iesf esquema de incentivos no setor do após-venda estudo de caso

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 Artigo Científico  Ano Letivo 2013/2014 Esquema de Incentivos no Setor do Após-Venda da Nasamotor S.A. Docente: Prof. Dr. João Paulo Peixoto Aluno: Nuno Grilo Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais

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  • Artigo Cientfico

    Ano Letivo 2013/2014

    Esquema de Incentivos no Setor do

    Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    Docente: Prof. Dr. Joo Paulo Peixoto

    Aluno: Nuno Grilo

    Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais

  • Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    Abstract

    Nasamotor S.A. main activity is the retail sale of vehicles, parts, accessories and

    oils for automobiles. It's the official dealer of the prestigious automobile brand,

    Mercedes Benz, which main area of activity is Porto and Santa Maria da Feira.

    Between 2010 and 2012 , the automotive market in Portugal decreased by 58 %

    reaching a sales volume equal to that recorded in 1985 ( 113,435 units ) . Against

    this backdrop and despite not having been as affected as dealers of other brands,

    the company felt the need to resize its human capital capacity, adjusting it to the

    new market needs. Thus arises the need to increase the productive capacity of

    each of its employees adapting the company to the new reality. The best way to

    do it is to increase its commitment to the ambitions of the company.

    This article demonstrates how to create an incentive scheme that can encourage

    workers in being more motivated and productive and, in turn, to achieve the

    company's goals. The assessment also intends to prove that this is a sustainable

    and necessary process for improving business results. It aims to appeal to the

    managers of the importance of a focused set of workers in collective goal and to

    give their best by working as a team.

    The work is developed through the research of intrinsic and extrinsic rewards and

    literature relating to this matter, and a case study of productive workers

    (mechanics) of Nasamotor S.A. aftersales.

    This study is made by the development from scratch of a rewards system, based

    on observation of workers' characteristics and companys conditions, either

    through a survey of the employees or the examination of the functioning and the

    company's own attributes. Using these tools, we chose to adopt an extrinsic

    reward of variable remuneration.

    The results arise essentially from the surveys made to the productive workers,

    their productivity, a set of statistical data and formulas obtained in Excel, defining

    the application and distribution of the chosen reward system.

    This article shows that, with a more envolved management, it is possible to obtain

    positive results in several areas. With these set of actions, it will be possible to

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    improve employee motivation, in this case the core activity of aftersales, the

    efficiency in its operation and results.

    KEY-WORDS: Incentive system, motivation, productivity

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    Resumo

    A empresa Nasamotor, S. A. tem como atividade principal o comrcio a retalho

    de veculos, peas, acessrios e leos para automveis, sendo concessionrio

    oficial, para a zona do grande Porto e Santa Maria da Feira, da prestigiada marca

    automvel, Mercedes-Benz.

    Entre 2010 e 2012, o mercado automvel em Portugal teve uma quebra de 58%

    atingindo um volume de vendas igual ao registado em 1985 (113.435 unidades).

    Perante este cenrio e apesar de no ter sido to afetada como concessionrios

    de outras marcas, a Nasamotor S. A. sentiu necessidade de redimensionar o seu

    quadro pessoal, ajustando-o s novas necessidades do mercado. Surge assim

    a necessidade de aumentar a capacidade produtiva de cada um dos seus

    trabalhadores adaptando toda a empresa nova realidade. A melhor forma de o

    fazer aumentar o seu compromisso com as ambies da empresa.

    O presente artigo demonstra como a criao de um esquema de incentivos

    uma deciso estratgica capaz de tornar os trabalhadores mais motivados a

    serem mais produtivos e, por sua vez, para atingir os objetivos da empresa.

    Pretende-se ainda revelar que este um processo sustentvel e necessrio para

    a melhoria dos resultados da empresa. Visa apelar aos gestores para a

    relevncia de um conjunto de trabalhadores focados no objetivo coletivo e em

    dar o seu melhor como equipa.

    O trabalho desenvolvido atravs da pesquisa de literatura referente a

    recompensas intrnsecas e extrnsecas, recorrendo a um estudo de caso dos

    trabalhadores produtivos do setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A..

    Neste estudo desenvolvido de raiz um sistema de recompensas, elaborado

    com base na observao das caractersticas dos trabalhadores e das condies

    da empresa, quer atravs de um inqurito aos trabalhadores em questo, quer

    do exame do funcionamento da empresa e seus atributos. Utilizando estes

    instrumentos, optou-se pela adoo de uma recompensa extrnseca de

    remunerao varivel por objetivos.

    Os resultados obtidos decorrem essencialmente do recurso a inquritos aos

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    trabalhadores em questo, s suas produtividades, a um conjunto de dados

    estatsticos e frmulas obtidas em Excel para a definio da forma de aplicao

    e distribuio da recompensa escolhida.

    O trabalho revela que, quando se pratica uma gesto mais participativa,

    possivel obter resultados positivos em diversas vertentes. Com estas aes, h

    no s capacidade de melhorar a motivao dos funcionrios, neste caso dos

    funcionrios da atividade core do Aps-Venda, como a eficincia no seu

    funcionamento e os resultados.

    PALAVRAS-CHAVE: Esquema de incentivos, motivao, produtividade

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    ndice

    1. Introduo ................................................................................................. 11

    2. Reviso Terica ........................................................................................ 14

    3. Anlise Emprica ....................................................................................... 17

    3.1. Definio do problema ....................................................................... 17

    3.2. Dados ................................................................................................. 19

    3.3. Metodologia ........................................................................................ 20

    3.4. Variveis a utilizar no modelo e Hipteses ...................................... 30

    3.5. Modelo ................................................................................................ 32

    4. Resultados ................................................................................................ 35

    5. Concluses ............................................................................................... 53

    6. Limitaes e Investigao Futura ............................................................ 59

    7. Implicaes na Gesto Empresarial ........................................................ 63

    Referncias Bibliogrficas ................................................................................ 65

    Referncias Cibergrficas ................................................................................ 67

    Anexos ............................................................................................................. 68

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    ndice Tabelas

    Tabela 1 Idade Mdia Produtivos ..................................................................... 19

    Tabela 2 Antiguidade Mdia Produtivos ........................................................... 20

    Tabela 3 Inferncias Estatsticas - Questo 5 .................................................. 38

    Tabela 4 Motivao para permanncia na Nasamotor S.A. ............................. 38

    Tabela 5 Inferncias Estatsticas - Questo 9 .................................................. 40

    Tabela 6 Inferncias Estatsticas - Questo 13 ................................................ 44

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    ndice Grficos

    Grfico 1 Satisfao em Relao ao Local de Trabalho .................................. 37

    Grfico 2 Remunerao justa em relao s mesmas funes nas outras

    empresas.......................................................................................................... 39

    Grfico 3 Recompensa desejada pelos produtivos em percentagem .............. 44

    Grfico 4 Opinio sobre Esquema de Incentivos por Equipa ........................... 40

    Grfico 5 Relacionamento Trabalhadores Oficina ............................................ 41

    Grfico 6 Opinio sobre Esquema de Incentivos Individual ............................. 41

    Grfico 7 Esforo Objetivo por Equipa ............................................................. 42

    Grfico 8 Influncia Sistema de Recompensas no Desempenho ..................... 43

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    ndice Figuras

    Figura 1 Sistema de Recompensas ................................................................. 21

    Figura 2 Apuramento Produtividades ............................................................... 22

    Figura 3 Pirmide de Maslow ........................................................................... 31

    Figura 4 Processo Resoluo Problema .......................................................... 33

    Figura 5 Etapas do processo de criao do esquema de incentivos ................ 34

    Figura 6 Produtividade por Pavilho ................................................................ 45

    Figura 7 Produtividade por Seco .................................................................. 46

    Figura 8 Produtividade Global .......................................................................... 47

    Figura 9 Produtividade Pavilho 1 .................................................................... 48

    Figura 10 Produtividade Pavilho 2 .................................................................. 48

    Figura 11 Distribuio Prmio Pavilho 1 ........................................................ 49

    Figura 12 Distribuio Prmio Pavilho 2 ........................................................ 50

    Figura 13 10 Principais Concluses do Estudo ................................................ 57

    Figura 14 Anlise SWOT do Projeto ................................................................ 58

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    Agradecimentos

    A elaborao deste trabalho no teria sido possvel sem a colaborao, estmulo

    e empenho de diversas pessoas. Gostaria assim de expressar toda a minha

    gratido e apreo a todos aqueles que contriburam, de forma direta ou indireta,

    para que esta tarefa se tornasse uma realidade.

    Ao coordenador do trabalho, Prof. Dr. Joo Paulo Peixoto, agradeo toda a

    disponibilidade e orientao, as quais se revelaram ser fundamentais para o

    sucesso do mesmo, assim como para o meu prprio desenvolvimento

    acadmico, pessoal e profissional.

    Ao Dr. Jos Gomes, presidente do concelho de administrao da Nasamotor

    S.A. e Sr. Jos Eduardo Alves, administrador da Nasamotor S.A., por

    proporcionarem e incentivarem a realizao deste trabalho, pela disponibilidade

    e colaborao e tambm pelo incentivo dado na sua execuo.

    Ao Dr. Miguel Gomes, administrador da Nasamotor S.A., pelos conhecimentos

    transmitidos e notvel recetividade. A sua forma crtica e criativa de argumentar

    as ideias apresentadas facilitaram o alcance dos objetivos propostos neste

    artigo, com um enorme sentimento de satisfao.

    Finalmente, apresento uma enorme gratido a todos colaboradores do Aps-

    Venda da Nasamotor S.A., em especial aos produtivos, que se encontraram

    disponveis em todos os passos do trabalho, dando as suas opinies e seus

    contributos, de extrema importncia para que resultados alcanados fossem

    possveis.

  • Introduo Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

    IESF 11/82 ___________________________________________________________________________________________

    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    1. Introduo

    A Nasamotor S.A. um concessionrio oficial da marca Mercedes-Benz e

    dedica-se ao comrcio por grosso e a retalho de Veculos Automveis Ligeiros

    (comerciais e de passageiros), de peas, acessrios e leos lubrificantes para

    automveis. Faz ainda parte do seu negcio a prestao de servios de

    reparao e manuteno de viaturas das marcas Mercedes-Benz e Smart.

    Foi constituda em 2007, fruto de um processo de ciso/fuso entre as empresas

    Sociedade Comercial C. Santos, Lda. e a Nasamotor, Lda. Como consequncia

    deste processo e da situao econmica portuguesa, necessria uma

    articulao dos seus sistemas de gesto corporativa, surgindo assim uma

    iniciativa da Administrao da Nasamotor S.A. de querer instaurar um esquema

    de incentivos premiador dos seus melhores trabalhadores produtivos. Essa

    iniciativa, aliada grande pertinncia do assunto e meu interesse pelo tema,

    representam os principais motivos da elaborao deste estudo.

    Os sistemas de recompensas so grandes influenciadores do empenho e

    motivao dos Recursos Humanos de uma empresa e, por consequncia, dos

    seus resultados. Vrios estudos demonstraram j que, se um trabalhador

    compensado pelo bom desempenho das suas funes, ento este tender a

    partilhar os objetivos da organizao em que se insere e far um maior esforo

    para garantir esse bom desempenho no futuro.

    Existem, nos dias de hoje, diversos trabalhos e estudos sobre o tema e diferentes

    definies e perspetivas do que podero ser considerados esquemas de

    incentivos. Uma das vises prende-se com o facto de ser importante uma

    combinao entre os incentivos quantitativos (financeiros) e qualitativos,.

    importante referir 1que, enquanto os primeiros, atravs, por exemplo, de uma

    retribuio varivel por objetivo, so de mais fcil aplicao e quantificao de

    resultados, os segundos (atribuio de tarefas de maior responsabilidade, por

    1 Jac Fitz-Enz no seu livro ROI of Human Capital

  • Introduo Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    exemplo), so mais difceis de quantificar e podero representar um processo

    mais complexo e arriscado.

    So elementos fundamentais para a aplicao de uma estratgia incentivos, o

    salrio da mo-de-obra, a sua produtividade, e o seu custo para a empresa.

    atravs da anlise do inter-relacionamento existente entre esses trs elementos

    que se torna possvel a verificao da eficincia de um esquema de incentivos2.

    Da que, para a elaborao deste trabalho, tenha sido de extrema importncia o

    estudo previamente realizado sobre a correta medio de produtividades.

    A produtividade integra uma medida para avaliar da performance organizacional

    de uma empresa. A situao de grande concorrncia no mercado atual exige que

    as empresas persigam as suas vantagens competitivas, procurando uma maior

    qualidade dos servios prestados. Nesta busca, a organizao precisa saber que

    o significado da palavra qualidade deve ser ampliada para antecipar, atender e

    superar as necessidades e as expectativas do cliente continuamente. Isso s

    poder ser concretizado se a sua estrutura e processos organizativos forem

    eficientes e, por isso, produtivos.

    O processo de implementao de um esquema de incentivos tem que ser muito

    bem estudado e estruturado, pois necessrio perceber as suas consequncias

    na cultura organizativa da empresa e tambm os custos. , por isso, imperativa

    a realizao de uma anlise cuidada de custo-benefcio da sua aplicao e

    entender se, em ltima instncia, o esquema aplicado funciona e os resultados

    so os expectveis.

    O objetivo do presente trabalho, realizado no mbito da disciplina de Estgio do

    IESF, ser encontrar um esquema de incentivos, de grande aplicabilidade,

    adequvel ao setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A. e capaz de surtir os

    efeitos j acima referidos.

    Para persecuo deste trabalho ser necessrio um estudo aprofundado da

    empresa e seu funcionamento; o que j foi feito e o que possvel ainda fazer;

    o que j foi documentado, com sucesso, por outras organizaes; e o que

    sugerido pelos diferentes autores examinados. O trabalho ser assim

    2 Hummel e Nickerson (1976) mencionado em Avaliao de um esquema de incentivos financeiros na construo civil Estudo de Caso

  • Introduo Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

    IESF 13/82 ___________________________________________________________________________________________

    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    fundamentado por um conjunto de estudos relacionados com a temtica em

    questo e as produtividades dos trabalhadores constituiro uma base para aferir

    do mrito numa futura aplicao do esquema de recompensas encontrado.

    Decorrente desta pesquisa ser decidido se possvel, ou no, a aplicao de

    um esquema de incentivos e, se a resposta for afirmativa, qual o tipo de

    recompensa a ser o utilizado.

  • Reviso Terica Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

    IESF 14/82 ___________________________________________________________________________________________

    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    2. Reviso Terica

    Neste ponto realizada uma apresentao dos principais textos e autores que

    serviro de apoio no decorrer de todo o estudo. No entanto, possvel que no

    seu desenrolar sejam precisas outras pesquisas.

    A reviso da literatura uma parte vital do processo de investigao. Pretende-

    se, com uma boa reviso literria, localizar, analisar, sintetizar e interpretar a

    investigao prvia relacionada com o tema. A reviso da literatura

    indispensvel, no somente para definir bem o problema, mas tambm para

    obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos conhecimentos sobre um dado

    tema, as suas lacunas e a contribuio da investigao para o desenvolvimento

    do conhecimento.

    importante definir quais so, de facto, os principais suportes para o desenrolar

    de todo o trabalho e no cair na chamada gula livresca, sendo seletivo na

    recolha de informao. Assim, neste ponto, irei passar a referir os autores e

    textos que iro suportar e ser a linha de confronto com o estudo a realizar.

    A temtica dos esquemas de incentivos j h muito discutida, mas com o

    acrscimo da importncia e desenvolvimento da rea dos Recursos Humanos

    nas empresas, esta tem-se expandido ainda mais, surgindo da uma panplia de

    novas teorias.

    De acordo com Alec Levenson, que se baseia nas teorias econmicas, mesmo

    a criao e implementao de um esquema de incentivos considerado simples,

    pode ser um processo bastante complexo e, por isso, h que ter a conscincia

    que este um tema que est sujeito a um grande cuidado e anlise, sendo assim

    necessrio, desde o incio, saber quais sero os seus suportes tericos e

    prticos.

    Um dos maiores pilares para este estudo ir ser, sem dvida, o livro Novo

    Humanator, Recursos Humanos e Sucesso Empresarial, de Pedro B. da

    Camara, Paulo Balreira Guerra e Joaquim Vicente Rodrigues. Este um livro

    que retrata a importncia dos Recursos Humanos para o sucesso das

    organizaes, salientando que a evoluo das sociedades tem um papel

    preponderante para esta acrescida importncia. O livro encontra-se dividido em

  • Reviso Terica Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

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    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    vrios captulos, sendo o captulo 13 Sistemas de recompensas o mais

    relevante para o estudo, uma vez que revela as diferentes categorias de

    esquemas de incentivos, os seus objetivos, componentes e oferece alguma

    ajuda em como os aplicar. Este captulo define e exemplifica a diferena entre o

    que so as supramencionadas recompensas extrnsecas e intrnsecas. As

    primeiras consistem no salrio-base, em incentivos (ou remunerao varivel),

    benefcios sociais e especficos ou smbolos de estatuto. J as segundas

    correspondem a recompensas que decorrem do prprio trabalho realizado pelo

    responsvel de chefia, da natureza e enquadramento e do sentido de realizao

    pessoal que o mesmo d ao colaborador.

    Segundo JAC FITZ-ENZ, em The ROI of Human Capital, measuring the

    economic value of employee performance. AMACON, 2009, h que ter muitas

    componentes em linha de conta quando se toma a deciso de implementar um

    regime de compensaes, pois h que ter a noo de que o peso dos custos

    com os trabalhadores podem representar 20% a 70% das despesas da empresa.

    O autor refere e diferencia, ainda, o tratamento de medidas qualitativas e

    quantitativas dos esquemas deste tipo, tanto na aplicao e significado para toda

    a organizao, como nos seus custos.

    Martin Holtmann, no seu artigo Elaborao de Esquemas de incentivo para

    Trabalhadores, refere que planos mal concebidos podem ter efeitos prejudiciais

    graves e estabelece os princpios e passos a seguir para a elaborao de

    esquemas de incentivos para trabalhadores. De facto, estudos de caso

    realizados anteriormente, como o caso do de Ana Sofia Ferreira, Impacto de

    sistemas de incentivos na atividade dos mdicos: um olhar sobre a literatura com

    base emprica recente, ou Ricardo Luiz Machado e Luiz Fernando M. Heineck,

    em Avaliao de um esquema de incentivos financeiros na construo civil-

    Estudo de caso, apontam que o desafio para um sistema de incentivos

    profissionais ideal parece ter uma tripla dimenso: conciliar a motivao dos

    trabalhadores para uma gesto mais cuidadosa dos recursos, a par com a

    garantia da desejvel qualidade na prestao de servios, e ainda a promoo

    de nveis de satisfao profissional elevados por parte dos prprios profissionais.

    importante, por isso, perceber que esta no uma temtica simples, e envolve

  • Reviso Terica Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

    IESF 16/82 ___________________________________________________________________________________________

    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    um grande conjunto de teorias econmicas, como a teoria da agncia, teoria de

    incentivos e economia dos custos de transao, facto referido por Edvaldo Alves

    Santana, em Contrato Satisfatrio Multidimensional e a Teoria do

    Incentivo,2001.

    Uma outra referncia importante a fazer que, o objetivo final duma medida

    destas ser a melhoria dos resultados da organizao e isso passa pelo aumento

    das produtividades dos fatores. Este um dos objetivos a alcanar, mas tambm

    constituir a base para aferir dos trabalhadores suscetveis de serem

    beneficiados pelo futuro esquema de incentivos. A ideia fundamentada por

    Peter F. Drucker, que afirma que as produtividades so o melhor indicador para

    comparar a eficcia da gesto. Peter F. Drucker , por isso, uma das grandes

    bases de sustentao de todo o trabalho.

    Finalmente, todos os projetos devem ser analisados sob diversas variveis que,

    de modo direto ou indireto, lhe esto ligadas e podem contribuir para a evoluo

    e o desempenho de um negcio. Recorrendo a uma anlise SWOT (foras,

    fraquezas, oportunidades e ameaas) ser realizada esta anlise. Assim sendo,

    a consulta do site http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-

    negocios/saiba-como-fazer-uma-analise-swot/73989/ fundamental para a

    referido fim.

  • Anlise Emprica Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

    IESF 17/82 ___________________________________________________________________________________________

    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    3. Anlise Emprica

    3.1. Definio do problema

    A vantagem de um programa de benefcios atraente nas organizaes a de se

    ter um quadro de funcionrios envolvido com a empresa, a oportunidade de atrair

    e manter talentos, diminuir a rotatividade e o absentesmo, alm de aumentar a

    motivao e melhorar a qualidade de vida dos recursos humanos.

    O ser humano pea fundamental do processo de qualidade de uma

    organizao. Assegurar a qualidade de vida exige que o indivduo esteja bem no

    nvel fsico, mental, intelectual e espiritual.

    A problemtica de um esquema de recompensas surge da acrescida importncia

    dos recursos humanos para o funcionamento de uma organizao, e de uma

    assistida carncia de matching entre os objetivos dos colaboradores e da

    empresa. Esta preocupao surge nesta altura, essencialmente, no s pelo j

    acima referido, mas tambm pela constatao de que, de facto, havia uma

    alterao da situao estrutural e envolvente da empresa.

    Num espao de aproximadamente 5 anos (2006 a 2010) surgiu um grande

    aumento do nmero de concessionrias da Mercedes Benz na zona de influncia

    da Nasamotor S.A., implicando assim o aumento da concorrncia;

    Em 2007 ocorre o processo de Ciso/Fuso do grupo Sociedade Comercial C.

    Santos e a Nasamotor, dando origem ao 2 e 3 maiores concessionrios

    Mercedes Benz do pas;

    Relativamente envolvente econmica, sabido que houve realmente uma

    grande contrao do mercado com consequncias avassaladoras no setor

    automvel, s quais a Nasamotor, embora no tenha sido dos casos mais

    patentes, no conseguiu escapar (ver anexos de anlise do setor e empresa).

    Estes so motivos que fazem realar a importncia de manter os bons

    trabalhadores (mais eficientes e produtivos), sendo para isso necessrio motiva-

    los a permanecer na empresa e prestar um bom servio.

    Surge ento a questo: Qual o esquema de Incentivos a aplicar no Setor do

  • Anlise Emprica Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

    IESF 18/82 ___________________________________________________________________________________________

    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    Aps-Venda da Nasamotor S.A.?

    Este estudo tem como objetivo a busca por um esquema de recompensas capaz

    de premiar os trabalhadores produtivos do Aps-venda da Nasamotor S.A. e,

    desta forma, aumentar as suas produtividades3 e empenho pelos melhores

    resultados da empresa.

    Da literatura possvel recolher um elevado nmero de escolhas no que toca a

    sistemas de recompensas. Estas vo desde as contrapartidas materiais s

    imateriais. A escolha entre umas ou outras (ou entre uma combinao delas)

    est dependente do alinhamento estratgico da empresa e da expectativa de

    como ir ser aceite pelos seus destinatrios, esperando-se que seja entendido

    como justo e objetivo, funcionando de forma equitativa.

    A teoria da expectativa4 prope que um individuo ir decidir o seu

    comportamento/esforo porque estar motivado por aquilo que espera de

    receber por isso. Ou seja, a motivao para a sua ao determinada pela

    amplitude do desejo pela recompensa.

    Com a criao de um esquema de incentivos, a inteno ser atrair, reter e

    motivar os melhores trabalhadores, ao mesmo tempo, ser financeiramente

    sustentvel, a mdio/longo prazo, e ser percecionado como justo pelos seus

    destinatrios. Daqui resulta a formulao das hipteses:

    Os esquemas de incentivos so capazes de motivar os fatores produtivos do

    Aps-venda de forma a aumentar as suas produtividades.

    Esse ser um esquema de incentivos sustentvel para a empresa e com

    resultados exibveis no mdio/longo prazo.

    3 As produtividades utilizadas neste trabalho so calculadas a partir das taxas de ocupao e de eficincia, recolhidas do programa Autoline e tratadas no Excel. 4 Teoria desenvolvida por Michael Porter e Edward Lawler

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    3.2. Dados

    O interesse deste estudo ser o de definir um esquema de compensao dos

    trabalhadores produtivos do Aps-venda da empresa Nasamotor S.A.. Assim

    sendo, a amostra a ser utilizada ser constituda por esses trabalhadores.

    Apesar disso, pode-se dizer que ser possvel aferir, atravs desta amostra,

    algumas concluses para a populao em geral, ou pelo menos, sendo menos

    ambicioso, para outros produtivos de outras empresas.

    Todos os valores aqui indicados so apenas demonstrativos, porque se tratam

    de dados sigilosos. No entanto, o estudo foi efetivamente realizado na empresa

    e, por isso, foi feito um esforo para que todos os resultados aqui apresentados

    estejam de acordo com aqueles que foram obtidos na realidade.

    Partindo deste pressuposto, o nmero de trabalhadores a fazerem parte da

    amostra sero os 50 funcionrios do setor referido, da Nasamotor S.A. sediada

    na Circunvalao. Estes so todos do sexo masculino, tm uma idade mdia de

    36 anos (35,88), 10,57 anos de casa (antiguidade) e recebem em mdia 900,9

    euros por ms. A sua escolaridade maioritariamente o 3 ciclo (9ano) e

    desempenham funes de chaparia, pintura, mecnica e eletricista.

    Tabela 1 Idade Mdia Produtivos

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    Os dados necessrios para realizar esta primeira fase de constituio e

    caracterizao da amostra so retirados de bases de dados fornecidas pelo

    departamento dos recursos humanos. O seu tratamento realizado posteriori

    para o efeito desejado, ou seja, da definio de quais sero os trabalhadores a

    aferir do futuro esquema de incentivos.

    3.3. Metodologia

    a. Planeamento do mtodo a aplicar

    Este trabalho inicia-se pela constatao da necessidade de aplicao de

    esquemas de incentivos para cativar os funcionrios produtivos do Aps-venda.

    Este um tema bem defendido pela literatura existente e sustentado por casos

    reias de sucesso, relatados em alguns estudos.

    A escolha por estes trabalhadores deve-se ao facto de serem uns dos principais

    fatores de sucesso ou insucesso da empresa. Passamos em Portugal por uma

    crise econmico-financeira, e o setor automvel um dos mais afetados por esta

    situao. Tendo isso presente, fcil compreender que os utilizadores de

    viaturas iro, nesta fase, prescindir da sua compra, substituindo esse ato pela

    manuteno do seu automvel. Isto implica que o setor do Aps-venda, embora

    tambm seja influenciado pela crise, ganhe um maior peso quando comparado

    com o setor das vendas. necessrio, por isso, garantir que os servios

    realizados por este setor sejam os melhores e os mais eficientes e, para que isto

    acontea, h que ter maior ateno ao que se passa com os trabalhadores

    Tabela 2 Antiguidade Mdia Produtivos

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    responsveis pelo seu funcionamento e permitir que estes se sintam

    responsveis pelo sucesso da organizao.

    Os sistemas de recompensas podem basear-se em vrios fatores: potencial,

    mercado, desempenho, antiguidade, categoria profissional, nveis de

    responsabilidade, etc..

    A forma que considerei mais justa para avaliar quem beneficiar do futuro

    esquema de recompensas foi a de perceber quais os responsveis pelo bom

    funcionamento da oficina da Nasamotor S.A.. Estes resultados iro ser retirados

    a partir das produtividades individuais dos fatores produtivos. As referidas

    produtividades sero retiradas de um relatrio em Excel previamente

    desenvolvido, que recolhe, por sua vez, os valores do software utilizado pela

    Figura 1 Sistema de Recompensas

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    empresa e a maioria dos restantes concessionarias Mercedes Benz, o Autoline.

    O modo como foram apuradas as produtividades dado, esquemtica e

    sucintamente pela representao abaixo:

    O esquema desenvolvido permite-nos aferir das produtividades diariamente,

    mensalmente e, em consequncia disso, possvel apreciar as produtividades

    trimestrais, semestrais ou anuais, consoante seja necessrio. Isto importante

    para definir, tanto qual o prazo a usar para avaliar quem beneficia do esquema,

    como para decidir quando este ser atribudo e averiguar os seus efeitos.

    Depois imperativo obter alguma informao diretamente das pessoas em

    estudo, pois no fundo so estes uns dos principais interessados num possvel

    sistema de recompensas. Recorrendo literatura existente e, em particular, no

    Novo Humanator5, ser desenvolvido um inqurito de perguntas abertas e

    fechadas, relacionadas com a forma como os trabalhadores se sentem perante

    a empresa, se sentem a necessidade de serem motivados e, em caso afirmativo,

    de que forma. Posteriormente ser necessrio avaliar esses resultados de uma

    forma exata e objetiva, utilizando como suporte algumas bases estatsticas. De

    notar que, embora a anlise v ser o mais objetiva possvel, h que ter em conta

    5 Pedro B. da Camara, Paulo Balreira Guerra e Joaquim Vicente Rodrigues

    Figura 2 Apuramento Produtividades

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    que falamos de pessoas e os resultados matemticos a que irei chegar tero que

    ser reavaliados por existirem um conjunto de situaes que os nmeros no

    revelam e que podem no entrar em linha de conta na avaliao, resultando em

    injustia.

    Depois de analisar os resultados de produtividade e dos inquritos, possvel

    decidir pelo mtodo de atribuio do esquema de incentivos e da avaliar a sua

    viabilidade no mdio/longo prazo. O mtodo foi bem estudado e definido, porque

    traz consequncias para os resultados da empresa e se mal elaborado pode no

    ir ao encontro das reais necessidades da organizao e dos seus colaboradores.

    Para definir o sistema de recompensas exigido o estudo da capacidade

    econmico-financeira da empresa, sendo para isso necessrio produzir um

    oramento com vista a aferir dos custos (mesmo um sistema no monetrio

    implica custos) que um possvel esquema trar e se este se enquadra nas

    possibilidades da empresa. Para a sua definio ser utilizado, como j foi

    referido,um elevado nmero de esquemas disponveis na literatura e teorias

    econmicas.

    Finalmente, sero utilizados os resultados conseguidos com o esquema

    escolhido e os valores da empresa no geral, para saber que impacto que o

    esquema teve e aferir assim da sua sustentabilidade, pelo menos no curto prazo,

    pois para avaliar no medio/longo prazo ser necessrio mais tempo e de

    comparar com os perodos passados.

    Todos estes passos so realizados intercalados com reunies com os

    responsveis mais prximos dos funcionrios da oficina e com a Administrao

    da Nasamotor S.A., com vista, no s divulgao do que tem sido feito, como

    para obteno de opinies e ideias que possam surgir de ambas as partes.

    b. Inqurito

    O inqurito foi realizado amostra mencionada. As perguntas foram construdas

    tendo em conta o pblico-alvo, de uma forma simples, estruturada de forma

    lgica e com perguntas no ambguas, para que no fosse retirado um duplo

    sentido.

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    As perguntas tentam ajudar a perceber a opinio dos trabalhadores em relao

    empresa e ao seu funcionamento, e ajudam a compreender qual o esquema

    de incentivos desejado, dando informao sobre a possvel reao a esse

    esquema. Os inquiridos so questionados atravs de perguntas sobre como se

    sentem em relao empresa, sobre o relacionamento com os seus colegas, o

    que acham de um esquema de incentivos, qual o tipo de esquema que preferem

    e se acham que este deve ser aplicado por equipa, ou individualmente.

    c. Etapas do processo de criao do esquema de incentivos

    Resumo Etapas do processo de criao do esquema de incentivos

    1 - Calcular a variao nos resultados da empresa resultante de uma variao de 1 p.p. na taxa de produtividade.

    2 - Definir o valor do prmio

    3 - Decidir a periodicidade da avaliao

    4 - Determinar perodo de pagamento da recompensa

    5 - Limitar horas disponveis (valores absolutos)

    6 - Reduzir erros

    7 - Restringir o nmero de folhas de obras em curso

    8 - Escolher grupos para enquadrar em termos de produtividade e aplicao de esquema de incentivos

    9 - Definir patamar global de produtividade

    10 - Distribuir

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    Etapa 1: Calcular a variao nos resultados da empresa resultante

    de uma variao de 1 p.p. na taxa de produtividade.

    Este um passo bastante relevante e que visa aferir em quanto que o aumento

    de produtividade pode melhorar os resultados da empresa, o que no fundo o

    objetivo final deste esquema de incentivos. tambm crucial para definir, numa

    fase posterior, qual o montante a atribuir na recompensa. Serve por isso de limite

    ao valor atribudo aos fatores produtivos, uma vez que se pretende que os custos

    com a medida sejam inferiores aos resultados obtidos com mesma.

    Para chegar ao resultado pretendido, verifica-se qual o valor dos resultados

    globais da empresa, e faz-se a variao entre o resultado com as produtividades

    de 2013 e as produtividades de 2013 acrescidas em 1 p.p. Daqui consegui retirar

    que efetivamente possvel proceder atribuio de um regime de incentivos e

    que este ser em funo dos 60.000 de acrscimo dos resultados, efeito de

    uma variao de 1 p.p.na taxa de produtividade de cada seco. Depois,

    necessrio dividir estes 60.000 pelos 50 trabalhadores, para dar o valor que pode

    ser despendido por cada um, no mximo, e proceder respetiva distribuio da

    recompensa.

    Etapa 2: Definir o valor do prmio

    Este , como j referido, obtido a partir do valor encontrado no 1 passo. O valor

    tem de permitir atribuir um montante suficientemente elevado para que os

    trabalhadores se sintam motivados a serem mais produtivos e, ao mesmo tempo,

    um valor que permita empresa dar provas em como trabalhadores mais

    motivados acrescem, de facto, valor empresa atravs de resultados.

    Se o objetivo individual for atingido, o prmio ser atribudo em 75% do valor

    definido para o trimestre, depois os remanescentes 25% sero atribudos se

    todos os subgrupos (abaixo definidos) do seu pavilho atingirem, tambm eles,

    o objetivo de grupo.

    Etapa 3: Decidir a periodicidade da avaliao

    Aqui, e como referido em Humanator, a avaliao e pagamento no devero

    ser feitos mensalmente pelo facto de trazerem certos inconvenientes. Esses

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    esto relacionados com a maior carga administrativa que trazem ao processo e

    por introduzirem maior variao no rendimento dos trabalhadores, resultantes de

    meses bons e meses fracos, relacionados com a sazonalidade do negcio ou de

    outros fatores que possam afetar a entrada de viaturas na empresa.

    Com vista a mitigar estes efeitos, decidiu-se que a avaliao ser trimestral, a

    qual permite uma maior regularidade nos resultados de produtividade.

    Etapa 4: Determinar perodo de pagamento da recompensa

    Pelos mesmos motivos do ponto anterior, o pagamento da recompensa deve ser

    realizado em perodos que permitam uma maior perceo da realidade e que

    atenuem possveis picos de valores de meses muitos bons ou muito maus. Esses

    iriam levar a uma atribuio injusta, por um lado, e no permitiriam captar tanto

    interesse por parte dos trabalhadores, por outro. Por exemplo, num ms mau o

    trabalhador, sem ter culpa de no ter condies para ser melhor, no iria receber

    nada. Enquanto se fosse um ms bom, poderia ser beneficiado e por j ter

    recebido no ms anterior, no se iria esforar tanto. Para alm dos prejuzos que

    traria para a empresa nas suas contas. Este mtodo ainda importante para

    garantir uma utilizao racional das horas disponveis.

    Com efeito, o pagamento da parte respeitante ao objetivo individual ser

    realizado a cada trimestre a 75% do valor trimestral acumulado atribudo para a

    compensao, menos o j pago, sendo os restantes 25% de cada trimestre

    desembolsados no fim do ano.

    Exemplo:

    Supondo que a compensao de 1000 anual por trabalhador e que o

    trabalhador consegue em todos os trimestres atingir o objetivo mximo,

    garantindo-lhe 100% do valor, temos:

    1 Trimestre:

    1000 4 = 250

    250 75% = 187.5

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    2 Trimestre:

    250 + 250 = 500

    500 75% = 375

    375 187.5 = 187.5

    3 Trimestre:

    500 + 250 = 750

    750 75% = 562.5

    562.5 (187.5 2 ) = 187.5

    4 Trimestre:

    750 + 250 = 1000

    1000 75% = 750

    750 562.5 = 187.5

    187.5 + (25% 1000) = 437.5

    Atravs desta distribuio, um trabalhador que tenha atingido sempre o mximo

    da compensao ir perfazer o valor total de 1000 (187,5+187,5+187,5+437,5),

    tendo o incentivo para o fazer ao longo de todo o ano e no apenas num ou outro

    trimestre.

    Pode ainda acrescer a este valor o do incentivo de grupo, que corresponde a

    25% do valor atribudo para recompensas. Ou seja, sendo que o valor de

    60.000 ao ano, implica que por trimestre, no total (objetivo individual mais

    objetivo grupo) ir ser dado por 60.000 a dividir pelos 4 trimestres (15.000), a

    dividir pelo nmero de trabalhadores (300). Destes 300, 25% (75) apenas

    sero atribudos se todos os grupos do pavilho atingirem a meta definida. Este

    valor, ao contrrio do individual, ser trimestralmente atribudo na totalidade.

    Etapa 5: Limitar horas disponveis (valores absolutos)

    As horas disponveis so utilizadas para o clculo do rcio da taxa de ocupao

    e, por sua vez, da taxa de produtividade. Por constituir o seu denominador,

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    importante definir um mnimo, sem o prejuzo de permitir atingir valores

    extremamente elevados de produtividade, quando na realidade no tenha

    ocorrido esse aumento, sendo apenas resultado de um denominador muito

    reduzido comparativamente ao numerador. O mnimo foi definido e dado por

    440 horas trimestrais, a que corresponde uma taxa de ocupao mnima de 87%.

    Etapa 6: Reduzir erros

    Devero ser imputados ao produtivo os seus erros na manuteno da viatura.

    Esta medida tem como objetivo evitar que os trabalhadores procurem apenas

    ser rpidos para ter acesso recompensa, em detrimento da prestao de um

    servio de qualidade. Os trabalhos repetidos, por terem menos qualidade, devem

    ser penalizados no sistema de recompensas.

    Etapa 7: Restringir o nmero de folhas de obras em curso

    Foi decidido que o nmero de folhas de obras em curso abertas ir ser limitado

    para 8% do total de folhas de obras abertas no perodo, isto para garantir que

    essas so faturadas quando devem, ou seja, garantir que no transitam para os

    perodos seguintes e que no prejudicam os produtivos cujas obras no tenham

    sido faturadas por ineficincia administrativa.

    Etapa 8: Escolher grupos para enquadrar em termos de

    produtividade e aplicao de esquema de incentivos

    Para proceder avaliao de produtividades e decidir quem recebe ou no a

    recompensa necessrio agrupar os produtivos. A atribuio da compensao

    deve ser feita, numa primeira fase, com base nos valores do grupo definido. Isto

    permite incentivar o trabalho em equipa e estimular todos a serem mais

    produtivos (porque esto dependentes dos resultados uns dos outros) e

    competitivos. Assim foram definidos dois pavilhes, os constitudos por

    trabalhadores da mecnica e os outros pelos da coliso. Os trabalhadores foram

    ainda agrupados em 7 subgrupos (agregados, chapa, diagnostico, eltrica,

    estofador, mecnica e pintura) consoante a sua funo.

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    Etapa 9: Definir patamar global de produtividade

    Olhando para as produtividades do ano de 2013, pode-se verificar que a

    produtividade total inferior ao objetivo que definido em 80%. O referido valor

    foi escolhido por ir de encontro com as capacidades no aproveitadas, neste

    momento, pela empresa. Esta capacidade de melhoria percetvel se olharmos

    para as produtividades individuais, pois se uns conseguem alcanar valores

    muito elevados, no h motivos para outros (com as mesmas caractersticas e

    oportunidades) terem valores comparativamente to reduzidos. Esta tambm

    a produtividade que ajusta os objetivos dos dois pavilhes.

    Existe ainda um patamar por subgrupo que dado pelo valor mnimo que o

    trabalhador ter que obter para usufruir do esquema de incentivos, 77%.

    Este ltimo tem como objetivo a melhor e mais eficiente distribuio de servio,

    de forma a aumentar as taxas de produtividade de todos os grupos dos dois

    pavilhes, promovendo o trabalhado de equipa. Desta forma, aplicando um

    incentivo individual, est-se a promover a produtividade de cada um e, aplicando

    a majorao do grupo, exige-se que os menos produtivos se esforcem tambm,

    uniformizando os grupos para um nvel superior e elevando o servio da oficina.

    Com este esquema no h tambm desincentivo por parte dos melhores

    produtivos, porque, embora estejam dependentes do seu pavilho e do seu

    grupo (neste caso apenas residualmente), o recebimento da recompensa est

    muito dependente deles mesmos e ficaro a ganhar mais se conseguirem puxar

    pela equipa.

    Etapa 10: Distribuir

    Para proceder distribuio necessrio, em primeiro lugar, verificar se os

    pavilhes atingem o valor de 80% no trimestre. Se isto no acontecer, no ir

    haver lugar atribuio da recompensa. Se o valor for atingido h ento que ver

    se cada produtivo alcanou os valores desejados e se iro receber o incentivo.

    Aqui o esquema ser o seguinte:

    Se a taxa de produtividade igual ou superior a 85% x (1+10%) =93,5%

    - o trabalhador recebe 100% do valor disponibilizado para a recompensa

    individual;

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    Se a taxa de produtividade est no intervalo de [85%-93,5%[ o

    trabalhador ir receber 75% do valor individual;

    Se a taxa de produtividade est no intervalo [77%-85% [, em que

    77%=85% / (1+10%) - o trabalhador ir receber 50% do valor individual;

    O trabalhador no recebe nada para valores inferiores a 77%.

    O primeiro valor (93,5%) visa premiar quem atinge valores superiores aos

    exigidos. Desta forma est-se a atuar mais justamente com esses trabalhadores

    e ao mesmo tempo a procurar no os desmotivar, no os levando a reduzir as

    suas taxas para os valores dos colegas que apenas se esforam para garantir o

    valor objetivo. Estes trabalhadores so fulcrais, at para que o grupo tenha

    hiptese de atingir o objetivo delineado, pois contrabalanam outros que tenham

    montantes reduzidos. Os menos produtivos podero prejudicar o restante grupo,

    mas se forem compensados pelos anteriores, a equipa no seu total ter

    capacidade para atingir o objetivo e os menos produtivos no recebero nada

    por isso.

    Depois necessrio verificar se cada subgrupo atingiu a meta mnima, que

    dada pelo valor a partir do qual o trabalhador recebe recompensa, ou seja, os

    77% acima especificados. Para que o resto do incentivo seja atribudo

    necessrio que todos os subgrupos do pavilho atinjam esses 77%, caso

    contrrio, os produtivos recebero apenas o incentivo respeitante ao seu objetivo

    individual.

    3.4. Variveis a utilizar no modelo e Hipteses

    O que pretendido comprovar com um esquema de incentivos, aquilo que j

    tem vindo a ser provado, ou seja: Os esquemas de incentivos so capazes de

    motivar os fatores produtivos de forma a aumentar as suas produtividades. Neste

    caso especfico, referem-se aos trabalhadores produtivos do Aps-venda da

    Nasamotor S.A..

    A motivao um dos fatores mais importantes para aumentar o desempenho e

    empenho de uma pessoa. As pessoas so orientadas por objetivos, quer na vida

    pessoal, como profissional. Existe uma diferenciao entre motivao intrnseca

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    e extrnseca. Enquanto a primeira se refere motivao gerada por

    necessidades e motivos da pessoa, a motivao extrnseca refere-se

    motivao gerada por processos de reforo e punio. No entanto falso dizer

    que a motivao extrnseca fruto da ao do ambiente e a intrnseca da

    pessoa, porque a motivao sempre fruto de uma interao entre a pessoa e

    o ambiente. Abraham Maslow prope uma hierarquizao das necessidades

    apresentada pela pirmide abaixo:

    Para Maslow h cinco tipos de necessidades: fisiolgicas, de segurana ntima

    (fsica e psquica), necessidades de amor e relacionamentos (participao), as

    necessidades de autoestima (autoconfiana) e necessidades de autorrealizao.

    Essa classificao permitiu uma nova viso sobre o comportamento humano,

    que no busca apenas saciar necessidades fsicas, mas crescer e se

    desenvolver. Organizou as necessidades em uma pirmide, colocando na sua

    base as necessidades mais primitivas e bsicas. O autor descreve uma diferena

    qualitativa entre as necessidades bsicas e mais elevadas: as primeiras so

    necessidades deficitrias, ou seja, baseadas na falta e devem, assim, ser

    saciadas para evitar um estado indesejvel, enquanto as necessidades dos

    nveis mais altos da pirmide so necessidades de crescimento. nestas ltimas

    que se pretende atuar.

    Figura 3 Pirmide de Maslow

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    As variveis capazes de afetar essa motivao so diferentes tipos de incentivos

    e gratificaes, como por exemplo, bnus, comisses, partilha de sucesso

    (atravs de distribuio de resultados, por exemplo) ou benefcios sociais e

    especficos (s abrangem certos segmentos da populao da empresa, quer

    devido ao nvel hierrquico, quer natureza da sua funo).

    3.5. Modelo

    Este ponto sumariza os modelos pelos quais me guiei para obter os resultados

    presentes no prximo captulo. O primeiro demonstra, por passos, o

    procedimento de resoluo do problema. Este inicia-se pela recolha de

    informao acerca dos funcionrios produtivos do setor do Aps-Venda, passvel

    de ser relevante para este estudo.

    De seguida analisado o valor disponvel para aplicao do esquema de

    incentivos. necessrio que o esquema seja sustentvel e comportvel pela

    empresa, permitindo garantir que ser bem aceite pela Administrao.

    A atribuio ir ser realizada, como j foi mencionado antes, com base nas

    produtividades dos trabalhadores em questo, por isso, necessrio analisar

    quais so as suas taxas de produtividade de uma forma regular e perceber

    assim, qual o valor de produtividade a partir do qual faz sentido a atribuir a

    recompensa definida.

    Os passos seguintes servem para compreender qual o mtodo escolhido (tipo

    de recompensa) e forma de emprego. Uma das formas utilizadas foi a construo

    de um inqurito aos trabalhadores, onde estes so questionados em relao

    forma como se sentem na empresa, como veem a possvel atribuio do

    esquema de incentivos, qual o que consideram ser o mais correto e como este

    deve ser atribudo (em equipa/individual, mensal/trimestral, etc.).

    O ltimo ponto deste modelo ir ser obtido atravs de algumas suposies, uma

    vez que no ser vivel aplicar de imediato o esquema, e ainda que o fosse, no

    seria possvel obter, num prazo to curto, resultados fidedignos em relao ao

    bom funcionamento do esquema escolhido e consecutivo aumento nas

    produtividades.

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    A figura 5 mostra mais pormenorizadamente quais as etapas do processo de

    criao do esquema de incentivos. Embora seja um esquema particular desta

    empresa, penso que a sua aplicabilidade abrangente e executvel em outras.

    O processo inicia-se pela avaliao de quanto variam os resultados da empresa

    com uma variao de um ponto percentual na taxa de produtividade dos

    trabalhadores da oficina da Nasamotor S.A.. com base nesse valor que

    definido o montante a atribuir na recompensa, o qual ser menor ou igual ao

    valor obtido.

    Depois define-se as periodicidades, tanto de avaliao das produtividades, como

    de atribuio da recompensa. Aqui desejvel que no sejam perodos muitos

    curtos.

    Os trs passos seguintes, explicados previamente no ponto 3.3, servem para

    diminuir a possibilidade de falha do sistema, assim como para garantir que o

    esquema o mais justo possvel.

    Em seguida so agrupados os trabalhadores e definidos os patamares de

    produtividade que considero ser os mais facilitadores de resultados eficientes.

    Figura 4 Processo Resoluo Problema

  • Anlise Emprica Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

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    Finalmente, feita a distribuio, que ser explicada com maior pormenor no

    ponto seguinte.

    Figura 5 Etapas do processo de criao do esquema de incentivos

  • Resultados Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

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    4. Resultados

    4.1. Resultados do Inqurito

    De todas as 16 perguntas realizadas no inqurito, foram selecionadas as que

    achei serem mais importantes de salientar e que correspondem s mais teis

    para a definio do esquema de incentivos.

    As questes que no surgem aqui destacadas esto mais relacionadas com a

    satisfao dos funcionrios, questes importantes para uma anlise interna da

    empresa, mas que no tm impacto nos resultados pretendidos.

    As trs primeiras so acerca da sua idade, antiguidade e escolaridade, questes

    essenciais para perceber se existe alguma relao entre estas variveis e as

    outras questes realizadas, e ainda para dar a conhecer melhor a composio

    da fora produtiva da Nasamotor. Estas informaes foram previamente

    apresentadas no capitulo 3 deste artigo.

    As outras perguntas, cujos resultados no surgem aqui descriminados, mas que

    se encontram em anexo, so as questes 6 e 15. A 6 questiona os funcionrios

    sobre o seu orgulho em representar a Nasamotor S.A. e a 15 pergunta sobre a

    preferncia entre os recebimentos (da retribuio) com uma periocidade curta e

    por consequncia com montantes inferiores, ou com perodos mais longos mas

    montantes maiores. No surgem neste texto porque no tm influncia na

    deciso, uma vez que constituem questes importantes para a empresa, mas

    meramente informativas para o artigo.

    No entanto, os resultados totais dos inquritos, seus grficos e os clculos esto

    todos presentes em anexo.

    So ainda, em alguns casos, apresentadas algumas das inferncias estatsticas

    teis para uma anlise mais precisa dos resultados obtidos. Essas so dadas

    pela mdia, moda, mediana, desvio-padro e varincia.

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    Questo 4: Gosto das funes que desempenho (assinale com um X

    quanto gosta. 1 significa que no gosta nada e 5 que gosta muito)

    O grfico 1 revela a satisfao que as tarefas desempenhadas pelos inquiridos

    lhes oferecem. Se olharmos para a quantidade de trabalhadores que pontuou as

    suas respostas com 5 e 4, vemos que muito superior s outras opes (3 e 2).

    possvel retirar daqui que, os trabalhadores da oficina gostam bastante das

    funes que desempenham, indicando que a atribuio de outra funo que no

    a lhes pertence, pode no ser visto como uma no estratgia de incentivo.

    A questo 5 revela quo satisfeitos esto os trabalhadores com o seu local de

    trabalho. Aqui foram dadas respostas numa escala de 1 a 5, em que 5

    corresponde mxima satisfao e 1 mnima. Esses resultados foram ainda

    divididos por antiguidade, para tentar perceber se existe uma correlao positiva

    entre essa varivel e a insatisfao.

    O grfico 2 e a tabela 3, abaixo apresentados, do os valores de satisfao dos

    produtivos em relao ao seu local de trabalho. Pode-se ver que apenas um

    colaborador faz uma apreciao negativa relativamente sua satisfao em

    relao ao local de trabalho e o mesmo no pertence classe dos mais antigos

    na empresa.

    Grfico 1 Satisfao Funo Praticada

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    Questo 5: Estou satisfeito com o meu local de trabalho?

    A moda, que se define como sendo o valor que surge com mais frequncia,

    dada pelo valor 4, ou seja, grande maioria dos trabalhadores estudados escolheu

    a opo 4. Podemos ainda afirmar que maioria dos produtivos est satisfeito com

    o seu local de trabalho e que a antiguidade no influencia negativamente esse

    resultado, pois maioria dos mais antigos na empresa selecionaram a opo 4 ou

    5.

    Da tabela 3 pode-se ainda verificar que a mediana, valor que divide a meio a

    amostra, igual a 4, ou seja, 50% dos valores so inferiores ou iguais a 4 e os

    restantes 50% so superiores ou iguais a esse valor.

    O desvio-padro e a varincia do informao obre a disperso dos dados. Tm

    uma elevada importncia, um vez que ajustam os resultados obtidos a partir da

    mdia, ou seja, posso obter uma mdia muito elevada simplesmente porque uma

    ou outra pessoa escolheu o valor 5, mas os outros escolheram todos o 2. A mdia

    poder no refletir essa situao e da anlise podem surgir concluses errneas.

    Neste caso, poderia admitir que as coisas no estavam to mal, quando os

    trabalhadores tinham praticamente todos uma opinio negativa sobre o seu local

    de trabalho.

    A soma dos quadrados dos desvios dividida pelo nmero de ocorrncias

    chamada de varincia e tem, neste caso, o valor de 0,49.

    Grfico 2 Satisfao em Relao ao Local de Trabalho

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    O desvio-padro, que a diferena de cada nota em relao mdia, d neste

    caso 0,7. A vantagem que apresenta sobre a varincia de permitir uma

    interpretao direta da variao do conjunto de dados, pois o desvio padro

    expresso na mesma unidade que a varivel (Kg, cm,..). Pode-se assim afirmar

    que o valor obtido para a mdia reflete bem a realidade, no havendo valores

    muito dispersos nos resultados.

    Questo 7: O que me faz ficar na Nasamotor S.A. :

    A tabela 4 ajuda a perceber quais os principais motivos que levam os

    trabalhadores a ficar na Nasamotor S.A., mesmo quando acham que no esto

    a ser remunerados como deviam. As razes que levam os produtivos a

    permanecer na Nasamotor S.A. em vez de procurarem outra empresa esto

    relacionados, em primeiro lugar, com o facto de gostarem de trabalhar na

    Nasamotor (38,46%), em segundo porque consideram que as outras empresas

    no oferecem melhores condies (28,21%), depois porque gostam das pessoas

    com quem trabalham (25,64%) e, por ltimo, porque tm medo de no conseguir

    arranjar outro emprego (7,69%).

    Tabela 3 Inferncias Estatsticas - Questo 5

    Medo de no arranjar outro trabalho 7,69%

    Gosto de trabalhar na Nasamotor 38,46%

    Gosto das pessoas c/ quem trabalho 25,64%

    As outras no oferecem melhores condies 28,21%

    Total 100,00%

    O que me faz ficar na Nasamotor S.A. :

    Tabela 4 Motivao para permanncia na Nasamotor S.A.

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    Questo 8: Sou justamente remunerado pelo trabalho que desenvolvo

    comparado com as mesmas funes noutras empresas.

    Se olharmos para grfico 2, vemos que, embora as respostas pergunta anterior

    sejam positivas, existem muitos trabalhadores que no concordam com a sua

    remunerao e isso tem um maior peso medida que caminhamos para

    antiguidades maiores. Isto significa que, embora estes trabalhadores gostem do

    seu local de trabalho, precisam de uma maior compensao monetria para se

    sentirem mais motivados e que um eficaz sistema de recompensas passa pela

    aplicao de uma recompensa desse gnero.

    Grfico 3 Remunerao justa em relao s mesmas funes nas outras empresas

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    Questo 9: Acho que o esquema de incentivos deve ser por equipa.

    Este um bom exemplo de uma situao em que a mdia no d informao

    realista sobre a opinio dos trabalhadores quanto forma de atribuio do

    esquema de incentivos. Se olhssemos apenas para o valor de 2,93 (< 3 => nota

    negativa), diramos que os produtivos no concordam com um esquema de

    incentivos por equipa. No entanto, a moda dada por 4 e, pelas medidas e

    disperso, podemos ver que h valores muito diferentes do valor dado pela

    mdia, ou seja, valores muito divergentes de trabalhador para trabalhador.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    1 2 3 4 5 sem resp

    Incentivos por Equipa

    >10

    0-3

    4-6

    7-10

    Grfico 4 Opinio sobre Esquema de Incentivos por Equipa

    Mdia 2,93

    Moda 4,00

    Mediana 3,00

    Desvio-Padro 1,44

    Varincia 2,07

    Questo 9

    Tabela 5 Inferncias Estatsticas - Questo 9

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    Questo 10: Acho que o esquema de incentivos deve ser atribudo

    individualmente.

    Depois de perceber qual o sistema a aplicar importante saber qual a opinio

    dos trabalhadores em relao forma como o aplicar. Da teoria j foi possvel

    constatar que necessria a prtica de um objetivo de equipa antes de qualquer

    atribuio individual, mas podemos ver destes trs grficos (3,4 e 5) que alguns

    trabalhadores no percebem bem esta importncia e acreditam que devem ser

    recompensados pelo seu prprio esforo e no pelo seu conjunto.

    Questo 11: Os trabalhadores do setor do-se bem e trabalham em equipa

    ou esto afastados e a remar para lados diferentes?

    Da observao da organizao da oficina, d para perceber que um dos entraves

    Grfico 6 Relacionamento Trabalhadores Oficina

    0,00%

    10,00%

    20,00%

    30,00%

    40,00%

    50,00%

    60,00%

    70,00%

    80,00%

    Total

    Relacionamento entre Trabalhadores

    afastados

    bem

    Grfico 5 Opinio sobre Esquema de Incentivos Individual

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    a uma maior taxa de produtividade exatamente o facto de os trabalhadores no

    interagirem como uma equipa em grande parte das vezes, muito embora se

    possa verificar que na maioria os trabalhadores considerem que se do bem e

    trabalham em equipa (75% dos inquiridos- grfico 5).

    Questo 12: Se existir uma recompensa para os resultados por equipa vou-

    me esforar para garantir que isso acontea.

    Ainda que os trabalhadores possam estar um pouco reticentes em relao a um

    possvel esquema de incentivos por equipa, a verdade que praticamente todos

    afirmam que se iro esforar para atingir os objetivos de equipa, se isso for um

    requisito para beneficiar do sistema (24 dos inquiridos responderam que se iro

    esforar se houver incentivo de grupo).

    Grfico 7 Esforo Objetivo por Equipa

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    Questo 13: Penso que um esquema de incentivos (prmios, bnus,) iria

    melhorar o meu desempenho.

    Esta talvez a resposta mais importante para se perceber se o esquema de

    incentivos ter ou no influncia no comportamento dos trabalhadores. Pelas

    respostas, que tambm so dadas numa escala de 1 a 5 (com o mesmo

    significado dos anteriores), podemos ver e acreditar que sim. A grande maioria

    dos produtivos deu nota positiva a esta medida (resposta de 3 a 5) e a resposta

    concordo plenamente (dada pelo valor 5) foi a que obteve reteve maior nmero

    de votaes (moda=5). Mais uma vez, pela mdia, poderamos no ter uma

    noo to clara da opinio dos trabalhadores em anlise (valor elevado do

    desvio-padro=1,42), da a importncia dos resultados apresentados na tabela

    6.

    Uma vez que existe uma correlao positiva6 entre as questes 9 (Acho que o

    esquema de incentivos deve ser por equipa) e 13 (Penso que um esquema de

    incentivos (prmios, bnus,) iria melhorar o meu desempenho) que dada

    por 0,40, pode-se tambm prever que ir ocorrer um aumento do desempenho

    num esquema em que a recompensa atribuda por equipa.

    6 A correlao que representam o grau de associao entre duas variveis. As medidas genricas de correlao, frequentemente so designadas por de variam entre -1 e +1. No caso de =0, no existe correlao entre as duas variveis. Quando > 0, a correlao positiva e uma varivel aumenta quando a outra cresce. A correlao negativa,

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    Questo 14: Qual o tipo de recompensa que melhoraria o seu

    desempenho?

    Um dos resultados mais importantes que se pode retirar do inqurito realizado

    que, de todas as recompensas disponveis, 79% dos inquiridos optou por uma

    recompensa em dinheiro em primeiro lugar. A segunda escolha est relacionada

    com formao e atinge os 14%, e as restantes opes (seguro de sade, ajuda

    para educao dos filhos, etc.) representam 7% das escolhas.

    Daqui se retira que a soluo para uma maior motivao est estritamente

    relacionada com uma recompensa em forma monetria.

    Relativamente importncia que consideram ser o ideal, no foi possvel retirar

    nenhuma concluso, porque a grande maioria dos inquiridos, ou no respondeu,

    ou colou valores que no mensais, no dando para retirar nenhuma concluso

    quanto a isso.

    79%

    14%

    7%

    Recompensa desejada

    dinheiro

    formao

    outra

    Grfico 9 Recompensa desejada pelos produtivos em percentagem

    Mdia 3,41

    Moda 5,00

    Mediana 4,00

    Desvio-Padro 1,42

    Varincia 2,02

    Questo 13

    Tabela 6 Inferncias Estatsticas - Questo 13

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    Os quadros abaixo retratam os resultados da aplicao de um esquema de

    incentivos com as caractersticas do previamente delineado, admitindo que

    houve um aumento nas produtividades e que , por isso, passvel de atingir a

    meta definida para recebimento da retribuio.

    Devido necessidade de sigilo e do facto de o esquema no ter sido ainda

    aprovado, todos os resultados so apenas demonstrativos, somente

    exemplificando a realidade da Nasamotor S.A..

    A forma como se chegam aos valores atribudos na recompensa, embora no

    sejam os reais, representam exatamente aquela que se pretende calcular na

    empresa. Ou seja, os valores de produtividade no so os verdadeiros, o

    montante disponvel para recompensas tambm no, mas se fossem, a

    recompensa atribuda a cada trabalhador seria a correspondente ao calculado

    nas ltimas tabelas aqui apresentadas.

    Da figura 6 podemos verificar as referidas taxas de produtividade de 80% em

    cada pavilho. Essas so as taxas que se pretendiam, numa primeira fase,

    aumentar. Em todos os mapas surgem ainda os valores de horas disponveis,

    horas faturadas, horas trabalhadas, taxa de ocupao e taxa de eficincia. Estes

    so valores fundamentais, tanto para aferir das produtividades, como para

    realizar uma avaliao mais minuciosa do desempenho do trabalhador, se

    necessrio.

    Da figura 7 podem-se retirar os valores das produtividades por seco. Podemos

    ver que os setores da chapa, mecnica e da pintura ultrapassam a taxa de

    produtividade objetivo e, por isso, os trabalhadores que atingiram as metas

    individuais tero ainda acesso majorao atribuda ao grupo.

    Horas Disponiveis Horas Trabalhadas Horas Facturadas Taxa Ocupao Taxa Produtividade Taxa Eficincia

    Total Pavilho 1 23 810 18 783 19 163 79% 80% 102%

    Total Pavilho 2 13 921 11 321 11 139 81% 80% 98%

    Total Geral 9 889 7 462 8 024 75% 81% 108%

    Figura 6 Produtividade por Pavilho

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    As figuras 8,9 e 10 do uma visualizao mais especfica por setor, o que nos

    permite perceber as reas mais preocupantes, onde se concentram os

    produtivos com taxas de produtividade mais reduzidas. Olhando particularmente

    para os mapas 9 e 10, podemos examinar as taxas de produtividade, por

    produtivo, dentro de cada pavilho e conseguimos perceber quem iria beneficiar

    do sistema de incentivos no caso de os requisitos serem preenchidos.

    Assim, imaginando que o pavilho 1 atinge os 80%, temos que, dentro da

    mecnica, 6 dos seus colaboradores (produtivo 25 ao 29 e o 32) garantiriam o

    recebimento do benefcio na totalidade, pois ultrapassavam os 93,5%

    necessrios. Os produtivos 30, 31, 33 e 34 receberiam 75% do valor e os

    restantes (exceto o 39 e o 40) 50%. Todos eles iriam ainda receber a parte

    respeitante ao incentivo de grupo, porque a mecnica tem um valor de taxa de

    produtividade igual a 88%, bastante superior aos necessrios 77%. Podemos

    concluir que, dentro do pavilho 1, os trabalhadores da seco mecnica so

    relativamente produtivos, pois s dois dos produtivos ficariam fora do sistema de

    recompensas.

    Seco Horas Disponiveis Horas Trabalhadas Horas Facturadas Taxa Ocupao Taxa Produtividade Taxa Eficincia

    AGREGADOS 1 847 1 479 1 298 80% 70% 88%

    CHAPA 4 137 3 156 3 440 76% 83% 109%

    DIAGNOSTICO 1 967 1 360 1 141 69% 58% 84%

    ELECTRICA 2 756 2 279 2 107 83% 76% 92%

    ESTOFADOR 503 426 263 85% 52% 62%

    MECNICA 8 308 7 021 7 211 85% 87% 103%

    PINTURA 4 293 3 062 3 703 71% 86% 121%

    Total Geral 23 810 18 783 19 163 79% 80% 102%

    Figura 7 Produtividade por Seco

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    Seco Nome Dep Horas Disponiveis Horas Trabalhadas Horas Facturadas Taxa Ocupao Taxa Produtividade Taxa Eficincia

    Produtivo 1 MECNICA 511 419 370 82% 72% 88%

    Produtivo 2 MECNICA 499 403 353 81% 71% 88%

    Produtivo 3 MECNICA 433 344 301 79% 70% 88%

    Produtivo 4 MECNICA 403 314 274 78% 68% 87%

    AGREGADOS 1 847 1 479 1 298 80% 70% 88%

    Produtivo 5 COLISO 464 324 474 70% 102% 146%

    Produtivo 6 COLISO 457 349 441 76% 96% 126%

    Produtivo 7 COLISO 500 383 444 77% 89% 116%

    Produtivo 8 COLISO 482 362 421 75% 87% 116%

    Produtivo 9 COLISO 430 331 354 77% 82% 107%

    Produtivo 10 COLISO 456 351 356 77% 78% 102%

    Produtivo 11 COLISO 453 351 332 78% 73% 95%

    Produtivo 12 COLISO 446 352 310 79% 69% 88%

    Produtivo 13 COLISO 449 352 308 78% 69% 88%

    CHAPA 4 137 3 156 3 440 76% 83% 109%

    Produtivo 14 MECNICA 516 435 410 84% 80% 94%

    Produtivo 15 MECNICA 516 385 317 75% 61% 82%

    Produtivo 16 MECNICA 486 311 206 64% 42% 66%

    Produtivo 17 MECNICA 448 229 208 51% 46% 91%

    DIAGNOSTICO 1 967 1 360 1 141 69% 58% 84%

    Produtivo 18 MECNICA 482 400 445 83% 92% 111%

    Produtivo 19 MECNICA 430 315 392 73% 91% 124%

    Produtivo 20 MECNICA 456 366 353 80% 77% 96%

    Produtivo 21 MECNICA 453 373 338 82% 75% 91%

    Produtivo 22 MECNICA 486 418 320 86% 66% 77%

    Produtivo 23 COLISO 448 407 259 91% 58% 64%

    ELECTRICA 2 756 2 279 2 107 83% 76% 92%

    Produtivo 24 COLISO 503 426 263 85% 52% 62%

    ESTOFADOR 503 426 263 85% 52% 62%

    Produtivo 25 MECNICA 519 455 517 88% 100% 114%

    Produtivo 26 MECNICA 444 395 442 89% 100% 112%

    Produtivo 27 MECNICA 497 420 470 85% 95% 112%

    Produtivo 28 COMERCIAIS 497 415 468 83% 94% 113%

    Produtivo 29 COMERCIAIS 462 404 433 87% 94% 107%

    Produtivo 30 COMERCIAIS 519 448 465 86% 90% 104%

    Produtivo 31 MECNICA 511 428 458 84% 90% 107%

    Produtivo 32 MECNICA 345 309 335 90% 97% 109%

    Produtivo 33 MECNICA 495 421 437 85% 88% 104%

    Produtivo 34 MECNICA 497 420 428 85% 86% 102%

    Produtivo 35 MECNICA 498 419 418 84% 84% 100%

    Produtivo 36 MECNICA 500 418 418 84% 84% 100%

    Produtivo 37 MECNICA 501 417 408 83% 81% 98%

    Produtivo 38 MECNICA 503 416 396 83% 79% 95%

    Produtivo 39 MECNICA 505 414 385 82% 76% 93%

    Produtivo 40 MECNICA 506 413 372 82% 74% 90%

    Produtivo 41 COLISO 508 411 359 81% 71% 87%

    MECNICA 8 308 7 021 7 211 85% 87% 103%

    Produtivo 42 COLISO 470 333 423 71% 90% 127%

    Produtivo 43 COLISO 477 336 420 70% 88% 125%

    Produtivo 44 COLISO 516 422 447 82% 87% 106%

    Produtivo 45 COLISO 447 278 388 62% 87% 140%

    Produtivo 46 COLISO 485 353 417 73% 86% 118%

    Produtivo 47 COLISO 455 289 391 64% 86% 135%

    Produtivo 48 COLISO 462 300 394 65% 85% 131%

    Produtivo 49 COLISO 484 343 408 71% 84% 119%

    Produtivo 50 COLISO 499 407 414 82% 83% 102%

    PINTURA 4 293 3 062 3 703 71% 86% 121%

    Total Geral 23 810 18 783 19 163 79% 80% 102%

    Figura 8 Produtividade Global

  • Resultados Nuno Grilo _______________________________________________________________________________________________

    IESF 48/82 ___________________________________________________________________________________________

    Esquema de Incentivos no Setor do Aps-Venda da Nasamotor S.A.

    Seco Nome Dep Horas Disponiveis Horas Trabalhadas Horas Facturadas Taxa Ocupao Taxa Produtividade Taxa Eficincia

    Produtivo 5 COLISO 464 324 474 70% 102% 146%

    Produtivo 6 COLISO 457 349 441 76% 96% 126%

    Produtivo 7 COLISO 500 383 444 77% 89% 116%

    Produtivo 8 COLISO 482 362 421 75% 87% 116%

    Produtivo 9 COLISO 430 331 354 77% 82% 107%

    Produtivo 10 COLISO 456 351 356 77% 78% 102%

    Produtivo 11 COLISO 453 351 332 78% 73% 95%

    Produtivo 12 COLISO 446 352 310 79% 69% 88%

    Produtivo 13 COLISO 449 352 308 78% 69% 88%

    CHAPA 4 137 3 156 3 440 76% 83% 109%

    Produtivo 23 COLISO 448 407 259 91% 58% 64%

    ELECTRICA 448 407 259 91% 58% 64%

    Produtivo 24 COLISO 503 426 263 85% 52% 62%

    ESTOFADOR 503 426 263 85% 52% 62%

    Produtivo 41 COLISO 508 411 359 81% 71% 87%

    MECNICA 508 411 359 81% 71% 87%

    Produtivo 42 COLISO 470 333 423 71% 90% 127%

    Produtivo 43 COLISO 477 336 420 70% 88% 125%

    Produtivo 44 COLISO 516 422 447 82% 87% 106%

    Produtivo 45 COLISO 447 278 388 62% 87% 140%

    Produtivo 46 COLISO 485 353 417 73% 86% 118%

    Produtivo 47 COLISO 455 289 391 64% 86% 135%

    Produtivo 48 COLISO 462 300 394 65% 85% 131%

    Produtivo 49 COLISO 484 343 408 71% 84% 119%

    Produtivo 50 COLISO 499 407 414 82% 83% 102%

    PINTURA 4 293 3 062 3 703 71% 86% 121%

    Total Geral 9 889 7 462 8 024 75% 81% 108%

    Figura 10 Produtividade Pavilho 2

    Seco Nome Dep Horas Disponiveis Horas Trabalhadas Horas Facturadas Taxa Ocupao Taxa Produtividade Taxa Eficincia

    Produtivo 1 MECNICA 511 419 370 82% 72% 88%

    Produtivo 2 MECNICA 499 403 353 81% 71% 88%

    Produtivo 3 MECNICA 433 344 301 79% 70% 88%

    Produtivo 4 MECNICA 403 314 274 78% 68% 87%

    AGREGADOS 1 847 1 479 1 298 80% 70% 88%

    Produtivo 14 MECNICA 516 435 410 84% 80% 94%

    Produtivo 15 MECNICA 516 385 317 75% 61% 82%

    Produtivo 16 MECNICA 486 311 206 64% 42% 66%

    Produtivo 17 MECNICA 448 229 208 51% 46% 91%

    DIAGNOSTICO 1 967 1 360 1 141 69% 58% 84%

    Produtivo 18 MECNICA 482 400 445 83% 92% 111%

    Produtivo 19 MECNICA 430 315 392 73% 91% 124%

    Produtivo 20 MECNICA 456 366 353 80% 77% 96%

    Produtivo 21 MECNICA 453 373 338 82% 75% 91%

    Produtivo 22 MECNICA 486 418 320 86% 66% 77%

    ELECTRICA 2 308 1 872 1 848 81% 80% 99%

    Produtivo 25 MECNICA 519 455 517 88% 100% 114%

    Produtivo 26 MECNICA 444 395 442 89% 100% 112%

    Produtivo 27 MECNICA 497 420 470 85% 95% 112%

    Produtivo 28 COMERCIAIS 497 415 468 83% 94% 113%

    Produtivo 29 COMERCIAIS 462 404 433 87% 94% 107%

    Produtivo 30 COMERCIAIS 519 448 465 86% 90% 104%

    Produtivo 31 MECNICA 511 428 458 84% 90% 107%

    Produtivo 32 MECNICA 345 309 335 90% 97% 109%

    Produtivo 33 MECNICA 495 421 437 85% 88% 104%

    Produtivo 34 MECNICA 497 420 428 85% 86% 102%

    P