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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - IED Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO

DO DIREITO - IED

Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA

E-mail: [email protected]

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1.2 Direito Positivo:

Direito Positivo: Direito Posto, que vigora em um determinado espaço territorial, possuindo como fonte um poder centralizado (ao menos organizado) e que vincula o comportamento dos seus destinatários.

Quando falamos em Direito Positivo não estamos, inicialmente, preocupados com seu conteúdo, mas sim a legitimidade da sua fonte:

Ex.: Pai que manda seu filho estudar. Podemos ter duas justificativas para tal: (1) Porque a Constituição Federal, Código Civil, Estatuto da Criança e do Adolescente atribuem poderes aos pais para promoverem a saúde e educação de seus filhos; (2) Porque o pai sempre vai querer o melhor para o seu filho e estudar é muito importante para a sua formação.

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Assim, existe o Direito Positivo, que foi posto em determinado país (geralmente de forma escrita), para regulamentar o comportamento de determinadas pessoas.

Positivo é o Direito institucionalizado (Instituição Estatal) pelo Estado. Normalmente é constituído como Direito Escrito, posto pela Estado, entretanto não é necessariamente escrito. Ex.: os costumes podem constituir o Direito válido de uma determinada sociedade (Direito Posto) e não estar codificado (escrito em determinado código).

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Direito Natural: revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção do homem, que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação, a fim de que se obtenha um ordenamento jurídico substancialmente justo (não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Estado).

Ex.: Direito à alimentação (condição fisiológica, necessitamos comer); Direito à liberdade (como seres vivos precisamos nos locomover); Direito à vida.

Direito Suprapositivo: o Direito não se resume à Lei, aquilo que compõe os códigos (civil, penal, processo civil, penal, CLT etc.), mas vai além disso, ele pode estar acima do direito posto.

Trabalho de Casa: ler Antígona de Sófocles.

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1.3 Direito objetivo e direito subjetivo: são dois

lados de um mesmo objeto.

- Direito Objetivo (norma

agendi): é a norma de organização social.

Ex. 1: Quando se afirma que o

Direito do Trabalho não é formalista, emprega-

se o vocábulo Direito em sentido objetivo, com

referência às normas que organizam as relações

de emprego.

Ex. 2: Art. 159. Aquele que, por

ação ou omissão voluntária, negligência, ou

imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a

outrem, fica obrigado a reparar o dano

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- Direito Subjetivo (facultas

agendi): corresponde às possibilidades ou

poderes de agir, que a ordem jurídica garante a

alguém. É direito personalizado, particular,

concreto.

Ex.: Ocorrendo um acidente de

trânsito surge o direito subjetivo da vítima em

ingressar ou não com uma ação de indenização

por danos materiais.

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1.3.1 A relação jurídica :

- Todo indivíduo que esta inserido na

sociedade necessariamente esta disposto e

destinado a estabelecer relações, comunicações e

interações com o próximo.

O conjunto dessas relações forma a

sociedade. E, necessariamente, estarão

regulamentadas por um sistema de normas

(religiosas, morais, costumes sociais ou, mesmo,

ao Direito). As relações sociais regulamentadas

pelo Direito são as relações jurídicas.

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- Na relação jurídica sempre

teremos (I) duas ou mais pessoas

envolvidas; sendo que ao menos uma será

o sujeito ativo e outro o sujeito passivo da

relação jurídica; (II) o vínculo que as une

(fato jurídico); (III) e o objeto protegido

(direito).

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1.3.1.2 Os sujeitos da relação jurídica:

- Sujeitos da relação jurídica: aqueles que estão aptos a adquirir e exercer direitos e obrigações.

- O homem constitui o centro de determinações do Direito. Na acepção jurídica, pessoa é o ser, individual ou coletivo, dotado de direitos e deveres.

- Sujeito Ativo: titular do direito subjetivo instaurado na relação jurídica, aquele que faz valer seu direito perante o sujeito passivo.

- Sujeito Passivo: aquele que esta obrigado perante o sujeito ativo a respeitar seu direito.

* Os sujeitos da relação jurídica podem ser classificados em: Pessoas Físicas (Naturais), Pessoas Jurídicas e Entes despersonalizados.

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Personalidade Jurídica:

* Personalidade Jurídica é a aptidão para possuir direitos e deveres, que a ordem jurídica reconhece a todas as pessoas (Art. 1° do Código Civil: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”).

- Modernamente toda pessoa é portadora de direitos e deveres. Assim o ser humano e o ser coletivo (ex.: pessoa jurídica) possuem personalidade jurídica.

- Nem sempre foi assim: Calígula, imperador ramano, chegou a nomear o seu cavalo para o cargo de cônsul. Paradoxalmente, negava-se tutela jurídica a determinadas classes sociais (escravos, estrangeiros etc.)

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GAIL POSNER MORREU AOS 67 ANOS E DEIXOU UMA FORTUNA EM

DINHEIRO E UMA CASA PARA SEUS TRÊS CACHORROS. UMA OUTRA

PARTE DA HERANÇA FOI DESTINADA PARA OS FUNCIONÁRIOS DA

MANSÃO EM MIAMI. ELES TERÃO ACOMODAÇÃO E SALÁRIO GARANTIDOS

ENQUANTO ESTIVEREM CUIDANDO DOS ANIMAIS. (G1.COM)

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- Pessoa Natural ou Física é o ser humano, considerado como sujeito de direitos e obrigações.

- A pessoa física tem personalidade jurídica, que não se confunde com a personalidade natural (atributos físicos e psíquicos da pessoa natural).

- Personalidade Jurídica: igual para todos os seres humanos. Todos a têm na mesma medida.

- Personalidade natural: variável de indivíduo para indivíduo, sendo pessoal e individualizada. Ter-se-ão tantas personalidades quantos forem os seres humanos existentes.

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- Início e Fim da Personalidade:

* Início: existem três correntes doutrinárias: a) adquire-se a personalidade com o nascimento com vida (teoria natalista); b) adquire-se a personalidade desde a concepção; c) personalidade condicionada: garante-se direito desde a concepção, entretanto condicionado ao nascimento com vida.

No Ordenamento Jurídico brasileiro: Art. 2° do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro” (Ex.: direito à vida, direito à alimentos, direito à igualdade etc.).

* Fim: Com a morte ou pela declaração de ausência por ato do juiz.

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- Pessoa física tem, também, capacidade jurídica, que não se confunde com a personalidade jurídica nem com a capacidade natural.

- Capacidade Jurídica é a medida jurídica das atribuições da personalidade jurídica.

*** Enquanto todos os seres humanos têm, igualmente, personalidade jurídica (aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, nem todos têm a mesma capacidade jurídica), nem todos têm a mesma capacidade jurídica.

Ex.: Adolescente de 14 anos: tem personalidade jurídica, natural (própria e individual),mas não possui capacidade jurídica civil (não pode celebrar contrato de compra e venda individualmente).

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- Capacidade jurídica é uma medida limitadora ou delineadora da possibilidade de adquirir direitos e contrair obrigações. A capacidade subdivide-se em:

a) Capacidade de fato (fruição de Direito) e de Direito: aquela exercida pessoalmente pelo titular do direito ou do dever (Ex.: maior de 18 anos para comprar um imóvel, assumindo a dívida em prestações).

b) Capacidade apenas de Direito: aquela em que o titular não pode responder pessoalmente, necessitando ser substituído ou assistido por um terceiro (Ex.: menor de 12 anos pode ser proprietário de um imóvel, mas quem irá administrá-lo de fato, alugá-lo etc., serão seus representantes legais).

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- Pessoa Jurídica: é a entidade que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídicas para adquirir direitos e contrair obrigações.

- Conjunto de pessoas ou bens destinados à realização de um fim a quem o direito reconhece aptidão para ser titular de direitos e obrigações na ordem civil.

Nasce de instrumento formal e escrito que a constitui, ou diretamente da lei que a institui.

Criadas por instrumentos formais escritos (pessoas jurídicas de direito privado); criadas por lei (pessoas jurídicas de direito público).

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- Natureza Jurídica das Pessoas Jurídicas: existem várias concepções sobre a natureza jurídica das pessoas jurídicas, entre elas:

a) Teoria da ficção (Savigny): personalidade jurídica é atributo próprio dos seres dotados de vontade. Como as pessoas jurídicas carecem de arbítrio, segue-se que a sua personalidade é admitida por uma ficção jurídica.

b) Teoria dos direitos sem sujeitos (Brinz): a natureza jurídica das PJ concentra-se na distinção de natureza patrimonial. Existem duas espécies de patrimônio: pessoal e impessoal.

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c) Teorias realistas: o entendimento

de que a pessoa jurídica não constitui uma ficção,

mas uma realidade. As pessoas jurídicas são criadas

pelos homens e permanecem com os homens.

- CLASSIFICAÇÃO:De acordo com o

sistema jurídico nacional – Pessoas Jurídicas de

Direito Público e Pessoas Jurídicas de Direito

Privado.

* PJ de Direito Público subdividem-

se em: a) Direito Externo: Estados e órgãos análogos

(ex.: ONU, OIT, OTAN etc.); b) Direito Interno (art. 41,

CC): União, Estados-membros, DF, Territórios,

Municípios, autarquias, associações públicas e

demais entidades criadas por lei.