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Igreja e profissionalização: oportunidades e riscos Afonso Murad www.afonsomurad.blogspot.com Apresentação no VIII CONAGE – São Paulo

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Profissionalismo na Igreja: vantegens e riscos

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Page 1: Igreja e profissionalização

Igreja e profissionalização: oportunidades e riscos

Afonso Muradwww.afonsomurad.blogspot.com

Apresentação no VIII CONAGE – São Paulo

Page 2: Igreja e profissionalização

O que entendemos por profissionalização?

• Formação e aperfeiçoamento das pessoas que exercem funções de liderança na Igreja (presbíteros, religiosos/as e leigas) na sua área específica de atuação, superando o amadorismo.

• Adoção de procedimentos estratégicos e técnicos na ação evangelizadora,

• Contribuição de profissionais e voluntários especialistas em diversas áreas, para tornar a evangelização mais eficaz.

Page 3: Igreja e profissionalização

Profissionalismo inclui:• domínio e desenvolvimento de saberes

específicos,• adoção de tecnologias correspondentes,• especialização crescente,• busca de qualidade para responder às

demandas,• formação permanente das pessoas,• conexão com outras áreas do conhecimento,• ética profissional,• .....

Page 4: Igreja e profissionalização

Profissionalização na ação pastoral em paróquias, dioceses e

instituições da Igreja

Page 5: Igreja e profissionalização

1. Foco nos seus destinatários

• O problema: atender mais aos interesses de seus membros do que às necessidades de seu público-alvo (corporativismo).

• O caminho: o que fazer para que nossos destinatários encontrem aquilo que necessitam? Como melhorar os processos, para sermos fiéis à nossa missão?

• Um exemplo: horário de atendimento em secretária paroquial.

Page 6: Igreja e profissionalização

2. Visão estratégica• Leitura de cenário -> definição da missão ->

valores -> visão de futuro -> posicionamento -> objetivos -> iniciativas -> pessoas responsáveis -> indicadores -> avaliação -> repensar.

• Elaborar um plano de pastoral diocesano (e paroquial), inspirado nas Diretrizes da CNBB, que eleja prioridades e abra novos caminhos.

• Visão estratégica exige renúncia de certas rotinas e investir em inovação.

• Não é fruto de iniciativas individuais, mas sim de longo processo participativo.

• Plano sem ação é letra morta....

Page 7: Igreja e profissionalização

Sinais da falta de estratégia:• imediatismo (agir pensando

somente em curto prazo), • anarquia (não ter princípios

de ação), • reatividade (reagir diante

dos problemas, em vez de se antecipar a eles)

• repetição de práticas.• Adoção de modismos

(porque os outros fazem)

Page 8: Igreja e profissionalização

A grande questão estratégica:

Pastoral de eventos

Pastoral de processos

Page 9: Igreja e profissionalização

Priorizar, renunciar, lançar-se

Page 10: Igreja e profissionalização

3. Relação correta com fornecedores e prestadores de serviços

• Fornecedores: pessoas físicas ou jurídicas que fornecem os insumos e serviços básicos necessários para o funcionamento da organização.

• Fornecedores de uma paróquia: companhia de eletricidade, de água, de telefonia e internet; quem vende computadores e programas; padaria, mercearia ou supermercado; mecânico do carro e eletricista; loja de material construção; empresa de móveis; quem vende hóstia, vinho e material litúrgico; gráfica ou editora, vendedora de papéis e material de escritório.

• Prestadores de serviços: realizam algo a partir de sua especialidade. Ex: escritório de contabilidade, assessoria jurídica, construção e reformas, organizações de infraestrutura para eventos (som, alimentação, segurança, transporte).

Page 11: Igreja e profissionalização

Relação profissional com fornecedores

• Definir formalmente: preços, condições e especificação do serviço.

• Fazer ao menos dois orçamentos.• Escolher serviços e produtos com a melhor

relação custo x benefício. Recorrer ao parecer técnico de equipe.

• Evitar contratações motivadas por amizade pessoal. Em condições semelhantes, optar por fornecedores que participam da Igreja.

• Rever contratos defasados.

Page 12: Igreja e profissionalização

4. Processo de gestão de pessoas• Nas organizações profissionais, a riqueza que gera

riqueza são as pessoas que produzem, e não o patrimônio material de terrenos, prédios, salas e salões.

• Prioridade: Escolher profissionais e voluntários com experiência, conhecimento, habilidades e sintonia com os valores da instituição.

• Como: acurados processos de seleção, preparação, monitoramento, avaliação, formação continuada e aprimoramento das pessoas.

• Formação de equipes multidisciplinares de alto desempenho.

• E na Igreja?

Page 13: Igreja e profissionalização

Gestão de pessoas na Igreja• O problema: investimento significa usar o dinheiro

em patrimônio material, sobretudo em construções. Investir em pessoas soa como “custo”, “dinheiro jogado fora”.

• Tarefa: implementar e aperfeiçoar processos de formação de profissionais (secretárias paroquiais, atendentes,

pessoal administrativo) e lideranças voluntárias (catequistas, coordenadores de pastorais e ministérios, comunicadores, coordenadores, etc)

• Definir atribuições, estimular o trabalho em equipe, avaliar anualmente as pessoas.

• Limitar o tempo de atuação de coordenações.• Ter critérios mais exigentes para admitir presbíteros.

Page 14: Igreja e profissionalização

5. Adoção de modelo de gestão adequado• Grandes organizações abandonaram modelo

anacrônico, concentrador de poder, com muitas chefias e um corpo amorfo de colaboradores sem iniciativa.

• Modelos atuais nas organizações de sucesso: favorecem empoderamento, criatividade, ousadia, trabalho em equipe, estruturas funcionais flexíveis, reuniões produtivas, controle sobre resultados e não sobre rotinas.

Page 15: Igreja e profissionalização

Modelos de gestão a Igreja

• Resgatar o sentido de que somos, em primeiro lugar, uma comunidade de irmãos e irmãs, seguidores de Jesus.

• Superar o clericalismo e a concentração de poder nas mãos de poucas lideranças leigas a partir da eclesiologia de “Povo de Deus”.

• Favorecer experiências comunitárias de reflexão e tomada de decisão.

• Atuar com agilidade para responder às novas demandas para evangelizar.

Page 16: Igreja e profissionalização

Em síntese:

Foco nos destinatários

Visão estratégica

Relação com fornecedores

Gestão de pessoas

Modelo de gestão

Page 17: Igreja e profissionalização

Riscos da profissionalização• Perda da gratuidade. Valeriam somente os

critérios da eficácia.• Transformar a Igreja numa empresa e o

evangelho num produto.• Perder a força da sabedoria e da profecia, ao

alinhar a Igreja a uma visão mercadológica e marketeira.

Page 18: Igreja e profissionalização

O grande risco....não consiste na profissionalização em si, mas sim numa visão acrítica, que toma como modelo perfeito a economia de mercado.O profissionalismo na economia de mercado tem sérios limites: competição desenfreada, sede ilimitada de poder, exploração da Terra e das pessoas, ideologia do sucesso a todo custo.

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A título de conclusão

Cultivar procedimentos

profissionais

Manter a paixão por

Jesus e pelo Reino de Deus

Page 20: Igreja e profissionalização

Ver mais em:www.afonsomurad.blogspot.com

Livro: Gestão e Espiritualidade. Paulinas.