 35% 11 55%

Grau 4 0 0% 2 10% 3 15%

Total 20 100% 20 100% 20 100%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

G I

G II

G III

Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

GRÁFICO 2 - PERCENTAGEM DOS CORPOS DE PROVA ENCONTRADOS NOS GRAUS DE MICROINFILTRAÇÃO DE ACORDO COM O GRUPO

Page 65: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

65

Pela Tabela 2 e Gráfico 2, observa-se que nos corpos de prova de GI foram

observados apenas os graus 0, 1 e 2, sendo o grau 0 o que apresentou maior

percentagem (60,0%) e o grau 2 a menor (10,0%). Nos corpos de prova GII foram

observados todos os tipos de graus, sendo os graus 0 e 3 com a maior percentagem

(35,0%) e o grau 2 com a menor percentagem (5,0%). Já nos corpos de prova de

GIII apenas o grau 2 não foi observado. O grau 3 foi o que apresentou a maior

percentagem (55,0%) e o grau 1 a menor (10,0%).

Considerando agora a presença ou ausência da ciclagem mecânica, foram

obtidos os resultados abaixo (TAB. 3, GRAF. 3).

TABELA 3

FREQÜÊNCIA E PERCENTAGEM DOS CORPOS DE PROVA ENCONTRADOS

NOS GRAUS DE MICROINFILTRAÇÃO DE ACORDO COM A CICLAGEM

MECÂNICA

Ciclagem mecânica Grau de Microinfiltração

Presente Ausente

Grau 0 12 40% 11 36,7%

Grau 1 5 16,7% 6 20%

Grau 2 0 0% 3 10%

Grau 3 11 36,7% 7 23,3%

Grau 4 2 6,7% 3 10%

Total 30 100% 30 100%

Page 66: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

66

GRÁFICO 3 - PERCENTAGEM DOS CORPOS DE PROVA ENCONTRADOS NOS GRAUS DE

MICROINFILTRAÇÃO DE ACORDO COM A CICLAGEM MECÂNICA

Quando a ciclagem mecânica está presente, nota-se que nenhum corpo de

prova apresentou o grau 2. O grau 0 foi o que apresentou maior percentagem

(40,0%) seguido do grau 3 (36,7%) e o grau 4 foi o que apresentou menor

percentagem (6,7%). Quando a ciclagem mecânica está ausente, observa-se que

foram apresentados todos os tipos de grau de microinfiltração. Aqui também o grau 0

foi o que apresentou maior percentagem (36,7%) e o que apresentou menor

percentagem foram os graus 2 e 4 com 10% de corpos de prova para cada um. Ver

Tabela 3 e Gráfico 3.

Considerando tanto o grupo quanto à ciclagem mecânica, chegou-se nos

seguintes resultados (TAB. 4, GRAF. 4).

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

PresenteCiclagem Mecânica

Ausente

Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

Page 67: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

67

TABELA 4

FREQÜÊNCIA E PERCENTAGEM DOS CORPOS DE PROVA ENCONTRADOS

NOS GRAUS DE MICROINFILTRAÇÃO DE ACORDO COM O GRUPO E COM A

CICLAGEM MECÂNICA

Grau de Microinfiltração Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Total

6 4 0 0 0 10 IA

60% 40% 0% 0% 0% 100%

6 2 2 0 0 10 IB

60% 20% 20% 0% 0% 100%

2 1 0 6 1 10 IIA

20% 10% 0% 60% 10% 100%

5 2 1 1 1 10 IIB

50% 20% 10% 10% 10% 100%

4 0 0 5 1 10 IIIA

40% 0% 0% 50% 10% 100%

0 2 0 6 2 10

GRUPOS

IIIB 0% 20% 0% 60% 20% 100%

Page 68: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

68

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

IA

IB

IIA

IIB

IIIA

IIIB

Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

GRÁFICO 4 - PERCENTAGEM DOS CORPOS DE PROVA ENCONTRADOS NOS GRAUS DE

MICROINFILTRAÇÃO DE ACORDO COM O GRUPO E COM A CICLAGEM MECÂNICA

Observando a Tabela 4 e Gráfico 4, nota-se que:

• Grupo IA: os corpos de prova apresentaram apenas os graus 0 (60,0%) e

1 (40,0%).

• Grupo IB: os corpos de prova apresentaram os graus 0 (60,0%), 1 (20,0%)

e 2 (20,0%).

Page 69: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

69

• Grupo IIA: somente o grau 2 não foi observado. O grau 3 foi o que

apresentou maior percentagem (60,0%) e os graus 1 e 4 apresentaram

menor percentagem (10,0%).

• Grupo IIB: a maior percentagem foi para o grau 0 (50,0%) e a menor para

os graus 2, 3 e 4 (10,0%).

• Grupo IIIA: não foi encontrado nenhum corpo de prova com os graus 1 e 2.

A maior percentagem encontrada foi para o grau 3 (50,0%) e a menor para

o grau 4 (10,0%).

• Grupo IIIB: não foi encontrado nenhum corpo de prova com os graus 0 e 2.

O grau 3 foi o que apresentou maior percentagem (60,0%) e os graus 1 e

4 apresentaram a mesma percentagem (20,0% cada um).

5.2 Regressão Logística Ordinal

Para verificar se o tipo de material, a ciclagem mecânica e a interação entre tipo

de material e ciclagem mecânica influenciaram no grau de microinfiltração foi

realizada a análise de regressão logística ordinal, devido à natureza ordinal da

variável resposta grau de microinfiltração.

Neste tipo de análise, são encontradas equações que relacionam as variáveis

explicativas ou independentes (grupo e ciclagem mecânica) com a variável resposta

ou dependente grau de microinfiltração. Como o objetivo do trabalho é verificar se

há efeito das variáveis explicativas na variável resposta, serão apresentados

Page 70: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

70

somente os resultados que dizem respeito à significância das variáveis explicativas,

não havendo preocupação em explicitar as equações encontradas na análise.

As variáveis categóricas, neste tipo de análise, são utilizadas da seguinte

maneira: são criadas k-1 novas variáveis, onde k é o número de níveis da variável

categórica. Estas novas variáveis utilizam um dos níveis como referência, então é

este o porquê de se utilizar apenas k-1 variáveis.

Para a variável grupo foram então utilizadas 2 variáveis sendo GI o nível de

referência. Já para a variável ciclagem mecânica foi utilizada apenas uma variável

tendo o nível “presença” como referência.

As variáveis são compostas de 0’s e 1’s. Logo abaixo encontram-se tabelas que

representam estas variáveis tanto para o tipo de material quanto para a ciclagem

mecânica (TAB. 5 e 6).

TABELA 5

ESQUEMA DAS K-1(=2) VARIÁVEIS PARA O GRUPO

Referência Grupo Nível V1 V2

GI 1 0 0

GII 2 1 0 Nível 1

GIII 3 0 1

Page 71: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

71

TABELA 6

ESQUEMA DAS K-1(=1) VARIÁVEIS PARA A CICLAGEM MECÂNICA

Referência Ciclagem Nível V1

Presença 1 0 Nível 1

Ausência 2 1

Em resumo, para representar o grupo que tem 3 níveis foram necessárias duas

variáveis e para representar a ciclagem mecânica que tem 2 níveis foi necessária

apenas uma variável.

A Tabela 7 contém as estimativas e a probabilidade de significância das variáveis

citadas nas Tabelas 5 e 6.

TABELA 7

ESTIMATIVAS DOS PARÂMETROS DE INTERESSE DO MODELO DE

REGRESSÃO LOGÍSTICA ORDINAL

PARÂMETROS ESTIMATIVA ERRO-PADRÃO Z P

Grupo

V1 -2,522 0,913 -2,760 0,006*

V2 -1,927 0,888 -2,170 0,030*

Ciclagem

V1 -0,164 0,911 -0,180 0,857

Interação

V1xV1 1,930 1,251 1,540 0,123

V2xV1 -1,124 1,252 -0,900 0,369

* p ≤ 0,05

Page 72: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

72

O primeiro passo foi testar se houve interação entre grupo e ciclagem mecânica.

Pela Tabela 7, verifica-se que os valores-p para as interações V1xV1 e V2xV1 foram

maiores do que o nível de significância (0,05). Portanto, a hipótese nula de que não

há interação entre grupo e ciclagem mecânica não foi rejeitada. Em outras palavras,

o efeito do material utilizado para selar os corpos de prova não se modificou

conforme a ausência ou presença da ciclagem mecânica.

Como não houve interação entre grupo e ciclagem mecânica, fez-se os

seguintes testes:

Teste 1:

H0: O carregamento oclusal não interfere na microinfiltração na interface

esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

H1: O carregamento oclusal interfere na microinfiltração na interface esmalte/selante

de fóssulas e fissuras.

Teste 2:

H0: O tipo de selante empregado não interfere no resultado do grau de

microinfiltração na interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

H1: O tipo de selante empregado interfere no resultado do grau de microinfiltração na

interface esmalte/selante de fóssulas e fissuras.

Pela Tabela 7, verifica-se que a presença ou ausência da ciclagem mecânica

não influenciou no grau de microinfiltração, pois o valor-p é igual a 0,857, fazendo

com a hipótese nula são fosse rejeitada. Já para o grupo a hipótese nula foi

rejeitada, pois os valores-p foram menores do que 0,05, ou seja, o material

influenciou no grau de microinfiltração.

Page 73: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

73

Para verificar se o modelo encontrado pela análise de regressão logística

ordinal está bem ajustado, isto é, é adequado, foi calculada a estatística de teste

Qui-quadrado dada na Tabelas 8.

As hipóteses deste teste de adequação são:

H0: O modelo está bem ajustado, ou seja, o modelo é adequado.

H1: O modelo não está bem ajustado, ou seja, o modelo não é adequado.

Não houve efeito significativo da interação entre grupo e ciclagem mecânica

e nem da ciclagem mecânica no grau de microinfiltração. Apenas o tipo de material

para selar os corpos de prova influenciou no grau de microinfiltração. Como as

estimativas das variáveis V1 (-2,522) e V2 (-1,927) para grupo foram negativas,

então comparando o GIII com o GII verificou-se que o grau de microinfiltração

diminuiu para este último e comparando o GII com o GI verificou-se que o grau de

microinfiltração também diminuiu. Portanto, o GI apresentou os menores graus de

microinfiltração, que aumentaram para o GII e aumentaram ainda mais para o GIII.

Isto pode ser observado claramente no gráfico 2.

As figuras mais representativas de cada grau de microinfiltração estão

apresentadas a seguir (FIG. 21 a 25).

Page 74: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Resultados __________________________________________________________________________________________

74

FIGURA 21– GRAU 0 / GRUPO IB - CORPO DE PROVA 15

FIGURA 22 – GRAU 1 / GRUPO IIB - CORPO DE PROVA 39

FIGURA 23 – GRAU 2 / GRUPO IB - CORPO DE PROVA 11

FIGURA 24 – GRAU 3 / GRUPO 3B - CORPO DE PROVA 58

FIGURA 25 – GRAU 4 / GRUPO IIB - CORPO DE PROVA 33

Page 75: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

����������������������������������������

A padronização da amostra é quesito importante na sistematização do

experimento. Quando a amostra é composta por dentes existe o cuidado que sejam

o mesmo elemento dental, que se encontrem na mesma condição clínica e tenham

aproximadamente o mesmo tempo de erupção. SILVEIRA & GARROCHO (1998)

estudaram a permeabilidade do esmalte dental em relação a sua maturação pós-

eruptiva utilizando o corante azul de metileno. A penetração do mesmo sugeriu que

os dentes que estiveram presentes por mais tempo na cavidade bucal apresentaram

menor permeabilidade. Para estudos in vitro com dentes humanos existem ainda

padrões éticos a serem cumpridos. Os dentes mais comumente utilizados são os

pré-molares indicados para exodontia por motivos ortodônticos (STRAND &

RAADAL, 1988; RONTANI & ANDO, 1993; ANDRADE, 1998; ABREU, 1997;

SOUSA, 1998; OLIVEIRA, 1999; CANTISANO, 2001; FRUITS et al., 2002;

CHEVITARESE et al., 2002; PÉRES-LAJARÍN et al., 2003) e terceiros molares

indicados para exodontia por diversos motivos (BORSATO & IOST, 1995;

XALABARDE et al., 1998; SALAMA& AL HAMMAD 2002; ERONAT et al., 2003).

Neste experimento optou-se pela coleta de terceiros molares inclusos indicados para

exodontia por estarem retidos ou impactados.

Para a realização de pesquisas laboratoriais são necessários coleta e

armazenamento dos dentes, que deve ser feita de maneira igual para todos os

componentes da amostra de determinado estudo. Vários são os meios de

Page 76: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Discussão _________________________________________________________________________________

76

armazenamento e conservação do dentes utilizados para experimentos: timol a 0,5%

(CANTISANO, 2001), água destilada (CASTRO et al., 1991; HOEPPNER, 1995),

formalina a 10% (RONTANI & ANDO, 1993), solução salina com azida de sódio a

0,02% (GEIGER et al., 2000), azida de sódio a 0,4% (BORSATTO & IOST, 1995).

Um dois meios mais utilizados é a solução fisiológica, em temperatura ambiente ou

sob refrigeração (GONÇALVEZ, 2002; ANDRADE, 1998; ZERVOU et al., 2000a;

ZERVOU et al., 2000b; CARRACHO et al., 1991). Para a estocagem dos dentes

utilizados neste estudo optou-se pela solução de soro fisiológico em temperatura

ambiente. Este meio atende às necessidades de manutenção das propriedades

físicas e estruturais dos tecidos dentários e não afeta a resistência adesiva e a

microinfiltração do material posteriormente utilizado (ARAÚJO, 1999). Além disso,

como a coleta de material foi feita em diversas locais, este meio foi utilizado devido à

facilidade de sua obtenção e custo reduzido. A opção de utilizar temperatura

ambiente deveu-se a necessidade de transporte do material que seria dificultado se

a opção feita fosse pelo resfriamento dos elementos dentais.

Dentre os materiais seladores existentes no mercado brasileiro um dos mais

difundidos e estudados é o Fluroshield�. Trata-se de um selante resinoso, com 50%

de carga inorgânica que apresenta-se na forma de bisnaga e é incolor. Este material

foi selecionado para esta pesquisa por ser amplamente estudado e considerado

efetivo ao que se propõe (SUNDFELD et al., 1994; ANDRADE, 1998; BORSATO &

IOST, 1995; SOUSA, 1998; CANTISANO, 2001; CHEVITERESE et al., 2002). O

selante resinoso Clinpro�, é novo no mercado e por isso o número de trabalhos a

seu respeito é reduzido, o que motivou a inclusão deste selante neste experimento.

De acordo com o fabricante, o Clinpro� não contém carga, libera flúor e possui o

recurso de alteração de cor. Antes da fotopolimerização, ele apresenta-se na cor

Page 77: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Discussão _________________________________________________________________________________

77

rosa o que facilita o seu emprego. Após, sua cor é alterada para amarelo claro

opaco. O outro material incluído nesta pesquisa foi o Vitro Seal Alpha�, compômero

selante fotopolimerizável. De acordo com o fabricante, este material tem a vantagem

de liberar flúor, devido ao fato de ser ionomérico. No entanto, sua bula não foi

fornecida pelo fabricante que também não especifica de forma adequada sua

composição e não se encontrou referências a ele na literatura revisada.

A profilaxia é uma importante etapa que precede o selamento das fóssulas e

fissuras oclusais e tem o objetivo de remover o biofilme dental antes do

condicionamento ácido. Existem diferentes técnicas de profilaxia, sendo as mais

utilizadas a pasta de pedra pomes e água aplicada com o auxílio de escova de

Robinsom em baixa rotação e o jato de bicarbonato. CHEVITARESE et al. (2002)

estudaram os dois tipos de profilaxia citados e os comparou com dentes onde

nenhum tipo de tratamento profilático precedeu a aplicação do selante. Concluíram

que a eficiência das técnicas citadas foi semelhante e que quando esta etapa não foi

feita a infiltração do corante foi consideravelmente maior. RONTANI & ANDO (1993)

ao estudarem o mesmo tema concluíram que a pasta de pedra pomes e água foi

mais eficiente. Autores como SUNDFELD et al. (1994), SYMONS et al. (1996),

XALABARDE et al. (1998), ANDRADE (1998), ZERVOU et al. (2000a), ZERVOU et

al. (2000b) e MOIMAZ et al. (2001) optaram pela utilização da pasta de pedra pomes

e água em trabalhos clínicos e laboratoriais. No presente estudo optou-se pela

profilaxia realizada com jato de bicarbonato, apoiado nos estudos de STRAND &

RAADAL (1988) e HOEPPNER (1995) onde os primeiros avaliaram

microscopicamente superfícies oclusais dentárias limpas com os dois métodos, e o

segundo avaliou a penetração do selante de fóssulas e fissuras para os mesmos e

observaram ser este método o mais eficiente.

Page 78: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Discussão _________________________________________________________________________________

78

Após o condicionamento ácido feito pelo período de 15 segundos, conforme

indicado pelos fabricantes, foi feita lavagem utilizando seringa tríplice por 30

segundos e secagem com ar comprimido. A aplicação do selante foi realizada com

o auxílio de aplicador de cimento de hidróxido de cálcio, como CIAMPONI et al.

(1998), para que não ocorresse excesso de material na superfície oclusal, pois caso

a aplicação fosse feita com os pincéis fornecidos pelos fabricantes dos selantes, não

haveria controle sobre a quantidade de material a ser aplicado. ANDRADE (1998),

HOEPPNER (1995) e SUNDFELD et al. (1994) aplicaram os selantes de suas

respectivas pesquisas com sonda exploradora com o mesmo objetivo.

A impermeabilização das amostras é a etapa que garante que o corante vai

infiltrar somente na interface selante/esmalte. No presente estudo, os dentes foram

colocados em blocos de resina acrílica para permitir o apoio dos mesmos no

processo de ciclagem mecânica e a impermeabilização foi feita com esmalte de

unhas incolor em toda a superfície exposta do esmalte dentário deixando margem

de 1mm para as bordas do selante de fóssulas e fissuras (ANDRADE, 1998;

CANTISANO, 2001; GONÇALVEZ, 2002; ERONAT et al., 2003) (FIG. 5 e 6).

No intervalo de tempo entre a aplicação dos selantes e os testes laboratoriais

é necessário o armazenamento dos corpos de prova, para que ocorra a

polimerização tardia dos materiais resinosos e a presa tardia dos materiais

ionoméricos. Na literatura encontra-se: estufa à 37ºC por sete dias (ANDRADE,

1998); água destilada na estufa a 37ºC durante vinte e quatro horas (SOUSA, 1998);

água destilada por quarenta e oito horas (XALABARDE et al., 1998); soro fisiológico,

(ZERVOU et al., 2000a; ZERVOU et al., 2000b); água à 37ºC (GEIGER et al., 2000),

água destilada por vinte e quatro horas (PÉRES-LAJARIN et al., 2003). Nesta

pesquisa optou-se pela utilização de água destilada a temperatura ambiente por

Page 79: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Discussão _________________________________________________________________________________

79

cinco dias. Este tempo foi determinado pela necessidade de viagem para utilização

de laboratório que possui o equipamento necessário para a ciclagem mecânica.

A necessidade que os estudos de microinfiltração têm de simular as

condições reais da cavidade bucal para que a avaliação da penetração do corante

possa ser extrapolada com alguma segurança para situações clínicas, faz com que

autores utilizem o processo de termociclagem. Este processo, empregado por

SYMONS et al. (1996), TULUNOGLU et al. (1999), ZERVOU et al. (2000a),

ZERVOU et al. (2000b), tem o intuito de simular nos testes laboratoriais os

fenômenos de variação de temperatura que ocorrem in vivo. Nesta pesquisa assim

como na de CANTISANO (2001) não se utilizou o processo de termociclagem

baseada nos resultados das pesquisas de XALABARDE et al.(1998), AGUIAR

(2001) e GONÇALVES (2002) que estudaram o efeito da mesma na microinfiltração

de diferentes materiais e concluíram que este processo não influenciou na infiltração

em materiais resinosos.

A ciclagem mecânica é o processo que tem o intuito de tentar simular in vitro

as forças mastigatórias. Utilizam-se máquinas de ensaios mecânicos para submeter

os corpos de provas a forças similares àquelas feitas durante a mastigação, com a

limitação da aplicação de força ser apenas no sentido vertical. Não há na literatura

consultada a padronização das forças ou do número de ciclos e freqüência

utilizados. Para facilitar a leitura, os valores de forças levantados foram

transformados para N. São eles: 80 N e 100.000 ciclos (MIRANDA JÚNIOR, 1994;

NUNES, 1998), 400.000 e 800.000 ciclos (VILLALTA BEGAZO, 2000), 300, 400,

500, 600, 700 e 880 N (ZERVOU et al., 2000a), 500N (ZERVOU et al. 2000b), de 0 a

100 N por 1230 ciclos (GEIGER et al., 2000), 1170 N por 10, 50 e 1000 ciclos

(UCHOA, 2001). No presente experimento optou-se pela utilização de 150 N de

Page 80: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Discussão _________________________________________________________________________________

80

força por 500 ciclos, com a freqüência de 1 Hertz (Hz), assim como CANTISANO

(2001). Este valor foi devido ao estudo de BATES et al.. (1975), que fizeram revisão

de literatura e constataram que a força média de uma pessoa quando mastiga

alimento com a dureza de uma maçã oscila por volta de 74 a 125 N.

Ao estudar o desgaste de resina composta após ciclagem mecânica

VILLALTA BEGAZO (2000) concluiu que não houve alteração do mesmo em função

do número de ciclos. Estudando microinfiltração em corpos de provas restaurados

com resina composta submetidos ao processo de ciclagem mecânica e em corpos

de prova não submetidos ao mesmo, FRUITS et al. (2002) observaram que não

houve diferença na infiltração marginal de corante entre os grupos estudados. Os

resultados desta pesquisa mostraram que não houve diferença com significado

estatístico entre os grupos que passaram e não pelo teste de fadiga, resultado que

concorda com CANTISANO (2001). No entanto ZERVOU et al, (2000a) e ZERVOU

et al, (2000b); relataram que em seus estudos, os dentes submetidos ao teste de

fadiga apresentaram maiores graus de microinfiltração que os que não foram

submetidos ao mesmo (TAB 7).

Nos estudos in vitro da microinfiltração marginal de selantes de fóssulas e

fissuras utilizam-se dentes extraídos e doados pelos pacientes que são selados de

modo sistemático submetidos às mesmas variáveis e imersos em corantes

posteriormente. Após o período de imersão a penetração do mesmo é quantificada

para a análise comparativa entre os materiais utilizados. São encontrados trabalhos

utilizando diferentes tipos de corantes, como fucsina básica 0.5% (XALABARDE et

al., 1998; TULUNOGLU et al., 1999; OLIVEIRA, 1999; GEIGER et al., 2000; PÉRES-

LAJARÍN et al., 2003), nitrato de prata 50% (MIRANDA JÚNIOR, 1994; ANDRADE,

1998; CIAMPONI et al., 1998; CHEVITARESE et al., 2002), rodamina B (RUSSO et

Page 81: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Discussão _________________________________________________________________________________

81

al., 2001). Outro corante bastante utilizado, em diferentes concentrações, é o azul de

metileno. (NUNES, 1998; ZERVOU et al., 2000a; AGUIAR, 2001; CANTISANO,

2001; UCHOA, 2001; GONÇALVEZ, 2002). Neste estudo optou-se pela utilização do

azul de metileno a 2%, pois este material é de custo acessível, de fácil utilização,

apresenta contraste satisfatório e registro permanente da infiltração (GONÇALVEZ

2002). O tempo de imersão preconizado foi de vinte e quatro horas, como ZERVOU

(2000), CANTISANO (2001),GONÇALVEZ (2002).

Para a análise da microinfiltração faz-se necessária a secção dos dentes de

maneira que as superfícies dos cortes sejam avaliadas. Ao levantar dados na

literatura percebe-se que o número de cortes utilizados é variável. Entretanto,

sentido do corte é sempre longitudinal e vestíbulo-lingual. CIAMPONI et al., (1998)

fizeram quatro cortes de aproximadamente 2mm cada um. GEIGER et al., (2000)

cortaram os dentes no mesmo sentido em três lugares. Para este estudo, assim

como ANDRADE, (1998) e CANTISANO, (2001) os espécimes foram seccionados

no centro por disco abrasivo.

A avaliação da microinfiltração foi feita com o auxílio de equipamento de

processamento de imagem com câmera digital com aumento de 18 vezes. As

imagens foram capturadas das hemi-partes e gravadas para posterior mensuração

da infiltração do corante. Apesar do equipamento utilizado ter um programa que

permitia que medidas fossem feitas, optou-se por fazer uma adaptação da tabela

proposta por XALABARDE et al.(1998), fazendo-se a mensuração por escores,

assim como ANDRADE (1998), TULUNOGLU et al. (1999), ZERVOU et al.(2000a),

CANTISANO (2001) e CHEVITARESE et al. (2002). Esta opção foi devida ao fato

de a morfologia das fissuras ser diferente, podendo assim interferir nos resultados

(FIG. 11).

Page 82: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Discussão _________________________________________________________________________________

82

Todos os grupos avaliados apresentaram elementos com infiltração marginal

de corante (TAB. 4 e GRAF. 4). Os resultados encontrados neste estudo mostram

diferenças estatisticamente significantes. O GI foi o grupo que teve menor índice de

microinfiltração, seguido pelos grupo GII. O GIII apresentou os piores resultados,

com maior índice de microinfiltração marginal. Os GI e GII foram selados com

selantes resinosos, que possuem adesão química e mecânica ao esmalte dental. Em

contrapartida o GIII, foi selado com resina modificada por ionômero de vidro, cuja

adesão ao esmalte é predominantemente mecânica e inferior aos materiais dos GI e

II, podendo assim justificar os resultados obtidos. (ANDRADE, 1998; FRAGA, 1997;

SOUSA, 1998; REGO&ARAÚJO, 1999; ERONAT et al., 2003). Autores como:

ANDRADE (1995), SOUSA (1998), CANTISANO (2001), SALAMA & AL HAMMAD

(2002), ERONAT et al. (2003), ao compararem o desempenho de selantes resinosos

com selantes ionoméricos ou compômero selantes também observaram menores

graus de microinfiltração nos corpos de prova selados com selantes resinosos.

A utilização dos selantes de fóssulas e fissuras como prevenção à cárie é

prática comum em consultórios odontológicos. Existem disponíveis no mercado

inúmeras marcas, com diferentes composições, fator que pode dificultar a escolha

do melhor material. Por este motivo, testes para elucidar a capacidade de proteção à

cárie destes materiais são de fundamental importância para que o correto emprego e

desempenho das funções dos mesmos. A infiltração de bactérias na interface

selante/esmalte é um dos maiores motivos de insucesso deste procedimento, o que

justifica a utilização de testes que avaliem quanto à microinfiltração estes materiais.

Page 83: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

������������������������������������

Os resultados obtidos neste estudo permitiram concluir que:

1. Não houve diferença na micoinfiltração dos grupos submetidos à ciclagem mecânica

quando comparados com os grupos que não foram.

2. Houve diferenças entre os tipos de selantes utilizados. O grupo I apresentou os

menores níveis de microinfiltração quando comparado aos grupos II e III. O grupo III

apresentou os maiores graus de microinfiltração.

3. A interação entre material e a ciclagem mecânica não interferiu na microinfiltração

na interface selante/esmalte de fóssulas e fissuras.

Page 84: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Referências bibliográficas _________________________________________________________________________________

���������������� �������������������� �������������������� �������������������� ������������

ABREU, K. C. S. Avaliação microscópica da profundidade de penetração em fóssulas e fissuras, de materiais contendo cimento de ionômero de vidro, utilizados como selantes. 125f. 1997. (Dissertação de Mestrado em Odontopediatria)- Faculdade de Odontologia de Baurú, Universidade de São Paulo.

AGUIAR, F. H. B. Avaliação da infiltração de pigmentos na interface de restaurações dentais sob o efeito da termociclagem. 2001. 94f. (Dissertação de Mestrado em Odontologia)-Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual de Campinas.

ANDRADE, J. P. Avaliação da microinfiltração em fóssulas e fissuras seladas com selante resinoso e cimento de ionômero de vidro. Estudo “in vitro”. 1998. 61f. (Dissertação de Mestrado em Odontopediatria)-Faculdade de Odontologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

ANUSAVICE, K. J. Materiais dentários. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. Cap. 13, p. 178-185.

ARAÚJO, R. M. et al. Influência de diferentes meios de armazenamento de dentes extraídos na infiltraçäo marginal. Jornal Brasileiro de Clínica & Estética em Odontologia, Curitiba, v.3, n. 14, p.31-5, mar. 1999.

BARBOSA, A.N.; GARONE FILHO, W. Selamento de fóssulas e sulcos Revista Gaúcha de Odontologia, Porto Alegre, v. 22, n.4, p. 259-69, ago./dez. 1974.

BATES, J.F.; STAFFORD, G.D.; HARRISON, A. Masticatory function- a review of literature II. Journal of Oral Rehabilitation, Oxford, v.2 n.3, p. 349-361, jul.1975.

BERNARDO, P. C. et al. Avaliação clínica de um cimento de ionômero de vidro utilizado como selante oclusal. Pesquisa Odontológica Brasileira. v. 14, n.1, p.53-57, jan./mar. 2000.

* PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Padrão PUCMinas de normalização. Belo Horizonte. Biblioteca, 2003. 16f.

Page 85: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Referências bibliográficas ______________________________________________________________________________

85

BORSATO. M.C.; IOST, H.I. Microinfiltração em selantes de fossas e fissuras- avaliação in vitro. Revista da Associação Brasileira de Odontologia. Rio de Janeiro, v.3, n.4, p.249-254, ago./set. 1995.

BRESSANI, A. E. L. et al. Avaliação da retenção e penetração de um selante a base de ionômero de vidro em fóssulas e fissuras oclusais. Revista da Associação Brasileira de Odontologia de Promoção da Saúde, Porto Alegre. v.4, n.2, p.37-44. jul. 2001.

BUONOCORE, M. G. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials to enamel surfaces. Journal of Dental Research, Washington, DC, v. 34, n.6, p. 849-53, dec. 1955.

CANTISANO, V. S. Avaliação “in vitro” da microinfiltração em fóssulas e fissuras seladas com Ketac Molar e Fluorshield. Efeito do carregamento oclusal.2001.68f. (Dissertação de Mestrado em Odontopediatria)- Faculdade de Odontologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

CARRACHO, A. J. L. et al. The effect of storage and thermocycling on the shear bond strength of three dentinal adhesives. Quintessence International. Illinois, v. 22, n.9, p.745-752, sep. 1991.

CASTRO, J. C. M. et al. Estudo “in vitro” da penetração de selantes de fóssulas e fissuras no esmalte dental humano, com ou sem contaminação. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. XLVIII, n. 4, p. 14-20, jul./ago. 1991.

CHEVITARESE, A. B. A. CHEVITARESE, O.; SOUZA, I.P.; VIANNA, R.B. Influence of profilaxis on the microleakage of sealants: in vitro study. The Journal of Clinical Pediatric Dentistry, Birmingham, v. 26, n. 4, p. 371-375, apr. 2002.

CIAMPONI, A. L.; FEIGAL, R. J. ; SANTOS, J. F. F. Avaliação in vitro da microinfiltração na interface selante/esmalte sob a influência de contaminação, emprego do primer e tipo de selante. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 93-8, abr./jun. 1998.

CUETO, E. J.; BUONOCORE, M. G. Sealing of pits and fissures with na adhesive resin: its use in caries prevention. Journal of American Dental Association, Chicago, v. 75, n.1, p. 121-28, jul. 1967.

DUANGTHIP, D.; LUSSI, A. Variables contributing to the quality of fissure sealants used by general dental practitioners. Operative Dentistry, Indianapolis, v.28, n. 6, p. 756-764, nov./dec. 2003.

Page 86: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Referências bibliográficas ______________________________________________________________________________

86

ERONAT, N.; BARDAZCI, Y.; SIPAHI, M. Effects of different preparation techniques on the microleakage of compomer and resin fissure sealants. Journal of Dentistry for Children, Chicago. v.70, n. 3, p. 250-253, sep./dec. 2003.

FEIGAL, R.J., QUELHAS, I. Clinical trial of a self-etching adhesive for sealant application: Success at 24 months with Prompt L-Pop. American Journal of Dentistry, San Antonio. v.16, n.4, p.249-251, aug. 2003.

FLÓRIO, F. M. et al. Evaluation of non - invasive treatment applied to occlusal surfaces. Journal of Dentistry for Children, Chicago, v. 58, n. 5/6, p. 326-331, sep./dec. 2001.

FRAGA, L. R. L. Avaliação clínica de materiais híbridos de ionômero de vidro/resina composta utilizados como selantes de fóssulas e fissuras. 90f. 1997 (Dissertação de mestrado em Clínica Odontológica)- Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual de Campinas.

FRAGA, L. R. L. Avaliação clínica, no período de trinta e três meses, da iniciência de cárie, retenção e desgaste de materiais híbridos e ionômeros de vidro/resina composta, utilizados como selantes de fóssulas e fissuras. 111f. 1999. (Tese de doutorado em Clínica Odontológica)- Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual de Campinas.

FRUITS, T.J., et al. Effect of cyclical lateral forces on microleakeage in cervical resin composite restorations. Quintessence International, Illinois, v. 33, n.3, p.205-212, mar. 2002.

GEIGER, S.B.; GULAYEV, S.; WEISS, E.I. Improving fissure sealant quality: mechanical preparation and filling level. Journal of Dentristy, Bristol, v. 28, n. 6, p. 407-412, sep. 2000.

GILLET, D. et al. Microleakage and penetration deph of three types of materials in fissure sealant: self-etching primer vs etching: an in vitro study. Journal of Clinical Pediatric Dentistry, Birmingham, v. 26, n. 2, p. 175-178, winter, 2002.

GONÇALVEZ, I. M. F. Avaliação in vitro da influência do número de ciclos térmicos na microinfiltração de dentes decíduos restaurados e hígidos. 2002. 130f. (Tese de Doutorado em Odontologia)- Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo.

Page 87: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Referências bibliográficas ______________________________________________________________________________

87

HOEPPNER, M. G. Análise microscópica da penetração in vitro de um selante de fóssulas e fissuras no esmalte dental humano. Efeito da profilaxia e dos tempos de condicionamento ácido do esmalte dental. 1995. 116f. (Dissertação de Mestrado em Odontologia)- Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista.

MARSHALL, G. W. ; OLSON, L. M. ; LEE, C. V. SEM investigation of the variability of enamel surfaces after simulated clinical acid etching for pit and fissure sealants. Journal of Dental Research, Washington, DC, v. 54, n. 6, p. 1222-31, nov. 1975.

MIRANDA JÚNIOR, W. G. Avaliação "in vitro" da infiltração nas caixas proximais de pré-molares humanos restaurados com diferentes adesivos universais e resinas compostas. 1994. 92f. (Tese de Doutorado)- Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo.

MOIMAZ, S. A. S. et al. Retenção dos selantes: avaliação do comportamento clínico de dois selantes de fóssulas e fissuras. Revista Gaúcha de Odontologia. Porto Alegre. v. 49, n. 2, p. 113-115, abr.-jun. 2001.

MYAKI, S. I. et al. Avaliação in vitro da infiltração marginal em molares decíduos restaurados com resina composta modificada por poliácido, utilizando-se duas técnicas restauradoras. Revista da Associação Brasileira de Odontologia Nacional, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 167-70, abr./maio, 2000.

NUNES, M. F. Influência da ciclagem mecânica na microinfiltraçäo de novas resinas compostas condensáveis e de resina híbrida de baixa viscosidade associadas a dois sistemas adesivos: frasco único e auto-condicionante. 1998. 99f. (Dissertação de Mestrado)- Faculdade de Odontologia, Universidade de Säo Paulo.

OLIVEIRA, A. H. A. Avaliação da microinfiltração e da ação anticariogênica em restaurações com resina composta associadas a outros materiais. 1999. 138f. (Tese de Doutorado) Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de Säo Paulo.

PARDI, V. et al. Comparação de diferentes materiais utilizados como selantes oclusais após avaliações clínicas de 6 e 12 meses. Revista de Pós Graduação da USP. São Paulo. v. 9, n. 4, p. 304 –310, out/dez. 2002.

PÉRES-LAJARÍN, L. et al. Marginal microleakage of two fissure sealants: a comparative study. Journal of Dentristy for Children, Chicago. v. 70, n. 1, p. 24 –28, jan, 2003.

Page 88: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Referências bibliográficas ______________________________________________________________________________

88

PRIMOSCH, R. E.; BARR, E. S. Selant use and placement techiniques among pediatric dentists. The Journal of American Dental Association, Chicago, v. 132, n. 10, p. 1442-3, oct. 2001.

REGO, M. A . ; ARAÚJO, M. A .M. Microleakage evaluation of pit and fissure sealants done with different procedures, materials, and laser after invasive technique. The Journal of Clinical Pediatric Dentristy, Birmingham. v. 24, n.1, p. 63-8, 1999.

RONTANI, R. M. P.; ANDO, T. Efeito da limpeza coronária e do preparo mecânico de sulcos e fissuras oclusais sobre a penetração de selantes. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 7, n. 3, p. 227-233, jul./set. 1993.

RUSSO, E.M.A. et al. Infiltração marginal em cavidade de Classe V restauradas com materiais estéticos, utilizando diferentes técnicas restauradoras. Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, v.15, n.2, p. 145-50, abr.-jun. 2001.

SALAMA, F.S.; AL HAMMAD, N.S. Marginal seal of sealant and compomer materials with and without enameloplasty. International Journal of Paediatric Dentistry, London, v. 12, n. 1, p. 39-46, jan. 2002.

SILVEIRA, N. L.; GARROCHO, A.A. Permeabilidade do esmalte dentário humano em relação à sua maturação pós-eruptiva. Revista do Conselho Regional de Odontologia Minas Gerais, Belo Horizonte, v.4, n.1, p.22-26, jan-jun, 1998.

SIMONSEN, R. J. Cost effectiveness of pit and fissure sealant at 10 years. Quintessence International, Illinois, v. 20, n.2, p. 75-82, feb. 1989.

SIMONSEN, R.J. Pit and fissure sealant: review of the literature. Pediatric Dentistry, Illinois, v. 24, n.5, p.393-414, sep. 2002.

SOUSA, M.F.A. Influência de sistemas adesivos na penetração e inf iltração marginal de materiais resinosos empregados no selamento de fóssulas e f issuras. 1998. 134f. (Dissertação de Mestrado em Materiais Dentários)-Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas.

STAVRIDAKIS, M.M. et al. Marginal integrity of pit and fissure sealants. Qualitative and quantitative evaluation of the margianal adaptation before and after in vitro thermal and mechanical stressing. Operative Dentistry, Seattle, v. 28, n.4, p. 403-414, jul/ago. 2003.

Page 89: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Referências bibliográficas ______________________________________________________________________________

89

STRAND, G. V., RAADAL, M. The efficiency of cleaning fissures with an air-polishing instrument. ACTA Odontologica Scandinavica, Oslo, v. 46, n.2, p. 113-117, dec. 1988.

SUNDFELD, R. H. et al. Análise da retenção e penetração de um selantes com flúor. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, Rio de Janeiro, v. 48, n. 1, jan/fev. 1994.

SUNDFELD, R. H. et al. Aplicação de selantes: confirmação de um recurso eficaz na prevenção das lesões de cárie de fóssulas e fissuras. Revista Brasileira de Odontologia, São Paulo, v. 56, n. 2, p. 76-82, mar./abr. 1999.

SUNDFELD, R. H. et al. Retenção dos selantes – avaliação clínica fotográfica. Revista Gaúcha de Odontologia, Porto Alegre, v. 40, n. 6, p. 424-26, nov./dez.1992.

SUNDFELD, R. H. et al. Selantes- A solução ideal prevenção das lesões de fóssulas e fissuras. Jornal Brasileiro de Clinica Odontológica Integrada, Curitiba, v. 6, n. 32, p. 117-28, mar/abr. 2002.

SYMONS, A. L. et al. The effect of fissure morphology and pretreatment of the enamel surface on penetration and adhesion of fissure sealants. Journal of oral Rehabilitation, Oxford, v. 23, n.12, p. 791-798, dec. 1996.

TULUNOGLU, O. et al. The effect of bonding agents on the microleakage bond strength of sealant in primary teeth. Journal of Oral Rehabilitation, Oxford, v. 26, n.5, p.436-441, may 1999.

UCHOA, R. C. Influência da ciclagem mecânica na microinfiltração cervical de restaurações classe II com resina composta associada a adesivo autocondicionante. 2001. 219f. (Dissertação de Mestrado)- Faculdade de Odontologia, Fundação Universidade de Pernambuco.

VILLALTA BEGAZO, P. M. Estudo "in vitro" do desgaste de restauraçöes de diversos materiais em dentes decíduos. 2000. 81f. (Dissertação de Mestrado) Faculdade de Odontologia, Universidade de Säo Paulo.

XALABARDE, A. et al. Microleakage of f issure sealants after occlusal enmeloplasty and thermocycling. The Journal of Clinical Pediatric Dentristy, Birmingham, v.22, n.3, p. 231-235, abr. 1998.

Page 90: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Referências bibliográficas ______________________________________________________________________________

90

ZERVOU, C. et al. An in vitro study of microleakage of pit and fissure selants in the presence of occlusal forces. The Journal of Clinical Pediatric. Dentristy, Birmingham, v. 24, n. 4, p. 273-78, jul. 2000.

ZERVOU, C. et al. Enameloplasty effects on microleakage of pit fissure sealants under load: an in vitro study. The Journal of Clinical Pediatric Dentristy, Birmingham, v. 24, n. 4, p. 279-85, jul. 2000.

Page 91: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

��������

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

N.º Registro CEP:

Título do Projeto: “Avaliação in vitro da microinfiltração em selantes de fóssulas e fissuras após ciclagem mecânica”.

Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas completamente.

1 ) Introdução

Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa “Avaliação in vitro da microinfiltração de selantes de fóssulas e fissuras na presença de forças oclusais”. Se decidir participar dela, é importante que leia estas informações sobre o estudo e o seu papel nesta pesquisa.

Você foi selecionado após constatada a necessidade de exodontia do seu dente devido ao mesmo estar incluso e devido à sua faixa etária (16 a 22 anos de idade). Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição.

2 ) Objetivo

O objetivo deste estudo é avaliar a microinfiltração de selantes de três marcas comerciais diferentes, após serem submetidos aos processos de termociclagem e carregamento oclusal.

3 ) Procedimentos do Estudo

Se concordar em participar deste estudo você será solicitado a doar seu (s) terceiros molares, que sofreram exodontia por estarem inclusos. O(s) elemento(s) dental(is)doado(s) será(ao) então incluído(s) no estudo que será de caráter laboratorial e avaliará o desempenho de três selantes de marcas diferentes quando submetidos aos processos de termociclagem e carregamento oclusal.

4 ) Riscos e desconfortos

O desconforto que você terá será ao remover o(s) dente(s) incluso(s) que será doado. Esta fase não faz parte da presente pesquisa.

Page 92: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Anexo 1 _________________________________________________________________________________

91

5 ) Benefícios

��A pesquisa poderá ou não trazer benefícios diretos a você, mas as informações obtidas por meio do estudo poderão ser importantes para a avaliação do desempenho de novos materiais utilizados em Odontologia Preventiva. Caso seja de sua vontade realizar a exodontia na Faculdade de Odontologia da PUCMINAS, serão tomadas providências para seu encaminhamento ao setor adequado.

6) Custos/Reembolso

Você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo.

7 ) Caráter Confidencial dos Registros

Algumas informações obtidas a partir de sua participação neste estudo não poderão ser mantidas estritamente confidenciais. Além dos profissionais de saúde que utilizarão os dentes extraídos doados por você, agências governamentais locais, o Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde o estudo está sendo realizado, o patrocinador do estudo e seus representantes podem precisar consultar seus registros. Você não será identificado quando o material de seu registro for utilizado, seja para propósitos de publicação científica ou educativa. Ao assinar este consentimento informado, você autoriza as inspeções em seus registros. O(s) dente(s) doado(s) será(ao) catalogado e numerado e será identificado por este número. Somente as pessoas diretamente ligadas ao estudo saberão da sua procedência

8 ) Participação Sua participação nesta pesquisa consistirá em doar dente(s) extraído(s) por estar(em) incluso(s).É importante que você esteja consciente de que a participação neste estudo de pesquisa é completamente voluntária e de que você pode recusar-se a participar ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais você tenha direito de outra forma. Em caso de você decidir retirar-se do estudo, deverá notificar ao profissional e/ou pesquisador que esteja atendendo-o. A recusa em participar ou a saída do estudo não influenciarão seus cuidados nesta instituição.

9 ) Para obter informações adicionais

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Caso você venha a sofrer uma reação adversa ou danos relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas sobre o estudo, por favor, ligue para Dr Ilanna Guimarães Gabler no telefone (31) 3375 0122 ou no endereço: Avenida trinta e um de março, nº 1100, apt 201, |Bairro: Dom Cabral, Belo Horizonte, MG.

Se você tiver perguntas com relação a seus direitos como participante do estudo clínico, você também poderá contatar uma terceira parte/pessoa, que não participa desta pesquisa; Heloísio De Rezende Leite, Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição, no telefone (31) 3319- 4298.

Page 93: Ilanna Guimarães Gabler · O propósito desta pesquisa foi avaliar “in vitro” a microinfiltração do corante azul de metileno a 2% em selamentos de fóssulas e fissuras. Foram

Anexo 1 _________________________________________________________________________________

92

12 ) Declaração de consentimento

Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento.

Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste formulário de consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.

Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para participar como paciente deste estudo.

Nome do participante (em letra de forma)

Assinatura do participante ou representante legal Data

Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante e/ou seu representante autorizado. Acredito que o participante e/ou seu representante recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem adequada e compreensível e que ele/ela compreendeu essa explicação.

Assinatura do pesquisador Data