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TESE IDENTIFICAÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES ASSOCIADOS À RESISTÊNCIA À FERRUGEM MARROM (Puccinia melanocephala) EM CANA-DE-AÇÚCAR FERNANDA RAQUEL CAMILO DOS SANTOS Campinas, SP 2013

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TESE

IDENTIFICAÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES ASSOCIADOS À RESISTÊNCIA

À FERRUGEM MARROM ( Puccinia melanocephala) EM CANA-DE-AÇÚCAR

FERNANDA RAQUEL CAMILO DOS SANTOS

Campinas, SP 2013

INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL E SUBTROPICAL

IDENTIFICAÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES ASSOCIADOS À RESISTÊNCIA À FERRUGEM MARROM ( Puccinia melanocephala) EM

CANA-DE-AÇÚCAR

FERNANDA RAQUEL CAMILO DOS SANTOS

Orientadora: Dra. Maria Imaculada Zucchi Co-Orientadora: Dra. Luciana Rossini Pinto

Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia.

Campinas, SP Julho, 2013

Aos meus pais, irmãs e aos meus

cunhados por sempre estarem ao

meu lado.

DEDICO

À memória da Paula, que mesmo

ausente se faz lembrar todos os dias.

OFEREÇO

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus.

A FAPESP – Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, pela concessão da bolsa de estudos. A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela concessão da bolsa sanduíche.

Aos meus pais Luli e Rubius, as minhas irmãs Rúbia e Fabíola e aos meus cunhados Zé e Thiago pela base, apoio, incentivo e cuidados. E a todos os meus familiares, especialmente minhas tias Iris, Mércia e Tereza, família querida, além das crianças Fausto e Mocinha, pra eles tudo é festa.

A Dra. Maria Imaculada Zucchi, pela orientação, confiança e amizade. Pelo otimismo e boa vontade com seus orientados. Fui afortunada com esta orientadora, e como dizem que o aluno “pega” o jeito do orientador, ficarei feliz tendo ao menos parte do carisma, empolgação e otimismo da Maria. Com as mesmas palavras agradeço minha co-orientadora Dra. Luciana Rossini, com quem tudo começou.

Ao Dr. Marcos Landell e todos do Centro de Cana – IAC que me recepcionaram de braços abertos, e as amizades que lá fiz em especial Bruna, Cibele, Letícia, Natália e Thaís, e Dra. Silvana Creste.

Ao Dr. José Baldin Pinheiro, pela amizade e otimismo e todos os colegas do Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento da ESALQ que fazem o dia mais gostoso, em especial aos amigos Alessandro Alves, Carlos Batista, Jaqueline Campos, Mariza Monteiro, Nathália Spagnol, Carol Grando e Fatinha Bosseti.

Aos funcionários de campo do Centro de Cana em Ribeirão Preto que me levavam para o campo coletar colmos e palmito e pelo transporte do meu material para Piracicaba. Aos funcionários de campo da APTA de Piracicaba pela ajuda na instalação do experimento e ao Daniel Sarto pela ajuda nas avaliações de campo.

Ao Dr. Jorge da Silva por ter me recepcionado tão bem em seu laboratório e a todos da Texas A&M University pelos meses de tão harmoniosa e alegre convivência, em especial para Denise Rossi, Jong-Won Park, Maribel Leon, Nora Solis, Thiago Benatti e Victoria Mora.

A Dra. Luciana Carlini-Garcia e Rodrigo Gazaffi pela colaboração com a análise e interpretação dos dados, além da empolgação quanto aos resultados que me animaram na reta final. Aos membros da banca: Dra. Mariângela Cristofani, Dra. Silvana Creste, Dra. Luciana Carlini e Dra. Raffaella Rosseto pelas contribuições e correções, ao verem coisas que quem escreveu já não vê mais.

Ao Dr. Comstock e todos da USDA (Canal Point – Florida), por terem me recebido e me permitido participar da rotina do melhoramento de cana-de-açúcar em seu estabelecimento, e pelo caminhão em miniatura que me deram de presente. E especialmente aos amigos Dra. Lucimeres e Andrew Mignoault que lá fiz.

Aos amigos de longa data, pelos contatos virtuais que fazem tão bem, e pelos encontros esporádicos que renovam as forças, Ana Luiza, Giovana Matos, Joana, João Guilherme, Michelle dos Santos, Paula Lima, Rafael Gudar, Regina Priolli, Thiago Fonseca, Vanessa Silveira e Fábio Paiva.

Aos amigos das Repúblicas nas cidades em que morei nestes quatro anos de nômade que tive, pelos cafés da tarde, jantares e bons momentos compartilhados: Aditi, Ana Luiza, Carolina Parra, Diogo, Mateus, Rafael, Tales e Thiago, e a lista só aumenta.

Meus sinceros agradecimentos a todos os amigos que fizeram parte destes anos e a todos que com boa fé contribuíam comigo diretamente ou indiretamente.

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;

Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e

de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio

sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:

Todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo,

As aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares.

Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!”

Salmos 8:3-9

SUMÁRIO

RESUMO ......................................................................................................................................... VII ABSTRACT .................................................................................................................................... VIII 1INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1 2REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................... 4 2.1Origem e evolução da cana-de-açúcar ............................................................................................ 4 2.2Ferrugem marrom – Puccinia melanocephala ................................................................................ 5 2.3Ferrugem marrom e o melhoramento genético de cana-de-açúcar no mundo ................................ 7 2.4Resistencia de plantas e variabilidade genética de P. melanocephala ............................................ 8 2.5Marcadores Moleculares ............................................................................................................... 10 2.6Mapas Genéticos ........................................................................................................................... 13 2.7Mapeamento de QTLs ................................................................................................................... 15 2.8Estudos da resistência da cana-de-açúcar à ferrugem marrom ..................................................... 18 3MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................. 20 3.1População de mapeamento ............................................................................................................ 20 3.2Desenho experimental ................................................................................................................... 21 3.3Instalação do experimento ............................................................................................................ 22 3.4Avaliação fenotípica ..................................................................................................................... 24 3.5Avaliações realizadas .................................................................................................................... 24 3.6Avaliações com Marcadores Moleculares .................................................................................... 25 3.6.1Extração e quantificação do DNA genômico ............................................................................. 25 3.6.2Marcadores EST-SSR ................................................................................................................ 26 3.6.3Marcadores AFLP-RGA ............................................................................................................ 27 3.6.4Marcadores CISP ....................................................................................................................... 28 3.6.5Desenvolvimento de primers ..................................................................................................... 30 3.6.5.1Marcadores EST-SSR ............................................................................................................. 30 3.6.5.2 Marcadores TRAP.................................................................................................................. 31 3.7Construção do mapa genético ....................................................................................................... 34 3.7.1Análises de segregação dos locos .............................................................................................. 34 3.7.2Construção do mapa de ligação ................................................................................................. 34 3.8Mapeamento de QTLs ................................................................................................................... 35 3.9Análise de Marca Individual ......................................................................................................... 36 4RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 36 4.1Avaliação fenotípica da resistência da ferrugem marrom ............................................................. 36 4.2Obtenção de Polimorfismo ............................................................................................................ 40 4.2.1EST-SSR .................................................................................................................................... 40 4.2.2AFLP-RGA ................................................................................................................................ 44 4.2.3CISP 45 4.2.4TRAP ......................................................................................................................................... 46 4.3Análises de segregação e formação dos grupos de ligação ........................................................... 48 4.4Análise de Marca Individual ......................................................................................................... 62 5CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 78 6REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 79

vii

SANTOS, Fernanda Raquel Camilo dos. Identificação de marcadores moleculares associados à resistência à ferrugem marrom (Puccinia melanocephala) em cana-de-açúcar. 2013. 101f. Tese (Doutorado) – Instituto Agronômico – IAC, Campinas.

RESUMO O Brasil é, segundo o FAO (Food and Agricultural Organization of United States, 2010),o principal

produtor mundial de cana-de-açúcar. É responsável por mais da metade do açúcar comercializado

no mundo e o mercado do etanol produzido proveniente da cana-de-açúcar cresce a cada ano, uma

vez que a política nacional para a produção dessa cultura se orienta na sua expansão sustentável,

com base em critérios econômicos, ambientais e sociais. Programas de melhoramento genético

buscam cultivares resistentes a estresses bióticos, abióticos e adaptadas às regiões produtoras, como

melhor forma de aumentar a produtividade sustentável da cultura. O genoma de Saccharum spp. é

complexo e desafiante para estudos genéticos, e a geração de mapas genéticos e identificação de

QTLs envolvendo características de interesse agronômico contribuem para gerar conhecimento

genético das espécies e para o desenvolvimento de tecnologias que possibilitem auxiliar programas

de melhoramento genético. Este trabalho objetivou obter novas marcas polimórficas para

construção de mapa genético da população segregante derivada do cruzamento biparental entre o

clone IACSP95-3018 e a cultivar IACSP93-3046 do programa de melhoramento genético do

Instituto Agronômico (IAC), além de identificar QTLs associados à resistência à ferrugem marrom.

Quinhentos e trinta e oito novos alelos polimórficos foram gerados, e somados a outros 824 alelos

anteriormente obtidos. O mapa genético foi composto por 113 grupos de ligação, variando de duas a

vinte marcas por grupo. As análises de QTL identificaram 177 marcas diferentes em associação

com a ferrugem, e 346 associações considerando seis avaliações fenotípicas. Cinquenta e nove

alelos tiveram alta associação (p<0,01) com a ferrugem, e uma marca foi associada com todas as

seis avaliações.

Palavras–chave: cana-de-açúcar, Puccinia melanocephala, marcador molecular, mapeamento genético, QTL.

viii

SANTOS, Fernanda Raquel Camilo dos. Identification of molecular markers related with brown rust resistance (Puccinia melanocephala) in sugarcane. 2013. 101f. PhD thesis – Instituto Agronômico – IAC, Campinas.

ABSTRACT

According to the FAO (Food and Agricultural Organization of United States, 2010) Brazil is the

most important producer of sugarcane. It is responsible for more than half of commercialized sugar

in the world and the market for ethanol, derived from sugarcane, rises every year, and the national

politics for sugarcane production has guided itself to sustainable expansion, based on economics,

environmental and social issues. Sugarcane breeding programs are always looking for genotypes

biotic and abiotic resistant, and adapted to the productive areas, as the best way to increase its

sustainable productivity. The Saccharum spp. genome is complex and a challenge for genetics

studies. The linkage studies, such as genetics maps and QTL helps

mapping generation and QTL identification involving important agronomic traits helps to increase

genetic information about sugarcane. This present work aim to create new polymorphic markers to

construct a genetic map from IACSP95-3018 clone vs IACSP93-3046 cultivar from the IAC

breeding program, and to identify QTL associated with brown rust resistance. Five hundred and

thirty nine polymorphic alleles were generated from different molecular markers, and other

polymorphic alleles from this same cross were added to create a map. Together, they formed 113

linkage groups, ranging from two to twenty markers per group. The QTL analysis identified 177

different markers associated with brown rust, and 346 associations when considering the six

different phenotypic evaluations that were done. Fifty-nine alleles had high association (p<0,01)

with brown rust, and one of them was associated with all six evaluations.

Key words: sugarcane, Puccinia melanocephala, molecular markers, genetic map, QTL.

1

1. INTRODUÇÃO

A história do Brasil é intimamente relacionada à cultura da cana-de-açúcar, que

foi trazida ao país na época da colonização e serviu, graças ao seu potencial em

armazenar sacarose, de carro-chefe nas fazendas de monocultura da época. Mais de

quinhentos anos depois, continua a ser uma das principais culturas do país, sendo

utilizada na produção de açúcar, etanol, energia e cachaça, além do potencial para

extração de etanol de segunda geração a partir do seu bagaço e palhada ou de variedades

com alto teor de biomassa. Embora seja o maior produtor mundial da cana o país

continua a importar etanol, a demanda pelo produto é alta e o preço do combustível

oscila frequentemente em função das safras anuais. Além disso, o interesse na cultura é

também crescente por se tratar de energia renovável e menos poluente quando

comparada ao petróleo.

Dentre todas as espécies cultivadas atualmente a cana-de-açúcar tem

indiscutivelmente o genoma mais complexo (GRIVET &ARRUDA, 2001). Os híbridos

atuais possuem número cromossômico bastante variável, entre 100 a 130 cromossomos,

com 80% destes cromossomos derivados de S. officinarum, 10% de S. spontaneum e

10% dos cromossomos recombinantes entre os dois genomas (D'HONT et al., 1996), e

uma vez que a instabilidade meiótica e o alto grau de poliploidia resultam na

esterilidade de muitos genótipos, impossibilita o desenvolvimento e uso de linhagens de

cana (JACKSON, 2005), conferindo um desafio especial tanto para o melhoramento

quanto para estudos genéticos da espécie (BUTTERFIELD, 2006).

O objetivo principal dos programas de melhoramento de cana-de-açúcar é

promover novas cultivares que ampliem a produtividade de açúcar e álcool (LANDELL

&BRESSIANI, 2008) e mais recentemente a biomassa (LOUREIRO et al. 2010). Tais

programas são realizados através de seleções de genitores, hibridização e seleção na

progênie de indivíduos superiores durante vários estágios de propagação clonal

(LANDELL &BRESSIANI, 2008). Os cruzamentos biparentais são, segundo

LANDELL &BRESSIANI (2008) os mais populares nas estações de cruzamento do

Brasil, embora policruzamentos sejam realizados para a produção de grande quantidade

de sementes.

2

O sucesso de um programa de melhoramento, além da variabilidade genética

existente na população base a ser explorada depende também da sua herdabilidade. A

maioria dos caracteres agronômicos de cana-de-açúcar é de herança quantitativa

(HOGARTH et a., 1987) e as análises de QTLs para características como conteúdo de

açúcar e de fibra têm indicado muitos QTLs de pequeno efeito (AITKEN et al., 2006;

HOARAU et al., 2002; MING et al., 2002; PIPERIDIS et al.; 2008; PINTO et al.,

2010). Entretanto existem alguns exemplos de herança simples em cana-de-açúcar,

como para a resistência à mancha ocular, causada pelo fungo Bipolaris sacchari

(MUDGE et al., 1996) e resistência para mancha amarela, causada pelo fungo

Mycovellosiella koepkei (ALJANABI et al. 2007).

A herança da resistência da cana-de-açúcar à ferrugem marrom, causada pelo

fungo Puccinia melanocephala H. & P. Sydew, não é totalmente esclarecida na

literatura, sendo ora considerada de herança qualitativa (TAI et al.1981); ora

considerada governada por um ou poucos genes de efeito maior (DAUGROIS et al.,

1996; ASNAGHI et al., 2000; 2001; RABOIN et al., 2001; COSTET et al., 2012) e

ainda relatada a existência de cultivares que possuem genes de efeito maior, atuando

qualitativamente, podendo estar associados a outros genes de efeito menor, que atuam

quantitativamente na reação à ferrugem marrom e dessa forma a resistência para esta

doença em cana seria conferida pela somatória desses efeitos, sendo a parcela principal

determinada pelos genes de efeito maior (RAMDOYAL et al., 1996; RAMDOYAL et

al., 2000; McINTYRE et al., 2005).

Prejuízos causados pela ferrugem marrom da cana-de-açúcar são consideráveis

e ocorrem quando o ambiente apresenta as condições favoráveis de temperaturas

amenas (até 30ºC), folhas umedecidas e variedades suscetíveis à doença (RAID &

COMSTOCK, 2000). Além disso, o fungo causador da ferrugem marrom apresenta

curto ciclo de vida, permitindo o desenvolvimento rápido de epidemias, sendo o plantio

de cultivares resistentes o único método econômico para o controle da doença.

A ferrugem marrom foi durante décadas a principal doença causada por fungo

de importância econômica na cana-de-açúcar, porém em dezembro de 2009, foi

constatada na região de Araraquara – São Paulo, outra ferrugem, a alaranjada, causada

pelo fungo Puccinia kuehnii (W. Krüger) E.J. Butler. Em 2010 a ferrugem alaranjada já

estava disseminada em diversos municípios de São Paulo e também em alguns do

Paraná, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás e Minas Gerais (BARBASSO,

3

2010), sendo ambas as ferrugens, marrom e alaranjada, as de maior importância para a

agricultura canavieira (VIRTUDAZO et al. 2001a).

Os marcadores moleculares são uma ferramenta rápida e eficaz para estudos

genômicos (FERREIRA &GRATTAPAGLIA, 1998), e em teoria, desde que revele

polimorfismo entre indivíduos, todo fragmento de DNA pode ser utilizado como

marcador molecular, e quando comparados aos marcadores morfológicos, oferecem a

vantagem de não sofrem influências do ambiente e do estádio fisiológico de

desenvolvimento das plantas (SOUZA, 2001).

A partir do polimorfismo detectado no DNA é possível empregar estes dados

para caracterização de genótipos, estimativas de diversidade genética, mapeamento

genético e fazer inferências sobre as relações entre o genótipo e o fenótipo dos

indivíduos, mapeamento locos de caracteres quantitativos (QTLs) envolvidos com

fenótipos de interesse. Segundo BUTTERFIELD (2006) a importância de características

de resistência a doenças e pragas aliada ao fato de que podem ser influenciados pela

variação ambiental os tornam alvos apropriados para seleção assistida por marcadores.

A geração de mapas genéticos e identificação de QTLs envolvendo

características de interesse agronômico contribuem, portanto, para gerar conhecimento

genético das espécies e desenvolvimento de tecnologias que possibilitem auxiliar

programas de melhoramento genético.

Por se tratar de uma planta poliploide, o mapeamento genético em cana-de-

açúcar é diferente daquele tradicional realizado para plantas diplóides, pois o padrão de

bandas obtido não permite a identificação do genótipo (da SILVA et al., 1995). O

método utilizado para mapeamento genético em poliplóides é baseado na segregação de

marcadores de dose única proposto por WU et al. (1992). Neste método as bandas são

interpretadas como marcadores dominantes, com presença ou ausência do fragmento,

ignorando o caráter co-dominante dos marcadores microssatélites e RFLP (Restriction

Fragment Length Polymorphism). Apesar de a população de cana-de-açúcar segregante

mais bem estudada até o momento para mapeamento genético ser oriunda de

autofecundação (R570) (DAUGROIS et al., 1996; HOARAU et a., 2001; ASNAGHI et

al., 2004), as populações segregantes utilizadas para mapeamento em cana-de-açúcar

são geralmente cruzamentos biparentais ou irmãos completos, isso devido à dificuldade

de autofecundação e formação de linhas homozigóticas (da SILVA et al. 1995; MING et

al., 2001).

4

Este trabalho objetivou obter novas marcas polimórficas para construção de

mapa genético utilizando a população segregante derivada do cruzamento biparental

entre o clone IACSP95-3018 e a cultivar IACSP93-3046 do programa de melhoramento

genético do Instituto Agronômico (IAC), e identificar marcadores associados à

resistência à ferrugem marrom. Para tanto, foram utilizados quatro tipos diferentes de

marcadores moleculares: AFLP-RGA (Amplified Fragment Length Polymorphism-

Resistance Genes Analogues), TRAP (Target Region Amplification Polymorphism)

EST-SSR (Expressed Sequence Tag - Single Sequence Repeat) e CISP (Conserved

Intron Scanning), todos obtidos a partir de sequências expressas do genoma de cana-de-

açúcar.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Origem e evolução da cana-de-açúcar

Acredita-se que a cana-de-açúcar seja originária do sudeste da Ásia, sendo o

exato centro de origem do gênero Saccharum desconhecido. Diversos autores têm

reportado possíveis locais, estando a Índia, Indonésia, Papua Nova Guiné, China e ilhas

da Polinésia entre as regiões mais citadas (MUKHERJEE, 1957).

A cana pertence à Tribo Andropogoneae, família das Poaceaes. Esta tribo

inclui gramíneas tropicais e subtropicais, incluindo os gêneros de cereais sorgo e milho

Zea (D'HONT et al. 1998). O Gênero Saccharum compreende seis espécies,

S. spontaneum, S. officinarum, S. robustum, S. edule, S. barberi, e S. sinense (D'HONT

et al. 1998). Variedades atuais são complexos híbridos interespecíficos (Saccharum

spp.), provenientes da hibridação interespecífica de duas espécies dentro do gênero

Saccharum, Saccharum officinarum L. (2n = 80) e Saccharum spontaneum L. (2n=40 –

128) (PANGE & BABU 1960, PRICE 1963).

A espécie S. officinarum é octaploide, tem 80 cromossomos, com número

básico x=10, enquanto S. spontaneum apresenta número básico de cromossomo x=8,

podendo ser classificados de pentaplóides até hexadecaplóides (D'HONT et al. 1998).

Segundo PANGE & SRINIVASAN (1957) plantas de S. spontaneum

apresentam alta variação fenotípica e adaptabilidade, podendo ser encontradas em

diversos ambientes como África, Europa Oriental, grande parte da Ásia, incluindo as

regiões de ilhas. Já a espécie S. officinarum pode ser encontrada apenas em jardins

5

varietais, pois não há registro de sua ocorrência na natureza, e acredita-se ter sido

selecionada pelo homem de formas mutantes de S. robustum (x=10, 2n = 6x = 60),

espécie predominante na Nova Guiné (STEVENSON, 1965).

S. officinarum ou a "cana nobre" acumula níveis muito elevados de sacarose no

colmo, mas tem baixa resistência a doenças. Ao contrário, S. spontaneum, que acumula

pouca sacarose, é uma espécie altamente polimórfica, com níveis mais elevados de

resistência a doenças, adaptabilidade e tolerância a estresse (SREENIVASAN et al.

1987; MING et al. 2006).

Segundo D´HONT et al. (1996) a cultivar R570 (2n = 115) apresentou ter,

através de avaliação por GISH, 10% de dos cromossomos provenientes de S.

spontaneum e 80% por S. officinarum, e outros 10% eram claramente provenientes da

recombinação destas duas espécies, com poucos casos de dupla recombinação. Já na

cultivar NCo376 as proporções eram de 20:70:10, respectivamente.

O evento de hibridização que deu origem à nobilização das atuais cultivares de

Saccharum spp. envolveu S. spontaneum (evento mais comum de 2n=64, segundo

IRVINE 1999) como genitor masculino e S. officinarum (2n=80) como genitor

feminino. No cruzamento acredita-se que o gameta feminino não sofreu a redução

meiótica, gerando a progênie com 2n+n cromossomos (80+32 = 112). O

retrocruzamento da geração F1 voltado para S. officinarum resultou novamente na

transmissão 2n+n (80+56 = 136), mas nas próximas gerações a transferência de n foi

revertida ao normal (40+68 = 108), sendo que as canas nobilizadas apresentam o

número cromossômico variando de 100 a 130, com contribuição de 5 a 10% de S.

spontaneum (MING et al. 2006).

2.2 Ferrugem marrom – Puccinia melanocephala

A ferrugem marrom é causada pelo fungo basidiomiceto Puccinia

melanocephala H. & P. Sydew. Desde seu primeiro relato na Índia na década de 1950 a

ocorrência da ferrugem acompanha a das regiões canavieiras mundiais, estando presente

nos continentes Africano, Asiático, Americano e da Oceania; porém somente em 1978,

quando introduzida no Caribe foi considerada realmente uma doença de importância

econômica (RALOFF, 2001). Existem relatos de perdas de produção chegando a mais

de 50% no México em 1981-1982 (PURDY et al. 1983; COMSTOCK 1992), existe

6

ainda relatos de reduções na produtividade da ordem de sete e 10 toneladas por hectare

(SILVA et al., 2001).

No Brasil, a ferrugem marrom da cana-de-açúcar foi constatada pela primeira

vez no Município de Capivari (SP) em 1986 e se espalhou rapidamente por toda a

região Centro-Sul do país, chegando à região Nordeste, nos Estados de Pernambuco e

Alagoas já no ano seguinte (AMORIM 1987).

Os sintomas causados pela ferrugem marrom na cana-de-açúcar são

semelhantes aos sintomas de ferrugem em outras culturas, sendo limitados às partes

foliares da planta. Inicialmente são formadas manchas alongadas e amareladas, paralelas

às nervuras que vão aumentando de tamanho e adquirindo coloração vermelho-

castanho, devida à formação de urédias. Com o rompimento das urédias ocorre a

formação de pústulas, sintoma típico das ferrugens. Em variedades altamente suscetíveis

as pústulas agrupam-se e quando estas coalescem ocorre a necrose dos tecidos,

geralmente nas folhas mais baixas, reduzindo a vida da folha que perde sua função

fotossintética, prejudicando o crescimento e consequentemente, a produção de cana-de-

açúcar (SACILOTO, 2003). Para efeito de ilustração uma foto das ferrugens marrom e

alaranjada é apresentada na Figura 1.

Figura 1Folhas de clones de cana-de-açúcar com ferrugem marrom (folha superior) e ferrugem alaranjada (folha inferior). Canal Point, FL, EUA, 2013.

A ferrugem marrom é favorecida por temperaturas amenas a não muito altas

(17 a 30°C) e alta umidade relativa (>70%). O fungo tem curto ciclo de vida, permitindo

o aparecimento de epidemias dentro de 5 a 6 semanas, e a cultura, de aspecto

FRCSantos, 2013

7

inicialmente verde, se torna avermelhada devido à formação maciça de pústulas na

superfície abaxial das folhas (RYAN & EGAN, 1989).

Uma sequência de eventos ocorre para o estabelecimento da ferrugem marrom

na cana-de-açúcar, começando pela germinação dos urediniósporos que desenvolve um

tubo germinativo, este ao entrar em contato com um estômato forma um apressório,

formando uma alça de infecção que adentra a folha através do estômato e passando

pelas células-guardas irá formar uma vesícula subestomática, esta desenvolve hifas

infectivas que colonizam e se desenvolvem no mesófilo foliar.

A ponta da hifa infectiva se torna septada e origina uma estrutura chamada de

célula mãe do haustório que se posiciona ao lado da parede celular de uma célula do

mesófilo. A parede celular da célula é penetrada e ocorre a formação do haustório

(PURDY et al., 1983). Os urediniósporos, estruturas responsáveis pela disseminação e

infecção da doença, são dispersos pelo vento e respingos de chuva, e o transporte de

toletes contaminados é responsável pela disseminação a grandes distâncias.

2.3 Ferrugem marrom e o melhoramento genético de cana-de-açúcar no

mundo

A avaliação da ferrugem é geralmente realizada in loco por técnicos, que

percorrem o canavial observando as folhas e atribuindo uma nota segundo uma

determinada escala. Esta nota indica quão suscetível é a cultivar à ferrugem, de acordo

com a percentagem da concentração das pústulas (TAI et al., 1981; AMORIM et al.,

1987). TAI et al. (1981) descreveram a resistência à ferrugem marrom em cana-de-

açúcar de herança não aditiva, porém HOGARTH et al. (1983; 1993) mostram que a

maioria da variância genética é aditiva.

A herdabilidade da resistência à ferrugem marrom é alta (COMSTOCK et al.

1992; HOGARTH et al. 1993; RAMDOYAL et al. 2000), portanto a eliminação de

parentais suscetíveis é uma estratégia adequada para o desenvolvimento de variedades

resistentes. Diante disso a seleção de genótipos resistentes à ferrugem marrom ocorre

nos estágios iniciais de um programa de melhoramento genético.

Algumas cultivares que eram consideradas como resistentes, podem apresentar

um comportamento fora do padrão esperado dependendo da época ou local de cultivo.

Um exemplo é a cultivar RB83-5486, tida como resistente, mas que atualmente nos

estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais vem sofrendo severos ataques de

8

ferrugem e sendo considerada de resistência intermediária à susceptível (SANTOS,

2008).

Também a cultivar NA5679, considerada como resistente em Pernambuco,

apresenta susceptibilidade no Espírito Santo e a cultivar SP79-1011 é considerada

susceptível no Centro-Sul e resistente no Nordeste. Assim testes de resistência devem

ser realizados em nível local, diretamente na região de plantio, objetivando identificar as

cultivares mais indicadas para as condições locais (SANTOS, 2008).

O controle da ferrugem é realizado através de cultivares resistentes,

encontrados nas áreas tradicionais de cultivo. A maioria das cultivares lançadas até o

momento são resistentes ao fungo, das 69 principais cultivares lançadas no Brasil,

apenas 14 são consideradas suscetíveis à P. melanochepala (SANTOS, 2008). O

crescimento da colheita mecânica (com ausência de queimadas), tende a favorecer o

aparecimento de novos patógenos além do aumento de doenças consideradas mantidas

sob controle.

2.4 Resistencia de plantas e variabilidade genética de P. melanocephala

Na natureza, a resistência de plantas a doenças é regra ao passo que a

suscetibilidade é exceção, pois há uma infinidade de microrganismos aos quais as

plantas estão diariamente expostas, e apenas uma pequena porção desses

microrganismos é capaz de causar doenças em plantas. Esse fato é garantido por

mecanismos pré-formados (espessura da cutícula, número e disposição de estômatos e

tricomas) e pós-formados (substâncias químicas como fungitóxicas e antiproteicas)

atuantes nessas plantas e que em conjunto é chamada de resistência de planta não

hospedeira (PASCHOLATI, 1995). Além destas barreiras físicas e químicas as plantas

possuem ainda um sistema de defesa que possibilita a identificação de microrganismos

patogênicos.

Quando determinado patógeno se torna adaptado a uma espécie de planta este

suprime, através de fatores de virulência, parte dos mecanismos de defesa da planta.

Porém quando a planta hospedeira possui genes específicos de resistência que a tornam

capazes de detectar a presença do patógeno e suprimir os seus fatores de virulência, o

estabelecimento deste na planta não ocorre. A evolução do patógeno ocorre então

quando ele se torna capaz de se estabelecer na planta sem que esta detecte sua presença

(BENT & MACKEY, 2007).

9

As interações plantas-patógenos são co-evolutivas, marcadas por relações

geneticamente controladas por patógenos e seus hospedeiros. Assim, quando ocorrem

modificações genéticas em um dos componentes, podem ocorrer modificações genéticas

na população do outro (CAMARGO, 1995). Uma metáfora popular na literatura vê a

co-evolução de genes R de resistência na planta e Avr de avirulência no hospedeiro

como uma corrida armamentista. Nesta, um gene R é derrotado como resultado de uma

mutação no gene de avirulência correspondente, que permite ao patógeno escapar ao

reconhecimento pelo hospedeiro (ELLIS et al., 2000), esta interação permite então que

novos níveis de relação entre esses organismos possam ser gerados.

Genes que conferem resistência a uma ampla variedade de doenças causadas

por vírus, bactérias, fungos e nematoides tem sido clonados e estudados (HULBERT et

al. 2001). Tais genes de resistência apresentam motivos conservados, que participam de

mecanismos de transdução de sinal, e as proteínas de resistência que eles codificam

apresentam diferentes domínios, sendo cinco principais :os que contêm regiões de

ligação de nucleotídeos (NBS – Nucleotide Binding Site) e regiões repetitivas ricas em

leucina (LRR – Leucine Rich Repeat) (NBS-LRR), domínios compostos por regiões

LRR e transmembranares (TM), domínios compostos por regiões LRR e proteína

quinase, domínio simples de proteína quinase (Pto) e o domínio serina-treonina quinase

(STK) (BAKER et al. 1997; HAMMOND & KANYUKA, 2007). É possível observar a

presença do domínio LRR atuando em vários dos domínios relacionados à resistência a

patógenos, e a maioria dos genes de resistência clonados até o momento codifica para

proteínas pertencentes aos domínios NBS e LRR (ELLIS et al. 2000; DANGL &

JONES 2001; MICHELMORE & MEYERS, 1998).

O domínio LRR consiste de uma sequência repetitiva de motivos, em média de

24 aminoácidos, de leucina e ocasionalmente com resíduos de asparagina e prolina em

regiões conservadas. Tal domínio tem sido proposto como participante em interações

proteína-proteína (KOBE &DEISENHOFER 1994) e é um candidato para funções de

reconhecimento patógeno-hospedeiro (TAKKEN &JOOSTEN 2000). Análises

genéticas têm demonstrado que genes análogos de resistência (RGAs) são amplamente

distribuídos no genoma, geralmente organizados em cluster e algumas vezes fortemente

ligados a locos de resistência (MEYERS et al. 1999).

A mutação é a mais importante fonte de variabilidade genética em fungos

fitopatogênicos (CAMARGO, 1995) e podem ser mutações gênicas ou cromossômicas.

As mutações gênicas podem ocorrer por substituição, deleção, e inversão de um ou mais

10

segmentos de DNA. As mutações cromossômicas correspondem à quebra de fragmentos

cromossômicos e podem ser deleções de segmentos, inserções e duplicações, inversões

e translocações, ocorrendo a troca de segmentos entre cromossomos não homólogos

(PASSAGLIA, 2003).

A existência de diferentes raças fisiológicas de P. melanocephala não é um

consenso, um estudo realizado na Flórida sugeriu a existência de quatro raças

patogênicas, levantando a hipótese de que variantes patogênicas surgem nas regiões

produtoras e são paralelas ao desenvolvimento de novas cultivares (SHINE; et al. 2005).

Porém ASNAGHI et al. (2001) demonstraram que o principal gene de resistência

relacionado à ferrugem marrom provoca resistência contra vários isolados coletados em

diferentes áreas geográficas, e ASNAGHI et al. (2004) relatam que a quebra de

resistência à ferrugem não foi observada nas Ilhas Reunião e em vários outros lugares

nas últimas décadas, apesar do intensivo cultivo da cultivar R570 nestes locais.

2.5 Marcadores Moleculares

Os marcadores moleculares passaram a ser utilizados em estudos genéticos de

plantas na década de 1980. Uma variedade de marcadores moleculares tem sido

utilizada na busca por polimorfismo, como os SSRs (single sequence repeat) ou

microssatélites, EST-SSR (Expressed Sequence Tag-SSR), AFLP (Amplified Fragment

Lenght Polymorphism), AFLP-RGA (AFLP-Resistence Gene Analogue), TRAP (Target

Region Amplification Polymorphism), e CISPs (Conserved Intron Scanning).

Marcadores microssatélites consistem de pequenas sequências com 1 a 6

nucleotídeos de comprimento repetidos em tandem, que ocorrem naturalmente no

genoma. São marcadores codominantes e sua frequência é relativamente alta

(FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1998). Acredita-se que durante a replicação de uma

região repetitiva, as fitas de DNA separam-se e unem-se novamente de forma incorreta,

o que geraria cópias de trechos de alelos com diferentes tamanhos ou números de

repetições, por meio da inserção ou deleção de uma unidade de repetição. O

polimorfismo também pode estar associado ao sistema de reparo pela DNA polimerase

ou ainda, ser consequência do processo de recombinação (FIELD & WILLS, 1996).

Outro fator que também pode ser responsável pela alta taxa de polimorfismo destes

marcadores é o crossing-over desigual, que por problemas no pareamento dessas

11

sequências durante o quiasma, aumenta a taxa de mutação das regiões microssatélites

(SCHLÖTTERER et al., 1998).

As regiões que contém as sequências simples repetidas são amplificadas por

PCR (Polimerase Chain Reaction) utilizando-se um par de primers específicos que

flanqueiam o microssatélite, e que geralmente são conservadas em indivíduos da mesma

espécie. Esta técnica revela polimorfismo em um loco devido a diferenças no número de

vezes (n) em que, por exemplo, um dinucleotídeo (AG)n se repete naquele loco. Cada

segmento amplificado de tamanho diferente representa um alelo diferente do mesmo

loco e, por este motivo, os marcadores microssatélites são multialélicos (FERREIRA &

GRATTAPAGLIA, 1998). Marcadores EST-SSRs são uma variação dos marcadores

SSR, onde os primers específicos são desenvolvidos para regiões microssatélites a partir

de sequências de etiquetas expressas e não de sequências genômicas como no SSR

tradicional (CORDEIRO et al. 2001). Tais marcadores podem facilitar a identificação

de regiões que controlam características agronômicas de interesse e são considerados

ideais para seleção assistida (CATO et al. 2001; MA et al. 2004). Em cana-de-açúcar,

marcadores do tipo microssatélites derivados das etiquetas de sequências expressas

(EST-SSRs) foram utilizados por OLIVEIRA et al. (2007), MACCHERONI et al.

(2009) e PINTO et. al (2010).

O AFLP baseia-se na amplificação do DNA via PCR para detectar diferenças

em um conjunto de fragmentos selecionados e digeridos com enzimas de restrição

(CAIXETA et al., 2006) e à praticidade da amplificação por PCR. A técnica baseia-se

na digestão do DNA genômico através de duas enzimas de restrição e na ligação de

adaptadores específicos complementares às regiões coesivas das enzimas utilizadas. Os

fragmentos gerados são então amplificados via PCR por primers pré-seletivos com

sequências complementares à dos adaptadores, objetivando aumentar a amplificação de

sequências; e por fim é realizada uma amplificação final através de primers que contém

nucleotídeos seletivos na sua extremidade 3´ (VOS et a. 1995).

Os marcadores AFLP-RGA são uma modificação na técnica de AFLP onde um

primer da amplificação seletiva do AFLP é substituído por um primer RGA,

degenerado ou não, podendo ser desenvolvido à partir de diversas regiões de genes de

resistência, incluindo regiões de domínios de ligação a nucleotídeo (NBS) ou de

domínio rico em repetições de leucina (LRR), e sua utilização pode ser útil na seleção

de marcas associadas a genes de resistência (SORIANO et al. 2005; ZHANG et al.

2007). Outra técnica de AFLP modificado foi proposta anteriormente, por HAYES

12

&MAROOF (2000), no qual a amplificação seletiva, diferente da técnica de AFLP

tradicional de VOS et al.(1995) utiliza um primer proveniente de região exclusivamente

NBS. Segundo ZHANG et al. (2007) uma vantagem do AFLP-RGA em relação à

técnicas como NBS-profiling (Van der LINDEN et al., 2004) e à técnica proposta por

HAYES & MAROOF (2000) é a da utilização de primers provenientes também de

regiões LRR, que são menos conservadas do que as regiões NBS e portanto mais

prováveis de haver polimorfismos. O AFLP-RGA, ainda segundo ZHANG e

colaboradores (2007) oferece grande flexibilidade para inúmeras combinações de

primers na varredura do genoma para RGAs, e, além disso, a distribuição dos RGAs ou

dos clusters de RGA no genoma das plantas amplia a cobertura da técnica AFLP-RGA,

representando um recurso de grande utilidade para o mapeamento de genes candidatos

para resistência a doenças em plantas. Marcadores RGA foram utilizados em cana por

ROSSI et al. (2003) e McINTYRE et al. (2005).

Há cerca de uma década atrás, HU & VICK (2003) desenvolveram a técnica

dos marcadores TRAPs, justificando que naquela época a tecnologia do sequenciamento

já estava gerando enormes quantidades de informação de sequências para várias

espécies, e utilizaram então ferramentas de bioinformática e ESTs para gerar

marcadores polimórficos de sequências de genes candidatos. O polimorfismo é gerado a

partir da combinação de um primer fixo e desenhado a partir de uma sequência EST de

interesse, e um primer reverso arbitrário, seguindo as especificações de LI & QUIROS

(2001) na técnica do marcador SRAP, onde um primer era constituído de CCGG para

anelar preferencialmente em regiões exônicas, e o outro primer, reverso, contém a

sequência AATT, para anelar preferencialmente em regiões com AT, frequentemente

encontradas em regiões promotoras e de íntrons, mais polimórficas que as regiões

exônicas. O polimorfismo gerado por marcadores TRAPs tem sido considerado

eficiente em estudos de diversidade genética de espécies componentes do complexo

Saccharum e cultivares de cana-de-açúcar (ALWALA et al. 2006; CRESTE et al. 2010;

SUMAN et al. 2012).

Conserved Intron Scaning Primers (CISPs) são marcadores moleculares que

exploram regiões genômicas de espécies que ainda são sub-caracterizadas, com a

finalidade de identificar polimorfismo em regiões intrônicas (FELTUS et al. 2006). Os

CISPs se utilizam da disponibilidade de genomas sequenciados de espécies modelo,

usando-as como base para espécies órfans de sequenciamento. Ele é baseado em

primers específicos obtidos de sequências EST do DNA de interesse. Os ESTs são

13

alinhados com um genoma modelo relacionado ao da espécie a ser estudada, e a partir

disso são desenhados primers em regiões exônicas altamente conservadas entre as duas

espécies e que flanqueiem regiões intrônicas observadas no genoma modelo. FELTUS

et al. (2006) relatam a técnica como eficiente tanto para explorar polimorfismo de DNA

quanto sequências conservadas não codificantes do genoma ou de genes candidatos,

além de servir como âncora para genômica comparativa entre diversas espécies. PARK

et al. (2012) desenvolveram cinco pares de primers CISPs específicos para o complexo

Saccharum utilizando o genoma do sorgo (Sorghum bicolor) como modelo para

identificar regiões intrônicas entre sequências ESTs conservadas. Os primers

denominados Ifs foram desenvolvidos para os seguintes genes envolvidos na biossíntese

da lignina: IF1 –Phenylalanine ammonialyase (PAL), IF3 - 4-coumarate coenzyme A

ligase (4-CL), IF5 - caffeoyl-CoA 3-O-methyltransferase (CCoAOMT), IF6 -

cinnamoyl-CoAreductase (CCR) e IF11 - peroxidase (POX). A lignina é um composto

secundário presente na parede celular de plantas, que além de ser importante para o

crescimento e desenvolvimento destas, participa também na resistência à estreses

biótico e abiótico da planta (BI et al., 2010).

2.6 Mapas Genéticos

A ordenação linear de marcadores genéticos em grupos de ligação constitui um

mapa de ligação. Para ordenar estas marcas STURTEVANTEM (1913), propôs a

utilização da frequência de recombinação como uma medida da distância entre dois

genes, permitindo a construção de mapas, nos quais a posição relativa dos marcadores

fenotípicos de um determinado organismo poderia ser representada. Apesar de o

mapeamento ter sido pensado há muitos anos, apenas a partir da década de 1980,

quando as técnicas de biologia molecular tornaram a utilização de marcadores

moleculares possíveis, que a criação de mapas genéticos tornou-se realidade

(BOTSTEIN et al., 1980). CARNEIRO &VIEIRA (2002) produziram uma revisão

bibliográfica sobre mapas genéticos em plantas, relatando desde os poucos primeiros

mapas produzidos a partir de marcadores morfológicos, passando pelas isoenzimas e

chegando aos variados mapas desenvolvidos utilizando-se os marcadores moleculares.

As populações de mapeamento são usualmente derivadas do cruzamento de

linhagens endogâmicas originando populações F2, de retrocruzamento, RIL (linhagens

puras recombinantes) e conjunto de linhagens duplo haploides. Nessas populações o

desequilíbrio de ligação é maximizado permitindo a análise de ligação. Uma vantagem

14

do uso de populações experimentais diploides é que existem somente dois alelos

segregando para cada loco e a fase de ligação desses alelos é conhecida.

Porém há espécies em que a obtenção de linhagens puras não é viável, devido à

forte depressão por endogamia e/ou longo período entre gerações. Dentro deste contexto

destaca-se a cana-de-açúcar, cuja depressão por endogamia é acentuada pelo elevado

nível de ploidia, e as populações segregantes são obtidas a partir de genitores não

endogâmicos. Nestes casos torna-se impossível identificar o genótipo a partir do padrão

de bandas obtido (da SILVA et al. 1995), pois os locos podem estar presentes em

dosagens variadas, desde nuliplex, que ocorre quando todos os alelos são nulos

(aaaaaaaa), simplex – quando apenas um alelo é informativo (Aaaaaaaa) até multiplex

(da SILVA & SORRELLS, 1996).

GRATTAPAGLIA & SEDEROFF (1994) propuseram a abordagem de

mapeamento denominada de duplo pseudo-testcross para gerar mapas genéticos de

espécies outcrossing (que não formam linhagens endogâmicas), eucalipto na ocasião do

estudo. O nome duplo do teste é devido ao fato de que após a genotipagem da

população segregante são selecionados para mapeamento apenas locos que segregam na

proporção 1:1, como nos cruzamentos entre linhagens. Neste mapeamento são gerados

dois conjuntos distintos de marcadores, sendo um para cada genitor do cruzamento,

resultando em dois mapas de ligação. Entretanto, tanto do ponto de vista biológico

como estatístico é mais interessante a obtenção de um mapa com as informações

integradas (GARCIA et al., 2006). Isso só pode ser feito com a presença de marcadores

em heterozigose em ambos parentais, que são utilizados para estabelecer relações de

ligação entre os marcadores segregando individualmente em cada parental (WU et al.,

2000).

WU et al. (2002) propuseram um método de mapeamento integrado dos

genitores, baseado em análises de máxima verossimilhança que permite estimar a fração

de recombinação e as fases de ligação entre locos em populações de mapeamento não

endogâmicas. Nesta abordagem são utilizadas para o mapeamento aquelas marcas que

apresentam dois tipos de segregação na progênie, na proporção de 1:1, que ocorre

quando uma única cópia do alelo está presente em um dos genitores e ausente no outro

(Aaaaaaaa x aaaaaaaa) e na proporção 3:1, que ocorre quando apenas uma única cópia

de um alelo está presente em ambos os genitores (Aaaaaaaa x Aaaaaaaa). A integração

dos mapas com segregação 1:1 só pode ser feito com a presença de alelos em comum

em ambos parentais, que são utilizados para estabelecer relações de ligação entre os

15

marcadores que segregam individualmente em cada parental. Esse tipo de mapa

integrado por marcadores que funcionam como pontes entre as marcas de segregação

1:1 apresentam ainda a vantagem do aproveitamento de mais marcas e consequente

maior saturação do mapa (WU et al., 2002; GARCIA et al., 2006).

GARCIA et al. (2006) comprovaram a melhora dos resultados ao utilizar esta

abordagem de WU et al. (2002) através do software OneMap (MARGARIDO et al.

2007) que tem implementado os algoritmos propostos por WU et al. (2002). A partir da

versão 2.0 (MARGARIDO et al., 2011) o software passou a utilizar a abordagem

multiponto (WU et a., 2002b) estimando simultaneamente a fração de recombinação e

as fases de ligação entre os marcadores por verossimilhança usando o modelo

markoviano oculto (HMM ou Hidden Markov Model).

Para o gênero Saccharum mapas de ligação vêm sendo construído ao longo das

últimas três décadas. Para S. spontaneum utilizando marcadores RFLP, RAPD (Al

JANABI et al., 1993; SOBRAL & HONNEYCUT1993; da SILVA et al., 1995), entre

cruzamentos de S. officinarum e S. robustum usando RAPD, RFLP e AFLP

(GUIMARÃES et al., 1999), e para Saccharum officinarum (MUDGE et al. 1996;

MING et al., 1998; MING et al., 2002). Alguns mapas genéticos foram feitos também

para cultivares de cana, como para a autofecundação da cultivar elite R570 de cana-de-

açúcar (GRIVET et al., 1996; HOARAU et al., 2001); para cultivares SP80-180 e SP80-

4966 (GARCIA et al. 2006; OLIVEIRA et al., 2007; PASTINA et al. 2012); e

recentemente um mapa para a cultivar LCP 85-383 popular em Lousiana foi construído

(SUMAN et al., 2011) e PALHARES et al., (2012) desenvolveram um mapa entre

clones IAC66-6 e TUC71-7.

A construção de mapa genético integrado foi utilizada por GARCIA et al

(2006), que comprovou a superioridade do método, após, OLIVEIRA et al. (2007) e

PALHARES et al. (2012) também utilizaram a técnica, todos através do software

OneMap (MARGARIDO et al., 2007; MARGARIDO et al., 2011).

2.7 Mapeamento de QTLs

Estudos de QTLs em plantas começam com a construção de uma população de

mapeamento através da escolha dos genitores, que difiram em uma ou mais

características de interesse. O mapeamento de QTLs consiste no procedimento de

estimar o número de regiões que controlam a variação dos caracteres em estudo, assim

como suas respectivas posições, efeitos e interações (ZENG et al., 1999). A grande

16

maioria das características herdáveis de importância econômica são quantitativas. Os

fenótipos resultantes apresentam uma variação contínua na população em vez de classes

discretas. Esse tipo de herança é determinado pela segregação de vários locos, cada um

com um pequeno efeito no fenótipo e sofrendo uma grande influência ambiental

(TANKSLEY, 1993).

A detecção e mapeamento de QTL são possíveis através de análise

concomitante de marcadores que apresentem polimorfismo e de características

fenotípicas contrastantes dos indivíduos. Assim como no mapeamento genético, o

princípio das análises de mapeamento de QTL é a existência de desequilíbrio gamético

de ligação decorrente da redução da frequência de recombinação entre genes situados

em regiões próximas entre si ao longo de determinado cromossomo, de outro modo os

alelos e regiões de QTL ocorrerão com distribuição independente, impossibilitando a

localização dos mesmos (COELHO, 2000).

As abordagens genético-estatísticas criadas para identificação de QTL foram

recebendo sucessivas melhorias ao longo dos anos, existindo atualmente de simples

abordagens até testes complexos. O método mais simples é o da análise de marca

individual, baseada em testes estatísticos como o teste t, análise de variância, regressão

linear simples (EDWARDS et al., 1987; STUBER et al., 1987) e teste da razão de

verossimilhanças (WELLER, 1986).

Tais abordagens testam a hipótese nula de que a média do caráter é

independente do genótipo do marcador. Quando esta hipótese é rejeitada considera-se

que pelo menos um QTL esteja ligado à marca em questão. Porém a Análise de Marca

Individual não permite a distinção entre um QTL de pequeno efeito, mas que esteja

situado muito próximo ao marcador, de um QTL que apresenta grande efeito, porém

que está situado distante do marcador, limitando a técnica mais à detecção do que

propriamente ao mapeamento de QTL (LYNCH &WALSH, 1998) já que se espera de

um mapeamento de QTL a posição no genoma e a estimação de seus efeitos. Além

disso, relacionar o QTL a uma marca específica tem a desvantagem da possibilidade da

ocorrência de recombinação entre a marca e o QTL (TANKSLEY, 1993).

Outra abordagem é a do mapeamento de intervalo simples (IM – Inverval

Mapping) proposto por LANDER & BOTSTEIN (1989), que utiliza o princípio da

máxima verossimilhança para verificar a possível presença de um QTL na região entre

um par de marcas adjacentes em um grupo de ligação. Assim, em um intervalo, várias

posições são testadas para a presença de um QTL. Porém o IM não permite eliminar de

17

forma satisfatória o surgimento dos chamados QTL fantasmas. Estes QTLs surgem

quando um QTL está localizado em intervalos adjacentes ao intervalo que está sendo

mapeado, fazendo com que os testes de hipótese apresentem falsos positivos. Isso

ocorre porque os métodos de IM não consideram todos os marcadores simultaneamente,

usando apenas dois deles ao mesmo tempo (marcas flanqueadoras), sendo difícil

diferenciar entre o efeito de um QTL verdadeiro e o efeito dos QTL fantasmas (LYNCH

&WALSH, 1998).

O mapeamento por intervalo composto ou CIM (Composite Interval Mapping),

proposto por ZENG (1993; 1994), combina mapeamento por intervalos simples e

regressão linear múltipla. Este método concentra os testes em uma região genômica por

vez, sendo que a estimativa da localização dos QTLs e seus efeitos ficam sem viés, pois

os marcadores podem ser utilizados como delimitadores para deixar mais clara a

posição dos QTLs, através de um adensamento, que pode ser feito por uma abordagem

de agrupamentos segregantes (LIU, 1998). Em CIM cofatores são usados para reduzir a

variação residual ao servirem de limite de cumprimento da análise, controlando assim o

background genético de outras marcas.

Finalmente o Mapeamento de Múltiplos intervalos (MIM – Multiple Inteval

Mapping, KAO &ZENG, 1997; KAO et al., 1999) utiliza o intervalo de múltiplos

marcadores simultaneamente para ajustar vários prováveis QTLs diretamente no modelo

para mapeamento de QTL. Essa abordagem aumentou a precisão e o poder da detecção

de QTLs, além de que a ocorrência de epistasia entre QTLs e valores de herdabilidade

dos caracteres quantitativos estudados pode ser analisada.

Todos estes métodos de mapeamento de QTLs apresentam em comum assumir

de que os fenótipos avaliados apresentam distribuição normal com variância igual em

ambos os pais. Sob estas condições o QTL pode ser testado por um simples teste

paramétrico (teste t no caso de análise de marca simples e LOD score no caso de

mapeamento por intervalo) (KRUGLYAK & LANDER, 1995), Em casos não

paramétricos considera-se que tais métodos não podem ser aplicados diretamente, e uma

abordagem de transformação deve ser utilizada para converter os dados fenotípicos em

uma distribuição mais próxima da normal (WRIGHT, 1968).

Porém algumas vezes não existem transformações que sirvam para a

transformação dos dados, ou mesmo que sim, os dados outliers podem ainda ser muito

dispersos. Existem ainda algumas alternativas, como a proposta por KRUGLYAK &

LANDER (1995) ou a de LI et al. (2006) que afirma que quando a característica

18

observada para identificação de QTLs apresenta cinco classes ou mais os dados podem

ser tratados como contínuos, sem a necessidade de transformação.

Assim como para a construção de mapas genéticos, a identificação de QTLs

em espécies não endogâmicas é complexa, e com agravantes para espécies poliploides,

esforços vêm sendo feitos por grupos de pesquisa genético-estatísticas para a

implementação de modelos que permitam a identificação de QTLs mais robustas que as

utilizadas atualmente. Em cana-de-açúcar trabalhos de mapeamento de QTLs têm sido

desenvolvidos, utilizando abordagens de Análise de Marcas Individuais ou Mapeamento

por Intervalo. MING et al. (2001, 2002), detectaram 36 QTLs relacionados à produção

de açúcar, número de colmo, conteúdo de fibra e cinzas. PINTO et al. (2010) detectaram

120 associações entre as características agronômicas de fibra, produtividade, POL, e

tonelada de cana-de-açúcar por hectare.

Marcas associadas à resistência a ferrugem marrom foram primeiramente

obtidas por GRIVET et al. (1996) que identificaram uma sonda RFLP ligada a um gene

de resistência a ferrugem com segregação mendeliana 3:1 na progênie, que foi

confirmado também por DAUGROIS et al. (1996).

Anos mais tarde três sondas RGA foram associadas à resistência a ferrugem

(McINTYRE et al. 2005a). McINTYRE et al. (2005b) trabalhando com marcadores do

tipo microssatélites genômicos e AFLP para a identificação de marcadores associados à

ferrugem marrom em cana-de-açúcar encontraram duas regiões genômicas, uma

proveniente do mapa referente ao genitor feminino e outra do genitor masculino, além

de um marcador não ligado de ambos os genitores associados com a resistência à

ferrugem marrom ao longo de dois anos de avaliações fenotípicas. Recentemente

COSTET et al. (2012) publicaram o desenvolvimento de primers específicos para o

gene Bru1, primeiramente observado na cultivar R570, que é considerado o gene maior

de resistência para ferrugem e está presente em muitas outras cultivares.

A identificação de QTLs pode ser particularmente útil para a identificação de

genótipos de interesse nos programas de melhoramento genético, além de contribuir

para o entendimento genético da característica, como número, posição, efeitos e

interações entre os QTLs.

2.8 Estudos da resistência da cana-de-açúcar à ferrugem marrom

19

O grupo de pesquisa do CIRAD, liderado pela pesquisadora Angelique D´Hont

estudou por muitos anos a resistência de cana-de-açúcar à ferrugem marrom. Usando

uma população de autofecundação da cultivar francesa R570, DAUGROIS et al. (1996)

identificaram um gene maior de resistência (Bru1) que segregava como um gene

simples dominante, esse gene estava ligado a uma sonda de RFLP (CDSR29), que

inicialmente não estava ligada a nenhum dos grupos de ligação formados para o mapa

daquela população. Um mapeamento adicional para a mesma população, realizado por

ASNAGHI et al. (2000) utilizando a sintenia entre Poaceaes determinou a localização

do gene de resistência no grupo de ligação VII do mapa da R570.

ASNAGUI et al. (2004) utilizaram marcadores AFLP em um bulk da progênie

de R570 de 695 indivíduos, e utilizando o mapa da mesma progênie desenvolvido por

HOARAU et al. (2001) que era o mais saturado na época; identificaram oito marcas

rodeando o gene Bru1, totalizando 10 cM entre a primeira e a última marca. As duas

marcas mais próximas estavam a 2,2 cM e 1,9 cM do gene. Considerando a relação

média entre distancias de mapa físico e genético para cana de 500Kb/cM os autores

comentaram a dificuldade por conta ainda da distância do alvo para se iniciar a técnica

de chromosome walking com a biblioteca BAC de cana-de-açúcar da R570 que já havia

sido construída (TOMKINS et al., 1999).

Segundo D´HONT et al. (2010) o grupo de pesquisa refinou então a busca no

cromossomo ortólogo de sorgo, clonando os dois marcadores AFLP mais próximos do

gene alvo (aaccac6 e attcag) e analisando com sondas RFLP na população de sorgo.

Ambos os locos foram mapeados no grupo de ligação quatro (GL4), próximos da marca

CDSR29. Estes resultados permitiram que a região do sorgo a ser explorada ficasse em

um intervalo de 8,8 cM. Alinharam então o GL4 do mapa de sorgo do grupo com o

mesmo homólogo do mapa saturado de sorgo de BOWERS et al. (2003), e nove marcas

RFLP foram alocadas na região alvo sobre os dois mapas e foram analisadas na

progênie da R570. Com isso conseguiram rodear o Bru1 com quatro novas marcas a 0,3

cM e 0,6 cM de cada lado do gene e reduzir o alvo em um intervalo de 0,9 cM. Naquele

momento havia disponível parte do mapa físico do sorgo, onde o grupo decidiu então

explorar este para refinar o mapa genético de cana, reduzindo a busca para 0,6 cM. Em

2005 a disponibilidade do sequenciamento genético do arroz possibilitou que maior

refinamento do mapa genético na região do Bru1 (Le CUNFF et al., 2008).

Após estes esforços uma nova população de 1600 indivíduos da

autofecundação de R570 foi construída para aumentar a resolução do mapa genético na

20

região de Bru1 e ao final o novo mapa saturado na região alvo incluía três marcas

mapeadas a 0,28 cM em ambos os lados de Bru1 e três marcas co-segregavam com o

gene. Foi então que o grupo decidiu que a resolução da área alvo do mapa genético

estava boa o suficiente para começar a construir o mapa físico para a região de interesse.

Sendo a cana poliploide, para diferenciar o haplótipo alvo determinaram qual

BAC continha a região de Bru1 utilizando cortes de enzimas e sondas de RFLP e

finalmente identificaram uma BAC correspondente à área alvo. Este BAC cobria apenas

parcialmente o alvo. Para buscar o restante do alvo construíram então uma nova

biblioteca BAC. Ao fim Le CUNFF et al. (2008) obtiveram uma região de grande

resolução próxima ao gene Bru1, com marcas beirando a 0,28 cM e 0,14 cM o alvo, e

desenvolveram um mapa físico do haplótipo, porém que ainda apresenta duas regiões de

gaps.

Recentemente, 16 anos após a descoberta do gene de maior efeito para

resistência à ferrugem, o grupo de pesquisa publicou um artigo (COSTET et al. 2012)

em que várias marcas ligadas ao Bru1 foram analisadas em um painel de 380 cultivares

e clones pré-comerciais onde dois marcadores moleculares PCR-específicos foram

ligados ao gene de efeito maior de resistência à ferrugem (Bru1), estando este gene

presente em 86% dos 194 acessos resistentes utilizados, revelando que constitui a

principal fonte de resistência das cultivares modernas.

Portanto neste estudo de COSTET et al. (2012) a ausência de marcas ligadas à

Bru1 foi observada também em cultivares resistentes, indicando a presença de outras

fontes de resistência à ferrugem marrom, o que corrobora com RABOIN et al. (2006),

que observou outro gene de resistência à ferrugem marrom utilizando uma população de

mapeamento entre o clone MQ76-53 e a cultivar R570, chamando-o de Bru2, que foi

considerado o segundo gene maior de resistência conhecido para resistência à ferrugem

marrom em cana-de-açúcar.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 População de mapeamento

A população de mapeamento é constituída por 219indivíduos, tomados ao

acaso, do cruzamento biparental entre o clone IACSP95-3018 como genitor feminino

21

esuscetível à ferrugem marrom; e a cultivar IACSP93-3046como genitor masculino e

resistente, considerada uma cultivar robusta e responsiva (LANDELL et al., 2005),

ambos do Programa de Melhoramento Cana do IAC.

3.2 Desenho experimental

O delineamento adotado foi uma reprodução do realizado na cidade de

Ribeirão Preto - SP, de blocos aumentados, considerando cinco blocos contendo 44

indivíduos da progênie cada um. Os tratamentos em comum para avaliação de efeito

ambiental foram os padrões SP81-3250 e RB835486, repetidos duas vezes por bloco,

além dos pais. A variedade suscetível IAC86-2480 foi adotada como linha infectora

(Figura 2).

Figura 2 Croqui de campo utilizado nos experimentos de Ribeirão Preto e em Piracicaba. PRG1 – Genitor feminino (IACSP95-3018). PRG2 – Genitor masculino (IACSP93-3046). P1 – Padrão 1 - SP81-3250. P2 - RB835486. Infectora - IAC86-2480. Bordadura - IACSP93-3046.

22

3.3 Instalação do experimento

Para a instalação do ensaio de avaliação da ferrugem marrom na Fazenda

Experimental de Piracicaba, primeiramente, foram preparadas as mudas para o plantio

gema a gema, onde gemas individuais são plantadas. Para isso, colmos dos 220

indivíduos da população foram coletados de um ensaio previamente instalado na

Fazenda Nova Aliança, no município Sales Oliveira – São Paulo (Figura 3). Os toletes

foram cortados na região das gemas, uma a uma, e estas foram plantadas em caixas

plásticas contendo substrato. As caixas foram mantidas em casa de vegetação até a

brotação. Após estabelecimento das plantas, seis plantas de cada genótipo da população

de mapeamento foram transplantadas para copos plásticos, devidamente identificados

(Figura 4).

Figura 3 Colmos coletados dos genótipos do experimento de Sales Oliveira – SP, que formam a população de mapeamento. Foram utilizados para a produção de mudas gema a gema.

23

Figura 4 - Plantas oriundas de gemas individualizadas, após transplante para copos

plásticos.

A área de plantio em Piracicaba foi preparada e o transporte do material foi

realizado de Ribeirão Preto para Piracicaba em um caminhão do Centro de Cana (Figura

5). Em Piracicaba foram plantadas, com auxilio de matracas, as mudas de cana-de-

açúcar. Foram plantados três clones de cada genótipo em um metro de parcela, com

espaçamento de um metro entre parcelas (Figura 5).

Figura 5 - Esquerda: Caminhão carregado com mudas dos clones da população para

serem transportados para Piracicaba. Direita - Área com experimento instalado em

Piracicaba.

24

3.4 Avaliação fenotípica

O nível de resistência das plantas à ferrugem foi obtido com base na infecção

natural utilizando a escala de notas descrita por AMORIM et al. (1987), a qual leva em

conta a concentração de manchas necróticas e pústulas na região foliar da planta

(porcentagem de área foliar atacada), variando de um (0%) a nove (>50%) (Figura 6).

Figura 6 - Escala de notas de agressividade da ferrugem marrom em cana-de-açúcar

(AMORIM, 1987).

3.5 Avaliações realizadas

As avaliações foram feitas em seis ocasiões, sendo as quatro primeiras

anteriores a esta tese: duas na cidade de Ribeirão Preto em cana planta (mesmo ensaio,

épocas diferentes) e duas em cana-soca (primeiro corte) (mesmo ensaio, épocas

diferentes) e outras duas avaliações em cana planta na cidade de Piracicaba, como é

demonstrado na Tabela 1. A primeira avaliação em cana planta tanto em Ribeirão Preto

quanto em Piracicaba foi realizada seis meses após o plantio, e a segunda avaliação foi

realizada aos oito meses após o plantio, também em ambas as cidades. Em cana-soca a

primeira avaliação foi realizada seis meses após o primeiro corte e a segunda seis meses

após a primeira avaliação.

25

Tabela 1 Avaliações de sintomas da ferrugem na população mapa em diferentes anos, locais e cortes. Avaliação Cidade Corte Mês e Ano

1º Ribeirão Preto Cana-planta Novembro 2005

2º Ribeirão Preto Cana-planta Janeiro 2006

3º Ribeirão Preto Cana-soca Janeiro 2007

4º Ribeirão Preto Cana-soca Março2007

5º Piracicaba Cana-planta Dezembro 2011

6º Piracicaba Cana-planta Fevereiro 2012

3.6 Avaliações com Marcadores Moleculares

3.6.1 Extração e quantificação do DNA genômico

A extração de DNA genômico foi realizada através do palmito fresco, coletado

em Sales Oliveira, SP, um dos campos experimentais da população de mapeamento. O

protocolo utilizado para a extração foi adaptado de AL JANABI et al. (1999) e permite

a extração de DNA de alta qualidade e quantidade, por utilizar a região meristemática

da planta. O tecido meristemático foi retirado individualmente de cada palmito e

macerado em cadinho de porcelana, juntamente com o tampão de extração.

Para cada amostra, foram utilizados 3,5 ml do macerado com tampão de

extração juntamente com 3,5 ml de mix de extração em um tubo tipo falcon de volume

total de 15 ml. As amostras foram agitadas para ressuspender o tecido no tampão e

levadas ao banho-maria à 65ºC durante o período 60 minutos, sendo agitados para nova

ressuspenção a cada 10 minutos. Depois de retiradas do banho-maria e já com as

amostras em temperatura ambiente, foram adicionados 7,0 ml de fenol-clorofórmio-

álcool isoamílico, na proporção de 25:24:1 partes. Os tubos foram agitados por 5

minutos por inversão obtendo-se uma emulsão homogênea. Em seguida, os tubos foram

centrifugados por 10 minutos a 3.000 rpm e o sobrenadante transferido para novos

tubos, contendo 600 µL de NaCl 5M; foram então adicionados cinco ml de isopropanol

gelado em cada amostra, e estas foram suavemente misturadas até a formação do

precipitado. As amostras foram levadas ao freezer (-20ºC) por uma hora. Os

precipitados foram então pescados de cada tubo com o auxílio de uma pipeta de vidro e

26

transferidos para tubos do tipo eppendorf de volume total 2,0ml contendo 500 µL de

álcool 70%, sendo invertidos suavemente para limpeza do precipitado, após isso foram

centrifugados por 5 minutos a 10.000 rpm e o álcool descartado; uma nova etapa de

limpeza foi realizada. Finalizada a limpeza o álcool foi descartado e as amostras ficaram

overnight sobre a bancada, com a tampa aberta para secagem do material. No dia

seguinte foi adicionado tampão TE (10 mM Tris-HCl, um mM de EDTA, pH 8,0)

acrescido de um µL de RNAse (10mg/mL) e deixado sobre bancada overnight. O DNA

foi então armazenado em geladeira.

Após a extração, os DNAs foram quantificados em gel de agarose 0,8% (p/v)

corado com brometo de etídeo na presença de um padrão de DNA do fago λ de

quantidades conhecidas. A avaliação do DNA em gel de agarose permitiu confirmar a

sua alta qualidade necessária para a realização da técnica de AFLP-RGA, a qual utiliza

a digestão do DNA com enzima de restrição.

3.6.2 Marcadores EST-SSR

Os marcadores microssatélites derivados de ESTs utilizados em testes de

amplificação e polimorfismo são oriundos de fontes diversas, sendo 17 pares de primers

EST-SSR desenvolvido junto com aqueles publicados por da SILVA (2001), porém

suas sequências não estão entre as que foram publicadas até o momento (comunicação

pessoal). Quarenta e seis pares de primers foram desenvolvidos por OLIVEIRA et al.

(2009) e PINTO et al. (2004; 2006), um par de primer desenvolvido por PARK et al.

(2012) a partir da sequência nucleotídica relacionada à lignina; além de dez pares de

primers que foram desenvolvidos para este estudo, totalizando 73 primers EST-SSR

avaliados em seis indivíduos e ambos os pais. Foram realizados dois tipos diferentes de

PCR para amplificação dos microssatélites, sendo uma para os géis que foram corados

com nitrato de prata, e outra para corrida eletroforética em sequenciador automático.

As reações de amplificação para géis corados em nitrato de prata foram

efetuadas em um volume final de 15 µl contendo 25 ng de DNA, 10 mM de Tampão

10x, 2 mM de MgCl2, 0,1 mM de dNTPs, 0,2 mM dos primers (forward e reverse) e 1U

de Taq polimerase. As amostras foram submetidas à desnaturação inicial de 94°C

durante três minutos, seguido de 30 ciclos compostos por etapas de 94°C por um

minuto, temperatura de anelamento específica para cada par de primers por um minuto e

a extensão a 72°C por 1 minuto, e um ciclo final de 72°C por dois minutos. Após a

amplificação, foram adicionados 7,5 µl de tampão formamida (formamida 98 %, EDTA

27

10 mM pH 8,0, azul de bromofenol 0,002 %, p/v e xileno cianol 0,002 %, p/v) ao

volume final de 15 µl da reação para a sua desnaturação à temperatura de 95 ºC por 3

minutos. Os produtos resultantes da amplificação foram submetidos à eletroforese em

gel desnaturante de poliacrilamida 6%, com tampão de corrida TBE 1X sob potência

constante de 55 W e duração de acordo com o tamanho esperado para cada EST-SSRs.

A visualização das bandas foi efetuada em solução de nitrato de prata conforme

protocolo descrito por CRESTE et al. (2001).

As reações de PCR para corrida elétroforética em sequenciador automático

(primers desenvolvidos por da Silva (Texas A&M University, comunicação pessoal) e

primers desenvolvidos neste trabalho) foram realizadas em volume final de 10 µL,

contendo 100ng de DNA genômico, 1U de Taq polimerase (NEB), 2 µL de tampão 10X

(NEB), 0,2 mM de cada dNTP e 0,02 µM do primer forward com cauda M13 na

extremidade 5´ (cacgacgttgtaaaacgaca), 0,2 µM de primer M13 IRDye 700 ou 800 e 0.2

µM do primer reverso. As reações de PCR foram incubadas por 5 minutos à 94ºC,

seguidos por 30 ciclos de desnaturação à 94ºC por 30 segundos, anelamento de 45

segundos à 56ºC, e elongação por 45 segundos à 72ºC. Outros oito ciclos de

desnaturação à 94ºC por 30 segundos, 53ºC por 45 segundos e 72ºC por 45 segundos; e

um ciclo final de 10 minutos à 72ºC. Os produtos de PCR foram visualizados em gel de

poliacrilamida através do Licor 4300 DNA analyzer (Licor) seguindo as recomendações

do fabricante.

3.6.3 Marcadores AFLP-RGA

Para a obtenção dos marcadores AFLP-RGAs, duzentos e cinquenta

nanogramas de DNA genômico foram digeridos com as enzimas de restrição EcoRI e

MseI (Invitrogen) em um volume final de reação de 20 uL contendo tampão 10X

OnePhorAll (GE). A reação de digestão foi conduzida a temperatura de 37ºC por 4

horas, seguida de 15 minutos a 65ºC para inativação da atividade enzimática, em

termociclador (BioRad). Em seguida, procedeu-se a ligação dos adaptadores em um

volume final de reação de 40 uL contendo 20 uL da reação de digestão em tampão 5

vezes (5X), 4 uM do adaptador para EcoRI (5 pmol) e 40 uM do adaptador para MseI

(50 pmol), 0,5 mM de ATP e 1 U de T4DNA ligase (Biolabs). A reação de ligação dos

adaptadores foi conduzida em termociclador à temperatura de 37ºC por 16 horas.

Após a ligação dos adaptadores, uma alíquota da reação foi diluída seis vezes

em água ultrapura e dois uL desta diluição foram utilizados na reação de pré-

28

amplificação de volume final de 15 uL contendo tampão 10X (200 mM Tris pH 8.4,

500 mMKCl), 0,5 mM de MgCl2, 0,16 mM de dNTPs e 3,3 uM de primer Eco+0 e

MseI+0 e 0,1U de Taq polimerase. As reações de amplificação foram conduzidas em

termociclador à 94ºC por 30 segundos, seguidas de temperatura de anelamento à 56ºC

por 60 segundos e extensão a 72ºC por 60 segundos, repetidas 29 vezes.

A reação de amplificação seletiva foi conduzida em um volume final de 10 ul

de reação contendo, dois UL (da reação de pré-amplificação diluída 10X em água

ultrapura), tampão 10X (200 mM Tris pH 8.4, 500 mMKCl), 0,25mM de dNTPs, 2,0

mM de MgCl2, 0,05 uM de primer Eco marcado com IR700 ou IR800 e 0,30 uM do

primer RGA. As condições de amplificação utilizadas constaram de 13 ciclos a 94ºC

por 30 segundos, 65ºC (-0,7 ºC/ ciclo) por 30 segundos e 72ºC por 1 minuto, seguido

por 23 ciclos de 94ºC por 30 segundos, 56ºC por 30 segundos e 72ºC por 1 minuto. Os

produtos de PCR foram visualizados em gel de poliacrilamida através do Licor 4300

DNA analyzer (Licor) seguindo as recomendações do fabricante.

3.6.4 Marcadores CISP

Foram utilizados os cinco primers CISPs, IF1, IF3, IF5, IF6 e IF11,

desenvolvidos por PARK et al. (2012) para amplificar os genótipos IACSP95-3018 e

IACSP93-3046, genitores da nossa população de mapeamento. As reações de

amplificação de PCR foram realizadas de acordo com o realizado pelos autores. Em

volume final de 30 µL de reação, contendo cerca de 200 ng de DNA genômico, 1,25 U

de Taq polimerase (NEB) 0,03 U de Pfu DNA polimerase (Stratagene), três µL tampão

de PCR Pfu 10x, 0,12 mM de Sulfato de Magnésio (MgSO4), 0,2 mM de cada dNTP e

0,33 µM de cada primer forward e reverse. A reação de PCR foi incubada por 4

minutos a 94 ºC, seguidos de 10 ciclos de desnaturação a 94 ºC por 30 segundos,

anelamento de 30 segundos a 65 ºC (-1 ºC por ciclo) e elongação a 72 ºC por 2 minutos,

e mais outros 25 ciclos de 94 ºC por 30 segundos, 30 segundos a 56 ºC, 72 ºC por 2

minutos, e seguidos por extensão final de 7 minutos a 72 ºC. Os produtos de PCR foram

visualizados em gel de agarose 2% corado com SYBR Safe (Invitrogen). Foi utilizado o

marcador de peso molecular 2-Log DNA ladder, da Biolabs.

Os amplificados foram visualizados em transiluminador ultravioleta, recortados

do gel cada um separadamente com lâminas estéreis e armazenados no freezer em tubos

do tipo eppendorf devidamente identificados. Foram escolhidos para sequenciamento os

amplificados dos CISPs IF3 (4-CL), e IF5(CCoAMMT).

29

Plasmídeos pGEM-T Easy Vector (Promega) foram utilizados segundo

especificações do fabricante para transformação e amplificação dos fragmentos

recortados do gel. A transformação foi realizada em células competentes DH5α, que

foram retiradas do freezer -80ºC e imediatamente mantidas no gelo. O volume total da

ligação foi adicionado às células competentes e mantido em gelo por dez minutos e

então transferido para banho-maria à 40ºC por 30 segundos e retornados ao gelo por

mais 5 minutos. Após o choque térmico foi adicionado um mL de meio LB e incubado a

37ºC durante uma hora. Cem microlitros desta solução foram espalhados em uma placa

de Petri contendo meio LB sólido com carbenicilina, IPTG e X-Gal, o restante foi

centrifugado durante um minuto a11GRPM, descartado o sobrenadante, e as células

foram ressuspendidas e recuperadas com o auxílio de uma pipeta e então espalhadas em

outra placa de petri com o mesmo meio LB. Tanto o meio LB sólido quanto líquido foi

realizado conforme protocolo pGEM-T Easy Vector da Promega. As placas foram então

mantidas a 37ºC overnight.

Dez colônias brancas e isoladas das demais foram escolhidas para

multiplicação. Com o auxílio de ponteiras as colônias foram retiradas e adicionadas em

tubo de ensaio contendo cinco mL de LB líquido e cinco uL (100µg/mL) de antibiótico

carbenicilina. Os tubos foram mantidos à 37ºC sob agitação de 250 rpm overnight.

Foi realizada extração do DNA plasmidial das 10 colônias de cada genitor

através do Kit Zyppy Plasmid Miniprep Kit (Zymo Research), segundo instruções do

fornecedor. A concentração do DNA foi estimada através de espectofotômetro

Nanodrop 1000 (Thermo Scientific). Para certificar que havia a presença do inserto no

plasmídeo foram utilizados 3µL do DNA em teste de digestão com a enzima EcoR1

(Biolabs), seguindo instrução do fabricante. Foram adicionados 5µL de tampão de

carregamento na digestão, e uma corrida eletroforética em gel de agarose 1% contendo

SYBR safe DNA gel stain (Invitrogen) foi realizada. Os amplificados foram visualizados

em transiluminador ultra-violeta Kodak Imagem System.

Os fragmentos de DNA foram então enviados para sequenciamento em

empresa especializada. As sequências obtidas foram então visualizadas no software

4Peaks (http://4peaks.en.softonic.com/mac), as bases da extremidade referentes ao

plasmídio foram retiradas e mantidas as provenientes de clonagem. Estas foram então

salvas em modo fasta, e alinhadas pelo método Clustal W utilizando o software MEGA

versão 5 (TAMURA et al., 2011), no modo default.

30

As sequências nucleotídicas foram analisadas no software CAPS designer

(MUELLER et al., 2005) com a finalidade de converter SNPs localizados entre os

genitores em marcadores CAPS. Foram selecionadas três enzimas de restrição, BsaHI,

BsiHKAI e HaeIII, para CISP 4-CL (IF3) e a enzima BstNI para CISP CCoAMMT

(IF5). Os genitores e seis indivíduos da progênie, sendo três resistentes (38, 39 e 141) e

três suscetíveis (32, 85 e 99) foram amplificados com os primers CISP IF3 e CISP IF5

para cada uma das enzimas utilizadas, e as respectivas enzimas de restrição foram

adicionadas aos 30 µL de volume final da reação de PCR. Para a digestão com HaeIII e

BsaHI foram utilizados 20U de enzima para cada amostra, incubadas por 3 horas a 37ºC

seguido de inativação por 20 minutos a 80ºC. Foram adicionados à reação de PCR

também 20U da enzima BsiHKAI, porém adicionados com 0,5 µL de BSA para cada

uma das oito amostras, a digestão foi realizada a 65ºC por três horas. A digestão com

BstNI foi realizada com 10U de enzima e 0,5 µL de BSA para cada amostra, a 60ºC

durante três horas. Todas as enzimas utilizadas são da marca Biolabs. A digestão dos

produtos de PCR foi analisada em gel de agarose 2%

3.6.5 Desenvolvimento de primers

Foi acessado o banco de dados SUCEST (Sugarcane Expressed Sequence Tag

Project) que contém dados de ESTs de cana-de-açúcar, e o download de todas as 43.143

sequências gênicas ali depositadas e suas respectivas anotações foi realizado. A partir

daí foram feitas buscas pelas palavras chaves rust, resistance, defense, LRR e R genes.

Ao todo foram separadas 868 acessos SAS (Sugarcane Assembled Sequences). Para

cada um destes foi realizada uma leitura mais detalhada da anotação e descartados

aqueles que estavam fora do propósito, restando então 594 SAS.

3.6.5.1 Marcadores EST-SSR

As 594 sequências nucleotídicas foram então utilizadas para busca de

sequências microssatélites utilizando-se o software Webtroll (MARTINS et al., 2009).

Os padrões de busca por microssatélites foram di, tri, tetra e pentanucleotídeos repetidos

em tandem, sendo o número mínimo de bases total igual a 18, ou seja, repetições

dinucleotídicas repetidas ao menos nove vezes, trinucleotídicas ao menos seis vezes,

tetranucleotídicas repetidas ao menos cinco vezes e penta com ao menos quatro

repetições. Doze SSRs atendiam estes pré-requisitos. Antes de desenhar os primers

31

destas doze sequências gênicas foi realizado BLASTn contra o genoma do sorgo

(Sorghum bicolor) no programa Phytozome (http://www.phytozome.net/sorghum)

usando os parâmetros default. Buscando evitar o desenvolvimento de primers que

pudessem englobar regiões intrônicas e ter como resultado fragmentos

consideravelmente maiores do que o esperado e também evitando que o primer perdesse

sua função de avaliar polimorfismo em regiões exônicas, foi observado então se havia

presença de regiões intrônicas entre as sequências, Dois dos doze genes apresentavam

interrupções intrônicas e foram descartados, sendo então desenvolvidos primers para as

dez sequências gênicas restantes.

Os parâmetros utilizados para desenvolvimento dos primers foram sequências

de 150 a 300 pares de bases, contendo de 40 a 60% de bases guanina e citosina, primers

de 18 a 22 bases e com temperatura de anelamento de 55 a 62ºC. A qualidade dos pares

de primers foi confirmada através do software NetPrimer

(http://www.premierbiosoft.com/netprimer/index.html).

3.6.5.2 Marcadores TRAP

As mesmas 594 sequências SAS selecionadas do banco de dados SUCEST e

que foram utilizadas para localização de microssatélites, excluindo-se aquelas dez

utilizadas para desenvolvimento dos microssatélites, foram utilizadas para desenhar

primers TRAPs fixos.

Com a finalidade de aprimorar a anotação destas e restringir a busca, as 584

sequências foram então analisadas no Blat2GO. Foram separadas 48 sequências que

apresentavam como função protein Kinase activity no item GO ID e outras 116

sequências com Processo Biológico relacionado à defense response. Estas 164

sequências foram então analisadas no Phytozome (http://www.phytozome.net/sorghum)

através de BLASTn contra o genoma do sorgo. Foram observadas, além de homologia

nas sequências, à qual cromossomo do sorgo estas sequências pertenciam. Diante disso

foram selecionadas todas as sete sequências que eram relatadas no cromossomo quatro

do sorgo, uma vez que se acredita que o gene principal de resistência à ferrugem esteja

relacionado a este cromossomo no sorgo (ASNAGHI et al., 2000). Foi desenvolvido

então um primer forward para cada uma das sete sequências através do Primer3

(ROZEN & SKALETSKY, 2000). Os parâmetros empregados foram os mesmos

utilizados por HU & VICK (2003) sendo o número requerido mínimo e máximo de

32

18nucleotídeos, e temperatura Tm máxima, mínima e ótima de 55ºC, 50ºC e 53ºC,

respectivamente. A qualidade destes primers foi checada utilizando-se o software

NetPrimer (http://www.premierbiosoft.com/netprimer/index.html).

Além dos sete primers relacionados ao cromossomo quatro do sorgo foram

desenvolvidos mais nove primers TRAPs selecionados aleatoriamente entre as

sequências previamente escolhidas, porém levando em consideração que estas fossem

relativamente grandes, e que tivessem homologia também com os cromossomos de

arroz e milho, usando também o BLASTn do Phytozome. As sequências dos primers

forward desenvolvidas, suas identidades no SUCEST e seus grupos de homologia no

sorgo estão demonstrados na Tabela 2.

Tabela 2 Marcadores TRAPs desenvolvidos, identificação das sequências no banco de dados SUCEST, cromossomo homólogo no sorgo e sequência dos primers forward.

TRAP Número SUCEST

Cromossomo(s)

referente no

Sorgo

Sequência dos Primers Forward

TRAP_Sucest_1 SCSGAD1005E03.g 4 TAACTGGGACACTCAACG

TRAP_Sucest_2 SCMCRT2088F10.g 4 TAGTAGCAAGCACGGAGA

TRAP_Sucest_3 SCCCCL4013C03.g 4 CTCACCGATCTCAACCTT

TRAP_Sucest_4 SCEZLB1013E06.g 4 GGGAGCATAGACAAGAGG

TRAP_Sucest_5 SCACLV1020F05.g 4 TAATGGTCAAGCAGGTGA

TRAP_Sucest_6 SCQSHR1021H04.g 4 GGTGGTGTAGTTGGTCCT

TRAP_Sucest_7 SCEPAM2014D05.g 4 TCACCCAGCACCTATACA

TRAP_Sucest_8 SCSGHR1067C04.g 2,1 AGCGGCAACTACCTCTAC

TRAP_Sucest_9 SCMCRT2087B07.g 2,1 GCCTCAATCTTCACCTTC

TRAP_Sucest_10 SCVPCL6041G02.g 2 CCTTGAAAGTTCCTCTGG

TRAP_Sucest_11 SCQSHR1023C04.g 9,5 AGTGAGGCACCGTAACTT

TRAP_Sucest_12 SCCCCL3080B03.g 8,3 CCGTTGGACCTTAGTTTC

TRAP_Sucest_13 SCSFSB1103A12.g 5 TAGGAGGCTGGAAAGAAG

TRAP_Sucest_14 SCCCCL4013C10.g 3 AGTGTCTCCAAGCACCTT

TRAP_Sucest_15 SCCCLR2C01A06.g 10 GAGTTTGGACAGGGCTAC

TRAP_Sucest_16 SCSGAD1006H08.g 8 ATTGTGAGGTTGGAGAGG

As reações de PCR foram realizadas seguindo o protocolo de SUMAN et al.

(2012) com algumas modificações. Em volume final de 15 µL, contendo 10 µM de cada

primer fixo, 3 µM de cada 2 primers arbitrários IRDye 700/800, 3µL de1,5 µL de

MgCl2 25 mM (Promega), 1,5 µL de tampão de reação 10× (Promega), 2 µL de 2,0

33

mMde dNTP mix (Biolabs), 1 U Taq DNA polimerase (Biolabs) e 100 ng de DNA

genômico. A reação foi realizada com os seguintes parâmetros: desnaturação a 94°C por

4 minutos seguidos de cinco ciclos de desnaturação a 94ºC por 1 minuto, anelamento a

35ºC por 1 minuto e elongação a 72ºC por um minuto. E mais 35 ciclos de 94ºC por 1

minuto, 56ºC por 1 minuto e 72ºC por 1 minuto. Além de um alongamento final de 72ºC

por 7 minutos.

Os produtos de PCR foram visualizados em gel de poliacrilamida através de

Licor 4300 DNA analyzer (Licor), na função AFLP durante 03h30min horas, seguindo

as recomendações do fabricante. O teste de amplificação e polimorfismo foi realizado

utilizando-se ambos os genitores e mais seis indivíduos da população de mapeamento,

além de em dois genótipos de Miscanthus (Tus05-02b e Tus05-08e) e um genótipo de

sorgo (ATX 3381). Cada um dos 16 primers fixos desenvolvidos foi testado com os

quatro primers arbitrários desenvolvidos por LI & QUIROS (2001), sendo estes:

arbitrário 1 – GACTGCGTACGAATTATT, arbitrário 2 –

GACTGCGTACGAATTTGC, arbitrário 3 – GACTGCGTACGAATTGAC e arbitrário

4 – GACTGCGTACGAATTTGA, todos marcados com fluorescência, contabilizando

um total de 64 combinações.

Os locos de todos os diferentes marcadores moleculares testados que

apresentaram polimorfismo foram então genotipados nos 220 indivíduos da população

de mapeamento, para isso em cada loco genotipados foram realizadas três PCRs e

quatro géis de poliacrilamida, incluindo os respectivos genitores em cada um dos géis

com pentes de 64 poços.

Os testes de polimorfismo dos primers desenvolvidos neste trabalho (EST-SSR

e TRAP) foram realizados entre os genitores IACSP95-3018 e IACSP93-3046, seis

genótipos da população, dois genótipos de Miscanthus (Tus05-02b e Tus05-08e) e um

genótipo de sorgo (ATX 3381), os três últimos cedidos gentilmente por Jong-Won Park.

Os demais testes de polimorfismo (AFLP-RGA e EST-SSR de literatura) foram

realizados entre os genitores da população e seis indivíduos da progênie.

Apenas bandas legíveis e polimórficas nos quatro géis da população foram

consideradas, sendo que fragmentos duvidosos não foram genotipados. Foram também

ignorados fragmentos menores de 100 pares de bases, evitando-se a genotipagem de

artefatos.

34

3.7 Construção do mapa genético

3.7.1 Análises de segregação dos locos

A codificação dos alelos foi a mesma para todos os marcadores utilizados,

sendo atribuído 1 para presença e 0 para ausência das bandas em todos os indivíduos da

população. Quando não foi possível determinar a presença ou não de banda foi

considerado dado perdido para o genótipo em questão.

Através do software R versão 2.13.0 foi realizado o teste de segregação através

do qui-quadrado (χ2), em relação às hipóteses de segregação com base na segregação de

marcadores de dose única de 1:1 e 3:1, que correspondem às configurações A0000000 x

00000000(ou vice-versa) e A0000000x A0000000, respectivamente, considerando Ao

alelo amplificado (banda) e 0como ausência de banda (alelo nulo).

A correção de Bonferroni foi realizada para minimizar os erros associados com

múltiplos testes, nesta correção o valor de χ2 crítico é obtido dividindo-se o valor de α

a 5% de probabilidade (0,05) pelo número total de marcadores. O nível de significância

usado para determinar a validade das razões de significância de 1:1 e 3:1 foi de 3,67e-05

(alfa = 0,05/1363). Após a correção as marcas com desvios significativos foram

desconsideradas.

3.7.2 Construção do mapa de ligação

Aos alelos polimórficos obtidos neste trabalho foram adicionados mais 824

alelos que foram gerados pelo grupo de pesquisa da Dra. Luciana Rossini Pinto, do

Centro de Cana do IAC, estes alelos adicionais são derivados de marcadores AFLP,

EST-SSR e SSR genômico.

As análises de ligação na população de mapeamento e a construção do mapa

genético foram realizadas usando-se o software OneMap (MARGARIDO et al. 2007

versão 2.0).

O LOD score é por definição a razão de chances (odds ratio) do logarítimo na

base dez do teste de razão de verossimilhança (LRT), que compara valores de

verossimilhança considerando diferentes valores de parâmetros r de fração de

recombinação (probabilidade de ocorrer um evento de recombinação entre os locos) até

que este atinja um valor estável. O valor de LRT é equivalente ao valor de qui quadrado

da soma das marcas utilizadas multiplicando por 0,2172. O valor mínimo do LOD foi

determinado então se utilizando o valor do qui quadrado das marcas genotipadas (após a

35

correção de Bonferroni), multiplicado por 0,2172. Diante disto os critérios para

estabelecer os grupos de ligação utilizados foram de LOD score ≥ 5,0 e fração de

recombinação para o teste de dois pontos entre todos os pares de marcas de ≤ 0,35. A

distância expressa em centiMorgans (cM) foi estimada usando a função de KOSAMBI

(1944).

Após o teste de ligação os marcadores que foram atribuídos a algum grupo de

ligação foram ordenados através de funções que variaram de acordo com o número de

marcas em cada grupo. Nos grupos com três a seis marcas ligadas foi utilizado o

comando compare, onde se testa todas as possíveis ordens escolhendo a de maior valor

de máxima verossimilhança, e grupos com mais de seis marcas ligadas foram ordenadas

usando o comando order, processo iniciado com subgrupo de marcas no qual compare é

feito e os demais marcadores são posteriormente adicionados utilizando o comando try.

Tais funções são idênticas aquelas utilizadas pelo programa MAPMAKER (LANDER

et al., 1987). Além disso, os heatmaps, que são as matrizes gráficas do LOD e das

frações de recombinação foram utilizadas para determinar a ordem final das marcas nos

respectivos grupos de ligação. Eles auxiliam na tomada de decisões durante o processo

de ordenação final das marcas, pois mostram ligações finais das marcas através de

cores, quanto mais quente maior a probabilidade de ligação destas, e quanto mais frias,

menor a chance de estarem ligadas.

3.8 Mapeamento de QTLs

O delineamento experimental utilizado nestes ensaios é o de blocos

aumentados de Federer (FEDERER 1956) que são, por construção, desbalanceados e

não ortogonais, e sua utilização é viável apenas nas fases iniciais de melhoramento, pois

geram estimativas de baixa precisão e seu uso conduz a média de tratamentos viciadas,

mesmo no caso de 100% de sobrevivência dos genótipos (RESENDE, 1999). Diante

disso é recomendado o tratamento dos dados associados com o BLUP (Best Linear

Unbiased Prediction), o qual ajusta as médias para as estimativas BLUE (Best Linear

Unbiased Estimative) dos efeitos fixos ou efeitos ambientais identificáveis.

Os dados não apresentavam normalidade e como são divididos em nove classes

nenhuma transformação ajustou os dados à normalidade. Segundo LI et al. (2006)

quando a característica observada para identificação de QTLs apresenta cinco classes ou

mais os dados são tratados como contínuos. Diante disso nenhuma transformação dos

dados foi realizada.

36

A análise para modelos mistos (proc mixed) foi realizada no SAS (Statistical

Analysis System), considerando o delineamento de blocos aumentados de Federer, em

que o efeito de testemunhas foi fixo e os efeitos blocos, genótipos dentro dos blocos e

erro foram aleatórios. Assim, temos estimativas de máxima verossimilhança das

variâncias residual, de progênies e de blocos e testes F para testemunhas. Obtiveram-se

então os melhores preditores lineares não viesados (BLUPs) para os efeitos de

progênies.

3.9 Análise de Marca Individual

As análises de QTLs foram realizadas no software R versão 2.13.02 utilizando

os valores de BLUPs obtidos para as notas de ferrugem marrom fenotipadas. A análise

de marcas individual baseia-se na comparação entre as médias dos genótipos

marcadores e é feita separadamente para cada loco. Se as médias são diferentes pode-se

inferir que pelo menos um QTL encontra-se próximo a este marcador. O modelo

utilizado é o de regressão linear conforme eq. (1), sendo “b0” a média do caráter, “b1” o

quanto o valor de um caráter aumenta ou diminui pela presença da banda, xj a variável

codificadora de presença ou ausência da banda e “e” o erro aleatório e j varia de 1 a 219

representando os indivíduos. A presença do QTL é testada determinando-se se b1 é

significativamente diferente de zero.

(1) Yj = b0 + b1 xj + e j

A estatística F testa a hipótese H0 (b1=0) vs H1(b1≠0). Assim, quanto menor o

p-valor menor a evidência de que H0 é verdadeiro, portanto, rejeita-se H0 e se aceita H1.

Caso o teste F seja significativo rejeita-se H0, acreditando que o marcador tenha

associação com o caráter quantitativo em questão.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Avaliação fenotípica da resistência da ferrugem marrom

As frequências das notas de ferrugem nas seis avaliações estão apresentadas na

Tabela 3. Observa-se que a frequência das notas diminui conforme aumenta a infestação

da doença, estando a grande maioria das notas entre um e três, consideradas como

37

resistentes (Figura 7). As figuras 8, 9e 10apresentam o histograma da frequência das

notas relacionadas às avaliações de Ribeirão Preto (cana planta), Ribeirão Preto (cana

soca) e Piracicaba (cana planta), respectivamente separadas para facilitar a visualização

dos dados.

As avaliações em cana planta (Ribeirão Preto e Piracicaba) que foram

realizadas aos seis meses após o plantio apresentaram maior quantidade de notas de 1 a

3, consideradas resistentes, do que nas avaliações realizadas aos oito meses após o

plantio. Nas duas segundas avaliações o número de notas referentes a plantas de

resistência intermediária e suscetível aumentaram. Esse resultado não confere com o

observado por TAI et al. (1984), onde o número de plantas de 5 a 7 meses que

apresentavam suscetibilidade era maior do que entre o número de plantas entre 7 e 9

meses após o plantio, porém os próprios autores comentam que a resistência pode ser

afetada pelas condições do ambiente.

Tabela 3.Frequência de notas de ferrugem da população de mapeamento, separadas pela cidade e corte. Ribeirão Preto Piracicaba

Cana planta Cana soca Cana planta

Nota Novembro 2005 Janeiro 2006 Janeiro 2007 Março 2007 Dezembro 2011 Fevereiro 2012

1 163 115 21 27 90 41

2 6 17 79 71 63 73

3 23 40 28 34 24 27

4 15 22 21 19 9 24

5 7 8 30 26 9 15

6 5 11 22 21 7 11

7 0 4 14 16 5 12

8 0 2 2 3 0 5

9 0 0 2 2 2 0

TOTAL 219 219 219 219 209 208

Podemos observar que a nota um aparece em maior frequência em todas as

quatro avaliações de cana planta, não ocorrendo o mesmo em cana soca, que teve maior

frequência de notas dois (Figura 7) e estabilidade na frequência das notas um, três,

quatro, cinco, seis e sete. Tal observação é esperada, uma vez que é sabido que a cana

soca apresenta maior suscetibilidade a várias doenças e patógenos em relação à cana

planta (ROTT et al., 2000).

38

Figura 7 - Histograma com a frequência das notas das seis avaliações de ferrugem na

população de estudo.

Comparando-se a frequência das notas de cana planta entre as cidades de

Ribeirão Preto e Piracicaba (Figuras 8e 10, respectivamente) é possível observar que na

cidade de Piracicaba houve uma maior distribuição das notas, não sendo a frequência da

nota um aparentemente superior, como acontece em Ribeirão Preto, onde a nota um é

responsável por 74e 52% da frequência das notas, para cada uma das avaliações. Em

Piracicaba a frequência da nota um atinge apenas 43 e 20% para cada uma das

avaliações. Com exceção da nota um (ambas as avaliações) e nota quatro (uma

avaliação), para todas as demais, a fenotipagem realizada na cidade de Piracicaba

apresentou maior amplitude na frequência de notas do que para a cidade de Ribeirão

Preto, aonde, como já comentado, a máxima nota de resistência é mais frequente.

Tal resultado é esperado, pois segundo LANDELL et al. 2005 o histórico da

região de Piracicaba demonstra que a região é mais propícia à ocorrência de ferrugem

marrom do que a região de Ribeirão Preto, tendo sido este um dos principais motivos de

realizar a avaliação também na cidade de Piracicaba.

0

50

100

150

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Frequência das notas de ferrugem

Novembro de 2005 (RP, cana planta) Janeiro de 2006 (RP, cana planta)

Janeiro de 2007 (RP, cana soca) Março de 2007 (RP, cana soca)

Dezembro de 2011 (Piracicaba, cana planta) Fevereiro de 2012 (Piracicaba, cana planta)

39

Figura 8 Histograma com frequência das notas de ferrugem marrom na população de

mapeamento em duas avaliações realizadas em Ribeirão Preto, nos anos de 2005 e

2006, em cana planta.

Figura 10 Histograma com frequência das notas de ferrugem marrom na população de mapeamento em duas avaliações realizadas em Piracicaba, nos anos de 2011 e 2012, em cana planta.

020406080

100120140160

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Ribeirão Preto - cana planta

Novembro de 2005 (RP, cana planta) Janeiro de 2006 (RP, cana planta)

020406080

100120140

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Piracicaba - cana planta

Dezembro de 2011 (Piracicaba, cana planta) Fevereiro de 2012 (Piracicaba, cana planta)

Figura 9 Histograma com frequência das notas de ferrugem marrom na população de

mapeamento em duas avaliações realizadas em Ribeirão Preto, nos anos de 2006 e

2007, em cana soca.

020406080

100120140

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Ribeirão Preto - cana soca

Janeiro de 2007 (RP, cana soca) Março de 2007 (RP, cana soca)

40

Considerando-se as avaliações independentemente e atribuindo resistência às

categorias de notas de um a três, e suscetibilidade às categorias de notas quatro a nove, a

frequência de resistentes é de três vezes para uma de suscetibilidade em três das seis

avaliações, e ao se considerar os dados somados de todas as avaliações, o teste de qui-

quadrado demonstra que a proporção é de exatas três notas resistentes para uma

suscetível. A segregação da resistência em 3:1 vai de encontro com características

oligogênicas de efeito maior pela qual a ferrugem marrom em cana-de-açúcar já foi

relatada (DAUGROIS et al. 1996).

4.2 Obtenção de Polimorfismo

4.2.1 EST-SSR Dentre os 17 primers desenvolvidos por Jorge da Silva (Texas A&M

University, comunicação pessoal) testados, 13 não amplificaram ou eram monomórficos

e quatro (SSR32, SSR37, SSR38-1, SSR52) foram polimórficos, sendo três deles com

um alelo e um com dois alelos polimórficos, totalizando cinco alelos genotipados. O par

de primers microssatélite desenvolvido por PARK et. al (2012) amplificou dez alelos,

sendo que todos foram polimórficos.

Dos dez pares de primers EST-SSR desenvolvidos a partir das sequências

selecionadas do SUCEST (Figura 11) cinco amplificaram os genótipos de cana-de-

açúcar, e todos apresentaram polimorfismo (SSR_sucest_rst4, SSR_sucest_rst5,

SSR_sucest_rst7, SSR_sucest_rst8 e SSR_sucest_rst9), tendo o número de alelos

variado de 1 à 6, totalizando 19 alelos genotipados na população mapa. Quatro dos

cinco locos amplificados em cana amplificaram também em Mischanthus e apenas um

no sorgo.

41

.

Figura 11.Gel de poliacrilamida do teste de polimorfismo de primers SSR desenvolvidos à partir de sequências obtidas no SUCEST. A identificação dos primers estão na parte superior do gel. Os dois primeiros indivíduos são os genitores da população, os próximos seis indivíduos são da progênie da população mapa; os dois próximos são a amplificação dos genótipos de Miscanthus, enquanto o último genótipo é a amplificação de Sorgo. Marcadores de pesos moleculares Concentrated 50-350 Size Standard (Licor) estão nas laterais do gel, sendo a marca 200 pb indicada na lateral direita.

Na Tabela 4 constam os resultados dos testes de polimorfismo, bem como a

identificação da sequência do SUCEST, a sequência dos primers desenvolvidos e os

motivos microssatélites.

200pb

EST-6 EST-7 EST-8 EST-9 EST-10

42

Tabela 4. Resultados dos testes dos marcadores microssatélites desenvolvidos a partir de sequências do banco de dados SUCEST. Estão identificadas as sequências SUCEST utilizadas para desenhar os primers, os motivos microssatélites, as sequências dos primers, o resultado de amplificação e de polimorfismo, além do tamanho dos fragmentos amplificados, observados e esperados, em pares de bases. Número SUCEST Marcador SSR Primers Amplificação Polimorfismo Fragmento (pb) C M S em cana Esp Obs SCCCLR1024E01.G SSRsucest_rst1 (GGA)6* F CATCGGTGACGACATTGC N N N - 280 - R CCGCCCAAGACAGAGTACA SCACSB1117C07.G SSRsucest_rst2 (CGG)6 F TTCGTCAAGCTGTAGTCCG N N N - 293 - R AGAAGAGGTTCTCGCCGTA SCEZFL4045H01.G SSRsucest_rst3 (CTC)7 F GTCTTCTCTCCATCCACTTCC N N N - 273 - R GAAGGGTAGCAGTTGACGC SCCCRZ1C01H05.G SSRsucest_rst4 (TCT)9 F CGATATTGCTCTTGCTCTTG S S N P 159 165-195 R ATAGAATCAAAGCCCGTGAG SCJFRZ2013F12.G SSRsucest_rst5 (TTG)10 F AATCCTCAAAATCCTCCCAG S S N P 135 115-160 R CCGACGATGATACCTCTGAT SCVPLR1028H01.G SSRsucest_rst6 (CGC)6 F CTCAAGGTCGTCTTCTGCC N N N - 157 - R GGTCAGTTGAAGGGAGGATG SCRLLR1038G05.G SSRsucest_rst7 (TGG)6 F ACCTACAACCCACACCAAAG S S N P 292 295-310 R GGCGATAAACTTCTCAGCAT SCRUAD1132G05.B SSRsucest_rst8 (AG)16 F CTCAGTTGCTTCTACACGGTT S S S P 215 195-225 R GAGTCATCCTCTCCAACCAC SCSBHR1051E01.G SSRsucest_rst9 (GCG)6 F CTCAGATCCGTGACAACCTC S N N P 296 300-303 R TTCTCGTACCAAAGGACGG SCSFLR2031G10.G SSRsucest_rst10 (TG)11 F CTGCACTTTGTAGCCCTAGC N N N - 203 - R AGAGCCACCTCATCACAAGT C – cana-de-açúcar; M – Miscanthus; S – Sorgo. N – não amplificou; S – amplificou. P – polimórfico em cana-de-açúcar. Esp – tamanho de fragmento esperado; Obs – tamanho de fragmento observado. F – sequência do primer forward; R – sequência do primer reverse. * indica o número de repetições dos motifs microssatélites identificados dentro de parênteses.

43

Pode-se ainda tentar ajustar as condições da reação de PCR para estes primers

que não amplificaram. Oito dos dez pares de primers SSR desenvolvidos apresentavam

sequências repetitivas trinucleotídicas, que tendem a prevalecer em regiões de proteínas,

comparando-se a repetições dinucleotídicas e tetranucleotídicas (VARSHNEY et al.

2002).

Outros 12 pares de primers EST-SSR desenvolvidos por PINTO et al. (2006);

OLIVEIRA et al. (2009) e MARCONI et al. (2011) foram utilizados. No total foram

genotipados na população mapa 22 primers provenientes de marcadores EST-SSRs, que

geraram um total de 86 marcas polimórficas. O número de alelos polimórficos variou de

1 a 10, com média de quatro marcas polimórficas por marcador EST-SSRs (Tabela 5).

Tabela 5. Marcadores microssatélites derivados de regiões expressas do genoma de cana-de-açúcar que foram genotipados na população de mapeamento, número de alelos polimórficos obtidos e fonte das sequências. EST-SSR NºA.P Fonte EST-SSR NºA.P Fonte do primer

SCB81 5 OLIVEIRA et al. 2009 SCC22 6 PINTO et al. 2006

SCB184 4 MARCONI et al. 2011 SSR32 1 Não publicados

SCB73 5 OLIVEIRA et al. 2009 SSR37 1 Não publicados

SCC17 7 PINTO et al. 2006 SSR38-1 2 Não publicados

SCC05 5 PINTO et al. 2006 SSR52 1 Não publicados

SCB64 2 OLIVEIRA et al. 2009 CISP-5 10 PARK et al. 2012

SCB52 1 OLIVEIRA et al. 2009 SSR_sucest_rst4 5 Desenvolvido

SCB67 2 OLIVEIRA et al. 2009 SSR_sucest_rst5 6 Desenvolvido

SCB221 7 MARCONI et al. 2011 SSR_sucest_rst7 3 Desenvolvido

SCC19 4 PINTO et al. 2006 SSR_sucest_rst8 4 Desenvolvido

SCB97 4 OLIVEIRA et al. 2009 SSR_sucest_rst9 1 Desenvolvido

NºA.P – número de alelos polimórficos obtidos para cada marca genotipada.

Os marcadores microssatélites são um dos mais utilizados, pois são

codominantes, específicos e de alta reprodutibilidade. Os SSRs derivados de ESTs

podem ser associados com genes de função conhecida e serem utilizados como

marcadores SSR funcionais (CATO et al. 2001; SILVA 2001; HACKAUF

&WEHLING, 2002).

O projeto SUCEST utilizou 26 bibliotecas de cDNA e produziu 237.954 ESTs

que foram reunidos em 43.000 clusters (VETTORE et al. 2001). Primers

microssatélites têm sido desenvolvidos de banco de dados ESTs, como o SUCEST por

44

exemplo, (CORDEIRO et al. 2001; PINTO et al. 2004; PINTO et al. 2006; OLIVEIRA

et al. 2009; MARCONI et al. 2011).

4.2.2 AFLP-RGA Considerando-se os critérios de qualidade visual e polimorfismo para escolha

das combinações de primers, foram utilizados 20 combinações para a genotipagem da

população mapa. As combinações selecionadas foram nomeadas com a junção dos

códigos dos primers seletivos AFLP-EcoR1 e RGAs, e estão descritos na Tabela 6, que

apresenta ainda o número de alelos totais observados e o número de alelos

polimórficos genotipados para cada combinação utilizada.

Tabela 6.Combinações de pares de primers AFLP-RGA genotipados na população mapa, número total de alelos observados e número de alelos polimórficos genotipados por combinação de primer.

Combinações de primers utilizadas Nº Alelos Observados Nº Alelos Genotipados

AFLP RGA Eco-AAA NLRR_F 33 06

Eco-AAA PTO2 53 08

Eco-AAA NLRR_R 29 06

Eco-AAC XLRR_F 56 12

Eco-AAC PTO1 28 11

Eco-AAG XLRR_F 20 03

Eco-AAG NLRR_F 42 01

Eco-AAG NLRR_R 35 01

Eco-ACA NLRR_R 45 11

Eco-ACA XLRR_F 16 02

Eco-ACC XLRR_R 42 17

Eco-ACC RLRR_F 43 08

Eco-ACG NLRR_R 31 05

Eco-ACG XLRR_F 36 07

Eco-ACG PTO2 43 15

Eco-ACT RLRR_F 28 10

Eco-ACT XLRR_F 41 07

Eco-AGA PTO1 33 06

Eco-AGA XLRR_F 62 12

Eco-AGG PTO2 46 11

Total 762 159

Um total de 762 alelos pôde ser observado, tendo variado de 16 a 62 por

combinação de primer, com média de 38 alelos por combinação de primer. O número

45

total de alelos polimórficos genotipados foi 159, com média de oito alelos polimórficos

por loco. A amplitude do número de alelos polimórficos genotipados por loco foi

grande, variando de um alelo (Eco-AAG_NLRR-F e Eco-AAG_NLRR-R) até 17 alelos

polimórficos (Eco-ACC_XLRR-F).

ZHANG et al. (2007) utilizaram vinte e duas combinações de primers AFLP-RGA em

duas espécies de algodão cultivado, Gossypium hirsutum L. e G. barbadense L.,

obtendo 446 bandas amplificadas, sendo 17% e 8,3% de bandas polimórficas dentro de

cada uma das espécies, respectivamente, e 57,4% de polimorfismo entre as espécies. Ao

se comparar os dados de AFLP-RGA com dados obtidos de marcadores AFLP e RGA

separadamente para obtenção de similaridade entre os genótipos avaliada os autores

consideram AFLP-RGA e AFLP apresentaram resultados semelhantes entre os oito

genótipos utilizados, já as quatro combinações de marcadores RGAs não puderam

discriminar os genótipos.

Os resultados obtidos no presente trabalho foram gerados a partir de 220 indivíduos

altamente poliploides, o que pode ter gerado um maior número de fragmentos

amplificados do que no trabalho de ZHANG et al. (2007). Em relação ao número de

bandas polimórficas estes autores identificaram mais polimorfismo entre os oito

indivíduos das duas diferentes espécies de algodão do que pudemos encontrar no

presente estudo, mesmo sendo a cana-de-açúcar cultivada proveniente de hibridação

interespecífica entre S. officinarum e S. spontaneum, as sucessivas gerações de

retrocruzamento voltadas para a cana nobre, S. officinarum, tornaram os híbridos atuais

formados por 80% do genoma desta espécie (D’HONT et al., 1996). Tal fato, aliado ao

fato de estarmos lidando com uma população de cruzamento biparental, pode ser

responsável pela menor observação de bandas polimórficas na população mapa em

estudo, mesmo o número de indivíduos sendo expressivamente maior do que o utilizado

por ZHANG et al. (2007). Além disso, no presente trabalho para a genotipagem da

população eram necessárias a realização de três PCRs e quatro géis de poliacrilamida,

fato que contribuía para a dificuldade de genotipagem.

4.2.3 CISP Nenhuma das quatro enzimas de restrição que poderiam identificar

polimorfismo entre os produtos de PCR dos genitores mostraram diferença entre os

tamanhos de fragmentos obtidos, e não puderam, portanto, ser utilizadas para

discriminar polimorfismo entre os genótipos.

46

4.2.4 TRAP Os resultado dos testes de amplificação e polimorfismo dos marcadores TRAPs

estão disponíveis na Tabela 7.

Tabela 7. Resultado de amplificação das 64 combinações de primers TRAP testadas em genótipos de Cana-de-açúcar, Miscanthus e Sorgo.

TRAPs

Arbitrário 1 Arbitrário 2 Arbitrário 3 Arbitrário 4 ca

na

mis

can

thu

s

sorg

o

can

a

mis

can

thu

s

sorg

o

can

a

mis

can

thu

s

sorg

o

can

a

mis

can

thu

s

sorg

o

TRAP_Sucest_1 N N N S S S N N N S S S

TRAP_Sucest_2 N N N S S S N N N S S S

TRAP_Sucest_3 N N N S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_4 N N N S S S N N S S S S

TRAP_Sucest_5 N N N S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_6 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_7 S S S S S S S S S N N N

TRAP_Sucest_8 S S S N N N S S S N N N

TRAP_Sucest_9 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_10 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_11 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_12 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_13 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_14 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_15 S S S S S S S S S S S S

TRAP_Sucest_16 S S S S S S S S S S S S

N- não amplificou, S- amplificou.

Todos os marcadores TRAPs que amplificaram em cana também amplificaram

em Miscanthus e em sorgo, e uma combinação de primer amplificou apenas o sorgo.

Miscanthus é um gênero pertencente ao complexo Saccharum e estes primers poderão

ser utilizados em estudos de diversidade genética do complexo e gêneros relacionados,

como o sorgo.

Foram selecionados para genotipagem da população de mapeamento 25

combinações de primers mais polimórficas e com melhor qualidade de visualização dos

fragmentos, estando estas relacionadas na Tabela 8.

Foram genotipados 293 alelos polimórficos, sendo que o número de alelos

genotipados por combinação de primers TRAPs variou de um a 24, com média de

47

11,7alelos polimórficos por combinação. CRESTE et al. (2010) utilizaram 21

marcadores TRAPs para acessar a variabilidade genética entre genótipos de cana com

primers fixos desenvolvidos para metabolismo de sacarose e nove marcadores TRAPs

com primers fixos desenvolvidos para genes relacionados à tolerância a seca; obtiveram

a média de 16,2 e 17,2 alelos polimórficos por marcador, respectivamente, média maior

provavelmente pelo fato de terem utilizado genótipos de banco de germoplasma, sendo

que a utilização da população de mapeamento permite acessar o polimorfismo

proveniente de apenas dois genitores.

Tabela 8.Combinações de primers TRAPs genotipados nos 220 genótipos da população de mapeamento. As combinações genotipadas estão identificadas número de alelos polimórficos genotipados para a combinação em questão entre parênteses. TRAPs Primers arbitrários

Primer específico Arbitrário 1 Arbitrário 2 Arbitrário 3 Arbitrário 4

TRAP_Sucest_1 (10)

TRAP_Sucest_2 (11)

TRAP_Sucest_3 (13) (3)

TRAP_Sucest_4 (8) (7)

TRAP_Sucest_5 (14) (16)

TRAP_Sucest_6 (9)

TRAP_Sucest_7

TRAP_Sucest_8 (14) (24)

TRAP_Sucest_9 (7) (18)

TRAP_Sucest_10 (9) (3)

TRAP_Sucest_11

TRAP_Sucest_12 (5) (20)

TRAP_Sucest_13 (10) (16)

TRAP_Sucest_14 (15) (12)

TRAP_Sucest_15 (17) (12)

TRAP_Sucest_16 (13) (1)

SUMAN et al. (2012) utilizando 16 combinações de TRAPs com primers fixos

para lignina, obtiveram 99% das bandas amplificadas polimórficas. No presente

trabalho não contabilizamos o número de fragmentos amplificados, porém visivelmente

o número de bandas monomórficas é muito superior ao de bandas polimórficas. Assim

como relatado por HU & VICK (2003) os fragmentos chegaram até cerca de 900 pares

de bases, porém não foi possível realizar a leitura de bandas maiores, uma vez que estas

se tornam difusas no gel.

48

Os marcadores TRAPs têm sido utilizados principalmente para acessar a

diversidade genética do complexo Saccharum ou das espécies do gênero Saccharum e

variedades comerciais (ALWALA et al., 2006, CRESTE et al., 2010e SUMAN et al.,

2012). SUMAN et al. (2012) e ALWALA et al. (2006) sequenciaram alguns dos

fragmentos gerados pelos marcadores TRAPs utilizados, num esforço para verificar se o

TRAP corresponde à sequência do gene candidato para o qual o primer fixo foi

desenhado, e confirmaram que muitos dos fragmentos apresentaram relação positiva. A

técnica foi também utilizada em uma população recombinante de trigo (LIU et al.

2005).

Considerando a soma dos alelos obtidos dos 22 primers EST-SSR, das 20

combinações de AFLP-RGA e das 25 combinações de TRAP foram genotipados na

população de mapeamento 538 alelos polimórficos (Tabela 9).

Tabela 9. Marcadores moleculares utilizados, número de pares de primers ou combinações utilizadas na população de mapeamento genético e número de alelos polimórficos genotipados. Marcador Nº primers utilizados Nº de alelos genotipados

EST-SSR 22 86

AFLP-RGA 20 159

TRAP 25 293

Total 67 538

No total foram utilizados 1363 alelos para a construção do mapa genético,

sendo os 538 gerados neste trabalho e mais 824 alelos já genotipados para este mesmo

cruzamento.

4.3 Análises de segregação e formação dos grupos de ligação

Após as análises de segregação dos 1363 alelos, 784 apresentaram segregação

1:1 ou 3:1 e foram considerados para o mapeamento. A distorção de segregação de

marcas encontrada foi de 42%,maior do que as observadas por RABOIN (2006) e

GARCIA et al. (2006) que obtiveram distorção de segregação de 36% e 33%

respectivamente, usando marcadores AFLP, SSR e RFLP, maior também do que a

obtida por PALHARES et al. (2012), de 26% utilizando AFLP e EST-SSR, e

semelhante aos 41% apresentada por AITKEN et al. (2005) que utilizaram AFLP e

49

SSR. A proporção de polimorfismo em dose única detectada é relacionada à segregação

de cada loco e sua dosagem (da SILVA et al. 1993), portanto a alta distorção de

segregação em dose única observada neste cruzamento biparental pode indicar que a

população segregante utilizada apresenta variados níveis de ploidia e aneuploidia, fato

este comum em cana-de-açúcar. Inclusive, para esta mesma população de cruzamento

(IACSP95-3018 e IACSP93-3046), SERANG et al. (2012), utilizando SNPs e

algoritmos para predizer a ploidia da população, puderam observar grande variabilidade

de ploidia entre os indivíduos.

Para a análise de ligação dos locos as 784 marcas em dose única foram

classificadas de acordo com a origem do alelo, conforme a notação de WU et al. (2002)

e utilizadas no OneMap. Nesta notação os alelos provenientes do genitor IACSP95-

3018 foram denominados de D1.13 (configuração “ao x oo”); os alelos oriundos do

genitor IACSP93-3046 foram denominados D2.18 (configuração “oo x ao” ) e os alelos

provenientes de ambos os genitores foram denominados como C.8 (configuração “ao x

ao” ) sendo aa presença do alelo e o a ausência dele para todas as configurações.

Das 784 marcas, foram designadas 361, 215 e 208 marcas como C.8, D1.13 e

D2.18, respectivamente (Tabela 10). Foi então criada uma matriz contendo os locos e as

informações alélicas dos 220 indivíduos.

Tabela 10. Notação atribuída aos alelos de acordo com WU et al. (2002), configuração alélica das notações, número de alelos pertencentes à cada uma das notações e a porcentagem destes em relação ao total de 784 marcas em dose única. Notação Configuração Número de alelos %

D1.13 ao x oo 215 27,4%

D2.18 oo x ao 208 26,5%

C.8 ao x ao 361 46,1%

A partir dos critérios estabelecidos para a formação dos grupos 321 marcas não

foram ligadas a nenhuma outra (41%), valor semelhante aos 40% de marcas disponíveis

não ligadas no mapa construído por OLIVEIRA et al. (2007), as demais 463 marcas

foram distribuídas em 113 grupos de ligação, que variaram de duas marcas por grupo

(49 grupos) a 20 marcas (um grupo). A Tabela 11 apresenta a variação no número de

marcas obtida por grupo, sendo que oito grupos apresentaram ao menos dez marcas

ligadas.

50

O número de grupos de ligação obtido foi próximo ao número cromossômico

existente nas cultivares modernas de cana-de-açúcar, que apresentam entre 100 a 130

cromossomos (GRIVET & ARRUDA 2001; HOARAU et al. 2001) e corrobora com o

número de grupos de ligação encontrados em mapa genéticos de cana, AITKEN et al.

(2005) formaram 136 grupos de ligação, PALHARES et al. (2012) obtiveram 107

grupos e PASTINA et al. (2012) obtiveram 96 grupos.

Tabela 11. Número de grupos de ligação formados e número de marcas ligadas em cada grupo.

Número de GL Número de marcas ligadas no GL 49 2 21 3 12 4 10 5 7 6 3 8 3 9 2 11 1 12 2 13 1 14 1 17 1 20

GL – Grupo de Ligação

O número de marcas não ligadas, o tamanho reduzido da maioria dos grupos de

ligação e poucas marcas por grupo indicam que o mapa não está saturado e que

provavelmente a maioria dos grupos de ligação representam grupos não conectados

(PASTINA et al., 2012), este padrão vem sendo encontrado nos mapas genéticos de

cana-de-açúcar e demonstram a dificuldade de saturar os mapas e detectar portanto

regiões de QTLs com maior precisão. Segundo GARCIA et al. (2006), a presença de

regiões com gaps nos grupos de ligação é esperada, uma vez que apenas os marcadores

em dose única foram utilizados para o mapeamento. Isso resulta numa limitação do

mapa apenas em regiões onde esses marcadores são encontrados (AITKEN et al., 2007).

Os marcadores SNPs (single nucleotide polymorphism) são provavelmente

indicados para acessar mais regiões do genoma devido ao seu alto grau de

polimorfismo, contribuindo para uma maior saturação do mapa. Esta mesma população

está sendo utilizada para detecção de SNPs e nos próximos anos o número de marcas

ligadas crescerá (Luciana Rossini -IAC, comunicação pessoal).

51

Como exemplo, o grupo de ligação 46 teve oito marcas ligadas e seu heatmap,

que é a matriz gráfica do LOD e das frações de recombinações pode ser visualizado na

Figura 12. No exemplo é possível ver as cores quentes ao centro, e esfriando conforme

as marcas estão nas extremidades do grupo de ligação. Quando o heatmap apresenta

marcas ligadas com cores frias podemos tomar a decisão de dividir o grupo ou não.

Figura 12 Heatmap do grupo de ligação 46, composto por oito marcas que apresentam

uniformidade de cores, sugerindo que a ordenação obtida para os marcadores está

adequada.

De forma geral, o mapa genético não apresentou grandes problemas de ligação

e, não sendo necessário dividir grupos de ligação, o mapa final da população em estudo

(Figura 13) apresentou, portanto 113 grupos de ligação, com um comprimento total de

6.178,6 cM, praticamente o mesmo comprimento observado no mapa da população

SP80-180 x SP80-4966 desenvolvido por OLIVEIRA et al. (2007), de 6.261,1cM.O

cumprimento dos grupos variou de 0,0 (grupo 94) a 398,29 (grupo 38), com média de

54,67 cM por grupo de ligação. O grupo 94 é composto por apenas duas marcas, sendo

ambas derivadas de um mesmo marcador, que provavelmente remetem a um mesmo

alelo, explicando o valor de 0,0 cM.

A ligação entre marcas provenientes dos genitores IACSP95-3018 e IACSP93-

3046 por marcadores biparentais (codificação C.8) ocorreu em oito dos 113 grupos de

ligação. Essa integração de marcas foi próxima às dez observadas por PALHARES et

al. (2012) na integração entre marcas oriundas dos genitores IAC 66-6 e TUC 71.

52

Entretanto, OLIVEIRA et al. (2007) observaram apenas um grupo consistentemente

integrado por marcas dos dois genitores através de marca biparental. Os três mapas

genéticos aqui comparados são provenientes de diferentes cruzamentos, e conforme

PALHARES et al. (2012) a diferença no número de integração das marcas pode ser um

fato inerente à população estudada, como também ao incremento das análises

multiponto pelo software OneMap, uma vez que no trabalho de OLIVEIRA et al. (2007)

esta melhora não estava ainda disponível no software.

53

Figura 13 Mapa de ligação integrado para a população derivada do cruzamento entre os genitores IACSP93-3018 e IACSP95-3046. Os grupos

estão indicados com o número acima. À esquerda estão as posições estimadas e à direita o código atribuído aos marcadores. Em negrito as

marcas associadas negativamente (resistência) e sublinhado as marcas com associação positiva (suscetibilidade) com a ferrugem marrom.

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10

54

Continuação.

11 12 13 14 15

16 17 18 19 20

55

Continuação.

21 22 23 24 25

26 27 28 29 30

56

Continuação.

31 32 33 34 35

57

Continuação.

36 37 38 39 40 41

42 43 44 45 46 47

58

Continuação.

48 49 50 51 52

53 54 55 56 57

59

Continuação

58 59 60 61 62

63 64 65 66 67 68

69 70 71 72 73 74

60

Continuação

75 76 77 78 79 80

81 82 83 84 85 86

87 88 89 90 91 92

61

Continuação

93 94 95 96 97 98

99 100 101 102 103 104

105 106 107 108 109 110

111 112 113

62

4.4 Análise de Marca Individual

A análise de marca individual para detecção de possíveis QTLs foi realizada

separadamente para cada uma das seis avaliações fenotípicas, sendo em Ribeirão Preto

duas vezes na mesma cana planta em tempos diferentes, também em Ribeirão Preto,

duas avaliações em tempos diferentes em cana-soca e em Piracicaba duas avaliações em

tempos diferentes em cana planta.

Foram utilizados todos os alelos com segregação, mesmo os não ligados ao

mapa, uma vez que a análise de marca simples utiliza cada marca isoladamente. Os

alelos que tiveram associação significativa com as notas de ferrugem, assim como o

efeito (R²) de cada um deles no aumento/diminuição das notas em % estão

demonstrados na Tabela 12.Cento e setenta e sete alelos foram associados com 5% de

nível de significância (p<0,05)considerando as seis avaliações fenotípicas, variando no

mínimo em34 até 63associações significativas por avaliação. O número de associações

com nível de significância a 1% (p<0,01) foi de 59 para todas as avaliações, variando de

6 a 16 por época avaliada. Todas as diferentes avaliações apresentaram marcas

associadas exclusivas. Dentre os alelos avaliados, 116 alelos associados estavam ligados

a algum dos 113 grupos de ligação do mapa gerado, representando 62% das marcas

associadas mapeadas. O grupo de ligação GL2 foi formado com 13 marcas, e foi o que

apresentou maior número de marcas associadas à ferrugem (6), e dez associações

considerando todas as avaliações.

63

Tabela 12. Alelos com associação de marca individual significativa com resistência à ferrugem marrom na população mapa. Efeitos negativos são referentes a aumento na nota de resistência enquanto efeitos positivos são referentes a aumento de suscetibilidade. Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

ACG_PTO2_6 2 0,1591* 1,7546

ACT_RLRR_F_7 12 0,1911* 2,6205 0,389* 2,1881 0,4851* 1,9836 0,5274* 2,1955 0,3219** 3,1983 0,3196* 2,6103

ACA_NLRR_R_10 19 0,1847* 2,4517

AAC_PTO1_9 - 0,2498** 3,331 0,6342* 2,3195

scc05_5 - -0,2577* 2,8408 -0,5152* 2,3801 -0,8396** 3,5163 -0,7326* 2,4869

scc19_3 - -0,2058* 2,0688

TRAP_3_AB2_11_C 20 0,2214* 2,6453 1,0066** 6,78 1,0234** 6,5188 0,2631* 1,7369

TRAP_8_AB3_19 - -0,2227* 2,6274 -0,683** 5,4473 -0,7111** 3,2182

TRAP_8_AB3_21 - 0,2203* 2,686

TRAP_9_AB3_8 52 -0,2313* 2,625

TRAP_14_AB3_7 59 0,1857* 2,382

TRAP_14_AB2_6 - -0,1989* 2,4593 -0,5581* 2,1588 -0,6832** 3,0688

TRAP_15_AB1_8 - 0,1997* 1,7769 0,9398** 4,653 0,8273** 3,394

TRAP_4_AB_2_7 65 0,2364* 1,8981

scb40_4D2 58 -0,1674* 1,9055

sca26_2D2 - 0,2631** 4,7236 0,631** 3,1592 0,6786** 3,3954 0,2894* 2,1545

scb02_1D1 74 -0,1709* 1,959 -0,3622* 1,844 0,635** 3,1741

scc45_2D2 3 0,188* 2,3954 0,635** 3,1741 0,561* 2,3093

scb148_2C - -0,3076** 3,9666

Em negrito estão os efeitos R2 maiores do que 5%. * efeito com 95% de probabilidade de associação . ** p<0,01de probabilidade de associação.

64

Tabela 12.Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2 (%) Efeito R2 (%) Efeito R2 (%) Efeito R2 (%) Efeito R2 (%)

scb130_3C 83 -0,2012* 2,0598

scb130_10D1 - -0,1966* 2,6367 -0,2922* 2,1954

scb312_8D2 51 0,1717* 2,0146

scb292_6C 10 -0,2031* 2,372 -0,6987** 3,0318

scb268_4D1 - 0,1703* 1,9543 0,3546* 1,7778

scb208_4D2 67 0,1941* 2,5571 0,5644* 2,5166 0,5796* 2,4668

scb208_5D2 67 0,1916* 2,4876 0,4988* 1,8249

scb208_12D1 - -0,174* 1,8854

scb248_3C - 0,2395* 1,9035 0,5138* 1,8066

scb259_6C 2 0,1915* 1,7651 0,5166* 2,693 0,7387** 3,0525

Cir1_1C 101 -0,279* 2,4232

Cir12_2D1 2 -0,1616* 1,7582

Cir12_4C 101 -0,2638* 2,4399

Cir14_1D1 44 -0,1831* 2,2413

Cir35_2C - -0,2379* 2,7091

Cir35_4D1 19 0,1804* 2,3323 0,237* 1,9891

Cir36_7D2 51 0,2242** 3,5012

Cir50_1C - 0,2226* 2,2734 0,4267* 1,7518 0,6998* 2,6126 0,7575* 2,8455

Cir51_1D2 85 -0,1686* 1,9492 -0,5845* 2,6885 -0,5429* 2,1545 -0,2955* 2,7621

65

Tabela 12. Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

SMC415MS_7D2 57 -0,1623* 1,8345

SMC863CG_7D2 - -0,2569** 4,7691 -0,7782** 4,5649 -0,7491** 4,0212

aagcat26D2 - -0,1954* 2,5918 -0,5231* 2,1734 -0,5074* 1,8994

aagcat52C - -0,2154* 1,9078 -0,8889** 3,8015 -0,9294** 3,86

actctt11C - -0,2168* 2,647 -0,4928* 2,8695 -0,584* 2,2797

aagcag1D2 3 0,1883* 2,3338

aaccat1D1 19 0,1678* 1,8284

acgcag17C 80 0,2351** 2,9766

agcctc1D1 26 -0,1791* 2,0134

agcctc21D2 - -0,1756* 1,9309 -0,4818* 1,8186

accctc19C - 0,2118* 1,9335

agccag22C - 0,2088* 2,0703

TRAP_16_AB1_1 2 0,1603* 1,7872

TRAP_16_AB1_11 - 0,2099* 1,9243 0,5233* 2,4317 0,6533* 2,101

TRAP_8_AB1_6 97 0,1957* 2,4102 0,3655** 1,8964

TRAP_8_AB1_11 - 0,1848* 2,2123

ACA_NLRR_R_4 - -0,4428* 2,0486

ACT_XLRR_F_4 29 0,4227* 1,8075

scb221_2 41 0,4229* 1,8065

66

Tabela 12. Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

EST_Sucest_rst7_2_C - -0,9389** 6,4673

TRAP_5_AB3_6 - 0,4928* 1,8924

TRAP_16_AB_3_1 18 0.3818* 2,1220

TRAP_3_AB2_1 34 0,3835* 2,0781

TRAP_9_AB3_1 50 0,4186* 2,5728 0,2749* 1,9391

TRAP_14_AB2_10 60 0,5991* 2,7267

TRAP_14_AB2_11 - 0,5486* 1,9083 0,3783* 1,9488

scb100_2C 29 0,6432** 3,9252 0,5932* 1,8617 0,6079* 1,8159

scc36_3C - 0,553* 1,9991 0,8263* 2,469 0,889* 2,6565

sca31_2D1 31 0,3621* 1,8203 -0,3362* 2,8206

scb60_1D1 76 0,3565* 1,8106 0,5247* 2,1866

sca53_7D2 35 0,3899* 2,1634 0,2566* 2,0626 0,2733* 1,9111

scb01_3C 56 -0,5104* 2,5074 -0,6735* 2,436 -0,6719* 2,2512

scb292_12D1 2 0,3806* 2,0672 0,2684* 2,2628

scb292_13D1 2 0,3806* 2,0672 0,2684* 2,2628

scb288_2C - 0,7207** 4,1953

scb246_4D2 - 0,3788* 2,0342 0,2497* 1,9548 0,2931* 2,1926

scb226_5D2 95 0,3893* 2,1454

scb180_2C - -0,463* 2,049

scb194_1D1 38 -0,3553* 1,8032

67

Tabela 12Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

scb232_1C - -0,4635* 2,612

scb236_5D1 97 0,3892* 2,1232

Cir12_7D2 102 -0,4976** 3,7237 -0,3501** 3,2573

Cir21_1D2 103 0,4152* 2,5625 0,5358* 2,2939 0,5547* 2,3065

Cir31_2C - -0,5537** 3,5922

Cir36_2D1 51 0,3482* 1,7911

SMC843_1C 29 0,5151* 2,5527

SMC843_5D2 16 0,3686* 1,9454

SMC863CG_6C 35 0,6392** 3,2853 0,8178* 2,9031 0,8626** 3,0294

actctt8D1 - -0,4791* 1,9809 -0,5632* 2,5231 -0,2639* 2,2544 -0,3659** 3,3836

aagcag40C 102 -0,4416* 2,743 -0,5943* 2,0748 -0,5683* 1,7624

aaccat8C - -0,4938* 2,5702

aaccaa14D2 112 0,5783* 2,1628 -0,4938* 1,9236

agccag13D2 - -0,4533* 2,8999

TRAP_8_AB1_11 - 0,5089** 3,4668

ACC_XLRR_R_8 4 0,9938** 7,4777 1,1137** 8,7109 0,3817** 3,4256

ACT_RLRR_F_5 10 -0,5568* 2,4727 -0,6479** 3,1144

AAC_XLRR_F_7 - 0,5483* 2,2036 0,5462* 2,0354

TRAP_10_AB_3_8 20 0.7377* 2,3630 0.9681** 3,8260

68

Tabela 12. Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

AAC_PTO1_6 10 -0,48* 1,8236 -0,6374* 2,9722

AAC_PTO1_10 32 0,4791* 1,8012

scb221_5 41 -0,6903** 3,6518 -0,6732** 3,2274

TRAP_8_AB3_15 35 0,7841* 2,4849

TRAP_9_AB3_7 12 0,5013* 1,9382 0,489* 1,7321

TRAP_14_AB3_2 20 0,5137* 1,7734 0,7755** 3,7875 0,2957* 2,1174

TRAP_14_AB2_13 61 -0,5314* 1,8543

TRAP_1_AB4_1 62 -0,637* 2,3091 -0,3979** 3,3342 -0,5312** 5,0824

TRAP_1_AB4_8 30 0,5532* 1,9991 0,721** 3,1992

scb07_5D2 - -0,5442* 2,3876 -0,6116* 2,832

scb01_2C 56 -0,5609* 1,8471

scc33_1D1 4 0,5183* 2,1201

scb297_10D1 51 0,4936* 1,928 0,4971* 1,8177

scb213_2D1 30 0,5256* 2,1811

scb248_1D1 98 -0,5013* 1,9889

Cir4_5D2 85 -0,5381* 2,3294 -0,2457* 1,9104

SMC415MS_5C 8 0,6085* 2,2465

SMC863CG_1C - 0,7311* 2,0624

actctg21D2 - 0,5411* 2,3047

69

Tabela 12. Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

aagcat2D2 - -0,648** 3,1208 -0,6426* 2,8506

aagcat13D1 - -0,5636* 2,3207 -0,6774** 3,1133

actctt13D1 - -0,6876** 3,7822 -0,582* 2,5173

aaccaa37C 20 0,5892* 2,3136 0,6176* 2,3606 0,3372** 3,1192

acgctt7D1 10 -0,5009* 1,8687 -0,6637** 3,0529

agactg13D1 4 0,5408* 2,3231

actcat35D2 - 0,5527* 2,4045 0,5567* 2,2389

TRAP_8_AB1_8 8 0,506* 1,8987 0,5415* 2,035 0,2505* 1,7454

TRAP_9_AB2_4 - -0,8692* 2,7141 -0,8764* 2,601

TRAP_15_AB1_15 60 0,6* 1,8189

scb07_7C 68 -0,5246* 1,7391

scb311_4C 86 0,5652* 1,819

scb285_3D2 22 -0,4999* 1,8303

Cir12_6C 46 -0,541* 1,7518

Cir36_6D2 - 0,5164* 1,9742

SMC1047HA6D2 36 0,5224* 2,0048

acgctt36D1 10 -0,6426* 2,9264

acgcag19C 107 0,7565* 1,7611

ACT_RLRR_F_9 - 0,2631* 2,1497

70

Tabela 12. Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

Cisp5_2 - -0,4536** 3,521

TRAP_12_AB3_6 - 0,2898* 2,4141

TRAP_12_AB3_8 57 0,255* 1,8236

TRAP_13_AB2_7 - 0,4327* 2,7071 0,4739* 2,7212

TRAP_14_AB3_6 55 -0,3638* 2,8261

TRAP_15_AB1_6 - -0,3581* 2,417 -0,4851* 3,7277

TRAP_15_AB1_7 62 -0,3008* 1,7763

scb07_10D1 68 0,2415* 1,7974

sca47_1C 73 -0,3055* 2,1925

scb55_2C - 0,3985** 3,0726

scb43_5C - -0,4882** 4,0048 -0,5161* 3,6949

scb300_4D1 89 0,3384** 3,5869 0,3* 2,3028

scb189_2D1 2 0,339** 3,5659

scb270_7D2 7 0,2793* 2,451

Cir32_8D2 56 0,253* 2,0016

Cir32_10D1 19 0,2614* 2,1425

Cir35_1D2 56 0,2814* 2,7258 0,4261** 4,6696

Cir51_2C 73 -0,3012* 2,0783

SMC36Buq_5D1 7 -0,2708* 2,2966

71

Tabela 12.Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

aagcat30D1 - -0,3343** 3,3895

aagcat47C 35 -0,3473* 2,8029

aagcag33D1 111 -0,3056** 3,0253

agactg19C - -0,3104* 2,1284

ACC_XLRR_R_15 - -0,2901* 2,0802

AAC_XLRR_F_12 28 0,2834* 1,7889

scb81_1 - -0,393* 1,8725

scc22_3 1 0,3923* 2,1397

EST_Sucest9_1 46 0,2661* 1,7834

TRAP_8_AB3_3 - 0,3619* 2,2457

TRAP_12_AB3_14 - -0,3533* 1,8502

scb58_7D1 - -0,2741* 1,9205

scb174_1D1 93 0,3235* 2,6897

scb208_2C 94 0,3317* 2,0253

scb208_3C 94 0,3317* 2,0253

SMC477CG_5D1 - 0,3257* 2,7072

actctt18C - 0,2781* 1,8285

acgctt8D2 - -0,3217* 2,4731

acgctt16D1 75 0,3151* 2,4682

72

Tabela 12. Continuação Ciclo Cana planta Cana planta Cana-soca Cana-soca Cana planta Cana planta

Local R. Preto R. Preto R. Preto R. Preto Piracicaba Piracicaba

Marcador GL Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%) Efeito R2(%)

acgcag21D1 110 0,2721* 1,8576

agccag24D2 - 0,2681* 1,8292

TRAP_9_AB_2_3 38 0,2777* 1,9819

TRAP_3_AB_3_2 6 0.4149** 4,2740

Total R2 99,9 (17,49) 99,5 (3,07) 100 (10,9) 98,8 (9,61) 99,9 (10,39) 98,8(10,77)

Número de

associações com P

< 0,05 (P < 0.01)

54(6) 49(8) 63(13) 49(16) 38(10) 34(6)

Número de

associações

comuns entre

avaliações da

mesma planta

7 36 10

Número de marcas

exclusivas

27(3) 23(5) 11(0) 10(0) 18(5) 15(1)

73

Foram detectadas associações positivas (57%), indicando que a marca está

relacionada ao aumento da severidade da doença, e negativas (43%), indicando que a

marca está associada à redução da nota da severidade da doença, ou seja, com plantas

mais resistentes.

Cinquenta e nove marcas foram associadas com nível significativo de 1%

(p<0,01), sendo 30 delas de associações negativas. Quarenta e nove por cento (29

alelos) destas associações ocorreram entre as duas avaliações de cana-soca e 16 (55%)

destas marcas em cana soca foram associações negativas.

A consistência de efeito positivo ou negativo dos locos que estiveram

associados em mais de uma avaliação foi alta, sendo que apenas três marcas tiveram

associações com efeitos contrários entre as avaliações. A Tabela 13 apresenta a relação

das 178 marcas associadas (as geradas neste trabalho e também aquelas que foram

adicionadas), separando o número de marcas por tipo de marcador e a porcentagem em

relação ao número de marcas geradas.

Tabela 13. Número de marcas associadas conforme o marcador molecular utilizado e porcentagem em relação ao número de marcas geradas por marcador. Marcas geradas neste trabalho Marcas previamente geradas Marcador

EST-SSR AFLP-RGA TRAP AFLP EST-SSR SSR Nº avaliação

associada

1 7 8 25 21 25 23

2 1 4 8 7 15 4

3 - 1 7 5 9 4

4 1 - 1 1 1 -

5 - - - - - -

6 - 1 - - - -

Total 9 14 41 34 50 30

% total marcas* 10,5 8,8 11,5 - - -

* Porcentagem de alelos associados à resistência à ferrugem em relação ao número total de marcas polimórficas de cada marcador utilizado neste trabalho.

Considerando-se os diferentes tipos de marcadores utilizados na análise de

associação à ferrugem que foram gerados neste trabalho, os marcadores TRAPs

apresentaram o maior número de associação (41 alelos), e maior porcentagem de

associação com a ferrugem em relação ao número de marcas polimórficas geradas

(11,5%). Utilizando marcadores TRAPs, LIU et al. (2005) identificaram QTLs para as

características altura e ZHANG et al. (2010) para a ferrugem em trigo.

74

A marca TRAP_3_AB2_11 foi associada positivamente em quatro épocas de

avaliação, sendo significativa a 1% nas duas avaliações de cana-soca, com variação

fenotípica de 6,7 e 6,5, (terceiro e quarto maiores valores observados), e seu primer fixo

foi desenhado em região que apresenta homologia no cromossomo quatro do sorgo,

onde o gene Bru1de resistência à ferrugem marrom é relacionado (ASNAGHI et al.,

2000). Este loco foi ligado no GL20, que, formado por mais outras cinco marcas, tem

duas delas (TRAP_14_AB3 e E-aac_M-caa37) também associadas positivamente à

ferrugem, ambas nas mesmas três épocas de avaliação (cana-soca avaliação 1 e 2 e cana

planta avaliação 1 Piracicaba). Estas três marcas associadas positivamente à ferrugem,

em pelo menos três épocas de avaliação, sugerem que esta seja uma região de QTL

relacionado à suscetibilidade da planta.

O marcador AFLP-RGA teve apenas 14 marcas associadas à ferrugem, porém

o único alelo que esteve associado (positivamente) em todas as seis épocas de avaliação

foi o AFLP-RGA (ACT_RLRR_F_7) e, os valores fenotípicos que foram explicados

nas seis associações variaram de 1,98 a 3,19, com média de 2,46.Considerando todos os

tipos de marcadores utilizados, os dois maiores valores fenotípicos (8,71 e 7,47)

explicados pela presença dos alelos são relacionados ao marcador AFLP-RGA

(ACC_XLRR_R_8). Ambos os valores fenotípicos estavam associados positivamente

em cana-soca; esse alelo ACC_XLRR_R_8 foi associado também a 1% em uma das

avaliações de cana planta em Piracicaba, com R2 de 3,4. Os primers RLRR e XLRR

foram desenvolvidos baseados em regiões repetitivas ricas em leucina do gene RPS2 do

patosistema arroz- Xathomonas compestris pv oryzae, entre as 14 associações com

primers AFLP-RGA cinco utilizam o primer XLRR e quatro utilizam o primer de

RLRR.

O par do primer RGA utilizado na combinação associada nas seis avaliações

(RLRR_R) foi utilizado, entre outros, por YAN et al. (2003) para identificar marcas

ligadas ao gene Yr5 relacionado à resistência a ferrugem em trigo (Puccinia striiformis

f. sp. tritici ), tendo esta marca co-segregado com o loco Yr5.Em cana-de-açúcar,

utilizando marcadores RFLP desenvolvidos a partir de regiões RGAs, ROSSI et al., em

2003, mapearam dois locos LRR-like próximos ao gene de resistência à ferrugem

localizado no mapa da cultivar R570 por ASNAGHI et al. (2000). Também em cana-de-

açúcar McINTYRE et al. (2005) desenvolveram e utilizaram 54 primers RGAs e

avaliaram a doença em uma população de mapeamento por dois anos, 3 marcas

mapeadas foram associadas à resistência a ferrugem nos dois anos.

75

ZHANG et al. (2007) ao implementar a técnica de AFLP-RGA em algodão

combinaram o primer AFLP Eco-ACG com o primer RGA Pto kin1, e obtiveram 19

fragmentos, sendo 15 deles polimórficos. Ao usarmos o primer RGA Pto kin2,

desenhado como par do Pto kin1(CHEN et al., 1998), foram contabilizadas 45 bandas,

provavelmente devido ao maior genoma da cana, e destas, também 15 alelos foram

polimórficos.

Entre as quatorze associações encontradas com alelos provenientes de AFLP-

RGA, quatro são provenientes de combinações como primer Pto kin, que desenvolvido

por CHEN et al. (1998), é baseado na sequência da proteína quinase do gene Pto de

tomate, que confere resistência à Pseudomonas syringae pv tomato, o gene Pto não

interage apenas com proteínas de avirulência de P. syringeae, mas também funciona

como um mediador de sinal de transdução. (MARTIN et al. 1993). A relação evolutiva

entre genes de resistência como o Pto kinase de tomate tem sido estudada (RIELY &

MARTIN, 2001; VLEESHOUWERS et al., 2001), porém como a maioria dos genes de

resistência codificam para NBS-LRR, os estudos evolucionários são primariamente

focados nesta classe (MEYERS et al., 2005).

Genes de variadas plantas relacionados à resistência a diversas doenças têm

sido intimamente relacionados ao gene Pto de resistência (XU & DENG 2010;

MARTINEZ et al. 2008; PERAZA-ECHEVERRIA et al. 2007; Di CASPRIO &

CIPRIANI 2003). Existem mais de 300 genes defensin-like em Arabdopsis, muitos

deles quinases que foram reportados estarem envolvidos em atividades de defesa

(SILVERSTEIN et al., 2005). Mas evidências genéticas indicam que outros genes

podem ser requeridos para a ativação da resposta de defesa, como é o caso do gene Prf,

necessário para a ativação do gene de avirulência Pto em tomate (SALMERON et al.,

1996; MACKEY et al., 2002; MUCYN et al., 2006) e uma das hipóteses da resistência à

Puccinia triticina em trigo entre os genes Lr21 e Lr40 (HUANG &GILL, 2001).

Comparado a bactérias, são poucos os exemplos estudados de genes de avirulência de

fungos, devido ao seu maior genoma e dificuldade de transformação.

Muitos possíveis QTLs foram relacionados à suscetibilidade a ferrugem

marrom, e ocorreu ainda de haverem efeitos positivo e negativos no mesmo grupo de

ligação formado, uma possível explicação para este fato seria a existência de epistasia, a

interação entre alelos de locos diferentes.

O número total de marcas associadas à ferrugem marrom foi bastante alto

quando comparado ao número de marcas associadas a outras características fenotípicas

descritas em cana de açúcar (MING et al., 2002; AITKEN et al., 2006; 2008; PINTO et

76

al., 2010) o alto valor pode ser atribuído à utilização do cruzamento biparental entre um

clone elite e uma variedade comercial, por acumularem alelos relacionados à

características de interesse no melhoramento genético.

O maior valor relativo ao aumento da resistência (efeito negativo) explicado

por marca associada (quinto maior efeito considerando ambos, positivo e negativo) foi

relacionado a um alelo EST-SSR (EST_Sucest_rst7_2), com R2 de 6,46. Este alelo foi

associado à somente uma época de avaliação (Ribeirão Preto, cana planta avaliação 2).

Também de efeito negativo, a marca Cir12_7 foi ligada a outra marca AFLP (aag-

cag_40) formando o grupo de ligação 102. Esta marca Cir12_7 está dentro da região de

saturação do gene Bru1 na cultivar R570 (COSTET et al.,2012).

O GL10 foi formado por oito marcas, cinco delas (SCB292_2;

ACT_RLRR_F_5; AAC_PTO1_6; E-ACG_M-CTT-7, e E-ACG_M_CTT_36) estão

associadas negativamente à ferrugem; sendo ligadas pelo alelo EST-SSR SCB292, cujo

alelo estava presente em ambos os genitores (configuração C), para as demais quatro

marcas apenas o genitor suscetível apresentava o alelo (configuração D1). Os cinco

alelos foram associados na segunda avaliação de cana-soca, sendo três delas a 1% e três

alelos foram associados também na primeira avaliação de cana-soca.

Os grupos de ligação foram atribuídos a grupos de homologia (GH) baseados

em marcadores microssatélites derivados de um mesmo loco (da SILVA et al. 1993).

Provenientes de 61 locos, as 261marcas microssatélites alocadas no mapa formaram 15

grupos de homologia. O número de grupos de homologia observados em mapas de

cana-de-açúcar variam entre oito (ROSSI et al., 2003; AITKEN et al., 2005;

PALHARES et al., 2012), 9 (SUMAN et al. 2011), 10 (GRIVET et al., 1996) e

11(PASTINA et al., 2012).

O número de GL em cada GH no presente trabalho variou de dois a 16 (Tabela

14), estando de acordo com o comumente observado, que variam de dois a mais de 20

(HOARAU et al. 2001; ROSSI et al. 2003; AITKEN et al. 2005; PASTINA et al.,

2012). D´HONT et al. (2010) comentam que não se sabe se a variação no número de GL

por GH reflete a real variação no número de cromossomos homólogos entre os GH de

cana-de-açúcar ou se reflete uma esparça cobertura de alguns cromossomos que são

representados por mais de um grupo de ligação. E para GH com grande número de GL

os autores comentam ainda que parte desta variação deve também refletir a diferença

básica no número de cromossomos nas espécies S. officinarum e S. spontaneum, que

deram origem aos atuais híbridos de cana.

77

Tabela 14. Grupos de ligação da população de cruzamento IACSP95-3018 e IACSP93-3046, e os grupos de homologia formados. Grupos de Homologia Grupos de Ligação Total I 1, 6, 7, 37, 43, 44, 61, 67, 68, 77, 81, 94, 98, 99,100 15

II 2, 10, 24, 30, 35, 46, 54, 71, 72, 76, 78, 79, 90, 101, 102, 107 16

III 4, 28, 55, 96, 104 5

IV 5, 23, 86, 87 4

V 8, 9, 19, 32, 56, 57, 63, 73, 74, 82, 83, 84, 85, 103, 105 15

VI 12, 56, 91 3

VII 14, 17, 58 3

VIII 16, 29, 69 3

IX 18, 41, 2

X 22, 51, 92 3

XI 31, 75 2

XII 34, 36, 38,50 4

XIII 39, 40 2

XIV 41, 66 2

XV 51, 88,92 3

Além da complexidade genética, a cana-de-açúcar é uma cultura perene em que

as plantas são usualmente colhidas em vários anos, assim as características são medidas

não apenas em diferentes locais, mas também ao longo de sucessivos cortes, e seus

QTLs são baseados em informações de séries de cortes e locais (PASTINA et al., 2012).

A avaliação de QTLs em cana-soca é extremamente importante, uma vez que,

segundo COLETI (2008) da área total de produção de cana, 80% são referentes à cana-

soca. O presente trabalho apresenta um mapa genético entre um cruzamento biparental

cuja progênie vem sendo estudada e em breve receberá novas marcas, além disso, traz

informações sobre novas marcas associadas à ferrugem em Ribeirão Preto e Piracicaba,

e em cana planta e cana soca.

Embora a presença do gene maior de resistência Bru1 pareça ser mantida ao

longo do tempo, o uso de fontes alternativas para a resistência em programas de

melhoramento é importante para ampliar a base genética da resistência (COSTET et al.,

2012; GLYNN et al., 2012). DAUGROIS et al. (1996) e RABOIN et al. (2006)

discutem que a presença destes genes de efeitos maiores já relatados não explicam

sozinhos a resistência, pois ainda assim há uma importante variação no nível de

suscetibilidade à ferrugem marrom. Casos em que a expressão fenotípica dos genes

78

representa pequenos valores podem ter na utilização de marcadores moleculares o

auxílio para a piramidação de genes (BRUNELLI et al. 2002). Com a saturação do

mapa genético apresentado será possível realizar uma avaliação mais robusta de QTLs

relacionados à ferrugem marrom, utilizando mapeamento por intervalo composto

(GAZAFFI, 2009), ampliando o conhecimento sobre esta população de cana-de-açúcar.

5 CONCLUSÃO

Existe variabilidade genética para a resistência à ferrugem marrom e para

construção de mapa genético de ligação para a população segregante derivada do

cruzamento biparental entre o clone IACSP95-3018 e a cultivar IACSP93-3046 do

programa de melhoramento genético do Instituto Agronômico (IAC).

Este trabalho evidencia as potencialidades do uso de marcas geradas a partir de

marcadores TRAPs, AFLP-RGA e EST-SSR, e genômicos AFLP e SSR para a

construção de mapa em cana-de-açúcar. O número de grupos de ligação gerado no mapa

está de acordo com o esperado para a cana-de-açúcar.

As marcas foram eficientes para a identificação de alelos associados à resistência

à ferrugem marrom, identificando 177 marcas diferentes em associação com a ferrugem,

e 346 associações considerando todas as seis diferentes avaliações fenotípicas.

Muitos alelos (59) tiveram alta associação (p<0,01) com a ferrugem marrom, e

uma marca foi associada com todas as seis avaliações, tendo influencia no aumento da

severidade da doença. As marcas desenvolvidas no presente trabalho podem ainda ser

testadas com novas fenotipagens relacionadas a doenças e outros caracteres de interesse

agronômico nesta população, ampliando a busca por QTLs. A validação destas marcas

em cultivares de resistência e suscetibilidade previamente conhecidas poderá auxiliar na

confirmação das associações de marca e fenótipo.

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