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BBoottuuccaattuu--SSPP

III Simpósio de Geoestatística em Ciências Agrárias 1

Produtividade da cana-de-açúcar em dois sistemas de manejo correlacionada

espacialmente com atributos do solo

Flávio Carlos Dalchiavon1, Morel de Passos e Carvalho2, Edjair Augusto Dal Bem3, Rafael Montanari2

1

Prof. Dr. do Depto. de Agronomia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus Campo Novo do Parecis, MT 235 Km 12, s/n, Caixa Postal n. 100, Zona Rural - CEP 78360-000, [email protected]

2 Professores Doutores do Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos, UNESP, Campus

de Ilha Solteira, <[email protected]> <[email protected]> 3 Mestrando em agronomia, DEFERS; FEIS/UNESP; [email protected]

Resumo – Em um talhão de cana-de-açúcar na Usina Vale do Paraná S/A Álcool e Açúcar, Rubinéia-SP, manejado com colheita manual da cana-crua com e sem palha sobre o solo, foram estudadas as correlações espaciais entre a produtividade da cana-de-açúcar (variedade RB855035, em seu terceiro corte) e atributos físicos e estoque de carbono do solo. Para tanto, foram instaladas duas malhas geoestatísticas (1,30 ha e 121 pontos amostrais cada) em um Argissolo Vermelho eutrófico, em julho de 2011. Os atributos avaliados foram: produtividade de colmos de cana-de-açúcar, população de plantas, resistência mecânica à penetração, umidade gravimétrica, densidade e estoque de carbono do solo, nas profundidades de 0-0,20 m e 0,20-0,40 m. Realizou-se a análise descritiva e a análise geoestatística dos dados. A população de plantas foi o atributo que melhor explicou a produtividade da cana-de-açúcar. Contudo, a densidade (0,20-0,40 m) do tratamento com palhada, foi o único atributo do solo que apresentou cokrigagem com a referida produtividade.

Palavras-chave: manejo e conservação do solo; geoestatística; sustentabilidade ambiental; Sacchharum officinarum L.

Productivity of the sugarcane in two handling systems correlated spatially with attributes of the soil

Abstract - In a sugarcane area in Industry Vale do Paraná S/A Ethanol and Sugar, Rubinéia-SP, handled with manual crop of the cane-raw with and without straw on the soil, they were studied the spatial correlations between the productivity of the sugarcane (varieties RB855035), in her third it crop) and physical attributes and stock of carbon of the soil. For so much, two grid geostatisticals were installed (1.30 there are and 121 sampling stations each), in an Eutrophic Red Podzolic - Typic Haplustults, in July of 2011. The appraised attributes were: productivity of sugarcane stems, plants population, mechanical resistance to the penetration, gravimetric moisture, density and stock of carbon of the soil, in the depths of 0-0.20 m and 0.20-0.40 m. It was accomplished the descriptive analysis and analysis geostatistical of the data. The population of plants was the attribute that best explained the productivity of the sugarcane. However, the density (0.20-0.40 m) of the treatment with residue, it was the only attribute of the soil that showed cokriging with referred her productivity.

Key words: conservation and management of soil; geostatistics; environmental sustainability; Sacchharum officinarum L.

Introdução No Brasil, a cana-de-açúcar (Sacchharum officinarum L.) é de inquestionável importância

socioeconômica. Em vários países que a cultivam é comum queimar o canavial antes de realizar a colheita, pois a queima da densa biomassa foliar (palhada) torna mais fácil o corte manual dos colmos. Entretanto, no sistema de colheita da cana-crua, a palhada mantida sobre a superfície do solo forma cobertura morta, que modifica o ambiente em vários aspectos, conferindo proteção ao solo contra erosão, conservação da umidade, aumento da atividade microbiana e seu enriquecimento em matéria orgânica. Nas áreas de produção agrícola, a compactação do solo pode reduzir a penetração das raízes por ocasionar um aumento





de sua densidade, o que altera o equilíbrio na proporção de gases do solo e a disponibilidade de água e nutrientes às plantas, restringindo a produção vegetal (LUCA et al., 2008; MONTANARI et al., 2012).

A geoestatística analisa a dependência espacial de dados georreferenciados, aos quais é ajustado o semivariograma. A partir dele pode-se confeccionar o mapa de krigagem para cada atributo pesquisado, do solo ou da planta, que representa a variabilidade espacial dos dados. Contudo, havendo afinidade entre as dependências espaciais de dois atributos quaisquer, modelada pelo semivariograma cruzado, pode-se obter o mapa de cokrigagem para o atributo principal, de difícil obtenção e de maior interesse, em função do atributo secundário, normalmente de mais fácil obtenção (DALCHIAVON et al., 2011; DALCHIAVON & CARVALHO, 2012).

Avanços tecnológicos na agropecuária têm mostrado a importância de se conhecer a variação espacial de propriedades que afetam a produtividade das culturas. Assim, num talhão de cana-de-açúcar na Usina Vale do Paraná S/A Álcool e Açúcar, Rubinéia-SP, manejado com colheita manual da cana-crua com e sem palha sobre o solo, com objetivo de identificar correlações entre a produtividade da cana-de-açúcar e atributos físicos e do estoque de carbono do solo.

Material e Métodos A pesquisa foi realizada em Rubinéia (SP-Brasil), num talhão estabelecido com a cultura da cana-de-

açúcar, na Usina Vale do Paraná S/A Álcool e Açúcar, localizada a 20o17’53’’S e 51

o02’23’’W, com altitude

média de 348 metros. As condições climáticas durante o período experimental foram: temperaturas máxima, média e mínima de 26,0; 24,3 e 22,9 ºC, respectivamente, e precipitação pluvial de 1365 mm. O solo da área é um Argissolo Vermelho eutrófico (EMBRAPA, 2006), cuja caracterização inicial da fertilidade (ago/2010), para as camadas de 0-0,20 m e 0,20-0,40 m, apresentou, respectivamente, os seguintes valores: pH (CaCl2) = 4,8 e 5,3; MO = 15 e 11 g dm

-3; P (resina) = 5 e 3 mg dm

-3; K, Ca, Mg e H+Al = 1,2 e

0,7; 18 e 16; 8 e 6; e 18 e 16 mmolc dm-3

, com V = 60 e 59%. Sua granulometria, de 0-0,20 e 0,20-0,40 m, é de 89 e 141 g kg

-1 de argila, 67 e 81 g kg

-1 de silte e de 844 e 778 g kg

-1 de areia, respectivamente.

Para a implantação da cultura da cana-de-açúcar (variedade RB855035) foi realizado o preparo convencional do solo (maio/2008), sendo aplicado, e incorporado, a lanço 1,0 t ha

-1 de calcário (PRNT

85%). Na sulcação adubou-se a área com 500 kg ha-1

da fórmula 06-30-24. O plantio foi realizado em junho de 2008, com espaçamento de 1,50 m entre linhas, e desde então a cana vem sendo colhida mecanicamente, crua e em toletes. A condução da cultura no campo foi de acordo com o manejo adotado pela Usina Vale do Paraná S/A Álcool e Açúcar, com adubações de soqueiras (2009 e 2010) à lanço com 500 kg ha

-1 (23-00-15). Foram testados, após o segundo corte da cana, 2 tratamentos: T1 = manutenção,

sobre o solo, de toda a palhada produzida pela cultura durante o ciclo fenológico anterior – 2009/2010 (com palhada - COP) e T2 = remoção total da palhada (sem palhada – SEP). Foram definidas as direções X e Y do sistema de coordenadas cartesianas para o estaqueamento das malhas experimentais, utilizando um nível ótico comum. Na dimensão Y foram alocadas 11 transeções, espaçadas 13 m uma da outra, com 11 pontos amostrais cada, espaçados 10 m, totalizando 121 pontos amostrais em cada malha de 13.000 m

2

(100 x 130 m). Foram pesquisados atributos do solo e da planta, individualmente coletados no entorno de cada ponto

amostral. Os atributos do solo foram a resistência mecânica à penetração (RP), umidade gravimétrica (UG), a densidade do solo (DS) e o estoque de carbono no solo (EC). As amostras de solos foram coletadas nas entrelinhas de plantio, em duas profundidades: (1) 0-0,20 m e (2) 0,20-0,40 m. A RP (MPa) e a UG (kg kg

-1)

foram obtidas pelos mesmos procedimento adotados por Dalchiavon et al. (2011), a DS (kg dm-3

) conforme Montanari et al. (2012) e o EC (t ha

-1), conforme Gatto et al. (2010). Em relação aos atributos da planta,

avaliou-se a produtividade de colmos de cana-de-açúcar (PRO) e a população de plantas (PPM), em seu terceiro corte. A PRO (t ha

-1) foi obtida mediante a pesagem dos colmos colhidos manualmente

(15/07/2011) numa área de 9 m2 (3 x 3 m), sendo duas linhas de 3 m, utilizando balança analítica eletrônico-

digital (+/- 0,05 kg). A PPM (pl. m-1

) foi obtida mediante a contagem dos colmos presentes nos 6 m de colheita (2 linhas x 3 m) e obtenção da respectiva média.

Foi efetuada a análise descritiva dos dados com o Software SAS. Para testar a hipótese da normalidade dos dados, foi utilizado o teste de Shapiro & Wilk (1965) a 5%. A dependência espacial pelo cálculo do semivariograma foi realizada com o Gamma Design Software 7.0 (GS

+, 2004). Na indefinição de

estacionaridade para o atributo, retirou-se a tendência dos dados pela técnica da regressão múltipla polinomial (utilizando as coordenadas x e y), apresentada em Dalchiavon (2010), assim como os critérios de seu ajuste. A análise do avaliador da dependência espacial (ADE) foi conforme proposição de Dalchiavon e Carvalho (2012).





Resultados e Discussão Os atributos da planta, em ambos os tratamentos, apresentaram distribuição de frequência do tipo

normal (Tabelas 1 e 2). Os atributos do solo no manejo COP que apresentaram distribuição de frequência normal foram a RP2, UG1, UG2 e a DS2, assim como para a Rp, Ug e Ds, para ambas as profundidade do solo, no manejo SEP.

Tabela 1. Análise descritiva de atributos da cana-de-açúcar e físicos e estoque de carbono do solo de um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) com palhada

Atributo(a)

Medidas estatísticas descritivas

Média Mediana

Valor

Desvio Padrão

Coeficiente

Probabilidade do teste

(b)

Mínimo Máximo

Variação (%)

Curtose Assimetria Pr<w DF

Atributos da cana-de-açúcar

PRO (t ha-1

) 94,6 94,9 69,3 119,7 11,4 12,0 -0,497 0,072 0,289 NO

PPM (pl. m-1

) 11,5 11,6 7,9 15,8 1,68 14,6 -0,485 -0,067 0,439 NO

Atributos físico-químicos do solo

RP1 (MPa) 0,962 0,925 0,375 1,744 0,315 32,7 -0,852 0,234 0,015 IN

RP2 (MPa) 1,558 1,557 0,710 2,601 0,355 22,8 0,197 0,424 0,088 NO

UG1 (kg kg-1

) 0,146 0,145 0,106 0,194 0,015 10,2 0,575 0,414 0,253 NO

UG2 (kg kg-1

) 0,146 0,146 0,116 0,179 0,012 8,2 0,173 0,136 0,779 NO

DS1 (kg dm-3

) 1,535 1,551 1,256 1,738 0,098 6,4 0,545 -0,678 0,003 IN

DS2 (kg dm-3

) 1,589 1,544 1,326 1,783 0,075 4,7 1,097 -0,130 0,133 NO

EC1 (t ha-1

) 19,9 19,7 11,6 27,8 2,98 15,0 0,042 0,016 0,003 IN

EC2 (t ha-1

) 16,1 16,2 11,6 22,0 2,41 15,0 -0,446 0,088 3.10-4

IN

1

(a)

PRO, PPM, RP, UG, DS e EC são respectivamente a produtividade de colmos por hectare, população de plantas, resistência mecânica à penetração, umidade gravimétrica, densidade do solo e estoque de carbono no solo, nas profundidades de: (1) 0-0,20 e (2) 0,20-0,40 m;

(b) DF = distribuição de frequência, sendo NO e IN respectivamente do tipo normal e indeterminada.

Tabela 2. Análise descritiva de atributos da cana-de-açúcar e físicos e estoque de carbono do solo de um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) sem palhada

Atributo(a)

Medidas estatísticas descritivas

Média Mediana

Valor

Desvio Padrão

Coeficiente

Probabilidade do teste

(b)

Mínimo Máximo

Variação (%)

Curtose Assimetria Pr<w DF

Atributos da cana-de-açúcar

Pro (t ha-1

) 84,9 84,3 59,3 112,0 10,6 12,5 -0,507 0,090 0,449 NO

Ppm (pl. m-1

) 10,6 10,4 7,2 15,0 1,73 16,4 -0,348 0,309 0,174 NO

Atributos físico-químicos do solo

Rp1 (MPa) 1,104 1,076 0,425 2,307 0,367 33,3 0,026 0,475 0,071 NO

Rp2 (MPa) 1,904 1,839 0,515 3,433 0,606 31,8 0,024 0,401 0,066 NO

Ug1 (kg kg-1

) 0,104 0,104 0,081 0,137 0,011 10,8 0,209 0,373 0,112 NO

Ug2 (kg kg-1

) 0,121 0,121 0,092 0,154 0,011 9,5 0,162 0,081 0,958 NO

Ds1 (kg dm-3

) 1,554 1,563 1,357 1,743 0,081 5,2 -0,123 -0,217 0,336 NO

Ds2 (kg dm-3

) 1,610 1,615 1,386 1,831 0,079 4,9 0,276 -0,025 0,845 NO

Ec1 (t ha-1

) 17,7 17,4 12,8 23,2 2,08 11,7 -0,031 0,291 0,002 IN

Ec2 (t ha-1

) 14,6 13,9 9,3 19,7 1,94 13,3 0,291 0,150 7.10-4

IN

1

(a), (b)

Vide Tabela 1. Conforme as Tabelas 1 e 2, a PRO (COP) foi de 94,6 t ha

-1, enquanto que a PRO (SEP) foi de 84,9 t ha

-

1, ambas superiores a produtividade média do estado de São Paulo no ano de 2011, que fora de 83,0 t ha

-1

(CONAB, 2011), bem como superiores às médias regional para cana de terceiro corte (BRAGA, 2011; GIOIA, 2011). Tal produtividade pode ser resultante das condições climáticas durante o ciclo da cultura em campo e da fertilidade do solo, apresentada em sua caracterização inicial. Para os valores presentes de UG (0,104 a 0,146 kg kg

-1), os valores da RP (0,962 a 1,904 MPa) são tidos como baixo e moderado,

respectivamente, não representando restrição ao desenvolvimento radicular da cultura, uma vez que somente valores acima 2,000 MPa representam restrição (ARSHAD et al., 1996). Os valores da DS (1,535 a 1,610 kg dm

-3) denotaram ligeira compactação (OLIVEIRA & MONIZ, 1975). Já o EC (14,6 a 19,9 t ha

-1)

apresentou maior valor em superfície, para ambas as malhas, o que era esperado, uma vez que a principal característica da colheita mecânica e crua é o aumento gradativo da matéria orgânica na superfície do solo.

Para os atributos da planta houve efeito de tratamento (indicado pelo teste F), onde a produtividade no manejo COP foi 11,4% superior ao SEP, da mesma forma em que a PPM foi 9,5% superior. Este comportamento ocorreu devido à manutenção da palhada do cultivo anterior sob a área, o que proporcionou





aumento nos teores de matéria orgânica do solo, quando comparado com a sua caracterização inicial, haja vista toda a sua importância para as características físicas, químicas e biológicas do solo, bem como para a cultura da cana-de-açúcar. Em relação aos atributos do solo, somente a DS1 não apresentou diferença estatística. Ao comparar os dados, ficou comprovado que o COP foi o que melhor se apresentou do ponto de vista da conservação do solo, com reflexo direto sob o desempenho da cultura da cana-de-açúcar, traduzindo-se em maior produtividade e, por consequência, maior retorno econômico ao produtor rural.

Em relação ao desempenho dos semivariogramas simples, analisado pelos respectivos coeficientes de determinação espacial (r

2), estes ficaram entre 0,979 (#Pro) e 0,680 (#EC2), assim como o alcance

geoestatístico esteve entre 59,0 (#Pro) e 22,0 m (RP1 e DS2), e coeficientes angulares (b) da validação cruzada entre 1,000 (#Pro) e 0,384 (DS2), concordando com Gioia (2011) (Tabelas 3 e 4).

Tabela 3. Parâmetros dos semivariogramas e validações cruzadas para os atributos da cana-de-açúcar e físicos e do estoque de carbono de um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) com palhada

Atributo(a)

Parâmetros do ajuste

Modelo(b)

Co Co+C Ao (m)

r2 SQR

(c)

ADE(d)

Validação cruzada

% Classe a b r

γ(h) simples - atributos da planta

PRO exp (168) 1,25.10 1,06.102 30,9 0,875 1,26.10 88,2 MA 6,75 0,926 0,377

PPM exp (179) 2,70.10-1

2,27 25,5 0,951 1,23.10-2

88,1 MA 7,40.10-1

0,931 0,351

γ(h) simples - atributos do solo

RP1 gau (195) 5,00.10-2

8,98.10-2

22,0 0,728 8,83.10-5

44,3 ME 2,10.10-1

0,776 0,261

RP2 gau (101) 7,00.10-2

1,10.10-1

26,0 0,925 6,08.10-5

36,4 BA 5,00.10-2

0,966 0,363

DS2 gau (93) 2,10.10-3

3,50.10-3

22,0 0,717 1,73.10-7

40,3 ME 9,80.10-1

0,384 0,122

#EC1 esf (99) 1,00.10-1

6,66 27,2 0,724 3,42 98,5 MA 0 0,556 0,383

#EC2 gau (97) 2,50 4,82 29,4 0,680 1,17 48,2 ME -1,00.10-1

0,665 0,288

γ(h) cruzados (Planta e solo)

PRO=f(PPM) exp (73) 2,97 8,99 56,4 0,845 2,20 67,0 AL 3,95.10 0,581 0,381

PRO=f(DS2) gau (73) -2,13.10-2

-9,16.10-2

122,8 0,327 1,28.10-2

76,7 AL 4,05.10 0,571 0,355

1

(a) Vide Tabela 1; # trabalhado com o resíduo do atributo; parênteses sucedendo o modelo significa o número de pares no primeiro lag;

(b) exp = exponencial, gau = gaussiano e esf = esférico;

(c) SQR = soma dos quadrados dos resíduos;

(d) ADE = avaliador da

dependência espacial, sendo MA = muito alta, AL = alta, ME = média e BA = baixa.

Tabela 4. Parâmetros dos semivariogramas e validações cruzadas para os atributos da cana-de-açúcar e físicos e do estoque de carbono de um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) sem palhada

Atributo(a)

Parâmetros do ajuste

Modelo(b)

Co Co+C Ao (m)

r2 SQR

(c)

ADE(d)

Validação cruzada

% Classe a b r

γ(h) simples - atributos da planta

#Pro esf (97) 2,71.10 6,87.10 59,0 0,979 2,76.10 60,5 AL 1,10.10-1 1,000 0,530

#Ppm exp (98) 2,70.10-1 2,25 27,3 0,947 2,28.10

-2 88,0 MA -1,06.10

-2 0,536 0,190

γ(h) simples - atributos do solo

Ec1 esf (91) 1,37 3,52 52,7 0,881 3,63.10-1 61,2 AL 2,06 0,884 0,506

γ(h) cruzados (Planta x Solo)

#Pro=f(#Ppm) esf (90) 3,67 8,68 45,5 0,871 1,79 57,7 ME 3,50.10-1 0,665 0,443

1

(a) Vide Tabela 1; # trabalhado com o resíduo do atributo; parênteses sucedendo o modelo significa o número de pares no primeiro lag;

(b), (c), (d) Vide Tabela 3.

Na Figura 1a no manejo COP observa-se que nos sentidos norte-sul, leste-oeste (travessões centrais) e

nas regiões sudeste e nordeste, ocorreram os maiores valores da PRO (94,2-109,3 t ha-1

). Nas demais regiões ocorreram seus mais baixos valores (73,9-89,1 t ha

-1), indicando manchas de produtividades

variadas, associadas à variabilidade espacial do solo, corroborando o que já havia sido constatado por Dalchiavon et al. (2011) e Dalchiavon & Carvalho (2012), os quais trabalharam com o mapeamento da produtividade vegetal. Para as regiões com os maiores valores, supracitados, foram observadas semelhanças diretas com o mapa da PPM (Figura 1b), onde seus valores variaram entre 11,2 e 13,1 pl. m

-1,

ao passo que nas demais regiões do mapa, ocorreram os menores valores da PPM (8,6-10,5 pl. m-1

). Em relação à DS2, semelhanças inversas foram constatadas com o mapa da PRO (Figura 1a,c), cujas regiões com menores valores para DS2 (1,530-1,579 kg dm

-3) propiciaram as maiores PRO. Em contrapartida,

regiões com DS2 elevadas (1,595-1,644 kg dm-3

) refletiram em menores PRO. Esta verificação indicou a presença de compactação do solo em subsuperficie (0,20-0,40 m), sugerindo a sua descompactação, almejando a elevação da produtividade da cana-de-açúcar.





Figura 1. Mapas de krigagem e cokrigagem de atributos da cana-de-açúcar e da DS2 de um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) com palhada

1

a) b)

d) e)

c)

Figura 1. Mapas de krigagem e cokrigagem de atributos da cana-de-açúcar e da DS2 de um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) com palhada

Na Figura 2a no manejo SEP verifica-se que as maiores £Pro (87,5-100,2 t ha

-1) ocorreram nos sentidos

noroeste-sudoeste e sudoeste-sudeste. Nas demais regiões ocorreram as menores £Pro (71,0-83,5 t ha-1

). Para as regiões de maiores valores também foram observadas relações diretas com o mapa da £Ppm (Figura 2a,b), que, por sua vez, ficou entre 10,7 e 12,9 pl. m

-1, ao passo que nas demais regiões, ocorreram

as menores £Ppm (7,9-10,0 pl. m-1

) e, por conseguinte, as menores £Pro.

Figura 2. Mapas (co)krigagem de atributos da cana-de-açúcar em um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) sem palhada

1

a) b)

c)

Figura 2. Mapas (co)krigagem de atributos da cana-de-açúcar em um Argissolo Vermelho eutrófico de Rubinéia (SP) sem palhada

As cokrigagens PRO=f(PPM), PRO=f(DS2) e #Pro=f(#Ppm), indicadas nas Tabelas 3 e 4 e nas Figuras 1

e 2, apresentaram r2 entre 0,871 e 0,327, assim como o b das validações cruzadas entre 0,665 e 0,571.

Portanto, o melhor ajuste no manejo COP, atestado pelos coeficientes citados, foi a cokrigagem PRO=f(PPM), ficando de acordo com Braga (2011), que também verificou tal fato. Face ao exposto, visando ao aumento da produtividade da cana-de-açúcar (variedade RB855035), devem ser envidados esforços





para que, de maneira geral e independentemente do manejo utilizado na área pesquisada, a população de plantas tenha valores superiores a 11 plantas por metro, assim como valores de densidade do solo (0,20-0,40 m) inferiores a 1,579 kg dm

-3.

Conclusão A população de plantas foi o atributo que melhor explicou a produtividade da cana-de-açúcar. Contudo, a

densidade (0,20-0,40 m) do tratamento com palhada, foi o único atributo do solo que apresentou correlação espacial com a referida produtividade. O tratamento com palhada foi o que possibilitou os melhores resultados, no que diz respeito aos atributos pesquisados.

Agradecimentos Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela

concessão de bolsa de doutorado ao primeiro autor, e à Usina Vale do Paraná S/A Álcool e Açúcar, pelo apoio e oportunidade de realização desta pesquisa.

Referências

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