ii encontro nacional dos agentes locais de inovação

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Evento promovido pelo Sebrae Nacional foi realizado em julho de 2011, em Porto de Galinhas, Pernambuco

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Plano Mídia Comunicaçã[email protected](61) 3244 3066/67 e 9216 5879

EditorAbnor Gondim TextosVanessa Simas, Raíssa Manso, Cristina Ávilae Valtemir Rodrigues

Expediente Institucional

Expediente editorial Coordernação

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões Diretor-Presidente: Luiz Barretto Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos SantosDiretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos Gerente da Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia: Enio Pinto Gerente da Universidade Corporativa SEBRAE: Alzira de Fátima Vieira

Desenvolvimento de Conteúdos e Metodologia: Mara Bauer e Mônica Caribé (Universidade Corporativa SEBRAE) Coordenação do Encontro: Marcus Vinicius Bezerra e Hugo Roth Cardoso (Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia) / Mara Bauer e Mônica Caribé (Universidade Corporativa SEBRAE) Apoio: Jane Costa e Eliane Maria de Santanna (Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia) / Elias Alexandre Santos (Universidade Corporativa SEBRAE)

SebraeSGAS 604/605 – Módulos 30 e 31 – Asa Sul – Brasília, Distrito Federal – CEP: 70.200-645 Telefone: (61) 3348 7100www.sebrae.com.br Central de Relacionamento0800 570 0800 Universidade Corporativa SEBRAEhttp://www.uc.sebrae.com.br

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

Distribuição gratuita.

Projeto Gráfico/DiagramaçãoDaniel Ribeiro Vídeos (edição)Elias Marinho e Vinicius Di Luna Produção Gilmara Vieira

RevisãoEliana Silva

FotosRodrigo Moreira/Sebrae-PE e Agência Sebrae de Notícias

SupervisãoMara Bauer e Mônica Caribé (Universidade Corporativa SEBRAE)

II Encontro Nacionaldos Agentes Locaisde Inovação

DA TEORIA À PRÁTICA

Porto de Galinhas – Pernambuco – 2011

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Sumário

Inovar para melhorar a competitividade das pequenas empresas .................................................................4

Agentes devem estar conectados com as novas tecnologias ........................................................................8

Caçadores da Inovação encontram “tesouros ocultos” nas empresas .........................................................10

Soluções oferecem aprendizagem continuada .............................................................................................14

Casos de sucesso atestam o êxito das ações inovadoras ...........................................................................20

Normas técnicas são diferenciais de Inovação............................................................................................. 26

Sebrae e ABNT vão capacitar Agentes de Inovação ....................................................................................28

Agentes locais recebem capacitação do Inmetro .........................................................................................30

ANPEI apresenta ferramentas para motivar empreendedores .....................................................................32

Mensuração do Grau de Inovação nas empresas identifica oportunidades .................................................34

Ideias para fortalecer o Programa ALI ..........................................................................................................36

Agentes têm que produzir o salto das empresas em dois anos ...................................................................40

ALIs vão ajudar a mudar o perfil da Inovação no País .................................................................................44

ALIs recebem prêmio por participação no Facebook ...................................................................................48

Programa Sebrae Mais oferece oito soluções para qualificar .......................................................................50

Circuito coloca em prática a Inovação e a Sustentabilidade ........................................................................52

Da Antiguidade aos tempos da informação online .......................................................................................58

Evento nacional conta com aprovação superior a 80% .................................................................................62

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Disseminar a Inovação para tornar as pequenas empresas do Brasil mais competitivas em um mercado cada vez mais globalizado. Aí está a principal missão de jovens profissionais capacitados pelo Se-brae para oferecer ideias inovadoras aos empresários. Esse desafio foi destacado durante a abertura do II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação (ALIs), promovido, de 13 a 15 de julho de 2011, em Porto de Galinhas, Pernambuco.

“O tema Inovação é fundamental hoje, não só para as pequenas empresas, mas para o Brasil se tornar mais competitivo num mercado cada vez mais globalizado”, destacou o presidente do Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barretto, ao saudar os 395 ALIs em atividade no País em 21 Estados e no Dis-trito Federal. “É necessário incluir na agenda do País e das empresas o tema da Inovação”, complementou.

Barretto anunciou que o Sebrae vai investir, até 2013, cerca de R$ 780 milhões na área de Tecnologia e Inovação. E planeja atingir, até 2012, a marca de 1.000 profissionais capacitados pelo Programa ALI, criado em 2008. Neste ano, a experiência passou a contar com a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos humanos.

A ampliação do programa visa atingir os Estados de São Paulo e Minas Gerais, disse o presidente do Sebrae. Há 55 ALIs em processo

Abertura

Inovar para melhorara competitividade daspequenas empresas

Dirigentes do Sebrae e do CNPq destacam a missão dos Agentes Locais de Inovação (ALIs) para tornar o Brasil mais competitivo em um mercado globalizado

É necessário incluir na agenda do País e das empresas o tema da Inovação.

Luiz Barretto, presidente do Sebrae Nacional

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de capacitação em Mato Grosso, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. Ao todo, 333 ALIs par-

ticiparam do evento, além de 25 coordenadores estaduais, entre gerentes, gestores de escritórios regionais e consultores seniores do Programa ALI.

O presidente do Sebrae tam-bém sublinhou a importância desses jovens graduados com até três anos de formação, di-vulgando o Sebrae junto às pe-quenas empresas. “Vocês, ALIs, são fundamentais não só para fazer consultoria, mas para es-tabelecer uma relação de fideli-

zação com as nossas empresas, entender o seu desenvolvimento empresarial e para distribuir os nossos produtos”, pontuou, re-ferindo-se ao SebraeTec e ao Se-brae Mais, dirigidos a pequenas empresas consolidadas e com potencial para crescer.

Foco na realidade

Ao falar para os ALIs, o supe-rintendente do Sebrae em Per-nambuco, Roberto Castelo Bran-co, recomendou também que a Inovação deve andar junto com a gestão do negócio. Para ele, inovar deve priorizar mudanças simples e úteis. “Não adianta

Luiz Barretto: ALIs são distribuidores de produtos do Sebrae para pequenas empresas

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apresentar ações inovadoras, revolucionárias, se o empresário não tiver como aproveitá-las em sua realidade”, alertou.

De acordo com o superin-tendente, o evento nacional dos ALIs oferece a oportunidade de trabalhar o tema Inovação em sentido mais amplo. O encontro deve propiciar, disse ele, o apro-veitamento da troca de experi-ências para melhor rendimento

Castelo Branco: Inovação deve priorizar mudanças simples e úteis para os empresários

O diretor afirmou que o CNPq tem interesse em aumen-tar a parceria com o Sebrae no Programa ALI para garantir qua-lificação de um número maior de agentes. Segundo ele, um dos fatores que coloca o Brasil no ca-minho certo da sustentabilidade é a participação dos ALIs na de-flagração dos processos de Ino-vação, garantindo, assim, maior competitividade às pequenas empresas.

“Faz parte da missão do CNPq apoiar iniciativas na área de Inovação e Tecnologia. Va-mos sempre fazer parcerias para que consigamos, dentro de um prazo razoável, atender aos an-seios da população”, afirmou.

Abertura

dos próprios ALIs. “Experiências são fundamentais para ampliar a visão de mundo. Assim é possí-vel ganhar em competitividade e produtividade”, afirmou.

Bolsistas do CNPq

Durante a abertura do even-to, foi também destacada a con-tratação dos ALIs como bolsistas do CNPq. Por isso, eles contam com o apoio de consultores se-niores que funcionam como tu-tores para acompanhar o aten-dimento às pequenas empresas, conforme destacou o diretor de Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais do CNPq, Guilherme de Azevedo Melo.

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sionais de instituições parceiras, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a As-sociação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) e o Institu-to Nacional de Metrologia, Nor-malização e Qualidade Industrial (Inmetro). O jogo educacional foi desenvolvido em parceria com a empresa Sábia Experience Tecnologia S.A. e as dinâmicas foram conduzidas por colabora-dores internos do Sebrae e por consultores da instituição.

O II Encontro foi desenvol-vido e coordenado pela Uni-versidade Corporativa SEBRAE (UCSEBRAE) em parceria com a Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia (UAIT), do Sebrae Nacional.

ALIs foramrecebidoscom frevoe maracatuantes de iniciardiversas atividades decapacitação

Nova profissão

“É mais que uma parceria”, reforçou, em seguida, o diretor--Técnico do Sebrae, Carlos Al-berto dos Santos. “É uma nova forma de atuação no ambiente urbano relacionada com Inova-ção e Tecnologia. Nós estamos criando, de fato, uma profissão. Isso muda a história do País”.

Ao chegar ao local do evento, os ALIs foram recebidos ao som de frevo e maracatu. Depois da abertura, mergulharam em uma série de atividades de capacita-ção, a exemplo de palestras, jo-gos e dinâmicas desenvolvidas para promover o aprendizado e a troca de experiências.

As palestras foram ministra-das por especialistas e profis-

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Os Agentes Locais de Inovação (ALIs) devem estar conectados com as novas tecnologias simples, baratas e eficientes porque elas mudam não só o processo produtivo das empresas como a forma de se fazer negó-cios no Século XXI. Foi o que recomendou o diretor-Técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, durante a abertura do II Encontro Nacional dos ALIs. A ele está vinculada a Unidade de Acesso a Tecnolo-gia e Inovação, que desenvolve o Programa ALI.

“Até então, as tecnologias que eram incorporadas à gestão, à pro-dução visavam muito a redução de custos, o aumento da produtivida-de e, naturalmente, a redução do esforço físico”, historiou o diretor--Ténico do Sebrae. “Hoje, as novas tecnologias não só aumentam a produtividade e aproximam as pessoas, como mudam a forma de se viver, a forma de se fazer negócios. Isso muda tudo. E essa é a grande novidade do Século XXI”.

Para Carlos Alberto, as novas e simples tecnologias devem ser usadas intensamente pelos ALIs. Um exemplo dado por ele quanto ao bom uso das novas tecnologias é a forte atuação dos ALIs na rede social do Facebook. Por meio de um grupo de discussão, trocam experiências em gestão, conhecimento, sem custo adicional e 24 horas por dia online.

O diretor atribuiu o sucesso do grupo de discussão ao engajamento dos ALIs. “Os Agentes Locais de Inovação estão nessa fronteira, com mecanismos extremamente baratos, extremamente eficientes, de co-municação, de interlocução, de gestão do conhecimento. Nós temos muito orgulho disso, porque estamos fazendo aqui no Brasil o que se faz de mais avançado em qualquer país do mundo”.

Século XXI

Agentes devem estar conectados com as novas tecnologias

A recomendação foi dada pelo diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, ao destacar a participação dos ALIs no grupo de discussão criado no Facebook

Hoje, as novas tecnologias mudam a forma de se fazer negócios.

Carlos Alberto dos Santos, diretor-Técnico do Sebrae

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Capacitação

Ao classificar o encontro como um sucesso, o diretor comentou que o Programa ALI está mudan-do a realidade de vários jovens. “Estamos criando uma nova cate-goria profissional ao incentivarmos e capacitarmos Agentes Locais de Inovação”.

Nas palavras de Carlos Alberto, a exemplo de países avançados, a instituição está investindo forte-mente na formação desses jovens para atendimento direto às empre-sas de pequeno porte. Os ALIs têm papel preponderante na transfor-mação dos pequenos negócios, ao levarem soluções que aumentam a competitividade das empresas, para satisfazer consumidores cada vez mais exigentes, bem informa-dos e seletivos, destacou.

“São profissionais que se tor-nam bolsistas do CNPq e contam com apoio de tutores para acompa-

nhar o atendimento às empresas de pequeno porte, gerando o conteú-do necessário ao trabalho científico a ser apresentado ao final de até dois anos de atuação”, explicou.

Desafio da competição

Segundo o diretor, o Sebrae está especialmente voltado para enfrentar e superar o desafio da competição cada vez mais acirra-da, entre produtos e serviços na-cionais e estrangeiros, no próprio mercado brasileiro.

“E vamos avançar nesse proces-so, que garante uma experiência singular a esses jovens profissio-nais, uma vez que têm oportuni-dade de conhecer mais de perto a realidade e a necessidade dos pequenos negócios e de buscar soluções junto às instituições de ci-ência e tecnologia para aprimorar o processo produtivo das empresas atendidas”, observou o diretor.

Carlos Alberto: o Brasil está fazendo o que se faz de mais avançado no mundo

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Agentes Locais de Inovação (ALIs) são “caçadores de tesouros ocul-tos” de Inovação nas micro e pequenas empresas (MPEs). A compa-ração foi feita, na primeira palestra do II Encontro Nacional de ALIs,pelo consultor de cenários e gestão estratégica Cláudio Marinho. Como secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, de 1999 a 2006, ele foi responsável no Governo de Pernambuco pelo Porto Digital (www.portodigital.org), um dos maiores polos de empresas de Tecnologia da Informação (TI). Com o tema “A Inovação é o instrumento específico do empreen-dedorismo”, Marinho apontou que o papel dos ALIs é fundamental para atuar na Inovação organizacional. Assim, por meio da obser-vação, eles podem alterar positivamente a forma como as empresas produzem e colocam seus produtos no mercado. Para ele, inovar é fazer diferente, ganhar dinheiro e mercado com isso. “Inovar para ganhar competitividade e ter desenvolvimento sustentável”, res-saltou.

Classe média

Na avaliação de Marinho, a nova geoeconomia mundial destaca o Brasil como um país de classe média entre os demais países emer-gentes do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Precisamos desenvolver ações locais e globais para os mais emer-gentes dos emergentes, a nova classe média do País”, acentuou.

Experiências

Caçadores da Inovação encontram “tesouros ocultos” nas empresas

Cláudio Marinho, consultor de cenários e gestão estratégica, destaca a importância de ganhar mercado e dinheiro com produtos inovadores

O posicionamento estratégico [de uma empresa, de uma região] tem a ver com ser diferente.

Michel Porter, no livro “O que é estratégia?”

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“Os desafios do desen-volvimento num mundo em transformação são desafios de regiões que competem entre si”, comentou o especialista, ao alertar sobre a necessidade de sair do lugar-comum. “As em-presas têm de correr em busca do novo, do diferente, de novos mercados”, destacou.

Na sua palestra, o consul-tor fez menção a uma frase do Michel Porter, professor da Harvard Business School, com interesse nas áreas de Adminis-tração e Economia. É autor de diversos livros sobre estratégias de competitividade.

“O posicionamento estraté-

gico [de uma empresa, de uma região] tem a ver com ser di-ferente. Significa escolher de-liberadamente um conjunto diferente de atividades para de-senvolver uma combinação úni-ca de valores”, escreveu Porter no livro “O que é estratégia?”, de 1996.

Empreendedorismo

Nessa linha, disse ele, a Ino-vação anda junto ao empreen-dedorismo. Um sendo instru-mento específico para o outro. Cenário que coloca os ALIs como aqueles que vão criar a ponte para que os empresários

Cláudio Marinho: Inovar para terdesenvolvimento sustentável

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Marinho: a Inovação não é algo restrito à tecnologia dura e ao universo acadêmico, mas sim um instrumento do empreendedorismo

Experiências

convertam material em recursos e esses em novas e mais produ-tivas configurações.

Desmistificação

Outro ponto destacado por Marinho, na sua palestra, foi a ação que o Sebrae vem ao longo dos anos desempenhando para desmistificar a Inovação como algo restrito à tecnologia dura e ao universo acadêmico. Assim, cada dono de empresa, possui-dor de uma boa ideia, pode al-terar seus processos produtivos.

Citando a diretoria de Tecno-logia da Xerox, Marinho apon-tou que o grande resultado econômico proveniente da Ino-vação deve ser a satisfação dos

consumidores-clientes. “Caso você inove e o resultado não for algo que beneficie o consu-midor, então não é Inovação”, diferenciou.

Ele chamou atenção para o trabalho feito por Charles Ed-quist, pesquisador de Gestão da Inovação na Universidade de Lun, da Suécia. Em uma de suas publicações, no início de 2000, já tratava a inovação de produtos associada a processos. Para Ma-rinho, naquela época, o cenário brasileiro estava enviesado para a inovação de produtos. “Hoje a relação que fazemos é colocar a inovação de produtos e de ne-gócios em um mesmo patamar. Isso já é uma conquista”, come-morou.

Ainda em um dos livros co-mentados, o palestrante des-tacou que empreendedores bem-sucedidos têm objetivos ousados e abordou os modelos de negócios abertos. Segundo Marinho, a curiosidade é ele-mento fundamental para inovar.

“Tesouros”

Dias antes do encontro, Ma-rinho fez um trabalho com o grupo dos ALIs pela rede social Facebook para identificar casos interessantes e diferenciados de empresas atendidas pelo pro-grama. Durante a palestra, ele procurou relacionar os casos ci-tados pelos ALIs com o roteiro para a descoberta dos “tesouros ocultos” das empresas, traçado no livro “Innovacion and Entre-

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preneurship” (Inovação e Em-preendedorismo), do filósofo e economista de origem austríaca Peter Drucker (1909-2005). Confira os “tesouros” desco-bertos pelos seguintes ALIs: Wedson Bezerra Pereira

A Terraço dos Salgados iria fechar. Viu o ALI como pre-sente de Deus. Aumentou mix de 5 para 25 produtos. Fatura-mento cresceu mais de 70%. Rafael Sanches

Empresa faz conversão de motores Diesel em gás, com o metano coletado em granjas. Rodrigo de Barros

Pousada rural possui pro-grama de carbono zero. Cada hospedagem conver-te-se em árvore plantada. Paulo Marcel

A Sabor Amaz criou o Sal Vegetal, com 97% me-nos sódio que o sal comum. Madsom Pereira

Empresa de mármore usa máquina de garimpo para transformar resíduos em pedrinhas que podem ser usadas em jardim e como brita.

Élon RufinoEdu Autoportas leva sua ofi-

cina móvel para reparar vidros elétricos e trancas onde o cliente deseja ser atendido.

Rebeca LucenaRestaurante utiliza óleo ve-

getal da Palma, planta forrageira nordestina. Produto tem menor custo e é mais saudável.

Talita de CastroRestaurante utiliza alimentos

orgânicos e pretende educar a população sobre conceitos sus-tentáveis.

Pryscilla Lira dos AnjosEmpresário aplica 5S em sua

produção e revela crescer 50% ao ano em seu faturamento.

Sílvio Ricardo SilvaA Mix Academia aumentou o

número de alunos de 525 para 640, explorando os horários ociosos e de menor pico com promoções pontuais.

Bruno Felipe Melo SilvaFuncionários desmotivados

por dívidas pessoais. Solução? Consultoria Financeira. Resulta-do? Funcionários felizes, empre-sa lucrando.

Sara CassianoRedução de custos com ener-

gia solar em oficina mecânica. Regina Alves Feitoza

Empresa fez lajes com pla-cas de isopor. Duas empresas de confecção fecham parceria para aumentar vendas e melhorar produções.

Thathay MonteiroEmpresa faz roupa exclusiva

em 30 minutos. Que tal a exclu-sividade no estilo The Flash?

Kahena NogueiraEmpresária sem recursos fi-

nanceiros para compra de mó-veis fabricou estandes para ex-posição de seus produtos a partir de madeiras inutilizadas.

Kênia CristinaEmpresária cria kit de panos

de banheiro utilizando toalhas de segunda. Atualmente, esse produto é o carro-chefe do em-preendimento.

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“A capacidade de aprender é uma das melhores competências du-ráveis.”

“Os conhecimentos específicos se tornam perecíveis muito rápido.” Em um slide, o diretor de Administração e Finanças do Sebrae

Nacional, José Claudio dos Santos, usou essas expressões para in-troduzir a missão e as seis soluções trabalhadas pela Universidade Corporativa SEBRAE para os ALIs, durante a abertura do II Encontro Nacional de Agentes Locais de Inovação. E, em seguida, com outro slide, sintetizou:

“A única constante é a mudança.”

Com o tema “A Era do Conhecimento – As transformações que impactam a sociedade”, o diretor ressaltou a necessidade de aprendi-zagem continuada. Em detalhes, tocou na questão da velocidade das informações. Segundo ele, depois de o mundo ter levado 250 anos para duplicar o conhecimento, esse fenômeno passou a acontecer a cada 18 meses desde 1994 e, a partir de 2020, ocorrerá a cada 73 dias.

“Isso significa que, se nós ficarmos mais de 60 dias afastados dos meios, das organizações – seja lá por qual motivo –, corremos o risco de ficar obsoletos ou desatualizados”, alertou.

Para ele, o número mostra que todo indivíduo passa a ser agora um aprendiz permanente, precisando estar sempre aprendendo e re-aprendendo.

Universidade SEBRAE

Soluções oferecem aprendizagem continuada

Diretor de Administração e Finanças do Sebrae aponta que a instituição conta com estrutura de educação para subsidiar os ALIs no atendimento às pequenas empresas

Estamos vivendo uma era de mudanças constantes, onde a única certeza que se tem é de que tudo vai mudar.

José Claudio dos Santos, diretor de Administração e

Finanças do Sebrae Nacional

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“Estamos vivendo uma era de mudanças constantes, onde a única certeza que se tem é de que tudo vai mudar. A realidade hoje é a do aumento considerá-vel da concorrência e da com-petição globalizada. O conheci-mento torna-se uma obrigação, não mais um diferencial”.

Guerra de talentos

De acordo com José Clau-dio, os Agentes Locais de Ino-vação devem estar atentos a todas essas mudanças e bus-car preparar-se para encarar a guerra por talentos. Ele acre-dita ainda que o contexto eco-

nômico atual exige profissio-nais com múltiplas afinidades em diversas áreas de atuação.

Nesse contexto, o diretor do Sebrae apresentou aos ALIs a existência de duas alternativas profissionais: “Ou se prepara para fazer parte do mundo cor-porativo das organizações; ou se transforma num empreendedor com uma empresa competitiva de acordo com essa nova ordem econômica”.

Em qualquer desses cami-nhos, eles contarão com o apoio da Universidade Corporativa SE-BRAE, cuja missão institucional é: “Promover ações educacio-nais para o desenvolvimento de

José Claudio listou cursos online e presenciais para assegurar o auto-aprendizado aos colaboradores

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Diretor do Sebrae: tecnologia obriga os profissionais a dominar mais informações

Universidade Sebrae

competências dos colaboradores internos e externos, contribuin-do para o alcance dos resultados do Sebrae junto às micro e pe-quenas empresas.”

No novo mercado de traba-lho, os jovens crescem cercados por tecnologia, apontou o dire-tor. “Quando um jogo ou uma etapa acaba, um outro começa. Isso obriga os profissionais a se-rem simplesmente os melhores naquilo que se propõem a fazer e, cada vez mais, precisam do-minar informações que vão além de suas funções”, aconselhou.

Por isso, avaliou, pessoas emocionalmente inteligentes, capacitadas, com grande nível de especialização, estão domi-

nando o mercado de trabalho.

Autoaprendizado e cursos presenciais

O autoaprendizado é uma das metodologias oferecidas pela Universidade Corporativa do Se-brae como referência nacional em educação empreendedora para os ALIs, especialmente em relação ao universo das micro e pequenas empresas brasileiras.

“Nossa proposta é que o alu-no se torne o agente principal e responsável pelo seu desenvol-vimento. Para isso, temos inú-meras ferramentas presenciais e online”, detalhou.

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Se a opção for online, os agentes poderão seguir por tri-lhas de aprendizagem – cami-nhos alternativos que podem ser trilhados na busca do conheci-mento relevante para a atuação do ALI (artigos online, manuais, políticas, procedimentos, dicas online, livros, palestras online, desafios investigativos).

Há também cursos virtuais de Formação Social e Política do Brasil, Economia aplicada as MPEs, Intraempreendedorismo e Inovação nas organizações, Desenvolvimento e Formação de Lideranças, dentre outros.

“A UCSEBRAE oferece múl-tiplas formas de aprender. Os alunos são estimulados a com-partilhar suas percepções por meio de diversas ferramentas colaborativas, chats, comuni-dades virtuais, encontros pre-senciais e trabalho em grupo”, apontou o diretor.

O poder do network

Na visão de José Claudio, os agentes que participam da Uni-versidade Corporativa possuem larga vantagem na guerra por ta-lentos que ocorre no competitivo mercado de trabalho. Somado a isso, os ALIs ainda contam com um grande network de contatos que compõe o Sistema Sebrae. Atualmente, o Sistema é consti-tuído por mais de 5.000 funcio-nários, cerca de 8.000 instruto-

res e consultores, 10 milhões de clientes informais e 6 milhões de micro e pequenas empresas. Ainda conta com 2.800 organi-zações parceiras.

“Imagine o potencial dessas relações em uma rede que tem necessidade de inovar. E que já está promovendo a Inovação neste País”, atestou ele. E con-clui: “A Inovação é o tesouro das MPEs. E os ALIs são os tesouros da Inovação”.

Novo desafio

Dessa forma, assinalou o di-retor, a utilização da informação como vantagem competitiva passa a ser o grande desafio das empresas. Nesse sentido, a in-teligência competitiva torna-se fundamental para uma organi-zação. Mas, para isso, ela deve estar alinhada à estratégia do negócio. Deve estar relacionada a uma ação no presente com vis-tas em vantagens no futuro.

“Nós temos um exército de ALIs indo para dentro das em-presas para identificar e conhe-cer as necessidades dos clientes. Assim, podemos propor ações de transformação nas áreas de tec-nologia da informação e conhe-cimento que impactarão a socie-dade”, enfatizou. E concluiu: “As empresas, por sua vez, precisam ser mais inovadoras, com mais senso de urgência, agilidade em seus processos e eficiência”.

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Universidade Sebrae

A Universidade Corporativa SEBRAE oferece seis soluções para a capacitação dos ALIs, incluindo Eventos. São as seguintes:

Gestão do Conhecimento

Organização de todo con-teúdo relativo à participação dos ALIs no ambiente virtual de aprendizagem da UCSEBRAE, incluindo o desenvolvimento de monografias – parceria com o CNPq.

Jogos

São atividades educacionais lúdicas para apoiar o programa de capacitação dos ALIs. Em 2011 foi desenvolvido o Circuito interativo customizado com cin-co atividades nos temas Inova-

ção, Sustentabilidade e Soluções Sebrae. Participaram dessa ativi-dade 330 ALIs.

Trilhas de Aprendizagem

Caminhos alternativos que podem ser trilhados na busca do conhecimento relevante para a atuação do ALI (artigos online, manuais, políticas, procedimen-tos, dicas online, livros, palestras online, desafios investigativos):

Trilha 1: SEBRAE e as Micro e Pequenas Empresas (MPEs)

Trilha 2: Institucional SE-BRAE.

Disciplinas online

Oito cursos online (opcio-nais): carga entre 10 a 40 horas, a distância, dentro do ambiente

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virtual de aprendizagem da UC-SEBRAE. Visam a formação em temáticas relacionadas àS MPEs: • Formação Social e Política do

Brasil • O Sebrae e as MPEs • Economia Aplicada às MPEs • Intraempreendedorismo e Inovação nas organizações• Gestão de Projetos - GEOR • Desenvolvimento e Formação

de Lideranças • Referenciais de Educação SEBRAE• Referenciais de Tutoria SEBRAE.

Capacitação Presencial

Formação Básica Presencial: curso com carga horária de 198 horas, focado no desenvolvi-mento de competências que in-tegram as dimensões do desen-volvimento humano: aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a ser e a conviver.

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Vamos usar a pedagogia do exemplo para que vocês possam observar os caminhos.

Enio Pinto, gerente de Acesso a Inovação e

Tecnologia do Sebrae

Bons exemplos são excelentes opções para capacitar multiplicadores de conhecimento. Tal estratégia foi usada pelo gerente Enio Pinto, da Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia (UAIT), do Sebrae Nacional, ao expor os resultados alcançados pelo Programa ALI com a apresentação de quatro casos de sucesso.

“Vamos usar a pedagogia do exemplo, a educação pela afini-dade para que vocês possam observar os caminhos, as soluções, os insights [percepções] desses quatro casos que serão apresentados para que a gente possa fazer coisa similar, reproduzindo isso no seu trabalho, no seu dia a dia, no seu Estado”, argumentou o gerente, no II Encontro Nacional de Agentes Locais de Inovação.

As quatro experiências exitosas selecionadas mostram que a atuação dos ALIs pode significar avanços em produtividade, qualida-de e sustentabilidade. São as seguintes:

Produtos de gestantes delivery

Bons negócios surgem de bons observadores. Foi assim que a em-presária Carolina Cordeiro teve lucro certo ao aproveitar a inexistên-cia de lojas especializadas no segmento gestante e pós-parto, em Rio Branco, capital do Acre.

Com o apoio da Agente Local de Inovação Marislene Vidigal, a empresa Cheia de Vida inovou com serviços diferenciados. Hoje o atendimento às mamães é feito em domicílio ou no hospital. “O Pro-

Resultados

Casos de sucesso atestam o êxito dasações inovadoras

Experiências bem-sucedidas do Programa ALI são apresentadas pelo Sebrae para estimular o surgimento de novos exemplos nas ações dos Agentes Locais de Inovação

Page 21: II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação

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nho três vendedoras, todas com carteira assinada”, comparou.

Com a parceria, a empreen-dedora passou a investir na sua própria capacitação com cursos de atendimento, oficina de vitri-nismo e consultorias financeiras. Outras ações implementadas foram investimentos em publici-dade e a divulgação da loja em jornais locais e em campanhas de outdoors. Resultado nas mãos, a empresária mudou a loja para um espaço maior, possibilitando me-lhor exposição das mercadorias.

“Hoje também há a segmen-

grama ALI é um sucesso”, co-memorou Carolina, ao relatar a própria experiência.

Antes de a empresária ter con-tato com o Programa ALI, falhas no processo de gestão faziam parte da rotina da sua empresa. “Faltava controle de contas a re-ceber”, lembrou Marislene.

A empresária contou que existiam também dificuldades para identificar e mensurar os lu-cros. “A formação dos preços era de forma empírica, faltava trei-namento dos funcionários, que não eram registrados. Hoje te-

A empresária Carolina e a ALI Marislene, do Acre, relatam experiência delivery para gestantes e pós-parto

Cheia de Vida ganhou maior espaço para a exposição dos produtos

tação de mercado e a identifica-ção do público-alvo e dos pro-dutos mais adequados. Há um melhor controle financeiro, com a interpretação e análise das in-formações geradas pelo softwa-re. Com isso, passei a identificar o lucro do negócio facilmente”, revelou a empresária. “Nossa meta é aumentar o faturamento em 50% até o final deste ano”, estimou.

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Gerente Enio mostra camisa do Point do Acaí, do empresário Aracê Santos, que teve o apoio da ALI Aline

Quiosque teve como diferenciais a fruta amazônica e o funcionamento 24 horas

Resultados

A Boa Viagem do açaí

Um exemplo de que a Ino-vação não tem fronteira, mas precisa de capacitação, é a ex-periência do empresário Aracê Prudente dos Santos. Nascido na Bahia, com residência e empresa em Pernambuco, ele foi buscar no açaí da Amazônia a solução para enfrentar a concorrência.

Dono de um dos 60 quios-ques que margeiam a orla da praia de Boa Viagem, na cidade do Recife, ele precisou capacitar mão de obra, conhecer melhor o mercado e principalmente ino-

var para introduzir a novidade. “Com a ajuda do ALI, consegui-

mos vencer as dificuldades iniciais. Realizamos um profundo trabalho de capacitação dos funcionários e pesquisa sobre o alimento e o mercado, aliado a outras pequenas inovações”, relatou.

E o resultado? Hoje o simples quiosque, que vendia apenas água de coco, ganhou o nome

chique de Point do Açaí, um dos espaços mais badalados na orla da praia. Funcionando 24 ho-ras, conquistou até os concor-rentes. Os clientes passaram a ser registrados em um cadastro, ganharam proteção de seguran-ça privada, conforto do acesso à internet e podem adquirir o produto amazônico em sites de compras coletivas.

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Capacitado pelo Programa ALI, o empresário abriu um es-critório de suporte administrati-vo, melhorou a infraestrutura do quiosque, organizou os contro-les da empresa e qualificou os funcionários, que fizeram cursos de manipulação de alimentos e de atendimento. Com o apoio da prefeitura do Recife, fizeram curso de inglês instrumental. A uniformização da equipe fechou essa etapa.

“Às vezes, a gente sabe o que deve fazer, mas não sabe o que fazer primeiro”, admitiu Aracê.

Na organização das priorida-des da empresa, a consultoria

prestada pela ALI Aline Ramos fez a diferença. “Montamos um contro-le de estoque e vendas e

Izabel (ao microfone) e Osmar, da confecção Ibela-Ro, Paraná, com os ALIs Natália e Gesival

Empresa lançou no mercado a marca Oposto

e no atacado a marca Desilline

organizamos o tempo dele para que pudesse se dedicar aos no-vos projetos de Inovação”, ex-plicou Aline.

Com mais tempo para pensar, o empresário vai aperfeiçoando suas ideias. “Todos os dias eu volto para casa pensando no que vou fazer de diferente no dia se-guinte”, revigorou-se.

Europa por conta própria

Com o apoio do gestor, da consultora sênior e dos agentes do Programa ALI no Paraná, o empresário Osmar Paulino via-jou à Europa com o objetivo de se preparar para os novos desa-fios da confecção Ibela-Ro, ins-talada no município de Cianorte, no polo de vestuário e confecção

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Resultados

localizado no noroeste do Paraná.Por conta própria, o empre-

sário, o gestor e os ALIs envol-vidos com o polo de confecção fizeram uma turnê no mundo da alta costura. Conheceram, em Paris, Milão e Londres, os mo-delos de gestão de grifes inter-nacionais, a exemplo de Versa-ce, Colette, Giorgio Armani, Top Shop, além do comércio e do marketing de famosas avenidas, como a Champs Élysées e a Saint Honoré, ambas em Paris.

“Com a viagem, consegui-mos trazer muito conhecimento, principalmente na área de moda. As vitrines deles, por exemplo, são muito diferentes das nos-sas”, apontou Paulino.

Da experiência com a Ibela--Ro, participaram o gestor do Programa ALI no Polo do Ves-tuário do Noroeste do Paraná, Elvio Saito, a consultora sê-nior Margarete Campos Viei-ra e os ALIs Gesival Ramiro, Jefferson Silva e Natália Cortez.

“Todo esse modelo de traba-lho foi realizado com recursos próprios, porque a gente tem que fazer a contribuição para que o Sebrae e as empresas pos-sam caminhar”, disse Saito, re-ferindo-se à missão técnica em-preendida rumo à Europa.

Nova marca

Hoje, mais bem estruturada,

a empresa tem seus produtos confeccionados com referência no mercado europeu. E reforçou suas ações para a consolidação no atacado da nova marca, a Desilline, lançada em 2010. Em 2002, a empresa já havia lança-do no mercado a marca Oposto.

Entre as novidades introdu-zidas pelo Programa ALI na em-presa Ibela-Ro, destacam-se a gestão de produção (planilha Ex-cel com relatório de produção), o acompanhamento de piloto e desenvolvimento e planejamen-to de mix de produto.

Além disso, a confecção pas-sou a concentrar suas atividades numa única área. Antes, a parte de modelagem ficava distante da área de pilotagem, onde se montam as peças.

“A centralização nos deu um maior controle no processo pro-dutivo”, contou Izabel Ranunc-ci Paulino, sócia do marido na confecção.

Para a empresária, era inacei-tável acreditar que a Inovação pudesse vir de ideias simples, como foi o caso da centralização das etapas produtivas.

“Estávamos precisando de ajuda, mas não sabíamos a quem recorrer. Um dia recebi uma liga-ção do Sebrae oferecendo o ser-viço do ALI. No início fiquei com receio, mas depois vi que o tra-balho contava com profissionais gabaritados”, atestou Izabel.

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ajuda do Programa ALI junto à Financiadora de Estudos e Proje-tos (Finep), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnolo-gia e Inovação.

“O apoio do ALI foi funda-mental. Eu não teria condições de pagar um especialista”, agra-deceu Saturno Júnior, elogiando o trabalho do ALI Hudson Perdo-mo, “O edital da Finep começou a mostrar que essa empresa está no mercado para ser diferente”, destacou o agente.

E o futuro? Para Oides, o fu-turo é agora. Além da matéria- prima para os pastéis, a fábrica passou a contar com um novo processo de produção de massa e embalagens diferenciadas. A previsão é aumentar a produção em mais 70%.

Oides (à esquerda)industrializou a produção de massa com a ajuda do ALI Hudson

A massa automáticaEm Campo Grande, capital de

Mato Grosso do Sul, o empresá-rio Oides Saturno Junior literal-mente tirou as mãos da massa. Da massa para fazer pastéis. E partiu para a industrialização do produto. Agora, o serviço antes manual é feito por equi-pamentos do sistema de corte e empilhamento automático da massa.

Resultado: atualmente a fá-brica de massas Albassi atende a maior parte da rede de super-mercados de Campo Grande e de outros municípios de Mato Grosso do Sul.

Em boa parte, isso aconte-ceu graças ao financiamento de R$ 154,8 mil, obtidos com a

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Para vencer a corrida pela competitividade, ganhar mercados e garan-tir o sucesso é preciso ter serviços diferenciados. Em grandes eventos, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, ou na con-dição de fornecedoras de médias e grandes empresas, há muitas opor-tunidades para a empresa de pequeno porte conquistar novos clientes e atender consumidores mais rigorosos quanto à qualidade dos produtos. Tudo isso em busca da razão de existir das empresas – o lucro.

Essa é a avaliação da consultora da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Adriana Santos, durante as oficinas de capacitação de Multiplicadores das Normas Técnicas Brasileiras, realizadas no II Encon-tro Nacional dos Agentes Locais de Inovação (ALIs). De acordo com ela, a normalização como instrumento de Inovação e competitividade nas micro e pequenas empresas (MPEs) deve ser encarada como o diferen-cial inovador para aumentar a lucratividade em produtos e serviços.

“Um dos principais motivos para aderir às normas é o lucro, inde-pendentemente da segmentação e do porte”, sentenciou a consultora.

De acordo com ela, o papel dos ALIs é mostrar que a normalização é possível, viável, tem custo baixo e as empresas podem participar da criação das normas. “Os agentes são difusores e peça fundamental na introdução dessa ferramenta de Inovação por estarem sempre em contato com os empresários”, apontou.

Adriana explicou que a normalização consiste em passos comuns e repetitivos seguidos pelas empresas que buscam obter grau máxi-mo na prestação de seus serviços. Na prática, seu uso está presente

Oficinas

Normas técnicas são diferenciais de Inovação

Consultora da ABNT explica a importância de disseminar a normalização no universo das micro e pequenas empresas para conquistar mercado e obter lucro

Um dos principais motivos em aderir às normas é o lucro, independentemente da segmentação e do porte.

Adriana Santos, consultora da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT)

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na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida por meio de normas relativas à saúde, à segurança e à preserva-ção do meio ambiente.

“A competição não permite que as empresas fidelizem seus clientes com base no profissio-nal, mas sim no serviço prestado. E esse precisa estar padronizado. Ninguém quer ter surpresas desa-gradáveis”, atestou a consultora.

Parceria Para disseminar a normaliza-

ção, o Sebrae Nacional fechou parceria com a ABNT para criar o Modelo de Gestão para as MPEs. O objetivo é tornar fácil o aces-so às normas técnicas, além de abrir espaço no qual as empresas possam participar da elaboração.

“Estamos pondo fim à ideia de que as normas são caras. No convênio, as empresas podem obter gratuitamente coletâneas setoriais e outras com valores di-ferenciados”, atestou. Pela par-ceria, o Sebrae se responsabiliza por 1/3 do valor, a ABNT por outro 1/3 e o empresário com o restante.

Com seis grupos, o Modelo de Gestão capacita multiplicadores, produz boletins informativos e or-ganiza coleções setoriais. O Brasil dispõe de 10,5 mil normas técnicas, a maioria da indústria. Ainda há ca-rência de normas para certificação, principalmente em comércio e ser-viços. “Sem produtos e serviços de qualidade e certificados, a empresa está fora do mercado”, diagnosti-cou a consultora.

Adriana Santos: produtos padronizados fidelizam os clientes

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Até junho de 2012, o Sebrae e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vão capacitar gestores e Agentes Locais de Inovação para apoiar 30 mil empresas de menor porte na adoção de normas técnicas em dez setores prioritários, entre eles, madeira e móveis, têxtil e alimentação. Em seguida, uma pesquisa com 5.000 micro e pequenas empresas vai conferir a aplicação das normas da ABNT e identificar sugestões de me-lhoria para a certificação de produtos e serviços.

“A implantação de normas técnicas visando à certificação será a ga-rantia de novos mercados para as micro e pequenas empresas”, disse o diretor-Técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, no II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação (ALI). Segundo ele, a parceria entre Sebrae e ABNT abre novas perspectivas de ganhos para os empre-sários brasileiros no mercado globalizado.

Em grandes eventos, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpí-adas em 2016, há muitas oportunidades para as empresas de pequeno porte conquistar novos clientes na condição de fornecedoras de médias e grandes empresas. Mas terão que se preparar para atender também consumidores mais exigentes.

“O turista estrangeiro é mais seletivo e prefere produtos e serviços certificados”, justificou Carlos Alberto, para quem a certificação não pode ser vista apenas como custo adicional, mas uma chance de ampliar o acesso ao mercado.

Dependendo do segmento, há micro e pequenas empresas que fornecem para grandes conglomerados. Essas empresas, segundo o diretor-adjunto de Negócios da ABNT, Odilão Baptista Teixeira, estão

Normalização

Sebrae e ABNT vão capacitar Agentes de Inovação

Capacitação visa apoiar 30 mil empresas de menor porte em dez segmentos prioritários na adoção de normas técnicas para a conquista de mercado no exterior

O desconhecimento sobre a existência das normas da ABNT é o maior desafio a ser superado.

Odilão Baptista Teixeira, diretor-adjunto de Negócios

da ABNT

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mais preparadas. “Mas na área de serviços, como restaurantes e hotéis, por exemplo, há a Norma ABNT NBR ISO 15.635:2008, que dispõe sobre a qualidade de alimentos expostos no cardápio e que atende a padrões interna-cionais”, disse.

Teixeira comentou que, inicial-mente, acreditava-se que as em-presas de pequeno porte não usa-vam normas técnicas porque eram caras. ”Mesmo com o subsídio e o desconto que reduziu a um terço o valor da norma para esses em-presários, constatamos que era o desconhecimento sobre a existên-cia das normas o maior desafio a ser superado”, assinalou o diretor da ABNT, para quem a parceria do Sebrae com a ABNT está mudando essa realidade.

Os investimentos somam R$ 9 milhões em oficinas de capa-citação de multiplicadores das nor-mas técnicas brasileiras, curso a ser

oferecido pela Universidade Cor-porativa SEBRAE para quem quiser aprofundar o conhecimento sobre normalização. As oficinas também são voltadas para promoção e di-vulgação de 16 artigos e 10 víde-os com casos de sucesso, além de portfólio dirigido às micro e peque-nas empresas com representantes de todos os setores e ainda a ven-da de normas e a reestruturação da página específica na internet www.abnt.org.br/paginampe, onde será possível fazer um autodiagnóstico.

Os setores prioritários são: api-cultura, automotivo, software, confecções, beliches, segurança de alimentos, gestão ambiental, bijuterias e jóias, qualidade em pequeno comércio, segurança no turismo de aventura, gestão sus-tentável de eventos e panificação (equipamentos e fabricação do pão francês. (Tecris de Souza, en-viada especial da Agência Sebrae de Notícias a Porto de Galinhas)

Odilão Teixeira: descontos reduzem os preços das normas para pequenas empresas

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OServiço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) firmou parceria com o Instituto Nacional de Metrologia (In-metro) para ampliar a adoção pelo segmento empresarial de progra-mas de avaliação da conformidade. Trata-se de requisitos que asse-guram saúde e segurança do consumidor e, dependendo do produto, a preservação do meio ambiente, baseados em normas vigentes para o produto e regulamento técnico.

Mostrar aos empresários as vantagens dos programas de confor-midade é uma das tarefas dos Agentes Locais de Inovação (ALIs). Por isso, oficinas para capacitá-los foram promovidas por consultores do Inmetro durante o II Encontro Nacional dos ALIs. O objetivo é agre-gar valores aos produtos ou serviços para aumentar a lucratividade das empresas nos mercados internos e externos.

Para esclarecer as atribuições do Inmetro, os palestrantes recor-reram a uma comparação lúdica. Citando a Liga da Justiça – órgão fictício formado por super-heróis –, eles afirmaram que anteriormen-te, no imaginário dos consumidores, o Instituto agia como se fosse o Capitão América, com 70 anos completados em 2011, defendendo o mundo e os indefesos com seus superpoderes.

Mas, para os consultores, a comparação deve ser revista. Isso porque a atuação do Inmetro não é isolada nem unilateral. Resulta da união das forças de consumidores, governo e empresas. Cada um vira super-herói na defesa de seus interesses, por meio do respeito às normas, e juntos lutam por uma coletividade mais justa.

Oficinas

Agentes locais recebem capacitação do Inmetro

Consultores citam a Liga da Justiça e o Capitão América para mostrar que os órgãos regulamentares têm a missão de lutar a favor dos indefesos

Cabe ao Inmetro o papel de harmonizar os diferentes interesses dos diversos segmentos da sociedade.

Ana Valéria Silva, diretora de Qualidade do Inmetro

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Recorrendo à simbologia da Liga da Justiça, o Inmetro bus-cou retratar a atuação conjunta dos órgãos fiscalizadores e regu-lamentares para agregar novos conhecimentos aos Agentes Lo-cais de Inovação.

Durante a capacitação, foram abordados temas como concei-tos de qualidade, normas e regu-lamentos técnicos e programas de avaliação da conformidade.

“Acreditamos que, com a ca-pacitação, os agentes oferece-

rão um trabalho de consultoria às MPEs com mais propriedade e, com isso, poderemos promo-ver a inovação tecnológica den-tro das empresas, identificando oportunidades de inovação de produto, processo ou ainda ges-tão, necessária ao crescimento e competitividade da empresa”, disse Ana Valéria Silva, diretora de Qualidade do Inmetro.

Além disso, acrescentou, a parceria busca garantir benefí-cios como a concorrência jus-ta, fortalecimento do mercado interno e estímulo à melhoria contínua. Benefícios esses que se estendem às micro e peque-nas empresas (MPEs) no que diz respeito ao aumento de compe-titividade e ao desenvolvimento

Consultores do Inmetro afirmam que regulamentos tornam a coletividade mais justa

industrial e tecnológico.“Cabe ao Inmetro o papel de

harmonizar os diferentes inte-resses dos diversos segmentos da sociedade. Dessa forma, reu-nimos todas as partes interessa-das para conversar antes, assim minimizamos os impactos que uma nova regulamentação pode trazer às partes impactadas, que vão do empresário até o consu-midor”, assinalou a diretora.

“A crescente demanda por qualidade tem exigido dos em-presários a adequação de seus produtos ou serviços a esse novo desejo dos clientes, como uma maneira de manter a competiti-vidade frente aos produtos na-cionais e internacionais”, disse Ana Valéria.

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OSebrae Nacional e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvol-vimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) desenvolveram e agora estão capacitando os Agentes Locais de Inovação para a utilização do Kit I9. Trata-se de material didático, cujo objetivo é incentivar e mo-tivar os empresários e profissionais das micro e pequenas empresas a elaborar projetos de produtos e serviços inovadores.

O Kit I9 Sebrae é composto por 15 ferramentas motivacionais, en-tre cartas com frases, mapa, matriz de avaliação, carimbos, cartelas, dados e triângulos de mesa. O material inclui ainda um bloco deno-minado “O Grande Livro Branco das Ideias Criativas”, totalmente em branco, e o “I9 Sebrae – Criatividade & Inovação – gerando ideias de sucesso para a sua empresa”, que apresenta cada uma das fer-ramentas motivacionais em processos criativos e sua aplicação nas empresas atendidas pelo Sebrae.

A criatividade, assim como outras habilidades, pode ser desenvol-vida. É o que acredita Claudia Barretto, consultora da ANPEI. “O kit servirá para potencializar a geração de ideias, tanto individualmente quanto em equipe, pois facilita a aplicação de ferramentas como o brainstorm, o Scamper e outras”, apontou.

Ideias e jardineiros

Para a consultora, a atual conjuntura social e econômica coloca as pessoas no centro do processo, como assimiladoras e criadoras do

Oficinas

ANPEI apresentaferramentas paramotivar empreendores

Associação Nacional de Empresas Inovadoras detalha o uso do Kit 19, material didático criado para estimular a melhoria de produtos e processos

Trazemos mecânicos para trabalharnelas [empresas], quando na verdade o que precisamos mesmo é de jardineiros.”

Peter Senger. diretor do Massachusetts Institute

of Technology

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conhecimento que as empresas precisam para serem competiti-vas. “É preciso refinar o proces-so de seleção das ideias geradas e definir um plano de ação para implantar as ideias criativas sele-cionadas”.

A apresentação do material por consultores da ANPEI con-tou com frases de forte efeito: “As empresas são, na verdade, organismos vivos e não máqui-nas. Mas nós trazemos mecâni-

cos para trabalhar nelas, quando na verdade o que precisamos mesmo é de jardineiros.” A pé-rola é de Peter Senge, diretor do Centro de Aprendizagem Orga-nizacional do Massachusetts Ins-titute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

A experiência leva em con-ta que a Inovação possui alguns propósitos para as organizações empresariais, como criar dife-rencial, neutralizar a concorrên-cia, aumentar a produtividade e acabar com as fronteiras comer-ciais. Em um giro pelo mundo, é possível perceber que em cada país há um enfoque diferente. Os Estados Unidos da América, por exemplo, investem muito na melhoria dos processos, enquan-to os japoneses dão mais ênfase aos produtos. No Brasil, produ-tos e processos andam juntos no que tange à Inovação. Além dis-so, para cada enfoque, há uma ferramenta certa de estímulo e concepção criativa.

A ferramenta também po-derá ser usada para criar novas ideias a serem utilizadas como deflagradores nas inovações de marketing e organizacionais. Aquele diz respeito às mudan-ças significativas na concepção do produto ou da embalagem, no posicionamento do produto, na promoção ou na fixação de preços; enquanto este aborda o novo método organizacional nas práticas de negócio da empresa, na organização de seu local de trabalho ou em suas relações ex-ternas.

Kit 19 ajuda a desenvolver ideias inovadoras

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Os consultores seniores do Programa ALI reciclaram seus conhecimentos sobre o grau de maturidade inovadora das organizações de pequeno porte, durante atividade realizada no II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação sobre a metodologia de mensuração do Grau de Inovação nos setores de comércio e de serviços.

A ferramenta de mensuração foi criada para dar suporte ao Progra-ma ALI. Permite avaliar, por meio de formulários, a eficácia do esforço para levar o processo e gestão da Inovação às empresas e ainda iden-tifica novas oportunidades para inovar.

De acordo com o engenheiro Dórian L. Bachmann, diretor da Bach-mann & Associados, o produto resultado da mensuração é relevante para que a realidade das micro e pequenas empresas (MPEs) no País seja conhecida, assim permitindo tanto a correta execução de políticas públicas quanto para a oferta de serviços privados que contribuam para o sucesso do segmento.

“Para nós, que desenvolvemos a metodologia, perceber que os re-sultados realmente ajudam a identificar os pontos fortes e fracos das empresas, e que a escala tem sensibilidade para perceber que, ao lon-go do tempo, as empresas estão melhorando, é uma vitória”, come-morou o engenheiro.

Na palestra, Dórian recorreu a uma frase lapidar de Glauco Arbix, ex-presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA): “Inovação é uma forma de usar conhecimento e transformá-lo em dinheiro.”

Atividade

Mensuração do Grau de Inovação nas empresasidentifica oportunidades

Consultores seniores do Programa ALI recebem capacitação na arte de determinar e orientar o caminho certo para a Inovação

Inovação é uma forma de usar conhecimento e transformá-lo em dinheiro.

Glauco Arbix, ex-presidente do Instituto de Pesquisas

Econômicas Aplicadas (IPEA)

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Medidor eficaz

Com a técnica, fica mais fá-cil para que os ALIs definam os planos de ação, aumentando as-sim a probabilidade de se obter competitividade. Além desse be-nefício, os agentes ainda podem conhecer a evolução da em-

presa. Para o Sebrae Nacional, a mensuração permite identifi-car pontos que mereçam maior atenção e que precisem de apri-moramento.

“É um medidor eficaz, com potencial para convencer em-presários de micro e pequenas empresas a adotarem práticas de Inovação em seus empreen-dimentos”, explicou o diretor Bachmann.

O Grau de Inovação é com-posto pela avaliação de 13 di-mensões: oferta, processos, plataforma, organização, marca, logística, clientes, praça, agre-gação de valor, soluções, rede, relacionamento e ambiência ino-vadora.

“Para nós, a ambiência ino-vadora é a mais importante das

Agentes Locais atuam com base no Grau de Inovação medido nas empresas

13, pois avalia a importância que a empresa dá à Inovação”, acentuou. A dimensão consi-dera a capacitação dos colabo-radores, a liberdade de trocar conhecimento e a existência de relacionamentos com entidades externas que podem fornecer tecnologias e novas ideias.

Na primeira avaliação feita pelo Sebrae/PR, com dados de 530 empresas atendidas pelo Programa ALI, o Grau de Ino-vação médio foi de 2,0. A es-cala varia entre 1,0 – empresas pouco ou nada inovadoras – e 5,0 – empresas sistematicamen-te inovadoras. Em uma medida feita um ano depois do início do Programa, o Grau de Inovação das empresas havia subido em média 0,5 pontos.

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O acesso à divulgação, na mídia regional e nacional, de casos de sucesso e diretrizes gerais das empresas atendidas pelo Programa ALI, promoção de novos eventos, mais trocas de experiências e melhoria no pós-atendimento e no sistema de informações. Visibilidade, intera-ção e agilidade foram palavras de ordem que nortearam essas suges-tões apresentadas por agentes locais de Inovação, gestores e consul-tores que se reuniram, durante oficinas simultâneas, para propor como fortalecer os programas estaduais e assegurar a prática de Inovação continuada pelas empresas atendidas.

“Divulgar nacionalmente o Programa ALI em meios de comuni-cação de massa, com o mesmo nível do SebraeTec e do Sebrae Mais, será importante para dar maior credibilidade às ações desenvolvidas”, recomendaram, por exemplo, os integrantes do grupo da sala G, uma das 10 em que ocorreram as oficinas simultâneas. Em cada uma das salas havia 50 participantes que se empenharam em responder a ques-tões de cinco eixos temáticos, dentre eles: como assegurar a continui-dade da Inovação, ações consideradas inovadoras e modificações para elevar a promoção da Inovação.

Dessa forma, foram destacadas nas oficinas maior integração en-tre os programas realizados pelo Sebrae e mais troca de experiências entre os envolvidos. “A interação dos diversos produtos oferecidos é fundamental para que não se torne repetitivo e não confunda o em-presário sobre qual seria mais indicado em cada caso”, apontaram os participantes do grupo da sala H. Já a turma da salas C e F assinalaram

Oficinas simultâneas

Ideias para fortalecer o Programa ALI

Divulgação dos casos de sucesso e promoção de novos eventos foram sugestões apresentadas por agentes e gestores para melhorar os resultados das ações

A metodologia levou os envolvidos a pensar que devem aprender mais.

Agnaldo Castanharo, gerente de Inovação e

Competitividade do Sebrae/PR

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que é preciso desenvolver even-tos temáticos, semana do ALI, palestras sobre Inovação, encon-tros regionais para compartilhar informações.

Os participantes da turma A apontaram:“Trabalhar em par-

ceria com o projeto Negócio a Negócio para encaminhar ade-quadamente a demanda: após receberem as soluções gerenciais do Negócio a Negócio, empresas seriam triadas e encaminhadas para o ALI quando houver poten-cial para Inovação”.

Multiplicadores

Ainda de acordo com a turma A, é preciso que o Sebrae crie meios para realizar o atendimen-to empresarial pós-Programa ALI. Assim, a proposta aponta ainda a realização de cursos e palestras que disseminassem a cultura da Inovação entre empresários, co-laboradores e agentes de mer-cado, com o intuito de torná-los multiplicadores de Inovação.

Herbart Melo/Sebrae-CE: oficinas simultâneas foram um dos grandes momentos do II Encontro Nacional

“Criar um programa de acom-panhamento e monitoramento pós-ALI para verificar se a em-presa continuou com a cultura da Inovação, se ela manteve o comprometimento em buscar so-luções por meio do Sebrae como de outros parceiros”, apontaram os integrantes da turma J. Para eles, há também a necessidade de ser criada uma ferramenta com a finalidade de inserir outros produtos e serviços do Sebrae na rotina de comerciantes já atendi-dos pelos ALIs.

Os grupos apontaram também a importância da criação de uma segunda fase para o Programa dos Agentes Locais de Inovação, uma continuidade ao atendimento a gru-pos de empresas que apresentaram resultados para novos avanços.

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“Seria interessante criar um profissional denominado ALI Master, que teria a missão de dar continuidade, motivação e sus-tentabilidade às MPEs”, aconse-lhou o grupo da sala E.

Durante os debates, houve ainda a sugestão para a criação de uma rede envolvendo empre-sas inovadoras, que estariam em constante simbiose. “Elas cola-borariam entre si e atuariam de forma inovadora com base em um banco de provedores de so-lução de empresas novas e as já cadastradas no programa”, deli-mitou a turma D.

Para esse grupo, outro pon-to fundamental para fortalecer o programa é a reestruturação do Sistema de Informação e Atendimento ao Cliente do Se-brae (SiacWEB). “Ele precisa ser reformulado para apresentar maior confiabilidade nos dados e acessibilidade das informações. Assim, ele se tornará uma ferra-menta mais ágil”, apontaram os participantes das salas A, B, D, G e Q. Agilidade é o que eles es-peram também no que tange ao tempo de respostas às deman-das das empresas.

Compras coletivas

Já a disseminação de práticas de Inovação foi destacada pelos participantes da oficina, prin-cipalmente em ações como as inserções de empresas em sites de compra coletivas, em redes

sociais ou mesmo o desenvolvi-mento de sites e portais que de-flagraram mudanças e melhorias no desempenho das MPEs. Outro exemplo interessante apresenta-do foi a criação do kit (revista So-luções, vídeo e casos de sucessos) voltados para a apresentação do projeto ao realizar o primeiro contato com o empresário.

“Nós realizamos várias ações, a exemplo de encontros de ne-gócios direcionados às deman-das específicas, realizadas em conjunto com empresários e provedores de negócios. Busca-mos novas formas para realizar a sensibilização (faculdades, pre-feituras, associações, mutirões, força-tarefa), além da criação de cartilha e manual de Inovação com casos de sucesso locais”, detalharam os participantes da turma da sala B.

Outra proposta dessa turma foi a definição de políticas de educação continuada e a padro-nização visual do Programa para elevar a integração dos agentes. “Padronizar a identidade visu-al, respeitando as características regionais e capacitar os ALI por segmento de atuação”, assi-nalou a turma A. Eles esperam também que a capacitação ve-nha em forma de cursos, visitas a feiras, visitas técnicas, partici-pações em congressos e seminá-rios.

Foi sugerida ainda, pela tur-ma C, a necessidade de maior acompanhamento do consultor

sênior nas atividades do ALI. “Precisamos de um gestor, ou representante legal, mais pre-sente e nos orientando”.

Fechando as propostas, eles apontaram as três maiores de-mandas de consultoria tecno-lógica percebidas nas MPEs: Tecnologia da informação, com o uso de softwares e websites; melhoria do processo produti-vo e serviços; e consultoria em design, marca, embalagem, e outros.

Aprender mais

“A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pen-sar e aprender ainda mais.” Re-correndo a essa frase do filósofo grego Aristóteles, Agnaldo Cas-tanharo, gerente da Unidade de Inovação e Competitividade do Sebrae/PR, avaliou as contribui-ções oferecidas pelas oficinas simultâneas. “A metodologia aplicada propiciou que as pes-soas pensassem e buscassem o aprendizado e ao mesmo tem-po levou os envolvidos a pensa-rem que devem aprender mais”, apontou.

As oficinas foram importan-tes, pois deram oportunidade a todos de expor suas dificuldades e congratulações com relação a itens que são desenvolvidos no Programa ALI, analisou Herbart Melo, assessor da presidência do Conselho Deliberativo e articu-lador da Unidade de Inovação e

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Tecnologia do Sebrae/CE. “Esse foi um dos grandes momentos do Encontro Nacional ocorrido em Porto de Galinhas”, elogiou.

“As oficinas foram ressalta-das pelos participantes como um momento importante para troca de experiências e exposição de suas opiniões sobre o programa ALI, além de apontar melhorias no processo”, apontou Mara Bauer, coordenadora das capa-citações preparatórias dos ALIs e responsável pelas ações de ca-pacitação durante o II encontro dos ALIs.

Eixos temáticos e ideias

Veja temas e sugestões apre-sentados nas oficinas simultâneas:

“Indique pelo menos três alternativas para assegurar a prática da Inovação de forma sistemática e contínua pelas empresas após atendimento pelo ALI.”

• Promoção de cursos, palestras e fóruns empresariais;

• Acesso maior aos progra-mas e consultores do Sebrae Nacional;

• Criação da 2ª fase do Progra-ma ALI.

“Ações realizadas pelos ALIs que pudessem ser conside-radas inovadoras no atendi-mento às MPEs.”

• Inclusão em sites de compras coletivas;

• Alternativas de trocas de servi-ços entre empresas de setores diferentes para atendimento das respectivas necessidades;

• Elaboração de kits com mate-riais específicos (artigos, car-tilhas, áudio e vídeos, DVDs, etc.) baseados nas necessida-des das empresas;

“Modificações na atuação dos ALIs para ampliar a pro-moção da Inovação.”

• Capacitação contínua da clien-tela nos setores de atendimen-to por meio do SEBRAE e pela proatividade do agente;

• Padronizar o que pode e o que não pode ser usado pelos ALIs como: crachás, pastas, uni-formes, com a logomarca do Sebrae e parceiros, em nível nacional. Sebrae Nacional con-tratar consultor jurídico para nivelar com os Sebrae/UF a utilização da marca Sebrae;

• Trabalhar em parceria com o projeto Negócio a Negó-cio para encaminhar ade-quadamente a demanda.

“Opções para fortalecer os Programas Estaduais.”

• Realização de seminários re-gionais;

• Integração das ações dos ALIs às do Sebrae Nacional;

• Busca de parceiros internos e externos. Ex.: escolas técni-cas, universidades, secretarias de Ciência e Tecnologia.

“As três maiores demandas de consultoria tecnológica percebidas nas MPEs.”

• Consultoria tecnológica em design (processo de criação de arte do produto, embalagens, etc.);

• Consultoria tecnológica em Processos de Produção;

• Consultoria de tecnologia da informação (criação de sites, softwares).

Castanharo/Sebrae-PR: metodologiadas oficinasestimula a reflexão sobre o aprendizado

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P rodutividade, qualidade, Inovação e sustentabilidade. Esses ingre-dientes compõem a evolução do diferencial competitivo das empresas nos últimos 30 anos, segundo afirmou o gerente de Acesso a Inovação e Tecnologia do Sebrae, Enio Pinto, durante palestra no II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação (ALIs). E devem ser incorpo-rados às pequenas empresas atendidas pelos ALIs, recomendou.

“A função dos agentes é fazer com que as empresas deem um salto de 30 anos em dois anos, período em que o profissional acompanha as empresas”, afirmou o gerente. “Somos o Santo Casamenteiro, para que os personais Innovation possam sensibilizar os indivíduos sobre a importância da inovação tecnológica sustentável”, brincou.

De acordo com Enio Pinto, o papel principal dos ALIs é justamente fazer a ponte entre as pequenas empresas, transportando-as da dé-cada de 80, onde se trabalhava por produtividade, para a realidade de 2011, que prima pela sustentabilidade.

Na visão do gerente, a maioria das micro e pequenas empresas brasileiras ainda permanece com o foco de 1980, ou seja, na produ-tividade, sem maiores preocupações com aspectos mercadológicos, sociais e ambientais. Cenário que tem mudado a partir do trabalho dos ALIs, destacou. Para ele, 1/3 da população brasileira que explora um novo negócio de forma provisória poderia já ser sustentável, caso tivesse as ferramentas certas de profissionalização.

“Hoje, se a intenção for inovar de forma pontual a sua com-petitividade, você vai obter resultados por certo período de tempo.

Prazo

Agentes têm que produzir o salto dasempresas em dois anos

Gerente de Inovação aponta que os ALIs precisam contribuir para que os pequenos empreendimentos atendidos avancem 30 anos, com foco na sustentabilidade

Temos que pensar em negócios duradouros que respeitem as gerações futuras e o meio ambiente.

Enio Pinto,gerente de Acesso a

Inovação e Tecnologia do Sebrae

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Agora, se o objetivo for pere-nizar a ação, então temos que pensar em negócios duradouros que respeitem as gerações futu-ras e o meio ambiente”, obser-vou o gerente.

Na explicação dele, de um

Enio Pinto: os agentes representariamo papel de facilitador e de evangelizador

Desde os anos 1980, novos diferenciais agregados à produtividade

lado, os agentes representa-riam o papel de facilitador para os empresários que já sabem da existência da Inovação, mas que não conhecem os caminhos. E do outro, o de evangelizador, para aqueles que não têm perfil para empreender.

Redução da mortalidade

Como resultado do salto, o gerente espera a redução da mortalidade dos micro e peque-nos empreendimentos no Brasil, que figura hoje em 22% das em-presas abertas até o segundo ano de atividade.

Enio Pinto também enfatizou ser baixa a produtividade desses empreendimentos, onde 99,1%

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Brasil alcançou a maior taxa de empreendedorismoentre os países ricos e emergentes

dos negócios do Brasil são micro e pequenas empresas (MPEs), porque respondem por apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas pro-duzidas no País.

“Se 99% desses negócios têm produtividade extremamen-te ruim, então há um campo in-finito de possibilidades para os ALIs levarem Inovação e tecno-logia para esses públicos”, acen-tuou o gerente.

Frente a esse cenário, ele apontou que o trabalho dos ALI deve ser focado no aumento da receita e da lucratividade das empresas, redução de desper-dícios e custos de produção, se-guindo os princípios da susten-tabilidade.

Por isso, acrescentou, os ALI têm papel preponderante ao le-var soluções que ajudam empre-sários a aumentar sua competi-tividade. Os agentes formados e em atividade têm como meta individual trabalhar 50 empresas em até dois anos.

De acordo com Enio Pinto, a meta nacional do progra-ma para este ano é realizar 12 mil atendimentos. O Sebrae também pretende contar com 1.000 agentes atendendo em campo até o final de 2012.

Por necessidadeNa palestra, Enio Pinto mos-

trou que o brasileiro é um dos povos mais empreendedores do planeta. É o país que mais em-preende, de acordo com dados do Global Entrepreneurship Mo-nitor, que monitora o empreen-dedorismo entre as nações que compõem o grupo do G-20, for-mado pelas 19 maiores econo-mias mais a União Europeia.

Quantitativamente, 17,5% da população brasileira, ou 21 milhões de indivíduos, empreen-dem. Nesse quesito, o Brasil su-pera até os Estados Unidos, com 14 milhões de empreendedores.

Entretanto, o sucesso no quan-titativo traz a preocupação no qualitativo. De acordo com Enio Pinto, a economia brasileira está em construção e as oportunidades ainda estão por serem descobertas.

“Há dois tipos de motivação para empreender no Brasil: por oportunidade e por necessidade, que são aqueles que precisam, mas entendem o negócio como algo temporário e não inves-tem”, comparou o gerente.

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Durante sua palestra, o gerente da Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacional, Enio Pinto, destacou que uma das principais ferramentas da instituição nessa área para apoiar as micro e pequenas empresas é o SebraeTec.

Trata-se do programa de tecnologia do Sebrae que entra como instrumento de tradução, aproximação e fomento entre os fornecedores de serviços tecnológicos e as MPEs, com vistas a quebrar o paradigma de que tecnologia é cara e que está ao alcance apenas de grandes empre-sas.

Espalhado por todo o território nacional, o programa do Sebrae busca organizar e subsidiar os trabalhos dos mais de 483 fornecedores cadastrados, e posteriormente disponibilizar aos em-preendedores.

O SebraeTec subsidia os custos de serviços tecnológicos prestados por empresas especializadas em tecnologia e Inovação, as quais irão buscar soluções para otimizar os resultados da gestão, aperfeiçoar processos ou produtos da pequena empresa.

De acordo com o gerente, a meta para os próximos anos é de realizar 30 mil atendimentos via SebraeTec, com um custo 80% a 90% mais barato. No mercado, a consultoria do programa gira em torno de R$ 10 mil.

“O Sebrae apoia estudo de viabilidade técnica e econômica, diagnóstico e clínica tecnológica, aperfeiçoamento tecnológico e certificação”, informou Enio.

E a previsão é que, com convênio a ser firmado com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o valor a ser pago pelo empresário seja ainda parcelado no cartão de crédito do banco, o Cartão BNDES, destinado a micro e pequenas empresas.

No Brasil, 99% das empresas são de micro e pequeno porte

SebraeTec subsidia custos de InovaçãoCartão BNDES poderá ser usado para parcelar custos com consultoria especializada

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Os Agentes Locais de Inovação (ALIs) têm a responsabilidade de dar uma decisiva contribuição aos produtos e serviços das micro e pequenas empresas brasileiras porque a Inovação é uma importante alternativa para os empresários que buscam a permanência e a evo-lução no mercado.

A lição foi dada pelo professor e doutor Hélio Gomes de Carvalho, líder do Núcleo de Gestão de Tecnologia e Inovação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em palestra apresentada durante o II Encontro Nacional de ALIs. Saindo dos 11°C de Curitiba, para os 22° C de Porto de Galinhas, como mostrou em slide, ele soltou várias mensagens para esquentar o ambiente do evento.

“O papel que vocês desempenham nas empresas tem sido fun-damental. E mais do que atender empresas, vocês estão ajudando a mudar o perfil da Inovação no país”, destacou.

E complementou os desafios a serem vencidos: “Vocês terão que achar alternativas, às vezes das mais inusitadas, para ajudar as em-presas a saírem de seus problemas. Não é mágica, é trabalho. Traba-lhar para ganhar excelência, ser diferente, buscar informações novas permanentemente”.

O professor Hélio incitou os ouvintes, mostrando um vídeo que citava os ALIs de cada estado como os melhores do País. Depois, mostrou exemplos de sucesso de agentes que participaram da pri-meira turma do Programa ALI 2008/2010. Por exemplo, um deles é hoje consultor do Centro Internacional de Inovação do Paraná.

Desafios

ALIs vão ajudar a mudar o perfil daInovação no País

Líder de Gestão de Tecnologia e Inovação na UFPR destaca que é preciso convencer os empresários a transformar informação em conhecimento

É preciso melhorar o ambiente, o processo gerenciado, assegurar que [o empresário] consiga continuar inovando.

Hélio Gomes de Carvalho, líder do Núcleo de Gestão

de Tecnologia e Inovação da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná

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“Esse programa mostra que são os pequenos passos que dão grandes resultados. Éramos recém-formados, conseguimos resultados que considero im-pressionantes”.

Aí o próprio palestrante pro-vocou a plateia: “Valerá o es-forço?” Ele mesmo respondeu: “Esses são ex-ALIs. Sabe a meta deles? Estar a caminho do se-gundo milhão de dólares!”

Hélio ensinou que ser um bom ALI significa atender o em-presário e deixá-lo depois inde-pendente do Agente de Inova-ção. “Para isso, faça com que o empresário introduza a Inovação na estratégia da empresa, assu-

ma como parte de seu dia a dia. É preciso melhorar o ambiente, o processo gerenciado, assegu-rar que consiga continuar ino-vando”.

Conhecimento

Durante a palestra, o professor Hélio procurou explicar conceitos importantes, a exemplo de sen-sibilização, adesão, motivação e

conhecimento. Na avaliação dele, empreen-

dedores precisam estar dispos-tos a valorizar a Inovação como ferramenta essencial na batalha competitiva do crescimento em-

Professor Hélio provocou a plateia dizendo que há ex-ALIs em busca do segundo milhão de dólares

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ALIs devemmostrar que a concorrência exige criatividadepermanente

Desafios

presarial. E, conforme acrescen-tou, é papel do ALI convencer o empresário sobre a importância de transformar informação em conhecimento.

“Isso significa dizer que as informações são essenciais para o conhecimento, mas elas não significam nada, se não forem interpretadas, refletidas e usa-das de forma inteligente. Sim, aí teremos conhecimento”.

Mas não ficou somente nis-so. Hélio disse que, depois de transformar uma informação em conhecimento, o ALI terá que provocar algo ainda mais inteligente: “Convencer o em-presário sobre a importância de transformar o conhecimento em Inovação”.

Afinal, analisou o pales-trante, o mercado está cheio de MPEs que expressam a grandeza do conhecimen-to. A concorrência, porém, exige mais. Exige criativida-de permanente, aconselhou.

Pós-atendimento

Então, ele apresentou a se-guinte dica para sensibilizar os empresários: “Avaliar e estimu-lar a criação de um processo e um ambiente propícios à Inova-ção. Contínuos após o término do atendimento [do ALI]”.

Isso, pontuou Hélio, precisa ser entendido pelos ALIs para o de-sempenho da função de alavancar pequenas empresas.

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Sapateado e Piratas do Caribe

No telão, o palestrante apre-sentou um vídeo com um cor-po de bailarinos. Um sapateado belo, no ritmo perfeito da mú-sica, em uma analogia que não deixou dúvidas sobre as qualida-des necessárias ao trabalho de um ALI – o conhecimento que ele deve deixar como herança para seus clientes, após ter en-cerrado sua consultoria.

O casal principal do cor-

po de balé expressou as primei-ras palavras que o professor Hélio ia deixando explícitas no telão, ao mesmo tempo em que os saltos de sapatos batiam com força no assoalho, agradando os ouvidos:

“Expectativa” foi a primeira a aparecer. Afinal, o primeiro pas-so para a vitória começa com o sonho. Com o olhar no horizon-te, o cérebro fazendo planos. A segunda palavra anunciada pelo professor foi “Aprendizado”. Depois, não poderia faltar, claro, “Confiança”.

O sapateado cantava no as-soalho, mas era a musculatura dos bailarinos que garantia o espetáculo. Hélio Carvalho en-tão lançou mais uma palavra: “Determinação”. Viria, a seguir, “Persistência”. E o casal prota-gonista expressou um dos pon-tos que chamava a atenção da plateia, a “Liderança”. Mas o show não seria tão bonito se fossem apenas os dois. O termo

então foi “Trabalho em Equipe”. E chegaram as próximas expres-sões, “autonomia, disciplina, motivação, harmonia (que har-monia!) e superação”.

A palestra não poderia ter-minar com tema mais propício: “Sustentabilidade”. O profes-sor relembrou algumas palavras já ditas e reforçou o conceito: “acompanhamento, capacidade de inovar, processo de gestão, estruturação, parcerias, Inova-ção como estratégia, conscien-tização” – “o que significa uma empresa inovadora”, observou diante de uma plateia animada para colocar o sapateado da Ino-vação.

No final, o professor Hélio inovou com uma mensagem dublada do personagem Jack Sparrow, da famosa série Piratas do Caribe: “Tem muitas dificul-dades no caminho: empresários resistentes, sem tempo, sem gente para inovar. Vão dizer que Inovação não é para eles. Mas a Inovação está em todo lugar”.

Resumo dos tópicos principais da palestra:

• Assegurando a prática da Inovação

• Desafios e oportunidades para o Brasil

• Desafios e oportunidades para as micro e pequenas empresas (MPEs)

• A estreita relação entre competitividade e Inovação

• Gestão da Inovação na MPE – a contribuição do ALI

• Desafios de ser um ALI

• Técnicas para assegurar a continuidade

• Uma nova empresa pós-atendimento ALI

• Compromisso do ALI para assegurar MPEs inovadoras.

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Oprofissional conectado com as novas mídias amplia sua rede de contatos, intensifica a troca de conhecimentos e ainda ganha prêmio. Foi o que aconteceu no II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação (ALI), quando o gestor nacional do Programa ALI, Marcus Vinicius Bezerra, anunciou a premiação surpresa dos três ALIs que mais contribuíram para o compartilhamento de conteúdos e para o fomento de ideias inovadoras e trocas de experiências na comunida-de do programa no Facebook.

Os integrantes da comunidade que se destacaram na página ga-nharam o livro Inovação com Resultados: O Olhar Além do Óbvio, de Thomas M. Koulopoulos, da Editora Senac.

Os ALIs premiados foram:• André Turetta, do Paraná, com 196 intervenções;• Iane Silva, da Bahia, com 61 intervenções; e • Aline Chicocki, do Paraná, com 49 intervenções. Os critérios para a escolha dos três ALIs mais ativos foram a qua-

lidade e quantidade de posts produzidos na comunidade ALI e a disponibilização de conteúdos úteis e geradores de discussões que tenham maior número de comentários e curtições na página.

A Comunidade dos Agentes Locais de Inovação foi criada, em fevereiro deste ano, como uma ferramenta de interação e participa-ção entre os coordenadores, gestores, consultores e ALIs. Os ALIs também dispõem de espaços na rede social do Twitter para trocar informações, dar dicas e contar experiências.

Redes sociais

ALIs recebem prêmiopor participação no Facebook

Foram premiados os três Agentes Locais de Inovação que mais postaram conteúdos para o fomento de ideias inovadoras e troca de experiências

O objetivo é trocar experiências entre os participantes e nivelar informações, aperfeiçoando cada vez mais o Programa.

Marcus Vinicius Bezerra,

gestor nacional do Programa ALI

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“O objetivo é trocar experi-ências entre os participantes e nivelar informações, aperfeiço-ando cada vez mais o Progra-ma”, destacou o gestor Marcus Vinicius Bezerra. Com cinco me-ses, a página tem 481 membros e uma média diária de 13 inter-venções. No total, foram 1.272 intervenções até a realização do II Encontro Nacional.

Marcus Vinicius (à direita) e os vencedores: premiação teve como critérios conteúdos úteis e geradores de discussões

Por dentro das redes sociais

Ricardo_RobsonA agenda do desenvolvimento nacional passa necessariamente pela disseminação da cultura de Inovação nas MPEs.

Programa Ali SebraeCarro futurístico: carro-bolha tem duas rodas e dispensa motorista.

Programa Ali SebraeRT @inovacaosebrae: Conheça as 31 empresas de capital aberto + inovadoras; o segredo delas pode lhe ajudar?. http://t.co/2bn4R59

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As empresas precisam ser competentes em gestão para serem ino-vadoras e se sustentarem a longo prazo. A avaliação resume a palestra da coordenadora nacional do programa Sebrae Mais, Hannah França Salmen, no II Encontro Nacional de Agentes Lo-cais de Inovação. Dentro desse contexto, Hannah quantificou que o Programa Sebrae Mais tem exercido um importante papel por ter capaci-tado, só em 2010, 40 mil pequenas empresas, oferecendo oito soluções aos empresários.

“A ideia é apresentar informações importantes sobre empre-endedorismo, planejamento estratégico, processos financeiros, Inovação e, ao mesmo tempo, mostrar aos empresários as solu-ções alinhadas a esses temas”, explicou.

Segundo ela, esse entendimento tem pautado as ações do Se-brae, que há quatro anos tem trabalhado, por meio da Unidade de Capacitação Empresarial (UCE), na criação de soluções sofis-ticadas e contemporâneas para empresas que se encontram em estágio avançado de sobrevivência no mercado.

Na visão da coordenadora, o foco mais direcionado à melhoria da gestão com vistas à qualificação de fornecedores foi modifica-do para uma abordagem ampliada, envolvendo redes de aprendi-zagem, acesso ao mercado e inteligência competitiva.

Aperfeiçoamento

Programa Sebrae Mais oferece oito soluçõespara qualificar

Sebrae desenvolve programa para pequenas empresas consolidadas expandirem negócios sustentáveis por meio de capacitação e inovação tecnológica

A ideia é apresentar informações sobre empreendedorismo, planejamento estratégico, processos financeiros e Inovação.

Hannah Salmen, coordenadora nacional do

programa Sebrae Mais

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Soluções empresariais

São oito as soluções que o programa Sebrae Mais ofere-ce, entre elas, a Gestão Finan-ceira, a Gestão da Inovação, a Gestão da Qualidade e a Fer-ramenta de Gestão Avançada, além de planejamento estraté-gico e encontros presenciais.

A capacitação é aplicada em cinco módulos e destina-se a pequenos negócios com mais de dois anos de existência e, pelo menos, nove funcionários.

O programa é voltado, prin-cipalmente, a quem necessita de soluções práticas aplicáveis imediatamente ou quer expan-dir e não sabe como fazer isso.

Além do curso, o Sebrae Mais apoia as empresas na implanta-ção das mudanças necessárias para corrigir falhas ou solucionar problemas. Os empresários ain-da têm acompanhamento de até três meses de um consultor.

O Sebrae Mais auxilia empre-sas e empresários a desenvolver competências para a eficiente tomada de decisões.

Hannah Salmen: programa já capacitou 40 mil empresas

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AUniversidade Corporativa SEBRAE promoveu, no II Encontro Nacio-nal dos Agentes Locais de Inovação (ALI), o Circuito Sebrae de Ino-vação e Sustentabilidade. Com vários jogos e dinâmicas, o objetivo foi levar conceitos de Sustentabilidade e Inovação aos participantes e trabalhar a capacitação de forma lúdica.

Após horas suando a camisa em uma maratona com bicicleta, di-nâmicas e jogos eletrônicos, veio o reconhecimento pela dedicação e esforços empreendidos. Foi quando a analista Mônica Caribé, da Uni-versidade Corporativa SEBRAE, anunciou as três equipes vencedoras do Circuito, que ganharam medalhas e brindes sustentáveis (sementes de plantas com a marca Sebrae, colares e cocares indígenas com penas ar-tificiais, e DVDs de banda pernambucana premiada por trabalho social).

O primeiro lugar ficou com a Equipe 10, composta por Símey Freitas, Dionnathan Cordeiro, Márcio Ferraro, Jamily Silva, Renata Nunes, Juliana de Oliveira e Tatiane de Jesus. O segundo lugar ficou a Equipe 43, com os participantes Gerciane Cordeiro, Layla Ferrei-ra, Fábio Francisco, Renata Matias, Natalia Gomes e Paula Roberta Souza. O terceiro lugar foi conquistado pela Equipe 12, com os inte-grantes Catarina Silva, Iane Gomes, Maria Martins, Jhannethy Costa, Ronaldo Torres, Ligia Vânia e Thiago Ribeiro.

O Circuito Sebrae de Inovação e Sustentabilidade foi composto de cinco atividades simultâneas. Foram as seguintes: Atendimento, Soluções SEBRAE, Dinâmica de Sustentabilidade, Dinâmica de Cria-tividade para Inovação e Dinâmica de Inovação e Sustentabilidade.

Atividades

Circuito coloca emprática a Inovação e a Sustentabilidade

ALIs suaram a camisa e souberam quanta energia é desperdiçada com uma lâmpada mantida acessa sem necessidade

Precisamos rever os nossos hábitos para poupar o nosso planeta.

Mônica Caribé, analista da Universidade

Corporativa SEBRAE

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Conexão “A conexão entre as cinco ativi-

dades, seus conceitos e objetivos, aliados à interatividade do circuito e à oportunidade de massificar o conhecimento sobre as Soluções SEBRAE, tornaram o jogo uma poderosa ferramenta de aprendi-zado, alcançando o percentual de 89% de satisfação dos participan-tes”, destacou a gerente da Uni-versidade Corporativa SEBRAE, Alzira de Fátima Vieira.

Durante as atividades, as equipes produziram planos para a atuação dos ALIs, estudaram as Soluções SEBRAE, construí-

ram maquetes para exemplificar campanhas de marketing e de Inovação no pequeno negócio, escreveram argumentos para projetos sustentáveis e gastaram 44.816 calorias, na tentativa de minimizar o impacto ambiental do consumo de energia durante a realização do evento.

“As atividades do Circuito fo-ram desenvolvidas de modo que pudéssemos trabalhar o tema ‘Inovação e Sustentabilidade’ no contexto individual, gru-pal e empresarial”, assinalou a analista Mônica Caribé, respon-sável pelo desenvolvimento do conteúdo do Circuito.

Mônica Caribé anuncia as três equipes vencedoras do Circuito; no alto, a Equipe 10, que obteve o 1º lugar e ganhou sementes com a marca Sebrae

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Atividades

“Não adianta termos capaci-dade criativa para a construção de soluções inovadoras e sus-tentáveis, se não nos compro-metermos com a promoção da inovação sustentável em todos os âmbitos de nossas vidas”, destacou a analista.

Os 330 ALIs presentes su-aram a camisa para converter calorias em energia durante a Dinâmica de Sustentabilidade,

realizada nas bicicletas. “O es-forço foi enorme”, assinalou Mônica Caribé. E complemen-tou: “Eles pedalaram o suficien-te para ir e voltar de Porto de Galinhas a São Paulo. Contudo a produção de energia ficou em 53 watts, o que representa uma simples lâmpada acesa, por uma única hora.”

Também foi realizado o ma-peamento do consumo de ener-

Equipe 43 ficou em 2º lugar e

recebeu como brinde cocares

feitos com penas artificiais

Equipe 12 conquistou o 3º lugar e ganhou DVDs de banda pernambucana

premiada por trabalho social

gia das salas do Circuito e, com isso, constatou-se que foram gastos 49 mil watts.

“Essa diferença entre o con-sumo e a nossa produção é enorme e ressalta o quanto nós precisamos rever os nossos há-bitos para poupar o nosso pla-neta”, destacou Mônica Caribé.

Assim, o Circuito proporcio-nou boas lições de Inovação e Sustentabilidade.

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As atividades desenvolvidas no Circuito foram as seguintes:

ATIVIDADE 1 – Atendimento

1. Pergunta norteadora:“Como melhorar a atuação

do ALI no atendimento às pe-quenas empresas?”

2. Sinopse: As equipes devem identificar um problema do dia a dia de trabalho deles e propor uma solução para melhorar sua atuação no Programa.

3. Objetivos: Estimular os ALIs a refletirem sobre sua atuação no Programa. Colher feedbacks dos ALIs, que estão emcampo, sobre suas dificulda-

ALIs receberam lições para preservar o

planeta

des e impressões. Gerar subsí-dios que possam ser utilizados para aprimorar o Programa.

ATIVIDADE 2 –Soluções SEBRAE

1. Pergunta norteadora:“Quais as melhores Solu-

ções SEBRAE para o estudo de caso apresentado e quais com-petências a empresa deve de-senvolver?”

2. Sinopse: resolver as ques-tões utilizando Soluções SEBRAE.

Os participantes assistem a um vídeo de uma empresária de Florianópolis (atriz) dona de uma pequena empresa de co-mércio e indústria de panificação

Circuito Sebrae de Inovação e Sustentabilidadeque relata os gargalos e proble-mas, vividos nos últimos anos, e solicita apoio do Sebrae para a resolução de três questões, foca-das na indústria, no comércio e na gestão do negócio.

Em seguida, convida os par-ticipantes a sugerirem Soluções SEBRAE para resolução dos pro-blemas. Em um segundo mo-mento os participantes devem responder perguntas específicas sobre as Soluções SEBRAE.

3. Objetivos: Divulgar as Solu-ções SEBRAE, conceitos e aplica-ções com interatividade e inova-ção. Desenvolver habilidades de diagnóstico, negociação, tomada de decisão e trabalho em equipe.

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ATIVIDADE 3 – SUSTENTABILIDADE (bicicletas)

1. Pergunta norteadora: “Seremos capazes de, doan-do nosso esforço pessoal, físi-co, gerar os créditos de carbo-no suficientes para neutralizar os efeitos deste evento?”

2. Sinopse: Cada equipe terá uma bicicleta à disposição e o desafio de pedalar durante o tempo estipulado, para gera-ção de energia elétrica, que será aplicada durante o evento em substituição à energia elétrica convencional, dentro de um ambiente de sustentabilidade e interdependente com saúde, estímulo à movimentação, des-locamento com base em ener-gia verde, atitudes sustentáveis,

responsabilidade social e ética.3. Objetivos: Atitudinal: abor-

dar o tema do exercício físico de maneira sistêmica, integrando os conceitos de sustentabilidade, saúde, qualidade de vida e alter-nativas e coeficientes de desloca-mento por meio de bicicleta.

Operacional: gerar energia elétrica com base na força mo-triz das bicicletas, destinada a substituir a energia elétrica con-vencional durante o evento.

Cognitivo: estimular os ALIs a refletirem sobre atitudes susten-táveis em seus contextos de vida e trabalho.

ATIVIDADE 4 – Criati-vidade para a Inovação

1. Pergunta norteadora: “Como atender com criativida-de uma demanda de Inovação?”

Bicicletas foram usadas para mostrar

o esforço necessário para

acender uma única lâmpada

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2. Sinopse: Os times devem analisar um estudo de caso, uma empresa gráfica que está com vários problemas relativos a: Gestão dos resíduos de suas atividades, Redução de des-perdícios nos processos e Reu-so de recursos e materiais.

A partir dos problemas apresentados, o time deve propor uma prática de sus-tentabilidade para ser im-plementada, que seja de fá-cil aplicabilidade, capaz de diminuir custos e ampliar o mercado.

3. Objetivos: Trabalhar conceitos de sustentabilida-de e exercitar a implementa-ção de práticas em pequenas empresas, com especial aten-ção aos conceitos de Reduzir, Reutilizar e Reciclar no ciclo de vida de seus processos.

ALIs enfrentaram

desafios, a exemplo

de como atender, com criatividade,

uma demanda de Inovação

2. Sinopse: O time de ALIs lê o estudo de caso de uma em-presa pernambucana (fictícia) fabricante de sabonetes artesa-nais.

Utilizando os materiais dis-poníveis no ambiente, o time deverá se organizar para, com criatividade, elaborar uma oportunidade de inovação de marketing (mercadológica) para os produtos dessa empresa.

3. Objetivos: Trabalhar con-ceitos e exercitar técnicas de criatividade para a Inovação.

ATIVIDADE 5 – Inovação e Sustentabilidade

1. Pergunta norteadora: “Como levar os conceitos e práticas da sustentabilidade para serem adotados no dia a dia das empresas?

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Em 1880, a cidade de Nova York vivia um dilema de mobilidade. A estimativa da prefeitura apontava o trânsito de 150 mil cavalos, o que gerava 1,5 milhão de quilos de excrementos e 40 mil galões de urina, por dia. Tudo circulando livremente pelas ruas da cidade. O contexto era suficiente para criar profissões importantes, a exemplo dos limpadores de calçadas e os recolhedores de cavalos mortos.

Em função dessa realidade, foi convocada a primeira Conferência Internacional de Planejamento Urbano, em Nova York, em 1898. E sob o tema “Cocô de Cavalo”, os principais representantes políticos da época concluíram que nada poderia ser feito. E pior: previam que, em 50 anos, grandes cidades estariam submersas numa maré de cer-ca de 5 metros de excrementos.

O que isso tem a ver com Inovação? Tudo!

Foi o que mostrou o professor e pesquisador da área de Engenha-ria de Software Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.), em sua palestra. É que, com essa problemática urbana, as sociedades se viram obrigadas a procurar alternativas para substituir o cavalo e seus excrementos. “E hoje temos uma frota com cerca de 64 milhões de veículos registra-dos”, observou o palestrante.

Por isso mesmo, para o cientista, “Inovação não é um negócio novo”. Segundo ele, “existe desde as primeiras transações, os pri-

Mudanças

Da Antiguidade aos tempos da informação online

Cientista Silvio Meira explica como a sociedade aprendeu a buscar soluções com a Inovação para enfrentar problemas de transporte substituindo cavalos por veículos

A Inovação só ocorre no mercado. Qualquer outra coisa que não aconteça nesse ambiente é criatividade, é novidade, mas não é Inovação.Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas

Avançados do Recife

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meiros negócios. Ela acontece em ondas”. De acordo com ele, é a necessidade de mudança de comportamento, de mercado, de fornecedores e de consumi-dores que gera a Inovação.

“A Inovação só ocorre no mer-cado. Qualquer outra coisa que não aconteça nesse ambiente é criatividade, é novidade, mas não é Inovação”, esclareceu.

Na avaliação de Meira, é preciso que os Agentes Locais de Inovação (ALIs), enquanto agentes do conhecimento, per-cebam que o mercado é um con-texto extremamente mutável e necessita de constante alteração

de posicionamento. “O fazer diferente precisa ser

tratado como princípio do ne-gócio, é um processo contínuo. Estamos falando do comparti-lhamento de coisas, expectati-vas, processos, problemas e so-luções”, comentou.

Ciclos de inovações

Em razão das relações econô-micas, Meira apontou na história da humanidade cinco importan-tes ciclos inovativos. São inter-valos de tempo que ocorrem desde o Império Romano com a implementação da mecanização,

Silvio Meira: Inovação é um processo contínuo de aprendizagem

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Mudanças

da máquina a vapor, da eletrici-dade, até a atual explosão dos softwares e redes e a expansão da informação online.

“O ciclo atual exige que as criações sejam focadas no clien-te, que cada vez mais quer algo complexo, porém com utilização simples. O cliente sabe que é possível. Isso é fazer diferente”.

Cadeias de valores

A sociedade já desponta em uma nova onda de Inovação, voltada para a sustentabilidade e os sistemas holísticos, que são conjuntos integrados de adminis-tração. Segundo Meira, será pre-ciso pensar a questão da produti-vidade como um todo articulado dentro das cadeias de valores dos

indivíduos, desde a geração de energia até o fim do ciclo de vida de produtos e serviços.

Na opinião do palestrante, é preciso pensar produtos e ser-viços como um todo e articu-lados às cadeias de valores. “O mercado é mutante. Se não nos adequarmos, vamos virar com-modities [matérias-primas ou produtos semiacabados]“, ad-vertiu. E acrescentou: “A tecno-logia é suporte para Inovação. Essa, por sua vez, não é fim, e sim meio”.

Era do conhecimento

No meio de tantas mudanças, disse ele, a nova questão para os ALIs será descobrir como fazer Inovação de longo prazo dentro de uma sociedade do conheci-

mento, já integrada em redes. Na visão dele, será preciso que os agentes intervenham no fluxo dos acontecimentos para alcan-çar resultados desejados.

Isso poderá ser feito, aconse-lhou, desenhando novas condi-ções para inovar dentro de qual-quer contexto. E colocando-se como ser ativo na construção do novo fluxo das cadeias de valor, assim mudando o com-portamento das empresas.

“É o fazer Inovação para criar diferenciação no mercado. Nós queremos habilitar as empresas para participar de forma mais competente, que agreguem mais valor. E isso se aprende no mercado”, apontou.

E concluiu: “Inovação é mu-dança de comportamento mer-cadológico”.

Silvio Meira: a tecnologia deve ser usada como suporte para a Inovação

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as tecnologias envolvidas”, explicou.

O palestrante chamou a atenção para a importância de se estar atento às transforma-ções na internet, como o surgi-mento das redes sociais.

Meira apontou que 98% dos problemas das empresas estão centrados na execução.

Para Silvio Meira, a Inova-ção não é um serviço ou pro-duto isolado. É um processo contínuo de aprendizagem. Uma lição permanente.

A arte dos negócios

Para o cientista, há mui-ta gente com boas ideias de como mudar seus negócios, sem o conhecimento de como executá-las.

“Se a Inovação for tecno-lógica, por exemplo, é preci-so ter agentes que entendam do comportamento das pesso-as frente a produtos e servi-ços. Eles precisam saber a arte de fazer negócios e conhecer

Silvio Meira: Inovação é um processo contínuo de aprendizagem

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Avaliação

Os resultados do II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Ino-vação (ALI) surpreenderam os próprios organizadores do evento que atuam na Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia (UAIT) e na Universidade Corporativa SEBRAE. Um dos dados mais relevantes da pesquisa feita entre os ALIs apontou que 83% avaliaram o Encontro entre ótimo (35%) e bom (48%). Entre os gestores do Programa ALI, a aprovação atingiu 92%, entre ótimo (24%) e bom (68%).

“Ficamos muito satisfeitos com o resultado da avaliação porque coroa de êxito o investimento e a dedicação de toda a equipe en-volvida”, comemorou o gestor nacional do Programa ALI, Marcus Vinicius Bezerra. “A principal contribuição foi a troca de experiências entre os participantes, o que ajuda a postura ativa dos ALIs no sen-tido de estimular a cultura inovadora nas próprias empresas”, com-plementou.

Pela Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia (UAIT), destacou o gestor nacional do Programa ALI, houve a contribuição do analista Hugo Roth na coordenação e do apoio das assistentes Jane Blandina e Eliane Santanna.

A avaliação positiva também foi comemorada pela gerente Alzira de Fátima Vieira, da Universidade Corporativa SEBRAE. Com a parti-cipação das analistas Mônica Caribé e Mara Bauer, essa unidade tam-bém esteve envolvida na organização do evento e no planejamento das atividades integradas (palestras, oficinas, jogos e plenárias).

“Ao apoiar a UAIT no evento, a Universidade Corporativa

Evento nacional conta com aprovação superior a 80%

Resultados obtidos em pesquisa apontaram que o II Encontro foi aprovado tanto pelos Agentes de Inovação quanto pelos gestores do Programa ALI nos Estados

A Universidade Corporativa SEBRAE contribui na criação de um ambiente propício ao debate de conceitos e à reflexão sobre novos métodos de criação de valor pela Inovação.

Alzira de Fátima Vieira, gerente da Universidade

Corporativa SEBRAE

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SEBRAE contribui na criação de um ambiente propício ao debate de conceitos e à reflexão sobre novos métodos de criação de va-lor pela Inovação, estimulando a troca de experiências”, afirmou.

Para ela, “esses são fatores fundamentais para a criação de uma cultura que explora a INO-VAÇÃO como ferramenta de competitividade para as micro e pequenas empresas (MPEs).”

Em geral, as atividades, as palestras e as oficinas do evento foram bem avaliadas pelos ALIs e gestores do programa.

Isso inclui nove itens: Apoio ao Desenvolvimento da Capaci-tação; Instrutores; Palestrantes;

Interatividade e Conteúdo do Circuito SEBRAE sobre Inovação e Sustentabilidade; Atividade Atendimento ALI (apresentação multimídia), Soluções SEBRAE (comércio e indústria de panifi-cação); Dinâmicas – Criatividade e Inovação (sabão artesanal), Sustentabilidade e Inovação (empresa gráfica), Criatividade e Inovação (sabão artesanal); e Considerações Sobre o Encontro.

Ao todo, no II Encontro Nacio-nal, houve a participação de 520 pessoas que estiveram presentes e atuaram nas oficinas, palestras, apresentações, organização, su-porte e cobertura jornalística.

Participantes avaliaram positivamente as atividadesdesenvolvidas no evento

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Avaliação

Avaliação do II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação

Gestores do Programa ALI

Agentes Locais de Inovação

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Avaliações dos Agentes Locais de Inovação

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Circuito SEBRAE sobre Inovação e Sustentabilidade – Interatividade

Soluções SEBRAE (comércio e indústria da panificação) – Jogo

Circuito SEBRAE sobre Inovação e Sustentabilidade – Jogo

Atividade Atendimento ALI

Avaliações dos Agentes Locais de Inovação

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Veja algumas das mensagens e sugestões registradas pelos participantes do II Encontro Nacional dos ALIs nos formulários da pesquisa de avaliação:

• “Uma oportunidade para conhecer o que se passa em outros Estados, interagir com outros colegas, conhecer as pessoas responsáveis pela elaboração de cada momento vivido no encontro.

Espero que as informações sejam aproveitadas para apri-morar ainda mais esse programa, que tem tudo para ser um produto referencial em excelência no Sebrae.”

• “Considerei os jogos empresariais a atividade maismarcante do encontro. A interação dos agentes de ou-tros Estados foi de um crescimento significativo. Espero estar aqui no próximo!!!”

•“A estrutura, os detalhes, os temas, os jogos, os pales-trantes...tudo harmonicamente pensado para que pudés-semos ter mais aproveitamento, capacidade de raciocínio e troca de experiências, visão sistêmica e, claro, diversão!”

•“Oencontrocertamentecontribuiráparaoaprimo-ramento da gestão do programa e atuação dos ALIs. Acredito que, assim como eu, os demais ALIs estão com um novo gás para buscar resultados.”

•“Muito bom o II Encontro Nacional dos Agentes Locais de Inovação. Deveria existir mais atividades com os ALIs de diferentes estados, em que todos pudessem trocar ex-periências e sugestões.“

Sugestões e Mensagens

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