ii guerra mundial

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Uma sugestão de leitura em férias. Para dias grandes, grandes obras...

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Page 1: II Guerra Mundial

Sopa de Letras

A Segunda Guerra Mundial

Comemoraram-se no passado

mês de Setembro, 70 anos

sobre o início da Segunda

Guerra Mundial, pelo que a

Folha propõe uma leitura

mais atenta sobre esse

enorme conflito bélico

através da obra ‘A Segunda

Guerra Mundial’, escrita pelo

historiador inglês Martin

Gilbert. Este livro foi escrito

para as comemorações do

quinquagésimo aniversário do

início da guerra, mas foi agora

reeditado pela chancela da

editora D. Quixote.

O volume tem início na

invasão da Polónia a 1 de

Setembro de 1939,

escrevendo o autor que “a

Segunda Guerra Mundial

conta-se entre os conflitos

mais devastadores da história

da humanidade: mais de trinta milhões de militares e civis pereceram, muitos deles em

circunstâncias de uma crueldade prolongada e terrível. Nos 2174 dias de guerra, que

decorreram entre o ataque da Alemanha à Polónia em Setembro de 1939 e a rendição

do Japão em Agosto de 1945, a esmagadora maioria dos que morreram, quer na frente

de batalha quer na retaguarda, tinham nomes e rostos obscuros, excepto para as

poucas pessoas que os conheciam ou os amavam (…). Não foram apenas quarenta e

seis milhões de vidas que foram aniquiladas, mas a vida e a vitalidade vibrantes que

elas tinham recebido como herança e poderiam ter legado aos seus descendentes:

uma herança de trabalho e de alegria, de luta e criatividade, de saber, de esperanças e

felicidade que ninguém viria a receber ou a transmitir”.

Page 2: II Guerra Mundial

É exactamente este retrato de destruição, de vingança e muitas vezes de selvajaria que

o livro revela, através de um minucioso trabalho de pesquisa, que pretende sempre

quantificar o número de mortos que qualquer conflito entre as tropas alemãs e os

aliados e os resistentes fizeram.

A resistência britânica, com Winston Churchill a comandar as tropas, teve um papel

decisivo na reconquista europeia, mesmo depois de Hitler dominar em mais de

metade do continente europeu, sendo revelada em todo o seu vigor, e nunca cedendo

para a ameaça totalitária. Mas é com a entrada em acção dos Estados Unidos que o

pendor da vitória na Europa é substancialmente alterado. De salientar que este relato

de guerra mostra as tropas britânicas a combater desde o Mediterrâneo à União

Soviética e ao Médio Oriente. Em praticamente todas as frentes de batalha contra a

Alemanha estavam soldados britânicos.

O ataque japonês a Pearl Harbour veio obrigar os Estados Unidos a entrar na guerra de

uma forma global, atacando não só as posições japonesas no Pacífico, como as

posições alemãs na Europa. Devido a não terem sofrido ataques em solo continental, a

capacidade de produção de armamento não foi afectada nos Estados Unidos, o que

constituiu um factor decisivo para a vitória final.

Outro dos aspectos revelados no livro é o holocausto contra os judeus, perpetuado

durante todo o tempo de guerra pelos alemães. “A morte era a «Solução final», por

oposição às outras «soluções», a emigração ou os trabalhos forçados”. O autor refere

o diário de Goebbels, onde este registou, “O Führer exprimiu uma vez mais a sua

determinação em expurgar a Europa de judeus”.

Todas as grandes batalhas estão referidas no livro, com destaque para Estalinegrado

que travou a invasão soviética por parte dos alemães, sendo referido que “o heroísmo

dos defensores da cidade viria a ser uma página de glória da história soviética”.

Também a guerra no oceano Pacífico é descrita com o máximo de pormenores e

fazendo sempre que possível uma ligação aos homens que mais tarde ocuparam

cargos de relevo na política americana, como John Kennedy e George Bush que foram

presidentes.

A parte final revela a forma como os países do Eixo, principalmente a Alemanha e o

Japão venderam cara a derrota, mas esta era inevitável. A partir do desembarque na

Normadia, o exército alemão já não tinha capacidade de resposta. Varsóvia foi a última

resistência alemã fora do seu território, mas os dados estavam lançados, apesar de a

luta ser palmo a palmo.

Nos últimos capítulos o autor tira as conclusões deste conflito que marcou

decisivamente a forma como a Europa se reconstruiu. De um lado a influência

soviética que haveria de durar até 1989, e do outro lado, a influência americana e

britânica.

Page 3: II Guerra Mundial

Mas aquilo a que o autor dá mais destaque é a perda de vida que o conflito originou ,

frisando que “o maior caso interminável da Segunda Guerra Mundial é a dor humana”.

A.M. Santos Nabo

Abril 2010