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Nº 12, dezembro de 2011 José André da Costa Diretor Geral do IFIBE É bem provável que não pensamos exatamente a mesma coisa quan- do falamos de participação. Quando perguntamos a alguém como foi a participação dos acadêmicos/as na aula é comum ouvirmos a resposta direta: “Foi muito boa.” Quando fa- zemos uma avaliação das atividades acadêmicas e afirmamos: “Muitos acadêmicos não participaram.”, o que queremos dizer com tal afirmação? Provavelmente que muitos acadê- micos/as não falaram na aula ou no plenário. Quando falamos para um grupo e este nos escuta atentamente porque falamos coisas que lhes inte- ressam não podemos falar também que houve participação? E quando alguém fala bastante numa reunião, mas não se situa bem no assunto ou fala só “da boca para fora”, muitas vezes fingindo a pergunta e levan- tando questões com se fossem de sua autoria mas em desacordo com suas práticas e suas convicções mais pro- fundas, pode-se chamar tal postura de participação? Por uma questão de responsabili- dade ético-teórica não podemos fugir de uma pergunta: o que é participar? O que é participação? Por vezes se tem uma compreensão superficial do que seja participação, como se fosse um simples estar presente, falar, fazer coisas. Assim, a não participação con- sistiria na ausência física, no silêncio, no falar pouco, no não fazer muitas coisas. É necessário propor um enten- dimento de participação que signifique desenvolvimento e da corresponsabili- dade. Há participação quando se con- segue que todos/as, ou quase todos/ as, assumam responsavelmente o que o grupo se propõe. Numa avaliação sobre a participação é preciso levar em conta esta perspectiva de fundo. É claro que não dispensa aquilo que é bem concreto: estar presente, falar, decidir, agir. Porém, isto abre a ques- tão da diversidade da participação. É equivocado pensar que todos/ as são iguais e que se pode esperar o mesmo tipo de participação. A partici- pação não se faz exigindo de todos/ as o mesmo tipo de contribuição. Ela é feita justamente mediante a partilha das contribuições. A participação acadêmica nos faz compreender que precisamos ficar atentos/as à diversidade da participa- ção. Há muitas formas de participar, de se envolver corresponsavelmente na “academia” como tal e nas ati- vidades específicas que se realizam nela. O interesse, o envolvimento ou a participação podem ocorrer em diver- sos âmbitos: no processo de prepara- ção o momento da reflexão no grupo, na escuta atenta do que o outro tem a dizer, nas intenções, no debate, nas conversas de corredor, nas escolhas que se seguem à reflexão, no interes- se pelo bom clima para a reflexão, no preocupar-se em preparar o cenário. O importante não é tanto o que cada um fala, mas a multiforme manifesta- ção do interesse. De que adiantaria se todos/as falassem, mas não houvesse muito envolvimento com a questão debatida? Outra questão que não pode ser negligenciada é a participa- ção no poder. O saber também é um poder. É ur- gente assumir o poder como serviço que provoca o envolvimento e a par- ticipação de todos/as na condução de processos. É o que se espera da ação pedagógica quando fomenta a dialé- tica da participação como garantidora do método, do paradigma epistemo- lógico e dos sujeitos condutores de processos. É este fazer dialético-pe- dagógico da participação que o IFIBE vem mantendo durante seus 30 anos, celebrados neste ano em sintonia com os 100 anos da chegada dos Missio- nários da Sagrada Família ao Brasil. IFIBE: o processo da participação acadêmica

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Page 1: IFIBE: o processo da participação acadêmicaA quinta edição do projeto Seminários Temáticos, realizada entre os dias 17 e 19 de agosto, contou com a par - ceria da Universidade

Nº 12, dezembro de 2011

José André da CostaDiretor Geral do IFIBE

É bem provável que não pensamos exatamente a mesma coisa quan-do falamos de participação. Quando perguntamos a alguém como foi a participação dos acadêmicos/as na aula é comum ouvirmos a resposta direta: “Foi muito boa.” Quando fa-zemos uma avaliação das atividades acadêmicas e afirmamos: “Muitos acadêmicos não participaram.”, o que queremos dizer com tal afirmação? Provavelmente que muitos acadê-micos/as não falaram na aula ou no plenário. Quando falamos para um grupo e este nos escuta atentamente porque falamos coisas que lhes inte-ressam não podemos falar também que houve participação? E quando alguém fala bastante numa reunião, mas não se situa bem no assunto ou fala só “da boca para fora”, muitas vezes fingindo a pergunta e levan-tando questões com se fossem de sua autoria mas em desacordo com suas práticas e suas convicções mais pro-fundas, pode-se chamar tal postura de participação?

Por uma questão de responsabili-dade ético-teórica não podemos fugir de uma pergunta: o que é participar? O que é participação? Por vezes se

tem uma compreensão superficial do que seja participação, como se fosse um simples estar presente, falar, fazer coisas. Assim, a não participação con-sistiria na ausência física, no silêncio, no falar pouco, no não fazer muitas coisas. É necessário propor um enten-dimento de participação que signifique desenvolvimento e da corresponsabili-dade. Há participação quando se con-segue que todos/as, ou quase todos/as, assumam responsavelmente o que o grupo se propõe. Numa avaliação sobre a participação é preciso levar em conta esta perspectiva de fundo. É claro que não dispensa aquilo que é bem concreto: estar presente, falar, decidir, agir. Porém, isto abre a ques-tão da diversidade da participação.

É equivocado pensar que todos/as são iguais e que se pode esperar o mesmo tipo de participação. A partici-pação não se faz exigindo de todos/as o mesmo tipo de contribuição. Ela é feita justamente mediante a partilha das contribuições.

A participação acadêmica nos faz compreender que precisamos ficar atentos/as à diversidade da participa-ção. Há muitas formas de participar, de se envolver corresponsavelmente na “academia” como tal e nas ati-vidades específicas que se realizam nela. O interesse, o envolvimento ou a

participação podem ocorrer em diver-sos âmbitos: no processo de prepara-ção o momento da reflexão no grupo, na escuta atenta do que o outro tem a dizer, nas intenções, no debate, nas conversas de corredor, nas escolhas que se seguem à reflexão, no interes-se pelo bom clima para a reflexão, no preocupar-se em preparar o cenário. O importante não é tanto o que cada um fala, mas a multiforme manifesta-ção do interesse. De que adiantaria se todos/as falassem, mas não houvesse muito envolvimento com a questão debatida? Outra questão que não pode ser negligenciada é a participa-ção no poder.

O saber também é um poder. É ur-gente assumir o poder como serviço que provoca o envolvimento e a par-ticipação de todos/as na condução de processos. É o que se espera da ação pedagógica quando fomenta a dialé-tica da participação como garantidora do método, do paradigma epistemo-lógico e dos sujeitos condutores de processos. É este fazer dialético-pe-dagógico da participação que o IFIBE vem mantendo durante seus 30 anos, celebrados neste ano em sintonia com os 100 anos da chegada dos Missio-nários da Sagrada Família ao Brasil.

IFIBE: o processo da participação acadêmica

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Ensino de Filosofia

Aula inaugural

No dia 14 de março foi realizada a aula inaugural do curso de filosofia, proferida pelo Dr. André Brayner de Farias, professor da PUCRS e da UCS. O tema da aula foi Hospitalidade: desafio ético-político contemporâneo. A aula inaugurou o ano letivo que celebra os 30 anos de criação do Instituto Superior de Filosofia Berthier (IFIBE).

Formandos 2011

No dia 17 de dezembro, na sede do Clube Industrial, colaram grau no Curso de Bacharelado em Filosofia os seguintes formandos:

Alisson Fabiano Silva de RamosAndre Paulo Junges

André VarisaAntônio Elisson A. Oliveira

Ariel OldraCaroline de Cássia Secchi

Daniel Ivan RosaneliFabiana de Cássia SecchiIsmar C. Alves MachadoMarcos Telles de Oliveira

Milton SulzbacherRafael Hoffmann

Silvestre GrzibowskiTalisson Silva da Silva

Tiago André GuimarãesVanderlei PintoVolnei Fortuna

Educação em Direitos Humanos e das Relações Étnico-raciais

O Curso de Especialização em Direitos Humanos constitui-se numa marca do IFIBE. Neste ano, em parceria com a CDHPF e ACMUN ofereceu-se nova edição com con-centração no tema da educação em direitos humanos e das relações ét-nico-raciais. A turma é composta de cinquenta discentes de diversas áre-as: professores, assistentes sociais, educadores populares entre outros. O Curso está em andamento e todas as disciplinas da parte teórica foram ministradas, restando a parte práti-ca e o desenvolvimento do trabalho de conclusão. O encerramento da especialização está previsto para final de maio de 2012.

Colóquio Docente

Realizado no dia 10 de outubro o Colóquio teve o objetivo de pro-mover a reflexão e a troca de expe-riências sobre a prática pedagógica e docente, tendo em vista a quali-ficação do ensino-aprendizagem da filosofia. O tema da reflexão desta edição de 2011 foi: o ensino da fi-losofia e a formação para a vida re-ligiosa e presbiteral. Serviram como perguntas orientadoras: quais as exigências atuais da igreja do ponto de vista da formação filosófica dos seus membros? Como uma insti-tuição de ensino da filosofia como o IFIBE pode contribuir para tal? Como pensar uma proposta peda-gógica que contribua para a forma-ção de lideranças religiosas capazes de dialogar e responder às grandes questões do mundo contempo-râneo? O Colóquio contou com a assessoria do Prof. Dr. Agemir Ba-varesco, da PUCRS, que contribuiu significativamente com a reflexão sobre o tema.

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Produção de Conhecimento

Theodor Adorno: diálogos filosóficos em

educação, ética e estética

Nilva Rosin e Júlio C. Werlang (Orgs.)

Justiça e memória

Castor M. M. Bartolomé Ruiz (Org.)

Direito Humano à Alimentação

Adequada no Brasil:Informe 2010

Jorge A. G. Peralta (Org.)

Monitoramento da realização dos

Direitos Humanos

MNDH (Org.)

Educação em Direitos Humanos:

sistematização de práticas de educação básica

Paulo C. Carbonari [et al.]

Educação em Direitos Humanos:

sistematização de práticas de educação não-formal

Paulo C. Carbonari [et al.]

Erótica, ética e sexualidade:

pérolas da realização humana

José André da Costa

Por uma política da convivência:

teologia, direitos humanos, Hannah Arendt

Kathlen L. de Oliveira

Cresol Dona Emma10 anos gerando

desenvolvimento sustentável

Cledir Magri Egon Gabriel Junio (Orgs.)

Vozes do Criador no Mundo e nos

caminhos de Santo Antônio:

Poema de três cenários

Denis G. Schell

Filosofia e economiaMarx e a crise do capitalismo atual

João A. Wohlfart

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Presença na Sociedade

Dia Mundial da Filosofia

Em sua quarta edição, o dia mundial da filosofia foi comemo-rado em 18 de novembro, no SESC com casa cheia. O evento foi rea-lizado pelo IFIBE em parceria com o SESC e apoiado pela Secretaria de Desporto e Cultura (SEDEC). O evento foi aberto pelo o Grupo Ritornello de teatro contado as histórias: A Águia e a Galinha e o Pássaro Enjaulado. A conferência foi a cargo da filósofa Viviane Mosé que tratou do tema do significado da filosofia na atualidade. Por fim,

Na edição deste asno o projeto abordou o tema da crise ambiental e suas implicações filosóficas. Esta temática justifica-se pelas grandes discussões que atualmente são fei-tas em torno do meio ambiente e da sustentabilidade, em todas as áreas do conhecimento, nos diferentes grupos sociais e nas igrejas. O pro-jeto mantém e amplia parcerias, contando com o apoio do Projeto TransformAção, pioneiro na aten-ção qualificada no tema da recicla-gem e cuidado, tratamento e desti-no do lixo em Passo Fundo; com a Agenda 21 Local, que vem desen-volvendo uma série de oficinas em vista da construção do diagnóstico para elaboração do Plano Munici-pal de Sustentabilidade Ambiental. As oficinas do Projeto Filosofia nas Comunidades integram esse con-junto de atividades municipais. As

Filosofia nas Comunidades

Oficina com alunos de escola pública

oficinas envolvem 12 acadêmicos, mais três professores da instituição. Destinam-se a estudantes do ensi-no médio, professores, grupos de jovens e grupos sociais organizados

interessados em refletir sobre as relações entre o ser humano, a na-tureza e mundo. Foram realizadas mais de trinta oficinas, nos meses de junho a outubro de 2011.

foi realizado o Lançamento do CD Gira Mundo, de Derly Pinto e Van-derlei Pinto (acadêmico do IFIBE), resultante de um projeto realizado

pelo IFIBE contando com a produ-ção Núcleo Repercussão Produções Artísticas e Apoio do Notre Dame - Menino Jesus.

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Seminário temático: Foucault

A quinta edição do projeto Seminários Temáticos, realizada entre os dias 17 e 19 de agosto, contou com a par-ceria da Universidade de Passo Fundo através do IFCH e da FAED. Abordou o pensamento de Foucault, enfatizando os temas da política, da educação e da ética. O evento contou com a presença de conferencistas como Dr. Cesar Candiotto (PUC-PR), Dr. Sergio Graziano Sobrinho (PUC-RS), Dr. Alfredo da Veiga-Neto (UFRGS/UNISINOS) e o Dr. Sílvio Gallo (UNICAMP). Doze pessoas ofereceram oficinas e mais de cem pessoas participaram do evento.

Diversidade cultural e universalidade

No dia 9 de junho o professor doutor Edward Demenchonok, da Universidade Estatal de Fort Valley, EEUU, ministrou conferência no IFI-BE tratando da relação dialética en-tre diversidade cultural e universali-dade considerando, neste contexto os conceitos relativos aos direitos humanos. Um dos paradoxos do multiculturalismo é que as liberda-des fundamentais do indivíduo são restringidas para assegurar os direi-tos coletivos dos grupos culturais.

Envelhecimento humano e vida religiosa

No dia 21 de outubro, o IFIBE em conjunto com os Missionários da Sa-grada Família, promoveram o seminá-rio sobre Envelhecimento humano e vida religiosa. A temática enfocou os desafios e o sentido da existência hu-mana e, visou preparar recursos huma-nos para as comunidades e instituições religiosas para a educação e o atendi-mento do envelhecimento e da velhice na conquista de sua cidadania, de saú-de, de inserção social e proteção em situação de vulnerabilidade dos idosos religiosos. O Seminário contou com a participação do Fr. Dr. Conrado Lind-meier (OFM) e Prof. Dr. Agostinho Both, que contribuíram significativamente com a problematização do tema.

Doutorado

O diretor geral do IFIBE, professor José André da Costa, defendeu sua tese de doutorado no PPG em Filoso-fia da PUCRS no dia 08 de junho. O tema Ética e Política em Levinas: um estudo sobre alteridade, responsabili-dade e justiça no contexto geopolíti-co contemporâneo foi debatido com o professor orientador, Dr. Ricardo Timm de Souza e os professores Dr. Agemir Bavaresco (PUCRS), Dr. Luiz Carlos Susin (PUCRS), Dr. André Bray-ner de Farias (UCS) e Dr. Castor M. M. Bartolomé Ruiz (Unisinos), membros da banca. A conclusão do trabalho deu-se depois de estágio doutoral na Universidade de Comillas, em Ma-drid, feito de janeiro a março.

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Monografias

ANDRE PAULO JUNGESA fundamentação ética do outro na filosofia da libertação de Enrique DusselDdo. Iltomar Siviero (Or)Me. Nilva RosinDr. José André da Costa

ANDRÉ VARISAO sentido ético do acolhimento/hospitalidade da alteridade em Totalidade e Infinito de Emmanuel LevinasDr. José André da Costa (Or)Ddo. Maicon Rodrigo RossettoDdo. Valdevir Both

ANTÔNIO ELISSON A. DA SILVAA efetivação política da igualdade pela democracia direta no Contrato Social de Jean-Jacques RousseauDdo. Maicon Rodrigo Rossetto (Or)Me. Ésio Francisco SalvettiMe. Nilva Rosin

ARIEL OLDRA O conceito ético da necessidade na Teoria das Necessidades em Marx de Agnes HellerDdo. Paulo César Carbonari (Or) Ddo. Maicon Rodrigo Rossetto Dr. José André da Costa

CAROLINE DE CÁSSIA SECCHIA concepção filosófica de destino na metafísica de LeibnizDr. José André da Costa (Or)Dr. João Alberto WohlfartMe. Paulo César Carbonari

FABIANA DE CÁSSIA SECCHIA compreensão ética da ação na Ética a Nicômacos de AristótelesDdo. Paulo César Carbonari (Or)Ddo. Valdevir BothDdo. Iltomar Siviero

ISMAR C. ALVES MACHADOA sabedoria prática na Ètica a Nicômacos de AristótelesDdo. Paulo César Carbonari (Or) Me. Diego Ecker Ddo Iltomar Siviero

MARCOS TELLES DE OLIVEIRAA justificação política do poder do estado no Leviatã de HobbesDdo. Valdevir Both (Or)Mdo. Olmaro Paulo MassMe. Diego Ecker

MILTON SULZBACHERO sentido político da liberdade no Contrato Social de Jean-Jacques RousseauDr. João Alberto Wohlfart (Or)Ddo. Maicon Rodrigo RossettoMdo. Olmaro Paulo Mass

RAFAEL HOFFMANNÉtica e liberdade em O existencialismo é um humanismo de SartreMe. Diego Ecker (Or) Mdo. Olmaro P. Mass Me. Ésio Salvetti

SILVESTRE GRZIBOWSKI Ética e alteridade em Emmanuel LévinasDr. José André da Costa (Or) Me. Nilva Rosin Ddo. Paulo César Carbonari

TALISSON SILVA DA SILVAA finalidade da educação em Educação eEmancipação de Theodor W. AdornoDdo. Júlio César Werlang (Or)Ddo. Nilva RosinMdo. Olmaro Paulo Mass

TIAGO ANDRÉ GUIMARÃESO reconhecimento intersubjetivo na dialética do senhor e do escravo na Fenomenologia do Espírito de HegelDr. João Alberto Wohlfart (Or)Me. Ésio Francisco SalvettiDr. José André da Costa

VOLNEI FORTUNAA compreensão ética da liberdade naPedagogia do Oprimido de Paulo FreireMe. Nilva Rosin (Or)Me. Diego EckerDdo. Maicon Rodrigo Rossetto

VANDERLEI PINTOA justificativa ética da equidade como justiça em Uma Teoria da Justiça em John RawlsDdo. Valdevir Both (Or)Ddo. Paulo César CarbonariDdo. Júlio César Werlang

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Artigo

Paulo César CarbonariProfessor do IFIBE

Verdade é risco. É imprevisível. Não há como saber onde está, mes-mo que possa ser incessantemente buscada. Verdade é menos um lu-gar e mais uma construção. Ela re-quer a luta pela memória e a luta por justiça. Oportuno refletir sobre este tema no momento em que o Brasil cria a Comissão Nacional da Verdade e que se celebra os 63 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Para a construção da verdade entram em cena vários fatores e condições. Mas, se é construção, também pode ser desconstrução, ou seja, a negação de verdades pode resultar em outras, mesmo que nem sempre. Nisso consiste a força libertária e libertadora da ver-dade: verdade e liberdade se apro-ximam. Um exemplo clássico disso é o debate renascentista sobre o geocentrismo e sua alternativa, o heliocentrismo: o que por séculos fora tido por verdade passou por uma gradativa desconstrução e pela construção de nova verdade. Observe-se que tanto a construção quanto a desconstrução da verdade podem ser impedidas, enviesadas ou obliteradas. Mas isso não seria a desconstrução e sim a destrui-ção da verdade. Enfim, a verdade não pode ser dada definitivamente por certa e, sequer, por definitiva. É sempre processo, busca.

A memória é um dos componen-tes da verdade. Mesmo que não seja o único. O fato é que, sem memória, sequer seria possível construir – ou

DIREITO À MÉMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA

mesmo desconstruir – verdade. Em termos históricos e societais é a me-mória da história pessoal e coletiva que ajuda a indivíduos, a grupos sociais e à própria sociedade como todo a construir verdades de suas próprias vivências. Somente as vi-vências significativas passam a ser parte da memória e, daí, insumos para a verdade histórica.

Memória e verdade são consti-tutivas da justiça como realização de condições para a efetivação da dignidade humana. A justiça exige o reconhecimento das injustiças e de suas vítimas, aqueles/as que sofre-ram a injustiça. Sem isso, a justiça é vazia. Por isso, sem que as próprias vítimas possam dizer sua palavra, sua verdade, recorrendo para isso à memória dos fatos que as levaram à situação de vitimização, não há justiça. O querer justiça como me-mória e verdade das vítimas é um direito das próprias vítimas, mas não só, ele também é de todos os seres humanos, até porque esta é a forma efetiva de engajar a todos/as para que não sejam produzidas novas vítimas. Por isso, o direito à memória, à verdade e à justiça se constitui num dos direitos humanos mais basilares para a convivência em sociedade. O nunca mais a todo e qualquer tipo de violação de direi-tos, a todo tipo situação que produz vitimas, a todo tipo de inviabiliza-ção do humano, é a expressão po-sitiva do querer um mundo justo e humanizado para todas e cada uma das pessoas.

Estas reflexões querem manter aberto o processo de reflexão sobre o significado profundo da Comis-são Nacional da Verdade, recen-

temente criada [Lei nº 12.528, de 18/11/2011]. Seu sentido profundo está exatamente em ser um espa-ço capaz de construir uma verdade sobre o período da ditadura civil--militar brasileira e, por outro, em desconstruir algumas das verdades repetidas – nem tão verdadeiras assim – pelos que têm pavor de verdades que não sejam as deles próprios. Ela não terá alcance para fechar o tripé, pois dela não se po-derá esperar justiça. Mas, se ela for capaz de produzir verdades com base na memória das vítimas, certa-mente abrirá caminho para que ve-nha também a justiça. Até porque, todos quantos lutamos por direitos humanos sabemos desde há muito que uma coisa é a luta por direitos e outra é o que de direitos o statu quo reconhece. Lutar por direitos tem sido e continua sendo a tarefa precípua, inclusive no caso da Co-missão da Verdade.

Somente a luta dos diversos su-jeitos de direitos é que fará possível tanto a verdade, quanto a memória e, acima de tudo, a justiça. A verda-de é risco, sim, porque ela põe em movimento a liberdade. A liberdade em movimento destrói a repressão e clama por justiça, mesmo que isso demore. Correr o risco da verdade se justifica quando se deseja que a justiça, a liberdade e a verdade ca-minhem juntas. Para isto estivemos, estamos e continuaremos a postos! Este é o risco de quem se propõe a fazer da luta por direitos humanos uma luta permanente. Para estes e estas, a verdade não é um risco, ou é um risco que vale a pena correr!

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IFIBE: 30 anos

A trajetória histórica do IFIBE se constitui de dois momentos estru-turais: o primeiro no qual funcionou como instituição livre; o segundo, depois do processo de credencia-mento pelo Ministério da Educação. Unificam esta trajetória a ação vol-tada centralmente para a formação filosófica e a manutenção pelo Ins-tituto da Sagrada Família (ISAFA).

A primeira etapa iniciou com a sua criação, em 1981, sendo que entrou em funcionamento em 1982 com a oferta de um Curso Livre de Filosofia. Este período foi encerra-do em dezembro de 2004, quando concluiu o curso a última turma do Curso Livre. Neste período, o pú-blico prioritário foi constituído de postulantes à vida religiosa, mesmo que tenha sempre estado aberto à presença de discentes leigos. Mes-mo sem credenciamento, a institui-ção procurou manter a oferta de um curso com organização curri-cular orientada pelas recomenda-ções legais para a oferta do curso de filosofia, mantendo disciplinas básicas e outras complementares, com forte ênfase para o estudo da história da filosofia. O ano letivo sempre foi desenvolvido com pelo menos 200 dias letivos, sendo que a carga horária total do curso (em três anos) sempre teve uma média de 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas. Também sempre manteve a exigência de elaboração e apresen-tação de Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso, tendo grada-tivamente (a partir de 1997) pas-sado a exigir sua defesa em sessão pública. Ademais, também orientou os formados que buscassem a va-lidação de seus estudos tendo por base o previsto no Decreto-Lei n. 1.051/1969.

Ao longo de seus 30 anos contri-buiu na formação de várias gerações de estudantes de filosofia. Ingressa-ram (até 2004) 807 alunos, numa média anual de 35,09 alunos. No pe-ríodo, concluíram o Curso Livre (Semi-narístico) de Filosofia 20 turmas, num total de 290 estudantes, numa média anual de 14,5 alunos (o que significa que 35,93% dos ingressantes conclu-íram o Curso). Do total de concluintes do Curso Livre (Seminarístico), cerca de 57,93% validaram seus estudos, o que permite concluir, por levanta-mento preliminar, que estão habilita-dos em filosofia (na modalidade que escolheram no processo de validação ou aproveitamento de estudos con-forme nova LDB), como ex-alunos do IFIBE, cerca de 168 pessoas. Dos alu-nos que frequentaram e concluíram o curso no IFIBE conta-se um bom número já atuando profissionalmen-te tanto na escola média quanto em cursos superiores, em vários Estados do País. Apenas como exemplo, cabe registrar que o atual Diretor Geral, o Diretor Administrativo, o Diretor Pedagógico e o Vice-Diretor Pedagó-gico, todos com pós-graduação em Filosofia, foram formados pelo Curso Livre do IFIBE.

A segunda etapa iniciou com o processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) docu-mento institucional que depois se converteu em Plano de Desenvolvi-mento Institucional, protocolado em fevereiro de 2002 junto ao MEC com o pedido de credenciamento do IFI-BE e de autorização do curso de ba-charelado em filosofia. Ao longo do período de 2002 a 2004 seguiu-se o processo junto ao MEC que resultou na Visita in Loco, realizada em julho de 2004 e na publicação da Portaria de credenciamento da instituição e de autorização do Curso de Bacha-

relado em Filosofia, em 23 de setem-bro de 2004. Após a publicação da portaria, considerando-se a época de sua publicação, a IES optou pelo início da implementação do Curso de Filosofia para o Ano Letivo de 2005, o que veio a ocorrer. No mesmo ano, os alunos iniciantes já participaram do Enade/2006. Em setembro de 2006 recebeu Comissão de Avalia-ção para o Reconhecimento do Cur-so de Filosofia, sendo que a Portaria que Reconhece o curso foi publicada em dezembro do mesmo ano. Des-sa forma, a primeira turma, com 32 concluintes, foi diplomada em de-zembro de 2007. Nos anos de fun-cionamento do curso, houve ingresso anual médio de 44,8 novos alunos, o que significa o preenchimento de 81,45% das vagas oferecidas.

Ainda em 2005, realizou a ins-talação do Curso de Bacharelado em Filosofia, tendo feito o primeiro processo de admissão, com início das atividades em fevereiro. No mesmo ano, o IFIBE também formu-lou o Programa de Pós-Graduação Lato Sensu e ofereceu a primeira turma do Curso de Especialização em Direitos Humanos, antecipando, portanto, o que estava previsto no Plano de Desenvolvimento Institu-cional (PDI) para apenas dois anos depois. Já foram quatro as edições do curso, tendo sido certificados cerca de 100 especialistas em direi-tos humanos. Atualmente está em curso uma nova turma, iniciada em abril/2011 que teve ingresso de 50 alunos, cuja certificação está pre-vista para abril de 2012. O Curso de Especialização em Direitos Hu-manos, inédito na região, único no Estado e um dos poucos do País.

No final do ano de 2006 rece-beu a comissão de avaliação para o processo de reconhecimento do cur-

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so. O processo de avaliação trans-correu normalmente e o resultado foi a aprovação da Portaria MEC/SESu nº 1.087, de 14/12/2006, que reconheceu o Curso de Bacharelado em Filosofia que havia sido autori-zado em 2004 pela Portaria MEC nº 3.027, de 23/09/2004.

O ano de 2007 foi especialmen-te marcante visto que concentrou as celebrações dos 25 anos de instala-ção do IFIBE. Para a efeméride foram realizadas várias atividades, entre as quais uma Mostra que recuperou a memória institucional, um encontro no qual foram reunidos ex-alunos, ex-professores e ex-dirigentes, além dos atuais, com debates e reflexões sobre os desafios para a Instituição. O ano também foi marcado pelo processo de discussão e elaboração do Plano Estratégico Institucional (PEI) que deu base para a reformu-lação do Plano de Desenvolvimento Institucional, especialmente com a definição de novas metas, progra-mas, projetos e ações para o quin-quênio. Neste mesmo ano a man-tenedora também tomou a decisão de construir um novo espaço físico no qual o IFIBE viria a funcionar em conjunto com o Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo.

O ano de 2008 for marcado pelo processo de aprofundamento e de transição para a implementação do novo Plano Estratégico Institucional e a preparação do processo de recre-denciamento. Além disso, também foi marcado pelo acompanhamento das obras de edificação na nova sede (localizada ao lado do prédio que o IFIBE ocupou ao longo de toda a sua trajetória. Pela segunda vez, ingres-santes e concluintes do Curso de Fi-losofia participaram do Enade/2008.

O ano de 2009 iniciou com a inauguração do novo prédio onde o IFIBE foi instalado, em conjunto

com o ITEPA, numa parceria das mantenedoras das duas instituições. A inauguração ocorreu no início de março com celebração festiva. O ano também foi marcado pelo acompa-nhamento do processo de recreden-ciamento institucional com os enca-minhamentos necessários para tal.

O ano de 2010 foi marcado, espe-cialmente pelo recebimento da comis-são de avaliação externa, realizada no final de novembro, sendo o IFIBE foi avaliada positivamente e ficando

com média 4 de conceito – processo ainda aguarda desfecho final pois em análise pelos órgãos competentes. O ano também ensejou a constituição do processo de preparação das ativi-dades alusivas aos 30 anos de criação do IFIBE, celebrado em 2011.

O ano de 2011 é de celebração dos 30 anos de criação do IFIBE. Marcamos o acontecimento com várias atividades e com a realização da Exposição Memória Viva, que re-úne depoimentos de ex-alunos.

Sessão solene em homenagem aos 30 anos do IFIBE e aos 100 anos de presença dos MSF no Brasil e entrega de menção honrosa

Encontro filosófico com ex-alunos do IFIBE

Celebração religiosa em comemoração aos 30 anos do IFIBE e aos 100 anos de presença dos MSF no Brasil

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MEMÓRIA VIVA

Eu tinha parado de estudar em 1983. Por opção, ingressei no IFIBE em 1998 para fazer a faculdade de Filosofia. Foram 11 anos até minha formatura. A cada dia que passa, fico mais convicto que ter estudado no IFIBE foi determinante para a mi-nha vida, pois ali os conteúdos são muito profundos, os/as professores/as são muito qualificados/as. É um ambiente de estudo para a vida, não só para uma profissão. Valeu, parabéns.

Rene CecconelloVice-prefeito de Passo Fundo,Bacharel em Filosofia (2008)

Tornei-me acadêmico de filo-sofia no IFIBE em 2007. Atraiu-me para a instituição, além do desejo de estudar filosofia, o chamamento do slogan espaço de encontro em tempo de busca, numa época ári-da de fraternidade e extremamen-te carente do ato de aproximar-se por parte das pessoas. O encontro se mostrou possível, ainda que a azáfama trazida pelas intensas ati-vidades de trabalho acadêmico se apossasse sem medida do tempo de todos. A convivência de pessoas num ambiente de ensino superior traz, inapelavelmente, o entrecho-que de opiniões. No IFIBE, porém, vivi algo mais: a franca disposição de espíritos na busca da alteridade e a promoção do ser.

Nelson Luz de OliveiraBancário aposentado em

Passo Fundo,bacharel em Filosofia (2009)

Tenho muito orgulho em dizer que o IFIBE faz parte de minha his-tória e, de modo muito especial. Os professores do IFIBE e os amigos Missionários da Sagrada Família me ensinaram mais do que simples-mente conteúdos e teorias. Aprendi que uma postura verdadeiramente filosófica não pode estar separada de uma postura humana e que o verdadeiro pensamento é aquele que nega a injustiça. O autêntico exercício filosófico, em nossos dias, é também um trabalho profético. Parabéns!

Oneide PeriusDoutor em filosofia (PUCRS),professor na UFT, Palmas, TO,

formado no Curso Livre de Filosofia (2001)

Um dos importantes aprendiza-dos do curso de Filosofia, no IFIBE, foi de que devemos estar em per-manente busca da verdade. Para tanto, é necessário exercer a criti-cidade e a coerência entre o pen-sar e o agir. Outra aprendizagem, igualmente importante, foi a de que todo conhecimento aprendido sempre gera na gente um grande compromisso. Tenho tentado levar minha vida e minha profissão a luz destes grandes ensinamentos. A fi-losofia me ajuda a ser quem sou, em pensamento e em ação. Vida longa a este educandário.

Nei Alberto PiesProfessor da rede pública de

educação básica em Passo Fundo, formado no Curso Livre de Filosofia

(1996)

O IFIBE não foi para mim ape-nas mais um local de passagem, entre os tantos que temos pela vida afora. Eu relaciono o IFIBE com vários momentos de uma transformação radical no modo de se posicionar no mundo e de um grande crescimento pessoal. Creio que se fosse possível resumir se-ria: uma mudança de atitude – e isso quer dizer, mudança no modo de pensar, no modo de julgar e no modo de agir. E se aí teve início tal processo, o que veio depois ape-nas consolidou e complementou o aprendizado inicial. Além de todos os conteúdos formativos e culturais que puderam ser absorvidos, as amizades que ali se estabeleceram se converteram em laços que, assim creio eu, o tempo não irá dissolver tão facilmente. Até hoje continuo me sentindo um filho desta casa, se assim me permitem expressar.

Robinson dos SantosDoutor em Filosofia (UKassel),

professor do PPG Filosofia (UFPel), Pelotas,

formado no Curso Livre de Filosofia (1995)

O percurso acadêmico junto ao IFIBE acrescentou à minha forma-ção não só um título de nível supe-rior em filosofia, mas um adequado e peculiar instrumento para o estu-do e a leitura de quanto o Homo Filosoficus produziu. De modo transversal, o IFIBE representou concretamente um “contexto peri-patético” onde foi possível exercitar e perseguir a arte do pensar segun-do princípios e a arte de confrontar--se com a realidade procurando aju-

Page 11: IFIBE: o processo da participação acadêmicaA quinta edição do projeto Seminários Temáticos, realizada entre os dias 17 e 19 de agosto, contou com a par - ceria da Universidade

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dar a conduzir pessoas e contextos por caminhos melhores. Continuo a exercitar esta experiência no meu quotidiano como educador.

Tranquilo BonamigoProfessor de ensino religioso no

Istituto Istruzione Superiore Leopoldo Pirelli em Roma,formado no Curso Livre de

Filosofia (2000)

Parabéns ao IFIBE pela contri-buição que tem dado ao longo de seus trinta anos na formação de lideranças. Os egressos estão em toda parte, a maioria envolvida em projetos de vida e em atividades profissionais que propagam os prin-cípios, os valores e as concepções que sempre orientaram o IFIBE. Sou muito grato ao IFIBE, sobretudo aos professores que tive. Foram anos im-portantes da minha formação, que guardo com muita alegria. Além de desenvolver o gosto pela reflexão/investigação filosófica, aprendi que o conhecimento é uma força po-derosa de emancipação humana e de transformação social. Continuo acreditando nisso... Parabéns a to-dos por essa conquista. Vida longa e prosperidade ao nosso IFIBE.

Joviles Vitório TrevisolDoutor em Sociologia (USP),pró-reitor de pesquisa e pós-

-graduação UFFS em Chapecó,formado no Curso Livre de

Filosofia (1989)

No IFIBE aprendi que a incom-pletude humana é fato e que a formação se faz via palavras, me-mórias e exemplos. Tive o raro pri-vilégio de conviver com educadores

capazes de propiciar o acesso ao conhecimento e inspirar o respeito. Aprendi, principalmente, que pes-soas são importantes; que o modo como se vive e convive é o que dá sentido à vida; que a busca por um mundo melhor exige formação per-manente, com ênfase na luta e con-quista de direitos, mas, também, no estímulo ao senso de dever. Por fim, preciso agradecer pelo espaço pe-dagógico oportunizado pelo IFIBE. Sou especialmente grata por cada uma das amizades que conquistei neste espaço e que a cada dia se fortalecem e se constituem como referência de vida! Parabéns, IFIBE!

Luciana ColettiMestra em Filosofia (PUCRS),

professora na Feevale, Novo Hamburgo, RS,

formada no Curso Livre de Filosofia (1993)

A importância e o significado do IFIBE em minha formação é algo in-comensurável. O IFIBE fez parte no começo da minha formação acadê-mica e abriu horizontes e perspecti-vas de conhecimento que mais tar-de norteariam minha vida com seus valores éticos, religiosos, políticos e sociais. No IFIBE, muito mais que ob-ter conhecimentos, aprendi a pensar e a me questionar sobre o sentido último de tudo aquilo que nos ro-deia e de quem somos. Agradeço a todos aqueles e aquelas que foram parceiros no caminho da reflexão e na condução deste processo.

Alexandre de Nardi BiolchiPadre scalabriniano,

formado no Curso Livre de Filosofia (2001)

e bacharel em Filosofia (2010)

O IFIBE foi um verdadeiro espa-ço de onstrução da minha formação acadêmica e de militância social. Essa tem sido a característica fun-damental do IFIBE, uma formação crítica preservando o papel funda-mental da educação que é pensar as relações sociais e o lugar do humano em épocas em que estas categorias são relativizadas.

Jorge Gimenez PeraltaCoordenador geral da CDHPF,

educador popular no CEAP,especialista em

Direitos Humanos (IFIBE),bacharel em Filosofia (2007)

Acredito que um dos maiores desafios epistemológicos da atua-lidade é a superação das relações de poder assimétricas e extraídas de conceito dicotomizados: razão e emoção, oriente e ocidente, teoria e prática, rural e urbano, homem e mulher, indivíduo e sociedade, ter e ser, teoria e prática, entre ou-tras. O IFIBE tem e teve para mim, desde o seu surgimento, um papel imprescindível para este desafio. Isto porque preserva e mobiliza, em sua missão pedagógica, as condi-ções práticas para isto: o respeito à pluralidade teórica, o amor pelo saber, a inserção social e o reconhe-cimento do outro. Parabéns pelos 30 anos!

Jandir PauliDoutorando em Sociologia

(UFRGS),professor na IMED em Passo Fundo,

formado no Curso Livre de Filosofia (1997)

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Rua Senador Pinheiro, 350 99070-220 – Passo Fundo - RS

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Expediente

PHILOS é o Boletim Informativodo Instituto Superior de Filosofia Berthier

Conselho Diretor do IFIBEJosé André da Costa - Diretor Geral

Paulo César Carbonari - Diretor PedagógicoValdevir Both - Vice-Diretor PedagógicoIltomar Siviero - Diretor Administrativo

Moacir Filipin - Vice-Diretor Administrativo

Coordenação da EdiçãoÉsio F. Salvetti e Diego Ecker

Editora IFIBEFotos - Arquivo do IFIBETiragem 350 exemplares

Distribuição Gratuíta

Infraestrutura

O IFIBE tem sede nova, com uma ampla biblioteca especializada em filosofia com acervo de mais de 8 mil títulos (sendo que mais de 5 mil são de filosofia) e em torno de 20 mil exemplares, além de salas e equipamentos adequados ao ensino da filosofia.

Graduação em FilosofiaCurso Sequencial de Filosofia

www.ifibe.edu.br

Formar bachareis em Filosofia em condições de atuar de forma crítica e criativa como pesquisadores, críticos literários, editores, docentes, ... cidadãos!