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Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo de Itaquera/SP Um Estudo sobre a Influência da Igreja no Processo de Urbanização de Itaquera/SP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus Bauru Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Arquitetura e Urbanismo Pesquisa de Tópicos Avançados Sobre Elementos de Urbanismo | Prof.° Dr.° Luiz Cláudio Bittencourt Discente: Paula Alves de Miranda | RA: 530281

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Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo de Itaquera/SP Um Estudo sobre a Influência da Igreja no Processo de Urbanização de Itaquera/SP

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus Bauru

Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

Arquitetura e Urbanismo

Pesquisa de Tópicos Avançados Sobre Elementos de Urbanismo | Prof.° Dr.° Luiz Cláudio Bittencourt Discente: Paula Alves de Miranda | RA: 530281

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Sumário

RESUMO 2

TEMÁTICA 3

TEMA 6

OBJETIVO GERAL 8

05 – ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA EFCB (ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO BRASIL) 12 06 - ANTIGO LOCAL DA ESCOLA ÁLVARES DE AZEVEDO, JÁ FOI A SEDE DA SUB-PREFEITURA, ATUALMENTE ABRIGA A

BIBLIOTECA 13 07 - ANTIGO CASARÃO SR. CATÃO MONTEZ, JÁ SERVIU GABINETE DO SUB-PREFEITO, HOJE PERTENCE AS INSTALAÇÕES DA

BIBLIOTECA 13 08 - ANTIGO LOCAL CIA. COMERCIAL PASTORIL E AGRÍCOLA, 1º CARTÓRIO E 1ª FARMÁCIA - SR. BARREIRO 14 12 - ANTIGA OLARIA SR. SALVADOR NOVELLI 14

OBJETIVO ESPECÍFICO 16

CONTEXTUALIZAÇÃO 30

CRONOGRAMA 36

INDICE DE IMAGENS 36

BIBLIOGRAFIA 38

FONTES 38

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Resumo

Este trabalho tem por finalidade apresentar a pesquisa individual da Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo de Itaquera como conclusão da disciplina optativa Pesquisa de Tópicos Avançados sobre Elementos do Urbanismo, desenvolvida durante o ano de 2011 no curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, sob orientação do Professor Doutor Luiz Cláudio Bittencourt.

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Temática

Tendo em vista que o processo de urbanização das cidades denota a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos, sendo estes dotados de uma área com infraestrutura e equipamentos urbanos, e considerando a singular e histórica necessidade humana de reunir-se para manifestações de devoção e fé, sendo no caso do brasileiro, a presença da instituição católica intrinsicamente ligada a formação cultural e ao desenvolvimento espacial das principais civilizações que deram origem à nossa sociedade, objetivaremos aqui um estudo sobre a influência dos templos religiosos católicos no processo de desenvolvimento dos centros urbanos brasileiros.

Ao desenvolvermos a disciplina optativa Pesquisa de Tópicos Avançados sobre Elementos do Urbanismo, pudemos observar a cada movimento arquitetônico como um edifício inserido em seu traçado urbano seguia a estes estilos, e evidenciavam as diferentes características políticas e sociais, artísticas e tecnológicas de sua época. Assim nos foi possível analisar a relação dos templos religiosos com a formação e desenvolvimento das cidades a partir de inúmeras documentações, e principalmente, monumentos preservados tal como REIGL observa:

“sem dúvida que qualquer monumento arquitetônico marca o lugar onde está implantado, recriando íntimas relações com o sítio. A sua envolvência faz parte da sua memória histórica e estética e, por isso, ela deverá ser conservada. O monumento forma com ela uma unidade complexa, tendencialmente equilibrada, sempre memorizada, o que aconselha a sua preservação.”

Quanto ao processo de urbanização e sua representação espacial verificamos a evolução e a raízes formais a partir da Pólis Grega e das cidades Romanas. Na Pólis Grega os edifícios são entendidos como um corpo isolado no espaço e possuem funções específicas exemplo, os teatros, estoas, ágoras e templos. O espaço é fragmentado e converge em um núcleo laico, e agregador. Em princípio os templos eram erguidos em espaços abertos, mas quando começa a perceber um certo afastamento dos cidadãos, estes passam a ser construídos nas proximidades de edifícios com outras funções específicas e de grande importância para o funcionamento da cidade. A partir de então que se tem a cidade se desenvolvendo em torno dos templos e os principais equipamentos urbanos. Posteriormente com a apropriação romana do espaço grego se inicia o planejamento do espaço em uma racionalidade geométrica, inclusive socialmente. Surge o sistema de quadras e a ocupação da terra começa a ser segregada em setores específicos para por exemplo, agricultores, comerciantes, guerreiros e etc, pois pensam no edifício como um espaço vazio.

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Figura 1 - Pólis Grega, Acrópole Figura 2 - Pólis Grega, Cidades-Estado

Figura 3 - Cidade Romana, Roma Antiga Figura 4 - Cidade Romana, Tigad

Cidades – estado: Cidade e território em redor, com autonomia governativa e administrativa.

1. Acrópole: parte mais alta da cidade, protegida por muralhas, onde se situavam os templos e os edifícios governamentais, e onde a população se refugiava em caso de ataque. 2. Asty: parte baixa da cidade, ocupada por vários edifícios, como o tribunal, o ginásio, o teatro, o estádio e as habita-ções, e pela ágora (praça pública). 3. Khóra( Zona rural): zona fora da cidade, cons-tituída pelas aldeias, campos, pastagens e florestas.

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Observamos nas igrejas a herança de elementos arquitetônicos advindos da cultura grega como colunatas, antecâmaras que deram origem às naves e ao nártex, elementos ornamentais e complementares às fachadas como as cornijas e os frontões, e que foram reinterpretadas e receberam usos posteriores em modelos como a basílica romana, edifícios multifuncionais, que abrigavam atividades políticas, comerciais e sociais, e eram localizadas sempre nos centros das cidades, como fator concêntrico de desenvolvimento espacial.

Figura 5 – Arquitetura Grega Figura 6 – Ordenamento Clássico

Através das pinturas, esculturas, da arquitetura e do urbanismo os movimentos estéticos se revelaram e marcaram releituras sobre fundamentos conceituais na composição das igrejas. Sob estes aspectos, as igrejas foram construções significativas na formação e reconhecimento do espaço urbano partindo do seu simbolismo cultural, monumentalidade e funções sociais nelas presentes agregados a fatores geográficos e comerciais como rotas comerciais e pontos de pouso então reafirmados pela malha urbana que se formava em seu entorno justificavam os assentos humanos em localidades específicas, ao passo que estas mesmas edificações eram enaltecidas por sua carga simbólica imaterial e expressividade arquitetônica através de aberturas de espaços públicos que eram comumente utilizados para manifestações religiosas que regiam as dinâmicas sociais. Desta forma a Igreja se apresenta como um elemento urbano de forte identidade no processo de desenvolvimento das cidades, no qual norteará a pesquisa sobre o processo de urbanização da cidade de origem de cada aluno onde poderemos averiguar sua relação na sociedade atual.

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Tema A presente pesquisa tem como estudo de caso a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo de Itaquera, localizada na Zona Leste região metropolitana de São Paulo relacionada ao processo de urbanização do bairro.

Itaquera surge a partir do entroncamento ferroviário como ponto de paragem aos que viajavam do Centro da Cidade à Mogi das Cruzes e Santos no transporte e venda de produtos e cargas como cimento, tijolos, granitos, cereais, bovinos, além dos colonos da região que comercializavam o pêssego como sua principal produção agrícola no mercado central.

Em 1917 se dá a construção da capela em louvor a Nossa Senhora do Carmo ainda nas terras da Fazenda do Carmo de propriedade da Terceira Ordem Carmelita Fluminense que como forma de domínio do território além de sua locação no alto do morro serviria de referência em deslocamentos pela região. A fazenda sob domínio dos Padres Carmelitas vai até 1919 quando as terras são vendias à Companhia Carmosina que divide o terreno em lotes e os vende, e só então em 1920 que Itaquera tornou-se Distrito autônomo.

Figura 7 - Construção da Matriz com capela ao fundo, 1926

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Em substituição a capela é construída no mesmo local a Igreja Matriz, em 1928, graças aos esforços da população local e principalmente, a grandes proprietários de terras locais. Esta permanece em posição privilegiada no bairro sendo marco do povoamento e cultura local, e de fácil acesso portanto, ao estar radiada pelas principais vias de acesso ao bairro.

Figura 8 - Mapa de Situação, Cidade

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Objetivo Geral A 20 km do marco zero da capital paulista, com 55,30 km² compreendida por quatro distritos: Itaquera, Cidade Líder, Parque do Carmo e José Bonifácio, onde reside uma população estimada em torno de 524 mil habitantes, possui 4 vias principais: Avenida Jacú-Pêssego, Avenida Nova Radial Leste, e Avenida Pires do Rio.

Figura 9 - Mapa de Situação, Bairro

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A localização da Igreja Matriz no alto do morro é dada, primeiramente para domínio do território da Fazenda do Carmo e, consolidação do povoamento naquela região por ser rota de viagem mais tarde reafirmada pela construção da linha ferroviária que visava ligar a região central da cidade à Mogi das Cruzes.

Sobre um traçado iluminista as principais ruas do bairro cruzam a matriz ligando a antiga Estação Ferroviária ao rio Jacú/ Av. Jacú-Pêssego – Nova Trabalhadores e a Antiga Escola Álvarez Penteado à Sede da Fazenda do Carmo/ Parque do Carmo. Observamos seu papel irradiador através das principais vias que dão acesso ao bairro - Águia de Haia, Esperantina, Dr. Luís Aires, José Pinheiro Borges, Líder, Itaquera, Jacu-Pêssego / Nova Trabalhadores, Pires do Rio, Ruas: Harry Danhemberg e Tomaso Ferrara -, desde os tempos da Capela que antecedeu a Matriz.

Figura 10 - Da igreja rua Flores do Pauí, sentido estação, 2010 Figura 11 - Da igreja rua Flores do Piauí, sentido estação dom bosco, 2010

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Figura 12 - Entorno Largo, telefônica, 2010 Figura 13 - Vista da Torre Sineira sentido São Miguel, 2011

Figura 14 - Vista da Torre Sineira sentido Parque do Carmo, 2011 Figura 15 - Vista da Torre sentido Guaianazes, 2011

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Figura 16 - Mapa de Situação, Entorno

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O entorno da igreja é caracterizado pelo uso de estabelecimentos de ensino, comércio e serviços, mas também abriga residências, equipamentos urbanos como bibliotecas, cartórios, unidades de saúde, além da casa paroquial. Encontramos também casarões de algumas das primeiras famílias do bairro.

05 – Antiga Estação Ferroviária EFCB (Estrada de Ferro Central do Brasil)

Figura 17 - Estação de Itaquera, 1926 Figura 18 - Antiga Estação de Itaquera, 1951

Figura 19 - Locomotiva, Antiga Estação de Itaquera, 1951 Figura 20 - Estação Itaquera, 1978 Figura 21 - Atual Praça da Estação, 2010

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06 - Antigo Local da Escola Álvares de Azevedo, já foi a sede da sub-prefeitura, atualmente abriga a biblioteca

Figura 22 - Antiga Chácara Família Leite, 1926 Figura 23 - Antiga Escola Ávares de Azevedo, atual biblioteca, 2011

07 - Antigo Casarão Sr. Catão Montez, já serviu gabinete do sub-prefeito, hoje pertence as instalações da biblioteca

Figura 24 - Antiga Escola A. Azevedo ao fundo chácara família Leite, 1925 Figura 25 - Antigo Casarão Sr. Montez e hoje biblioteca, 2010

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08 - Antigo local Cia. Comercial Pastoril e Agrícola, 1º Cartório e 1ª Farmácia - Sr. Barreiro

Figura 26 - Primeriro Cartório e Farmácia rua da estação, 1925 Figura 27 - Primeiro Correio, 1925

12 - Antiga Olaria Sr. Salvador Novelli

Figura 28 - Olaria Salvador Novelli, início do século XX

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Figura 29 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo

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Objetivo Específico A igreja Matriz está localizada na região que compreendia a Fazenda Caaguassu de propriedade da Terceira Ordem Carmelita Fluminense, onde fora construída em 1917 a capela em louvor desta pelos devotos e peregrinos ali instalados. A Matriz levou 4 anos para ser construída, sendo inaugurada em 12 de dezembro de 1928 pelo Revmo. Padre José Bibiano de Abreu, ainda inacabada pois faltavam os sinos no campanário assim como alguns acabamentos internos. Em 17 de fevereiro de 1930 a matriz é reinaugurada com os acabamentos finalizados, os sinos instalados e a imagem de N. S. do Carmo posta no altar.

Figura 30 - Chegada da imagem de N. S. do Carmo, 1933 Figura 31 - Vista da Matriz a partir da Rua do Carmo, 1930

De arquitetura neogótica cujos elementos estão presentes em sua fachada e interior, esta igreja ressalta sua proeminência na cidade como símbolo que se tornou parte do patrimônio histórico e cultural da população itaquerense, mesmo que ainda não tenha recebido a devida conservação e registros.

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Figura 32 - Igreja fachada noturna, 2008 Figura 33 - Fachada vista da Rua Flores do Piauí, 2010

Não foram encontrados registros a cerca da elaboração do projeto, mas provavelmente deve ter sido idealizado por algum dos párocos ou por eles extraído de algum catálogo da época.

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Figura 34 - Fachada diurna, 2011 Figura 35 - Aproximação fachada, 2011

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Figura 36 - Lateral Esquerda, 2011 Figura 37 - Fachada Posteiror da rua Flores do piauí, 2010

Fora toda construída com tijolos maciços de barro, providos das olarias da região. A edificação possui apenas uma nave central sem corredores divida pela Abside e o Nártex (talvez seja mais adequado chamarmos de foyer). Na abside temos o presbitério e altar-mor, ladeados por uma capela e sacristia. Atrás do altar-mor encontramos o Dreambulatório, onde atualmente perdeu sua função, pois a porta encontra-se permanentemente fechada e lá são aguardadas ferramentas e materiais não permitindo, portanto a circulação.

No Nártex ou Foyer de entrada, encontramos um anteparo de madeira com vitrais de temas religiosos, representado alguns santos de devoção do Terceira Ordem Fluminense. Pelas informações obtidas trata-se de uma réplica, cujo original deteriorou-se de maneira irreparável pelo tempo. Sobre o mesmo encontra-se o mezanino que abriga o coro da igreja acessado pela escadaria da torre sineira.

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Figura 38 - Plantas, Igreja Matriz N. S. do Carmo

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A torre sineira é recuada da fachada com forma cuneiforme dando a sensação de elevação ao céu. Também observamos a divisão da frente em três partes distintas com a rosácea ao centro, portas e janelas longas e estreitas de arco ogivais.

Figura 39 - Fachada, 2011 Figura 40 - Fachada e torre, 2011

Internamente a presença de vitrais coloridos permitem a abundância de cor e luz no interior da igreja sugerem a verticalidade, e a inexistência de demais ornamentos ao longo das paredes laterais dirige as atenções diretamente para o altar.

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Figura 41 - Interna, iluminação, 2011 Figura 42 - Detalhe iluminação vitral, 2011 Figura 43 - Detalhe Vitral, 2011

Externamente encontramos elementos como pilastras, florões, pináculos, esculturas de anjos, tracerias, frisos verticias.... todos moldados em ferragens, areia, cimento, cal e esterco. Os frisos, entablamentos, esculturas figurativas e arcos ogivais enfatizam a verticalidade. No alto observamos esculturas de santos sobre capitéis coríntios, também verificamos sobre a porta principal uma rosácea.

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Figura 44 - Entablamento fachada, 2011 Figura 45 - Detalhe entablamento1, 2011 Figura 46 - Detalhe entablamento2, 2011

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Figura 47 - Detalhe pilastra, 2011 Figura 48 - Detalhe pilastra e entablamento, 2011 Figura 49 - Esculturas Anjos no alto da torre, 2011

Figura 50 - Detalhe Pináculo, 2006 Figura 51 - Detalhe janela, 2011 Figura 52 - Detalhe vitral e traceria1, 2011

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Figura 53 - Detalhe vitral e traceria2, 2011

A igreja passa por sucessivas transformações ao longo dos anos, segundo os relatos, todas a mando dos padres que assumem a paróquia que fazem uso destas intervenções para colocar a sua marca. A última reforma efetuada foi em 1996 que abrangia questões estruturais da torre, troca de calhas do telhado, modificações das partes elétricas e hidráulicas. Teve também como alvo a recuperação de quatro anjos do alto da igreja. Com o tempo começam-se a inserir um jardim nas imediações da igreja, tomando o largo em que se insere completamente acompanhado de uma cerca circundante a toda a edificação, ofuscando parte de suas linhas arquitetônicas. Esta disposição se diferencia de outras construções em outras cidades que optaram pela desobstrução da vizinhança do prédio, inclusive com a presença de praça ao seu redor.

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Figura 54 - Fachada, gradil e jardim, 2011 Figura 55 - Detalhe fachada, gradil e jardim1, 2011 Figura 56 - Detalhe fachada, gradil e jardim2, 2011

Figura 57 - Detalhe fachada, gradil e jardim3, 2011 Figura 58 - Detalhe fachada, gradil e jardim4, 2011

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Figura 59 - Chegada da imagem, 1930 Figura 60 - Missa, 1978 Figura 61 - Altar, 2011

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Figura 62 - iluminação prebistério Figura 63 - imagem N. S. do Carmo Figura 64 - Imagem e bacia batismal

Figura 65 - Abertura entre capela e altar-mor Figura 66 – capela Figura 67 - mobiliário capela

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Figura 68 – Sacristia Figura 69 - portão dreambulatório Figura 70 - dreambulatório

Figura 71 - Portão posterior Figura 72 - timpano porta posterior

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Durante estes anos foram realizados reparos reconhecidamente necessários, devido ao estado de deterioração em que se encontrava, além de uma série de intervenções em prol de uma “modernidade equivocada” usada apenas como retórica isenta de compreensão e significados, apenas baseadas na frágil ideia de que tudo que é novo, é portanto “moderno” e sempre melhor e/ou superior ao que é antigo ou vem do passado, sem qualquer preocupação em preservar um marco da história do bairro e da região. Foram instalados ventiladores e caixas de som, mudanças estruturais feitas no dreambulatório e na abside onde preocupações com a entrada de luz e seus efeitos foram perdidos. Duas janelas deram lugar a portas que são acessadas por rampas, medidas que nitidamente atendem a normas de acessibilidade. O forro de madeira foi completamente substituído por um de PVC, assim o piso original de ladrilho hidráulico deu lugar a granito claro/branco e as pinturas e afrescos foram apagados restando apenas o branco puro nas paredes. Dentre as intervenções, talvez a mais brutal seja a construção de um anexo com a finalidade de servir como lanchonete.

Para o levantamento da igreja foram entrevistados o Pe. Paulo e o funcionário Sérgio Toccacelli.

Contextualização Nessas terras cobertas de capim barba-de-bode (Eragrostis curvula), se formou Itaquera, um importante bairro situado na zona leste da cidade de São Paulo, cujo nome origina da língua tupi-guarani “Ita-Aker” que significa pedra-dura/pedra-dormente, em referência à grande quantidade e ocorrência de rochas ígneas tipo granito da era arqueozóica, comuns nesta região, e exploradas durante décadas pela empresa “Pedreira de Itaquera”, desativada recentemente. Era produzida uma das mais bonitas pedras que servia de fonte de renda para muitos moradores. Algumas das pedras retiradas da “Pedreira de Itaquera” estão cravadas nas paredes e escadarias da Catedral da Sé no coração da cidade, monumentos históricos de São Paulo e nas ruas do Brás, por exemplo.

Figura 73 - Eragrostis curvula, Capim Barba de Bode Figura 74 - Índio Ururaí do livro de Maria C. V. Santarcângelo Figura 75 - Funcionário na antiga pedreira, final do séc. XIX

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Itaquera nasceu com a denominação de "Paragem de Itaquera", quando o Pe. José de Anchieta, por volta de 1556, fundou o núcleo catequético Ururaí (São Miguel Paulista), ordenando a seguir que se abrisse uma estrada em direção ao Caminho do Mar, pela Estrada Caaguassu (atual Av. Pires do Rio), Estrada de São Miguel, Estrada de Itaquera, Estrada da Fazenda, Estrada João XXIII, Estrada de Sapopemba, etc. Esta denominação “Paragem” perdurou até o fim do século XIX, quando já estava dividida e duas fazendas: Caaguassu e Dr. Rodrigues Barreto. Por volta de 1620 apareceram as primeiras referências à "Roça Itaquera", localizada nas proximidades de Aldeia de São Miguel, constantes na “Carta de Sesmaria” de 1686 onde é dada oficialmente em 6 de novembro de 1686 a fundação de Itaquera. Sendo nesta época as terras eram habitadas por indígenas Ururaí que ocupavam o longo do rio de mesmo nome, hoje rio tietê. No final do século XVII passou a ser citada como povoamento de São Miguel.

Segundo alguns historiadores, em 1820 havia dois simples e precários ranchos denominados “Casa Pintada” e “Rincão de Taipas” como primeiras referências sobre a povoação de Itaquera. Eram locais muito simples e precários, onde os viajantes paravam para se reabastecer, localizados às margens da Estrada de Ferro que ligava São Paulo à Mogi das Cruzes construída em 1875. A terra é divida em duas fazendas em 1837: Fazenda Caaguassu, que pertencia aos Carmelitas do Rio de Janeiro - Província Carmelita Fluminense, atual Ordem Terceira do Carmo -, e a Fazenda do Dr. Rodrigues Barreto.

A Ordem dos Carmelitas pretendia remontar seu início ao tempo dos personagens bíblicos Elias e Eliseu. Estes eram profetas do povo judeu do Antigo Testamento, ou seja, se colocavam sob o manto da autoridade de personagens inquestionáveis dentro da cristandade, o que reforçava sua respeitabilidade e servia de motivação aos integrantes da Ordem. Na cidade do Rio Grande a Ordem esteve presente desde o século XVIII. Na constituição de uma Ordem Terceira, como são chamados os leigos que assumem a tarefa de organização eclesial na ausência do clero regular da mesma Ordem, se estabeleceram como parte do esforço português de assegurar a posse deste território. Arruda, Valdir. Tradição e contradições na arquitetura religiosa brasileira dos anos 1950. FAU USP, Tese de Mestrado, p.3-10.

Em 06 de novembro de 1875 é construída a Estação Ferroviária de Itaquera com o objetivo de facilitar o acesso de São Miguel Paulista ao centro de da cidade. Segundo o Sr. Norival Marton, ex- chefe da Estação, Itaquera é cognominada a "Capital da Linha Tronco” da EFCB - Estrada de Ferro Central do Brasil, hoje CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Nesta época, a “Maria Fumaça 353” – também chamada “Velha Senhora”- era o único meio de transporte usado para transporta além de passageiros que exerciam atividades na Capital ou que para lá se destinavam para a venda de produtos, transportava cargas como cimento, tijolos, granitos, cereais, bovinos, e principalmente como os colonos transportavam a produção agrícola, principalmente o pêssego, para ser comercializada no mercado central.

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Figura 76 - Antiga Estação ferroviária, década de 70

A estação ferroviária foi, até 2004, o principal marco de desenvolvimento de Itaquera, pois foi a partir de sua inauguração que o processo de migração se intensificou e comerciantes de vários ramos começaram a se estabelecer facilitando a vida dos moradores que não precisavam se deslocar até a capital. Além do trem que circulava somente duas vezes ao dia, pelo bairro, de manhã e à tarde, Itaquera não possuía nenhum outro meio de transporte, exceto as carroças.

Os inúmeros loteamentos que surgiram na década de 30 nas zonas suburbanas da cidade de São Paulo despontaram preferencialmente seguindo as linhas ferroviárias - seguindo em direção à linha tronco da Central do Brasil, assim é possível constatar nesse processo o surgimento de importantes vilas na região Leste. SOUZA, Mônica Virginia de. “As Periferias da Zona Leste: Cidades, sociedades e modos de vida”. P.6-12.

No fim do século XVIII Itaquera é tida como território de integrante da Freguesia da Penha e por último como bairro do Distrito de São Miguel.

Confinava-se aí a área urbana no início do século XVIII. Eram inúmeras as freguesias instaladas a várias léguas do centro da Vila, como: Santo Amaro, Guarulhos, Pinheiros, Barueri, São Miguel, Penha, Nossa Senhora do Ó, Borda do Campo, São Bernardo, Caaguaçu. Em 1766 já estavam em número de 18 vilas e 9 aldeias, segundo levantamento mandado fazer por D. Luiz Antônio de Souza Botelho Mourão, morgado de Mateus e capitão-general da Capitania de São Paulo, e que de acordo com o mesmo, deveriam reunir uma população de cerca de 6.100 habitantes, dos quais apenas uns 1.500 moravam na Sede. SUZUKI, Júlio César. “Campo e cidade no Brasil: transformações socioespaciais e dificuldades de conceituação”. Revista Nera, Ano 10, N. 10, p.2-8, Jan/Jun. 2007.

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Em 1917 os devotos e peregrinos instalados na região construíram a capela em louvor a Nossa Senhora do Carmo localizada na então Fazenda Caaguassu de propriedade dos Carmelitas do Rio de Janeiro. Em 1919 as fazendas são vendidas. A Fazenda Caaguassu foi vendida à Companhia Carmozina que divide o terreno em lotes e os revende (hoje Vila Carmozina) onde começa a povoação do bairro em ritmo acelerado que desde seu começo foi povoada por pessoas de diferentes nacionalidades como portugueses, espanhóis, italianos e japoneses que já em 1922 já constituíam a maioria de seus habitantes, surgindo daí o nome "Colônia Japonesa".

Os imigrantes Italianos compostos pelas famílias Thadeo, Gianetti, Diório, Premiano Pistócio, Galia, Pucci e Bauto foram os instaladores de Olarias, principal atividade econômica por longo tempo no lugar, que foram as responsáveis pelo fornecimento de tijolos para as construções da cidade São Paulo, principalmente as indústrias e moradias dos bairros da Mooca, Brás, Belém, Mooca, Bom Retiro, Pari, etc.

Durante as três primeiras décadas do século XX, a região leste da cidade, e alguns de seus principais bairros e vilas próximos às margens do rio Tietê, eram conhecidos como zonas de olarias – que abrangiam a Penha e São Miguel até Suzano e participavam expressivamente das atividades econômicas no setor da indústria de construção civil, através, também, da extração de pedregulhos e areias do rio Tiête. SOUZA, Mônica Virginia de. “As Periferias da Zona Leste: Cidades, sociedades e modos de vida”. P.6-12.

Os imigrantes Japoneses já constituíam uma grande “colônia” e mantiveram inúmeras chácaras onde criavam galinhas para a produção e ovos, flores, verduras, hortaliças, ameixas e pêssegos que passaram a cultivar e fornecer para a cidade de São Paulo. Por situar-se na parte mais alta da topografia, seu clima é mais ameno e propício à agricultura que se tornou a principal atividade naquela região, onde o cultivo de pêssegos se destacou permanecendo como referência no bairro até hoje em seu principal corredor viário, a Jacu-Pêssego.

Figura 77 - Imigrante Japonês na colheita de Pêssegos, 1979

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Somente em 1920 Itaquera tornou-se "Distrito Autônomo” e anexado ao município de São Paulo de acordo com a lei estadual nº 1756, de 27-12-1920.

Com o aumento da população dá-se início a construção da Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo em substituição a capela. O R. Pe. Antão Jorge Vigario da Penha então nomeou uma comissão com seguintes senhores para auferir recursos para a construção: Miguel mastrocola como Presidente, David Ferreira - Secretario, Americo Salvador Novelli – tesoureiro e Cosmo Francisco, Manoel Carneiro Barreto, Sestillo Milano, Mario de Godoy, Jose Sisto, Antonio Travesano, Angelo Costa Gomes, Marcello Novello, Francisco Gianetti e Antonio Manocchio – curadores. Em 03 de dezembro de 1928 o Arcebisbo Metropolitano antecipando a inauguração da igreja criou a Paróquia N. S. do Carmo. A Matriz levou 4 anos para ser construída, sendo inaugurada ainda inacabada em 12 de dezembro do mesmo ano e, somente em 17 de fevereiro de 1930 graças aos esforços de Sr. Miguel Mastrocola, Salvador Novelli, Lucio Ferreira, Jorge Andrade, Sabbado d’Angelo e outros a matriz é reinaugurada com os acabamentos finalizados, os sinos instalados, e a imagem de N. S. do Carmo posta em seu altar.

“A pequena comunidade era atraída para a velha igreja, onde se reunia mais densamente aos domingos e dias de preceito religioso, para assistir à Missa. No amplo terreiro da Igreja, conhecido como Pátio da Matriz, [...] estabelecem-se as poucas casas de negócios e as tavernas, que vendem aguardente. [...] É nesse largo que realizam as festas e procissões do orago e onde também se enterram os mortos [...]. O Pátio da Matriz, por ser o principal logradouro do bairro, era o teatro das fanfarronadas do juiz borracho e desordeiro” (Bomtempi, 1970:139). SOUZA, Mônica Virginia de. “As Periferias da Zona Leste: Cidades, sociedades e modos de vida”. P.6-12.

A religião católica, que através de seus membros dominaram as manifestações da cultura ligada às elites, não como detentores diretos do poder, mas como orientadores de como os nobres aplicariam suas riquezas, direcionando-as ao serviço religioso. [...] A conjugação do estilo gótico com a urbanidade se estabeleceu como elo natural e foi o ápice da demonstração de poderio econômico da classe dominante daquele período. Bem como também expressão do desenvolvimento de novas técnicas de construção e decoração, que vinham sendo gestadas há muito. Villas Bôas, Bel. Alexandre dos Santos. “Ecos do Medievo na Contemporaneidade: desenvolvimento urbano e a construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Rio Grande”. Tese de Conclusão de Curso de História da UFPel, p3-19.

A carência habitacional agravada depois da Segunda Guerra, somada à insegurança dos inquilinos, favoreceu o discurso getulista de tornar o trabalhador um proprietário e assim, dadas as circunstâncias, loteamentos surgiram no bairro e, atingiu em 1960 uma população aproximada de 45.000 habitantes, desde então até hoje, com a constante migração e desenvolvimento de casas populares e Cohab’s, a região tivera um crescimento populacional espantoso e atualmente ultrapassa 1,6 milhões de habitantes. No que diz respeito às contradições urbanas, em um período de pleno crescimento da metrópole de São Paulo, não houve o mesmo empenho dos administradores públicos em implantar, pelo menos em parte, os benefícios de infraestrutura no bairro.

Os bairros suburbanos se adensavam sem nenhum preparo urbano para receber a população que pouco a pouco aí se estabelecia. Assim o subúrbio mantinha uma gigantesca defasagem de equipamentos urbanos, se comparado às mudanças que estavam ocorrendo na região central da cidade. [...] Caldeira (1984:39) observa ainda que, no caso do bairro de São Miguel Paulista, “não se deve considerar o seu crescimento populacional apoiando-se nos fatos: indústria ou estação ferroviária, mas no ‘fenômeno dos loteamentos’”, pois esse tipo de ocupação, ainda segundo a autora, fez-se por loteamentos, proporcionalmente, grandes (descontínuos), o que resultou no surgimento de inúmeras vilas e jardins carentes de infraestrutura urbana. SOUZA, Mônica Virginia de. “As Periferias da Zona Leste: Cidades, sociedades e modos de vida”. P.6-12.

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Segundo dados do Censo demográfico do IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, Itaquera possui aproximadamente 55,30 km², caracterizando-se como bairro dormitório, com uma população estimada em 523.848 mil habitantes, na sua maioria entre 30 e 59 anos, sendo que 34,87% dessa população tem renda entre 0 e 5 salários mínimos.

Figura 78 - Itaquera: índices populacionais

A igreja passa por sucessivas transformações ao longo dos anos, segundo os relatos, todas a mando dos padres que assumem a paróquia que fazem uso destas intervenções para colocar a sua marca. Durante estes anos foram realizados reparos reconhecidamente necessários, devido ao estado de deterioração em que se encontrava, além de uma série de intervenções em prol de uma “modernidade equivocada” usada apenas como retórica isenta de compreensão e significados, apenas baseadas na frágil ideia de que tudo que é novo, é portanto “moderno” e sempre melhor e/ou superior ao que é antigo ou vem do passado, sem qualquer preocupação em preservar um marco da história do bairro e da região.

[...] As esculturas, feitas de cimento, estavam deterioradas, algumas com ferro aparente e duas sem cabeça. Uma das estátuas, por ser oca, abrigava uma colméia, retirada por bombeiros. “A sorte é que todos os anjos são iguais”, revela o artista plástico e restaurador Juarez Oliveira, que coordena as obras. “Para recuperar as partes danificadas foram feitos moldes a partir do que já existia”, descreve ele, responsável pela restauração das Igrejas do Imaculado Coração de Maria, em Higienópolis; de Santa Cecília e da Consolação.

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SEUBAIRRO. Templo de 1928 passa por reforma. Matéria jornalística, ITAQUERA, 31 Outubro de 1996

Cronograma

Março e Abril Introdução às origens da igreja como edifício Entrega dos mapas das áreas envoltórias da igrejas que serão objetos de estudo (até 300km)

Maio e Junho

Pesquisa e Apresentação dos Estilos Arquitetônicos Prova

Julho e Agosto

Fechamento do cronograma para o 2º semestre Aula sobre os conceitos aplicados por Alöis Riegl Leitura Coletiva do texto de Alöis Riegl + debates Apresentações e Orientações das igrejas Coleta de Dados sobre a história e características da Igreja Matriz de Itaquera

Novembro 21 Entrega Final

Indice de Imagens Figura 1 - Pólis Grega, Acrópole _________________________________________________________________________________________________ Figura 2 - Pólis Grega, Cidades-Estado 4 Figura 3 - Cidade Romana, Roma Antiga _______________________________________________________________________________________________ Figura 4 - Cidade Romana, Tigad 4 Figura 5 – Arquitetura Grega ______________________________________________________________________________________________________ Figura 6 – Ordenamento Clássico 5 Figura 7 - Construção da Matriz com capela ao fundo, 1926 ___________________________________________________________________________________________________________ 6 Figura 8 - Mapa de Situação, Cidade _____________________________________________________________________________________________________________________________ 7

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Figura 9 - Mapa de Situação, Bairro ______________________________________________________________________________________________________________________________ 8 Figura 10 - Da igreja rua Flores do Pauí, sentido estação, 2010 ______________________________________ Figura 11 - Da igreja rua Flores do Piauí, sentido estação dom bosco, 2010 9 Figura 12 - Entorno Largo, telefônica, 2010 __________________________________________________________________________ Figura 13 - Vista da Torre Sineira sentido São Miguel, 2011 10 Figura 14 - Vista da Torre Sineira sentido Parque do Carmo, 2011 _______________________________________________________________ Figura 15 - Vista da Torre sentido Guaianazes, 2011 10 Figura 16 - Mapa de Situação, Entorno ___________________________________________________________________________________________________________________________ 11 Figura 17 - Estação de Itaquera, 1926 __________________________________________________________________________________________ Figura 18 - Antiga Estação de Itaquera, 1951 12 Figura 19 - Locomotiva, Antiga Estação de Itaquera, 1951 ________________________________________________ Figura 20 - Estação Itaquera, 1978 Figura 21 - Atual Praça da Estação, 2010 12 Figura 22 - Antiga Chácara Família Leite, 1926 _________________________________________________________ Figura 23 - Antiga Escola Ávares de Azevedo, atual biblioteca, 2011 13 Figura 24 - Antiga Escola A. Azevedo ao fundo chácara família Leite, 1925 __________________________________________ Figura 25 - Antigo Casarão Sr. Montez e hoje biblioteca, 2010 13 Figura 26 - Primeriro Cartório e Farmácia rua da estação, 1925 ______________________________________________________________________________ Figura 27 - Primeiro Correio, 1925 14 Figura 28 - Olaria Salvador Novelli, início do século XX ______________________________________________________________________________________________________________ 14 Figura 29 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo ______________________________________________________________________________________________________________________ 15 Figura 30 - Chegada da imagem de N. S. do Carmo, 1933 ________________________________________________ Figura 31 - Vista da Matriz a partir da Rua do Carmo, 1930 16 Figura 32 - Igreja fachada noturna, 2008 _____________________________________________________________________________ Figura 33 - Fachada vista da Rua Flores do Piauí, 2010 17 Figura 34 - Fachada diurna, 2011 _____________________________________________________________________________________________ Figura 35 - Aproximação fachada, 2011 18 Figura 36 - Lateral Esquerda, 2011 _______________________________________________________________________________ Figura 37 - Fachada Posteiror da rua Flores do piauí, 2010 19 Figura 38 - Plantas, Igreja Matriz N. S. do Carmo ___________________________________________________________________________________________________________________ 20 Figura 39 - Fachada, 2011 __________________________________________________________________________________________________________ Figura 40 - Fachada e torre, 2011 21 Figura 41 - Interna, iluminação, 2011 ________________________________________________________________ Figura 42 - Detalhe iluminação vitral, 2011 Figura 43 - Detalhe Vitral, 2011 22 Figura 44 - Entablamento fachada, 2011 ______________________________________________________ Figura 45 - Detalhe entablamento1, 2011 Figura 46 - Detalhe entablamento2, 2011 23 Figura 47 - Detalhe pilastra, 2011 ________________________________________________ Figura 48 - Detalhe pilastra e entablamento, 2011 Figura 49 - Esculturas Anjos no alto da torre, 2011 24 Figura 50 - Detalhe Pináculo, 2006 ___________________________________________________________________ Figura 51 - Detalhe janela, 2011 Figura 52 - Detalhe vitral e traceria1, 2011 24 Figura 53 - Detalhe vitral e traceria2, 2011 ________________________________________________________________________________________________________________________ 25 Figura 54 - Fachada, gradil e jardim, 2011 _______________________________________ Figura 55 - Detalhe fachada, gradil e jardim1, 2011 Figura 56 - Detalhe fachada, gradil e jardim2, 2011 26 Figura 57 - Detalhe fachada, gradil e jardim3, 2011 ___________________________________________________________________________ Figura 58 - Detalhe fachada, gradil e jardim4, 2011 26 Figura 59 - Chegada da imagem, 1930 ____________________________________________________________________________________ Figura 60 - Missa, 1978 Figura 61 - Altar, 2011 27 Figura 62 - iluminação prebistério ______________________________________________________________________ Figura 63 - imagem N. S. do Carmo Figura 64 - Imagem e bacia batismal 28 Figura 65 - Abertura entre capela e altar-mor ________________________________________________________________________________ Figura 66 – capela Figura 67 - mobiliário capela 28 Figura 68 – Sacristia _______________________________________________________________________________________ Figura 69 - portão dreambulatório Figura 70 - dreambulatório 29 Figura 71 - Portão posterior _________________________________________________________________________________________________________ Figura 72 - timpano porta posterior 29 Figura 73 - Eragrostis curvula, Capim Barba de Bode __________________ Figura 74 - Índio Ururaí do livro de Maria C. V. Santarcângelo Figura 75 - Funcionário na antiga pedreira, final do séc. XIX 30 Figura 76 - Antiga Estação ferroviária, década de 70 ________________________________________________________________________________________________________________ 32 Figura 77 - Imigrante Japonês na colheita de Pêssegos, 1979 _________________________________________________________________________________________________________ 33

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Figura 78 - Itaquera: índices populacionais _______________________________________________________________________________________________________________________ 35

Bibliografia

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SILVA, Ismael de Oliveira. “Itaquera: Registros Históricos”. Jornal Ciência e Tecnologia Unicastelo, Ed. 01, Capítulo 1, p.4-5, Out. 2007.

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Fontes

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