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IGEPPDisciplina: Sociologia

Certame: APO

Políticas Públicas e Realidade Brasileira

2ª fase – Prova discursiva – “Questão”

Prof. Dr. Stefan KleinDoutor em Sociologia (USP)

Avaliação● Questão: Políticas Públicas e Realidade Brasileira● Distribuição da pontuação:

Desenvolvimento do tema: 40

Uso do idioma: 15

Total: 55● Pressupostos: 11.2 - O Parecer, assim como a Dissertação,

deverão ser elaborados em um mínimo de 45 e em um máximo de 60 linhas. As questões discursivas deverão ter um mínimo de 15 e um máximo de 30 linhas.

IGEPP / Disciplina: Sociologia / Certame: APO / Stefan Klein / Stefan Klein

Avaliação

Consequências do anterior:● necessidade de concisão. Por mais que seja relevante

mobilizar conceitos e/ou autores, isso precisa ser feito de maneira direta e precisa, sem tempo para a conceituação;

● o conhecimento ou domínio de certa abordagem ou de determinado conceito tornar-se-á clara no modo pelo qual ela for usada.


Avaliação

Consequências do anterior:● devem organizar as ideias de antemão e, talvez, caso

se sintam seguros, não fazer rascunho do texto, mas, sim organizar as ideias e dimensionar quantas linhas necessitarão para expor cada uma delas;

● lembrar da necessidade de haver uma “conclusão”, mesmo que ela deixe questões em aberto.



● 1. Mercado de Trabalho: a persistência do trabalho escravo; o trabalho infantil; origem e formas de reprodução do mercado de trabalho de subsistência e informal; tendências recentes do mercado de trabalho: o processo de formalização, a formalidade precária e a “pejotização”.

● 2. Pobreza: conceito, mensuração e políticas públicas; o conceito de habitus e a pobreza intergeracional.

● 3. Classes e mobilidade social: a dinâmica recente; o debate sobre a definição econômica e social de classes: meios de produção, renda e capital cultural; demanda por bens e direitos; acesso a serviços públicos.

Pontos de prova e articulação (1)


● Transversalidade entre aspectos de cunho sociológico e de cunho econômico como, por exemplo, “conceito e mensuração de pobreza” juntamente com “conceito de habitus”: os primeiros são mais claramente econômicos, pois na sociologia tende-se a olhar para a estratificação, e menos para a pobreza em si, enquanto o “conceito de habitus” é “clássico” na sociologia (veja-se a questão na prova objetiva).

● A discussão de classes e política pública deve ser pensada à luz desse recorte, ou seja, o pressuposto – ainda – é aquele de um Estado que tenha algum tipo de participação direta, ativa, em contraposição ao Estado mínimo.



● 4. Desigualdades econômicas e sociais: o debate sobre as causas e as consequências da desigualdade brasileira.

● 5. Desigualdade racial: o Estatuto da Igualdade Racial; a desigualdade racial no ambiente escolar; o acesso à saúde e à educação da população negra; o mercado de trabalho; as políticas afirmativas.

● 7. Desigualdade de gênero: o conceito de feminismo, justiça e reconhecimento; diversidades das mulheres, violência; mulheres, mercado de trabalho, políticas de empoderamento das mulheres.



● Diferentes medidas e critérios de desigualdade: observe-se os mais variados focos sobre formas distintas de desigualdade (econômico-sociais / raciais / de gênero).

● Possibilidade de pensar a relação com o conceito de justiça (debate sobre o multiculturalismo, justiça como equidade, papel exercido pelas instituições sociais.

● Considerar: cotas para negras/negros no serviço público e reconhecimento do feminicídio.


● 6. Segurança Pública: o mapa da violência 2014; a violência urbana; a mortalidade de jovens; os índices de esclarecimentos e julgamentos; o sistema carcerário: tendências recentes, a população carcerária, a ressocialização e a reincidência.

● 8. Desenvolvimento urbano brasileiro: o crescimento das cidades, a infraestrutura urbana, os serviços públicos.

● 9. A questão agrária no Brasil: estrutura fundiária, caracterização da sociedade rural, o agronegócio a agricultura familiar, a reforma agrária e a violência no campo.

● 15. Saúde: necessidade financiamento, gasto per capita, complementariedade e tensões entre os sistemas público e privado, dilemas para a constituição do SUS.



● Ênfase sobre a infraestrutura econômica e social em geral, e sobre os serviços públicos em sentido mais “tradicional”, ou seja, daquilo que se reconhece como atribuição primordial do Estado.

● Buscar políticas de implementação geral, tais como: proposta de mobilidade urbana integrada; política de segurança comunitária; a reforma agrária; política de saúde (notadamente, o Progama Mais Médicos).

● Pergunta: qual(is) aspecto(s) foi excluído?



● Ausência completa da questão indígena.

● Ausência bastante profunda da questão educacional: ela aparece no ponto 3, em alguma medida, sob o “capital cultural”, e no ponto 6, em “o acesso à saúde e à educação da população negra”.




● 10. Infraestrutura e fatores críticos para o crescimento sustentado do país.

● 12. O sistema político brasileiro: a fragmentação partidária, o fundo partidário e o financiamento das campanhas.



● Aqui temos dois pontos fora e totalmente dentro da curva ao mesmo tempo. De um lado, o ponto 10 é em certa medida reflexo daqueles fatores que separei anteriormente. De outro, ele é tão geral que só pode ser um desenvolvimento de outros aspectos.

● Por sua vez, o ponto 12 é o único que trata de modo explícito da organização política, e pode ser ligado a grande parte do cenário político de 2015.



● 11. Papel do Brasil no cenário internacional. Política externa brasileira. Integração sul-americana. Mercosul e Unasul.

● 13. Globalização e seus impactos para as sociedades.● 14. As distintas concepções de justiça e suas influências nas

políticas sociais e na democratização das oportunidades.● 16. Pensamento Clássico da Sociologia: Ordem Social,

Materialismo Dialético, Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo / 17. Sociologia da herança patriarcal-patrimonial / 18. Sociologia da Dependência / 19. Crítica recente ao mito da brasilidade



● Primeiramente, tem-se uma miríade de aspectos que dizem respeito à inserção internacional do Brasil, seja enquanto ator regional, continental ou global.

● Pontos 11, 13 e 14 dialogam mais sob essa ótica, pois trazem fenômenos mais gerais, e que, a meu ver, dificilmente serão objeto da questão (mas isso é apenas uma aposta, calcada na sua desvinculação – relativa – das políticas públicas).



● Os pontos 16 a 19 representam o conteúdo de fato sociológico de toda a temática de Políticas públicas e realidade brasileira.

● Cabe salientar: o 15 é um certa medida híbrido, pois traz um debate geral/global, mas em dúvidas possui efeitos teóricos e políticos transversais sobre grande parte das questões anteriores, podendo ser objeto de cobrança na questão.



● Portanto, por mais relevantes que os pontos 16 a 19 possam ser, considero que se apresentam “apenas” de maneira instrumental para a questão, em especial como uma forma de subsídio para o debate.

● Caso a questão apresente subitens, então decerto algum deles pode ser tratado diretamente; se não, apostaria mais em sua incorporação a um problema.



• 42- O tema da segurança pública tem chamado a atenção da população brasileira pelo expressivo aumento da violência urbana. Houve um crescente número de políticas públicas voltadas para a área de segurança pública.

• a) a violência urbana diz respeito a uma multiplicidade de eventos (que nem sempre apontam para o signifi cado mais forte da expressão violência) que parecem vinculados ao modo de vida das grandes metrópoles na modernidade. Esses eventos podem reunir, na mesma denominação geral, motivações muito distintas, desde vandalismos, desordens públicas, motins e saques até ações criminosas individuais de diferentes tipos, inclusive as não-intencionais como as provocadas por negligência ou consumo excessivo de álcool ou outras drogas.

• b) segundo o Mapa da Violência de 2014, as taxas de homicídio na população jovem passam de 19,6 em 1980 para 57,6 em 2012 por 100 mil jovens, o que representa um aumento de 194,2%. As taxas juvenis, em 2012, mais que triplicam as do resto da população. Fica evidente que os homicídios juvenis explicam uma parcela signifi cativa do crescimento da violência no período. Em 2012, os jovens de 15 a 29 anos de idade representavam 26,9% do total dos 194,0 milhões de habitantes do País, mas foram alvo de 53,4% dos homicídios.


• O fenômeno da violência, notadamente da violência urbana, como sendo explicado por diversos outros fatores que se influenciam mutuamente, e cuja abrangência precisa ser problematizada por quem formular e analisa as políticas públicas.

• Quais fatores podem ser pensados para interpretar os dados abaixo a partir do instrumental de análise?

• Em 2012, os jovens de 15 a 29 anos de idade representavam 26,9% do total dos habitantes do País, mas foram alvo de 53,4% dos homicídios.


c) um fator que ajuda a explicar a violência no Brasil são os elevados níveis de impunidade vigentes no país, que funcionam como estímulo para a resolução de confl itos via extermínio do próximo. O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixo no Brasil. Estima-se, em pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Criminalística (2011), que varie entre 5% e 8%. Esse percentual é de 65% nos Estados Unidos, de 90% no Reino Unido e de 80% na França.

d) para explicar o problema da Segurança Púbica e da alta taxa de homicídios no Brasil, alguns autores propõem o conceito de violência estrutural, ou de violência estruturante, por estabelecer os limites culturalmente permitidos e tolerados de violência por parte de indivíduos e instituições: da sociedade civil ou do estado; tolerância que naturaliza e até justifica a necessidade de uma determinada dose de violência silenciosa e difusa com os setores vulneráveis da sociedade. Uma determinada dose de violência, que varia de acordo com a época, o grupo social e o local, torna-se aceita e até necessária, inclusive por aquelas pessoas e instituições que teriam a obrigação e responsabilidade de protegê-los.


• O baixo índice de solução de crimes, sobretudo de homicídios, pode ser diretamente relacionado às políticas públicas de segurança, na medida em que também dependem de uma associação de fatores.

• Diferentemente, a chamada “violência estrutural” ou “estruturante” diz respeito muito mais a certos costumes que se estabeleceram ao longo do tempo.

46- A desigualdade racial continua a gerar muitos debates no Brasil. A questão da desigualdade racial no ambiente escolar público, no acesso à saúde, e no mercado de trabalho continuam a desafiar os formuladores de políticas públicas e de políticas afirmativas. Assinale a afirmativa incorreta sobre a questão da desigualdade racial no Brasil.

a) Políticas públicas de natureza diversa, adotadas em diferentes níveis de governo nas últimas duas décadas, têm sido capazes de impulsionar a construção das bases da igualdade. Indicadores socioeconômicos de toda ordem mostram uma melhoria nas condições de vida da população negra, bem como no acesso a serviços e direitos.

c) Entre 1990 e 2010, homens e mulheres negras viram sua renda, expectativa de vida e acesso à educação – para citar apenas os componentes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – avançarem de forma mais acelerada do que as da população branca.



• Ainda que sem dúvida haja indicadores que apontam uma melhoria no quesito “desigualdade” cruzada com o critério étnico-racial, isso não significa necessariamente – e outros dados do IPEA têm apontado isso – que a desigualdade como um todo esteja sendo reduzida.

• Esses indicadores mostram que não houve nem um aprofundamento da desigualdade, mas também sinalizam que a distribuição de renda na população como um todo continua estável.


d) Um dos argumentos contrários ao estabelecimento de políticas reparadoras baseadas em quesitos raciais é de que a exclusão social no Brasil não é determinada pela cor da pele, mas pela pobreza.

e) A principal explicação para a diminuição de diferenças entre o salário de trabalhadores negros e de brancos estaria no efeito redistributivo das políticas sociais, em especial em relação ao salário mínimo e os benefícios previdenciários. Isso porque a maior parte dos trabalhadores negros atua em setores cujos vencimentos estão atrelados ao salário mínimo. Além dos fatores macroeconômicos e das políticas salariais, a análise do IPEA chama a atenção para o peso dos programas de redistribuição de renda. Segundo o IPEA e outros estudos, a importância dos benefícios do Bolsa Família sobre a renda das famílias negras é maior do que para as famílias brancas. Entre os afrodescendentes, o programa representa 23,1% da renda da família. Para os brancos, 21,6%. Além disso, a proporção de famílias cujo chefe é preto ou pardo benefi ciadas pelo programa – 24% do total de famílias deste grupo no país – é quase três vezes maior do que a das unidades familiares brancas (9,8%).


• O relevante debate apontado na alternativa (D) aponta no sentido de que, obviamente, não se trata de discutir tão somente desigualdade racial; porém, grande parte dos indicadores mostra que pobreza tem sua origem, sim, na cor.

• O programa Bolsa-família pode, até mesmo pensando a maneira pela qual foi tratado durante a campanha eleitoral de 2014, aparecer como um fator de discussão a ser problematizado.

48 - O desenvolvimento urbano brasileiro, com o crescimento exponencial das cidades, a demanda por expansão da infraestrutura urbana e a intensa pressão sobre os serviços públicos têm colocado vários desafi os aos gestores federais, estaduais e municipais. Dessa forma, a decisão relativa aos investimentos em infraestrutura que um país necessita envolve, entre outros elementos, a avaliação da viabilidade dessas inversões e dos custos de oportunidade. Na avaliação da viabilidade dessas inversões, todas as variáveis abaixo são verdadeiras, exceto:

a) não há recursos suficientes para dotar todo o território, simultaneamente, de todas as infraestruturas possíveis.



• Conforme observado na discussão a respeito de justiça, uma obstáculo muito frequente – uma variável quase que constitutiva – são as limitações de ordem financeira-orçamentária. Desse modo é que determinado conceito de justiça pode orientar a que grupo e/ou a qual política dirigir as verbas.

b) pode não haver recursos suficientes para manter essas infraestruturas funcionando regularmente e de forma adequada – ademais, não é todo tipo de infraestrutura que deve estar presente de forma homogênea em todo o território.

c) os efeitos multiplicadores gerados e os benefícios trazidos pela dotação dessas infraestruturas irão variar espacialmente.

e) A primazia dos investimentos em determinadas porções do território pode reforçar a concentração espacial dessas infraestruturas e as desigualdades territoriais, ainda que numa perspectiva temporal de curto prazo.



• Apresentam-se argumentos que podem parecer, em alguma medida, contraditórios: a avaliação acerca do tipo de estrutura “necessária” em certa parcela do território face à concentração de recursos.

• O aspecto da concentração de recursos corre o risco de se transformar numa profecia auto-realizada, p. ex.: defende-se que uma linha de ônibus não possui demanda e, por isso, não se deve aumentar o número de carros disponíveis, sendo que a baixa deve-se em parte ao fato de haverem poucos carros.

50 (anulada – resposta: (E)) - O desenvolvimento da infraestrutura é uma condição necessária e incontornável para o próprio desenvolvimento econômico e social do Brasil. São fatores críticos para o crescimento sustentado do país os citados abaixo, exceto:

a) a intensificação e aceleração dos investimentos nesse setor fundamental dependem de montantes vultosos de recursos financeiros.

b) é necessária a viabilidade macroeconômica de um novo modelo com taxas mais baixas de juros e com câmbio competitivo que possa canalizá-los para os setores diretamente produtivos.



• O que implica a exigência de montantes vultuosos para investimento? Pensemos, por exemplos, nos efeitos de diferentes políticas tributárias (alíquota do imposto de renda; cobrança de imposto sobre as grandes fortunas, etc.).

• Ainda que haja concordância quanto à importância de taxas de juros mais baixas, o que significa falarmos em “câmbio competitivo”?

c) o investimento em infraestrutura entra em concorrência com as alocações de capital em ativos financeiros, por natureza mais líquidos e com menores riscos.

d) o mercado financeiro brasileiro é capaz de proporcionar aos detentores de capital ganhos muito elevados com ativos improdutivos, que superam várias vezes as expectativas de lucro com investimentos em infraestrutura.

e) o Estado deve deixar ao setor privado, ou seja, ao mercado, se autoregular, parando de realizar as licitações públicas e de solicitar Estudos de Impacto Ambiental e buscando soluções puramente de mercado.



• Primeiramente, é difícil afirmar a existência de mais ou menos risco para investimentos financeiros face àqueles de natureza infraestrutural.

• Essa diferença de fato pode existir no que diz respeito ao mercado brasileiro, mas também mostra-se apresentada de maneira muito simplificada.

• Por fim, dificuldade de sustentar a afirmação (E) como simplesmente errada (viés político).

55 - Acerca da construção do Capítulo de Saúde na Constituição de 1988, viu-se a discussão da necessidade de financiamento do gasto per capita, do complexo tema da complementaridade e tensões entre os sistemas público e privado. Todos os temas citados acima representaram dilemas para a constituição do SUS. As diretrizes e princípios tecnogerenciais da Constituição Federal e da Lei 8.080 são todos os citados abaixo, com uma exceção. Assinale um princípio que não se constitui em uma diretriz e/ou princípios tecnogerenciais da Constituição Federal e da Lei n. 8.080.

a) Descentralização, regionalização.


b) Hierarquização.

d) Conjugação de recursos das três esferas de governo e organização dos serviços para evitar duplicidade.

e) Financiamento tripartite com a participação do setor privado, por meio da complementariedade e suplementariedade do setor privado.



• Descentralização, regionalização e hierarquização apontam no mesmo sentido, a saber, em que não se pode ter uma política única e “igualitária”, aqui no sentido peculiar de igual em todos os lugares.

• Cabe, então, perguntar: qual o sentido assumido pela conjugação de recursos das três esferas de governo complementado pelo financiamento tripartite?

Provas de outros certames

● Critérios de escolha: mesma banca; mesmo modelo – ou seja, ESAF, e questão de resposta, definido o máximo de linhas de 15 (quinze) a 30 (trinta).

● ATPS (2012): Questões discursivas (gestão social, assistência social e educação).

● EPPGG (2013): Questão discursiva (tema único).


● Interseccionalidade / combinação temática: veja-se que a discussão girou em torno do multiculturalismo e de desigualdade/estratificação social, permitindo estabelecer as mais diversas relações e argumentos.

● Ainda que – como é óbvio – fique sobre o papel do governo, também percebe-se um claro esforço de incorporar a relação com a sociedade civil.

Comentários à questão (gestão social) - ATPS


● Afirmação bastante geral, problematizada de modo extremamente específico, em virtude do foco da vaga, ou seja, há uma área mais específica definida.

● Note-se que a mesma afirmação poderia ser usada numa questão para APO, porém, a pergunta teria um foco distinto e mais transversal do que em ATPS.

Comentários à questão (assistência social) - ATPS


● Escolha de uma política pública específica para ser trata e discutida sucintamente, com questões muito particulares e que aprofundam sua descrição.

● Poder-se-ia pensar em algo semelhante para APO, porém com perguntas transversais (suponhamos: um comentário ao Programa Mais Médicos).

Comentários à questão (educação) - ATPS


● Interseccionalidade / combinação temática acerca de assunto – è época – bastante relevante e atual. A sua problematização dá-se pelo recurso a conceitos bastante específicos exigidos na questão.

● Conceitos-chave: “política social” → foco específico

“participação social” → olhar geral que se sustenta a partir da presença/atuação do Estado e sua maneira.

Comentários à prova discursiva - EPPGG


● Considerando o aumento dos índices de violência no Brasil, qual poderia ser o foco de uma política de segurança que se voltasse especificamente a crimes hediondos e, notadamente, a homicídios?

Possíveis questões (1)


● Diretrizes de resposta:

(i) tratar especificamente do tipo de polícia;

(ii) políticas de renda/educação/emprego que se voltem para a juventude negra;

(iii) políticas de igualdade e educação que discutam as formas de preconceito racial e de gênero.



● Partindo das especificidades ocorridas no que diz respeito às formas de manifestação, durante os últimos anos, com participação ativa de variados grupos da sociedade civil, reflita a respeito de quais pressupostos da representação política, bem como da fragmentação partidária no Brasil, podem estar contribuindo nesse processo.



● Tratar da pouca estabilidade em termos de algum grau de manutenção da coesão de governo (a expressão consagrada na ciência política é o conceito “presidencialismo de coalização”).

● Trazer para a discussão o fato de que já em 2013 houve pedido pela reforma política, e discutir se é a falta de “vontade política”, ou apenas a “ausência de consenso”, que a impedem de avançar.

● Referir o papel de cargos de confiança (burocracia).



● Quando se considera a miríade de elementos que compõe a desigualdade no contexto brasileiro (o acesso à educação; a desigualdade de renda; o modo como a cor / o fator étnico-racial influencia; o sistema de saúde bastante desequilibrado), exponha as possíveis ênfases que uma política pública que se pretenda a diminuir a desigualdade deva ter.



● Debater o que significa falarmos simplesmente em “desigualdade social”.

● Destacar a importância do reconhecimento das tão variadas dimensões adquiridas pela desigualdades e dos fatores que a impulsionam, ou seja, torna-se difícil fazer uma “política contra a desigualdade”.

● Necessidade de articulação dos diferentes níveis de governo, a fim de garantir o alcance das políticas.



● Ao refletirmos acerca das limitações/obstáculos postos ao “desenvolvimento” do Brasil, sinalize que fatores precisariam ser enfrentados especificamente por meio de políticas públicas.



● Pode-se trazer, primeiramente, um panorama de quais seriam os elementos infraestruturais mais relevantes (se é a poupança interna; se a qualificação de trabalhadores; se o uso da infra-estrutura, de o setor hídrico ou energético, etc.).

● A partir disso, observar a diferença entre fatores que dependem “apenas” do governo e aqueles além de seu “controle”.

● Por fim, é possível – a partir da abordagem da sociologia da dependência – estabelecer ressalvas ao próprio conceito de desenvolvimento.



● Atenção à transversalidade temática

● Considerar os papeis da burocracia, no sentido de Max Weber, da impessoalidade, da meritocracia, e os modos pelos quais se pode/deve pensar a articulação do Estado enquanto forma de poder e o papel das políticas públicas.

● Ter como pano de fundo o mito da brasilidade.


Considerações finais (1)

● Categoria de “tipo ideal” de Max Weber despida de caráter valorativo.

● Logo, é “ideal” em um sentido bastante específico: nem sempre corresponderá, exatamente, à realidade, mas possui algum grau de abstração / idealização, buscando expressar e representar um processo ou um traço histórico.



● O patrimonialismo e patriarcalismo brasileiros e o mito da brasilidade como chaves de leitura para o modo de se pensar o planejar no Estado brasileiro.

● Em virtude disso, relações impessoais pessoalizadas e os traços peculiares pelos quais pensar, por exemplo, a relação público-privado, (o que pode ser aplicado, entre outros, à mobilidade urbana, à saúde, à educação,



● Refletir a respeito de acontecimentos candentes e atuais da política brasileira (se, em 2013, o EPPGG tratou dos protestos de 2013, a crise política de 2015 pode ser o alvo da reflexão).

● Pensar as possíveis articulações ou eixos entre as variadas temáticas, no sentido de exercer em alguma medida a imaginação para como colocá-las em diálogo para tratar de políticas públicas.



Entre outras temas candentes mais especificamente ligados a políticas públicas e realidade brasileira, vale considerar ainda:

● Formulação da ação afirmativa – acompanhando iniciativa semelhante na educação superior, esta inclusive em alguns casos abrangendo medidas de pobreza e origem social – voltada a negras/negros na admissão ao serviço público no Brasil

● Tipificação do feminicídio.



Referências bibliográficas

IPEA. Diversas publicações. <www.ipea.gov.br>.

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. O Manifesto do Partido Comunista. Estudos Avançados. USP: São Paulo, 12 (34), 1998, pp. 7-46.

WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília: UnB, vv. ee.

_____. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.


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