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101
EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU�LON NO CONTROLE DE PATÓGENOSE DESENVOLVIMENTO DO ARROZ DE SEQUEIRO (Oza sativa L.). ODIL MOEL DECAMPOS LEITE ii Orientador: Prof. Dr. Geraldo José Apecido Di o Dissertação apresentada à Escola Superior de Aicultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo, pa a obtenção do Título de Mese em Aonomia, Área de Concenação: Fitotecnia. P IRACIC AB A Estado de São Paulo -Brasil Fevereiro de 1997

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EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU�LON NO

CONTROLE DE PATÓGENOSE DESENVOLVIMENTO DO ARROZ DE

SEQUEIRO (Oryza sativa L.).

ODANIL MANOEL DE CAMPOS LEITE

ii

Orientador: Prof. Dr. Geraldo José Aparecido Dario

Dissertação apresentada à Escola

Superior de Agricultura "Luiz de

Queiroz", da Universidade de São

Paulo, para a obtenção do Título de

Mestre em Agronomia, Área de

Concentração: Fitotecnia.

P IRACIC AB A

Estado de São Paulo -Brasil

Fevereiro de 1997

Page 2: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

Dados Internacionais de catalogação na Publicação <CIP> DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - campus "LUIZ de ouelroz"/USP

Leite, Odanil Manoel de Campos Efei•o do tratamento de sementes com pyroqullon no controle de patógenos e

desenvo, 'in1ento do arroz de sequeiro ( OryZJ sativa L.) / Odánii',: Màntiêl de Campos ·.eite. • · Piracicaba, 1997.

84 ).

Dissertação (mestrado) • · Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1997.

Bil:-""�rafia.

1. Arroz de sequeiro 2. Brusone do arroz 3. Estimulante de cresr''Tlento 4.

Fungicida (Efeito) 5. Semente 1. Titulo

CDD 633.18

631.563

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EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQUILON NO

CONTROLE DE PATÓGENOS E DESENVOLVIMENTO DO ARROZ DE

SEQUEIRO (Oryza sativa L.).

iii

ODANIL MANOEL DE CAMPOS LEITE

Aprovado em 05 de fevereiro de 1997.

Comissão julgadora:

Prof. Dr. Geraldo José Ap�écido Oari�'(Orientador)

Prof. Dr. José Otávio Machado Menten

ESALQ/USP

ESALQ/USP

UNESP/Botucatu Prof. Dr. José Ricardo Machado

Prof. Dr. Geraldo sé Aparecido D 10

Ori tador

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Nenhuma meta na vida é impossível de ser alcançada,

quando se realmente quer atingi-la.

Eu dedico este trabalho

à minha mãe Nilda,

à minha esposa Mansa,

ao meu filho Felipe,

ao meu tio Manoel Carlos (em memória),

em agradecimento ao estímulo, apoio e amor que todos sempre me dedicaram.

iv

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v

AGRADECIMENTOS

'A Ciba-Geigy Química S.A., pelo apoio e por ter acreditado na seriedade do meu trabalho,

Ao.Prof. Dr. Geraldo José Aparecido Dario, da ESALQIUSP, pela dedicação, orientação, e

profissionalismo demonstrado durante o curso de mestrado,

Ao Prof. Dr. Durval Dourado Neto, da ESALQIUSP, pela colaboração no planejamento do

experimento,

Ao Eng. Agr. Arlindo Pinheiro da Silveira, do Instituto Biológico de São Paulo, pela

colaboração na execução do experimento em casa-de-vegetação,

Ao Eng. Agr. Lino Ricardo R. Furia, pós-graduando da ESALQIUSP, pela colaboração na

digitação dessa dissertação,

À Dra. Ana Dionísia L. C. Novembre e Dra. Maria Heloísa Duarte de Moraes, da

ESALQIUSP, pela colaboração nos testes de laboratório,

Ao Dr. Jaciro Soave, do Instituto Agronômico de Campinas, pela colaboração no

planejamento do experimento em casa-de-vegetação,

Ao Sr. Orlando Pinheiro da Silveira pela colaboração na condução do experimento em casa­

de-vegetação,

À Prof Maria Izalina Ferreira Alves, da ESALQIUSP pela orientação na análise estatística

dos experimentos,

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vi

Ao Eng. Agr. Celso Assis Machado, da Ciba-Geigy Química S.A., pelo apoio e incentivo.

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vii

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .......... s •• e •••• ., ••••••••••••••••••••••••••••••••• .., • •••••••••••• ~ ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• X

RESUMO ...................................................... o •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• xv

SUMMARY ....................................................................................................................... xvii

1. INTRODUÇAO ..................... e •••••• " •••••••••••••••••••••••••• 0 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 1

2. REVISAO DE LITERATURA ............................ ee •••••• e •••••••••••••••••• c •••••••••••••••••••••••••••••••• 3

2.1 Considerações gerais sobre a cultura do arroz no Brasil.. ............................................. 3

2.2 Breve histórico do tratamento de sementes .............................................. '" .................. 5

2.3 A importância do tratamento químico de sementes ..................................................... 6

2.4 Utilização do fungicida Pyroquilon na cultura do arroz ............................................... 9

2.5 Característica do fungicida Pyroquilon ....................................................................... l0

2.6 A deficiência hídrica como fator limitante da cultura de arroz ................................... 10

2.7 O tratamento químico de sementes e sua influência na tolerância à deficiência

hídrica ......................................................................................................................... 14 ,

3. MATERIAL E METODOS ...... e •• o •••••••• ee •• e.c.oe •••• e • .,.oo ••••• oó •••• ee ••• 6 •••••••••••••••••••••••••••••••••••• 16

3.1 Local do experimento ................................................................................................. 16

3.2 Caracterização do cultivar ........................................................................................... 16

3.3 Caracterização das amostras de sementes ................................................................... 16

3.4 Caracterização do fungicida Pyroquilon ..................................................................... 18

3.5 Preparo e tratamento químico das amostras de sementes ........................................... 18

3.6 Tratamentos ................................................................................................................. 19

3.6.1 Primeira fase ........................................................................................................ 19

3.6.2 Segunda fase ........................................................................................................ 19

3.7 Caracterização do Substrato ........................................................................................ 21

3.8 Preparo e arranjamento dos vasos ............................................................................... 22

3.9 Semeadura e desbaste das plantas ............................................................................... 25

3.10 Irrigação .................................................................................................................... 25

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vüi

3.11 Correção da massa original dos vasos e rodízio ....................................................... 26

3.12 Deficiência hídrica .................................................................................................... 27

3.13 Controle e monitoramento das condições ambientes da casa-de-vegetação ............. 27

3.14 Registro dos estádios fenológicos ............................................................................. 27

3.15 Avaliações ................................................................................................................. 28

3.15.1 Análise de sanidade de sementes após o tratamento químico das sementes

com fungicidas ................................................................................................... 28

3.15.2 Emergência de plântulas .................................................................................... 29

3.15.3 Número de colmos ............................................................................................. 29

3.15.4 Altura de plantas ................................................................................................ 29

3.15.5 Índice de área foliar ............................................................................................ 29

3.15.6 Número de panículas ......................................................................................... 30

3.15.7 Massa de raízes secas, de parte aérea seca (colmos e folhas), e de panículas

secas ................................................................................................................... 30

3.15.8 Massa de grãos cheios e chochos ....................................................................... 31

3.15.9 Número de grãos cheios e número de grão chochos e porcentagem de grão

cheios ................................................................................................................. 31

3.16 Delineamento experimental ...................................................................................... 31

3.16.1 Experimento em laboratório (teste de sanidade de sementes tratadas) .............. 31

3.16.2 Experimento em casa-de-vegetação ................................................................... 32

4. RESULTADOS E DISCUSSAO ... o ••••• oD ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 39

4.1 Experimento em laboratório (teste de sanidade de sementes tratadas) ....................... 39

4.2 Experimento em casa-de-vegetação ............................................................................ 42

4.2.1 Número de plantas emergidas (primeira fase) ...... ~ .............................................. 42

4.2.2 Índice de área foliar, altura de plantas e número de colmos (primeira fase) ........ 42

4.2.3 Índice de área foliar e número de panículas (segunda fase) ................................. 45

4.2.4 Massa de raízes secas, massa de parte aérea seca, e massa de parúculas secas ... 51

4.2.5 Massa de grãos cheios secos, massa de grãos chochos secos, número de grãos

cheios, número de grãos chochos, e porcentagem de grãos cheios ................... 60

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ix

4.2.6 Número de colmos após a deficiência hídrica ..................................................... 73

5. CONCL USAO ................................................................................................................. 79

A ,

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ........ e ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 80

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x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resultados das análises de sementes das amostras de sementes IA68 e IA69 do

cultivar IAC-165 ................................................................................................... 17

Tabela 2. Descrição dos patógenos presentes nas amostras de sementes IA68 e IA69 do

cultivar IAC-165 ................................................................................................... 17

Tabela 3. Descrição dos tratamentos referentes à primeira fase ........................................... 19

Tabela 4. Descrição dos tratamentos referentes à segunda fase ............................................ 20

Tabela 5. Resultado de análise química do substrato (macronutrientes) .............................. 21

Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ............................... 21

Tabela 7. Resultado de análise granulométrica do substrato (Método do Densímetro) ....... 22

Tabela 8. Descrição dos estádios fenológicos da cultura do arroz de sequeiro segundo a

escala BBCH (Ciba-Geigy AG, 1994) .................................................................. 28

Tabela 9. Esquema de análise de variância referentes a variável porcentagem de

sementes portadoras de patógenos ........................................................................ 32

Tabela 10. Esquema da análise da variância referente às variáveis índice de área foHar

(IAF), altura de plantas (AP) e número de colmos (NC) (primeira fase) ............. 34

Tabela 11. Descrição do esquema de análise da variância referente às variáveis IAF

(índice de área foliar), NPAN (número de panículas), MRS (massa de raízes

secas), MPAS (massa de parte aérea seca), MPS (massa de panículas secas),

MGCS (massa de grãos cheios secos), MGCOS (massa de grãos chochos

secos), NGC (número de grãos cheios), NGCO (número de grãos chochos), e

% GC (porcentagem de grãos cheios) ................................................................... 35

Tabela 12. Detalhamento da análise da variância, quando o teste F detectou diferença

significativa entre os tratamentos, feito o desdobramento dos graus de

liberdade em contrastes ortogonais de interesse ................................................... 36

Tabela 13. Análise de variância (quadrados médios) e teste F, para a variável

porcentagem de sementes portadoras de Pyricularia oryzae, Phoma sp.,

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xi

Trichoconiella padwicldi, e Fusarium sp. (dados transformados em

arcoseno..J y / 100 ) ................................................................................................ 39

Tabela 14. Análise de variância (quadrados médios) e teste F, para a variável

porcentagem de sementes portadoras de Drechslera oryzae, Aspergillus spp.,

Penicillium spp., e Rhinchosporium oryzae. (dados transformados em

arco seno ..J y / 100 ) ................................................................................................ 40

Tabela 15. Médias sem transformação e teste de Tukey para tratamentos, para a variável

porcentagem de sementes portadoras de Pyricularia oryzae, Phoma sp.,

Trichoconiella padwicldi, e Fusarium sp ............................................................. 40

Tabela 16. Médias não transformadas e teste de Tukey para tratamentos, para a variável

porcentagem de sementes portadoras de Drechslera oryzae, Aspergillus spp.,

Penicillium spp., e Rhinchosporium oryzae .......................................................... 41

Tabela 17. Descrição do número de plantas emergidas por tratamento (primeira fase) ...... .42

Tabela 18. Análise da variância (Quadrados médios) e teste F para as variáveis. Índice de

área foliar (IAF), altura de plantas em cm (AP) e número de colmos (NC),

(primeira fase) ....................... , ................................................................................ 43

Tabela 19. Médias sem transformação e teste de Duncan, para as variáveis IAF (índice

de área foliar), AP (altura de plantas em cm) e NC (número de colmos),

(primeira fase) ....................................................................................................... 44

Tabela 20. Análise da variância (quadrados médios) e teste F para as variáveis índice de

área foliar (1AF) e número de panículas (NP AN), (segunda fase ) ....................... .45

Tabela 21. Desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos (quadrados médios)

em contrastes ortogonais, e teste F, para as variáveis lAF (índice de área foliar)

e NPAN (número de panículas), (segunda fase) ................................................... 46

Tabela 22. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao índice de área foliar

(1AF) e seus indicativos ........................................................................................ 47

Tabela 23. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao número de panículas e

seus indicativos ..................................................................................................... 48

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xii

Tabela 24. Descrição das estimativas dos contrastes para o grupo de variáveis IAF

(índice de área foliar) e NPAN (número de panículas), (segunda fase) ............... .49

Tabela 25. Médias sem transformação e teste de Duncan para tratamentos, para as

variáveis índice de área foliar médio (IAF) e número de panículas (NP AN),

(segunda fase) ....................................................................................................... 50

Tabela 26. Análise da variância (Quadrados médios) e teste F para as variáveis Massa de

raízes secas (MRS), Massa de parte aérea seca (MP AS) e Massa de panículas

secas (MPS), (segunda fase) ................................................................................. 51

Tabela 27. Desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos (quadrados médios)

em contrastes ortogonais, e teste F, para as variáveis MRS (massa de raízes ,

secas), MPAS (massa de parte aérea seca) e MPS (massa de panículas secas),

(segunda fase) ......................................................... 00 •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 52

Tabela 28. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de raízes secas

(MRS, glvaso) ............................................................................ '" ........................ 53

Tabela 29. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de parte aérea seca

(MP AS, glvaso) .................................................................................................... 54

Tabela 30. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de panículas secas

(MPS, glvaso) ........................................................ ., ............................................. 56

Tabela 31. Resumo das estimativas dos contrastes para o grupo de variáveis massa de

raízes secas (MRS), massa de parte aérea seca (MP AS) e massa de panículas

secas (MPS), (segunda fase) ................................................................................. 58

Tabela 32. Médias sem transformação e teste de Duncan para tratamentos, para as

variáveis MRS (massa de raízes secas, glvaso), MPAS (massa de parte aérea

seca, glvaso) e MPS (massa de panículas secas, glvaso), (segunda fase) ............. 59

Tabela 33. Análise da variância (quadrados médios) e teste F para as variáveis Massa de

grãos cheios secos (MGCS, glvaso), Massa de grãos chochos secos (MGCOS,

glvaso), Número de grãos cheios (NGC), Número de grãos chochos (NGCO),

e Porcentagem de grãos cheios (% GC), (segunda fase) ....................................... 60

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xiii

Tabela 34. Desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos em contrastes

ortogonais (quadrados médios), e teste F, para as variáveis MGCS (massa de

grãos cheios secos), MGCOS (massa de grãos chochos secos), NGC (número

de grãos cheios), NGCO (número de grãos chochos) e % GC (porcentagem de

grãos cheios), (segunda fase) ................................................................................ 61

Tabela 35. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de grãos cheios

secos (MGCS, g/vaso) ................................................ '" ................................ '" .... 62

Tabela 36. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de grãos chochos

secos (MGCOS, g/vaso) ....................................................................................... 64

Tabela 37. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao número de grãos cheios

(NGC) ................................................................................................................... 66

Tabela 38. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao número de grãos

chochos (NGCO) .................................................................................................. 67

Tabela 39. Descrição das estimativas dos contrastes relativos a porcentagem de grãos

cheios (0/0 GC) ........ o .............................................................................................. 69

Tabela 40. Resumo das estimativas dos contrastes para o grupo de variáveis MGCS

(massa de grãos cheios secos), MGCOS (massa de grãos chochos secos), NGC

(número de grãos cheios), NGCO (número de grãos chochos) e % GC

(porcentagem de grãos cheios), (segunda fase) ..................................................... 71

Tabela 41. Médias sem transformação e teste de Duncan para tratamentos, para as

variáveis MGCS (massa de grãos cheios secos), MGCOS (massa de grãos

chochos secos), NGC (número de grãos cheios), NGCO (número de grãos

chochos) e % GC (porcentagem de grãos cheios), (segunda fase) ....................... 73

Tabela 42. Análise da variância e teste F para a variável número de colmos (NC),

(segunda fase) ....................................................................................................... 74

Tabela 43. Desdobramento dos graus de liberdades de tratamentos em contrastes

ortogonais, e teste F, para a variável NC (número de colmos), dentro de cada

época de avaliação, (segunda fase) ....................................................................... 75

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xiv

Tabela 44. Médias sem transformação e teste de Duncan para épocas de avaliações, para

a variável NC (número de colmos), (segunda fase) .............................................. 76

Tabela 45. Médias sem transformação e teste de Duncan, para os tratamentos dentro de

cada avaliação, da variável NC (número de colmos), (segunda fase) ................... 77

Page 15: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQUILON NO

CONTROLE DE PATÓGENOS E DESENVOLVIMENTO DO ARROZ DE

SEQUEIRO (Oryza sativa L.).

xv

Autor: Odanil Manoel de Campos Leite

Orientador: Prof. Dr. Geraldo José Aparecido Dario

RESUMO

No presente trabalho utilizou-se o fungicida sistêmico Pyroquilon 50 PM, do grupo

químico das Quinolinas, em tratamento de sementes de arroz de sequeiro. Foram tratados

dois lotes de sementes do cultivar IAC-165, com e sem incidência de Pyricularia oryzae

Cavo O experimento conduzido em casa-de-vegetação, apresentou duas fases distintas,

sendo o ponto divisório das fases o pleno florescimento da cultura. Quatro regimes de

irrigação foram usados: sem deficiência hídrica, com deficiência hídrica provocados aos 10

e 5 dias antes e 5 dias após o pleno florescimento. Para compor os tratamentos foram

utilizadas duas amostras de sementes de arroz, uma com alta incidência de Pyricularia

oryzae Cav. e outra com baixa incidência do patógeno, parte das sementes foram tratadas

com o fungicida Pyroquilon e a outra permaneceu sem tratamento.

O objetivo principal do trabalho foi avaliar a atividade fungicida e fito estimulante

do Pyroquilon, aplicado em tratamento de sementes, na planta de arroz, bem como o seu

efeito no aumento da tolerância da planta de arroz a um período de deficiência hídrica.

As avaliações feitas foram: teste de sanidade de sementes, índice de área foliar,

altura de plantas, número de colmos, número de panículas, massa de raízes secas, massa de

panículas secas, massa da parte aérea seca, massa de grãos cheios e chochos secos, número

de grãos cheios e chochos e porcentagem de grãos cheios.

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xvi

Os resultados obtidos permitem concluir que o Pyroquilon, quando aplicado em

tratamento de sementes de arroz de sequeiro, controla eficazmente o patógeno Pyricularia

oryzae Cav., e tem influência positiva, mesmo quando as sementes apresentam baixa

incidência de Pyricularia oryzae Cav., estimulando o desenvolvimento vegetativo, atuando

como um fito estimulante, no entanto quando ocorrem períodos de deficiência hídrica,

particularmente próximo ao pleno florescimento, o efeito fitoestimulante do Pyroquilon não

é suficiente para compensar os efeitos deletérios da deficiência hídrica.

Page 17: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

xvii

SEED TREATMENT WITH THE SYSTEMIC FUNGICIDE PYROQUILON 50 PM

AND ITS INFLUENCE ON UPLAND RICE (Oryza sativa L.) DEVELOPMENT AND

DROUGHT TOLERANCE

SUMMARY

Author: Odanil Manoel de Campos Leite

Adviser: Prof. Dr. Geraldo José Aparecido Dario

A systemic fungicide of the Quinolines group (Pyroquilon 50 PM) was tested in

upland rice seed treatment. Two seed samples of rice, cultivar IAC-165, were treated. One

of the samples with high incidence of Pyricularia oryzae Cavo and the other one with low

incidence of the pathogen. The greenhouse experiment had two distinct phases, the division

point was the full-flowering stage. Four different irrigation schedule were used: without

water stress, with induced water stress 10 and 5 days before and 5 days after full-flowering.

To compose the treatment the two samples of seeds were divided in two parts one was

treated with Pyroquilon and another remained untreated.

The main purpose of this research was to evaluate the fungicide activity and the

stimulating effects of Pyroquilon 50 PM on rice plants originated from treated seeds, as

well as its effects on drought tolerance.

It was evaluated during the experiment development: blotter test, leaf area index,

number of stems, number of panicles, among other parameters.

It could be concluded that Pyroquilon 50 WP controls Pyricularia oryzae Cav.

with high eficcacy, it has also a positive influence when used in upland rice seed treatment,

even when the seeds were not with high incidence of Pyricularia oryzae Cav ..

Although, the product did not show any effects on the plant drough tolerance.

Page 18: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

1

1. INTRODUÇÃO

o arroz é um dos mais importantes cereais cultivados no mundo, com área inferior

apenas ao trigo.

No Brasil a cultura ganha destaque na cesta básica, uma vez que, grande parte das

calorias ingeridas diariamente pela população é suprida pelo arroz, sendo que atualmente

são cultivados no país ao redor de 4,0 milhões de hectares, aproximadamente 77% da área é

ocupada pela lavoura conduzida no sistema de sequeiro.

Alguns problemas são limitantes no sistema de sequeiro, como a baixa fertilidade

dos solos, acidez e toxidez por alumínio, e problemas fitossanitários, mas principalmente a

falta de águfl,· em períodos considerados críticos para a cultura, tem sido o principal fator de

decréscimo de rendimento.

Por ser uma planta semi-aquática, a água exerce papel muito importante no

desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da cultura do arroz, e quando ocorrem períodos

de deficiência hídrica, principalmente durante o florescimento, os prejuízos em geral, são

muito acentuados, dependendo da intensidade e duração do período de deficiência hídrica.

Associado à deficiência hídrica, a ocorrência de doenças na cultura do arroz de

sequeiro é outro fator extremamente importante para a produção, sendo a brusone, causada

pelo fungo Pyricularia oryzae Cav., considerada no Brasil a doença mais importante.

Esse patógeno é disseminado principalmente através do vento e da água, mas as

sementes desempenham também um importante papel nessa disseminação. O tratamento

químico de sementes é recomendado pela pesquisa, como meio de controle desse patógeno,

e dentre os fungicidas inclui-se Pyroquilon, produto sistêmico do grupo químico da

Quinolinas.

O Pyroquilon tem ação sistêmica, com penetração através do tegumento das

sementes, sendo também absorvido pelas raízes e translocado para a parte aérea das plantas

através de movimento acropetal. Seu modo de ação é a inibição da biossíntese da melanina

de diversos fungos, e sua ação protetiva pode se extender por até 50 dias após a emergência

da cultura, controlando inclusive a brusone foliar.

Page 19: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

2

Além do controle da brusone tem-se observado também, em campos de produção

de arroz, cujas sementes foram tratadas com Pyroquilon, um maior vigor das plantas,

mesmo sem a ocorrência de brusone, e esse maior vigor, em alguns casos, tem refletido em

maior rendimento de grãos de arroz.

Este trabalho teve como objetivo verificar o efeito fungicida do Pyroquilon, usado

em tratamento de sementes de arroz de sequeiro, contra Pyricularia oryzae Cav ~ e outros

patógenos presentes nas sementes, e também a influência fito estimulante desse fungicida na

planta de arroz e seu efeito no aumento de tolerância da mesma à diferentes períodos de

deficiência hídrica ocorrentes ao redor do pleno florescimento.

Page 20: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Considerações gerais sobre a cultura do arroz no Brasil

No Brasil o arroz é cultivado em aproximadamente 4 milhões de hectares em todo

o território. Ocupa a terceira maior área cultivada, entre as culturas de grãos, perdendo

apenas para o milho e a soja.

O arroz (Oryza sativa L.), alimento básico de 40% da humanidade, provendo 12 a

35% das calorias e 9 a 25% das proteínas totais ingeridas, respectivamente, pelos latino­

americanos e asiáticos, ocupa posição de destaque entre os principais cereais cultivados,

sendo apenas suplantado em área cultivada e em produção pelo trigo.

A região de produção de arroz abrange uma grande extensão no mundo. Hoje no

mundo o arroz é cultivado desde a latitude de 49° Norte até a latitude de 35° Sul, em locais

ao nível do mar, até locais com mais de 3.000 m de altitude, sendo cultivado em grande

parte dessas áreas na forma de arroz de sequeiro (Krishnasamy & Seshu., 1987).

Os países que mais se destacam corno maiores produtores de arroz no mundo São

China, seguida pela Índia, já o Brasil responde apenas por 2% da produção mundial desse

cereal.

Fomasieri Filho & Fomasieri (1993) relataram, que no Brasil são utilizados três

sistemas no plantio da cultura de arroz, sendo classificados pelo suprimento de água. O

sistema irrigado, que é feito em terras baixas irrigadas por inundação controlada; o sistema .

de várzeas úmidas, que é feito em terras baixas onde a irrigação provém da precipitação

pluvial ou do afloramento do lençol freático, permanecendo o solo saturado durante, pelo

menos, parte do ciclo da cultura; e o sistema de sequeiro, que é feito em terras firmes sem

irrigação onde a água é proveniente de precipitação pluvial permanecendo o solo drenado

durante todo o ciclo da cultura.

Da área total brasileira, aproximadamente 77% é cultivada através do sistema de

sequeiro resultando em 54% da produção nacional (Prabhu et al., 1993).

Page 21: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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Brusone é considerada como o mais sério problema fitossanitário do arroz. Esta

doença não ocorre apenas em longos períodos de seca, mas a suscetibilidade da cultura

pode aumentar após um período de estresse hídrico.

Os registros das ocorrências de brusone afetando a cultura do arroz são muito

antigos. Ou (1985) relatou que na China, Soong Ying-Shin em seu livro "Utilização dos

recursos naturais", publicado em 1637, já relatava a ocorrência dessa doença com o nome

de "doença da febre do arroz". Segundo o autor esta doença apresenta a maior capacidade

destrutiva, dentre as doenças ocorrentes na cultura do arroz.

Souza et aI. (1984) relataram que as perdas causadas por brusone podem chegar até

100% em algumas lavouras.

Os sintomas nas folhas ocorrem inicialmente como pequenos pontos castanhos,

que logo aumentam de tamanho, podendo atingir até 2 cm de comprimento por 0,5 cm de

largura. As lesões típicaS são fusiformes, com o centro cinza e os bordos de cor marrom,

circundados, às vezes, por um halo amarelado. Com o aumento do número e tamanho das

lesões, essas se coalescem e produzem a queima das folhas e a morte das plantas na fase

vegetativa. Nos nós dos colmos aparecem manchas de coloração marrom e nos entrenós

manchas de formato elíptico, causando necrose da parte atingida, impedindo a circulação da

seiva. A infecção do nó da base da panícula, conhecida como brusone do pescoço, pode

causar esterilidade, desde que o ataque seja após sua emissão, ou durante a fase leitosa dos

grãos. Pode ainda causar a redução da massa dos grãos, quando o ataque 'as panículas for

mais tardio.

Pinheiro & Guimarães (1990), estudaram o índice de área foliar e rendimento de

arroz de sequeiro registraram maior intensidade de brusone durante os períodos sem

precipitação.

Shahjahan et aI. (1987) relataram que a maioria dos casos de ocorrência de brusone

sugere que o patógeno pode sobreviver em diferentes regiões climáticas. Em clima tropical,

o período de molhamento das folhas, e a presença de orvalho ou chuva, é considerada como

ótima condição micro climática para o desenvolvimento da doença. Esses autores afirmam

também, que além do elemento climático, outros fatores como tipo de solo, resistência

Page 22: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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varietal e práticas culturais, podem influenciar sensivelmente no desenvolvimento da

brusone.

Prabhu & Guimarães (1990) estudaram o efeito da brusone nas folhas e nas

panículas e no rendimento de grãos de cinco cultivares de ciclo curto e nove de ciclo longo,

em condições de sequeiro, e verificaram que a altura, e a matéria seca das plantas foram

reduzidas significativamente nos cultivares de ciclo curto. As perdas médias de massa de

1.000 grãos variaram de 8% a 14% e a percentagem de grãos vazios, de 19% a 58%, tanto

nos cultivares de ciclo curto quatlto nos de ciclo longo. As perdas na produtividade

variaram entre 15% a 38%.

2.2 Breve histórico do tratamento de sementes

Jeffs (1986), Soave & Wetzel (1987) e Dhingra et aI. (1980) relataram que, o

tratamento de sementes para a proteção de plantas contra insetos e doenças visando garantir

uma boa produção remonta da antigüidade. Nos tempos romanos de Plínio (60 D.C.), já se

usava o vinho e folhas trituradas de ciprestes para o tratamento de sementes.

A imersão de sementes de trigo em salmoura, e misturadas em seguida com cal,

era praticada na Inglaterra no ano de 1733 por Jethro Tull, para prevenir o aparecimento dos

carvões e cáries na cultura de trigo (Jeffs, 1986; Soave & Wetzel, 1987 e Dhingra et aI.,

1980).

Em 1750, Tillet, na França, após pesquisas com o uso de soda cáustica e cal no

tratameJ1to de sementes para o controle de Tilletia caries no trigo, obteve tanto sucesso que

esta prática tomou-se recomendação oficial (Jeffs, 1986; Soave & Wetzel, 1987 e Dhingra

et aI., 1980).

Os métodos de tratamento de sementes foram evoluindo com o passar do tempo, já

em 1761, Schulthuss introduziu o uso do sulfato de cobre no tratamento de sementes, sendo

esta uma nova alternativa adotada por muitos pesquisadores, no entanto esse composto não

se mostrou de todo eficiente especialmente contra os carvões do trigo (Jeffs, 1986; Soave &

Wetzel, 1987 e Dhingra et aI., 1980).

Page 23: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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Em 1897, Bolley nos Estados Unidos, introduziu o uso do formaldeído como

ágente tratador de sementes no controle do carvão da aveia. Esse método tomou-se muito

usado, apesar de sua fitotoxicidade às sementes (Jeffs, 1986; Soave & Wetzel, 1987 e

Dhingra et lll., 1980).

Em 1914, Rheime na Alemanha, introduziu os fungicidas organomercuriais no

tratamento de sementes de trigo, em 1942, o produto Thiram conhecido e usado atéhoje foi

lançado no mercado (Jeffs, 1986; Soave & Wetzel, 1987 e Dhingra et al., 1980).

Na década de 50 ocorreu a introdução do Carboxin primeiro fungicida sistêmico

para tratamento de sementes. Já nos anos 60 foi lançado no mercado o Benomil, também

outro fungicida sistêmico (Jeffs, 1986; Soave & Wetzel, 1987 e Dhingra et al., 1980).

Em anos mais recentes, na década de 80, ocorreu a introdução dos fungicidas

triazóis em tratamento de sementes, que tem como representante mais conhecido . o

Triadimenol (Jeffs, 1986).

O Pyroquilon também foi lançado no fmal dos anos 80, sendo seu principal uso o

arroz (Ciba-Geigy Química S.A., 1990).

2.3 A importância do tratamento químico de sementes

A boa semente, que deve ser necessariamente sadia ou livre de p~tógenos e insetos,

é um dos pilares fundamentais da agricultura moderna, sendo o tratamento de sementes

prática obrigatória na implantação de uma determinada cultura agrícola (Menezes, 1985):

O tratamento de sementes com fungicidas na cultura do arroz de sequeiro nas áreas

mais tecnificadas é prática comum, visando o controle de diversos patógenos, dentre eles o

mais importante é Pyricularia oryzae (Lucca, 1985).

A principal razão diz respeito aos microrganismos associados às sementes,

geralmente fungos, como é o caso de Colletotrichum sp. em soja, Fusarium spp. em milho,

Aspergillus spp. em amendoim, Macrophomina sp. em feijão, Helminthosporium spp. em

trigo, e outros (Galli et al., 1980; Menezes, 1985 e Lucca, 1985). Esses microrganismos

podem apodrecer as sementes, matar as plântulas, ou induzir a produção de plântulas

anormais.

Page 24: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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Fungos também presentes no solo, tais como Pythium spp., Phytophthora spp. e

Rhizoctonia spp., também causam semelhantes problemas (Soave & Wetzel, 1987; Jeffs,

1986; Dhingra et ai). Tanto os fungos nas sementes quanto no solo, podem levar à uma

diminuição de estande da cultura e consequentemente diminuição do rendimento, e a

introdução de patógenos em áreas isentas faz-se com muita eficácia através de sementes

infectadas (Menezes, 1985 e Lucca, 1985).

Além disso os fungos presentes nas sementes são fonte de inóculo para futuras

epidemias nas lavouras, como é o caso de Helminthosporium spp. em sementes de trigo

(Forcelini, 1990); ainda segundo o mesmo autor, tratamento químico de sementes em

alguns casos podem controlar fungos, mesm~ estes não sendo transportados por sementes,

como acontece com Erysiphe sp. em trigo e cevada.

Nakamura & Sader (1986) e Amaral et aI. (1985) descreveram inúmeros patógenos

que podem ser transmitidos por sementes na cultura do arroz e seus efeitos na qualidade dos

grãos e sem(~p.tes. Ainda Nakamura & Sader (1985), estudaram o efeito da infecção por

fungos na germinação e vigor de sementes de arroz das cultivares IAC-25, IAC-47, IAC-

164, IAC-165 e IAC-1278, verificaram que lotes com baixa incidência de Phoma sp.,

Drechslera sp. e Pyricularia oryzae, apresentavam maior porcentagem de germinação e

vigor, em relação às com infecção mais elevada. Já os cultivares que apresentavam alta

incidência de Phoma sp. e Drechslera sp. demonstravam menor porcentagem de

germinação e menor resistência ao envelhecimento acelerado.

Muito poucos pesquisadores estudaram o efeito de diversos fungicidas utilizados

em tratamento de sementes na cultura de arroz para controle de patógenos.

Sartorato et aI. (1990) trabalharam em condições de laboratório com o cultivar

IAC-165 na safra 85/86, e utilizaram sementes naturalmente portadoras de Phoma sp.,

submeteram essas sementes ao tratamento com os fungicidas: Benomil (200 g de

ingrediente ativo/lOO kg de sementes), Iprodione (200 g de ingrediente ativo/lOO kg de

sementes) e Captan (267 g de ingrediente ativo/100 kg de sementes), sendo que o Benomil

foi o melhor tratamento contra esse patógeno, sem no entanto ser erradicante.

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Cicero et alo (1993) trabalharam com sementes de arroz do cultivar IAC-25 em

c<?ndições de laboratório e campo utilizando-se dos seguintes tratamentos fungicidas:

Carboxin+Thiram (50+50, 60+60 e 93.75+93.75g de ingrediente ativo/l00 kg de sementes),

Thiram (140g de ingrediente ativo/lOO kg de sementes) e Thiabendazol (20g de ingrediente

ativo/l00 kg de sementes). Os autores avaliaram os efeitos dos produtos sobre a qualidade

fisiológica e sanitária das sementes tratadas, 'e concluíram, que em laboratório os materiais

trat.ados e não tratados com fungicidas não apresentaram diferenças em relação à qualidade

fisiológica, já em campo, o produto Thiram aumentou a porcentagem e a velocidade de

emergência das plântulas oriundas de sementes tratadas em relação às sementes não

tratadas, e quanto ao controle dos patógenos presentes nas sementes, todos os tratamento

foram eficazes, com destaque para a mistura Carboxin + Thiram que controlou totalmente

os patógenos Pyricularia oryzae, Drechslera oryzae e Rhynchosporium oryzae.

De acordo com Prabhu & Guimarães (1990), apesar da transmissão de Pyricularia

oryzae Cav. pelas sementes infectadas ser considerada dificil, essas podem constituir fontes

de inóculo primário nas lavouras de primeiro ano. Os mesmos autores demonstram ainda,

que embora o principal modo de disseminação do patógeno seja pelo vento, o tratamento de

~ementes com fungicida é uma prática recomendável, pois além de reduzir o inóculo

primário, protege as plantas na fase mais suscetível.

Lasca et aI. (1983), avaliaram a eficiência de produtos fungicidas em tratamento de

sementes de arroz para o controle de Pyricularia oryzae e Phoma sp., utilizando sementes

do cultivar IAC-47, proveniente de Mato Grosso do Sul, comprovadamente infectadas. As

sementes foram tratadas com os fungicidas Vitavax (Carboxin 75% PM): 300 g do

ingrediente ativo por 100 kg de sementes; Benlate (Benomyl 50% PM): 100 g do

ingrediente ativo por 100 kg de sementes e Terra-Coat 205 (PCNB + Terrazole 5,8%): 400

g do ingrediente ativo por 100 kg de sementes. Os resultados mostraram a eficácia de todos

os tratamentos na sanidade das sementes, reduzindo, o nível de infecção, sendo que a

germinação das sementes não foi afetada pelos tratamentos fungicidas.

Page 26: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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2.4 Utilização do fungicida Pyroquilon na cultura do arroz

Poucos trabalhos foram desenvolvidos no Brasil com o fungicida Pyroquilon em

tratamento de sementes para o controle de doença do arroz. O principal patógeno alvo do

Pyroquilon é Pyricularia oryzae, pois este fungicida apresenta uma especificidade muito

acentuada para o controle deste patógeno, embora também controle Phoma spp. e

Trichoconiella padwicldi entre outros patógenos (Ciba-Geigy Química S.A., 1990).

Muitos beneficios podem ser obtidos com o uso do Pyroquilon em tratamento de

sementes de arroz. Pyroquilon em sementes de arroz utilizado no controle de Pyricularia

oryzae, proporciona superioridade na germinação, vigor, massa de 100 sementes,

germinação na primeira contagem, germinação total, velocidade de emergência e massa da

matéria seca da raiz quando comparadas às sementes portadoras de Pyricularia oryzae. As

sementes de arroz com Pyricularia oryzae apresentaram uma menor capacidade

germinativa e vigor do que as sementes isentas do patógeno, mostrando que realmente esse

patógeno afeta seriamente a qualidade das sementes (Comélio, 1991).

Filippi & Prabhu (1989), estudaram o fungicida Pyroquilon no tratamento de

sementes de arroz de sequeiro dos cultivares IAC-25, IAC-165 e IAC-47, infectadas por

Pyricularia oryzae, e verificaram que o fungicida na dose de 400 g de ingrediente ativo por

100 kg de sementes reduziu consideravelmente a infecção foliar de todos os cultivares em

relação à sementes não tratadas não tratada, com eficácia entre 40 e 45 dias após a

semeadura, verificaram ainda que um aumento de rendimento de até 500 kg de grãos por

hectare pode ser obtido no cultivar IAC-165 em relação à sementes não tratadas.

Prabhu & Guimarães (1993), também estudaram o controle de brusone através da

aplicação de Pyroquilon em tratamento de sementes. Em nível de campo, a aplicação de

Pyroquilon (400 g do ingrediente ativo por 100 kg de semente) controlou a brusone, cujo

ataque restringiu-se a níveis inferiores a 5% aos 38 dias após a semeadura dos cultivares

suscetíveis IAC 47, IAC 25, IAC 164 e L-50. Observaram também que o tratamento de

sementes não apresentou resposta nos cultivares mais resistentes à brusone. Finalmente

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concluíram que o tratamento de sementes com Pyroquilon é um meio adequado de proteção

de plantas de arroz contra brusone durante a fase vegetativa para os cultivares suscetíveis.

2.5 Característica do fungicida Pyroquilon

o Pyroquilon é um fungicida sistêmico do grupo químico dos Derivados das

Quinolinas, cujo modo de ação baseia-se na inibição da síntese de melanina nos apressórios

do patógeno Pyricularia oryzae, impedindo dessa forma a penetração do mesmo nos

tecidos do hospedeiro. O Pyroquilon também impede a esporulação do patógeno em lesões

já desenvolvidas bloqueando a produção de conídios. O Pyroquilon é absorvido pelas raízes

das plantas e translocado acropetalmente para os tecidos das folhas e colmos (Ciba-Geigy

Química S.A., 1990).

2.6 A deficiência hídrica como fator limitante da cultura de arroz

A resistência à seca pelo arroz é a expressão total da sua habilidade em sobreviver,

crescer e por fim produzir grãos sob uma condição de deficiência hídrica durante um

período do ciclo da cultura (Chang & Vergara, 1975)

Após extensa revisão sobre resistência à seca, do milheto, sorgo, milho e arroz, os

citados autores concluem, que as principais características que interferem no mecanismo de

resistência são: escape (fechamento estomático em resposta ao estresse, resistência cutícular

e sistema radicular) e tolerância (ao calor e à dessecação). A capacidade de escape à seca

depende da habilidade da planta em absorver água suficiente ou de repor suas perdas cedo o

bastante para evitar o estresse dos seus tecidos, e a resistência à seca ou tolerância 'a

dessecação é resultado da habilidade das células sobreviverem e metabolizarem mesmo

quando os tecidos já se encontram ligeiramente dessecados.

Pereira et alo (1994) enfatizam que a deficiência hídrica afeta todos os aspectos do

crescimento das plantas, alterando sua morfologia e fisiologia. Os seus efeitos estão

relacionados com o decréscimo da pressão de turgescência, e dos potenciais hídrico e

Page 28: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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osmótico. A deficiência hídrica reduz a fotossíntese, através da desidratação do

protoplasma, e limita a translocação dos carbohidratos e dos hormônios de crescimento.

O'Toole & Garrity (1984) descrevem que o arroz de sequeiro sempre sofre algum

grau de deficiência hídrica devido a perda de água por transpiração, e esses autores ainda

relataram, que feno logicamente a semente que possue entre 10% a 15% de teor de água é

muito tolerante a um estresse hídrico interno, entretanto o estágio inicial de

desenvolvimento (da germinação ao estabelecimento das plântulas é o mais vulnerável

períodos do ciclo da cultura à deficiência hídrica. O período de crescimento vegetativo é

menos sensível 'a falta de água internamente na planta, no entanto ocorre a redução da área

foliar e da altura dos colmos, reduzindo também a atividade fotossintética.

Renard & Alluri (1981) analisando o efeito do estresse hídrico sobre a condutância

estomática, potencial de água e características da folha, observaram que, quando os efeitos

da seca são evidentes a superfície inferior da folha é mais afetada do que a superior, devido

ao enrolamento da folha. Quando a parte superior da folha é enrolada para dentro seus

estômatos ficam mais abertos do que os da parte inferior, presumivelmente respondendo a

modificação micro climática onde a demanda evaporativa é baixa.

Os sintomas mais comuns da deficiência hídrica são enrolamento das folhas,

secamento das pontas das folhas, redução do perfilhamento e do crescimento das plantas,

retardamento da floração, aumento da esterilidade e redução da massa dos grãos (Fageria,

1984; Fomasieri Filho & Fornasieri, 1993).

O balanço hídrico de uma cultura de arroz de sequeiro é determinado pelo balanço

entre a chuva e a evapotranspiração, e quando a evapotranspiração excede a chuva ocorre a

deficiência de água, sendo que arroz consome a máxima quantidade de água ao redor de

uma semana antes do florescimento. Em relação ao consumo total de água o arroz consome

30% na fase vegetativa, 55% na fase reprodutiva e 15% na fase de maturação. A planta de

arroz é muito sensível à deficiência hídrica no período que vai do estádio de

divisão/redução até a floração, e os efeitos da deficiência hídrica nesse período são

esterilidade, decréscimo da massa dos grãos e diminuição da produção. A deficiência

hídrica na fase vegetativa propicia redução devido ao decréscimo do número de panículas,

Page 29: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

12

mas quando a deficiência hídrica ocorre na fase reprodutiva, o rendimento é menor devido a

diminuição da massa dos grãos e também a maior esterilidade, Fageria (1984) relata que a

deficiência hídrica reduz a produção, no entanto essa redução depende de alguns fatores tais

como: o estádio de desenvolvimento em que ocorre a deficiência hídrica, a sua severidade e

duração.

Vieira et alo (1991) relataram que a sensibilidade da cultura do arroz ao estresse

hídrico é mais prejudicial no início do florescimento, e em menor intensidade durante o

desenvolvimento da panícula e dos grãos.

A ocorrência de períodos de seca, chamados de veranicos, durante o cultivo do

arroz de sequeiro é muito comum nas regiões produtoras do Brasil. Fomasieri Filho &

Fomasieri (1993) citando diversas fontes, demonstram que existe grande probabilidade de

ocorrência no Brasil Central, de períodos de seca de treze dias uma vez ao ano, de oito dias

três vezes ao ano, e ainda períodos de vinte e dois dias de estiagem podem ocorrer uma vez

ao ano a cada sete anos.

Pesquisas com arroz de sequeiro desenvolvidas no Centro Nacional de Pesquisa de

Arroz e Feijão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (CNPAFIEMBRAPA)

demonstram que um alto índice de área foliar (IAF) pode acentuar o efeito das estiagens,

resultando em menor rendimento da cultura (Stone et al., 1979; Pinheiro et al., 1990).

Pinheiro et aI. (1990) relataram que o baixo rendimento médio do arroz de

sequeiro tem sido atribuído basicamente 'as ocorrências de estiagens no período

reprodutivo e da Brusone causada pelo fungo Pyricularia oryza. Os dados obtidos por

Pinheiro et aI. (1990) indicam que mesmo na ausência desses estresses, sérias limitações

são impostas pelo simples estabelecimento de um baixo índice de área foliar. Esses autores

ainda demonstram que os valores de índice de área foliar inferiores a 2,0 minimizam as

perdas por deficiênca hídrica, mas também restringem o potencial produtivo a valores

inferiores a 1.500 kg/ha. Portanto, mesmo na ausência dos fatores ambientes limitantes, o

simples estabelecimento de um baixo índice de área foliar já toma possível obter um alto

rendimento de grãos pela cultura. Para índice de área foliar acima de 3,0 a deficiência

hídrica no período reprodutivo resultou em quebras de rendimento superiores a 40%,

Page 30: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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quando valores de índice de área foliar superiores a 6,0 ocorreram, associados a alta

pluviosidade e a dias encobertos no período reprodutivo os rendimentos foram inferiores a

2.500 kglha

Pereira et al. (1994) estudando dois cultivares de arroz IAC-165 e IAC-47 em

diferentes níveis de umidade avaliaram diversos parâmetros de rendimento e concluíram

que a diminuição do conteúdo de água no solo reduziu a área foliar, o comprimento e o

nÚIpero de panículas, o número de espiguetas por panícula, a massa de raízes secas, a massa

de parte aérea seca, a produção de matéria seca total e a produção de grãos. Concluíram

ainda que a influência do regime hídrico sobre os componentes de produção obedeceram a

seguinte ordem decrescente: número de panículas por planta, número de espiguetas por

panícula, e massa de 1.000 grãos. Por fim colocam que o limite mínimo de conteúdo de

água do solo, nas fases vegetativa e reprodutiva, para não causar redução acentuada no

rendimento de grãos, foi correspondente a 70 - 80% da capacidade de campo.

Stone et al. (1984) testando em vaso o efeito de quatro lâminas de água e a

presença ou não de vermiculita no solo, para dois cultivares de arroz, observaram que a

deficiência hídrica reduziu o número de grãos cheios por panícula, a massa de grãos, o

rendimento de grãos e de matéria seca total, e a altura de plantas, e aumentou a

porcentagem de grãos chochos, duração do ciclo e a relação de raiz/colmo.

O aumento da porcentagem de grãos vazios é resultante do aumento de esterilidade

de flores, provocada pelo estresse hídrico nos estádios de meiose ou na antese. A redução

no número de grãos cheios, por sua vez, é resultado do aumento de esterilidade (Stone et

aI., 1984).

Ma & Lu. (1990) em um ensaio com arroz híbrido Shanyou número 6, realizaram

os seguintes tratamentos: fornecimento de água intermitente, irrigação até o florescimento,

irrigação até 15 e 38 dias após do florescimento, e estudaram a senescência e atividade

fisiológica das plantas. Nos tratamentos em que a irrigação foi suspensa antes do

florescimento, sensíveis reduções foram observadas na atividade fisiológica, acúmulo de

matéria seca nos grãos e na porcentagem de grãos cheios, indicando que quanto mais cedo a ,

água era retirada maiores eram as reduções. A irrigação contínua proporcionou um aumento

Page 31: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

14

de produção de 7,4 a 28,3% acima dos demais tratamentos, devido ao retardamento da

senescência radicular, aumento da taxa fotossintética, aumento do período de acúmulo de

matéria seca no grão e aumento na porcentagem de grãos cheios.

2.7 O tratamento químico de sementes e sua influência na tolerância à deficiência

hídrica

Poucos trabalhos foram desenvolvidos com a utilização de produtos químicos em

tratamento de sementes de arroz objetivando medir influências positivas ou negativas sobre

o desenvolvimento das plantas oriundas dessas sementes, tão pouco uma melhor tolerância

à deficiência hídrica. Não se encontra em literatura nenhum trabalho correlacionando

fungicida aplicado em tratamento de sementes e sua influência na tolerância da planta de

arroz a seca, ou comportamento das plantas oriundas de sementes tratadas em diferentes

condições de suprimento hídrico.

Alguns trabalhos com CaCh e KCI aplicados em tratamento de sementes podem

ser encontrados em literatura, no entanto esses produtos não são fungicidas.

Biswas et alo (1982) relataram que existe uma variação gradual no potencial de

água da folha em plantas de arroz sob condições de estresse hídrico durante a transição da

fase vegetativa para a fase reprodutiva, mas o tratamento de sementes com CaCl2 aumenta

a retenção de água em plantas com estresse. O estresse hídrico induz a uma grande redução

no conteúdo de clorofila, proteína, e RNA e aumenta o conteúdo de aminoácidos livres e

prolina nas plantas. O crescimento das plantas tomaram-se menos dependentes do

tratamento com cálcio com o avanço da idade. Uma redução significativa nos parâmetros de

rendimento foi observada nas plantas com estresse hídrico, mas o tratamento das sementes

com cálcio compensou consideravelmente parte da perda de rendimento.

Sen & Misra (1981) utilizaram em experimento com trigo (cv. Kalyan Sona),

sementes tratadas com 0,25% de CaCI2, 2,5% KCI e água e verificaram que o rendimento

de grãos mostrou correlação positiva com a turgidez relativa, conteúdo total de clorofila e

freqüência estomática, e se correlacionou de forma negativa com a taxa de transpiração e a

abertura estomática, a turgidez relativa apresentou correlação positiva com o conteúdo total

Page 32: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

\

15

de clorofila e a freqüência estomática, e uma correlação negativa com a abertura estomática

e a taxa de transpiração. A abertura estomática apresentou uma correlação negativa com

todos os caracteres, com a exceção da taxa de transpiração. A correlação positiva entre o

conteúdo total de clorofila, freqüência estomática e turgidez relativa depende da capacidade

de retenção de água, que por sua vez depende da redução da taxa de transpiração.

Alguns outros poucos produtos químicos foram também estudados em tratamento

de sementes visando verificar sua influência no comportamento das mesmas à diferentes

condições de suprimento hídrico.

Wang & Shen (1991) utilizando sementes de arroz embebidas em uma solução de

200 ppm de um inibidor de crescimento de multi-efeito (triazole), sendo posteriormente

secas em germinadores, e a água no substrato mantida constante durante o estágio de três

folhas por dois dias, verificaram que as sementes tratadas apresentaram um

desenvolvimento mais rápido quando foram hidratadas novamente.

Page 33: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

16

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local do experimento

o experimento foi desenvolvido em casa-de-vegetação com controle de

temperatura e umidade relativa do ar, instalada na Fazenda Mato Dentro do Instituto

Biológico de São Paulo, cuja latitude, longitude e altitude do local são respectivamente 20°

54' Sul, 47° 4' Oeste de Greenwich e 693 m.

3.2 Caracterização do cultivar

O cultivar de arroz de sequeuo utilizado foi o IAC-165, desenvolvido pelo

Instituto Agronômico de Campinas, com maior área cultivada no Brasil dentre os materiais

melhorados. Seu ciclo cultural é de aproximadamente 109 dias, apresentando o primórdio

floral e floração aos 53 dias e 77 dias, respectivamente; altura média de plantas de 104,5

cm, largura média e comprimento médio das folha de 17 mm e 426 mm, respectivamente; .

coloração das folhas verde, e sem pubescência; o grão é do tipo longo, com massa de 1000

grãos de 28,7g; e alta suscetibilidade à Brusone (Fonseca & Bebendo, 1984).

3.3 Caracterização das amostras de sementes

Foram utilizados duas amostras de sementes certificadas de arroz de sequeiro, uma

amostra com incidência de Pyricularia oryzae e outra sem, do cultivar IAC-165 produzidas

pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas), de numeração IA68 e IA69, 1995.

A amostra IA68 foi produzida na Estação Experimental de Capão Bonito, e

amostra IA69 foi produzida na Estação Experimental de Pindamonhangaba, ambas as

estações situadas no estado de São Paulo.

As análises das amostras de sementes de qualidade (germinação, envelhecimento

acelerado e teste de frio com solo) e sanidade, foram realizadas nos laboratórios de Análise

de Sementes do Departamento de Agricultura e pelo Laboratório de Patologia de Sementes

Page 34: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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do Departamento de Fitopatologia, respectivamente, ambos da Escola Superior de

Agricultura "Luiz de Queiroz", de acordo com as Regras para Análise de Sementes

(Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, 1992) e Marcos Filho et aI. (1987). Os

resultados obtidos estão descritos na Tabela 1 e Tabela 2.

Tabela 1. Resultados das análises de sementes das amostras de sementes IA68 e IA69 do cultivar IAC-165.

Lote Germinação (%) Envelhecimento Acelerado (%) Teste de frio com solo (%)

IA68 84 73 57

IA69 85 90 77

Tabela 2. Descrição dos patógenos presentes nas amostras de sementes IA68 e IA69 do cultivar IAC-165.

Patógenos Lote IA68 (incidência em %) Lote IA69 (incidência em %)

Pyricularia oryzae 30 2

Phomasp. 23 3

Trichoconiella padwickii o 27

Fusarium spp. 2 3

Drechslera oryzae 5 19

Aspergillus spp. 14

Penicillium spp. 2

Rhinchosporium oryzae o 24

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18

3.4 Caracterização do fungicida Pyroquilon

No tratamento químico das sementes foi utilizado o fungicida sistêmico

Pyroquilon, desenvolvido pela Ciba-Geigy Química S.A., do grupo químico da Quinolinas,

formulação pó-molhável contendo 500 g de Pyroquilon por quilograma do produto. A dose

empregada foi a oficial de registro, ou seja, 400 g do ingrediente ativo por 100 kg de

sementes.

3.5 Preparo e tratamento químico das amostras de sementes

As amostras foram passadas por um homogeneizador de sementes tipo Boemer.

Após a homogeneização, as amostras foram separadas em duas subamostras de 5 kg cada e

acondicionados em sacos de papel tipo "craft". As subamostras foram armazenados em

câmara fria e seca, a uma temperatura de 15° C e umidade relativa do ar de 35%, no

Laboratório de Análise de Sementes da ESALQIUSP, e mantidos por quinze dias nessas

condições até o tratamento químico efetuado um dia antes da semeadura.

Uma das subamostras de ambas as amostras de sementes sofreu tratamento

químico com o fungicida Pyroquilon, a dose utilizada foi a de registro para a cultura do

arroz (400 g do ingrediente ativo por 100 kg de sementes).

Para ser feito o tratamento as sementes foram colocadas sobre uma mesa coberta

com plástico, e umedecidas com água destilada na proporção de 1 % (1 litro de água

destilada por 100 kg de sementes). Em seguida o fungicida foi adicionado homogeneamente

sobre as sementes, e para melhor distribuição do produto foi feita uma agitação da massa de

sementes durante cinco minutos.

Após o tratamento as sementes foram secas a sombra por 24 horas, e foi realizada

nova análise de sanidade de sementes no Laboratório de Patologia de Sementes da

ESALQIUSP.

Page 36: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

19

3.6 Tratamentos

3.6.1 Primeira fase

Essa fase compreende o período da semeadura até 10 dias antes do pleno florescimento da

cultura. Os tratamentos encontram-se na Tabela 3.

Tabela 3. Descrição dos tratamentos referentes à primeira fase.

Tratamento Descrição

A Sementes com Pyricularia oryzae e não tratadas com fungicida*

B Sementes sem Pyricularia oryzae e não tratadas com fungicida*

C Sementes com Pyricularia oryzae e tratadas com fungicida*

D Sementes sem Pyricularia oryzae e tratadas com fungicida*

* Pyroquilon 50 PM na dose de 400 g do ingrediente ativo por 100 kg de sementes

3.6.2 Segunda fase

Essa fase inicia-se 10 dias antes do pleno florescimento da cultura até a maturação.

Os tratamentos encontram-se na Tabela 4.

Page 37: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

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Tabela 4. Descrição dos tratamentos referentes à segunda fase.

Tratamento Descrição

TI (A) Sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas com fungicida* e sem deficiência hídrica durante todo o ciclo da cultura

T 2 (A) Sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 10 dias antes do pleno florescimento da cultura

T3 (A) Sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias antes do pleno florescimento da cultura

T4 (A) Sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias após o pleno florescimento da cultura

T5 (B) Sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas com fungicida* e sem deficiência hídrica durante todo o ciclo da cultura

T6 (B) Sementes sem Pyricu/aria oryzae, não tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 10 dias antes do pleno florescimento da cultura

T7 (B) Sementes sem Pyricu/aria oryzae, não tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias antes do pleno florescimento da cultura

Tg (B) Sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias depois do pleno florescimento da cultura

T 9 (C) Sementes com Pyricu/aria oryzae, tratadas com fungicida* e sem deficiência hídrica durante todo o ciclo da cultura

TIO (C) Sementes com Pyricularia oryzae, tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 10 dias antes do pleno florescimento da cultura

T II (C) Sementes com Pyricu/aria oryzae, tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias antes do pleno florescimento da cultura

T 12 (C) Sementes com Pyricu/aria oryzae, tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias após o pleno florescimento da cultura

T n (D) Sementes sem Pyricu/aria oryzae, tratadas com fungicida* e sem deficiência hídrica durante todo o ciclo da cultura

T 14 (D) Sementes sem Pyricu/aria oryzae, tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 10 dias antes do pleno florescimento da cultura

T 15 (D) Sementes sem Pyricu/aria oryzae, tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias antes do pleno florescimento da cultura

T 16 (D) Sementes sem Pyricu/aria oryzae, tratadas com fungicida* e com deficiência hídrica durante 5 dias após o pleno florescimento da cultura

* Pyroquilon 50 PM, na dose de 400 g de ingrediente ativo por 100 kg de sementes

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21

3.7 Caracterização do Substrato

o substrato foi composto por duas partes de areia lavada de rio de granulação

média, quatro partes de terra retirada do horizonte superficial de um solo classificado como

Podzólico V ermelho-Amarelo textura argilosa, mantido em pousio durante três anos

agrícolas, e anteriormente cultivado com milho, e uma parte de cama de frango humificada,

e a homogeneização do substrato foi feita manualmente.

Uma amostra do substrato foi encaminhada para o Laboratório de Análises de

Solos do Departamento de Ciências do Solos da Escola Superior de Agricultura "Luiz de

Queiroz", da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, Estado de São Paulo, e os

resultados das análises química e fisica do substrato encontram-se na Tabela 5, Tabela 6 e

Tabela 7.

Tabela 5. Resultado de análise química do substrato (macronutrientes).

pH

CaClz

6,4

M.O. P 8-804 ---~

K

%

4,3 336 51,23 3,31

Ca

8,0

Mg AI H+AI 8B

meq/100 cm3

3,3 0,0 1,3 1,6

Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes).

B Cu Fe Mn Zn

ppm

4,73 5,22 47 47,68 7,7

T v m

%

15,9 92 o

Na

55,2

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Tabela 7. Resultado de análise granulométrica do substrato (Método do Densímetro)

Areia (%) Silte Argila (%) Floculação Classe Textural

MG.\ G.2 M.3 F.4 MF.5 Total % Total Água (%)

2 7 20 39 5 73 8 19 10 47 md - ar.6

1 - areia muito grossa; 2 - areia grossa; 3 - areia média; 4 - areia fina; 5 - areia muito fina; 6 - média-arenosa

o substrato não sofreu tratamento fitos sanitário e corretivo, mas nos 57 dias após a

emergência da cultura foi efetuada aplicação líquida em todos os vasos 150 ppm de N e 125

ppm de K na solução de 100 ml, utilizando como fontes uréia e cloreto de potássio,

respectivamente.

3.8 Preparo e arranjamento dos vasos

Para se calcular a quantidade de substrato para enchimento dos vasos, determinou­

se o conteúdo de água do substrato através do método gravimétrico, utilizando a seguinte

expressão:

mu -ms u=--'~--"-

ms (1)

Onde u é o conteúdo de água (g.g-l), a base de massa de solo seco, do substrato, mu

é a massa (g) do solo úmido, e ms é a massa (g) do solo seco.

Foram colocadas numa estufa da marca Heraeus por 24 horas a 105° C, quatro

amostras do substrato de 100 g cada. Após 24 horas as amostras foram pesadas e

apresentaram os seguintes resultados: mSI = 90,1 g, mS2 = 91,2 g, mS3 = 91,5 g e

mS4 = 91,1 g

Utilizando-se a equação 1, determinou-se o conteúdo de água do solo descrita

anteriormente para cada uma da quatro amostras, e em seguida calculou-se a média

aritmética dos valores obtidos (u = 0,0991 g.g-l).

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-3 g.cm.

23

Foi atribuída a massa específica desejada para o substrato no vaso no valor de 1,2

Para a determinação da massa (mu, g)de substrato úmido a ser colocada nos vasos

foi utilizada a seguinte expressão:

(2)

Onde V é o volume (cm3) do vaso, Ps a massa específica desejada (g.cm-3) do

substrato e u o conteúdo de água do substrato a base de massa (g.g-\ obtidas pelas

seguintes expressões:

m Ps = V

S

m u=_a ms

(3)

(4)

Onde ms é a massa (g) do substrato seco, e ma é a massa (g) de água do substrato,

sendo que:

(5)

O resultado obtido após a aplicação da fórmula foi de 13.200 g de substrato para

cada vaso, sendo que durante o enchimento, os vasos eram periodicamente pesados com o

auxílio de uma balança da marca Scarceli com capacidade de 20 kg e precisão de 20 g, 'a

fim de se manter a massa específica desejada.

Para calcular a capacidade de vaso, ou seja a quantidade máxima de água retida

pelo substrato contido no vaso contra a ação da gravidade (drenagem livre), foram

utilizados quatro vasos devidamente preenchidos com a quantidade determinada de

substrato. Cada vaso foi colocado dentro de um balde cilíndrico de plástico transparente

com capacidade de 20 litros, com graduação em litros. No fundo de cada balde foram

colocados quatro calços de metal para que o vaso não entrasse em contato com o fundo do

balde, permitindo entrada de água nos furos de drenagem do vaso. Em seguida foi

acrescentada água no balde até que se atingisse um terço da altura do vaso. Após 24 horas

Page 41: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

24

foi acrescentada novamente água no balde até que se atingisse dois terços da altura do vaso.

Decorridas novamente 24 horas foi completado o nível de água do balde até que se atingisse

a altura completa de cada vaso, sem que no entanto a água pudesse entrar em contato com a

superficie do substrato contido no vaso.

Durante três dias a água foi sendo absorvida através dos furos existentes no fundo

dos vasos pelo substrato. Com o movimento de ascensão da água durante o tempo decorrido

o ar que preenchia os macro e microporos foi expulso, e ao final do terceiro dia o substrato

atingiu o ponto de saturação máximo de água.

No quarto dia os vasos foram retirados dos baldes, colocados sobre bancadas

teladas para que o excesso de água fosse drenado com a ação da força da gravidade. Uma

hora após o início da drenagem não se observava mais nenhum excedente de água sendo

drenado dos vasos.

Procedeu-se então a pesagem dos vasos numa balança da marca Scarceli com

capacidade de 20 kg e precisão de 20 g, onde foi calculada a média aritmética das massas

dos quatro vasos pesados. A massa determinada na pesagem foi considerada como sendo a

massa dos vasos em capacidade de vaso. A massa do vaso em capacidade de vaso foi de

16.760 g (massa do vaso vazio que foi de 490 g, mais a massa do substrato que foi de

13.200 g mais 3.070 ml de água ou 3.070 g de água).

Com o objetivo de selecionar os vasos mais homogêneos no tocante à massa em

capacidade de vaso para que esses fossem marcados e conduzidos até o final do

experimento, procedeu-se da seguinte forma: em nove bancadas teladas com 1,8 m de

largura, 2,65 m de comprimento e 0,8 m de altura foram distribuídos, 144 vasos ou 16

vasos por bancada, com 25 cm de distância entre vasos de acordo com uma distribuição

quadrática. Foi necessário adotar-se um número maior de vasos do que o necessário, pois

muitos deles seriam destruídos durante o experimento visando a correção dos valores das

massas iniciais dos vasos com o desenvolvimento das plantas de arroz, restando no final do

experimento apenas 64 vasos.

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25

Foram colocados 3.200 ml de água em todos os vasos, e se esperou uma hora para

que ocorresse a drenagem do excedente de água, e após a drenagem completada, os vasos

ficaram na capacidade de vaso, com massa aproximada de 16.760 g.

Selecionaram-se 64 vasos, 4 vasos por tratamento total de 16 tratamentos, com a

massa o mais próximo possível da massa padrão do vaso em capacidade de vaso que era

16.760 g. Esses vasos foram marcados, pois iriam permanecer até o final do experimento, e

seriam pesados periodicamente para cálculo da quantidade de água para irrigação para cada

tratamento, adotou-se as novas massas individuais de cada vaso como sendo a massa do

vaso em capacidade de vaso, e se distribuíram os vasos marcados aleatoriamente entre as

nove bancadas na casa-de-vegetação em ambiente totalmente homogêneo no tocante a

temperatura, umidade relativa do ar, incidência de vento e radiação solar.

Foram utilizados vasos cilíndricos de plástico rígido de coloração branca com

capacidade para 10 litros. Os vasos possuíam as seguintes dimensões: 24 cm de diâmetro e

28 cm de altura.

Fez-se seis furos no fundo dos vasos para permitir a drenagem do excesso de água

por ocasião das irrigações. Uma tela de náilon foi colocada no fundo dos vasos na sua parte

interna para evitar que o substrato vazasse pelos furos de drenagem.

3.9 Semeadura e desbaste das plantas

A semeadura foi efetuada no dia 01/12/1996, distribuíndo-se oito sementes por

vaso na profundidade de 3 cm, a emergência deu-se cinco dias após a semeadura, dia

06/12/1996, e 15 dias após foi feito o desbaste, deixando apenas quatro plantas por vaso.

3.10 Irrigação

Em intervalos de dois dias todos os vasos marcados eram pesados e para o cálculo

da quantidade de água a ser colocada em cada vaso era utilizada a seguinte fórmula:

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VA = 16760- Mv (6)

Onde V A é o volume (cm3) de água, Mv é a massa (g) do vaso, considerando a

massa específica da água de 19/cm3.

Após a pesagem de todos os vasos marcados e calculada a quantidade de água

necessária para cada vaso, era obtida a média aritmética da quantidade de água por

tratamento. A quantidade de água calculada por tratamento era colocada individualmente

em cada um dos vasos do tratamento.

3.11 Correção da massa original dos vasos e rodízio

Com o desenvolvimento das plantas de arroz a massa original dos vasos

modificou-se, sendo necessário a sua correção periodicamente. As pesagem de

plantas para correção da massa do vaso em capacidade de vaso foram efetuadas três vezes

durante o transcorrer do experimento. A primeira quando a cultura encontrava-se no estádio

fenológico de cinco a seis colmos (08/01/96), a segunda quando a cultura encontrava-se no

início de formação do primórdio floral (31/01/96), e a terceira e última quando a cultura

encontrava-se no início da formação de grãos (28/02/96).

Foi escolhido aleatoriamente um vaso por tratamento, onde as plantas de arroz

presentes eram cuidadosamente retiradas. O substrato aderido às raízes era lavado, e logo

após era efetuada a pesagem das plantas em uma balança da marca Vicris, com capacidade

máxima de carga de 6 kg, e precisão de 5 g. A massa úmida das plantas do vaso referente a

cada tratamento era somado a massa de cada vaso marcado por tratamento. Esse valor era

considerado para o cálculo da necessidade de água para as irrigações subsequentes.

A cada dois dias (época da pesagem dos vasos) os vasos de cada bancada eram

movimentados no sentido anti-horário para que fosse possível uma alternância de posição.

Essa movimentação permitia que cada vaso passasse em todas as posições possíveis nas

bancadas, a fim de ser exposto às diferentes incidências de luz e vento da casa-de­

vegetação.

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27

3.12 Deficiência hídrica

A deficiência hídrica foi provocada através da suspensão da irrigação dos vasos,

em períodos de 10 e 5 dias antes do pleno florescimento do arroz e 5 dias após o pleno

florescimento, que foi previsto através da observação periódica das plantas para se

determinar o estádio de desenvolvimento do início da formação do primórdio floral.

Quando se observou este estádio previu-se que o florescimento ocorreria 30 dias após, de

acordo com o desenvolvimento normal das plantas de arroz do cultivar IAC-165. O pleno

florescimento da cultura ocorreu no dia 18/02/96, 74 dias do ciclo.

Quando do final do período de deficiência hídrica, em 28/02/96, retomou-se a

irrigação para todos os vasos, considerando para o cálculo do volume de água a ser

utilizado a massa dos vasos do dia da última irrigação, antes do início do período de

deficiência hídrica.

3.13 Controle e monitoramento das condições ambientes da casa-de-vegetação

A casa-de-vegetação onde foi conduzido o experimento contava com controle

automatizado de temperatura. Para o monitoramento das condições ambientes foi utilizado

um termohigrógrafo modelo TH 500 fabricado pela Rene Graf. A temperatura do ar foi

mantida sempre ao redor de 25 o C, e a umidade relativa do ar ao redor de 70%.

3.14 Registro dos estádios fenológicos

Durante o transcorrer do experimento registrou-se periodicamente o

desenvolvimento das plantas e se utilizou para isso a escala BBCH (desenvolvida pelos

seguintes institutos de pesquisa e empresas privadas européias: Biologische Bundesanstalt

für Land und Forstwirtschaft (BBA), Bundessortenamt (BSA), Institut für Gemüse &

Zierpflanzenbau Gossbeeren/Erfurt e.V. (IGZ) e Industrie-verband Agrar (IV A), Ciba-

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Oeigy Química S.A., BASF S.A., Bayer S.A. e AgrEvo S.A (Ciba-Oeigy AO, 1994). Os

estádios fenológicos de acordo com a escala BBCH estão descritos na Tabela 8.

Tabela 8. Descrição dos estádios fenológicos da cultura do arroz de sequeiro segundo a

escala BBCH (Ciba-Oeigy AO, 1994).

Data

06/12/95 07/12/95 08/12/95 11/12/95 14/12/95 21/12/95 29/12/95 05/01196 12/01/96 25/01/96 28/01/96 30/01/96 02/02/96 08/02/96 10/02/96 12/02/96 14/02/96 15/02/96 16/02/96 18/02/96 23/02/96 26/02/96 07/03/96 13/03/96

Dias da emergência

00 01 02 05 08 15 23 30 37 50 53 55 58 64 66 68 70 71 72 74 79 82 92 105

3.15 Avaliações

Estádio fenológico

07 09 10 12 13 21

23 - 24 24 -25 25 - 26

Descrição do estádio fenológico

Início da emergência Emergência da folha primária Ponta da primeira folha verdadeira visível Duas folhas abertas Três folhas abertas Início do perfilhamento, primeiro perfilho visível Três a quatro colmos visíveis Quatro a cinco colmos visíveis Cinco a seis colmos visíveis Máximo número de colmos visíveis (seis a sete colmos) Início da formação do primórdio floral. Formação da panícula: panícula com 1 a 2 mm de comprimento Início da elongação dos entre nós Emissão da folha bandeira Início da emissão da panícula 30% da panícula emergida 70% da panícula emergida Final da emergência da panícula Início do florescimento

29 30 32 34 47 51 53 57 59 61 65 69 73

--- Pleno florescimento Final do florescimento

83 - 87 92

Início da formação de grãos leitosos Início da maturação dos grãos até grãos duros Maturação completa dos grãos, época de colheita

3.15.1 Análise de sanidade de sementes após o tratamento químico das sementes com

fungicidas

Essa avaliação foi realizada logo após o tratamento químico das sementes com

Pyroquilon. A análise foi feita no Laboratório de Patologia da ESALQ/USP. Para essa

Page 46: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

29

avaliação utilizou-se o Método do Papel de Filtro descrito nas Regras para Análise de

Sementes (Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, 1992).

3.15.2 Emergência de plântulas

Aos 7, 10 e 14 dias após a semeadura foram contadas as plântulas emergi das de

cada vaso. Para esta avaliação foram utilizados seis vasos por tratamento, sendo que os

mesmos sofreram três avaliações (quatro vasos marcados mais dois vasos do mesmo

tratamento escolhidos ao acaso).

3.15.3 Número de colmos

As avaliações foram realizadas aos 30 e 55 dias após a emergência das plantas.

Foram contados todos os colmas das quatro plantas de cada vaso.

3.15.4 Altura de plantas

As avaliações foram realizadas aos 30 e 55 dias após a emergência das plantas. Foi

medida a altura de todos os colmas de todas as plantas, da base de cada perfilho até a

inserção da última folha. A altura média dos colmas foi feita através da média aritmética da

alturas.

3.15.5 Índice de área foliar

As avaliações foram realizadas aos 30, 55 e 82 dias após a emergência das plantas.

Foram avaliadas todas as folhas completamente desenvolvidas em todos os colmas.

Para a determinação do índice de área foliar médio mediu-se o comprimento e a

maior largura de todas as folhas do vaso, e através da fórmula determinou-se a área foliar ~e

cada folha:

Page 47: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

30

AF = k.C.L (7)

onde AF refere-se à área foliar (cm2), C ao comprimento (em), L à largura (em), e k ao fator

de forma de correção de área, utilizando o valor 0,75 (Pearce et al., 1975).

Em seguida foi feito uma somatória de todos as áreas foliares e a área foliar média

do vaso foi obtida dividindo-se a somatória das áreas foliares do vaso pelo número de

plantas do vaso.

Posteriormente calculou-se a área do vaso, cujo resultado foi de 452,39 cm2, e com

base neste número foi possível calcular a área do vaso ocupada por uma planta de arroz,

dividindo-se a área do vaso pelo número de plantas de arroz existente no vaso.

O Índice de área foliar (IAF) médio de uma planta, posteriormente foi

determinado através da seguinte fórmula:

IAF= Afm

Av (8)

onde Afrn refere-se à área foliar média de uma planta por vaso e Av à área do vaso ocupada

por uma planta.

3.15.6 Número de panículas

Essa avaliação foi feita aos 108 dias após a emergência da cultura, na época da

colheita, sendo contadas todas as panículas desenvolvidas.

3.15.7 Massa de raízes secas, de parte aérea seca (colmos e folhas), e de panículas

secas

As plantas foram colhidas aos 108 dias após a emergências, sendo retiradas dos

vasos com auxílio de jatos de água, e o sistema radicular das plantas separado do substrato

completamente. Em seguida as plantas foram separadas em raízes, parte aérea (colmos e

folhas) e panículas.

Page 48: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

31

As partes separadas foram pré-secadas na casa-de-vegetação por 48 horas, e após

esse período colocados em estufa a 70° C por quatro dias até mas~a constante. Após a

secagem foi feita a pesagem em balança de precisão da marca Mettler, modelo K 7, com

capacidade para 500 g, e precisão de 0,1 g.

3.15.8 Massa de grãos cheios e chochos

. Após a determinação da massa das panículas secas, os -grãos foram derriçados

manualmente, a separação dos grãos cheios dos grãos chochos foi feita com o auxílio de um

assoprador de sementes da marca L.A. Erickson Products, durante 30 segundo de operação,

até a separação total dos grãos cheios e dos grãos chochos. Os grãos cheios e chochos foram

pesados separadamente em balança da marca Mettler, modelo K 7, com capacidade para

500 g, e precisão de 0,1 g.

3.15.9 Número de grãos cheios e número de grão chochos e porcentagem de grão

cheios

Foi feita a contagem após a separação e pesagem dos grãos, e obtida a

porcentagem de grãos cheios foi determinada por vaso.

3.16 Delineamento experimental

3.16.1 Experimento em laboratório (teste de sanidade de sementes tratadas)

Utilizaram-se quatro tratamentos descritos na Tabela 3, as repetições foram quatro.

Os seguintes patógenos foram avaliados, atribuindo-se uma porcentagem de sementes

contaminadas para cada patógeno: Pyricularia oryzae, Phoma sp., Trichoconiella

padwickii., Fusarium sp., Drechslera oryzae, Aspergillus spp., Penicillium spp., e

Rhinchosporium oryzae.

O modelo matemático utilizado foi:

Page 49: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

32

(9)

onde i é o número de tratamentos (i = 1,2,3,4), j é o número de repetiçõesG = 1,2,3,4),

Yij é a observação referente aj-ésima repetição do i-ésimo tratamento, m é a média geral, ti

é o efeito do i-ésimo tratamento, e eij é o erro inerente à parcela Yij.

o esquema de análise de variância foi o seguinte:

Tabela 9. Esquema de análise de variância referentes a variável porcentagem de sementes

portadoras de patógenos.

Causa da Variação Graus de Liberdade

Tratamentos

Resíduos

Total

j = número de repetições

i = número de tratamentos

i-I

i 0-1)

ij -1

Quadrados Médios F

Para o detalhamento da análise da variância, quando o teste F detectou diferença

significativa entre os tratamentos, foi feito utilizando-se o teste de Tukey, para comparação

de médias duas a duas.

Dada a natureza dos dados, porcentagem de sementes contaminadas por patógeno,

foi utilizada a transformação arco seno ~ y / 100 .

3.16.2 Experimento em casa-de-vegetação

o experimento constou de 2 fases. Na primeira fase foram utilizados quatro

tratamentos descritos na Tabela 3.

Page 50: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

33

Para contagem de plantas emergidas foram colocados 6 vasos de cada tratamento,

cada um com 8 sementes, e avaliadas as plantas emergidas aos 7, 10 e 14 dias.

No final do perfilhamento e no pré-florescimento foram medidas as variáveis

índice de área foliar médio por vaso (IAF, m2.m-2), altura de plantas em cada vaso (AP, cm)

e número de colmos por vaso (NC)

O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente ao acaso, com parcelas

subdivididas dentro das épocas de avaliação:

(10)

onde o índice i se refere ao número de ordem dos tratamentos na primeira fase (Tabela 3) (i

= A, B, C e D), j ao número de ordem das repetições 0=1, 2, 3,4, 5 e 6), k ao número de

ordem das épocas de avaliação (k = 1 e 2 para índice de área foHar por vaso, altura de

plantas e número de colmos por vaso no final do perfilhamento e no pré-florescimento,

respectivamente; e k = 1, 2 e 3 para número de plantas emergidas aos 7, 10 e 14 dias após a

semeadura, respectivamente), Yijk à observação referente à j-ésima repetição do i-ésimo

tratamento na k-ésima época de avaliação; m à média geral (constante em todas as

observações); ti ao efeito do i-ésimo tratamento; Eij ao erro devido às parcelas

experimentais, ak ao efeito da k-ésima época de avaliação; taik ao efeito da interação do i­

ésimo tratamento com a k-ésima época de avaliação; e eijk ao erro devido às subparcelas.

O esquema da análise da variância para este modelo está descrito na Tabela 10.

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34

Tabela 10. Esquema da análise da variância referente às variáveis índice de área foliar

(IAF), altura de plantas (AP) e número de colmos (NC) (primeira fase).

Causa da variação Graus de Liberdade Quadrado Médio F

Tratamentos i-I VI

Resíduo (a) i(j-l) V2

(Parcelas) (ij-l)

Avaliações k-l V3

Tratamentos x Avaliações (i-l)(k-l) V4

Resíduo (b) i(j-l )(k-l) Vs

Total ijk-l

Na segunda fase do experimento os 4 tratamentos iniciais foram transfonnados em

16 tratamentos, ou seja, cada um dos 4 lotes iniciais foram tratados sem deficiência hídrica,

com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento, com deficiência hídrica 5 dias

antes do pleno florescimento e com deficiência hídrica 5 dias após o pleno florescimento,

descritos na Tabela 4.

Nessa segunda fase foram medidas as variáveis: i. índice de área foliar médio por

vaso (IAF), ii. número de colmos por vaso (NC), iii. número de panículas por vaso

(NPAN), iv. massa de raízes secas por vaso (MRS, g/vaso), v. massa de parte aérea seca por

vaso (MP AS, g/vaso), vi. massa de panículas secas por vaso (MPS, g/vaso), vii. massa de

grãos cheios secos por vaso (MGCS, g/vaso), viii. massa de grãos chochos secos por vaso

(MGCOS, g/vaso), ix. número de grãos cheios por vaso (NGC), x. número de grãos

chochos por vaso (NGCO), e xi. porcentagem de grãos cheios por vaso (% GC).

Dessas variáveis, apenas a variável número de colmos por vaso (NC) foi medida

em duas épocas: pré-florescimento e maturação, seguindo o modelo de análise inteiramente

ao acaso com parcelas subdivididas pelas épocas de avaliações, modelo anterior.

As demais variáveis foram analisadas segundo o modelo inteiramente ao acaso:

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35

(11)

onde o índice i se refere ao número de ordem dos tratamentos (i = TI, T2, T3, T4, Ts, T6, T7,

Tg, T9, TIO, TIl, T l2, T13, T14, TIS, e TI6), j ao número de ordem das repetições 0=1, 2, 3, e

4), Yij à observação referente àj-ésima repetição do i-ésimo tratamento, m à média geral, ti

ao efeito do i-ésimo tratamento, eij ao erro inerente à parcela referente à observação Yij,

admitindo-se eij apresenta distribuição normal com média O (zero) e variância 0 2•

O esquema de análise da variância para esse modelo está descrito na Tabela 11.

Tabela 11. Descrição do esquema de análise da variância referente às variáveis IAF (índice

de área foliar), NPAN (número de panículas), MRS (massa de raízes secas),

MPAS (massa de parte aérea seca), MPS (massa de panículas secas), MGCS

(massa de grãos cheios secos), MGCOS (massa de grãos chochos secos), NGC

(número de grãos cheios), NGCO (número de grãos chochos), e % GC

(porcentagem de grãos cheios).

Causa da Variação Graus de liberdade Q.M. F

Tratamentos i-I VI VIN 2

Resíduo iG-I) V2

Total ij-I

Para detalhamento da análise da variância, quando o teste F detectou diferença

entre tratamentos, avaliações ou para a interação entre tratamentos versus avaliações foi

utilizado o teste de Duncan para comparação de médias duas a duas.

Dado a estrutura de instalação da segunda fase do experimento, o detalhamento da

análise da variância, quando o teste F detectou diferença significativa entre os tratamentos,

foi feito o desdobramento dos graus de liberdade em contrastes ortogonais de interesse

(Tabela 12).

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36

Tabela 12. Detalhamento da análise da variância, quando o teste F detectou diferença significativa

entre os tratamentos, feito o desdobramento dos graus de liberdade em contrastes

ortogonais de interesse.

Contraste

Y2 Y3

Y4.

Y5

Y6

Y7

Y8

Y9 Yl0

Yll

Y12

Y13

Y14

Y15

Descrição Sementes com Pyricularia oryzae (T I a T 4) versus sem Pyricularia oryzae (T 5 a T s e T \3 a T 16)

(equação 12) Sementes não tratadas (T I a T 4) versus tratadas com Pyricularia oryzae (T 9 a T 12) (equação 13) Sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica (TI) versus com deficiência hídrica (T 2 a T 4) (equação 14) Sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica antes (T2 e T3) versus com deficiência hídrica após o pleno florescimento (T4) (equação 15) Sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica 5 dias antes (T 2) versus com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento (T3) (equação 16) Sementes tratadas, com Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica (T 9) versus com deficiência hídrica (T \O a T d (equação 17) Sementes tratadas, com Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica antes (T \O e T li) versus com deficiência hídrica após o pleno florescimento (T d (equação 18) Sementes tratadas, com Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica 5 dias antes (TIO) versus com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento (T li) (equação 19) Sementes não tratadas (T S a T s) versus tratadas, sem Pyricularia oryzae (T \3 a T 16) (equação 20) Sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica (T s) versus com deficiência hídrica (T6 a Ts) (equação 21) Sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica antes (T 6 e T 7) versus com deficiência hídrica após o pleno florescimento (T 8) (equação 22) Sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica 5 dias antes (T 6) versus com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento (TI2) (equação 23) Sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae , sem deficiência hídrica (T 13) versus com deficiência hídrica (T I4 a T 16) (equação 24) Sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica antes (T 14 e TIs) versus com deficiência hídrica após o pleno florescimento (T 16) (equação 25) Sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica 5 dias antes (T 14) versus com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento (TIS) (equação 26)

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37

Ys= (T2)-T3 (16)

Y 6= 3(T9)-TlO-TII-T12 (17)

Y7= (TlO+Tl Ü-2T12 (18)

Y8= (TI0)-Tll (19)

Y9= (TS+T6+T7+T8)-T13-TI4-TlS-TI6 (20)

YI0= 3(TS)-T6-T7-T8 (21)

Yll= (T(s+T7)-2T8 (22)

Y12= (T6)-T7 (23)

Y13= 3(T13)-TI4-TlS-TI6 (24)

Yl4= (Tl4+TlS)-2Tl6 (2S)

YlS= (TI4)- TIS (26)

Antes de se proceder a análise da variância, foi feita a análise exploratória dos

dados utilizando-se as técnicas: i. diagrama de ramos e folhas para visualização da

distribuição dos dados; ii. detecção de possíveis dados discrepantes; iii. teste de

homogeneidade de variâncias; iv análise gráfica dos resíduos do modelo.

O teste de homogeneidade de variâncias foi feito pelo teste de Frnax:

(27)

onde s~ax e S~in são a maior e a menor variância associada a tratamentos, respectivamente,

F(k; v; oc) é o valor tabelado da distribuição F, com k tratamentos, v graus de liberdade de

repetições e um nível oc de probabilidade.

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38

Através da análise dos resíduos, concluiu-se que os dados da variável número de

plantas emergi das violava a pressuposição de independência para se, efetuar a análise da

variância.

Para as variáveis massa de grãos chochos secos por vaso (MGCOS) e número de

grãos chochos por vaso (NGCO) foi detectada heterogeneidade do tipo regular e falta de

normalidade, restabelecidas ambas pressuposições através da transformação raiz quadrada.

Para as demais variáveis, das duas fases do experimento, a análise exploratória não

detectou nenhuma violação às pressuposições do modelo para análise da variância.

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39

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Experimento em laboratório (teste de sanidade de sementes tratadas)

As análises de variância para os tratamentos encontram-se na Tabela 13 e Tabela

14.

Observa-se nas citadas tabelas, que foram detectadas diferenças significativas entre

os tratamentos para a variável porcentagem de sementes portadoras de patógenos, para

todos os patógenos avaliados.

Tabela 13. Análise de variância (quadrados médios) e teste F, para a variável porcentagem

de sementes portadoras de Pyricularia oryzae, Phoma sp., Trichoconiella

padwickii, e Fusarium sp. (dados transformados em arcoseno.J y / 100 ).

C. Variação G.L. Pyricularia Phomasp. Trichoconiella oryzae

Tratamentos 3 989,4249** 729,5008**

Resíduo 12 1,0795 0,8720

Total 15

* significativo pelo teste F, ao nível de 1 % de probabilidade.

** significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade.

padwickii

927,6613**

3,2244

Furasium sp.

33,6475*

6,7384

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40

Tabela 14. Análise de variância (quadrados médios) e teste F, para a variável porcentagem

de sementes portadoras de Drechslera oryzae, Aspergillus spp., Penicillium spp.,

e Rhinchosporium oryzae. (dados transformados em arcoseno~y /100).

C. Variação G.L. Drechslera oryzae Aspergillus Penicillium Rhinchosporium oryzae spp. spp.

Tratamentos 3 611,2483** 317,0920** 66,2489** 766,3158**

Resíduo 12 0,6476 0,2435 0,7535 1,1166

Total 15

* significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade.

** significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade.

o detalhamento da análise de variância para tratamentos, através do teste de Tukey

encontra-se na Tabela 15 e Tabela 16.

Tabela 15. Médias sem transformação e teste de Tukey para tratamentos, para a variável

porcentagem de sementes portadoras de Pyricularia oryzae, Phoma sp.,

Trichoconiella padwickii, e Fusarium sp.

Tratamento Pyricularia Phomasp. Trichoconiella Fusarium sp. oryzae padwickii

A 30 a 23 a Ob 2ab

B 2b 3b 27 a 3a

C Oc Oc Ob 0,5 b

D Oc Oc 0,5 b 1,75 ab

Média seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

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41

Tabela 16. Médias não transformadas e teste de Tukey para tratamentos, para a variável

porcentagem de sementes portadoras de Drechslera oryzae, Aspergillus spp.,

Penicillium spp., e Rhinchosporium oryzae.

Tratamento Drechslera oryzae Aspergillus spp. Penicillium spp. Rhinchosporium oryzae

A 5 b 14 a 2a Oc

B 19 a 1 c lb 24a

C Oc 12 b Oc Oc

D Oc 1 c Oc 3,75 b

Média seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade

Observa-se que a contaminação em sementes com o tratamento C foi menor em

todos os fungos, exceção feita a Aspergillus spp., onde o tratamento C apresentou a segunda

maior contaminação.

A segunda menor contaminação por todos os patógenos ocorreu em sementes com

o tratamento D, exceção feita· a Rhinchosporium oryzae, onde o tratamento D apresentou a

segunda maior contaminação.

Os tratamentos A e B apresentaram as maiores porcentagens de contaminação

alternadamente, ou seja: o tratamento A apresentou maior média de porcentagem de

contaminação das sementes para Pyricularia oryzae, Phoma sp., Aspergillus spp. e

Penicillium spp., enquanto o tratamento B apresentou maior média de porcentagem de

contaminação para Trichoconiella padwickii, Fusarium sp., Drechslera oryzae e

Rhinchosporium oryzae.

As sementes tratadas apresentaram respostas, na maioria das vezes, no tocante a

porcentagem de contaminação por patógenos, significativamente diferente das respostas

obtidas com sementes não tratadas.

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42

o fungicida Pyroquilon controlou eficazmente todos os patógenos presentes nas

sementes com exceção de Aspergillus spp. e Fusarium sp., resultad,os de acordo com o

perfil biológico do produto (Ciba-Geigy Química S.A., 1990).

4.2 Experimento em casa-de-vegetação

4.2.1 Número de plantas emergidas (primeira fase)

Para a variável número de plantas emergidas foi realizada apenas a análise

descritiva, pois uma análise exploratória dos dados detectou heterogeneidade da variância

das médias irregular, uma provável causa foi o pequeno número de sementes por vaso. Os

resultados encontram-se descritos na Tabela 17.

Tabela 17. Descrição do número de plantas emergidas por tratamento (primeira fase)

Número de plantas emergidas (média de seis repetições)

Tratamento 7 dias após semeadura 10 dias após semeadura 14 dias após semeadura

A 5,17 6,00 6,17

B 6,67 7,17 7,50

C 5,83 6,50 6,83

D 7,33 7,83 8,00

4.2.2 Índice de área foliar, altura de plantas e número de colmos (primeira fase)

Observa-se, pela Tabela 18, que foram detectadas diferenças significativas entre

tratamentos para as variáveis AP (altura de plantas) e NC (número de colmos), não

Page 60: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

43

ocorrendo diferenças significativas entre os tratamentos para a variável IAF (índice de área

foliar).

Já entre as duas avaliações foram detectadas diferenças significativas para as

variáveis IAF (índice de área foliar) e AP (altura de plantas), não ocorrendo diferenças

significativas para NC (número de calmos).

Quanto a interação Tratamentos versus Avaliações, só foi evidenciada diferença

significativa para a variável AP (altura de plantas).

Resumindo, as variações na variável IAF (índice de área foliar) são devidas apenas

às épocas de avaliações, na variável NC (número de colmos) apenas aos tratamentos e na

variável AP (altura de plantas) à combinação (interação) de tratamentos com épocas de

avaliações.

Tabela 18. Análise da variância (Quadrados médios) e teste F para as variáveis. Índice de

área foliar (IAF), altura de plantas em cm (AP) e número de colmos (NC),

(primeira fase).

Causada

Variação

Tratamentos

Resíduo (A)

(Parcelas)

Avaliações

Trat. x Aval.

Resíduo (B)

Total

Graus de

Liberdade

3

20

(23)

1

3

20

47

IAF

0,62830ns

0,34212

216,19785**

0,03390ns

0,21107

* * Significativo pelo teste F, ao nível de 1 % de probabilidade.

AP

2698537" ,

1,85840

1341,75598**

20,29625**

1,41463

NC

3158333*' ,

4,57500

1633333ns ,

0,16667ns

5,40833

ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de significância (n.m.s) de 5%.

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44

o detalhamento da análise da variância para tratamentos, para épocas de

avaliações, e para tratamentos dentro de épocas de avaliações, pelo teste de Duncan, está

descrito na Tabela 18.

Tabela 19. Médias sem transformação e teste de Duncan, para as variáveis IAF (índice de

área foliar), AP (altura de plantas em cm) e NC (número de colmos), (primeira

fase).

Tratamentos IAF AP NC

A 4,08 b 20,68 b 18,92 a

B 4,23 ab 23,69 a 15,92 b

C 4,31 ab 21,58 b 19,67 a

D 4,62 a 24,02 a 18,00 a

Médias seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

Observa-se pela Tabela 19, que embora a análise de variância não tenha detectado

diferença entre os tratamentos, para a variável IAF (índice de área foliar) foi evidenciado

um contraste de médias significativo pelo teste de Duncan, entre o tratamento A (sementes

com Pyricularia oryzae) e o D (sementes tratadas sem Pyricularia oryzae), ao nível de 5%

de probabilidade. No entanto, os resultados demonstraram que o fungicida Pyroquilon não

promoveu nenhuma influência significativa, de aumento ou diminuição, da variável IAF

(índice de área foliar) entre os tratamentos. Este é um dado inédito, pois não se pode

encontrar em literatura qualquer referência a esse efeito fito estimulante do Pyroquilon.

Para a variável AP (altura de plantas), observa-se que se formaram dois pares de

médias separadas. As médias de A e C são iguais entre si (respectivamente, sementes não

tratadas e tratada com Pyricularia oryzae), e significativamente inferiores, pelo teste de

Duncan, às médias de B e D (respectivamente sementes não tratadas e tratada sem

Pyricularia oryzae), que também não diferiram estatisticamente entre si (embora a média

de D, tratada, seja maior). Novamente o Pyroquilon não demonstrou nenhum efeito

Page 62: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

45

fito estimulante entre os tratamentos, a diferença significativa entre o grupo de tratamento A

e C contra B e D, deveu-se possivelmente a diferença de vigor e~tre os dois lotes de

sementes utilizados, pois o lote que originou os tratamentos A e C demonstrou, na análise

de qualidade de sementes realizada, ser menos vigoroso que o lote que originou os

tratamentos B e D.

Para a variável NC (número de colmos por vaso) só foi detectada diferença

significativa entre a média de B (sementes não tratadas sem Pyricularia oryzae) e a média

dos demais tratamentos, sendo que B apresentou a menor média. O Pyroquilon não

promoveu nenhum efeito fitoestimulante sobre esta variável, todos os tratamentos não

apresentaram diferenças significativas, exceto o tratamento B, que apresentou a menor

média devido a algum fator imponderado.

4.2.3 Índice de área foliar e número de panículas (segunda fase)

Observa-se, pela Tabela 20, que houve efeito significativo para tratamentos tanto

para a variável IAF (a 1 % de probabilidade), como para a variável NP AN (número de

panículas) (a 5% de probabilidade).

Tabela 20. Análise da variância (quadrados médios) e teste F para as variáveis índice de

área foliar (IAF) e número de panículas (NPAN), (segunda fase).

Causa da variação

Tratamentos

Resíduo

Total

Graus de Liberdade

15

48

65

* Significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade. ** Significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade.

IAF

1,29151 **

0,40491

NPAN

16,80000*

9,14583

O detalhamento da análise da variância, através do desdobramento dos graus de

liberdade em contrastes ortogonais pelo teste F, estabelecidos na instalação do experimento,

apresentou o seguinte resultado, descrito na Tabela 21.

Page 63: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

46

Tabela 21. Desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos (quadrados médios) em

contrastes ortogonais, e teste F, para as variáveis IAF (índice d,e área foliar) e NPAN

(número de panículas), (segunda fase).

C. Variação

Yl

Y2

Y3

Y4

Y5

Y6

Y7

Y8

Y9

YI0

Yll

YI2

Y13

Y14

Y15

Resíduo

Total

G.L.

1

1

1

48

63

* Significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade. ** Significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade.

IAF

407535" ,

0,65551 0'

3,05021"

0,90870ns

0,14311 05

3,22406"

0,88167ns

0,1624505

3,23215"

0,0438005

0,0016705

0,3528005

2,32320'

0,0216005

0,2964505

0,40491

NPAN

1,0000005

10,125000'

35,02083'

22,041670'

28,125000'

1,0208305

7,0416705

45,12500'

28,1250005

20,0208305

32,6666705

0,0000005

9,1875005

0,000005

12,5000005

9,14583

ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de significância (n.m.s.) de 5%.

Observa-se que, para a variável IAF (índice de área foliar) foram significativos, ao

nível de 1 % de probabilidade, os contrastes Y 1 (sementes com Pyricularia oryzae versus

sem Pyricularia oryzae), Y3 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae, sem

deficiência hídrica versus com deficiência hídrica), Y6 (sementes tratadas, com Pyricularia

oryzae, sem deficiência hídrica versus com deficiência hídrica), Y9 (sementes não tratadas

versus tratadas, sem Pyricularia oryzae) e, ao nível de 5% de probabilidade, Y 13 (sementes

tratadas, sem Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica versus com deficiência hídrica).

As estimativas desses contrastes e seus indicativos estão descritos na Tabela 22.

Page 64: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

47

Tabela 22. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao índice de área foliar (IAF)

e seus indicativos.

Contraste Valor estimado

Yl +4,04

Y3 + 3,03

Y6 +3,11

Y9 - 2,54

Yl3 +2,64

Descrição

As médias das sementes com Pyricularia oryzae superaram as sem Pyricularia oryzae (equação 12) As médias das sementes com Pyricularia oryzae e sem deficiência hídrica superaram as sementes com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as sementes tratadas, com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica (equação 17) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas superaram as sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae (equação 20) As média das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica (equação 24)

Os tratamentos com sementes com Pyricularia oryzae não sofreram nenhuma

influência deste patógeno que levasse à uma diminuição do IAF (índice de área foliar)

quando comparado aos tratamentos com sementes sem Pyricularia oryzae. Isso evidenciou

que o fungo em questão não encontrou condições ambientes propícias para o seu

desenvolvimento, que pudesse causar danos nas plantas oriundas de sementes

contaminadas.

Os tratamentos com sementes tratadas sem Pyricularia oryzae foram superiores

aos tratamentos com sementes não tratadas sem Pyricularia oryzae, neste caso

evidenciando o efeito fito estimulante do Pyroquilon sobre o IAF (índice de área foliar)

nesta fase do experimento, ou podemos inferir até mesmo um efeito residual que se iniciou

logo após a emergência da cultura e que se extendeu até o início de maturação dos grãos,

época da avaliação. Esse efeito residual do produto controla Pyricularia oryzae nas folhas

do arroz até 60 dias após a emergência da cultura (Ciba-Geigy Química S.A., 1990),

podendo influenciar no desenvolvimento da mesma além do período de controle.

Os tratamentos onde ocorreu deficiência hídrica foram inferiores aos tratamentos

onde não ocorreu deficiência hídrica quando se avaliou a variável IAF (índice de área

Page 65: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

48

foliar). Essa diminuição do IAF (índice de área foliar) nos tratamentos com deficiência

hídrica foi devido à diminuição da atividade fisiológica da planta de arroz quando

submetida à períodos de deficiência hídrica, este comportamento já foi comentado por Ma

& Lu (1990)

Para a variável NPAN (número de panículas) foram significativas, ao nível de 1%

de probabilidade, apenas os contrastes Y 3 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae,

sem deficiência hídrica versus com deficiência hídrica) e Y8 (sementes tratada, com

Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica 5 dias antes pleno florescimento versus 10 dias

antes do pleno florescimento). As estimativas desses contrastes e seus indicativos estão

descritos na Tabela 23.

Tabela 23. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao número de panículas e seus

indicativos.

Contraste Valor estimado - 10,25

Ys +4,75

Descrição As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sementes não tratadas com Pyricularia oryzae e sem deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratada e com deficiência hídrica 10 dias antes superaram as sementes tratadas com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento (equação 19)

Nota-se que os quase todos tratamentos com deficiência hídrica foram superiores

aos tratamentos sem deficiência hídrica no tocante à variável NP AN (número de

panículas). Pereira et aI. (1994) comenta que a deficiência hídrica promove alterações na

morfologia e fisiologia das plantas. Quando da ocorrência de deficiência hídrica as plantas

de arroz apresentam entre outros sintomas urna redução do perfilhamento, segundo Fageria

(1984) e Fornasieri Filho & Fornasieri (1993), os resultados obtidos são antagônicos mas

explicáveis, pois a deficiência hídrica foi suspensa após os períodos preestabelecidas, e as

plantas de arroz responderam o reinício das irrigação com uma nova emissão de colmos,

provavelmente para compensar o atraso que a deficiência hídrica provocou no

Page 66: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

49

desenvolvimento normal da cultura, essa nova emissão de colmos provocou um maior

número de panículas nos tratamento com deficiência hídrica.

Observa-se na Tabela 24, com certa sistematização, que os sinais dos contrastes

foram opostos para essas duas variáveis, indicando, para os casos em que houve

significância, que o melhor tratamento (ou grupo) para IAF (índice de área foliar) seria o

pior para NPAN (número de panículas), e vice-versa.

Tabela 24. Descrição das estimativas dos contrastes para o grupo de variáveis IAF (índice

de área foliar) e NPAN (número de panículas), (segunda fase).

Contrastes IAF NPAN Contrastes IAF NPAN

YI +4,04" + 2 OOns , Y9 - 2 S4*' , + 7 SOns ,

Y2 - 1 lSns , + 4 SOns , Y\O + O 36ns , _ 7,7Sns

Y3 + 3,03** - 10,25* YIl + O OSns , + 7 OOns ,

Y4 + 1,17DS + S 75ns , Y12 _ 0,42ns O,OOns

Ys _ 0,27ns + 3,7Sns Y\3 + 2,64* _ S,2SDS

Y6 + 3,11 ** - 1 7Sns , YI4 _ O,lSns O,OOns

Y7 + 1 lSDS , + 3 25ns , YIS - O 39ns , + 2,SOns

Yg - O 29DS , + 4,75*

* Significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade.

** Significativo pelo teste F, ao nível de 1 % de probabilidade. ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de significância (n.m.s) de 5%.

Esse antagonismo sistemático é devido somente à ocorrência da deficiência

hídrica. Os tratamentos que não sofreram deficiência hídrica apresentaram IAF (índice de

área foliar) superiores aos tratamentos com deficiência hídrica, com relação ao NP AN

(número de panículas) o comportamento foi exatamente o inverso.

O detalhamento da análise através de contrastes das médias duas a duas, pelo teste

de Duncan, está apresentado na Tabela 2S.

Page 67: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

50

Tabela 25. Médias sem transformação e teste de Duncan para tratamentos, para as variáveis

índice de área foliar médio (IAF) e número de panículas (NPAN), (segunda fase).

Tratamento IAF NPAN Tratamento IAF NPAN

TI 6,44 ab 16,75 b T9 6,74 a 17,75 b T2 5,49 bcde 23,00 a TIO 5,76 abcde 21,25 ab T3 5,76 abcde 19,25 ab TU 6,04 abcd 16,50 b T4 5,04 de 18,25 ab T12 5,32 cde 17,25 b T5 5,09 de 17,50 b T13 6,30 abc 16,25 b T6 4,77 e 21,25 ab T14 5,19 de 19,25 ab T7 5,19 de 21,25 ab TIS 5,58 bcde 16,75 b

TS 4,95 e 17,75 b T16 5,47 dcde 18,00 b Médias seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

Observa-se, pela Tabela 25, que a maior média observada para IAF (índice de área

foliar) foi a do T9 (sementes tratadas, com Pyricularia oryzae e sem deficiência hídrica),

que diferiu significativamente de T2, T4 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae),

TS, T6, T7, Tg (sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae), Tl2 (sementes tratadas,

com Pyricularia oryzae), TI4,TIS e Tl6 (sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae), e a

menor média observada foi a do T6 (sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, com

deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento) seguida do Tg (sementes não

tratadas, sem Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica S dias após pleno florescimento).

Já para a variável NPAN (número de panículas), a maior média observada foi a do

T2 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae, com deficiência hídrica 10 dias antes

pleno florescimento), que diferiu significativamente de TS, Tg (sementes não tratadas, sem

Pyricularia oryzae), T9, TIl e Tl2 (sementes tratadas, com Pyricularia oryzae), T13, TIS

e Tl6 (sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae). A menor média foi a do Tl3 (sementes

tratadas sem Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica).

Page 68: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

51

4.2.4 Massa de raízes secas, massa de parte aérea seca, e massa de panículas secas

Observa-se pela Tabela 26, que houve efeito significativo para tratamentos para as

três variáveis, ao nível de 1 % de probabilidade.

Tabela 26. Análise da variância (Quadrados médios) e teste F para as variáveis Massa de raízes

secas (MRS), Massa de parte aérea seca (MP AS) e Massa de panículas secas (MPS),

(segunda fase).

Causa da Variação Graus de MRS Liberdade

Tratamentos 15 212,98855" Resíduo 48 , 24,01004 Total 65 .. Significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade.

MPAS

389,81655" 68,67113

MPS

429,21748" 14,24338

O detalhamento da análise da variância, através do desdobramento dos graus de

liberdade em contrastes ortogonais, pelo teste F, apresentou o seguinte resultado, descrito

na Tabela 27.

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52

Tabela 27. Desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos (quadrados médios) em

contrastes ortogonais, e teste F, para as variáveis MRS (massa de raízes secas), MP AS

(massa de parte aérea seca) e MPS (massa de panículas secas), (segunda fase).

Causa da Variação Graus de Liberdade MRS MPAS MPS YI 1 32,2056105 22,6813405 197,22699" Y2 1 106,94528' 237,07551 05 32,1000805

Y3 1 622,80027" 1123,26762" 1568,65309 •• Y4 1 40,0416705 321,93371' 590,04182" Y5 1 6,48002ns 105,8512905 26,6449705

Y6 1 365,20326" 247,9751005 1297,39993 •• Y7 1 3,0 1 042ns 243,20663n5 642,21738" Y8 1 179,55119" 62,71997°S 6,2128205

Y9 1 130,00781' 378,12521' 47,5313205

YlO 1 779,24078" 1446,50554" 558,28508" Yll 1 44,2816005 678,40641" 427,57057" Y12 1 27,3799505 109,5198205 47,5312505

YI3 1 807,70016" 719,97540" 4934403" YI4 1 20,7204205 8,8816705 42084388" YI5 1 29,2612605 141,1200505 82,56123'

Resíduo 48 24,010004 68,67113 14,24338 Total 63

* Significativo pelo teste F, ao nivel de 5%. ** Significativo pelo teste F, ao nível de 1%. ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de Significância (n.m.s) de 5%.

Observa-se na Tabela 27 que, para a variável MRS (massa de raízes secas) foram

significativos, os contrastes Y2 (sementes não tratadas versus tratadas, com Pyricularia

oryzae), Y3 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica versus

com deficiência hídrica), Y 6 (sementes tratadas, com Pyricularia oryzae, sem deficiência

hídrica versus com deficiência hídrica), Y 8 (sementes tratadas com Pyricularia oryzae, com

deficiência hídrica 5 dias antes versus deficiência hídrica 10 dias antes pleno

florescimento), Y9 (sementes não tratadas versus tratadas, sem Pyricularia oryzae), YlQ

(sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica versus com

deficiência hídrica) e Y 1,3 (sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae, sem deficiência

hídrica versus com deficiência hídrica).

As estimativas desses contrastes e seus indicativos estão descritas na Tabela 28.

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53

Tabela 28. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de raízes secas (MRS,

g/vaso).

Contrastes Valor Estimado Y2 + 14,63

Y3 - 43,23

Y6 - 33,10

Y8 + 9,48

+ 16,13

YI0 - 48,35

- 49,23

Descrição As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas superaram as sementes tratadas com Pyricularia oryzae (equação 13) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as com Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica (equação 15) A média das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento superaram as sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento (equação 19) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas superaram as sementes tratadas sem Pyricularia oryzae (equação 20) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sementes não tratadas sem Pyricularia oryzae e sem deficiência hídrica (equação 21) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as sementes tratadas sem Pyricularia oryzae e sem deficiência hídrica (equação 24)

Nota-se que o fungicida Pyroquilon não influenciou esta variável, a deficiência

hídrica foi o fator que provocou diferenças entres os tratamentos. Stone et aI. (1984)

comentou que plantas de arroz submetidas a deficiência hídrica apresentaram um aumento

na relação raiz/colmo, ou seja, houve uma maior produção de raízes quando comparado à

plantas de arroz que não foram submetidas à deficiência hídrica. Não podemos discutir qual

o comportamento da relação raiz/colmo nos tratamentos, mas fica evidente que os

tratamentos com deficiência hídrica tiveram um aumento significativo na massa de raízes

secas quando comparados aos tratamentos sem deficiência hídrica. Os dados obtidos, no

entanto, são contrários aos resultados dos estudos de Pereira et alo (1994), que verificou

uma redução na massa de raízes secas em plantas de arroz submetidas à deficiência hídrica.

Essa discrepância pode ser explicada pelo reinício da irrigação nos tratamentos com

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54

deficiência hídrica, as plantas apresentaram um novo período de desenvolvimento

produzindo uma maior massa de raízes.

Para a variável MP AS (massa de parte aérea seca) foram significativos, os

contrastes Y3 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica

versus com deficiência hídrica), Y 4 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae, com

deficiência hídrica antes do pleno florescimento versus deficiência hídrica após pleno

florescimento), Y 9 ( sementes não tratadas versus sementes tratadas, sem Pyricularia

oryzae), Y 10 (sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica

versus com deficiência hídrica), Y 11 (sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, com

deficiência hídrica antes do pleno florescimento versus deficiência hídrica após pleno

florescimento) e Y 13 (sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica

versus com deficiência hídrica).

As estimativas dos contrastes e seus indicativos estão descrita na Tabela 29.

Tabela 29. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de parte aérea seca (MPAS,

g/vaso).

Contrastes Valor Estimado

- 58,05

+ 21,98

+27,50

- 65,88

+31,90

- 46,48

Descrição

As médias das sementes com Pyricu/aria oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sementes não tratadas com Pyricu/aria oryzae e sem deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricu/aria oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as sementes não tratadas com Pyricu/aria oryzae e com deficiência hídrica após o pleno florescimento (equação 15) As médias das sementes sem Pyricu/aria oryzae, não tratadas superaram as sementes tratadas, sem Pyricu/aria oryzae (equação 20) As médias das sementes sem Pyricu/aria oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sementes não tratadas sem Pyricu/aria oryzae e sem deficiência hídrica (equação 21) As médias das sementes sem Pyricu/aria oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as sementes não tratadas sem Pyricu/aria oryzae e com deficiência hídrica após o pleno florescimento (equação 22) As médias das sementes sem Pyricu/aria oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as sementes tratadas sem Pyricu/aria oryzae e sem deficiência hídrica (equação 24)

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55

Novamente os tratamentos com deficiência hídrica foram significativamente

diferentes dos tratamentos sem deficiência hídrica, e dentro dos tratamentos com

deficiência hídrica aqueles que sofreram a deficiência antes do florescimento diferiram

daqueles que sofreram a deficiência após o florescimento, no entanto os efeitos causados

pela deficiência hídrica foram mais uma vez antagônicos aos descritos em literatura, que

reportam a diminuição da massa da parte aérea seca. Pode-se explicar essa discrepância de

resultados pela retomada da irrigação após o período de deficiência hídrica nos tratamentos,

o que provocou novo período de desenvolvimento vegetativo para as plantas, aumentando a

massa de parte aérea seca quando comparados aos tratamentos sem deficiência. A escolha

do florescimento como o período mais propício para se estudar os efeitos da deficiência

hídrica em plantas de arroz foi também provado pelos resultados da variável massa da parte

aérea seca. Esse resultado concorda com Fageria (1984) que comentou que os efeitos mais

danosos da deficiência hídrica são observados quando esta acontece no período

compreendido entre os estádios de divisão/redução até o florescimento, também concorda

com Rodrigues (1985) que verificou que períodos de deficiência hídrica antes da floração

do arroz são os mais adequados para a observação dos efeitos da deficiência nas plantas.

Para a variável MPS (massa de panículas secas) foram significativos, ao nível de

1 % de probabilidade, os contrastes Y 1 (sementes com Pyricularia oryzae versus sem

Pyricularia oryzae), Y3 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae, sem deficiência

hídrica versus com deficiência hídrica), Y 4 (sementes não tratadas, com Pyricularia oryzae

com deficiência hídrica antes do pleno florescimento versus deficiência hídrica após pleno

florescimento), Y 6 (sementes tratadas, com Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica

versus com deficiência hídrica), Y7 (sementes tratadas, com Pyricularia oryzae, com

deficiência hídrica antes pleno florescimento versus deficiência hídrica após pleno

florescimento), Y I O (sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae sem deficiência hídrica

versus com deficiência hídrica), Y 11 (sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae, com

deficiência hídrica antes do pleno florescimento versus deficiência hídrica após pleno

florescimento), Y 13 (sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae, sem deficiência hídrica

versus com deficiência hídrica) e Y14 (sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae, com

Page 73: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

56

deficiência hídrica antes do pleno florescimento versus com deficiência hídrica após pleno

florescimento).

As estimativas dos contrastes e seus indicativos estão descritas na Tabela 30.

Tabela 30. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de panículas secas

(MPS, g/vaso).

Contrastes Valor Estimado - 28,09

+68,60

- 29,75

+ 62,39

- 31,04

+40,93

Yl3 + 38,48

YI4 - 25,23

Descrição As médias das sementes sem Pyricularia oryzae superaram as com Pyricularia oryzae (equação 12) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica superaram as sementes não tratadas com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica (equação 14) As médias da sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após pleno florescimento superaram as sementes não tratadas com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 15) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as sementes tratadas com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica (equação 17) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica após pleno florescimento superaram as sementes tratadas, com Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 18) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após pleno florescimento superaram as sementes não tratadas, sem Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 21) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica (equação 24) A média das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica após pleno florescimento superaram as sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 25)

A massa de panículas secas é a primeira variável até agora discutida que

diretamente relacionada-se com a produção das plantas de arroz.

Os tratamentos sem Pyricularia oryzae apresentaram superioridade em relação aos

tratamentos com Pyricularia oryzae, o que pode indicar que os patógenos presentes nas

sementes podem estar interferindo na variável massa de panículas secas (MPS), no entanto

é mais provável que em vez dos patógenos a qualidade das sementes seja o fator que

Page 74: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

57

influenciou as diferenças obtidas, pois as sementes com Pyricularia oryzae apresentavam

menor vigor do que as sementes sem Pyricularia oryzae, estas últiml:!S evidentemente com

maior potencial produtivo.

A deficiência hídrica apresentou uma grande influência no desempenho dos

tratamentos, aqueles com deficiência foram inferiores à aqueles sem deficiência, os

resultados concordam com Fageria (1984) e Fomasieri Filho & Fomasieri (1993), esses

autores observaram uma redução na massa dos grãos com a ocorrência da deficiência

hídrica, consequentemente uma redução na massa seca das panículas.

O período de ocorrência da deficiência hídrica no pré-florescimento resultou em

menores massas de panículas secas, do que no pós-florescimento, todos os tratamentos onde

a deficiência hídrica ocorreu no pré-florescimento foram inferiores aos tratamentos com

deficiência no pós-florescimento, esses resultados concordam com os comentários de Vieira

et aI. (1991).

Page 75: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

58

Tabela 31. Resumo das estimativas dos contrastes para o grupo de variáveis massa de raízes secas

(MRS), massa de parte aérea seca (MPAS) e massa de panículas secas (MPS), (segunda

fase).

Contrastes MRS

YI - 11,35DS

Y2 + 14,63'

Y3 - 43,23"

Y4 + 7,75DS

Y5 + 1,80DS

Y6 - 33,10"

Y7 + 2,13DS

Y8 + 9,48"

Y9 + 16,13'

Y10 - 48,35"

Yl1 + 8,15DS

Y12 _ 3,70n5

Y13 - 49,23"

Yl4 + 5,58DS

Yl5 + 3,83DS

* Significativo pelo teste F , ao nivel de 5% de probabilidade. ** Significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade.

MPAS MPS

- 9,52DS - 28 09" ,

+21,78DS - 8,01DS

- 58,05" + 68,60"

+ 21,98' - 29,75"

+ 7,27DS - 3,65DS

- 27,28DS +62,39"

+ 19,IODS - 31,04"

+ 5,60DS - 1,76DS

+ 27,50' - 9,75DS

- 65,88" +40,93"

+ 31,90" - 25,33"

_7,40D5 _ 4,88D5

- 46,48" + 38,48"

+ 3,65DS - 25 13" ,

+ 8,40DS - 6,43'

ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de significância (n.m.s) de 5%.

Para este grupo de variáveis também observa-se na Tabela 31, com certa

sistematização, que os sinais dos contrastes para a variável MPS (massa de panículas secas)

foram opostos aos sinais dos mesmos contrastes para as variáveis MRS (massa de raízes

secas) e MPAS (massa de parte aérea seca), indicando, quando houve evidência de

significância, que o melhor tratamento (ou grupo) para MRS (massa de raízes secas) e

MP AS (massa de parte aérea seca) seria o pior para MPS (massa de panículas secas), e

vice-versa. Os resultados obtidos são coerentes, pois a superioridade dos tratamentos com

deficiência hídrica para as variáveis MP AS (massa de parte aérea seca) e MRS (massa de

raízes secas) em relação os tratamentos sem deficiência hídrica é devida ao reinício da

irrigação após os períodos de deficiência, e a retomada do desenvolvimento da plantas, as

Page 76: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

59

quais produziram mais massa foliar e radicular compensando a paralisação provocada pela

deficiência, no entanto essa retomada de desenvolvimento não influeJ;lciou a variável MPS

(massa de panículas secas), os tratamentos sem deficiência hídrica foram superiores aos

tratamentos com deficiência hídrica.

O detalhamento da análise, através de contrastes das médias duas a duas, pelo

teste de Duncan, apresentou o seguinte resultado está descrito na Tabela 32.

Tabela 32. Médias sem transformação e teste de Duncan para tratamentos, para as variáveis MRS

(massa de raízes secas, glvaso), MPAS (massa de parte aérea seca, glvaso) e MPS

(massa de panículas secas, glvaso), (segunda fase).

Tratamento MRS MPAS MPS

TI 26,05 de 64,03 ef 60,35 a

T2 42,65 ab 90,68 ab 30,70 j

T3 40,85 ab 83,40 abc 34,35 ij

T4 37,88 abc 76,05 cde 47,40 ef

T5 26,38 de 63,98 ef 56,73 abc

T6 42,00 ab 87,55 abc 36,43 hij

T7 45,70 a 94,95 a 41,30 gh

T8 39,78 ab 75,30 cdef 51,53 cde

T9 24,93 de 66,28 ef 60,80 a

TIO 41,05 ab 81,35 bcd 33,95 ij

Tll 31,58 cd 75,75 cde 35,71 hij

Tl2 35,25 bc 69,00 def 50,35 def

T13 22,13 e 61,95 f 58,55 ab

T14 41,38 ab 82,25 abcd 38,33 hi

T15 37,55 bc 73,85 cdef 44,75 fg

T16 36,68 bc 76,23 cde 54,10 bcd

Médias seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

Observa-se pela Tabela 32, que para as variáveis MRS (massa de raízes secas) e

MPAS (massa de parte aérea seca), as maiores médias foram obtidas pelos tratamentos T7,

T2 e T6 (nesta ordem), enquanto a menor média foi a do tratamento T13. Para essas duas

Page 77: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

60

variáveis observa-se claramente a formação de 3 grupos: T7, T2, T6, T14, T3, TIO, maiores

e iguais, T16, T4, TI I. TIS, T8, T12, intermediários e TS, TI,T9, Tl3., menores.

Já para a variável MPS (massa de panículas secas) as maiores médias ficaram com

os tratamentos T9, TI. Tl3, TS (nesta ordem) e a menor média com o T2, seguido do TIO e

T3·

4.2.5 Massa de grãos cheios secos, massa de grãos chochos secos, número de grãos

cheios, número de grãos chochos, e porcentagem de grãos cheios

Observa-se pela Tabela 33 que houve efeito significativo para tratamentos para todas as

variáveis deste grupo.

Tabela 33. Análise da variância (quadrados médios) e teste F para as variáveis Massa de

grãos cheios secos (MGCS, glvaso), Massa de grãos chochos secos (MGCOS,

glvaso), Número de grãos cheios (NGC), Número de grãos chochos (NGCO), e

Porcentagem de grãos cheios (% GC), (segunda fase).

C. Variação G.L. MGCS

Tratamentos 15 636,53985"

Resíduo 48 5,37967

Total 65

MGCOS(t) NGC

1,40082" 437431,42917"

0,10663 31632,04167

228,13520"

12,98560

(t) Análise realizada com os dados transformados através de raiz quadrada.

** Significativo pelo teste F, ao nível de 1 % de probabilidade.

%GC

1222,81699"

49,92013

O detalhamento da análise da variância, através do desdobramento dos graus de

liberdade em contrastes ortogonais, pelo teste F, apresentou o seguinte resultado descritos

na Tabela 34.

Page 78: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

61

Tabela 34. Desdobramento dos graus de liberdade de tratamentos em contrastes ortogonais

(quadrados médios), e teste F, para as variáveis MGCS (massa ~e grãos cheios secos),

MGCOS (massa de grãos chochos secos), NGC (número de grãos cheios), NGCO

(número de grãos chochos) e % GC (porcentagem de grãos cheios), (segunda fase).

C. Variação G.L. MGCS

Y5

YR

Y9

YlO

Y15

Resíduo Total

176,09299"

29,24214'

2054,99907"

920,32938"

134,15222"

1716,49894"

1021,81548"

58,86123"

93,81078"

798,78246"

796,60835"

107,53107"

769,12034"

710,13755"

160,11566"

48 5,37967 63

MGCOS (I)

O, 19066DS

O, 16053DS

2,61268"

2,96350"

0,49173'

3,04691"

1,95065"

0,73147'

0,1070405

2,48590"

2,57411"

0,00001"'

2,30648"

0,56250'

0,82811"

0,10663

NGC

3306,2500005

77322,7812505

603456,75000"

1088856,00000"

441800,00000"

474615,18750"

452101,50000"

840,5000005

86216,2812505

451632,00000"

1549908,37500"

5671,1250005

441408,52083 "

731155,04167"

153181,12500"

31632,04167

(t) Análise realizada com os dados transformados através de raiz quadrada. * Significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade. ** Significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade.

NGCO (I)

%GC

45,41105ns 77,7482205

69,06451' 328,44848'

479,50020" 2275,35495"

362,47176" 2301,43313"

103,20004' 898,45602"

181,78303" 1038,25123*'

299,08159" 1570,43179"

89,95180' 198,40332'

123,15995" 533,99071"

671,79232" 2937,66087"

412,16003" 2896,08572"

0,35233DS 1,53125ns

341,40568" 1558,95025"

142,71875" 1119,29992"

99,97454" 606,21646"

12,98560 49,92013

ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nivel mínimo de significância (n.m.s) de 5%.

Observa-se que, para este grupo de variáveis, poucos contrastes foram não

significativos.

Para a variável MGCS (massa de grãos cheios secos), todos os contrastes

estabelecidos foram significativos. As estimativas desses contrastes e seus indicativos estão

descritos na Tabela 35.

Page 79: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

62

Tabela 35. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de grãos cheios secos

(MGCS, g/vaso).

Contrastes

Y1

Y2

y~

Y4

Y5

Y6

Y7

Yg

Y9

YlO

Yll

Y12

Yn

Y14

Y15

Valor Estimado - 26,54

-7,65

+ 78,52

- 37,16

- 8,19

+ 71,76

- 39,15

- 5,43

- 13,70

+ 48,95

- 34,57

-7,33

+ 48,04

- 32,64

-6,43

Descrição

As médias das sementes com Pyricularia oryzae superaram as sementes sem Pyricularia oryzae (equação 12) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas superaram as sementes não tratadas com Pyricularia oryzae (equação 13) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 15) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento, superaram as com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento (equação 16) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 17) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hidrica antes do pleno florescimento (equação 18) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento, superaram as de 10 dias antes do pleno florescimento (equação 19) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas, superaram, as sementes não tratadas sem Pyricularia oryzae( equação 20) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 21) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 22) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas, e com deficiência hídrica 5 dias antes, superaram as de 10 dias antes do pleno florescimento (equação 23) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 24) As médias da sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 25) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento, superaram as de 10 dias antes do pleno florescimento (equação 26)

Nota-se que os patógenos presentes nas sementes não influenciaram essa variável,

MGCS (massa de grãos cheios secos) que mede a produção das plantas, no entanto as

sementes tratadas, com ou sem Pyricularia oryzae, apresentaram superioridade às sementes

não tratada, com ou sem doença, demonstrando um efeito positivo do Pyroquilon sob essa

variável. Todos os tratamentos sem deficiência hídrica foram superiores a todos os

tratamentos com deficiência, os tratamentos com deficiência hídrica após o pleno

florescimento foram superiores aos tratamentos com deficiência antes do pleno

Page 80: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

63

florescimento, ainda pode-se observar que os tratamentos com deficiência hídrica 5 dias

antes do pleno florescimento foram superiores aos tratamentos COlI) deficiência 10 dias

antes, o que evidencia que quanto maior a duração da deficiência hídrica maiores foram os

decréscimos na variável estudada, esses resultados estão de acordo com as observações de

Fageria (1984), Fomasieri Filho & Fomasieri (1993), Stone et aI. (1984), e Pereira et aI.

(1994), que verificaram um decréscimo na massa de grãos em plantas de arroz submetidas à

deficiência hídrica, bem como o período mais crítico para o ocorrência dessa deficiência

situa-se no pré-florescimento das plantas

Para a variável MGCOS (massa de grãos chochos secos) apenas os contrastes Y 1

(sementes com Pyricularia oryzae versus sem Pyricularia oryzae), Y2 (sementes não

tratadas versus tratadas, com Pyricularia oryzae), Y9 (sementes não tratadas versus

tratadas, sem Pyricularia oryzae) e Y 12 (sementes não tratadas sem Pyricularia oryzae,

com deficiência hídrica 5 dias antes versus 10 dias antes do pleno florescimento) não foram

significativos.

As estimativas dos demais contrastes, significativos para esta variável, obtidas com

as médias sem transformação, e seus indicativos estão descritos na Tabela 36.

Page 81: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

64

Tabela 36. Descrição das estimativas dos contrastes relativos à massa de grãos chochos

secos (MGCOS, g/vaso).

Contrastes

Y3

Y4

Y5

Y6

Y7

Y8

YlO

Yll

Y13

Y14

Y15

Valor Estimado - 11,29

+9,50

+2,48

- 11,22

+7,44

+ 3,05

- 10,16

+7,93

-9,22

+4,04

+2,85

Descrição

As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após pleno florescimento (equação 15) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento superaram as com 5 dias antes do pleno florescimento (equação 16) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 17) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após pleno florescimento (equação 18) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento superaram as de 5 dias antes do pleno florescimento (equação 19) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 21) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após pleno florescimento (equação 22) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 24) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após pleno florescimento (equação 25) As médias das sementes tratadas, sem Pyricularia oryzae e com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento superaram as de 5 dias antes do pleno florescimento (equação 26)

Os resultados obtidos para a variável MGCOS (massa de grãos chochos secos)

foram totalmente contrários dos resultados obtidos para a variável MGCS (massa de grãos

cheios secos). Todos os tratamentos com deficiência hídrica foram superiores aos

tratamentos sem deficiência hídrica, todos os tratamentos com deficiência hídrica antes do

pleno florescimento foram superiores aos tratamentos com deficiência após o pleno

florescimento, todos os tratamentos com 10 dias de deficiência hídrica antes do pleno

florescimento foram superiores aos tratamentos com 5 dias de deficiência antes do pleno

florescimento, esses resultados concordam com Fageria (1984) e Fomasieri Filho &

Page 82: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

65

Fomasieri (1993) que verificaram que a deficiência hídrica antes do pleno florescimento

aumentava a massa de grãos chochos.

Para a variável NGC(número de grãos cheios) não foram significativos apenas os

contrastes Y 1 (sementes com Pyricularia oryzae versus sem Pyricularia oryzae), Y 2

(sementes não tratadas versus tratada, com Pyricularia oryzae), Y 8 (sementes com

Pyricularia oryzae, tratadas, com deficiência hídrica 5 dias antes versus deficiência hídrica

10 dias antes pleno florescimento), Y9 (sementes não tratadas versus tratadas, sem

Pyricularia oryzae) e Y 12 (sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas, com deficiência

hídrica 5 dias antes versus 10 dias antes pleno florescimento).

Os demais contrastes foram todos significativos. Suas estimativas e seus

indicativos estão descritos na Tabela 37.

Page 83: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

66

Tabela 37. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao número de grãos cheios

(NGC).

Contrastes Valor Estimado

Y3 + 1345,50

Y4 - 1278,00

Y5 - 470,00

Y6 + 1193,25

Y7 - 823,50

YlO + 1164,00

YII - 1524,75

Yl3 + 1150,75

Yl4 - 1047,25

Yl5 - 276,75

Descrição As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas, sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 15) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento superaram as de 10 dias antes do pleno florescimento (equação 16) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 16) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 18) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 21) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes da pleno florescimento (equação 22) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 24) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 25) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento superaram as de 10 dias antes da pleno florescimento (equação 26)

Os resultados relativos à variável número de grãos cheios (NGC) comportaram-se

de maneira similar aos resultados relativos à variável MGCS (massa de grãos cheios secos).

Quase todos os tratamentos sem deficiência hídrica foram superiores aos tratamentos com

deficiência hídrica, os tratamentos com deficiência hídrica após o pleno florescimento

foram superiores aos tratamentos com deficiência hídrica antes do pleno florescimento,

também quase todos os tratamentos com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno

florescimento foram superiores aos tratamentos com deficiência hídrica 10 dias antes,

resultados concordantes com Stone et alo (1984) e Pereira et alo (1994).

Para a variável NGCO (número de grãos chochos) apenas os contratantes YI

(sementes com Pyricularia oryzae versus sem Pyricularia oryzae) e Y 12 (sementes sem

Pyricularia oryzae, não tratadas, com deficiência hídrica 5 dias antes versus 10 dias antes

do pleno florescimento) não foram significativas.

Page 84: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

67

As estimativas das demais contrastes, todos significativos para essa variável,

obtidas com as médias sem transformação, e seus indicativos estão descritas na Tabela 38.

Tabela 38. Descrição das estimativas dos contrastes relativos ao número de grãos chochos

Contrastes

Y2

Y3

Y4

Y5

Y6

Y7

Y8

Y9

YlO

Yll

Y13

Y14

Y15

(NGCO).

Valor Estimado + 789,50

- 2180,25

+ 1503,00

+497,50

- 1281,75

+ 1160,25

+443,75

+944,75

- 2305,50

+ 1494,00

+ 1481,75

+ 809,00

+408,00

Descrição

As médias das sementes com PyricuJaria oryzae superaram as sem PyricuJaria oryzae (equação 13) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após o pleno florescimento (equação 15) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento superaram as de 5 dias antes do pleno florescimento (equação 16) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 17) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após o pleno florescimento (equação 18) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento superaram as de 5 dias antes do pleno florescimento (equação 19) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas superaram as tratadas (equação 20) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 21) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após o pleno florescimento (equação 22) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica superaram as sem deficiência hídrica (equação 24) As médias das sementes sem PyricuJaria oryzae, tratadas e com deficiência hídrica antes do pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica após o pleno florescimento (equação 25) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 10 dias antes do pleno florescimento superaram as de 5 dias antes do pleno florescimento (equação 26)

Os resultados relativos à variável NGCO (número de grãos chochos)

comportaram-se de maneira inversa aos resultados relativos à variável NGC (número de

grãos cheios). Quase todos os tratamentos com deficiência hídrica foram superiores aos

Page 85: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

68

tratamentos sem deficiência hídrica, quase todos os tratamentos com deficiência hídrica

antes do pleno florescimento foram superiores ao tratamentos com deficiência hídrica

depois, também quase todos os tratamentos com deficiência hídrica durante o período de 10

dias antes do pleno florescimento foram superiores aos tratamentos com deficiência hídrica

durante o período de 5 dias antes. Podemos notar também, que os patógenos presentes nas

sementes não interferiram nesta variável, pois os tratamentos de sementes com Pyricularia

oryzae foram superiores aos tratamentos de sementes sem Pyricularia oryzae. O Pyroquilon

não influenciou os resultados obtidos para esta variável.

Para a variável % GC (porcentagem de grãos cheios) também apenas os contrastes

y 1 (sementes com Pyricularia oryzae versus sem Pyricularia oryzae) Y 12 (sementes sem

Pyricularia oryzae, não tratadas, com deficiência hídrica 5 dias antes versus 10 dias antes

do pleno florescimento) não foram significativos.

As estimativas dos demais contrastes, todos significativos para essa variável, e

seus indicativos estão descritas na Tabela 39 .

Page 86: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

69

Tabela 39. Descrição das estimativas dos contrastes relativos a porcentagem de grãos cheios

(%GC).

Contrastes Valor Estimado

Y2 - 25,63

Y3 + 82,62

Y4 - 58,76

Y5 - 21,20

Y6 + 55,81

Y7 - 48,54

Y8 - 9,96

Y9 - 32,68

YlO + 93,88

YII - 65,91

Yl3 + 68,39

Yl4 - 40,98

Yl5 - 17,41

Descrição

As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas, superaram as sementes não tratadas (equação 13) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 14) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 15) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento superaram as de 10 dias antes do pleno florescimento (equação 16) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 17) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 18) As médias das sementes com Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento superaram as de 10 dias antes do pleno florescimento (equação 19) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas superaram as sementes não tratadas (equação 20) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 21 ) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 22) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica superaram as com deficiência hídrica (equação 24) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica após o pleno florescimento superaram as com deficiência hídrica antes do pleno florescimento (equação 25) As médias das sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e com deficiência hídrica 5 dias antes do pleno florescimento superaram as de 10 dias antes do pleno florescimento (equação 26)

Os resultados obtidos para a variável porcentagem de grãos cheios (% GC) são

conseqüência do comportamento das variáveis número de grãos cheios (NGC) e número de

grãos chochos). Quase todos os tratamentos sem deficiência hídrica superaram os

tratamentos com deficiência hídrica, quase todos os tratamentos com deficiência hídrica

antes do pleno florescimento superaram os tratamentos com deficiência hídrica após o

pleno florescimento, quase todos os tratamentos com deficiência hídrica 5 dias antes do

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70

pleno florescimento superaram os tratamentos com deficiência hídrica 10 dias antes, e

finalmente quase todos os tratamentos com sementes tratadas com . ou sem Pyricularia

oryzae, superaram os tratamentos com sementes não tratadas, com ou sem Pyricularia

oryzae, evidenciando neste último caso um efeito positivo do Pyroquilon no aumento da

porcentagem de grãos em plantas de arroz cujas sementes foram tratadas com esse

fungicida. Os resultados obtidos concordam com os comentários de Fageria (1984) no

tocante à influência da deficiência hídrica no comportamento da variável estudada.

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71

Tabela 40. Resumo das estimativas dos contrastes para o grupo de variáveis MGCS (massa de

grãos cheios secos), MGCOS (massa de grãos chochos secos), NGC (número de grãos

cheios), NGCO (número de grãos chochos) e % GC (porcentagem de grãos cheios),

(segunda fase).

Contrastes MGCS MGCOS NGC NGCO %GC

Yl - 25,54" + 4,5008 +1l5,0008 + 710,7508 - 17,6408

Y2 - 7,6s" + 2,4308 - 393,2508 + 789,50' - 25,63'

Y3 + 78,52" - 11,29" + 1345,50" - 2180,25" + 82,62"

Y4 - 37,16" + 9,50" -1278,00" + 1503,00" - 58,76"

Y5 - 8,19" + 2,48' - 470,00" + 497,50" - 21,20"

Y6 +71,76" - 11,22" + 1193,25" - 1281,75" + 55,81"

Y7 - 39,15" + 7,44" - 823,50" + 1160,25" - 48,54"

Y8 - 5,43" +3,0s" + 20,5008 + 443,75' - 9,96'

Y9 - 13,70" +2,00n. - 415,2508 + 944,75" - 32,68"

YIO +48,95" -10,16" + 1164,00" + 2305,50" +93,88"

YIl - 34,57" +7,93" - 1524,75" + 1494,00" - 65,91"

Y12 -7,33" +0,0608 - 53,2508 - 28,5008 - 0,8808

Y13 + 48,04" -9,22" + 1150,75" - 1481,75" +68,39"

Y14 - 32,64" +4,04' - 1047,25" + 809,00" - 40,98"

Y15 - 8,95" +2,85" -276,75' + 408,50" -17,41"

* Significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade.

** Significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade. ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de significância (n.m.s) de 5%.

Observa-se na Tabela 40 nitidamente uma certa sistematização nos sinais dos

contrastes, iguais para as variáveis MGCS (massa de grãos cheios secos), NOC (número de

grãos cheios) e % GC (porcentagem de grãos cheios) e opostos aos das variáveis MOCOS

(massa de grãos chochos secos) e NOCO (número de grãos chochos), o que era esperado, já

que são variáveis complementares. Evidencia-se que o melhor tratamento (ou grupo) para

MGCS (massa de grãos cheios secos), NGC (número de grãos cheios) e % OC

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72

(porcentagem de grãos cheios) seria o pior para MGCOS (massa de grãos chochos secos) e

NGCO (número de grãos chochos) e vice-versa.

Os resultados obtidos para a variável porcentagem de grãos cheios (% GC) são

conseqüência do comportamento das variáveis número de grãos cheios (NGC) e número de

grãos chochos (NGCO). Quase todos os tratamentos sem deficiência hídrica superaram os

tratamentos com deficiência hídrica, quase todos os tratamentos com deficiência hídrica

após o pleno florescimento superaram os tratamentos com deficiência hídrica antes do

pleno florescimento, quase todos os tratamentos com deficiência hídrica 5 dias antes do

pleno florescimento superaram os tratamentos com deficiência hídrica 10 dias antes do

pleno florescimento. Também um efeito positivo do Pyroquilon no aumento da

porcentagem de grãos cheios (% GC) pode ser verificado. Os resultados obtidos que

correlacionam deficiência hídrica e porcentagem de grãos cheios (% GC) estão de acordo

com Fageria (1984).

O detalhamento da análise para as mesmas variáveis, através de contrastes das

médias duas a duas, pelo teste de Duncan, apresentou o seguinte resultado descrito na

Tabela 41.

Page 90: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

73

Tabela 41. Médias sem transformação e teste de Duncan para tratamentos, para as variáveis

MGCS (massa de grãos cheios secos), MGCOS (massa de grãos chochos secos),

NGC (número de grãos cheios), NGCO (número de grãos chochos) e % GC

(porcentagem de grãos cheios), (segunda fase).

Tratamentos MGCS MGCOS NGC NGCO %GC TI 57,75 a 2,04 def 1660,50 a 412,25 fgh 79,99 ab T2 21,29 k 8,63 a 764,00 e 1638,25 a 32,06 g T3 29,48 i 6,15 ab 1234,00 bc 1140,75 bc 53,26 e T4 43,97 f 2,64 def 1638,00 a 638,00 def 72,04 bc T5 52,92 bc 1,71 ef 1598,00 a 311,50 gh 84,13 a T6 27,18 ig 6,45 ab 929,25 de 1314,75 ab 41,42 fg T7 34,51 h 6,39 ab 982,50 cde 1343,25 ab 42,29 fg T8 48,13 de 2,45 def 1718,25 a 582,00 def 74,81 abc T9 57,98 a 1,45 f 1720,75 a 439,50 efgh 79,70 ab TIO 24,82j 7,96 a 1196,00 ab 1282,00 ab 48,03 ef Tll 30,24 i 4,91 bc 1175,50 bcd 838,25 cd 57,99 de Tl2 47,11 ef 2,71 def 1597,50 a 480,00 efgh 77,27 ab T13 56,12 ab 1,45 f 1698,50 a 2811,25 h 85,93 a Tl4 30,19 i 6,62 ab 1002,00 bcde 1114,25 ab 47,60 ef Tl5 39,14 g 3,77 cd 1278,75 b 705,75 de 65,01 cd T](i 50,99 cd 3,17 cde 1664,00 a 505,50 ef~ 76,79 ab

Médias seguidas de letras iguais, nas colunas, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

Observa-se que, para as variáveis MGCS (massa de grãos cheios secos) e NGC

(número de grãos cheios) a maior média é a do tratamento T9 e a menor do T2, o inverso

ocorrendo para a variável MGCOS (massa de grãos chochos secos). Para a variável NGCO

(número de grãos chochos), a maior média foi devida ao tratamento T2, como em MGCOS

(massa de grãos chochos secos), mas a menor média foi a do tratamento T13.

Para a variável % GC (porcentagem de grãos cheios), o tratamento que apresentou

a maior média foi o T13 seguido do TS a de menor média foi o T2.

4.2.6 Número de colmos após a deficiênc~ hídrica

O detalhamento da análise de variância para as épocas de avaliação está descrito na

Tabela 42.

Page 91: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

74

Tabela 42. Análise da variância e teste F para a variável número de colmos (NC), (segunda

fase).

C. Variação G.L. Q.M.

Tratamentos 15 59,73125 h

Resíduos (A) 48 19,63542

(Parcelas) (63)

Avaliações 1 7230,03125"

Tratamento x Aval. 15 47,83125 ..

Resíduo (B) 48 13,80208

Total 127

** Significativo, pelo teste F, ao nível de 1 % de probabilidade.

Observar-se na Tabela 42, que para esta variável número de colmos (NC) foram

detectadas diferenças significativas entre tratamentos, entres avaliações e na interação

tratamentos versus épocas de avaliações.

O detalhamento da análise da variância através do desdobramento dos graus de

liberdade em contrastes ortogonais, pelo teste F, estabelecidos na instalação do

experimento, apresentou o seguinte resultado descrito na Tabela 43.

Page 92: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

75

Tabela 43. Desdobramento dos graus de liberdades de tratamentos em contrastes

ortogonais, e teste F, para a variável NC (número de colmos), dentro de cada

época de avaliação, (segunda fase).

Causa da variação

Resíduo

Total

YI

Y2

Y3

Y4

Y5

Y6

Y7

Y8

Y9

YlO

Yll

Y12

Y13

Y14

Y15

Graus de liberdade

I

1

1

I

1

1

1

1

1

1

48

63

1 a. Avaliação

36,00000 ns

4,50000 ns

48,00000 ns

24,00000 ns

8,00000 ns

0,33333 ns

10,66667 ns

8,00000 ns

0,50000 ns

27,00000 ns

0,00000 ns

0,00000 ns

5,33333 ns

2,66667 ns

0,00000 ns

19,63542 ns

* Significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade.

2a Avaliação

60,06250 ns

84,5000'

212,52083*'

26,04167 ns

15,12500 ns

391,02083*'

15,04167 ns

0,12500 ns

0,50000 ns

243,00000"

45,37500 ns

36,12500 ns

280,33333"

28,16667 ns

0,50000 ns

19,63542

** Significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de significância (n.m.s) de 5% de probabilidade. ns Não significativo pelo teste F, considerando-se um nível mínimo de significância (n.m.s) de 5% de probabilidade.

Observa-se que, para essa variável, só foram evidenciados contrastes significativos

na segunda avaliação, indicando o efeito da interação de tratamentos com as épocas de

avaliações. F oram significativos na segunda avaliação os contrastes de tratamentos Y 2

(sementes com Pyricularia oryzae, não tratadas versus tratadas),Y3 (sementes com

Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica versus com deficiência hídrica),

Y 6 (sementes com Pyricularia oryzae, tratadas, sem deficiência hídrica versus com

deficiência hídrica), Y 10 (sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência

Page 93: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

76

hídrica versus com deficiência hídrica) e Y 13 (sementes sem Pyricularia oryzae, tratadas e

sem deficiência hídrica versus com deficiência hídrica).

Tabela 44. Médias sem transformação e teste de Duncan para épocas de avaliações, para a

variável NC (número de colmos), (segunda fase).

Êpocas Médias Final do florescimento (1 a avaliação) 18,875 b Maturação (2a avaliação) 33,906 a Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

Confirma-se os resultados observados na análise da variância, de diferenças

significativas entre as épocas de avaliações da variável NC (número de colmos),

evidenciando-se médias significativamente superiores na segunda avaliação (maturação)

(Tabela 44).

O detalhamento da análise para a variável NC (número de colmos), dentro de cada

época de avaliação, através de contrastes das médias duas a duas, pelo teste Duncan,

apresentou o seguinte resultado, descrito na Tabela 45.

Page 94: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

77

Tabela 45. Médias sem transformação e teste de Duncan, para os tratamentos dentro de

cada avaliação, da variável NC (número de colmos), (segunda fase).

Tratamentos

TI T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9

TIO TIl TI2 TI3 TI4 TI5 TJ6

18 Avaliação 17,00 ab 21,00 ab 23,00 a 19,00 ab 16,00 b 19,00 ab 19,00 ab 19,00 ab 19,00 ab 21,00 ab 19,00 ab 18,00 ab 19,00 ab 18,00 ab 18,00 ab 17,00 ab

28 Avaliação 28,25 cde 37,00 ab 34,25 abc 38,75 ab 28,25 cde 36,50 ab 40,75 a 34,50 abc 22,75 e 33,50 bcd 33,25 bcd 35,75 ab 27,50 de 38,00 ab 38,50 ab 35,00 ab

Médias seguidas de letras iguais nas colunas, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.

Observa-se claramente, pela Tabela 45, o comportamento diferente dos

tratamentos de dentro de cada época (final do florescimento e maturação). Na primeira

avaliação (final do florescimento) a única diferença detectada pelo teste de Duncan foi entre

os tratamentos T3 (maior média) e T5 (menor média), respectivamente, sementes com

Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência hídrica 5 dias após pleno florescimento,

e sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e sem deficiência hídrica. Na segunda

avaliação (maturação), foram detectadas várias diferenças entre os tratamentos, ficando a

maior média com T7 (sementes sem Pyricularia oryzae, não tratadas e com deficiência

hídrica 5 dias antes do pleno florescimento) e a menor com o T9 (sementes com Pyricularia

oryzae, tratadas e sem deficiência hídrica).

Os resultados obtidos para a variável NC (número de colmos) após a deficiência

hídrica, evidenciam que existe uma divisão em dois grupos de tratamentos os com

deficiência hídrica e os sem deficiência hídrica. Os tratamentos sem deficiência hídrica

apresentaram os menores números de colmos estatisticamente iguais entre si, já os

tratamentos com deficiência hídrica apresentaram os maiores números de colmos, e também

estatisticamente iguais entre si. O maior perfilhamento dos tratamentos com deficiência

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78

hídrica deu-se devido à influência do reinício da irrigação e o novo desenvolvimento que as

plantas foram submetidas à partir desse reinício, já os tratamentos sem deficiência hídrica

apresentaram um desenvolvimento normal das plantas.

Page 96: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

79

5. CONCLUSÃO

Nas condições do presente experimento, os resultados obtidos permitem concluir:

O Pyroquilon, quando aplicado em tratamento de sementes de arroz de sequeird,

controla eficazmente os patógenos presentes nas sementes: Pyricularia oryzae,

Helminthosporium oryzae, Rhinchosporium oryzae, Penicillium spp., Phoma sp.,

Trichoconiella padwickii e Fusarium sp., não controlando Aspergillus spp.

O Pyroquilon tem influência positiva mesmo quando as sementes não estão

contaminadas por Pyricularia oryzae Cav., estimulando o desenvolvimento vegetativo,

atuando como um fito estimulante, no entanto quando ocorrem períodos de deficiência

hídrica, particularmente próximo ao pleno florescimento, o efeito fitoestimulante do

Pyroquilon não é suficiente para compensar os efeitos deletérios da deficiência hídrica.

Page 97: ii EFEITO DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM PYROQU LON … · Tabela 6. Resultado da análise química do substrato (micronutrientes) ..... 21 Tabela 7. Resultado de análise granulométrica

80

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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