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www.idn.gov.pt [email protected] Newsletter Instituto da Defesa Nacional Maio/Junho 2007 19 Washington: como será em 2009? Nº 18 Março/Abril 2007 A s prximas eleiıes presidenciais americanas estªo marcadas para Novembro de 2008. A corrida jÆ comeou. Os candidatos republicanos e democratas estªo em plena campanha para as primÆrias dos respectivos partidos. Rudolph Giuliani e John McCain, pelos republicanos, e Hillary Clinton e Barack Obama, pelos democratas, sªo os principais candidatos. O prximo Presidente americano sairÆ deste lote de quatro. Que visıes apresentam para a poltica externa dos EUA? HÆ algum ponto consensual entre os quatro? Como serÆ a estratØgia americana ps-Bush? disso que trata este artigo. Rudolph Giuliani apresenta dois pontos-chave: o primeiro Ø a guerra ao terror. Para McCain, Clinton e Obama, combater o terrorismo Ø apenas um dos braos de uma estratØgia mais ampla. Para Giuliani, a guerra ao terror Ø fio condutor. O ex- Mayor de Nova Iorque recusa as Henrique Raposo Investigador no IDN propostas de Hillary Clinton em relaªo ao Iraque, isto Ø, recusa apresentar um calendÆrio para a retirada das tropas americanas. No The Wall Street Journal, Giuliani afirmou que os EUA nªo podem desistir da construªo de um Iraque democrÆtico e estÆvel. O segundo ponto de Giuliani prende-se com a necessidade de aumentar o nœmero de efectivos do exØrcito americano (propıe a criaªo de 10 novas brigadas de combate). TambØm defende que a AmØrica, em caso de necessidade, deve ter a capacidade para travar duas guerras ao mesmo tempo. A rodear tudo isto, encontramos uma mensagem clÆssica de um realista/conservador: a paz atinge-se pela fora. John McCain Ø o paladino do comØrcio livre. No Financial Times, o senador do Arizona rejeitou o proteccionismo, em crescendo no partido democrata, e afirma que uma AmØrica proteccionista nªo pode ser um lder mundial. Num discurso na Hoover Institution, McCain lanou a sua posiªo mais ousada: a guerra ao terror nªo pode ser o œnico princpio organizador da poltica externa americana. O candidato pretende dar um sentido mais Rudolph Giuliani http://images.google.pt

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Newsletter

Instituto da Defesa Nacional

Maio/Junho

2007

Nº 19

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Washington: como será em 2009?

Nº 18 Março/Abril 2007

As próximas eleições presidenciais americanas estão

marcadas para Novembro de 2008. A corrida já

começou. Os candidatos republicanos e democratas

estão em plena campanha para as primárias dos

respectivos partidos. Rudolph Giuliani e John McCain,

pelos republicanos, e Hillary Clinton e Barack Obama,

pelos democratas, são os principais candidatos. O

próximo Presidente americano sairá deste lote de quatro.

Que visões apresentam para a política externa dos EUA?

Há algum ponto consensual entre os quatro? Como será

a estratégia americana pós-Bush? É disso que trata este

artigo.

Rudolph Giuliani apresenta dois

pontos-chave: o primeiro é a

�guerra ao terror�. Para McCain,

Clinton e Obama, combater o

terrorismo é apenas um dos

braços de uma estratégia mais

ampla. Para Giuliani, a �guerra

ao terror� é fio condutor. O ex-

Mayor de Nova Iorque recusa as

Henrique RaposoInvestigador no IDN

propostas de Hillary Clinton em relação ao Iraque, isto é,

recusa apresentar um calendário para a retirada das

tropas americanas. No The Wall Street Journal, Giuliani

afirmou que os EUA não podem desistir da construção

de um Iraque democrático e estável. O segundo ponto

de Giuliani prende-se com a necessidade de aumentar o

número de efectivos do exército americano (propõe a

criação de 10 novas brigadas de combate). Também

defende que a América, em caso de necessidade, deve

ter a capacidade para travar duas guerras ao mesmo

tempo. A rodear tudo isto, encontramos uma mensagem

clássica de um realista/conservador: �a paz atinge-se

pela força�.

John McCain é o paladino do comércio livre. No Financial

Times, o senador do Arizona rejeitou o proteccionismo,

em crescendo no partido democrata, e afirma que uma

América proteccionista não pode ser um líder mundial.

Num discurso na Hoover Institution, McCain lançou a

sua posição mais ousada: a �guerra ao terror não pode

ser o único princípio organizador da política externa

americana�. O candidato pretende dar um sentido maisRudolph Giulianihttp://images.google.pt

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Nº 19 Maio/Junho 2007

amplo à visão estratégica americana, revelando-se atento

à emergência dos grandes poderes asiáticos. Mais:

McCain afirma que é necessário reconstruir a ordem

global construída por Truman no período 1945-49. Entre

outras coisas, defende que é preciso renovar a

�solidariedade democrática�. Como? Os EUA devem

expandir a todo o globo a ideia matriz que esteve na

base da aliança atlântica (democracias unidas por valores

e interesses comuns, independentemente de ameaças

conjunturais). McCain aponta um facto pouco salientado

por políticos, jornalistas e académicos: no Afeganistão,

tropas da NATO lutam lado a lado com forças da Austrália,

Nova Zelândia, Japão, Coreia e Filipinas. Ou seja, há

uma aliança de facto entre as democracias atlânticas e

as democracias asiáticas. Para oficializar essa realidade,

McCain propõe uma organização comum a todas as

nações democráticas do mundo, �a worldwide League of

Democracies�. E esta liga democrática é a forma de

adaptar o espírito de Truman ao século XXI. Para terminar,

McCain afirma que esta ideia não nasce de um qualquer

idealismo, mas sim do «mais verdadeiro tipo de realismo»,

o realismo americano. Para o senador do Arizona, a

estratégia americana não deve separar o realismo do

idealismo/liberalismo.

No seu livro The Audacity of Hope, Barack Obama revela

algo já presente em McCain: a estratégia americana

nasce sempre de uma tensão criativa entre a

predisposição realista e o espírito liberal. E Obama

também encontra em 1945-49 (Truman, Acheson,

Marshall e Kennan) a sua matriz essencial. Tal como

em 1945, a América de hoje precisa de �aliados estáveis�,

aliados que partilhem com a América os valores da

liberdade, democracia, estado de direito e economia de

mercado. Numa afirmação claramente inspirada por John

Ikenberry, Obama sustenta que a América deve trabalhar

com outros países no sentido de criar instituições e

normas internacionais que contenham o poder americano.

Porquê? Resposta ikenberriana: quando a América

mostra vontade de conter

o seu próprio poder, as

suas acções adquirem

maior legitimidade junto

dos aliados e do resto do

mundo. Aplicando este

princípio à realidade de

hoje, Obama afirma que

é preciso renovar as

lições de Truman e, por isso, embarca por um caminho

parecido ao de McCain: �as nossas alianças requerem

uma atenção e revisão constantes a fim de se manterem

efectivas e relevantes�. E, além de recomendar o reforço

da NATO, o senador de Illinois defende que os EUA �devem

procurar construir novas alianças e relações estratégicas

em outras regiões importantes para os interesses

americanos no século XXI� (discurso no Chicago Council

on Global Affairs). Por outras palavras, a Ásia deve ser o

ponto central da visão estratégica americana.

Tal como Obama e McCain, Hillary Clinton faz a fusão

entre realismo e idealismo liberal. Num discurso no

Council on Foreign Relations, a senadora de Nova Iorque

afirma que a cómoda divisão �realismo vs. liberalismo�

não faz sentido na realidade; defende a especificidade

do realismo americano, considerando-se representante

de �uma qualidade realista de idealismo que tem estado

presente, entre nós, desde o início�. Tal como Obama e

McCain, Hillary afirma que é preciso renovar a ordem

internacional construída em 1945 (modernizar as

instituições internacionais; construir novas instituições).

Além disso, Hillary navega sempre entre duas ideias: (1)

é preciso trabalhar �em concerto� com outras nações e

defende o regresso da diplomacia; (2) a América é mais

forte quando estabelece alianças.

Ora, que consenso existe entre os quatro candidatos?

Em primeiro lugar, em termos de escola, podemos dizer

que todos os candidatos são representantes da ética

realista americana. O realismo liberal americano nada

Senador McCainhttp://mccain.senate.gov

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tem a ver com a clássica realpolitik europeia. A cómoda

divisão �realismo vs. liberalismo�, existente nos

corredores das universidades americanas, não existe nos

corredores do poder em Washington. Em termos de

propostas concretas, há um tema constante: reconstruir

a ordem internacional iniciada em 1945, recuperando o

respeito pelos aliados. Em 2009, teremos então uma

ruptura e um recomeço a partir do zero, sem ligações

com o tempo de Bush? Não. Aquilo que é indicado pelos

candidatos (sobretudo McCain, Obama e Hillary) já

começou a ser executado no mandato de Bush. Quando

falam em alianças, Obama, McCain e Hillary afirmam

que é preciso recuperar o respeito pelos aliados, dado

que Bush quebrou esse respeito histórico. Ora, isto é

uma visão estereotipada da Administração Bush. E é,

acima de tudo, uma visão eurocêntrica. Se é verdade

que a aliança atlântica viveu a sua maior crise durante os

anos Bush, também é verdade que as alianças

transpacíficas nunca estiveram tão bem. A administração

Bush reforçou laços com aliados históricos (Austrália,

Japão, Tailândia, Filipinas, etc.) e estabeleceu novas

parcerias com estados tradicionalmente adversos a

Washington (Índia, Vietname).

Em 2009, não haverá uma estratégia marcadamente pós-

Bush. Ao contrário do que pensa McCain, a �guerra ao

terror� não tem sido o único princípio organizador da

estratégia americana. Ao invés do que diz Hillary, a

diplomacia já regressou à Casa Branca, sobretudo desde

que Condoleezza Rice assumiu a batuta do State

Department (2005). E o desejo de Obama (fazer novas

alianças) já está a ser consumado no terreno asiático. A

partir de 2009, teremos mais continuidades do que

rupturas em Washington. É bom que se perceba que o

sistema internacional não começa nem acaba em

Bagdad.

No dia 29 de Maio, depois de semanas de

contestação, Umaru Musa Yar�Adua tomou posse

como presidente da Nigéria. Marcadas pela fraude

generalizada, as eleições presidenciais de Abril que deram

uma expressiva vitória (70% de votos) a Yar�Adua

continuam a ser contestadas nos tribunais. As forças

políticas derrotadas denunciam a ilegitimidade do novo

chefe de Estado, e os países que importam petróleo

nigeriano receiam que a continuação da instabilidade traga

novos aumentos nos mercados mundiais.

Observadores internacionais que acompanharam o

escrutínio afirmam que os resultados ficaram aquém dos

critérios que permitem designar o voto como livre e

democrático. Max van den Berg, chefe da missão da

União Europeia, assegurou que o sufrágio não poderia

ser considerado �credível�. Mesmo assim, pressões

internacionais no sentido de se repetir o voto não se

fizeram sentir porque se receia o agudizar da instabilidade.

Apesar das irregularidades foi possível, pela primeira vez,

transferir o poder presidencial sem se recorrer a um golpe

de Estado ou à violência generalizada.

Antes do escrutínio temia-se que as eleições neste país

de 140 milhões poderiam conduzir a Nigéria ao caos.

Até Maio de 2006, altura em que o Senado rejeitou uma

emenda constitucional que permitiria ao presidente

Olusegun Obasanjo con-

correr a um terceiro

mandato, existia a possibili-

dade de Obasanjo se

perpetuar na chefia do

Estado. Essa eventualida-

de levou Atiku Abubakar,

vice-presidente de Oba-

sanjo, a candidatar-se

Vasco RatoInvestigador no IDN

Umaru Yar�Aduahttp://en.wikipedia.org

As Eleições na Nigéria

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contra Yar�Adua, o escolhido de Obasanjo. Inicialmente,

a Comissão Independente de Eleições rejeitou a

candidatura porque Abubakar se encontrava indiciado

por corrupção. Pouco antes das eleições, o Tribunal

Supremo aceitou a sua candidatura, que reuniu apenas

7% de votos.

Dúvidas persistem quanto à autonomia de Yar�Adua,

um político sem dimensão nacional cuja experiência

se limita à gestão do Estado de Katsina. Porque o

general Obasanjo exerce agora o cargo de secretário-

geral do Partido Popular Democrático, formação que

apoiou a candidatura de Yar�Adua, o homem forte

nigeriano continuará a exercer um papel de grande

influência na vida do país. Daí o pessimismo quanto à

possibilidade de Yar�Adua avançar com as reformas

que prometeu durante a campanha.

Yar�Adua herda, de Obasanjo, um país que acumulou

uma divida superior a 35 mil milhões de dólares.

Elevados índices de desemprego, sobretudo nas

camadas urbanas e jovens, causam fricções sociais

que o governo anterior foi incapaz de neutralizar. Mais

importante, a corrupção generalizada, tanto na

administração como no sector privado, produziu efeitos

nefastos na economia do país. Não será fácil combater a

corrupção, até porque o sistema de clientelismo político

aperfeiçoado por Obasanjo substituiu as instituições

do Estado.

Parte do problema reside no federalismo nigeriano. Se

é verdade que Obasanjo conseguiu centralizar poder

na presidência, não é menos verdade que o sistema

de clientelismo por ele estabelecido transformou os

36 Estados, a vasta maioria dos quais são dominados

pelo Partido Popular Democrático, em feudos pessoais

dos governadores, que utilizam as transferências

orçamentais do governo federal para perpetuar as redes

clientelares. No topo deste pirâmide encontra-se o

general Obasanjo.

A situação vivida na Nigéria tem repercussões que

alastram muito para além das suas fronteiras. Dado

que se trata do maior país produtor de petróleo em

África, a estabilidade em Lagos é crucial para evitar

aumentos do crude nos mercados internacionais.

Porém, a exploração do petróleo causou grande parte

das disfuncionalidades hoje existentes na Nigéria.

Desde logo, os habitantes da região do Delta, onde

se encontra parte significativa dos depósitos de

petróleo, exigem uma distribuição mais equitativa

das verbas. Grupos separatistas conduzem uma

insurreição contra o governo e as empresas

petrolíferas, o que já levou à retirada de algumas

dessas empresas. Mas são os rendimentos do

petróleo que mantêm a rede de clientelismo e

corrupção que beneficia os apoiantes de Obasanjo

e do Partido Popular Democrático. Escolhido por

Obsnsajo como seu sucessor, Yar�Adua dificilmente

irá romper com o general que, na sombra, continuará

a dominar a Nigéria.

http://www.isn.ethz.ch/sw_images/240/Untitled-1%20copy40.jpg

(...) Yar�Adua herda, de Obasanjo, um

país que acumulou uma divida superior

a 35 mil milhões de dólares. Elevados

índices de desemprego, sobretudo nas

camadas urbanas e jovens, causam

fricções sociais que o governo anterior

foi incapaz de neutralizar (...)

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Hoje em dia assiste-se com frequência à

inversão da política externa dos estados. Não

se trata apenas de descontinuidade mas sim de

verdadeiras pequenas revoluções sistémicas. Foi

para muitos um choque que os EUA tenham invadido

o Iraque em 2003, sem qualquer aval da ONU e

verificando-se mais tarde também, sob premissas

falsas. A resposta de qualquer analista político seria:

11 de Setembro. Mas os atentados de 11/9 foram

apenas um catalizador da mudança que já estava

em curso.

A eleição de George W. Bush em 2000 permitiu a

um grupo selecto de indivíduos controlar a política

externa norte-americana. Os neo-conservadores

conseguiram em virtude da vitória inesperada de

Bush, ditar política e entre as várias prerrogativas

estava o derrube do regime Iraquiano. O estado de

graça de que um Presidente de guerra usufrui

providenciou a oportunidade.

Mas ao procederem de acordo com esta agenda

política, os neoconservadores romperam também

com décadas de linhas de acção pragmáticas sobre

a condução da política externa americana.

A tentação de levar os princípios demoliberais

americanos à letra, esteve sempre presente nos

sucessivos governos norte-americanos1. A

especificidade neoconservadora é que esta nasce

como alternativa democrata à política neo-realista

de Kissinger.

Paul Wolfowitz, o polémico Sub-secretário da

Defesa2, permanece um militante democrata até hoje.

De facto, são conhecidas as diferenças de opinião

entre ele e Jeane Kirkpatrick a qual defendia que

não se deveria alienar regimes aliados ainda que

estes não cumprissem os requisitos humanitaristas

de Washington.

Mas a ruptura que Bush Jr. supervisionou teve

repercussões em países potencialmente aliados que

cedo se viram confrontados com uma retórica pouco

compreensiva. O Uzbequistão optou por refugiar-se

no �estrangeiro próximo� da Federação Russa. As

revoluções coloridas que Washington apoiou, cedo

se viram em dificuldades. Recentemente, os

sucessores do Presidente turcomano Niazov,

optaram por voltar, eles também, à órbita de

Moscovo e elegeram a Gazprom como via de acesso

do seu gás à Europa em detrimento do consórcio

ocidental da conduta BTC3.

Não se pense, no entanto, que os EUA são o único

exemplo do quão contraproducente uma viragem

brusca de política pode ser.

A Rússia, ainda em crise, tem na pessoa do

Presidente Putin, uma figura que tenta resgatar o

que é possível da antiga doutrina Brejnev.

Quando em 1956 Brejnev abortou o �Outono de

Budapeste�, ele inaugurou um sistema de intervenção

que iria pautar a política externa russa nos 30 anos

seguintes 4. Deveria ter sido simplesmente

inconcebível para Gorbachev imaginar que a Europa

A Constante da Destruição do Criadorpor parte da Criação Miguel Nunes Silva

Finalista de RI. Estagiário no IDN

Paul Wolfowitzhttp://upload.wikimedia.org/

Henry Kissingerhttp://www.wtv-zone.com

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socialista se manteria alinhada ou mesmo neutral

em relação à URSS voluntariamente5.

Assim, foi a não disponibilidade de Gorbachev em

socorrer os regimes aliados que selou o destino

político da Europa socialista.

As consequências, como já se viu, podem ser

desastrosas. O sistema depende � e ainda mais

numa sociedade globalizada � de previsibilidade e

de segurança. O status quo pode ser alterado mas

não diametralmente. Veja-se o exemplo da China,

cujos líderes serão porventura menos impetuosos

do que os ocidentais.

Um hegeliano diria que de teses e antíteses advêm

sínteses, mas exemplos há que provam que nem

sempre é possível resgatar o que havia de útil na

tese original. Por isto é imperativo saber discernir

entre tendências e extremismos.

Foi através do Iraque centralizado pela elite sunita

que o Pacto de Bagdade6 nasceu e serviu a doutrina

atlantista de contenção durante uma década. Foi

através deste mesmo Iraque que as monarquias do

Golfo tentaram sufocar a revolução islamo-republicana

do clero xiita iraniano. Improvável será então que seja

através de um Iraque federalizado pela maioria xiita

que se consiga conter a emergência regional do Irão.

No mesmo momento em que a liderança americana

tenta denunciar as intenções ulteriores da Republica

Islâmica, há organismos de reflexão americanos a

advogar a reorganização do Médio Oriente. Entre as

várias sugestões estão, desde o início, as tradicionais

divisões em estados dos vários grupos étnico-

religiosos, para pôr cobro à violência sectária.

Em alguns meios foi-se ao extremo de sugerir o

alargamento desta solução à Arábia Saudita e ao

Paquistão7. Há quem ainda, displicentemente, sugira

a criação de um estado curdo integrando partes do

território actual da Turquia.

Convém dizer que a experiência de Wilson não foi tão

bem sucedida, deixando o retalhado Império Austro-

húngaro vulnerável, num primeiro momento aos regimes

fascistas Alemão e Italiano, e num segundo momento

à influência da URSS.

Seria crucial que a próxima administração americana

voltasse à gestão pragmática da sua politica externa.

Geralmente, são as administrações democratas que

começam as guerras e as republicanas que as acabam,

por isso é interessante observar o desfecho deste

conflito. Mas sendo uma vitória democrata cada vez

mais provável, o máximo que se poderá esperar será

algum isolacionismo por parte dos EUA pois nem a

próxima administração terá o capital político para se

comprometer com qualquer solução para o problema

Iraquiano, nem a escola Kissingeriana está muito

presente no partido democrata.

Notas1 Administrações Wilson, Kennedy ou Carter, por exemplo.2 Dado como principal incitador da intervenção no Iraque pelosautores da literatura sobre a administração Bush.3 Baku-Tbilisi-Ceyhan. Uma joint venture da BP, Chevron,Statoil, ENI/Agip, Total, ConocoPhilips, Amerada Hess, Itochucom a SOCAR e a TPAO.4 Embora o responsável pelo fim da URSS tenha de facto sidoBoris Yelts in, fo i Mikhai l Gorbachev que descurou aimportância vital de manter a solidariedade unitária socialista.5 Depois das barbaridades que o Exército Vermelho havialevado a cabo nestes países, da transferência forçada decentros industriais para a Rússia e da alienação das elitesintelectuais, nada mais se poderia esperar destes países quehostilidade e russofobia. Acresce-se a isto o facto de quegrande parte da população da Europa socialista era agrícolae consequentemente conservadora, religiosa e nacionalista �qualquer tipo de cooperação com a URSS teria sido altamenteimprovável por parte de uma população com défice deproletariado industrial.6 CenTO: Central Treaty Organisation.7 Diplomatie nº24, �Les Frontières de Sang�.

Mikhail Gorbachevhttp://www.linternaute.com

Leonid Brejnevhttp://www.born-today.com

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Paula Pereira Assessora no IDNEleições Presidenciais em França

As eleições para o Presidente da República

em França marcam uma viragem na cena

política francesa. Tanto para Ségolène Royal como

para Nicolas Sarkozy, esta foi a primeira candidatura

a eleições presidenciais em França, fazem parte de

uma �nova� geração. Nicolas Sarkozy, eleito a 6 de

Maio de 2007, na segunda volta das eleições

presidenciais, com 53,06% dos votos, face a

Ségolène Royal, é o Presidente mais novo da V

República, com 52 anos.

Por outro lado, a participação dos eleitores foi

massiva tanto na primeira como na segunda volta.

Perto de 84% dos inscritos foram às urnas. A

abstenção ficou assim pelos 16,03%, o que não

acontecia desde a década de 1980 com as eleições

de François Mitterrand a Presidente.

Outro facto relevante é que o número de inscritos

passou de pouco mais de 41 milhões em 2002 para

quase 44,5 milhões de inscritos em 2007. Quanto

aos votantes eram 32,8 milhões em 2002 e 37,3

milhões em 2007.

Estas eleições mobilizaram os cidadãos franceses.

Em primeiro lugar, porque os assuntos tratados pelos

candidatos durante a campanha eram polémicos e

de grande importância para o desenvolvimento do

país. Em segundo lugar, porque todos tinham ainda

presentes dois eventos traumáticos � os distúrbios

de 2005 com uma parte da população jovem nas

ruas das grandes cidades francesas e as eleições

presidenciais de 2002 em que, pela primeira vez, o

partido nacionalista (Front National - Frente

Nacional) de Jean-Marie Le Pen acedeu à segunda

volta das eleições à frente do Partido Socialista. Nas

eleições de 2007, a Frente Nacional obteve o seu

pior resultado de sempre com 10% dos sufrágios na

primeira volta.

As grandes questões discutidas durante a campanha

das presidenciais incidiram, em grande parte, sobre

a política social da França. Foram abordados os

assuntos da idade da reforma e sustentabilidade do

sistema de reforma, da reforma da segurança social

e do sector da saúde, das horas trabalhadas (que

neste momento estão em 35 horas semanais), da

redistribuição da riqueza produzida, da reforma no

sector da educação, dos recursos energéticos, em

particular a questão do nuclear, do lugar da França

no mundo, em especial no seio da União Europeia e

a sua relação com os Estados Unidos, a reforma

das instituições e a elaboração de uma nova

Constituição, passando assim para a VI República,

e o tema da segurança que constitui, hoje em dia,

uma das grandes preocupações da população

francesa.

A poucos dias da segunda volta das eleições

presidenciais, segundo várias sondagens, cerca de

20% da população ainda estava indecisa entre

Sarkozy e Royal. Sarkozy inspirava receio e Royal

não inspirava confiança à população. Contudo, após

o último debate entre os dois candidatos e na horaNicolas Sarkozy

http://www.elections-presidentielles-2007.org

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Nº 19 Maio/Junho 2007

de votar, os franceses preferiram o candidato que

demonstrava ter melhor conhecimento dos diversos

dossiers da política francesa e imprimia mais

dinamismo.

Desde o primeiro dia, Nicolas Sarkozy imprimiu o seu

estilo ao papel do Presidente da República. Nomeou

um novo Primeiro Ministro, François Fillon, e relegou-

o ao papel de super chefe de gabinete do Presidente,

assim como ao seu governo. Um governo composto

por homens e mulheres da confiança do Presidente e

aberto a personalidades de esquerda e a

independentes, como tinha anunciado no decorrer da

campanha.

Sarkozy �agarrou� os poderes que a Constituição

francesa, de 1958, atribui ao Presidente da República

mas, sobretudo, inspirou-se na prática de Charles de

Gaulle. Este último interpretou essa mesma

Constituição, delineada por ele, para controlar o

governo e definir a política da França, tarefa que

incumbe ao governo, segundo o texto, com excepção

da política externa, prerrogativa do Presidente. Neste

aspecto, o regime francês é ambíguo. Estamos perante

um regime semi- presidencialista em que o Presidente

da República tem competências próprias em termos

de política interna e externa. Preside ao Conselho de

Ministros, promulga as leis, é o chefe das Forças

Armadas, é o garante do bom funcionamento das

instituições e dos Tratados internacionais e pode, sob

proposta do governo, dissolver a Assembleia Nacional.

O artigo 16 da Constituição confere ainda poderes

especiais ao Presidente da República quando o

funcionamento das instituições, a integridade do

território ou ainda a execução dos compromissos

internacionais, entre outras situações, são postos em

causa. O artigo 52 da Constituição de 1958 determina

que o Presidente da República negoceia e ratifica os

tratados, o que significa que é ele que define a política

externa francesa.

Charles de Gaulle usou e abusou destes poderes para

impor a sua visão e a sua política à população nas

décadas de 1950 e 1960. Nicolas Sarkozy não parece

ter complexos em agir da mesma forma, complexos

que limitaram a actuação dos Presidentes anteriores

de Georges Pompidou a Jacques Chirac passando por

François Mitterrand.

É evidente, hoje, que Sarkozy tinha delineado o rumo

que iria dar à política francesa antes das eleições e

que não vai encontrar oposição forte às suas ideias,

sobretudo com a vitória clara obtida pela União para

um Movimento Popular (UMP) nas eleições legislativas

de Junho de 2007. Também a situação actual do UMP

é curiosa. Sarkozy era o Presidente deste partido e

determinou que não haveria eleição de novo Presidente

mas o UMP passaria a funcionar com uma presidência

colegial, o que demonstra bem a determinação do actual

Presidente da República e o seu poder de convicção.

Parte da população, depois deste maremoto da direita

sobre a esquerda na primeira volta das legislativas, receou

um poder demasiado absoluto concedido ao Presidente

da República e, apesar de ter concedido a maioria

absoluta ao partido de Nicolas Sarkozy, privilegiou o voto

no Partido Socialista na segunda volta, atingindo assim

mais de 200 deputados. A população não quis um poder

esmagador da direita, como se previa após a primeira

volta das eleições em que as previsões atribuíam entre

400 e 450 deputados ao UMP. O próprio partido limitou a

sua campanha durante as duas voltas, enquanto o Partido

Socialista apelou ao voto. Está consagrada, nestas

eleições a bipolarização da Assembleia, o que nunca

tinha acontecido desta forma desde há décadas em

França. De facto, os restantes partidos que elegeram

deputados ocuparão apenas 54 dos 577 assentos

parlamentares e, facto importante destas eleições, a FN

não foi para além dos 5% dos votos. Nicolas Sarkozy

tem agora toda a amplitude para fazer as reformas que

enunciou na sua campanha.

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Nº 19 Maio/Junho 2007

Actividades do IDN

Mesa Redonda A Presidência Portuguesa da União EuropeiaNa segunda metade de 2007, Portugal irá assumir pela terceira vez a Presidência daUnião Europeia, ano em que também se comemora o 50º aniversário do Tratado deRoma.Neste sentido o Instituto da Defesa Nacional promoveu, no passado dia 7 de Maio,uma Mesa Redonda coordenada pela Profª Doutora Isabel Ferreira Nunes,Subdirectora do IDN e pela Dra. Teresa Leal Coelho, assessora de estudos do IDN -subordinada ao tema A Presidência Portuguesa da União Europeia que contou compresença das seguintes personalidades:

Orador convidado:Dr. Manuel Lobo Antunes Secretário de Estado dos Assuntos Europeus

Participantes:General Aníbal J. R. Ferreira da Silva Director do Instituto da Defesa Nacional

Prof. Doutora Isabel Ferreira Nunes Subdirectora do Instituto da Defesa Nacional

Dr. José Luís Arnault Comissão dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas

Dr. Vitalino Canas Comissão dos Assuntos Europeus e Futuro da Europa

Prof. Doutor Carlos Blanco de Morais Assessor da Presidência da República

Dra Rita Laranjinha Adjunta do Gabinete do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros

Embaixador Carlos Frota Subdirector da Direcção-Geral de Política Externa

Dr. Paulo Almeida Sande Director do Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa

Dr. Carlos Gaspar Assessor do IDN e Director interino do IPRI

Sessão de EncerramentoActividades Académicas do CDN 2007No dia 1 de Junho decorreu no auditório General Câmara Pina a sessão deencerramento das actividades académicas do Curso de Defesa Nacional 2007.Na cerimónia usaram da palavra o Director do IDN, Tenente General AníbalFerreira da Silva, a Subdirectora Profª Doutora Isabel Ferreira Nunes e o Auditordo Curso Dr. Clemente Lima. Foram entregues, a todos os auditores, medalhasdo IDN alusivas à cerimónia.

Publicações Revista Nação e DefesaDurante o mês de Junho será publicado o 116º número da revista Nação e Defesa - Primavera 2007 -, que contarácom os seguintes contributos:

- Políticas Energéticas. Que Implicações para a Segurança Internacional? Henrique Schwarz

- Acessibilidade aos Recursos Energéticos na União Europeia, António Costa e Silva

- Segurança e Defesa no Ensino Superior, Adriano Moreira

- Sécurité et Défense dans l�Enseignement Supérieur en Europe, Bernard Boëne

- A Vertente Europeia-Continental e a Vertente Atlântico-Global na Política Externa Portuguesa, Rui Pedro

Pereira

- Análise da Tendência Institucional/Ocupacional dos Oficiais da GNR, Jorge Gaspar Esteves

- Desafios Europeus, Projectos Nacionais, Realidades da Globalização, João Salgueiro

- (Re)Pensar a Sociologia dos Conflitos: a Disputa Paradigmática Entre a Paz Negativa e/ou a Paz

Positiva, Maria da Saudade Baltazar .

Colecção AtenaIgualmente durante o mês de Junho será divulgado o volume 22 da Colecção Atena intitulado Raymond Aron. A Paz e aGuerra no Século XXI.Este livro é o resultado de um conjunto de reflexões apresentadas no decurso de uma conferência internacional,organizada em 2005 pelo Instituto da Defesa Nacional em parceria com o Instituto Português de RelaçõesInternacionais, sobre o tema Raymond Aron: Um Intelectual Comprometido. Contando com a participação devários especialistas nacionais e estrangeiros, este livro pretende contribuir para o aprofundamento do

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Nº 19 Maio/Junho 2007

A Nigéria

A Nigéria Formalmente, a Nigéria é uma república federal, composta por 36 estados. Um em cadaquatro africanos é nigeriano � a população do país é actualmente estimada em 135milhões. É o maior país de toda a África Ocidental.A Nigéria apresenta uma enorme diversidade de tecidos sociais, a qual é exponenciadapelo potencial demográfico do Estado, que engloba mais de 250 grupos étnicos distintos.Destes, os três mais representativos são os Hausa, os Yoruba e os Igbo.A Nigéria é o sexto produtor mundial (e o primeiro africano) de petróleo filiado na OPEP,mas perto de 75% da sua população vive abaixo do limiar da pobreza, apresentando

um baixo Índice de Desenvolvimento Humano/ IDH (ocupa a 159ª posição na lista dos 177 países anualmente avaliados pela ONU).Com reservas estimadas em quase 40 mil milhões de barris, o petróleo em 2004 representava 80% das receitas do governo, 90% dosrendimentos do comércio exterior e 96% das receitas de exportação.

conhecimento sobre a obra daquele teórico francês, no domínio da filosofia política e do pensamento estratégico.Se a faceta de intelectual empenhado de Aron, no que respeita à reflexão política, tem sido objecto de interesseno plano editorial português, o mesmo já não se poderá dizer em relação ao trabalho desenvolvido no campo dateorização sobre estratégia e segurança.Este volume concorre para uma leitura alternativa do pensamento do autor naqueles domínios do conhecimento,revelando a modernidade da sua obra para o entendimento das questões da paz e da guerra no século XXI e temcomo autores as seguintes personalidades:

Aurelian Craiutu, Professor de Ciência Política na Universidade de Indiana, Estados Unidos da América;Jean Pierre Derriennic, Professor na Universidade Laval, Canadá;Christian Malis, Antigo Aluno da École Normale Supérieure, Paris. Doutor em História laureado com o PrémioRaymond Aron;Abel Cabral Couto, General. Antigo Director do Instituto da Defesa Nacional;Bryan-Paul Frost, Professor de Ciência Política na Universidade de Louisiana Lafayette, Estados Unidos daAmérica;Carlos Gaspar, Director do Instituto Português de Relações Internacionais, Lisboa. Professor Universitário;Miguel Morgado, Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, Lisboa;Pierre Hassner, Fondation Nationale des Sciences Politiques, Centre d�Études et de RecherchesInternationales, Paris.

Seminário InternacionalA LISBON AGENDA for European Security and Defence: Challenges, Responses and HUMAN SECURITY

Em parceria com a Fundação Friedrich Ebertdecorreu no IDN, no dia 11 de Maio, umWorkshop Internacional sobre EuropeanSecurity and Defence: Challenges, Responsesand Human Security.A recepção dos participantes e a introdução dos trabalhos estiveram a cargo do Directordo IDN, General Aníbal Ferreira da Silva, do representante da Fundação Friedrich Ebert,Reinhard Naumann e de Mary Kaldor da London School of Economics.Participaram também neste evento, diversas personalidades que foram oradores nasseguintes áreas:ESDP and Priorities for the Portuguese PresidencyCarlos Frota, Director da Direcção-Geral de Política Externa do MNE;

Chair: Isabel Ferreira Nunes, Subdirectora do Instituto da Defesa Nacional

A Human Security Agenda� Adding Value to ESDPMary Kaldor, HSSG, London School of Economics;

Chair: Reinhard Naumann, Fundação Friedrich Ebert

Putting Human Security into Practice - Lessons from ESDP MissionsMary Martin, HSSG, London School of Economics

Ana Gomes, Parlamento Europeu, Bruxelas/Lisboa;

Chair: Marlies Glasius, HSSG, London School of Economics

Human Security Approaches in the Middle EastMary Kaldor, HSSG, London School of Economics;Yahia Said HSSG, London School of Economics;

Mient Jan Faber, Free University of Amsterdam;

Comentadora: Ana Santos Pinto, IPRI, Lisboa;Chair: Stefanie Flechtner, Fundação Friedrich Ebert, Berlim

ESDP e os Balcãs � a Human Security Approach to KosovoDenisa Kostovicova, HSSG, London School of Economics;

Chair: Christos Katsioulis, Fundação Friedrich Ebert, Bruxelas

Sumario e ConclusõesIsabel Ferreira Nunes, Subdirectora do Instituto da Defesa Nacional

Mary Kaldor, London School of Economics.

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Newsletter do IDN Publicação em Formato ElectrónicoDirector Tenente-General Aníbal Ferreira da Silva

Edição e Paginação Centro EditorialDesign Gabinete de Desenho

Propriedade Instituto da Defesa NacionalISSN 1646-1746

Depósito Legal nº 224.514/05

INSTITUTO DA DEFESA NACIONALCalçada das Necessidades, 5

1399-017 LisboaPORTUGAL

Tel. (+351) 21 392 46 00Fax (+351) 21 392 46 58

[email protected] www.idn.gov.pt

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