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III Reunião Científica Anual “Novas abordagens terapêuticas” 15 de Abril 2015 Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa

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III Reunião Científica Anual

“Novas abordagens terapêuticas”

15 de Abril 2015

Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa

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Programa

08h30 | Abertura do Secretariado 09h00 | Sessão de Abertura Prof. Doutora Ana Paula Martins | Presidente da SPFCF 09h15 | I Painel – Cancro do pulmão | Moderador: Dr.ª Andreia Neves Dr.ª Teresa Almodôvar, IPOLFG Dr.ª Érica Viegas, HSFX-CHLO 1º Prémio – “Application of quantitive methodologies for benefit-risk assessment: case study with rosiglitazone and pioglitazone” 10h45 | Pausa para café 11h00 | II Painel – Novas terapêuticas antitrombóticas | Moderador: Prof. Doutor Hélder Mota Filipe Dr. Miguel Mendes, HSC-CHLO Prof. Doutora Sofia Oliveira Martins, FFUL Menção honrosa – “Desenvolvimento de uma forma sólida oral inovadora para o tratamento tópico da mucosite oral” 12h45 | Almoço 14h00 | III Painel – Aproximação dos Farmacêuticos à Farmácia Clínica | Moderador: Dr.ª Ema Paulino Farmácia Clínica: onde estamos e para onde vamos? Prof. Doutora Filipa Duarte Ramos Melhorar a adesão de doentes polimedicados a partir de sistemas de Preparação Individualizada da Medicação. Uma experiência em Farmácias Comunitárias Portuguesas. Prof. Doutora Filipa Alves da Costa Monitorização terapêutica individualizada de bussulfano em doentes sob regimes de condicionamento pré-transplante de células progenitoras hematopoéticas no IPO Lisboa. Dr.ª Vera Domingos Misoprostol vaginal – desenvolvimento de uma formulação de libertação prolongada. Dr. Rui Marques 16h00 | Encerramento Dr. José Aranda da Silva | Presidente honorário da III Reunião Científica Anual 16h30 | Actuação da Tuna Académica de Farmácia da Universidade de Lisboa (TAFUL)

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Comissão Científica

Presidente – Prof. Doutora Matilde Castro

Prof. Doutora Ana Paula Martins

Prof. Doutora Beatriz Lima

Prof. Doutora Carla Barros

Prof. Doutora Fátima Falcão

Prof. Doutor Hélder Mota Filipe

Prof. Doutor José Cabrita

Prof. Doutora Margarida Caramona

Prof. Doutora Maria Augusta Soares

Prof. Doutora Paula Fresco

Profª Doutora Sofia Oliveira Martins

Comissão Organizadora Presidente – Prof. Doutor José Cabrita

Dr.ª Ana Marta Anes

Dr.ª. Ana Mirco

Dr.ª Bárbara Aranda da Silva

Dr.ª Ema Paulino

Dr.ª Érica Viegas

Prof. Doutora Fátima Falcão

Dr.ª Margarida Falcão

Presidente Honorário Dr. José Aranda da Silva

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Resumo das Comunicações

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NÚMERO: 1 TÍTULO: Desenvolvimento de uma forma sólida oral inovadora para o tratamento tópico da mucosite oral AUTORES: Cosme Silva, F.1,2; Marto, J.2; Salgado, A. 2, Silva, A.3, Machado, P.3, Rodrigues, V. 1; Ferreira, M.P.1, Almeida, A.J. 2 INSTITUIÇÃO: 1- Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE; 2- Research Institute for Medicines (iMed.ULisboa), Faculty of Pharmacy, Universidade de Lisboa; 3- Laboratório de Controlo Microbiológico, ADEIM, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: No tratamento da mucosite oral é frequente a administração de colutórios, que apenas permitem um período curto de permanência na cavidade oral, sendo difíceis de administrar num doente com dor associada. O desenvolvimento de formas farmacêuticas que atuem por dissolução lenta na cavidade oral – pastilhas - constitui uma alternativa eficaz, pelo rigor da dose administrada, facilidade de administração, tempo de permanência na cavidade oral controlado pelo doente e estimulação da salivação. OBJECTIVOS: Desenvolvimento e estudo de estabilidade de uma formulação inovadora de pastilhas moles contendo nistatina e lidocaína para o tratamento da mucosite oral. MÉTODOS: Foram formuladas pastilhas moles contendo lidocaína (0,25% m/m) e nistatina (0,4% m/m). Os estudos preliminares incluíram a optimização das propriedades físico-químicas, ensaios de caracterização (texturometria, pH, ensaio de desagregação e dissolução em saliva artificial), avaliação da compatibilidade entre excipientes e substâncias activas (DSC) e atividade anti-fúngica da formulação (ensaio de difusão em placa na presença de Candida albicans ATCC 10231). Foram também realizados estudos de estabilidade físico-química e microbiológica ao longo de 30 dias. RESULTADOS: A formulação desenvolvida apresentou palatabilidade e pH (5,75) adequados à administração oral, características farmacotécnicas apropriadas, designadamente uniformidade de massa e de teor, tempo de desagregação (17±2 min), velocidade de dissolução (≈100% em 45 min) e actividade antifúngica. Não foram detectadas interacções físicas entre excipientes e substâncias activas e as suas propriedades, quando avaliadas por texturometria não se modificam significativamente ao longo do tempo. A formulação apresentou-se quimicamente e microbiologicamente estável durante 30 dias quando conservada a 5±3ºC e ao abrigo da luz. CONCLUSÕES: Usando uma técnica facilmente executável em farmácia hospitalar foi desenvolvida uma formulação de pastilhas, com potencial para veicular nistatina e lidocaína, constituindo uma alternativa aos colutórios frequentemente utilizados em meio hospitalar. A sua vantagem principal consiste na facilidade de administração, podendo o doente controlar o tempo de retenção do medicamento na cavidade oral e na possibilidade de aplicação em pediatria e geriatria. O processo de aplicação clínica permitirá validar a eficácia clínica e optimizar a frequência de administração.

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MENÇÃO HONROSA

NÚMERO: 2 TÍTULO: Ocular adverse events induced by drugs: a review of the safety alerts issued by health regulatory authorities AUTORES: Ana Penedones, Diogo Mendes, Carlos Alves, Francisco Batel Marques INSTITUIÇÃO: AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image, CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Drugs either used in the treatment of ocular or systemic pathologic conditions have the potential to cause adverse events in the eye and to affect ocular functions. Ocular adverse events are the fewest adverse events studied and assessed in post-marketing surveillance. The investigation of the regulatory actions resulting from the identification of serious ocular disorders associated with the use of drugs, irrespective of being locally or systemically administered, during the last decade, is of utmost importance given its implication for the clinical practice. METHODS: The websites of four health regulatory authorities were reviewed to identify safety alerts issued on ocular adverse events. Safety alerts were included if they have been issued between January 2005 and December 2014. Only safety alerts on drugs with market authorization were considered for inclusion. RESULTS: Thirty-eight safety alerts were included in the study. “Urologicals” (n=11; 29%), followed by “Drugs used in diabetes”, “Antibacterials for systemic use”, “Antioneplastic agents”, and “Ophthalmologicals” were the most frequent suspected drugs evaluated in the safety alerts (n=4; 10%, each). The most frequently evaluated adverse events were “Visual disorders not elsewhere classified” (n=12; 32%), including visual impairment, diplopia, and blurred vision. The majority (n=25; 66%) of the safety alerts were supported by post-marketing spontaneous reports. The most commonly updated drug label section was the “Warnings and Precautions” section (n=33; 87%), followed by the “Adverse reactions” section (n=26; 68%). CONCLUSIONS: Ocular adverse events newly identified during this decade come mostly from systemic drugs, some of them marketed for several years. Physicians should be aware of drug-induced adverse effects in the eye in order to avoid as soon as possible their progression, which can lead to visual impairment.

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NÚMERO: 3 TÍTULO: The efficacy and safety of sodium-glucose cotransporter 2 (SGLT2) inhibitors: a systematic review and meta-analysis AUTORES: Carlos Alves, Ana Penedones, Diogo Mendes, Francisco Batel Marques INSTITUIÇÃO: AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image, CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Sodium glucose cotransporter 2 (SGLT2) inhibitors are a new class of antidiabetic drugs. The inhibition of SGLT2 receptor, located in the proximal tubule of the kidney, decreases renal glucose reabsorption and prevents the occurrence of hyperglycaemia. Due to an insulin-independent mechanism, SGLT2 inhibitors are associated with a low risk of hypoglycaemia. Additional beneficial effects of SGLT2 inhibitory drugs are the reduction of body weight and blood pressure. The aim of this study is to evaluate the efficacy and safety of the sodium-glucose cotransporter 2 inhibitors (SGLT2 inhibitors), either as monotherapy or as add-on treatment, and to compare potential differences among these drugs. METHODS: Medline, Cochrane Library and clinicaltrials.gov for clinical trials (RCTs) evaluating SLGT-2 inhibitors for type 2 diabetes mellitus. Weighted mean differences (WMDs) and Odds ratios (ORs) were pooled using a random-effects model. RESULTS: Canagliflozin was associated with HbA1c greater reductions, either when used as monotherapy (vs. placebo: WMD -0.93%, -1.02, -0.83) or as add-on treatment (vs. placebo: WMD -0.58%, -0.67, -0.49; vs. other antidiabetic drugs WMD -0.21%, -0.35, -0.06). SGLT2 inhibitors reduced body weight and systolic and diastolic blood pressure, and did not increase the risk for hypoglycemia (OR 0.99, 0.74 to 1.32) or hypotension (OR 1.08, 0.85 to 1.37). SGLT2 inhibitors increased the risk for genital infections (OR 3.64, 2.97 to 4.48). Only dapagliflozin was found to be associated with urinary tract infections (OR 1.30, 1.08 to 1.56). CONCLUSIONS: Canagliflozin seems to be slightly effective at controlling HbA1c than the remaining SGLT2 inhibitors. Genitourinary infections may diminish treatment adherence to this new class. Nonetheless, the added therapeutic value of SGLT2 inhibitors should be continuously evaluated as further RCTs will be published for the most recent drugs introduced in market.

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NÚMERO: 4 TÍTULO: Fluoroquinolones use and development of retinal detachment: a systematic review and meta-analysis AUTORES: Carlos Alves, Ana Penedones, Diogo Mendes, Francisco Batel Marques INSTITUIÇÃO: AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image, CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Lately, several pharmacoepidemiologic studies have been conducted evaluating the risk for retinal detachment associated with oral fluoroquinolones. This meta-analysis aims to investigate the association between fluoroquinolones and retinal detachment. METHODS: A literature search was conducted to identify relevant studies evaluating the risk for retinal detachment associated with oral fluoroquinolones. A meta-analysis was performed to pool rate ratios (RRs). Meta-regressions were conducted aiming to evaluate the influence of time interval between fluoroquinolones use and retinal detachment diagnosis or treatment one risk estimates. RESULTS: Seven observational studies were included. Overall, fluoroquinolones were associated with a slightly increased risk for retinal detachment [RR 1.09 (95% confidence interval (CI) 1.01 - 1.17); p = 0.03; I2 = 42.0%]. However, when the analysis was stratified according to different study’ designs, the result was no longer statistically significant, with the exception of an increased risk identified for past users of fluoroquinolones, based on data from case-control studies [RR 1.07 (95% CI 1.01 - 1.12); p = 0.01; I2 = 0.0%]. According to meta-regressions, the risk for retinal detachment did not varied due to different time intervals between fluoroquinolones prescription and retinal detachment diagnosis or treatment. CONCLUSIONS: There is limited evidence linking retinal detachment to oral fluoroquinolones. Upon the reevaluation the benefit/risk ratio of fluoroquinolones, both United States of America Food and Drug Administration and Health Canada decided that no action was necessary, while European Medicines Agency recommended updating the “Warnings” section of fluoroquinolones’ labels. If existing, an increase in the risk would be verified for individuals with a high baseline risk for developing retinal detachment.

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NÚMERO: 5 TÍTULO: Antibiotics-induced liver injury: a pharmacovigilance study using a measure of disproportionality in a database of spontaneously reported adverse events AUTORES: Diogo Mendes, Patrícia Dias, Carlos Alves, Francisco Batel-Marques INSTITUIÇÃO: AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image, CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Antibiotics are considered as a common cause of hepatotoxicity. The aim of this study was to identify the disproportionalities of associations between hepatobiliary adverse events and antibiotics in the Portuguese spontaneous reporting database. METHODS: Adverse events spontaneously reported to the Portuguese Pharmacovigilance System (PPS) between 2009-01-01 and 2013-12-31 were included. Adverse events were classified according to Medical Dictionary for Regulatory Activities (MedDRA) (17.1) in the Preferred Term (PT) and primary System Organ Class (SOC). The Reporting Odds Ratio (ROR) and its 95% Confidence Intervals (CI) were calculated for drugs classified in the Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) class “Antibacterials for systemic use” regarding adverse events included in the SOC “Hepatobiliary disorders”. Calculations were performed only for combinations involving a drug and at least four reports of an adverse event. Microsoft Excel was used to perform all the calculations. RESULTS: The PPS received 12592 spontaneous reports of adverse events. “Antibacterials for systemic use” were suspected drugs in 1064 (8%) cases. Of the 109 adverse events classified in the SOC “Hepatobiliary disorders”, 21 (19%) were reported in association with “Antibacterials for systemic use”. Levofloxacin and meropenem (each, n=5; 24%) were the most common drugs. The most frequently reported events were “hepatitis toxic” (n=8), “hepatotoxicity” (n=3), and “hepatitis acute” (n=3). Statistically significant RORs were found for “Antibacterials for systemic use” and “Hepatobiliary disorders” (ROR: 2.62; 95%CI: 1.62-4.23), particularly “hepatitis toxic” (ROR: 7.93; 95%CI: 3.18-19.76). Individually, levofloxacin and meropenem were associated with a statistically significant ROR for “Hepatobiliary disorders” (ROR: 11.07; 95%CI: 4.34-28.22, and ROR: 37.46; 95%CI: 13.47-104.15, respectively). Meropenem was also associated with “Hepatitis toxic” (ROR: 196.96; 95%CI: 59.25-654.68). CONCLUSIONS: Compared to all other drugs, antibiotics, particularly levofloxacin and meropenem, were disproportionately associated with hepatobiliary adverse events. Physicians and regulatory authorities should be aware of serious liver injury induced by these drugs and be able to identify and minimize its risk.

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NÚMERO: 6 TÍTULO: Application of quantitative methodologies for benefit-risk assessment: case study with rosiglitazone and pioglitazone AUTORES: Diogo Mendes, Carlos Alves, Francisco Batel-Marques INSTITUIÇÃO: AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image, CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: The debate on the cardiovascular (CV) safety of rosiglitazone has been intense since the publication of a meta-analysis of randomized controlled trials (RCTs) that revealed an increased risk for myocardial infarction (MIF) and CV death (CVD). Based on the same evidence two major drug agencies have made contradictory regulatory actions. While the European Medicines Agency (EMA) decided to withdraw rosiglitazone from the market in 2010, the US Food and Drug Administration (FDA) kept the drug in the market and further recently voted to ease the current restrictions. This case highlights the need for investigating benefit-risk assessment methodologies. The aim of this study is to assess the benefit-risk ratios of rosiglitazone and pioglitazone in the treatment of type-2 diabetes mellitus by weighting efficacy and safety using metric indices. METHODS: Data was retrieved from RCTs identified from a FDA Rosiglitazone and Pioglitazone Meta-Analyses and manufacturers’ registries. Data analyses were stratified according to different comparators and background therapy. Number needed to treat (NNT) and number needed to harm (NNH) values were estimated for efficacy (proportion of HbA1c responders) and safety (CV events, CVD and all-cause death). Likelihood to be helped or harmed (LHH) values were calculated as the ratio NNH/NNT. RESULTS: Statistically significant NNT values were found for rosiglitazone vs. any comparator except from sulfonylurea and pioglitazone vs. comparators. Statistically significant estimations were obtained for rosiglitazone vs. placebo on MIF (NNH=500; LHH=125), serious myocardial ischemia (MIS) (NNH=227; LHH=57), total MIS (NNH=152; LHH=38), and congestive heart failure (CHF) (NNH=260; LHH=65); rosiglitazone + insulin vs. comparators on CVD (NNH=255; LHH=51), serious MIS (NNH=91; LHH=18), total MIS (NNH=66; LHH=13), and CHF (NNH=79; LHH=16); pioglitazone vs. sulfonylurea on CHF (NNH=105; LHH=n.a.); pioglitazone + metformin vs. comparators on MIF (NNH=182; LHH=46), serious MIS (NNH=122; LHH=31) and total MIS (NNH=85; LHH=22); and pioglitazone + insulin vs. comparators on CHF (NNH=43; LHH=n.a.). CONCLUSIONS: The divergent actions taken by FDA and EMA, as well as the NNH and LHH values obtained for rosiglitazone and pioglitazone preclude definitive conclusions about a threshold that could support withdrawal decisions. The utility of quantitative methodologies to support regulatory decisions deserves further investigation.

1º PRÉMIO

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NÚMERO: 7 TÍTULO: Grading safety evidence for benefit/risk assessment: are NSAIDs an example? AUTORES: Diogo Mendes, Carlos Alves, Francisco Batel-Marques INSTITUIÇÃO: AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image, CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVES: Rofecoxib was withdrawn from the market after clinical trials have indicated that the drug was associated with an increased risk of cardiovascular events. Several observational studies suggested that other nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs), particularly diclofenac, may have similar risks. The contribution of different sources of evidence for making regulatory decisions on drug safety deserves further investigation. The aim of the study is to investigate how regulatory decisions on drug safety correlates to different sources of evidence using NSAIDs and their cardiovascular risk as an example. METHODS: Medline was searched in order to identify relevant studies which evaluated the cardiovascular safety of cyclooxygenase-2 (COX-2) inhibitors and traditional NSAIDs (tNSAIDs). Studies were included if they had reported a relative risk on myocardial infarction (MI), cardiovascular death (CVD) or stroke for an individual COX-2 inhibitor or tNSAID versus placebo or nonuse of NSAIDs. RESULTS: Of the 63 studies that met the inclusion criteria, 15 were meta-analyses, 28 case-control, 18 cohort and 1 case-crossover. An increased risk of MI was found for celecoxib and rofecoxib in meta-analyses of randomized controlled trials (RCTs) (MA-RCTs), for all NSAIDs except valdecoxib in meta-analyses of observational studies (MA-OS) and in case-control studies, and for all NSAIDs except valdecoxib and etoricoxib in cohort studies. The risk of CVD was increased for etoricoxib and diclofenac in MA-RCTs, and for celecoxib, rofecoxib, diclofenac and ibuprofen in cohort studies. An increased risk of stroke was found for diclofenac in MA-RCTs, for rofecoxib, diclofenac and ibuprofen in MA-OS, for rofecoxib and diclofenac in case-control studies, and for celecoxib, rofecoxib, diclofenac and naproxen in cohort studies. CONCLUSIONS: According to observational evidence, the cardiovascular risk for diclofenac is at least comparable to that of rofecoxib. Taking into account the divergent decisions made by regulatory authorities regarding these medicines, the importance of each source of evidence for making regulatory decisions on drug safety deserves further research.

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NÚMERO: 8 TÍTULO: Unidade de Farmacovigilância do centro: atividades e resultados AUTORES: Francisco Batel Marques, Diogo Mendes, Carlos Alves, Ana Penedones, Patrícia Dias, Angelina Martins, Luiz Miguel Santiago, Carlos Fontes-Ribeiro, Margarida Caramona, Tice Macedo INSTITUIÇÃO: AIBILI – Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image, CHAD – Centre for Health Technology Assessment and Drug Research, Coimbra, Portugal. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVOS: O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), inicialmente centralizado, foi criado em 1992. A descentralização ocorreu em 2000, tendo sido criadas quatro Unidades Regionais de Farmacovigilância (URFs), que foram distribuídas de acordo com as Administrações Regionais de Saúde (Decreto-Lei n.º 242/2002). Este estudo tem como objetivo caracterizar as notificações espontâneas de eventos adversos a medicamentos recebidas pela Unidade de Farmacovigilância do Centro. MÉTODOS: Calculou-se a taxa de notificação. Consideraram-se todas as notificações reportadas entre 01/2001 e 12/2013, sendo estas caracterizadas quanto à gravidade, conhecimento prévio, causalidade imputada, origem e grupo profissional do notificador, evento adverso e grupos farmacoterapêuticos onde se incluem os medicamentos suspeitos com maior prevalência de notificação. RESULTADOS: A Unidade recebeu 2.408 notificações, o correspondente a 5.749 eventos adversos. Nos últimos três anos, foi registada uma taxa de notificação de 101, 123 e 171 notificações/milhão de habitantes. Do total de notificações, 55% foram classificadas como graves. Das notificações com causalidade imputada, 90% tinham uma relação pelo menos possível com o medicamento suspeito. Os medicamentos que originaram maior número de notificações foram os anti-infeciosos para uso sistémico (n=809; 33%), e os eventos adversos mais frequentemente notificados foram as “Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos” (n=1.139; 20%). Registaram-se 154 (6,4%) casos de risco de vida e/ou morte e 88 (3,6%) continham pelo menos um evento adverso classificado simultaneamente como grave, desconhecido e definitivo ou provável. CONCLUSÕES: Ao longo do período avaliado, a UFC solidificou a sua atividade, tendo verificado um aumento na taxa de notificação global e na notificação de reações adversas graves e desconhecidas. Adicionalmente, o número de notificações espontâneas contendo eventos adversos classificados como graves, desconhecidos e com relação causal definitiva ou provável revelam o contributo da notificação para o aumento do conhecimento sobre os perfis de segurança dos medicamentos.

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NÚMERO: 9 TÍTULO: Avaliação do risco cardiovascular e das complicações macrovasculares no doente diabético tipo 2 AUTORES: Ivo Leal, Tânia Nascimento, Isabel Ramalhinho INSTITUIÇÃO: Faculdade de Ciências e Tencologia, Universidade do Algarve E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: Um doente diabético tipo 2 tem grande probabilidade de vir a desenvolver complicações macrovasculares, relacionadas com a aterosclerose, sendo responsáveis por quase 90% da mortalidade nestes doentes. Estas patologias resultam de um processo multifactorial, e culminam num risco cardiovascular (CV) elevado nos doentes diabéticos. É possível calcular o risco CV através de calculadores/preditores específicos, neste caso para diabéticos. OBJECTIVOS: O objectivo principal deste estudo foi avaliar a existência de complicações macrovasculares em doentes diabéticos tipo 2, bem como calcular o seu RCV. MÉTODOS: Para atingir o objectivo proposto foi aplicado um questionário em que se recolheu informação sobre vários factores de risco e outras variáveis de interesse, divididas em características sociodemográficas, estilo de vida, caracterização clínica e cardiometabólica. A análise estatística realizou-se com recurso ao software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 22.0, sendo calculadas medidas de tendência central e de dispersão, e frequências absolutas e relativas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra apresentava uma idade média de 73,3±11,1 anos e era constituída por 52,9% de homens. A duração média da diabetes era de 18,4±11,2 anos. Grande parte dos diabéticos apresentava estilos de vida saudáveis. Cerca de 28,6% já tinha sofrido um evento CV. O valor médio de glicémia em jejum foi de 148±14mg/dl e a hemoglobina glicosilada média foi de 7,5±1,1%. Os valores de pressão arterial e do perfil lipídico estavam controlados em grande parte dos doentes. Do total, 44,0% e 46,0% encontrava-se com risco muito alto para doença arterial coronária (DAC) e para acidente vascular cerebral (AVC), respectivamente. Encontraram-se algumas associações estatisticamente significativas entre os riscos CV e alguns factores de risco. CONCLUSÃO: Apesar de apresentarem hábitos de vida saudáveis, os doentes apresentaram uma elevada prevalência de complicações macrovasculares, bem como valores de risco de DAC e AVC relativamente altos.

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NÚMERO: 10 TÍTULO: Acompanhamento de doentes asmáticos em farmácia comunitária AUTORES: Maria Margarida Castel-Branco, António Antunes, Fernando Fernandez-Llimos, Maria Margarida Caramona, Isabel Vitória Figueiredo INSTITUIÇÃO: Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra/ Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida (IBILI), Universidade de Coimbra/Serviço de Pneumologia, Hospital Distrital da Figueira da Foz, E.P.E./Departamento de Sócio-Farmácia, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa/Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.ULisboa), Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: A prevalência da asma nos países desenvolvidos tem vindo a aumentar e, apesar de toda a terapêutica disponível, estima-se que um número elevado de doentes não tenha a sua asma controlada. Para além de uma boa prescrição, é necessário que o doente conheça a doença e tome os medicamentos correctamente, de modo a retirar o máximo benefício da terapêutica. OBJECTIVOS: Avaliar, numa amostra de doentes asmáticos em ambulatório, o nível de conhecimentos relativos à doença, o grau de adesão à terapêutica, o modo de utilização dos dispositivos inalatórios e o grau de controlo da asma. MÉTODOS: O estudo realizou-se em quatro farmácias comunitárias e foi aprovado por uma Comissão de Ética. Foram convidados a participar os utentes com 18 ou mais anos com diagnóstico de asma. Os indivíduos que aceitaram e cumpriam os requisitos para a espirometria, não apresentando critérios de exclusão, integraram o estudo, tendo assinado o consentimento informado. Numa entrevista única com o doente foram aplicados os Questionário de Conhecimentos Sobre a Asma (QCSA), Questionário de Morisky-Green, Teste de Controlo da Asma (ACT) e Teste de Controlo da Asma e Rinite Alérgica (CARAT); foi feita a observação directa da técnica inalatória com os dispositivos do doente; foi realizada uma espirometria recorrendo ao Vitalograph COPD-6, com determinação dos parâmetros FEV1, FEV6 e FEV1/FEV6 pré-broncodilatação. RESULTADOS: Participaram 52 doentes com idade média de 47,2±20,0 anos, sendo 80,8% mulheres. Obteve-se uma pontuação média no QCSA de 13,7±3,0 (máx.25). O teste de adesão (n=43) revelou 46,5% totalmente aderentes. A pontuação média do ACT foi 20,6±4,2 (máx.25) e do CARAT 18,5±6,5 (máx.30). A expiração forçada inicial e a suspensão da respiração final foram as maiores dificuldades detectadas na execução da técnica de inalação. As espirometrias de 13 doentes estavam fora do padrão normal. Dentro destes, 7 não eram totalmente aderentes e 4 não executavam a técnica inalatória correctamente. CONCLUSÃO: A educação do doente no que se refere aos conhecimentos sobre asma, a promoção da adesão à terapêutica e o ensino da utilização correcta dos dispositivos de inalação são factores modificáveis nos quais a equipa de saúde pode trabalhar tendo em vista um melhor controlo do doente asmático.

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NÚMERO: 11 TÍTULO: Visita domiciliária a idosos isolados polimedicados AUTORES: Margarida Castel-Branco, Fernando Fernandez-Llimos, Maria Margarida Caramona, Isabel Vitória Figueiredo INSTITUIÇÃO: Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra/IBILI/CNC - Institute for Biomedical Imaging and Life Sciences, Universidade de Coimbra/Departamento de Sócio-Farmácia, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa, Av. Prof. Gama Pinto, 1649-003 Lisboa/iMed.ULisboa - Instituto de Investigação do Medicamento, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa/Ageing@Coimbra E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: A visita domiciliária no contexto dos cuidados primários de saúde tem-se revelado um importante meio para a operacionalização do processo do cuidar do idoso em diferentes contextos sociais. OBJECTIVO: Com a finalidade de se elaborar um Guia de Boas Práticas na visita farmacêutica domiciliária a idosos isolados polimedicados foi realizado um estudo-piloto numa amostra de idosos isolados para caracterizar tanto os seus conhecimentos sobre os medicamentos que têm em casa como a sua capacidade de gerir a sua própria medicação. METODOLOGIA: O estudo decorreu entre 15 de Março e 15 de Julho de 2014. Foram critérios de inclusão, para além da integração numa rede de apoio domiciliário, ter 65 ou mais anos de idade e tomar medicamentos. A entrevista, realizada por meio de um questionário elaborado para o efeito, decorreu no domicílio de cada idoso, após assinatura do consentimento informado, e teve por base toda a medicação que o idoso deu a conhecer ter em casa. O projecto de investigação foi aprovado por uma Comissão de Ética. RESULTADOS: De uma lista de 47 indivíduos foram incluídos 37, tendo 3 recusado participar no estudo. 76,5% preparavam a sua própria medicação, sendo que 62% tomavam 5-11 medicamentos. O número de medicamentos/residência variou de 2 a 41, com uma média de 14 fármacos/domicílio armazenados sem estarem em uso. Foram encontrados medicamentos expostos à humidade (47%), ao calor (47%) e à luz (8%). 25% dos medicamentos não apresentavam folheto informativo, 15% não tinham embalagem secundária e 11% apresentavam o prazo de validade expirado. 61% dos idosos responderam correctamente a 3 questões do Mini Mental State Examination. No Teste Morisky–Green, 62% apresentaram pelo menos um comportamento de não adesão. 87% sabiam quando tomar os medicamentos, embora a maioria não soubesse a indicação terapêutica. 85% revelaram usar alguma estratégia que os lembrasse de tomar a medicação, sendo a associação a uma actividade específica, a pillbox e a localização as estratégias mais utilizadas. Quando confrontados com a capacidade de utilização de uma caixa organizadora de medicamentos, apenas 35% revelaram um elevado nível de desempenho. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos permitiram avaliar, numa amostra de idosos isolados, tanto os seus conhecimentos sobre os medicamentos que têm em casa como a sua capacidade de gerir a medicação, sendo um contributo importante para a construção de um instrumento a utilizar na visita farmacêutica domiciliária a idosos.

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NÚMERO: 12 TÍTULO: Impacto da legislação europeia na disponibilidade de medicamentos para a população pediátrica AUTORES: Susana Bangola, Dinah Duarte, Carla Teixeira Barros INSTITUIÇÃO: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, iMed.ULisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: Para colmatar a necessidade de medicamentos específicos para a população pediátrica, um novo regulamento entrou em vigor na União Europeia em 2007. Os objectivos do Regulamento Pediátrico são incrementar a investigação clínica, aumentar a disponibilidade de medicamentos autorizados apropriados para pediatria, bem como produzir uma melhor informação sobre os medicamentos utilizados nesta população. OBJECTIVO: Com o objectivo de avaliar o impacto da nova legislação europeia na disponibilidade de medicamentos para pediatria, foram analisadas as Autorizações de Introdução no Mercado dos medicamentos não genéricos entre 2011 e 2014, visando identificar: • Os medicamentos aprovados; • Os medicamentos órfãos aprovados; • O Grupo Terapêutico de acordo com a classificação ATC; MÉTODOS: Os dados foram obtidos através da informação disponível no sítio da EMA. RESULTADOS: Entre 2011 e 2014, foram aprovados 206 medicamentos dos quais 41 (19,9%) têm indicação para utilização na população pediátrica. Destes, 24,3% são medicamentos órfãos. O grupo dos medicamentos anti-infecciosos foi aquele onde se verificaram maior número de aprovações (29,3%), seguido dos medicamentos dos grupos do Aparelho Digestivo e Metabolismo e Sangue e Órgãos Hematopoiéticos ambos com 14,6%. Por oposição, o grupo do Aparelho Cardiovascular, apresentou o menor número de aprovações (2,4%). De referir que se verificaram incoerências no Resumo das Características de alguns medicamentos. Por exemplo, estar assinalado na indicação terapêutica que o medicamento pode ser utilizado em todos os sub-grupos da população pediátrica e posteriormente, nos dados de segurança, referir não existir informação disponível para crianças com idade inferior a 2 anos. CONCLUSÕES: Apesar da nova legislação representar um avanço significativo, volvidos 14 anos sobre a aplicação da mesma, verifica-se que as doenças identificada como tendo as maiores necessidades não satisfeitas em pediatria, como as doenças cardiovasculares, respiratórias e do foro psiquiátrico, continuam a ser negligenciadas. De facto, foram aprovados maioritariamente medicamentos para tratamento de doenças agudas em detrimento das crónicas. As discrepâncias observadas no RCM, podem induzir diferentes interpretações por parte dos profissionais de saúde e/ou pais e cuidadores, comprometendo a segurança dos doentes.

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NÚMERO: 13 TÍTULO: Avaliação do nível de conhecimentos dos pais/cuidadores sobre a administração de medicamentos em pediatria AUTORES: Carla Teixeira Barros, Afonso Cavaco, Ana Luísa Papoila INSTITUIÇÃO: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, iMed.ULisboa, Faculdade de Ciências Médicas Universidade Nova de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: O nível de conhecimentos dos pais/cuidadores sobre a terapêutica é crítico para a segurança dos doentes pediátricos. Por outro lado, muitos dos medicamentos usados nesta população não se apresentam na forma farmacêutica e dosagem apropriada, pelo que o recurso a formulações extemporâneas sob a forma de papéis medicamentosos, soluções e suspensões, tem permitido colmatar as necessidades não supridas pela indústria farmacêutica, mas que podem criar dificuldades adicionais na sua utilização. OBJECTIVO: Para a utilização segura de medicamentos, efectuou-se um estudo com pais/cuidadores responsáveis pela administração de formulações extemporâneas, com o objectivo de avaliar as atitudes e o nível de conhecimentos sobre a sua utilização em ambulatório. MÉTODOS: Efectuou-se um estudo observacional transversal, numa amostra de conveniência constituída pelos pais/cuidadores de doentes pediátricos em ambulatório em 4 hospitais de Lisboa. O nível de conhecimentos foi avaliado através de um questionário. Foram estudadas as variáveis que podem explicar os níveis de conhecimentos por modelo de regressão linear múltipla. RESULTADOS: Participaram no estudo 84 pais/cuidadores. A mediana do nível de conhecimentos foi de 53,9%. Os níveis mais elevados de conhecimentos verificaram-se na correcta administração do medicamento (100%) e higiene das mãos (98,8%), seguidos pelas condições de armazenamento e prazo de validade (86,9% e 79,8% respectivamente). Níveis mais baixos foram encontrados em situações específicas como não administrar a totalidade de liquido (47,0%) e ainda mais baixo (<20%) relativamente ao comportamento correcto no caso de esquecimento da dose ou da criança vomitar imediatamente após tomar o medicamento. No modelo utilizado, apenas duas variáveis foram consideradas predictoras. Houve um aumento em média de 11,6% do nível de conhecimentos dos pais/cuidadores com escolaridade ≥ 10 anos quando comparados com os de menor educação. Houve uma probabilidade em 12,0% inferior relativamente aos pais/cuidadores não caucasianos quando comparados com os caucasianos. CONCLUSÕES: A falta de conhecimentos dos pais/cuidadores não é homogénea nesta população e pode ter um impacto directo sobre a efectividade da mesma. A responsabilidade pelo uso seguro dos medicamentos está assim aumentada para os profissionais de saúde, para que, em ambulatório se consiga fazer a gestão da terapêutica em pediatria de forma segura.

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NÚMERO: 14 TÍTULO: Projecto apoio domiciliário doentes polimedicados AUTORES: Pacheco M,Pacheco C INSTITUIÇÃO: União Freguesias A-dos-Cunhados e Maceira, Câmara Municipal de Torres Vedras E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: Inspirado na campanha promovida pela O.F. "uso do medicamento - somos todos responsáveis", este projecto tem como finalidade o apoio ao uso racional e correcto do medicamento prescrito, concorrendo assim para a promoção e ganhos em saúde pública. Consciente que uma grande maioria da população idosa e polimedicada não tem conhecimentos que lhe permitam gerir correcta e eficazmente a sua medicação, urge criar um circuito interligado de profissionais que os apoiem ajudando-os nas suas residências. OBJECTIVOS: Acompanhamento farmacoterapêutico de doentes isolados e mal informados no que concerne a posologia e manutenção da terapêutica. Obtenção de resultados eficazes e melhoria do estado de saúde dos utentes. Aproveitamento de recursos humanos já existentes e que podem ser rentabilizados nesta vertente - a saúde. METODOLOGIA: Aproveitando as IPSS, a Câmara Municipal e Juntas de freguesias no seu papel social, seria incrementada a sua actividade no sentido de rastrear, e fazer um levantamento das verdadeiras necessidades da zona. Teria que haver uma interligação entre estes profissionais, e o ACES (USF e centros de saúde) para eventuais reportes. FASES DE IMPLEMENTAÇÃO: Atendendo à dimensão do projecto para obtenção de uma maior taxa de sucesso, este deverá ser faseado do seguinte modo: curto prazo, aplicado na zona de influência de Torres Vedras litoral; médio prazo, estender a Torres Vedras cidade e interior; longo prazo, nesta fase e após conhecimento dos verdadeiros problemas e sua resolução, passar-se-ia à fase de confirmação dos efeitos das terapêuticas, com determinação de parâmetros vitais e seu reporte à entidade competente. RESULTADOS: A finalidade que se pretende atingir, é uma cobertura total e eficaz da terapêutica dos utentes de todo o concelho de Torres Vedras. CONCLUSÃO: Sem aumento de custos, aproveitando apenas os recursos humanos já existentes, seriam atingidos os objectivos a que nos propomos. Realço aqui a necessidade da intervenção dos farmacêuticos do município, que serão convidados a participar e actuar na sua área de intervenção. Ao fim de um período a definir, seria feita a monotorização do projecto, e a apresentação dos ganhos obtidos.

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NÚMERO: 15 TÍTULO: Avaliação do cumprimento do protocolo para tratamento de infecções complicadas do tracto urinário no serviço de urgência de um hospital central AUTORES: Ana Parrinha, Erica Viegas, Fátima Falcão INSTITUIÇÃO: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental – Hospital de S. Francisco Xavier E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO A infecção do tracto urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns na população geral. É mais prevalente no sexo feminino, embora no sexo masculino seja associada a doença prostática. São factores de risco para infecção urinária a Diabetes Mellitus, a imunossupressão, a nefrolitíase, a presença de cateter vesical permanente e de alterações urológicas estruturais. O protocolo de antibioterapia aprovado no hospital contempla opções terapêuticas em função da severidade da doença e do microorganismo conhecido ou suspeito. Este trabalho visa descrever a utilização de antibióticos na ITU complicada em ambiente de urgência num hospital central e avaliar o cumprimento do protocolo instituído. Estudo descritivo, observacional e transversal, que decorreu no primeiro trimestre de 2014. Foram incluídos doentes adultos admitidos no Serviço de Urgência Geral de um hospital central com diagnóstico de ITU e prescrição de antibioterapia por via endovenosa. A recolha de dados foi efectuada por consulta do SClínico, CPC-Glint e CliniDataNet, acedendo aos dados demográficos dos doentes, data de admissão, resultados de urocultura e hemocultura e medicação prescrita. Os dados foram registados e tratados no Excel. Foram incluídos 121 doentes, 86 do sexo feminino, com uma média de idades de 78 anos. Foram analisadas 97 uroculturas, em 31% foi isolada E. coli, sendo este o microrganismo mais prevalente. Em 77% dos casos verificou-se que o microrganismo isolado era sensível à amoxicilina com ácido clavulânico, tendo sido este o antibiótico prescrito em 57% dos doentes. A resistência a este antibiótico foi detectada em apenas 17% das amostras, sendo que 6% não tiveram análise em TSA. Verificou-se que os antibióticos mais utilizados correspondiam a amoxicilina com ácido clavulânico (53%), ciprofloxacina (14%), levofloxacina (9%), piperacilina com tazobactam (9%) e outros (15%). Observou-se ainda que os factores de risco mais prevalentes nos doentes analisados foram a diabetes mellitus, com uma prevalência de 23%, e a cistite, com 13% de prevalência. O protocolo de terapêutica para ITU foi cumprido integralmente em 52% dos doentes. A rotatividade das equipas prestadoras de cuidados bem como o ambiente de urgência condiciona a necessidade de decisão rápida pelo que a implementação de protocolos poderá contribuir para a utilização racional de fármacos. Os resultados obtidos no presente estudo permitem identificar a necessidade de acompanhamento e divulgação dos protocolos instituídos.

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NÚMERO: 16 TÍTULO: Auste de dose de medicamentos citotóxicos em populações especiais (insuficiência renal e hepática) AUTORES: Patrícia Cavaco, Erica Viegas, Fátima Falcão INSTITUIÇÃO: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental – Hospital de S. Francisco Xavier E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO A classe terapêutica dos antineoplásicos é uma das que apresenta margem terapêutica mais estreita. Os ajustes de dose devem ser sempre efectuados de forma individualizada, tendo em conta factores como o tipo de neoplasia, os objectivos do tratamento, o performance status, as comorbilidades, a medicação habitual do doente e os tratamentos efectuados anteriormente. A informação acerca das doses óptimas a utilizar em doentes com disfunção de órgãos, insuficiência renal (IR) ou hepática (IH), é muitas vezes escassa, especialmente quando as alterações são causadas pela própria neoplasia. O objectivo deste trabalho consiste na elaboração de pauta posológica de citotóxicos e imunomoduladores para estas populações especiais. Para elaboração da pauta posológica foi efectuada pesquisa bibliográfica das recomendações para ajuste de dose dos citotóxicos e imunomoduladores mais utilizados no nosso centro hospitalar, em doentes com alteração da função hepática e renal, incluindo doentes dialisados, utilizando como fontes bibliográficas os resumos das características dos medicamentos e as bases de dados Truven Micromedex, PubMed e UptoDate. Foi também recolhida informação referente ao metabolismo e eliminação dos fármacos bem como ao melhor timming de administração dos fármacos nos doentes dialisados. Foi efectuada pesquisa bibliográfica abrangendo 64 fármacos tendo sido encontrada necessidade de ajuste de dose em 31 fármacos na IR e 28 na IH. Com base nesta informação foi elaborada pauta posológica “Ajuste de dose dos medicamentos citotóxicos em populações especiais (insuficiência renal e hepática) – 2014”. A disfunção de órgãos em doentes oncológicos é comum, quer pelo facto do doente já apresentar alteração, quer pela alteração que a própria neoplasia pode induzir. Os ajustes de dose são muitas vezes necessários. Em doentes sob hemodiálise ou sob outras técnicas dialíticas, a informação existente é escassa. A utilização de pautas posológicas permite de uma forma rápida e concisa optimizar a terapêutica com estes fármacos.

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NÚMERO: 17 TÍTULO: Perfil clínico e terapêutico e avaliação da qualidade de vida dos doentes com esclerose múltipla em Portugal AUTORES: Sofia Oliveira Martins, José Cabrita INSTITUIÇÃO: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO A Esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante, crónica e progressiva. É a causa não traumática de incapacidade mais frequente no adulto jovem, sobretudo mulheres. Tem elevado impacto social e gera custos económicos e socio-sanitários muito elevados. Estima-se que em Portugal há cerca de 5.000 doentes, dos quais 3.500 em tratamento. OBJECTIVOS: Caracterizar o perfil clínico-terapêutico e avaliar a qualidade de vida de doentes com EM. Métodos: Estudo epidemiológico transversal numa amostra de 500 doentes adultos da SPEM (Soc. Port. Esclerose Múltipla) com recolha de dados por aplicação de questionário electrónico. A qualidade de vida foi avaliada através EuroQol-EQ-5D. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Cerca de 2/3 eram do sexo feminino e 62% tinham idade entre 30 e 49 anos (média etária = 44,4). Cerca de 52% eram trabalhadores activos, 31% reformados e 6,5% com incapacidade temporária por doença. Cerca de 25% dos doentes tinham diagnóstico de EM há menos de 5 anos, enquanto 27% tinham há mais de 15 anos. O tipo de EM mais frequente foi o surto-remissão (56,6%), seguido da EM secundária progressiva (12%) e da primária progressiva (10%). O nº de surtos no último ano variou de 0 a 10. Cerca de 62% dos doentes não tiveram nenhum surto e 30% tiveram um ou dois surtos. A fadiga, alterações do equilíbrio, fraqueza muscular, alterações urinárias e parestesias foram os sintomas mais frequentes. Quanto à terapêutica, 38% recorriam apenas a Medicamentos Modificadores da EM, 48% usavam aqueles juntamente com outros para tratamento sintomático e os restantes (14%) utilizavam apenas medicamentos para minorar os sintomas. Dos 407 doentes que recorriam a terapêutica modificadora da doença, 59% utilizava interferão beta, 19% acetato de glatirâmero e 12% fingolimod. A maioria dos medicamentos para tratamento sintomático era do grupo N (ATC), sobretudo antidepressivos. Quanto à Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde (QVRS) cerca de 60% dos doentes tem problemas de mobilidade, 31% em realizar os cuidados pessoais, 64% em desempenhar as actividades habituais, 60% dores/mal-estar e 65% ansiedade/depressão. Na escala analógica visual o valor médio da avaliação do estado de saúde foi de 64,6 (mín10;máx100).A QVRS diferiu estatisticamente com a idade, género, tipo de EM e perfil terapêutico. A auto-avaliação da QVRS dos doentes foi melhor nas mulheres, nos mais jovens, nos com EM surto-remissão e nos que usavam terapêutica modificadora da EM.

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NÚMERO: 18 TÍTULO: Hábitos de consulta dos folhetos informativos e utilização de medicamentos em duas regiões de Portugal AUTORES: Carla Pires, Marina Vigário, Afonso Cavaco INSTITUIÇÃO: Faculdade de Farmácia e Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: Na Europa os medicamentos são comercializados com folhetos informativos (FIs). Embora existam pesquisas sobre os hábitos de consulta dos FIs em diversos países, em Portugal desconhece-se a realização destas avaliações. OBJECTIVOS: Numa amostra de conveniência, pretendeu-se: a) estimar a frequência de utilização dos medicamentos e b) os hábitos de consulta dos FIs. MÉTODOS: Questionário de auto-preenchimento, anónimo, e administrado presencialmente (Agosto a Dezembro de 2014). Os participantes foram seleccionados por conveniência em juntas de freguesia, câmaras municipais, instituições de ensino e de solidariedade social, assim como entre bombeiros e militares da carreira não-profissional, da zona centro, da região de Lisboa e Vale do Tejo e da região do Alentejo. Critérios de inclusão: aceitar participar, saber ler e escrever e ter mais de 18 anos. Amostra com 502 participantes: 53% do sexo masculino, 45% com menos de 30 anos, 44,9% região centro, 49,3% da região de Lisboa e 5,8% região do Alentejo, 31,9% com 1 a 6 anos de escolaridade, 36,3% com 7 a 12 anos de escolaridade e 31,9% com mais de 12 anos escolaridade. RESULTADOS: Declararam tomar medicamentos todos os dias 41% dos participantes e apenas 10,6% assumiram não tomar qualquer medicamento há mais de um ano. Referiram ler sempre todo o folheto 28,7% e nunca ler o folheto 8%. Mencionaram não conhecer bem os medicamentos 19,5%. Verificaram-se diferenças estaticamente significativas relacionadas com os hábitos de leitura dos folhetos (frequência e leitura total ou parcial) em função das seguintes variáveis sociodemográficas: 1) sexo (Qui quadrado = 12,2; p<0,02) - participantes do sexo feminino revelam ler mais frequentemente os folhetos; 2) escolaridade (Qui quadrado = 18,1; p<0,02) - maior proporção de participantes do grupo de escolaridade mais baixa referem não ler os folhetos; e 3) conhecimento dos medicamentos (Qui quadrado = 16,9; p<0,03) - maior proporção de participantes que lêem os folhetos parcial ou totalmente declararam conhecer bem os medicamentos. CONCLUSÕES: A maioria dos participantes desta investigação revelou ler os folhetos. Ao mostrar uma utilização tão generalizada, este estudo reforça a importância da legibilidade e clareza dos FIs como ferramentas para esclarecer a população. A presente investigação também evidência a relevância de avaliar a influência das variáveis sociodemográficas no modo de consulta destes documentos.

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NÚMERO: 19 TÍTULO: Actividades de um serviço de informação de medicamentos dos serviços farmacêuticos de um hospital central – caracterização qualitativa e quantitativa AUTORES: Ana Paróla, Margarida Pereira, Tânia Laranjeira, Liliana Calixto, Alexandra Atalaia, Ana Mirco, Fátima Falcão. INSTITUIÇÃO: Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, E.P.E E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: A disponibilidade, a acessibilidade e o uso de informação independente sobre medicamentos em formato apropriado e relevante para a prática clínica actual, é fundamental para o seu uso. A Organização Mundial de Saúde reconhece a importância das actividades dos Centros/Serviços de Informação sobre Medicamentos na prestação de cuidados de saúde. O farmacêutico hospitalar é frequentemente solicitado com pedidos de informação, no âmbito destas actividades, na sua prática diária. OBJECTIVOS: Caracterizar o volume e o tipo de pedidos de informação, situações clínicas subjacentes, urgência da resposta e principais grupos farmacoterapêuticos envolvidos. Descrever o tipo e o número de fontes de informação utilizadas na elaboração das respostas e identificar as principais necessidades de informação dos profissionais de saúde solicitantes. MÉTODOS: Estudo descritivo retrospectivo das actividades do Serviço de Informação de Medicamentos (SIM) dos Serviços Farmacêutico (SFs) de um hospital central no período compreendido entre Jan/2012 e Dez/2014. RESULTADOS: No período estudado, foram registados 211 pedidos de informação, solicitados maioritariamente por enfermeiros (58.3%) e médicos (37.9%). Os pedidos realizados por outros profissionais de saúde e doentes corresponderam somente a 3.7%. Relativamente ao tipo de informação solicitada, mais de 50% dos pedidos foram referentes a via e modo de administração e compatibilidade/estabilidade de medicamentos e outros produtos farmacêuticos. Em 62.1% dos casos, a resposta foi elaborada com recurso a uma fonte de informação, normalmente uma fonte secundária (67%), designadamente R.C.M. do produto (59%). As perguntas foram classificadas como urgentes em 59.3% dos casos e com um nível de complexidade baixo em 93% dos casos. No decurso do triénio, foram publicados 5 boletins farmacêuticos. CONCLUSÃO: Entre as limitações do estudo, identifica-se o subregisto de informação prestada, em particular a que respeita ao aconselhamento ao doente e informação activa prestada. Este estudo permitiu-nos inferir que a disponibilidade célere e técnicas de pesquisa optimizadas das fontes de informação são parâmetros importantes, dada a percentagem de solicitações que foram classificadas como urgentes. As principais necessidades de informação de outros profissionais de saúde identificadas foram: informação sobre compatibilidade, estabilidade, via e modo de administração de medicamentos e outros produtos farmacêuticos.

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NÚMERO: 20 TÍTULO: Medicamentos potencialmente inapropriados em idosos no momento do internamento e na primeira consulta geriátrica: análise comparativa AUTORES: 1Maria Augusta Soares, 2Maria Margarida Moraes, 3João Pedro Gorjão Clara INSTITUIÇÃO: 1Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, 2Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Unidade Universitária de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, 3Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Unidade Universitária de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: O risco de morbilidade e mortalidade associado à medicação no idoso exige cuidados de optimização da terapêutica evitando a utilização de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI). A aplicação de critérios explícitos Beers 2012 relativos a MPI pode auxiliar na prescrição reduzindo o uso de MPI melhorando a segurança na terapêutica no doente idoso. OBJECTIVOS: Caracterizar e comparar a prescrição de MPI nos idosos (≥65 anos) à data do internamento e à da primeira consulta de geriatria. MÉTODOS: Estudo transversal e descritivo. Análise da medicação de dois grupos de 100 doentes, um na primeira consulta de geriatria e outro à data do internamento numa enfermaria de medicina interna, através da aplicação dos critérios de Beers de 2012. RESULTADOS: Os doentes da consulta apresentavam uma idade média de 80,6 anos (65-92), sendo a maioria do sexo feminino (69%) enquanto os internados tinham idade média de 81,8 anos (65-102) sendo a maioria também mulheres (65%). Nos doentes da consulta, o total de medicamentos prescritos era de 753, com 7,5 medicamentos/doente (0-16) e, um número médio de patologias/doente de 5,5 (2-12), nos do internamento, o total de medicamentos prescritos era de 770 com 7,7 medicamentos/doente (1-16) e número médio de patologias de 7,0/doente (3-17). De acordo com os critérios de Beers 2012, 54,0% e 58,0% dos doentes tomavam pelo menos um MPI e, 30% e 51% tomavam, pelo menos um medicamento sujeito a precaução de utilização, respectivamente, do grupo de doentes na primeira consulta e do grupo à data do internamento. Os MPI mais frequentemente utilizados pelos 2 grupos foram: benzodiazepinas tomadas por 45% e 38% dos doentes, amiodarona tomada por 7% e 11% dos doentes e anti-inflamatórios não esteróides tomados por 9% e 7% dos doentes da 1ª consulta geriátrica e à data do internamento respectivamente. CONCLUSÕES: Pelos critérios de Beers 2012, ambos os grupos demonstraram elevada frequência de utilização de MPI, sendo ligeiramente superior nos doentes à data do internamento. Face aos resultados admite-se a necessidade de divulgar, junto dos profissionais, a necessidade de prevenir o uso de MPI e, desconhecendo-se as consequências da utilização deste tipo de medicamentos, sugere-se a investigação dos resultados clínicos pela utilização de MPI para melhorar o conhecimento desta problemática.

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NÚMERO: 21 TÍTULO: Padrão e indicadores de qualidade do consumo de antibióticos em Portugal, por regiões, 2010-2014 AUTORES: Marta Vargas Gomes, Carla Torre, José Guerreiro, Paulo Nogueira, Cristina Furtado INSTITUIÇÃO: Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), Associação Nacional das Farmácias (ANF); Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVOS: Os relatórios publicados pelo European Surveillance of Antimicrobial Consumption (ESAC) demonstram que Portugal (PT), juntamente com outros países como Itália ou Grécia, apresenta consumos absolutos de antibióticos (AB) bem como alguns indicadores de qualidade acima da média dos países da rede-ESAC. Em 2013, foi criado o Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos, um programa sinérgico que pretende minimizar esta problemática em PT. Pretendeu-se analisar os padrões e os indicadores de qualidade do consumo de AB nas 7 regiões portuguesas entre 2010-2014:5 Regiões de PT Continental e as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira. MÉTODOS: Análise do consumo de AB de uso sistémico (ATC:J01) e comparação entre 7 regiões portuguesas: Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira. A informação dos consumos foi obtida através dos Sistema de Informação CEFAR/hmR, uma base de dados com informação de sell-out do consumo de medicamentos em ambulatório, com representatividade a nível regional e nacional. Os dados de consumo de AB são expressos em doses diárias definidas (DDD) por mil habitantes por dia (DHD). Para caracterizar a qualidade da prescrição foram utilizados os indicadores de qualidade de consumo definidos pelo ESAC. RESULTADOS: O consumo total de AB (J01) em PT teve uma diminuição de 6,9% entre 2010-2014, observando-se uma diminuição mais acentuada na Região da Madeira (-21,0%). Quanto aos indicadores de qualidade do ESAC verificou-se que o consumo de quinolonas diminuiu em todas as regiões, sendo que a maior redução foi igualmente na Madeira (-36,5%). Em todas as regiões nacionais o consumo relativo de penicilinas de largo espectro (J01CR), nomeadamente a associação de amoxicilina com ácido clavulânico, dentro do consumo de AB, aumentou, sendo que o maior crescimento foi observado no Alentejo (+12,1%) e o menor nos Açores (+3,8%).O rácio de qualidade largo/estreito espectro mais baixo verificou-se nos Açores durante todo o período de análise, passando de 18,0 em 2010 para 17,2 em 2014. CONCLUSÕES: Em PT verificaram-se diferenças regionais no consumo absoluto de AB de uso sistémico, contudo os resultados apresentados sugerem um esforço de diminuição do consumo desta classe de fármacos. Programas de intervenção dirigidos, envolvendo os profissionais de saúde e os consumidores, são indispensáveis para a melhoria contínua dos indicadores de qualidade do consumo de AB em PT.

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NÚMERO: 22 TÍTULO: Anticoagulantes orais: reacções adversas pelos antivitamina k e novos anticoagulantes, estudo das notificações à unidade de Farmacovigilância do sul em 2014 AUTORES: Maria Augusta Soares1, 2, Paula Barão S. Ferreira1, 2, Ana Tereza Neres2 INSTITUIÇÃO: 1 Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, 2 Unidade de Farmacovigilância do Sul (UFS) E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJETIVOS: Caracterização do perfil das notificações de reacções adversas (RAM) associadas a ACO, recebidas pela Unidade de Farmacovigilância do sul (UFS), durante o ano de 2014. MÉTODOS: Estudo observacional de orientação transversal realizado na base de dados de NE de RAM a ACO, recebidas pela UFS durante 2014. Realizada uma análise descritiva com a classificação dos medicamentos segundo Anatomic Therapeutical Chemical (ATC) e as RAM de acordo com o dicionário MedDRA. RESULTADOS: As NE aos ACO recebidas na UFS durante 2014 constituíram 7% (n=24) do total de casos reportados (337), sendo como graves, todos os casos. Para 4 casos, verificou-se perigo de vida, estando estes associados ao uso do dabigatrano e, constituindo 14,8% da totalidade de eventos de perigo de vida ocorridos em 2014 (27). Os ACO suspeitos foram: varfarina em 42% (10) dos casos, o acenocumarol em 37% (9) e o dabigatrano em 21% (5). Os doentes eram na maioria do género feminino (62,5%) com uma média de idades de 76 anos (41 – 92). Todas as NE foram efetuadas por farmacêuticos hospitalares, submetidas pelo site da UFS ou no Portal RAM. As RAM mais frequentemente reportadas, segundo a terminologia MedDRA (LLT) foram, international normalised ratio increased, drug administration monitoring procedure incorrectly performed, haemorrhagic disorder due to circulating anticoagulants, melaena, hematochezia e hypotension. A causalidade para o medicamento suspeito foi definitiva em 79% (19) dos casos, provável para 12,5% (3) e para 8,3% (2) possível. CONCLUSÕES: No período em análise, o número de casos notificados associados aos antivitamina K foi duplo dos do dabigatrano, expectável considerando a sua utilização mais frequente. Apesar de estar referida segurança equivalente entre os ACO, os doentes com hemorragias graves pelos novos ACO apresentam mais frequentemente risco de vida pela dificuldade de reversão da hemorragia, associada à inexistência de antagonistas.

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NÚMERO: 23 TÍTULO: Generic and essential medicines towards a more efficient use of resources in the prevention and treatment of cardiovascular diseases in Portugal AUTORES: Helena Gama1, Carla Torre2, José Pedro Guerreiro2, Maria João Lima3, Ana Azevedo1,4, Suzete Costa2, Nuno Lunet1,4 INSTITUIÇÃO: 1Institute of Public Health of the University of Porto (ISPUP), Porto, 2Centre for Health Evaluation & Research (CEFAR), National Association of Pharmacies Group, 3Department of Internal Medicine, Centro Hospitalar São João, Porto, 4Department of Clinical Epidemiology, Predictive Medicine and Public Health, University of Porto Medical School, Porto E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO BACKGROUND: The successful control of cardiovascular diseases at the lowest possible cost requires the use of the most effective and affordable medicines. AIMS: We aimed to describe the trends in the ambulatory use of medicines for prevention and treatment of cardiovascular diseases in Portugal, between 2004 and 2012, and to estimate the potential for expenditure reduction through changes in the patterns of use. METHODS: Drug consumption data [Anatomic Therapeutic Chemical classification system: C and B01A] was estimated for the study period through the CEFAR Pharmacy Sales Information System, a nationwide database with representative drug dispensing data from ambulatory care. Main outcome measure was the defined daily dose (DDD) per 1000 inhabitants per day (DHD). Total costs in euro and the cost/DDD were calculated based on pharmacy retail price (€).We estimated the potential reduction in expenditures through the increase, up to 90% of the volume of DDD, in the use of generic and essential medicines; the latter were defined according to guidelines from Portugal and another European country. RESULTS: The overall consumption increased by approximately 50% from 2004 to 2012, reaching nearly 2400 million DDD, whereas the expenditure decreased to 753 million € (-31.3% since 2006). The use of generics and essential medicines increased, representing 43.6% and 36.1% of the DDD consumption in 2012, respectively. The 40 most used groups of medicines in 2012 accounted for just over 80% of the overall consumption; among these, the increase in the use of generics and essential medicines would have contributed to a saving of »70 and »200 million €, respectively. CONCLUSION: Changes in the patterns of consumption of medicines towards a preferential use of essential medicines may contribute to a more efficient use of health resources, adding to the already high use of generics.

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NÚMERO: 24 TÍTULO: Etapas, procedimentos e análise das discrepâncias num processo de reconciliação farmacoterapêutica num serviço de psiquiatria: reporte de um caso AUTORES: Joelizy Oliveira, Isabel Vitória Figueiredo, Filipe Felix Almeida, Fernando Fernandez-Llimos, Carlos Braz Saraiva; Maria Margarida Caramona INSTITUIÇÃO: Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra/Centro de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra/Grupo da Sociofarmácia, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: A Reconciliação Farmacoterapêutica (tradução da designação inglesa – Medication Reconciliation), é um processo eficaz de reduzir os erros e danos associados à perda de informação sobre medicamentos durante os cuidados de transição dos doentes nos diversos serviços de saúde. Nesse sentido a obtenção da história medicamentosa de um doente que dá entrada num hospital representa uma forma de analisar e conciliar a medicação a que o doente vai ser submetido. OBJECTIVO: Caracterizar etapas e integrar procedimentos na obtenção da história medicamentosa no processo de Reconciliação Farmacoterapêutica (RF), num caso clínico reportado de ensaio piloto num serviço de psiquiatria. Analisar as discrepâncias na obtenção da história medicamentosa e na admissão no serviço de urgência psiquiátrica. MATERIAIS E MÉTODOS: A metodologia da RF foi dividida em: obtenção da história medicamentosa e; conciliação medicamentosa propriamente dita. Obtenção da história da medicamentosa: Consistiu: 1) aplicação de um questionário desenvolvido a partir da análise de diferentes modelos de questionários disponíveis na literatura; 2) consulta do processo único; 3) base de dados integrada. A identificação das discrepâncias foi realizada em 3 fases: Fase I: distinção das tipologias das discrepâncias. Fase II: diferenciação das discrepâncias intencionais e não intencionais. Fase III: caracterização dos erros de medicação segundo classificação da NCCP MERP 2012. RESULTADOS: Na história medicamentosa do doente foi possível analisar e encontrar discrepâncias nas prescrições a nível dos médicos da ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde) nomeadamente prescrição de medicamento diferente. Na admissão do serviço de urgências psiquiátricas foram encontradas 5 tipologias diferentes de discrepâncias que requerem clarificação (fase I): 1) início de medicação justificada pela situação clínica; 2) medicação não disponível no hospital; 3) decisão de não prescrever ou trocar via posológica; 4) omissão de medicação; 5) potenciais interacções medicamentosas. CONCLUSÃO: Reforça-se a necessidade de validação dos métodos de reconciliação famacoterapêutica, a necessidade de aplicação do processo em saúde mental e participação activa do farmacêutico clínico nesta componente multidisciplinar.

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NÚMERO: 25 TÍTULO: Momi study - an intensive monitoring model to assess medicines in real-life conditions in Portugal. antidiabetics as example. AUTORES: Carla Torre1,2, Ana Paula Martins1,3, Hubert Leufkens4 INSTITUIÇÃO: 1Research Institute for Medicines (iMed.ULisboa), Faculty of Pharmacy, Universidade de Lisboa, 2Centre for Health Evaluation & Research (CEFAR), National Association of Pharmacies, 3Faculty of Pharmacy, University of Lisbon, 4Division of Pharmacoepidemiology and Clinical Pharmacology, Utrecht Institute for Pharmaceutical Sciences, Utrecht University, Utrecht, the Netherlands E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO BACKGROUND: Bridging the gap between clinical trials and the real-world drug usage is of great importance. We investigated the trends in the utilization of glucose lowering drugs (GLD) in Portugal between 2004 and 2013 and we found that even though inhibitors of dipeptidyl peptidase 4 (DPP-4) are being used in large numbers of patients, evidence supporting its use with respect to routine clinical practice data is limited. OBJECTIVES: To implement a pharmacy-based intensive monitoring model that is actively focused on gathering post-authorization data, mainly safety, since the first day of drug use. Further, this model aims to characterize the target population under treatment and to describe how drugs are used/prescribed; to investigate the existence of drug-drug interactions; to contribute to the knowledge of benefits in clinical daily practice. METHODS: Intensive Monitoring is defined as an inception cohort of subjects exposed to drug of interest. All adult type 2 diabetics initiating: DPP-4, glucagon-like peptide-1 and sodium-glucose co-transporter 2 inhibitors, that consent to participate are being consecutively recruited through participant pharmacies (15Nov14 to 15Apr15). Data is collected at baseline by a pharmacist during a face-to-face interview (demographic, health characteristics). Telephone follow-up questionnaires are conducted 2 weeks, 3 and 6 months after the index date (adverse drug events, reasons for discontinuation, pattern of use and hypoglycaemic episodes). EQ-5D is applied by telephone at baseline and at the end of study period. Prescription refills of GLD and co-medication are captured using the pharmacy software. Results: A total of 683 out of 1979 invited pharmacies accepted to participate. Up to 23rd March, a total of 1169 subjects were recruited. Interim analyses are being conducted. DISCUSSION: By pharmacy based tracking of patients and drug use in a life-cycle based fashion, this model aims to fill the gap between clinical trials (high internal and low external validity), database studies (large size/long follow-up and representativeness enable to study real-world effectiveness and safety, but they are often poor in covariate data) and spontaneous reporting data (limited by under/selective reporting). This encompasses, as early as possible, the identification/quantification, of factors that possibly (negatively) affect the benefit/risk balance, including AE, inappropriate use, wrong patient selection, etc.

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NÚMERO: 26 TÍTULO: Impacto das recomendações farmacêuticas transmitidas por via oral AUTORES: Margarida Falcão, Helena Farinha, Fátima Falcão INSTITUIÇÃO: Hospital de Egas Moniz, Centro de Lisboa Ocidental E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO: As intervenções ou recomendações farmacêuticas são consideradas uma mais-valia por outros profissionais de saúde, nomeadamente os clínicos, no que diz respeito à identificação e prevenção de problemas relacionados com os medicamentos, racionalização da terapêutica, e redução dos custos a ela associados. OBJECTIVOS: O objectivo principal foi avaliar qual a diferença a nível da taxa de aceitação das recomendações farmacêuticas (RF) orais quando comparadas com as RF escritas. O objectivo secundário incluiu a caracterização das RF e o seu impacto directo nos custos da terapêutica. MÉTODOS: Estudo observacional, retrospectivo. Avaliaram-se as RF feitas por um único farmacêutico, em doentes internados, no período de Janeiro de 2013 a Junho de 2014. As RF foram registadas em formulário próprio, onde se caracterizou o tipo de RF, o grau de aceitação, e o impacto económico directo. RESULTADOS: Durante o período em análise foram efectuadas 173 RF. Destas, 152 (87.9%) foram aceites na sua totalidade, 9 (5.2%) apenas parcialmente, e 12 (6.9%) foram recusadas. Os principais tipos de RF efectuadas relacionaram-se com a dosagem do fármaco (45.7%), com a sua suspensão (21.4%) ou substituição (15.6%), adição de um ou mais fármacos (9.8%), e com a via de administração (6.4%). Das 173 RF realizadas, a maioria (n=127; 73,4%) foi realizada oralmente. Quando comparámos a taxa de aceitação das RF efectuadas oralmente com a taxa de aceitação das RF efectuadas por escrito encontrámos os seguintes valores, 89.8% e 82.6%, respectivamente. No que diz respeito aos custos directos da terapêutica, em 59.2% das recomendações aceites houve diminuição, em 13.2% dos casos não houve alteração, e em 27.6% dos casos houve aumento dos custos. CONCLUSÃO: Os farmacêuticos hospitalares no desempenho da sua actividade contribuem para a identificação e prevenção de problemas relacionados com os medicamentos. Na nossa instituição, as recomendações farmacêuticas têm uma elevada taxa de aceitação por parte dos prescritores com implicações clínicas e económicas. Como esperado, as RF transmitidas por via oral têm uma maior taxa de aceitação do que as escritas, sugerindo que a presença física do farmacêutico no serviço, bem como a criação de uma relação de proximidade resultante da integração na equipa multidisciplinar contribui para a melhoria dos cuidados prestados ao doente.

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NÚMERO: 27 TÍTULO: O impacto dos medicamentos biossimilares: contexto regulamentar, clínico e económico AUTORES: Alexandra Graça, Maria Henriques Ribeiro INSTITUIÇÃO: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJETIVOS: Pretende-se avaliar o impacto que os medicamentos biossimilares têm gerado a nível regulamentar, no contexto clínico e no mercado farmacêutico. MÉTODOS: Foi conduzida uma pesquisa electrónica, com recurso aos motores de busca PubMed, Google Scholar e Google, e aos websites de várias entidades reguladoras. Analisou-se o panorama regulamentar da Europa, Estados Unidos da América, Canadá, Índia, Brasil, China, Japão e Coreia. Avaliou-se estudos pós-aprovação de avaliação da eficácia e/ou segurança de biossimilares aprovados na Europa, nas respectivas indicações, em populações de doentes. RESULTADOS: Medidas regulamentares para a obtenção de vias abreviadas para a aprovação de biossimilares, bem como o desenvolvimento de directrizes, têm sido levadas a cabo por vários países. A Europa é claramente pioneira, embora países como os EUA, Japão, Canadá ou Índia tenham avançado nesse sentido, nos últimos anos. Contudo, a harmonização global ainda não ocorreu, apesar dos esforços de entidades como a OMS que recentemente lançou guidelines. Os estudos de pós-aprovação revelam a existência de comparabilidade, em eficácia e segurança, entre biossimilares e respectivos inovadores. A expiração das patentes dos anticorpos monoclonais permite apontar para um crescimento futuro do mercado dos biossimilares. A sua redução de preço, embora inferior à dos genéricos, revela-se promissora no aumento do acesso dos doentes à inovação. CONCLUSÕES: Várias são as questões em redor dos biossimilares, apesar do estabelecimento de padrões cada vez mais exigentes para a sua aprovação. É necessária a harmonização global da regulamentação (eliminação da duplicação de ensaios e difusão de informação sobre a segurança) e uniformização de conceitos. Os estudos de pós-aprovação, embora escassos e limitativos, apresentam resultados positivos. Mais informação terá de ser recolhida à medida que os biossimilares entrem na prática clínica. Vários são os desfechos possíveis para estes medicamentos no mercado farmacêutico. Embora o seu futuro pareça promissor, apresenta ainda um grau de incerteza, sendo poucos os estudos que avançam com previsões fármaco-económicas. A forma como tudo se irá desenrolar dependerá de vários factores, nomeadamente dos avanços no esclarecimento das dúvidas quanto à segurança. O profissional de saúde terá um papel fundamental não só no esclarecimento ao doente, mas também na garantia da segurança, com a recolha de informação através dos sistemas de farmacovigilância.

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NÚMERO: 28 TÍTULO: Novos anticoagulantes orais: custo-efectividade de terapêuticas e de estratégias de intervenção em saúde AUTORES: Suzete Costa, José Costa Ramos, Ana Catarina Braga, João Pereira INSTITUIÇÃO: Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa; Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR) da Associação Nacional das Farmácias; Universidade Atlântica E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO OBJECTIVOS: Contribuir para uma reflexão sobre o papel das intervenções promotoras da adesão a terapêuticas efectivas e de baixo custo e as implicações para as políticas do Medicamento e da Saúde, usando como exemplo os novos anticoagulantes orais e a varfarina. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados DARE, Cochrane, NICE, Tufts, NHS EED, Science Direct e PubMed para identificar os estudos de custo-efectividade dos novos anticoagulantes orais dabigatrano, rivaroxabano e apixabano versus varfarina para a prevenção do acidente vascular cerebral na fibrilhação auricular. Adicionalmente, foi realizada uma análise exploratória de estudos de efectividade e de custo-efectividade de intervenções promotoras da adesão à varfarina. RESULTADOS: A revisão sistemática até Maio de 2013 identificou 10 estudos, 3 dos quais reportaram um Rácio de Custo-Efectividade Incremental (RCEI) por anos de vida ajustados pela qualidade acima dos limiares aceites de disponibilidade a pagar. Em dólares americanos, o RCEI variou de $9.099 a $86.000 para o dabigatrano, $3.190 a $55.757 para o rivaroxabano e $11.400 a $24.312 para o apixabano. As análises de sensibilidade demonstraram custo-efectividade para: o dabigatrano em 40% a 98% das simulações; o rivaroxabano em 2.1% a 80%; e o apixabano em 44.1% a 60%. As variáveis que influenciam as variações incluem diferenças de: custos; pressupostos do controlo do INR e de utilização dos cuidados de saúde; probabilidades dos eventos adversos. A análise exploratória de estudos de efectividade e de custo-efectividade de intervenções promotoras da adesão à varfarina (em curso) refere estratégias como pill-box reminders, reminders automáticos, reminders telefónicos personalizados, apoio à automonitorização do INR e outras. CONCLUSÕES: Os novos anticoagulantes orais parecem ser terapêuticas custo-efectivas versus varfarina, embora subsistam variações entre medicamentos e entre países. O RCEI pode ser influenciado pelos preços dos medicamentos nos países e pela proporção de tempo em que os doentes possuem os valores de INR controlados, o que depende da efectividade e utilização das terapêuticas em contexto real, as quais, por sua vez, podem ser influenciadas por intervenções de adesão à varfarina. Os resultados da análise exploratória poderão dar contributos adicionais para a reflexão sobre estratégias de intervenção em doentes sem contra-indicações para a varfarina.

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NÚMERO: 29 TÍTULO: Medicamentos inovadores na infecção crónica da hepatite c: a futura terapêutica padrão AUTORES: André Borrego INSTITUIÇÃO: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. E-MAIL: [email protected]

RESUMO DA COMUNICAÇÃO O vírus da hepatite C (HCV) afecta cerca de 160 milhões de pessoas a nível mundial, constituindo um dos principais causadores de doenças crónicas do fígado. Ao longo das últimas duas décadas, a terapêutica desta doença manteve-se padronizada, com o regime duplo que combina interferão α-2a ou 2b (IFN) com ribavirina (RBV) para a grande maioria dos doentes. Este regime porém, não era o ideal para a globalidade dos infectados devido à duração do tratamento, às reacções adversas, aos custos e também por não poder ser utilizado em certos grupos populacionais, ou não ser eficaz em doentes não respondedores. Nos últimos anos, uma melhor compreensão do ciclo de vida viral permitiu a identificação de novos alvos terapêuticos e o desenvolvimento de medicamentos inovadores. Esses medicamentos têm demonstrado resultados que terão forte impacto clínico ao nível da eficácia, segurança, adesão e duração do tratamento. Este trabalho surge então numa altura em que quatro medicamentos inovadores foram recentemente aprovados nos EUA e na Europa, enquanto muitos outros atingiram fases II e III de ensaios clínicos e originaram resultados muito prometedores. Deste modo, o principal objectivo será o de responder à questão: “Qual a futura terapêutica padrão para a infecção pelo HCV, e quais as alternativas/opções terapêuticas para grupos de difícil tratamento?” Para a elaboração desta revisão foi feita uma pesquisa nas bases de dados electrónicas PubMed e Science Direct e ClinicalTrials.gov. Apesar dos enormes progressos que têm sido feitos nesta área e dos fantásticos resultados obtidos por muitos medicamentos inovadores em ensaios clínicos, há ainda muitos problemas por solucionar. Existem ainda grupos que carecem de mais estudos, adaptados à realidade clínica. Entre esses grupos estão: Doentes co-infectados com HIV; Doentes com insuficiência renal grave; Doentes infectados com os genótipos 5-7; Crianças; Aparte todos os desafios atrás mencionados, existe um que os suplanta a todos, numa altura em que a efectividade e a tolerabilidade, bem como a segurança atingiram níveis muito satisfatórios, e que diz respeito aos custos. A terapêutica padrão está a mudar definitivamente e caminha-se no sentido dos regimes totalmente orais e isentos de IFN. Os DAAs poderão futuramente conduzir à irradicação da doença, um cenário ainda longínquo, mas possível.