iii sobre o sacramento da crisma ou...

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III Sobre o Sacramento da Crisma ou Confirmação Introdução 1. A Crisma é, por excelência, o sacramento do Espírito Santo que confirma no(a) fiel a força do sacramento do Batismo, reforçando nele(a) a sua condição de testemunha fiel e defensor(a) de Jesus Cristo e de seu Projeto. 2. O batizado recebe o Espírito Santo uma única vez, no batismo. Na Confirmação o batizado abre-se ao Espírito que já está com ele. No batismo, quem assume o compromisso em nome do batizado foram os pais e os padrinhos; agora, na confirmação, é o próprio batizado que, por livre e espontânea vontade, acolhe o Espírito Santo. 3. Ao receber a Crisma, o batizado está assumindo, de forma consciente, o seu “ser cristão”. Ele diz “sim” a Deus, reafirmando o seu compromisso de viver como uma “nova criatura” (cf. Gl 6,15; 2Cor 5,17). Esse é o momento em que assume sua fé, comprometendo-se a tornar-se, pelo próprio esforço e pela graça de Deus, uma “pessoa nova” (cf. Cl 3,10), a exemplo de Cristo. Adulto(a) na fé, o(a) crismando(a), deverá colocar-se a disposição da comunidade, evangelizando pelo testemunho de vida e compromisso na comunidade, tornando-se assim co-responsável na construção do Reino de Deus. 4. No dia de sua Ascensão ao céu, Cristo ordenou aos seus Apóstolos que retornassem ao Cenáculo de Jerusalém para o Pentecostes, onde receberiam a força do Espírito Santo (cf. At 1,4-8). Somente depois é que deveriam sair pelo mundo, testemunhando a fé e proclamando o Evangelho. O Espírito Santo é o primeiro e principal protagonista da evangelização. Condições e Preparação 5. Para a recepção do sacramento da Crisma é necessário que o(a) candidato(a) tenha no mínimo catorze anos de idade. A idade aconselhada tem a ver com a capacidade que o crismando tem de assumir, por si mesmo, a profissão e a vivência da fé cristã. A confirmação é um sacramento para adultos, isto é, “para alguém receber licitamente a confirmação, se requer, caso

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III

Sobre o Sacramento da Crisma ou Confirmação

Introdução 1. A Crisma é, por excelência, o sacramento do Espírito Santo que confirma no(a) fiel a força do sacramento do Batismo, reforçando nele(a) a sua condição de testemunha fiel e defensor(a) de Jesus Cristo e de seu Projeto.

2. O batizado recebe o Espírito Santo uma única vez, no batismo. Na Confirmação o batizado abre-se ao Espírito que já está com ele. No batismo, quem assume o compromisso em nome do batizado foram os pais e os padrinhos; agora, na confirmação, é o próprio batizado que, por livre e espontânea vontade, acolhe o Espírito Santo.

3. Ao receber a Crisma, o batizado está assumindo, de forma consciente, o seu “ser cristão”. Ele diz “sim” a Deus, reafirmando o seu compromisso de viver como uma “nova criatura” (cf. Gl 6,15; 2Cor 5,17). Esse é o momento em que assume sua fé, comprometendo-se a tornar-se, pelo próprio esforço e pela graça de Deus, uma “pessoa nova” (cf. Cl 3,10), a exemplo de Cristo. Adulto(a) na fé, o(a) crismando(a), deverá colocar-se a disposição da comunidade, evangelizando pelo testemunho de vida e compromisso na comunidade, tornando-se assim co-responsável na construção do Reino de Deus.

4. No dia de sua Ascensão ao céu, Cristo ordenou aos seus Apóstolos que retornassem ao Cenáculo de Jerusalém para o Pentecostes, onde receberiam a força do Espírito Santo (cf. At 1,4-8). Somente depois é que deveriam sair pelo mundo, testemunhando a fé e proclamando o Evangelho. O Espírito Santo é o primeiro e principal protagonista da evangelização.

Condições e Preparação

5. Para a recepção do sacramento da Crisma é necessário que o(a) candidato(a) tenha no mínimo catorze anos de idade. A idade aconselhada tem a ver com a capacidade que o crismando tem de assumir, por si mesmo, a profissão e a vivência da fé cristã. A confirmação é um sacramento para adultos, isto é, “para alguém receber licitamente a confirmação, se requer, caso

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tenha uso da razão, que esteja convenientemente, devidamente disposto, e que possa renovar as promessas do batismo” (Cânon 889, 2).

Catequese

6. Convém que pessoas com mais de dezoito anos tenham uma preparação em grupo, à parte e, neste caso, a duração da catequese deverá ser de pelo menos nove meses seguidos.

7. O(A) candidato(a) ao sacramento da Crisma deverá inscrever-se na catequese de preparação na própria paróquia.

8. A preparação para o Sacramento da Crisma deverá ter a duração no mínimo de dois anos, caso tenha a catequese de perseverança. Nos assentamentos e outras realidades especificas o tempo de duração ficará a critério do pároco.

9. Toda paróquia deverá contar com uma equipe de catequistas, para a Crisma. Tenha esta equipe tantos catequistas quantos forem necessários – o ideal é um para cada grupo de quinze crismandos, tendo à sua frente um(a) Coordenador(a) sob a responsabilidade do Pároco.

10. Providenciem a Diocese e a paróquia a formação dos(as) catequistas, para que tenham conhecimentos tanto de conduta exemplar e de questões religiosa, quanto de psicologia juvenil, relativos à afetividade, sexualidade e problemática própria dos adolescentes e sejam capazes de formar os(as) adolescentes e jovens para viverem com seriedade os princípios morais cristãos.

11. Quanto ao conteúdo: A catequese Crismal deverá ter fundamentos bíblico e doutrinal, aprofundando as principais verdades da fé transmitidas na preparação para a Eucarístia; valorizando mais a Teologia do Espírito Santo, o rito da Confirmação, os Sacramentos, a vida de Comunidade (Igreja Povo de Deus), e a reflexão sobre os principais problemas da adolescência como: relacionamento com a família, amizade, estudos, vocação, profissão, lazer, etc...

12. O “Catecismo da Igreja Católica” (números 1285 a 1321) é o texto oficial na Diocese para os(as) catequistas dos crismandos(as).

13. Os encontros catequéticos devem ser motivadores e criativos; para isso participem os crismandos, ativamente dos mesmos, valorizando-se debates, canto, dinâmica, etc...

14. Deve ser preocupação constante dos(as) catequistas a integração dos crismandos entre si e a sua inserção na vida da comunidade paroquial. Que já assumam seu compromisso participando da P.A.,P.J., liturgia, auxiliando na catequese, ou nos setores, etc...

15. Sejam promovidos retiros espirituais e de formação humano-cristã de pelo menos um dia inteiro, nos quais aprofundem os compromissos que os crismandos devem assumir na comunidade.

16. Sejam celebrados ritos penitenciais bem preparados, seguindo-se as confissões auricular.

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Padrinhos e Madrinhas

17. Não são meros elementos decorativos na Crisma. Através da história da Igreja tem-se valorizados a sua presença. Está pronto para ser padrinho ou madrinha quem: é membro atuante na comunidade, já crismado; é cristão comprometido na sociedade; acompanha o crismando na sua caminhada de fé, como amigo e companheiro.

18. Não é obrigatório que o crismando tenha padrinho e a crismanda tenha madrinha. É apenas um costume. O mais importante é o testemunho de vida cristã e a amizade, não importa o sexo.

19. Para que a escolha tenha sucesso em seus objetivos, o grupo de catequistas pode: orientar os crismandos logo no ínicio da formação, esclarecendo a importância da figura do padrinho e o cuidado na escolha; promover, durante ou no fim da formação, encontros com os pais e padrinhos dos crismandos, conversando sobre os principais tópicos da formação; o que é crisma; e como é a celebração da Crisma.

20. Escolha os crismandos os seus padrinhos ou madrinhas integrados à comunidade e comprometidos com o projeto de Jesus, tendo por critério de sua escolha não interesses menores ou sentimentais; mas razões de ordem religiosa. Os padrinhos e madrinhas sejam com mais de 18 anos de idade e participantes da comunidade. Pais e mães não podem ser padrinhos e madrinhas de seus filhos. O padrinho ou madrinha pode ser o mesmo do Batismo.

Rito da Confirmação

21.Sendo o Bispo o Ministro do Sacramento da Crisma, oportunamente, o pároco ou o coordenador da catequese crismal combine com ele a data, local e outros pormenores do rito da confirmação.

22. Sendo impossível ao bispo crismar todos os grupos de crismandos em suas respectivas comunidades, reúnam-se eles nas igrejas matrizes de cada paróquia. Somente no caso de haver número significativamente grande de crismandos, será marcada uma segunda Crisma na mesma paróquia, matriz ou capela.

23. Procurem os párocos marcar com o Bispo o dia mais conveniente para a administração do sacramento da Crisma.Se por acaso não puder atender a todas, indicará o Vigário Episcopal, o Vigário Geral ou outro sacerdote a seu critério.

24. Todas as crismas devem ser marcadas na secretaria da Cúria Diocesana.

25. Sejam cuidadosamente preparados o rito da Crisma quanto aos cânticos, leituras, preces e movimentação dos crismandos e padrinhos.

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26. Convém que a Missa de Crisma, quanto forem numerosos os crismandos, seja em horário não coincidente com os horários normais das Missas dominicais.

27. Somente em casos excepcionais, haja administração do Sacramento da Crisma fora da Celebração Eucarística.

28. Sendo essencial o rito da imposição das mãos e a unção na fronte do crismando, seja o rito da Crisma enriquecido com a procissão de entrada do Círio Pascal e do Óleo do Crisma. Os crismandos não devem ser integrados na procissão de entrada, mas já estejam posicionados em seus lugares. Devidamente preparados, os crismandos que fazem a sua primeira Eucarístia, poderão recebê-la sob as duas espécies. Também poderá ser ministrada a todos os crismandos.

29. Durante a unção com o Óleo do Crisma, os cânticos sejam executados suavemente em honra ao Espírito Santo, como música de fundo, pois convém que os crismandos ouçam a fórmula da unção. Não usem, neste momento, instrumentos de percussão (bateria, tambor, etc...).

30. Lembranças ou certificados não sejam entregues durante a celebração. Os crismandos sejam convidados a um reencontro com seus catequistas, ocasião em que poderá ser entregue o Certificado e incentivados a integrarem-se na P.A., P.J., etc...

Situações Especiais

31. Para os casos especiais, os párocos poderão obter licença do Bispo para crismar os noivos que não tenham ainda recebido o sacramento da Confirmação.

32. Igualmente, em situação de risco de vida, todos os presbíteros diocesanos e religiosos com uso de ordens na Diocese, estão autorizados a administrar o Sacramento da Crisma.

33. No caso de adultos sem sacramentos de Iniciação Cristã e devidamente preparados, dêem os párocos preferência à Vigília Pascal, estando eles autorizados a crismar nessa ocasião, após o devido consentimento do Bispo Diocesano para cada caso.