ifa divination poetry - wande abimbola

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IFA DIVINATION POETRY - WANDE ABIMBOLA

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IFA DIVINATION POETRY WANDE ABIMBOLA

PREFÁCIO

Ifá é um importante sistema de divinação encontrado em muitas

culturas do oeste da África.

Na terra Yoruba,onde Ifá é a divindade principal, este sistema

divinatório fascinante foi intimamente identificado com a

história, mitologia, religião e medicina popular do povo Yoruba.

O Yoruba tem Ifá como um repositório das suas crenças e valores

morais.

O sistema divinatório de Ifá e os extensivos cantos poéticos a ele

associados são usados pelo Yorubá para validar importantes

aspectos da sua cultura. A divinação de Ifá é, portanto, praticada

pelos Yorubas durante todos os seus importantes ritos de

passsagem, tais como cerimónia de dar o nome, casamentos,

funerais, e quando dão posse aos reis.

Para a sociedade tradicional Yoruba, a autoridade de Ifá permeia

todos os aspectos da vida porque o Yoruba cosidera Ifá como a voz

das divendades e a sabedoria dos ancestrais.

Este trabalho apresenta sessenta e quatro poemas de ifá dos

dezesseis odus principais da coleção de escritos de Ifá. O

trabalho tem duas partes. A primeira parte é a introdução que

cobre a mitologia de Ifá, seus instrumentos de divinaçõa, o

trinamento dos sacerdotes, o processo de divinação de Ifá, e uma

avalição da posição desta divindade em seu sistema elaborado de

divinção entre o povo Yoruba. A intrdução também trata da

significação do Odù como o mais importante ponto de referência

dentro dos escritos de Ifá como um todo. A última seção da

introdução, apresenta uma análise estrutural, estilística e

temática da poesia divinatória de Ifá.

A Segunda parte do trabalho é uma apresentação de material

textual. Um total de sessenta e quatro poemas de Ifá são

apesentadso em sua versão original Yorubae sua tradução para o

português.

Quatro poemas são apresentados de cada um dos dezesseis Odus

principais. Cada poema na versão portuguêsa é provido de um título

que resume o assunto focalizado. A versão para o português é

também acompanhada de notas adequadas destinadas a elucidar

detalhes linguísticos e culturais não englobados pelo texto

traduzido. Este livro é projetado para ir ao encontro dos leitores

em geral como também do especialista que deseja informar-se da

riqueza da poesia oral Africana. O leitor verá desde a introdução

como o Yoruba atentou para usar o genero poético com veículo para

presevação e desenvolvimento de sua cultura.

O sistema de divinão de Ifá e sua fantástica coleção de cantos

poéticos mostram claramente a ingenuidade das pessoas não letradas

para desenvolver, preservar, e difundir os ingredientes de sua

própria cultura, mesmo sem conhecer a arte da escrita.

3

INDIANA UNIVERSITY BLOOMINGTON MARCH 1973

AGRADECIMENTOS

Todos os sessenta e quatro poemas que constam neste trabalho

nos foram dados por Oyedele Isola do Quarteirão de Beesin,

pààkòyi, Òyó, oeste da Nigéria. Os poemas foram colhidos em

diferentes ocasiões entre 1963 e 1970.

Algumas das gravações dos cantos de Oyedele estão guardadas

na Biblioteca da Universidade de Lagos, Lagos, Nigéria. Mas,

o grosso do extenso material, recolhido deste renomado

sacerdote de Ifá estão sob minha guarda.

Oyedele é amplamente conhcido em Òyó por sua prodigiosa

memória e pela riqueza de sua voz, para cantar Ifá.

Ele é também um médico prático. Sou agradecido a Oyedele por

tudo que aprendí com ele nos últimos dez anos. Sou agradecido

também aos seguintes sacerdotes de Ifá, qu me ajudaram na

interpretação de parte do material colhido com Oyedele e dos

quais eu gravei material de Ifá que não consta deste livro:

(a) Awótúnde Awórindé, Ilé Olóbèdú, Òsgbo, (b) Adéjàre

Kékeré-awo, Ilé Beesin, Pààkòyí, Òyó e (c)Chefe Fádáyúró,

Olúwo de akeètàn, Òyó.

Eu tenho uma grande dívida com o meu falecido pai, chefe

Abímbóla Ìrókò, o último Asipade ( chefe dos caçadores )de

Òyó, de quem, quando criança, eu primeiro aprendí sobre a

divinação de Ifá e que foi o meu pilar de apoio e fonte de

inspiração durante os meus anos de pesquisa sobre divinação

de Ifá. Chefe Abímbólá Ìrókò um famoso sacerdote de Ifá,

caçador, herbanário e veterano da Primeira Guerra Mundial,

morreu em novembro de 1971.

Sou grato também ao Instituto de Estudos Africanos,

Universidade de Ibadan, onde comecei minhas pesquisas de Ifá,

entre 1963 e 1965. Eu sou igualmente grato a Escola de

Estudos Asiáticos e Africanos, Universidade de Lagos e a

sociedade de linguística do Oeste da África pela provisão de

fundos que foi usada para coligir parte do material

encontrado neste trabalho.

Finalmente, quero expressar minha apreciação a minha mãe,

sàngódayò Àwèlé, que me ajudou na interpretação de palavras

difíceis e à quem eu sempre confiei a verificação de muitos

outros aspectos da cultura Yoruba.

4

CONTEÚDO

INTRODUÇÃO Página I SISTEMA DIVINATÓRIO DE IFA.........................1

(a) A Mitologia de Ifá....................................1

(b) A Parafernálea da divinação de ifa.......................4

(c) O Processo da Divinação de Ifá..........................9

(d) O Treinamento dos sacerdotes de Ifá ................... 11

(e) O Lugar de Ifá na Religião Tradicional Yoruba. ......... 14

II O ODU OU CATEGORIA DA DIVINAÇÃO DE IFA ........................15

III OS ESSE OU POEMAS DA COLEÇÃO DOS ESCRITOS DE IFÁ...............18

(a) A Estrutura dos Ese Ifá........................................18 (b) Os Aspectos do Estilo nos Ese Ifá..............................22

(c) O conteúdo dos Ese Ifá........................................23

NOTAS 37

AS DEZESSEIS PRINCIPAIS CATEGORIAS DA POESIA

DIVINATÓRIA DE IFA 41 I ÈjiOgbè......................................42

II ÒyÈkú Méjì...................................48

III Ìwòrì Méjì...................................54

IV Òdí Méjì.....................................60

V Ìrosùn Méjì..................................68

VI Òwónrin Méjì.................................76

VII Òbàrà Méjì...................................82

VIII Òkànràn Méjì.................................94

IX Ògúndá Méjì.................................100

X Òsá Méjì....................................109

XI Ìká Méjì....................................114

XII Òtúúrúpòn Méjì..............................118

XIII Òtúá Méjì...................................126

XIV Ìretè Méjì..................................134

XV Òsé Méjì....................................142

XVI Òfún Méjì...................................150

Notas.......................................154

Bibliografia................................169

5

INTRODUÇÃO

I.O SISTEMA DIVINATÓRIO DE IFÁ

(A) A Mitologia de Ifá

De acordo com as crenças Yoruba, Ifá (por outro lado

conhecido como Òrúnmìlà)foi uma das quatrocentos e uma

deidades,1

que vieram do Òrun (céu) para o Ayé

(terra).Olódùmarè, o Deus Maior Yoruba, encarregou cada uma

destas deidades com uma função particular a ser realizada na

terra.2 Por exemplo, Ògún

3 foi encarregado de todas as coisas

relacionadas com a guerra e a caça e o implemento do uso do

aço.Enquanto que Òòsàálá4 foi encarregado com

responsabilidade de oldar os corpos humanos com argila e

Èsù5era o policial do universo e o curador do Àse, o poder

divino com o qual OLÓDÙMARÈ criou o universo e mantém suas

leis físicas.

Ifá ficou encarregado da divinação por sua grande sabedoria,

que ele adqueiriu como resultado da sua presença ao lado de

Olódùmarè, quando este criou o universo. Ifá portanto sabia

os segredos do universo.

Por isso seu nome de louvor Akéréfinúsogbón ( o pequeno

sábio).

O Yoruba acredita que as quatrocentas e uma divindades,

mencionadas acima desceram do cèu6 na cidade de Ifè.

7

Naquele temponão havia nenhuma criatura de nenhum tipo sobre

a terra. As divindades foram, portanto, os primeiros

habitantes da terra e Ifè foi o primeiro local da terra a ser

habitado por seres humanos.8

Quando as divindades chegaram à terra encontraram o planeta

totalmente coberto de água. Mas, antes de deixarem o Òrun,

Olódùmarè lhes deu uma cesta cheia de areia, uma galinha com

cinco dedos9 e um camalião.

10

Antes das divindades aterrarem, elas enviaram a galinha para

baixo, para Ifè com uma parte da areia. A galinha espalhou a

areia e a terra sólida apareceu.O camalião, então , andou

sobre a terra para saber o quão sólida era. As divindades,

então desceram sobre a terra sólida e ergueram seus

acampamentos em diferentes partes de Ifè. A galinha e o

camaleão tornaram-se,então as primeiras criaturas a viver

sobre a terra primordial e as divindades foram as primeiras

criaturas a viver sobre a terra sólida.

Após a chagada das divindades, a população humana

desenvolveu-se em Ifè em dois caminhos diferentes. As

divindades casaram-se entre sí ( existiam divindades

6

masculinas e femininas) e deram à luz uma linhagem de homens

que posteriormente se tornaram os divinos governantes11 dos

Yoruba.

Posteriormente, Olódùmarè, com a ajuda de Òòsàálá criou os

seres humanos propriamente ditos, que tornaram-se os sujeitos

sobre os quais as divindades e seus descendentes governaram

dentre os descendentes das divindades os filhos de Odùduwà

tornaram-se os mais importantes politicamente e eles

finalmente formaram a parte principal da dinastia de

governantes do mais poderoso Reino Yoruba.12

O ponto culminante do poder desses governantes divinos foi

alcançado na organização imperial do antigo Império de Oyo.13

Em Ifè Òrúnmìlà mudou-se para um local conhecido como Òkè

Ìgètí14 e alí ele viveu por muitos anos.Inicialmente ele não

tinha filhos, mas depois ele teve oito filhos homens15 .

Mais

tarde ele trocou Ifè por Adó, onde passou o resto de sua

vida. Daí o dito, Adó nilé Ifá ( Adó é a casa de Ifá ).16

Enquanto esteve na terra Òrúnmìlà aplicou sua sabedoria

atemporal para organizar a sociedade humana de forma ordeira.

Ele também ensinou aos discípulos os segredos da divinação.

Mas, como aconteceu com as outras divindades, Òrúnmìlà

retornou ao Òrun, após Ter completado suas tarefas na terra.

Sua volta para o Òrun foi, entretanto, causada por uma

querela entre ele e seu filho caçula. Os detalhes daquela

querela entre pai e filho são dados em Iwòrì Méjì.17

De acordo com uma história em Ìworì Méjì, um dia Òrúnmìlà

convidou seus oito filhos para celebrar um importante

festival com ele conforme cada um deles chegou, deitou-se no

chão e saudouo seu pai com as palavras Àború Boyè Bosise

(possa o sacrifício ser aceito e abençoado)como sinal de seu

respeito e obedienciaa a ele.Mas, chegou a vez de Olówò, ele

permaneceu de pé e não disse nada.Um dipalogo, então seguiu-

se entre pai e filho, durante o qual Òrúnmìlà ordenou a Olówò

que fizesse a saudação, já feita por seus irmãos. Mas, Olówò

recusou-se em fazê-la dizendo que como ele era cabeça

coroada, como seu pai, era degradante para ele abaixar-se

diante de qualquer pessoa. Quando Òrúnmìlà ouviu isto, ficou

magoado e decidiu voltar para o Òrun.18

Imediatamente apos a partida dele a terra foi lançada no caos

e confusão.O ciclo de fertilidade e regeneração, tanto na

natureza quanto nos seres humanos sucumbiu.

A sociedade humana mudou perigosamente para próximo da

anarquia e da desordem conforme todas as coisa eram colocadas

face a desruição.O estado confusional e de incerteza na terra

depois da partida de Òrúnmìlà é descrito no seguinte poema.

7

(As mulheres prenhes não podiam dar à luz seus filhos;

As mulheres inférteis continuaram inférteis.

Pequenos rios foram cobertos por folhas caídas.

O sémen secou no testículo dos homens

As mulheres não menstruaram mais.

O inhame formou pequenos tubérculos não desenvolvidos;

O milho crescia pequeno imaturo com espigas não

desenvolvidas.

Gotas esparsas de chuva caíram,

As galinhas tentaram devorá-las;

Navalhas bem afiadas estavam plantadas no chão,

E os cabritos tentaram devorá-las.20)

Quando a terra não tinha mais paz foi decidido que os filhos

de Òrúnmìlà deveriam ir para o Òrun e persuadir seu pai a

voltar para a terra. Consequentemente os oito filhos de

Òrúnmìlà foram para o Òrun onde encontraram seu pai no pé de

“uma palmeira bem desenvolvida, muito ramificada para lá e

para cá e que tinha dezesseis cabeças (copas) em forma de

cabana.”

Eles tentaram convencer seu pai a voltar, mas ele não aceitou

e em vez disso deu a cada um deles dezesseis nozes de

palmeira e disse:

8

( Quando vocês chegarem em casa,

Se quizerem Ter dinheiro,

Esta é a pessoa que deve ser consultada.

Quando vocês chegarem em casa,

Se vocês quizerem espôsas,

Esta é a pessoa que deve ser consultada.

Quando vocês chegarem em casa,

E quizerem Ter crianças,

Esta é a pessoa que vocês devem consultar...

Qualquer coisa boa que vocês desejem Ter na terra,

Esta é a pessoa a quem vocês devem consultar...).

Quando os filhos de Òrúnmìlà retornaram à terra, eles

começaram a usar as dezesseis nozes de palmeira como

instrumento de divinação para saber os desejos das

divindades. Òrúnmìlà repôs a sua presença na terra com as

dezesseis nozes de palmeira conhecidas como Ikin e desde

então essas dezesseis nozes de palmeira sagrada tornaram-se o

mais importante instrumento de divinação de Ifá.

(B) A PARAFERNÁLIA DA DIVINAÇÃO DE IFÁ

(i) Ikin (As Dezesseis Nozes de Pameira)

Ikin é considerado o mais antigo e mais importante

instrumento de divinação.

Ele consiste de dezesseis nozes de palmeira tiradas de uma

palmeira especial, conhecida como Òpè Ifá (palmeira de Ifá).

Cada fruto desta palmeira tem quatro olhos na sua borda

inferior espessa. O yoruba acredita que este tipo de noz de

9

palmeira é sagrada para Ifá e não pode ser usada para

fabricar o dendê.

Os dezesseis Ikins são mantidos em uma tigela de madeira ou

metal decorada e com tampa. Esta tigela é mantida em uma

dependência da casa onde o sacerdote mora. As orações e

sacrifícios para Ifá naquele local, que pode ser considerado

o santuário de Ifa daquele sacerdote em particular.

As nozes de palmeira reramente são retiradas daquele local,

exceto para serem lavadas ou para purificação, o que acontece

ocasionalmente tanto para limpeza da sugeira quanto para

aumentar a sua potência divina. Mas, quando o sacerdote

morre, o Ikin pode ser removido do seu local e transferido

para um parente do morto. A trasferência sempre envolve o

oferecimento de sacrifício e uma outra cerimonia de

purificação. Algumas pessoas preferem enterrar as nozes de

palmeira com o morto para livrarem-se de Ter que fazer uma

cerimônia, certamente elaborada e cara.

As nozes de palmeira sagradas são empregadas para divinação

em raras e importantes ocasiões, tais como divinações

públicas, de grande significação ritual, como a divinação

performada quando da coroação de um novo rei. O sacerdote de

Ifá sempre usa as nozes quando está consultando Ifá em favor

próprio, ou para membros muito próximos de sua família.

Sempre que ele usa as nozes sagradas para divinação, o

sacerdote de Ifá deve usá-las juntamente com o pó sagrado de

divinação, conforme descrito abaixo.

O pó divinatório é mantido dentro de um tabuleiro entalhado

de Ifá e colocado em parte ao frente ao divinador que mantém

as dezesseis nozes dentro de uma das mãos e tenta tirá-las de

um só golpe com a outra mão.

Se duas nozes restarem na palma de sua mão, ele faz uma marca

vertical no pó divinatório, se somente uma noz restar, ele

faz duas marcas.

Se ele conseguir tirar todas as nozes de um só vez ele não

marca nada. Do mesmo modo, o sacerdote, o sacerdote de Ifátem

que fazer estas marcas quatro vêzes à direita e quatro à

esquerda. O resultado vai dar a ele a marca de um Odù (

capítulo ou categoria da coleção dos escritos de Ifá). Se ele

fizer, por exemplo, uma marca, quatro vêzes na direita e

quatro vêzes na esquerda, a marca é aquela de Èji Ogbè, cujo

padrão vai aparecer como se segue:

I I

I I

I I

I I

10

Se ele fizer duas marcas quatro vêzes à direita e quatro

vêzes à esquerda, a marca registrada é a de ÒyÈkú Méjì que

será como se segue:

II II

II II

II II

II II

Existem um total de duzentos e cinquenta e seis ( 256)

padrões do tipo descrito acima na divinação de Ifá.23

Cada padrão é conhecido como Odù ou categoria da poesia

divinatória de Ifá. acredita-se que cada Odù contenha

seiscentos (600) Ese ou poemas de Ifá. O sacerdote de Ifá

aprende o maior número possível de poemas de cada um dos 256

Odù e recita-os para os seus clientes da maneira descrita em

detalhes abaixo.

(ii) Òpèlè ( corrente divinatória )

Um outro instrumento importante na divinação de Ifá é

conhecido como Òpèlè ( a corrente divinatória ). Esta

corrente, que tem duas terminações abertas na base é feita

tanto de metal quanto de barbante de algodão. Quatro meias

nozes do fruta Òpèlè24são presas em cada metade da corrente (

lados direito e esquerdo) cada uma destas meia nozes ( que

lembram um Obí) tem um lado externo liso e um lado interno

rugoso. Se a corrente é feita de metal, as meias nozes também

são feitas de metal de tal forma que parecem as meia nozes do

fruto do Òpèlè. O sacerdote de Ifá pega a corrente pelo meio

da sua parte superior e a joga na direção oposta ao seu

corpo, quando a corrente cai no chão, cada uma das meias

nozes em cada lado vai mostrar seu lado interno ou externo

para cima. Existem vinte e oito (28)possibilidades desta

forma de apresentação cada vez que o sacerdote joga a sua

corrente. Cada uma destas possibilidades de apresentação é

conhecida como Odù ou capítulo na coleção de escritos de Ifá.

A coleção total de escritos tem 256,(28 )capítulos.

Os capítulos têm nomes que são exatamente os mesmos que os

nomes atribuidos aos padrões marcados no pó divinatório,

quando se usa os Ikin. Por exemplo , quando todas as oito

nozes apresentam suas superfícies internas para cima, este

11

padrão é conhecido como Èjì Ogbè. E quando elas apresentam

sua superfície externa, a assinatura é a de Òyèkú Méjì.

O sacerdote de Ifá mantém a corrente divinatória dentro de

uma bolsa de couro ou pano conhecida como Àpò Ifá, que ele

carrega a tiracolo em um de seus ombros e toma parte de seu

equipamento sempre que ele sai de casa.

É devido ao hábito de usar esta bolsa no ombro qe o sacerdote

de Ifá é conhecido como Akápò ( carregador da bolsa de Ifá).

A corrente divinatória é usada mais frequentemente que as

nozes de palmeira para propósitos de divinação. O sacerdote

de Ifá usa a corrente divinatória no seu dia-a-dia, para a

maioria das civinações envolvendo os numerosos clientes e

reserva as nozes para ocasiões mais importantes. É devido a

importância das nozes sagradas como o mais antigo símbolo de

Ifá que não podem ser carregadas para cima e para baixo para

todas as ocasiões de divinação. Além de tudo a corrente é

mais fácil de manusear, de forma que o sacerdote pode obter a

marca de um Odù mais facilmente fazendo uso dela.

(iii) Ìbò ( instrumentos para tirar a sorte)

Quando um Odù for encontrado e o cliente reconhecer o poema

que se aplica ao seu problema, o sacerdote de Ifá faz uso ,

então do Ìbò para encontrar detalhes adicionais relacionados

a interpretação do poema que foi identificado.Para quem a

mensagem de Ifá é dirigida? Para o cliente ou para um de seus

parentes? Como deve ser feito o ebó que foi indicado para o

cliente? Estes e outros problemas são resolvidos pelo uso do

Ìbò.

O instrumento básico do Ìbò é um par de búzios amarrados e um

osso. Os búzios representam uma resposta positiva, enquanto

que o osso representa uma resposta negativa das divindades em

relação a todas as questões colocadas. Mas, muitos outros

instrumentos também são usados como parte do Ìbò, para

simbolizar difetentes coisas, por exemplo, um pedaço de pedra

representa boa saúde, enquanto que a noz do castanheiro da

África representa o próprio Òrúnmìlà.

A crença do sacerdote de Ifá e de seu cliente sobre o uso dos

instrumentos do Ìbò é de que Ifá irá falar ao cliente através

dos instrumentos do Ìbò, para explicar os detalhes do poema

que foi identificado como apropriado, tendo relação direta

com seu problema.

O sacerdote pede ao cliente para colocar o osso em uma das

mãos e o para de búzios na outra mão. O cliente pode manter

qualquer um dos dois objetos em qualquer uma das mãos,

12

esquerda ou direita. O sacerdote faz uma pergunta a

divindade, como esta: Ifá você vê problemas de saúde? Quem é

a pessoa que está doente? É a esposa do cliente?

O sacerdote, então, manipula seu instrumento de divinação

duas vêzes. Se o Odù que ele vè na Segunda vez é maior ( mais

velho) do que aquele que ele viu na primeira jogada, o

sacerdaote pedirá ao cliente que mostre a mão direita, mas,

se o Odù visto na Segunda vez é mais novo que o anterior, ele

pedirá a mão esquerda. Se por exemplo, o conteúdo da mão

direita é um osso, isso significa que a resposta a pergunta

feita é negativa. Neste caso o mome de um segundo parente ou

do próprio cliente substituem o primeiro. A pergunta é

refeita e a divinação continua até a resposta positiva.

O Ìbò é , portanto usado para obter respostas para os

problemas que podem surgir na interpretação dos poemas.

Eles agem como um meio de comunicação rápido entre Ifá e o

cliente. Sem o Ìbò, seria impossível determinar as minúcias

de cada divinação. Mas, o cliente setá interessado nessas

minúcias afim de conseguir satisfação e confiança de que ele

identificou seu problema e ofereceu a solução certa.

(iv) Ìyèròsùn ( pó divinatório )

Quando o sacerdote de Ifá usa as nozes sagradas de palmeira,

como foi explicado acima, ele imprime as marcas simples e

duplas obtidas em cada manipulação, no pó sagrado da

divinação denominado Ìyèròsùn.

Este pó esbranquiçado ou amarelado é obtido da árvore Ìrosùn

ou do bambú seco transformado em pó por cupins.O pó é

colocado no Opón Ifá (a bandeija talhada em madeira ) e o

sacerdote imprime marcas nele a medida que manipula as nozes

de palmeira.

O pó divinatório é considerado pelos sacerdotes de Ifá como

um símbolo sagrado de Ifá. Partículas deste pó são borrifadas

nos sacrifícios para assegurar a aceitação pelas divindades.

Ao cliente, algumas vezes, é pedido que engula o pó e

esfregá-lo na cabeça para forjar um laço de união entre ele e

as divindades de forma que ele possa ficar satisfeito que as

divindades o estão auxiliando na resolução dos seus

problemas.

(v) Iróké (objeto entalhado em madeira ou marfim usado

para evocar Ifá.)

13

Enquanto está fazendo divinação, o sacerdote de Ifá bate

repetidas vêzes no Opón Ifá com o Iróké para chamar Ifá para

estar presente na divinação.

Os praticantes ou subordinados de importantes sacerdotes de

Ifá carregam o Iróké na frente dos seus superiores quando

eles saem para realizar alguma importante cerimonia. O Iróké

é esculpido em marfim ou madeira em tamanho pequeno ou

grande. Em alguns Iróké uma figura humana ou a cabeça de um

ser humano é esculpida.

A parte sua parte superior é esculpida numa forma cónica,

longa e afilada. A parte de baixo tem um formato de boca

alargada e suporta o instrumento quando colocado em pé.

O sacerdote de Ifá segura o Iróké pela parte alargada

enquanto bate com a parte longa , superior contra o Opón Ifá

durante a divinação.

(vi) Opón Ifá ( tábua divinatória )

Conforme mencionamos acima, o sacerdote de Ifá imprime suas

marcas nuima bandeja de madeiraquando ele usa as nozes de

palmeira sagrada para divinar. As tábuas fivinatórias são

esculpidas em diversos tamanhos e formas. As margens da tábua

são dominadas por um padrão intrincado de diversos objetos

tais como pássaros, répteis, tartarugas e animais selvagens.

O meio da parte superior é reservado para a imagem de Èsù( o

divino trapaceiro que mantém o Àse ). Desta posição a imagem

de Èsù olha para o sacerdote de Ifá como se ele estivesse

dirigindo ou assistindo a divinação. O interior da tábua em

sí pode ser tanto redondo quanto quadrado.

(C) O PROCESSO DE DIVINAÇÃO DE IFÁ

Os sacerdotes de Ifá atendem a diversos clientes, todos os

dias. Estes clientes têm diferentes tipos de problemas

estendendo-se desde um conselho sobre se ele deve ou não

fazer uma viagem até assuntos de vida e de morte envolvendo

uma pessoa doente em favor da qual um parente consulta Ifá.

Alguns clientes consultam Ifá em momentos críticos de suas

vidas envolvendo matrimonio, divórcio, mudanças de profissão

ou de residência. Quando o cliente entra na casa do sacerdote

de Ifá, ele o saúda e expressa o desejo de “falar com a

divindade”. O sacerdote de Ifá, então, pega sua corrente

divinatória e a joga na esteira ou numa bandeja de ráfia em

frente ao cliente. O cliente sussurra seu problema numa moeda

ou num búzio e o coloca junto aos instrumentos do sacerdote.

Como alternativa o cliente pode pegar a corrente divinatória

ou o Ibò e soprar num deles diretamente.

14

Em ambos os casos acredita-se que os desejos do Orí do

cliente( Orí, Deus da predestinação que sabe o que é bom para

as pessoas.)25foram comunicados a Ifá que irá, então dar a

resposta apropriada através do primeiro Odù que o sacerdote

de Ifá irá revelar ao arremessar a corrente divinatória.

O sacerdote de Ifá pega então a corrente divinatória após

oferecer algumas palavras de saudação de Ifá. Ele apressa

Ifá para que dê a resposta apropriada ao cliente sem demora.

O sacerdote de Ifá profere o Ibà (permissão das

autoridades)26ao Ilè (a terra)

27, a Olódùmaré (Deus

Onipotente) e seus mestres na arte da divinação.

Ele atira a corrente divinatória em frente dele mesmo e

rapidamente lê e pronuncia o nome do Odù cuja assinatura ele

viu. A resposta ao problema do cliente será encontrada

somente neste Odù.

O sacerdote de Ifá começa então a cantar os versoa do Odù que

ele viu enquanto o cliente assiste e ouve.

O sacerdote canta tantos versos, quantos ele conheça daquele

Odù, até que ele cante um poema com uma história similar ao

problema do consulente. Neste estágio o consulente o detém e

pede explicações sobre aquele poema em paticular, que tem uma

história de um problema semelhante ao dele. O sacerdote

interpreta aquele poema em particular e menciona o sacrifício

que o cliente deve fazer.

Às vêzes durante o processo divinatório o cliente vai

reconhecer certos problemas similares aos problemas de certos

membros de sua família. Ele pode também reconhecer um poema

que se relaciona a outro problema pessoal dele diferente do

problema original por conta do qual ele consultou Ifá. Pode

também acontecer que o cliente não saiba qual poema escolher

dentre aqueles cantados pelo sacerdote. Em todos estes casos,

o Ìbò será usado para esclarecer e elucidar a real mensagem

de Ifá. Se, entretanto, o cliente sente que nenhum dos poemas

cantados pelo sacerdote tem nada a ver com o seu problema, o

sacerdote vai continuar cantando mais e mais poemas até que

um deles satisfaça o cliente. Mas, se o sacerdote tiver

esgotado seu estoque de poemas, ele pedirá polidamente ao

cliente para voltar no dia seguinte ou outo dia marcado para

então continuar a divinação. Enquanto isso, o sacerdote irá

aprender mais poemas do Odù original em questão e quando seu

cliente voltar, se voltar, ele irá cantar os novos poemas na

15

esperança de que desta vez o cliente se satisfaça. Na

Sociedade Tradicional Yoruba, o sacerdote de Ifá está livre

deste embaraço dado ao sistema no qual os divinadores

praticam a divinação em grupos consistindo de dois ou mais

sacerdotes. Quando os sacerdotes praticam Ifá desta forma, é

fácil satisfazer seus clientes, já que um sacerdote substitui

o outro quando seu colega já esgotou seu estoque de poemas ou

simplesmente não lembra mais nenhum poema naquela ocasião em

paticular.

Quando o cliente está totalmente satisfeito, tanto com o

poema que ele escolheu como o mais afim como o seu problema,

quanto com a interpretação feita pelo sacerdote ele passa a

fazer o sacrifício estipulado. Se o material requerido para o

sacrifício não puder ser encontrado nas vizinhanças do local

de divinação ou se o cliente não tem dinheiro para comprar o

material naquele momento, o sacrifício pode ser protelado até

a hora em que o cliente esteja com o material em mãos. Em

certos casos o cliente pode deixar uma quantia de dinheiro

suficiente para comprar o material com o sacerdote, que irá

comprar o material e fazer o sacrifício em favor de seu

cliente.

Se o cliente é uma pessoa pobre, ele pode oferecer só uma

parte do material.

Um ponto importante, entretanto é que aconteça o que

acontecer, o cliente deve ficar certo de que fez o sacrifício

prescrito. O sistema divinatório de Ifá condena veementemente

o indivíduo que evita o sacrifício prescrito para ele.

Acredita-se que estes indivíduos abrem-se para o ataque dos

Ajogun28 sem nenhuma ajuda ou proteção das divindades. O homem

não pode, portanto esperar sucesso algum, em qualquer assunto

que ele tenha cosultado Ifá, a menos que tenha feito o

sacrifício prescrito. Oferenda de sacrifício, significa que

as divindades sancionam aquilo que o cliente planeja fazer. E

o cliente, ele mesmo, sente um prazer psicológico pela

realização de que as divindades e os ancestrais estão

sustentando aquilo que ele planeja fazer. Além disso, o

sacrifício proporciona ao sacerdote o seu sustento diário, já

que lhe é permitido ficar com certa parte da oferenda feita

pelos seus clientes, para seu próprio uso mesmo que ele

esteja em dúvida sobre a parte do sacrifício que ele tem

direito, ele pode usar o Ibò para seu esclarecimento.

O sacrifício é portanto capital para a divinação de Ifá e

para a religião Yoruba como um todo. O sacrifício mantém o

elo de ligação entre o cliente, o divinador, as divindades e

os ancestrais, juntos num sistema de sevidão e recompensa.

Quando o cliente se nega a fazer sacrifício ele torna

impossível esse sistema de ação e reação. Este cliente,

16

portanto, comete uma violação do sistema de crença, uma vez

que ele explorou as divindades para identificar seu problema

e resolvê-lo, sem dar a elas a recompensa estabelecida. Logo,

as divindades não só vão deixar de ajudá-lo como também podem

até puni-lo por sua exploração descarada.

(D) O TREINAMENTO DO SACERDOTE DE IFÁ

Na sociedade tradicional Yoruba, os sacerdotes de Ifá eram os

médicos, psiquiatras, historiadores e filósofos da comunidade

à qual eles pertenciam. Portanto, não é surpresa nenhuma que

um sistema elaborado de treinamento envolvendo tanto tempo e

paciência seja a marca para aqueles que aspiram a ser

sacerdotes de Ifá. O resultado é que só uma pequena parcela

das pessoas completa o árduo e longo treinamento. A maioria

das pessoas começa seu treinamento ainda muito jovem,

geralmente entre dez e doze anos de idade e permanece com

seus mestres pelos próximos dez ou quinze anos após a

primeira parte do seu treinamento Ter sido completada.

Na maioria dos casos os aprendizes vivem com seus mestres e o

ajudam em alguns trabalhos de casa e da fazenda ou so seu

jardim.

O início do trino consiste em ensinar ao noviço como

manipular o Òpèlè e as nozes de palmeira.

O estudante aprende, nesta fase do treinamento as marcas e os

nomes dos 256 Odù. Isto leva no mínimo dois ou três anos.

Esta é a parte básica do treinamento que requer uma boa

memória e muita paciência e dedicação por parte do estudante.

Após o estudante Ter se tornado um exímio conhecedor dos

nomes dos Odùs e suas marcas, ele pasa a aprender passo-a-

passo os poemas que pertencem a cada Odù. O sacerdote

professor,cita algumas linhas de um poema e o estudante

repete igual papagaio. Deste modo, os poemas curtos podem ser

aprendidos a cada dia enquanto que os poemas longos podem

levar muitos dias para ser aprendidos. O estudante gasta

muitas horas por dia treinando os poemas que aprendeu com seu

17

mestre. Isto refresca a sua memória e o ajuda a saber quais

poemas já aprendeu completamente e quais esqueceu. A maior

parte do treinamento, entretanto é informal. O estudante

aprende muito enquanto sentado ao lado do seu professor

assiste como ele manipula os instrumentos de Ifá e como ele

canta os versos de Ifá para seus clientes. O estudante às

vêzes ajuda seu mestre a preparar os remédios ou procura o

material necessário para os sacrifícios. Desta maneira o

futuro sacerdote reforça seus conhecimentos a respeito das

coisas que ele já aprendeu e aprende novos poemas e novas

fórmulas medicinais.

Uma outra parte importante do treinamento do sacerdote de Ifá

consiste no aprendizado dos sacrifícios que são feitos junto

com cada poema. Aqui, o estudante deve aprender detalhes

minuciosos tais como o nome dos materiais necessários ao

sacrifício e como o material deve ser preparado para o

sacrifício e como o material deve ser preparado para o

sacrifívio; se deve ser cozido, colocado no altar

(santuário), de uma divindade em particular, levado para o

rio ou para a encruzilhada. Como foi dito acima o estudante

de Ifá aprende um pouco de medicina populara com seu mestre.

Esta é uma parte muito importante do treinamento do sacerdote

de Ifá, e como será visto adiante, alguns sacerdotes escolhem

esta área para especializarem-se na sua pós-iniciação. Nenhum

sacerdote pode Ter uma prática bem sucedida se ele nada sabe

de medicina, já que muitas pessoas procuram o sacerdote para

ajuda médica para curar seus males.

Quando o sacrdote está satisfeito com o estudante e este já

aprendeu bastante sobre as várias coisas listadas acima, ele

permite que o estudante se inicie. Iniciação é o climax de

vários anos de duros estudos e é celebrada com a pompa e

dignidade próprias. O futuro sacerdote é levado à floresta

onde vários sacerdotes graduados o examinam nas diferentes

áreas nas quais ele recebe instruções. Eles também o

aconselham a aceitar sem restrições os segredos e a ética de

sua profissão. Ele volta da floresta como um sacerdote

completo e fica sendo conhecido por toda a comunidade como

babaláwo ( pai dos segredos da divinação). Ele pode

estabelecer-se sozinho ou com seus companheiros.

A iniciação, no entanto, não é o fim do treinamento do

sacerdote de Ifá; para a educação de um verdadeiro babaláwo é

preciso toda uma vida. O treinamento pós-iniciação é

altamente observado por todos os sacerdotes de Ifá. esta

parte do treinamento dos sacerdotes de Ifá envolve

especialização geralmente em medicina ou no aprendizado de

poemas e áreas não cobertas pelo seu treinamento anterior.

18

Este aspecto do treinamento muitas vêzes leva o sacerdote

para longe de sua casa. Se por exemplo o mais famoso

sacerdote de Ifá na área de medicina mora a cento e cinquenta

quilómetros de distância de sua casa, o babaláwo em pós-

iniciação vai para lá e fica por alguns anos para aprender

os segredos daquele ramo da medicina. O treinamento da pós-

iniciação geralmente leva o babaláwo para longe de sua casa e

neste contexto ele aprende mais sore outras pessoas e faz

amigos em lugares distantes. Isto dá ao sacerdote um

refinamento de sua personalidade o que faz dele uma pessoa

especial entre os seus companheiros, como uma pessoa bem

inforamada, viajada e bem desciplinada.

Através dos longos e sistemáticos anos de treinamento

descritos acima, os sacerdotes de Ifá sucederam-se na

transmissão dos mais importantes ingredientes do seu

repertório de uma geração para a outra sem adulteração. Isto

mostra que sociedades não-letradas podem se desenvolver,

preservar, e transmitir os seus principais conhecimentos

académicos, sem saber a arte da escrita. Os sacerdotes de Ifá

podem ser considerados os intelectuais tradicionais deste

sistema oral, e seus longos anos de treinamento os coloca

fora do resto da sociedade como versado, paciente, dócil e

humilde portador da tradição Yoruba.

A sobrevivência dos ingredientes da tradição Yoruba através

dos turbulentos anos daquela cultura, dependem em grande

parte deste empedernido grupo de discípulos e bem informados

“pais dos segredos da divinação de Ifá”.

(E) UM LUGAR NA RELIGIÃO TRADICIONAL YORUBA

O treinamento dos sacerdotes de Ifá e a mitologia de Ifá

descritos acima dão a esta divindade uma posição única dentre

as incontáveis divindades da religião tradicional Yoruba. Uma

vêz que ele é denominado Obarìsà (rei das divindades) pelos

sacerdotes de Ifá. Esta posição de rei que Ifá ocupa entre as

divindades Yoruba é o resultado de diversos fatores. Em

primeiro lugar Ifá é o porta-voz das divindades e dos

ancestrais. É através da divinação de Ifá que os seres

humanos podem se comunicar com as divindades e com os

ancestrais. Sem ele e sem o sistema divinatório, os seres

humanos teriam dificuldade de alcançar os poderes divinos e

obter seu favorecimento nas horas de necessidade.

Além disso, Ifá representa um ramo especial da religião

Yoruba por causa do seu aspecto intelectual. Neste sentido

Ifá é mais que um ramo da religião Yoruba. Ifá é o meio pelo

19

qual a cultura Yoruba se reforma e se regenera e preserva

tudo que é considerado bom e memorável naquela sociedade.

Ifá é a cultura Yoruba no seu verdadeiro senso dinâmico e

tradicional. Ifá é um meio pelo qual uma sociedade não

letrada esforça-se para manter e disseminar sua própria

filosofia e valores a despeito dos lapsos e imperfeições da

memória humana na qual o sistema é baseado. Não é surpresa,

portanto qeue Ifá signifique tanto para o povo Yoruba, na

sociedade tradicional Yoruba, a vida de cada homem, do

nascimento até a morte é dominada e regulada por Ifá. Nenhum

homem toma nunhuma decisão importante sem consultar o deus da

sabedoria. Todos os importantes ritos de passagem como

cerimonia do nome, coroaçõa de reis e cerimónias fúnebres,

tem que se sancionados e autenticados por Ifá. a voz das

divindades e a sabedoria dos ancestrais. Este é o sentido dos

seguintes versos:

(Ifá é o senhor de hoje,

Ifá é o senhor do amanhã;

Ifá é o senhor de depois de amanhã;

A Ifá pertence todos os quatro dias criados pelas divindades

na terra)

Mas, Ifá é mais que um sistema Yoruba; traços deste

fascinante sistema podem ser encontrados em várias outras

culturas do Oeste da África, principalemte entre os Edo,

Igbo, Ewe, Fon, Jupe, Jukun, Borgu e outros grupos étinicos

do Oeste da África. O estudo detalhado de Ifá e dos sistemas

relacionados a divinaçõa de Ifá entre estas culturas do Oeste

da África, ainda estão para serem explorados.

O que sabemos no momento é que entre os Yoruba, Ifá foi tão

intimamente identificado com a mitologia, folclore, medicina

popular, história, religião e sistemas de valores da

cultura,que é quase sinônimo da própria cultura Yoruba.

II. OS ODÙ OU CATEGORIAS DA DIVINAÇÃO DE IFÁ

20

Como mencionamos acima, existem 256 categorias de poesia na

coleção de escritos de Ifá. Cada uma destas categorias é

chamada de Odù. Cada Odù como será visto adiante tem sua

própria assinatura e caráter. O trabalho do sacerdote de Ifá

é reconhecer a assinatura de cada um dos Odù e a inerpretação

de suas características do ponto de vista literário,

mitológico e religioso; e os Yoruba acreditam que os Odù são

divindades em sí mesmos, e que eles como outras divindades ,

desceram do Òrun na cidade de Ifè.

Acredita-se também que o Odù foi enviado por Olódùmarè (o

Deus Onipotente Yoruba) para substiuir Òrúnmìlà na terra após

o retorno deste para o Òrun . Cada Odù tem 600 (seiscentos)

Ese (poemas) que o identificame lhe dá um caráter distinto. É

parte do treinamento do sacerdote de Ifá estar apto a

distinguir entre os Ese aqueles que pertencem a cada um dos

Odù sem cometer erros ou misturá-los. Os nomes dos 256 Odù

são baseados em 16 nomes genéricos da onde os nomes dos Odù

são derivados. Cada um destes 16 nomes básicos corresponde a

um dos 16 padrões possíveis de divinação em um dos braços da

corrente divinatória ou um dos lados das marcas feitas no pó

divinatório. Desde que ambos, o pó divinatório e a corrente

divinatória são lidos da direita para a esquerda, como Árabe,

o padrão do lado direito é considerado básico e é nele que os

16 nomes genéricossão baseados. A seguir temos os 16 padrões

básicos das marcas impressas colocadas em ordem cronológica.30

(1)OGBÈ

I

I

I

I

(2)ÒYÈKÚ

II

II

II

II

(3)ÌWÒRÌ

II

I

I

II

(4) ÒDÍ

I

II

II

I

(5)ÌROSÙN

I

I

II

II

(6)ÒWÓRÍN

II

II

I

I

(7)ÒBÀRÀ

I

II

II

II

(8)ÒKÀNRÀN

II

II

II

I

21

(9)ÒGÚNDÁ

I

I

I

II

(10)ÒSÁ

II

I

I

I

(11)ÌKÁ

II

I

II

II

(12)ÒTÚRÚPÒN

II

II

I

II

(13)ÒTÚÁ

I

II

I

I

(14)ÌRETÈ

I

I

II

I

(15)ÒSÉ

I

II

I

II

(16)ÒFÚN

II

I

II

I

Os 256 Odù de derivam dos 16 padrões genéricos; estão

arranjados em dois grupos. O primeiro grupo e mais importante

é o Ojú Odù ( principal ou maior). São 16 em número e

baseados na duplicação de cada um dos 16 padrões genéricos.

Portanto a palavra èjì ou méjì (dois) acompanha cada um dos

seus nomes como prefixo ou sufixo.

Assim nós temos Èjì Ogbè (dois padrões de Ogbè) que é uma

duplicação do padrão (I) acima. Em outras palavras, quandose

vê o mesmo padrão genérico na esquerda e na direita, a

assinatura é de um Ojú Odù para o qual o nome Èjì + X ou X +

Méjì será escrito.

A lista completa dos nomes dos 16 principais Odù em ordem de

antiguidade segue-se:

Em que X é um dos padrões de 1-16 abaixo.

1 ÈJÌ OGBÈ 2 ÒYÈKÚ MÉJÌ

3 ÌWÒRÌ MÉJÌ 4 ÒDÍ MÉJÌ

5 ÌROSÙN MÉJÌ 6 ÒWÓNRÍN MÉJÌ

7 ÒBÀRÀ MÉJÌ 8 ÒKÀNRÀN MÉJÌ

9 ÒGÚNDÁ MÉJÌ 10 ÒSÁ MÉJÌ

11 ÌKÁ MÉJÌ 12 ÒTÚRÚPÒN MÉJÌ

13 ÒTÚÁ MÉJÌ 14 ÌRETÈ MÉJÌ

15 ÒSÉ MÉJÌ 16 ÒFÚN MÉJÌ

EM QUE X É UM DOS PADRÕES DE 1-16 ACIMA

22

O segundo grupo de Odù são chamados Omo Odù ( filho do Odù ou

Odù júnior) ou Àmúlù ( padrão misto). Estes são baseados na

organização com qualquer par dos 16 padrões genéricos lado a

lado desde que não sejam iguais. Assim se pegarmos o padrão

(1) como ponto de partida na direita e colocarmos qualquer um

dos outros 15 na esquerda, nós teremos a assinatura de 15 Odù

juniores diferentes. Da mesma maneira se pegar-mos o padrão

(2) como ponto de partida e arranjarmos um dos outros 15

padrões (incluindo o padrão 1) no seu lado esquerdo, isto nos

trará a assinatura de mais 15 outros Odù. Se fizermos isto em

cada um dos 16 padrões genéricos, de maneira que nenhum

padrão apareça mais que uma vez do lado direito nós

chegaremos a 240 Odù juniores.

Como no caso dos 16 Odù principais, há uma ordem cronológica

entre os Odù juniores. Os nomes dos 30 Odù mais velhos entre

os juniores são dados abaixo em ordem de senioridade.

1. OGBÈYÈKÚ 2. ÒYÈKÚLOGBE 3. OGBÈWÈYÌN

4. ÌWÒRÌBOGBÈ 5. OGBÈDÍ 6. IDINGBÈ

7. OGBÈROSÙN 8. ÍROSÙNGBÈMÍ 9. OGBEHÚNLÉ

10.ÒWÓNRÍNSOGBÈ 11.OGBÈBÀRÀ 12.ÒBÀRÀBOGBÈ

13.OGBEKÀNRÀN 14.ÒKÀNRANSODÈ 15.OGBÈYÓNÚ

16.ÒGUNDÁBÈDÉ 17.OGBÈRÍKÚSÁ 18.OSÁLOGBÈ

19.OGBÈKÁRELÉ 20.ÌKÁGBÈMÍ 21.OGBÈTÓMOPÒN

22.ÒTÚÚRÚPONGBÈ 23.OGBÈALÁRÁ 24.ÒTÚÁORIKÒ

25.OGBEATÈ 26.ÌRÈNTÉGBÈ 27.OGBÈSÉ

28.ÒSÉOGBÈ 29.OGBÈFÚN 30.ÒFÚNNAGBÈ

Cada um dos 256 Odù tem uma característica específica

associada com ele. Por exemplo, Èjì Ogbè, o primeiro e mais

importante Odù, acredita-se que segnifica boa sorte, nquanto

que Ìretè Méjì o décimo quarto Odù, significa morte. O décimo

terceiro Odù Òtúá Méjì por outro lado, conta a história do

Islam e a introdução daquela religião na terra Yoruba.31 A

maioria dos poemas em cada Odù contém histórias relacionadas

ao caráter ou tema do Odù concernente. Logo existem 256

caracteres maiores na coleção de escritos de Ifá. Mas,

existem alguns poemas em cada Odù que nada têm a ver com o

tema principal do Odù concernente. Assim, em ÈgÌ Ogbè nem

23

todos os poemas vão conter o tema de “boa sorte” e em Ótúrá

Méjì nem todos os poemas vão falar sobre o Islam.

Acredita-se que cada um dos 256 Odù contenham relação com uma

das divindades. O Odù que se relaciona a uma divindade em

particular , diz-se que pertence àquela divindade. O que isto

significa é que os mitos daquela divindade estão contidos no

seu Odù, de forma que muitos poemas naquele Odù vão conter

histórias sobre aquela divindade. Além disso, quando a

asinatura do Odù que pertence a uma divindade em particular

aparece, será dito ao cliente que ofereça sacrifícios àquela

divindade. Assim, quando a assinatura de Ògúndá Méjì, o nono

Odù, que acredita-se pertença a Ògún ( a divindade da guerra

e da caça), é encontrada, o cliente deve oferecer sacrifívios

a Ògún. A crença do sacerdote de Ifá e do seu cliente é a de

que Ògún ajudará o cliente a resolver seus problemas, desde

que o cliente realize o sacrifício prescrito.

Pode-se dizer que o Odù ajuda a dar sentido e esclarecimento

aos milhares de poemas ( 256 x 600 ) que acredita-se existir

na coleção de textos de Ifá. Sem o Odù seria difícil

categorizar os importantes temas encontrados nesses numerosos

poemas. Além disso, ligando-se cada Odù a uma divindade

paticular a coleção de escritos fica mais próxima da religião

Yoruba e do sistema de crenças de tal modo que cada divindade

do elaborado panteão da mitologia Yoruba pode então falar ao

da cliente através do Odù que lhe pertence. Isto, então,

revela um lugar para cada divindade na coleção de escritos de

Ifá, fazendo de Ifá a voz das divindades.

(III) OS POEMAS (ESE) DA COLEÇÃO DE ESCRITOS DE IFÁ

(A) ESTRUTURA DOS ESE IFÁ32

Conforme mencionado, cada Odù contém muitos poemas conhecido

pelos Yoruba como Ese. Alguns destes poemas são longos

equanto que outros são muito curtos, mas , sendo longos ou

curtos, existe uma sequència lógica na organização, nos

elementos de cada poema de Ifá.

Este arranjo sequencial dos elementos é o que “eu” denomino

“estrutura”.

Cada poema de Ifá tem um máiximo de oito e um mínimo de

quatro partes estruturais. Os poemas que têm quatro partes

são geralmente curtos e esteriotipados. Eles são denominados

pelos sacerdotes de Ifá de “ Ifá Kéékèèkéé”( pequenos poemas

de Ifá). Eles são na realidade , formas encurtadas de pomas

mais longos. A maioria dos versos encontrados na coleção de

escritos de Ifá, entretanto, tem mais que quatro partes

24

estruturais. Entre este grande grupo de poemas, que têm mais

de quatro partes, existem alguns em cujas partes IV-VI

foram incomumente alongadas. Este tipo de poema é cohecido

como “Ifá nláálá”33 ( poemas longos de Ifá).

Todo verso de Ifá inicia-se com uma apresentação do nome do

sacerdote de Ifá que pe tido como aquele que no passado

efetuou a divinação que forma a matéria do poema.

Estes nomes são apelidos ou nomes de louvor dos sacerdotes de

Ifá. Esta primeira parte (i) da estrutura do verso de Ifá é

muito observada pelo sacerdote, uma vez que sem evocar os

nomes destas autoridades do passado, o poema de Ifá fica

destituido de sua importância mítica. Esta parte do verso de

Ifá, portanto dá autenticidade a cada poema como um

acontecimento verdadeiro que realmente ocorreu no passado. Os

nomes mencionados na parte (i) podem ser nomes de ser humano,

podem ser nomes de animais ou plantas que são, para os

propósitos da história, no poema consernente, personificados

como se fossem capazes de narrar uma história coerente que

será compatível com a totalidade do poema de Ifá.

Então quando o sacerdote se refere aos nomes encontrados

nesta parte do poema, como nome de sacerdote do passado, nós

podemos entender seu clamor como verdadeiro, mas só no

sentido espiritual ou simbólico.

A parte (ii) da estrutura do poema, menciona o nome(s) do

cliente(s) para quem os divinadores em (i) acima fizeram

divinação. O cliente menciondado aqui pode ser um ser humano

ou uma comunidade inteira. Como na parte (i) acima, estes

nomes de clientes podem ser nomes reais ( históricos) ou

níticos; de pessoas ou lugares. Mas, uma vez que o sacerdote

de Ifá , acredita seram estes nomes de pessoas ou lugares,

nomes verdadeiros, esta parte do poemade Ifá fortifica a

autenticidade aclamada pelo sacerdote para o seu repertório.

A terceira parte (iii) do poema de Ifá menciona a razão ou

ocasião da divinação passada, em questão. Esta posição do

repertório do sacerdote trata do motivo da divinação passada

engrandecendo o valor mítico do poema de Ifá.

A Quarta parte(iv) dos poemas nos diz o que o cliente, na

divinação passada, teve que fazer . Esta seção

geralmenteinclui aluns detalhes como os sacrifícios, tabús e

conselhos que o cliente foi aconselhado a seguir. Além disso,

a lista das coisas para o sacrifício pode estar escrita. Esta

seção de poema refresca a memória do sacerdote de Ifá sobre

que tipo de sacrifício. Ele deve prescrever para o seu

cliente e que conselhos deve dar.

Ademais, esta parte justifica o sacerdote quando ele lista,

para seu cliente, os sacrifícios que ele terá que fazer, e o

reconhecimento do cliente de que estes sacrifícios foram

25

oferecidos por outras pessoas, o faz acreditar na eficácia do

sacrifício.

A parte (v) trata de esclarecer se o cliente seguiu ou não o

conselho que lhe foi dado em (iv)acima. Por exemplo, o

cliente fez o sacrifício precrito? Até que ponto ele observou

os conselhos dados pelo sacerdote. É necessário esclarecer

todos esses detalhes aqui par ajustificar o resultado da

divinação em (vi)abaixo.

A parte (vi) nos fala do resutado da divinação, por exemplo,

se o cliente fez o sacrifício e fez todas as coutras coisas

que lhe foram incicadas, o que foi que aconteceu com ele? Ele

alcançou seu propósito, como colocado em (iii) acima?

O que geralmente acontece é que se o secerdote de Ifá fez o

sacrifício e obserbou todos os outros detalhes, esta parte do

poema irá mostrar que ele conseguiu seu objetivo, mas se

falhou com o sacrifício ele não alcançará o que

originalmente ele pretendia. Esta parte do poema de Ifá,

mostra em exemplo concreto para as pessoas das consequencias

de negligenciar o sacrifício e que resposta pode esperar

aquele que fez o sacrifício.

A parte (vii) nos mostra a reação do sacerdote de Ifá ao

desfecho da divinação. Assim, se o resultado da divinação em

(vi) é favorável ao cliente, ele irá reagir com alegria, mas

de for desfavorável, sua reação será de arrependimento.

Esta parte da estrrutura do poema é importante porque nos

mostra a avaliação do cliente quanto a sua própria ação e

fortalece mossa crença na necessidade da pessoa fazer

sacrifício.

A parte (viii) é apresentada em forma de conclusão para a

história inteira. Esta parte do poema pode resaltar o tama da

história ou mencionar a importância do sacrifício. De certo

modo esta parte é a avaliação do sacerdote de Ifá daquilo que

ele considera importante ou memorável na história como um

todo.daí, a parte ( viii) ser geralmente apresentada em

termos didáticos.

O que se viu até aqui é que a poesia de Ifá é um tipo de

poesia histórica.34 Toda poesia de Ifá é uma tentativa de

narrar, através da estrutura peculiar da poesia divinatória,

coisas que o sacerdote de Ifá foi ensinado a acreditar, que

aconteceram deveras no passado.

Narrando estas histórias do passado, o sacerdote de Ifá

acredita que seu cliente pode detectarr situações semelhantes

26

as dele mesmo e advertir sua própria pessoa do melhor a ser

feito à luz da história passada que ele ouviu do sacerdote.

A poesia divinatória de Ifá é tida como um registro das

atividades das divindades e dos ancestrais na terra. Numa

cultura cuja estrutura política e social é baseada em

divindade dos reise na sabedoria dos mais velhos, tais

atividades passadas são muito valorizadas e respeitadas por

todos. Todas as partes dos versos descritas acima poderiam

ser cantadas ou recitadas pelo sacerdote durante a divinação.

A parte( viii) é invariávelmente apresentada em forma

cantada. Esta parte pode ser cantada mesmo pelo cliente ou

pelo estudante do sacerdote maior presente durante a

divinação. Enquanto cantando ou recitando qualquer poesia de

Ifá, o sacerdote tenta ficar tão perto quanto possível das

partes originais( i-iii) e da parte ( viii) como lhe foram

passadas por seu professor. Ele não está autorizado a

acrescentar suas próprias palavrasou subtrair qualquer coisa

desta parte do repertório.

Ele é, entretanto, livre para usar sua própria linguagem

enquanto vertendo as partes (iv-vii), enquanto ele estiver

consciente da principal trama, bem como das caractrísticas da

história como um todo e mantiver o tema original. Assim,

enquanto o sacerdote de Ifá não tem permissão para inovar em

certas partes do seu repertório , ele tem permissão de , até

certo ponto, criar em outras.

Os versos curtos de Ifá (Ifá Kéékèèkéé) mencionados acima ,

geralmente têm quatro partes a saber: (i),(ii),(iii) e

(viii). Todos os outros versos usam todas ou algumas das oito

partes estruturais vistas acima. Mas, praticamente todos os

versos de Ifá contém as partes (i-iii), bem como a parte (

viii). Assim, no trabalho de construção da poesia divinatória

de Ifá podemos dizer que as partes (i-iii) e (viii) são

obrigatórias enquanto que as partes (iv-vii) são opcionais. O

poema de Ifá seguinte é apresentado para mostrar um exemplo

das oito partes estruturais da poesia divinatória de Ifá,

como analisado abaixo.

27

Parte (i) O sacerdote de Ifa chamado Gbónkólóyo

Parte (ii) Jogou Ifá para caçador.

Parte (iii) Que estava indo para caçar em sete florestas e

sete desertos.

Parte (iv) Foi dito que ele fizesse sacrifício para

segurança própria e da espedição.

Parte (v) E ele fez sacrifício.

Parte (vi) Após Ter feito sacrifício,

Ele derrotou seus inimigos da direita,

Ele derrotou seus inimigos da esquerda.

Ele capturou escravos,

Ele reuniu muitos saques de guerra.

Parte (vii) Ele disse que aconteceu exatamente

Como seu sacerdote de Ifá usou sua voz em louvor

de Ifá.

parte (viii)Bem vindo caçador aclamado

Bem vindo caçador de louvor.

Caçador, nós te saudamos,

Nós te damos boas vindas e te aprovamos.

28

(B) ASPECTOS DO ESTILO NO POEMA DE IFÁ

A poesia de Ifa é muito rica em linguagem e formas de estilo.

Uma relação detalhada de todas as características de estilo e

linguagem deste rico genero poético não pode ser tentada aqui

por uma questão de limitação de espaço. Aqui, será suficiente

mencionara alguns dos dispositivos poéticos e discutir um

deles. Algumas das mais características formas de estilo

encontradas no poema de Ifá são: a repetição, palavra

cantada, personificação, metáfora, paralelismo e onomatopéia.

Uma relação detalhada dos modos de ocorrência destas formas

de estilo foi tentada em outro local.36

Na vião do presente investigador a repetição é a mais

importante forma de estilo encontrada na poesia divinatória

de Ifá. uma relação detalhada desta forma de estilo segue-se

agora.

Exitem cinco tipos de repetição encontrados na poesia de Ifá,

a saber:

(i) Repetição estrutural.

(ii) Repetição temática.

(iii) Repetição linear.

(iv) Repetição léxica e silábica.

(v) Aliteração e assonância.

Como ficará evidente nas páginas seguintes, muitas destas

formas de repetição ocorrem frequentemente juntas. Mas, para

que fique mais claro, cada um destes tipos acima será tratado

separadamente.

(i) Repetição estrutural

Uma das instancias mais comuns de ocorrencia de repetição nos

poemas de Ifá é a repetição de partes da estrutura dos poemas

de Ifá.

29

Conforme colocado acima os versos de Ifá têm uma estrutura em

oito partes. A repetição estrutural entra no repertório do

sacerdote de Ifá, após ele Ter dito a sétima parte do seu

material. A repetição estrutural frequentemente envolve as

partes (i),(ii),(iii) e algumas vezes em parte ou a

totalidade das partes (iv),(v) e (vi) antes que o sacerdote

de Ifá finalmente cante a parte (viii). Assim, a repetição

estrutural envolve a repetição de algumas ou de todas as seis

priemeiras partes ( i.e. vii a viii). Sempre que a repetição

estrutural ocorre no poema de Ifá somente as partes (i)-(iii)

são constantes; as partes (iv)-(vi) podem ou não ser

incluidas de maneira nenhuma. Além disso, quando as partes

(iv)-(vi) são incluidas, a estrutura gramatical das sentenças

envolvidas podem ser mudadas para com o intuito de adequar-se

ao propósito de alcançar um bom canto vocal. Portanto, o

sacerdote de Ifá pode ou não repetir as partes (iv)-(vi)

palavra por palavra. Isto não é surpresa, desde que, como

dissemos antes, as partes (iv)-(vi) formam a porção dinâmica

da estrutura do poema de Ifá, onde o sacerdote de Ifá tem

licença para usar sua própria linguagem. Assim, nos exemplos

abaixo, a linha sete é excluida do material quando o

sacerdote está repetindo seu material.

O material seguinte mostra a repetição das partes (i)-(vi) em

um poema de Ifá.

30

Parte (i) Havia vinte pessoas com kéké marcas faciais.38

Havia trinta pessoas com àbàjà marcas faciais.

Havia cinquenta pessoas com Kolo marcas faciais.

Pate (ii) Jogaram Ifá para Odúnmbákú,39

Que era o filho de Àgbonnìrègún.

Pate (iii) Foi dito que ele deveria fazer sacrifício para

& (iv) para prevenir morte iminente.

Foi dito para ele oferecer sacrifício com ìrànà

(galinha)40

parte(v) Ele fez conforme lhe disseram.

Parte(vi) E ele não morreu.

Parte(vii)Ele estava dançando,

Ele estava regozijando-se,

Ele louvou seu sacerdote de Ifá

31

Enquanto que o seu sacerdote louvava Ifá

Conforme ele abriu um pouco a sua boca,

A música de Ifá nela penetrou.

Quando ele esticou suas pernas,

A dança as puxou.

................

Parte(i) Havia vinte pessoas com Kéké marcas faciais.

Havia trinta pessoas com àbàjà marcas faciais.

Havia cinquenta pessoas com kolo marcas faciais

Parte (ii) Jogaram Ifá para Odúnmbákú

Que era filho de Àgbonnìrègún.

Parte(iii) Disseram para ele fazer sacrifício para

&(iv) Prevenir morte iminente.

Parte (v) Ele fez conforme foi dito.

Parte(vi) E ele não morreu.

..........................

Parte(viii)No ano que eu devia Ter morrido,

A morte levou minha galinha,

Minha própria galinha.

Minha galinha ìrànà,

Que eu oferecí como sacrifício,

Foi levada pela morte.

(ii) Repetição temática

A repetição temática envolve a constante repetição do assunto

de um poema de Ifá em diversas partes do mesmo poema como

forma de ênfase. Este tipo de repetição mostra-se de forma

destacada no “Ifá nlánlá” ( poema longo de Ifá)que é

geralmente longo e separado em partes tanto no tema como na

forma de apresentação. O valor da repetição temática neste

tipo de poesia é portanto o de identificar para nós, por

repetição constante, o ponto que aparece como mais

importante para o sacerdote de Ifá no seu material, de forma

que não reste nenhuma dúvida quanto a sua mensagem.

32

A repetição temárica geralmente ocorre nas partes (iv)-(vi)

da estrutura do poema de Ifá. conforme já mencionado, estas

são as partes criativas e dinâmicas da poesia divinatória.

(iii) Repetição linear

É de longe o mais importante tipo de repetição encontrada na

poesia divinatória. Dois tipos de repetição linear podem ser

identificados nos poemas de Ifá: completa e parcial. A

repetição linear completa envolve a repetição de uma ou mais

linhas do poema de Ifá. Este tipo de repetição é usado tanto

para ênfase quanto para satisfazer o que este investigador

decreve em outro local,41 como elemento de ficção em poesia de

Ifá.

Conforme o sacerdote aprende os versos de Ifá durante seus

longos anos de treinamento, e também aprende ao mesmo tempo

que parte de seu repertório deve ser repetido, duas, três,

quatro ou mais vezes. Sempre que ele encontrar algum material

desse tipo, ele é obrigado a repetir o verso(s) envolvido da

maneira especificada pelos dogmas de sua crença.

Nós, achamos, portanto que a repetição linear completa sempre

envolve a repetição de um ou mais versos por um número

qualquer de vezes, de duas a dezesseis vezes. Os versos

repetidos podem seguir-se uns aos outros diretamente no texto

ou podem estar espalhados entre outros versos. Que, portanto,

os versos envolvidos podem ser repetidos a cada três, quatro,

cinco ou dezesseis linhas. O exemplo seguinte mostra a

repetição de um grupo de versos quinze vezes. No total, são

envolvidas quarenta e cinco linhas de poesias, o que forma

mais da metade do número total de linhas nesse poema de Ifá.

33

“Nígbà èkíní,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkejì,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èketa,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkerin,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkaàrún,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkefà,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkeje,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkejo,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkesàán,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkewàá,

Mo Wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkokànlá,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èkejílá,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Nígbà èketàlá,

Mo wolé Óníkàámògún.

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Na primeira vez,43

Eu fui à casa deÓnikàámògún.

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na segunda vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na terceira vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na quarta vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na quinta vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na Sexta vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na sétima vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na oitava vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na nona vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

Na décima vez,

Eu fui à casa de Ónikàámògún

Eu não achei Ónikàámògún em

casa.

34

Nígbà ekerínlá,

Mo wolé Óníkàámògún.

Na décima primeira vez...

Na décima segunda vez...

Na décima terceira vez...

Na décima quarta vez...

Na décima quinta vez...

Mas,comforme eu estava indo

Para entrar no décimo sexto

Ó wáá kù dèdè

.

Mo wáá bá Oníkàámògún,

Èmi ò bá Óníkàámògún

Nígbà èkèédógún,

Èmi ò bá Óníkàámògún nlé.

Mo wolé Óníkàámògún nlé

Kí nwo káà kerìndínlógún

Ó kawó Ifá,

apartamento do palácio.

Eu encontrei Óníkàámògín.

Ele colocou um punhado de

instrumentos de divinação na

sua cabeça.

Ele cobriu-se com roupa

àká.44

Ó fi lérí.

Ó faso àká bora...”42

35

A repetição linear incompleta caracteriza-se pela

repetição de parte de uma ou mais linhas par ênfase. A

repetição pode ocorrer no começo, no meio, ou no final de uma

linha concernente. Mais ainda, a linha repetida pode estar

misturada à outras linhas de forma que teremos uma repetição

incompleta em todas as alternativas,na quarta, quinta ou

sexta linha.

No exemplo seguinte, as palavras ó ní na linha 1 saõ

repetidas na linha 4, enquanto que os itens la jo ns podem

ser encontrados nas linhas, 1,4 e 7. As duas primeiras

palavras na segunda linha, tètè móo são repetidas nas linas,

3,5,6,8 e 9.

Ó ní àwa agba la jo nsegbo.

Tètè, móo rìn,

Tètè, móo yan.

Ó ní àwaa ìjòkùn la jo nsodan.

Tètè, móo rìn,

Tètè, móo yan.

Àwaa keekéè la jo nsÒyó Àjàká.

Tètè, móo rìn,

Tètè, móo yan...45

Ele disse que ele e agba viviam na floresta.

Tètè, anda por toda parte livre.

Tètè, anda por toda parte em paz.

Ele disse que ele e Ìjòkùn viveram no pasto.

Tètè, anda por toda parte livre.

Tètè, anda por toda parte em paz.

Ele e tètè viveram em Òyó Àjàká.

Tètè, anda por toda parte livre,

Tètè, anda por toda parte em paz.

(iv) Repetição léxica e silábica

A repetição léxica nos poemas de Ifá envolve a repetição

apenas de palavras, enquanto uqe a repetição silábica envolve

a repetição somente de sílabas. Estas formas de repetição

podem ser usadas para ênfase, para embelezar o rítimo da

poesia , ou para obter jogo de palavras.

As duas formas de repetição às vezes ocorrem juntas. Os

exemplos seguintes mostram repetição léxica e silábica nos

itens marcados.

36

Ká fefun tólé,

Ka fosùn tólé ìlèkè.

Àkódá orí kìí gbálè ojà gbé si.

A dia fÉjì Òbàrà

Níjó ti won nlo lee sebo suru suru

Nílé Olófin.

Èjì Òbàrá ká orí,

Ó tè é móyè.

Ó ní òún le rire

Nilé Olófin báyìí?46

Pintemos a casa do dinheiro com giz,

Pintemos a casa das pedras preciosas com osun.

O primeiro orí a ser criado não está na parte dos fundos do

mercado sem sorte.

Foi divinado Ifá para Èji Òbàrá.

No dia em que eles estavam indo oferecer sacrifício

No palácio de Ólófin.

Èjí Òbàrà colocou os instrumentos de divinação na cabeça,

E imprimiu Ifá no pó divinatório.

Ele perguntou se iria tornar-se próspero

Na casa de Olófin.

A palavra ká na primeira linha do texto Yoruba acima é

repetida nas linhas 2 e 7, enquanto que a palavra tólé

ocorre nas linhas 1 e 2. A palavra orí, na linha 3 é repetida

na linha 7. a terceira pessoa do singular (ó) na linha 8

ocorre em posição idêntica na linha 9. a sílaba lè em ílèkè

(linha 2) é repetida em gbálè ( linha 3).

A sílaba lo em nlo na linha 5 ocorre também em Olófin.

Nas linhas 5 e 6 destaca-se a sílaba ní em nílé e níjó.

(v) Aliteração e assonância

Alguns tipos de repetição discutidos acima com freqüência

envolvem consoantes e vogais. Aliteração e assonância podem

entretanto, ocorrer em posições onde as outras formas de

repetição discutidas acima estão ausentes.

Estas duas formas de repetição enriquecem o rítimo da parte

do verso de Ifá onde elas ocorrem. Ainda mais, as consoantes

e vogais repetidas dão proeminência às sílabas e palavras das

quais elas tomam parte e podem, portanto, servir para

enfatizar esses itens léxicos.

37

Nos exemplos dados abaixo sobre repetição léxica e silábica,

a fricativa muda lábio dental (f) ocorre duas vezes na mesma

palavra fefun (linha 1)e uma vêz na palavra fosùn ( linha 2).

A mesma consoante pode ser achada no nome pessoal Olófin

(linha 6) e em fÉjì ( linha 4). Na linha 3, a consoante vocal

lábio velar (gb) ocorre em gbalé e em gbé ( linha 3).

Os exemplos seguintes mostra o uso da assonância nos versos

de Ifá.

Ìji kìí jà,

Kó gbódó.

Ìji kìí já,

Kó gbóló...47

O remoinho de vento não sopra

Mas, leva embora o pilão.

O remoinho de vento não sopra,

Mas, leva a mó.

Neste exemplo acima existe uma concentração deliberada de

sons de (i) nas linhas I e II, sons de (ó) nas linhas 2, e

(o) na linha 4.

38

(C) O CONTEÚDO DO VERSO DE IFÁ

Conforme já foi mencionado, o verso de Ifá é uma tentativa de

um povo não letrado, de preservar e disseminar os

ingredientes de sua própria cultura. O Yoruba tem os versos

de Ifá como um repositório de sua cultura.

Eles acreditam que os versos de Ifá contêm a sabedoria

acumulada de seus ancestrais através da história.

O verso de Ifá, portanto contém tudo que é considerado

memorável na cultura Yoruba através dos tempos.

Não é de surpreender, portanto, que o conteúdo do verso de

Ifá cubra toda a extensão da cultura Yoruba. Nas páginas

seguintes nós identificaremos e discutiremos alguns dos mais

importantes temas encontrados na poesia divinatória de Ifá.

Os Yoruba consideram o verso de Ifá como uma coleção de

poemas históricos nos quais os fatos verdadeiros da cultura

Yoruba são preservados. Uma avaliação dos versos de Ifá como

fonte de evidência histórica já foi tentada em outro local.48

Pelo presente investigador que declarou que os poemas

divinatórios de Ifá contêm importantes alusões a fatos

históricos da cultura Yoruba. O historiador deve, no entanto,

encontrar corroboração para estes fatos em outro local da

história oral da cultura Yoruba ou comparando diferentes

versões da mesma história contada por diversos divinadores.

Os versos de Ifá são especialmente importantes com parte da

informação sobre a história da cultura Yoruba que é

geralmente negligenciada pelos cultos historiadores

ocidentais da cultura Yoruba, que estão mais afeitos à

história política e econômica.

O verso de Ifá é nossa principal fonte de informação sobre

mitologia Yoruba. Como já mencionamos, existem alguns Odù,

cujas histórias contêm os mitos de algumas divindades Yoruba.

Por exemplo, Òkànrán Méjì contém os mitos de Xangô, enquanto

que Ogundá Méjì contem os mitos de Ògún. Estes Odù nos falam

sobre a vida destas divindades, quando elas estavam aqui na

terra, sua relação com as outras divindades e sua importância

para a cultura tradicional Yoruba.

As divindades são pintadas são pintadas nos versos de Ifá

como forças benevolentes, que estão sempre prontas a ajudar o

homem a resolver seus problemas. As divindades representam

ordem, autoridade, disciplina e a perpetuação dos valores da

cultura yoruba. Eles ficam, entretanto, algumas vezes,

zangados com os homens quando eles vão contra as regras dos

valores morais divinamente sancionados. Mas, geralmente a

poesia de Ifá se apresenta a nós como uma coleção de mitos

que mostra as divindades Yoruba como amigas do homem.

39

Os poemas divinatórios de Ifá também nos falam dos conflitos

entre as divindades e os Ajogun, um nome coletivo usado para

descrever as forças do mal. Entre estas forças estão: Ikú (

morte), Àrùn ( doença), Òfò ( perda), Èpè ( maldição),Ègbà

(paralisia), Òràn ( problema), Èwòn ( prisão), e

Ese(aflição).

Esta oito coisas que os seres humanos temem são

personificadas no poema de Ifá como poderes sobrenaturais

cuja função principal é negar os desejos das divindades e dos

ancestrais de enriquecer a vida humana. Desde que os planos

dos ajagun, sobre os seres humanos é ver sua ruína completa,

eles estão sempre em conflito com as divindades cuja função é

a proteção dos seres humanos. Muitos poemas de Ifá tratam dos

inevitáveis conflitos entre estes dois grupos de poderes

sobrenaturais sobre os interesses humanos.

Um outro importante aspecto do conflito entre os maus e os

bons poderes sobrenaturais é a luta entre as divindades e Àjé

(feiticeiras). As Àjé são também conhecidas nos versos de Ifá

como: eleye ou eníyan, estão ao lado dos ajagun neste eterno

conflito.

Um poema de Ifá diz eu foi Olódùmarè , ele mesmo, que deu a

àjé seu poder do mal. Portanto, contra as maquinações do mal

de àjé, os seres humanos têm pouca proteção, até mesmo das

divindades pois elas mesmas são muitas vezes molestadas pelas

feiticeiras.

Quando juma pessoa é atormentada por àjé é encorajada a

chamar seu próprio Orí ( Orixá pessoal que determina o

destino humano). Cada indivíduo tem o seu próprio Orí

(literalmente significa cabeça) que ele escolhe para sí mesmo

pouco antes de deixar o Òrun ( céu) par vir à terra.

As pessoas, que escolheram uma boa cabeça, se trabalharem

duro e fizerem os sacrifícios estipulados para eles, serão

bem sucedidos e não serão subjugados pelos ajagun e por àjé.

Mas, aqueles que escolheram um mau orí para sí mesmos no Òrun

estão sentenciados a falhar na vida exceto se puderem fazer

sacrifícios suficientes e trabalharem duro. O conteúdo de

muitos versos de Ifá tratam deste interessante conceito de

predestinação que forma um importante aspecto do sistema que

forma um importante aspecto do sistema de crenças Yoruba.

Ese Ifá também contém crenças Yoruba concernentes ao ebo (

sacrifício). Quase todo poema de Ifá contém na parte (iv) da

sua estrutura exortações para que o cliente faça o

sacrifício. É compulsório a todos os indivíduos fazer

sacrifívio, não obstante o Orí que ele escolheu no Orun seja

bom ou ruim. As divindades não irão auxiliar alguém que se

recusa fazer sacrifício, uma vez que este é a sua única

recompensa para o seu incessante olhar sobre a vida humana.

40

Para aqueles que escolheram uma cabeça ruim, o sacrifício é

particularmente importante uma vez que é o único elemento que

pode reparar sua desgraçada escolha. Assim, sacrifício é

apresentado na poesia de Ifá como o meio pelo qual o homem

faz as pazes com as divindades e melhora os defeitos

inerentes a sua própria pessoa.

Além disso, nos versos de Ifá, o sacrifício é descrito como

um meio através do qual o homem usa materiais em troca de sua

própria vida. Assim, nós vemos em muitos poemas de Ifá que

quando coisas materiais são oferecidas aos ajagun em forma de

sacrifício, eles pegam estas coisas e deixam o suplicante

intocado. Sacrifício é, portanto, um meio pelo qual o homem

pode influenciar os poderes sobrenaturais de modo que o poder

do bem pode cooperar com ele e o poder do mal irá deixá-lo

cumprir seus planos na terra.

Outro aspecto importante do conteúdo dos poemas de Ifá é o

conceito de Ìwà ( caráter ). O Yoruba acredita que não é

suficiente ter uma boa cabeça e oferecer sacrifício. Em

adição a estes dois conceitos que tratam da relação do homem

com as divindades o homem deve também ter que lutar para

melhorar sua relação com os seus companheiros e para fazer

isto ele deve melhorar o seu caráter ( ìwà ) dia após dia.

Ainda mais que a crença Yoruba de que seja qual for o

desenvolvimento de qualquer homem na terra, se ele não tiver

um bom ìwà ele não realizou nada. Muitos poemas de Ifá,

portanto, mencionam a importância do ìwà na vida do homem. na

verdade, a poesia divinatória de Ifá estabelece que uma

pessoa que não tenha um bom ìwà enquanto vivendo na terá,

será punido no Òrun após sua morte. O oferecimento de

sacrifício não absolve ninguém da obrigação de mostrar um bom

caráter para os companheiros porque isto é o desejo de

Olódùmarè e dos ancestrais; que os seres humanos devam suster

os valores morais da sociedade. Esta é a razão pela qual o

Yoruba diz: “ìwà lèsin” (o bom caráter é a essência da

religião).

Porém, como o Yoruba valoriza o ìwà como um atributo

desejável que dota a vida humana de dignidade e nobreza eles

também valorizam o dinheiro como instrumento com o qual pode-

se conseguir as boas coisas da vida. Para o Yoruba três

coisas são mais importantes de serem realizadas na vida: owó,

ou ajé (dinheiro), Omo, e àìkú ou àlàáfíà (vida longa e

saúde).

Estas três coisas são os mais importantes ire (boas coisas da

vida). A posse de owó ajuda uma boa pessoa a ser gentil e

benevolente com os seus companheiros, assim como a perda de

dinheiro tira a pessoa de sua moderação habitual. Daí o

ditado:

41

Bówó bá tán lówó oníwà, á dòsónú. Quando o dinheiro de uma

boa pessoa acaba, ela se torna insociável.

Muitos poemas de Ifá falam da importância do dinheiro como um

dos mais importantes ires que toda pessoa deseja para si

mesmo na vida. Omo (filho ou filhos) também é muito citado

nos poemas de Ifá como um importante ire. Na verdade é mais

cotado que o dinheiro, como uma realização vital. Para o

Yoruba, a vida ou o casamento sem filhos é uma vida mal

sucedida. Uma vez que a sociedade Yoruba era uma sociedade

agrária, as crianças formavam uma importante força de

trabalho para quem os possuía para incrementar sua produção.

Ainda mais, numa sociedade em que aposentadoria e seguridade

social são desconhecidos. As crianças são verdadeiros seguros

de velhice e doenças. O dinheiro não é um substituto adequado

para o cuidado e o amor que os filhos podem dar a seus pais

na idade avançada.

Na verdade, o Yoruba ainda considera uma vida abençoada pelo

dinheiro, porém sem crianças, como se fosse um deserto. As

divindades, elas mesmas, defendem a fertilidade. Assim, Osun

e Òge são primariamente envolvidas com a desagradável

condição da mulher estéril, que é encorajada a cultuar estas

divindades na esperança de engravidar e ter filhos. Dos três

ires mencionados, àìkú (vida longa com saúde), é considerada

a mais importante. Se um homem tem dinheiro e crianças e

morre jovem ou vive doente, o Yoruba considera que ele não

vive uma vida ideal. Mas, se um homem perder o dinheiro e

filhos e tem boa saúde e vida longa, é possível que ele possa

recuperar aquelas coisas que perdeu. Portanto, àìkú é

considerado o mais importante atributo da vida: “Ire àìkú

pari ìwá“, a benção de uma longa vida é a maior realização da

vida.

Outra razão pela qual o Yoruba valoriza o àìkú acima de todos

os outros ires é porque no seu sistema hierárquico de

autoridade aqui na terra, velhice é uma qualificação para

assegurar bons empregos como o de baálé (caseiro). Um homem

que morre jovem perde a oportunidade de ocupar esta

importante posição. Além disso, se ele morre muito jovem ele

não poderá se transformar num ancestral, e por esta razão,

não poderá ser enterrado na casa dos ancestrais.

As divindades, elas mesmas, valorizam o àìkú como uma

importante conquista na vida e proporcionarão às pessoas que

levam uma vida boa e moral, aquele ire. Odùdúwà o grande

ancestral dos Yoruba era muito velho em vida antes de morrer.

A poesia divinatória de Ifá se refere a ele como:

42

Olófin orí ogbó

Olófin kaakaa wòó...

Olófin ti won lá won ó fi lédù oyè,

Tó gbó gbóó gbó,

Tó si dota mó wo lówó.49

(Olófin que foi destinado a viver vida longa.

Olófin o vigoroso...

Olófin a quem planejaram tornar rei

Que era muitíssimo velho

A tal ponto que parecia um pedaço de pedra.)

Mas, o conteúdo dos versos de Ifá não trata apenas de

história, mitologia e crença; um importante tema eu aparece

através de muitos poemas trata da visão Yoruba sobre o mundo

ao seu redor. Portanto, temos observações meticulosas nos

poemas de Ifá sobre objetos e criaturas da natureza que são

encontradas ma terra Yoruba. Muitos poemas de Ifá contam

histórias sobre montanhas, rios, floresta, animais selvagens

e domésticos, pássaros, insetos e plantas. A característica

destes objetos é nos recordada nos versos de Ifá de tal

maneira eu fica-se maravilhado com o alto senso de apreciação

da natureza que existia na sociedade tradicional Yoruba. Além

disso, cada objeto ou criatura mencionados nos poemas de Ifá

são personificados para dar ao sacerdote a oportunidade de

tratar, dentro da estruturação do poema de Ifá já discutida,

como se ele tratasse de seres humanos. Cada objeto ou

criatura personificada é feita para ser símbolo de algum tipo

de atributo do bem ou do mal que o sacerdote quer elogiar ou

condenar. Deste modo, o sacerdote de Ifá constrói uma

poderosa sátira da sociedade humana atrvés das histórias de

não humanos. O produto final da sua história sobre objetos e

criaturas da natureza éportanto destinada aos seres humanos.

Se, por exemplo o poema de Ifá quer condenar a infidelidade,

ele contará a história de àgbìgbò, um pássaro considerado

originalmente como um sacerdote de Ifá infiel. Quando o

sacerdote de Ifá quer elogiar a importância da vida longa,

ele contara a história sobre a montanha que nos versos de Ifá

simboliza poder e vida longa. Uma vez que a montanha

apelidada de “eni-apá-ò-ká” (aquele que não pode ser

subjugado ou o inexpugnável.).

Os aspectos o conteúdo do verso de Ifá discutidos

anteriormente é uma temática ampla que pode ser encontrada em

mais que um Odù. Deve-se entretanto, sublinhar que o

sacerdote de Ifá que acredita que cada Odù tem o seu próprio

tema que o identifica e o separa dos outros . Assim, muitos

poemas encontrados em Òbàrà Méjì, o sétimo Odù, conta a

43

história de um homem que era muito pobre, mas, subitamente

tornou-se rico e importante na sociedade. Òtúá Méjì, o décimo

terceiro Odù, conta a história da chegada do islamismo na

terra Yoruba. Esta é a razão pela qual Òtúá Méjì é chamado de

Bàbá Mòle(o velho muçulmano).50

Alguns dos temas específicos encontrados em cada um dos 256

Odù transitam pelos amplos temas já debatidos. Assim, Òsá

méjì conhecido como Òsá eleye (Òsá das feiticeiras)conta

histórias dos conflitos entre as àjé e as divindades. Nós

podemos, então concluir que o conteúdo dos versos de Ifá é

muito amplo, ele cobre, histórias, mitologia, crenças, e

sistemas de valores da sociedade Yoruba bem como a visão

Yoruba do mundo no qual eles vivem. Nós não ficamos surpresos

que os poemas divinatórios de Ifá, sejam altamente

valorizados pelos Yoruba, como os guardiões da cultura

Yoruba, a sabedoria das gerações e os ensinamentos dos

ancestrais e das divindades.

44

NOTAS

1. O número de divindades no panteão Yoruba varia entre 401 e

201. A maior parte destas divindades são deuses menores

cultuados nas pequenas cidades e vilarejos. Alguns mitos

dizem que as divindades vieram à terra em ondas.

2. Para detalhes sobre a função das divindades maiores, veja

Idowu, E.B., Olodùmàre, God in Yoruba Belief, Longmans, 1962.

3. Ògún é a divindade Yoruba da guerra e da caça. Seu símbolo

é o ferro, e ele é cultuado por caçadores, fazendeiros,

ferreiros e outras profissões que usam implementos em ferro.

4. Òòsàálá que também é conhecido como Obàtálá é a divindade

responsável pela criação. Porque ele pode ser encontrado em

quase todas as cidades Yoruba e por ser a sua função a

criação, Idowu no seu livro Olódùmarè, God in Yoruba Belief

dá Oxalá como a arque(principal) divindade Yoruba.

5. Èsù ou Elégbára é a divindade ardilosa, que mantém o Axé

com o qual Olódùmarè criou o universo e mantém suas leis

físicas. Além disso, Èsù atua como policial para Olòdùmarè,

para forçar consonância com os valores éticos do universo.

6. Existe um outro mito que declara que as divindades vieram

para a terra do Orun, que era parte de outro território.

Nesta época segunda a mitologia Yoruba Ayé (terra) e Òrun (

céu) faziam parte do mesmo planeta, mas o Òrun mais tarde,

distanciou-se devido aos desonestos habitantes e insultos

com que os seres humanos trataram Olórun ( outro nome de

Olódùmarè, que significa senhor do Òrun) todos os dias.

7. Ifè é uma importante cidade Yoruba. É o centro espiritual

dos Yoruba. Acredita-se que um santuário é mantido em Ifè

para todas as divindades Yoruba. Ifè foi também o centro

intelectual da sociedade tradicional Yoruba. Esta cidade

tradicional cidade primavera, que agora abriga a universidade

de Ifè, pode ser considerada a Meca dos Yoruba.

Não é, entretanto, certo se a Ifè da mitologia, onde as

divindades chegaram na terra é a Ilé-Ifè dos dias de hoje.

Existem muitas Ifè conhecidas pelos historiadores, mas aquela

na qual as divindades chegaram é conhecida como Ifè-Oòdáyé.

45

8. Os Yoruba acreditam que Ifè é o berço da humanidade e é,

portanto, para os Yoruba o que o jardim do Éden é para a

mitologia judaica.

9. Isto, provavelmente, explica porque a galinha é mais usada

que qualquer outra criatura como oferenda a Ifá. A galinha

foi o primeiro mensageiro das divindades e portanto pode ser

creditada como meio de enviar mensagens atrvés de

ebo(sacrifício), para as divindades. As galinhas que têm

cinco dedos são consideradas pelos Yoruba como uma criatura

única. Elas são usadas no preparo de importantes

medicamentos.

10. O camaleão é uma criatura sagrada para os Yoruba. Na

sociedade tradicional Yoruba , era proibido matar camaleões

exceto para propósitos médicos ou rituais. Os Yoruba

consideram o camalião como um ajéègùn (aquele que faz

medicamentos poderosos). O camaleão é frequentemente incluído

em importantes medicamentos para aumentar a sua potência.

11. Muitas das dinastias de governantes dos numerosos reinos

Yoruba remontam suas origens a Odùduwà, também conhecido como

Olófin por acreditar-se ser o grande ancestral do povo

Yoruba. A presente dinastia governante na importante cidade

de Òyó e descendente direta ( através de Òràáyàn, um dos

netos de Odùduwà) de Olófin.Portanto, o governo da sociedade

Yoruba tradicional, era baseado no direito divino dos reis.

12. Para uma discussão detalhada sobre a história do reino

Yoruba veja Smith, R.S., Yoruba Kingdoms Methuen, London,

1969.

13. O antigo império de Òyó era o maior e mais importante

dentre os grupos políticos Yoruba antes de sua destruição nos

anos 1930. O poder do rei era baseado em extensivas relações

comerciais com os estados Sudaneses e com os reinos selvagens

do litoral. O rei também mantinha uma grade armada, baseada

numa cavalaria de arqueiros liderados pelo Oníkòyí e káká-

nfò.

14. Ìgetí é o nome de um lugar em Ifè tida côo a primeira

moradia de Òrúnmìlà na terra.

15. Outros mitos relatam outros filhos de Òrúnmìlà, aparte os

outros oito filhos homens referidos neste mito.

46

16. Não sabemos se Adó aqui se refere a Adó-Èkìtì que é no

nordeste ou Adó-Àwáye, que é no oeste da terra Yoruba.

17. Veja Abimbola Wande, Ìjinlè Ohùn Enu Ifá,

Apákìíní,Collins, Glasgow, 1968, pp. 43-47.

18. a maior parte das divindades , acredita-se que deixaram a

terra para o Òrun com a aparência de seres humanos comuns.

19. Abimbola, Wande,Ìjìnlè Ohùn Enu Ifá, Apá Kejì, Collins,

Glasgow, 1969, pp. 87-98.

20. Os cabritos tentaram comer as navalhas porque pensavam

que eram comestíveis. Este exagero, mostra somente a fome

extremo que reinou na terra como resultado da partida de

Òrúnmìlà.

21. Uma palmeira similar conhecida pelos sacerdotes de Ifá

como òpè Àgùnká que tem uma copa extraordinariamente grande é

usada pelos sacerdotes de Ifá como um símbolo de Ifá.

22. Abimbola, Ìjinle Ohùn Enu Ifè, 1969,pp.142-157.

23. Para detalhes sobre Odù,ver secção III desta introdução.

24. Òpèlè é o nome da àrvore que nasce livre na natureza.

25. Para detalhes sobre Orí como termo na poesia divinatória

de Ifá, veja secção III (c) desta introdução.

26. O ibà constitui a primeira parte do canto do sacerdote de

Ifá, e do Ìjálá ( poesia de caçador)do cantor. É uma saldação

às autoridades da terra como os mais velhos e as feiticeiras

e uma evocação às divindades para estarem presentes ao canto

do repertório do artista, de forma que ele não erre.

27. O Yoruba considera Ilè (a terra) como uma divindade.

Esta divindade é cultuada pelos Ogbóni, a mais importante das

sociedades secretas Yoruba.

28. Para maiores detalhes sobre ajogun, veja a seção III (c)

da introdução.

29. Abimbola, ìmìnlè Ohún Emi Ifá, 1968,p.101.

30. Embora Ofún seja o último e, portanto o mais novo nesta

hierarquia, os sacerdotes de Ifá acreditam que ele foi

47

originalmente o mais importante dos Odù. Por isso, sempre que

um sacerdote de Ifá quer cantar um poema de Òfún Méjì ele

beberá um pouco de dendê saudando Òfún como o rei com as

palavras “ héèpà Odù” ( eu saúdo o rei dos Odù).

31. Veja Abimbola, Wande, “ Ifá Divination Poemas and the

Coming of Islam Into Yorubaland”, Pan-Africana Journal, New

York, 1972, pp. 440-454.

32. Para detalhes sobre a estrutura do Verso de Ifá, veja

Abimbola, Wande,” An Exposition of Ifá LiterarY Corpus”,

Ph.D. dissertation, University of Lagos, Nigéria, 1970.

33. Cf. Abimbola, Ìjìnlè Ohùn Enu Ifá, 1969.

34. Cf. Abimbola,Wande, “ Ifá Divination Poems As a Sources

for Historical Evidence”, Lagos Notes and Records, Vol.I,

January, 1967.

35. Abimbola, Ìjìnlè Ohùn Enu Ifá 1969.

36. Abimbola, An Exposition of Literary Corpus. 1970.

37. Abimbola, Ìjìnlè Ohùn Enu Ifá, 1968,pp.71-72.

38. Kéké é um tipo de máscara facial, que corre para a

cabeça. Àbàjà e kolo são nomes de outros tipos de máscaras

faciais.

39. Odúnmbákú. Um nome pessoal que significa “o ano em que eu

teria morrido”.

40. Ìrànà galinha. Uma galinha sacrificada na sepultura do

morto imediatamente após o enterro.

41. Abimbola, Wande, “Stylistic Repetiton in Ifá Divination

PoetrY”, Lagos Notes and Record, Vol. 3, No.I, January, 1971.

42. Abimbola, Ìjìnlè Ohùn Enu Ifá, 1969, pp. 92-93.

43. Oníkàámògún é o nome do chefe supremo da cidade de Ìká.

44. Àká é uma roupa usada nos tempos antigos por importantes

reis.

45. Cf. Iwòrì Méjì em III (d).

48

46. Abimbola, Ìjìnlè Ohùn Enu Ifá, 1968, p.82.

47. Abimbola, Ìjìnlè Ohùn Enu Ifá, 1968, p.III.

48. Abimbola, “ Ifá Divination Poems As Sources for

Historical Evidence”, 1967.

49. Collected from Oyedele Ìsòlà, Ile Beesin PàáKòyé, Òyó.

June, 1972.

50. Abimbola, “Ifá Divination Poetry and the Coming of Islam

into Yorubaland”, 1972.

49

AS DEZESSEIS PRINCIPAIS CATEGORIAS DA POESIA

DIVINATORIA DE IFA

50

51

I Èjì Ogbé

(a) Òrunmila, o primeiro sacerdote de Ifá, pratica divinação.

Pedras de Raio,1 são poderosas;

Àrìrà,2 o poderoso

A montanha alta, que tem um cume cônico.

Ifá foi divinado para Òrúnmìlà,

Quando ele estava indo fazer divinação na cidade de Ìlá

Obamowó.

Òrúmìlà foi assegurado de que teria uma atividade lucrativa naquela

cidade.

Mas, ele foi também advertido de que deveria fazer ebó.

E ele o fez.

E ele teve êxito e levou seus ganhos para casa.

Ele começou a dançar,

Ele começou a regozijar-se.

Ele disse, “pedras de raio são poderosas;

o poderoso Arìrà,;

A poderosa montanha que tem um cume cônico.

Foi divinado Ifá para Òrúnmìlà

Quando ele está indo fazer divinação na cidade de Ìlá

Obamowó.

Adéeké,4 é o nome do filho de Ifá.

Èrè,5 é o nome do filho de Oòni.

6

Òrúnmìlà, deixe-me levar meus lucros para casa eternamente.”

52

(B) Ovo de galinha na batalha de Igbòmokò Eségi.

Tudo que meus colegas estiverem fazendo,

Eu devo fazer.

Divinação de Ifá foi feita para Ovo de galinha

Que era amigo de Kànàkànà,1

Ambos estavam indo para fazer guerra contra a cidade de

Ìgbòmokò Eségi.2

Foi lhes dito que fizessem sacrifício.

Ovo de galinha foi avisado para não ir.

Mas, ele disse que iria.

Assim que eles chegaram nos portões da cidade

Eles começaram a dançar,

Onde quer que Kànàkànà fosse, era com veemência.

Que ele fazia seu caminho.

Quando ovo de galinha tentou fazer o mesmo,

Ele caiu,

53

E quebrou-se em pedaços.

Foi com pezar que ele começou a louvar seu sacerdote de Ifá

Ele disse “ o que quer que meus companheiros façam

Eu tenho que fazer.”

Foi divinado Ifá para ovo de galinha

Que era amigo de KànàKànà

Ambos estavam indo para fazer guerra contra a cidade de

Ìgbòmokò Eségi.

Não é muito tempo,

Não é muito distante,

Venha e veja-nos conquistando através de sacrifício.

54

(c) Eu ergo meus braços em louvor

Eu elevo meus braços

Em alegre felicidade.

Foi divinado Ifá para Òrúnmìlà;

Foi dito ao pai, que ele não devia levar suas responsabilidades

Até o fim de seus dias.

Foi dito que ele deveria fazer sacrifício,

Como resultado ele tornou-se inexpugnável.

Ele disse, “eu ergo meus braços

Em alegre satisfação.

Divinação de Ifá foi feita para Orúnmìlà;

Disseram ao pai que ele não deveria carregar suas responsabilidades

Até o fim de seus dias.

Eu levarei minhas responsabilidades até o fim de minha vida.

Eu ergo meus braços.

Em alegre satisfação.”

55

(D) CABEÇA, PEITO E ORGÃOS GENITAIS.

Pàkelemò,1 divinador de cabeça,

2

Divinou Ifá para cabeça,

Quando cabeça chorava porque não tinha esposa.

Pàkelemò, divinou Ifá para peito,

Quando peito chorava porque não tinha amigos.

Pàkelemò, divinador de órgãos genitais,

Divinou Ifá para Órgãos genitais,

Quando eles choravam por não ter filhos.

Foi dito a esses três que fizessem sacrifício.

Eles sacrificaram,

E tiveram todas as coisas boas que haviam pedido.

Eles disseram , “Pàkelemò, o bom pai,

Nós te agradecemos,

Peito fez sacrifício,

e fez amigos.

Pàkelemò, o bom pai,

Nós te agrdecemos,

Órgão genitais sacrificaram,

e produziram crianças.

56

Pàkelemò, bom pai,

Nós te agradecemos.”

57

II ÒYÈKÚ MÉJÌ

(a) As consequências de desdenhar o sacrifício

Você é Òyè,1

Eu também sou Òyè,

A luz do dia está aparecendo no céu.

Mas, as pessoas pensaram que já era manhã.

Foi feita divinação para peixe.

qie era uma cria do leito do rio.

Foi dito para peixe fazer sacrifício.

Eles disseram que ela teria muitos filhos,

Mas foi avisada para fazer sacrifício para prevenir ataques

dos seres humanos.

Ela não fez sacrifício.

Ela disse que não era possível para os inimigos,

Ver seus filhos na cabeceira do rio

Ela tomou seus sacerdotes de ifá como mentirosos

Ela chamou Èsù de ladrão.2

Ela olhou sem temor para o céu como

se nunca fosse morrer.

Ela fez ouvidos de mercador para os avisos sobre sacrifívio.

Quando os seres humanos subiram à cabeceira do rio,

Eles pegaram enxada, cutelo, e ògbún,3

Eles represaram o rio,

E começaram a drenar suas águas.

Quando não tinha mais água cobrindo o peixe e seus filhos,

Os seres humanos os pegaram,

E os colocaram em cima de inhame pilado,

Aquilo foi uma ordem de Èsù,

Que preveniu a aniquilação de todas as espécies

de peixes da face da terra.

58

(B) ROUPA VERMELHA NÃO É NUNCA USADA PARA COBRIR O MORTO

Uma pequena bengala vai na frente dele que anda patinhando

numa calçada estreita num dia de chuva.1

As duas solas dos pés,

Lutam persistentemente pela posse da estreita calçada.2

Foi divinado Ifá para cento e cinquenta e seis tipos de roupas.

Quando elas estavam vindo do céu para a terra.

Todas elas foram enviadas para fazer sacrifício.

Mas, somente roupa vermelha fez sacrifício.

Após fazer sacrifício,

Ela começou a ter honra e respeito.

Depois que o homem usou roupa vermelha por muito tempo,

No dia que o homem morre,

Roupa vermelha é removida do seu corpo.

Somente roupa branca e de outras cores,

Vão com o morto para o céu.

Roupa vermelha não deve nunca ir com ele.

Somente roupa vermelha fez sacrifício.

Somente roupa vermelha afereceu sacrifício as divindades.

Roupa vermelha não vai para o céu com o morto.

Após enganar o homem por um pequeno período (na terra),

Ela o abandona (no caminho do céu).

59

60

(C) A MORTE NÃO COME FARINHA DE INHAME

Um sacerdaote de Ifá chamado Àtàtà-tanìn-tanìn,1

Jogou Ifá para Olomo,2 o poderoso.

Todos os ajogun3 cercaram Olomo

Para matá-lo.

Disseram para ele fazer sacrifício,

E ele fez sacrifício.

Um dia aconteceu,

A morte, doença e perdas levantaram-se

E vieram atacar a casa de Olomo.

E encontraram Èsù do lado de fora da casa.4

Quando estavam tentando entrar na casa,

Èsù derramou farinha de inhame nas suas bocas.

61

Já que ajogun não pode provar farinha de inhame,5

Alguns deles morreram e outros ficaram doentes,

Mas, nenhum deles foi capaz de entrar na casa de Olomo.

Então Olomo ficou feliz,

E começou a cantar a cantiga dos sacerdotes de Ifá.6

Ele disse, “o sacerdote de Ifá Àtàtà-tanìn-tanìn,

Jogou Ifá para Olomo o poderoso.

Doença que se vangloriava que ia matar o sacerdote,

Não pode matá-lo.

A morte foi distanciada da cabeça do sacerdote de Ifá.

A morte não come farinha de inhame,

se a morte tentar comer farinha de inhame,

Sua boca se destruirá,

Sua boca será apertada com força.

todas as coisas ruins que quiseram atacar

o sacerdote de Ifá,

Não o podem mais atacá-lo.

A morte não come farinha de inhame,

Sua boca de destruiria,

Sua boca seria comprimida com força.”

62

(d) A MORTE TEM MISERICÓRDIA DE NÓS

A cabeça que usará uma coroa,

É escolhida após o nascimento pelas divindades.1

O pescoço que usará uma coroa,

É escolhido antes de nascer pelas divindades.

O quadril que usará mósàajì,2

Vestuário de reis que é muito quente,

É escolhido antes de nascer pelas divindades.

Foi divinado Ifá para Ikúsàánu,3

Que era o primogénito de Alápà.4

Morte tenha misericórdia de nós.

Não estamos dizendo que você não deva matar.

Doença, tenha misericórdia de nós,

Não estamos dizendo que você não ataque as pessoas.

Ajoguns, tenham piedade de nós,

Não estamos dizendo que vocês não ataquem as pessoas.

Mas, por favor, não nos ataquem,

E vão para outras terras.

63

III Iworì Mejì

(a) Uma prece a Ifá

Quando o fazendeiro olha o algodão do outro lado do rio,

Parece que ele mostra seus dentes brancos sorrindo alegremente.

Foi divinado Ifá para Aranha,1

Descendência daqueles que fazem todas as coisas

De uma forma maravilhosa.

Ifá no seu caminho maravilhoso,

Traga todas as coisas boas para mim,

Quando o fazendeiro olha o algodão em rama do outro lado do rio,

Ele parece mostrar seus dentes brancos sorrindo alegremente.

64

(B) DESCARGA MENSTRUAL FRACA E SEMEM FRACO

Quando o topo de um formigueiro é destruído,

Ele retém água no seu tronco.1

Orúrù,2 a árvore, se cobre com roupa de sangue.

Quando o giz em pó cai no chão ,

Ele se espalha para todo lado em partículas finas.

Foi quem jogou Ifá para fluxo menstrual fraco,

Que era uma menina do céu.

Foi divinado Ifá para sémen fraco,

Que era um menino do céu.

Fluxo menstrual fraco,

Nós te procuramos em vão,

Você recusou-se a voltar

Mas, você cresceu mãos e pés,

E se tornou um neném.

65

Você descendência do sangue,

Nós não mais lhe vimos,

Você não mais voltou.

Mas, você cresceu pés e mãos,

E se tornou um neném.

(C) ÒRÚNMÌLÀ VAI NOS AJUDAR A CONSERTAR NOSSAS VIDAS

Súbito como o ruído de um cinto de couro;

O Cinto de couro estala.

Seu sacerdote de Ifá em Ìtóri.

Quando Àkàtànpó, perde seus elos,

Eles correm todos pelo chão.

Foi quem divinou Ifá para Òrúnmìlà,

Quando ele estava indo emendar a vida do rei de Ifè,

Como alguém que concerta uma cabaça quebrada.

Quem, então, vai nos ajudar

A consertar nossas vidas?

66

Òrúnmìlà nos ajudará

A emendar nossas vidas.

(d) Ìwòrì Méjì o terceiro Odù a aparecer na terra

O feio, o grosseiro e o perverso

A cabeça do abutre lembra o cabo de um machado,

Mas, não pode ser usada para cortar uma árvore.

Foi quem jogou Ifá para Èjì Ìwòrì,1

67

Que foi o terceiro Odù a chegar na terra.

Perguntaram onde ele planejava ficar

Ele respondeu que tinha feito

Sacrifício com um pilão.

Perguntaram onde ele planejava pisar a terra,

Ele repondeu que foi ele que derramou a folha tètè2 por toda a

terra.

Disseram que ele nunca se pusesse em frente a casa de outro

homem.

Ele disse que foi na presença do dono da terra que

tèntènpòlá3 cobriu a terra.

Ele disse que ele e agba4 viveram juntos na floresta.

Tètè, passeia livremente;

Tètè,passeia em paz.

Ele disse que ele e ìjòkùn5 viveram juntos na floresta.

Tètè, passeia livremente;

Tètè, passeia em paz.

Ele disse que ele e keekéè6 viveram juntos em Òyó Àjàká.

7

Tètè, passeia livremente;

Tètè, passeia em paz.

Não existe dono de terra que possa prevenir tètè de florescer

na sua terra.

Tètè passeia livremente;

Tètè passeia em paz.

68

69

ÒDÍ MÉJÌ

(a) O Porteiro Abre o Portão Inteligentemente

Nós construimos uma pequena casa,

E pedimos a uma divindade que a aceite como sua moradia.

Se a divindade se recusa a aceitar,

Deixe que ele vá a floresta cortar madeira para a construção,

Deixe que ele vá a mata buscar cordas para a construção,

E veja por ele mesmo as dificuldades envolvidas nisto.

Foi quem jogou Ifá para ele que corta folhagens de palmeira,

Foi quem jogou Ifá também para aquele que amarra as folhas de

palmeira juntas.

No dia em que eles estavam vindo do céu para a terra.

Foi dito para o cortador de folhas de palmeira para fazer

sacrifício,

Foi dito àquele que amarra as folhas para fazer sacrifício.

os dois fizeram sacrifício.

Após terem feito sacrifício todas as coisas ruins,

não foram mais para eles;

Eles disseram ,”nós fazemos uma pequena casa,

E pedimos à divindade para aceitá-la como moradia,

Se a divindade recusar-se a aceitá-la,

Deixe-o ir a floresta cortar madeira para a construção,

Deixe-o ir buscar cordas para construção.

E ver por ele mesmo as dificuldades envolvidas.

Foi quem jogou Ifá para aquele que corta as folhas de palmeira,

Foi quem jogou Ifá para ele que amarra as folhas de palmeira

juntas.

No dia em que eles estavam vindo do céu para terra.

Você que amarra folhas de palmeiras , amarre-as firmemente.

Amarre-as seguramente contra a morte,

Amarre-as seguramente contra doença.

70

Você que amarra as folhas da palmeira,amarre-as bem.

Porteiro, abra o portão inteligentemente,

Porteiro, abra o portão inteligentemente.

Abra o portão para o dinheiro,

Abra o portão para as esposas.

Porteiro, abra o portão inteligentemente.

71

72

(b) O Estrangeiro Importante na Cidade do Benin

Eu chego bem,

Eu viajo bem,

Eu sou aquele que sempre viaja e encontra a fortuna.

Exatamente quando eles estavam contando as riquezas,

Eu entrei sem pedir licença como o filho do dono,

Eu não sou o filho do dono,

Eu apenas sei como viajar e encontrar a fortuna.

Foi quem divinou Ifá para o estrangeiro importante,

Ele entrou na cidade sem ser anunciado.

No dia em que eles estavam dividindo as riquezas do rei do

Benin.1

O estrangeiro importante estava indo para a cidade do Benin,

fazer divinação.

Ele juntou dois cauris com mais três,

E foi consultar um outro sacerdote de Ifá.

Foi dito que a jornada seria boa para ele,

73

Mas, foi dito que ele deveria fazer sacrifício.

Depois dele ter feito o sacrifício prescrito,

Ele pegou a estrada para o Benin.

No momento que ele entrou na cidade,

Aconteceu de ser o momento em que o rei morreu.

Ele se perguntou se sendo ele um sacerdote de Ifá experiente,

Não deveria ir e dar os pêsames a eles.

O estrangeiro importante entrou quando eles estavam repartindo

as propriedades do rei morto.

E Quando eles terminaram de dividir as propriedades,

Uma parte das riquezas costumam ser dadas a um estrangeiro.

Os cidadãos de Benin,

Portanto, deram uma parte da riqueza ao estrangeiro importante.

Assim que o estrangeiro importante reuniu todas as riquezas,

Ele voltou para sua própria cidade.

Ele começou a louvar seus sacerdotes de Ifá.

E seus sacerdotes louvaram Ifá.

Eles bateram com as baquetas no àràn,2

E ele colocou para fora suas agradáveis melodias.

Quando ele esticou suas pernas,

A música as prendeu.

Conforme ele abriu sua boca,

A canção de Ifá saiu.

Ele disse que aconteceu exatamente como seus divinadores

disseram.

“Eu chego bem,

Eu viajo bem,

Eu sou aquele que sempre viaja e encontra a fortuna.

Justo quando eles estavam contando as riquezas,

Eu entrei sem me anunciar como se fosse o filho do dono.

Foi quem jogou Ifá para estrangeiro importante.

74

Que entraria na cidade sem ser anunciado,

No dia em que eles estavam repartindo as riquezas do rei do

Benin.

Quem, então vai nos ajudar a consertar a cidade?

É o estrangeiro importante,

Quem vai nos ajudar a consertar esta cidade.”

75

(C) O PORTEIRO DA CIDADE DE AJÈNGBÈRÈ MÒGÚN

As duas metades das nádegas são suportes suficientes para alguém

sentar.

Foi quem jogou Ifá para o porteiro da cidade de

Ajèngbèrè Mògún,1

Que gostaria de ficar em um local e lá ter todas as coisas boas.

Não existe nenhum tipo de trabalho que o porteiro não tenha

feito.

Mas, ele não prosperou em nenhum deles.

Poderia ele encontrar a fortuna?

Esta é a pergunta que ele fez para Ifá.

Foi dito que ele fizesse sacrifício,

E ele o fez.

Após ter feito sacrifício

Quando os fazendeiros estavam retornando de suas plantações,

Quando os viajantes estavam retornando se suas viagens,

Eles deram ao porteiro

Diferentes tipos de produtos

Como milho e inhame.

Após o porteiro ter comido até ficar satisfeito,

Ele quis vender o restante dos produtos.

Foi assim que o porteiro tornou-se um homem rico,

Quando tornou-se um homem feliz,

Ele começou a cantar a canção dos sacerdotes de Ifá.

76

Ele disse, “as duas metades das nádegas

são suficientes para suportar alguém sentado.

Foi quem jogou Ifá para o porteiro da cidade de Ajèngbèrè Mògún

Que fica num lugar e lá tem todas as coisas boas.

Viajantes de Ìpo,2

Viajantes da cidade de Òfà,3

Venham e nos vejam com montes de dinheiro.”

77

(d) Òdí Faz Amor Com a Chefe das Vendedoras do Mercado

O enorme e poderoso Òdí,

O fortíssimo Òdí.

Foi quem jogou Ifá para Èjì Òdí.1

Que estava indo para o mercado de Èjìbomekùn,

Chorando porque não tinha esposa.

Foi dito a Èjì Òdí que fizesse sacrifício.

78

O que poderia ser oferecido como sacrifício?

Foi dito que ele sacrificasse bastante mel.

Ele sacrificou.

Do mel que ele sacrificou,

Seu sacerdote pegou um pouco,

E com ele fez medicina de Ifá para ele.

Assim que Èjì Òdí entrou no mercado de Èjìgbòmekùn,

Ele encontrou a chefe das mulheres do mercado,

E ele derramou uma das garrafas

Que continha medicina de Ifá nas suas partes íntimas.

Depois disto ele fez sexo com ela,

E ele desfrutou extremamente dela.

O resultado foi que muitas outras pessoas começaram a lutar

Para ter sexo com a chefe das mulheres do mercado.

Quando todos eles estavam felizes,

Eles começaram a cantar,

“A chefe das mulheres do mercado, vamos.

Doce querida

Não nos deixe sair do mercado.

Doce querida.”

79

V IRÒSÙN MÉJÌ

(a) Sàngó Salvou Ológbun Da Morte Iminente

Quatrocentos búfalos,

Oitocentos chifres,

Quatrocentos e oitenta búfalos

Passam sem medo na frente das armas dos caçadores.1

Foi quem jogou Ifá para Ológbun,2

Que estava próximo de morrer.

Foi dito que ele fizesse sacrifício.

80

Eles disseram para ele que os inimigos queriam matá-lo

naquele ano.

Eles disseram para ele para apegar-se com Xangô,3 para protegê-lo,

E ele fez tudo que lhe mandaram fazer.

No local onde seus inimigos estavam tramando matá-lo,

Xangô jogou sua pedra de raio sobre eles.

Após Ológbon ter derrotado seus inimigos

Ele começou a dançar,

E ele começou a regozijar-se.

Ele disse que foi exatamente como seu sacerdote de Ifá predisse.

“Quatrocentos búfalos,

Oitocentos pares de chifres,

Quatrocentos e oitenta búfalos,

Vão sem medo na frente das armas do caçador.

Foi quem jogou Ifá para Ológbun, que estava próximo da morte;

Mas, que mais tarde tornou-se Ológbun que levantou-se

E sobreviveu com a ajuda da pedra de raio.

Viajantes para a cidade de Ìpo,

Viajantes para a cidade de Òfà,

Venham nos ver comemorando nossas longas vidas com saúde

perfeita.

A montanha é para sempre firme e forte.”

81

(b) A História e a Cultura na Antiga Òyó

O sacerdote de Ifá conhcido como Ìbabúrú,1

Que era o seu sacerdote de Ifá na cidade de Ìbabúrú:

O sacerdote de Ifá conhecido como Ìbabúrú,

Sacerdote da cidade de Ìbabúrú;

O mesmo Ìbabúrú,

Que era também seu sacerdote de Ifa na cidade de Ìbarakata,

Foi quem jogou Ifá para Ìgbà,2

Quando ele estava indo para cidade de Òyó antigo,3 para fazer

divinação.

Todos da família de Ìgbà estavam muito febris

82

Inclusive as crianças e as esposas.

Foi dito a Ìgbà que fizesse sacrifício,

Para que ele pudesse ter paz.

Após fazer o sacrifício,

Ele começou a ter paz.

Ele disse,”O sacerdote de Ifá conhecido como Ìbabúrú,

Que era sacerdote na cidade de Ìbabúrú,

O sacerdote de Ifá conhecido como Ìgbabúrú,

Que era o seu sacerdote de Ifá na cidade de,

O mesmo Ìbabúrú,

Que era também sacerdote de Ifá na cidade de Ìbarakata,

Foi quem jogou Ifá para Ìgbà,

Quando ele estava indo para a cidade de Òyó antiga para fazer

divinação.

Após eu ter feito sacrifício com quiabos frescos,

Após eu oferecer Òsùn,4 vegetal fresco,

E após ter dado todos eles a Èrìgì ÀlÒ,5

Eu me tornei muito feliz, pacífico, e satisfeito.

83

(c) Pòrò e Suas Três Crianças

A bananneira

Que produz um fruto grande.

Foi quem jogou Ifá para Pòrò1

Que estava chorando porque não tinha filhos.

Foi dito a Pòrò que fizesse sacrifício,

E ela o fez.

Após ter feito sacrifício,

Ela teve três crianças.

Ela fez tudo para ter mais filhos,

Mas, ela não teve mais nenhum filho.

Foi por causa das três crianças que ela teve,

Que ela louvou seu sacerdote de Ifá.

Ela disse que aconteceu exatamente como seu sacerdotes de Ifá

previram.

“A bananeira,

Que dá frutos muito grandes,

Foi quem jogou Ifá para Pòrò,

84

Que estava chorando porque não tinha filhos

Quando Pòrò teve uma criança pela primeira vez,

Ela deu à luz Aró.2

Quando ela deu à luz de novo,

Ela teve Àasà.3

Quando ela teve criança pela terceira vez,

Ela o nomeou Odòjé.4

Que era o caçula entre eles.

Viajantes para a cidade de Ìpo,

Viajantes para a cidade de Òfà,

Venham ver como as predições de Ifá

Rapidamente acontecem.

Ifá chegou, a grande autoridade;

A divindade cujas predições sempre são verdadeiras,

Palmeira sagrada, cuja predição é sempre verdadeira e segura.”

85

(d) A Esposa Leva a Bolsa de Obi, a Criança Leva a Cabaça com Pimenta

Quando o fogo se apaga, e se cobre de brasas;

Quando a lua morre,ela deixa as estrelas para trás;

Poucas são as estrelas que brilham com a lua.

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà,

Quando ele estava divinando Ifá sem uma esposa.

Seria possível ter uma esposa?

É por isso que ele jogou Ifá.

Foi dito a ele que fizesse sacrifício.

Após ter sacrificado,

Não muito longe,

E numa data não muito distante,

Ele teve uma esposa que o ajudou a levar a bolsa de obí,

Ele teve uma criança que o ajudou a levar a cabaça de pimenta.

Ele começou a agradecer

Aos sacerdotes de Ifá que fizeram divinação para ele.

Ele disse que foi exatamente como eles disseram.

“Quando o fogo se apaga, ele se cobre de brasas;

Quando a lua se esconde, deixa para trás as estrelas.

Poucas são as estrelas que brilham com a lua.

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà,

Quando ele estava divinando Ifá sem um esposa.

Foi dito que ele cuidasse das divindades,

86

Foi dito que ele iria conseguir,

Se ele fizesse sacrifício.

A esposa é a guardiã do pote de Obi,

A criança carrega a cabaça de pimenta.1

87

VI ÒWÓNRÍN MÉJÌ

(a) A Floresta Não Tem Tantas Àrvores Que A Àrvore Ìrókò Não Possa Ser

Reconhecida

O grande arco-íris;

Jogou Ifá para a àrvore Ìrókò1 da cidade de Igbo

2

Quando ela estava vivendo entre inimigos.

Os inimigos etavam atormentando a àrvore Ìrókò da cidade de

Igbo.

Ele juntou dois cauris com mais três,

E procurou um sacerdote de Ifá para divinação.

Foi dito a ele que fizesse sacrifício.

Ele o fez.

Após fazer sacrifício,

Èsù veio e chamou os fazendeiros,

E mandou que eles começassem a limpar a floresta

Na qual estava a àrvore Iròkò.

Todas as àrvores que eram inimigas de Ìròkò,

Foram cortadas pelos fazendeiros,

Mas, quando eles chegaramaos pés da àrvore Ìròkò,

Èsù falou para não cortá-la,

Porque ela não era uma àrvore qualquer.

Quando Ìròkò derrotou seus inimigos,

Ele disse que foi exatamente como foi dito pelo sacerdote de Ifá

“O grande arco-íris

Jogou Ifá para Ìròkò, àrvore da cidade de Ìghò

Quando ele estava vivendo no meio dos inimigos.

A floresta não pode ser tão cheia de àrvores,

A floresta não pode ser tão coroada de àrvores,

88

Que seja impossível reconhecer a àrvore Ìròkò.

Eu me tornei um grande arco-íris.”

(b) Akó, o Inquieto Que Não Tinha Filhos

Reúna-os,

Eu não vou reuni-los.

Foi quem jogou Ifá para Àkó,1 a inquieta,

Que estava chorando por não ter filhos.

Foi dito a Àkó que fizesse sacrifício.

Após ter feito sacrifício,

Ela ficou grávida no mesmo mês.

Algum tempo depois ela deu à luz um bebê.

Quando ela ficou feliz,

Ela disse que aconteceu exatamente o que o seu sacerdote de Ifá

havia lhe dito.

“Recolha,

89

Eu não recolherei.

Foi quem jogou Ifá para Àkó, a sem sossego.

Que estava chorando porque não tinha filhos.

A mãe cadela não fica muito tempo longe de seu lar.

Com muita pressa,

Eu retorno à mina casa para cuidar de meus filhos.

Com muita pressa.”

(c) Quando Duas Pessoas Riem Uma da Outra, o Resultado é Uma Desavença.

Nós rimos daqueles que riem de nós;

E para aqueles que não riem de nós,

Nós nunca rimos deles.

Foi quem jogou Ifá para Èríntúndé,1

90

Filho de Èlerìn da cidade de Sàjéjé.2

Foi dito que ele fizesse sacrifício,

Por causa das pessoas que conhecem alguém e prejudicam-no.

Ele fez sacrifício.

Após ele ter feito sacrifício,

ele começou a vencer seus inimigos.

Então ele ficou feliz,

Ele disse que foi exatamente como seu sacerdote de Ifá disse;

“Nós rimos daqueles que riem de nós ,

Assim como rimos daqueles que nunca riem de nós,

Desses nós nunca rimos.

Quando duas pessoas riem uma da outra

O resultado é a desavença.

Foi quem divinou Ifá para Èríntúndé,

Descendente de Èlèrin na cidade de Sàjéjé.

Foi dito que ele deveria fazer sacrifício por causa de certas

pessoas que conhecem alguém e o prejudica.

Viajantes da cidade de Ìpo,

Viajantes da cidade de Òfà,

Não há nada em minha vida que seja motivo de riso.”

91

(d) Jànjàsá, O líder Dos Compadres no Céu

A pedra se quebra repentinamente,mas não sangra.

Foi quem jogou Ifá para Jànjàsá.1

Que era o líder de um grupo de camaradas no céu.2

Foi dito a jánjàsá que cuidasse dos seus camaradas.

Quando ele fez conforme foi dito,

as coisas ficaram bem para ele outra vez.

ele disse,”a pedra se quebra repentinamente, mas não sengra.

Foi quem jogou Ifá para Jànjàsá,

Que era o líder de um grupo de camaradas do céu.

Viajantes para a cidade de Ìpo,

Viajantes para a cidade de Òfà,

É Egbéògbà,3 quem deve ser propiciado

Sempre que esta divindade faz parte da família de alguém.”

92

93

94

95

(VII) OBARA MÉJÌ

(a) Obàrà, O que Você Vendeu Que o Deixou Tão Rico?

_ _ __- SÓMENTE ABÓBORAS

O abutre era calvo, não por medo de navalha;

Píton, o sacerdote de Ifá de Àgbaalè,1

O ferreiro não quer que a guerra seja eliminada da face da

terra.2

Foram os que jogaram Ifá para Èjì Òbàrà.3

O menorzinho entre todos eles,

No dia em que eles estavam indo

Para fazer divinação de Ifá na casa de Olofin,4

Estes quatro sempre faziam divinação de Ifá

Para Òlofin a cada nove dias.5

Sempre que vinham,

Olófin dava a eles comidas e bebidas,

Mas, um dia,

OlOfin pegou quatro abóboras,6

E as abriu.

Ele colocou o dinheiro dentro de uma delas.

Ele espalhou contas ókùn e iyùn,7 dentro de outra.

Ele pôs láàràngúnkàn,8 a roupa dos reis dentro da terceira.

Ele pôs outras coisas valiosas da cidade de Ifè dentro da

quarta.

após ele ter terminado sua operação,

96

Èsù esfregou suas mãos nas marcas

Criadas pela faca na superfície das abóboras,

e as marcas desapareceram.

Quando Òbàrà e seus amigos chegaram,

Olofin não lhes deu comida como era de seu costume.

Após eles terem descansado por um bom tempo

Olofin lhes deu uma abóbora para cada um deles.

Os outros três ficaram curiosos sobre o que deveriam fazer com

as abóboras.

Eles disseram, Òbàrà porque você não fica com todas elas?

E assim foi como todas eles

Empurraram as abóboras para Òbàrà.

Quando chegou em casa,

Ele deu as abóboras para sua esposa,

E lhe pediu que as cozinhasse.

Mas, sua esposa disse,

O que se pode fazer com abóboras?

Ela também as recusou e as deixou para Obàrà.

Quando a fome não permitiu a Òbàrà descansar,

Ele foi até a cozinha,

E colocou um caldeirão no fogo.

Quando ele cortou uma das abóboras,

O dinheiro saiu em grande quantidade.

Quando ele cortou as outras três,

Ele achou todas as coisas valiosas que Olófin havia colocado

dentro delas.

Foi como Òbàrà tornou-se um homem rico.

Antes que terminasse um outro período de nove dias,

Quando eles tinham combinado de ir de novo à casa de Olófin,

Ele começou a construir uma casa,

E casou-se com uma nova esposa.

97

Ele comprou um cavalo negro,

E também comprou um cavalo vermelho.

Òbàrà tornou-se um homem famoso em todo o mundo.

Ele começou a dançar,

Ele começou a regozijar-se,

Sinos foram tocados em Ìpóró,9

Os tambores Àràn foram tocados em Ìkijà,10

As baquetas foram aplicadas incessantemente à diferentes

tipos de tambores,na cidade de Ìserimogbe.11

Òbàrà começou a louvar seus sacerdotes de Ifá,

E seus sacerdotes de Ifá louvaram Ifá.

Ele abriu um pouco a sua boca,

E a canção de Ifá lá entrou.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá,

Empregaram suas boas vozes louvando Ifá.

“O abutre é calvo não por causa do medo da navalha,

Píton o sacerdote de Ifá Àgbâalè;

O ferreiro não quer que a guerra seja eliminada da face da

terra.

Foram os que jogaram Ifá para Èjì Òbàrà,

O menorzinho de todos.

No dia em que estavam indo

Para jogar Ifá no palácio de Olófin.

Eles não mais puseram Òbàrà por ùltimo.

Ele estava a frente de todos.

Èjì Òbàrà, pegue um cavalo preto,

Èjì Òbàrà, pegue um cavalo vermelho.

Abóboras.

Èjì Òbàrà, o que você vendeu

Que o fez tão rico?

Abóboras.”

98

(b) Imo Foi Mãe de Vinte Crianças

Agílíntí,1 esconde-se no seu local de descanso cheia de orgulho,

O hipopótamo escala as margens do rio rapidamente.

Foi quem divinou Ifá para Ònà Òpónpón.2

Que estava chorando por que não tinha filhos.

Disseram que ela fizesse sacrifício,

E ela o fez.

Após ter feito sacrifício,

Ela começou a gerar filhos.

Ela disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

previram.

“Agilíntí esconde-se no seu local de descanso cheia de orgulho.

O hipopótamo sobe as margens do rio com rapidez,

Foram os que divinaram Ifá para Ònà Òpánpán

Que chorava por não ter filhos.

Imo,3 foi mãe de vinte filhos;

Uma criança não pode contar o número de sementes produzidas

pelo painço.

99

Ìmó foi mãe de trinta crianças,

Uma criança não pode contar o número de sementes produzidas

pelo painço.

100

(c) Àfbìgbònìwònràn, O Sacerdote Desleal

Você viu coisas ruins,

Coisas piores estão por vir agora;

coisas piores, o pai das coisas ruins.

Foi quem jogou Ifá para Àgbigbòniwònràn,1

Que estava indo para a casa de Oníkoromèbí.2

para fazer divinação de Ifá.

101

Oníkoromèbí, marido de uma esposa adúltera.

Foi por causa da traição incessante de sua mulher que

Oníkoromèbí fez divinação.

Após ter punido a mulher,

Ele a atirou no seu quintal,

E a amarrou lá com uma corda.

Foi lá, no quintal , que Oníkoromèbí deixou sua esposa.

E ele foi ver Àgbigbòniwònràn

Para fazer divinação.

Àgbìgbò avisou Onikoromèbí para ter cuidado.

Ele disse que a pessoa para quem a divinação fora feita

Estava no quintal, amarrada por uma corda.

Quando Onikoromèbí ouviu isto,

Ele ficou envergonhado,

E ele não podia soltá-la por ele mesmo.

Ele por conseguinte pediu a Àbìgbò para ajudá-lo a desamarrá-la.

Quando Àbìgbò chegou lá,

Ao invés de desatar a mulher,

Ele foi viver com ela.

A esposa de Oníkoromèbí lamentou-se,

Ao invés de chorar em voz alta.

Ela cantou Ìyerè,3 ao invés de lastimar-se em voz alta.

Os sacerdotes de Ifá não cantam as fatalidades do destino4

através da cidade.

Ela disse,”Você esteve vendo coisas ruins,

Coisas ainda piores estão por vir.

Coisas piores, pai das coisas ruins.

Foi quem jogou Ifá para Àbìgbònìwònran

que estava indo para a casa de Oníkoromèbí para fazer divinação.

Oníkoromèbí, marido de uma mulher adúltera.

Ele está fazendo sexo comigo.

102

Ele está fazendo sexo comigo.

Àbìgbòniwònran não me desamarre.

Ele está fazendo sexo comigo.”

103

104

(d) Àgbigbònìwònràn, O Fabricante de Caixões

A nascente não pode encobrir totalmente uma cabaça.1

Foi quem jogou Ifá para Àgbigbònìwònràn

O homem forte que fabricava caixões.2

Depois Àgbìgbò terminou de fazer um caixão,

Ele deveria ir e colocá-lo na frente da casa de um homem.

O resultado é que aquele homem morreria.

Quando àgbìgbò acabou de fazer o caixão,

Ele o pegou,

e foi à casa de Òrúnmìlà.

Naquela noite, Òrúnmìlà sonhou com a morte.

Pela manhã, ele pegou seus instrumentos de divinação,

E peguntou pelo seu sonho.

Ifá avisou Òrúnmìlà para fazer sacrifício imediatamente.

Após ter feito sacrifício,

Ele o levou para o santuário de Èsù.

Após algum tempo, Àgbìgbò chegou à casa de Òrúnmìlà com seu

105

caixão.

e encontrou Èsù fora de casa.

Èsù perguntou a ele o que ele pretendia.

E Àgbìfbò respondeu que era òrúnmìlà.

Então Èsù perguntou mais a ele.

Que tipo de coisas ele gostaria de ter

Que pudesse fazê-lo deixar Òrúnmìlà intacto.

Ele disse que queria rato, pássaro e um animal.

Èsù respondeu que todas essas coisas

Foram incluidas no sacrifício feito por Òrúnmìlà.

Èsù, então mostrou todas essas coisas a Àgbigbè,

Que reunião o material apressadamente.

Levantou seu caixão,

E foi para outro lugar.

Quando ele estava fora de alcance da visão,

Èsù ordenou que ele nunca mais pudesse abaixar o caixão.

A partir daquele dia,

O caixão está sempre na cabeça de Àgbìgbò.

Quando Òrúnmìlà ficou feliz,

Ele começou a dançar,

Ele começou a regozijar-se.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

disseram.

“A àgua da nascente não pode cobrir uma cabaça.

Foi quem divinou Ifá para Àgbìgbònìwòbràn

Que era um homem forte que fazia caixões.

Se é um rato o que você quer pegar,

Pegue o rato,

E vá embora.

Nós lhe imploramos, Àgbìgbònìwònràn,

Leve embora a sua carga.

106

Leve embora a sua carga.

Nós não temos nada a fazer com ela.

Se é um peixe que você quer pegar,

Pegue o peixe,

E vá embora.

Nós lhe imploramos, Àgbìgbonìwònràn,

Leve embora a sua carga.

Leve embora a sua carga.

Não teremos nada para fazer com ela.

Se é um animal que você quer pegar.

Pegue o animal,

E vá embora.

Nós lhe imploramos, Àgbigbonìwònràn,

Leve embora sua carga.

Leve embora sua carga.

Nós não temos nada para fazer com ela.”

107

(VIII) OKANRAN MÉJÌ

(a) O Galo Alto, Marido da Galinha

O mais rápido, porém ineficaz.

Foi quem jogou Ifá para galo grande

Que acordou cedo pela manhã.

Chorando porque não tinha esposa.

Poderia ele possivelmente ter uma esposa?

Esta foi a razão pela qual ele fez divinação.

Foi dito que ele fizesse sacrifício.

108

Após ele ter feito sacrifício,

Em pouco tempo,

Numa data não muito distante,

Ele encontrou a galinha na estrada,

E eles se casaram.

Quando eles estavam felizes,

Ele disse,”O mais rápido,porém ineficaz,

Foi quem jogou Ifá para galo alto

Que acordou muito cedo pela manhã

Chorando porque não tinha esposa.

Não demorou muito,

Não foi numa data muito distante,

Venham e vejam-nos vencendo através de sacrifício.”

109

(b) Èjì Òkànràn. O Proprietário de Ìtilè

Se o anfitrião não convida alguém para sua festa,

Não é uma coisa correta estar presente;

Quando um homem faz uma coisa vergonhosa,

Ele exibe uma cara dura e descarada.

Foi quem divinou Ifá para Èjì Òkànràn,1

Que estava indo para a cidade de Ìtilè;2

Foi dito a Èjì Òkànràn que fizesse sacrifício

Por causa de uma certa coisa pertencente a seu pai,

E que queriam roubar dele.

E ele fez sacrifício.

Após te feito o sacrifício prescrito,

Ele triunfou sobre os inimigos.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

previram.

“Se o anfitrião não convida alguém para sua festa,

Não é correto estar presente,

Quando um homem faz uma coisa vergonhosa,

Ele mostra uma cara dura e descarada.

110

Foi quem divinou Ifá para Èjì Òkànràn

Que estava indo para a cidade de Ìtilè

Deixem que ele ande em paz,

Deixe que ele se mova livre e com orgulho.

Èjì Òkànràn tornou-se um proprietário.

Deixem-no passear em paz.

Deixem que ele se mova livre e com orgulho.”

(c) A Ìyálóde da Cidade de Ìpo Que Era Estéril Como Uma Rocha

111

Ele que vê a àgua em frente e molha seus pés na lama,

Foi quem jogou Ifá para Ìyálóde1 da cidade de Ìpo.

Ela era estéril;

Estéril que nem uma rocha

De tal modo que quando ela via a galinha com pintos,

Ela explodia em lágrimas.2

Foi dito à Ìyálóde da cidade de Ìpo que ela poderia ter filhos.

Mas, ela foi alertada para fazer sacrifício.

Ela fez sacrifício,

e teve muitos filhos.

Ela começou a dançar,

Ela começou a regozijar.

Ela louvou seu sacerdote de Ifá,

E seu sacerdote de Ifá louvou Ifá.

Ela disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá de

Ifá

Usaram suas boas palavras para louvar Ifá.

“Ele que vê a àgua em frente e molha seus pés na lama,

Foi quem jogou Ifá para Ìyálóde da cidade de Ìpo.

Ela era estéril,

Estéril como uma rocha

A tal ponto que quando via uma galinha com pintos,

Explodia em lágrimas.

Não demorou muito,

Não foi numa data muito distante,

Venham e vejam-nos no meio de muitas crianças.”

112

(d) Oya é Mais Perigosa do Que Sàngó; A Esposa é Mais Perigosa

Do Que o Marido

Quando nós vemos um Òkànràn neste caminho,

113

e vemos um outro Òkànràn naquele caminho,

A marca é de Òkànràn Méjì que significa boa sorte.

Foi quem jogou Ifá para Sàngó, apelidado Olúòrójò.1

Bámbí, fonte daqueles que usam duzentas pedras de raio

para vencer seus inimigos.

Quando ele estava indo tomar Oya, como esposa.

Foi dito a Sàngó para ser cuidadoso.

Porque a esposa com a qual ele estava indo se casar

Seria mais bem sucedida que ele.

Mas, Sàngó recusou-se a fazer sacrifício.

Ele estava curioso de como sua própria esposa

Poderia ser mais bem sucedida que ele.

Se Sàngó jogar pedras de raio em algum lugar,

Todo mundo começaria a gritar o seu nome.

Mas, se Oya,sua esposa,

Matasse duas pessoas no mesmo dia,

Ninguém ouviria sobre o incidente.

Se ela quisesse,

Ela sopraria um vento forte contra uma parede,

E a parede cairia sobre as pessoas e matá-las.

Se ela quisesse derrubaria àrvores em cima das pessoas e as

as mataria.

Mas, se Sàngó mata uma só pessoa,

Todo mundo vai ouvir do incidente.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

Usaram suas boas vozes para louvar Ifá.

“Quando nós vemos um Òkànràn na direita,

E nós vemos outro Òkànràn na esquerda,

A marca é de Òkànràn Méjì, que é sinal de boa sorte.

Foi quem jogou Ifá para Sàngó, apelidado Olúòrójò,

Bámbí, fonte para aqueles que usam duzentas pedras de raio para

114

vencer seus inimigos.

Quando ele estava indo para tomar Oya como esposa.

A esposa é mais perigosa que o marido.

a esposa é mais perigosa que o marido.

Oya é mais perigosa que Sàngó.

A esposa é mais perigosa que o marido.”

115

116

(IX) OGUNDA MÉJÌ

(a) Òjòntarigi, a Esposa da Morte

Ele que se atirou repentinamente na estrada,

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà

Que estava indo arrebatar Òjòntarìgì,1

A esposa da morte.

Òjòntarìgì era a única esposa da morte.

Apesar disto, Òrúnmìlà queria arrebatá-la.

Foi dito a Òrúnmìlà que fizesse sacrifício,

E ele o fez.

Após ter feito sacrifício,

Ele arrebatou Òjòntarìgì da morte.

Morte então pegou o seu porrete,

E foi em direção a casa de Òrúnmìlà.

Ele encontrou Èsù em frente a casa.

117

Èsù perguntou “Como vai,

Morte, cujo apelido é Òjèpè, cujo traje é tingido de osùn.”2

Após eles terem trocado cumprimentos,

Èsù perguntou a ele “Onde você vai?”

Morte respondeu que ele estava indo para a casa de Òrúnmìlà.

Èsù perguntou,”Qual é o problema?”

Morte disse que Òrúnmìlà tinha pego sua esposa.

E ele tinha que matar Òrúnmìlà naquele mesmo dia.

Èsù implorou a morte para que se sentasse.

Após ele ter sentado,

Èsù deu-lhe comidas e bebidas.

Após a morte ter comido até ficar satisfeito,

Ele levantou-se,

Pegou o seu porrete,

E foi andando.

Então, Èsù perguntou de novo,”Onde você está indo?”

Morte respondeu que estava indo para casa de Òrúnmìlà.

Então, Èsù disse,”Como você pode comer a comida de um Homem e depois matá-

lo?

Você não sabe que a comida que a comida que você comeu,pertence

a Òrúmmìlà?”

Quando morte não sabia mais o que fazer,

Ele disse,”Diga a Òrúnmìlà que ele pode ficar com a mulher.”

118

119

(b) O Leão se Recusou a Fazer Sacrifício

O tronco de madeira torto que atravessa a estrada de maneira

curva.

Foi quem jogou Ifá para Leão,

No dia em que ele estava entrando na floresta para caçar

animais.

Ele perguntou se a expedição na qual ele estava indo,

Lhe daria bons frutos.

Ele fez divinação por este motivo.

Foi dito que ele fizesse sacrifício para que pudesse triunfar

sobre seus inimigos.

Mas, o leão se gabava de que ninguém era suficientemente

corajoso para ir contra os seus interesses.

120

Ele disse que ele não faria sacrifício.

Logo depois,o leão entrou na floresta para caçar.

Èsù se transformou em vento,

E o seguiu,

Quando o leão entrou na floresta,

Ele viu um ìrá,1

E ele o matou.

Mas, quando ele tentou estripá-lo.

Èsù arrancou uma fruta da àrvore àfòn,2

E jogou-a contra a coxa do leão.

Logo que ele pode apoiar sua perna,

O leão correu.

Antes que ele retornasse,

Èsù levou embora o animal.

Quando o leão retornou,

E procurou por um longo tempo sem achar o animal,

Ele procurou outro animal.

Mas, aconteceu a mesma coisa.

Quando o leão ficou faminto,

Ele se apressou para fazer sacrifício.

Após ele ter feito sacrifício,

Ele voltou à floresta para caçar animais,

E Èsù não o assustou novamente.

Ele começou a dançar,

Ele começou a regozijar.

Ele disse,”O tronco de madeira torto que atravessa a estrada de

maneira torta.

Foi quem divinou Ifá para leão

No dia em que ele estava indo para dentro da floresta para caçar

animais.

Foi dito que ele deveria cuidar das divindades,

121

Disseram que isto seria de grande ajuda se ele fizesse

sacrifício.

Não foi muito tempo depois,

Não foi numa data distante,

Venham e nos vejam vitoriosos.”

122

(c) É Com a Mesma Boca Com a Qual Ele Fala Que o Revólver Conquista Seus

Inimigos

Ògúndájì,1 Sacerdote de Ifá do revólver,

Foi quem jogou Ifá para revólver

Quando ele estava indo para o meio dos inimigos.

Foi dito ao revólver que fizesse sacrifício.

Também lhe disseram que falasse sempre como um homem bravo.

E foi assim que ele fez.

Após o revólver ter feito sacrifício,

ele começou a matar os inimigos

Como se mata animais.

Ele disse ”Ògúndájì, o sacerdote de Ifá do revolver,

Foi quem jogou Ifá para revólver

Quando ele estava vivendo no meio dos inimigos.

É com a boca que o revólver fala

Que ele conquista seus inimigos.”

123

(d) Òrúnmìlà Atirou uma Flexa e Matou a Morte

O sacerdote de Ifá Pómú-pómú-sigi-sìgì-sigi-pomu-pómú,1

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà

Quando ele atirou uma flecha

E matou a morte na fazenda.

Alguma coisa assustou Òrúnmìlà na fazenda.

Então, ele voltou para casa,

124

E perguntou sobre isto aos seus instrumentos de divinação.

Foi dito que ele fizesse sacrifício.

E ele o fez.

Após ter feito sacrifício,

O Seu sacerdote de Ifá lhe deu três flechas,

E disse para ele atirá-las ao redor de sua fazenda.

Quando uma das flechas foi atirada,

Ela atingiu a morte.

Ele atingiu a morte no peito.

A morte caiu com um grande barulho,

E ele deixou a terra.2

Daquela fazenda Òrúnmìlà saiu dançando em direção a sua casa.

Ele disse que foi exatamente como o sacerdote de Ifá disse.

“O sacerdote de Ifá chamado Pómú-pómú-sigi-sìgì-sigi-pomu-pómú

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà

Quando ele atirou uma flecha,

E matou a morte na fazenda.

Olónìímoró,3 atirou um flecha,

E matou a morte na fazenda.

Nós louvamos Pómú-pómú-sigi-sìgì-sigi-pomu-pómú”

125

(X) OSA MÍJÌ

(a) Òge, A Deusa Das Mulheres Estéreis

Pòòkó,1 tem uma base de apoio,

Mas, ela assenta-se nos seus lados.

Foi quem divinou Ifá para Òge,2

Quando ela estava chorando pela falta de crianças na cidade de

Ìgbónná.3

Òge se algum dia ela poderia ter filhos.

Disseram para ela fazer sacrifício.

E ela o fez.

Depois que ela fez sacrifício ela teve filhos na cidade de

Ìgbónná,

126

E ela ficou feliz,

Ela disse que foi exatamente como os seus sacerdotes de Ifá

disseram.

“Pòòkó tem uma base de apoio,

Mas, apóia-se nos lados.

Foi quem divinou Ifá para Òge

Quando ela estava chorando pela falta de filhos na cidade

de Ìgbónná.

Ela vai abençoar a todos vocês.

Òge vai abençoá-los.

Ela não deixará de abençoar seus filhos com facilidade.”

127

(b) O Algodoeira

Olósèé,1 O sacerdote de Ifá da fazenda,

Foi quem jogou Ifá para a algodoeira

Que estava perdendo todos os seus filhos por morte prematura.

O algodoeiro perguntou ao sacerdote de ifá o quê ela devia fazer

para que seus filhos pudessem sobreviver.

E que assim os habitantes da terra não lhe criassem problemas.

Foi dito que ela fizesse sacrifício.

Depois de fazer sacrifício,

Seus inimigos mandaram pequenas partículas de chuva

Para destruí-la,

128

Assim como destruir seus filhos.

Mas, foi naquele momento em particular que a algodoeira começou a produzir

novas folhas.

Seus inimigos mandaram então gotas de orvalho.

Para destruí-la.

Mas, foi exatamente quando ela começou a produzir novas flores

e sementes.

Por último, eles mandaram o sol

Para destruir a algodoeira.

Mas, comforme o sol estava brilhando na algodoeira,

Ela começou a abrir seus botões.

ela disse que era exatamente como seus sacerdotes de Ifá

disseram.

“Olósèé, o sacerdote de Ifá da fazenda,

Foi quem jogou Ifá para a algodoeira

Que estava perdendo todos os seus filhos por morte prematura.

Eles mandaram pequenas gotas de chuva

Para destruir a algodoeira.

Mas, ela produziu novas folhas.

Eles lançaram fortes gotas de orvalho

Para destruí-la.

Mas ela começou a produzir novos botões e folhas

Eles enviaram o sol

Para destruir a algodoeira.

Mas ela abriu sua lã.

A algodoeira está produzindo novas folhas.

Ela está produzindo mais lã.

É na presença dos pássaros que a algodoeira abre sua lã.”2

129

(c) Nós Estamos Implorando Para Que a Terra Não Seja Destruída

Òsá, o vivamente brilhante, sacerdote de Ifá da terra,

Foi quem jogou Ifá para a terra.

Foi dito a terra que parasse de fazer sacrifício pretendendo

fazê-lo mais rico,

Mas ao invés disso deveria fazer sacrifício para protegê-lo

dos inimigos.

Nós estamos certamente vivos,

E nós estamos implorando

Que enquanto nós permanecer-mos na terra,

Que a terra não seja destruída.”

130

(d)

131

(d) Ifá e Seus Três Inimigos

Quando o elefante morreu,

Nós usamos seu marfim para fazer objetos delicados.

Quando o búfalo morreu,

Nós usamos seu couro para fazer pòòlò.1

Quando o jovem ìrá morreu,2

Nós pegamos os seus chifres e os polimos cuidadosamente com

com pasta de osùn.

Foi quem divinou Ifá para Òrúnmìlà

Quando ele estava cercado por três inimigos.

O elefante, o búfalo e ìrá

Eram os inimigos de Òrúnmìlà.

Depois que Òrúnmìlà fez sacrifício,

O elefante morreu sem cair doente de maneira alguma.

Òrúnmìlà, então, mandou remover seus marfins.

E com eles fez iróké.3

Quando o búfalo morreu,

Òrúnmìlà mandou cortar parte de sua pele.

E deu, então para Èsù

Que a usou4 para ameaçar os outros animais.

Quando o jovem ìrá morreu,

Òrúnmìlà mandou que seus chifres fossem polidos com pasta de

osùn.

E eles tornaram-se símbolo de divindade

Que é conhecida como Òge.5

Sempre que as mulheres não conseguem ter filhos

Rezam para esta divindade,

Elas terão filhos.

ele disse que foi exatamente como seu sacerdote de Ifá predisse.

“Quando elefante morreu,

Nós usamos seus marfins para fazer objetos delicados.

132

Quando o búfalo morreu,

Nós usamos sua pele para fazer pòòlò

Quando o jovem ìrá morreu,

Nós pegamos seus chifres e lustramos com pasta de osùn.

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà

Quando ele estava cercado por três inimigos.

Viajantes para a cidade de Ìpo,

Viajantes para a cidade de Òfà,

Ifá irá jogar os inimigos de cara no chão.”

133

(XI) ÌKÁ MÉJÌ

(a) Yindinyindin, Mãe de Incontáveis Crianças

A pedra não é um apoio adequado para um objeto de arte que está

sendo trabalhado.1

Foi quem divinou Ifá para Yindinyindin,2

Que estava chorando por não ter filhos.

Foi dito a Yindinyindin para fazer sacrifício.

Garantiram que ela teria muitos filhos.

Ela fez sacrifício.

Após ter feito sacrifício,

Ela disse que foi exatamente como disse o seu sacerdote de Ifá

“A pedra não é um apoio adequado para um objeto de arte que está

sendo trabalhado.

Foi quem divinou Ifá para Yindinyindin

Que era parente próximo do verme.

134

A esposa está parindo,

E o marido as está carregando nos ombros.

Yindinyindin é certamente parente do verme.”

(b) A Canoa, Esposa de Olúerí

Vamos puxá-la com corda agba;1

Vamos puxá-la com corda ìpètì.2

Foi quem divinou Ifá para canoa

Que era esposa de Olúeri.3

Ambas agba e ìpèti,

Venham e nos ajudem a levar a canoa para Olúeri.

135

(c) Sééré, A Esposa de Sàngó

Você foi à casa de Ìká;1

Você retornou da morada de Ìká.

Foi quem divinou Ifá para Sééré,2

Que era a esposa de Sàngó.

Foi dito a Sééré

para fazer sacrifício.

Ela foi assegurada que ela teria muitos filhos.

Ela fez o sacrifício prescrito.

Após ela ter feito sacrifício,

Ela começou a ter muitos filhos.

Ela disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

Empregaram suas vozes em louvor de Ifá.

“Você foi a casa de Ìká;

Você voltou de sua morada.

Foi divinou Ifá para Sééré

Que era esposa de Sàngó.

Viajantes para a cidade de Ìpo,

Viajantes para a cidade de Òfà,

Sééré tornou-se muito feliz,

E começou a produzir muitas crianças.”

136

(d) A Porta e Seus Pregos

Vamos viajar por seu cumprimento;

Vamos viajar por sua largura.

Foi quem divinou Ifá para a porta muito alta.1

Que estava indo para guerra na cidade do ferro.

Foi dito para a porta fazer sacrifício.

Ela recusou.

Ela não fez sacrifício.

Em pouco tempo, ela ficou doente.

Quando ela não pode mais levantar,

Ela correu para fazer sacrifício.

137

Foi dito que ela oferecesse um cabrito,

E quatro pedaços de ferro para sacrifício.

Os pedaços de ferro que ela ofereceu

Foram pregados ao seu corpo

E eles estão lá até hoje.

Ela disse,”Vamos viajar por seu cumprimento,

Vamos viajar por sua largura.

Foi quem divinou Ifá para a porta alta

Que estava indo guerrear na cidade do ferro.

Pegue um pedaço de ferro e levante-se.

Porta muito alta,

Pegue um pedaço de ferro e levante-se.”

138

139

(XII) ÒTÚRUPÒN MÉJÌ

(a) O Feitiço e O Ser Humano

O pààká,1 mascarado com um torrão nas costas,

Pegou quarenta cauris do chão.2

Foi quem divinou Ifá para Feiticeira.3

Foi quem divinou Ifá também para Ser Humano.

Ambos foram alertados para fazer sacrifício,

A feiticeira falou que sempre que ela viesse à terra,

Ela destruiria a obra dos seres humanos

O Ser Humano também disse que sempre que viesse a terra,

Faria tudo que lhe desse prazer.

Foi dito a ele também que fizesse sacrifício,

Mas, ele recusou-se a fazê-lo.

Quando os dois chegaram a terra,

Se o Ser Humano produzisse uma criança,

A Feiticeira matava a mesma.

Todas as coisas pertencentes ao Ser Humano

Eram estragadas pela Feiticeira.

Então, o Ser Humano voltou para o seu sacerdote de Ifá,

E fez o sacrifício que ele havia negligenciado.

Foi dito que ele fizesse Egúngún.4

Ele então, vestiu-se de mascarado,

E começou a cantar usando a linguagem indireta contra a

Feiticeira.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes disseram.

“O pààká mascarado, com seu torração nas costas

pegou no chão quarenta cauris .

Foi quem divinou Ifá para a Feiticeira,

140

E também jogou Ifá para Ser Humano;

Quando ambos estavam vindo do céu para a terra.

Esta é uma Feiticeira,

Apesar da forma de Ser Humano.

A Feiticeira não deixa o Ser Humano descansar.”

141

(b) Que Feliz Coincidência. A Esposa Encontrou Seu Marido na

Na Estrada

A folha muito dura;

A folhagem de palmeira muito dura;

Ele cujas marcas dos pés desapareceram rapidamente na areia.

Foi quem divinou Ifá para Gélélose,1

Que estava indo fazer divinação em Àpíni.2

Foi dito a Gélélóse que ele deveria ter uma esposa em Àpíni.

Mas, ele foi avisado para fazer sacrifívio.

E ele o fez.

Após ter feito sacrifício,

Ele teve uma esposa em Àpíni.

Ele disseque foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá disseram

“A folha muito dura;

A folhagem de palmeira muito dura;

Ele cujas marcas dos pés desaparecem rápidamente na areia.

142

Foi quem jogou Ifá para Gélélóse

Que estava indo fazer divinação em Àpíni.

Que feliz coincidência.

A esposa encontra seu marido na estrada.”

143

(c) Oyèépolú, Descendência Daqueles Que Fazem os Ritos

Tradicionais na Cidade de Ifè

Pepe,1 sacerdote de Ifá do interior da casa;

144

Òtìtà,2 sacerdote do exterior;

É o pardal que constrói seu próprio ninho

E coloca sua entrada virada para baixo em curva;

O ninho nem toca a àgua nem arrasta na terra seca;

Mas, sua entrada aponta para baixo em curva.

Foi quem divinou Ifá para Oyèépolá,3

Descendência daqueles que fazem os ritos tradicionais de Ifè;

Cuja mãe deixou todos sozinhos,

Quando ela era muito jovem.

Quando Oyèépolú cresceu,

Ele não sabia todos os ritos de sua família.

Sua vida tornou-se confusa.

Ele procurou uma esposa para casar-se, mas não achou nenhuma.

E ele não tinha paz na sua própria casa.

Ele, portanto, juntou dois cauris com mais três

E foi a um divinador fazer divinação.

Foi lhe dito que era por causa dos ritos tradicionais da sua

família

Que ele havia esquecido,

Que ele estava naquela confusão.

Foi dito a ele para ir

Às covas dos seus pais,

E pedir aos seus ancestrais poder e autoridade.

Depois que agiu assim,

Ele começou a gozar sua própria vida.

Ele teve dinheiro,

Ele desposou uma mulher,

E ele também teve filhos.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

previram.

“Pepe, sacerdote de Ifá de dentro da casa,

145

Òtità, sacerdote de Ifá de fora.

É o pardal que faz seu próprio ninho,

E coloca sua entrada voltada para baixo numa curva;

E ninho nem toca a àgua nem arrasta-se na terra seca;

Mas, sua entrada aponta para baixo numa curva.

Foi quem divinou Ifá para Oyèépolú ,

Descendência daqueles que fazem os ritos tradicionais em Ifè;

Oyèépolú não sabia nada.

Se o óleo é a primeira coisa a ser colocada no chão,

Eu não sei,

Se o obí é a primeira coisa a ser colocada no chão,

Eu não sei.

Se o vinho é a primeira coisa a ser colocada no chão ,

Eu não sei.

Oyèépolú não nada sabia.

Todas as divindades e ancestrais do céu,

Apressem-se aqui,

E nos ajudem a fazer este ritual.”

146

(d) Orí, A Entidade Responsável Pela Predestinação

Nenhum homem inteligente é capaz de prender àgua dando um nó

na ponta de sua roupa.

Nenhum sábio sabe o número de grãos de areia na terra.

Foi quem jogou Ifá para Orí,1

E que também jogou Ifá para Caráter.

Orí perguntou aos divinadores se ele poderia ter todas as

boas coisas da vida.

Foi dito que ele fizesse sacrifício,

E ele o fez.

Depois que ele fez sacrifício,

Ele teve todas as coisas boas que ele queria.

147

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

Usaram suas boas vozes para em louvor a Ifá.

“Nenhum homem inteligente é capaz de prender àgua dando um

nó na ponta de sua roupa.

Nenhum sábio conhece o número de grão de areia da face da terra.

Foi quem divinou Ifá para Orí.

E também jogou Ifá para caráter.

Orí nós saudamos você;

Você é aquele que permite que as crianças nasçam vivas.

A pessoa cujo sacrifício é aceito por Orí,

Deve regozijar-se muito.”

148

(XIII) ÒTÚÁ MÉJÌ

(a) Esquilo, o Tagarela

A língua comprida;

A boca que não guarda segredos;

A armadilha armada pela boca, nunca deixa de pegar vítimas;

149

É a língua do tagarela que o mata;

É a língua daquele que fala demais que irá matá-lo;

É o falar demais que mata o bisbilhoteiro.

Foi quem divinou Ifá para esquilo

Que tinha feito um ninho próximo a estrada.

Ele foi avisado para ter muito cuidado

Porque ele não sabia guardar segredos.

Avisaram-no para não falar de tudo o que via

Para outras pessoas.

Mas, o esquilo não deu importância ao aviso.

Então, aconteceu

Que a esposa de esquilo teve dois filhos ao mesmo tempo.

Quando ela estava feliz,

Um certo dia,

Ele disse,”O esquilo teve dois filhos,

A casa cheia de crianças.

Todos os viajantes que passam na estrada,

Vêm e os vêem.”1

Quando o seres humanos viram isto,

Eles saltaram para a floresta,

Pegaram o ninho do esquilo,

E o examinaram,

Quando olharam dentro dele,

Eles acharam os dois filhotes,

E os levaram para casa.

Quando chegaram em casa.

Eles colocaram os filhotes de esquilo em cima do inhame pilado,

E eles desapareceram na sopa.”2

150

(b) Como Otúá Tornou-se Rico

Não é hoje que o orvalho começou a cair.

Foi quem divinou Ifá para Òtúá,1

Que estava ido para a cidade de Ìpàpó2 para fazer divinação.

Òtúá perguntou se ele poderia tornar-se rico

Aonde ele estava indo.

Disseram que se ele fizesse sacrifícios suficientes,

Ele teria todas as riquezas prometidas a ele.

Ele disse eu foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá disseram

“Não é hoje que o orvalho começou a cair.

Foi quem divinou Ifá para Òtúá

Que estava indo para Ìpópó para fazer divinação.

Nesta manhã cedo.

Eu orei pela bênção de Osèèrèmògbò,3

Òtúá, o homem velho, pegou duas tartarugas

Na cidade de Ìpàpó.

Òtúá pegou duas tartarugas,

E tornou-se um homem riquíssimo.”

151

152

(c) Porque o Muçulmano Jejua

Os cauris presos ao Orí,1são intimamente fixados juntos;

As contas Okùn,2 de um homem rico são colocadas em uma corrente

pendurada.

Foi quem jogou Ifá para Nana Aáyì,

Que era mulher do Muçulmano.

Foi dito ao Muçulmano que tomasse conta de Aáyì

Mas, ele não seguiu o aviso.

Após Nana Aáyì morrer de fome,

A vida do Muçulmano virou uma confusão

Quando a coisa ficou muito difícil,

Ele juntou dois cauris com mais três,

E procurou um sacerdote de Ifá para divinação.

Foi dito ao Muçulmano para não comer nada

Até o final do dia.

Foi dito também que por trinta dias,

Ele deveria continuar jejuando.

E o Muçulmano assim o fez.

153

Após ele ter feito conforme foi dito,

As coisas ficaram melhores para ele.

Ele disse, “Os cauris presos ao Orí são intimamente fixados

juntos;

As contas okùn de um homem rico são colocadas numa longa corrente

pendurada;

Se eu me tornar rico, eu farei meus parentes ricos também.

Foi quem jogou Ifá para Nana Aáyì

Que era mãe do muçulmano.

Nàná nós te saudamos.

É justa a sua causa.

Nana, mãe do sacerdote Muçulmano.

Nana, sua causa é justa.

Todos os Muçulmanos,

Quando vocês ouviram da morte do Deus Onipotente?

Vocês, mentirosos;

Ou que mais faz vocês jejuarem (por tanto tempo).”

154

(d) Abdullah e Seu Bando de Ladrões

155

O eu os olhos vêem,

A boca fala.

Quando a boca fala,

Ela fica rasgada, amplamente aberta como uma peça de pano.

Foi quem divinou Ifá para Aádùlái.1

Que estava indo praticar com sua tábua de Ifá na cidade de Ìlá,2

As pessoas de Ìlá foram avisadas para fazerem sacrifício para

prevenir um iminente ataque de ladrões.

e eles fizeram sacrifício.

Quando a hora marcada chegou,

A gangue de Aádùlái desceu do céu por uma corrente.

Antes de amanhecer o dia,

Eles tinham roubado os quiabos secos,3 do povo de Ìlá.

Quando o povo de Ìlá acordou,

Eles foram até um divinador de Ifá.

Foi dito que eles fizessem sacrifício.

Depois que eles fizeram sacrifício.

Èsù falou à pessoas da cidade de Ìlá

Para levantarem-se no meio da noite,

E irem para o local onde eles mantinham o quiabo seco

Cutelos na mão.

Eles fizeram o que lhes foi dito.

Logo depois, a gang de Aádùlái desceu.

Quando eles viram o povo de Ìlá,

eles correram para escalar sua corrente de novo.

Mas, o povo de Ìlá

Cortou a corrente em duas

Com seus cutelos.

Aqueles que não conseguiram escalar a tempo foram presos.

O povo de Ìlá bateu neles tão firme

Que eles quase ficaram brancos.

156

O povo de Ìlá, a seguir, os pintou com cinzas.4

Eles disseram que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

previram.

“O que os olhos vêem,

A boca fala.

Quando a boca fala,

Ela fica rasgada, amplamente aberta como uma peça de pano.

Foi quem divinou Ifá para Aádúlái

Que estava indo praticar com sua tábua de Ifá na cidade de Ìlá.

Ele disse que os jovens de Ìlá bateram e bateram nele;

As pessoas idosas de Ìlá bateram e bateram nele

E pintaram-no com cinzas.”5

157

(XIV) ÌRETÈ MÉJÌ

(a) Esponja, Um Instrumento de Limpeza

Aquele que é muito limpo e brilhante

Foi quem jogou Ifá para solo arenoso, descendente do rio Òsun;1

Que é muito cheio e revolto.

Foi quem jogou Ifá para o solo úmido e rico em húmus, descendência de terra

de pântano.

Se eu soubesse,

158

Eu teria feito sacrifício de modo que após o banho eu poderia pular para

fora com alegria.2

Foi quem divinou Ifá para Esponja,3

Que estava indo para sua visita anual a fazenda.

Foi dito a sua árvore que fizesse sacrifício

Mas, o solo arenoso não fez sacrifício.

O solo com húmus também não fez sacrifício.

Só a árvore da esponja fez sacrifício.

Ambos, o solo arenoso e o solo com húmus

Não são capazes de limparem-se.

Mas, a esponja após ser limpa (com um bom sabão),

Pode produzir um som alegre.

Ela disse ,”O aquele que é muito limpo e brilhante,

Foi quem jogou Ifá para solo arenoso e solo de húmus, descendentes de terra

do rio Òsun;

Que é caudaloso e revolto;

Foi quem jogou Ifá para solo de húmus, descendente de

terra do pântano.

Se eu soubesse,

Eu teria feito sacrifício; assim após o banho eu pularia

com alegria.

Foi quem divinou Ifá para esponja.

Que estava indo na sua visita anual a fazenda.

Viajantes de Ìpó,

Viajantes de Òfà,

Venham ver a nossa vitória.”

159

(b) Moranin, A Esposa de Òrúnmìlà

A fina areia com a qual as crianças brincam na estrada para Ìjèsà,1

Ensina algumas crianças a andar,

E outras crianças a moverem-se graciosamente.

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà,

Quando estava indo casar-se com Moranin,

A filha de Òòsà Ìgbòwújin,2

Todas as divindades lutaram para casar com Moranin

Mas, Òrúnmìlà disse que seria aquele que casaria com ela.

Foi dito para ele fazer sacrifício.

Depois que Òrúnmìlà fez sacrifício,

Ele conseguiu casar-se com Moranin,

Ele ficou muito feliz,

160

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá disseram.

“A areia fina que as crianças brincam na estrada de Ìjèsà,

Ensina algumas crianças a andar,

E a outras crianças como mover-se graciosamente

Foi quem divinou Ifá para Òrúnmìlà

quando ele estava indo casar-se com Moranin,

A filha de Òòsà Ìgbówújin.

Moranin voltara e se casará comigo.

Eu decorei minhas partes intimas com contas iyùn,3

A borboleta mostra seu abdomem e seu dorso para Olódùmarè.4

Moranin vai voltar e casar-se comigo.

Eu decorei minhas partes íntimas com contas iyùn.

161

(C) Adùké, Descendente Das Pessoas Bondosas

Ele que repousa seus pés em tronco de madeira;

Ele que descansa os pés em pedaços de tronco.

Foi quem divinou Ifá para Àdùké,

Descendente do povo bondoso dos tempos antigos,

Que cozinhavam milho e feijão juntos para ter uma vida mais

confortável.

Ele acordou cedo pela manhã

Chorando porque ele perdeu todas as boas coisas.

Foi dito a Àdúké que fizesse sacrifício,

E ela o fez.

Após ter feito sacrifício,

Ela se tornou uma pessoa importante.

Ela tinha dinheiro.

Todas as boas coisas que ela queria antes

Foram alcançadas por ela.

Ela disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

Usaram suas belas vozes para louvor de Ifá.

“Ele que descansa os pés em toras de madeira,

Ele que descansa seus pés em troncos;

Foi quem divinou Ifá para Àdúké,

162

Descendente das pessoas bondosas dos tempos antigos.

Que cozinhavam milho junto com feijão para viver uma vida

melhor.

Ela acordou cedo de manhã,

Chorando porque Ela perdeu todas as boas coisas.

Quando nós cozinhamos milho e feijão juntos,

A nossa casa se enche de todas as boas coisas da vida.”

163

(d) Elémèrè, e Suas Flechas Envenenadas

Pááfà,1 o alto e magro,

Jogou Ifá para Elémèrè,2

Que era amiga de Àgbonnirègún,3

Ambos foram a um local distante para fazer divinação.

Mas, eles não tinham nada para comer,

E eles estavam com fome.

Eles, então dormiram numa certa casa.

Elèmèrè disse que ele iria criar um problema para os

companheiros de moradia.

Ele colocou a mão na sua bolsa,

Tirou suas flechas envenenadas.

E atirou-as contra um bode na casa;

Quando o bode começou a gritar mèéé,mèéé,

Os vizinhos disseram, “Vamos matá-lo rápidamente

Antes que ele morra sem as bênçãos muçulmanas.”4

Eles, então, mataram o bode,

Dividiram-no entre eles e comeram-no,

Doença e outros problemas caíram sobre eles.

Quando a casa toda tornou-se doente.

Eles foram a Elèmèrè afobados.

Ele disse que foi exatamente como seus sacerdotes de Ifá

disseram.

“pàáfà, o alto e magro,

Foi quem consultou Ifá para Elèmèrè

Que era um amigo de Agbonnìrègún.

164

Viajantes para a cidade de Ìpo,

Viajantes para a cidade de Òfà,

Ifá é o divinador imortal.”

165

(XV) OSÈ MÉJÌ

(a) Noz de Cola, A Esposa da Folha

A sombra não teme um buraco profundo.

Foi quem jogou Ifá para a Folha

Que estava indo casar-se com Noz de Cola.1

Após algum tempo,

Noz de cola disse que ela não queria casar-se mais com Folha.

Ela então divorciou-se de Folha.

Após Noz de Cola deixar Folha,

Ela começou a secar.

Quando a coisa ficou insuportável,

Noz de Cola retornou para folha.

E foi então eu sua esposa ficou boa outra vez.

Ela disse,”A sombra não teme um buraco profundo.

Foi quem consultou Ifá para Folha

166

Que estava indo casar-se com Noz de Cola.

Viajantes de Ìpo,

Viajantes de Òfà,

Foi quando Noz de Cola divorciou-se de Folha

Que ela começou a secar.”

(b)

167

(b) Como Olókun Tornou-se Muito Rico em Cauris

Ele curvou-se duas vezes,

E recebeu vinte cauris;

Ele esticou-se horizontalmente no chão,

E recebeu quarenta cauris;

Antes do anoitecer,

Eu receberei duas mil conchas de cauri.

Foi quem divinou Ifá para Olókun,1 conhecido como Àjibáajé.

2

Olókun estava em terrível pobreza.

Ele perguntou aos seus divinadores se ela poderia tornar-se

rico.

Foi dito que ele fizesse sacrifício com oito pratos de èkuru,3

Bastante dinheiro e um pombo.

Seu sacerdote de Ifá lhe disse

Para levar quatro dos oito pratos de èkuru

Para sua casa.

168

Disseram para ele colocá-los

Nos fundos de sua casa.

Manhã seguinte,

Ela foi até o fundo de sua casa,

E encontrou incontáveis cauris vivos.4

Juntou os em pilhas no local.

Ela então começou a colocá-los

dentro de casa.

Ela disse,”Ele curvou-se duas vezes,

E recebeu vinte cauris;

Ele esticou-se horizontalmente no chão,

E recebeu quarenta cauris;

Antes do anoitecer,

Eu vou receber dois mil cauris.

Foi quem divinou Ifá para Olókun conhecido com àjíbáajé.

Não demorou muito,

Num tempo não muito distante,Dinheiro fez seu caminho nos fundos da casa do

sacerdote de Ifá.”

169

170

(c) Como Òòsàoko tornou-se O Deus da Fazenda

Vamos juntá-los;

Vamos quebrá-los em partes.

Foi quem jogou Ifá para Olásí

Que estava indo na sua visita anual a fazenda.

Quando o povo tramou contra Olásí

Ele corre para a fazenda.

Quando a intensidade da trama continuou

Sem diminuir,

Olásí decidiu permanecer na fazenda.

E não mais voltou para a cidade.

Enquanto na fazenda, ele teve todas as coisas boas da vida.

Mas, desde a época que deixou a cidade,

Ninguém permaneceu em paz.

A mulher grávida não pode mais parir seu bebê.

171

Mulher infértil não enterraram mais suas mãos brancas no Osùn.

Quando ficou muito difícil,

Todos os habitantes da cidade levantaram-se

E disseram que era tempo de eles trazerem Olásí de volta

para a cidade.

De forma que eles pudessem ter paz.

Mas, Olásí disse qe se ele voltasse a cidade ,

Ele comeria até ficar satisfeito,

Ele beberia vinho à vontade,

E ele cavalgaria um cavalo negro.

Ainda mais, eles deveriam acompanhá-lo com tambores e trompetes.

Esta foi exatamente a maneira como eles o levaram de volta para

a cidade.

Após o seu retorno para cidade

Que o povo voltou a ter paz.

Todo ano, quando da data do retorno de Olásí para a cidade,

Era com tambores e trompetes que o povo da cidade

O relembrava.

Ele disse,”Vamos juntá-los,

Vamos quebrá-lo em pedaços.

Foi quem divinou Ifá para Olásí

Que estava indo para sua visita anual à fazenda.

Viajantes de Ìpo,

Viajantes de Òfà,

Venham e vejam-nos conquistando com sacrifício.”

Quem é a pessoa conhecida como Olásí?

Este é o nome de Òòsàoko.1

172

173

(d) Ifá Vence Seus Inimigos Na Terra e No Céu

A torrente avança por montanhas e vales.

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà

Que queria vencer seus inimigos na terra

Bem como no céu.

Foi dito a Òrúnmìlà que fizesse sacrifício.

Foi dito que ele triunfaria sobre os inimigos.

Após ter feito sacrifício,

Ele foi vitorioso.

Ele disse que foi como seus sacerdotes de Ifá

Usaram suas boas vozes em louvor de Ifá.

“A torrente avança por montanhas e vales.

Foi quem divinou Ifá para Òrunmìlà

Que queria vencer seus inimigos na terra

Bem como no céu.

Viajantes para a cidade de Ìpo,

Viajantes para a cidade de òfà,

Venham e vejam-nos vencendo com sacrifício.

Nós estamos a ponto de vencer com sacrifício.”

174

(XVI) ÒFÚN MÉJÌ

(a) Ele Que Não Pode Ser Vencido

A sola dos pés está sempre achatada.

Foi quem divinou Ifá para ele que não pode ser subjugado.

Ele que não pode ser subjugado é o outro nome para montanha.

De hoje à vinte anos,

A montanha continua viva e tão forte como sempre.

A montanha sempre se encontra sempre tão forte.

A montanha, a montanha, Que é firme e forte.

Daqui a trinta anos,

A montanha continuará forte como sempre.

A montanha sempre se encontra forte como sempre.

A montanha, a montanha que é forte e firme.

175

(b) A Vida de Ifá Era Mais Calma Que a Àgua

Adéyerí,1 sacerdote de Ifá de Aláràán,

2

Adétutù,3 sacerdote de Àjífòrògbogbolà,

4

Foi quem jogou Ifá para Òrúnmìlà

Que acordou cedo pela manhã.

E está indo casar-se com ela que só se banha com àgua fria.5

A vida de Ifá era mais fria que àgua.

A vida de Ifá era certamente mais fria que àgua.

A vida de Ifá era mais fria que àgua.

Aquele que fala todos os idiomas, foi quem casou-se com ela

que só se banha em água fria.

A vida de Ifá era mais fria que àgua.

176

(c) A Banana Graúda Vivendo Entre Inimigos

Quando a vespa quer ferroar, ela aponta seu anus para a sua colméia

Quando a espada quer golpear, seu cabo se coloca em direção a

bainha.

Foi quem divinou Ifá para a bananeira alta.

Quando ela estava vivendo entre inimigos.

Foi dito a banananeira para fazer sacrifício,

E ela o fez.

Como resultado, ela venceu seus inimigos.

Ela louvou seus sacerdotes de Ifá

E seus sacerdotes louvaram Ifá.

Ela disse, ”Quando a vespa quer ferroar ela aponto seu ferrão em direção à

colméia.

Quando a espada quer golpear, ela volta seu cabo em direção à bainha.

Foi quem divinou Ifá para bananeira alta

quando la estava vivendo entre inimigos.

Òrúnmìlà disse que ele mergulharia repetidamente na àgua,

A cabeça do inimigo.”

177

(d) Òràngún Méjì, o Signo de Fortuna

A palmeira que é visivelmente torta

Que algumas até enterram suas cabeças na àgua.

E outras enterram suas cabeças na terra da fazenda.

Foi quem divinou Ifá para Òràngún,1 que vivia na cidade.

Foi quem também divinou Ifá para Òràngún que vivia no campo.

Foi dito a ambos que fizessem sacrifício,

E eles o fizeram.

Depois que eles fizeram sacrifício,

Elas começaram a ter fdiferentes tipos de boas coisas.

Eles disseram, “A palmeira que é tão visivelmente torta

Que algumas delas enterram suas cabeças na àgua.

E outras enterram suas cabeças na terra da fazenda.

Foi quem divinou Ifá para Òràngún que vivia na cidade.

Foi quem também divinou Ifá para Òràngún que vivia no campo.

Viajantes para a cidade de Ìpo.

178

Viajantes para a cidade de Òfà,

Quando nós vemos Òràngún Méjì,

Nós começamos a ser afortunados.”

179

NOTAS

I Èjì Ogbè

(a)

1. Pedra de raio refere-se aos antigos machados de pedra, sagrados para os

adoradores de Xangô, a divindade Yoruba dos raios e trovões. Os Yoruba,

como qualquer outro povo para quem estas pedras antigas são sagradas,

acreditam que essas pedras eram lançadas do céu para a terra quando Xangô

estava zangado.

De acordo com a crença Yorubá, Xangô é o inimigo dos ladrões, mentirosos e

traidores e quando ele detecta um deles, ele lança estas pedras sobre eles.

Quando lançadas com força do céu, acredita-se que estas pedras são tão

poderosas que elas destruiriam uma construção inteira com uma só pedra. As

pedras de raio podem também por fogo nas edificações ferindo e matando seus

habitantes. Quando existe incidência de raios afetando uma determinada

população, o sacerdote de Xangô é chamado para remorver a pedra de raio que

causou a destruição e executar os ritos tradicionais estipulados para essas

ocasiões.

2. Àrìrà. É um orukó de Xangô que descreve a sua extraordinária força.

3. Ìlá Obamowó. Um nome obscuro de lugar.

4. Adéeké. Forma abreviada de do nome Adéseéké que significa “ a coroa é

algo de valor que deve ser muito respeitada e acariciada com uma criança.”

5. Èrè. Um nome pessoal que significa “ganhar”.

6.Oòni. Este é o título do rei da antiga cidade de Ifè que o povo Yorubá

acredita ser o lar ancestral do berço da humanidade.

(b)

1. KànàKànà. Qualquer instrumento que sirva para lançar uma arma ofensiva

como uma atiradeira de borracha.

180

2. Ìgbòmokò Eségi.Nome de um local geralmente mencionado em conecção com

uma batalha que acredita-se ocorreu nos tempos antigos. O presente escritor

não foi capaz de localizar esta cidade que foi provavelmente destruída.

(c)

1. Para o Yorubá, é algo importante para um homem viver uma vida longa e

produtiva. Este é o resultado do sistema hierárquico de autoridade baseado

em idade e reinado divino. Além disso, qualquer um que morra jovem não pode

tornar-se ancestral e é portanto considerado com tendo falhado em viver uma

vida plena. Viver uma vida produtiva, para o Yoruba, também inclui ser

capaz de carregar suas responsabilidades (cuidando de sua esposa, crianças

e outros membros do extenso sistema familiar) até a idade madura quando

suas crianças normalmente tomam as responsabilidades para si.

(d)

1. Pàkelemò. Este nome pessoal é provavelmente uma obscura denominação para

Òrúnmìlà.

2. As três partes do corpo mencionadas ono poema, cabeça, tronco e órgãos

genitais são de importância simbólica para os yoruba. Cabeça [e o símbolo

de predestinação, tronco é o s´mbolo de uma vida boa e quente cheia de

amantes e amigos, enquanto que os órgão genitais são o símbolo da

reprodução ou fertilidade, que é a coisa mais impoetate , necessária para a

continuação da cultura como um todo.

II Òyèkú Méjì

(a)

1. Òyè. Esta é uma forma abreviada do nome Òyèkú, o segundo principal Odù

de Ifá da coleção dos escritos de Ifá, da qual este poema é extraído.

2. Èsù é a divindade que recebe todos os sacrifícios em favor de todas as

outras divindades. O peixe chamou Èsù de ladrão nesta história porque ela

pensou que estivesse sendo mandada oferecer um sacrifício desnecessário a

Exu

181

3.Ògbún.Uma cabaça oca usada para pegar e retirar àgua do rio que está

sendo drenado do seu conteúdo. Seu perfil oco, permite rápida e fácil

drenagem da àgua sem muito esforço.

4. Este verso na verdade significa que após pegar o peixe, os seres humanos

cozinharam-no e comeram-no com inhame pilado, a comida favorita dos

Yorubá.

5. A ordem de Exu aqui referida é uma alusãoao poder desta divindade como o

protetor do axé, o divino e altamente potente pó com o qual Olodumarè criou

o universo e mantém suas leis físicas. Exu é tido como o mantenedor de uma

cópia daquele poder,e com ele, ele e outras divindades ( que normalmente

tomam o pó emprestado dele) possam exercer feitos sobrenaturais. E foi com

o uso deste pó, portanto, que Exu ordenou que as espécies de peixe deveriam

continuar tendo sucesso na terra a despeito dos constantes ataques dos

seres humanos.

(b)

1. A bengala é usada para desvencilhar-se da àgua que agarrou-se nas folhas

em ambos os lados de um caminho estreito na fazenda, de forma a prevenir a

pessoa de molhar sua roupa ao passar pelo caminho.

2. A maioria das estradas que levam aos povoados e fazendas Yorubá, são

caminhos estreitos. Alguns deste caminhos são tão estreitos que um pé tem

qeue literalmente brigar com o outro para passar por ele.

3. Céu aqui é usado como um equivalente em inglês para òrun que se refere

ao local no qual os mortos vão após a morte. Òrun é o Lar das divindades e

ancestrais. Entretanto, a concepção cristã (ocidental) de céu não é

exatamente a mesma que aquela dos Yoruba com relação ao òrun.

4. O Yorubá não usa roupa vermelha para cobrir o morto. Para ele, vermelho

significa perigo e desassossego. Uma vez que o morto precisa de paz, não é

de surpreender que o Yorubá não cubra o morto com pano que tenha qualquer

conteúdo de vermelho. O morto é primeiro envolto em panos brancos e

novamente coberto com camadas de panos com outros matizes de cores que não

sejam vermelho.

182

(c)

1. Atàtà-tanin-tanin. Este é o nome de um sacerdote de Ifá.O nome dele

provavelmente se refere a sua extraordinária força. Todos os sacerdotes de

Ifá usam apelidos junto com seus nomes comuns.Quando eles estão junto com

os companheiros sacerdotes de Ifá, eles chamam-se pelos seus apelidos.

2. Olomo; Este é um outro nome para montanha ou colina. Para os Yoruba, a

montanha é uma coisa de assombro, provavelmente porque grande parte de seu

pais é um plano ondulado por montanhas quebrado somente por algumas colinas

rochosas que dominam a paisagem como um gigante entre os homens. A força e

sesação de imortalidade da montanha forma o substrato de muitos poemas de

Ifá.

3. Ajogun. Um nome coletivo para todos os poderes sobrenaturais malévolos

que podem lutar contra o homem (e.g. Morte, Doença, e Perda). Estes poderes

“diabólicos” são todos personificados na poesia divinatória de Ifá. Para os

Yoruba, ajogun são o oposto da benevolência das divindades e dos

ancestrais. Portanto, enquanto estes últimos podem ser vistos como amigos

do homem, os ajogun são os inimigos declarados dos homens, trazendo para

eles, tristeza, dor e morte.

4. Exù sempre fica do lado de fora da casa de qualquer pessoa que estão

para ser atacadas pelos ajagun desde que aquela pessoa tenha feito

sacrifício.Sempre que os ajogun encontram Exu nesta posição, eles tornam-se

fracos. Exu só vai cumprir esta obrigação de policiar para quele que

ofereceu sacrifício; daí o ditado que diz: “eni ó rubo lÈsùú gbé” ( Exu

favorece somente aqueles que ofereceram sacrifício). Como mantenedor do axé

de Olodumare, ele Exu tem poderes sobre ambos os poderes, o benevolente e o

malevolente. De fato, alguns poemas de Ifá referem-se aos ajogun como

discípulos de Exu; e , como mencionado, as divindades não podem fazer nada

sem Esù pois elas têm que fazer uso de seu axé sempre que quiserem

executar feitos sobrenaturais. A partir deste ponto de vista, Exu pode ser

considerado uma super-divindade universal. Sem ele,não pode haver

183

ordem,equilíbrio ou justiça. Em outras palavras, sem Exu, não há valores

morais, nem cultura e nem Deus.

5. Este é o único poema coletado pelo investigador que fala do poder do

farinha de inhame como proteção aos ataques dos ajogun. Entretanto, os

poderes médicos e alimentares da farinha de inhame, são conhecidos dos

Yoruba há muito séculos. Comida feita com farinhja de inhame forma uma

importante parte da dieta Yoruba.

6. A música do sacerdote de Ifá aquei se refere ao iyèrè que é um tipo de

poema divinatório cantado.

(d)

1. Estes versos referem-se a crença Yoruba concernente a predestinação.

Para maiores explicações veja a introdução.

2. Mósajì. Acredita-se ser uma vestimenta usada pelos reis nos tempos

antigos. A roupa é tida como muito cara, brilhante e muito quente.

3. Okúsàánú. Um nome pessoal que significa ”morte, por favor teha

misericórdia de nós.

4. Alápà. Este é um título tradicional da cidade de Ìràwé, uma pequena

cidade na divisa com Òyó.

III ÌwÒrì Méjì

(a)

1. A aranha é o tema de diversos poemas de Ifá, que se maravilham com sua

perícia em fiar sua teia nas mais diferentes formas.

(b)

1. Um formigueiro que perdeu seu topo vira um mero receptáculo de àgua.

Formigueiros pode ser encontrado por toda a região Yoruba de floresta

tropical e na savana.Alguns destes formiguiros são muito grandes e

atingindo três metros ou mais de altura.

2. Orúrù. É uma àrvore comum na maior parte da região Yoruba. Suas flores

que são vermelho brilhantes são referidas neste poema como “roupas de

sangue”.

184

(c)

1. Ìtorí. Uma cidade Ègbá na estrada Lagos-Abeokuta (motor road).

2. Àkàtàmpó. um implemento de caça Yoruba.

(d)

1. Èjì Ìwòrì. O mesmo nome que Ìwòrì Méjì, o terceiro entre as dezesseis

principais categorias na coleção de escritos de Ifá.

2. Tètè. Um vegetal comestível da classe do espinafre.

3. Tètènpònlá. Um vegetal da mesma espécie do Tètè.

4. Agba. Um caule rígido de trepadeira usado como corda.

5. Ìjòkùn. Um outro caule de trepadeira...

6. Keekéè. Um caule de trepadeira só encontrado no interior da floresta.

7.Òyó Àjàká. Este é um outro nome para Òyó-ilé (Òyó antiga) fundada por

Àjàká, um dos filhos de Òràáyàn que é considerado o primeiro rei da

dinastia governante de Òyó.

IV ÒDÍ MÉJÌ

(a)

1. Os altares de algumas divindades Yoruba, são feitos fora da casa ou na

floresta com paredes de barro e teto de palha. Algumuns destes santuários

são frequentemente casas muito pequenas, dentro das quais a parafernália da

divindade é mantida. Os santuários de algumas outras divindades são

situados dentro de casa onde seus devotos moram. Quando isto acontece, uma

parte especial da casa é arrumada à parte para a iconografia e outros

instrumentos da divindade envolvida.

(b)

1. A cidade do Benin que é agora capital do Mid-west State da Nigéria é

retratada proeminentemente no folclore Yoruba. De fato, a mitologia Yoruba

afirma que a atual dinastia reinante no Benin, descende de Odùduwà. A

185

mitologia Yoruba refere-se ao Benin como “a cidade do dinheiro” (Ìbíní ilé

owó), graças a presença dos portugueses, que introduziram os cauris como

dinheiro na África, naquela cidade.

(c)

1. Ajèngbèrè mògún. O nome deste local aparece em muitos versos de Ifá. A

cidade é reputada como tendo a tradicional parede e fosso Yoruba e um

portão da cidade vigiado por um porteiro constante, conhecido pelos Yoruba

como “onibode” que cobra pedágio das pessoas que movimentam mercadorias

através dos portões da cidade. Estas mercadorias fomam uma importante parte

receita do governo na sociedade tradicional Yoruba.

2. Ìpo. Uma cidade na parte norte da terra Yoruba (Kwara State).

3. Òfà. Uma importante fazenda Yoruba em Kwara State na Nigéria.

(d)

1. Òdí. A quarta entre as dezesseis principais categorias da coleção de

escritos de Ifá.

2. Ejìgbomekùn. É tida como uma cidade mercantil próxima a antiga Òyó.

Muitos mitos envolvendo mercados e centros de comércio ao redor desta

cidade mercantil.

3. A chefe do mercado conhecida com “ìyálójà” é geralmente escolhida pelo

governador de cada cidade dentre as melhores vendedoras que têm qualidade

de liderança. As regras da complicada atividade de comércio do mercado é

levada avante pela ìyálòjà.

V ÌROSÙN MÉJÌ

(a)

1. Búfalos são encontrados em grande número nas florestas da savana de

algumas terras Yoruba. Estes búfalos vão juntos em grande número. Quando

eles são muitos, eles caminham com tanta confiança no grupo, que pode-se

dizer que eles não temem o caçador e seus implementos.

186

2. Ológbun. Um nome pessoal que pode ser transcrito literalmente como “o

dono da sepultura profunda”.

3. Xangô. A divindade Yoruba dos relâmpagos e trovões. Veja I (a)1.

(b)

1.Ìbabúrú. Esta palavra usada aqui para denotar o nome de um sacerdote de

ifpa bem como o nome de uma cidade. Aeui, como tabpem nos dois nomes

seguintes neste poema, o que o poema quer alcançaré um jogo de palavras

Ìbabúrú, Ìbabùrù e Ìbarakata. Estes nomes,por outro lado não têm sentido.

2. Ìgbà. Esta palavra que pode literalmente ser traduzida como “tempo”,

pode também significar “História”. A mensagem principal deste poema centra-

se na personificação da “História” que ele conta. O que ele esforça-se para

dizer é que a História chegou a cidade de Òyó e fez famosa como centro de

vida e cultura.

3. Òyó. A cidade tradicional Yoruba que foi o quartel general do antigo

império. A cidade foi destruída nos anos 1830. No apogeu do antigo

império, a cidade de Òyó era a medida da cultura e civilização Yoruba.

4. Osùn. Um vegetal que tem um gosto bom e refrescante.

5. Èrìgì Àlà. Outro nome de Òrúnmìlà.

(c)

1. Pòrò. Um nome próprio.

2. Aró. Corante Índigo. Este é um importante e tradicional substancia

corante, preparada com índigo e outras substancias químicas.

3. Àasà.Este é um nome próprio dado principalmente a mulheres. É também o

nome de uma divindade menor.

4. Odòjé. Outro nome pessoal raramente usado hoje em dia.

(d)

187

1. Os dois últimos versos deste poema esplicam a importância da esposa e

das crianças na vida qualquer homem na sociedade tradicional Yoruba. A

esposa ajuda com o trabalho agrícola e com a venda de certos produtos como

noz de cola, enquanto a criança ajuda com a preparação da comida, de itens

como triturar pimenta.

VI ÒWÒNRÍN MÉJÌ

(A)

1. Ìrókò. A teca Africana. Uma das mais altas e preciosas àrvores do Oeste

da África. Ìrókò cresce abundantemente na floresta tropical Africana. Seu

tamanho gigantesco e largura imponente fazem dela facilmente a àrvore mais

distinta da floresta. O Yoruba acredita que Ìrókò não é uma árvore comum

porque poderes sobrenaturais vivem dentro dela.

2.Ìgbò. Nome de uma cidade antiga que faz parte da mitologia Yoruba.

(b)

1. Àkó. Um nome próprio de mulher. Quando o nome é usado para cães, ele

refere-se ao cão que acabou de ter filhotes. Akó também se refere a pode

referir-se a máscara mortuário especialmente em Òwò.

(c)

1. Èríntúndé. Um nome pessoal.

2. Os Yoruba acreditam que cada pessoa tem camaradas no céu da mesma forma

que ele tem auí. Além disso, existem certas pessoas que, antes do seu

nascimento eram líderes de seus camaradas no céu. Acredita-se que a menos

que se faça muitos sacrifícios para essas pessoas, eles serão chamados de

volta para o céu pelos seus camaradas. Para previnir a morte premaura

dessas pessoas, a divindade conhecida como Egbéògbpà é propiciada com cana-

de-açúcar, amendoim, e outras coisas que as crianças gostam de comer.

3.Egbéògbà. Uma divindade cultuada principalmente por mulheres. Acredita-se

que está ligada às feiticeiras.

188

VII ÒBÀRÀ MÉJÌ

(a)

1. Àgbàalè. Um nome próprio.

2. O ferreiro não quer que a guerra desapareça da face da terra porque isto

afetaria sua indústria de fazer implementos de guerra tais como lanças,

flechas, e cutelo. Mesmo nos tempos modernos, nós sabemos que as fábricas

de armamentos nem sempre querem ver o fim da guerra, que rende lucros para

eles com a fabricação de aviões, armas, tanques, etc...

3.Èjì Òbàrà. o sétimo dos dezesseis Odù de Ifá principais. Acreditava-se

que ele era uma pessoa muito pobre antes dele repentinamente tornar-se

muito rico. e famoso.

4. Olófin. Um outro nome de Odùduwà, o grande ancestral dos yoruba.

5. Os números ímpares, três, cinco,sete, nove e dezessete são muito

importantes para os Yoruba. A maioria dos mercados é arrumado a cada cinco,

sete ou dezessete dias enquanto que na mitologia a maioria dos eventos

importantes aconteçam no terceiro ou sétimo dia.

7. Okùn e iyùn são pedras caras usadas pelos chefes e mulheres de alto

status social.

8. Láàràngúnkàn. Esta roupa è tida como sendo muito cara só sendo usada

pelos reis.

9. Ìpóró. Uma aldeia Ègbá. Os agogôs mencionados aqui são usados pele

sacerdote de Ifá para um tipo de música especial característica do culto a

Ifá.

10. Ìkijà. Outra aldeia Ègbà. Àràn é também um importante tambor de Ifá.

11. Ìserimogbe. Uma cidade antiga não muito longe de Lagos.

(b)

1. Agínlítí. Um tipo de lagarto da floresta que tem um corpo muito áspero;

quando ele respira sua garganta faz um ruído e seu corpo incha.

2. Ònà Òpónpón. Um nome próprio.

3. Ìmó. Um nome próprio.

(c)

189

1. Àgbìgbònìwònràn. Um pássaro que tem uma cabeça gorda e um um ramalhete

de cabelo no meio da cabeça. Acredita-se que este pássaro foi um sacerdote

de Ifá que foi infiel para com o seus clientes. Como resultado dessa

infidelidade, ele se tornou um pássaro da floresta.

2. Oníkoromèbí. Acredita-se que seja um título de chefe.

3. Ìyèrè. Poema divinatório de Ifá em forma cantada e normalmente com

acompanhamento musical.

4. As lamentações do destino. Isto refere-se ao Ìyèrè Ifá, no qual um dos

mais importantes temas é a predistinação.

(d)

1. Os Yoruba usam cabaças ou potes de manteiga para tirar água dos rios e

fontes que foram os principais meios de se beber àgua na sociedade

tradicional. Como a água da fonte é muito rasa não dá para afundar a

cabaça completamente nela quando se apanha água.

2. Depois que àgbìfgbò ter se tornado um morador da florestade acordo com o

mito mencionado em VII (c)1 acima, ele visitou a sociedade Humana

ocasionalmente para causar problemas. Ele juntou o grupo de ajogun e e se

aliou com a morte de forma que ele pensava estar pronto para matar os seres

humanos. Ele ajudou a morte a esculpir caixões dentro dos quais a morte

colocou suas vítimas. Ele queria carregar o caixão para a casa de alguém

marcado pela morte para morrer. Quando ele tentou fazer isto com Òrúnmìlà,

Èsù ordenou que o caixão ficasse para sempre preso à sua cabeça. Aquele

caixão é representado na cabeça de Àgbìgbò pelo tufo de cabelo pode ser

visto no meio de sua cabeça.

VIII ÒKÀNRÀN MÉJÌ

(b)

1. Èjì Òkànràn. O oitavo dos Odùs, dentre os dezesseis principais Odùs de

Ifá.

190

2. ela provavelmente chorava porque a galinha tinha muitos pintinhos

enquanto que ela não tinha crianças.

(d)

1.Olúòrójò. Um orukó de Xangô que significa “Rei que não deve ver chuva”.

Este nome é dado a ele porque ele luta com seus inimigos com pedras de raio

duante a chuva.

2. Bámbí. Outro Orukó de xangô. A forma completa deste nome é Olúbámbí que

significa “O Rei onipotente me ajudou antes que tivesse esta criança.”

3. Oya. Uma das três esposas de Xangô. Ela é a divindade responsável pelas

tempestades e ventos fortes.

IX ÒGÚNDÁ MÉJÌ

(a)

1. Òjóntarìgì. a esposa mítica da morte que acredita-se ser muito poderosa

e uma mulher medonha.

2. Osùn. Uma substância vermelha estraida da àrvore que recebe o mesmo

nome. Esta substancia é encontrada em forma de pó ou úmida. Mulheres usam a

forma úmida como uma forma de pintura que elas esfregam no corpo.O pó é

usado para fazer tinta com a qual os filhos de Xangô pintam sua roupa.

(b)

1. Ìrá. Um animal sevagem que lembra um cavalo. Seus chifres são usados

como parte da parafernália de Òge, uma divindade menor cultuada

principalmente por mulheres estéreis.

2. Àfón. Uma àrvore que medra próximo aos vales dos rios. Sua fruta é um

grande recipiente que contém sementes comestíveis.

(c)

1. Ògúndájì. A forma completa deste nome é Ògúndá Méjì que é o nono Odú

entre os dezesseis principais Odùs de Ifá. O Odù pertence a Ògún(A

divindade da caça e da guerra) e é portanto, relacionado aos implementos de

guerra.

191

(d)

1. Esta expressão onomatopaica imita o som de flechas que Òrúnmìlà atirou

na morte na fazenda, é representada aqui como o nome de um sacerdote de

Ifá.

2. Isto significa que ele morreu, mas, na mitologia Yoruba, acredita-se que

em tempos antigos.era ´pssível para as pessoas, deixar a terra

temporariamente para ir ao céu e vice-versa.Pode se dizer portanto que após

uma ausência temporária da morte na terra , ele retornou mais tarde.

3. Olónìímoro. Um orukó de Òrúnmìlà.

(X) ÒSÁ MÉJÌ

(a)

1. Pòòkó. Uma cabaça ou casca de coco onde se guarda a pasta de osùn.

2. Òge. Uma divindade menor cultuada pricipalmente por mulheres estéreis na

esperança de terem filhos. Ver IX (b) 1.

3. Ìbónná. O nome de um lugar que acredita-se ser o lar original de Òge.

(b)

1. Olósèé. Um nome próprio.

2. Pássaros não comem algodão apesar de sua cor branca os atrair.

(c)

1. Òsá. O décimo entre os dezesseis principais Odù de Ifá.

(d)

1. Pòòlò. Uma armadilha para animais feita de couro.

2. Ìrá. Ver IX (b) 1.

3. Ìróké. Um objeto entalhado em madeira ou marfim. Usado para chamar

Òrúnmìlà durante o processo de divinação.

4. Isto se refere a pòòlò ( ver 1 acima.)

5. Òge. Ver X (a) 2.

192

(XI) ÌKÁ MÉJÌ

(a)

1. Um objeto de arte que é entalhado com instrumentos afiados não deve ser

colocado em cima dee uma pedra para que o instrumento ao tocar a pedra não

fique cego.

2. Yindinyindin. Um formigureiro feito de terra dura e arraigado no solo.

Todas as formigas jovens, que não estão completamente desenvolvidas moram

no interior do formigueiro até ficarem adultas e virem para a superfície.

Um simples formigueiro tem milhares de ovos e formigas não desenvolvidas.

As formigas não desenvolvidas são brancas e, portanto parecem-se com

vermes.

(b)

1. Agba. Ver III (d) 4.

2. Ìpètì.Um tipo muito duro de corda que é usada para amarrar a canoa à

margem do rio.

3. Olúeri. È uma divindade que acredita-se ser a divindade que controla os

rios. Ele mora na parte mais profunda do rio.

(c)

1. Ìká. O décimo primeiro entre os dezesseis principais Odù de Ifá.

2. Sééré. Uma cabaça com um pescoço muito longo que é usada como chocalho

para Xangô.

(d)

1. As portas tradicionais Yorubá conhecidas como ààsè, são feitas de peças

de madeira de Ìrókò onde peças de ferro são pregadas.

(XII) ÒTÚÚRÚPÒN MÉJÌ

(a)

1. Pààká. Um tipo de Egúngún mascarado que não carrega nenhum objeto de

arte na cabeça.

193

2. Estes quarenta cauris devem ter sido jogados para ele como presente pelo

público assistente, pelo seu espetáculo de dança e poesia.

3. Crença em feiticeiras, (conhecidas pelos Yoruba como,Àjé, Èléye, ou

Eníyán) é uma importante parte do pensamento Yoruba. Os Yoruba acreditam

que as veiticeiras adquiriram seus poderes diretamente do Deus Onipotente

logo após terem sido criadas no céu.

4. Egúngún. A divindade ancestral Yoruba. O culto a Egúngún provavelmente

começou como uma defesa contra as feiticeiras. De fato, nos tempos antigos,

Egúngún era usado para capturar as feiticeiras.

(b)

1. Gélélóse. Um nome próprio que quer dizer “eu concluí de acordo com o

planejado.”

2. Àpiní. Um complexo (conjunto de casas), em Òyó onde o palácio do

Alápìíni está situado. O Alápìíni é o cabeça do culto a Egúngún. Ver (a)

4.acima.

(c)

1. Pepe. Uma parte elevada do chão da casa usada como banco para as pessoas

sentarem-se.

2. Òtità. Um banco de madeira no qual as pessoas sentam-se do lado de fora

da casa.

3. Oyèépolú. Um nome próprio.

(d)

1. Orí. A divindade Yoruba responsável pela predestinação. Para o Yoruba, o

que traz o sucesso para a visaé uma combinação de diversos fatores

incluindo predestinação e caráter(bom e vida moral). Além destes fatores,

predestinação é o mais importante. Para mais detalhes veja Instrução.

(XIII) ÒTÚÁ MÉJÌ

194

(a)

1. Isto é ( na sua forma original Yoruba) uma imitação do choro do esquilo.

2. Isto significa que os jovens entre os esquilos foram cozidos e comidos

com inhame.

(b)

1. Òtúá. O décimo terceiro entre os Odùs de Ifá. Este Odù narra os mitos

associados com a chegada do Islam na terra Yoruba.

2. Ìpàpó. Uma cidade antiga na divisa com Òyó.

3. Òsèèrèmògbò. Outro nome de Òòsáálá, A divindade Yoruba responsável pela

criação.

(c)

1. Orí. O símbolo da divinidade Yoruba responsável pela predestinação. A

divindade ela mesma é conhecida pelo mesmo nome. Para mais detalhes sobre

Orí ver introdução.

2. Okùn. Uma conta muito cara usada para fazer um cordão pelos ricos.

3. Nàná Aáyì. Uma das esposas do profeta Mahomé que recebia pouca atenção

do profeta. Após sua morte, ela tornou-se a heroína dos Muçulmanos

carinhosamente a chamam de “mãe”. (Nàná em arabe significa “mãe”).

(d)

1. Aádùlái. Um nome muçulmano que corresponde ao árabe Abdullah. O avô do

profeta Maomé é conhecido como Abdula.

2. Ìlá. Uma cidade Yoruba antiga e capital do Reino de Ìlá. Òrangun, o rei

de Ìlá é tido como sendo um dos netos de Òdùduwà.

3. Quiabo seco conhecido como òrúnlá, é um importante artigo de comércio na

maioria dos mercados Yoruba, especialmente nas áreas de savana onde o

quiabo é plantado em abundância. O quiabo fresco é cortado em pequenos

pedaços e colocado para secar no sol antes de ser vendido. O quiabo seco é

usado para fazer sopa.

195

4. Respingar ou esfregar alguém com cinzas denota para o poço Yoruba um ato

de rejeição e degradação. Na sociedade tradicional Yoruba, as pessoas

pintavam os ladrões e adulteras com cinzas.

5. O original em Yoruba destes versos é uma imitação da das frases árabes

pronunciadas pelos Muçulmanos Yoruba que para o Yoruba comum parecem ter

muitos sons nasais e sons sem sentido.

(XIV) ÌRETÈ MÉJÌ

(a)

1. O rio Òsun. Um importante rio Yoruba. Este rio é tido como sendo

originalmente uma das esposas de Xangô. Ela é ativamente cultuada ainda

hoje, especialmente em Òsogbò, como uma das mais importantes divindades

Yoruba.

2. A versão Yoruba deste verso é uma imitação do som feito pela esponja

vegetal, quando é vigorosamente sacudida para retirar a àgua após ter sido

usado no banho.

3. Os Yoruba usam esponja vegetal no banho. Após tomar banho, a àgua da

esponja é vigorosamente retirada para evitar de guardá-la úmida.

4. Quando alguém usa a esponja para tomar banho, a àgua que cai dela faz o

solo de areia e de húmus ficarem molhados, e portanto faz o solo sujo

enquanto que a esponja fica limpa.

(b)

1. Ìjèsà. Um grupo dialectal Yoruba, que habita um território a oeste da

cidade de Ifè. A capital de Ìjèsà é Ilesa que fica trinta km a oeste e

Ifè.

2. Òòsà Ògbòwujìn. Um outro nome de Òòsálá. A divindade da criação Yoruba.

3. Iyùn. Uma pedra preciosa.

4. Olódùmarè. O Deus Onipotente Yoruba que acredita-se estar no òrun que

fica no alto dos céus.

196

(c)

1. Àdùké. Nome de mulher que significa “Ela que todos querem afagar.”

(d)

1. Pááfà. Um nome próprio.

2. Elémèrè. Um nome próprio.

3. Àgbonirègún. Um nome de louvor de Òrúnmìlà.

4. Os moradores da casa eram provavelmente muçulmanos, que não queriam

comer nenhum animal o qual nenhuma prece houvesse sido dita antes de matá-

lo.

(XV) ÒSÉ MÉJÌ

(a)

1. Noz de cola é um o, importante produto agrícola . As nozes são colhidas

com folhas para se manterem frescas.

(b)

1. Olókun. A deusa Yoruba do mar.

2. Àjíbáajé. Um nome de louvor a Olókun que significa “Aquele que acorda

encontrando dinheiro”.

3. Èkuru. Uma comida popular preparada com feijão.

4. Os Yorubas tal qual outros povos africanos, usaram cauris introduzidos

na África pelos portugueses. Os cauris são obtidos das conchas de cauris

mortos que podem ser encontrados no meio do mar.

(c)

1. Òòsàoko. A divindade responsável pela fertilidade de todos os produtos

da fazenda.

197

Os devotos desta divindade não podem comer inhames frescos até que os ritos

anuais em honra da divindade tenham acontecido.

(XVI) ÒFÚN MÉJÌ

(b)

1. Adéyerí. Um um nome pessoal que significa “A coroa é adequada a cabeça.”

2. Aláràán. O rei de Àrán, um importante reino Yoruba. Os descendentes da

linhagem de àrán são responsáveis pela feitura de Egúngún mascarado, cujas

variadas roupas tradicionalmente incluem veludo.

3. Adetutù. Um nome próprio que significa “A coroa é muito fria”.

4. Àjífòrògbogbolà. Um nome próprio que significa “Ele que acorda para

beneficiar-se de tudo.”

5. Algumas crianças que acredita-se terem nascido com ajuda de Òòxalá, não

podem tomar banho com água morna.

6. Òrúnmìlà é tido como poliglota que entende todas as linguagens humanas.

(d)

1. Òràngún. O décimo sexto Odù de Ifá entre os principais dezesseis.

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